Boas notícias sobre produção industrial e emprego são más notícias sobre inflação,
segundo a sabedoria do mercado financeiro. Por esse critério, os
brasileiros têm motivos para se preocupar com seu poder de compra. Em
junho, a indústria produziu 4,1% mais que no mês anterior e mais que compensou o recuo, de 1,8%, acumulado em abril e maio.
O último resultado mensal divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi 3,2% superior ao de um ano antes. Em 12 meses a indústria produziu 1,5% mais que no período anterior. Nos Estados Unidos, sinais de vigor na indústria são frequentemente seguidos de quedas nas Bolsas de Valores.
Melhoras no emprego também são vistas como prenúncios de preços em
alta. “Bom momento do mercado de trabalho é alerta para a inflação”,
avisa material da Conjuntura Econômica postado no site da Fundação Getúlio Vargas.
No Brasil, o desemprego no trimestre encerrado em junho ficou em
6,9%. Desde 2014, essa foi a menor taxa estimada para esse período. Não
se trata apenas de uma percepção registrada, tipicamente, no mercado
financeiro. Dirigentes de Bancos Centrais, como ocorre também no Brasil,
costumam relacionar desemprego baixo, ou em queda, com maiores pressões
inflacionárias.
Em 12 meses, indústria brasileira produziu 1,5% mais que no período anterior, segundo o IBGE Foto: Taba Benedicto/Estadão
Esse risco é destacado na ata da última reunião do Copom,
o Comitê de Política Monetária do Banco Central (BC): “Concluiu-se que o
processo desinflacionário arrefeceu e que os níveis de inflação
corrente acima da meta, em contexto de dinamismo da atividade econômica,
tornam a convergência da inflação à meta mais desafiadora”.
Projeções de inflação têm crescido, no mercado brasileiro, juntamente
com as expectativas de crescimento econômico. Em quatro semanas, a
inflação projetada para este ano subiu de 4,02% para 4,12%, segundo o
boletim Focus. No mesmo intervalo, a expansão do Produto Interno Bruto
(PIB) estimada para 2024 aumentou de 2,10% para 2,20%.
Se essas estimativas estiverem corretas, a alta dos preços ao
consumidor ficará no limite de tolerância, 4,50%, mas bem distante do
centro da meta, fixado em 3%. No mesmo intervalo, a inflação esperada
para 2025 aumentou de 3,96% para 3,98%, mas o aumento calculado para o
PIB recuou de 1,97% para 1,92%.
A evolução dos preços calculada para os dois anos parece divergir das
expectativas de avanços do PIB e do câmbio. Segundo o boletim, o dólar
projetado para os meses finais deste ano e do próximo deve ficar em R$
5,30. A taxa básica de juros deve continuar em 10,5% em dezembro de 2024
e situar-se em 9,75% um ano depois. Se os fatos confirmarem as
projeções dos juros, o Banco Central (BC) terá sido menos severo do que
têm sugerido alguns analistas do setor financeiro.
Projeções sobre câmbio, preços e juros são especialmente difíceis,
neste momento, por causa das incertezas quanto à evolução das contas
públicas. O resultado primário das contas fiscais mencionado no boletim
Focus (déficit de 0,70% do PIB nos dois anos) já é pior que o apontado
pela equipe econômica do governo. Mas o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, notoriamente inclinado à gastança, pode arruinar qualquer
estimativa, seja de sua equipe ou do pessoal do mercado.
A insegurança em relação às finanças federais é uma das causas mais
evidentes da instabilidade cambial observada no Brasil. As oscilações do
dólar são em parte explicáveis pela instabilidade internacional, mas a
relevância das incertezas domésticas é inegável. Essa insegurança é
alimentada em grande parte ? talvez pincipalmente ? por ações impulsivas
e declarações desastradas do presidente a República.
Sem mencionar o presidente, a ata do Copom cita a percepção, no
mercado, do “crescimento dos gastos públicos” e as dúvidas sobre “a
sustentabilidade do arcabouço fiscal vigente”. São evidentes a
preocupação com a gastança federal e a cobrança de maior cautela na
gestão orçamentária. Por enquanto, mantem-se a taxa básica de juros de
10,5%. Mas a advertência é clara mo final do texto: o compromisso de
levar a inflação à meta poderá envolver “ajustes futuros” no custo do
dinheiro. Em outras palavras, caberá ao presidente Lula, por meio de uma
política prudente, evitar uma nova alta dos juros.
Talvez o presidente espere da nova direção do BC, a partir do fim do
ano, maior tolerância à irresponsabilidade fiscal. Se essa expectativa
se confirmar, a conta da inflação maior será paga pelas famílias, com
maior sacrifício para as mais pobres. Isso ocorrerá, no entanto, se o
novo Copom estiver disposto a repetir os erros de política monetária
cometidos durante o período da presidente Dilma Rousseff. Isso parece
improvável. Muito mais fácil é esperar do presidente Lula escorrregões
desse tipo. Mas isso dependerá, em boa parte, da concordância do
ministro da Fazenda. Até agora, ele se tem mostrado avesso a participar
dessa eventura.
Marie Jerusalem, 62 anos, nunca se sentiu tão capaz de se adaptar às
demandas em constante mudança do mundo corporativo. “Meu corpo não é tão
ágil quanto costumava ser, mas, mentalmente, sou mais forte hoje do que
provavelmente já fui em toda a minha carreira”, ela conta à Fortune.
Aos 57 anos, Marie foi dispensada de seu papel como diretora de RH em
uma empresa de capital privado. Mas ela não estava financeira ou
emocionalmente pronta para se aposentar. Após trabalhar por alguns anos
como consultora de negócios em RH, ela fez uma mudança e lançou a
Rocket50, uma comunidade de membros e plataforma de busca por emprego
que auxilia trabalhadores mais velhos. Para colocar seu negócio em
funcionamento, ela teve que adquirir rapidamente uma série de novas
habilidades – desde atuar com inteligência artificial até criar
estratégias de marketing e mídias sociais.
Marie rejeita a noção de que pessoas mais velhas não querem aprender
novas maneiras de fazer as coisas e responsabiliza as exigências de
lançar um negócio – como adquirir novas habilidades e se envolver com
outros – por aumentar sua confiança e resiliência mental.
Frequentemente, as pessoas assumem que a mente não funciona
otimamente com a idade. Embora ocorram alguns declínios normais
relacionados à idade na velocidade de pensamento e atenção, as
habilidades de tomada de decisão e raciocínio abstrato das pessoas
podem, na verdade, melhorar com a idade, de acordo com pesquisas do
Instituto Nacional sobre Envelhecimento e do Columbia University Irving
Medical Center (CUIMC).
É uma boa notícia, já que se espera que os funcionários com 55 anos
ou mais constituam mais de um quarto da força de trabalho na próxima
década, e as pessoas estão trabalhando além da idade de aposentadoria cada vez mais, seja porque desejam permanecer engajadas ou porque finanças e deveres de cuidar de alguém tornam impossível não fazê-lo.
Independentemente do motivo pelo qual estão trabalhando, todos têm algo em comum: eles querem manter a mente afiada. Felizmente, o cérebro é
adaptável, e especialistas dizem que alguns hábitos diários podem
ajudar as pessoas a manterem a resiliência cognitiva bem na velhice.
O sono é crítico para a saúde de todos, mas é especialmente importante para o cérebro envelhecido.
“Distúrbios do sono foram associados a comprometimento cognitivo e
diminuição da função física”, diz Marie-Pierre St-Onge, PhD, diretora do
Centro de Excelência para Pesquisa do Sono e Circadiana do CUIMC.
Embora sete a nove horas de sono por noite seja o padrão-ouro, cerca
de um terço dos adultos mais velhos não atendem ao mínimo, de acordo com
um estudo publicado na BMC Public Health. Especialistas recomendam
manter um horário regular para dormir e despertar, e desenvolver uma
rotina noturna que inclua limitar o tempo de tela e envolver-se em uma
atividade calmante, além de quaisquer outras intervenções recomendadas
pelo médico.
Pesquisas também têm destacado há muito tempo o papel do exercício na
proteção da função cerebral vital. O movimento ajuda a combater a
contração relacionada à idade do hipocampo cerebral, responsável pela
memória.
Não é preciso muita atividade para ver resultados positivos: um
estudo publicado no Journal of Epidemiology and Community Health
descobriu que até mesmo 10 minutos diários de movimento moderado a
vigoroso, como caminhar rapidamente, andar de bicicleta ou fazer
trilhas, podem melhorar o processamento mental, como planejar e
completar tarefas de forma eficiente. O exercício também ajuda a reduzir
problemas de sono, como insônia.
Um amigo do bairro
Manter amizades e relacionamentos sólidos pode parecer contraditório
com o trabalho e os deveres de cuidado. No entanto, tomar um café com um
colega, fazer trabalho voluntário em sua comunidade ou organizar um
jantar em família ajudará a manter o cérebro estimulado.
“Atividade social protege contra uma variedade de
resultados negativos de saúde na velhice, incluindo declínio cognitivo,
demência e até mortalidade precoce”, diz Patricia Boyle, PhD, membro do
conselho da McKnight Brain Research Foundation e neuropsicóloga no Rush
Alzheimer’s Disease Center em Chicago. Isso pode até mesmo manter a
resiliência do cérebro diante de doenças, acrescenta ela.
Além disso, socializar, especialmente entre gerações diferentes,
expande as perspectivas das pessoas, o que revigora a mente à medida que
se consideram novas formas de pensar, explica Tara Swart, principal
neurocientista e autora de The Source: Open Your Mind. Change Your Life.
Aprendizado ao longo da vida
O cérebro continua se desenvolvendo bem na velhice. Mas o cérebro
estagna quando as pessoas não se envolvem em atividades que exigem muita
atenção, diz Swart. Lançar um negócio, como Jerusalem fez, é uma dessas
atividades, mas você não precisa fazer algo tão intenso para colher os
benefícios.
“Aprender uma nova língua ou um instrumento musical é
tão difícil que força seu cérebro a mudar”, Swart observa, fortalecendo
o funcionamento executivo e a capacidade de regular emoções e resolver
problemas complexos.
Até mesmo desfrutar passivamente das artes pode
servir como um impulso cerebral. O novo campo da neuroestética sugere
que qualquer coisa, desde ouvir uma ópera até assistir a um balé ou
observar uma pintura, pode melhorar a atenção e, em última análise,
prolongar o tempo de vida de alguém. “Essas formas de beleza têm um
impacto realmente benéfico sobre nós”, diz Swart.
Um novo olhar sobre o envelhecimento
Pesquisas da Harvard T.H. Chan School of Public Health descobriram que pessoas que têm uma visão positiva do envelhecimento tendem a viver mais e a ter melhor saúde física e cognitiva.
Maddy Dychtwald, autora de Ageless Aging, diz que há uma
série de aspectos positivos que acompanham a escalada da escada
cronológica, como sabedoria e autoaceitação. “Temos um poder que nunca
pensamos ter antes”, diz ela.
Lesley Steinman, cientista de pesquisa no centro de pesquisa de
promoção da saúde na Universidade de Washington, adverte contra o uso de
termos ultrapassados, como “tsunami prateado”, que perpetuam
estereótipos negativos sobre o envelhecimento.
Pesquisadora do Programa para Encorajar Vidas Ativas e
Recompensadoras (PEARLS), Steinman ajuda adultos mais velhos a
permanecerem engajados e a desempenharem um papel ativo na maneira como
envelhecem. “As pessoas muitas vezes se surpreendem ao descobrir que há
bastante coisa que podem fazer, mesmo que ainda existam questões
sistêmicas e estruturais dificultando suas vidas”, diz ela.
Pensar positivamente também pode ajudar a aliviar problemas de saúde mental,
como depressão – uma preocupação latente para adultos mais velhos que
podem estar enfrentando desafios de saúde ou lidando com perda e luto.
Hábitos como dormir bem, fazer exercícios e pensar positivamente
podem ajudar a reduzir o estresse e a depressão, o que, por sua vez,
pode aprimorar o desempenho cognitivo.
Marie Jerusalem não tem planos de se aposentar tão cedo. Ela acorda
todos os dias ansiosa para aprender e interagir com trabalhadores mais
velhos. Ela diz que no momento em que perder a motivação, tentará algo
novo. “Encontre sua paixão e permaneça engajado pelo tempo que puder,
porque é isso que realmente faz você se sentir vivo”, diz ela.
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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O governo de Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) alterou as regras de financiamento do Minha Casa, Minha Vida para
desestimular a compra de imóveis usados pelo programa.
Agora, o financiamento para famílias da faixa 3 -renda bruta entre R$
4.400 e R$ 8 mil- deve ser de até 70% do valor do imóvel nas regiões
Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país. A taxa para as regiões Sul e
Sudeste passa a ser de 50%.
Até o início do ano, a parcela financiável era 80% do valor do
imóvel. Depois, o governo já tinha publicado uma instrução normativa
para que esse percentual ficasse entre 70% e 80% no Sul e no Sudeste,
dependendo da renda familiar.
O valor de venda máximo do imóvel usado da faixa 3 também foi
reduzido, ficando limitado a R$ 270 mil. Até o momento, esse valor era
de R$ 350 mil.
Com a medida desta terça, a cota máxima de financiamento de usados no
programa Pró-Cotista (voltado a quem tem recursos no FGTS) também
diminui -de 60% para 50%. As mudanças foram publicadas no Diário Oficial
da União pelo Ministério das Cidades nesta terça-feira (6).
O governo federal já havia sinalizado a intenção de limitar a compra
de imóveis usados pela faixa 3 do Minha Casa, Minha Vida, com o objetivo
de permitir que o orçamento do FGTS (fundo de garantia) seja
direcionado principalmente para a aquisição de imóveis na planta, em
construção ou recém-construídos, que têm maior geração de empregos.
Em reunião do conselho curador do FGTS em julho, o
secretário-executivo do Ministério das Cidades, Helder Melillo, afirmou
que é preciso “tomar medidas para que a execução dos imóveis usados caia
de maneira significativa” para privilegiar a contratação de
financiamentos dos imóveis novos.
Com o objetivo de alcançar uma contratação recorde no FGTS neste ano
(550 mil unidades habitacionais), o Ministério das Cidades estabeleceu
novas regras para realocar recursos do fundo no final de abril deste
ano, direcionando mais verbas para os financiamentos de famílias com
renda de até R$ 4.400, que se enquadram na faixa 2 do programa
habitacional.
Elson Póvoa, representante da CNI no conselho do FGTS, afirmou em
julho que a média de 2014 até 2022 do percentual de aplicação do fundo
nos imóveis usados ficou na faixa de 12%. Mas, em 2023, subiu para 29%
e, em 2024, para 32%.
“Nós não podemos deixar o usado desenfreado e prejudicar o
financiamento dos novos. Senão nós vamos ter um problema muito sério
agora no final do ano, que é exatamente o financiamento dos novos”,
disse, na época.
Ives Gandra da Silva Martins é professor emérito das universidades
Mackenzie, Unip, Unifieo, UniFMU, do Ciee/O Estado de São Paulo, das
Escolas de Comando e Estado-Maior do Exército (Eceme), Superior de
Guerra (ESG) e da Magistratura do Tribunal Regional Federal – 1ª Região,
professor honorário das Universidades Austral (Argentina), San Martin
de Porres (Peru) e Vasili Goldis (Romênia), doutor honoris causa das
Universidades de Craiova (Romênia) e das PUCs PR e RS, catedrático da
Universidade do Minho (Portugal), presidente do Conselho Superior de
Direito da Fecomercio -SP, ex-presidente da Academia Paulista de Letras
(APL) e do Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp).
O recente episódio da farsa eleitoral venezuelana trás, novamente, à
baila a discussão concernente a dois aspectos essenciais destes regimes
que ainda florescem no mundo e tentam se reerguer em outros países, que
lutam por permanecer como democracias.
A tragicomédia da Venezuela principiou com a negativa da candidatura
da opositora com mais condições de governar o país e o impedimento por
“problemas operacionais” da máquina chavista que não estava apta a
receber a segunda candidata no prazo da inscrição. Quando o prazo já
tinha terminado, disseram que não poderiam receber o registro da
candidatura.
Tal manobra não impediu que se unissem forças opositoras em torno de
um diplomata, sendo que a apuração dos poucos votos auditados com
respectivas atas demonstravam sua vitória esplendorosa, obrigando o
títere governante a interromper o acesso da oposição à apuração. Mais
uma das inúmeras formas que as ditaduras de esquerda encontram para
manterem-se no poder.
Na ditadura cubana, para conseguir o poder, Fidel matou milhares de
cubanos em paredons, instalando a mais antiga ditadura da América. O
Brasil de Lula e Dilma financiou obras de elevado valor naquele país,
dívida contraída que jamais foi adimplida pelos ditadores da ilha
caribenha.
Na União Soviética, em número de mortes Stalin suplantou Fidel,
elevando os assassinatos de seus opositores de milhares para dezenas de
milhares. Putin reduziu o número de assassinatos, mas como ditador
expansionista,travou uma guerra de conquista contra a Ucrânia, prendendo
e eliminando aqueles que se opõem a seu governo.
Ortega não fica atrás como ditador, eliminando ou prendendo adversários e mantendo uma cruel tirania sobre seu povo.
Por fim, a China, desde o massacre da Praça da Paz, tem sido mais
discreta na eliminação de adversários, sendo que aqueles que desaparecem
não se sabe onde se encontram: se em algum lugar ou embaixo da terra.
Uma das características desses governos, é o fracasso econômico, como
é possível verificar na Venezuela, Cuba e Nicarágua, por força da
corrupção reinante, do narcotráfico presente e de não entenderem as
regras da economia de mercado, que fizeram todos os países desenvolvidos
não serem de esquerda.
A Rússia mantém-se graças ao apoio da China, por onde escoam suas
mercadorias, em face de sanções econômicas que sofre pela guerra contra a
Ucrânia. A China, uma ditadura de esquerda na política, por sua vez, é
um dos países que ainda adota o capitalismo selvagem, suas regras,
gerando impactos e protestos pelo mundo.
No Brasil, o presidente Lula que, em seus dois primeiros mandatos foi
um homem pragmático, neste terceiro tornou-se um ideológico de
esquerda, mantendo com as cinco ditaduras relações de cordialidade e
discreto apoio. Alega interesses comerciais que, todavia, independeriam
da exteriorização de simpatia. Em verdade, sua preferência, embora
negue, é por tais regimes, o que fica mais claro em suas diversas
manifestações ora de admiração, ora de silêncios comprometedores ou
tímidas manifestações de preocupação.
O certo é que a fraude eleitoral venezuelana desventrou para o mundo
esta característica maior dos governos ditadores de esquerda, ou seja, a
mentira como forma de se manter o poder, levando até mesmo a OEA,
países europeus e inúmeros países da América a considerarem fraudulento e
inadmissível o “golpe” eleitoral de Maduro.
Termino este artigo com uma frase de Roberto Campos sobre as eleições
nas ditaduras de esquerda: “nestes governos não têm que se ganhar as
eleições, mas sim ganhar as apurações”.
História de Célia Froufe e Fernanda Trisotto – Jornal Estadão
BRASÍLIA – A ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central,
divulgada nesta terça-feira, 6, reforçou que a autoridade monetária não
“hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da
inflação à meta se julgar apropriado”.
“O cenário marcado por projeções mais elevadas e mais riscos para a
alta da inflação é desafiador, e o comitê avalia que o desenrolar do
cenário será particularmente importante para definir os próximos passos
de política monetária”, diz trecho do documento.
O comitê defendeu que a manutenção da Selic em
10,50% ao ano, de maneira unânime, na semana passada, é compatível com a
estratégia de convergência da inflação para o redor da meta, de 3% em
2024. Segundo o Copom, a melhor estratégia é manter a taxa de juros por
um tempo suficientemente longo, para levar a inflação à meta.
O BC indicou que a projeção para o Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA), no cenário de referência para 2024, está em
4,2% e, para 2025, em 3,6%. No comunicado e na ata, a autoridade
monetária não indica qual será o ritmo de corte de juros na próxima
reunião, marcada para 17 e 18 de setembro.
A avaliação é que a política monetária se manterá contracionista por
tempo suficiente em patamar que não só consolide o processo
desinflacionário como também a ancoragem das expectativas.
“O comitê, unanimemente, optou por manter a taxa de juros inalterada,
destacando que o cenário global incerto e o cenário doméstico marcado
por resiliência na atividade, elevação das projeções de inflação e
expectativas desancoradas demandam acompanhamento diligente e ainda
maior cautela”, diz o documento.
O Copom destacou que os riscos para o cenário inflacionário são a
desancoragem das expectativas de inflação por período mais prolongado; a
maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função
de um hiato do produto mais apertado; e a conjunção de políticas
econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário. Nesse
caso, foi citado como exemplo uma taxa de câmbio persistentemente mais
depreciada — o que tem ocorrido no Brasil.
A ata pontua que, sem prejudicar o objetivo de assegurar a
estabilidade de preços, a decisão também implica suavização das
flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego.
A ata reitera que o comitê se manterá vigilante e eventuais ajustes
futuros na taxa de juros “serão ditados pelo firme compromisso de
convergência da inflação à meta”.
O colegiado ainda destaca que a conjuntura atual tem um processo
desinflacionário que tende a ser mais lento, com a ampliação da
desancoragem das expectativas de inflação e um cenário global
desafiador. Essa conjuntura demanda serenidade e moderação na condução
da política monetária.
Política fiscal
A ata ressalta que o Copom monitora com atenção a política fiscal. O
documento destaca que a percepção recente do mercado traz impactos
relevantes em ativos e nas expectativas.
“Notou-se que a percepção mais recente dos agentes de mercado sobre o
crescimento dos gastos públicos e a sustentabilidade do arcabouço
fiscal vigente, junto com outros fatores, vem tendo impactos relevantes
sobre os preços de ativos e as expectativas. O comitê reafirma que uma
política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida
contribui para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução
dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente
impactando a política monetária”, diz a ata.
O colegiado reitera que políticas monetária e fiscal síncronas e
contracíclicas “contribuem para assegurar a estabilidade de preços e,
sem prejuízo de seu objetivo fundamental, suavizar as flutuações do
nível de atividade econômica e fomentar o pleno emprego”.
A ata também reforça a visão de que o esmorecimento no esforço de
reformas estruturais e disciplina fiscal, o aumento do crédito
direcionado e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública têm o
potencial de elevar a taxa de juros neutra da economia.
Mudança de tom
A menção à possibilidade de alta de juros deixou o documento com um
tom mais hawkish (agressivo) do que o comunicado de semana passada, na
avaliação do economista do ASA Leonardo Costa. “O Copom vê no modelo
dele que as duas principais condicionantes de inflação, o câmbio e as
expectativas, estão piores”, cita Costa, pontuando que, caso não haja
melhora desses vetores, o Copom deverá elevar a Selic.
“O comitê, unanimemente, reforçou que não hesitará em elevar a taxa
de juros para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar
apropriado”, escreveu o colegiado na ata. O uso do termo “unanimemente”,
acrescenta Costa, ainda serviu para “sanar” um ruído gerado na reunião
de maio do comitê, quando a decisão dividida nos votos desagradou o
mercado financeiro.
Na avaliação de Costa, o texto da ata, de maneira geral, mostrou o
Copom tentando “ganhar tempo”, antes de tomar qualquer decisão. O ASA
prevê Selic estável em 10,5% até o final de 2025, mas o viés é de alta.
Entre os pontos da ata divulgada nesta terça, o economista do ASA
ainda destaca que o colegiado “tentou endereçar” algumas questões, como a
grande volatilidade dos mercados globais. “Não acho que a ata esteja
velha (por conta dos últimos dados mais fracos de atividade nos Estados Unidos). O mercado já melhorou um pouco hoje (terça, 6) e segue bastante dinâmico. A volatilidade está muito grande, e o Copom tenta endereçar isso”, disse Costa.
Para a equipe de macroeconomia da XP Investimentos, a ata reforçou a
visão de que a chance de algum aperto adicional na política monetária,
ou seja, elevação da taxa Selic, “está subindo”. A avaliação é que o
documento do BC repetiu o tom mais conservador apresentado na semana
passada.
A corretora, contudo, também continua prevendo em seu cenário-base
que o juro não deve subir, mantendo-se em 10,5% até o final de 2025,
“especialmente se a economia global se enfraquecer mais do que o
antecipado”.
Na avaliação da XP, a ata esclareceu alguns pontos que haviam ficado
“incertos” no comunicado da semana passada, como a discussão sobre o
balanço de riscos para a inflação estar assimétrico ou não. “Em todos os
casos, a ata esclareceu os pontos no sentido mais conservador (hawkish)”, diz a XP.
Já para a economista do BNP Paribas Laiz Carvalho, a ata veio bem
mais dura do que o comunicado da semana anterior. Para ela, o documento
traz elementos que já eram esperados pelo mercado e, por isso, será bem
recebida.
Segundo ela, o parágrafo mais importante do comunicado é o que aponta
para dois possíveis cenários dos próximos passos que serão tomados na
política monetária. “Por um lado, essa estratégia pode ser de manter a
taxa de juros parada por mais tempo, para fazer com que a inflação no
horizonte de tempo relevante convirja para os 3% (da meta)”,
indica Laiz. “Ou, por outro lado, o comitê unanimemente reforçou que não
hesitará em elevar a taxa de juros para segurar a convergência da
inflação à meta”, destaca.
Outro fator da ata ressaltado pela economista do BNP Paribas é a
observação de que existem discussões dentro do BC sobre o balanço de
riscos assimétrico. O mercado já tinha expectativas da alteração do
balanço de riscos para assimétrico, no entanto, a mudança não foi feita
ainda. Segundo a economista, o documento indica que, caso os movimentos
vistos agora continuem de forma persistente, isso exigirá alguma ação do
Banco Central./Com Daniel Tozzi Mendes e Anna Scabello
Especialistas dão dicas de como empreendedores podem aproveitar a data para incrementar vendas no digital
O Dia dos Pais é uma importante data para o varejo, o volume de
vendas de 2024 deverá alcançar R$ 7,7 bilhões, um avanço de 4,7% em
relação à mesma data de 2023. As projeções foram divulgadas pela
Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Se
preparar para a data com antecedência permite que as marcas organizem
seus estoques para melhor atenderem aos consumidores, especialmente os
que pensam em comprar on-line. Segundo a pesquisa “Mega Sales Days – Dia
dos Pais”, estudo online encomendado pela Meta com entrevistas
realizadas pela Nodus com mil brasileiros usuários de internet em maio
deste ano, 79% planejaram comprar o presente para o Dia dos Pais com
antecedências de alguns dias ou até semanas.
Planejamento é a chave para o sucesso
De acordo com Bruna Guinami, Head de Agência e Sucesso da Uappi,
empresa especializada em tecnologias para e-commerce, é importante que
as marcas analisem as oportunidades e já comecem se organizar para a
data: “Quando conseguimos olhar para data de forma estratégica podemos
compreender qual o comportamento do nosso público e posicionar produtos e
ofertas. Temos números relevantes que dizem que 59% dos consumidores
gostariam de usar o celular para fazer as compras de Dia dos Pais, a sua
empresa tem uma plataforma de vendas adaptada para mobile?”, questiona.
Outro ponto é a velocidade na entrega, uma das grandes objeções de
quem ainda tem receio das compras on-line. “Mais de 40% dos consumidores
afirmaram que pagariam mais para que suas compras de Dia dos Pais
fossem entregues em até 24h. Essa é uma oportunidade para empresas
firmarem parcerias com centros logísticos que permitam a execução desse
prazo”, completa.
Kits e roupas estão na mira do consumidor
A pesquisa Mega Sales Days também trouxe informações importantes
sobre as preferências dos consumidores: “O estudo afirma que 64% dos
entrevistados gostariam de presentear os pais com kits. A partir dessa
perspectiva, as marcas já podem montar opções prontas de conjuntos de
itens, o que facilita a vida de quem está comprando”, explica Bruna.
Entre os produtos os mais citados são as roupas e acessórios (58%),
perfumes (37%), roupa, calçados e acessórios esportivos (25%) e
eletrônicos (11%).
Anunciar é preciso
Em um mercado com tantas opções, ganham as empresas que conquistam o
consumidor. Um dos meios para isso é a realização de anúncios
publicitários direcionados. Mais da metade dos consumidores que
compraram presentes para a data em 2023 dizem que lembram de ter visto
anúncios antes da compra. Além disso, 34% usam sites que rastreiam e
monitoram preços, 27% seguem perfis de promoção no Instagram e 12%
acompanham resenhas e avaliações de criadores de conteúdo. “As gerações
que estão presenteando os pais hoje estão muito conectadas, alguns já
nasceram nativos digitais. Por isso, as marcas devem estar presentes no
contexto digital, se adaptando às necessidades desses consumidores, mas
atendendo às vontades dos seus pais, que muitas vezes, são consumidores
mais velhos. Ou seja, cabe às marcas entenderem esse ambiente, fidelizar
seus clientes e facilitar o processo de compras para os filhos”,
conclui.
UM MARKETPLACE DIGITAL IGUAL AO DA STARTUP VALEON PODE AJUDAR QUALQUER NEGÓCIO?
Moysés Peruhype Carlech e Fernanda – Jet.
Sim e podemos ajudar muito a alavancar as suas vendas e tornar a sua
empresa mais competitiva no mercado se forem utilizados os serviços da
Startup Valeon e temos a certeza que vamos melhorar o seu posicionamento
digital e utilizando uma boa estratégia comercial podemos trazer
retorno financeiro para a grande maioria dos negócios das empresas da
nossa região do Vale do Aço, afinal de contas, já atingimos a marca de
mais de 100.000 acessos.
O sucesso do modelo dos marketplaces está
expresso nos números registrados no último ano: o crescimento em 2020
chegou a 52%, acima dos 41% do segmento de e-commerce.
Essas informações foram apuradas pela E-bit/Nielsen, que também
indica que o total de pedidos do marketplace chegou a 148,6 milhões, um
crescimento de 38% em relação a 2019, o que resultou em um faturamento
de R$ 73, 2 bilhões para o segmento.
A atenção recebida pelos “shoppings virtuais” tem razão de ser. São
gerenciados por empresas que arcam com a parte operacional e, com isso,
as lojas cadastradas podem se dedicar ao cuidado de suas páginas e às
ofertas de produtos.
Para quem tem um e-commerce, os marketplaces devem ser vistos como uma oportunidade reforçar as estratégias de vendas.
Outro fator importante é a possibilidade de ampliar seus pontos de
interação com o cliente, o que atende ao comportamento omnichannel do
público.
Porém, para aproveitar melhor as possibilidades, é importante que
você saiba quais são as vantagens do marketplace e como ele pode
auxiliar o desenvolvimento do seu negócio.
1- Otimização dos recursos
A estruturação de um e-commerce não é simples. E, por mais que você
faça tudo certo, os resultados precisam de tempo para serem
consolidados.
Ao integrar a sua loja a um marketplace, esse processo é facilitado.
Ao mesmo tempo em que trabalha para fortalecer a sua marca, o lojista
tem como expor seus produtos num canal que já conta com uma audiência
significativa.
Basta que o lojista negocie e pague a mensalidade do marketplace para
que possa começar a negociar seus produtos ou serviços. Além disso,
essas operações oferecem expertise, tráfego, visitação e mídia para que
seus parceiros possam desenvolver seus negócios.
2- Alcance de clientes
Desenvolver uma loja virtual própria e recorrer às redes sociais para
divulgar produtos ou serviços requer um trabalho de divulgação para
alcançar um número maior de clientes.
Com o marketplace, esse trabalho ganha ainda mais abrangência e, com
isso, é possível gerar um fluxo maior de consumidores, uma vez que há
modelos próprios de divulgação, o que acaba favorecendo as empresas que o
integram.
Além disso, esses “shoppings virtuais” , como o da Startup Valeon,
não divide os custos de marketing com os seus parceiros custeando ele
próprio o processo de aquisição de clientes nas redes sociais.
3- Volume de dados
Os marketplaces têm o costume de oferecer aos seus parceiros diversos
dados sobre as suas vendas e seus desempenhos dentro da plataforma e
faz métricas diárias das consultas dos seus clientes.
Essas informações são bastante estratégicas para qualquer empresário que deseje desenvolver o seu comércio online e melhorar o seu desempenho na internet.
Isso porque conseguem planejar suas ações, promoções e precificar
produtos e serviços com mais eficiência, o que aumenta as chances de
converter os visitantes do marketplace em seus clientes.
4- Integração com outras ferramentas
Muitos empresários podem acreditar que ao entrar para um marketplace
não poderá usar suas ferramentas digitais favoritas: CRMs, software de
preços ou inventários.
Porém, não existe essa limitação e as empresas podem seguir usando seus mecanismos de otimização de resultados.
É possível explorar tantos as informações fornecidas pelos
marketplaces quanto os dados gerados pelos seus mecanismos de gestão e
controle, o que pode fortalecer ainda mais suas estratégias online.
5- Aumento de vendas
Com uma estrutura corretamente desenvolvida, processos de divulgação
bem construídos e apoio aos parceiros, os marketplaces conseguem atrair
um bom volume de visitantes para o seu site.
Quanto maior a exposição de produtos ou serviços, maior são as
chances de aumentar as suas vendas. É preciso apenas que as lojas online
saibam trabalhar seus produtos ou serviços na internet e convencer os
consumidores de que conta com as melhores mercadorias e preços.
6- Diversificação de público
Com um número maior de pessoas tendo contato com seus produtos ou
serviços, há possibilidade que alcance consumidores que, em um primeiro
momento, não conseguiria atingir.
Isso favorece não apenas as suas vendas, mas também estimula os
lojistas a buscarem novos produtos ou desenvolverem novos serviços para
atender a sua nova demanda.
Esse processo é essencial para que as empresas ganhem mercado e busquem constantemente o seu desenvolvimento.
Agora que você já sabe quais as vantagens do marketplace, que tal
descobrir como eles podem auxiliar no crescimento dos pequenos negócios?
Marketplace e o crescimento das empresas
Construir um modelo próprio de venda online é um desafio para as empresas, porém pode ser bastante recompensador.
Em 2020, o setor teve um crescimento de 41% se comparado com o ano
anterior e a expectativa é de que siga alcançando bons resultados em
2022, até em razão da aceleração do processo de transformação digital.
Dessa forma, com um trabalho bem-feito, as empresas podem conquistar
boa margem de lucro com o comércio eletrônico. Afinal, o perfil do
consumidor tem mudado e ficado aberto às compras online.
Mas, para isso, é necessário utilizar um site como a da Startup
Valeon que ofereça boa experiência para os consumidores e conte com
estrutura logística e capacidade de estoque para dar conta do trabalho.
O marketplace é uma opção que pode potencializar ainda mais um
comércio eletrônico, pois conta com um modelo de negócio estruturado e
testado.
Assim, empresas de qualquer setor conseguem melhorar o desempenho de
seus e-commerces ao estabelecer mais um canal de divulgação e venda.
Para aproveitar melhor as oportunidades, é importante contar com as ferramentas adequadas para fazer a gestão da operação.
Exemplo disso é a plataforma comercial
da Startup Valeon, que tem suas páginas desenvolvidas justamente para
conectar a sua loja aos principais consumidores do mercado.
Com isso, além de ter todo o suporte necessário para destacar seus
produtos na internet, o lojista tem como gerenciar todo o universo
envolvido com as suas vendas online, seja na loja própria ou no
marketplace.
Num único local, por exemplo, pode fazer a gestão de estoque, o que
evita a perda de clientes pela falta do produto. O e-commerce é uma
modalidade de negócio que deve seguir ganhando espaço e conquistando
novos clientes. O empresariado deve ficar atento a esse mercado e
aproveitar as vantagens do marketplace para aumentar a sua presença
online e ter acesso facilitado a uma base sólida de usuários.
Nossos contatos: Fones: (31) 3827-2297 e (31) 98428-0590 (WApp)
No último dia 23, o presidente Lula disse que o imposto sobre herança
nos Estados Unidos é de 40%. A declaração foi durante discurso na
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Entretanto, a informação
não é correta.
Nos Estados Unidos, o tributo é chamado, na tradução livre, de
“imposto sobre o espólio” (estate tax) e existe uma isenção federal de
até US$ 13,6 milhões (R$ 78,23 milhões na cotação atual) por pessoa. Com
isso, se a herança atinge até esse valor, a tributação sobre o
patrimônio é zero.Leia também
No entanto, a advogada Camila Abrunhosa Tápias, da Utumi Advogados,
explica que o limite de isenção é ajustado anualmente de acordo com a
inflação.
Daniel Toledo, advogado especialista em direito internacional da
Toledo Advogados Associados, explica que nos EUA o sistema de tributação
sobre morte e herança é dividido em dois tipos. Há o Imposto sobre
Patrimônio (Estate Tax) e o Imposto sobre Herança (Inheritance Tax).
O Estate Tax é um tributo cobrado sobre o valor total dos bens e
propriedades do falecido antes da distribuição aos herdeiros. O imposto é
pago pelo espólio do finado antes da divisão dos bens.
Nos dados mais atuais, de 2024, há uma isenção federal de US$ 13,62
milhões para indivíduos (ou US$ 27,24 milhões – R$ 156,69 milhões – para
casais). Isso significa que apenas o valor que excede esse limite está
sujeito ao imposto sobre patrimônio federal. A taxa máxima da tributação
sobre patrimônio federal é de 40% sobre o valor que excede a isenção.
“Alguns estados nos EUA também cobram seus próprios impostos sobre
patrimônio, como Nova York, Massachusetts, Oregon e Washington”, enumera
Toledo. Segundo ele, cada federação pode ter suas próprias alíquotas.
Atualmente, o Estate Tax é exigido por 12 estados e pelo Distrito de
Columbia, onde as alíquotas progressivas mencionadas anteriormente
partem de 18%, chegando a 40%.
Já o Inheritance Tax é cobrado sobre a parte que um herdeiro recebe
do patrimônio do falecido. É pago pelos descendentes que recebem a
propriedade, e não pelo espólio. Apenas seis estados impõem um imposto
sobre herança: Iowa, Kentucky, Maryland, Nebraska, Nova Jersey e
Pensilvânia.Escolhas do editor
“Cada um desses estados tem suas próprias regras e taxas, que variam
conforme o grau de parentesco do herdeiro com o falecido. Muitas vezes,
os cônjuges e, em alguns casos, os filhos do falecido são isentos ou têm
taxas reduzidas”, diz Toledo.
Nas últimas duas décadas vários locais que tinham imposto sobre
herança reduziram a tributação devido à migração de pessoas daquele
estado para outro mais vantajoso, co
Além disso, há a possibilidade das pessoas usarem estratégias de
planejamento sucessório para minimizar a carga tributária. É o caso da
criação de trusts , doações anuais abaixo da exclusão, e outros veículos
legais para proteger o patrimônio.
Um dos temas de maior interesse na sociedade em meio à regulamentação da reforma tributária é o imposto sobre heranças.
As maiores transformações nesse tipo de tributação devem ficar para uma
outra reforma, a de renda, ainda a ser encaminhada. A atual, em
regulamentação no Congresso, é direcionada ao consumo. Porém, ainda
assim, a transmissão de bens para herdeiros não escapará de ser
impactada pela atual reforma.
As negociações políticas e a necessidade do governo federal de obter
apoio à proposta abriram caminho para que Estados e municípios pegassem
“carona” na reforma atual para antecipar algumas mudanças na taxação do
patrimônio, que é de competência de governadores e prefeitos, a fim de
aumentar seu potencial de arrecadação.
Assim, a PEC da reforma tributária já traz mudanças na tributação de
herança – com alguns pontos ainda estão em aberto na fase de
regulamentação.
Appy afirmou que, do ponto de vista técnico, é correta a cobrança de
imposto sobre herança inclusive em investimentos de previdência privada –
retirada de projeto após repercussão negativa Foto: WILTON
JUNIOR/ESTADÃO
Saiba mais sobre o ITCMD
A reforma determina que o Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e
Doação (ITCMD), de competência dos Estados, passe a ser progressivo em
relação ao valor da transmissão. Ou seja: quanto maior o montante
recebido pelo herdeiro ou beneficiário da doação, maior a alíquota
aplicada. O Estado também pode optar por criar uma faixa de isenção e
realizar uma cobrança única acima desse patamar.
Em todos os casos, porém, a alíquota máxima não pode ultrapassar 8%. A
eventual mudança desse teto, por exemplo, teria de ser feita na próxima
reforma tributária, a de renda, que ainda depende do envio de um
projeto para o Congresso.
Mesmo antes da PEC, o Distrito Federal e 14 Estados já contavam com tributações progressivas (veja tabela abaixo).
Outros 12 ainda não ajustaram as legislações, mas a expectativa é de
que o façam em breve. As modificações, porém, não terão efeito imediato –
ou seja, se aprovadas neste ano, só valeriam em 2025.
Há, ainda, a regulamentação da cobrança do ITCMD sobre heranças e
doações no exterior – barrada pelo STF em 2021 devido à falta de
legislação nacional. À época do julgamento, a Secretaria da Fazenda e
Planejamento de São Paulo estimou uma perda de arrecadação de R$ 5,4
bilhões em um período de cinco anos, devido à impossibilidade da
taxação.
Agora, a reforma vai além e prevê regulamentar a incidência do
imposto também para os chamados “trusts”, mecanismos usados pelos
super-ricos para proteger o patrimônio no exterior e reduzir a
incidência de tributos nos investimentos.
Essa taxação ocorreria em três hipóteses, não cumulativas:
falecimento do instituidor; doação, se ocorrida durante a vida do
instituidor; ou no caso de o instituidor abdicar, em caráter
irrevogável, ao direito sobre uma parcela do patrimônio. Trata-se de uma
tentativa da equipe econômica de seguir fechando o cerco tributário aos
trusts, que já tiveram as regras para o Imposto de Renda modificadas em
2023.
Imposto sobre plano de previdência
O grupo de trabalho do segundo texto de regulamentação da reforma
tributária, que deve ser votado na Câmara em agosto, colocou em votação
um imposto de herança sobre planos de previdência privada, como PGBL e
VGBL. O parecer do grupo estabelece uma atenuante: os investidores que
ficarem mais de cinco anos no VGBL, a contar da data do aporte, serão
isentos do ITCMD. Para o PGBL não valerá essa regra – ou seja, eles
seriam tributados independentemente do prazo.
O objetivo dessa regra temporal é evitar que as pessoas físicas
migrem suas aplicações para fundos VGBL apenas com fins sucessórios, com
a estratégia de burlar a tributação estadual.
Alguns Estados, como Minas Gerais, já fazem esse tipo de cobrança,
mas falta uma regra unificada nacionalmente, e sobram questionamentos na
Justiça. Em Minas, VGBL e PGBL são taxados independentemente do prazo
da aplicação. Rio de Janeiro, por sua vez, cobra apenas sobre os PGBLs, e
não sobre os VGBLs, enquanto São Paulo não taxa nenhum dos dois.
Em entrevista ao Estadão/Broadcast, secretário
extraordinário de reforma tributária, Bernard Appy, afirmou que a
cobrança de imposto sobre herança em investimentos de previdência
privada é correta do ponto de vista técnico.
“É um ativo que está sendo deixado como herança. Uma coisa é o seguro
de vida mesmo: aquele que pago um pouco todo mês e se, eu morrer, a
família recebe um valor alto. Esse não faz sentido ter cobrança de
imposto de herança e doação. Outra coisa é o VGBL. É uma aplicação
financeira e tem de pagar imposto sobre herança”, afirmou Appy.
O parecer dos deputados também especifica, como previa a Fazenda, que
a tributação incidirá apenas sobre os planos que visem ao planejamento
sucessório — ou seja, que tenham natureza de aplicação financeira, e não
de seguro.
Dessa forma, o que se tratar de cobertura de risco não será taxado,
por ter caráter securitário. Atualmente, parte dos planos de previdência
tem contrato misto, incluindo um componente de seguro, como indenização
por morte ou invalidez. Essas indenizações, portanto, ficarão isentas.
O contrato do plano já distingue o aporte acumulado ao longo dos anos
do valor de uma eventual indenização – e é nisso que a tributação vai
se basear. Por exemplo: se o pai falecido acumulou R$ 1 milhão em
aportes em um VGBL, e a indenização pela sua morte é de R$ 2 milhões, o
filho pagará ITCMD sobre R$ 1 milhão. Os R$ 2 milhões da indenização
ficarão isentos do tributo estadual
BRASÍLIA – O governo federal pagou R$ 83,4 mil reais em passagens para possibilitar a ida da primeira-dama Rosângela da Silva, a “Janja”, para a abertura da Olimpíada de Paris. O custo foi o segundo mais alto entre todos os funcionários da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no mês de julho.
A primeira-dama Rosângela da Silva, a “Janja”, durante a Olimpíada de Paris Foto: @janjalula via X (antigo Twitter)
De acordo com o Painel de Viagens do Ministério da Gestão e da
Inovação em Serviços Públicos, foram emitidas duas passagens em nome da
primeira-dama. O Estadão procurou a Secretaria de Comunicação Social da Presidência, mas não obteve retorno.
O custo de passagens com Janja só foi menor do que Gilmar da Cunha
Trivelato, que é um pesquisador da Fundação Jorge Duprat Figueiredo, de
Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro). Trivelato teve uma
passagem de R$ 94,6 mil pagas pelo governo em julho.
O custo dos bilhetes aéreos de Janja foi maior do que as passagens
usadas por Celso Amorim, assessor especial da Presidência para Assuntos
Internacionais. Amorim teve quatro passagens pagas pelo erário que
juntas custaram R$ 75,5 mil no total.
Além de participar da abertura dos jogos, ela foi recepcionada pelo presidente da França, Emmanuel Macron,
e a primeira-dama, Brigitte Macron. Janja também se encontrou com
ministros brasileiros, prefeitos de cidades de diversos países, bancos e
financiadores.
BRASÍLIA – O Tribunal de Contas da União (TCU) decide
nesta quarta-feira, 7, se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
precisará devolver o relógio Cartier de R$ 60 mil que ganhou de
presente, em 2005, durante uma viagem à França.
O plenário será dividido em duas ou até mesmo três posições. A
decisão tem potencial para virar munição política para lulistas ou
bolsonaristas, a depender do resultado. Segundo disse um ministro da
Corte ao Estadão, vai ser um “barata-voa” na sessão de quarta.
Lula usa relógio Cartier de R$ 60 mil durante live no Planalto Foto: Ricardo Stuckert/PR
O ministro Walton Alencar, por sua vez, irá apresentar um voto
divergente e deverá mandar todo mundo devolver os presentes de luxo,
incluindo Lula.
A incógnita paira sobre a posição dos ministros considerados
bolsonaristas (ou do Centrão). São os casos de Jorge Oliveira, Augusto
Nardes e Jhonatan de Jesus. Ainda não está claro se eles apresentarão um
terceiro voto, com a tendência de livrar Lula para também livrar
Bolsonaro num futuro próximo, ou se seguirão Anastasia ou Walton
Alencar.
Em seu voto, o ministro Walton Alencar, que foi o relator do processo
de Lula em 2016, acrescentou que presentes valiosos pertencem à União. O
Cartier, contudo, não foi devolvido. O acórdão foi considerado cumprido
por duas vezes, em 2019 e em 2020.
Relógio de pulso da marca Cartier, com pulseira em couro preto, fecho
em ouro branco 18K e prata 750. Coroa arrematada com uma padra azul
lapidada, safira. Foto: Reprodução
No parecer da área técnica feito no processo que será discutido nesta
quarta-feira, a auditoria reforçou o entendimento de que presentes de
luxo, mesmo personalíssimos (como é o caso de um relógio), devem ser
devolvidos à União. No entanto, acrescentou que a regra não poderia ser
aplicada retroativamente no caso de Lula. Isso porque o próprio tribunal
considerou cumprido por duas vezes o acórdão que decidiu sobre os
presentes do petista.
A representação ao TCU foi feita pelo deputado federal Sanderson
(PL-RS). O parlamentar fez referência, no pedido, a um relógio Piaget,
avaliado em R$ 80 mil. Esse relógio, no entanto, não consta na lista de
presentes oficiais, e a área técnica do TCU entendeu não ter escopo para
avaliá-lo.
A informação da equipe do Palácio do Planalto contradiz uma versão
anterior de Lula apresentada por duas reportagens publicadas pela
imprensa em 2022.
Segundo uma publicação do Metrópoles e outra da Folha de S. Paulo,
Lula disse a aliados durante um evento no Rio de Janeiro, em março
daquele ano, que ganhou o relógio de presente quando era presidente.
Neste caso, Lula deveria ter declarado o bem no sistema da Presidência —
o que não ocorreu.
TCU decide nesta quarta-feira se Lula precisará devolver relógio Cartier de R$ 60 milHistória de Tácio Lorran