A indústria brasileira se ressente de uma alegada falta de atenção do
poder público para com o setor. Para os industriais, os juros elevados
praticados na economia brasileira elevam o custo de produção e impedem
suas empresas de competir de igual para igual com companhias
estrangeiras, que financiam suas atividades a taxas muito mais baixas.
A solução, para o presidente da Federação das Indústrias do Estado de
São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, é criar uma política de
crédito barato nos mesmos moldes do Plano Safra. Ao participar do Fórum
Estadão Think – A Indústria no Brasil Hoje e Amanhã, ele disse que o
desempenho do agro merece ser aplaudido, mas ponderou que o setor conta
com o Plano Safra, que oferece crédito subsidiado para os produtores.
Essa comparação é útil para saber o que exatamente a indústria espera
do governo. Para a safra 2024/2025, o governo Lula da Silva anunciou o
valor recorde de R$ 475,56 bilhões, alta de 9% em relação ao ciclo de
produção anterior. Desse total, R$ 400,58 bilhões serão para os grandes
produtores e R$ 74,98 bilhões para a agricultura familiar.
A participação direta do governo no Plano Safra se dá via subvenção,
valor que o Tesouro Nacional arcará com o custo de equalização dos juros
desses empréstimos. Nesta safra, o subsídio subirá 19,8% ante o ciclo
anterior, para R$ 16,3 bilhões. A depender da evolução da taxa de juros
ao longo dos meses, o dinheiro pode acabar antes do encerramento da
safra.
Nesses casos, o governo precisa elevar o valor da subvenção para que a
contratação de novas operações pelas instituições financeiras não seja
suspensa. Na maioria das vezes, isso requer o envio de um pedido de
crédito suplementar pelo governo ao Congresso Nacional, o que garante
transparência ao custo do benefício.
A forma como o presidente da Fiesp se referiu ao Plano Safra pode
levar a entendimentos equivocados, como se a indústria jamais tivesse
sido contemplada com financiamentos subsidiados, o que está longe de ser
verdade. Basta lembrar que, entre 2009 e 2014, o setor foi um dos
principais beneficiários do Programa de Sustentação do Investimento
(PSI).
O PSI foi o principal veículo do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES) para induzir o crescimento após a crise
financeira mundial de 2008. Para isso, a instituição recebeu mais de R$
400 bilhões do Tesouro para financiar os chamados “campeões nacionais”.
Em subsídios implícitos, isto é, com a diferença entre o custo de
captação do Tesouro e o custo contratual dos empréstimos concedidos pelo
BNDES, o PSI custou nada menos que R$ 181 bilhões. Mas em subsídios
explícitos, ou seja, com a equalização dos juros, o que permitiria
alguma base de comparação com o Plano Safra, o programa custou outros R$
76 bilhões.
Não foi a única ajuda que o governo deu à indústria em todos esses
anos. O setor é também um dos principais beneficiários de subsídios
tributários concedidos pela União, estes espalhados em variados
programas e iniciativas incorporadas ao Orçamento e que já não precisam
de aprovação do Congresso. A Zona Franca de Manaus, sozinha, recebeu R$
26,5 bilhões em subvenções, enquanto o setor automotivo embolsou R$ 10,1
bilhões.
Ainda assim, a participação do setor industrial no Produto Interno
Bruto (PIB) caiu vertiginosamente nos últimos anos, de 48% em 1985 para
25,5% em 2023, segundo dados da Confederação Nacional da Indústria
(CNI). Essa perda de relevância tem muitos motivos, mas não se pode
atribuir o problema à falta de financiamentos ou de benefícios fiscais.
Embora seja uma das maiores economias do mundo, o Brasil ainda é um
dos países mais fechados ao comércio exterior, sobretudo a indústria.
Uma das maiores exceções é justamente o agronegócio, que, ao lado do
petróleo e do minério de ferro, sustenta há anos o saldo positivo da
balança comercial.
Em 2023, o PIB aumentou 2,9%, mas, enquanto o agronegócio cresceu
15,1%, a indústria registrou alta de apenas 1,6%. Essa diferença seria
um bom motivo para defender a abertura comercial, mas a menção ao tema
causaria calafrios na indústria e no governo, que preferem defender uma
política de “neoindustrialização” que, de nova, só tem o nome.
A batalha entre a Câmara dos Deputados e o Senado que emperra a
criação do mercado regulado de crédito de carbono presta um desserviço
ao País ao adiar indefinidamente a criação de um sistema que já deveria
estar em funcionamento ou, ao menos, em desenvolvimento. Se há, de fato,
fundamento no interesse do Brasil em liderar o esforço mundial de
transição energética, é surreal, para dizer o mínimo, a disputa política
nas duas Casas Legislativas em torno da paternidade do projeto que vai
determinar as bases do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de
Gases do Efeito Estufa (SBCE).
A situação inusitada foi revelada em recente reportagem do Estadão,
que enfatizou os atrasos recorrentes. Foram frustradas as tentativas de
aprovação antes das Cúpulas do Clima (COPs) da ONU no Egito, em 2022, e
em Dubai, em 2023. A aprovação antes da COP-29, que acontecerá em
novembro em Baku, no Azerbaijão, é incerta, e conforme se aproxima a
COP-30, que será sediada no Brasil, a demora começa a ganhar contornos
de vexame, ainda mais diante da previsão de que, depois da aprovação, a
implantação do SBCE seja concluída em fases ao longo de seis anos.
Em questão de tamanha importância, como a do combate às mudanças
climáticas, é lamentável que decisões essencialmente técnico-científicas
sejam obstruídas por meros – e questionáveis – objetivos políticos.
Como mostrou a reportagem, o Senado pretende votar, em meados de agosto,
o PL 412/22, aprovado pelos senadores em outubro de 2023, um texto mais
sucinto do que o votado e aprovado na Câmara (PL 2148/15) dois meses
depois. Ocorre que o relator do projeto na Câmara, deputado Aliel
Machado (PV-PR), aproveitou apenas parte do PL 412, enviado pelo Senado e
juntou o conteúdo do PL 2148, que já tramitava na Câmara.
O que já estava confuso virou uma barafunda com os rumores de que o
plenário do Senado, para onde o projeto retornará após as mudanças, vai
retomar o texto que enviou à Câmara. Já começa a ser especulada a
judicialização da questão – o que poderia ter sido evitado, por certo,
se o Executivo, a quem caberia prioritariamente a condução de projetos
para orientar a transição energética, tivesse tomado a dianteira
enviando um projeto próprio ao Legislativo, ao invés de pegar carona no
texto do Senado.
Quando assinou o Acordo de Paris, durante a COP-21, em 2015, o Brasil
comprometeu-se a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37%
em 2025; depois ampliou a redução para 50% em 2030 e comprometeu-se com a
neutralidade até 2050. A venda de créditos de carbono excedentes de
empresas e governos contribui para o cumprimento das metas de redução de
poluentes no mundo. Naquele mesmo ano, foi apresentado o PL 2148/15 na
Câmara para criar a base do mercado regulado, em que governos decidem as
metas de emissões. Sem uma legislação própria até hoje, as empresas
brasileiras participam apenas do mercado voluntário, no qual as metas
são definidas entre empresas.
É notória a vantagem do Brasil, com sua matriz energética
essencialmente limpa, na corrida mundial pela descarbonização. Somente a
incompetência nos impedirá de aproveitar essa chance.
Primeiro-ministro israelita está nos EUA, onde se reuniu com o
Presidente Joe Biden e Kamala Harris. Esta sexta-feira, Netanyahu
reúne-se com Donald Trump, que considerou que a guerra já durou “tempo
demais”.
Após um encontro com o Presidente Joe Biden, esta quinta-feira, na
Casa Branca, o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu
desloca-se, esta sexta-feira, à Florida, onde se reunirá com o
ex-Presidente norte-americano e candidato republicano às presidenciais
de novembro, Donald Trump.
Em declarações na véspera deste encontro, Trump afirmou querer que
Netanyahu termine a ofensiva na Faixa de Gaza “rapidamente” porque está
“a dizimar” a imagem internacional de Israel.
Em entrevista por telefone à “Fox News”, Donald Trump disse ainda que
o governo israelita “não é muito bom a administrar as suas relações
públicas” e acrescentou que a guerra já durou “tempo demais”.
O primeiro-ministro israelita proferiu na quarta-feira um enérgico
discurso perante as duas câmaras do Congresso norte-americano, no qual
pediu mais armas aos Estados Unidos para “acelerar o fim da guerra” na
Faixa de Gaza.
O discurso de Netanyahu foi assinalado por fortes protestos de
milhares de manifestantes junto do edifício do Capitólio contra a
invasão da Faixa de Gaza por Israel.
Encontro com Biden
Esta quinta-feira (25.07), Netanyahu foi recebido pelo Presidente dos
Estados Unidos na Casa Branca. No encontro, Joe Biden pediu ao
primeiro-ministro de Israel para “finalizar o acordo” de cessar-fogo em
Gaza.
Joe Biden “expressou a necessidade de preencher as lacunas restantes,
finalizar o acordo o mais rapidamente possível, devolver os reféns às
suas casas e pôr um fim duradouro à guerra em Gaza”, fez saber a Casa
Branca, em comunicado.
Durante a reunião, Biden também discutiu a crise humanitária no
enclave palestiniano, onde as autoridades israelitas devem “remover
quaisquer obstáculos” ao fluxo de ajuda humanitária, restaurar os
serviços básicos e reduzir os danos aos civis, de acordo com um
comunicado.
Sobre as negociações, os EUA reafirmaram o apoio à segurança de
Israel contra “o Irão e as milícias que lhe estão associadas”, incluindo
o palestiniano Hamas, o libanês Hezbollah e os rebeldes Huthis do
Iémen.
“Não podemos desviar o olhar destas tragédias”, diz Harris
Antes, também num encontro na Casa Branca, Harris disse a Netanyahu
que “já é tempo” de o acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas “ser
concluído”, manifestando “viva inquietação” pelas vítimas civis do
conflito.
“Não podemos desviar o olhar destas tragédias. Não nos podemos
permitir ser insensíveis ao sofrimento e não ficarei silenciosa”,
acrescentou.
Harris tem sido abertamente crítica com a forma como Israel conduz os
ataques na Faixa de Gaza, que já causou mais de 39 mil mortos, e foi a
primeira voz da administração Biden a exigir um cessar-fogo.
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)
insinuou, nesta quinta-feira (25), que o presidente Lula (PT) e o STF
(Supremo Tribunal Federal) querem facilitar seu assassinato. A
declaração ocorreu durante um comício em Caxias do Sul (RS), ao
mencionar o atentado contra Donald Trump.
Bolsonaro alegou que Lula teria tirado dele dois carros blindados a
lei, no entanto, não prevê a disponibilização, por parte da Presidência
da República, de automóveis blindados para ex-presidentes, apenas
carros.
Além disso, ele disse que, por medidas cautelares, quatro assessores
que trabalhavam em sua segurança foram retirados. Procurada, a Secom
(Secretaria de Comunicação da Presidência) afirmou, no entanto, que
Bolsonaro faz uso das nomeações de servidores a que tem direito e dos
dois carros, ainda que não sejam blindados.
A Secom afirmou ainda que medidas cautelares são de responsabilidade
do Judiciário e que “Bolsonaro não tem nenhum direito extra àqueles
previstos na legislação”. A Presidência não comentou a acusação do
ex-presidente.
Também procurado, o STF não se manifestou sobre as declarações.
Assessores que atuavam para o ex-mandatário foram alvo de medidas
cautelares do Supremo no âmbito de investigações na corte, impedindo que
os investigados, o que inclui Bolsonaro, pudessem se comunicar.
Após questionar o que teria ocorrido nos Estados Unidos e por que o
Serviço Secreto teria sido tão negligente, ele fez uma comparação com o
que seria sua situação.
“No meu caso, quando voltei para o Brasil, pela Presidência [da
República], tinha direito a dois carros. Lula pessoalmente me tirou os
dois carros blindados. Tenho direito a oito funcionários. Os quatro que
trabalhavam na minha segurança, por medidas cautelares, me tiraram os
quatro que trabalhavam na minha segurança. Até o meu filho, o ’02’
[Carlos Bolsonaro], ao tentar renovar seu porte de arma, foi negado pela
PF”, disse Bolsonaro, em cima de um carro de som.
“Eles querem facilitar. Eles não querem mais me prender, querem que
eu seja executado. Não posso pensar outra coisa. Mas tem uma coisa, o
que acontece nos EUA nos últimos anos, como um espelho, vem acontecendo
no Brasil. Eu acredito na eleição de Donald Trump em novembro”,
completou.
Após fazer as insinuações sobre sua segurança, Bolsonaro disse ainda
que a situação política nos Estados Unidos se repete no Brasil e que
Trump, seu aliado, será eleito.
Trecho com a fala dele foi publicado em rede social pelo ex-Secom do governo Bolsonaro, Fábio Wajngarten.
Os seguranças a que Bolsonaro faz referência são Sérgio Cordeiro, Max
Guilherme, Marcelo Câmara e Osmar Crivelatti, todos alvos do STF, assim
como Bolsonaro, nos casos que investigam suposto envolvimento em fraude
em cartão de vacinação, tentativa de golpe e venda clandestina de
joias.
Todos chegaram a ser presos por ordem do ministro Alexandre de
Moraes, do STF. Apesar de três deles terem sido soltos, também por
determinação do ministro, os investigados não podem ter contato um com o
outro, o que inclui Bolsonaro.
Em nota, a Secom disse: “As regras para ex-presidentes são as
previstas na Legislação (Lei nº. 7.474/1986) e são as mesmas para todos
os ex-presidentes: nenhum deles têm veículo blindado à disposição. Sobre
as medidas cautelares, cabem resposta do Poder Judiciário. O
ex-presidente Jair Bolsonaro tem livre direito para apontar qualquer
nome para sua segurança, conforme previsto na lei. O ex-presidente Jair
Bolsonaro não tem nenhum direito extra àqueles previstos na legislação”.
O discurso de Bolsonaro mistura acusação com campanha eleitoral.
Desde o avanço das investigações contra ele, como o mais recente
indiciamento no caso das joias, no início do mês, ele já vem acusando a
PF de perseguição e rememorou a tentativa de assassinato de Adélio Bispo
investigação já concluída, dando conta de que ele agiu sozinho.
A queixa pelos carros blindados também não é de hoje. Quando voltou
ao Brasil, o ex-presidente deu entrevistas em que dizia que não foi
autorizada a liberação de carro blindado algo que não está previsto
para nenhum ex-presidente. Ele alegou, à época, que já foi alvo de
ataque, mas sem sucesso em conseguir mudar a regra.
O trâmite desse tipo de demanda ocorre na Casa Civil, responsável
pelas prerrogativas de ex-presidente. Lula, até onde se tem registro,
não teve envolvimento direto com a demanda.
A lei prevê que um ex-presidente, ao final de seu mandato, “tem
direito a utilizar os serviços de quatro servidores, para segurança e
apoio pessoal, bem como a dois veículos oficiais com motoristas,
custeadas as despesas com dotações próprias da Presidência”.
Desde a tentativa de assassinato de Trump nos Estados Unidos, o
ex-presidente e seus aliados fazem em discursos e nas redes sociais um
paralelo coma facada em Juiz de Fora (RJ), em 2018.
No dia seguinte ao atentado ao candidato americano, no último dia 13,
o ex-presidente participou de lançamento de candidatura de uma aliada
em Santos e chegou a dizer que “somente pessoas conservadoras sofrem
atentado”.
“Atentados são contra as pessoas de bem e conservadores”, afirmou em
vídeo em que é indagado por jornalistas e que publicou nas redes
sociais.
E prosseguiu: “Ele foi salvo, a meu entender, como eu fui. Os médicos
dizem que foi milagre eu ter sobrevivido em 2018 tendo em vista a
gravidade dos ferimentos. E ele foi salvo por questão de poucos
centímetros. Isso, a meu entender, é algo que vem de cima”.
Casos de violência política atingiram políticos de diferentes
espectros no Brasil nos últimos anos. Um dos mais conhecidos foi a morte
da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL), assassinada em 2018.
Também naquele ano, ônibus da caravana do então pré-candidato Lula foi
atingido por tiro em estrada no interior do Paraná.
História de STÉFANIE RIGAMONTI – Folha de S. Paulo
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em um raro momento de crítica pública ao
governo atual, o ex-ministro da Economia de Jair Bolsonaro, Paulo
Guedes, disse nesta quinta-feira (25) que o terceiro mandato de Luiz
Inácio Lula da Silva “chutou o balde” com o fim do teto de gastos.
Durante evento da Avenue com investidores em São Paulo, Guedes evitou
fazer referências diretas ao governo atual, mas teceu várias críticas
aos métodos adotados pela gestão Lula, fazendo distinção entre a
social-democracia e a liberal-democracia -que é defendida pelo
economista.
Fazendo um retrospecto das políticas no campo fiscal na história
recente, Guedes disse que os tucanos, em referência ao ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e sua equipe, instituíram a regra de
superávit primário, mas que ela não foi eficiente por ser uma medida de
longo prazo que não faz frente a períodos de crise.
O ex-ministro então citou o teto de Gastos adotado pelo ex-presidente
Michel Temer (MDB). Segundo Guedes, a regra ajudou o Brasil “um pouco”,
mas ela também não foi suficiente para períodos de necessidade de alta
de gastos, como foi na pandemia de Covid.
“Como você vai respeitar o teto se você é obrigado a combater uma
doença?”, questionou. “Então, a gente criou um ‘teto retrátil’. Abre o
teto, bota a cabeça de fora; acabou a tempestade, bota a cabeça para
dentro e baixa o teto de novo. Foi o que nós fizemos. O déficit foi lá
em cima e voltou de novo”, justificou o ex-ministro sobre os furos ao
teto da gestão Bolsonaro.
Segundo levantamento do economista Bráulio Borges, pesquisador do
FGV-Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas),
feito a pedido da BBC News Brasil, os gastos do governo Bolsonaro acima
do teto somaram R$ 794,9 bilhões de 2019 a novembro de 2022.
Ao tocar no assunto, Guedes disse que o governo atual foi para uma
direção contrária. “Assim que o governo chegou, tirou o teto, tirou
tudo, e falou: ‘vou chutar o balde, vou fazer o que eu quiser. Aí foi
para o outro extremo”, disse.
O ex-ministro fez questão de frisar que não estava fazendo críticas
ao governo atual, mas sendo teórico e “socrático”. Depois, pediu
desculpas à plateia por não poder ser mais aberto em sua análise,
justificando que aprendeu com o tempo que é preciso ser mais cuidadoso
com as palavras.
“Quando eu era um economista jovem, eu podia falar abertamente,
rasgado. Hoje eu tenho responsabilidade, passei por lá, vi as coisas, vi
as dificuldades. Vi injustiças, ainda vejo injustiças. Agora, muita
gente boa ajudando a fazer a coisa certa. E como em qualquer lugar do
mundo, tem sempre aquela gente disposta a colocar fogo no parquinho”,
disse.
Por meio de perguntas, Guedes questionou a plateia se o governo atual
estava diminuindo ou aumentando gastos e quais os efeitos disso para os
juros. Sem falar do atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), o
economista também comentou a elevação de arrecadação como meio de
equilibrar as contas públicas.
“Na hora que o excesso de gasto começa a pressionar aumento de
impostos, aí fica todo mundo irritado, aí vem endividamento em bola de
neve, juro alto, fica todo mundo irritado de novo. Vai ter uma hora que
vão falar: ‘espera aí, se você é um social-democrata e quer gastar mais,
aumenta os impostos e explica por que está aumentando os impostos'”,
afirmou.
Guedes criticou o inchaço do Estado e disse que o governo precisa se
responsabilizar por assuntos como segurança pública, não por fazer
“chapa de aço”. O ex-ministro defendeu que o governo faça
desinvestimentos e privatize empresas públicas.
Ele afirmou, ainda, que “quando o Estado começa a ficar grande
demais, ele caminha para o totalitarismo”, controlando a verba de
publicidade da mídia e perseguindo pessoas. O economista também voltou a
defender uma aliança entre liberais e o conservadorismo para limitar o
poder do Estado.
Guedes, por fim, defendeu como solução para o equilíbrio fiscal, um
problema histórico do Brasil, segundo ele, a criação de uma meta de
dívida pública. Para o ex-ministro, essa deve ser uma regra que precisa
valer para qualquer governo, independentemente do viés econômico.
O economista defendeu que haja uma regra obrigando os governos a
desestatizarem, desalavancarem e desobrigarem o Estado de gastos se
houver estouro da meta de dívida.
“Não preciso cortar gastos, só não posso deixar subir”, disse. “Em
situação de crise, eu sou obrigado a fazer isso. ‘Ah, mas acabou tudo [a
crise] de novo’. Ok, pode até criar mais quatro estatais aí, se tiver
juros baixinhos, economia crescendo e a dívida pública na faixa de
baixo, cria aí estatal”, completou.
História de Vitor Augusto Conceição – IGN BrasilESCOLHA UM TRABALHO QUE VOCÊ GOSTE E VOCÊ NUNCA DESCANSARÁ UM ÚNICO DIA NA SUA VIDA
O filósofo chinês Confúcio é responsável por dizer “Escolha um
trabalho que você goste e você nunca mais trabalhará um dia na sua
vida”. No entanto, nos últimos anos, foi demonstrado que um final
alternativo poderia ser adicionado à frase: “Escolha um trabalho que
você goste e você nunca descansará um único dia na sua vida”. Spoiler:
esse não é o caminho.
Bill Gates teve
dificuldade em aprender essa lição, mas desde que descobriu os efeitos
adversos para a saúde de não descansar, tornou-se um defensor ferrenho.
Não chame isso de amor, se for vício. Existe uma linha tênue entre um
trabalho pelo qual você é apaixonado e o vício no trabalho. Existem
muitos estudos, como este da Universidade de Brasília,
que relacionam o estresse e a falta de descanso com a perda de
habilidades cognitivas. Portanto, converter o comprometimento com o
trabalho ou uma cultura de esforço pouco compreendida em dias de
maratona é, na realidade, um sintoma de produtividade tóxica que só
prejudica o desempenho de quem sofre com o excesso de horas de trabalho.
Estudos da Universidade Ariel,
em Israel, confirmam que o vício no trabalho é um problema real, cheio
de mitos e tabus que dão uma aparência de heroísmo ao trabalho
interminável. Na verdade, um estudo da Universidade ELTE Eötvös Loránd de Budapeste relaciona
este tipo de dependência a pessoas com características como
perseverança ou perfeccionismo, que não souberam estabelecer limites
adequados.
Se você precisa de tanta dedicação, algo está errado. Um dos sintomas
mais imediatos do vício no trabalho são as horas em excesso, algo que,
paradoxalmente, as experiências com a semana de trabalho de quatro dias
demonstraram colidir frontalmente com a produtividade.
Se você precisa de 12 horas por dia para fazer o trabalho que deveria
fazer em uma jornada de oito horas, é sinal de que ou você não está
organizando bem suas tarefas ou não está calculando corretamente o tempo
que cada tarefa exige. Gastar mais horas por dia não o torna mais
apaixonado pelo seu trabalho, mas sim menos eficiente.
Não é só trabalho, é a sua saúde. Segundo um estudo do Hospital
Universitário Clermont-Ferrand (França), a dependência do trabalho afeta
a saúde a médio e longo prazo, aumentando o risco de sofrer de
depressão, ansiedade, distúrbios do sono, estresse e problemas de saúde
cardíaca. Na verdade, os japoneses até têm um nome para isso: karōshi,
que significa literalmente morte por excesso de trabalho.
Nesse sentido, estabelecer limites claros é fundamental para manter
um equilíbrio saudável. Desligar-se do trabalho permite-lhe recuperar
energias e melhorar a sua capacidade de gerir o stress diário. É
importante aprender a ouvir o seu corpo e fazer pausas, em vez de
mascarar a exaustão com soluções temporárias como o café. Às vezes, uma
pausa é mais produtiva do que tentar continuar a todo custo.
As férias não são apenas um direito, são uma necessidade. O direito à
desconexão digital e ao descanso não é só dos funcionários, mas também
se você for o patrão. Nem é hora de dormir, como defendem defensores da
produtividade como Jeff Bezos ou Bill Gates, que não perdem um mínimo de
sete horas de sono devido às suas implicações para a saúde.
Férias e dias de descanso são essenciais para a recuperação física e
mental, além de uma oportunidade para analisar o que você está fazendo
bem e o que não está. José Mendiola e Ana González contam no seu livro
‘A arte de viver mais devagar’, a importância de enfrentar a
produtividade a partir de uma “abordagem lenta” e a necessidade de parar
e como alcançá-lo.
Tempo pessoal como tarefa. É muito fácil deixar-se levar pela cultura
agitada, tal como definida pelo The New York Times, quando na realidade
podemos desfrutar de mais tempo livre do que nunca graças à tecnologia.
A busca pelo equilíbrio entre a vida profissional e pessoal é um dos
grandes desafios para evitar o esgotamento entre os trabalhadores.
O tempo pessoal é tão importante que mesmo os sistemas de priorização
de tarefas, como a estratégia POSEC, consideram o lazer e o tempo
pessoal apenas como mais uma tarefa a ser concluída. Portanto, você pode
tentar implementá-lo em seu dia usando truques para gerar hábitos como a
regra das cinco horas usada por Bill Gates ou Elon Musk.
*Texto traduzido e adaptado do site parceiro Xataka
(Créditos da imagem de capa: Gates Notes)
ESCALANDO NEGÓCIOS DA VALEON
1 – Qual é o seu mercado? Qual é o tamanho dele?
O nosso mercado será atingir os 766 mil habitantes do Vale do
Aço e poder divulgar os produtos / serviços para vocês clientes,
lojistas, prestadores de serviços e profissionais autônomos e obter dos
consumidores e usuários a sua audiência.
A ValeOn atenderá a todos os nichos de mercado da região e
especialmente aos pequenos e microempresários da região que não
conseguem entrar no comércio eletrônico para usufruir dos benefícios que
ele proporciona. Pretendemos cadastrar todas as empresas locais com
CNPJ ou não e coloca-las na internet.
2 – Qual problema a sua empresa está tentando resolver? O mercado já expressou a necessidade dessa solução?
A nossa Plataforma de Compras e Vendas que ora
disponibilizamos para utilização das Empresas, Prestadores de Serviços e
Profissionais Autônomos e para a audiência é um produto inovador sem
concorrentes na região e foi projetada para atender às necessidades
locais e oferecemos condições de adesão muito mais em conta que qualquer
outro meio de comunicação.
Viemos para suprir as demandas da região no que tange a
divulgação de produtos/serviços cuja finalidade é a prestação de
serviços diferenciados para a conquista cada vez maior de mais clientes e
públicos.
O nosso diferencial está focado nas empresas da região ao
resolvermos a dor da falta de comunicação entre as empresas e seus
clientes. Essa dor é resolvida através de uma tecnologia eficiente que
permite que cada empresa / serviços tenha o seu próprio site e possa
expor os seus produtos e promoções para os seus clientes / usuários ao
utilizar a plataforma da ValeOn.
3 – Quais métodos você usará para o crescimento? O seu mercado está propício para esse tipo de crescimento?
Estratégias para o crescimento da nossa empresa
Investimento na satisfação do cliente. Fidelizar é mais barato do que atrair novos clientes.
Equilíbrio financeiro e rentabilidade. Capital de giro,
controle de fluxo de caixa e análises de rentabilidade são termos que
devem fazer parte da rotina de uma empresa que tenha o objetivo de
crescer.
Desenvolvimento de um planejamento estratégico. Planejar-se
estrategicamente é como definir com antecedência um roteiro de viagem ao
destino final.
Investimento em marketing. Sem marketing, nem gigantes como a
Coca-Cola sobreviveriam em um mercado feroz e competitivo ao extremo.
Recrutamento e gestão de pessoas. Pessoas são sempre o maior patrimônio de uma empresa.
O mercado é um ambiente altamente volátil e competitivo. Para
conquistar o sucesso, os gestores precisam estar conectados às demandas
de consumo e preparados para respondê-las com eficiência.
Para isso, é essencial que os líderes procurem conhecer (e
entender) as preferências do cliente e as tendências em vigor. Em um
cenário em que tudo muda o tempo todo, ignorar as movimentações externas
é um equívoco geralmente fatal.
Planeje-se, portanto, para reservar um tempo dedicado ao
estudo do consumidor e (por que não?) da concorrência. Ao observar as
melhores práticas e conhecer quais têm sido os retornos, assim podemos
identificar oportunidades para melhorar nossa operação e, assim,
desenvolver a bossa empresa.
4 – Quem são seus principais concorrentes e há quanto tempo
eles estão no mercado? Quão grandes eles são comparados à sua empresa?
Descreva suas marcas.
Nossos concorrentes indiretos costumam ser sites da área,
sites de diretório e sites de mídia social. Nós não estamos apenas
competindo com outras marcas – estamos competindo com todos os sites que
desejam nos desconectar do nosso potencial comprador.
Nosso concorrente maior ainda é a comunicação offline que é
formada por meios de comunicação de massa como rádios, propagandas de
TV, revistas, outdoors, panfletos e outras mídias impressas e estão no
mercado há muito tempo, bem antes da nossa Startup Valeon.
5 – Sua empresa está bem estabelecida? Quais práticas e procedimentos são considerados parte da identidade do setor?
A nossa empresa Startup Valeon é bem estabelecida e
concentramos em objetivos financeiros e comerciais de curto prazo,
desconsideramos a concorrência recém chegada no mercado até que deixem
de ser calouros, e ignoramos as pequenas tendências de mercado até que
representem mudanças catastróficas.
“Empresas bem estabelecidas igual à Startp Valeon devemos começar a pensar como disruptores”, diz Paul Earle,
professor leitor adjunto de inovação e empreendedorismo na Kellogg
School. “Não é uma escolha. Toda a nossa existência está em risco”.
6 – Se você quiser superar seus concorrentes, será necessário escalar o seu negócio?
A escalabilidade é um conceito administrativo usado para
identificar as oportunidades de que um negócio aumente o faturamento,
sem que precise alavancar seus custos operacionais em igual medida. Ou
seja: a arte de fazer mais, com menos!
Então, podemos resumir que um empreendimento escalável é
aquele que consegue aumentar sua produtividade, alcance e receita sem
aumentar os gastos. Na maioria dos casos, a escalabilidade é atingida
por conta de boas redes de relacionamento e decisões gerenciais bem
acertadas.
Além disso, vale lembrar que um negócio escalável também
passa por uma fase de otimização, que é o conceito focado em enxugar o
funcionamento de uma empresa, examinando gastos, cortando desperdícios e
eliminando a ociosidade.
Sendo assim, a otimização acaba sendo uma etapa inevitável
até a conquista da escalabilidade. Afinal de contas, é disso que se
trata esse conceito: atingir o máximo de eficiência, aumentando clientes, vendas, projetos e afins, sem expandir os gastos da operação de maneira expressiva.
Pretendemos escalar o nosso negócio que é o site marketplace da Startup Valeon da seguinte forma:
objetivo final em alguma métrica clara, como crescimento percentual em vendas, projetos, clientes e afins;
etapas e práticas que serão tomadas ao longo do ano para alcançar a meta;
decisões acertadas na contratação de novos colaboradores;
gerenciamento de recursos focado em otimização.
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A fala de Nicolás Maduro ocorreu em
meio a uma escalada retórica com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) e é o mais recente desdobramento de uma série de declarações desde
que o mandatário venezuelano alertou, também em um comício, que o país
enfrentava o risco de um “banho de sangue”.
Por Redação – de Brasília
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rebateu as declarações do
presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em nota pública divulgada nesta
quarta-feira. O dirigente venezuelano disse que, no Brasil, “não
auditam nenhum registro” do sistema eleitoral. Em resposta, a Corte
eleitoral brasileira assegurou que o boletim emitido pelas urnas
eletrônicas no Brasil é um “relatório totalmente auditável”.
Questionada sobre as declarações de Maduro, o TSE enviou cinco textos
previamente publicados pelo Tribunal, em que explica o funcionamento do
sistema eleitoral brasileiro. Em um dos textos, o TSE explica que o
Boletim de Urna (BU) é um “relatório detalhado com todos os votos
digitados no aparelho”, sendo disponibilizado na porta de cada seção
eleitoral.
É possível, portanto, comparar os dados de cada seção com as
informações divulgadas online. Outro texto destaca que a “auditoria e
fiscalização dos sistemas eleitorais ocorrem antes, durante e após a
eleição”, através de processos como a análise do código-fonte e a
lacração das urnas.
— São três da manhã, mas antes temos que esclarecer à extrema direita
que respeitem o processo eleitoral, que nós vamos ganhar outra vez e
que na Venezuela vai haver democracia, liberdade e paz. Temos o melhor
sistema eleitoral do mundo. Tem 16 auditorias. Eles fazem uma auditoria,
como vocês sabem, em 54% das mesas. Em que outra parte do mundo se faz
isso? Nos EUA? É inauditável o sistema eleitoral. No Brasil? Não auditam
nenhum registro. Na Colômbia, não auditam nenhuma ata. Na Venezuela,
auditamos no momento, na mesa — disse Maduro.
Barbados
A fala de Maduro ocorreu em meio a uma escalada retórica com o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e é o mais recente
desdobramento de uma série de declarações desde que o mandatário
venezuelano alertou, também em um comício, que o país enfrentava o risco
de um “banho de sangue” e uma “guerra civil” caso não fosse reeleito.
Inicialmente, o governo brasileiro minimizou a declaração, e disse
apoiar o distanciamento do processo eleitoral venezuelano. No entanto,
um dia após a fala de Maduro repercutir no Brasil, interlocutores do
Itamaraty afirmaram que o país somente atuaria na questão se fosse
chamado por representantes de Maduro e da oposição, “dentro do espírito
de Barbados”, referindo-se a um acordo assinado entre oposição e governo
venezuelano em outubro do ano passado no país caribenho.
Contencioso
Em sua primeira menção ao presidente venezuelano após a declaração
sobre o “banho de sangue”, Lula foi evasivo e afirmou que os
venezuelanos “que elejam os presidentes que quiserem”, destacando que o
Brasil não possui contenciosos pelo mundo e que “o Brasil tem que gostar
de todo mundo”. Lula retomou o tema nesta semana em uma coletiva de
imprensa com agências internacionais.
— Fiquei assustado com as declarações de Maduro de que se perder as
eleições haverá um banho de sangue. Quem perde as eleições toma banho de
votos, não de sangue — disse o presidente brasileiro durante a
entrevista coletiva em Brasília.
A resposta de Maduro veio em seguida. Mesmo sem mencionar diretamente
o colega brasileiro, na véspera, o líder venezuelano sugeriu que “quem
se assustou” com sua fala tomasse “um chá de camomila”.
O papel, usado pela humanidade há mais de dois mil
anos, pode ser encontrado em várias cores e tamanhos. A matéria-prima
mais utilizada para fazer papel é a celulose, uma massa celular estrutural de origem renovável, encontrada nos vegetais.
O que é a celulose e para que serve?
Formada por monômeros de glicose ligados entre si, a celulose foi descoberta em 1838, pelo químico francês Anselme Payen,
que determinou sua fórmula química. A celulose constitui uma importante
matéria-prima para as indústrias, que a extraem a partir de diversas
espécies vegetais, como eucaliptos, pinheiros, algodão, bambu, entre outras.
A celulose, sintetizada naturalmente pelas diferentes espécies
vegetais, passa por uma série de processos químicos para ser utilizada
pela indústria do papel. Esses processos se dividem nas
etapas florestal, de preparação da madeira, de obtenção de celulose, de
secagem e de acabamento.
O processo de produção de celulose se inicia com o plantio de
sementes dos vegetais, que servem de fonte de celulose. Após o corte
desses vegetais crescidos, as toras são encaminhadas para fábricas, onde
são descascadas e levadas até picadores, para serem transformadas em cavacos, que são pequenos pedaços de madeira.
Como é feita a produção de papel?
Os cavacos são transportados até os digestores, onde se inicia o
cozimento (ou polpação) dos pedaços de madeira. A polpação serve para
amolecer a madeira e facilitar o desfibramento e a deslignificação. Esse
processo consiste em separar a lignina,
responsável pela cor e resistência das fibras da madeira. Após a
separação da lignina, é feita uma operação de lavagem e peneiração para
retirar impurezas, que serão reutilizadas no processo.
Depois do peneiramento, a celulose é submetida a um processo de
branqueamento, que consiste no tratamento com determinados reagentes
químicos visando melhorar sua alvura, limpeza e pureza química. Quanto
mais eficiente for o processo de deslignificação, menor será a
necessidade de reagentes no branqueamento.
O branqueamento pode ser feito por dois métodos principais: método ácido (sulfito) e método alcalino (kraft), que é o mais utilizado no Brasil.
Por fim, após o branqueamento, a celulose é enviada para a secagem. O
objetivo é retirar a água da celulose, até que ela atinja o ponto de
equilíbrio com a umidade relativa do ambiente. Na parte final da máquina
secadora fica a cortadeira, que reduz a folha contínua a um formato
determinado.
Quais são os impactos causados pela fabricação do papel?
As etapas de preparação da celulose que mais causam impactos ambientais são a etapa florestal, o branqueamento e a destinação dos resíduos.
No caso do Brasil, a matéria-prima da celulose provém de fazendas de
árvores plantadas. Já nos países escandinavos e no Canadá, por exemplo,
ela é obtida de florestas nativas de propriedade estatal. Isso
representa um problema significativo de desmatamento de mata nativa,
principalmente porque as espécies nativas são de crescimento lento. Por
outro lado, no caso das árvores plantadas, os impactos ambientais estão
relacionados principalmente à perda da biodiversidade (tanto
da flora quanto da fauna), causada pela monocultura, a exaustão do
solo, a invasão de pragas e a contaminação dos recursos hídricos, devido
ao uso de pesticidas.
A etapa de branqueamento da celulose aparece com frequência nas discussões a respeito da preservação do ambiente. A presença do cloro e
de substâncias orgânicas, entre as quais a lignina, representa a maior
parte no efluente de branqueamento e contribui para a formação dos
compostos organoclorados – substâncias com significativo impacto
ambiental. Para saber mais sobre esse tema, confira a matéria “Organoclorados: o que são, impactos e riscos“.
No caso das monoculturas de eucalipto (espécie muito utilizada pela
indústria de celulose, principalmente por causa do seu rápido
desenvolvimento no Brasil), outro impacto ambiental frequentemente
apontado é o alto consumo de água pelas árvores.Os eucaliptos impactam
diretamente sobre a umidade do solo, rios e lençóis freáticos.
O eucalipto pode acarretar ressecamento do solo ao utilizar as
reservas de água nele contidas, podendo, nesse caso, prejudicar também o
crescimento de outras espécies, fruto da denominada alelopatia.
Por outro lado, um artigo publicado pelo
Banco de Desenvolvimento Nacional (BNDES) afirma que, apesar de possuir
um alto consumo de água, isso não significa, necessariamente, que o
eucalipto seque o solo da região onde se insere, ou que impacte nos
lençóis freáticos. Isso porque, de acordo com o artigo, o ressecamento
do solo em florestas de eucalipto depende não somente do consumo de água
pelas plantas, mas também da precipitação pluviométrica da região de
cultivo.
De acordo com o site Two Sides, cerca de 50% da extração de madeira no mundo direciona seu uso para construção, enquanto que a produção de papel, no geral, representa 13% da extração de madeira.
Qual a importância do papel para o meio ambiente?
Em solos desmatados e empobrecidos, a deposição dos resíduos orgânicos da fabricação de celulose e papel, tem alguns efeitos benéficos, quando obtidos de produção responsável.
A elevação do pH, com consequente aumento na disponibilidade de
determinados nutrientes, como fósforo e micronutrientes, é um dos
benefícios. O aumento da capacidade de troca de cátions dos solos, a
incorporação de nutrientes minerais necessários às árvores e a melhoria
das propriedades físicas, como a granulometria, também são relevantes.
A capacidade de retenção de água e a densidade do solo, além do
aumento de sua atividade biológica, acelera a decomposição da
serapilheira e da ciclagem de nutrientes. Os solos utilizados em
reflorestamentos brasileiros, com raras exceções, são de baixa
fertilidade, mesmo para a atividade florestal.
A correção desses solos é necessária para melhorar a fertilidade. Um
nível alto de matéria orgânica aumenta a disponibilidade de nutrientes
minerais, além de melhorar a capacidade de retenção de água e de cátions
no solo. Entretanto, vale ressaltar que esse caso só se aplica a solos
anteriormente empobrecidos.
Outro benefício da plantação de árvores, pela indústria de papel e celulose, em áreas previamente desmatadas, é a captura do CO2, durante o crescimento da vegetação.
Entretanto, vale ressaltar, que essa vantagem só traz benefícios
quando a área em que será realizado o plantio já se encontra desmatada,
em estado de deterioração. Além disso, após o corte das árvores, para
obtenção da celulose, o carbono fixado nas árvores tende a voltar para a
atmosfera.
Em comparação às espécies exóticas (que não são naturais dos biomas
brasileiros), como o eucalipto, plantadas na forma de monocultura, as
espécies nativas e plantadas de forma agroecológica são sempre mais vantajosos. Em termos de ganhos ambientais, por exemplo, plantações agroecológicas estimulam a biodiversidade.
O que é papel certificado?
Devido ao potencial de impacto ambiental do setor de produção de
celulose (de base florestal), existe uma exigência,por parte dos
consumidores, para que sejam gerados os menores impactos ambientais
possíveis, na cadeia de produtos feitos a partir da celulose, como o papel.
A certificação é uma maneira de informar aos consumidores mais exigentes sobre o comprometimento, por parte dos produtores, em reduzir as externalidades danosas
ao ambiente. Isso é feito levando em consideração certos critérios
preestabelecidos pela empresa certificadora. Essas externalidades estão
relacionadas ao desmatamento de regiões nativas, invasão de territórios
indígenas, entre outros.
Por meio da logomarca do sistema certificador, impressa na embalagem do produto,como ocorre em pacotes de folhas de papel, o consumidor pode saber sobre a origem do produto..
Os sistemas de certificação internacionalmente
aceitos, e que existem no Brasil, são a norma ISO 14001 e as
certificações Forest Stewardship Council (FSC) e Programme for the
Endorsement of Forest Certification (PEFC). Cada uma delas tem as suas
exigências especificadas, de maneiras distintas. Segundo o relatório,
de 2023, divulgado pela Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), no
Brasil, em 2022, pouco mais de 9 milhões de hectares receberam
certificação.
A exploração de florestas tropicais, associada à extinção de espécies
e ao desmatamento, trouxe pressão para a certificação de atividades de
extrativismo florestal. A certificação é uma alternativa para tentar
garantir boas práticas de manejo florestal. Entretanto, já se enfrentam
problemas relacionados à certificação.
Dentre eles, estão a falta de padronização nos métodos de auditoria dos
órgãos certificadores, o pouco conhecimento público sobre certificações
e os poucos investimentos em promoção por parte dos selos.
Certificações FSC, aplicadas no Brasil, em especial nas florestas de
ipê, têm tido sua legitimidade contestada, o que gera uma atmosfera de
dúvida quanto à efetividade dos padrões adotados pelos órgãos
certificadores responsáveis por este selo no país.
A principal acusação nesse caso é de que os parâmetros são muito
genéricos, não existindo indicadores objetivos de mensuração das
atividades florestais. O site da FSC no Brasil afirma que “A
certificação FSC é um sistema de garantia internacionalmente
reconhecido, que identifica, através de sua logomarca, produtos
madeireiros e não madeireiros originados do bom manejo florestal. Todo
empreendimento ligado às operações de manejo florestal e/ou à cadeia
produtiva de produtos florestais, que cumpra com os princípios e
critérios do FSC, pode ser certificado“.
A produção de papel é sustentável?
Dados do Ibá mostram que o setor de papel e celulose detém uma área
de 9.94 milhões de hectares. Nessa área são realizados o plantio, a
colheita e o replantio de árvores, para a produção de celulose. A
plantação de eucalipto abrange 76% de toda essa área.
Além disso, 1.9 milhão de hectares são reservados para a plantação de
pinus, enquanto apenas 5% da área total são destinados para
seringueiras, tecas e acácias.
A produção de papel, no Brasil, não destrói florestas nativas. A produção de 100% da celulose para papel brasileira
vem de árvores plantadas, de eucalipto e pinus, que são vegetais
exóticos, plantados em áreas degradadas pela atividade agropecuária.
Em 2022, a produção de celulose atingiu a marca de 25 milhões de
toneladas, enquanto 11 milhões de toneladas de papel foram produzidas.
As árvores plantadas para a produção de papel não
substituem as florestas naturais, elas são plantadas em esquemas de
mosaico, onde áreas de preservação permanente e de reserva legal se
mesclam com as plantações industriais.
De acordo com a Ibá, o setor conserva 6.73 milhões de hectares de
mata nativa. Além disso, a energia utilizada pela indústria é, em sua
maior parte, gerada por biomassa florestal. Cerca de 88% dos resíduos
produzidos são destinados à geração de energia.
O setor de papel e celulose é responsável pela gestão, direta e
indireta, de 100 mil hectares de Reservas Particulares do Patrimônio
Natural (RPPN). As RPPN estão distribuídas pela Amazônia, Caatinga,
Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal.
Em relação à biodiversidade existente nessas florestas, o Ibá
registrou, em 2022, a presença de 2860 espécies de fauna e 5450 espécies
de flora, nas áreas cultivadas.
O papel é reciclável?
O papel é de origem natural renovável, é
biodegradável, não possui resíduos perigosos em sua constituição e é
produzido de forma segura. O papel pode e deve ser reciclado,
entretanto, após passar algumas vezes pelo processo de reciclagem, as
fibras de papel se degradam, sendo necessárias novas levas de fibras virgens.
Dados da Ibá mostram que, em 2022, quase 76% de todo papel, utilizado
para substituir o plástico em embalagens, foi reciclado no Brasil.
Outra tendência, que tem aumentado, é a substituição de roupas feitas de
materiais provenientes de petróleo, pela viscose.
A opção pelos tecidos de viscose, feita a partir de celulose solúvel,
representa apenas 6% do mercado mundial. Ainda assim, 65% da indústria
apresenta certificações, que garantem o manejo sustentável e origem
confiável da matéria prima. Apesar de ainda estar no início, 0.5% dos
produtos já são feitos por materiais reciclados.
Uma forma de economizar recursos, por exemplo, é sempre imprimir
documentos usando a frente e o verso das folhas de papel. Na hora de
fazer o descarte do papel, evitar dobrar ou amassar o papel conserva as fibras celulósicas e melhora a qualidade da reciclagem.
Para conhecer quais são os postos de reciclagem mais próximos de você, consulte o buscador gratuito do Portal eCycle.
Um organoclorado, organocloro, organocloreto, organocarbono ou hidrocarboneto clorado
é um composto orgânico muito empregado pela indústria desde a década de
1940. Essas substâncias orgânicas podem ser encontradas nos agrotóxicos, utilizadas nos alimentos como pesticidas e
outros defensivos agrícolas. Além disso, também são encontradas nas
tintas, no plástico, no verniz, entre outros. Elas se dividem nos grupos
toxafeno, hexaclorocicloexano, dodecacloro, clordecona, DDT e ciclodienos.
Como agem os organoclorados na agricultura?
Na agricultura, os organoclorados são utilizados em larga escala como pesticidas. Seu uso tem como finalidade viabilizar a produção agrícola através do extermínio de pragas. Isso porque essas pragas, muitas vezes, acabam com a produção de alimentos.
O problema, entretanto, é que os compostos organocloradospermanecem ativos no meio ambiente por grandes períodos após seu uso. Isso prejudica os ecossistemas ao contaminamsolos, alimentos, água, ar e organismos. Eles chegam ao solo não só pela aplicação direta, mas também pelo seu uso em sementes.
As águas da chuva podem transportá-los para rios e lagos e esses pesticidas também podem se infiltrar no solo e contaminar águas subterrâneas.
A partir de 1970, a política de incentivo ao crédito agrícola
obrigava os agricultores a utilizarem pacotes tecnológicos
desnecessários. Esse incentivo tinha o objetivo de estimular a produção
voltada à exportação,
Nesses pacotes estavam os pesticidas recomendados para o controle de pragas e doenças, mesmo sem ocorrência de pragas.
Quais são os problemas causados com o uso dos organoclorados?
A contaminação por organoclorados é mundial, e já é possível encontrá-los até na neve do Alasca.
A persistência dos organoclorados no meio ambiente
prejudica a reprodução da truta-do-mar, da águia-marinha, dos golfinhos,
dos falcões, das águias e dos açores, afetando a cadeia alimentar
inteira, inclusive o ser humano.
Intoxicação nos seres humanos
Os organoclorados não se diluem em água, por outro
lado, são solúveis em gordura. E os animais, incluindo os seres humanos,
são muito ricos em gordura, por isso, a persistência dessa substância
em nossos organismos é tão grande.
Podemos absorver os organoclorados pela pele, pela respiração,
por meio do contato direto com o trabalho na indústria ou via exposição
diária a materiais que contenham essas substâncias. Alguns deles
incluem vernizes, paredes, plásticos e alimentos contaminados.
Compromissos descumpridos e preocupações internacionais
A especialista lembrou que o governo Maduro descumpriu o acordo de
Barbados ao impedir a candidatura de seus principais opositores para as
próximas eleições.
Esse cenário tem gerado preocupação entre observadores internacionais
e especialistas que acompanham a situação política do país.
Quanto à posição do Brasil, Magnotta sugeriu que as recentes
declarações de Maduro poderiam oferecer ao presidente Lula uma
oportunidade de reconsiderar a aproximação com a Venezuela.
“Agora talvez o que o Maduro faz é dar ao Lula a oportunidade de
desembarcar, é o cenário ideal inclusive para que o presidente Lula
possa justificar um afastamento inclusive para as suas próprias bases”,
analisou.
Os textos gerados por inteligência artificial na CNN Brasil são
feitos com base nos cortes de vídeos dos jornais de sua programação.
Todas as informações são apuradas e checadas por jornalistas. O texto
final também passa pela revisão da equipe de jornalismo da CNN. Clique aqui para saber mais.
PEQUIM/KIEV (Reuters) – O principal diplomata da Ucrânia disse ao
ministro das Relações Exteriores da China em conversas na cidade de
Guangzhou, no sul, nesta quarta-feira, que Kiev está aberta a conversas
com a Rússia se Moscou estiver preparada para negociar de boa fé, algo
que ele afirmou não ter visto nenhuma evidência por enquanto.
O ministro das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, é a autoridade
ucraniana de mais alto escalão a viajar para a China desde a invasão
russa em fevereiro de 2022 e conversou com o ministro das Relações
Exteriores, Wang Yi, por mais de três horas, disse uma fonte ucraniana
da delegação.
“Kuleba reafirmou … que (Kiev) está pronta para envolver o lado russo
no processo de negociação em um determinado estágio, quando a Rússia
estiver pronta para negociar de boa fé, mas enfatizou que essa prontidão
não é observada atualmente no lado russo”, afirmou seu ministério em um
comunicado.
As tropas russas estão avançando no leste da Ucrânia na invasão que
já dura 29 meses, antes das eleições norte-americanas de novembro que
podem levar de volta à Casa Branca Donald Trump, que ameaçou cortar os
fluxos de ajuda vital para a Ucrânia.
A China, segunda maior economia do mundo, se posiciona como neutra em
relação à guerra, mas declarou uma parceria “sem limites” com a Rússia
dias antes da invasão de 2022 e recebeu o presidente Vladimir Putin para
conversações, mais recentemente em maio.
A China também tem fornecido apoio diplomático à Rússia e ajudado a manter a economia russa em tempo de guerra.
“As conversas acabaram de ser concluídas. Duraram mais de três horas
no total, mais do que o planejado. Foi uma conversa muito profunda e
concreta”, disse uma fonte ucraniana da delegação à Reuters.
Uma porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China disse em
uma coletiva de imprensa em Pequim que ambos os ministros haviam falado
sobre a necessidade de adotar uma visão de longo prazo na construção de
laços bilaterais e que a China “continuaria a expandir suas importações
de alimentos a partir da Ucrânia”.
Mao Ning acrescentou que a China está preocupada com a situação humanitária na Ucrânia.
(Reportagem de Tom Balmforth em Londres, Olena Harmash em Kiev, Joe Cash em Pequim, Yuliia Dysa em Gdansk)