sexta-feira, 26 de julho de 2024

INDÚSTRIA BRASILEIRA SE RESSENTE DE UMA FALTA DE ATENÇAÕ DO PODER PÚBLICO COM O SETOR

 

História de Notas & Informações – Jornal Estadão

A indústria brasileira se ressente de uma alegada falta de atenção do poder público para com o setor. Para os industriais, os juros elevados praticados na economia brasileira elevam o custo de produção e impedem suas empresas de competir de igual para igual com companhias estrangeiras, que financiam suas atividades a taxas muito mais baixas.

A solução, para o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, é criar uma política de crédito barato nos mesmos moldes do Plano Safra. Ao participar do Fórum Estadão Think – A Indústria no Brasil Hoje e Amanhã, ele disse que o desempenho do agro merece ser aplaudido, mas ponderou que o setor conta com o Plano Safra, que oferece crédito subsidiado para os produtores.

Essa comparação é útil para saber o que exatamente a indústria espera do governo. Para a safra 2024/2025, o governo Lula da Silva anunciou o valor recorde de R$ 475,56 bilhões, alta de 9% em relação ao ciclo de produção anterior. Desse total, R$ 400,58 bilhões serão para os grandes produtores e R$ 74,98 bilhões para a agricultura familiar.

A participação direta do governo no Plano Safra se dá via subvenção, valor que o Tesouro Nacional arcará com o custo de equalização dos juros desses empréstimos. Nesta safra, o subsídio subirá 19,8% ante o ciclo anterior, para R$ 16,3 bilhões. A depender da evolução da taxa de juros ao longo dos meses, o dinheiro pode acabar antes do encerramento da safra.

Nesses casos, o governo precisa elevar o valor da subvenção para que a contratação de novas operações pelas instituições financeiras não seja suspensa. Na maioria das vezes, isso requer o envio de um pedido de crédito suplementar pelo governo ao Congresso Nacional, o que garante transparência ao custo do benefício.

A forma como o presidente da Fiesp se referiu ao Plano Safra pode levar a entendimentos equivocados, como se a indústria jamais tivesse sido contemplada com financiamentos subsidiados, o que está longe de ser verdade. Basta lembrar que, entre 2009 e 2014, o setor foi um dos principais beneficiários do Programa de Sustentação do Investimento (PSI).

O PSI foi o principal veículo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para induzir o crescimento após a crise financeira mundial de 2008. Para isso, a instituição recebeu mais de R$ 400 bilhões do Tesouro para financiar os chamados “campeões nacionais”.

Em subsídios implícitos, isto é, com a diferença entre o custo de captação do Tesouro e o custo contratual dos empréstimos concedidos pelo BNDES, o PSI custou nada menos que R$ 181 bilhões. Mas em subsídios explícitos, ou seja, com a equalização dos juros, o que permitiria alguma base de comparação com o Plano Safra, o programa custou outros R$ 76 bilhões.

Não foi a única ajuda que o governo deu à indústria em todos esses anos. O setor é também um dos principais beneficiários de subsídios tributários concedidos pela União, estes espalhados em variados programas e iniciativas incorporadas ao Orçamento e que já não precisam de aprovação do Congresso. A Zona Franca de Manaus, sozinha, recebeu R$ 26,5 bilhões em subvenções, enquanto o setor automotivo embolsou R$ 10,1 bilhões.

Ainda assim, a participação do setor industrial no Produto Interno Bruto (PIB) caiu vertiginosamente nos últimos anos, de 48% em 1985 para 25,5% em 2023, segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Essa perda de relevância tem muitos motivos, mas não se pode atribuir o problema à falta de financiamentos ou de benefícios fiscais.

Embora seja uma das maiores economias do mundo, o Brasil ainda é um dos países mais fechados ao comércio exterior, sobretudo a indústria. Uma das maiores exceções é justamente o agronegócio, que, ao lado do petróleo e do minério de ferro, sustenta há anos o saldo positivo da balança comercial.

Em 2023, o PIB aumentou 2,9%, mas, enquanto o agronegócio cresceu 15,1%, a indústria registrou alta de apenas 1,6%. Essa diferença seria um bom motivo para defender a abertura comercial, mas a menção ao tema causaria calafrios na indústria e no governo, que preferem defender uma política de “neoindustrialização” que, de nova, só tem o nome.

SENADO E CÂMARA EMPERRAM A CRIAÇÃO DO MERCADO REGULADO DE CRÉDITO DE CARBONO NO PAÍS

 

História de Notas & Informações – Jornal Estadão

A batalha entre a Câmara dos Deputados e o Senado que emperra a criação do mercado regulado de crédito de carbono presta um desserviço ao País ao adiar indefinidamente a criação de um sistema que já deveria estar em funcionamento ou, ao menos, em desenvolvimento. Se há, de fato, fundamento no interesse do Brasil em liderar o esforço mundial de transição energética, é surreal, para dizer o mínimo, a disputa política nas duas Casas Legislativas em torno da paternidade do projeto que vai determinar as bases do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases do Efeito Estufa (SBCE).

A situação inusitada foi revelada em recente reportagem do Estadão, que enfatizou os atrasos recorrentes. Foram frustradas as tentativas de aprovação antes das Cúpulas do Clima (COPs) da ONU no Egito, em 2022, e em Dubai, em 2023. A aprovação antes da COP-29, que acontecerá em novembro em Baku, no Azerbaijão, é incerta, e conforme se aproxima a COP-30, que será sediada no Brasil, a demora começa a ganhar contornos de vexame, ainda mais diante da previsão de que, depois da aprovação, a implantação do SBCE seja concluída em fases ao longo de seis anos.

Em questão de tamanha importância, como a do combate às mudanças climáticas, é lamentável que decisões essencialmente técnico-científicas sejam obstruídas por meros – e questionáveis – objetivos políticos. Como mostrou a reportagem, o Senado pretende votar, em meados de agosto, o PL 412/22, aprovado pelos senadores em outubro de 2023, um texto mais sucinto do que o votado e aprovado na Câmara (PL 2148/15) dois meses depois. Ocorre que o relator do projeto na Câmara, deputado Aliel Machado (PV-PR), aproveitou apenas parte do PL 412, enviado pelo Senado e juntou o conteúdo do PL 2148, que já tramitava na Câmara.

O que já estava confuso virou uma barafunda com os rumores de que o plenário do Senado, para onde o projeto retornará após as mudanças, vai retomar o texto que enviou à Câmara. Já começa a ser especulada a judicialização da questão – o que poderia ter sido evitado, por certo, se o Executivo, a quem caberia prioritariamente a condução de projetos para orientar a transição energética, tivesse tomado a dianteira enviando um projeto próprio ao Legislativo, ao invés de pegar carona no texto do Senado.

Quando assinou o Acordo de Paris, durante a COP-21, em 2015, o Brasil comprometeu-se a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% em 2025; depois ampliou a redução para 50% em 2030 e comprometeu-se com a neutralidade até 2050. A venda de créditos de carbono excedentes de empresas e governos contribui para o cumprimento das metas de redução de poluentes no mundo. Naquele mesmo ano, foi apresentado o PL 2148/15 na Câmara para criar a base do mercado regulado, em que governos decidem as metas de emissões. Sem uma legislação própria até hoje, as empresas brasileiras participam apenas do mercado voluntário, no qual as metas são definidas entre empresas.

É notória a vantagem do Brasil, com sua matriz energética essencialmente limpa, na corrida mundial pela descarbonização. Somente a incompetência nos impedirá de aproveitar essa chance.

BIDEN, TRUMP E KAMALA PEDEM A ISRAEL FIM DA GUERRA EM GAZA

 

Lusa | EFE – DW

Primeiro-ministro israelita está nos EUA, onde se reuniu com o Presidente Joe Biden e Kamala Harris. Esta sexta-feira, Netanyahu reúne-se com Donald Trump, que considerou que a guerra já durou “tempo demais”.

Primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu está de visita aos EUA
Primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu está de visita aos EUAFoto: Jose Luis Magana/AP Photo/picture alliance

Após um encontro com o Presidente Joe Biden, esta quinta-feira, na Casa Branca, o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu desloca-se, esta sexta-feira, à Florida, onde se reunirá com o ex-Presidente norte-americano e candidato republicano às presidenciais de novembro, Donald Trump.

Em declarações na véspera deste encontro, Trump afirmou querer que Netanyahu termine a ofensiva na Faixa de Gaza “rapidamente” porque está “a dizimar” a imagem internacional de Israel.

Em entrevista por telefone à “Fox News”, Donald Trump disse ainda que o governo israelita “não é muito bom a administrar as suas relações públicas” e acrescentou que a guerra já durou “tempo demais”.

O primeiro-ministro israelita proferiu na quarta-feira um enérgico discurso perante as duas câmaras do Congresso norte-americano, no qual pediu mais armas aos Estados Unidos para “acelerar o fim da guerra” na Faixa de Gaza.

O discurso de Netanyahu foi assinalado por fortes protestos de milhares de manifestantes junto do edifício do Capitólio contra a invasão da Faixa de Gaza por Israel.

Encontro com Biden

Esta quinta-feira (25.07), Netanyahu foi recebido pelo Presidente dos Estados Unidos na Casa Branca. No encontro, Joe Biden pediu ao primeiro-ministro de Israel para “finalizar o acordo” de cessar-fogo em Gaza.

Joe Biden “expressou a necessidade de preencher as lacunas restantes, finalizar o acordo o mais rapidamente possível, devolver os reféns às suas casas e pôr um fim duradouro à guerra em Gaza”, fez saber a Casa Branca, em comunicado. 

Durante a reunião, Biden também discutiu a crise humanitária no enclave palestiniano, onde as autoridades israelitas devem “remover quaisquer obstáculos” ao fluxo de ajuda humanitária, restaurar os serviços básicos e reduzir os danos aos civis, de acordo com um comunicado.

Sobre as negociações, os EUA reafirmaram o apoio à segurança de Israel contra “o Irão e as milícias que lhe estão associadas”, incluindo o palestiniano Hamas, o libanês Hezbollah e os rebeldes Huthis do Iémen.

O acordo em três fases pretende terminar o conflito no enclave, o que seria uma conquista para o legado do político Democrata, de 81 anos, que no domingo abandonou a candidatura à Casa Branca em favor da vice-Presidente, Kamala Harris

“Não podemos desviar o olhar destas tragédias”, diz Harris

Antes, também num encontro na Casa Branca, Harris disse a Netanyahu que “já é tempo” de o acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas “ser concluído”, manifestando “viva inquietação” pelas vítimas civis do conflito.  

“Não podemos desviar o olhar destas tragédias. Não nos podemos permitir ser insensíveis ao sofrimento e não ficarei silenciosa”, acrescentou. 

Harris tem sido abertamente crítica com a forma como Israel conduz os ataques na Faixa de Gaza, que já causou mais de 39 mil mortos, e foi a primeira voz da administração Biden a exigir um cessar-fogo.

BOLSONARO DIZ QUE LULA E O STF QUEREM FACILITAR O SEU ASSASSINATO

 

História de MARIANNA HOLANDA – Folha de S. Paulo

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) insinuou, nesta quinta-feira (25), que o presidente Lula (PT) e o STF (Supremo Tribunal Federal) querem facilitar seu assassinato. A declaração ocorreu durante um comício em Caxias do Sul (RS), ao mencionar o atentado contra Donald Trump.

Bolsonaro alegou que Lula teria tirado dele dois carros blindados —a lei, no entanto, não prevê a disponibilização, por parte da Presidência da República, de automóveis blindados para ex-presidentes, apenas carros.

Além disso, ele disse que, por medidas cautelares, quatro assessores que trabalhavam em sua segurança foram retirados. Procurada, a Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência) afirmou, no entanto, que Bolsonaro faz uso das nomeações de servidores a que tem direito e dos dois carros, ainda que não sejam blindados.

A Secom afirmou ainda que medidas cautelares são de responsabilidade do Judiciário e que “Bolsonaro não tem nenhum direito extra àqueles previstos na legislação”. A Presidência não comentou a acusação do ex-presidente.

Também procurado, o STF não se manifestou sobre as declarações. Assessores que atuavam para o ex-mandatário foram alvo de medidas cautelares do Supremo no âmbito de investigações na corte, impedindo que os investigados, o que inclui Bolsonaro, pudessem se comunicar.

Após questionar o que teria ocorrido nos Estados Unidos e por que o Serviço Secreto teria sido tão negligente, ele fez uma comparação com o que seria sua situação.

“No meu caso, quando voltei para o Brasil, pela Presidência [da República], tinha direito a dois carros. Lula pessoalmente me tirou os dois carros blindados. Tenho direito a oito funcionários. Os quatro que trabalhavam na minha segurança, por medidas cautelares, me tiraram os quatro que trabalhavam na minha segurança. Até o meu filho, o ’02’ [Carlos Bolsonaro], ao tentar renovar seu porte de arma, foi negado pela PF”, disse Bolsonaro, em cima de um carro de som.

“Eles querem facilitar. Eles não querem mais me prender, querem que eu seja executado. Não posso pensar outra coisa. Mas tem uma coisa, o que acontece nos EUA nos últimos anos, como um espelho, vem acontecendo no Brasil. Eu acredito na eleição de Donald Trump em novembro”, completou.

Após fazer as insinuações sobre sua segurança, Bolsonaro disse ainda que a situação política nos Estados Unidos se repete no Brasil e que Trump, seu aliado, será eleito.

Trecho com a fala dele foi publicado em rede social pelo ex-Secom do governo Bolsonaro, Fábio Wajngarten.

Os seguranças a que Bolsonaro faz referência são Sérgio Cordeiro, Max Guilherme, Marcelo Câmara e Osmar Crivelatti, todos alvos do STF, assim como Bolsonaro, nos casos que investigam suposto envolvimento em fraude em cartão de vacinação, tentativa de golpe e venda clandestina de joias.

Todos chegaram a ser presos por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Apesar de três deles terem sido soltos, também por determinação do ministro, os investigados não podem ter contato um com o outro, o que inclui Bolsonaro.

Em nota, a Secom disse: “As regras para ex-presidentes são as previstas na Legislação (Lei nº. 7.474/1986) e são as mesmas para todos os ex-presidentes: nenhum deles têm veículo blindado à disposição. Sobre as medidas cautelares, cabem resposta do Poder Judiciário. O ex-presidente Jair Bolsonaro tem livre direito para apontar qualquer nome para sua segurança, conforme previsto na lei. O ex-presidente Jair Bolsonaro não tem nenhum direito extra àqueles previstos na legislação”.

O discurso de Bolsonaro mistura acusação com campanha eleitoral. Desde o avanço das investigações contra ele, como o mais recente indiciamento no caso das joias, no início do mês, ele já vem acusando a PF de perseguição e rememorou a tentativa de assassinato de Adélio Bispo —investigação já concluída, dando conta de que ele agiu sozinho.

A queixa pelos carros blindados também não é de hoje. Quando voltou ao Brasil, o ex-presidente deu entrevistas em que dizia que não foi autorizada a liberação de carro blindado —algo que não está previsto para nenhum ex-presidente. Ele alegou, à época, que já foi alvo de ataque, mas sem sucesso em conseguir mudar a regra.

O trâmite desse tipo de demanda ocorre na Casa Civil, responsável pelas prerrogativas de ex-presidente. Lula, até onde se tem registro, não teve envolvimento direto com a demanda.

A lei prevê que um ex-presidente, ao final de seu mandato, “tem direito a utilizar os serviços de quatro servidores, para segurança e apoio pessoal, bem como a dois veículos oficiais com motoristas, custeadas as despesas com dotações próprias da Presidência”.

Desde a tentativa de assassinato de Trump nos Estados Unidos, o ex-presidente e seus aliados fazem em discursos e nas redes sociais um paralelo coma facada em Juiz de Fora (RJ), em 2018.

No dia seguinte ao atentado ao candidato americano, no último dia 13, o ex-presidente participou de lançamento de candidatura de uma aliada em Santos e chegou a dizer que “somente pessoas conservadoras sofrem atentado”.

“Atentados são contra as pessoas de bem e conservadores”, afirmou em vídeo em que é indagado por jornalistas e que publicou nas redes sociais.

E prosseguiu: “Ele foi salvo, a meu entender, como eu fui. Os médicos dizem que foi milagre eu ter sobrevivido em 2018 tendo em vista a gravidade dos ferimentos. E ele foi salvo por questão de poucos centímetros. Isso, a meu entender, é algo que vem de cima”.

Casos de violência política atingiram políticos de diferentes espectros no Brasil nos últimos anos. Um dos mais conhecidos foi a morte da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL), assassinada em 2018. Também naquele ano, ônibus da caravana do então pré-candidato Lula foi atingido por tiro em estrada no interior do Paraná.

PAULO GUEDES CRITICA O GOVERNO ATUAL NA ECONOMIA

 

História de STÉFANIE RIGAMONTI – Folha de S. Paulo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em um raro momento de crítica pública ao governo atual, o ex-ministro da Economia de Jair Bolsonaro, Paulo Guedes, disse nesta quinta-feira (25) que o terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva “chutou o balde” com o fim do teto de gastos.

Durante evento da Avenue com investidores em São Paulo, Guedes evitou fazer referências diretas ao governo atual, mas teceu várias críticas aos métodos adotados pela gestão Lula, fazendo distinção entre a social-democracia e a liberal-democracia -que é defendida pelo economista.

Fazendo um retrospecto das políticas no campo fiscal na história recente, Guedes disse que os tucanos, em referência ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e sua equipe, instituíram a regra de superávit primário, mas que ela não foi eficiente por ser uma medida de longo prazo que não faz frente a períodos de crise.

O ex-ministro então citou o teto de Gastos adotado pelo ex-presidente Michel Temer (MDB). Segundo Guedes, a regra ajudou o Brasil “um pouco”, mas ela também não foi suficiente para períodos de necessidade de alta de gastos, como foi na pandemia de Covid.

“Como você vai respeitar o teto se você é obrigado a combater uma doença?”, questionou. “Então, a gente criou um ‘teto retrátil’. Abre o teto, bota a cabeça de fora; acabou a tempestade, bota a cabeça para dentro e baixa o teto de novo. Foi o que nós fizemos. O déficit foi lá em cima e voltou de novo”, justificou o ex-ministro sobre os furos ao teto da gestão Bolsonaro.

Segundo levantamento do economista Bráulio Borges, pesquisador do FGV-Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), feito a pedido da BBC News Brasil, os gastos do governo Bolsonaro acima do teto somaram R$ 794,9 bilhões de 2019 a novembro de 2022.

Ao tocar no assunto, Guedes disse que o governo atual foi para uma direção contrária. “Assim que o governo chegou, tirou o teto, tirou tudo, e falou: ‘vou chutar o balde, vou fazer o que eu quiser. Aí foi para o outro extremo”, disse.

O ex-ministro fez questão de frisar que não estava fazendo críticas ao governo atual, mas sendo teórico e “socrático”. Depois, pediu desculpas à plateia por não poder ser mais aberto em sua análise, justificando que aprendeu com o tempo que é preciso ser mais cuidadoso com as palavras.

“Quando eu era um economista jovem, eu podia falar abertamente, rasgado. Hoje eu tenho responsabilidade, passei por lá, vi as coisas, vi as dificuldades. Vi injustiças, ainda vejo injustiças. Agora, muita gente boa ajudando a fazer a coisa certa. E como em qualquer lugar do mundo, tem sempre aquela gente disposta a colocar fogo no parquinho”, disse.

Por meio de perguntas, Guedes questionou a plateia se o governo atual estava diminuindo ou aumentando gastos e quais os efeitos disso para os juros. Sem falar do atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), o economista também comentou a elevação de arrecadação como meio de equilibrar as contas públicas.

“Na hora que o excesso de gasto começa a pressionar aumento de impostos, aí fica todo mundo irritado, aí vem endividamento em bola de neve, juro alto, fica todo mundo irritado de novo. Vai ter uma hora que vão falar: ‘espera aí, se você é um social-democrata e quer gastar mais, aumenta os impostos e explica por que está aumentando os impostos'”, afirmou.

Guedes criticou o inchaço do Estado e disse que o governo precisa se responsabilizar por assuntos como segurança pública, não por fazer “chapa de aço”. O ex-ministro defendeu que o governo faça desinvestimentos e privatize empresas públicas.

Ele afirmou, ainda, que “quando o Estado começa a ficar grande demais, ele caminha para o totalitarismo”, controlando a verba de publicidade da mídia e perseguindo pessoas. O economista também voltou a defender uma aliança entre liberais e o conservadorismo para limitar o poder do Estado.

Guedes, por fim, defendeu como solução para o equilíbrio fiscal, um problema histórico do Brasil, segundo ele, a criação de uma meta de dívida pública. Para o ex-ministro, essa deve ser uma regra que precisa valer para qualquer governo, independentemente do viés econômico.

O economista defendeu que haja uma regra obrigando os governos a desestatizarem, desalavancarem e desobrigarem o Estado de gastos se houver estouro da meta de dívida.

“Não preciso cortar gastos, só não posso deixar subir”, disse. “Em situação de crise, eu sou obrigado a fazer isso. ‘Ah, mas acabou tudo [a crise] de novo’. Ok, pode até criar mais quatro estatais aí, se tiver juros baixinhos, economia crescendo e a dívida pública na faixa de baixo, cria aí estatal”, completou.

ESCOLHA UM TRABALHO QUE VOCçE GOSTE E VOCÊ NUNCA DESCANSARÁ UM ÚNICO DIA NA SUA VIDA

 

História de Vitor Augusto Conceição – IGN BrasilESCOLHA UM TRABALHO QUE VOCÊ GOSTE E VOCÊ NUNCA DESCANSARÁ UM ÚNICO DIA NA SUA VIDA

O filósofo chinês Confúcio é responsável por dizer “Escolha um trabalho que você goste e você nunca mais trabalhará um dia na sua vida”. No entanto, nos últimos anos, foi demonstrado que um final alternativo poderia ser adicionado à frase: “Escolha um trabalho que você goste e você nunca descansará um único dia na sua vida”. Spoiler: esse não é o caminho.

Bill Gates teve dificuldade em aprender essa lição, mas desde que descobriu os efeitos adversos para a saúde de não descansar, tornou-se um defensor ferrenho.

Foi difícil para Bill Gates, mas ele aprendeu: a ciência sabe há anos que o vício no trabalho diminui a produtividade© Fornecido por IGN Brasil

Créditos: Netflix/Reprodução

Não chame isso de amor, se for vício. Existe uma linha tênue entre um trabalho pelo qual você é apaixonado e o vício no trabalho. Existem muitos estudos, como este da Universidade de Brasília, que relacionam o estresse e a falta de descanso com a perda de habilidades cognitivas. Portanto, converter o comprometimento com o trabalho ou uma cultura de esforço pouco compreendida em dias de maratona é, na realidade, um sintoma de produtividade tóxica que só prejudica o desempenho de quem sofre com o excesso de horas de trabalho.

Estudos da Universidade Ariel, em Israel, confirmam que o vício no trabalho é um problema real, cheio de mitos e tabus que dão uma aparência de heroísmo ao trabalho interminável. Na verdade, um estudo da Universidade ELTE Eötvös Loránd de Budapeste relaciona este tipo de dependência a pessoas com características como perseverança ou perfeccionismo, que não souberam estabelecer limites adequados.

Se você precisa de tanta dedicação, algo está errado. Um dos sintomas mais imediatos do vício no trabalho são as horas em excesso, algo que, paradoxalmente, as experiências com a semana de trabalho de quatro dias demonstraram colidir frontalmente com a produtividade.

Se você precisa de 12 horas por dia para fazer o trabalho que deveria fazer em uma jornada de oito horas, é sinal de que ou você não está organizando bem suas tarefas ou não está calculando corretamente o tempo que cada tarefa exige. Gastar mais horas por dia não o torna mais apaixonado pelo seu trabalho, mas sim menos eficiente.

Não é só trabalho, é a sua saúde. Segundo um estudo do Hospital Universitário Clermont-Ferrand (França), a dependência do trabalho afeta a saúde a médio e longo prazo, aumentando o risco de sofrer de depressão, ansiedade, distúrbios do sono, estresse e problemas de saúde cardíaca. Na verdade, os japoneses até têm um nome para isso: karōshi, que significa literalmente morte por excesso de trabalho.

Nesse sentido, estabelecer limites claros é fundamental para manter um equilíbrio saudável. Desligar-se do trabalho permite-lhe recuperar energias e melhorar a sua capacidade de gerir o stress diário. É importante aprender a ouvir o seu corpo e fazer pausas, em vez de mascarar a exaustão com soluções temporárias como o café. Às vezes, uma pausa é mais produtiva do que tentar continuar a todo custo.

As férias não são apenas um direito, são uma necessidade. O direito à desconexão digital e ao descanso não é só dos funcionários, mas também se você for o patrão. Nem é hora de dormir, como defendem defensores da produtividade como Jeff Bezos ou Bill Gates, que não perdem um mínimo de sete horas de sono devido às suas implicações para a saúde.

Férias e dias de descanso são essenciais para a recuperação física e mental, além de uma oportunidade para analisar o que você está fazendo bem e o que não está. José Mendiola e Ana González contam no seu livro ‘A arte de viver mais devagar’, a importância de enfrentar a produtividade a partir de uma “abordagem lenta” e a necessidade de parar e como alcançá-lo.

Tempo pessoal como tarefa. É muito fácil deixar-se levar pela cultura agitada, tal como definida pelo The New York Times, quando na realidade podemos desfrutar de mais tempo livre do que nunca graças à tecnologia. A busca pelo equilíbrio entre a vida profissional e pessoal é um dos grandes desafios para evitar o esgotamento entre os trabalhadores.

O tempo pessoal é tão importante que mesmo os sistemas de priorização de tarefas, como a estratégia POSEC, consideram o lazer e o tempo pessoal apenas como mais uma tarefa a ser concluída. Portanto, você pode tentar implementá-lo em seu dia usando truques para gerar hábitos como a regra das cinco horas usada por Bill Gates ou Elon Musk.

*Texto traduzido e adaptado do site parceiro Xataka

(Créditos da imagem de capa: Gates Notes)

ESCALANDO NEGÓCIOS DA VALEON

1 – Qual é o seu mercado? Qual é o tamanho dele?

O nosso mercado será atingir os 766 mil habitantes do Vale do Aço e poder divulgar os produtos / serviços para vocês clientes, lojistas, prestadores de serviços e profissionais autônomos e obter dos consumidores e usuários a sua audiência.

A ValeOn atenderá a todos os nichos de mercado da região e especialmente aos pequenos e microempresários da região que não conseguem entrar no comércio eletrônico para usufruir dos benefícios que ele proporciona. Pretendemos cadastrar todas as empresas locais com CNPJ ou não e coloca-las na internet.

2 – Qual problema a sua empresa está tentando resolver? O mercado já expressou a necessidade dessa solução?

A nossa Plataforma de Compras e Vendas que ora disponibilizamos para utilização das Empresas, Prestadores de Serviços e Profissionais Autônomos e para a audiência é um produto inovador sem concorrentes na região e foi projetada para atender às necessidades locais e oferecemos condições de adesão muito mais em conta que qualquer outro meio de comunicação.

Viemos para suprir as demandas da região no que tange a divulgação de produtos/serviços cuja finalidade é a prestação de serviços diferenciados para a conquista cada vez maior de mais clientes e públicos.

O nosso diferencial está focado nas empresas da região ao resolvermos a dor da falta de comunicação entre as empresas e seus clientes. Essa dor é resolvida através de uma tecnologia eficiente que permite que cada empresa / serviços tenha o seu próprio site e possa expor os seus produtos e promoções para os seus clientes / usuários ao utilizar a plataforma da ValeOn.

3 – Quais métodos você usará para o crescimento? O seu mercado está propício para esse tipo de crescimento?

Estratégias para o crescimento da nossa empresa

  1. Investimento na satisfação do cliente. Fidelizar é mais barato do que atrair novos clientes.
  2. Equilíbrio financeiro e rentabilidade. Capital de giro, controle de fluxo de caixa e análises de rentabilidade são termos que devem fazer parte da rotina de uma empresa que tenha o objetivo de crescer.
  3. Desenvolvimento de um planejamento estratégico. Planejar-se estrategicamente é como definir com antecedência um roteiro de viagem ao destino final.
  4. Investimento em marketing. Sem marketing, nem gigantes como a Coca-Cola sobreviveriam em um mercado feroz e competitivo ao extremo.
  5. Recrutamento e gestão de pessoas. Pessoas são sempre o maior patrimônio de uma empresa.

O mercado é um ambiente altamente volátil e competitivo. Para conquistar o sucesso, os gestores precisam estar conectados às demandas de consumo e preparados para respondê-las com eficiência.

Para isso, é essencial que os líderes procurem conhecer (e entender) as preferências do cliente e as tendências em vigor. Em um cenário em que tudo muda o tempo todo, ignorar as movimentações externas é um equívoco geralmente fatal.

Planeje-se, portanto, para reservar um tempo dedicado ao estudo do consumidor e (por que não?) da concorrência. Ao observar as melhores práticas e conhecer quais têm sido os retornos, assim podemos identificar oportunidades para melhorar nossa operação e, assim, desenvolver a bossa empresa.

4 – Quem são seus principais concorrentes e há quanto tempo eles estão no mercado? Quão grandes eles são comparados à sua empresa? Descreva suas marcas.

Nossos concorrentes indiretos costumam ser sites da área, sites de diretório e sites de mídia social. Nós não estamos apenas competindo com outras marcas – estamos competindo com todos os sites que desejam nos desconectar do nosso potencial comprador.

Nosso concorrente maior ainda é a comunicação offline que é formada por meios de comunicação de massa como rádios, propagandas de TV, revistas, outdoors, panfletos e outras mídias impressas e estão no mercado há muito tempo, bem antes da nossa Startup Valeon.

5 – Sua empresa está bem estabelecida? Quais práticas e procedimentos são considerados parte da identidade do setor?

A nossa empresa Startup Valeon é bem estabelecida e concentramos em objetivos financeiros e comerciais de curto prazo, desconsideramos a concorrência recém chegada no mercado até que deixem de ser calouros, e ignoramos as pequenas tendências de mercado até que representem mudanças catastróficas.

“Empresas bem estabelecidas igual à Startp Valeon devemos começar a pensar como disruptores”, diz Paul Earle, professor leitor adjunto de inovação e empreendedorismo na Kellogg School. “Não é uma escolha. Toda a nossa existência está em risco”.

6 – Se você quiser superar seus concorrentes, será necessário escalar o seu negócio?

A escalabilidade é um conceito administrativo usado para identificar as oportunidades de que um negócio aumente o faturamento, sem que precise alavancar seus custos operacionais em igual medida. Ou seja: a arte de fazer mais, com menos!

Então, podemos resumir que um empreendimento escalável é aquele que consegue aumentar sua produtividade, alcance e receita sem aumentar os gastos. Na maioria dos casos, a escalabilidade é atingida por conta de boas redes de relacionamento e decisões gerenciais bem acertadas.

Além disso, vale lembrar que um negócio escalável também passa por uma fase de otimização, que é o conceito focado em enxugar o funcionamento de uma empresa, examinando gastos, cortando desperdícios e eliminando a ociosidade.

Sendo assim, a otimização acaba sendo uma etapa inevitável até a conquista da escalabilidade. Afinal de contas, é disso que se trata esse conceito: atingir o máximo de eficiência, aumentando clientes, vendas, projetos e afins, sem expandir os gastos da operação de maneira expressiva.

Pretendemos escalar o nosso negócio que é o site marketplace da Startup Valeon da seguinte forma:

  • objetivo final em alguma métrica clara, como crescimento percentual em vendas, projetos, clientes e afins;
  • etapas e práticas que serão tomadas ao longo do ano para alcançar a meta;
  • decisões acertadas na contratação de novos colaboradores;
  • gerenciamento de recursos focado em otimização.

quinta-feira, 25 de julho de 2024

TSE DISCORDA DAS ACUSAÇÕES DE MADURO SOBRE O PROCESSO ELEITORAL BRASILEIRO

 

História de CdB – Correio do Brasil

A fala de Nicolás Maduro ocorreu em meio a uma escalada retórica com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e é o mais recente desdobramento de uma série de declarações desde que o mandatário venezuelano alertou, também em um comício, que o país enfrentava o risco de um “banho de sangue”.

Por Redação – de Brasília

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rebateu as declarações do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em nota pública divulgada nesta quarta-feira. O dirigente venezuelano disse que, no Brasil, “não auditam nenhum registro” do sistema eleitoral. Em resposta, a Corte eleitoral brasileira assegurou que o boletim emitido pelas urnas eletrônicas no Brasil é um “relatório totalmente auditável”.

Presidente do TSE, a ministra Cármen Lúcia cuidou de responder, prontamente, ao presidente Maduro

Presidente do TSE, a ministra Cármen Lúcia cuidou de responder, prontamente, ao presidente Maduro© Fornecido por Correio do Brasil

Questionada sobre as declarações de Maduro, o TSE enviou cinco textos previamente publicados pelo Tribunal, em que explica o funcionamento do sistema eleitoral brasileiro. Em um dos textos, o TSE explica que o Boletim de Urna (BU) é um “relatório detalhado com todos os votos digitados no aparelho”, sendo disponibilizado na porta de cada seção eleitoral.

É possível, portanto, comparar os dados de cada seção com as informações divulgadas online. Outro texto destaca que a “auditoria e fiscalização dos sistemas eleitorais ocorrem antes, durante e após a eleição”, através de processos como a análise do código-fonte e a lacração das urnas.

Auditoria

A declaração de Maduro foi feita durante um comício entre a noite de terça-feira e a madrugada de quarta.

— São três da manhã, mas antes temos que esclarecer à extrema direita que respeitem o processo eleitoral, que nós vamos ganhar outra vez e que na Venezuela vai haver democracia, liberdade e paz. Temos o melhor sistema eleitoral do mundo. Tem 16 auditorias. Eles fazem uma auditoria, como vocês sabem, em 54% das mesas. Em que outra parte do mundo se faz isso? Nos EUA? É inauditável o sistema eleitoral. No Brasil? Não auditam nenhum registro. Na Colômbia, não auditam nenhuma ata. Na Venezuela, auditamos no momento, na mesa — disse Maduro.

Barbados

A fala de Maduro ocorreu em meio a uma escalada retórica com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e é o mais recente desdobramento de uma série de declarações desde que o mandatário venezuelano alertou, também em um comício, que o país enfrentava o risco de um “banho de sangue” e uma “guerra civil” caso não fosse reeleito.

Inicialmente, o governo brasileiro minimizou a declaração, e disse apoiar o distanciamento do processo eleitoral venezuelano. No entanto, um dia após a fala de Maduro repercutir no Brasil, interlocutores do Itamaraty afirmaram que o país somente atuaria na questão se fosse chamado por representantes de Maduro e da oposição, “dentro do espírito de Barbados”, referindo-se a um acordo assinado entre oposição e governo venezuelano em outubro do ano passado no país caribenho.

Contencioso

Em sua primeira menção ao presidente venezuelano após a declaração sobre o “banho de sangue”, Lula foi evasivo e afirmou que os venezuelanos “que elejam os presidentes que quiserem”, destacando que o Brasil não possui contenciosos pelo mundo e que “o Brasil tem que gostar de todo mundo”. Lula retomou o tema nesta semana em uma coletiva de imprensa com agências internacionais. 

— Fiquei assustado com as declarações de Maduro de que se perder as eleições haverá um banho de sangue. Quem perde as eleições toma banho de votos, não de sangue — disse o presidente brasileiro durante a entrevista coletiva em Brasília.

A resposta de Maduro veio em seguida. Mesmo sem mencionar diretamente o colega brasileiro, na véspera, o líder venezuelano sugeriu que “quem se assustou” com sua fala tomasse “um chá de camomila”.

FABRICAÇÃO DE PAPEL E SEUS IMPACTOS

 

História de Equipe eCycle

Como é feito o papel e quais são seus impactos?

Como é feito o papel e quais são seus impactos?© Fornecido por eCycle

papel, usado pela humanidade há mais de dois mil anos, pode ser encontrado em várias cores e tamanhos. A matéria-prima mais utilizada para fazer papel é a celulose, uma massa celular estrutural de origem renovável, encontrada nos vegetais. 

O que é a celulose e para que serve?

Formada por monômeros de glicose ligados entre si, a celulose foi descoberta em 1838, pelo químico francês Anselme Payen, que determinou sua fórmula química. A celulose constitui uma importante matéria-prima para as indústrias, que a extraem a partir de diversas espécies vegetais, como eucaliptos, pinheiros, algodãobambu, entre outras.

A celulose, sintetizada naturalmente pelas diferentes espécies vegetais, passa por uma série de processos químicos para ser utilizada pela indústria do papel. Esses processos se dividem nas etapas florestal, de preparação da madeira, de obtenção de celulose, de secagem e de acabamento. 

O processo de produção de celulose se inicia com o plantio de sementes dos vegetais, que servem de fonte de celulose. Após o corte desses vegetais crescidos, as toras são encaminhadas para fábricas, onde são descascadas e levadas até picadores, para serem transformadas em cavacos, que são pequenos pedaços de madeira.

Como é feita a produção de papel?

Os cavacos são transportados até os digestores, onde se inicia o cozimento (ou polpação) dos pedaços de madeira. A polpação serve para amolecer a madeira e facilitar o desfibramento e a deslignificação. Esse processo consiste em separar a lignina, responsável pela cor e resistência das fibras da madeira. Após a separação da lignina, é feita uma operação de lavagem e peneiração para retirar impurezas, que serão reutilizadas no processo.

Depois do peneiramento, a celulose é submetida a um processo de branqueamento, que consiste no tratamento com determinados reagentes químicos visando melhorar sua alvura, limpeza e pureza química. Quanto mais eficiente for o processo de deslignificação, menor será a necessidade de reagentes no branqueamento. 

O branqueamento pode ser feito por dois métodos principais: método ácido (sulfito) e método alcalino  (kraft), que é o mais utilizado no Brasil.

Por fim, após o branqueamento, a celulose é enviada para a secagem. O objetivo é retirar a água da celulose, até que ela atinja o ponto de equilíbrio com a umidade relativa do ambiente. Na parte final da máquina secadora fica a cortadeira, que reduz a folha contínua a um formato determinado.

Quais são os impactos causados pela fabricação do papel?

As etapas de preparação da celulose que mais causam impactos ambientais são a etapa florestal, o branqueamento e a destinação dos resíduos.

No caso do Brasil, a matéria-prima da celulose provém de fazendas de árvores plantadas. Já nos países escandinavos e no Canadá, por exemplo, ela é obtida de florestas nativas de propriedade estatal. Isso representa um problema significativo de desmatamento de mata nativa, principalmente porque as espécies nativas são de crescimento lento. Por outro lado, no caso das árvores plantadas, os impactos ambientais estão relacionados principalmente à perda da biodiversidade (tanto da flora quanto da fauna), causada pela monocultura, a exaustão do solo, a invasão de pragas e a contaminação dos recursos hídricos, devido ao uso de pesticidas.

A etapa de branqueamento da celulose aparece com frequência nas discussões a respeito da preservação do ambiente. A presença do cloro e de substâncias orgânicas, entre as quais a lignina, representa a maior parte no efluente de branqueamento e contribui para a formação dos compostos organoclorados – substâncias com significativo impacto ambiental. Para saber mais sobre esse tema, confira a matéria “Organoclorados: o que são, impactos e riscos“.

No caso das monoculturas de eucalipto (espécie muito utilizada pela indústria de celulose, principalmente por causa do seu rápido desenvolvimento no Brasil), outro impacto ambiental frequentemente apontado é o alto consumo de água pelas árvores.Os eucaliptos impactam diretamente sobre a umidade do solo, rios e lençóis freáticos.

O eucalipto pode acarretar ressecamento do solo ao utilizar as reservas de água nele contidas, podendo, nesse caso, prejudicar também o crescimento de outras espécies, fruto da denominada alelopatia.

Por outro lado, um artigo publicado pelo Banco de Desenvolvimento Nacional (BNDES) afirma que, apesar de possuir um alto consumo de água, isso não significa, necessariamente, que o eucalipto seque o solo da região onde se insere, ou que impacte nos lençóis freáticos. Isso porque, de acordo com o artigo, o ressecamento do solo em florestas de eucalipto depende não somente do consumo de água pelas plantas, mas também da precipitação pluviométrica da região de cultivo.

De acordo com o site Two Sides, cerca de 50% da extração de madeira no mundo direciona seu uso para construção, enquanto que a produção de papel, no geral, representa 13% da extração de madeira.

Qual a importância do papel para o meio ambiente?

Em solos desmatados e empobrecidos, a deposição dos resíduos orgânicos da fabricação de celulose e papel, tem alguns efeitos benéficos, quando obtidos de produção responsável. 

A elevação do pH, com consequente aumento na disponibilidade de determinados nutrientes, como fósforo e micronutrientes, é um dos benefícios. O aumento da capacidade de troca de cátions dos solos, a incorporação de nutrientes minerais necessários às árvores e a melhoria das propriedades físicas, como a granulometria, também são relevantes. 

A capacidade de retenção de água e a densidade do solo, além do aumento de sua atividade biológica, acelera a decomposição da serapilheira e da ciclagem de nutrientes. Os solos utilizados em reflorestamentos brasileiros, com raras exceções, são de baixa fertilidade, mesmo para a atividade florestal. 

A correção desses solos é necessária para melhorar a fertilidade. Um nível alto de matéria orgânica aumenta a disponibilidade de nutrientes minerais, além de melhorar a capacidade de retenção de água e de cátions no solo. Entretanto, vale ressaltar que esse caso só se aplica a solos anteriormente empobrecidos.

Outro benefício da plantação de árvores, pela indústria de papel e celulose,  em áreas previamente desmatadas, é a captura do CO2, durante o crescimento da vegetação. 

Entretanto, vale ressaltar, que essa vantagem só traz benefícios quando a área em que será realizado o plantio já se encontra desmatada, em estado de deterioração. Além disso, após o corte das árvores, para obtenção da celulose, o carbono fixado nas árvores tende a voltar para a atmosfera.

Em comparação às espécies exóticas (que não são naturais dos biomas brasileiros), como o eucalipto, plantadas na forma de monocultura, as espécies nativas e plantadas de forma agroecológica são sempre mais vantajosos. Em termos de ganhos ambientais, por exemplo, plantações agroecológicas estimulam a biodiversidade.

O que é papel certificado?

Devido ao potencial de impacto ambiental do setor de produção de celulose (de base florestal), existe uma exigência,por parte dos consumidores, para que sejam gerados os menores impactos ambientais possíveis, na cadeia de produtos feitos a partir da celulose, como o papel.

A certificação é uma maneira de informar aos consumidores mais exigentes sobre o comprometimento, por parte dos produtores, em reduzir as externalidades danosas ao ambiente. Isso é feito levando em consideração certos critérios preestabelecidos pela empresa certificadora. Essas externalidades estão relacionadas ao desmatamento de regiões nativas, invasão de territórios indígenas, entre outros. 

Por meio da logomarca do sistema certificador, impressa na embalagem do produto,como ocorre em pacotes de folhas de papel, o consumidor pode saber sobre a origem do produto..

Os sistemas de certificação internacionalmente aceitos, e que existem no Brasil, são a norma ISO 14001 e as certificações Forest Stewardship Council (FSC) e Programme for the Endorsement of Forest Certification (PEFC). Cada uma delas tem as suas exigências especificadas, de maneiras distintas. Segundo o relatório, de 2023, divulgado pela Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), no Brasil, em 2022, pouco mais de 9 milhões de hectares receberam certificação.

A exploração de florestas tropicais, associada à extinção de espécies e ao desmatamento, trouxe pressão para a certificação de atividades de extrativismo florestal. A certificação é uma alternativa para tentar garantir boas práticas de manejo florestal. Entretanto, já se enfrentam problemas relacionados à certificação. Dentre eles, estão a falta de padronização nos métodos de auditoria dos órgãos certificadores, o pouco conhecimento público sobre certificações e os poucos investimentos em promoção por parte dos selos.

Certificações FSC, aplicadas no Brasil, em especial nas florestas de ipê, têm tido sua legitimidade contestada, o que gera uma atmosfera de dúvida quanto à efetividade dos padrões adotados pelos órgãos certificadores responsáveis por este selo no país. 

A principal acusação nesse caso é de que os parâmetros são muito genéricos, não existindo indicadores objetivos de mensuração das atividades florestais. O site da FSC no Brasil afirma que “A certificação FSC é um sistema de garantia internacionalmente reconhecido, que identifica, através de sua logomarca, produtos madeireiros e não madeireiros originados do bom manejo florestal. Todo empreendimento ligado às operações de manejo florestal e/ou à cadeia produtiva de produtos florestais, que cumpra com os princípios e critérios do FSC, pode ser certificado“.

A produção de papel é sustentável?

Dados do Ibá mostram que o setor de papel e celulose detém uma área de 9.94 milhões de hectares. Nessa área são realizados o plantio, a colheita e o replantio de árvores, para a produção de celulose. A plantação de eucalipto abrange 76% de toda essa área.

Além disso, 1.9 milhão de hectares são reservados para a plantação de pinus, enquanto apenas 5% da área total são destinados para seringueiras, tecas e acácias.

A produção de papel, no Brasil, não destrói florestas nativas. A produção de 100% da celulose para papel brasileira vem de árvores plantadas, de eucalipto e pinus, que são vegetais exóticos, plantados em áreas degradadas pela atividade agropecuária.

Em 2022, a produção de celulose atingiu a marca de 25 milhões de toneladas, enquanto 11 milhões de toneladas de papel foram produzidas.

As árvores plantadas para a produção de papel não substituem as florestas naturais, elas são plantadas em esquemas de mosaico, onde  áreas de preservação permanente e de reserva legal se mesclam com as plantações industriais.

De acordo com a Ibá, o setor conserva 6.73 milhões de hectares de mata nativa. Além disso, a energia utilizada pela indústria é, em sua maior parte, gerada por biomassa florestal. Cerca de 88% dos resíduos produzidos são destinados à geração de energia.

O setor de papel e celulose é responsável pela gestão, direta e indireta, de 100 mil hectares de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN).  As RPPN estão distribuídas pela Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal.

Em relação à biodiversidade existente nessas florestas, o Ibá registrou, em 2022, a presença de 2860 espécies de fauna e 5450 espécies de flora, nas áreas cultivadas. 

O papel é reciclável?

papel é de origem natural renovável, é biodegradável, não possui resíduos perigosos em sua constituição e é produzido de forma segura. O papel pode e deve ser reciclado, entretanto, após passar algumas vezes pelo processo de reciclagem, as fibras de papel se degradam, sendo necessárias novas levas de fibras virgens.

Dados da Ibá mostram que, em 2022, quase 76% de todo papel, utilizado para substituir o plástico em embalagens, foi reciclado no Brasil. Outra tendência, que tem aumentado, é a substituição de roupas feitas de materiais provenientes de petróleo, pela viscose. 

A opção pelos tecidos de viscose, feita a partir de celulose solúvel, representa apenas 6% do mercado mundial. Ainda assim, 65% da indústria apresenta certificações, que garantem o manejo sustentável e origem confiável da matéria prima. Apesar de ainda estar no início, 0.5% dos produtos já são feitos por materiais reciclados.

Uma forma de economizar recursos, por exemplo, é sempre imprimir documentos usando a frente e o verso das folhas de papel. Na hora de fazer o descarte do papel, evitar dobrar ou amassar o papel conserva as fibras celulósicas e melhora a qualidade da reciclagem. 

Para conhecer quais são os postos de reciclagem mais próximos de você, consulte o buscador gratuito do Portal eCycle.

Agro

Organoclorados: o que são, impactos e riscos

Equipe eCycle5

Organoclorados
Imagem de Aqua Mechanical disponível em Wikimedia e licenciada sob CC BY 2.0

Saiba quais são os prejuízos dos organoclorados aos humanos e ao meio ambiente

Se preferir, vá direto ao ponto 

1. Como agem os organoclorados na agricultura? 

1.1. Organoclorados no Brasil 

2. Quais são os problemas causados com o uso dos organoclorados? 

2.1. Intoxicação nos seres humanos 

2.2. Mulheres são mais prejudicadas 

2.3. Quem consome carne e leite é mais prejudicado ainda 

3. Incentivar a agricultura orgânica é uma saída 

Um organoclorado, organocloro, organocloreto, organocarbono ou hidrocarboneto clorado é um composto orgânico muito empregado pela indústria desde a década de 1940. Essas substâncias orgânicas podem ser encontradas nos agrotóxicos, utilizadas nos alimentos como pesticidas e outros defensivos agrícolas. Além disso, também são encontradas nas tintas, no plástico, no verniz, entre outros. Elas se dividem nos grupos toxafeno, hexaclorocicloexano, dodecacloro, clordecona, DDT e ciclodienos.

Como agem os organoclorados na agricultura?

Na agricultura, os organoclorados são utilizados em larga escala como pesticidas. Seu uso tem como finalidade viabilizar a produção agrícola através do extermínio de pragas. Isso porque essas pragas, muitas vezes, acabam com a produção de alimentos.

O problema, entretanto, é que os compostos organoclorados permanecem ativos no meio ambiente por grandes períodos após seu uso. Isso prejudica os ecossistemas ao contaminam solos, alimentos, água, ar e organismos. Eles chegam ao solo não só pela aplicação direta, mas também pelo seu uso em sementes.

As águas da chuva podem transportá-los para rios e lagos e esses pesticidas também podem se infiltrar no solo e contaminar águas subterrâneas.

Cerca de 25% da produção de organoclorados chegam ao mar por meio da atmosfera e podem entrar na cadeia alimentar oceânica.

Pesticida
Imagem de PublicDomainPictures no Pixabay

Organoclorados no Brasil

A partir de 1970, a política de incentivo ao crédito agrícola obrigava os agricultores a utilizarem pacotes tecnológicos desnecessários. Esse incentivo tinha o objetivo de estimular a produção voltada à exportação,

Nesses pacotes estavam os pesticidas recomendados para o controle de pragas e doenças, mesmo sem ocorrência de pragas.

Quais são os problemas causados com o uso dos organoclorados?

A contaminação por organoclorados é mundial, e já é possível encontrá-los até na neve do Alasca.

A persistência dos organoclorados no meio ambiente prejudica a reprodução da truta-do-mar, da águia-marinha, dos golfinhos, dos falcões, das águias e dos açores, afetando a cadeia alimentar inteira, inclusive o ser humano.

Intoxicação nos seres humanos

Os organoclorados não se diluem em água, por outro lado, são solúveis em gordura. E os animais, incluindo os seres humanos, são muito ricos em gordura, por isso, a persistência dessa substância em nossos organismos é tão grande.

Podemos absorver os organoclorados pela pele, pela respiração, por meio do contato direto com o trabalho na indústria ou via exposição diária a materiais que contenham essas substâncias. Alguns deles incluem vernizes, paredes, plásticos e alimentos contaminados.

LULA FEZ GINÁSTICA FILOSÓFICA PARA JUSTIFICAR ALIANÇA COM A VENEZUELA

 ça Lula e Maduro Brasil e Mundo

Lula fez “ginástica filosófica” para justificar aliança com Venezuela, diz analista da CNN

Byvaleon

Jul 25, 2024

Fernanda Magnotta comenta recentes críticas de Nicolás Maduro ao sistema eleitoral brasileiro

Magnotta: Lula fez "ginástica filosófica" para justificar aliança com Venezuela | CNN 360°

Da CNN

A analista de relações internacionais da CNN Fernanda Magnotta afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou uma “ginástica filosófica” para justificar a aliança do Brasil com o governo venezuelano.

O comentário foi feito durante sua participação no programa CNN 360, onde discutiu as recentes críticas do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ao sistema eleitoral brasileiro.

Magnotta ressaltou que é razoável ter desconfiança a respeito das eleições na Venezuela, considerando o histórico do país.

“O registro histórico é vasto em mostrar que existe perseguição a opositores políticos na Venezuela, é vasto em mostrar que existem presos políticos na Venezuela, é vasto em mostrar que existe supressão de votos na Venezuela’, explicou a analista.

Compromissos descumpridos e preocupações internacionais

A especialista lembrou que o governo Maduro descumpriu o acordo de Barbados ao impedir a candidatura de seus principais opositores para as próximas eleições.

Esse cenário tem gerado preocupação entre observadores internacionais e especialistas que acompanham a situação política do país.

Quanto à posição do Brasil, Magnotta sugeriu que as recentes declarações de Maduro poderiam oferecer ao presidente Lula uma oportunidade de reconsiderar a aproximação com a Venezuela.

“Agora talvez o que o Maduro faz é dar ao Lula a oportunidade de desembarcar, é o cenário ideal inclusive para que o presidente Lula possa justificar um afastamento inclusive para as suas próprias bases”, analisou.

Os textos gerados por inteligência artificial na CNN Brasil são feitos com base nos cortes de vídeos dos jornais de sua programação. Todas as informações são apuradas e checadas por jornalistas. O texto final também passa pela revisão da equipe de jornalismo da CNNClique aqui para saber mais.

UCRÂNIA QUER NEGOCIAR A PAZ COM A RÚSSIA

História de Reuters

Chanceler ucraniano Dmytro Kuleba em Berlim  11/6/2024  REUTERS/Nadja Wohlleben

Chanceler ucraniano Dmytro Kuleba em Berlim 11/6/2024 REUTERS/Nadja Wohlleben© Thomson Reuters

PEQUIM/KIEV (Reuters) – O principal diplomata da Ucrânia disse ao ministro das Relações Exteriores da China em conversas na cidade de Guangzhou, no sul, nesta quarta-feira, que Kiev está aberta a conversas com a Rússia se Moscou estiver preparada para negociar de boa fé, algo que ele afirmou não ter visto nenhuma evidência por enquanto.

O ministro das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, é a autoridade ucraniana de mais alto escalão a viajar para a China desde a invasão russa em fevereiro de 2022 e conversou com o ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, por mais de três horas, disse uma fonte ucraniana da delegação.

“Kuleba reafirmou … que (Kiev) está pronta para envolver o lado russo no processo de negociação em um determinado estágio, quando a Rússia estiver pronta para negociar de boa fé, mas enfatizou que essa prontidão não é observada atualmente no lado russo”, afirmou seu ministério em um comunicado.

As tropas russas estão avançando no leste da Ucrânia na invasão que já dura 29 meses, antes das eleições norte-americanas de novembro que podem levar de volta à Casa Branca Donald Trump, que ameaçou cortar os fluxos de ajuda vital para a Ucrânia.

A China, segunda maior economia do mundo, se posiciona como neutra em relação à guerra, mas declarou uma parceria “sem limites” com a Rússia dias antes da invasão de 2022 e recebeu o presidente Vladimir Putin para conversações, mais recentemente em maio.

A China também tem fornecido apoio diplomático à Rússia e ajudado a manter a economia russa em tempo de guerra.

“As conversas acabaram de ser concluídas. Duraram mais de três horas no total, mais do que o planejado. Foi uma conversa muito profunda e concreta”, disse uma fonte ucraniana da delegação à Reuters.

Uma porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China disse em uma coletiva de imprensa em Pequim que ambos os ministros haviam falado sobre a necessidade de adotar uma visão de longo prazo na construção de laços bilaterais e que a China “continuaria a expandir suas importações de alimentos a partir da Ucrânia”.

Mao Ning acrescentou que a China está preocupada com a situação humanitária na Ucrânia.

(Reportagem de Tom Balmforth em Londres, Olena Harmash em Kiev, Joe Cash em Pequim, Yuliia Dysa em Gdansk)