quinta-feira, 25 de julho de 2024

FABRICAÇÃO DE PAPEL E SEUS IMPACTOS

 

História de Equipe eCycle

Como é feito o papel e quais são seus impactos?

Como é feito o papel e quais são seus impactos?© Fornecido por eCycle

papel, usado pela humanidade há mais de dois mil anos, pode ser encontrado em várias cores e tamanhos. A matéria-prima mais utilizada para fazer papel é a celulose, uma massa celular estrutural de origem renovável, encontrada nos vegetais. 

O que é a celulose e para que serve?

Formada por monômeros de glicose ligados entre si, a celulose foi descoberta em 1838, pelo químico francês Anselme Payen, que determinou sua fórmula química. A celulose constitui uma importante matéria-prima para as indústrias, que a extraem a partir de diversas espécies vegetais, como eucaliptos, pinheiros, algodãobambu, entre outras.

A celulose, sintetizada naturalmente pelas diferentes espécies vegetais, passa por uma série de processos químicos para ser utilizada pela indústria do papel. Esses processos se dividem nas etapas florestal, de preparação da madeira, de obtenção de celulose, de secagem e de acabamento. 

O processo de produção de celulose se inicia com o plantio de sementes dos vegetais, que servem de fonte de celulose. Após o corte desses vegetais crescidos, as toras são encaminhadas para fábricas, onde são descascadas e levadas até picadores, para serem transformadas em cavacos, que são pequenos pedaços de madeira.

Como é feita a produção de papel?

Os cavacos são transportados até os digestores, onde se inicia o cozimento (ou polpação) dos pedaços de madeira. A polpação serve para amolecer a madeira e facilitar o desfibramento e a deslignificação. Esse processo consiste em separar a lignina, responsável pela cor e resistência das fibras da madeira. Após a separação da lignina, é feita uma operação de lavagem e peneiração para retirar impurezas, que serão reutilizadas no processo.

Depois do peneiramento, a celulose é submetida a um processo de branqueamento, que consiste no tratamento com determinados reagentes químicos visando melhorar sua alvura, limpeza e pureza química. Quanto mais eficiente for o processo de deslignificação, menor será a necessidade de reagentes no branqueamento. 

O branqueamento pode ser feito por dois métodos principais: método ácido (sulfito) e método alcalino  (kraft), que é o mais utilizado no Brasil.

Por fim, após o branqueamento, a celulose é enviada para a secagem. O objetivo é retirar a água da celulose, até que ela atinja o ponto de equilíbrio com a umidade relativa do ambiente. Na parte final da máquina secadora fica a cortadeira, que reduz a folha contínua a um formato determinado.

Quais são os impactos causados pela fabricação do papel?

As etapas de preparação da celulose que mais causam impactos ambientais são a etapa florestal, o branqueamento e a destinação dos resíduos.

No caso do Brasil, a matéria-prima da celulose provém de fazendas de árvores plantadas. Já nos países escandinavos e no Canadá, por exemplo, ela é obtida de florestas nativas de propriedade estatal. Isso representa um problema significativo de desmatamento de mata nativa, principalmente porque as espécies nativas são de crescimento lento. Por outro lado, no caso das árvores plantadas, os impactos ambientais estão relacionados principalmente à perda da biodiversidade (tanto da flora quanto da fauna), causada pela monocultura, a exaustão do solo, a invasão de pragas e a contaminação dos recursos hídricos, devido ao uso de pesticidas.

A etapa de branqueamento da celulose aparece com frequência nas discussões a respeito da preservação do ambiente. A presença do cloro e de substâncias orgânicas, entre as quais a lignina, representa a maior parte no efluente de branqueamento e contribui para a formação dos compostos organoclorados – substâncias com significativo impacto ambiental. Para saber mais sobre esse tema, confira a matéria “Organoclorados: o que são, impactos e riscos“.

No caso das monoculturas de eucalipto (espécie muito utilizada pela indústria de celulose, principalmente por causa do seu rápido desenvolvimento no Brasil), outro impacto ambiental frequentemente apontado é o alto consumo de água pelas árvores.Os eucaliptos impactam diretamente sobre a umidade do solo, rios e lençóis freáticos.

O eucalipto pode acarretar ressecamento do solo ao utilizar as reservas de água nele contidas, podendo, nesse caso, prejudicar também o crescimento de outras espécies, fruto da denominada alelopatia.

Por outro lado, um artigo publicado pelo Banco de Desenvolvimento Nacional (BNDES) afirma que, apesar de possuir um alto consumo de água, isso não significa, necessariamente, que o eucalipto seque o solo da região onde se insere, ou que impacte nos lençóis freáticos. Isso porque, de acordo com o artigo, o ressecamento do solo em florestas de eucalipto depende não somente do consumo de água pelas plantas, mas também da precipitação pluviométrica da região de cultivo.

De acordo com o site Two Sides, cerca de 50% da extração de madeira no mundo direciona seu uso para construção, enquanto que a produção de papel, no geral, representa 13% da extração de madeira.

Qual a importância do papel para o meio ambiente?

Em solos desmatados e empobrecidos, a deposição dos resíduos orgânicos da fabricação de celulose e papel, tem alguns efeitos benéficos, quando obtidos de produção responsável. 

A elevação do pH, com consequente aumento na disponibilidade de determinados nutrientes, como fósforo e micronutrientes, é um dos benefícios. O aumento da capacidade de troca de cátions dos solos, a incorporação de nutrientes minerais necessários às árvores e a melhoria das propriedades físicas, como a granulometria, também são relevantes. 

A capacidade de retenção de água e a densidade do solo, além do aumento de sua atividade biológica, acelera a decomposição da serapilheira e da ciclagem de nutrientes. Os solos utilizados em reflorestamentos brasileiros, com raras exceções, são de baixa fertilidade, mesmo para a atividade florestal. 

A correção desses solos é necessária para melhorar a fertilidade. Um nível alto de matéria orgânica aumenta a disponibilidade de nutrientes minerais, além de melhorar a capacidade de retenção de água e de cátions no solo. Entretanto, vale ressaltar que esse caso só se aplica a solos anteriormente empobrecidos.

Outro benefício da plantação de árvores, pela indústria de papel e celulose,  em áreas previamente desmatadas, é a captura do CO2, durante o crescimento da vegetação. 

Entretanto, vale ressaltar, que essa vantagem só traz benefícios quando a área em que será realizado o plantio já se encontra desmatada, em estado de deterioração. Além disso, após o corte das árvores, para obtenção da celulose, o carbono fixado nas árvores tende a voltar para a atmosfera.

Em comparação às espécies exóticas (que não são naturais dos biomas brasileiros), como o eucalipto, plantadas na forma de monocultura, as espécies nativas e plantadas de forma agroecológica são sempre mais vantajosos. Em termos de ganhos ambientais, por exemplo, plantações agroecológicas estimulam a biodiversidade.

O que é papel certificado?

Devido ao potencial de impacto ambiental do setor de produção de celulose (de base florestal), existe uma exigência,por parte dos consumidores, para que sejam gerados os menores impactos ambientais possíveis, na cadeia de produtos feitos a partir da celulose, como o papel.

A certificação é uma maneira de informar aos consumidores mais exigentes sobre o comprometimento, por parte dos produtores, em reduzir as externalidades danosas ao ambiente. Isso é feito levando em consideração certos critérios preestabelecidos pela empresa certificadora. Essas externalidades estão relacionadas ao desmatamento de regiões nativas, invasão de territórios indígenas, entre outros. 

Por meio da logomarca do sistema certificador, impressa na embalagem do produto,como ocorre em pacotes de folhas de papel, o consumidor pode saber sobre a origem do produto..

Os sistemas de certificação internacionalmente aceitos, e que existem no Brasil, são a norma ISO 14001 e as certificações Forest Stewardship Council (FSC) e Programme for the Endorsement of Forest Certification (PEFC). Cada uma delas tem as suas exigências especificadas, de maneiras distintas. Segundo o relatório, de 2023, divulgado pela Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), no Brasil, em 2022, pouco mais de 9 milhões de hectares receberam certificação.

A exploração de florestas tropicais, associada à extinção de espécies e ao desmatamento, trouxe pressão para a certificação de atividades de extrativismo florestal. A certificação é uma alternativa para tentar garantir boas práticas de manejo florestal. Entretanto, já se enfrentam problemas relacionados à certificação. Dentre eles, estão a falta de padronização nos métodos de auditoria dos órgãos certificadores, o pouco conhecimento público sobre certificações e os poucos investimentos em promoção por parte dos selos.

Certificações FSC, aplicadas no Brasil, em especial nas florestas de ipê, têm tido sua legitimidade contestada, o que gera uma atmosfera de dúvida quanto à efetividade dos padrões adotados pelos órgãos certificadores responsáveis por este selo no país. 

A principal acusação nesse caso é de que os parâmetros são muito genéricos, não existindo indicadores objetivos de mensuração das atividades florestais. O site da FSC no Brasil afirma que “A certificação FSC é um sistema de garantia internacionalmente reconhecido, que identifica, através de sua logomarca, produtos madeireiros e não madeireiros originados do bom manejo florestal. Todo empreendimento ligado às operações de manejo florestal e/ou à cadeia produtiva de produtos florestais, que cumpra com os princípios e critérios do FSC, pode ser certificado“.

A produção de papel é sustentável?

Dados do Ibá mostram que o setor de papel e celulose detém uma área de 9.94 milhões de hectares. Nessa área são realizados o plantio, a colheita e o replantio de árvores, para a produção de celulose. A plantação de eucalipto abrange 76% de toda essa área.

Além disso, 1.9 milhão de hectares são reservados para a plantação de pinus, enquanto apenas 5% da área total são destinados para seringueiras, tecas e acácias.

A produção de papel, no Brasil, não destrói florestas nativas. A produção de 100% da celulose para papel brasileira vem de árvores plantadas, de eucalipto e pinus, que são vegetais exóticos, plantados em áreas degradadas pela atividade agropecuária.

Em 2022, a produção de celulose atingiu a marca de 25 milhões de toneladas, enquanto 11 milhões de toneladas de papel foram produzidas.

As árvores plantadas para a produção de papel não substituem as florestas naturais, elas são plantadas em esquemas de mosaico, onde  áreas de preservação permanente e de reserva legal se mesclam com as plantações industriais.

De acordo com a Ibá, o setor conserva 6.73 milhões de hectares de mata nativa. Além disso, a energia utilizada pela indústria é, em sua maior parte, gerada por biomassa florestal. Cerca de 88% dos resíduos produzidos são destinados à geração de energia.

O setor de papel e celulose é responsável pela gestão, direta e indireta, de 100 mil hectares de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN).  As RPPN estão distribuídas pela Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal.

Em relação à biodiversidade existente nessas florestas, o Ibá registrou, em 2022, a presença de 2860 espécies de fauna e 5450 espécies de flora, nas áreas cultivadas. 

O papel é reciclável?

papel é de origem natural renovável, é biodegradável, não possui resíduos perigosos em sua constituição e é produzido de forma segura. O papel pode e deve ser reciclado, entretanto, após passar algumas vezes pelo processo de reciclagem, as fibras de papel se degradam, sendo necessárias novas levas de fibras virgens.

Dados da Ibá mostram que, em 2022, quase 76% de todo papel, utilizado para substituir o plástico em embalagens, foi reciclado no Brasil. Outra tendência, que tem aumentado, é a substituição de roupas feitas de materiais provenientes de petróleo, pela viscose. 

A opção pelos tecidos de viscose, feita a partir de celulose solúvel, representa apenas 6% do mercado mundial. Ainda assim, 65% da indústria apresenta certificações, que garantem o manejo sustentável e origem confiável da matéria prima. Apesar de ainda estar no início, 0.5% dos produtos já são feitos por materiais reciclados.

Uma forma de economizar recursos, por exemplo, é sempre imprimir documentos usando a frente e o verso das folhas de papel. Na hora de fazer o descarte do papel, evitar dobrar ou amassar o papel conserva as fibras celulósicas e melhora a qualidade da reciclagem. 

Para conhecer quais são os postos de reciclagem mais próximos de você, consulte o buscador gratuito do Portal eCycle.

Agro

Organoclorados: o que são, impactos e riscos

Equipe eCycle5

Organoclorados
Imagem de Aqua Mechanical disponível em Wikimedia e licenciada sob CC BY 2.0

Saiba quais são os prejuízos dos organoclorados aos humanos e ao meio ambiente

Se preferir, vá direto ao ponto 

1. Como agem os organoclorados na agricultura? 

1.1. Organoclorados no Brasil 

2. Quais são os problemas causados com o uso dos organoclorados? 

2.1. Intoxicação nos seres humanos 

2.2. Mulheres são mais prejudicadas 

2.3. Quem consome carne e leite é mais prejudicado ainda 

3. Incentivar a agricultura orgânica é uma saída 

Um organoclorado, organocloro, organocloreto, organocarbono ou hidrocarboneto clorado é um composto orgânico muito empregado pela indústria desde a década de 1940. Essas substâncias orgânicas podem ser encontradas nos agrotóxicos, utilizadas nos alimentos como pesticidas e outros defensivos agrícolas. Além disso, também são encontradas nas tintas, no plástico, no verniz, entre outros. Elas se dividem nos grupos toxafeno, hexaclorocicloexano, dodecacloro, clordecona, DDT e ciclodienos.

Como agem os organoclorados na agricultura?

Na agricultura, os organoclorados são utilizados em larga escala como pesticidas. Seu uso tem como finalidade viabilizar a produção agrícola através do extermínio de pragas. Isso porque essas pragas, muitas vezes, acabam com a produção de alimentos.

O problema, entretanto, é que os compostos organoclorados permanecem ativos no meio ambiente por grandes períodos após seu uso. Isso prejudica os ecossistemas ao contaminam solos, alimentos, água, ar e organismos. Eles chegam ao solo não só pela aplicação direta, mas também pelo seu uso em sementes.

As águas da chuva podem transportá-los para rios e lagos e esses pesticidas também podem se infiltrar no solo e contaminar águas subterrâneas.

Cerca de 25% da produção de organoclorados chegam ao mar por meio da atmosfera e podem entrar na cadeia alimentar oceânica.

Pesticida
Imagem de PublicDomainPictures no Pixabay

Organoclorados no Brasil

A partir de 1970, a política de incentivo ao crédito agrícola obrigava os agricultores a utilizarem pacotes tecnológicos desnecessários. Esse incentivo tinha o objetivo de estimular a produção voltada à exportação,

Nesses pacotes estavam os pesticidas recomendados para o controle de pragas e doenças, mesmo sem ocorrência de pragas.

Quais são os problemas causados com o uso dos organoclorados?

A contaminação por organoclorados é mundial, e já é possível encontrá-los até na neve do Alasca.

A persistência dos organoclorados no meio ambiente prejudica a reprodução da truta-do-mar, da águia-marinha, dos golfinhos, dos falcões, das águias e dos açores, afetando a cadeia alimentar inteira, inclusive o ser humano.

Intoxicação nos seres humanos

Os organoclorados não se diluem em água, por outro lado, são solúveis em gordura. E os animais, incluindo os seres humanos, são muito ricos em gordura, por isso, a persistência dessa substância em nossos organismos é tão grande.

Podemos absorver os organoclorados pela pele, pela respiração, por meio do contato direto com o trabalho na indústria ou via exposição diária a materiais que contenham essas substâncias. Alguns deles incluem vernizes, paredes, plásticos e alimentos contaminados.

LULA FEZ GINÁSTICA FILOSÓFICA PARA JUSTIFICAR ALIANÇA COM A VENEZUELA

 ça Lula e Maduro Brasil e Mundo

Lula fez “ginástica filosófica” para justificar aliança com Venezuela, diz analista da CNN

Byvaleon

Jul 25, 2024

Fernanda Magnotta comenta recentes críticas de Nicolás Maduro ao sistema eleitoral brasileiro

Magnotta: Lula fez "ginástica filosófica" para justificar aliança com Venezuela | CNN 360°

Da CNN

A analista de relações internacionais da CNN Fernanda Magnotta afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou uma “ginástica filosófica” para justificar a aliança do Brasil com o governo venezuelano.

O comentário foi feito durante sua participação no programa CNN 360, onde discutiu as recentes críticas do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ao sistema eleitoral brasileiro.

Magnotta ressaltou que é razoável ter desconfiança a respeito das eleições na Venezuela, considerando o histórico do país.

“O registro histórico é vasto em mostrar que existe perseguição a opositores políticos na Venezuela, é vasto em mostrar que existem presos políticos na Venezuela, é vasto em mostrar que existe supressão de votos na Venezuela’, explicou a analista.

Compromissos descumpridos e preocupações internacionais

A especialista lembrou que o governo Maduro descumpriu o acordo de Barbados ao impedir a candidatura de seus principais opositores para as próximas eleições.

Esse cenário tem gerado preocupação entre observadores internacionais e especialistas que acompanham a situação política do país.

Quanto à posição do Brasil, Magnotta sugeriu que as recentes declarações de Maduro poderiam oferecer ao presidente Lula uma oportunidade de reconsiderar a aproximação com a Venezuela.

“Agora talvez o que o Maduro faz é dar ao Lula a oportunidade de desembarcar, é o cenário ideal inclusive para que o presidente Lula possa justificar um afastamento inclusive para as suas próprias bases”, analisou.

Os textos gerados por inteligência artificial na CNN Brasil são feitos com base nos cortes de vídeos dos jornais de sua programação. Todas as informações são apuradas e checadas por jornalistas. O texto final também passa pela revisão da equipe de jornalismo da CNNClique aqui para saber mais.

UCRÂNIA QUER NEGOCIAR A PAZ COM A RÚSSIA

História de Reuters

Chanceler ucraniano Dmytro Kuleba em Berlim  11/6/2024  REUTERS/Nadja Wohlleben

Chanceler ucraniano Dmytro Kuleba em Berlim 11/6/2024 REUTERS/Nadja Wohlleben© Thomson Reuters

PEQUIM/KIEV (Reuters) – O principal diplomata da Ucrânia disse ao ministro das Relações Exteriores da China em conversas na cidade de Guangzhou, no sul, nesta quarta-feira, que Kiev está aberta a conversas com a Rússia se Moscou estiver preparada para negociar de boa fé, algo que ele afirmou não ter visto nenhuma evidência por enquanto.

O ministro das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, é a autoridade ucraniana de mais alto escalão a viajar para a China desde a invasão russa em fevereiro de 2022 e conversou com o ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, por mais de três horas, disse uma fonte ucraniana da delegação.

“Kuleba reafirmou … que (Kiev) está pronta para envolver o lado russo no processo de negociação em um determinado estágio, quando a Rússia estiver pronta para negociar de boa fé, mas enfatizou que essa prontidão não é observada atualmente no lado russo”, afirmou seu ministério em um comunicado.

As tropas russas estão avançando no leste da Ucrânia na invasão que já dura 29 meses, antes das eleições norte-americanas de novembro que podem levar de volta à Casa Branca Donald Trump, que ameaçou cortar os fluxos de ajuda vital para a Ucrânia.

A China, segunda maior economia do mundo, se posiciona como neutra em relação à guerra, mas declarou uma parceria “sem limites” com a Rússia dias antes da invasão de 2022 e recebeu o presidente Vladimir Putin para conversações, mais recentemente em maio.

A China também tem fornecido apoio diplomático à Rússia e ajudado a manter a economia russa em tempo de guerra.

“As conversas acabaram de ser concluídas. Duraram mais de três horas no total, mais do que o planejado. Foi uma conversa muito profunda e concreta”, disse uma fonte ucraniana da delegação à Reuters.

Uma porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China disse em uma coletiva de imprensa em Pequim que ambos os ministros haviam falado sobre a necessidade de adotar uma visão de longo prazo na construção de laços bilaterais e que a China “continuaria a expandir suas importações de alimentos a partir da Ucrânia”.

Mao Ning acrescentou que a China está preocupada com a situação humanitária na Ucrânia.

(Reportagem de Tom Balmforth em Londres, Olena Harmash em Kiev, Joe Cash em Pequim, Yuliia Dysa em Gdansk)

 

SUSTENTABILIDADE SOCIAL É APENAS UMA ÁREA TÉCNICA DO CONCEITO DE SUSTENTABILIDADE

 

História de Equipe eCycle

O que é sustentabilidade social?

O que é sustentabilidade social?© Fornecido por eCycle

A sustentabilidade social é definida como a distribuição de renda com redução das diferenças sociais, principalmente para a população de baixa renda. E como melhoria da qualidade de vida de toda a população.

Ela faz parte do tripé da sustentabilidade, que também é constituído pela sustentabilidade econômica e ambiental. Esse conceito se refere ao tratamento do capital humano dentro de uma empresa ou uma sociedade.

A área social, interpretada como um conceito intrínseco à sustentabilidade, começou a ganhar vigor principalmente com o advento do Relatório Brundtland. Ele foi publicado em 1987 pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente. Além dele, o documento Agenda 21, um dos principais resultados da conferência Eco-92, em 1992, também foi importante no processo.

Ao ser definida, a sustentabilidade social precisa estar essencialmente vinculada ao conceito de sustentabilidade ambiental. Isso porque o conceito de sustentabilidade social é apenas uma área temática dentro do conceito de sustentabilidade. Desta forma, ela também precisa levar em conta os conceitos de sustentabilidade empresarial (sustentabilidade social nas empresas) e sustentabilidade econômica.

O que é sustentabilidade?

Ignacy Sachs é um dos principais teóricos da sustentabilidade. Ele define o conceito como “dinâmico, que leva em conta as necessidades crescentes das populações, num contexto internacional em constante expansão”.

Aliás, o conceito de sustentabilidade é amplo! Ele conta com oito dimensões principais:

  • Social
  • Cultural
  • Ecológica
  • Ambiental
  • Econômica
  • Territorial
  • Política nacional
  • Política internacional

Para ser completa, a sustentabilidade tem que ser complementada por ações de sustentabilidade social. Isso segundo os autores Robert Chambers e Gordon Conway.

Quatro dimensões e princípios da sustentabilidade social

Existem algumas escolas diferentes de dimensões de responsabilidade social. A mais popular e comum foi desenvolvida pelo economista e filósofo indiano Amartya Sen.

As quatro dimensões da sustentabilidade social são:

1. Qualidade de vida

Proporcionar a qualidade de vida das pessoas na sociedade inclui o impulsionamento de ações socialmente sustentáveis que promovem: 

  • Habitação a preços acessíveis;
  • Apoio médico físico e mental;
  • Oportunidades de formação educacional;
  • Oportunidades de emprego;
  • Acesso a apoio;
  • Segurança e proteção.

2. Igualdade e diversidade

Igualdade significa agir para reduzir as desvantagens de certos grupos. Ou ajudar certos grupos a remover barreiras para ter mais controle sobre suas vidas. Inclui também identificar as causas e razões das desvantagens e encontrar formas de reduzi-las.

No contexto da sustentabilidade social, a diversidade inclui reconhecer e avaliar as necessidades de diferentes grupos diversos. 

3. Coesão social

Coesão social significa aumentar a participação individual em um grupo-alvo. Além de ajudar os grupos-alvo a aceder a instituições públicas e cívicas.

Um fator importante é construir ligações entre diferentes grupos-alvo de uma forma mais ampla. Dessa forma, incentivando-os a contribuírem também para a sociedade.

4. Democracia e Governança

A governança visa garantir que o orçamento e os recursos são adequados para sustentar os programas de sustentabilidade e a capacidade de os medir.

Quais são os benefícios da sustentabilidade social?

Sachs defende que a sustentabilidade social está vinculada ao padrão estável de crescimento. Bem como à melhor distribuição de renda, com redução das diferenças sociais.

Para Chambers e Conway, a sustentabilidade social é como pode ser mantida a qualidade de vida. Isso de acordo com as necessidades humanas. Ou seja, não somente ao que o ser humano pode ganhar.

Por sua vez, isso gera duas dimensões: uma negativa e outra positiva. A dimensão negativa é reativa, como resultado de tensões e choques. Já a dimensão positiva é construtiva, cada vez mais aumentando e fortalecendo capacidades, gerando mudanças e assegurando sua continuidade.

Quais são as ações de sustentabilidade social?

sustentabilidade de indivíduos, grupos e comunidades está sujeita a tensões e choques. Essa parte vulnerável tem dois aspectos: um externo e outro interno. O externo são as tensões e choques são o sujeito. Já o interno, sua capacidade de resistir.

As tensões são tipicamente contínuas e cumulativas, previsíveis e dolorosas, como escassez sazonal, crescimentos populacionais e decréscimos de recursos naturais. Enquanto choques são eventos tipicamente súbitos, imprevisíveis e traumáticos, como incêndios, inundações, e epidemias.

Qualquer definição de sustentabilidade tem de incluir a habilidade para evitar, ou mais comumente resistir, a essas tensões e choques. Ou seja, a resiliência do grupo e o desenvolvimento sustentável.

 Logo, é preciso ter:

  • Responsabilidade social
  • Noção sobre a necessidade de preservação do meio ambiente 
  • Manutenção do bem estar social das comunidades. 

Além disso, da importância da inclusão social a fim de mitigar as desigualdades sociais.

Já a dimensão positiva da sustentabilidade social está em sua capacidade para:

  • Prever;
  • adaptar e; 
  • aproveitar mudanças no ambiente físico, social e econômico.

Os indicadores de sustentabilidade não são suficientes para garantir a sustentabilidade social, ambiental e econômica. É preciso repensar as técnicas, os meios de produção, sua finalidade e os conjuntos de ações sustentáveis existentes.

O CURRÍCULO DEVE ESTAR ALINHADO ÁS NECESSIDADES DO MERCADO

 

História de Ocimara Balmant – Jornal Estadão

À medida que o mundo enfrenta transformações significativas em suas estruturas econômicas e sociais, novas oportunidades de carreira surgem, especialmente nas chamadas economias emergentes. Os “empregos verdes”, por exemplo, se tornaram cada vez mais fundamentais para o desenvolvimento econômico alinhado à sustentabilidade ambiental. O Brasil deve posicionar-se ativamente no cenário internacional com foco na reestruturação da matriz energética para fontes renováveis e na expansão dos mercados sustentáveis.

Um estudo realizado pela Universidade de São Paulo (USP) mostra que iniciativas como o reflorestamento podem criar milhões de empregos até 2030, evidenciando o potencial de políticas ambientais bem direcionadas para mitigar o desemprego e promover a inclusão social. Paralelamente, a economia digital também surge como um campo promissor, com a expansão dos processos de digitalização.

A revolução digital não só modifica a natureza dos empregos existentes, como também cria novas categorias de trabalho. No Brasil, dados do LinkedIn mostram que 9 das 15 carreiras em ascensão estão ligadas à economia digital.

Carla Chiamarelli, gerente de gestão de conhecimento do Itaú Educação e Trabalho, defende preparar jovem para o que será insubstituível. Foto: CARLA CHIAMARELLI

Carla Chiamarelli, gerente de gestão de conhecimento do Itaú Educação e Trabalho, defende preparar jovem para o que será insubstituível. Foto: CARLA CHIAMARELLI© Fornecido por Estadão

Segundo dados do Fórum Econômico Mundial, até 2025, estima-se que milhões de empregos sejam transformados ou substituídos com o avanço da automação e da inteligência artificial. Essa transformação exige uma atenção especial à formação e à capacitação profissional. “Diferentemente da tecnologia, esses mercados emergentes (economia verde) ainda não têm mão de obra qualificada”, afirma Leonardo Berto, gerente de filial da Robert Half, uma consultoria de recrutamento.

Para o especialista, surge então a importância da academia em antecipar e responder às demandas emergentes. “Reduzindo a distância entre a academia e as demandas práticas, conseguimos uma leitura de cenário mais ágil”, diz. “Anos atrás, quando os smartphones começaram a se popularizar, enfrentávamos uma grande complexidade: investir em iOS ou Android? Hoje, o mercado é mais híbrido, e as instituições educacionais precisam estar preparadas para essa realidade.

Conexão academia e mercado

Nesse contexto, para as instituições educacionais e o setor privado estarem na mesma página é preciso garantir que os currículos estejam alinhados às necessidades do mercado. No campo da sustentabilidade, por exemplo, 40% dos trabalhadores atuais precisarão se requalificar para ocupar os empregos verdes do futuro, segundo dados do Fórum Econômico Mundial.

Para Carla Chiamarelli, gerente de gestão de conhecimento do Itaú Educação e Trabalho, a integração entre teoria acadêmica e prática de mercado é indispensável para preparar os jovens para as exigências futuras, seja em qual área for. A especialista acompanhou o estudo “Futuro do Mundo do Trabalho para as Juventudes Brasileiras”, lançado em 2023, realizado por uma parceria entre a Fundação Roberto Marinho (FRM), Itaú Educação e Trabalho, e as Fundações Arymax, Telefônica Vivo e Goyn SP.

O estudo destacou que as economias verde (sustentável), prateada, digital, criativa e do cuidado representarão os principais vetores de emprego para os jovens brasileiros nos próximos anos. O relatório, que analisou mais de 500 publicações sobre juventude e trabalho e encaminhou questionários a 34 empresas, revelou que 27% dos jovens no Brasil não têm oportunidade de estudo nem de trabalho.

Além disso, 58,8% das empresas afirmaram que as classes profissionalizantes não estão atualizadas ou em sintonia com as expectativas do mercado. “Temos muitos indicadores que olham apenas para o passado, mas precisamos agora pensar no futuro. Os currículos precisam preparar os jovens para profissões que não sejam facilmente substituídas daqui a dez anos”, diz.

Construindo a intersetorialidade

Para beneficiar os jovens brasileiros, que representam cerca de 24% da população e enfrentam altas taxas de desemprego e desalento – particularmente mulheres, negros e pessoas com menor escolaridade –, é essencial que academia e mercado atuem juntos para que esse público possa desenvolver habilidades que atendam às demandas emergentes.

Para Vivianne Naigeborin, superintendente da Fundação Arymax, falta muito. Ela explica que pouco se discute sobre quais conteúdos pedagógicos precisam ser desenvolvidos, como e por quem serão oferecidos e como se dará a inclusão disso em escolas públicas, cursos técnicos e ensino superior.

“Precisamos que os jovens tenham acesso a uma formação que efetivamente se conecte às demandas reais desses novos postos de trabalho, que ofereça competências técnicas, mas também socioemocionais, capazes de prepará-los para esse novo contexto”, diz a superintendente.

Vivianne Naigeborin, superintendente da Fundação Arymax, sugere mudar currículos e prioridade ao socioemocional. Foto: VIVIANNE NAIGEBORIN/ARYMAX

Vivianne Naigeborin, superintendente da Fundação Arymax, sugere mudar currículos e prioridade ao socioemocional. Foto: VIVIANNE NAIGEBORIN/ARYMAX© Fornecido por Estadão

Futuro sustentável

O Brasil se destaca no cenário global pelo aumento da integração de habilidades e empregos verdes em sua economia. De acordo com um estudo da Universidade de São Paulo (USP), mais de 6,5 milhões de empregos no País estão atualmente vinculados a setores ambientais críticos, como gestão de recursos hídricos, tratamento de esgoto e resíduos, silvicultura e transporte sustentável. Esses empregos representam mais de 6% do total de postos de trabalho no território nacional.

Além disso, as habilidades relacionadas à sustentabilidade estão se tornando cada vez mais importantes. Em 2021, segundo o LinkedIn, essas habilidades foram exigidas em 10% dos anúncios de emprego, destacando a demanda por competências ambientalmente responsáveis no mercado de trabalho.

Segundo Vivianne, as empresas são as que estão mais bem posicionadas para contribuir no desenho dos currículos, apontando os conteúdos e também as competências técnicas e socioemocionais necessárias para a formação de profissionais conectados com suas demandas de sustentabilidade. “São elas que podem ampliar sua oferta de programas de aprendizagem, de trainees e de estágios, contribuindo para o processo de formação contínua desses profissionais.”

Envelhecimento populacional gera oportunidades

De acordo com o levantamento da World Population Ageing, em 2050 o Brasil será a sexta nação com o maior número de cidadãos maduros. As novas configurações familiares e o envelhecimento populacional têm provocado um aumento significativo no número de profissionais cadastrados como cuidadores, destacando oportunidades nas economias do cuidado e prateada e a importância da formação desses profissionais.

“Uma estrutura de cuidado vai se tornar cada vez mais importante. Como se trata de um cuidado que exige conhecimentos, habilidades e competências específicas, não pode ser simplesmente uma acompanhante’’, afirma Johannes Doll, professor titular e membro do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre o Envelhecimento da UFRGS.

De acordo com o estudo “Futuro do Mundo do Trabalho para as Juventudes Brasileiras”, diversas profissões estão em ascensão na economia do cuidado. Entre elas, destacam-se médicos, biomédicos, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas e enfermeiros. Também há uma demanda crescente por assistentes e profissionais de apoio, como transcritores médicos e técnicos em radioterapia.

Além disso, as carreiras voltadas para o bem-estar estão ganhando destaque, incluindo treinadores físicos, coaches de saúde e bem-estar, cabeleireiros e manicures. No âmbito do suporte doméstico, por exemplo, sobressaem-se as funções de cuidador de idosos, empregada doméstica e personal organizer.

O que é preciso?

  • Conhecimento gerontológico: É essencial que profissionais entendam aspectos do envelhecimento, incluindo as condições médicas para saber lidar com comportamentos e limitações dos idosos de forma adequada.
  • Empatia e compaixão: Capacidade de entender e respeitar os sentimentos, desejos e a dignidade dos idosos, oferecendo um cuidado que reconheça suas necessidades individuais e mantenha sua integridade.
  • Ouvir e acompanhar: Essenciais no atendimento, ouvir significa perceber as comunicações dos idosos, incluindo expressões de emoções, e interpretar esses sinais corretamente. Acompanhar envolve apoiar os idosos nas atividades que ainda conseguem realizar, garantindo que não se sintam sozinhos.

NAS ÉPOCAS FESTIVAS PRECISAMOS TER UM CUIDADO COM A SAÚDE DIGESTIVA

Hypera Pharma

As festas juninas, com todas aquelas comidas saborosas, são uma das épocas mais esperadas do ano, né?

E elas ainda se estendem até julho, agosto, quando aproveitamos o frio para comer várias coisas gostosas, como milho, paçoca… Mas ainda que sejam épocas festivas, precisamos ter um cuidado especial com nossa saúde – principalmente a digestiva.

Acreditamos que a Saúde Digestiva não deve ser cuidada apenas em Maio, mas sim durante todo o ano e, por isso, separamos algumas dicas de como identificar e evitar as doenças do aparelho digestivo.

Conheça as doenças do aparelho digestivo e como evitá-las durante o arraial

Julho de 2024 – Paçoca, curau, cachorro-quente, pipoca e pé-de-moleque: as comidas de festa junina são quase irresistíveis de tão saborosas. Porém, precisamos nos atentar aos excessos na hora de comer pensando em nossa saúde digestiva.

Em maio, comemoramos o mês da Saúde Digestiva e aproveitamos para reforçar a importância da data e dos cuidados com nosso sistema digestivo ao longo do ano, que, muitas vezes, não é cuidado da maneira que merece. Em épocas festivas, por exemplo, costumamos ‘exagerar’ mais nas comidas gordurosas e nas bebidas, o que pode se transformar em sinais que o corpo dá quando há algo errado.

O sistema digestivo, responsável por todo o processamento e absorção de nutrientes dos alimentos ingeridos e bom funcionamento de outros órgãos do corpo, é formado por diversos órgãos, mas principalmente por fígado, estômago e intestino.

O estômago é um órgão que tem capacidade de armazenamento de 0,8 a 1,5L de conteúdo quando relaxado¹ e é responsável pela digestão parcial dos alimentos. Dentre as doenças mais comuns do estômago estão gastrite, úlcera gástrica, refluxo gastroesofágico, cálculos biliares, pancreatite e câncer do estômago. O órgão é o responsável ainda pela produção de enzimas e hormônios que auxiliam na digestão dos alimentos ingeridos diariamente; por isso, é importante esperar pelo menos uma hora antes de se deitar após realizar uma refeição e evitar ingerir líquidos durante elas.

Já o fígado é o responsável por regular o metabolismo dos carboidratos e proteínas, armazenar substâncias e remover as toxinas do organismo, além de ser o segundo órgão mais importante para reserva de ferro². Ao apresentarmos problemas no fígado, é comum sentirmos dores abdominais, enjoos, dores de cabeça e urina escura.

Por fim, o intestino, considerado o “segundo cérebro” do corpo por possuir mais de 10 milhões de neurônios3, tem a função de absorver nutrientes e eliminar o restante por meio das fezes, impactando diretamente o sistema imunológico. A falta desta absorção pode causar azia, estufamento, cólicas, intestino preso e diarreias.

Se os desconfortos abdominais durarem mais que o habitual, é sinal de que você precisa procurar um gastroenterologista – profissional médico que cuida de todo aparelho digestivo, que se estende desde a boca, passando por esôfago e órgãos como o estômago e o intestino, chegando ao reto. Ele é o profissional que conhece as características das doenças gástricas e pode indicar o tratamento correto.

DOENÇAS MAIS COMUNS

A gastrite é a inflamação do estômago caracterizada por queimações e dores fortes no abdômen, causando até náuseas e vômitos. A inflamação pode ocorrer casualmente, como de forma pontual ou diariamente, como gastrite crônica. Um dos fatores que desencadeiam essa doença é o enfraquecimento da barreira de mucosa que reveste o estômago, fazendo com que o suco digestivo ultrapasse, causando danos no tecido da parede estomacal. Na maior parte dos casos, esse enfraquecimento decorre de um estresse elevado, alimentos gordurosos e picantes, alcoolismo e uso de drogas, uso excessivo de anti-inflamatórios e doenças que causam falhas no sistema imunológico. O tratamento se dá com uso de antiácidos, mudança de hábitos e, em alguns casos, antibióticos.

A úlcera gástrica é reconhecida por uma ou mais feridas na parede do estômago, tendo como principais sintomas as dores intensas na região, náuseas após as refeições, distensão abdominal e, em alguns casos, saída de sangue nas fezes em consequência do sangramento na parede estomacal. Assim como a gastrite, a úlcera gástrica também é reflexo do enfraquecimento da mucosa protetora do estômago, mas, neste caso, de forma intensa, ou seja, a partir de um agravamento da gastrite. O consumo de alimentos irritativos, como cafeína, pimenta, açúcares e gorduras pode agravar o quadro. O tratamento dessa condição se dá por meio de medicamentos e mudanças de hábitos alimentares.

O enjoo, quando o fígado apresenta problemas, pode fazer com que a urina se apresente em uma cor escura, de tom mais amarelado ou alaranjado que o comum. Além disso, o tom amarelado também pode se manifestar na pele e olhos do paciente (icterícia).4 Isso acontece por conta do excesso de produção de bilirrubinas; além da coloração forte, o problema no fígado pode vir acompanhado de fortes dores na região inferior das costas. Os problemas no fígado podem ter diversas causas, sendo as mais comuns a má alimentação e o abuso de bebidas alcoólicas.

O intestino preso, ou constipação intestinal, é um problema que pode causado por muitos fatores, desde a alimentação pobre em fibras, sedentarismo, consumo excessivo de proteínas e a pouca ingestão de água. Além da dificuldade em evacuar, o problema também pode se apresentar através de dores abdominais.

Por serem doenças que nem sempre conseguimos evitar, o acompanhamento médico é importante para que seja descoberto com antecedência. A alimentação saudável e visitas regulares ao seu médico de confiança também auxiliam na prevenção dessas doenças.

ALIMENTAÇÃO EQUILIBRADA É O IDEAL

É importante entender que o problema está nos excessos. Você pode curtir as comidas típicas das festas juninas ao mesmo tempo que mantém uma dieta de alimentos ricos em nutrientes, como a linhaça, as carnes brancas, frutas como maçã e melão, verduras e legumes cozidos.

A Hypera Pharma, líder na categoria de medicamentos gastrointestinais* no Brasil, tem marcas especialistas no cuidado da saúde digestiva e possui produtos destinados para cada órgão: ao estômago Estomazil, Pepsamar, Gastrol; Epocler e Eparema, para o fígado; para o intestino, Tamarine, Naturetti e Lacto-Purga.

Para manter-se sempre saudável, procure um médico.

*1. IQVIA PMB MAT R$ PPP. Mercado OTC Popular de Fígado, Antiácidos, Saúde do Intestino e Antigases. Fev/2023.

REFERÊNCIAS CONSULTADAS

1. Estudo complementar em Gastroenterologia: Aspectos Anatômicos e Clínicos. Faculdade de Medicina de Alfenas. 2ª edição, 2017. Disponível em: < https://www.unifenas.br/extensao/publicacoes/cartilha/Livroligastro.pdf>. Acesso em: 21/05/2024.

2. GROTTO, Helena Z. W. Fisiologia e Metabolismo do Ferro. Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia. Vol. 32, 2010. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbhh/a/DBW7X6wnFGpbLPmr6m63sGM/?format=pdf&lang=pt. Acesso em 21/05/2024.

3. Furness JB, Poole DP. Nonruminant Nutrition Symposium: Involvement of gut neural and endocrine systems in pathological disorders of the digestive tract. J Anim Sci. 2012;90(4):1203-12. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/22178854/>. Acesso em 21/05/2024.

4. MUNHOZ, Bruna Zago; WIEMANN, Anasthácia; AZEVEDO, Ana Luiza de; MARASCO, Sílvia; KUPSKI, Carlos. Investigação de Icterícia. Revista Acta Médica. Pontífica Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2012. Disponível em: <https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/03/881609/investigacao-de-ictericia.pdf>. Acesso em 21/05/2024.

DIZERES LEGAIS

Estomazil. bicarbonato de sódio, carbonato de sódio e ácido cítrico. Indicações: alívio da azia, má-digestão e mal-estar, medicação antiácida. MS 1.7817.0039. Gastrol. hidróxido de magnésio, carbonato de cálcio e hidróxido de alumínio. Indicação: como antiácido no tratamento sintomático da hiperacidez gástrica e suas complicações. Na úlcera péptica. MS 1.5584.0396. PEPSAMAR®. hidróxido de alumínio. Indicações: tratamento da azia, queimação decorrente de excesso de acidez no estômago. MS 1.5584.0639. Epocler. citrato de colina, betaína monoidratada e racemetionina. Indicações: tratamento de distúrbios metabólicos hepáticos. MS 1.7817.0079. Eparema. Boldo, Peumus boldus Molina (Monimiaceae), Cáscara Sagrada, Frangula purshiana (DC.) A. Gray (Rhamnaceae), Ruibarbo, Rheum palmatum L. (Polygonaceae). Indicações: auxilia no alívio à má digestão e auxilia nos distúrbios do fígado, das vias biliares e nos casos de prisão de ventre leve. MS 1.7817.0911. Lacto Purga. bisacodil. Indicações: tratamento da prisão de ventre; no preparo do paciente para exames diagnósticos, e antes ou após procedimentos cirúrgicos. E também em casos para facilitar a evacuação. MS 1.7817.0015. NATURETTI® Senna alexandrina Mill., Cassia fistula L. Indicações: tratamento sintomático de intestino preso, das constipações primárias e secundárias e na preparação para exames radiológicos e endoscópicos. MS 1.5584.0644. Tamarine. Senna alexandrina Mill., Cassia fistula L. Indicações: tratamento sintomático de intestino preso, das constipações primárias e secundárias e na preparação para exames radiológicos e endoscópicos. MS 1.7817.0023. SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. Maio/2024.

Sobre Hypera Pharma

A Hypera Pharma é uma das maiores empresas farmacêuticas do Brasil e está presente em todos os segmentos relevantes do setor. Com posição de liderança em diversas categorias, oferece produtos de alta qualidade e segurança, investindo continuamente em inovação e crescendo de forma sustentável, para que as pessoas vivam mais e melhor. Líder no mercado de Consumer Health, que engloba medicamentos isentos de prescrição, suplementos e vitaminas, tem em seu portfólio marcas ícones como Benegrip, Buscopan, Engov, Epocler, Estomazil, Neosaldina, Vitasay e Zero-Cal. Atua em Produtos de Prescrição, com a linha Mantecorp Farmasa, e em dermocosméticos, com Mantecorp Skincare. Em Similares e Genéricos, tem forte presença com a Neo Química. Mais recentemente, a Companhia iniciou sua participação também no Mercado Institucional, voltado para clínicas e hospitais.

Mais informações:

Comunicação Corporativa Hypera Pharma

imprensa@hypera.com.br

 

A CAPAIDADE DEIDENTIFICAR E PROMOVER O DIFERENCIAL DO SEU NEGÓCIO É A CHAVE PARA CONQUISTAR CLIENTES

 

João Branco – Profissional de Marketing mais admirado do Brasil e professor da StartSe

Em um mercado cada vez mais competitivo, destacar-se é essencial para garantir o sucesso de qualquer empreendimento. Seja um pequeno negócio ou uma grande corporação, a capacidade de identificar e promover o diferencial do seu produto pode ser a chave para conquistar clientes fiéis e superar a concorrência.

A gente já nasce com um chip marqueteiro instalado. Quer ver só? Você consegue se lembrar como conquistou seu namorado ou namorada? Você usou aquele sorriso charmoso? Chamou a atenção pelo bom humor? Preparou um jantar especial? Impressionou pela boa forma? Encantou pela inteligência? 

Em todos esses casos você estava tentando destacar suas qualidades. Se você é desengonçado, sabe que não vai ser na pista de dança que vai rolar alguma coisa, certo? É disso que estou falando. 

Para atrair os outros para uma relação, não mostramos o nosso bafo, a unha encravada ou aquele ronco noturno logo de cara. Você mostra a sua melhor versão, sua principal qualidade, o que tem de mais legal.

E o produto que você vende, o que tem de mais legal?

Uma pergunta pra tirar o seu sono

Vida de humorista não deve ser fácil. As pessoas devem ficar o tempo todo pedindo pra eles contarem piadas. Também tenho dó das médicas que precisam ficar analisando as perebas dos amigos até nos momentos de diversão. 

Eu sou marketeiro, então pra mim as pessoas perguntam o tempo todo: “o que preciso fazer pra vender mais?”. Tem gente querendo vender bolo caseiro, chinelo, fralda, um novo aplicativo pro celular, equipamento de segurança e até ração pra pets exóticos.

  • Minha resposta pra essa pergunta sempre é uma outra pergunta: “o que SÓ VOCÊ faz pelo cliente?”

Essa costuma ser uma questão que assusta. Qualquer curso sobre estratégia de marketing nas melhores faculdades do mundo vai abordar esse tema usando expressões difíceis em inglês. 

Mas, no fundo, todos estão gritando pra você: “não abra um negócio se você não souber como vai se destacar na multidão” ou “não lance um produto se ele não tiver um diferencial claro”.

Pra minha surpresa, muita gente não pensa nisso. Lançam coisas “porque meu concorrente está fazendo”, “porque está na moda“, “porque a linha de produção está parada” ou “porque sempre foi o meu sonho”. Mas a chance de fracasso nesses casos é grande.

Eu já ajudei a vender muito Big Mac, batatinha, sorvete, chocolate, creme de avelã, bala, ovo de páscoa, escova de dentes, absorvente feminino, remédio pra gripe, creme de assaduras e até regulador intestinal. E sei que cada negócio tem as suas dificuldades e características. 

Mas em todos eles, sempre foi extremamente importante pensar no que estou entregando de verdade pro cliente e o quanto isso o satisfaz melhor que as outras opções que ele tem.

Empreender não é brincadeira

Você vai produzir as camisas com as estampas mais bonitas no shopping? Vai fazer uma comida mais gostosa que as outras do seu bairro? Vai entregar mais rápido? Vai ser o mais barato? Vai ter as embalagens mais bonitas? Vai oferecer algo mais prático? Se você não tem certeza de qual é o seu diferencial, esse texto chegou na hora certa.

Você não precisa ser o melhor do mundo assim que começa. E nunca vai conseguir ser o melhor em tudo. Mas se você conseguir oferecer algo diferente em um ponto que é muito importante pros clientes, suas chances de sucesso aumentam demais. Chamamos isso de relevância

Esse vai ser o seu diferencial competitivo. Ele pode estar no tempero da sua avó, no sorriso do atendente, naquele orçamento feito em 3 minutos, na garantia estendida, no funcionamento 24 horas, na possibilidade de parcelar em 200 vezes. Não sabe como decidir o que fazer? Comece observando e conversando com os seus clientes. Tente descobrir algo que responda “Sim” a essas 3 perguntas:

  1. Isso é muito importante pro cliente?
  2. Isso é algo que os concorrentes não fazem direito?
  3. Isso é algo que eu consigo fazer melhor que eles?

Mire em algo que o que o seu cliente valoriza muito, que você consegue fazer bem e que nenhum dos seus concorrentes oferece hoje. Idealmente algo que seja difícil pra eles copiarem.

E quando chegar no que SÓ VOCÊ consegue fazer pelo cliente, basta seguir a mesma técnica que você usou no “xaveco” do primeiro parágrafo. Se seu produto é feio, não coloque ele na vitrine. Mas se ele canta bem, leve-o todo dia para o karaokê.

E você, como se destaca na multidão?

quarta-feira, 24 de julho de 2024

O DESTINO DE JOE BIDEN SERÁ O MESMO DE LULA

 

História de Alexander Busch – DW Brasil

Saída do democrata do páreo presidencial deve servir de advertência para o PT e o presidente brasileiro, que terá 80 anos em 2026: Está mais do que na hora de a esquerda e o centro prepararem um sucessor para Lula.

Lula e Biden durante visita do presidente brasileiro à Casa Branca em 2023

Lula e Biden durante visita do presidente brasileiro à Casa Branca em 2023© Sarah Silbiger/REUTERS

É trágico Joe Biden ter se retirado das eleições presidenciais. Com sua insistência em manter a candidatura e a renúncia não exatamente voluntária, ele desvalorizou uma admirável carreira política: sete vezes foi senador, duas vice-presidente e, por fim, foi presidente dos Estados Unidos.

Seu maior sucesso político até hoje foi a vitória contra Donald Trump, após apenas um mandato do republicano. O democrata Biden estabilizou as instituições de Estado de Direito e democráticas americanas, voltando a ser um parceiro confiável das nações democráticas da Europa e da Ásia.

No entanto, Biden colocou tudo isso em risco – e agora perdeu de modo dramático. Ele entrará para história como a imagem do ancião egomaníaco que acreditou por tempo demais ser o único capaz de vencer novamente o adversário Trump. Um erro de avaliação fatal, de que participaram sua família, os democratas e diversos meios de comunicação.

No entanto meu temor é que nas eleições do Brasil, dentro de dois anos, possa ocorrer um drama semelhante.

Lula vai seguindo o roteiro Biden

Refiro-me a Luiz Inácio Lula da Silva. Pouco menos de três anos mais novo do que Biden, ele terá 80 anos em 2026. Até agora não demonstrou sinais de fraqueza senil, como seu homólogo, mas também para o americano até pouco tempo atrás não era algo que estivesse em questão.

Não considero discriminação etarista exigir um indivíduo totalmente apto para o árduo trabalho à frente da maior democracia, nestes tempos turbulentos. Nos EUA, porém, os aliados e adeptos de Biden ignoraram essa necessidade. E no Brasil, muito indica que o Partido dos Trabalhadores, seus seguidores, o próprio Lula e sua família vão seguir o mesmo roteiro.

Pois, assim como Biden, Lula até agora não conseguiu, no atual mandato, debilitar os seguidores de seu antecessor ultradireitista e fechar a fissura na sociedade. Pelo contrário: os bolsonaristas no Congresso e na sociedade dominam o debate político com seus projetos de lei populistas.

Cada vez menos Lula consegue iniciar reformas importantes, nem mesmo em temáticas de centro-esquerda ele pôde estabelecer uma linha. Seu governo age como que impelido pela maioria de centro-direita do Congresso, e parece antiquado num mundo que se transforma em alta velocidade.

Hora de preparar a sucessão

No entanto o paradoxo é que, quanto menos o governo petista é capaz de se impor e quanto mais influência perde, maiores são as chances de que Lula se veja como o único capaz de vencer um candidato direitista. Do mesmo modo que, após sua vitória apertada sobre Trump em 2020, Biden estava convencido de que só ele venceria novamente o populista de direita.

O argumento do democrata era o passado: em 2016 ele renunciou à candidatura presidencial para dar lugar à suposta favorita Hillary Clinton – que aí perdeu contra Trump. Se ele tivesse concorrido, teria vencido, é a avaliação de Biden.

No PT o quadro não é diferente: lá se diz, até hoje, que Jair Bolsonaro só chegou ao poder em 2018 porque Lula estava na prisão, o que permitiu que o populista de direita derrotasse Fernando Haddad. Lula teria vencido, com certeza – é o consenso da esquerda até hoje.

Os paralelos entre Lula e Biden vão além da idade avançada e do mito da suposta superioridade em relação à ultradireita: os partidos de ambos não permitem competição entre possíveis candidatos à sucessão; eles estão convencidos que a experiência política dos dois líderes é uma vantagem; o entorno lhes recorda sem cessar que o mundo mudou; crítica é tabu.

Erros de avaliação grosseiros são aceitos sem crítica. Assim, Biden retirou precipitadamente o exército americano do Afeganistão. O consequente caos em Cabul e a imediata tomada de poder pelo Talibã representaram uma enorme perda de prestígio para os EUA.

As declarações espontâneas de Lula – sobre a Ucrânia, Israel, Venezuela – têm prejudicado sua antiga reputação internacional, assim como a do Brasil. Portanto está mais do que na hora de a esquerda e o centro da política brasileira prepararem a sucessão de Lula. Não é fácil, mas não há alternativa.

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Há mais de 30 anos o jornalista Alexander Busch é correspondente de América do Sul. Ele trabalha para o Handelsblatt e o jornal Neue Zürcher Zeitung. Nascido em 1963, cresceu na Venezuela e estudou economia e política em Colônia e em Buenos Aires. Busch vive e trabalha em Salvador. É autor de vários livros sobre o Brasil.

O texto reflete a opinião pessoal do autor, não necessariamente da DW.

Autor: Alexander Busch

PENDURICALHO DO TCU RETROATIVO AOS ANOS 90 ESTIMADO EM R$ 1,12 BILHÃO

 

História de RANIER BRAGON – Folha de S. Paulo

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O TCU (Tribunal de Contas da União) recebeu uma notificação para incorporar ao salário de parte de seus servidores um penduricalho relativo aos anos 90 cujo retroativo está estimado, atualmente, em R$ 1,12 bilhão.

A ação judicial movida pelo Sindilegis (Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal e do Tribunal de Contas da União) foi conduzida pelo escritório de advocacia do atual governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), com honorários de 10% da causa, ou seja, R$ 112 milhões.

O penduricalho bilionário do TCU teve origem na antiga regra segundo a qual servidores públicos incorporavam ao salário um determinado valor —”quintos”, “décimos”— por ano em que exerciam funções comissionadas, ou seja, de chefia.

A AGU (Advocacia-Geral da União), que é o órgão responsável pela defesa jurídica dos interesses da União e, mais especificamente, do Poder Executivo, enviou recentemente ao TCU um parecer de força executória sobre o caso.

No documento, a AGU informa ao tribunal a série de reveses judiciais da União na ação movida pelo sindicato dos servidores e diz que, diante da inexistência de recurso com efeito suspensivo automático, seria preciso incorporar já na folha de pagamento de julho valores referentes a quintos salariais de servidores que exerceram função de chefia entre abril de 1998 e setembro de 2001.

De acordo com o Sindilegis, cerca de 400 funcionários do TCU serão beneficiados imediatamente com a decisão.

Os valores retroativos pelos mais de 20 anos decorridos, que beneficiariam mais de 1.000 servidores e ex-servidores, deverão ser pagos pela União por meio de precatório (reconhecimento oficial da dívida, pelo Estado), diz a AGU no parecer.

À reportagem a AGU disse que o valor retroativo cobrado pelo Sindilegis está estimado em R$ 1,12 bilhão, em valores atualizados.

O sindicato afirmou que no momento da liberação desse precatório serão pagos honorários de 10% ao escritório fundado por Ibaneis —o governador está licenciado da atividade privada devido à sua função pública.

A AGU afirmou à reportagem ainda que todas as medidas judiciais estão sendo tomadas contra a demanda do Sindilegis. Diz ainda que a demanda pelos quintos salariais dos anos 90 e início de 2000 estão presentes em outros órgãos da administração pública, em ações coletivas nos moldes da movida pelo Sindilegis.

Em nota, a presidência do TCU disse ter sido informada da decisão judicial desfavorável à corte, mas que a consultoria jurídica do Tribunal iria avaliar a decisão e discutir com a AGU outros recursos processuais. “No momento, não há decisão do TCU sobre os pagamentos.”

No governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) a regra que previa a incorporação dos quintos aos salários foi extinta, mas controvérsias em torno de medidas provisórias que trataram do tema geraram uma disputa judicial sobre o direito a esse acréscimo relativo ao período de abril de 1998 a setembro de 2001.

No início dos anos 2000 o TCU considerou devida a incorporação dos quintos relativos a esse intervalo, o que levou vários órgãos da administração pública a elevar o salário dos servidores que exerceram cargo de chefia nesses anos, mas em relação aos servidores do próprio tribunal o pagamento não ocorreu e resultou em uma disputa judicial entre AGU e Sindilegis.

A União foi derrotada em primeira e segunda instâncias e também nos recursos apresentados nos tribunais superiores e o caso transitou em julgado —sem possibilidade de novos recursos— em 2017.

Ocorre que, dois anos antes da conclusão desse julgamento, em 2015, o STF (Supremo Tribunal Federal) havia considerado inconstitucional a incorporação dos quintos no período solicitado.

Após recursos, a mais alta corte do país modulou sua decisão em 2019, excluindo do seu escopo casos em que já houvesse decisão judicial transitada em julgado.

O litígio entre AGU e Sindilegis, então, voltou para a primeira instância em 2020 para a execução da sentença. A União prosseguiu na tentativa de bloquear a medida argumentando, entre outros pontos, que o trânsito em julgado da decisão ocorreu dois anos depois de o STF considerar ilegal a incorporação dos quintos.

A 4ª Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal negou o pleito da AGU, com base na modulação da decisão do STF de 2019, o que resultou na notificação ao TCU.

O presidente do Sindilegis, Alison Souza, defendeu a ação, embora afirme que, no mérito, é contra a incorporação dos quintos.

“Em relação a esse processo judicial, não tem o que dizer porque é cumprimento de lei. A regra do jogo era aquela naquela época e os servidores têm o direito de receber”, afirmou.

“Servidores públicos não recebem isso há mais de 20 anos. Eu sou contra hoje. Por exemplo, tem aquela PEC lá [no Senado] que estava querendo resgatar isso para juízes, eu hoje, apesar de ser sindicato, sou absolutamente contra. Acho que definitivamente não é uma boa política salarial, gera muita desigualdade, distorções.”

O escritório Ibaneis Advocacia e Consultoria não respondeu às perguntas da reportagem.

O governador do DF é um dos políticos com maior fortuna do país, tendo declarado patrimônio de R$ 80 milhões em 2022.

Em 2020, a Folha de S.Paulo mostrou que pelo menos R$ 332 milhões de dinheiro público que deveria ter sido aplicado na manutenção e desenvolvimento da educação básica no país acabaram destinados a honorários de escritórios de advocacia contratados por prefeituras para obter recursos da União. Entre esses escritórios estava o Ibaneis Advocacia e Consultoria.

LULA ESCOLHE JANJA PARA REPRESENTAR O BRASIL NAS OLIMPÍADAS DE PARIS

História de Gabriel de Sousa – Jornal Estadão

BRASÍLIA – Pela primeira vez na história dos Jogos Olímpicos, o Brasil será representado pela mulher de um presidente da República. A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janjaconseguiu uma credencial para substituir o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e vai receber a delegação brasileira na abertura das Olimpíadas de Paris. A cerimônia ocorrerá nesta sexta-feira, 26.

A primeira-dama Janja e o vice-presidente Geraldo Alckmin Foto: Wilton Junior e Pedro Kirilos/Estadão

A primeira-dama Janja e o vice-presidente Geraldo Alckmin Foto: Wilton Junior e Pedro Kirilos/Estadão© Fornecido por Estadão

Normalmente, quem representa o Brasil como chefe de Estado na abertura das Olimpíadas é o presidente da República ou o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Lula, por exemplo, esteve na cerimônia de dois Jogos Olímpicos: 2004, em Atenas, na Grécia, e 2008, em Pequim, na China.

Lula avisou ao presidente da França, Emmanuel Macron, que está com a “agenda cheia” e que, por isso, não poderá acompanhar os jogos. O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que é o primeiro na linha sucessória na Presidência da República, não foi escalado pelo petista para ser o chefe de Estado brasileiro em Paris.

De acordo com o COB, o representante do Brasil nas delegações de autoridades que vão para os Jogos Olímpicos é escolhido pelo Palácio do Planalto. Ou seja, por não ir a Paris, o presidente Lula poderia indicar outra pessoa para comparecer em seu lugar. Ele teve a opção de escolher Janja, Geraldo Alckmin ou qualquer outro integrante do governo brasileiro.

Comitê Olímpico Internacional (COI), por sua vez, exige que o COB e outras entidades olímpicas nacionais enviem os nomes dos chefes de Estado que vão representar os países durante os jogos.

Vídeo relacionado: LULA ANUNCIA QUE JANJA O REPRESENTARÁ NAS OLIMPÍADAS DE PARIS (Dailymotion)

Não é incomum a presença de primeiras-damas como representantes de Estado nas Olimpíadas. Na sexta-feira, pelos Estados Unidos, estará Jill Biden, mulher do presidente Joe Biden. Nos últimos jogos realizados em Tóquio, em 2021, Jill também encabeçou a delegação americana.

Jill seguiu a tradição iniciada por Michelle Obama, mulher do ex-presidente americano Barack Obama, nas Olimpíadas de 2012.

Em 2008, nas Olimpíadas de Pequim, a antiga rainha consorte da Espanha Sofia, esposa do rei Juan Carlos, representou o governo espanhol. Na mesma edição, a então primeira-dama da África do Sul Zanele Mbeki foi a chefe de Estado do país.

Janja recebeu credencial fora do prazo

Janja conseguiu a credencial de representante do governo brasileiro fora do prazo estipulado pelo COI para o envio dos nomes dos chefes de Estado. Por isso, o documento foi emitido pelo COB com excepcionalidade.

Nesta segunda-feira, 22, o presidente da França, Emmanuel Macron, em entrevista à imprensa internacional, disse que Janja será bem recebida e que “pelo menos” ela vai para o evento esportivo. A primeira-dama da França, Brigitte Macron, que também falou na oportunidade, afirmou que mantém uma relação de amizade com a socióloga.

Estadão procurou o Palácio do Planalto e o Ministério dos Esportes para ter mais informações sobre os acessos que Janja poderá ter com a credencial, mas não obteve retorno.