terça-feira, 23 de julho de 2024

KAMALA VICE-PRESIDENTE DOS EUA SE MOVIMENTA PARA GARANTIR CANDIDATURA À CASA BRANCA

História de Por Nandita Bose e Jarrett Renshaw e Jeff Mason – REUTERS

Vice-presidente dos EUA Kamala Harris na Casa Branca  3/6/2021  REUTERS/Evelyn Hockstein

Vice-presidente dos EUA Kamala Harris na Casa Branca 3/6/2021 REUTERS/Evelyn Hockstein© Thomson Reuters

Por Nandita Bose e Jarrett Renshaw e Jeff Mason

WASHINGTON (Reuters) – A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, estava agindo rapidamente na segunda-feira para tentar garantir a indicação presidencial democrata, um dia depois que o presidente norte-americano, Joe Biden, de 81 anos, abandonou a candidatura à reeleição diante da crescente oposição de seu próprio partido.

Kamala, de 59 anos, discursará na Casa Branca às 12h30 (horário de Brasília) nesta segunda-feira. Autoridades da campanha e aliados já fizeram centenas de ligações em seu nome, pedindo aos delegados da convenção do Partido Democrata do próximo mês que se unam para indicá-la a presidente na eleição de 5 de novembro contra o republicano Donald Trump.

A saída de Biden foi o mais recente abalo em uma disputa pela Casa Branca que, nos últimos 10 dias, viu o ex-presidente Trump quase ser assassinado por um homem armado durante um ato de campanha, antes de escolher o senador J.D. Vance como seu companheiro de chapa.

“Minha intenção é ganhar essa indicação”, disse Kamala em um comunicado. “Farei tudo o que estiver ao meu alcance para unir o Partido Democrata – e unir nossa nação – para derrotar Donald Trump.”

Kamala, que é negra e asiática-americana, criaria uma dinâmica totalmente nova com Trump, de 78 anos, oferecendo uma vívida divisão geracional e cultural. A campanha de Trump vem se preparando para sua possível ascensão dela há semanas, disseram fontes à Reuters, e planejou tentar vinculá-la estreitamente às políticas de Biden sobre imigração e economia.

Biden, a pessoa mais velha que já ocupou o Salão Oval, disse que permanecerá na Presidência até o fim de seu mandato em 20 de janeiro de 2025, enquanto endossou Kamala para concorrer em seu lugar.

Um desempenho desastroso no debate de 27 de junho contra Trump levou os colegas democratas de Biden a pedir que ele encerrasse sua candidatura, e os republicanos seniores já começaram a pedir que ele renuncie ao cargo, argumentando que, se ele não está apto para fazer campanha, não está apto para governar.

Kamala conversou com o governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, um possível candidato a vice-presidente, com o líder democrata da Câmara, Hakeem Jeffries, e com o presidente do Congressional Black Caucus, deputado Steven Horsford, disse uma fonte familiarizada com o assunto.

A desistência de Biden deixa menos de quatro meses para uma campanha. Democratas proeminentes, incluindo possíveis adversários de Kamala, como o governador da Califórnia, Gavin Newsom, apoiaram imediatamente a vice-presidente.

Trump, cujas falsas alegações de que sua derrota em 2020 para Biden foi resultado de fraude inspiraram o ataque ao Capitólio dos EUA em 6 de janeiro de 2021, questionou na segunda-feira o direito dos democratas de mudar de candidato.

“Eles roubaram a candidatura de Biden depois que ele a venceu nas primárias”, disse Trump em seu site Truth Social.

Apesar da demonstração inicial de apoio a Kamala, a conversa sobre uma convenção aberta quando os democratas se reunirem em Chicago de 19 a 22 de agosto não foi totalmente silenciada.

A ex-presidente da Câmara dos Deputados Nancy Pelosi e o ex-presidente Barack Obama não anunciaram apoio, embora ambos tenham elogiado Biden.

Dois outros possíveis adversários – a governadora de Michigan, Gretchen Whitmer, e o governador de Kentucky, Andy Beshear – não mencionaram a vice-presidente em suas declarações.

Com os democratas entrando em território desconhecido, o presidente do Comitê Nacional Democrata, Jaime Harrison, disse que o partido anunciará em breve as próximas etapas de seu processo de indicação.

 

GOVERNO CULPA O DÉFICIT AOS APOSENTADOS E BENEFICIÁRIOS DA PREVIDÊNCIA

 

História de Mariana Carneiro e Alvaro Gribel – Jornal Estadão

BRASÍLIA – O governo aumentou em R$ 11,3 bilhões a projeção de despesas para 2024 com o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e despesas da Previdência Social. Essa alta levou a equipe econômica a realizar um bloqueio de R$ 11,2 bilhões em despesas obrigatórias no Orçamento deste ano, como adiantou na semana passada o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

As despesas com o BPC, benefício pago a pessoas idosas e com deficiência de baixa renda, saltou R$ 6,4 bilhões no 3º relatório de Avaliação Bimestral de Receitas e Despesas, apresentado nesta segunda-feira, na comparação com o anterior, divulgado em maio. Já os gastos com Previdência subiram R$ 4,9 bilhões, alcançando R$ 923 bilhões.

Diante deste cenário, o governo federal revisou para baixo a projeção de déficit para 2024. Agora, a estimativa é de que as contas públicas fechem no vermelho em R$ 28,8 bilhões – no piso da banda (intervalo de tolerância), já que o centro da meta é déficit zero.

Despesas com benefícios previdenciários cresceram R$ 5,3 bilhões, enquanto gastos com BPC subiram R$ 6,4 bilhões Foto: Divulgação/Agência Brasil)

Despesas com benefícios previdenciários cresceram R$ 5,3 bilhões, enquanto gastos com BPC subiram R$ 6,4 bilhões Foto: Divulgação/Agência Brasil)© Fornecido por Estadão

“No caso do BPC, a principal razão pelo crescimento indicado pelo MDS (Ministério de Desenvolvimento Social) foi aumento de quantidade de requerimentos novos analisados”, disse afirma o secretário de Orçamento Federal substituto, Clayton Luiz Montes. “Temos variação com BPC de R$ 6,4 bilhões e Previdência, com R$ 5,3 bilhões, totalizando um acréscimo de R$ 29 bilhões (nas despesas obrigatórias).”

O relatório justifica o aumento na projeção de gastos previdenciários “em decorrência de mudanças de fluxos internos e comportamentos inesperados de entrada de pedidos”.

O governo também ampliou as renúncias previstas com na arrecadação da Previdência Social, em razão da desoneração das folhas de pagamentos dos municípios – houve uma redução de R$ 5,2 bilhões na previsão de arrecadação.

Além do bloqueio de R$ 11,2 bilhões, o governo também realizou um contingenciamento de R$ 3,8 bilhões para cumprir a meta fiscal zero, que permite um déficit de até 0,25% do PIB (R$ 28,8 bilhões). Não fosse o contingenciamento, o governo teria um déficit estimado em R$ 32,6 bilhões, fora da meta.

Como mostrou o Estadão, o BPC rompeu a casa dos R$ 100 bilhões pela primeira vez em março deste ano e subiu para R$ 103 bilhões em maio. A média mensal nos pedidos pelo benefício aumentou 40% nos seis primeiros meses deste ano em comparação a 2023.

Ainda que o presidente Lula já tenha descartado desvincular as despesas previdenciárias e o BPC ao salário mínimo, ao afirmar que não as considera como gasto, o governo prevê uma revisão dos cadastros para atender ao Tribunal de Contas da União (TCU) e contribuir para a agenda de redução de gastos obrigatórios.

Como mostrou o Estadãoo INSS deve realizar até 800 mil perícias presenciais do Benefício por Incapacidade Temporária, o antigo auxílio-doença, e do BPC até dezembro deste ano.

Só essa revisão cadastral, no entanto, não é suficiente e deve gerar pouca economia, segundo especialistas. O ex-secretário do Tesouro e chefe de macroeconomia da Asa Investment, Jeferson Bittencourt, afirma que governo e sociedade deveriam debater critérios de acesso a benefícios como o BPC.

Novo congelamento à vista

Economistas ouvidos pelo Estadão avaliaram como positivo o anúncio feito por Haddad de um congelamento de R$ 15 bilhões em recursos do Orçamento deste ano, mas ponderam que será necessário uma nova contenção de despesas, de modo a cumprir ao menos o piso da meta fiscal zero deste ano.

Segundo os analistas, para o cumprimento do piso da meta, a contenção deveria ser da ordem de R$ 26,4 bilhões – embora haja divergências nas previsões. Assim, analistas já preveem que o restante da contenção seja anunciada no relatório de setembro.

Qual a diferença entre bloqueio e contingenciamento?

No contingenciamento, o governo congela despesas quando há frustração de receitas, a fim de cumprir a meta fiscal (saldo entre receitas e despesas, sem contar os juros da dívida). Para este ano e para 2025, a meta é de zerar o déficit das contas públicas.

Como a meta tem uma banda (intervalo de tolerância) de 0,25 ponto porcentual do PIB para cima e para baixo, o governo cumpre a meta desde que não extrapole o piso da banda – ou seja, um déficit de R$ 28,8 bilhões.

Já o bloqueio é realizado para cumprir o limite de despesas do arcabouço fiscal. Assim, quando há aumento de gastos obrigatórios (como aposentarias, por exemplo), o governo bloqueia despesas não obrigatórias (como custeio e investimentos) para compensar

SABESP PRIVATIZADA É UMA REDUÇÃO DA MÁQUINA PÚBLICA DE S. PAULO

 

História de Redação – IstoÉ Dinheiro

O governador paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos), acabou de ganhar uma imagem forte para demonstrar nas eleições de 2026 o seu compromisso com a redução da máquina pública: a privatização da Sabesp, a companhia estadual de saneamento básico.

Os números são superlativos. Com 28,4 milhões de clientes em 375 municípios, a Sabesp é uma das maiores empresas do mundo do setor. A venda de 32,3% de suas ações, liquidada nesta segunda-feira, 22, arrecadou R$ 14,8 bilhões, e a procura por ações foi superior à da privatização da Petrobras.

A polêmica também foi grande. Parte da sociedade é contra a privatização do serviço de água e esgoto, por entender que isso encareceria tarifas e que o acesso deve ser garantido pelo estado. Outra parte entende que a privatização pode ampliar os investimentos e a eficiência do setor, ampliando a cobertura.

A privatização de estatais de saneamento ganhou força com a aprovação, há quatro anos, do Marco do Saneamento, que busca elevar investimentos privados no setor e definiu a meta de levar água encanada a 99% da população e coleta de esgoto a 90% até 2033.

Um dos argumentos a favor do marco é atrair recursos para construir redes de esgoto nas regiões mais negligenciadas, que sofrem com as doenças associadas à falta de saneamento básico.

Mas esse não é o caso da Sabesp, o que fez da sua privatização um caso particular. A empresa tem ações negociadas em bolsa desde 1997, e em 2023 registrou lucro líquido de R$ 3,5 bilhões. Na sua área de cobertura, 98% da população tem abastecimento de água e 93%, coleta de esgoto. E a companhia desfruta de boa imagem entre os paulistas: uma pesquisa realizada em abril pela Quaest apontou que 52% deles eram contra a privatização, e 36%, a favor.

Qual foi o modelo de privatização da Sabesp

Tarcísio já havia comandado privatizações e concessões como ministro da Infraestrutura de Jair Bolsonaro, e na campanha a governador de 2022 prometeu privatizar a Sabesp se fosse eleito. “É uma empresa arrumada, mas empresa privada cobra tarifa mais barata de saneamento”, disse à época. Um mês após assumir o Palácio dos Bandeirantes, iniciou os estudos para a privatização, e em dezembro de 2023 a Assembleia Legislativa aprovou o projeto de lei que autorizou o processo.

O governo optou por não vender completamente a Sabesp, mas transmitir sua gestão a uma acionista de referência, que terá 15% das ações, e pulverizar outros 17,3% das ações no mercado. Com isso, o estado reduz sua participação de 50,3% para 18%.

Não houve concorrência para ser acionista de referência: apenas uma empresa manifestou interesse, a Equador, que tem experiência consolidada no setor de distribuição de energia. Ela pagou R$ 6,9 bilhões pelas ações, a um preço unitário de R$ 67.

No modelo adotado, o mesmo valor por ação pago pelo acionista de referência foi aplicado na venda pulverizada, que rendeu R$ 7,9 bilhões – a maior parte comprada por fundos nacionais e internacionais. O valor de R$ 67 por ação foi 18,3% menor do que o preço das ações negociadas em bolsa na última quinta-feira, quando foi confirmada a venda pulverizada.

Ao defender a privatização, o governo paulista ressaltou que ela prevê universalizar o saneamento até 2029, quatro anos antes do prazo, além de investimentos de R$ 68 bilhões na rede. O processo também destina 30% do valor líquido arrecadado com a privatização a um fundo para obras de saneamento e subsídios tarifários.

Vale a pena passar o saneamento para a iniciativa privada?

O dilema é antigo. Empresas privadas podem ter mais recursos para investir e incentivos para ampliar a eficiência, mas o objetivo maior sempre será o lucro. A depender das regras e da fiscalização do Estado, isso pode significar melhorias, como no caso das telecomunicações, ou levar a pioras e aumento dos preços.

Paulo Furquim de Azevedo, professor e coordenador do Centro de Regulação e Democracia do Insper, avalia à DW que o resultado final depende da estrutura regulatória. No setor de saneamento, ele conduziu pesquisas que encontraram efeitos positivos da atuação de empresas privadas, devido a investimentos novos e à ampliação da rede de esgoto – hoje ausente em quase 40% dos domicílios do Brasil.

Uma das pesquisas cruzou dados da concessão privada do saneamento com a taxa de ocorrência de doenças relacionadas à água, que em crianças de 1 a 5 anos costumam decorrer de falta de saneamento. O estudo isolou o efeito de outros fatores, como a melhoria da rede de saúde, e concluiu que a atuação privada no saneamento reduziu a ocorrência dessas doenças, em especial em municípios pequenos. Outra pesquisa concluiu que a rede de esgoto aumenta com a concessão à iniciativa privada.

Já no caso da Sabesp, ele afirma não ver condições para o mesmo impacto positivo, pois trata-se de um “exemplo de empresa pública que já funcionava muito bem”.

“Não espero que a privatização da Sabesp terá os efeitos que verificamos na média dos municípios. Não significa que vai piorar. O ponto é que ela já tinha um serviço de saneamento muito bom, então a oportunidade de ganho de uma concessão privada já se esgotou”, diz. “A empresa pública já era capaz de fazer investimentos e era bem gerida, com capacidade de fazer captações de recursos.”

Em outra pesquisa sobre o setor, Azevedo avaliou os incentivos políticos que levam governantes a decidirem privatizar ou conceder as empresas de saneamento. Um deles, diz, é o imenso volume de recursos que entra nos cofres públicos durante a privatização ou concessão, que em sua maioria irrigam o cofre único do estado.

No caso de São Paulo, ele aponta também o elemento ideológico. “A plataforma que venceu a preferência da sociedade na última eleição foi mais privatizante, voltada à redução do papel do Estado, e isso se reflete na agenda do governo”, diz.

Críticas ao processo e receio de piora do serviço

A privatização da Sabesp recebeu oposição de seus funcionários e de algumas entidades civis e partidos. Francisca Adalgisa, diretora-presidente da Associação dos Profissionais Universitários da Sabesp e membra do Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento (Ondas), afirma à DW que não havia “nenhuma justificativa” para a mudança de controle acionário.

Ela cita que a empresa é lucrativa e já cumpriu as metas de universalização em mais de 300 municípios. Os locais ainda não atendidos, diz, são aqueles com mais dificuldade de acesso, mas ela projeta que no ritmo atual de investimento a universalização seria alcançada em 2033 “sem afogadilho”.

Para Adalgisa, a meta de universalizar o atendimento até 2029, citada pelo governo Tarcísio, é uma “promessa falsa”, pois não haveria projetos nem empresas de engenharia disponíveis capazes de concluir essas obras no prazo. Ela prevê queda de qualidade no atendimento, como resultado da provável terceirização de atividades que virá na gestão privada. “Demora para você treinar um funcionário para fazer um bom trabalho, há um turnover [rotatividade de pessoal] muito alto se você terceiriza, os salários são muito baixos”, diz.

Ela também critica o processo de privatização, que resultou em apenas uma proposta de acionista de referência, e que segundo ela foi conduzido de forma acelerada e direcionada. “O governo correu com a teoria do fato consumado. Quando cair a ficha na população, o acionista já botou a pessoa na cadeira”, diz. A Ondas e o PT moveram ações na Justiça para tentar barrar o processo, sem sucesso. Na sexta-feira, o ministro Luis Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), negou uma liminar a respeito.

Em Berlim, privatização e reestatização

Em algumas cidades do mundo, a experiência de privatizar o serviço de saneamento deixou a população insatisfeita. Segundo uma pesquisa do Transational Institute, 364 delas decidiram reverter privatizações de saneamento desde a virada do século – entre eles, Paris e Berlim.

Na capital alemã, a empresa de água e esgoto – Berliner Wasserbetriebe (BWB) – foi parcialmente privatizada em 1999. O governo vendeu 49,9% de suas ações a duas gigantes do setor, a alemã RWE e a francesa Vivendi, que assumiram a gestão. Treze anos depois, após pressão social, o poder público comprou de volta as ações.

À frente da mobilização civil estava a organização Berliner Wassertisch, que organizou um referendo em 2011 – o primeiro da história da cidade – no qual a maioria dos votantes optou para que os contratos da privatização, então secretos, fossem tornados públicos.

Karl Goebler, membro da Berliner Wassertisch e cofundador do Berliner Wasserrat, relata à DW que a decisão pela parceria público-privada no saneamento ocorreu em um momento de crise fiscal do governo, que buscava recursos extras, e de entusiasmo mundial com as políticas neoliberais, que valorizam a privatização e a desregulação.

Os berlinenses, porém, desaprovaram a experiência. Goebler relata que a tarifa subiu 37% durante o período da privatização, “fazendo com que o preço da água em Berlim fosse o maior entre as cidades alemãs”. Ele cita também que os contratos secretos semearam desconfiança na população e que, uma vez tornado públicos, mostraram que garantiam lucro mínimo de 8% para os investidores privados – coberto pelo governo se não fosse obtido por meio das tarifas.

Em 2012, o governo comprou de volta as ações da RWE e em 2013, as da Vivendi. Com a reestatização, diz Goebler, “os preços se estabilizaram e em alguns casos, caíram”. “O controle público levou a maior transparência e abriu-se espaço para investimentos mais de longo termo.”

Por outro lado, ele cita que a recompra das ações representou um gasto significativo para o governo, que teve de fazer empréstimos para isso, e que a transição da gestão privada para a pública trouxe “desafios burocráticos” para reconverter a estrutura corporativa de volta para o regime estatal.

O post Sabesp privatizada: o que muda e como o exemplo de Berlim pode servir de alerta apareceu primeiro em ISTOÉ DINHEIRO.

CIBERCRIMINOSOS ESTÃO MIRANDO BANCOS DE DADOS DE EMPRESAS, INFORMAÇÕES PESSOAIS PARA ROUBAR DINHEIRO

 

 Iskander Sanchez-Rola, Diretor de Inovação em Privacidade da Norton

Norton alerta que os cibercriminosos estão mirando bancos de dados de empresas, buscando informações pessoais para roubar dinheiro, comprometer identidades ou mesmo vender os dados dos usuários na dark web.

À medida que a tecnologia avança, mais e mais informações têm sido transferidas para o mundo digital. Neste contexto, os ataques cibernéticos mirando o acesso sem autorização a dados sigilosos de empresas e seus usuários, tornaram-se cada vez mais frequentes. 

A Norton, uma marca de cibersegurança da Gen™ (NASDAQ: GEN), alerta para os cuidados que se deve ter a fim de evitar que bancos de dados de empresas sejam violados e informações confidenciais das pessoas caiam nas mãos de agentes mal intencionados.

“Corporações e negócios são alvos extremamente atraentes para os cibercriminosos, simplesmente devido à grande quantidade de dados que podem ser obtidos de uma só vez”, diz Iskander Sanchez-Rola, Diretor de Inovação em Privacidade da Norton. “As violações de dados podem impactar as empresas e consumidores de diversas maneiras. Este tipo de incidente de segurança pode prejudicar vidas e reputações, levando tempo para ser reparado”, completa.

Iskander explica que o crime cibernético é uma indústria lucrativa para os invasores. O especialista em privacidade da Norton também agrega que os cibercriminosos buscam informações pessoais para roubar dinheiro, comprometer identidades ou mesmo vender os dados na dark web. As violações de dados podem ocorrer por vários motivos, inclusive acidentalmente, mas os ataques direcionados são normalmente realizados de cinco maneiras:

1. Explorando vulnerabilidades dos sistemas. Um software desatualizado pode criar uma brecha capaz de permitir que um invasor insira um malware em um computador e roube os dados nele contidos.

2.Senhas fracas. Senhas de usuários fracas e inseguras são mais fáceis de serem descobertas pelos cibercriminosos, especialmente se a senha for composta por palavras ou frases inteiras. É por isso que os especialistas desaconselham o uso de senhas simples, recomendando senhas únicas e complexas.

3.Downloads drive-by. Uma pessoa pode baixar acidentalmente um vírus ou malware, simplesmente visitando uma página web comprometida. Um download drive-by normalmente tira proveito de um navegador, aplicativo ou sistema operacional desatualizado, ou com falha de segurança.

4.Ataques de malware direcionados. Os cibercriminosos usam táticas de phishing por e-mail ou keyloggers, em ataques de preenchimento de credenciais, para descobrir informações de login dos usuários. O e-mail é uma forma comum de um malware chegar ao computador. Assim, as pessoas devem evitar abrir links ou anexos em um e-mail de fonte desconhecida. Fazer isso pode infectar o computador com malware. É importante lembrar que um e-mail pode parecer ter sido enviado de uma fonte confiável, mesmo quando não é.

5.Ataques de watering hole. Os cibercriminosos observam o tráfego e os usuários de sites específicos, para localizar e explorar problemas de software ou de falta de segurança. Esses agentes mal-intencionados podem, então, usar malware para infectar uma rede de dispositivos e criar backdoors para os dados armazenados.

Iskander aconselha que para a proteção de identidade no ambiente digital, é necessário usar senhas fortes e seguras. “As senhas devem ser complexas e exclusivas para cada conta online. As pessoas também devem monitorar constantemente os relatórios de cartões de crédito, bancos e contas financeiras em busca de atividades desconhecidas, como por exemplo, a abertura de um novo cartão de crédito ou outra conta pelo criminoso no nome da vítima. Se as empresas oferecerem alertas de atividades por mensagem de texto ou e-mail, pode fazer sentido inscrever-se neles e, em caso de alguma atividade suspeita ou violação de informação, contatar imediatamente a instituição financeira envolvida”, destaca.

O especialista em privacidade da Norton alerta ainda para que as pessoas protejam os seus dispositivos, assegurando que os celulares também tenham senhas como uma linha de defesa em caso de perda ou roubo do aparelho, evitando que o criminoso tenha acesso a informações se pudesse acessar um telefone desprotegido. 

“Se as empresas que fornecem serviços armazenarem informações sigilosas das pessoas, a identidade dos usuários poderá ser comprometida em uma violação de dados em grande escala! Usar uma proteção contra roubo de identidade pode fazer toda a diferença, pois a bagunça causada por uma identidade roubada pode levar meses ou até anos para ser corrigida. O Norton Identity Advisor Plus, por exemplo, inclui recursos de proteção de identidade, que ajudam as pessoas a monitorar e responder a ameaças de identidade, com ferramentas que auxiliam a manter o controle da saúde financeira. Também ajuda os usuários a monitorar suas redes sociais e se suas informações estão expostas na dark web”, finaliza Iskander Sanchez-Rola.

Sobre a Norton 

A Norton é uma marca líder em cibersegurança da Gen™ (NASDAQ: GEN), uma empresa global dedicada a capacitar a liberdade digital através de sua família de marcas de confiança para o consumidor, incluindo Norton, Avast, LifeLock, Avira, AVG, ReputationDefender e CCleaner. A Gen permite que as pessoas vivam suas vidas digitais com segurança, privacidade e confiança hoje e para as gerações futuras. A Gen oferece produtos e serviços premiados de cibersegurança, privacidade online e proteção de identidade a mais de 500 milhões de usuários em mais de 150 países. Mais informações em Norton.com e GenDigital.com.

ILUMINAÇÃO URBANA VAI ALÉM DA FUNÇÃO DE CLAREAR O AMBIENTE ELA SE TORNA UM REFLEXO DE IDENTIDADE E VITALIDADE URBANA

 

Estrutura de Comunicação

Veja como o avanço na tecnologia de iluminação está moldando o futuro das cidades, criando espaços mais seguros e atraentes para todos

Parque Ecológico São Pedro, em Ribeirão das Neves (MG). Crédito: IPMinas

No contexto das cidades modernas, a iluminação vai além da simples função de clarear o ambiente; ela se torna um reflexo da identidade e vitalidade urbana. Desde as antigas tochas até as tecnologias atuais, a evolução da iluminação urbana não apenas demonstra o progresso tecnológico, mas também os valores das comunidades ao longo da história.

A Importância da Iluminação Urbana

A iluminação urbana é importante para mais do que apenas garantir visibilidade noturna. Ela afeta diretamente vários aspectos da vida diária e a percepção coletiva da cidade. Um dos aspectos mais importantes é a segurança. Ambientes bem iluminados em ruas, calçadas e áreas públicas reduzem o risco de crimes e acidentes.

Além da segurança, a estética é fundamental. Uma iluminação bem planejada pode realçar a arquitetura, destacar monumentos históricos e criar cenários que contribuem para a identidade visual e cultural de uma cidade. Cada elemento luminoso contribui para o ambiente, atraindo tanto moradores quanto turistas.

Referências brasileiras em iluminação urbana

No Brasil, diversas cidades se destacam pelo investimento em iluminação. São Paulo, por exemplo, é uma referência nacional com sua extensa frota de luminárias LED. A cidade investiu em tecnologias de iluminação sustentáveis que não apenas reduzem o consumo de energia, mas também garantem uma iluminação mais uniforme e segura em vias e parques.

Curitiba também se destaca por suas soluções urbanísticas inovadoras. A iluminação pública na cidade é integrada aos projetos de urbanismo e paisagismo, criando ambientes agradáveis e seguros. Curitiba também investe em iluminação artística em monumentos e espaços culturais, o que enriquece a identidade local e valoriza a cidade.

Exemplos internacionais em Iluminação urbana

Globalmente, várias cidades têm se destacado por suas abordagens inovadoras e eficientes em iluminação urbana. Copenhague, na Dinamarca, é um exemplo notável com sua estratégia voltada para a sustentabilidade e o bem-estar dos cidadãos. A cidade investe em sistemas de iluminação que promovem segurança e conforto, tornando espaços públicos mais acolhedores e acessíveis.

Barcelona, na Espanha, é conhecida por sua iluminação urbana criativa e arrojada. A cidade catalã é famosa por seus projetos de iluminação artística em monumentos e edifícios históricos, além de adotar tecnologias LED que priorizam a eficiência energética e a sustentabilidade. Essas cidades internacionais servem de inspiração para outras metrópoles, mostrando como a iluminação urbana pode transformar ambientes em espaços seguros, vibrantes e atraentes.

Iluminação Pública em Ribeirão das Neves: um exemplo de eficiência

Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte, destaca-se por sua moderna e eficiente iluminação pública, resultado de uma colaboração bem-sucedida com a IP Minas, especializada em soluções de iluminação. Com um planejamento estratégico e investimentos em tecnologia de ponta, a cidade transformou sua paisagem noturna, melhorando a segurança e a qualidade de vida dos moradores.

A IPMinas focou na implementação de sistemas de iluminação LED por todo o município. Essa tecnologia, além de reduzir custos de manutenção e operação, oferece uma iluminação mais uniforme e confortável, beneficiando pedestres e motoristas. A IP Minas também realiza monitoramento e manutenção proativos, garantindo o bom funcionamento da iluminação pública.

Esse exemplo bem-sucedido serve de modelo para outras cidades brasileiras, mostrando como investimentos em iluminação urbana podem resultar em melhorias significativas em segurança, eficiência e qualidade de vida.

PROPAGANDA ENTRISTECE PODEHAVER ALGUMA LÓGICA NISSO, POR OUTRO LADO NENHUM PUBLICITÁRIO QUER ENTRISTECER OS SEUS CLIENTES

João Branco – , Profissional de Marketing mais admirado do Brasil e professor da StartSe

Um estudo feito com 900 mil pessoas em 27 países na Europa, conduzido por um professor da Universidade de Warwick, que há mais de 30 anos estuda as razões da nossa felicidade, chegou na conclusão de que quanto mais publicidade você assiste, menos feliz você se sente. O que há por trás disso?

Foto: Pexels

Quanto mais publicidade você assiste, menos feliz você se sente. 

Essa foi a conclusão de um estudo feito com 900 mil pessoas em 27 países na Europa, conduzido por um professor da Universidade de Warwick, que há mais de 30 anos estuda as razões da nossa felicidade.

Para minha surpresa, ele apresenta números fortes: ser exposto ao dobro de propagandas faz sua satisfação com a vida cair 3%. Como referência, isso é metade da queda que um divórcio provoca. Quem diria…

Mas por que isso acontece? 

A opinião dos pesquisadores é que as propagandas nos geram uma sensação de insatisfação. Ao tentar nos convencer a comprar algo novo, os marqueteiros estabelecem uma nova referência do que é bom. Mas quanto mais a gente vê anúncios de xampu com cabelos perfeitos, menos satisfeitos estaremos com o nosso visual.

Em uma escala maior, se ficamos o tempo todo assistindo famílias “ideais” tomando café da manhã com tranquilidade, pessoas resolvendo facilmente todas as suas dívidas ou cenas luxuosas de um novo carro importado, isso pode nos deixar frustrados com as nossas próprias vidas, bens, conquistas e experiências.

Antes de começar a atirar ovos nos marqueteiros, preciso lembrar que eu sou um deles. Fiquei alguns dias pensando sobre isso. 

Por um lado, pode haver alguma lógica nessa teoria. Mas, por outro, não conheço nenhum publicitário que queira entristecer os seus clientes. Ao contrário, tendo a achar que os consumidores compram mais quando têm um sentimento positivo por algo, e não quando estão deprimidos.

Mas vejo dois fatores que podem explicar uma eventual relação entre publicidade e satisfação com a vida: as propagandas exageradas e a nossa mania de nos compararmos com os outros.

Ficar o tempo todo recebendo estímulos de barrigas chapadas com oito gominhos, crianças engomadinhas e relacionamentos amorosos perfeitos é “dose para elefante”.

Está cheio de anúncios por aí mostrando pessoas conseguindo a casa própria em um estalo de dedos, recebendo abraços carinhosos do chefe e viajando pelo mundo pagando “quase nada”. Como se existisse o universo mágico das propagandas. Um planeta onde não há dificuldades, rugas, celulites, discussões ou fracassos.

Quem nunca ouviu um anúncio que começa com a frase “seus problemas acabaram“? Pois é, isso precisa melhorar. Mas vejo um claro movimento nessa direção. 

Ao mesmo tempo, não posso ser contra as propagandas que verdadeiramente mostram as qualidades dos seus produtos. Isso é informar. Se assumirmos que ver algo mais belo nos deixa tristes, então deveríamos ser contra as pessoas que usam maquiagem na rua, por exemplo.

Afinal, olhar para alguém arrumado também vai nos fazer ficar deprimidos, não? Se é verdade que as propagandas nos deixam infelizes por mostrarem algo melhor do que temos, imagine então o que os posts dos influenciadores do Instagram fazem com os nossos sentimentos?

E aqui chegamos ao segundo ponto: a grama do vizinho. Ela é sempre mais verdinha que a nossa. E nisso mora um grande problema.

A vida não é uma competição, mas a gente finge que não sabe. A euforia com a compra de uma nova televisão dura apenas alguns dias, até o cunhado comprar uma maior. 

A felicidade por ter feito uma viagem diminui quando ficamos sabendo que a vizinha foi para um hotel com mais estrelas. A comparação do salário, notas na escola, aparência, conta bancária ou número de curtidas acontece o tempo todo, roubando nosso contentamento e nossa capacidade de aproveitar o que temos e o que somos.

O marketing pode melhorar. Mas o nosso entendimento sobre a vida também. A felicidade nunca vai estar em ter mais ou ser melhor que os outros. Viver de comparações é como correr atrás do vento. A grama perfeita do vizinho não existe. Nem a vida retratada na clássica propaganda de margarina.

Leitura recomendada

João Branco está entre os 10 melhores CMOs do Brasil (pela Forbes), além de ser o profissional de marketing mais admirado do Brasil! E na imersão Marketing ao Máximo, você pode aprender com ele na prática!

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NÓS DA VALEON COMPARTILHAMOS CONHECIMENTO PARA EXECUTARMOS COM SUCESSO NOSSA ESTRATÉGIA PARA REVOLUCIONAR O MODO DE FAZER PROPAGANDA DAS EMPRESAS DO VALE DO AÇO.

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segunda-feira, 22 de julho de 2024

PRESIDENTE DOS EUA COMUNICA SUA RENUNCIA À REELEIÇÃO

 

História de Letícia Mori – Da BBC News Brasil em São Paulo – BBC News Brasil

anúncio do presidente americano Joe Biden de que desistiu de sua candidatura à reeleição, neste domingo (21/7), não foi exatamente uma surpresa no mundo político.

A pressão para que ele fosse substituído atingiu o auge nos últimos meses, com até mesmo aliados pedindo para Biden abrisse caminho para um outro candidato democrata.

Apesar de um longo histórico de gafes em que o político confunde nomes e datas – desde a época em que era vice-presidente de Barack Obama – o aumento da frequência desse tipo de episódio nos últimos anos vinha aumentando preocupações com sua idade.

Hoje com 81 anos, Biden foi o presidente mais velho a assumir o cargo, em 2021, aos 78.

Biden foi declarado “apto para exercer suas funções” no início de 2024 por um médico da Casa Branca, mas as críticas de opositores e as preocupações de aliados persistiram.

Os sinais do seu envelhecimento se tornaram mais evidentes — incluindo a voz mais suave, os lapsos de memória e uma aparente maior dificuldade para andar, que seu médico atribui parcialmente à artrite.

Apesar da pressão para sua desistência , Biden havia defendido até o último momento seu desejo de concorrer contra Donald Trump – de quem ganhou a eleição em 2020.

Mas as pesquisas não apontavam para uma segunda vitória em 2024, no entanto: Biden estava ficando cerca de 4 pontos atrás do candidato republicano.

No anúncio de que desistiria, neste domingo, Biden publicou no X uma foto ao lado da vice-presidente Kamala Harris, dizendo que “oferece total apoio e endosso para que Kamala seja a candidata do nosso partido este ano”.

Em 2020, Biden havia sido apresentado justamente como o candidato com maior chances contra Trump. Sua vice, Kamala Harris, era vista como possível sucessora de Biden para um segundo mandato, mas sua popularidade nunca deslanchou ao longo do mandato.

Desde o início, no entanto, Biden se recusou a assumir oficialmente o compromisso de não buscar a reeleição.

No final do seu primeiro ano como presidente, em 2021, jornais americanos como o The Washington Post já publicavam reportagens afirmando que Biden dizia a aliados que pretendia concorrer novamente à presidência em 2024 – contrariando muitos democratas que pressupunham que ele faria apenas um mandato.

À época, analistas afirmaram que a fala do presidente “congelava” pretensões de Harris de começar a trabalhar no sentido de uma candidatura própria.

Entenda como a candidatura à reeleição do presidente americano foi derretendo desde o início do seu anúncio, em 2023.

Biden anuncia sua candidatura à reeleição em 2024 – 25 de abril de 2023

Biden anuncia que vai de fato concorrer à reeleição em abril de 2023, escolhendo Harris novamente como sua candidata à vice.

No mês seguinte, maio, uma pesquisa feita pelos canais NPR/PBS News mostra que 6 em cada 10 americanos têm preocupação com a capacidade de Biden de ser presidente.

A campanha às primárias democratas começa oficialmente alguns meses depois, em junho – nos EUA, antes de concorrer à presidente o candidato precisa primeiro garantir apoio dentro do próprio partido para se tornar candidato oficial.

Entre as principais bandeiras do democrata estão a defesa da democracia, com Trump sendo mostrado como um perigo para o regime democrático no país.

Relatório governamental aponta falhas de memória – 8 de fevereiro de 2024

Republicanos questionavam as capacidades físicas e mentais do presidente desde sua posse, mas o grande ponto de virada chancelando a ideia de que o tema era uma preocupação real e não apenas ataque de inimigos políticos é um relatório publicado em 8 de fevereiro de 2024.

Na data, vem a público um documento elaborado pelo conselheiro especial Robert Hur sobre o governo Biden que aponta “faculdades mentais comprometidas”, “memória falha” e “limitações significativas” na capacidade do presidente de gerir o país.

Hur havia sido selecionado pelo procurador-geral Merrick Garland para liderar uma investigação sobre a forma como o governo Biden lidava com documentos oficiais.

Hur não encontrou nenhum indício de comportamento inadequado nesse sentido, mas seu relatório causa grande dano político à Biden.

No mesmo dia, Biden comete mais uma gafe durante um programa de televisão no qual justamente se defendia das alegações de Hur. O presidente americano confunde o presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, com o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador.

Americanos duvidam da capacidade de Biden – março de 2024

Biden enfrentou cada vez mais críticas e pedidos para abandonar a corrida eleitoral

Biden enfrentou cada vez mais críticas e pedidos para abandonar a corrida eleitoral© REUTERS

Os republicanos aproveitam as gafes de Biden para colocar na internet vídeos com seleções de momentos em que o presidente parece perder o fio da meada durante um discurso, se distrai em um evento ou confunde nomes e datas.

Em março de 2024, uma pesquisa da Associated Press mostra novamente que 6 em cada 10 americanos têm dúvidas sobre as capacidades mentais do presidente.

Uma pesquisa do New York Times/Siena College sugere que 73% dos eleitores registrados acreditam que Biden é “velho demais para ser um presidente eficaz”.

Desempenho de Biden em debate contra Trump aumenta críticas – 27 de junho de 2024

Questionamentos sobre sua candidatura aumentam muito após uma performance que foi descrita como “desastrosa” em um debate presidencial na televisão.

Ao longo do debate, Biden tem momentos em que divaga, fala com pouca clareza e mostra uma voz claramente rouca. No meio do debate, a campanha de Biden dizia aos jornalistas que o presidente estava “lutando contra um resfriado”.

Após o episódio, Biden diz que também estava com jet lag (desconforto após mudança brusca de fuso horário) e admite que sua performance deixou a desejar. “Estraguei tudo”, diz em 3 de julho a uma rádio negra americana.

Ao mesmo tempo, o presidente insiste em concorrer, o que leva diversas publicações a fazerem editoriais defendendo sua desistência.

“Biden deveria ser lembrado por suas conquistas e sua decência, não por seu declínio”, escreve a revista britânica The Economist.

Analistas apontam que a discussão em torno da saúde mental do presidente muitas vezes caminha para um tom etarista (de preconceito contra pessoas mais velhas) e capacitista (de preconceito contra pessoas com deficiência).

Em um artigo na revista The Nation, o comentarista Gregg Gonçalves afirma que o país deveria ser capaz de “falar sobre a condição do presidente sem cair em especulações prejudiciais ou em estereótipos perniciosos”.

Pesquisa aponta que somente Michelle Obama venceria Trump – 2 de julho de 2024

Uma pesquisa do instituto Ipsos com diversos cenários para substituição de Biden como candidato democrata mostra que, entre os nomes levantados, somente a ex-primeira-dama Michelle Obama seria capaz de vencer Donald Trump.

Michelle já havia dito em diversos momentos que não pretende concorrer.

Membros importantes do partido democrata dizem que o único nome seriamente considerado para substituir Biden é o de Kamala Harris.

Biden confunde nomes de Zelensky e Putin – 11 de julho

Em meio à pressão por desistência, Biden confunde durante um discurso o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, com o do russo Vladimir Putin.

“Estou tão focado em vencer Putin (na guerra da Ucrânia) que usei o nome dele”, disse Biden, se corrigindo imediatamente.

O presidente americano continua cometendo deslizes em diversos momentos, inclusive alguns nos quais reforça sua intenção de concorrer.

Ataque a Trump ofusca momentaneamente pedidos para desistência de Biden – 13 de julho

O ex-presidente Donald Trump sobrevive a um atentado contra sua vida durante um comício, e repercussões do episódio ofuscam momentaneamente a discussão sobre a candidatura de Biden.

Com analistas apontando que Trump sai fortalecido do episódio, fica enfraquecida a ideia de que uma mudança na candidatura poderia aumentar as chances dos democratas de vencer.

No entanto, a pressão para a desistência de Biden volta às manchetes em pouco tempo – com o anúncio de que o presidente de 81 anos está com covid-19, em 17 de julho, intensificando as preocupações com sua saúde.

Doadores abandonam campanha de Biden -18 de julho de 2024

Grandes doadores abandonam a campanha de Biden, com o apoio financeiro em julho caindo caindo para cerca de metade do montante do mês anterior se ele continuar na corrida, segundo o jornal The New York Times.

Uma pesquisa realizada entre os dias 16 e 18 de julho divulgada CBS News, parceira americana da BBC, mostra que Biden está cinco pontos atrás de Trump — maior margem registrada nesta campanha.

Diversos nomes do alto escalão do partido democrata se juntam à pressão para que Biden desista, segundo a mídia americana.

Entre eles a ex-presidente da Câmara, Nancy Pelosi, e dois dos democratas mais importantes do Congresso, Hakeem Jeffries e Chuck Schumer.

Relatos de bastidores apontam que até o ex-presidente e amigo próximo de Biden, Barack Obama, estaria preocupado com as possibilidades de reeleição.

Biden anuncia desistência da candidatura – 21 de julho

Biden anuncia que desistirá de sua candidatura à reeleição, afirmando que “é do melhor interesse do meu partido e do país”.

Ele também expressou seu apoio à vice-presidente Kamala Harris como sua substituta na corrida presidencial.

Em uma carta postada em sua conta nas redes sociais, Biden disse que foi a maior honra de sua vida servir como presidente. “E embora minha intenção tenha sido buscar a reeleição, acredito que é do melhor interesse do meu partido e do país que eu desista e me concentre exclusivamente em cumprir os deveres como Presidente pelo restante do meu mandato”.

Ele informou que se dirigiria à nação sobre o assunto na próxima semana. O presidente Biden agradeceu à sua vice-presidente, Kamala Harris, dizendo que ela foi uma “parceira extraordinária”.

“E permitam-me expressar minha sincera gratidão ao povo americano pela fé e confiança que depositaram em mim”, acrescentou em sua declaração. “Acredito hoje e sempre acreditei: que não há nada que a América não possa fazer – quando fazemos juntos. Só precisamos lembrar que somos os Estados Unidos da América.”

KAMALA HARRIS RECEBE APOIO DE BIDEN PARA ASSUMIR CANDIDATURA DEMOCRATA

História de Darko Janjevic –

Vice-presidente dos EUA recebeu apoio de Joe Biden para assumir candidatura democrata após presidente desistir da reeleição. Apesar do histórico de conquistas, ela é criticada por ter ficado à sombra do presidente.

Joe Biden e Kamala Harris durante o espetáculo de fogos de artifício do último 4 de julho, dia da Independência dos Estados Unidos

Joe Biden e Kamala Harris durante o espetáculo de fogos de artifício do último 4 de julho, dia da Independência dos Estados Unidos© Tierney L. Cross/newscon/picture alliance

Kamala Harris pode salvar a chapa presidencial dos democratas e enfrentar Donald Trump em novembro? Neste domingo (21/07), logo após anunciar sua desistência da disputa presidencial, Joe Biden endossou o nome da sua vice como substituta, mas a oficialização ainda vai depender dos delegados democratas que vão se reunir na convenção do partido, em agosto.

A história americana de Harris

Kamala Harris nasceu em uma família de acadêmicos imigrantes em Oakland, Califórnia, em 1964. A mãe de Harris, Shyamala Gopalan, era uma pesquisadora do câncer de mama nascida na Índia, e seu pai era o professor de economia Donald J. Harris, da Jamaica. Os pais de Harris participaram ativamente do movimento pelos direitos civis da década de 1960.

Segundo consta em sua autobiografia, “Aquilo em que Acreditamos” (no original em inglês, “The Truths We Hold“), essa experiência influenciou sua própria carreira. Harris relata se lembrar da mãe dizendo a ela e a sua irmã, Maya: “Não fiquem sentadas reclamando das coisas. Façam alguma coisa!”

À esquerda, mãe de Kamala Harris, Shyamala Gopalan, acompanhada de uma amiga, durante protestos por direitos civis na Califórnia na década de 60

À esquerda, mãe de Kamala Harris, Shyamala Gopalan, acompanhada de uma amiga, durante protestos por direitos civis na Califórnia na década de 60© Kamala Harris campaign/AP/picture alliance

O casamento de seus pais se desfez quando Harris tinha sete anos. Cinco anos depois, Gopalan conseguiu um trabalho de pesquisa no Canadá, e a família se mudou para Montreal.

A futura vice-presidente norte-americana cursou o ensino médio no Canadá. Em seguida, voltou para os EUA para estudar ciências políticas e economia, em Washington, DC. Em 1986, voltou para seu estado natal, a Califórnia, para estudar direito.

Harris foi aprovada no exame da Ordem dos Advogados em 1990 e iniciou sua carreira como promotora pública, subindo na hierarquia para se tornar procuradora-geral da Califórnia, em 2011. Ela foi a primeira mulher, negra e sul-asiática americana a ocupar o cargo.

“Melhor policial” da Califórnia

A carreira de Harris como promotora teve altos e baixos. Ela se autodenominava a “melhor policial” da Califórnia, mas irritou parte da polícia com sua recusa em aplicar sentença de morte contra um acusado de matar um policial. Ao mesmo tempo, foi criticada por uma fraca atuação contra a corrupção dentro das forças policiais.

Ela liderou um sistema de multas e até prisão, em casos mais graves, para pais cujos filhos estavam faltando a muitas aulas, o que teve impacto desproporcional em famílias não brancas.Kamala riu da questão da legalização da maconha em 2014, para dizer, cinco anos depois, que era “absolutamente a favor” da liberação.

Em 2015, anunciou que estava concorrendo ao Senado e garantiu o apoio de Joe Biden e do então presidente Barack Obama. Em 2017, se tornou a segunda mulher negra a servir no Senado. Em 2019, lançou uma campanha no partido Democrata para a sua indicação presidencial, tendo Biden como um de seus oponentes.

Brigas com Biden

Durante um dos debates, Harris pressionou Biden sobre sua relação com senadores dos EUA que se opuseram a esforços de acabar com a segregação racial no país nas décadas de 1970 e 1980. Ela acusou Biden de trabalhar com eles contra o “busing” – uma prática em que crianças de áreas minoritárias eram transportadas para escolas predominantemente brancas para diversificar as salas de aula.

Biden respondeu dizendo que ela “descaracterizou” sua posição e observou que ele escolheu ser um “defensor público” em vez de um promotor durante a agitação que se seguiu ao assassinato do ativista negro Martin Luther King Jr.

Os anos de Harris como promotora também voltaram a assombrá-la com o meme pejorativo “Kamala is a cop” (“Kamala é uma policial”) durante sua campanha. Ela acabou desistindo da disputa e apoiou Biden, que mais tarde a convidou para ser sua vice-presidente.

“Czar da fronteira” durante a crise de imigração

Biden e Harris lutaram juntos em uma campanha dura e acabaram derrotando Donald Trump e o vice-presidente Mike Pence. Eles tomaram posse em 20 de janeiro de 2021, apenas duas semanas depois que uma multidão violenta invadiu o Capitólio exigindo que a votação fosse anulada. Harris mais uma vez fez história – ela foi a primeira mulher, a primeira pessoa negra e a primeira pessoa de origem indiana a servir como vice-presidente dos EUA.

O cargo deu a Harris a autoridade para assumir a administração se o presidente falecer ou for considerado incapaz para o cargo. Mas Harris tem se esforçado para aumentar seu perfil durante seu tempo na Casa Branca.

Em 2021, Biden atribuiu a ela a tarefa de lidar com a imigração, combatendo as motivações que levam as pessoas a deixar a América Latina de forma irregular.

“Não consigo pensar em ninguém que seja mais qualificado para fazer isso”, disse Biden sobre Harris na época. “Quando ela fala, ela fala por mim.”

Apesar dos esforços de Harris e das reuniões com líderes latino-americanos, o número de pessoas indocumentadas que cruzam a fronteira continuou a crescer, atingindo níveis recordes no ano passado. O Partido Republicano rapidamente apelidou Harris de “czar da fronteira” e depois a criticou por não conseguir conter o número de pessoas que entram nos EUA.

As questões de fronteira e imigração tornaram-se temas dominantes na campanha eleitoral presidencial dos EUA

As questões de fronteira e imigração tornaram-se temas dominantes na campanha eleitoral presidencial dos EUA© John Moore/Getty Images

“Tudo está em jogo”

Enquanto isso, Harris encontrou um campo de batalha diferente contra seus rivais políticos. Quando a Suprema Corte dos Estados Unidos revogou o caso Roe vs. Wade e efetivamente reverteu o direito ao aborto em grande parte do país em 2022, Harris se tornou uma voz poderosa em favor da proteção desse direito. No início deste ano, ela deu início à caravana “Fight for Reproductive Freedoms” (Luta pelas liberdades reprodutivas) pelos EUA.

“Os extremistas de todo o nosso país continuam a empreender um ataque total contra as liberdades duramente conquistadas e lutadas”, disse Harris, segundo a Casa Branca.

Trump endossou a decisão da Suprema Corte e reivindicou o crédito.

Poucos dias antes do recente debate Trump-Biden, Harris alertou que “tudo está em jogo” com relação aos direitos reprodutivos se Trump for reeleito.

O futuro do Partido Democrata?

Após o fraco desempenho de Biden no debate, Harris foi uma das defensoras mais rápidas e vocais do presidente, mesmo quando outros políticos democratas estavam divulgando seu nome, entre outros, para substituir o atual presidente na corrida à Casa Branca.

Agora, com Biden fora da disputa, Harris é vista por muitos como uma escolha natural como substituta.

A porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, disse durante uma reunião logo após o debate entre Biden e Trump que uma das razões pelas quais Biden a escolheu em 2020 “é porque ela é, de fato, o futuro do partido”.

Autor: Darko Janjevic

 

TSE DEFINE LIMITE DE GASTOS PARA CAMPANHAS DE PREFEITOS E VEREADORES

 

História de admin3 – IstoÉ

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou nesta quinta-feira, 18, o limite de gastos para as campanhas de prefeito e vereador em cada um dos 5.569 municípios do País. As quantias estabelecidas pela Corte Eleitoral deverão ser seguidas pelos partidos e coligações durante as eleições de outubro.

Em São Paulo, que possui o maior eleitorado do País, os partidos poderão gastar até R$ 67.276.114,60 na campanha de prefeito em primeiro turno. Em eventual segundo turno, a quantia permitida é de R$ 26.910.445,80. A candidatura de vereador, por sua vez, poderá receber até R$ 4.773.280,39.

No Rio de Janeiro, que possui o segundo maior número de eleitores, as candidaturas para o cargo majoritário poderão receber até R$ 29.231.712,71 no primeiro turno e R$ 11.752.685,09 no segundo. Campanhas para vereador têm o limite de gastos de R$ 2.071.008,63.

Os menores municípios do País em população possuem um limite de R$ 159.850,76 para as campanhas majoritárias e R$ 15.985,08 para as candidaturas legislativas.

EM UMA CULTURA FOCADO NO SUCESSO É FÁCIL SE SENTIR UM FRACASSADO

História de Melinda Wenner Moyer – Jornal Estadão

THE NEW YORK TIMES – Em uma cultura focada intensamente no sucesso, é fácil se sentir um fracasso. Mas de acordo com o psicólogo organizacional Adam Grant, isso pode ocorrer porque estamos pensando sobre conquistas da maneira errada.

Muitas pessoas pressupõem que as realizações estão intimamente ligadas à capacidade inata e, por isso, desistem de atividades que consideram desafiadoras.

Isso é um erro, escreve Grant em seu novo livro, “Hidden Potential: The Science of Achieving Greater”, em tradução livre, “Potencial Oculto: A Ciência de Alcançar Coisas Maiores”.

Grant conta anedotas sobre pessoas que realizaram coisas extraordinárias, apesar de inicialmente demonstrarem pouca aptidão – incluindo ele mesmo. O psicólogo se classificou duas vezes para o campeonato júnior de mergulho olímpico, embora, segundo ele, tenha sido terrivelmente desajeitado e por muito tempo não conseguisse tocar os dedos dos pés sem dobrar os joelhos.

Descubra três conclusões importantes de seu livro que podem ajudá-lo a desbloquear seu próprio ‘potencial oculto’:

Enfrente o desconforto

Grant argumenta que o sucesso tem mais a ver com crescimento ao longo do tempo do que com vitórias. E uma das melhores maneiras de desenvolver habilidades é desafiar a si mesmo, diz ele.

“A sensação de que algo é desconfortável é um sinal de que você está prestes a aprender algo novo”, disse Grant, em entrevista. “Esse é um sinal ao qual não devemos apenas prestar atenção, mas também amplificar.”

Você deve ter ouvido falar que as pessoas aprendem melhor quando as aulas são adaptadas ao seu “estilo de aprendizagem”. Algumas pessoas podem ser aprendizes visuais, auditivos ou verbais, e assim por diante.

Em seu novo livro, o psicólogo organizacional afirma que as pessoas podem realizar funções extraordinárias sem necessariamente ter uma aptidão inicial. Foto: Pasi Salminen/Divulgação

Em seu novo livro, o psicólogo organizacional afirma que as pessoas podem realizar funções extraordinárias sem necessariamente ter uma aptidão inicial. Foto: Pasi Salminen/Divulgação© Fornecido por Estadão

Mas Grant apresenta pesquisas que sugerem que as pessoas nem sempre aprendem mais quando a informação é adaptada às suas preferências. O oposto pode até ser verdade: podemos crescer mais quando saímos deliberadamente da nossa zona de conforto.

Não há problema – até é bom – cometer erros ao longo do caminho, afirma Grant. Em seu livro, ele conta a história de um poliglota que mede seu progresso no aprendizado de um novo idioma pela quantidade de erros que comete todos os dias; ele pretende pelo menos 200.

“A maneira de dominar conhecimentos e habilidades é usá-los à medida que os adquire”, ressaltou Grant. “Se você não fizer tentativas suficientes para cometer erros, será muito difícil progredir.”

Evite o tédio no trabalho

Embora devamos ter cuidado com o esgotamento, escreve Grant, é igualmente importante evitar o seu oposto, que ele chama de “bore out” [algo como tédio no trabalho] – a exaustão emocional que sentimos quando estamos cronicamente subestimulados.

Uma maneira de fazer isso, argumenta ele, é incorporar divertimentos e novidades em suas rotinas de aprendizagem. Em seu livro, Grant atribui a rápida melhora do jogador de basquete Stephen Curry após a faculdade a um treinador que enfatizava a variedade e os jogos em suas sessões de treinamento, em vez de exercícios repetitivos.

“Centenas de experimentos mostram que as pessoas melhoram mais rapidamente quando alternam entre diferentes habilidades”, pontua.

Quando você se sentir travado, também não deve bater a cabeça na parede. Faça uma pausa e trabalhe em outra coisa que você goste, diz.

Ao despejar sua criatividade em outro copo, “muitas vezes você pode descobrir nova confiança e novas habilidades, e isso pode lhe dar um impulso que o ajudará na subida difícil”, comentou ele.

Conselho é melhor que feedback

Quando procuramos melhorar, muitas vezes pedimos feedback aos outros. Mas o feedback nem sempre pode ser útil, explica Grant, em parte porque se concentra no que fizemos no passado.

Quando certa vez pediu anotações após uma apresentação, Grant foi informado de que sua “respiração nervosa soa como a de Darth Vader”. O comentário foi “um curso intensivo de desmoralização por meio de críticas inúteis”, escreve ele.

Em vez disso, Grant aponta para uma pesquisa da Harvard Business School que descobriu que é mais útil pedir conselhos, que se concentra no que você pode fazer melhor no futuro. Além disso, os conselhos normalmente são formulados de forma positiva, mudando sua mentalidade para o que você pode fazer certo.

“O conselho que você pode dar aos outros geralmente é o conselho que você precisa seguir para si mesmo”, afirma Adam Grant. Foto: Nuthawut / Adobe Stock

“O conselho que você pode dar aos outros geralmente é o conselho que você precisa seguir para si mesmo”, afirma Adam Grant. Foto: Nuthawut / Adobe Stock© Fornecido por Estadão

Também tendemos a ter um melhor desempenho depois de darmos conselhos a outras pessoas, no que Grant chama de “efeito treinador”. Isso porque é mais provável que sigamos conselhos que já demos a outras pessoas, diz ele.

Um estudo que ele cita concluiu que estudantes do ensino médio que foram designados aleatoriamente para dar conselhos motivacionais a estudantes mais jovens obtiveram notas melhores.

“O conselho que você pode dar aos outros geralmente é o conselho que você precisa seguir para si mesmo”, afirma Grant, que regularmente compartilha conselhos no Instagram e no X. “E às vezes você precisa ouvi-los em voz alta para que ressoem.”

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