SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Abimapi (Associação Brasileira das
Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias, Pães e Bolos
Industrializados) criticou um estudo divulgado na semana passada, que
apontou que algumas marcas populares de pão de forma apresentam alto
teor alcoólico.
Na pesquisa da Proteste (Associação Brasileira de Defesa do
Consumidor), chamada de “Tem álcool no seu pão de forma”, foram
analisadas dez marcas e seis foram consideradas alcoólicas caso fossem
bebidas, por ultrapassarem 0,5% de teor de álcool em sua composição.
Os motivos da presença de álcool, segundo o estudo, seriam os altos teores de agentes conservantes antimofo.
Em nota, a Abimapi afirmou que não concorda com o relatório e apontou
falhas de procedimento. “Na conclusão, a Proteste comparou seus
resultados com valores descritos em legislações de bebidas alcoólicas,
sem estabelecer relação do possível álcool presente em alimentos e o
álcool das bebidas alcoólicas”, diz a associação.
“Os resultados do teor alcoólico nos pães de forma foram comparados
com o teste de bafômetro, sem considerar a ingestão dos pães. A
comparação foi feita apenas por uma regra de três, o que é inadequado”
completa.
A associação do setor de pães também assinala que “a pesquisa é
assinada por um profissional que não apresenta o número de registro no
CREA [Conselho Regional de Engenharia e Agronomia]”.
Em comunicado, a Proteste responde afirmando que os testes foram
realizados por um laboratório devidamente acreditado no INMETRO
(Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Indústria) e
no Ministério da Agricultura e Pecuária.
“O teste foi assinado e conduzido por responsável técnico. A
metodologia utilizada pelo laboratório parceiro foi a de Cromatografia a
Gás com detecção no headspace (gás volatizado) a quantidade de etanol
na amostra” disse a Proteste
A Associação informa que todos os laudos foram encaminhados para a
Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), para que todas as
medidas legais e administrativas fossem tomadas.
“A nota de discordância da Abimapi faz parte do Estado Democrático de
Direito, entretanto, entendemos que a referida associação também
deveria se preocupar com os resultados dos testes em questão. A
Proteste, ao divulgar os resultados dos testes realizado por laboratório
devidamente acreditado, apenas exerce o direito constitucional à
informação e qualquer tentativa de impedir essa informação, deve ser
considerada uma censura” afirmou.
VEJA O QUE AS EMPRESAS DISSERAM À REPORTAGEM, POR MEIO DE NOTA:
BAUDUCCO E VISCONTI, DO GRUPO PANDURATA ALIMENTOS
A Pandurata Alimentos, responsável pela fabricação dos produtos
Bauducco e Visconti, esclarece que adota rigorosos padrões de segurança
alimentar em todo seu processo produtivo e na cadeia de fornecimento. A
empresa possui a certificação BRCGS (British Retail Consortium Global
Standard), reconhecida como referência global em boas práticas na
indústria alimentícia, e segue toda a legislação e regulamentações
vigentes.
Priorizando a qualidade de seus produtos, a Pandurata respeita as
Normas de Boas Práticas de Fabricação e destaca que seus cuidados
começam com uma criteriosa seleção de fornecedores se estendendo por
todas as etapas de produção. A empresa não teve acesso ao estudo.
WICKBOLD
A Wickbold, líder brasileira no segmento de pães especiais, reforça
que todas as receitas de produtos, assim como todas as áreas da empresa,
seguem protocolos de segurança e qualidade, com o mais alto teor de
controle, bem como cumprem toda a legislação vigente, dentro dos
parâmetros impostos pelas normas estabelecidas. Como a fabricante não
foi notificada sobre o referido estudo e a metodologia utilizada, não é
possível qualquer manifestação sobre ele. Contudo, após ter acesso ao
mesmo e a metodologia empregada, poderá prestar os esclarecimentos que
se fizerem necessários, confirmando o legado de ética, transparência e
respeito às pessoas que mantém há 86 anos.
PANCO
A Panco é uma empresa com mais de 70 anos de presença no mercado
brasileiro e que sempre teve sua atuação pautada pela conduta ética e
compromisso com a qualidade de seus produtos, bem como com a saúde e
segurança de todos os seus públicos.
A companhia atesta a adoção de práticas totalmente alinhadas aos mais
rigorosos padrões de mercado e o cumprimento de todas as normas e
legislações específicas vigentes para a produção de alimentos. Para
assegurar esses padrões, a companhia possui rígidos controles de
qualidade (internos e envolvendo fornecedores externos), além de
estabelecer mecanismos criteriosos de homologação de seus fornecedores
de matérias-primas.
A empresa informa que não foi notificada em nenhum momento a respeito
deste levantamento pelo responsável pelo levantamento, desconhecendo,
portanto, sua metodologia. Sobre os dois lotes repassados pela
reportagem, e sem saber quais foram os produtos citados, mas apenas que
incluíam pães, a Panco esclarece que não utiliza etanol nos processos de
fabricação, mas que ele pode resultar do processo de fermentação, sendo
que os resíduos não intencionais são aceitos pelas normas e legislações
vigentes.
A empresa reitera o seu compromisso com a qualidade de seus produtos e
está empenhada em realizar análises complementares para entender os
pontos levantados e avaliar a necessidade de eventuais adaptações em
seus processos.
Ives Gandra da Silva Martins é professor emérito das universidades
Mackenzie, Unip, Unifieo, UniFMU, do Ciee/O Estado de São Paulo, das
Escolas de Comando e Estado-Maior do Exército (Eceme), Superior de
Guerra (ESG) e da Magistratura do Tribunal Regional Federal – 1ª Região,
professor honorário das Universidades Austral (Argentina), San Martin
de Porres (Peru) e Vasili Goldis (Romênia), doutor honoris causa das
Universidades de Craiova (Romênia) e das PUCs PR e RS, catedrático da
Universidade do Minho (Portugal), presidente do Conselho Superior de
Direito da Fecomercio -SP, ex-presidente da Academia Paulista de Letras
(APL) e do Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp).
Hamilton Dias de Souza, Humberto Ávila, Roque Carrazza e este
articulista temos escrito e dado palestras sobre a reforma tributária
desde que o projeto de emenda constitucional foi apresentado pelo
Governo Federal ao Congresso Nacional com poderes de constituinte
derivado.
Partindo do princípio que o sistema era complexo, inseguro e
oneroso, buscou a EC 132/2023 resultante do projeto apresentado, e
propôs pelo artigo 145, §3º da CF, criar um sistema “simples,
transparente e justo tributariamente”.
A fim de conseguir os três desideratos instituiu sistema com três
vezes mais disposições constitucionais do que temos no atual. Ocorre que
os princípios, normas e regras de uma Constituição exigem um grau de
conhecimento muito mais acurado que da legislação infraconstitucional,
pois a eficácia e a validade do que for dito e interpretado pelas Cortes
Superiores influirá toda a legislação inferior.
Compreende-se a nossa perplexidade quando vimos aprovada esta “triplicação simplificadora”.
Por outro lado, o Código Tributário Nacional, que tem eficácia de
legislação complementar, possui 218 artigos para todos os tributos
brasileiros das 3 esferas da Federação.
A nova legislação complementar, para dois tributos apenas, tem no
primeiro PLC 499 artigos e no segundo PL 108/2024 197, faltando ainda
entregar o Governo ao Congresso o terceiro projeto.
Nossa perplexidade com tais propostas só aumentou, até porque tais
projetos não são apenas de normas gerais, mas também e principalmente de
normas de aplicação impositiva, pois
criam os regimes a serem obrigatoriamente seguidos pela União, Estados e Municípios.
Acresce-se que todo o sistema basear-se-á na contribuição sobre bens e
serviços a partir de 2026 de competência da União, cujo regime jurídico
será necessariamente o mesmo do IBS de Estados e Municípios que entrará
em vigor no ano de 2029, não com administração de Estados e Municípios,
mas de um Comitê Gestor de 54 cidadãos.
Como se percebe, 26 Estados e Distrito Federal e 5.569 Municípios
abrem mão de gerir seus tributos (ICMS e ISS) para que tal Comitê
Gestor, com sede em Brasília, o faça.
Nele, teremos 27 delegados dos 26 Estados e DF e 27 delegados dos
5.569 Municípios, sendo 13 deles escolhidos por critério populacional e
14 nominal.
À evidência, como o ISS representa a arrecadação de 43% dos
Municípios e o ICMS 88% dos Estados, percebe-se que a autonomia
financeira dos Estados e Municípios fica consideravelmente reduzida.
Acresce-se as novidades que todos aqueles que interpretarão esta
legislação simplificadora, terão pela frente: um imenso número de
dispositivos.
Para complicar a reforma simplificadora, desde 2025 até 2032, todas
as empresas terão que manter sua equipe tradicional para pagamento do
ISS e ICMS, e uma nova equipe para estudar o novo sistema que entrará em
vigor no dia 01/01/2026 para a CBS e em 2029 para o IBS. Por que?
Porque os 2 sistemas coexistirão até dezembro de 2032 se não houver
prorrogação. Assim, o custo das empresas para ser contribuinte, será
consideravelmente acrescido por 8 anos!!!
Estranha a simplificação.
“The last, but not the least”. Todos os Estados e Municípios que são
“exportadores líquidos” de produtos e serviços perderão receita. Os
Estados, no diferencial entre “exportação de produtos” 2/3 do ICMS e os
Municípios a totalidade do ISS, nos serviços, pois tudo ficará com os
Estados e Municípios “importadores”. Para compensar, a União destinará
60 bilhões de reais para tais perdas e outras.
Quem sofrerá com este acréscimo de recursos a serem
disponibilizados? Temos, pois, os quatro (Hamilton Dias de Souza,
Humberto Ávila, Roque Carrazza), sérias dúvidas sobre a simplificação do
sistema.
As suas portas monumentais sobreviveram séculos desde a época dos
sultões, no entanto, ao cruzar o seu limiar a realidade é outra: sob as
abóbadas pintadas do Grande Bazar de Istambul, o artesanato ancestral
morre, sufocado pelas falsificações.
No final de um corredor, um adolescente vende perfumes Dior falsos
por 10 euros (59 reis na cotação atual), diante de alguns casacos
Moncler falsificados. Mais longe, um turista paga US$ 40 (217 reais na
cotação atual) a um vendedor por uma bolsa Michael Kors, também uma
imitação.
“Toda a Europa vem aqui! Incluindo esposas de jogadores de futebol”
disse Kemal sorrindo, que dos seus 36 anos, passou 20 no Grande Bazar,
um dos maiores mercados cobertos do mundo, visitado por milhões de
turistas estrangeiros todos os anos.
Nas tendas, bolsas de couro Celine falsas e bolsas de couro
acolchoadas Saint Laurent “são da mesma qualidade das originais, mas de
cinco a dez vezes mais baratas”, diz um comerciante, que prefere não
divulgar o sobrenome por medo de uma fiscalização.
– “Acumulando tudo” –
Os veteranos do bazar, que recordam dos tempos em que que os
corredores estavam lotados de artesãos, observam descontentes como o
‘falso’ tomou conta do lugar.
A elegante tenda de tapetes de Hasim Güreli, vice-presidente do bazar
e membro do conselho de administração está rodeada de falsificações.
“Antigamente as imitações eram raras. Quando alguns começaram a
vender bolsas falsas, faziam isso às escondidas. Tinham medo do Estado”,
diz o homem de 55 anos.
“O bazar perdeu o seu caráter único: agora só existem produtos
importados ou falsificados e isto piora a cada ano”, queixa-se Gazi
Uludag, que vende jogos de chá a dois corredores de distância.
Em sua barraca de tapetes artesanais, Florence Heilbronn-Ögutgen
comenta com tristeza que um amigo marroquino, “que fazia bolsas com um
couro muito bonito”, teve que fechar a tenda porque o comércio não era
mais suficiente para ganhar a vida.
“Agora, as lojas mais bonitas são de imitações! Só elas conseguem
pagar o aluguel, de 10 a 15 mil dólares por mês (valor entre 54 e 81 mil
reais na cotação atual), do corredor principal. Estão acumulando tudo”,
denuncia a vendedora, que está presente no bazar de antiguidades desde o
final dos anos 90.
“Quem se dedica ao artesanato não pode continuar. O bazar está
perdendo a alma”, diz ela, preocupada porque “uma certa clientela
sofisticada não vem mais porque não quer ver nada além de
falsificações”.
– Grandes benefícios –
A Turquia é um dos principais países de produção e trânsito de
produtos falsificados, atrás da China e de Hong Kong. Estes produtos
representam uma fonte de rendimento que, em parte, vai parar nos cofres
do Estado, especialmente sob a forma de impostos.
“Os benefícios são enormes. Há bolsas que são vendidas por milhares
de dólares no Grande Bazar”, diz Dilara Bural, professora de
Criminologia da Universidade de Bath, na Inglaterra.
“Não podemos dizer que todas as falsificações da Turquia estão relacionadas com o crime organizado. Isso não é verdade”, afirma.
Segundo ela, esta atividade é facilitada por “uma importante
tolerância cultural” que, “em alguns casos, se estende àqueles que
deveriam fazer cumprir as leis, a polícia e os juízes”.
– “Não tenho escolha” –
As grandes empresas de luxo recorrem aos escritórios de advocacia
turcos para tentar pôr fim a este negócio lucrativo, mas o Grande Bazar é
como um quebra-cabeça.
“O problema é que são necessários mandados de busca para cada
endereço. E há milhares de lojas no bazar, então milhares de mandados
têm de ser emitidos”, explica Sena Yasaroglu, advogada do escritório de
Istambul Moroglu Arseven, onde trabalham vinte pessoas em casos de
propriedade internacional.
Um porta-voz do Conselho de Administração do Grande Bazar afirma, no
entanto, que “são realizadas inspeções frequentes [lá] pela polícia de
Istambul”.
Murat, comerciante de 27 anos, teve a sua tenda de produtos
falsificados apreendidos pela polícia em 2018. Apesar do prejuízo de
43,5 mil dólares (valor em 236 mil reais na cotação atual), o vendedor,
natural da província agrícola de Sanliurfa, no sudeste do país, voltou
ao negócio assim que pôde.
“Não tenho escolha”, defende-se. “Se não, o que vou fazer? Voltar a ser pastor na cidade? Não quero.”
O autoconhecimento é fundamental para o sucesso de qualquer CEO.
Através dele, são desenvolvidas habilidades essenciais para a tomada de
decisões, comunicação e liderança, além de melhorar o clima
organizacional e impulsionar os resultados do negócio. Mas, quais são os
sinais de que um CEO precisa investir mais tempo em seu
autoconhecimento? Saiba mais abaixo.
Homem pensativo ( shapecharge via Getty Images
Já falamos anteriormente que autoconhecimento é papo de CEO.
Isso porque, o autoconhecimento e desenvolvimento pessoal de
um CEO impactam diretamente na cultura da organização e,
consequentemente, no próprio negócio.
Mas quais são os sinais de que um CEO precisa desenvolver seu autoconhecimento?
Roberto Publio, empresário, especialista em liderança e cultura, falou um pouco sobre isso para a StartSe.
Primeiro, é importante lembrar que cuidar do autoconhecimento é
algo sempre necessário, pois ser especialista em si mesmo, como Roberto
Publio define, nos coloca em conformidade com o mundo exterior, o que
automaticamente nos transforma num profissional melhor, em todos os
âmbitos.
“Eu tenho uma premissa de que o autoconhecimento é quase que um dever
do ser humano, porque a gente pode conhecer a máquina primeiro e depois
entender o mundo”, completa Roberto Publio.
Apesar disso, nem todos os CEOs, empresários ou c-levels parecem se preocupar tanto quanto deveriam com a temática.
No meio de uma agenda turbulenta com milhões de demandas urgentes,
pode mesmo ser difícil arranjar espaço para cuidar do próprio
desenvolvimento pessoal. Mas uma hora a conta chega, e o sinais começam a
aparecer.
Mas, afinal, quais são os sinais de que um CEO precisa investir mais tempo no seu autoconhecimento?
1 – Insatisfação
Segundo Roberto Publio, o primeiro sinal é uma insatisfação pessoal.
“Eu reconheço que eu não estou conseguindo fazer o que eu quero fazer.
Eu quero conversar com essas pessoas e estou fugindo, estou
procrastinando escolhas importantes. Então, eu estou incomodado com isso
em mim mesmo”, comenta ele.
E esse incômodo, por sua vez, pode levar a vários outros problemas dentro do negócio. Como,
por exemplo, a dificuldade de lidar com situações complexas, a
incapacidade de identificar e avaliar diferentes perspectivas, tomada de
decisões impulsivas e falta de clareza sobre os próprios valores e
objetivos.
2- Desconexão
O segundo sinal é quando, a partir de feedbacks de funcionários e
colegas de trabalho, o CEO sente um sentimento de desconexão com os
próprios princípios.
“Não é sobre agradar as pessoas ou pensar se elas estão
felizes ou não com o que eu digo. É o que eu estou deixando nas pessoas,
e que não converge, não tem congruência com aquilo que eu tenho em
mente como legado”, comenta Roberto Publio.
Essa desconexão costuma gerar, inclusive, uma dificuldade na comunicação
e na liderança. Além da falta da capacidade de se conectar com os
outros e acabar criando um ambiente de trabalho pesado e até tóxico.
3 – Os sinais organizacionais
Por último, mas não menos importante, estão os sinais de negócio.
Segundo Roberto Publio, o terceiro sinal aparece quando você percebe que
está com dificuldade de atingir os objetivos do seu negócio ou de
expandi-lo.
Mas esse sinal não se manifesta apenas no resultado
financeiro da organização, mas também no clima organizacional. Se o
resultado está bom, mas os funcionários estão adoecendo, por exemplo,
algo está errado.
O ponto aqui é: são vários os sinais organizacionais
que exigem novas escolhas. E, para fazer essas escolhas de maneira mais
consciente e virtuosa, precisa-se começar da origem das coisas, que é o
nosso estado interno – por meio, sempre, do autoconhecimento.
Apesar disso, vale lembrar que o autoconhecimento é, sobretudo, algo
muito pessoal. Logo, os sinais de que você está precisando investir
tempo nisso, também podem ser.
“A vida está sempre nos dando sinais, por isso é um movimento muito
contínuo. Todo dia tem um sinal para pensar sobre isso, todo dia tem um
sinal para pensar sobre autoconhecimento”, finaliza Roberto Publio.
Mindset correto é o que vai fazer você alcançar (ou não) o sucesso
Junior Borneli, co-fundador do StartSe
Mulher negra e sorridente segurando um IPad e olhando para frente (Fonte: Getty Images)
Mindset é a sua programação mental, é como você encara tudo que está ao teu redor
Mindset. Você já ouviu essa palavinha algumas vezes aqui no StartSe.
Ela é importante, talvez uma das coisas mais importantes para “chegar
lá” (seja lá onde for que você quiser chegar).
É sua habilidade de pensar o que você precisa para ter sucesso. E
como a maioria das coisas que você possui dentro de você, ela é uma
espécie de programação do seu ser. Tanto que é possível que você adquira
outro mindset durante a vida, convivendo com as pessoas corretas,
conhecendo culturas diferentes.
Algumas pessoas dizem que é isso das pessoas que faz o Vale do
Silício ser a região mais inovadora do mundo. Eu, pessoalmente, não
duvido. Fato é: você precisa de ter a cabeça no lugar certo, pois a
diferença entre um mindset vencedor e um perdedor é o principal fator
entre fracasso e sucesso.
Para isso, é importante você começar do ponto inicial: um objetivo.
“Todo empreendedor precisa ter um objetivo. Acordar todos os dias e
manter-se firme no propósito de fazer o máximo possível para chegar lá é
fundamental”, diz Junior Borneli, co-fundador do StartSe e uma das
pessoas mais entendidas de mindset no ecossistema brasileiro.
De lá, é importante você fazer o máximo que puder e não perder o
foco, mantendo-se firme. “Não importa se no final do dia deu tudo certo
ou errado. O importante é ter a certeza de que você fez tudo o que foi
possível para o melhor resultado”, avisa.
Com a atitude certa, é capaz que você sempre consiga canalizar as
coisas como positivas. “Você sempre tem duas formas de olhar um a mesma
situação: aquela em que você se coloca como um derrotado e a outra onde
você vê os desafios como oportunidades. Escolha sempre o melhor lado das
coisas, isso fará com que sua jornada seja mais leve”, alerta o
empreendedor.
Esses tipo de sentimento abre espaço para uma característica
importantíssima dos principais empreendedores: saber lidar com grandes
adversidades. “Um ponto em comum na maioria os empreendedores de sucesso
é a superação”, destaca Junior Borneli.
Saber lidar com essas adversidades vai impedir que você pare no
primeiro problema (ou falência) que aparecer na sua frente. “São muito
comuns as histórias de grandes empresários que faliram várias vezes,
receberam diversos ‘nãos’ e só venceram porque foram persistentes”,
afirma.
É importante ter esse mindset resiliente, pois, nem sempre tudo será
fácil para você – na verdade, quase nunca será. “Empreender é, na maior
parte do tempo, algo muito doloroso. Até conseguir algum resultado
expressivo o empreendedor passa por muitos perrengues. A imensa maioria
fica pelo caminho”, diz.
É como uma luta de boxe, onde muitas vezes, para ganhar, você terá
que apanhar e apanhar e apanhar até conseguir desferir o golpe (ou a
sequência) certo. “Na minha opinião, não há melhor frase que defina a
trajetória de um empreendedor de sucesso do que aquela dita por Rocky
Balboa, no cinema: ‘não importa o quanto você bate, mas sim o quanto
aguenta apanhar e continuar. É assim que se ganha’”, ilustra.
O problema talvez seja que alguns aspectos do empreendedorismo tenham
glamour demais. “Empreender não é simplesmente ter uma mesa com
super-heróis e uma parede cheia de post-its coloridos. Você vive numa
espécie de montanha russa de emoções, onde de manhã você é ‘o cara’ e à
tarde não tem dinheiro pro café”, salienta.
Vale a pena, porém, perseverar neste caminho. “Para aqueles que são
persistentes e têm foco, a jornada será difícil, mas o retorno fará
valer a pena!,” destaca o empreendedor.
DERROTA TAMBÉM ENSINA
Um ponto importante do sucesso é saber lidar com o fracasso e, de lá,
tomar algumas lições para sair mais forte ainda. “Toda derrota nos
ensina algumas lições e assim nos tornamos mais fortes a cada nova
tentativa. A cultura do fracasso, aqui no Brasil, é muito diferente dos
Estados Unidos”, afirma Junior.
No Vale do Silício, falhar é encarado algo bom, na verdade – e
aumenta suas chances de sucesso futuro. “Por lá, empreendedor que já
falhou tem mais chances de receber investimentos porque mostrou
capacidade de reação e aprendeu com os erros”, conta o empreendedor.
Mas ao pensar sobre fracasso, você precisa ter o filtro correto para
não deixar a ideia escapar. “Encarar os erros como ensinamentos e
entender que falhar é parte do jogo torna as coisas mais fáceis e
suportáveis”, salienta.
Foco é a palavra de ordem para você conseguir alcançar os objetivos
traçados no caminho, mesmo que em alguns momentos pareça que está tudo
dando errado. “Por fim, buscar o equilíbrio mental e o foco são
fundamentais. Nas vitórias, tendemos a nos render à vaidade e ao
orgulho. E nas derrotas nos entregamos ao desânimo e a depressão.
Mentalize seus objetivos, foque nos caminhos que vão leva-lo até eles e
siga firme em frente”, afirma.
É importante que você tenha noção de que para ser uma exceção, você
não pode pensar da maneira comodista que a maior parte das pessoas. “Se
você quer chegar onde poucos chegaram, precisará fazer o que poucos têm
coragem e disposição para fazer”, completa.
O “não” do cliente a uma proposta. Por quê?
Moysés Peruhype Carlech
Fiquei pensando e ao mesmo tempo preocupado com o seu “não”,
sem nenhuma explicação, à nossa proposta de divulgação da sua loja e de
resto todas as lojas dessa cidade no Site da nossa Plataforma Comercial
da Startup Valeon.
Esse “não” quer dizer, estou cheio de compromissos para fazer
pagamentos mensais, não estou faturando o suficiente para cobrir as
minhas despesas, a minha loja está vendendo pouco e ainda me vem mais
uma “despesa” de publicidade da Startup Valeon?
Pergunto: como vou comprar na sua loja? Se não sei qual é a
sua localização aí no seu domicílio? Quais os produtos que você
comercializa? Se tem preços competitivos? Qual a sua interação online
com os seus clientes? Qual o seu telefone de contato? Qual é o seu
WhatsApp?
Hoje em dia, os compradores não têm tempo suficiente para
ficarem passeando pelos Bairros e Centros da Cidade, vendo loja por loja
e depois fazendo a decisão de compra, como antigamente.
A pandemia do Covid-19 trouxe consigo muitas mudanças ao
mundo dos negócios. Os empresários precisaram lutar e se adaptar para
sobreviver a um momento tão delicado como esse. Para muitos, vender em
Marketplace como o da Startup Valeon se mostrou uma saída lucrativa para
enfrentar a crise. Com o fechamento do comércio durante as medidas de
isolamento social da pandemia, muitos consumidores adotaram novos
hábitos para poder continuar efetuando suas compras. Em vez de andar
pelos corredores dos shoppings centers, bairros e centros da cidade,
durante a crise maior da pandemia, os consumidores passaram a navegar
por lojas virtuais como a Plataforma Comercial Valeon. Mesmo aqueles que
tinham receio de comprar online, se viram obrigados a enfrentar essa
barreira. Se os consumidores estão na internet, é onde seu negócio
também precisa estar para sobreviver à crise e continuar prosperando.
É importante você divulgar a sua loja na internet com a ajuda
do Site da Startup Valeon, que no caso não é uma despesa a mais e sim
um investimento para alavancar as suas vendas. Desse modo, o seu
processo de vendas fica muito mais profissional, automatizado e
eficiente. Além disso, é possível a captação de potenciais compradores e
aumentar o engajamento dos seus clientes.
Não adianta pensar dessa forma: “Eu faço assim há anos e deu
certo, porque eu deveria fazer diferente? Eu sei o que preciso fazer”. –
Se você ainda pensa assim, essa forma de pensar pode representar um
grande obstáculo para o crescimento do seu negócio, porque o que trouxe
você até aqui é o que você já sabe e não será o que levará você para o
próximo nível de transformação.
O que funcionava antes não necessariamente funcionará no
futuro, porque o contesto está mudando cada vez mais rápido, as formas
como os negócios estão acontecendo são diferentes, os comportamentos dos
consumidores está se alterando, sem contar que estão surgindo novas
tecnologias, como a da Startup Valeon, que vão deixar para trás tudo
aquilo que é ineficiente.
Aqui, na Startup Valeon, nós sempre questionamos as formas de
pensar e nunca estamos totalmente satisfeitos com o que sabemos
justamente por entender que precisamos estar sempre dispostos a conhecer
e aprender com o novo, porque ele será capaz de nos levar para onde
queremos estar.
Mas, para isso acontecer, você precisa estar disposto a
absorver novas formas de pensar também e não ficar amarrado só ao que
você já sabe.
Se este for seu caso, convido você a realizar seu novo começo
por meio da nossa forma de anunciar e propagar a sua empresa na
internet.
Todos eles foram idealizados para você ver o seu negócio e a
sua carreira de uma forma completamente diferente, possibilitando levar
você para o próximo nível.
Aproveite essa oportunidade para promover a sua próxima transformação de vendas através do nosso site.
Então, espero que o seu “não” seja uma provocação dizendo para nós da Startup Valeon – “convença-me”.
História de Caio Spechoto e Sofia Aguiar – Jornal Estadão
BRASÍLIA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse
nesta terça-feira, 16, que não há problema se o déficit do País for
zero, 0,1% ou 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB). Ele também afirmou
ser aceitável não cumprir a meta fiscal se houver “coisas mais
importantes para serem feitas”.
“Você não é obrigado a estabelecer uma meta e cumpri-la se você tiver
coisas mais importantes para fazer”, afirmou o presidente em entrevista
à TV Record, em trecho noticiado pelo portal de notícias R7.
A íntegra da entrevista será divulgada na noite desta terça pela
emissora. As afirmações foram publicadas pelo site de notícias da
emissora.
Lula disse, segundo o R7, que o Brasil é
muito grande, e a cabeça de dirigentes e alguns especuladores é que é
pequena. Ele afirmou ter uma divergência com o mercado por tratar como
investimento algumas ações que os operadores enxergam como gasto. O
presidente declarou ainda que tem seriedade fiscal e que o importante é
que o País esteja crescendo. Ele afirmou ainda que fará o necessário
para cumprir o arcabouço fiscal, nova regra para controle das contas
públicas.
Diante das falas, o dólar à vista, que operava em baixa pela manhã,
ganhou força, trocou de sinal, avançando a R$ 5,46. Depois, desacelerou e
agora opera estável, em leve queda.
O presidente disse que precisa ser convencido sobre a necessidade de cortar gastos –
e que a única coisa fora de controle na economia brasileira é a taxa de
juros. “Eu tenho que estar convencido se há necessidade ou não de
cortar”, afirmou em vídeo divulgado pelo R7.
Ele disse que os números mostram que a economia do Brasil vai bem. “A
única coisa que não está controlada é a taxa de juros”, declarou o
presidente.
Lula disse que a meta de déficit zero para este ano não foi rejeitada
e que tem experiência de administração bem-sucedida. Ele se refere a
seus primeiros mandatos como chefe de governo, entre 2003 e 2010. “Eu às
vezes fico irritado, porque não sou marinheiro de primeira viagem. Eu
sou o presidente da República mais longevo desse País depois de Getúlio
Vargas e dom Pedro II”, disse ele.
Os ministérios da Fazenda e do Planejamento vêm sendo cobrados pelo
mercado e pelo setor produtivo a realizar um ajuste fiscal pelo lado das
despesas, diante do esgotamento da agenda arrecadatória no Congresso e
dos sinais de fragilidade do arcabouço fiscal.
A fala de Lula gera preocupação no mercado de que a equipe econômica
anuncie, na próxima semana, um contingenciamento (congelamento
preventivo de despesas) menor do que o necessário para cumprir a meta de
déficit zero para 2024.
No segunda-feira, dia 22, está prevista a divulgação do terceiro
relatório bimestral de receitas e despesas, na qual se espera o anúncio
de um bloqueio de recursos mais expressivo, a fim de demonstrar
compromisso com a meta e com o limite de gastos estabelecido pelo
arcabouço – que prevê alta real (acima da inflação) de até 2,5% ao ano.
Interlocutores ouvidos pelo Estadão/Broadcast apontam que as
cifras iniciais de contingenciamento em debate dentro do governo
estavam na faixa de R$ 10 bilhões. Economistas projetam, porém, que
seria necessário um montante bem mais expressivo: ao redor de R$ 40
bilhões.
Economistas alertam, no entanto, que esse tipo de revisão cadastral não deve gerar grandes economias. Para
isso, afirmam, o Executivo precisaria rever os critérios de acesso a
esses benefícios, que foram flexibilizados, bem como a sua vinculação ao
salário mínimo, que hoje cresce acima da inflação.
A área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) entendeu que o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não precisará devolver relógio
de luxo que ganhou de presente durante seu primeiro mandato, em 2005.
Conforme revelou o Estadão em setembro do ano passado,
Lula ficou com um Cartier Santos Dumont avaliado em R$ 60 mil. O relógio
é feito de ouro branco 18 quilates e prata 750, e tem uma coroa
arrematada com uma pedra safira azul. É um dos modelos mais clássicos da
marca francesa.
A auditoria concluiu que presentes de alto valor comercial, mesmo que
sejam considerados itens personalíssimos, devem ser devolvidos à União.
Mas, no caso de Lula, isso não foi recomendado, pois a área técnica
avaliou que o entendimento não pode ser aplicado de maneira retroativa. O
parecer foi elaborado pela Unidade de Auditoria Especializada em
Governança e Inovação (AudGovernança) do TCU.
Em 2016, a lista de presentes dados a Lula já havia sido alvo de um
processo no TCU. Na época, a Corte determinou que o petista devolvesse a
maior parte do que levou consigo. No total, Lula restituiu 453 itens,
entre esculturas, quadros, tapetes, vasos e louças. Alguns objetos de
luxo permaneceram no acervo pessoal do petista e não foram destinados à
União. É o caso do relógio Cartier. Isso aconteceu pois, na ocasião, a
Presidência da República entendeu que o relógio seria de caráter
personalíssimo. O TCU não contestou.
“A aplicação retroativa do entendimento retromencionado poderia (em
tese) macular o princípio da segurança jurídica”, explicou a unidade de
auditoria do TCU, em parecer obtido pelo Estadão.
“Considera-se suficiente e oportuno ao presente caso, unicamente, dar
ciência ao GP/PR [Gabinete Pessoal da Presidência da República] que a
incorporação ao acervo documental privado dos presidentes da República
de itens de natureza personalíssima de elevado valor comercial afronta
os princípios constitucionais da administração pública, especialmente o
da moralidade administrativa, bem como o da razoabilidade”, concluiu.
O parecer complica a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL),
que também ficou com relógios e bens de luxo que recebeu em missões
oficiais como presidente da República. O TCU ainda não analisou o
processo do ex-mandatário. A Polícia Federal investiga possíveis crimes
de peculato e lavagem de dinheiro.
O entendimento do TCU de que presentes luxuosos, mesmo
personalíssimos, devem ser devolvidos à União é de 2016. Em 2023, o
tribunal indicou, num acórdão, a devolução de relógios recebidos por
ministros do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O relógio Cartier foi entregue a Lula em julho de 2005, segundo o
TCU, pela própria fabricante de relógios – e não pelo governo francês –
durante as comemorações, em Paris, do “Ano do Brasil na França”. O
próprio Lula, durante live em julho do ano passado, havia dito que o
relógio foi presente do então presidente da França, Jacques Chirac.
“Você sabe que esse relógio ficou perdido 25 anos? Eu não sabia onde
estava. Agora, que eu fui mudar, fui abrir a gaveta, e ele estava lá”,
contou.
A representação ao tribunal foi feita pelo deputado federal Sanderson
(PL-RS). O parlamentar fez referência, no pedido, a um relógio Piaget,
avaliado em R$ 80 mil. Esse relógio, no entanto, não consta na lista de
presentes oficiais, e a área técnica do TCU entendeu não ter escopo para
avaliá-lo.
“Ante a descaracterização do relógio apontado na inicial da
representação como presente dado ao Exmo. Sr. Luiz Inácio Lula da Silva,
no exercício de mandato de Presidente da República Federativa do
Brasil, e, principalmente, por essa condição, bem como ante a ausência
de quaisquer outros elementos que indiquem que o referido objeto é bem
público da União, é forçoso reconhecer-se a improcedência da
representação”, escreveu.
Conforme revelou o Estadão, o acervo privado de Lula
traz ainda um relógio suíço folheado em prata. O mostrador do item tem
uma imagem do coronel Muammar Kadafi, antigo ditador da Líbia. Não há
detalhes sobre a marca nem o modelo do relógio. O presente foi entregue
em janeiro de 2003 pelo então ministro das Relações Exteriores da Líbia,
Abdelrahman Shalqam.
Lula ficou com um colar de ouro branco entregue em abril de 2004 pela
Citic Group Corporation, uma empresa de investimento estatal da China. A
joia traz detalhes em ouro amarelo e possui um pingente no formato de
uma gravata. O TCU não analisou esses itens.
A emissora CNN foi quem divulgou a informação primeiro, baseada em
fontes da inteligência americana. De acordo com as autoridades ouvidas
por agências de notícias, o complô iraniano não tem vínculo com a
tentativa de assassinato de Trump ocorrida no sábado em um comício em
Butler (Pensilvânia), quando um jovem de 20 anos disparou contra o
ex-presidente, ferindo-o na orelha e matando um dos participantes do
evento.
Embora não haja nenhuma ligação aparente, no momento do ataque de
sábado, o Serviço Secreto já havia reforçado a segurança do
ex-presidente justamente por causa dessas ameaças do Irã, disseram as
fontes, em condição de anonimato.
A missão do Irã na ONU chamou as acusações de “sem fundamento e maliciosas”.
Vingança por morte de Soleimani
A porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Adrienne
Watson, disse que as autoridades têm monitorado as ameaças iranianas
contra funcionários do governo Trump há anos, desde o último governo.
Trump ordenou o assassinato em 2020 de Qassim Soleimani, que liderava
a Força Quds da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã. “Essas ameaças
surgem do desejo do Irã de buscar vingança pela morte de Qassim
Soleimani. Consideramos isso uma questão de segurança nacional e interna
da mais alta prioridade”, disse Watson.
O Serviço Secreto dos EUA e a campanha de Trump foram informados
sobre esta última ameaça, o que levou a um aumento de recursos e ativos,
segundo as autoridades.
Entretando, os recursos adicionais não impediram o ataque de sábado
na Pensilvânia. Watson disse que não foram identificados vínculos entre o
atirador do comício “e qualquer cúmplice ou co-conspirador, estrangeiro
ou nacional”.
Além disso, José Tostes Neto,
então secretário especial da Receita, recebeu a defesa de Flávio
Bolsonaro, incluindo, em um encontro, o próprio senador, por três vezes
depois da determinação do presidente.
As advogadas Luciana Pires e Juliana Bierrenbach, que representavam
Flávio, estavam na reunião e, no dia seguinte, participaram de agenda
com José Tostes Neto, então secretário especial do Fisco. Tostes também
recebeu Flávio Bolsonaro.
Conseguir uma agenda com um agente público para obter informações
sobre um processo específico não só é incomum como infringe o preceito
de impessoalidade da gestão pública, segundo Marco Antônio Teixeira,
cientista político e professor do Departamento de Gestão Pública da
FGV/EAESP. Já para Felipe de Melo Fonte, professor de Direito da FGV do
Rio de Janeiro, pode haver sanção ao ex-secretário até no âmbito
regimental por conta dos encontros. “Se ele (José Tostes) ofereceu a
expertise dele para tratar de um processo penal, isso, segundo os
regulamento da atividade da Receita (Federal) não é permitido”, diz
Fonte.
Em nota, a advogada Luciana Pires disse que sua atuação na reunião
“se deu de forma técnica e nos estritos limites do campo jurídico”. A
advogada Juliana Bierrenbach, por sua vez, disse que uma reunião do
gênero era “necessária” diante da situação do processo envolvendo
Flávio, mas que não tinha conhecimento prévio de que o então presidente
estaria na audiência.
O sigilo da gravação foi suspenso nesta segunda-feira, 15, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)Alexandre de Moraes. Após a divulgação do material, Fabio Wajngarten,
ex-assessor e advogado de Jair Bolsonaro, saiu em defesa do
ex-presidente, alegando que a conversa exposta “só reforça o quanto o
presidente ama o Brasil e o seu povo”.
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, a petição feita pelas
advogadas de Flávio foi enviada para a Receita no dia 25 de agosto de
2020, mesmo dia da reunião com Bolsonaro e Ramagem. No documento,
encaminhado para Tostes Neto, é solicitado que o Fisco levante “todas as
pesquisas de seu nome (o de Flávio), de sua esposa e de suas empresas, que tenham sido realizadas desde o ano de 2015?.
Inicialmente, o pedido de apuração sobre possível vazamento de dados
incluía apenas Flávio e a mulher dele, a psicóloga Fernanda Bolsonaro.
Porém, posteriormente, foram incluídos também o ex-presidente, a
ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, os outros dois filhos políticos (Carlos e Eduardo) e as duas ex-mulheres de Bolsonaro: Rogéria Bolsonaro e Ana Cristina Siqueira Valle.
“Eu estou querendo te ajudar no caminho, pelo critério que vocês
estão no caminho de demonstrar uma nulidade indevida, que esse é o ponto
nodal da questão”, disse o parlamentar.
Receita disse a deputados que pagou R$ 490 mil para Serpro realizar a apuração
Em dezembro de 2021, três deputados do partido Novo encaminharam
um requerimento de informações após a imprensa divulgar a criação da
auditoria interna na Receita. Aos parlamentares, a Receita afirmou que
pagou R$ 490 mil para o Serpro realizar a apuração.
O Fisco negou ter pedido ao Serpro que realizasse investigações sobre
os dados fiscais da família Bolsonaro. Segundo a Receita, o que foi
solicitado uma lista de todas as solicitações de arquivos individuais
que os servidores e os próprios titulares dos dados fizeram.
“A Receita Federal não pediu apuração ao Serpro sobre investigações
acerca dos dados fiscais da família presidencial. Cumpre informar, no
entanto, que a RFB solicitou ao Serpro os logs de acesso aos dados do
senador Flávio Bolsonaro e pessoas físicas a ele relacionadas, incluindo
o próprio acesso realizado pelos próprios titulares dos dados, por
servidores da Receita Federal e por sistemas em processos automáticos”,
afirmou a Receita em resposta aos deputados.
Ministério Público de Contas pediu investigação ao TCU, mas não obteve retorno
Em outubro de 2020, dois meses após a Receita pedir a investigação ao
Serpro, o subprocurador geral do Ministério Público junto ao Tribunal
de Contas da União (MPTCU), Lucas Furtado, pediu para a Corte de Contas
apurar se Bolsonaro estaria usando a estrutura pública para o
“atendimento de interesses particulares seus e de sua família, como
também para causar embaraços e dificultar investigação pela Receita
Federal de atos ilegais dos quais seu filho”.
Ao Estadão, Lucas Furtado afirmou que não teve retornos do TCU e da Receita.
Sindicato ligado à Receita cobrou explicações sobre apuração interna
Em junho de 2021, o Sindifisco, que é a entidade sindical que
representa os auditores da Receita, enviou um requerimento de
informações para Tostes Neto, solicitando que a Receita informasse se
houve, ou não, um vazamento de dados por parte de funcionários.
Em resposta enviada após 16 dias, o Fisco afirmou que a apuração
interna já havia apresentado resultados, mas negou a apresentar
informações sobre os servidores que teriam feitos acessos de log nos
dados fiscais da família presidencial. “Sob pena de expô-los a
hipotéticos e desnecessários riscos ou a eventuais constrangimentos
injustificáveis”.
O passo a passo da interferência de Bolsonaro para beneficiar Flávio
25 de agosto de 2020: O ex-presidente Jair Bolsonaro se reuniu com Ramagem, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI)Augusto Heleno, e as advogadas de Flávio Bolsonaro: Luciana Pires e Juliana Bierrenbach.
25 de agosto de 2020: A defesa do senador
protocolou neste dia uma petição que exigia a apuração de supostos
vazamentos de dados por parte de auditores da Receita. De acordo com a
defesa do senador, isso poderia comprovar que os dados do Coaf, que
endossaram o inquérito das “rachadinhas”, teriam sido obtidos de forma
ilegal.
26 de agosto de 2020: Horas antes de se reunir com o
chefe da Receita, a advogada Luciana Pires esteve no Palácio do
Planalto. É o que aponta um registro solicitado ao GSI via Lei de Acesso
à Informação (LAI).
26 de agosto de 2020: Um dia depois, no dia 26 de
agosto de 2020, as advogadas se reuniram com o chefe da Receita. A
informação sobre o encontro com o secretário consta em um relatório de
agendas emitido pela Receita em junho de 2021, em resposta a um
requerimento de informação da deputada federal Natália Bonavides
(PT-RN).
28 de agosto de 2020: Dois dias após o encontro com
as advogadas, o então secretário especial da Receita, José Tostes Neto,
enviou o pedido para a abertura da apuração especial ao Serpro.
4 setembro de 2020: Novo encontro entre Juliana e o secretário José Barroso Tostes Neto.
17 de setembro de 2020: Ocorre um encontro entre
Luciana, Flávio e José Tostes Neto. Segundo a Receita, a reunião foi
solicitada pelo próprio Flávio Bolsonaro.
De olho em hidrogênio verde e terminal com saída para o Atlântico,
estatal alemã quer apoiar complexo porto-ferroviário no Maranhão. Mas
comunidades quilombolas não teriam sido consultadas sobre os impactos.Um
protesto em frente à sede da empresa estatal de trens da Alemanha – a
Deutsche Bahn (DB) – em Berlim, no final de maio, reuniu cerca de 30
pessoas contra a construção de um megaprojeto na floresta amazônica. Os
manifestantes empunhavam cartazes onde se lia “Contra o ecocídio e o
deslocamento forçado” e “Europa, a sua dupla moral mata”. Quem passava,
não entendia: uma ferrovia alemã em plena Amazônia?
A manifestação tentou chamar a atenção para o apoio da empresa alemã à
construção prevista de um complexo porto-ferroviário na Baía de São
Marcos, no Maranhão, a cerca de 90 km da capital estadual, São Luís,
entre 2025 e 2026. Mais precisamente, apontou para o fato de que, se o
projeto sair do papel, o futuro Terminal Portuário de Alcântara (TPA)
poderá impactar boa parte da área quilombola da Nova Ilha do Cajual –
sem o conhecimento de parte das comunidades que vivem na região, já que
elas não teriam sido consultadas.
As críticas dos manifestantes em Berlim contrastam com os benefícios
ambientais, logísticos e econômicos destacados no vídeo institucional da
empresa privada Grão-Pará Maranhão (GPM), responsável pelo projeto do
complexo.
Com o objetivo de exportar commodities como grãos e minério de ferro,
além de hidrogênio verde, para a Europa e para a China, o projeto
apoiado pelo Estado do Maranhão deverá ter endosso da estatal alemã de
trens Deutsche Bahn, que assinou um memorando de entendimento com a GPM
para desenvolver o Terminal Portuário de Alcântara em conjunto com a
empresa de origem portuguesa.
O projeto deverá incluir uma futura ferrovia de 520 quilômetros, a
EF-317, que deverá ligar o município de Açailândia a Alcântara, próximo
ao porto, cortando o norte maranhense para o transporte de grãos e
minério de ferro.
A ideia do projeto é aumentar ainda mais as exportações desse tipo de
produto. Dados de janeiro de 2024 da Secretaria de Comércio Exterior
(Secex) mostram que os números das remessas de commodities para o
exterior foram recordes no Brasil no ano passado.
Sem consulta às comunidades
O aval ao empreendimento foi oficializado em dezembro de 2018, quando
a empresa GPM assinou um contrato de adesão com o governo federal e a
Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). E, desde 2017, o
avanço do empreendimento se apoia num acordo de parceria com a
associação quilombola da Nova Ilha do Cajual.
Procurado pela DW, o diretor da empresa Grão-Pará Maranhão, Paulo
Salvador, afirmou que “a única comunidade tradicional com direitos na
ilha do Cajual, no município de Alcântara, é a comunidade quilombola,
representada pela Associação Quilombola da Ilha do Cajual”. Segundo ele,
a empresa “mantém um bom entendimento contratual com essa associação,
incluindo participações financeiras em favor da comunidade, como
registrado em documentos oficiais”.
Porém, o acordo assinado com associação quilombola da Nova Ilha do
Cajual não inclui todas as outras comunidades em risco de impacto nos
arredores da ilha onde estará o porto – e, sobretudo, ao longo da
ferrovia planejada.
“O acordo é totalmente ilegal”, afirmou, em entrevista à DW, o
defensor público Yuri Costa. “Desrespeita as normas do plano
internacional que preveem consultas prévias às comunidades tradicionais e
as normas da legislação brasileira”. Além disso, diz ele, a Fundação
Palmares, que representa a articulação das comunidades quilombolas no
estado, não foi consultada.
O desenvolvimento do complexo vem avançando mesmo sem que as devidas
licenças ambientais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (Ibama) tenham sido concluídas.
O licenciamento ambiental do Ibama não é, necessariamente, um
pré-requisito jurídico para assinatura de um memorando de entendimento.
Mas o licenciamento prevê que as comunidades em risco sejam previamente
consultadas, sendo informadas plenamente sobre os potenciais impactos do
projeto. Também a convenção 169 da Organização Internacional do
Trabalho (OIT) para a proteção dos direitos dos povos indígenas, da qual
a Alemanha é signatária, diz que as comunidades devem ser instruídas
previamente.
“O que não aconteceu”, explicou à DW Mikaell de Souza Carvalho,
coordenador da organização Justiça nos Trilhos, que fez um levantamento
sobre o conhecimento das comunidades a respeito do projeto na região,
onde há cerca de 22 municípios que podem ser afetados pelo traçado da
ferrovia. A princípio, os trilhos previstos tampouco servirão para o
transporte de pessoas, mas apenas para os produtos de exportação.
O levantamento da associação mostra que uma comunidade, Tanque de
Valença, não constava no seu mapa, embora deva ser afetada pelo traçado
da linha ferroviária. Segundo a organização, o projeto também poderia
impactar Áreas de Proteção Ambiental.
“Relações de coerção”
Questionado pela DW, Paulo Salvador, da GPM argumentou que “o traçado
da ferrovia está sendo planejado em uma área já alterada pela atividade
humana, evitando áreas ambientalmente protegidas, vilarejos e
assentamentos, e promovendo a preservação das florestas nativas, que não
serão afetadas pelo projeto”.
As comunidades têm o direito de escolher sobre os seus acordos, disse
Costa. Mas ele explicou que a defensoria pública está em contato com a
comunidade da ilha para entender possíveis relações de coerção. “Não
sabemos em que condições assinaram este acordo em 2017, não sabemos como
foram informados”.
Um membro de uma comunidade que vive nos arredores da ilha e que não
quis ter seu nome revelado pela reportagem também contestou à DW que “a
maioria das pessoas na comunidade da Nova Ilha do Cajual não sabe ler
nem escrever”.
Procurada pela DW, Vanda Almeida Pereira, a vice-presidente da
associação quilombola da Ilha do Cajual, afirmou que não concederia
entrevista por telefone.
Prejuízos sociais e ambientais
A área quilombola da Nova Ilha do Cajual deverá ser a mais impactada
pelo futuro terminal portuário – especialmente a atividade pesqueira,
que garante o sustento de comunidades ao redor. Segundo Yuri Costa, o
processo para a regularizar o território está pendente há mais de dez
anos (desde 2007) no Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária, o Incra. O título oficial e definitivo como território
quilombola daria garantias às famílias que moram na região.
Além disso, em 2018, o Ibama apontou no seu relatório de visita
técnica que a ilha tem fragilidades sociais e ambientais que podem ser
agravadas com a implementação do projeto. Localizada na Área de Proteção
Ambiental das Reentrâncias Maranhenses, os ecossistemas do território
são habitados por várias espécies terrestres e marinhas, como lontras e
golfinhos, e cerca de 150 mil aves migratórias estacionam na ilha
anualmente – uma delas é o guará, ave ameaçada de extinção.
A região é igualmente conhecida por abrigar uma importante área
arqueológica brasileira, com vestígios de fósseis de pelo menos 95
milhões de anos.
Hidrogênio verde para a Alemanha
A Alemanha vê no Brasil um fornecedor estratégico do hidrogênio verde
para concretizar sua virada energética e cumprir as metas climáticas do
país europeu. Porém, ainda há desafios logísticos para exportar o
combustível renovável.
De olho nessa produção, a Deutsche Bahn, maior empresa de seu ramo no
mundo, assinou o memorando de entendimento com a GPM. Posteriormente,
deverá se tornar a operadora da ferrovia. A operação será feita em
parceria com o parceiro local Sysfer, com a DB Engineering &
Consulting como operador-sombra (entre outros aspectos, responsável por
revisar a engenharia, definindo os requisitos de operação).
Com o início das construções previstas para os próximos dois anos, a
ideia é oferecer pelo menos a nova infraestrutura portuária, a partir de
2027, para atender as exportações de commodities.
Mas São Luís já tem dois portos, o de Itaqui e o Ponta da Madeira – e
projeta o futuro Porto de São Luís, que ainda não saiu do papel. Os
idealizadores do projeto Grão Pará Maranhão defendem que o novo
ancoradouro, construído nos arredores, no município de Alcântara,
contribuirá para atender a demanda crescente da exportação de grãos e
minérios.
Que danos a ferrovia pode causar?
Da sua comunidade, Piquiá de Baixo, no município de Açailândia, –
onde se prevê construir a nova ferrovia –, Flávia da Silva Nascimento,
que participou dos protestos em Berlim, já se acostumou a ver os vagões
de trens transportando minério que “nunca trouxeram nenhum progresso
para os moradores”, diz.
Queixas decorrentes da construção de ferrovias também já são
conhecidas pela organização Justiça nos Trilhos, por causa da Estrada de
Ferro Carajás, que também já foi duplicada. É principalmente minério de
ferro da Vale S.A. que é transportado ao longo dos seus 890
quilômetros. O produto vem sobretudo de Carajás, que abriga as
principais jazidas de minérios do Brasil. Juntamente com o Quadrilátero
Ferrífero, a região é uma das maiores produtoras de minério de ferro do
país e uma das maiores do mundo.
O município de Açailândia, localizado no corredor Carajás, tem grande
importância para as operações da Vale, mas há pelo menos três décadas
sofre com os efeitos da mineração e com as obras de duplicação da EFC.
Nessa cidade, a Vale S.A. mantém uma base de operações e manutenção
ferroviária, além de um entreposto de venda de minério de ferro vindo de
Carajás.
No distrito industrial de Piquiá de Baixo, em Açailândia, também
operam as usinas siderúrgicas da Vale. Devido ao grande número de
operários que começaram a circular na região, muitas mulheres e jovens
tornaram-se vulneráveis à exploração sexual, explicou a moradora Flávia
da Silva Nascimento.
“Já respirou pó de ferro?”, também questionavam os ambientalistas na
capital alemã. “Várias formas de poluição – do ar, água e sonora – além
de rachaduras nas casas, são problemas gerados pela passagem dos trens.
Há a poluição dos rios e igarapés, porque o transporte de minério de
ferro é feito com vagões abertos e a poeira se deposita no solo e nos
rios. Já temos essa experiência com a Estrada de Ferro Carajás, e não
queremos que isso se repita”, disse Carvalho, o coordenador da Justiça
nos Trilhos.
O diretor-executivo da empresa Grão-Pará Maranhão, Paulo Salvador,
disse à DW que o “foco da ferrovia EF-317 será o transporte de grãos
vindos da Ferrovia Norte-Sul, hidrogênio e amônia verdes. O trecho sul,
entre Açailândia e Alto Alegre do Pindaré não tem características que
possibilitem o transporte de minérios. Apenas o trecho norte – entre
Alto Alegre do Pindaré e Alcântara – terá possibilidade de transportar
minérios”.
Mas muitos membros das comunidades ao redor duvidam, porque a região
está muito vinculada aos projetos da Vale S.A. Ambientalistas ouvidos
pela DW disseram também que boa parte dos ecossistemas ao redor da nova
ferrovia podem ser afetados. “No Maranhão, além da presença de
comunidades tradicionais, há os grupos indígenasisolados que dependem da
caça para sobreviver. Uma ferrovia afeta o modo de vida dos animais.
Não adianta dizer que o traçado está a 10-20 km quando afeta todo o
ecossistema”, explicou Carvalho, da Justiça dos Trilhos, à DW.
“Empreendimento não envolverá ferrovia”
Salvador, da GPM, afirmou que “neste momento, só o terminal portuário
está em fase de licenciamento, ainda em fase inicial, e, portanto, o
empreendimento não envolverá a construção de ferrovia […]”. Mas não
esclareceu o que significa “licenciamento ambiental integrado porto e
ferrovia”, como consta na página do projeto.
Ainda não se sabe se o empreendimento da ferrovia vai sair do papel. À
DW, um membro da comunidade Porto Novo Cujupe, onde vivem cerca de 160
famílias em frente à Ilha do Cajual, na parte continental, disse ainda
não saber os impactos do futuro Terminal Portuário de Alcântara.
“Primeiro falaram que íamos fazer uma assembleia em São Luís, mas nada
com a empresa. Iam tentar buscar alguém da empresa para nos esclarecer.
Era para ser em março esta reunião, mas não foi feito”, explicou.
E a Deutsche Bahn?
“Do ponto de vista jurídico a chamada Lei da Cadeia de Suprimentos,
que entrou em vigor no ano passado na Alemanha, obriga as empresas a uma
análise de precaução para evitar os riscos ao meio ambiente e a
violação dos direitos humanos”, afirmou, em Berlim, junto aos que
protestavam, o jornalista alemão Christian Russau, que tem pesquisado a
influência da estatal de trens alemã Deutsche Bahn na construção do
megaprojeto no Brasil.
Questionada sobre se tinha consciência de que não há licenças
ambientais concluídas para o projeto porto-ferroviário no Maranhão, e de
que muitas comunidades não foram ouvidas, a Deutsche Bahn respondeu que
“uma eventual participação pressupõe que, entre outras coisas, os
eventuais requisitos ambientais sejam confirmados por um organismo
independente da Grão-Pará Maranhão”, e disse que “neste momento a
participação da DB Engineering & Consulting (DB E&C) no projeto
está excluída”.
Por isso, entre os que protestavam em Berlim contra a participação da
DB no megaprojeto na Amazônia, o jornalista alemão Christian Russau
explicava: “A Alemanha financia muitos projetos que protegem o meio
ambiente. Mas não pode dizer que quer proteger a Amazônia e, ao mesmo
tempo, participar de projetos que violam direitos humanos – isso é
inaceitável”.
A OTB Sports, empresa de gerenciamento de atletas, agitou a torcida
do Corinthians na última segunda-feira (15) ao publicar uma nota
confirmando o interesse em adquirir o Corinthians em modelo de SAF. A
informação tinha sido publicamente inicialmente pelo jornalista Juca
Kfouri.
“A empresa está oficialmente mandatada para negociar a compra do
Sport Club Corinthians Paulista, em uma operação que prevê, entre outras
coisas, a resolução da dívida integral do clube e um compromisso futuro
de abertura de capital para proporcionar ao torcedor a possibilidade de
se tornar acionista do seu time”, disse a empresa em uma de suas redes
sociais.
A OTB Sports foi fundada pelos sócios Marcelo Goldfarb e Bruno Paiva
com o foco em gerenciamento de carreiras. Marcelo, inclusive, é filho de
Bernardo Goldfarb, que participou da vida política do Corinthians entre
os anos de 1970 a 1980 e também é fundador das lojas Marisa.
A OTB tem uma extensão lista com mais de 30 atletas entre seus
clientes, como Paolo Guerrero, Du Queiroz e o goleiro Weverton. Seedorf
aparece no site da empresa como embaixador.
Após a confirmação por parte da OTB, o Corinthians soltou um
comunicado negando ter recebido contato oficial da empresa, que
envolveria a resolução da atual dívida do clube por meio da SAF.
“O Sport Club Corinthians Paulista informa que nunca recebeu qualquer
contato oficial da OTB Sports para tratar sobre assuntos relacionados
às dívidas do Corinthians”.
Por meio do presidente Augusto Melo, o clube também afirma que não autorizou ninguém a tratar sobre o tema.
Um relatório entregue em maio pela Ernst & Young, empresa
contratada pelo Corinthians para consultoria e planejamento estratégico,
apontou a SAF como uma das soluções para a dívida de quase R$ 2 bilhões
do clube.
No relatório, a empresa também destacou a recuperação judicial como uma saída.
Segundo apurou a GOAL, o presidente Augusto Melo é
resistente ao tema de SAF neste momento. Ele definiu como principal
objetivo a tentativa de recuperar o Corinthians nos moldes do projeto
desenvolvido pelo Flamengo no início de 2013, durante a gestão de
Eduardo Bandeira de Mello.
Na ocasião, inclusive, a Ernst & Young também foi contratada para
indicar caminhos ao time carioca de olho na recuperação financeira do
clube. O Flamengo optou por trabalhar o ganho de caixa no curto prazo e
alongar a dívida.
No relatório, a empresa indicou a contratação de um CEO ao
Corinthians, e o clube foi atrás justamente de Fred Luz, que assumiu o
mesmo cargo no Flamengo, na gestão Bandeira de Mello.