quarta-feira, 17 de julho de 2024

PLANO IRANIANO PARA MATAR TRUMP

História de admin3 – IstoÉ

Trump com curativo na orelha, durante convenção republicana

Trump com curativo na orelha, durante convenção republicana© Fornecido por IstoÉPlano foi detectado antes do atentado do último sábado, mas sem qualquer relação com atirador do comício na Pensilvânia. Devido à ameaça, Serviço Secreto já tinha aumentado as medidas de proteção a ex-presidente.As agências de inteligência dos Estados Unidos obtiveram informações sobre um plano iraniano para assassinar o ex-presidente e candidato republicano Donald Trump antes do atentado do último sábado, informou a mídia americana nesta terça-feira (16/07). Devido à ameaça iraniana, o Serviço Secreto aumentou as medidas de proteção a Trump.

A emissora CNN foi quem divulgou a informação primeiro, baseada em fontes da inteligência americana. De acordo com as autoridades ouvidas por agências de notícias, o complô iraniano não tem vínculo com a tentativa de assassinato de Trump ocorrida no sábado em um comício em Butler (Pensilvânia), quando um jovem de 20 anos disparou contra o ex-presidente, ferindo-o na orelha e matando um dos participantes do evento.

Embora não haja nenhuma ligação aparente, no momento do ataque de sábado, o Serviço Secreto já havia reforçado a segurança do ex-presidente justamente por causa dessas ameaças do Irã, disseram as fontes, em condição de anonimato.

A missão do Irã na ONU chamou as acusações de “sem fundamento e maliciosas”.

Vingança por morte de Soleimani

A porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Adrienne Watson, disse que as autoridades têm monitorado as ameaças iranianas contra funcionários do governo Trump há anos, desde o último governo.

Trump ordenou o assassinato em 2020 de Qassim Soleimani, que liderava a Força Quds da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã. “Essas ameaças surgem do desejo do Irã de buscar vingança pela morte de Qassim Soleimani. Consideramos isso uma questão de segurança nacional e interna da mais alta prioridade”, disse Watson.

O Serviço Secreto dos EUA e a campanha de Trump foram informados sobre esta última ameaça, o que levou a um aumento de recursos e ativos, segundo as autoridades.

Entretando, os recursos adicionais não impediram o ataque de sábado na Pensilvânia. Watson disse que não foram identificados vínculos entre o atirador do comício “e qualquer cúmplice ou co-conspirador, estrangeiro ou nacional”.

 

REUNIÃO DE BOLSONARO SOBRE RACHADINHA DE FILHO

 asil e Mundo Reunião de Bolsonaro sobre rachadinha

Receita e Serpro abriram investigação interna 3 dias após reunião de Bolsonaro sobre ‘rachadinha’

Byvaleon

Jul 17, 2024

História de Gabriel de Sousa e Juliano Galisi – Jornal Estadão

BRASÍLIA E SÃO PAULO – No dia 28 de agosto de 2020, a Receita Federal demandou ao Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) a abertura de uma investigação interna sigilosa para identificar auditores que teriam vasculhado os dados fiscais do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). O pedido ocorreu três dias após o então presidente Jair Bolsonaro (PL) se reunir com advogadas do parlamentar e sugerir uma conversa com o chefe do Fisco para avaliar o inquérito que apurou possível prática de “rachadinha” no gabinete do filho “01? do presidente.

Além disso, José Tostes Neto, então secretário especial da Receita, recebeu a defesa de Flávio Bolsonaro, incluindo, em um encontro, o próprio senador, por três vezes depois da determinação do presidente.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) seria beneficiado de ação contra servidores da Receita Foto: Wilton Junior/Estadão

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) seria beneficiado de ação contra servidores da Receita Foto: Wilton Junior/Estadão© Fornecido por Estadão

Estadão procurou a Receita Federal e o Serpro, mas não obteve retorno até o momento.

A análise de um possível vazamento de dados era uma estratégia da defesa do senador que pretendia descobrir se auditores teriam repassado ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) dados fiscais que deram origem ao inquérito das “rachadinhas” que envolvia ele e o ex-assessor Fabricio Queiroz, revelado pelo Estadão. Na época das supostas ilegalidades, Flávio era deputado estadual no Rio.

O encontro com a sugestão de Bolsonaro ocorreu em 25 de agosto de 2020 e não estava na agenda oficial do presidente. A transcrição do áudio encontrado pela Polícia Federal (PF) revela que, durante o encontro, o então presidente afirmou que a situação diante do inquérito contra Flávio poderia ser “o caso de conversar com o chefe da Receita”. Também participaram da reunião o então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, e o então diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin)Alexandre Ramagem.

As advogadas Luciana Pires e Juliana Bierrenbach, que representavam Flávio, estavam na reunião e, no dia seguinte, participaram de agenda com José Tostes Neto, então secretário especial do Fisco. Tostes também recebeu Flávio Bolsonaro.

Conseguir uma agenda com um agente público para obter informações sobre um processo específico não só é incomum como infringe o preceito de impessoalidade da gestão pública, segundo Marco Antônio Teixeira, cientista político e professor do Departamento de Gestão Pública da FGV/EAESP. Já para Felipe de Melo Fonte, professor de Direito da FGV do Rio de Janeiro, pode haver sanção ao ex-secretário até no âmbito regimental por conta dos encontros. “Se ele (José Tostes) ofereceu a expertise dele para tratar de um processo penal, isso, segundo os regulamento da atividade da Receita (Federal) não é permitido”, diz Fonte.

Em nota, a advogada Luciana Pires disse que sua atuação na reunião “se deu de forma técnica e nos estritos limites do campo jurídico”. A advogada Juliana Bierrenbach, por sua vez, disse que uma reunião do gênero era “necessária” diante da situação do processo envolvendo Flávio, mas que não tinha conhecimento prévio de que o então presidente estaria na audiência.

O sigilo da gravação foi suspenso nesta segunda-feira, 15, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Após a divulgação do material, Fabio Wajngarten, ex-assessor e advogado de Jair Bolsonaro, saiu em defesa do ex-presidente, alegando que a conversa exposta “só reforça o quanto o presidente ama o Brasil e o seu povo”.

Segundo o jornal Folha de S. Paulo, a petição feita pelas advogadas de Flávio foi enviada para a Receita no dia 25 de agosto de 2020, mesmo dia da reunião com Bolsonaro e Ramagem. No documento, encaminhado para Tostes Neto, é solicitado que o Fisco levante “todas as pesquisas de seu nome (o de Flávio), de sua esposa e de suas empresas, que tenham sido realizadas desde o ano de 2015?.

Inicialmente, o pedido de apuração sobre possível vazamento de dados incluía apenas Flávio e a mulher dele, a psicóloga Fernanda Bolsonaro. Porém, posteriormente, foram incluídos também o ex-presidente, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, os outros dois filhos políticos (Carlos Eduardo) e as duas ex-mulheres de Bolsonaro: Rogéria Bolsonaro e Ana Cristina Siqueira Valle.

Na gravação da reunião, há um trecho onde as advogadas apresentam a intenção de que o Serpro produzisse “provas” da suposta “devassa” na vida do senador. O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que na época era o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin)informou, durante a reunião de 25 de agosto de 2020, que o órgão não forneceria os dados, pois eles eram protegidos por sigilo fiscal e bancário.

“Eu estou querendo te ajudar no caminho, pelo critério que vocês estão no caminho de demonstrar uma nulidade indevida, que esse é o ponto nodal da questão”, disse o parlamentar.

O deputado federal Alexandre Ramagem também estava presente na reunião para tratar de uma blindagem a Flávio Bolsonaro, segundo a PF Foto: Wilton Junior/Estadão

O deputado federal Alexandre Ramagem também estava presente na reunião para tratar de uma blindagem a Flávio Bolsonaro, segundo a PF Foto: Wilton Junior/Estadão© Fornecido por Estadão

Durante o governo do ex-presidente, o comando da Receita era considerado estratégico por Flávio após o pedido de apuração interna. Esse foi um dos motivos para a nomeação de um simpatizante de Bolsonaro, em fevereiro de 2022, para o cargo de corregedor geral.

Receita disse a deputados que pagou R$ 490 mil para Serpro realizar a apuração

Em dezembro de 2021, três deputados do partido Novo encaminharam um requerimento de informações após a imprensa divulgar a criação da auditoria interna na Receita. Aos parlamentares, a Receita afirmou que pagou R$ 490 mil para o Serpro realizar a apuração.

O Fisco negou ter pedido ao Serpro que realizasse investigações sobre os dados fiscais da família Bolsonaro. Segundo a Receita, o que foi solicitado uma lista de todas as solicitações de arquivos individuais que os servidores e os próprios titulares dos dados fizeram.

“A Receita Federal não pediu apuração ao Serpro sobre investigações acerca dos dados fiscais da família presidencial. Cumpre informar, no entanto, que a RFB solicitou ao Serpro os logs de acesso aos dados do senador Flávio Bolsonaro e pessoas físicas a ele relacionadas, incluindo o próprio acesso realizado pelos próprios titulares dos dados, por servidores da Receita Federal e por sistemas em processos automáticos”, afirmou a Receita em resposta aos deputados.

Ministério Público de Contas pediu investigação ao TCU, mas não obteve retorno

Em outubro de 2020, dois meses após a Receita pedir a investigação ao Serpro, o subprocurador geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MPTCU), Lucas Furtado, pediu para a Corte de Contas apurar se Bolsonaro estaria usando a estrutura pública para o “atendimento de interesses particulares seus e de sua família, como também para causar embaraços e dificultar investigação pela Receita Federal de atos ilegais dos quais seu filho”.

Ao Estadão, Lucas Furtado afirmou que não teve retornos do TCU e da Receita.

Sindicato ligado à Receita cobrou explicações sobre apuração interna

Em junho de 2021, o Sindifisco, que é a entidade sindical que representa os auditores da Receita, enviou um requerimento de informações para Tostes Neto, solicitando que a Receita informasse se houve, ou não, um vazamento de dados por parte de funcionários.

Em resposta enviada após 16 dias, o Fisco afirmou que a apuração interna já havia apresentado resultados, mas negou a apresentar informações sobre os servidores que teriam feitos acessos de log nos dados fiscais da família presidencial. “Sob pena de expô-los a hipotéticos e desnecessários riscos ou a eventuais constrangimentos injustificáveis”.

O passo a passo da interferência de Bolsonaro para beneficiar Flávio
  • 25 de agosto de 2020: O ex-presidente Jair Bolsonaro se reuniu com Ramagem, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno, e as advogadas de Flávio Bolsonaro: Luciana Pires e Juliana Bierrenbach.
  • 25 de agosto de 2020: A defesa do senador protocolou neste dia uma petição que exigia a apuração de supostos vazamentos de dados por parte de auditores da Receita. De acordo com a defesa do senador, isso poderia comprovar que os dados do Coaf, que endossaram o inquérito das “rachadinhas”, teriam sido obtidos de forma ilegal.
  • 26 de agosto de 2020: Horas antes de se reunir com o chefe da Receita, a advogada Luciana Pires esteve no Palácio do Planalto. É o que aponta um registro solicitado ao GSI via Lei de Acesso à Informação (LAI).
  • 26 de agosto de 2020: Um dia depois, no dia 26 de agosto de 2020, as advogadas se reuniram com o chefe da Receita. A informação sobre o encontro com o secretário consta em um relatório de agendas emitido pela Receita em junho de 2021, em resposta a um requerimento de informação da deputada federal Natália Bonavides (PT-RN).
  • 28 de agosto de 2020: Dois dias após o encontro com as advogadas, o então secretário especial da Receita, José Tostes Neto, enviou o pedido para a abertura da apuração especial ao Serpro.
  • 4 setembro de 2020: Novo encontro entre Juliana e o secretário José Barroso Tostes Neto.
  • 17 de setembro de 2020: Ocorre um encontro entre Luciana, Flávio e José Tostes Neto. Segundo a Receita, a reunião foi solicitada pelo próprio Flávio Bolsonaro.

EMPRESA DA ALEMANHA PRETENDE CONSTRUIR UMA FERROVIA NA AMAZÔNIA

 

História de Redação – IstoÉ Dinheiro

De olho em hidrogênio verde e terminal com saída para o Atlântico, estatal alemã quer apoiar complexo porto-ferroviário no Maranhão. Mas comunidades quilombolas não teriam sido consultadas sobre os impactos.Um protesto em frente à sede da empresa estatal de trens da Alemanha – a Deutsche Bahn (DB) – em Berlim, no final de maio, reuniu cerca de 30 pessoas contra a construção de um megaprojeto na floresta amazônica. Os manifestantes empunhavam cartazes onde se lia “Contra o ecocídio e o deslocamento forçado” e “Europa, a sua dupla moral mata”. Quem passava, não entendia: uma ferrovia alemã em plena Amazônia?

A manifestação tentou chamar a atenção para o apoio da empresa alemã à construção prevista de um complexo porto-ferroviário na Baía de São Marcos, no Maranhão, a cerca de 90 km da capital estadual, São Luís, entre 2025 e 2026. Mais precisamente, apontou para o fato de que, se o projeto sair do papel, o futuro Terminal Portuário de Alcântara (TPA) poderá impactar boa parte da área quilombola da Nova Ilha do Cajual – sem o conhecimento de parte das comunidades que vivem na região, já que elas não teriam sido consultadas.

As críticas dos manifestantes em Berlim contrastam com os benefícios ambientais, logísticos e econômicos destacados no vídeo institucional da empresa privada Grão-Pará Maranhão (GPM), responsável pelo projeto do complexo.

Com o objetivo de exportar commodities como grãos e minério de ferro, além de hidrogênio verde, para a Europa e para a China, o projeto apoiado pelo Estado do Maranhão deverá ter endosso da estatal alemã de trens Deutsche Bahn, que assinou um memorando de entendimento com a GPM para desenvolver o Terminal Portuário de Alcântara em conjunto com a empresa de origem portuguesa.

O projeto deverá incluir uma futura ferrovia de 520 quilômetros, a EF-317, que deverá ligar o município de Açailândia a Alcântara, próximo ao porto, cortando o norte maranhense para o transporte de grãos e minério de ferro.

A ideia do projeto é aumentar ainda mais as exportações desse tipo de produto. Dados de janeiro de 2024 da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que os números das remessas de commodities para o exterior foram recordes no Brasil no ano passado.

Sem consulta às comunidades

O aval ao empreendimento foi oficializado em dezembro de 2018, quando a empresa GPM assinou um contrato de adesão com o governo federal e a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). E, desde 2017, o avanço do empreendimento se apoia num acordo de parceria com a associação quilombola da Nova Ilha do Cajual.

Procurado pela DW, o diretor da empresa Grão-Pará Maranhão, Paulo Salvador, afirmou que “a única comunidade tradicional com direitos na ilha do Cajual, no município de Alcântara, é a comunidade quilombola, representada pela Associação Quilombola da Ilha do Cajual”. Segundo ele, a empresa “mantém um bom entendimento contratual com essa associação, incluindo participações financeiras em favor da comunidade, como registrado em documentos oficiais”.

Porém, o acordo assinado com associação quilombola da Nova Ilha do Cajual não inclui todas as outras comunidades em risco de impacto nos arredores da ilha onde estará o porto – e, sobretudo, ao longo da ferrovia planejada.

“O acordo é totalmente ilegal”, afirmou, em entrevista à DW, o defensor público Yuri Costa. “Desrespeita as normas do plano internacional que preveem consultas prévias às comunidades tradicionais e as normas da legislação brasileira”. Além disso, diz ele, a Fundação Palmares, que representa a articulação das comunidades quilombolas no estado, não foi consultada.

O desenvolvimento do complexo vem avançando mesmo sem que as devidas licenças ambientais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) tenham sido concluídas.

O licenciamento ambiental do Ibama não é, necessariamente, um pré-requisito jurídico para assinatura de um memorando de entendimento. Mas o licenciamento prevê que as comunidades em risco sejam previamente consultadas, sendo informadas plenamente sobre os potenciais impactos do projeto. Também a convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para a proteção dos direitos dos povos indígenas, da qual a Alemanha é signatária, diz que as comunidades devem ser instruídas previamente.

“O que não aconteceu”, explicou à DW Mikaell de Souza Carvalho, coordenador da organização Justiça nos Trilhos, que fez um levantamento sobre o conhecimento das comunidades a respeito do projeto na região, onde há cerca de 22 municípios que podem ser afetados pelo traçado da ferrovia. A princípio, os trilhos previstos tampouco servirão para o transporte de pessoas, mas apenas para os produtos de exportação.

O levantamento da associação mostra que uma comunidade, Tanque de Valença, não constava no seu mapa, embora deva ser afetada pelo traçado da linha ferroviária. Segundo a organização, o projeto também poderia impactar Áreas de Proteção Ambiental.

“Relações de coerção”

Questionado pela DW, Paulo Salvador, da GPM argumentou que “o traçado da ferrovia está sendo planejado em uma área já alterada pela atividade humana, evitando áreas ambientalmente protegidas, vilarejos e assentamentos, e promovendo a preservação das florestas nativas, que não serão afetadas pelo projeto”.

As comunidades têm o direito de escolher sobre os seus acordos, disse Costa. Mas ele explicou que a defensoria pública está em contato com a comunidade da ilha para entender possíveis relações de coerção. “Não sabemos em que condições assinaram este acordo em 2017, não sabemos como foram informados”.

Um membro de uma comunidade que vive nos arredores da ilha e que não quis ter seu nome revelado pela reportagem também contestou à DW que “a maioria das pessoas na comunidade da Nova Ilha do Cajual não sabe ler nem escrever”.

Procurada pela DW, Vanda Almeida Pereira, a vice-presidente da associação quilombola da Ilha do Cajual, afirmou que não concederia entrevista por telefone.

Prejuízos sociais e ambientais

A área quilombola da Nova Ilha do Cajual deverá ser a mais impactada pelo futuro terminal portuário – especialmente a atividade pesqueira, que garante o sustento de comunidades ao redor. Segundo Yuri Costa, o processo para a regularizar o território está pendente há mais de dez anos (desde 2007) no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, o Incra. O título oficial e definitivo como território quilombola daria garantias às famílias que moram na região.

Além disso, em 2018, o Ibama apontou no seu relatório de visita técnica que a ilha tem fragilidades sociais e ambientais que podem ser agravadas com a implementação do projeto. Localizada na Área de Proteção Ambiental das Reentrâncias Maranhenses, os ecossistemas do território são habitados por várias espécies terrestres e marinhas, como lontras e golfinhos, e cerca de 150 mil aves migratórias estacionam na ilha anualmente – uma delas é o guará, ave ameaçada de extinção.

A região é igualmente conhecida por abrigar uma importante área arqueológica brasileira, com vestígios de fósseis de pelo menos 95 milhões de anos.

Hidrogênio verde para a Alemanha

A Alemanha vê no Brasil um fornecedor estratégico do hidrogênio verde para concretizar sua virada energética e cumprir as metas climáticas do país europeu. Porém, ainda há desafios logísticos para exportar o combustível renovável.

De olho nessa produção, a Deutsche Bahn, maior empresa de seu ramo no mundo, assinou o memorando de entendimento com a GPM. Posteriormente, deverá se tornar a operadora da ferrovia. A operação será feita em parceria com o parceiro local Sysfer, com a DB Engineering & Consulting como operador-sombra (entre outros aspectos, responsável por revisar a engenharia, definindo os requisitos de operação).

Com o início das construções previstas para os próximos dois anos, a ideia é oferecer pelo menos a nova infraestrutura portuária, a partir de 2027, para atender as exportações de commodities.

Mas São Luís já tem dois portos, o de Itaqui e o Ponta da Madeira – e projeta o futuro Porto de São Luís, que ainda não saiu do papel. Os idealizadores do projeto Grão Pará Maranhão defendem que o novo ancoradouro, construído nos arredores, no município de Alcântara, contribuirá para atender a demanda crescente da exportação de grãos e minérios.

Que danos a ferrovia pode causar?

Da sua comunidade, Piquiá de Baixo, no município de Açailândia, – onde se prevê construir a nova ferrovia –, Flávia da Silva Nascimento, que participou dos protestos em Berlim, já se acostumou a ver os vagões de trens transportando minério que “nunca trouxeram nenhum progresso para os moradores”, diz.

Queixas decorrentes da construção de ferrovias também já são conhecidas pela organização Justiça nos Trilhos, por causa da Estrada de Ferro Carajás, que também já foi duplicada. É principalmente minério de ferro da Vale S.A. que é transportado ao longo dos seus 890 quilômetros. O produto vem sobretudo de Carajás, que abriga as principais jazidas de minérios do Brasil. Juntamente com o Quadrilátero Ferrífero, a região é uma das maiores produtoras de minério de ferro do país e uma das maiores do mundo.

O município de Açailândia, localizado no corredor Carajás, tem grande importância para as operações da Vale, mas há pelo menos três décadas sofre com os efeitos da mineração e com as obras de duplicação da EFC. Nessa cidade, a Vale S.A. mantém uma base de operações e manutenção ferroviária, além de um entreposto de venda de minério de ferro vindo de Carajás.

No distrito industrial de Piquiá de Baixo, em Açailândia, também operam as usinas siderúrgicas da Vale. Devido ao grande número de operários que começaram a circular na região, muitas mulheres e jovens tornaram-se vulneráveis à exploração sexual, explicou a moradora Flávia da Silva Nascimento.

“Já respirou pó de ferro?”, também questionavam os ambientalistas na capital alemã. “Várias formas de poluição – do ar, água e sonora – além de rachaduras nas casas, são problemas gerados pela passagem dos trens. Há a poluição dos rios e igarapés, porque o transporte de minério de ferro é feito com vagões abertos e a poeira se deposita no solo e nos rios. Já temos essa experiência com a Estrada de Ferro Carajás, e não queremos que isso se repita”, disse Carvalho, o coordenador da Justiça nos Trilhos.

O diretor-executivo da empresa Grão-Pará Maranhão, Paulo Salvador, disse à DW que o “foco da ferrovia EF-317 será o transporte de grãos vindos da Ferrovia Norte-Sul, hidrogênio e amônia verdes. O trecho sul, entre Açailândia e Alto Alegre do Pindaré não tem características que possibilitem o transporte de minérios. Apenas o trecho norte – entre Alto Alegre do Pindaré e Alcântara – terá possibilidade de transportar minérios”.

Mas muitos membros das comunidades ao redor duvidam, porque a região está muito vinculada aos projetos da Vale S.A. Ambientalistas ouvidos pela DW disseram também que boa parte dos ecossistemas ao redor da nova ferrovia podem ser afetados. “No Maranhão, além da presença de comunidades tradicionais, há os grupos indígenasisolados que dependem da caça para sobreviver. Uma ferrovia afeta o modo de vida dos animais. Não adianta dizer que o traçado está a 10-20 km quando afeta todo o ecossistema”, explicou Carvalho, da Justiça dos Trilhos, à DW.

“Empreendimento não envolverá ferrovia”

Salvador, da GPM, afirmou que “neste momento, só o terminal portuário está em fase de licenciamento, ainda em fase inicial, e, portanto, o empreendimento não envolverá a construção de ferrovia […]”. Mas não esclareceu o que significa “licenciamento ambiental integrado porto e ferrovia”, como consta na página do projeto.

Ainda não se sabe se o empreendimento da ferrovia vai sair do papel. À DW, um membro da comunidade Porto Novo Cujupe, onde vivem cerca de 160 famílias em frente à Ilha do Cajual, na parte continental, disse ainda não saber os impactos do futuro Terminal Portuário de Alcântara. “Primeiro falaram que íamos fazer uma assembleia em São Luís, mas nada com a empresa. Iam tentar buscar alguém da empresa para nos esclarecer. Era para ser em março esta reunião, mas não foi feito”, explicou.

E a Deutsche Bahn?

“Do ponto de vista jurídico a chamada Lei da Cadeia de Suprimentos, que entrou em vigor no ano passado na Alemanha, obriga as empresas a uma análise de precaução para evitar os riscos ao meio ambiente e a violação dos direitos humanos”, afirmou, em Berlim, junto aos que protestavam, o jornalista alemão Christian Russau, que tem pesquisado a influência da estatal de trens alemã Deutsche Bahn na construção do megaprojeto no Brasil.

Questionada sobre se tinha consciência de que não há licenças ambientais concluídas para o projeto porto-ferroviário no Maranhão, e de que muitas comunidades não foram ouvidas, a Deutsche Bahn respondeu que “uma eventual participação pressupõe que, entre outras coisas, os eventuais requisitos ambientais sejam confirmados por um organismo independente da Grão-Pará Maranhão”, e disse que “neste momento a participação da DB Engineering & Consulting (DB E&C) no projeto está excluída”.

Por isso, entre os que protestavam em Berlim contra a participação da DB no megaprojeto na Amazônia, o jornalista alemão Christian Russau explicava: “A Alemanha financia muitos projetos que protegem o meio ambiente. Mas não pode dizer que quer proteger a Amazônia e, ao mesmo tempo, participar de projetos que violam direitos humanos – isso é inaceitável”.

O post O estrago que uma ferrovia da Deutsche Bahn pode causar no Brasil apareceu primeiro em ISTOÉ DINHEIRO.

EMPRESA QUER COMPRAR A SAF DO CORINTHIANS

 

História de Raisa Simplicio – GOAL

A OTB Sports, empresa de gerenciamento de atletas, agitou a torcida do Corinthians na última segunda-feira (15) ao publicar uma nota confirmando o interesse em adquirir o Corinthians em modelo de SAF. A informação tinha sido publicamente inicialmente pelo jornalista Juca Kfouri.

“A empresa está oficialmente mandatada para negociar a compra do Sport Club Corinthians Paulista, em uma operação que prevê, entre outras coisas, a resolução da dívida integral do clube e um compromisso futuro de abertura de capital para proporcionar ao torcedor a possibilidade de se tornar acionista do seu time”, disse a empresa em uma de suas redes sociais.

Quem é a OTB Sports?

Paolo Guerrero Peru

Paolo Guerrero Peru© Fornecido por GOAL

A OTB Sports foi fundada pelos sócios Marcelo Goldfarb e Bruno Paiva com o foco em gerenciamento de carreiras. Marcelo, inclusive, é filho de Bernardo Goldfarb, que participou da vida política do Corinthians entre os anos de 1970 a 1980 e também é fundador das lojas Marisa.

A OTB tem uma extensão lista com mais de 30 atletas entre seus clientes, como Paolo Guerrero, Du Queiroz e o goleiro Weverton. Seedorf aparece no site da empresa como embaixador.

Corinthians negou o contato

Augusto Melo

Augusto Melo© Fornecido por GOAL

Após a confirmação por parte da OTB, o Corinthians soltou um comunicado negando ter recebido contato oficial da empresa, que envolveria a resolução da atual dívida do clube por meio da SAF.

“O Sport Club Corinthians Paulista informa que nunca recebeu qualquer contato oficial da OTB Sports para tratar sobre assuntos relacionados às dívidas do Corinthians”.

Por meio do presidente Augusto Melo, o clube também afirma que não autorizou ninguém a tratar sobre o tema.

Relatório apontou SAF como uma das soluções

Alessandro e Duílio Monteiro Alves Corinthians

Alessandro e Duílio Monteiro Alves Corinthians© Fornecido por GOAL

Um relatório entregue em maio pela Ernst & Young, empresa contratada pelo Corinthians para consultoria e planejamento estratégico, apontou a SAF como uma das soluções para a dívida de quase R$ 2 bilhões do clube.

No relatório, a empresa também destacou a recuperação judicial como uma saída.

Flamengo como exemplo

Eduardo Bandeira de Mello

Eduardo Bandeira de Mello© Fornecido por GOAL

Segundo apurou a GOAL, o presidente Augusto Melo é resistente ao tema de SAF neste momento. Ele definiu como principal objetivo a tentativa de recuperar o Corinthians nos moldes do projeto desenvolvido pelo Flamengo no início de 2013, durante a gestão de Eduardo Bandeira de Mello.

Na ocasião, inclusive, a Ernst & Young também foi contratada para indicar caminhos ao time carioca de olho na recuperação financeira do clube. O Flamengo optou por trabalhar o ganho de caixa no curto prazo e alongar a dívida.

No relatório, a empresa indicou a contratação de um CEO ao Corinthians, e o clube foi atrás justamente de Fred Luz, que assumiu o mesmo cargo no Flamengo, na gestão Bandeira de Mello.

ESTRATÉGIAS EMPRESARIAIS PARA CUIDAR DAS FINANÇAS PESSOAIS

 

História de Oferecimento Kamino – Catraca Livre

Confira abaixo algumas dicas importantes para arrumar a vida financeira com profissionalismo

Confira abaixo algumas dicas importantes para arrumar a vida financeira com profissionalismo© Banco de Imagens | Depositphotos.com

No mercado empresarial, cada movimento financeiro é calculado e pensado de modo estratégico, visando o crescimento e a sustentabilidade.

Essa meticulosidade e planejamento podem ser igualmente aplicados às finanças pessoais, transformando a maneira como você gerencia o seu dinheiro.

Ao adotar estratégias empresariais no controle das finanças pessoais, é possível alcançar uma maior estabilidade financeira e cumprir nossos objetivos de vida.

Nesse contexto, Guto Fragoso, CFO da Kamino, criadora de uma plataforma de gestão financeira para empresas, compartilha insights valiosos adaptados do mundo dos negócios para o seu bolso.

Confira abaixo algumas dicas importantes para arrumar a vida financeira com profissionalismo. 

1 – Planejamento estratégico para o futuro

Toda empresa de sucesso inicia com um plano estratégico robusto, que mapeia o caminho para alcançar objetivos claros e mensuráveis. Na gestão das finanças pessoais, o planejamento estratégico é igualmente crucial. 

Definir objetivos financeiros a curto, médio e longo prazo é o primeiro passo para uma vida financeira organizada.

Seja economizar para uma viagem dos sonhos, investir em educação ou preparar-se para a aposentadoria, estabelecer metas claras é fundamental. 

Com objetivos definidos, você pode criar um plano de ação para transformá-los em realidade.

Passo a passo para criar um planejamento estratégico

  • Defina Objetivos Claros: Especifique suas metas financeiras de curto, médio e longo prazo, como economizar para uma viagem, comprar uma casa ou preparar-se para a aposentadoria;
  • Analise sua Situação Financeira Atual: Faça um balanço de suas receitas, despesas, dívidas e investimentos para entender seu ponto de partida;
  • Crie um Orçamento: Baseado na sua análise, estabeleça um orçamento que aloque recursos para suas necessidades, desejos e economias;
  • Estabeleça um Fundo de Emergência: Antes de investir, assegure-se de ter reservado um fundo para emergências, cobrindo de 3 a 6 meses de despesas;
  • Priorize o Pagamento de Dívidas: Identifique e elabore um plano para pagar dívidas de alto juro, como cartões de crédito ou empréstimos pessoais;
  • Invista para o Futuro: Após criar um fundo de emergência e controlar suas dívidas, comece a investir com foco nos seus objetivos de longo prazo;
  • Revise e Ajuste Regularmente: O planejamento estratégico não é estático. Revise suas finanças e metas regularmente para adaptá-las conforme necessário;
  • Use Ferramentas e Recursos: Aproveite ferramentas digitais e aplicativos de finanças para monitorar seu progresso e ajustar seu plano de forma prática. A automação financeira pode ser uma grande aliada. 

2 – Orçamento detalhado: o coração das finanças

No coração de uma gestão financeira eficaz, seja em empresas ou na vida pessoal, está o orçamento detalhado.

Monitorar cada centavo que entra e sai não apenas ajuda a controlar as despesas, mas também a identificar oportunidades de economia. 

Ferramentas digitais modernas podem simplificar esse processo, permitindo um acompanhamento em tempo real de suas finanças.

Isso possibilita uma visão clara de onde seu dinheiro está sendo investido e onde ajustes podem ser feitos para otimizar a economia.

Passo a passo para criar um orçamento detalhado 

  • Anote todas as fontes de rendimento: Inclua salário, rendas extras e eventuais ganhos;
  • Separe as despesas em fixas e variáveis: Fixas incluem aluguel e contas regulares; variáveis abrangem alimentação, lazer e compras esporádicas;
  • Utilize aplicativos ou planilhas para monitorar cada gasto: Faça disso uma prática diária para manter o controle;
  • Defina limites de gastos para categorias variáveis: Estabeleça um teto máximo que possa gastar em entretenimento, roupas, entre outros;
  • Reserve uma parte da renda para poupança e investimentos: Faça isso no início do mês, considerando-o como uma despesa fixa;
  • Revise seu orçamento mensalmente: Adapte-o conforme mudanças na renda ou nas despesas;
  • Corte gastos desnecessários: Avalie suas subscrições e hábitos de consumo para reduzir custos;
  • Planeje para despesas futuras: Antecipe e aloque recursos para gastos conhecidos no futuro, como impostos ou manutenção do carro;
  • Busque sempre a melhor oferta antes de fazer compras: Compare preços, procure descontos e promoções;
  • Diferencie necessidades de desejos: Foque em gastos essenciais e questione cada compra baseada em desejo, avaliando seu impacto no orçamento;

3 – Investimento inteligente: expandindo seu patrimônio

Assim como a diversificação é essencial para o crescimento e a segurança de uma empresa, a diversificação dos investimentos é vital para a saúde financeira pessoal.

Investir não é apenas sobre crescimento do patrimônio, mas também sobre a redução de riscos. 

Se você ainda não olha para esta categoria como uma fonte de renda extra, talvez seja o momento de começar. 

Passo a passo para fazer investimentos inteligentes

  • Eduque-se sobre as opções de investimento: Dedique tempo para entender ações, fundos de investimento, renda fixa e outras opções disponíveis;
  • Diversifique sua carteira de investimentos: Não coloque todos os ovos na mesma cesta; distribua seus investimentos em diferentes ativos para reduzir riscos;
  • Comece com um valor pequeno: Inicie seus investimentos com quantias que esteja confortável em perder, especialmente se for iniciante;
  • Defina seus objetivos financeiros: Saiba para que está investindo, seja para a aposentadoria, compra de uma casa ou educação dos filhos, e escolha os investimentos que melhor se alinham a esses objetivos;
  • Avalie seu perfil de risco: Compreenda sua tolerância ao risco para fazer escolhas de investimento que estejam em conformidade com seu nível de conforto;
  • Use o poder dos juros compostos: Invista a longo prazo para aproveitar a capacidade dos juros compostos de aumentar seu patrimônio;
  • Reinvista os dividendos: Ao invés de gastar os dividendos recebidos, considere reinvesti-los para acelerar o crescimento do seu patrimônio;
  • Revise e ajuste sua carteira regularmente: Analise seu portfólio pelo menos uma vez por ano para fazer ajustes conforme mudanças nos objetivos, no mercado ou em seu perfil de risco.

4 – Construa uma reserva de emergência

A criação de um fundo de emergência é uma prática empresarial prudente que também se aplica às finanças pessoais.

Ter uma reserva financeira equivalente a pelo menos seis meses de despesas garante uma rede de segurança contra imprevistos, evitando a necessidade de endividamento em momentos críticos. 

Saiba que essa é uma tarefa que exige muito mais planejamento, do que verba para aplicar no fundo de emergência. 

Passo a passo para criar uma reserva inteligente

  • Calcule suas despesas mensais: Some todas as suas despesas fixas e variáveis para determinar o montante necessário para viver por mês;
  • Estabeleça uma meta de poupança: Como regra geral, vise acumular o suficiente para cobrir de 3 a 6 meses de despesas vivendo sem renda;
  • Abra uma conta separada para a reserva de emergência: Isso evita a tentação de gastar o dinheiro reservado para emergências;
  • Comece pequeno, mas seja consistente: Se não puder poupar muito de uma vez, comece com pequenas quantias regularmente. O importante é criar o hábito de poupar;
  • Automatize suas economias: Configure transferências automáticas para sua reserva de emergência logo após receber seu salário;
  • Revise seu orçamento para encontrar oportunidades de economia: Corte despesas desnecessárias para aumentar a quantia que você pode poupar a cada mês;
  • Use bônus, reembolsos de impostos e outras rendas extras para impulsionar sua reserva: Dinheiro extra recebido pode acelerar a construção do seu fundo de emergência;
  • Evite tocar nesse fundo, exceto em verdadeiras emergências: Defina claramente o que constitui uma emergência (como despesas médicas inesperadas ou perda de emprego), para não gastar o fundo impulsivamente;
  • Reavalie sua reserva de emergência anualmente: À medida que suas despesas mensais ou situação de vida mudam, ajuste o tamanho do seu fundo de emergência conforme necessário;
  • Mantenha a reserva em um investimento de fácil acesso e baixo risco: Certifique-se de que o dinheiro esteja disponível rapidamente quando precisar, mas em uma conta que ofereça algum retorno, como uma conta poupança de alta rentabilidade ou fundo de investimento de curto prazo.

Revise as suas finanças pessoais com um olhar de empresa

O ambiente de negócios está em constante evolução, e a flexibilidade para adaptar estratégias conforme necessário é chave para o sucesso. O mesmo princípio se aplica à gestão das finanças pessoais. 

Revisões regulares permitem ajustes que refletem mudanças na vida pessoal, no mercado e em seus objetivos financeiros.

Ao seguir os passos anteriores apresentados neste conteúdo, sem dúvida você terá mais controle de sua vida financeira.

Esse foi um conteúdo produzido em parceria com a Kamino, uma fintech que tem revolucionado como as empresas gastam através de uma plataforma de contas a pagar com automação e segurança, e esperamos que esses ensinamentos também possam organizar o seu bolso pessoal.


A IMPLEMENTAÇÃO EFICAZ DE IA FICA LIMITADA À FALTA DE CONHECIMENTOS E OU EXPERIÊNCIA

 

Por Ligia Fujimoto – Diretora de Marketing da Objective

Como a inovação tecnológica pode transformar as operações de marketing ao superar barreiras técnicas e integrar IA de forma estratégica para maximizar a produtividade, a eficiência e o retorno sobre o investimento

A inteligência artificial (IA) está redefinindo o panorama tecnológico, promovendo inovações que eram inimagináveis há alguns anos. Segundo o estudo Global AI Adoption Index, apenas no Brasil, 41% das empresas já implementaram ativamente Inteligência Artificial em suas operações.

Em questões financeiras, a expectativa é que o mercado de Inteligência Artificial cresça a uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 31,22% nos próximos cinco anos, indicando uma expansão na adoção dessa tecnologia em vários setores, principalmente nas áreas de marketing. Ou seja, equipes de marketing que adotarem tecnologias de IA e automação desde já vão sair na frente, não apenas revolucionando a maneira de se comunicarem e interagirem com seus consumidores, mas com alto ganho de produtividade e melhor retenção de talentos.

No entanto, apesar desse potencial transformador, grande parte das equipes de marketing estão usando a GenAI apenas para algumas tarefas operacionais, como geração de conteúdos e criativos. Para ter ganhos ainda maiores de produtividade e otimização do trabalho, é necessário ir além e aprofundar o uso, através de automações e integrações entre diversos sistemas, possibilitando extrair o máximo das diversas ferramentas já utilizadas e direcionar o time para tarefas mais estratégicas.

Entretanto, implementar essas soluções de IA em marketing apresenta uma série de desafios que os profissionais precisam enfrentar para obter sucesso, desde a falta de conhecimento técnico, preocupações com segurança e a dificuldade em integrar a GenAI nos processos e ferramentas, até desafios com estratégias de marketing e medir o retorno sobre o investimento (ROI).

Baseado no mesmo estudo Global AI Adoption Index, 17% das empresas apontam ter habilidades de IA limitadas e falta de conhecimento e/ou experiência. A implementação eficaz de IA requer competências específicas que podem estar fora do escopo das habilidades tradicionais de marketing.

Para uma implementação bem-sucedida de IA em marketing, é importante encarar os desafios com uma estratégia bem definida, que inclui a garantia de dados de alta qualidade, a medição precisa do ROI, a integração adequada com sistemas existentes, a proteção da privacidade dos dados e o investimento em habilidades e treinamento da equipe. Além disso, manter-se atualizado com as tendências e tecnologias emergentes é essencial para aproveitar ao máximo as capacidades da GenAI.

Para isso, investir em empresas experts em tecnologia e inovação é a melhor alternativa para apoiar empresas que querem surfar nessa onda com a garantia de utilizar plenamente o potencial da IA com segurança, alinhada às políticas de TI e obter o real retorno, que vai desde ganhos de produtividade, redução de custos, até inovações.

Algumas dessas empresas, oferecem soluções que apoiam os gestores a reduzirem os riscos de investimentos garantindo ROI positivo, como o caso a solução AI Labs da Objective, que atua tanto na definição da estratégia de aplicação da IA, identificando processos e experiências que podem oferecer maior ganho com menores riscos, até a criação e implantação de plataformas com GenIA personalizadas e consumidas no modelo SaaS.

Caso de aplicação com AI Labs

Entre tantas possibilidades e desafios da área de marketing, a Objective, empresa especializada em experiências digitais, oferece o AI Labs, um laboratório de inovação focado em desenvolver e prototipar soluções de IA que são tão seguras quanto eficientes.

A união do conhecimento técnico em mais de 28 anos de atuação em desenvolvimento de sistemas e o entendimento consolidado de negócios, com mensuração de ROI e definição de metas claras, direciona os projetos da Objective para um desenvolvimento de soluções personalizadas e alinhadas à estratégia corporativa, com diferentes modelos de contratação.

Os casos de aplicação vão desde especialistas digitais de conteúdo, que envolve automações para SEO, com organização de banco de dados e sugestão de melhorias baseadas nos critérios de SEO onpage até sugestão de novos conteúdos e traduções automatizadas em diversos idiomas com alta qualidade e velocidade.

Além disso, em conjunto com plataformas de experiências digitais (DXP), existem inúmeras possibilidades voltadas à experiência dos consumidores, com sugestão de conteúdo para as páginas baseadas no comportamento dos consumidores ou otimizações voltadas para a conversão. Já do ponto de vista de atendimento ao cliente, os chatbots também ganharam um novo patamar, ainda mais inteligentes, tanto na captação de dados quanto na interação em si com respostas mais precisas e uma conversação natural.

Já, para os líderes de CX e atendimento, o desafio de ter pessoas bem treinadas e seguindo adequadamente os processos pode ser minimizado com o uso da GenAI para categorizar chamados e reclamações, avaliar sentimentos, direcionar próximos passos com base em processos bem estruturados e dados históricos, e ainda sugerir ou enviar diretamente as respostas aos clientes, reduzindo tempo de atendimento, elevando a performance de todo o time e melhorando a satisfação dos consumidores.

Esses são apenas alguns dos casos práticos. Para conhecer outros cases e saber mais sobre como destravar a IA Generativa na sua equipe de marketing, alcançando redução de custos, eficiência e produtividade, baixe agora o e-book Inteligência Artificial na prática e conheça o total impacto da IA quando utilizada de forma estratégica.

A Startup Valeon reinventa o seu negócio

Enquanto a luta por preservar vidas continua à toda, empreendedores e gestores de diferentes áreas buscam formas de reinventar seus negócios para mitigar o impacto econômico da pandemia.

São momentos como este, que nos forçam a parar e repensar os negócios, são oportunidades para revermos o foco das nossas atividades.

Os negócios certamente devem estar atentos ao comportamento das pessoas. São esses comportamentos que ditam novas tendências de consumo e, por consequência, apontam caminhos para que as empresas possam se adaptar. Algumas tendências que já vinham impactando os negócios foram aceleradas, como a presença da tecnologia como forma de vender e se relacionar com clientes, a busca do cliente por comodidade, personalização e canais diferenciados para acessar os produtos e serviços.

Com a queda na movimentação de consumidores e a ascensão do comércio pela internet, a solução para retomar as vendas nos comércios passa pelo digital.

Para ajudar as vendas nos comércios a migrar a operação mais rapidamente para o digital, lançamos a Plataforma Comercial Valeon. Ela é uma plataforma de vendas para centros comerciais que permite conectar diretamente lojistas a consumidores por meio de um marketplace exclusivo para o seu comércio.

Por um valor bastante acessível, é possível ter esse canal de vendas on-line com até mais de 300 lojas virtuais, em que cada uma poderá adicionar quantas ofertas e produtos quiser.

Nossa Plataforma Comercial é dividida basicamente em página principal, páginas cidade e página empresas além de outras informações importantes como: notícias, ofertas, propagandas de supermercados e veículos e conexão com os sites das empresas, um mix de informações bem completo para a nossa região do Vale do Aço.

Destacamos também, que o nosso site: https://valedoacoonline.com.br/ já foi visto até o momento por mais de 245.000 pessoas e o outro site Valeon notícias: https://valeonnoticias.com.br/ também tem sido visto por mais de 5.800.000 de pessoas, valores significativos de audiência para uma iniciativa de apenas três anos. Todos esses sites contêm propagandas e divulgações preferenciais para a sua empresa.

Temos a plena certeza que o site da Startup Valeon, por ser inédito, traz vantagens econômicas para a sua empresa e pode contar com a Startup Valeon que tem uma grande penetração no mercado consumidor da região capaz de alavancar as suas vendas.

E-Mail: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

Fones: (31) 98428-0590 / (31) 3827-2297

terça-feira, 16 de julho de 2024

TENTATIVA DE BOLSONARO DE PROTEGER O FILHO É CRIME?

 

História de Pedro Augusto Figueiredo e Zeca Ferreira – Jornal Estadão

Especialistas ouvidos pelo Estadão avaliam que Jair Bolsonaro (PL), o deputado federal Alexandre Ramagem (PL) e o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, podem ter incorrido em crimes se tiverem levado a cabo a estratégia debatida em uma reunião realizada em 2020 de ações para tentar anular a investigação contra o senador Flávio Bolsonaro (PL) no inquérito que apurava a suposta prática de “rachadinha” em seu gabinete quando era deputado estadual no Rio de Janeiro. A maior parte dos entrevistados pondera que é necessário que a investigação da Polícia Federal descubra se o plano traçado no encontro foi de fato executado para que os supostos crimes sejam comprovados e os envolvidos, punidos.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), levantou nesta segunda-feira, 15, o sigilo da gravação da reunião, que foi encontrada em um equipamento de Ramagem, então diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Bolsonaro, então presidente da República, Heleno e duas advogadas, Luciana Pires e Juliana Bierrenbach, participaram do encontro. O advogado de Bolsonaro, Fábio Wajngarten, e Ramagem negam irregularidades (veja abaixo).

Jair Bolsonaro concordou, em reunião, procurar cúpula da Receita Federal e do Serpro para tratar de investigação contra Flávio Bolsonaro Foto: Evaristo Sá/AFP

Jair Bolsonaro concordou, em reunião, procurar cúpula da Receita Federal e do Serpro para tratar de investigação contra Flávio Bolsonaro Foto: Evaristo Sá/AFP© Fornecido por Estadão

Acácio Miranda, doutor em Direito Constitucional, avalia que há indícios que Bolsonaro, Heleno e Ramagem incorreram nos crimes de prevaricação e advocacia administrativa ao discutirem e planejarem ações junto à cúpula da Receita Federal e do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) para tentar anular a investigação.

“A prevaricação é deixar de fazer ou fazer alguma coisa, enquanto funcionário público, para satisfazer interesse pessoal. A advocacia administrativa é fazer uso de suas prerrogativas enquanto funcionário público para atuar em prol de alguém. E a improbidade administrativa, que não é propriamente um crime, mas um ilícito civil, é agir de forma desonesta e ilícita”, afirma ele.

Ainda segundo o especialista, Bolsonaro poderia ser enquadrado por crime de responsabilidade que poderia ensejar um impeachment, mas a acusação perdeu sentido porque ele não é mais presidente da República.

A denúncia contra Flávio foi arquivada pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro em 2022 com base em uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) do ano anterior que anulou provas contra o filho “01? do ex-presidente. O STJ concordou com o argumento da defesa de Flávio de que o caso não poderia ter sido julgado por um juiz da primeira instância, no caso Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, porque ele teria foro privilegiado.

A reunião cujo áudio veio a público nesta segunda-feira é anterior à anulação. Um dos caminhos discutidos foi tentar provar que o Relatório de Inteligência Fiscal (RIF) que deu origem à investigação contra Flávio era ilegal. “Se a gente conseguir provar que eles fizeram toda essa apuração, e só depois eles criaram com esse RIF espontâneo. E por meio dessas senhas invisíveis, a gente consegue a nulidade do RIF. A gente consegue anular tudo”, diz a advogada Bierrenbach logo no início da conversa.

Segundo ela, os auditores da Receita Federal teriam uma senha que torna indetectável o acesso feito por eles às bases de dados do órgão. Por isso, seria necessário acionar o Serpro. O órgão teria capacidade de realizar uma investigação e detectar os supostos acessos “invisíveis” aos dados financeiros de Flávio.

A conversa segue e então Bolsonaro afirma: “Caso de conversar com o chefe da Receita […] Ninguém tá pedindo favor aqui. [inaudível] é o caso conversar com o chefe da Receita. O Tostes (José Barroso Tostes Neto)”, diz o ex-presidente, conforme transcrição do áudio feita pela Polícia Federal.

O ex-chefe do Executivo também sugere procurar Gustavo Canuto, ex-ministro de Desenvolvimento Regional em seu governo. Bolsonaro aparentemente se confunde e acha que Franco é o presidente do Serpro. Na verdade, ele era chefe do Dataprev, empresa de tecnologia e informações da Previdência Social.

“Era ministro meu e foi pra lá. Sem problema nenhum. Sem problema nenhum conversar com ele. Vai ter problema nenhum conversar com o Canuto”, afirma Bolsonaro.

O advogado criminalista Bruno Salles aponta que não é possível cravar que Bolsonaro cometeu crime apenas com base no áudio e que é necessário que a Polícia Federal aprofunde o desdobramento do que foi conversado na reunião.

“Eles tiram a conclusão que deveriam falar com o Tostes, da Receita Federal, e com o Canuto. Isso aconteceu? Foram falar com eles? Falaram em nome do presidente? Foi o presidente que falou ou algum enviado dele? Se isso realmente aconteceu, temos uma situação séria que pode configurar tráfico de influência e advocacia administrativa”, diz.

Denúncia contra Flávio Bolsonaro no caso da "rachadinha" foi arquivada pelo TJ-RJ após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) FOTO:WILTON JUNIOR/ESTADÃO Foto: Wilton Junior

Denúncia contra Flávio Bolsonaro no caso da “rachadinha” foi arquivada pelo TJ-RJ após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) FOTO:WILTON JUNIOR/ESTADÃO Foto: Wilton Junior© Fornecido por Estadão

Welington Arruda, também advogado criminalista, adota postura semelhante ao considerar que não há irregularidades no mero diálogo em si pois, no “pior cenário”, os envolvidos estavam na fase de cogitação do crime, que não é passível de punição pela Justiça.

“Me parece muito mais um ato de contrainteligência a fim de trazer fatos positivos ao grupo. Por si só, o diálogo não traz irregularidades, exceto se alguma conduta tenha sido perpetrada posterior ao diálogo”, disse ele.

A gravação da reunião foi encontrada em um computador de Ramagem no âmbito da Operação Última Milha, que apura a existência de uma “Abin paralela” para monitorar e espionar adversários e desafetos de Bolsonaro, como jornalistas e membros do Legislativo e do Judiciário. Na sexta-feira, cinco pessoas tiveram as prisões decretadas.

A professora de direito e advogada criminalista Erika Chioca Furlan também avalia que, com base no áudio disponível, não é possível imputar crimes a Bolsonaro, Ramagem ou Heleno. “Seria necessário aprofundar as investigações para verificar se houve algum avanço, pois o que temos até agora é apenas cogitação, e cogitação no iter criminis (caminho do crime) não é punível”, explica a ex-delegada da Polícia Civil de São Paulo.

Erika observa que, ao ouvir o áudio, percebe-se que os participantes da reunião desejavam acessar documentos para facilitar a defesa de Flávio Bolsonaro. No entanto, para ela, não há evidências de que atos em favor do filho do ex-presidente tenham sido praticados. Com essa interpretação, Erika descarta a possibilidade de crimes como advocacia administrativa ou tráfico de influência.

Ela pondera, no entanto, que se algum funcionário foi cooptado para entregar provas em favor de Flávio Bolsonaro, essa prática poderia configurar corrupção passiva. “Ao entregar a prova, o funcionário poderia incorrer em corrupção se recebesse algum tipo de vantagem, ainda que indireta, como uma promoção ou a manutenção do cargo”, explica. Além disso, ressalta que a prova entregue pelo funcionário se tornaria ilícita e não poderia ser utilizada no inquérito.

Após a divulgação do áudio, o assessor e advogado de Bolsonaro Fabio Wajngarten saiu em defesa do ex-presidente, dizendo que a conversa “só reforça o quanto o presidente ama o Brasil e o seu povo”. “Aos 47’05? da tal gravação [Bolsonaro diz]: ‘E, deixar bem claro, a gente nunca sabe se alguém tá gravando alguma coisa. Que não estamos procurando o favorecimento de ninguém”, escreveu Wajngarten nas redes sociais.

Em vídeo divulgado em suas redes sociais, Alexandre Ramagem disse que Bolsonaro sabia que estava sendo gravado e que havia o aval do então presidente. “Essa gravação não foi clandestina”. Ele disse ainda que o áudio da conversa depois recuperada em seu celular foi descartado. “O presidente sempre se manifestou que não queria jeitinho. Muito menos tráfico de influência.”

CORRIDA ELEITORAL NOS EUA APÓS O ATENTADO CONTRA TRUMP COMO FICA?

 

História de Alexandre Schossler – DW Brasil

Atentado joga todas as atenções sobre Donald Trump. Agora oficialmente candidato republicano, ele fala de união nacional. Campanha democrata encara agora mais um desafio, além das dúvidas sobre competitividade de Biden.

Donald Trump e seu candidato a vice, J.D. Vance, em Dayton, Ohio

Donald Trump e seu candidato a vice, J.D. Vance, em Dayton, Ohio© Shannon Stapleton/REUTERS

Depois da tentativa de assassinato do ex-presidente Donald Trump, todas as atenções dos observadores políticos nos Estados Unidos se voltaram neste o início de semana para a Convenção Nacional do Partido Republicano, que começou nesta segunda-feira (15/07) em Milwaukee, no estado do Wisconsin.

O resultado da convenção já era conhecido de antemão: a candidatura de Trump à Casa Branca foi oficializada. Para seu vice, está indicado o senador do Ohio, J.D. Vance. O que interessa a analistas e observadores é como o atentado contra Trump vai mudar a campanha eleitoral dos EUA, até então dominada por questões sobre a idade e aptidões física e mental do presidente Joe Biden, de 81 anos, pré-candidato à reeleição pelo Partido Democrata.

Entre os fiéis apoiadores do movimento Maga (Make America Great Again, ou “façamos a América grandiosa de novo”, em tradução livre), a tentativa de assassinato certamente vai reforçar a imagem quase divina que eles têm de Trump e confirmar teorias conspiratórias de que ele é perseguido pelo establishment político de Washington – a prova disso seriam os inúmeros processos judiciais que Trump enfrenta.

Também entre aqueles que não votam em Trump de jeito nenhum, o atentado certamente não levará a qualquer reavaliação. Não está claro, porém, como ficará a opinião – e a tendência de voto – dos eleitores indecisos nos swing states, como é o caso do Wisconsin, onde não há preferência clara por um candidato.

“O interessante é como isso [o atentado] vai afetar as cabeças dos eleitores [nos swing states] e como isso vai afetar a cabeça de Donald Trump. Essas são duas questões cruciais”, observou o jornalista Dominic Waghorn, da emissora Sky News.

Trump declarou que seu discurso na convenção republicana ia ser muito diferente do inicialmente previsto

Trump declarou que seu discurso na convenção republicana ia ser muito diferente do inicialmente previsto© GIORGIO VIERA/AFP/Getty Images

Atentado pode impulsionar Trump?

A análise mais recorrente é a de que o atentado eleva as chances de Trump ao colocá-lo no centro das atenções e ainda por cima no papel de vítima. Mas Waghorn apresenta uma outra perspectiva: “Há muito medo em relação a Donald Trump. Ele tem sido muito eficaz em não lembrar os eleitores da loucura que foi a sua primeira campanha e do medo que eles tinham no primeiro mandato de os EUA caírem na violência – e o grande ato de violência política foi o ataque ao Capitólio, pelo qual muitos americanos culpam Trump. [Esses eleitores] vão agora olhar para isso [o atentado] como uma lembrança dos medos que eles tinham de Trump?”, observa Waghorn.

Por essa lógica, Trump deveria agora mirar os indecisos com apelos por moderação – o que foi justamente o que ele fez, ao menos num primeiro momento. Na sua primeira entrevista após o atentado, o republicano disse ao jornal The Washington Examiner que reescreveu o discurso que faria na convenção nacional.

Na entrevista, Trump disse que fará um apelo pela união nacional, mencionando que pessoas de diferentes correntes políticas ligaram para ele. “Esta é uma chance de unir todo o país, até mesmo o mundo inteiro. O discurso será muito, muito diferente do que teria sido há dois dias”, declarou.

Apoiadores de Trump esperam para recebê-lo em Milwaukee: Convenção republicana pode enviar sinais sobre o rumo da corrida presidencial

Apoiadores de Trump esperam para recebê-lo em Milwaukee: Convenção republicana pode enviar sinais sobre o rumo da corrida presidencial© Jim Vondruska/Getty Images

Outras lideranças republicanas também apelaram à moderação. “É um momento sombrio na história do país. É um momento perigoso. E estamos sugerindo que todas as autoridades eleitas, do presidente em diante, tentem realmente unir o país. Precisamos de uma mensagem unificada. Precisamos baixar a temperatura”, declarou o presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, à emissora CNN.

Mesmo assim, Johnson e outros líderes republicanos não deixaram de colocar nos democratas a culpa pela polarização e pelo linguajar agressivo da campanha eleitoral, embora Trump tenha frequentemente usado uma linguagem violenta.

“A premissa central da campanha de Biden é que o presidente Donald Trump é um fascista autoritário que deve ser detido a todo custo. Essa retórica levou diretamente à tentativa de assassinato”, afirmou o candidato a vice J.D. Vance. Analistas disseram que a escolha de Vance como vice de Trump seria um sinal de que a campanha republicana não baixaria o tom nos próximos meses.

Democratas perante mais um desafio

Do lado democrata, o atentado coloca a equipe de Biden perante mais um desafio, à parte as crescentes dúvidas internas sobre se o presidente seria mesmo o melhor candidato para derrotar Trump e que ganharam força depois da desastrosa participação do democrata no debate da emissora CNN.

Biden, que já rotulou Trump de uma ameaça à democracia, deu uma pausa nessa mensagem. Logo após o ataque de sábado à noite, a campanha democrata divulgou que estava suspendendo comerciais de televisão, incluindo aqueles que atacavam Trump e suas propostas.

Biden se dirigiu à nação em pronunciamento:

Biden se dirigiu à nação em pronunciamento:© Erin Schaff/Pool/REUTERS

O presidente também adiou uma viagem planejada para o Texas nesta segunda-feira, onde falaria sobre o 60º aniversário da Lei dos Direitos Civis na biblioteca presidencial Lyndon B. Johnson. Uma entrevista à emissora NBC News ocorrerá agora na Casa Branca, em vez de no Texas, como inicialmente planejado.

Biden enfatizou “a necessidade de baixarmos a temperatura em nossa política”, conclamando a população a “lembrar que, embora possamos discordar, não somos inimigos”. “Nos Estados Unidos, resolvemos nossas diferenças nas urnas, não com balas”, acrescentou o presidente na noite de domingo, num pronunciamento à nação na Casa Branca. “O poder de mudar os Estados Unidos deve sempre estar nas mãos do povo, não nas mãos de um possível assassino”, disse.

É possível que o atentado ao oponente republicano interrompa, ao menos temporariamente, as querelas internas sobre a manutenção ou não de Biden como candidato diante da questão mais urgente de como atacar Trump depois de ele ter sido vítima de um atentado.

“Biden agora enfrenta um dos mais complexos testes de habilidade presidencial dos últimos anos. Ele está abraçando seu dever [presidencial] de proteger o discurso político – até mesmo o de um oponente – e pediu uma investigação das possíveis falhas do Serviço Secreto [responsável pela segurança de presidentes e candidatos] no ataque. Ao mesmo tempo, ele está tentando reavivar sua própria sorte política com uma postura presidencial, mas sem deixar de enfrentar Trump”, observou o analista da CNN Stephen Collinson.

“Biden agora enfrenta a difícil decisão sobre quando voltar à ofensiva contra Trump – uma decisão que pode estar condicionada ao tom que seu rival adotar. Mas Biden sinalizou sutilmente, no seu pronunciamento, que não diminuirá suas advertências de que seu antecessor e possível sucessor representa uma ameaça às liberdades democráticas que definem a alma dos Estados Unidos”, afirmou o jornalista.

GOOGLE MIRA A COMPRA DA STARTUP WIZ FAZENDO A AQUISIÇÃO MAIS CARA JÁ REALIZADA

 

História de Nico Grant e Lauren Hirsch – Jornal Estadão

Google, que se tornou uma das empresas mais valiosas do mundo por meio de seu mecanismo de busca e de outros serviços de internet, está se aproximando da maior aquisição de sua história para melhorar o que pode oferecer a clientes empresariais.

A gigante está em negociações para comprar a Wiz, startup de segurança cibernética sediada em Nova York, de acordo com três pessoas com conhecimento das negociações. A Wiz foi avaliada pela última vez em US$ 12 bilhões.

Google mira a compra da startup Wiz por US$ 23 bilhões Foto: Google/Divulgação

Google mira a compra da startup Wiz por US$ 23 bilhões Foto: Google/Divulgação© Fornecido por Estadão

As empresas estimaram o negócio em cerca de US$ 23 bilhões, fazendo dele a aquisição mais cara do Google, valendo quase o dobro da compra da Motorola Mobility em 2012. Embora o acordo pareça provável, as negociações ainda podem fracassar, disseram fontes.

O Google e a Wiz não responderam aos pedidos de comentários.

Google desafia reguladores

O Google avançou com as negociações apesar da possibilidade de os órgãos reguladores tentarem bloquear o acordo. Mas a empresa pode estar disposta a lutar para fortalecer sua divisão de computação em nuvem, que fica atrás da Amazon Web Services e do Microsoft Azure.

O Google foi processado pelo Departamento de Justiça em dois casos antitruste separados, um visando seu mecanismo de busca e outro buscando desmembrar seu negócio de tecnologia de publicidade digital. Um veredicto no caso da busca é esperado ainda neste ano.

Os órgãos reguladores sob o comando do presidente Joe Biden adotaram uma linha dura contra as aquisições de todos os gigantes da tecnologia e a consolidação corporativa em geral. Eles bloquearam negócios como a aquisição da rival Simon & Schuster pela gigante editorial Penguin Random House por US$ 2,18 bilhões e a aquisição da Spirit Airlines pela JetBlue por US$ 3,8 bilhões. A Amazon abandonou a aquisição da iRobot por US$ 1,7 bilhão após a resistência dos órgãos reguladores da Europa e dos EUA. E a Comissão Federal de Comércio (FTC) tentou, sem sucesso, bloquear a aquisição da empresa de videogames Activision pela Microsoft.

Cautela nas compras

Durante anos, os executivos do Google se concentraram em ganhar dinheiro fora da publicidade online, mas a ferramenta de pesquisa do Google, o YouTube e suas outras plataformas ainda geram três quartos da receita do Google. A compra da Wiz não mudaria a situação da noite para o dia, mas criaria uma conexão entre o Google Cloud e as empresas que usam a Wiz para proteger os dados mantidos no AWS, Azure e outros sistemas de computação em nuvem.

Uma compra tão chamativa seria incomum para o Google, que tem sido cauteloso em relação a grandes aquisições. Menos de dois anos depois de comprar a Motorola por US$ 12,5 bilhões, o Google a vendeu para a fabricante de computadores Lenovo – com prejuízo. Mais recentemente, em 2021, o Google pagou US$ 2,1 bilhões pela empresa de rastreamento de condicionamento físico FitBit, um negócio que também enfrentou escrutínio regulatório antes de ser aprovado.

O Google fez também uma série de aquisições para melhorar o que pode oferecer aos clientes de computação em nuvem. Em 2022, comprou a Mandiant, uma empresa de segurança cibernética, por US$ 5,4 bilhões. No mesmo ano, comprou a Siemplify, outra empresa de segurança cibernética.

Thomas Kurian, executivo-chefe do Google Cloud, liderou o esforço para comprar a Wiz, disse uma das pessoas familiarizadas com as negociações. Ele tem procurado fazer da segurança cibernética um ponto forte de sua divisão, e a Wiz ajudaria muito nesse sentido. A startup tenta ajudar clientes corporativos, incluindo BMW, Slack e Morgan Stanley, a reduzir as ameaças à segurança quando usam serviços de computação em nuvem.

A Wiz, que foi fundada em Israel em 2020 e agora está sediada em Nova York, disse em maio que havia levantado US$ 1 bilhão em financiamento e agora estava avaliada em US$ 12 bilhões. A empresa tem crescido rapidamente. No início deste ano, ela disse que tinha US$ 350 milhões em receita recorrente anual, em comparação com US$ 100 milhões dois anos antes.

Os investidores da Wiz incluem Andreessen Horowitz, Lightspeed Venture Partners e Thrive Capital.