domingo, 14 de julho de 2024

ILAÇÕES DA PF CONTRA EX-CHEFE DA ABIN PARA ATINGIR BOLSONARO

 

História de Redação – IstoÉ Dinheiro

O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) vai prestar depoimento na próxima quarta-feira, 17, sobre as descobertas da Operação Última Milha, que investiga suposto monitoramento ilegal de opositores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Será a primeira vez que Ramagem, que dirigiu a Abin durante o governo Bolsonaro, vai ser questionado sobre o tema pelos investigadores.

A PF quer que Ramagem dê esclarecimentos sobre o que foi identificado na operação, que teve a quarta fase deflagrada nesta quinta-feira, 11. Entre as provas coletadas pelos investigadores, está a gravação de uma reunião entre o deputado federal e o ex-presidente, onde foi discutido um plano para anular o inquérito das “rachadinhas”, que mirou o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

No áudio, Ramagem diz que “seria necessária a instauração de um procedimento administrativo contra os auditores da Receita, com o objetivo de anular a investigação, bem como a retirada de alguns auditores de seus respectivos cargos”.

É a segunda vez que Ramagem vai ser interrogado pela PF neste ano. No fim de fevereiro, o deputado foi ouvido por falas contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino. As declarações, que estão mantidas sob sigilo, foram feitas quando Dino era ministro da Justiça no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Nesta sexta-feira, 12, Ramagem usou as redes sociais para classificar a nova fase da Última Milha como um “alvoroço” da PF. O deputado, que é pré-candidato do PL à prefeitura do Rio, afirmou também que as suspeitas levantadas pela Polícia Federal são “ilações e rasas conjecturas”. “No Brasil, nunca será fácil uma pré-campanha da nossa oposição. Continuamos no objetivo de legitimamente mudar para melhor a cidade do Rio de Janeiro”, escreveu.

Em janeiro, Ramagem foi alvo de mandado de busca e apreensão autorizado na Operação Vigilância Aproximada, um desdobramento da Operação Última Milha, de outubro passado. O deputado esteve à frente do Abin entre julho de 2019 e abril de 2022, durante o período em que dois servidores, presos em outubro, teriam utilizado a estrutura estatal para localizar os alvos da espionagem.

A PF investiga se a “Abin paralela” utilizou o software FirstMile para investigar ao menos quatro ministros do STF, quatro deputados federais, quatro senadores, um ex-governador, dois servidores do Ibama, três auditores da Receita e quatro jornalistas. A ferramenta é capaz de localizar aparelhos que usam as redes 2G, 3G e 4G.

COMO TREINAR A INTUIÇÃO PARA TOMAR AS MELHORES DECISÕES

 

História de Beatriz Calais – Forbes Brasil

O risco é inerente à tomada de decisões. Mesmo com uma grande quantidade de dados e análises disponíveis, profissionais experientes frequentemente confiam na intuição para tomar decisões complexas, especialmente sob pressão.

Laura Huang, professora associada de administração de empresas na Harvard Business School, escreve na Harvard Business Review: “Em vários estudos que conduzi nos últimos oito anos sobre decisões de alto risco, como cirurgiões tomando decisões de vida ou morte na sala de emergência, ou investidores de estágio inicial decidindo como alocar milhões de dólares em capital inicial, descobri que o papel da intuição é frequentemente inspirar um líder a tomar uma decisão, especialmente quando a decisão é arriscada.”

O que é intuição e de onde ela vem?

A intuição é um “senso de sentimento de padrão ou relacionamentos” e envolve pensamento holístico, insight imediato e acesso rápido a blocos de conhecimento cristalizados a partir de experiências anteriores. Ela se manifesta como uma consciência instantânea, sem raciocínio explícito. Os principais aspectos da intuição incluem:Leia também

Processamento inconsciente

A intuição envolve processos cognitivos inconscientes que permitem que os indivíduos façam julgamentos e decisões rápidas. Esses processos se baseiam em experiências passadas, padrões e conhecimentos armazenados no subconsciente.

Reconhecimento de padrões

Dr. Gary Klein, renomado psicólogo e autor de The Power of Intuition, estudou extensivamente como especialistas tomam decisões em situações de alta pressão. A pesquisa de Klein indica que a intuição é um componente crítico da expertise. Ele argumenta que a tomada de decisões intuitiva é baseada no reconhecimento de padrões, onde o cérebro rapidamente identifica semelhanças entre a situação atual e experiências passadas, permitindo respostas rápidas e eficazes.

Heurísticas

A intuição é frequentemente baseada em heurísticas, que são atalhos mentais ou regras práticas que simplificam a tomada de decisões. Embora as heurísticas possam levar a decisões rápidas e eficientes, elas também são suscetíveis a vieses e erros.

Base afetiva

Respostas emocionais frequentemente acompanham julgamentos intuitivos. As emoções desempenham um papel crítico na formação de sentimentos intuitivos e podem fornecer sinais importantes sobre o curso de ação correto. Elas também podem ajudar a evitar a sobrecarga de informações.

Expertise e experiência

A intuição é tipicamente mais precisa e confiável em indivíduos com expertise significativa e experiência em um determinado domínio. Estudos mostram que a tomada de decisões intuitiva se torna mais prevalente à medida que avançamos para níveis mais altos de expertise. Especialistas têm um vasto repositório de conhecimentos e padrões dos quais podem se valer intuitivamente.

Não analítica

Ao contrário do pensamento analítico, que envolve raciocínio sistemático e lógico, a intuição opera de maneira não analítica. Ela ignora o processo passo a passo de deliberação, levando a insights imediatos quando a situação exige.Equilibrando sua perspectiva: tomada de decisões intuitiva versus racional

Um estudo de 2020 sugere que a tomada de decisões em sistemas complexos se beneficia de uma abordagem equilibrada que integra tanto processos intuitivos quanto racionais, aproveitando a expertise, a confiança e as heurísticas para navegar pelos desafios e tomar decisões precisas e eficazes.

Os pesquisadores explicam: “A intuição não deve ser vista como necessariamente irracional. A pessoa experiente ou especialista adquire um grande número de premissas ‘se-então’ ao longo do tempo e as utiliza para dar passos intuitivos no raciocínio de forma rápida.”

A intuição é vantajosa pela sua rapidez e capacidade de lidar com a complexidade sem uma análise extensiva de dados. No entanto, pode ser propensa a vieses se não for verificada contra processos racionais. Por outro lado, a tomada de decisões racional é minuciosa, mas pode ser mais lenta e menos adaptável a mudanças rápidas.

Decisões sólidas exigem uma combinação de intuição e análise racional. Antes de confiar na sua intuição, é essencial reunir e analisar todos os dados disponíveis. Quando as informações são insuficientes ou as variáveis são numerosas demais para serem consideradas em um tempo limitado, suas habilidades intuitivas se tornam cruciais.

Em situações críticas, líderes experientes aproveitam todos os dados e análises disponíveis, mas também reconhecem quando confiar em seus instintos. Esse equilíbrio entre evidências empíricas e julgamento experiente pode levar a uma tomada de decisões robusta, permitindo que os indivíduos conduzam suas respectivas atividades em direção ao sucesso, mesmo em meio à incerteza.Aproveitando sua intuição

Para tomar uma decisão crucial, veja como você pode aproveitar sua intuição para garantir resultados infalíveis:

Torne-se consciente

Quando estiver tomando uma decisão vital, comece respirando profundamente algumas vezes para se centrar. Estando presente e sintonizado com seus sinais internos, você pode discernir melhor os sinais intuitivos genuínos do ruído ou pensamentos ansiosos.

Refletir sobre experiências passadas

Isso aprimora o reconhecimento de padrões, que é vital para uma intuição eficaz. Confie em seus sentimentos enquanto eles guiam as decisões por meio do processamento subconsciente desses padrões. Ao identificar padrões e aprender com sucessos e erros passados, você constrói uma biblioteca mental que informa sua intuição, permitindo decisões mais rápidas e eficazes. Isso pode ajudar a mitigar o viés de intuição (confiança excessiva em sentimentos instintivos) e os vieses heurísticos (como o excesso de confiança) identificando padrões e aprendendo com erros e acertos.

Equilibre sua abordagem

Entenda qual abordagem é mais benéfica para um determinado cenário e ajuste sua estratégia de tomada de decisão de acordo com ela. Equilibre emoções com lógica para decisões equilibradas. Ao identificar padrões e aprender com sucessos e erros passados, você constrói uma biblioteca mental que informa sua intuição, permitindo decisões mais rápidas e eficazes.

DICAS PARA TRREINAR EM DIAS DE MAU HUMOR

 

História de Guilherme Faber – Sport Life Brasil

Quatro dicas para treinar em dias de mau humor

Quatro dicas para treinar em dias de mau humor© 1

Não são todos os dias que iremos treinar animados, ou seja, haverão momentos em que estaremos em baixa. O que pode influenciar na sua ausência do treino. Mas não existem motivos para se desesperar. Afinal, nós separamos quatro dicas para treinar em dias de mau humor. Tudo com a ajuda do coordenador do curso de Educação Física da UP (Universidade Positivo) e coordenador técnico da UPX Sports, Zair Cândido

Vejas as dicas para treinar em dias de mau humor

Treine em casa

“Há muitos exercícios eficazes que podem ser feitos utilizando objetos disponíveis em casa ou até mesmo o próprio peso. Mais importante que os equipamentos utilizados é a regularidade da atividade física”, disse o profissional.

Esteja pronto para qualquer clima

Recado que vale principalmente para quem se exercita ao ar livre, o que quer dizer que o exercício físico não é tão difícil assim em meio a uma temperatura adversa. “Se está muito frio para correr na rua, você pode tentar praticar uma atividade interna, como yogapilates ou mesmo abdominais na sala de casa”, sugeriu Zair.

Pare de dizer que não tem tempo

Basta fazer o possível para eliminar essa desculpa do seu dia a dia. “Uma caminhada pelo bairro ou 15 minutos subindo e descendo as escadas do próprio edifício são boas saídas para quem tem pouco tempo. Ou você pode encaixar uma sequência de alongamentos ou agachamentos no meio da rotina de trabalho”, indicou.

Arruma um espaço

“Não é preciso ter uma quadra esportiva ou toda uma academia disponível para sair do sedentarismo. A sala ou o quarto de casa oferecem muitas possibilidades para a realização de exercícios simples, como abdominais, comentou.

Qual é o principal benefício de treinar com mau humor?

“O principal benefício em treinar nos dias em que estamos mau humorados é que o nosso cérebro libera os chamados hormônios da felicidade, como endorfina, dopamina, oxitocina e serotonina. Para as pessoas que sentem dificuldades em realizar exercícios nessas condições de humor, convide um amigo para fazer a atividade, escolha uma playlist com suas músicas preferidas e exercícios que lhe deem mais prazer em praticá-los”, concluiu Zair Cândido.

FATORES LIGADOS À DEPRESSÃO

 

História de Redação – Catraca Livre

Cientistas descobrem que bactérias do intestino são responsáveis pela queima de caloria durante o sono

Cientistas descobrem que bactérias do intestino são responsáveis pela queima de caloria durante o sono© Fornecido por Catraca Livre

Uma combinação de possíveis fatores, incluindo estilo de vida, genética, estrutura cerebral e sistemas imunológico e metabólico podem estar associados à depressão, segundo pesquisa publicada na revista Nature Mental Health.

Evidências obtidas no estudo mostram, por exemplo, que uma vida sedentária, sono de má qualidade e vícios como o álcool e o cigarro aumentam o risco da doença.

Fatores ligados à depressão

Para compreender melhor a relação entre estes fatores e a depressão, os investigadores recorreram ao UK Biobank, uma base de dados que contém informações sobre genética, estilo de vida e saúde dos seus participantes.

Ao examinar dados de quase 290 mil pessoas – das quais 13 mil tiveram depressão – acompanhadas ao longo de um período de nove anos, a equipe conseguiu identificar sete fatores de estilo de vida associados a um maior risco de depressão. Estes foram:

  • consumo moderado de álcool
  • dieta saudável
  • atividade física regular
  • sono saudável
  • nunca fumar
  • comportamento sedentário baixo a moderado
  • conexão social frequente

O que dizem os resultados

Ter uma boa noite de sono – entre sete e nove horas por noite – fez a maior diferença entre todos os fatores observados. Segundo os especialistas, o fator reduz o risco de depressão, incluindo episódios depressivos únicos e depressão resistente ao tratamento, em 22%.

Além disso, a ligação social frequente, que em geral reduziu o risco de depressão em 18%, foi a que mais protegeu contra o transtorno depressivo recorrente.

O consumo moderado de álcool diminuiu o risco de depressão em 11%, a dieta saudável em 6%, a atividade física regular em 14%, nunca fumar em 20% e o comportamento sedentário baixo a moderado em 13%.

A equipe então examinou o DNA dos participantes, atribuindo a cada um uma pontuação de risco genético. Essa pontuação foi baseada no número de variantes genéticas que um indivíduo carregava e que tinham uma ligação conhecida com o risco de depressão. Aqueles com a pontuação de risco genético mais baixa tinham 25% menos probabilidade de desenvolver depressão quando comparados com aqueles com a pontuação mais alta – um impacto muito menor do que o estilo de vida.

Em pessoas com risco genético alto, médio e baixo para depressão, a equipe descobriu ainda que um estilo de vida saudável pode reduzir o risco de depressão. Esta pesquisa destaca a importância de viver um estilo de vida saudável para prevenir a depressão, independentemente do risco genético de uma pessoa.

SOMBRAS É O TRABALHO EM PARES DE GESTÃO PARA ATENDER A DEMANDA INTERNA E A INTERNACIONALIZAÇÃO

 

Simone Coelho – Jornalista StartSe

Muito comum no mercado asiático, trabalhar em pares de gestão pode auxiliar a atender a demanda da equipe interna e ampliar a capacidade de internacionalização.

Foto de Ant Rozetsky na Unsplash

Quando pensamos na simbologia da sombra, geralmente a primeira associação não é positiva.

Por quê? “Estar à sombra de alguém”, por exemplo, tem uma conotação pejorativa, pouco ativa e até um pouco danosa.

  • Mas apesar disso, o cargo que leva este nome no mercado empresarial traz outra proposta: a de andar juntos, em pares, mas de forma bastante iluminada e ativa.

O que é o cargo sombra?

A verdade é que a posição nada mais é do que um executivo que é par de outro, muitas vezes, de nacionalidades diferentes, dividindo as responsabilidades sobre a área.

No geral, as empresas de grande porte escolhem profissionais expatriados para liderar operações internas, enquanto, a sua dupla, de outra nação, olha para a aplicação e movimentação do mercado (internacionalização, concorrência, aceitação do produto, relação financeira).

Para encontrar o melhor caminho para a companhia, os executivos debatem e defendem juntos uma decisão final, considerando as duas visões culturais diferentes e as movimentações diárias também distintas.

Afinal, como mudar o desenvolvimento de um projeto ou acrescentar outra ideia para ser produzida sem olhar o que o mercado necessita e como o concorrente está se posicionando?

Antes de responder essa pergunta:

Agora vamos lá. O “sombra” não compete com o seu par em nenhum momento. Não há salários ou destaques maiores entre eles. E nem a equipe nem a empresa consideram mais um do que o outro.

Trata-se de um aliado de igual importância que auxiliará a administrar grandes operações e, que portanto, tem a sua opinião também de igual importância nas tomadas de decisão. Isso favorece que o time local seja ouvido assim como as relações comerciais.

A única coisa que ao invés de gerir e decidir sozinho pela área a decisão e a liderança passam a ser compartilhadas.

Ser sombra já é comum nos países asiáticos, em especial na China e na Coreia, permitindo uma expansão de atenção e dedicação na internacionalização de projetos. Mas ainda não tem igual representatividade em outros cenários devido à conotação negativa que ele carrega.

Uma boa solução para tentar resolver esta questão é implantar uma comunicação transparente, não só entre os envolvidos, mas na empresa, explicando os motivos de incorporar estas novas posições, reduzindo o clima de desconforto e insegurança entre os colaboradores.

POR QUE IMPORTA?

Ainda não é uma tendência, mas empresas internacionais e que operam em mercados internacionais já estão de olho e podem fazer alguns testes.

A ascensão da China e da Coreia nos últimos anos é indiscutível e os “sombras” têm grande papel nisso.

ESCALANDO NEGÓCIOS DA VALEON

1 – Qual é o seu mercado? Qual é o tamanho dele?

O nosso mercado será atingir os 766 mil habitantes do Vale do Aço e poder divulgar os produtos / serviços para vocês clientes, lojistas, prestadores de serviços e profissionais autônomos e obter dos consumidores e usuários a sua audiência.

A ValeOn atenderá a todos os nichos de mercado da região e especialmente aos pequenos e microempresários da região que não conseguem entrar no comércio eletrônico para usufruir dos benefícios que ele proporciona. Pretendemos cadastrar todas as empresas locais com CNPJ ou não e coloca-las na internet.

2 – Qual problema a sua empresa está tentando resolver? O mercado já expressou a necessidade dessa solução?

A nossa Plataforma de Compras e Vendas que ora disponibilizamos para utilização das Empresas, Prestadores de Serviços e Profissionais Autônomos e para a audiência é um produto inovador sem concorrentes na região e foi projetada para atender às necessidades locais e oferecemos condições de adesão muito mais em conta que qualquer outro meio de comunicação.

Viemos para suprir as demandas da região no que tange a divulgação de produtos/serviços cuja finalidade é a prestação de serviços diferenciados para a conquista cada vez maior de mais clientes e públicos.

O nosso diferencial está focado nas empresas da região ao resolvermos a dor da falta de comunicação entre as empresas e seus clientes. Essa dor é resolvida através de uma tecnologia eficiente que permite que cada empresa / serviços tenha o seu próprio site e possa expor os seus produtos e promoções para os seus clientes / usuários ao utilizar a plataforma da ValeOn.

3 – Quais métodos você usará para o crescimento? O seu mercado está propício para esse tipo de crescimento?

Estratégias para o crescimento da nossa empresa

  1. Investimento na satisfação do cliente. Fidelizar é mais barato do que atrair novos clientes.
  2. Equilíbrio financeiro e rentabilidade. Capital de giro, controle de fluxo de caixa e análises de rentabilidade são termos que devem fazer parte da rotina de uma empresa que tenha o objetivo de crescer.
  3. Desenvolvimento de um planejamento estratégico. Planejar-se estrategicamente é como definir com antecedência um roteiro de viagem ao destino final.
  4. Investimento em marketing. Sem marketing, nem gigantes como a Coca-Cola sobreviveriam em um mercado feroz e competitivo ao extremo.
  5. Recrutamento e gestão de pessoas. Pessoas são sempre o maior patrimônio de uma empresa.

O mercado é um ambiente altamente volátil e competitivo. Para conquistar o sucesso, os gestores precisam estar conectados às demandas de consumo e preparados para respondê-las com eficiência.

Para isso, é essencial que os líderes procurem conhecer (e entender) as preferências do cliente e as tendências em vigor. Em um cenário em que tudo muda o tempo todo, ignorar as movimentações externas é um equívoco geralmente fatal.

Planeje-se, portanto, para reservar um tempo dedicado ao estudo do consumidor e (por que não?) da concorrência. Ao observar as melhores práticas e conhecer quais têm sido os retornos, assim podemos identificar oportunidades para melhorar nossa operação e, assim, desenvolver a bossa empresa.

4 – Quem são seus principais concorrentes e há quanto tempo eles estão no mercado? Quão grandes eles são comparados à sua empresa? Descreva suas marcas.

Nossos concorrentes indiretos costumam ser sites da área, sites de diretório e sites de mídia social. Nós não estamos apenas competindo com outras marcas – estamos competindo com todos os sites que desejam nos desconectar do nosso potencial comprador.

Nosso concorrente maior ainda é a comunicação offline que é formada por meios de comunicação de massa como rádios, propagandas de TV, revistas, outdoors, panfletos e outras mídias impressas e estão no mercado há muito tempo, bem antes da nossa Startup Valeon.

5 – Sua empresa está bem estabelecida? Quais práticas e procedimentos são considerados parte da identidade do setor?

A nossa empresa Startup Valeon é bem estabelecida e concentramos em objetivos financeiros e comerciais de curto prazo, desconsideramos a concorrência recém chegada no mercado até que deixem de ser calouros, e ignoramos as pequenas tendências de mercado até que representem mudanças catastróficas.

“Empresas bem estabelecidas igual à Startp Valeon devemos começar a pensar como disruptores”, diz Paul Earle, professor leitor adjunto de inovação e empreendedorismo na Kellogg School. “Não é uma escolha. Toda a nossa existência está em risco”.

6 – Se você quiser superar seus concorrentes, será necessário escalar o seu negócio?

A escalabilidade é um conceito administrativo usado para identificar as oportunidades de que um negócio aumente o faturamento, sem que precise alavancar seus custos operacionais em igual medida. Ou seja: a arte de fazer mais, com menos!

Então, podemos resumir que um empreendimento escalável é aquele que consegue aumentar sua produtividade, alcance e receita sem aumentar os gastos. Na maioria dos casos, a escalabilidade é atingida por conta de boas redes de relacionamento e decisões gerenciais bem acertadas.

Além disso, vale lembrar que um negócio escalável também passa por uma fase de otimização, que é o conceito focado em enxugar o funcionamento de uma empresa, examinando gastos, cortando desperdícios e eliminando a ociosidade.

Sendo assim, a otimização acaba sendo uma etapa inevitável até a conquista da escalabilidade. Afinal de contas, é disso que se trata esse conceito: atingir o máximo de eficiência, aumentando clientes, vendas, projetos e afins, sem expandir os gastos da operação de maneira expressiva.

Pretendemos escalar o nosso negócio que é o site marketplace da Startup Valeon da seguinte forma:

  • objetivo final em alguma métrica clara, como crescimento percentual em vendas, projetos, clientes e afins;
  • etapas e práticas que serão tomadas ao longo do ano para alcançar a meta;
  • decisões acertadas na contratação de novos colaboradores;
  • gerenciamento de recursos focado em otimização.

sábado, 13 de julho de 2024

BOLSONARISTAS TIRAM O FOCO DA PERSEGUIÇÃO DA PF AO BOLSONARO CITANDO PICANHA DO LULA

 

História de Guilherme Caetano – Jornal Estadão

BRASÍLIA – Às vésperas da disputa eleitoral de 2024 e se estruturando para a corrida de 2026, aliados de Jair Bolsonaro (PL) têm apostado na estratégia de ignorar publicamente as diversas frentes de investigação da Polícia Federal contra o ex-presidente, enquanto atacam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Poder Judiciário.

Nesta semana, o bolsonarismo foi atingido duramente por dois movimentos da PF, o levantamento do sigilo no caso das joias sauditas — revelado pelo Estadão em março de 2023 e pelo qual o ex-presidente foi indiciado — e a nova operação no caso da “Abin Paralela”, que aponta que Bolsonaro articulou com o então chefe da agência de inteligência um plano para blindar o filho Flávio de investigações, segundo os investigadores.

Jair Bolsonaro com Alexandre Ramagem, ao lado do filho Flávio Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Jair Bolsonaro com Alexandre Ramagem, ao lado do filho Flávio Foto: Pedro Kirilos/Estadão© Fornecido por Estadão

O assunto foi evitado pela maioria dos deputados e senadores do PL, até para defender o governo Bolsonaro das acusações. Os bolsonaristas no Congresso têm apostado em duas principais frentes de comunicação. De um lado, desgastar o governo federal ao defender que a inclusão das carnes na cesta básica da reforma tributária só ocorreu por meio de uma articulação da oposição. De outro, atacar o Judiciário em razão da manutenção das prisões feitas no âmbito dos ataques do 8 de Janeiro.

Na bancada de 99 deputados do PL na Câmara, além de Eduardo Bolsonaro (SP), apenas Carla Zambelli (SP), Júlia Zanatta (SC), José Medeiros (MT), Hélio Lopes (RJ) e Daniel Freitas (SC) foram às redes para criticar a investigação da PF. No Senado, Bolsonaro teve apoio do filho Flávio, além de Marcos do Val (Podemos-ES), Jorge Seif (PL-SC) e Eduardo Girão (Novo-RN).

Um deputado federal da tropa de choque do ex-presidente disse ao Estadão, sob reserva, que muitos dos correligionários têm se ressentido com a falta de reciprocidade na defesa de Bolsonaro, e que por isso têm preferido ficar quietos sobre o cerco ao líder. Eles veem o ex-presidente como alguém que não se arrisca para defender os aliados, e se incomodam com o fato de terem sido abandonados quando precisaram de apoio em meio a investigações da polícia. Por isso, segundo esse aliado, a bancada tem preferido atacar Lula e Moraes e desviar do noticiário negativo contra Bolsonaro.

“Vai ter carne na cesta básica graças à atuação do PL”, escreveu a deputada Bia Kicis (PL-DF) sobre a aprovação da reforma tributária. O deputado Mario Frias (PL-RJ) foi na mesma linha e disse que “no final das contas, quem bancou a picanha foi o Partido Liberal”. Nikolas Ferreira (PL-MG) preferiu atacar Moraes: “Covarde. O que tem de cabelo tem de honra”. Já Gustavo Gayer (PL-GO) celebrou a suspensão de uma licitação de R$ 197 milhões da Secretaria de Comunicação do governo Lula feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Outros parlamentares dizem que, diferente da época do governo Bolsonaro, quando militantes perguntavam sobre como rebater as notícias contra o então presidente, a repercussão desse conteúdo hoje é menor, já que as ações da PF, sob a gestão Lula, são vistas como políticas.

“São tantas ações da PF que o povo acaba se confundindo. O povo não sabe o que é indiciamento. Não sabem por qual motivo o Bolsonaro ficou inelegível. Eles (investigadores) não focaram em bater numa coisa: é cartão de vacina, golpe de Estado, joias, agora Abin Paralela”, diz outro deputado que não quis se identificar.

Em chats bolsonaristas no WhatsApp e no Telegram, os usuários têm abordado o tema como mais uma perseguição ao ex-presidente e prova de supostos abusos de Moraes.

Uma das estratégias defendidas por bolsonaristas é focar na corrida ao Senado em 2026, para fazer uma bancada anti-STF Foto: Wilton Junior/Estadão

Uma das estratégias defendidas por bolsonaristas é focar na corrida ao Senado em 2026, para fazer uma bancada anti-STF Foto: Wilton Junior/Estadão© Fornecido por Estadão

As diversas investigações contra Bolsonaro podem ter um efeito de longo prazo no bolsonarismo, ao alimentar um sentimento de vingança. Nos bastidores, senadores do grupo defendem foco total do PL em eleger uma superbancada no Senado em 2026 para contra-atacar o Supremo Tribunal Federal (STF).

A estratégia é lançar em cada Estado pelo menos dois nomes competitivos do bolsonarismo, atrelados um ao outro, na eleição para a Casa em 2026. Como haverá renovação de até dois terços e o eleitor poderá votar em dois nomes para senador, a ideia é pregar voto duplo no bolsonarismo e eleger uma grande quantidade de candidatos.

Em São Paulo, por exemplo, Eduardo Bolsonaro e Ricardo Salles, que pretende concorrer pelo Partido Novo, são cogitados como os principais nomes ao Senado. Se eleitos, farão uma bancada paulista 100% bolsonarista, ao lado do ex-ministro da Ciência e Tecnologia de Bolsonaro, Marcos Pontes. O secretário estadual de Segurança Pública, Guilherme Derrite, é outro nome cotado.

O Senado é estratégico para o bolsonarismo, já que a Casa pode pautar o impeachment de ministros do STF. Alexandre de Moraes, responsável pelas principais investigações contra o grupo de Bolsonaro na Corte, é tido como o principal alvo desse projeto.

Enquanto isso, algumas lideranças já colocaram em prática um calendário de manifestações de rua para esquentar a pauta anti-STF. No próximo domingo, a Avenida Paulista deve ser palco de um desses atos, com presença confirmada de parlamentares. As pautas, de acordo com o perfil Space Liberdade, que tem se engajado na convocação do evento, são o impeachment de Lula e Alexandre de Moraes, anistia aos presos do 8 de Janeiro e contra a descriminalização do aborto.

“A ideia é fazer uma manifestação por mês, e naturalmente novas lideranças vão surgindo para a eleição de 2026, diz a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que tem ajudado a chamar o público para as ruas.

ESTUDANTE DE DIREITO TEVE O ATREVIMENTO DE CRITICAR O MODO LOLUPETISTA DE GOVERNAR COM PROMESSAS NÃO CUMPRIDAS

História de Notas & Informações – Jornal Estadão

“Depois de muita luta e 14 anos de espera, finalmente estamos presenciando a inauguração oficial de apenas metade do novo câmpus”, alertou a aluna Jamily Fernandes Assis, de 19 anos, do curso de Direito da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), no mesmo palanque onde estavam, entre outros, o presidente Lula da Silva, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o ministro da Educação, Camilo Santana. Sublinhe-se o “apenas metade” dito pela aluna. Sua fala corajosa, tendo ao lado um abúlico presidente, escancarou o viço dos governos brasileiros e, em especial, o modo lulopetista de governar: a prioridade está nos anúncios de obras e promessas de recursos, preferencialmente exibidos com eventos grandiosos, cifras exuberantes, plateias providencialmente escolhidas e discursos eloquentes das autoridades.

Segundo tal lógica, o dia seguinte é um mero detalhe. Para Lula e o PT, fica desde já dispensada a apresentação de projetos detalhados, cronograma de entregas e desembolsos e – premissa ainda mais distante – um plano de gestão eficiente para fazer da obra anunciada uma realidade capaz de efetivamente beneficiar a comunidade. Anos atrás, a Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha foi inaugurada por Lula sem ter corpo docente; a do ABC começou a funcionar em meio a um canteiro de obras atrasadas e abriu seu primeiro processo seletivo sem dispor sequer de laboratórios e de bibliotecas. Foram consequências inevitáveis do voluntarismo lulopetista, que resolveu fazer um esforço desmedido de expansão da rede federal de ensino superior sem pensar no óbvio – instalações precisam ser mantidas e universidades não existem pelo impulso das edificações: requerem pessoas, recursos e gestão.

O caso da Unifesp em Osasco, um exemplo memorável do mau uso do direito de fazer promessas, é parte do mesmo enredo. A construção da unidade inaugurada agora – pela metade, não é demais lembrar – foi prometida por Lula ainda em 2008, durante o seu segundo mandato, com o lançamento da pedra fundamental no terreno que abrigaria o câmpus. As promessas de expansão, no entanto, esbarraram em restrições de estrutura e atrasos nas obras. Resultado: os cursos do câmpus Quitaúna, no bairro de Osasco, começaram a funcionar em 2011, num prédio cedido pela prefeitura da cidade. Somente em 2016 o contrato para as obras seria assinado, com prazo previsto de 18 meses para a construção. Acabou durando oito anos, depois de consumir mais de R$ 100 milhões.

Nesta semana ficaram prontos os edifícios acadêmico e administrativo da Escola Paulista de Política, Economia e Negócios de Quitaúna. Mas, como tratou de alertar a aluna Jamily Fernandes Assis no discurso ao lado de Lula, “é necessário reforçar que as obras do câmpus não estão completas” e “ainda nos faltam o auditório, o prédio da biblioteca, a quadra e os anfiteatros”. A biblioteca, por exemplo, teve sua construção iniciada no ano passado e só deve ficar pronta em 2025. A aluna reclamou também de um problema habitual que integra a rotina das universidades brasileiras – o número insuficiente de moradias para estudantes.

Em vez de, humildemente, reconhecer que uma universidade sem biblioteca não é universidade, o ministro Fernando Haddad preferiu dar um pito na atrevida estudante de 19 anos. “Uma universidade não é um prédio. Uma universidade é uma obra que não tem fim. Até hoje, a Universidade de São Paulo (USP), que foi lançada em 1934, está inaugurando novos prédios. Isso aqui não tem fim, isso aqui é um começo”, discursou Haddad. Ora, tratar a precariedade de um câmpus entregue pela metade como se fosse a modernização contínua da USP é ofender a inteligência alheia, e certamente a estudante Jamily, bem como seus colegas, sabe diferenciar uma coisa da outra.

Já Lula fez o que mais sabe fazer: transferiu responsabilidades e apontou os culpados de sempre – os outros. O presidente creditou a demora das obras em Osasco a “irresponsabilidades” e “falta de vontade” de outros presidentes, provavelmente esquecendo que sua aliada Dilma Rousseff governou o Brasil durante quase seis anos após lhe suceder e deixou um estrago infinitamente maior do que uma obra inacabada.

 

PARTIDO DEMOCRATA DO EUA ESPERA DEFINIÇÃO SOBRE A CANDIDATURA DE BIDEN

 

Folha de S. Paulo

SÃO PAULO, SP (FOLHJAPRESS) – O ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama e a ex-presidente da Câmara dos Deputados Nancy Pelosi, duas das figuras mais importantes do Partido Democrata atualmente, manifestaram preocupação quanto à candidatura do presidente Joe Biden em conversas privadas, afirmou nesta sexta-feira (12) a CNN.

A emissora americana atribuiu a informação a mais de dez pessoas que têm contato com ambos os políticos e que falaram em condição de anonimato. Se confirmada, a inquietação representa um duro revés para o presidente, que tenta manter a viabilidade de sua candidatura desde uma criticada participação no debate contra seu rival, o republicano Donald Trump, no final de junho.

De acordo com a CNN, os democratas contatados querem resolver a questão o quanto antes. Alguns deles pedem que Obama e Pelosi ajudem a acabar com as divisões no partido de forma mais enfática.

Parte dos consultados pela emissora argumenta que o fim da candidatura de Biden parece evidente e que, se os dois líderes pensam de forma diferente, deveriam falar isso o mais rápido possível para tentar evitar uma derrota contra Trump nas eleições de novembro.

Obama tem evitado se manifestar nos últimos dias após defender o atual líder sem restrições no passado. No dia seguinte ao do embate com Trump, por exemplo, quando o Partido Democrata estava em pânico, o ex-presidente falou que “noites de debate ruins acontecem”. “Esta eleição ainda é uma escolha entre alguém que lutou pelas pessoas comuns durante toda a sua vida e alguém que só se preocupa consigo mesmo”, afirmou. Procurado pela CNN por meio de sua assessoria, Obama não quis comentar.

Pelosi também já tinha adotado uma postura mais comedida nos últimos dias após vir a público defender Biden logo após o debate. Na quarta (10), porém, ela disse durante uma entrevista à rede MSNBC que o presidente tinha uma decisão a tomar sobre seu futuro e que o tempo estava se esgotando para isso —na prática, um indício de que não considera uma decisão final a reiterada afirmação de Biden de que vai continuar na disputa.

Após a publicação da reportagem, a assessoria da democrata afirmou que nenhum membro do Congresso tem conhecimento de qualquer conversa entre ela e Obama. “Qualquer um que diga que tem não está falando a verdade”, afirmou sua equipe, segundo a CNN.

A notícia veio a público um dia depois de Biden cometer outras duas confusões. A primeira ocorreu durante o encerramento da cúpula da Otan, quando o democrata chamou o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, de Putin, presidente da Rússia. A segunda foi durante uma entrevista a jornalistas, ao trocar o nome da vice-presidente, Kamala Harris, com o de Trump.

“Eu não teria escolhido o vice-presidente Trump para ser vice-presidente se não acreditasse que ela fosse qualificada para ser presidente”, disse, quando na verdade se referia a Kamala.

A maioria das pesquisas de opinião realizadas nos últimos dias aponta para um empate entre os dois candidatos ou para a derrota de Biden, se as eleições fossem celebradas hoje. Um levantamento do The New York Times/Siena College de 28 de junho a 2 de julho, por exemplo, indica que Trump está seis pontos percentuais à frente de Biden (49% a 43%) —a margem de erro é de 2,9 pontos percentuais.

Já uma pesquisa realizada pelo instituto Marist Poll, pela rádio NPR e pela emissora PBS, divulgada nesta sexta, indica que Biden lidera com 50% das intenções de voto, contra os 48% que Trump pontua. A ligeira vantagem numérica, no entanto, é um empate técnico, já que está na margem de erro de 3,1 pontos percentuais.

O coro que pede publicamente pela desistência de Biden cresceu nos últimos dias. Até a noite desta sexta, 19 dos 213 deputados democratas haviam defendido publicamente que o presidente renuncie à sua candidatura, e um senador entre os 47 do partido fez o mesmo. Já entre os governadores —alguns dos quais estão na lista de cotados para substituir Biden— não havia manifestações públicas.

A insatisfação atinge também aqueles que colocam dinheiro na campanha. Alguns dos principais doadores do Future Forward, maior fundo de doação pró-Biden, disseram ao órgão que US$ 90 milhões (cerca de R$ 490 milhões) prometidos permanecerão congelados enquanto o atual presidente for cabeça de chapa, publicou o New York Times nesta sexta. O jornal atribui a informação a duas pessoas com conhecimento do assunto e afirma que o grupo se recusou a comentar as movimentações internas.

Ainda segundo o New York Times, a campanha de Biden está testando Kamala em pesquisas internas para compreender como ela se sairia como candidata à Presidência contra Trump.

O porta-voz da campanha de Biden, Michael Tyler, por outro lado, afirmou que as doações ao democrata explodiram durante a entrevista de quinta (11). “Estamos vendo forte apoio”, afirmou.

Diante da intensa pressão para sair da corrida, o presidente recebeu um apoio importante nesta sexta. O deputado James Clyburn disse que Biden não deve desistir de sua candidatura. “Estou totalmente comprometido. Apoio Biden, não importa para qual direção ele vá”, disse ele no programa Today, da emissora NBC.

O apoio de Clyburn, voz respeitada pela população negra do país, é tida como essencial para a campanha de Biden. O democrata atua no Congresso há mais de 30 anos e desempenhou um papel de destaque na bem-sucedida corrida do atual presidente à Casa Branca em 2020. Além disso, o eleitorado negro é uma fatia da qual o Partido Democrata não pode se dar o luxo de abrir mão caso queira derrotar Trump nas urnas.

PACHECO DEFENDE MANDATO MENOR PARA JÚIZES DO STF

 

História de Gabriel Hirabahasi e Matheus de Souza – Jornal Estadão

BRASÍLIA e SÃO PAULO – O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), voltou a defender nesta sexta-feira, 12, a imposição de um mandato para ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

“Outros tantos países têm. Portugal, Itália e diversos outros países adotam mandato de 12 ou 16 anos para ministro do STF. Hoje no Brasil, um ministro pode ficar até 40 anos”, afirmou.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, participa do 19º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo em São Paulo Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, participa do 19º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo em São Paulo Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil© Fornecido por Estadão

Pacheco disse que “inúmeros ministros do STF do passado” defendem essa proposta. “A nossa ideia, diga-se de passagem, é defendida por inúmeros ministros do STF do passado. Os atuais, não vou falar por eles. Mas ex-ministros defendem a lógica de um mandato, que acho que seria bom à Corte. Obviamente, respeitando aqueles que lá estão. Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Flávio Dino, todos que estão não seriam alcançados por uma emenda constitucional desta natureza”, afirmou.

Militares na política

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) também afirmou que é favorável ao mérito da proposta de emenda à Constituição (PEC) que limita candidaturas de militares. “Meu desejo era vê-la votada, mas houve pedido dos dois lados por uma sessão de debates que envolvesse as forças armadas. Como se trata de uma PEC, temos de ter cautela”, disse.

“Sou defensor do mérito da PEC e aqueles que a defendem estão encontrando o melhor momento de vê-la pautada, precisa de 49 votos. É a discussão política própria de se ter os votos e se ver o momento certo para submeter à pauta”, declarou.

O presidente do Senado disse que o líder do governo no Senado, Jaques Wagner, autor da PEC, é quem está a cargo de articular o momento de votação. O presidente do Senado, porém, defendeu que isso aconteça ainda neste ano. “Defendo que em algum momento neste segundo semestre devemos colocar para votar para ter o resultado, ou aprova ou rejeita”, afirmou.

MILEI DIFICULTA A DIPLOMACIA DE LULA NO MERCOSUL

 

História de Felipe Frazão – Jornal Estadão

ENVIADO ESPECIAL A ASSUNÇÃO – Os embates políticos que marcaram a Cúpula do Mercosul prenunciam tempos difíceis para o governo Luiz Inácio Lula da Silva e os esforços de impulsionar o bloco. A reunião de presidentes explicitou a blitz conservadora de Javier Milei na diplomacia argentina. O governo brasileiro saiu de Assunção, no Paraguai, chocado com a postura argentina e preocupado com o futuro do principal bloco de que faz parte, em aspectos políticos e econômicos.

Milei desistiu de comparcer ao Mercosul após novo entrevero com Lula. Ele negou uma relação causa e efeito. Inegável, porém, é que essa decisão esvaziou a cúpula. Além disso, a ausência é inédita – jamais um presidente argentino faltou à reunião do bloco.

Sombra. Milei não saiu na foto, mas pautou e emperrou discussões na cúpula do Mercosul Foto: Divulgação/Presidência do Paraguai

Sombra. Milei não saiu na foto, mas pautou e emperrou discussões na cúpula do Mercosul Foto: Divulgação/Presidência do Paraguai© Fornecido por Estadão

Se o boicote de Milei, por um lado, adiou um potencial mal-estar com Lula, por outro não miminizou os impactos de sua agenda liberal e conservadora. Milei não saiu na foto, mas fez sombra ao Mercosul. Pautou e travou discussões. A troca de governo na Casa Rosada, afinal, era ainda a novidade no Mercosul.

A ausência de Milei foi mal recebida por rivais e colegas do argentino, por ser um sinal de falta de prioridade. O desinteresse pelo Mercosul já pairava no ar desde a campanha eleitoral. Havia desconfiança com as bravatas do libertário, que ameaçou retirar o país do bloco.

Milei foi cobrado por aliados e rivais. Lula disse que “quem perdeu foi quem não veio” e classificou a falta como “bobagem imensa” do argentino. O presidente do Paraguai, Santiago Peña, fracassou na tentaviva de aproximar os líderes das principais economias do bloco. Ao Estadão, disse que não vai desistir. “Seguiremos buscando a construção de pontes entre os países sul-americanos”, afirmou Peña.

O presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, vai capitanear o Mercosul no segundo semestre. Coube a ele dar o recado mais direto contra a postura dúbia de Milei. Ele afirmou que não importa somente o teor da mensagem, mas também quem é o mensageiro. “Se o Mercosul é tão importante deveríamos estar aqui todos os presidentes”, criticou Lacalle Pou.

A delegação da Argentina, capitaneada pela chanceler Diana Mondino (centro), travou embates de viés ideológico no Mercosul Foto: Divulgação/Ministério das Relações Exteriores do Paraguai

A delegação da Argentina, capitaneada pela chanceler Diana Mondino (centro), travou embates de viés ideológico no Mercosul Foto: Divulgação/Ministério das Relações Exteriores do Paraguai© Fornecido por Estadão

Reforma

Em vez de estrear, Milei enviou como porta-voz a chanceler argentina Diana Mondino, que anda desprestigiada no próprio governo e é enviada por Milei aos países onde o presidente não quer ir. Mondino assegurou a permanência argentina no bloco, sem inspirar muita confiança. Propôs uma “atualização” do Mercosul, uma agenda reformista para, segundo ela, dinamizar o bloco. “Creio que o Mercosul está precisando de um choque de adrenalina”, resumiu.

A ministra transmitiu a visão do governo Milei sobre o estado geral de coisas no Mercosul. Escolheu o termo italiano aggiornamento para se referir à reforma, que inclui: uma “profunda revisão” sobre o orçamento em 2025; mais agilidade na tomada de decisão e implementação de normas; nova rodada de discussão sobre a tarifa externa comum; e o principal no comércio exterior – a “flexibilidade” para que cada país membro do Mercosul possa negociar a seu tempo, e no formato país a país, os acordos comerciais.

Essa proposta altera uma regra fundamental do bloco, a negociação em conjunto pelos membros dos acordos de livre comércio – e não de forma bilateral. De olho em se beneficiar na relação com a China, o Uruguai já perseguia essa mudança e se disse satisfeito. Brasil e Paraguai não. Por isso, aliás, amarraram o bloco e impediram que a sugestão de liberar negociações comerciais bilaterais constasse no comunicado conjunto, como pretendia Mondino.

As propostas econômicas em si não foram vistas como um disparate – nem eram totalmente novas, no caso da principal. Brasil, Paraguai e Uruguai também reconhecem problemas internos e se queixam da manutenção de barreiras não tarifárias, de que setores industriais não foram totalmente integrados e dizem que o Mercosul precisa se aprimorar. A questão foi mais política.

Guerra nos comunicados

Se em público a Argentina defendeu a “atualização” do bloco, nos bastidores a tropa enviada por Milei foi apontada como o ator que sabotou os comunicados do Mercosul e apresentou uma agenda “retrógrada”, ao menos aos olhos de Brasília.

Barravam assuntos por viés ideológico, ao tempo que pleiteavam inserir temas de interesse exclusivo da Argentina, relatou um embaixador diretamente envolvido.

O Mercosul negociou a publicação de três documentos. Em reuniões multilaterais como essas, os comunicados são a palavra final do bloco e dos países participantes.

O principal deles é o Comunicado dos Estados Parte e da Bolívia – que formalizou adesão na segunda-feira, dia 8. O texto saiu, mas ficou bastante desidratado e genérico, por causa de imposições de viés ideológico e diferenças políticas e comerciais.

Um segundo, chamado de Comunicado dos Estados Parte e Associados (Chile, Colômbia, Equador, Peru, Guiana e Suriname), pela primeira vez na história naufragou por divergências puramente políticas.

Golpe ou autogolpe em La Paz

A principal delas era a sugestão boliviana, apoiada pelo Brasil, de incluir uma menção textual à “tentativa de golpe de Estado” na Bolívia. Os argentinos se insurgiram.

O parágrafo foi vetado pela Argentina, que já tinha apontado outras resistências. Isso fez com que os paraguaios desistissem da publicação do comunicado. Eles perceberam que, ao fim da cúpula, levariam aos presidentes um documento muito superficial.

Dias antes da cúpula, Milei acusou o governo de Luis Arce, presente à reunião, de montar uma farsa em La Paz e encomendar um autogolpe. Arce negou essa versão diante dos presidentes na cúpula.

Elefante na sala

A chanceler de Milei chegou a dizer, no meio da plenária presidencial, que o documento proposto para ser assinado pelos membros e demais países sul-americanos era “o elefante na sala”. Ela lamentou a falta de consenso. Pediu que os países tivessem “maturidade” para trocar opiniões e afirmou que ainda esperava por um “milagre” para o comunicado. Mas nenhum santo diplomata foi capaz de operá-lo.

O mesmo impasse se repetiu na negociação do documento principal, que seria referendado pelos presidentes dos atuais sócios do Mercosul. O Itamaraty entrou em cena e disse que Lula não iria transigir. Deveria sair ao menos uma referência ao assunto, porque o Brasil também havia sido alvo de atentados golpistas no 8 de janeiro de 2023.

Brasil e Bolívia, que consideram a intentona militar uma tentativa de golpe, tiveram que ceder e calibrar a linguagem como forma de “salvar” a publicação do comunicado final e evitar um fiasco diplomático. A Argentina trucou: disse que o tema já havia enterrado o segundo comunicado e, se o texto não fosse amenizado, poderia levar o principal ao mesmo destino.

Ao fim, a menção à quartelada na Bolívia foi atenuada e deixou de contar com uma mensagem de solidariedade a Arce, aproximando-se bastante do teor que os argentinos desejavam. Constou no comunicado: “Toda tentativa de afetar instituições democráticas ou afetar a ordem constitucional na Bolívia deve ser condenada”.

O Mercosul publicou ainda um texto especial, a Declaração Presidencial sobre Luta Contra o Crime Organizado Transnacional, patrocinado pelos governos Peña e Milei.

A diplomacia brasileira está apreensiva com os efeitos da política externa de Milei na região Foto: DANIEL DUARTE/AFP

A diplomacia brasileira está apreensiva com os efeitos da política externa de Milei na região Foto: DANIEL DUARTE/AFP© Fornecido por Estadão

Cada palavra nesses documentos é negociada, nos dias que antecedem a cúpula, por diplomatas, embaixadores, chanceleres e até presidentes, como ocorreu em Assunção. As conversas emperraram, e o teor dos comunicados só foram divulgados cinco horas depois do fim da reunião de líderes.

Diferenças políticas, ideológicas e de interesse nacional são corriqueiras e se repetem em diversos fóruns multilaterais – o Mercosul não escapa a essa lógica. Mas há uma particularidade: o bloco funciona pela regra do consenso, portanto, basta que um país se manifeste contra para bloquear todo o trabalho.

VAR

O comportamento dos argentinos foi descrito por embaixadores como o de um governo que estava na sala do VAR, e não em campo. Em vez de buscar compor e construir consenos, o que pressupões flexibilidade para ceder, converteu-se em “árbitro” moral do que deveria ou não constar nos comunicados e na agenda do Mercosul.

Assim, os representantes de Milei bloquearam a criação de um subgrupo para discutir Comércio e Gênero. A ideia era patrocinada pelo Paraguai. Temas identitários, como a reunião sobre direitos de afrodescendentes, referências à emergência climática, ao desenvolvimento sustentável e assuntos de cunho social foram barrados pela delegação argentina.

A Argentina impôs tantas objeções – as chamadas “linhas vermelhas” na redação dos textos – que os negociadores mal conseguiram contar quantas foram. Destacar algo como linha vermelha, no jargão diplomático, singifica dizer que é “inaceitável” discutir aquele assunto.

Diplomatas brasileiros descreveram essa postura como “muito extremada” e desinteressada em chegar a acordos para entregar resultados a todos os países – isto é, que cada um tenha seus interesses notados pelo bloco.

Isso porque eles oposueram a uma agenda básica, já consagrada nos fóruns internacionais e considerada mainstream na diplomacia. Não havia grandes inovações. A discussão sobre o empreendedorismo feminino já existe em outras instâncias, como a Organização Mundial do Comércio (OMC). E a chamada Agenda 2030 é promovida pelas Nações Unidas.

A Argentina respondia com ironia e pregava flexibilidade dos demais. “Com o tempo, o Mercosul deixou de ser uma válvula de escape para nossas fraquezas e se converteu em um espartilho. Desculpem, mas as mulheres usam espartilho, então é uma questão de gênero. É algo que nos aperta e não nos deixa mover, termina ampliando nossos problemas internos”, provocou Mondino.

Palestina

Além das questões de gênero e da tese sobre o golpe na Bolívia, houve ainda um embate sobre a crise no Oriente Médio. Isso porque, dias antes da cúpula, o governo Lula fez um aceno político aos palestinos e deu andamento aos procedimentos burocráticos para colocar em vigor um acordo de livre comércio entre Mercosul e Palestina.

Lula fez questão de citar que o Brasil foi o primeiro país do bloco a ratificar o acordo, assinado em 2011 por todos os membros. No Brasil, ele estava engavetado desde 2018, quando passou no Congresso. Faltava a ratificação – o efetivo envio pelo País à sede do Tratado de Assunção, na capital paraguaia. O bloco também possui um acordo com Israel, vigente desde 2010.

No contexto da guerra na Faixa de Gaza, o presidente não só sacou o acordo com palestinos da gaveta como quis que houvesse uma menção ao fato na declaração principal. Mais uma vez, Brasília e Buenos Aires se chocaram, e a citação caiu.

Ao contrário do petista, que acusa o governo de Israel de genocídio e vive uma crise diplomática com Tel Aviv, o libertário Milei viajou ao país e declarou apoio a Benjamin Netanyahu na guerra contra o grupo terrorista Hamas.

Diplomacia como campo de batalha cultural

A decisão de Milei de submeter sua política externa a caprichos ideológicos repete uma fórmula já experimentada no Brasil, pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, e outros governos de direita no mundo.

A vinda dele ao CPAC no Brasil, no fim de semana anterior ao Mercosul, para discursar contra o socialismo e depois alegar sobrecarga de agenda e cancelar sua participação no bloco foi um recado claro do que mais lhe interessa.

Não foi a primeira vez que Milei deu mais atenção a convescotes da direita global do que à agenda de chefe de Estado. Ele também participou de conferências similares nos EUA e na Espanha neste ano, sem ter reuniões com o governante desses países.

O libertário argentino quer fomentar um alinhamento da direita global e colocou a diplomacia presidencial a esse serviço. A política externa, também na Argentina, virou campo de batalha cultural.

Nos embates do Mercosul, Milei demonstrou que a chancelaria argentina – que até então buscava manter uma aura de pragmatismo – está agora sob comando central da Casa Rosada. Em Buenos Aires, essa virada vem sendo atribuída a um crescente influência da irmã do presidente, Karina Milei. Secretária-geral da Presidência, ela se apoderou da agência argentina de promoção de exportações e atração de investimentos e nomeou pessoas de sua confiança no Ministério das Relações Exteriores.

Como lidar com Milei?

Quem conheceu Milei mesmo antes da campanha eleitoral afirma que Karina é uma das únicas pessoas capaz de controlar e convencer o presidente. A economista Mondino também cumpriu por algum tempo esse papel de bombeira nas relações exteriores. Mas tem perdido poder e protagonismo para Karina – e também colaboradores próximos na chancelaria.

Milei se exaspera com episódios banais e mobiliza a burocracia estatal. Em abril, forçou altos funcionários das chancelarias da Argentina e do Paraguai – e até o presidente Santiago Peña – a entrarem em campo para exigir que um jornalista paraguaio publicasse um pedido de desculpas a ele no X (antigo Twitter). Ou seja, em público.

Durante o lançamento de um livro em Assunção, do qual participava virtualmente, Milei havia se irritado com uma pergunta sobre o risco de retorno da esquerda ao poder se suas políticas não dessem resultados e não houvesse uma “mudança cultural” na Argentina. Não bastou que ele enviasse uma mensagem de voz por meio da chanceler Mondino. O caso só foi encerrado depois que o jornalista fez a publicação no X – a qual Milei se deu ao trabalho de responder: “Desculpas aceitas”.

Imagine-se então quais seriam as chances de o argentino ceder – e como não reagiu em privado – à cobrança pública de desculpas feitas por Lula durante uma entrevista, por ter dito “muita bobagem” sobre ele e o Brasil. Em público, Milei rechaçaria dobrando a aposta nas ofensas e provocações, reafirmando que considera o petista “corrupto”.

O detalhe está não apenas no que se propõe, mas como se conduz a diplomacia presidencial com o governo Milei. É uma questão de como lidar com ele e sua equipe.

Diplomatas que negociaram ao longo de dias as declarações finais do Mercosul, em Assunção, saíram da capital paraguaia extenuados e estupefatos com o comportamento da nova equipe à frente dos trabalhos em Buenos Aires.

A Cúpula do Mercosul foi a primeira vez que uma comitiva brasileira, em nível presidencial, se viu diante da postura de Milei e teve complicações para acomodar as divergências. Não que o alerta não estivesse dado.

OEA

Na semana anterior, o Paraguai sediou a Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA). A OEA não tem recebido a mesma atenção política do Palácio do Planalto, e o País foi representado pela secretária-geral da Relações Exteriores, a embaixadora Maria Laura da Rocha. Diplomatas reportaram a Brasília um comportamento muito similar da delegação de Milei, com a postura de bloquear a discussão de temas da pauta moral.

“Aqui na OEA o governo argentino está propondo suprimir todo tipo de posição, toda fala possível sobre direitos adquiridos, até mesmo preconceitos antissemitas, racistas, questões climáticas, negacionismo climático. Estamos vendo um aprofundamento da posição antidireitos humanos ao redor do mundo”, denunciou durante um seminário no Itamaraty o ativista Victor De Wolf, representante da Associação Internacional Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ILGA). “Se antes o governo brasileiro (Bolsonaro) às vezes era tímido, o argentino (Milei) não está sendo nem um pouco.”

Enquanto sugere rever o financiamento do Mercosul e como as decisões internas são tomadas, a Argentina também bloqueia a agenda 2030. Há suspeita de que seja uma forma de domar órgãos do Mercosul, como o Instituto Social, sediado em Assunção, e o Istituto de Políticas Públicas em Direitos Humanos, em Buenos Aires.

“Quem decide, em que se gasta e como se gasta não pode ficar à deriva. Deve haver escrutínio, uma decisão colegiada e auditoria posterior”, defendeu Mondino, repetindo o lema no hay plata (não temos dinheiro).

De certa forma, Milei reproduz agora na política externa também parte da guerra que já trava internamente. No início do governo, ele mandou acabar com o ministérios das Mulheres e do Meio ambiente. Avançou contra os meios de comunicação públicos, com impacto sobre rádio, TV e agência de notícias, e comprou briga com o premiado cinema argentino, ao propor cortes de recursos para o Instituto Nacional de Cinema e Artes Audiovisuais. O Mercosul, por sua vez, acaba de assinar um acordo de promoção das coproduções audivisuais e cinematográficas. O que também foi considerado uma provocação.

Em sete meses de governo, Milei virou sinônimo de tensionamento político internacional. Como faz da busca pelo confronto uma plataforma de promoção, passou a colecionar embates diretos com líderes estrangeiros e crises diplomáticas. Na lista, figuram Brasil, México, Bolívia, Chile, Colômbia, Cuba, Nicarágua e Venezuela, na América Latina. Na Europa, rompeu com a Espanha. Agora desagradou ao Paraguai, um aliado, ao faltar ao Mercosul.

O Itamaraty está apreensivo com o que restará quando a Argentina de Milei assimir a presidência temporária, a partir de dezembro de 2024. Como as portas no Palácio do Planalto seguem fechadas para ele, diplomatas diretamente envolvidos com o Mercosul esperam que o governo Lacalle Pou consiga, até lá, torear a blitz conservadora, por ambos terem pontos afins e intereses comuns.

Lacalle Pou, porém, busca se diferenciar de Milei. Seu governo busca pragmatismo e equilíbrio, foco no comércio livre, na infraestrutura e em acordos comerciais com o resto do mundo. Em fevereiro, ele se manifestou contra um dogma para o argentino e disse diante dele, em palestra na Fundación Libertad, que defende o “Estado forte” para dar suporte aos mais pobres, a fim de que possam desfrutar das liberdades individuais.

“Certamente foi ruim, foi um precedente muito lamentável, um sinal de isolamento que cria dificuldades”, resumiu um embaixador brasileiro, que falou sobre condição de anonimato. “Todo país quer entregar resultados concretos e dificilmente se consegue isso sem uma postura equilibrada.”

Timidez sobre Venezuela

Embate permanente e vigilância com lupa sobre o que se assina ou deixa de assinar, recados nas entrelinhas dos textos e ironia nos discursos. A quantidade de problemas ocupou as delegações, e a cúpula do Mercosul terminou com um recado tímido sobre as eleições presidenciais na Venezuela. A votação ocorre no dia 28 de de julho, sob desconfiança de que haja desequilíbrio e pelo impedimento de candidatos opositores.

O país foi suspenso do bloco em 2017 por causa da ruptura da ordem democrática, perseguição política e desrespeito a direitos humanos por parte do regime de Nicolás Maduro. E a relação com o ditador chavista também polariza.

Não houve nenhuma menção nos discursos, tampouco nos comunicados oficiais do Mercosul, à exceção de uma mensagem do Uruguai quando Lacalle Pou recebeu formalmente o martelo do bloco.

“Todos temos aproximações distintas com o governo venezuelano. Alguns o consideram uma ditadura, outros não. Mas aqui tem países que podem fazer muito nesse processo eleitoral”, disse Lacalle Pou, olhando em direção à delegação brasileira, onde estava sentado Lula. “Pelo bem do povo, e ganhe quem tenha que ganhar. Em geral não interferimos em eleições externas, nem decisões populares de outros países, mas que se respeitem os direitos humanos e eleitorais. Façamos todos um esforço para que sejam eleições livres e democráticas, e o povo venezuelano eleja quem vai reger seu destino.”