sexta-feira, 5 de julho de 2024

PROJEÇÕES DA ECONOMIA PARA O SEGUNDO SEMESTRE

 

História de Redação – Forbes Brasil

Divulgada pelo Banco Central (BC) na manhã da segunda-feira (1), a edição mais recente do Relatório Focus mostrou uma nova elevação nas projeções de inflação. O aumento dos preços esperado para 2024 agora avançou para 4,00%, levemente acima dos 3,98% da edição da semana anterior. Há quatro semanas, a projeção era de 3,88%. A expectativa da taxa de câmbio para dezembro também aumentou. Agora está em R$ 5,20, acima dos R$ 5,15 da semana anterior e dos R$ 5,05 de há quatro semanas.

A elevação das estimativas para a inflação e para a cotação do dólar mostra uma continuidade do que o BC vem chamando de “desancoragem das expectativas”. A convicção dos analistas é de que o IPCA seguirá subindo, apesar de o BC ter interrompido a trajetória de corte de juros na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de junho. Para esclarecer suas dúvidas, Forbes conversou com alguns especialistas sobre qual é a perspectiva econômica para a segunda metade de 2024.Leia também

Imagem de dólares - Foto: Lee Jae-Won/Reuters

Imagem de dólares – Foto: Lee Jae-Won/Reuters© Fornecido por Forbes BrasilForbes Money Lula recua, e dólar fecha em baixa de 1,72%

De acordo com José Cláudio Securato, presidente da Saint Paul Escola de Negócios, a expectativa para o segundo semestre deste ano é de volatilidade no câmbio e na bolsa de valores. “Essa alta variação se deve ao cenário internacional, já que o ambiente externo é desfavorável a todos os países emergentes, não só o Brasil. O início do ciclo de queda dos juros americanos vem sendo postergado a cada encontro do Federal Reserve (FED).” Ou seja, as taxas americanas vão demorar mais tempo para cair e devem cair menos do que se esperava no começo do ano. “Dessa forma, ocorre uma sobrecarga nos resgates dos investimentos internacionais no Brasil, gerando uma alta saída de dólares do país”, afirma o especialista.

Além disso, Securato diz que a crise fiscal é o fator de risco que o governo não consegue reduzir. As autoridades estão com dificuldades para apresentar uma proposta que, de fato, corte os gastos para equilibrar as contas públicas. Para aprofundar o problema, nas últimas semanas Lula tem criticado a autonomia do BC, a taxa de juros e a cotação do dólar. “Essas críticas, e a expectativa de intervenções governamentais no mercado foram decisivas para piorar as expectativas dos próximos meses”, diz.

Para Marcelo Fonseca, economista-chefe da Reag Investimentos, a economia brasileira deve perder fôlego na segunda metade do ano. “Em abril de 2024, quando houve uma folga nas metas de resultado primário do governo, ampliaram-se as dúvidas sobre o quadro fiscal. Essa incerteza se traduz em forte elevação das taxas de juros no mercado futuro, que serão repassados à economia na forma de um crédito mais caro e escasso”, afirma.

Esses fatores deverão produzir uma acomodação do consumo das famílias, sendo o motor do bom desempenho da economia nos últimos trimestres. “As expectativas de inflação continuarão em processo de desancoragem, o que deverá forçar o banco central a retornar o processo de altas da Selic ainda em 2024 ou início de 2025”, diz Fonseca.

O Brasil enfrentou problemas que atrapalharam o crescimento brasileiro e a diminuição dos juros, como as perdas provocadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul. No entanto, o principal desafio do governo é cumprir o prometido: déficit zero para 2024. Esse objetivo não foi alcançado nos primeiros meses do ano.

Segundo o relatório Focus, a expectativa para o déficit segue em 0,70% do Produto Interno Bruto (PIB). Lula já declarou que o governo dificilmente chegará à meta do déficit zero, com a justificativa de falta de apoio do Congresso. A partir disso, o mercado começou a fazer o seu papel diante dessa promessa não cumprida, pressionando as autoridades. Enquanto isso, o poder executivo vem pressionando o Banco Central para reduzir os juros, o que diminuiria o déficit público, que foi de R$ 280,2 bilhões nos 12 meses até maio, dado mais recente disponível. No entanto, o BC mantém o seu papel de controlar a inflação, mesmo que os juros tenham de se estabilizar no patamar atual.

De acordo com a economista Rita Mello, a expectativa para os próximos seis meses é de o crescimento da economia ser menor que o esperado, além de a inflação ser mais alta do que o esperado no início do ano. “Tudo vai depender do corte de gastos do governo” As tentativas estão sendo feitas como o “imposto sobre as blusinhas”, a arrecadação do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) sobre fundos de investimento fechados, a volta do Programa de Integração Social (PIS), a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS) sobre combustíveis e o aumento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) em 9 estados ajudaram a aumentar o ganho, mas dificilmente o Congresso irá aceitar novas tributações. “A única saída é diminuir os gastos, lembrando que esses cortes não são característicos do atual governo”, afirma Mello.

Além disso, essas reduções são feitas nas áreas de educação, saúde, segurança, infraestrutura e pagamentos a deputados e senadores. “O contexto aponta para uma redução no déficit fiscal, mas que provavelmente não atingirá a meta prometida. A taxa de juros deve parar de cair nos próximos 3 ou 4 meses, a inflação deve ser mantida sob controle e o país deve alcançar um crescimento médio”, diz a economista. Um cenário positivo, mas que faz com que o mercado não veja mais os próximos anos com tanto otimismo e pressione o governo ainda mais.

Ela diz acreditar que a inflação não é um risco. “Os juros ainda estão em níveis deflacionários”, afirma. “Acredito que a inflação deve seguir a expectativa dos economistas e se manter entre 4 e 5% (bem próximo do limite máximo da meta), crescimento do país em 2% e leve queda dos juros até o final do ano”, afirma Mello.

PROJETO DE MANEJO DO FOGO APROVADO NO SENADO

 

História de JOÃO GABRIEL – Folha de S. Paulo

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O recorde de incêndios no pantanal neste ano aumentou a pressão pela aprovação de projetos de lei voltados a esse tema, em especial o que trata do manejo do fogo —que, mesmo após as históricas queimadas de 2020 e 2023, só foi aprovado nesta quarta-feira (3), diante de mais uma crise histórica na região.

O projeto de lei do manejo, que vai, agora, à sanção do presidente Lula (PT), foi protocolado na Câmara dos Deputados no final de 2018. Ele foi elaborado pelo Ministério do Meio Ambiente depois das queimadas que devastaram a Chapada dos Veadeiros no ano anterior.

O texto é tido como fundamental por quem atua na área porque muda a lógica do combate ao fogo ao criar um arcabouço legal que, sem descartar os meios de combate a incêndio, passa a priorizar o trabalho preventivo e de cuidado com o fogo.

Entre outros instrumentos, seria possível usar criteriosamente, por exemplo, as chamadas queimas prescritas para eliminar matéria orgânica acumulada e evitar que o fogo se alastre.

A proposta cria a Política Nacional de Manejo do Fogo, estruturada por um comitê nacional, um centro de operações e um sistema integrado de informações, o Sisfogo.

O projeto determina a criação de planos de manejo do fogo, de políticas de educação ambiental e de um programa de brigadistas.

Este último ponto é apontado por ambientalistas como fundamental para o combate aos incêndios, uma vez que exige a criação de um corpo de brigadistas capacitados para atuar na prevenção às queimadas, tanto em nível nacional quanto estadual.

Atualmente, a contratação acontece de forma temporária e, muitas vezes, já emergencial, sem um contingente fixo para a elaboração de políticas a longo prazo. O projeto determina, ainda, que os brigadistas sejam submetidos a condições adequadas de trabalho e tenham seguro de vida.

Especialistas alertavam há tempos para a necessidade da política. Nem mesmo o maior incêndio da história do pantanal, em setembro de 2020, fez o projeto ser aprovado pelos deputados —ele só ganharia o status de urgência nos últimos dias daquele ano. A sanção da Casa aconteceu apenas em outubro de 2021.

Depois, o texto ficou parado no Senado até o final de 2022, quando foi aprovado pela Comissão de Agricultura. No maio seguinte, passou também pelo grupo de Meio Ambiente, mas quando chegou ao plenário, voltou a travar, por divergências acerca do texto.

Nem o recorde de incêndios em novembro de 2023 ano fez a proposta avançar.

À época, a maior parte das emendas apresentadas ao projeto queriam ampliar o poder dos bombeiros estaduais e restringir as atribuições do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Biodiversidade) no combate ao fogo.

Como mostrou a Agência Pública naquele ano, a ideia era fazer com que os bombeiros estaduais também tivessem protagonismo na atuação em áreas da União.

Nas últimas semanas, diante de novos recordes de fogo no país, sua aprovação passou a ser defendida por diferentes esferas, como as ministras ministras Marina Silva (Meio Ambiente) e Simone Tebet (Orçamento e Planejamento), ligada ao agronegócio.

A senadora Tereza Cristina (PP-MS), ex-ministra de Jair Bolsonaro (PL) e nascida no pantanal, entrou em acordo com o líder do governo, Jaques Wagner (PT-BA), para destravar o andamento da proposta. Marina, inclusive, agradeceu à senadora publicamente após a aprovação da matéria, durante um evento sobre desmatamento.

O acordo envolveu adaptações na redação do texto, que foi, enfim, aprovado de forma relâmpago na noite desta quarta.

Para Alexandre Pereira, analista ambiental do Prevfogo, do Ibama, o projeto possibilita mudar a perspectiva das ações relacionadas ao fogo, inclusive no pantanal.

Ele que, se a atuação dos bombeiros tem foco no combate aos incêndios, o projeto possibilita a atuação das brigadas para prevenção e orientação, priorizando o manejo sustentável, justamente para evitar as queimadas —ou o que ele chama de disciplinar o uso do fogo.

“O clima extremo não é a causa dos incêndios florestais, não é ele que risca o fósforo. Ele faz o incêndio avançar com mais velocidade, mas quem causa o incêndio são as pessoas, então é com foco nelas que precisamos trabalhar”, diz Pereira.

“Existe uma diferença entre órgão de resposta, que vai apagar o fogo depois do incidente, e órgão de gestão, que trabalha com a questão ambiental: explicar, orientar. Temos que aplicar um novo modelo de trabalho, para explicar o que está acontecendo, que elas precisam ser mais precavidas com relação ao uso do fogo”, afirma.

Outras propostas estão em situação semelhante, como o projeto do estatuto do pantanal. Apresentado no Senado em 2020, só nesta quarta-feira foi aprovado e, agora, ainda precisa passar ao menos pela Câmara dos Deputados antes de passar a valer.

Ele foi alvo de divergências, por prever a exploração sustentável dos recursos do bioma, quando uma ala dos ambientalistas entende que o texto deveria ser mais protetivo.

“Precisamos entregar alguma coisa para que os pantaneiros, que estão lá há mais de 200 anos, possam continuar fazendo a preservação desse bioma”, defendeu a senadora Tereza Cristina, sobre as possibilidades de exploração sustentável, inclusive o turismo.

“Porque se a gente não tiver atividade econômica, as fazendas vão ficar muito mais abandonadas, e aí sim teremos mais fogo”, completou.

Para Leonardo Gomes, diretor-executivo SOS Pantanal, no entanto, o estatuto é mais brando que as leis já aprovadas nos estados pantaneiros, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Ele defende que o texto federal, portanto, deveria ser mais rígido, para evitar o afrouxamento da legislação estadual no futuro.

“Precisa reunir o melhor dos textos locais, manter as restrições com relação a uso intensivo do solo —principalmente a proibição da agricultura em escala comercial, soja, milho e outras culturas— e obras de infraestrutura e criação de corredores ecológicos como áreas de preservação”, afirma.

Ele também afirma que o texto deveria incluir formas de proteção aos rios que nascem no cerrado, uma vez que são eles que inundam o pantanal.

Também espera desde 2020 para ser aprovado um projeto que cria o fundo especial para fazendeiros afetados por queimadas. A proposta possibilita um crédito especial de até R$ 50 mil para agricultores e ribeirinhos afetados pelos incêndios.

PROJETO DE EXPOLORAÇÃO DE POTÁSSIO NA AMAZÔNIA

 

História de VINICIUS SASSINE – Folha de S. Paulo

MANAUS, AM (FOLHAPRESS) – O Ipaam (Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas), órgão do governo do estado, aprovou uma compensação ambiental subestimada para o projeto de exploração de potássio na amazônia.

A validação de um valor que não condiz com o porte do empreendimento foi feita apesar de o órgão ter apontado escala máxima no grau de impacto ambiental do projeto.

Documentos do processo de licenciamento, obtidos pela reportagem, mostram que o instituto do governo do Amazonas aprovou o valor de referência apresentado pela empresa, a Potássio do Brasil, afirmando que os investimentos seriam de R$ 7 bilhões.

É partir desse montante que compensação ambiental é calculada: ela é o resultado da multiplicação entre o valor dos investimentos e o grau de impacto ambiental, que pode variar de 0 a 0,5%.

A escala definida para a exploração de potássio foi a máxima, de 0,5%. Assim, a compensação definida foi de R$ 35 milhões.

Porém, o valor dos investimentos usado para o cálculo está subestimado. A própria empresa diz em divulgações que os investimentos previstos são de R$ 13 bilhões. O mesmo número é divulgado pelo governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil).

“É importante essa atividade porque estamos tratando do potássio, que é uma outra matriz econômica do estado do Amazonas, um investimento inicial de aproximadamente R$ 13 bilhões”, disse o governador em 29 de abril, em evento que anunciou um conjunto de licenças de instalação do empreendimento na região de Autazes (AM), entre os rios Madeira e Amazonas.

Assim, a compensação ambiental a ser paga deveria ser de R$ 65 milhões, R$ 30 milhões a mais do que o valor aprovado em pareceres do Ipaam.

Em nota, o governo do Amazonas afirmou que o Ipaam ainda não calculou a compensação ambiental e que o custo do empreendimento, de R$ 7 bilhões, “deverá ser atualizado”. O grau de impacto ambiental -o máximo de 0,5%, usado no cálculo da compensação- já está definido, conforme a nota.

“Como a licença de instalação foi expedida em abril deste ano, o empreendedor ainda está dentro do prazo de 180 dias para apresentar os documentos do valor de referência do empreendimento”, disse o governo do Amazonas. “O recurso deve ser destinado à manutenção e gestão das unidades de conservação estaduais, podendo ser incluídas unidades de conservação federais e municipais.”

A Potássio do Brasil disse, em nota, que não recebeu nenhuma informação do Ipaam sobre o assunto e que cumprirá o previsto em lei.

Compensações ambientais são obrigações previstas na legislação, no caso de empreendimentos com grande impacto. Os recursos costumam ser definidos como condições para a emissão das licenças. O dinheiro deve ser destinado a unidades de conservação.

Os documentos que tratam da aprovação do valor da compensação devida pela Potássio do Brasil estão no processo de uma das principais licenças concedidas, a de implantação da mina para extração do minério.

O plano básico ambiental, formulado e apresentado pela empresa ao Ipaam, cita o montante de R$ 7 bilhões como o valor de referência para o cálculo da compensação. O plano foi elaborado em junho de 2018. Três anos antes, a licença prévia já estabelecia a escala de 0,5% como o grau de impacto ambiental do empreendimento.

Documentos posteriores do Ipaam, de 2019 e 2021, tratam como aprovados os valores definidos, estabelecendo em R$ 35 milhões o valor da compensação ambiental, dinheiro que deve ser pago durante a validade da licença de instalação.

A empresa sugeriu que o dinheiro seja destinado à reserva de desenvolvimento sustentável Canumã, a 33 km do projeto, e à criação de reservas na região de Autazes. Na região são frequentes a exploração de madeira e caça ilegais, além de desmatamento, segundo o diagnóstico feito.

Em dezembro de 2021, um parecer técnico do Ipaam afirmou que a Potássio do Brasil deve pagar a “compensação aprovada em R$ 35 milhões” e que metade do dinheiro deveria ficar com o Ipaam, com a seguinte finalidade: R$ 8,75 milhões para operações de fiscalização ambiental e R$ 8,75 milhões para ações de monitoramento em unidades de conservação.

5,5 VEZES MAIS REJEITOS QUE BRUMADINHO

O Ipaam concedeu a licença de instalação, para implantação de mina e lavra, em 5 de abril deste ano. O governador do Amazonas fez um evento para anunciar a concessão da licença. Outras autorizações foram dadas, como para a construção de um porto e para captação de água. Obras estão em curso na região.

No último dia 13, o MPF (Ministério Público Federal) no Amazonas pediu que a Justiça Federal suspenda as licenças, em caráter urgente, e encaminhe os processos de licenciamento ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Há risco de salinização de nascentes, lagos, igapós, igarapés e rios da bacia do Amazonas, segundo o MPF.

A Folha de S.Paulo mostrou, em reportagem publicada em 29 de maio, que o empreendimento prevê a geração de 78 milhões de metros cúbicos de rejeitos e a formação de duas pilhas desses resíduos com altura de 25 metros cada uma.

A quantidade de rejeitos é 5,5 vezes maior do que a despejada no rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG) em 2019, por exemplo. As pilhas têm um tamanho projetado equivalente a um prédio de oito andares.

A área a ser explorada é a mesma de um povoado indígena do povo mura, existente há 150 anos, e de uma vila onde também há famílias muras. A Funai (Fundação Nacional de Povos Indígenas) deu início, em agosto de 2023, a procedimentos para identificação e delimitação do território. A mina projetada está a menos de 10 km de outras duas terras indígenas.

O órgão federal pediu por reiteradas vezes a suspensão do processo de licenciamento, enquanto analisa o processo de demarcação, mas foi ignorado pelo órgão do governo do Amazonas.

Já o Ibama se negou, também em diversas ocasiões, ter responsabilidade pela condução do licenciamento.

No segundo semestre de 2023, em documento enviado a processo em curso na Justiça Federal, o órgão ambiental do governo federal disse que poderia assumir o licenciamento do empreendimento de potássio, a partir da conclusão, pela Funai, de relatório de identificação da terra indígena dos muras

O governo Lula (PT) apoia o projeto. O discurso de apoio é o mesmo do governo de Jair Bolsonaro (PL): o potássio é base para fertilizantes utilizados na agricultura em larga escala, e o empreendimento é necessário para diminuir a dependência do país de importação destes insumos. O principal defensor no governo é o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB).

Segundo o governo, o Brasil importa 95% do cloreto de potássio usado em fertilizantes. O projeto em Autazes pode atender 25% do consumo nacional, conforme dado da empresa citado em manifestações da União à Justiça Federal. A Potássio do Brasil pertence a CD Capital, Sentient e Forbes & Manhattan (do empresário canadense Stan Bharti), entre outros acionistas.

PERSEGUIÇÃO POLÍTICA DA PF A BOLSONARO

História de Da CNN

Pedro Venceslau: Defesa de Bolsonaro deve dizer que Lula também recebeu presentes

Pedro Venceslau: Defesa de Bolsonaro deve dizer que Lula também recebeu presentes© Fornecido por CNN Brasil

O analista da CNN Pedro Venceslau comentou no CNN Arena (segunda a sexta, 18h) sobre o indiciamento, nesta quinta-feira (4), do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outras 11 pessoas no caso das joias recebidas da Arábia Saudita. Segundo Venceslau, a defesa de Bolsonaro deve argumentar que há uma “zona cinzenta” em relação aos presentes recebidos por chefes de Estado. O que permitiu que o ex-presidente recebesse as joias e as levasse para casa. Os itens foram devolvidas posteriormente, após questionamento do Tribunal de Contas da União (TCU). Comparação com Lula A estratégia da defesa, de acordo com Venceslau, será tentar comparar Bolsonaro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmando que este também recebeu presentes caros em seus mandatos anteriores. “Eles vão bater na tecla de que o presidente Lula também recebeu presentes no seu primeiro e no seu segundo mandato, alguns deles caros, e vão tentar comparar a situação de Lula com a situação de Bolsonaro”, disse o analista. A estratégia visa jogar toda a responsabilidade em uma suposta perseguição política por parte do Governo Federal, através da Polícia Federal. No entanto, Venceslau explica que essa narrativa não responde diretamente às perguntas feitas pela investigação. Impacto Político Venceslau avalia que o caso das joias causa um prejuízo político maior para Bolsonaro do que o caso das vacinas durante a pandemia, já que neste último havia alinhamento com seu eleitorado. “No caso do indiciamento, por conta das joias, aí causa um prejuízo político muito maior”, afirma.

 

O CHRONOWORKING RECONHECE QUE CADA PESSOA POSSUI UM RÍTMO CIRCADIANO ÚNICO

Redação StartSE

O chronoworking reconhece que cada pessoa possui um ritmo circadiano único, que influencia seus níveis de energia, foco e produtividade ao longo do dia. Entenda!

Trabalho (Foto: Pexels)

O chronoworking é uma metodologia de gestão do tempo que busca otimizar a produtividade pessoal e profissional por meio da sincronização das tarefas com os ritmos biológicos naturais de cada indivíduo.

Mas afinal, o que é chronoworking? 

O chronoworking reconhece que cada pessoa possui um ritmo circadiano único, que influencia seus níveis de energia, foco e produtividade ao longo do dia.

Ao invés de seguir um modelo rígido de jornada de trabalho, essa abordagem permite que os colaboradores adaptem seus horários às suas preferências individuais, trabalhando nos momentos em que se sentem mais aptos a render.
 

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EXEMPLO

Por exemplo, pessoas que são mais produtivas pela manhã podem agendar suas tarefas que exigem maior concentração para esse período, enquanto tarefas mais leves ou rotineiras podem ser realizadas em momentos de menor energia.

Quais são as vantagens do chronoworking? 

Aumento da satisfação e engajamento dos funcionários: o chronoworking permite que os colaboradores escolham os horários em que se sentem mais produtivos para realizar suas tarefas.

Atração e retenção de talentos: num mercado de trabalho cada vez mais competitivo, oferecer flexibilidade de horários pode ser um diferencial para atrair e reter talentos. 
Especialmente para as gerações mais jovens, como os Millennials e a Geração Z, que valorizam a autonomia e o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Para líderes de RH,


Quais são os desafios do chronoworking para a área de RH? 

Mudança cultural: adaptação à nova rotina, resistência à mudança e falta de apoio da liderança podem dificultar a implementação.

Logística e comunicação: dificuldade na comunicação entre equipes, desafios tecnológicos e coordenação de tarefas complexas exigem soluções inovadoras.

Por que importa?

É importante para o RH ficar de olho nas novas tendências de trabalho. Isso porque pode trazer diversos benefícios para as empresas e seus colaboradores. No entanto, é importante que, antes de adotar qualquer metodologia nova, faça pesquisas internas e externas para entender se faz mesmo sentido para os funcionários da empresa.

Eu e o ChatGPT sobre Mensuração de Audiência

User- Moysés Peruhype Carlech

Empresas fazem propaganda no Rádio, Jornais, Revistas e TV e não têm como medir a audiência para as suas divulgações e quando fazem propaganda na internet como no marketplace Valeon do Valeo do Aço querem saber a audiência e número de visitantes. Como definir isso?

ChatGPT

A mensuração da audiência e do desempenho de campanhas publicitárias na internet, como aquelas realizadas em Marketplaces como o Valeon, pode ser feita por meio de várias métricas e ferramentas analíticas. Aqui estão algumas estratégias que as empresas podem adotar para medir a eficácia de suas campanhas online:

Google Analytics e Outras Ferramentas de Análise de Site:

Integre o Google Analytics ou outras ferramentas de análise de site ao seu site ou página no marketplace.

Acompanhe métricas como número de visitantes, tempo médio de visita, páginas visualizadas e taxa de rejeição.

Códigos de Rastreamento:

Utilize códigos de rastreamento únicos em suas URLs de campanha. Isso permite identificar a fonte do tráfego e avaliar a eficácia de cada canal de marketing.

Metas e Conversões:

Defina metas específicas, como preenchimento de formulários, compras ou visualização de páginas-chave, e acompanhe as conversões.

Analise o funil de conversão para identificar pontos de atrito.

Anúncios Patrocinados e Redes Sociais:

Utilize plataformas de anúncios patrocinados, como Google Ads e redes sociais, e acompanhe métricas como impressões, cliques, taxas de cliques (CTR) e custo por clique (CPC).

Pixel de Rastreamento:

Implemente pixels de rastreamento nas páginas relevantes para coletar dados sobre a interação dos usuários.

Use pixels de redes sociais, como o Facebook Pixel, para rastrear atividades e criar audiências personalizadas.

Pesquisas e Feedback do Cliente:

Realize pesquisas online para obter feedback direto dos clientes sobre a eficácia das campanhas.

Analise comentários e avaliações nas redes sociais e em plataformas de avaliação.

Cupons e Ofertas Especiais:

Distribua cupons ou ofertas especiais exclusivas para os canais online e acompanhe sua taxa de resgate.

Acompanhamento do ROI (Retorno sobre Investimento):

Calcule o retorno sobre o investimento comparando os custos da campanha com os resultados alcançados, como vendas adicionais ou leads gerados.

Testes A/B:

Realize testes A/B para avaliar diferentes elementos da campanha, como cópias de anúncios, imagens ou chamadas para ação.

Ao integrar essas estratégias, as empresas podem obter uma visão abrangente do desempenho de suas campanhas online, entender a audiência-alvo e tomar decisões informadas para otimizar suas estratégias de marketing.

 

quinta-feira, 4 de julho de 2024

CHINA LÍDER MUNDIAL DE PRODUÇÃO DE PAINÉIS SOLARES EM CRISE DE MERCADO

 

História de Gabriel Sales – IGN Brasil

China conquistou a indústria solar reduzindo preços; agora empresas do país estão se afogando e pedindo resgate ao governo

China conquistou a indústria solar reduzindo preços; agora empresas do país estão se afogando e pedindo resgate ao governo© Fornecido por IGN Brasil

Após duas décadas de crescimento imparável, a indústria solar chinesa atravessa uma crise. Muitas empresas do setor estão perdendo dinheiro e algumas podem acabar fechando as portas, embora a China domine sozinha o mercado global e instale mais capacidade de energia solar do que qualquer outro país do mundo.

Muitas fábricas de painéis solares – A capacidade de produção do setor solar chinês triplicou em pouco tempo. Existem demasiadas fábricas que produzem painéis solares e outros componentes fotovoltaicos, o que está a provocar uma queda nos preços e nos lucros do sector.

A oferta excede em muito a procura e projetos equivalentes a 70 gigawatts de capacidade solar já foram cancelados.

A Era do Gelo do setor fotovoltaico – A GCL Technology, segunda maior empresa de energia solar da China e uma das maiores empresas do setor energético – pediu ajuda ao Estado.

O fundador da GCL, Zhu Gongsha, afirma que os preços ao longo de toda a cadeia de produção (do silício aos módulos fotovoltaicos) despencaram a um patamar abaixo dos custos de produção, o que significa que as empresas perdem dinheiro com cada venda.

A indústria solar da China “entrou na Era do Gelo” e precisa de apoio estatal, diz Zhu.

GCL pede intervenção governamental – A China instala 60% da capacidade renovável de energia solar do mundo, mas o aumento das tarifas nos Estados Unidos e as recentes investigações da União Europeia sobre alegados subsídios injustos de Pequim estão afetando as exportações, o que pode ser a gota d’água da crise.

O fundador da GCL apelou à intervenção urgente do governo chinês para resgatar a indústria de energia solar. As empresas chinesas representam 80% da produção global, mas grandes fabricantes como Longi e Trina Solar começaram a fechar linhas de produção devido às condições desfavoráveis do mercado.

Medidas de socorro de Pequim – As ações do governo face à crise não tardaram a chegar. A China continuará investindo em instalações solares nacionais e reduzindo as taxas da indústria para aliviar o excesso de oferta.

No entanto, espera-se que a crise persista pelo menos até ao final da década. Um relatório do banco HSBC sugere que o governo chinês está tentando manter o volume de produção mesmo com perdas financeiras para preservar o emprego e cumprir as metas de desenvolvimento das suas indústrias sustentáveis mais avançadas, como é o caso da solar.

*Texto traduzido do site parceiro Xataka

PROJETO HIDROGÊNIO VERDE EM REGULAMENTAÇÃO NO SENADO

 

História de JOÃO GABRIEL – Folha de S. Paulo

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O Senado Federal concluiu nesta quarta-feira (3) a votação do projeto de lei que cria o marco legal do hidrogênio de baixa emissão de carbono, chamado de hidrogênio verde, e decidiu que o texto não terá a previsão da ZPE (Zona de Processamento e Exportação) expandida.

A votação começou no mês passado, quando o plenário aprovou o texto-base, mas a análise dos destaques (sugestões de mudanças) foi concluída nesta quarta diante de divergências entre o relator, Otto Alencar (PSD-BA), e o senador Cid Gomes (PDT-CE) sobre as ZPEs.

As ZPEs comuns já existem, são áreas de instalação de indústrias voltadas à exportação e importação que são submetidas a um regime fiscal específico. Essas áreas foram criadas para incentivar essas atividades.

O texto do hidrogênio verde que saiu da comissão especial sobre o tema ampliava esses incentivos fiscais para toda a cadeia produtiva de insumos e de armazenamento do hidrogênio, independente do local onde a empresa estivesse instalada.

O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), apresentou um destaque para excluir esse trecho. Porém, na sessão que iniciou a deliberação, o relator da proposta acatou o pedido de Wagner no próprio plenário, sem que a decisão constasse no relatório.

Cid Gomes reclamou da manobra e apresentou, então, um novo destaque, para que o trecho fosse recolocado no projeto. A votação aconteceu nesta quarta, com derrota para o cearense.

O projeto cria o Rehidro (Regime Especial de Incentivos para a Produção de Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono), a Política Nacional do Hidrogênio de Baixa Emissão e o Programa de Desenvolvimento deste hidrogênio.

O Rehidro concede crédito fiscal dentro da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). O crédito pode ser convertido em ressarcimento financeiro caso não haja débitos em impostos suficientes para compensar a quantia.

O PL propõe ampliar a previsão de incentivos fiscais para esse mercado a um total de R$ 18 bilhões durante cinco anos: R$ 1,7 bilhão em 2028, R$ 2,9 bi em 2029, R$ 4,2 bi em 2030 e R$ 4,5 bi em 2031 e R$ 5 bilhões em 2032.

Quando foi aprovado na comissão específica sobre o tema, a previsão era que os incentivos valessem por quatro anos, com um teto anual de R$ 1,7 bilhão em 2027, R$ 2,9 bi em 2028, R$ 4,2 bi em 2029 e R$ 4,5 bi em 2030 -somando R$ 13 bilhões.

O texto precisará passar novamente pela Câmara dos Deputados, já que sofreu alterações.

HADDADE DIZ QUE LULA QUER PRESERVAR O ARCABOUÇO FISCAL SE AINDA EXISTE

 

História de Fernanda Trisotto e Sofia Aguiar – Jornal Estadão

BRASÍLIA – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez um pronunciamento na noite desta quarta-feira, 3, para reiterar o compromisso do governo Lula com o arcabouço fiscal e com a saúde das contas públicas. Ele anunciou que já foram identificados R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias que deverão ser cortadas do Orçamento de 2025.

O anúncio foi feito em meio à estratégia do governo de mudar a comunicação para conter a escalada do dólar e estancar o mau humor do mercado, que desconfia da potência das medidas de ajuste fiscal.

O detalhamento dessa redução só será feito após os ministérios envolvidos serem comunicados e há expectativa de que esse movimento seja refletido na execução orçamentária deste ano, a depender da necessidade de ajuste apontada pelo próximo relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas – que será divulgado em 22 de julho.

Haddad diz que Lula mandou preservar arcabouço fiscal. Foto: Wilton Junior/Estadão

Haddad diz que Lula mandou preservar arcabouço fiscal. Foto: Wilton Junior/Estadão© Fornecido por Estadão

“Nós já identificamos, e o presidente autorizou levar à frente, R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias que vão ser cortadas depois de que os ministérios afetados sejam comunicados do limite que vai ser dado para a elaboração do Orçamento de 2025?, afirmou Haddad após deixar uma reunião da Junta de Execução Orçamentária (JEO) no Palácio do Planalto. “Isso não é um número arbitrário. É um número que foi levantado linha a linha do Orçamento daquilo que não se coaduna com o espírito dos programas sociais que foram criados.”

O ministro reiterou que esse montante é fruto do pente-fino em programas sociais e outras despesas que vem sendo feito nos últimos meses, com ênfase nos últimos 90 dias, capitaneado pelo Ministério do Planejamento e Orçamento, como já havia antecipado o Estadão/Broadcast.

“Nós vamos agora reunir os ministros envolvidos, que estão conscientes que o trabalho técnico foi feito pelas próprias equipes, para que não haja também nenhuma falha de comunicação”, disse o ministro.

Haddad afirmou que o presidente tem compromisso com o arcabouço fiscal. “O presidente determinou que cumpra-se o arcabouço fiscal. Não há discussão a esse respeito”, disse o ministro, lembrando que a lei teve apoio do governo e de todos os ministros. “A lei complementar foi aprovada, inclusive ela se conjuga com a lei de responsabilidade fiscal. São leis que regulam as finanças públicas do Brasil e elas serão cumpridas em 2024, 2025, 2026. O compromisso nosso é de cumprimento”, reiterou.

Essa foi a terceira reunião de Haddad com Lula na quarta-feira – os dois tiveram um primeiro encontro de manhã, no Palácio da Alvorada, e a JEO já havia feito um encontro prévio no Planalto, entre os anúncios do Plano Safra. Segundo Haddad, as medidas discutidas pela junta combinam elementos para cumprir tanto o arcabouço de 2024 como para garantir o Orçamento equilibrado de 2025.

Nesta quarta-feira, após dias seguidos de declarações colocando em xeque a necessidade de corte de gastos públicos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira, 3, que o governo tem compromisso com a responsabilidade fiscal.

A declaração ocorre após o petista ter sido alertado por economistas de dentro e de fora do governo sobre o impacto de suas falas no dólar e o reflexo na inflação. A mudança de tom no discurso foi acompanhada por uma queda na cotação do dólar à vista, de 1,7% (quase 10 centavos), aos R$ 5,56 – a maior baixa porcentual desde agosto de 2023. A fala do petista foi feita após primeira reunião com Haddad, pela manhã.

STF ANULA DECISÕES DA LAVA JATO

 

História de Redação – IstoÉ Dinheiro

Em uma derrota do braço da Lava Jato no Rio de Janeiro, o Supremo Tribunal Federal (STF) anulou as decisões do juiz Marcelo Bretas, ex-titular da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, em um processo em que o prefeito da capital fluminense Eduardo Paes (PSD) é acusado de caixa 2 na eleição municipal de 2012 e corrupção passiva. A Segunda Turma do Supremo decidiu que as denúncias devem ser julgadas na Justiça Eleitoral e declarou nulas todas as decisões de Bretas no processo.

Em seu voto, o relator, ministro Gilmar Mendes, que é um dos críticos dos métodos adotados pela Lava Jato na apuração de casos de corrupção, afirmou que os fatos em análise no processo têm relação com supostos ilícitos nas campanhas de Paes e do PMDB (atual MDB). O ex-secretário municipal de Obras do Rio, Alexandre Pinto, acusou o ex-prefeito Eduardo Paes de participar de um suposto esquema de desvios de recursos em grandes obras no Rio em depoimento a Marcelo Bretas.

“Só para deixar muito claro, essas coisas não eram só da Secretaria de Obras. O centro disso tudo não era a Secretaria de Obras. A gente tinha casos, principalmente das grandes obras, que as determinações não vinham da Secretaria de Obras. Vinham do gabinete do ex-prefeito Eduardo Paes. No qual ele determinava que determinada obra, principalmente as grandes, existiria isso. A Transcarioca foi uma obra de mais de R$ 1,5 bilhão, que veio uma determinação do prefeito. Posso falar na obra da Transoeste, da Odebrecht, ele foi muito claro em dizer que a Transoeste vai ser da Odebrecht”, contou Pinto.

Dois ex-executivos da Odebrecht, Benedito Junior e Leandro Azevedo confirmaram em delação premiada o suposto repasse de dinheiro a Paes, mas disseram que era caixa dois de campanha. Para o ministro Gilmar Mendes, ainda que entre as condutas atribuídas ao prefeito haja crimes comuns, “é evidente o vínculo estabelecido pelos termos de colaboração com ilícitos previstos no Código Eleitoral”.

Alexandre Pinto trabalhou na prefeitura do Rio entre 2011 e 2014. À época, Paes era chefe do Executivo municipal pelo MDB e aliado do então governador Sérgio Cabral, do mesmo partido. Em pelo menos três episódios, o ex-secretário disse que Paes cobrou propinas de obras do município. Afirmou, ainda, que o prefeito direcionou licitações a empresas – parte delas, envolvida na Operação Lava Jato.

O ex-secretário de Paes foi condenado quatro vezes por Marcelo Bretas, em 2020, pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas em uma das operações de desdobramento da Lava Jato. Em uma delas, a 23 anos de prisão. À época, o advogado Ricardo Pieri, que defende Eduardo Paes, afirmou que o prefeito “jamais participou de qualquer esquema de corrupção” e acusou o delator de mentir. “O sr. Alexandre Pinto apresenta nova leva de mentiras como delinquente confesso, condenado como chefe de organização criminosa, da qual, segundo apurado após ampla investigação, Eduardo Paes jamais fez parte”, afirmou.

Acesso a depoimentos

A Turma também determinou o acesso do prefeito aos atos conexos aos depoimentos dos colaboradores premiados da OAS que o incriminem, já documentados e que não se refiram a diligências em andamento que possam ser prejudicadas.

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PRESIDENCIALISMO DE COALISÃO É O SISTEMA POLÍTICO-ELEITORAL DÁ CÁ TOMA LÁ

História de Heitor Pires – IstoÉ

Eu não sei quem, quando ou por que cunhou o termo “presidencialismo de coalizão” (no Brasil). Só sei que deve ser alguém do mundo político ou alguém muito educado, pois minha tradução do nosso sistema político-eleitoral é mais, digamos, sincera: conluio de oportunistas.

Confesso que gostaria de substituir “oportunistas” por “ladrões”, mas seria generalização de minha parte. Uns dois ou três por cento de nossos políticos e governantes não são nem uma coisa nem outra. Sim. Tem uma meia-dúzia de gente séria e bem-intencionada remando contra a maré.

O que se tem visto nos últimos dias no Congresso Nacional beira o surrealismo. Entre janeiro e abril deste ano foram quase 14 bilhões de reais em emendas parlamentares liberadas pelo governo. Em maio passado, em apenas um dia, foram quase 5 bilhões de reais. Coisa de louco.

A projeção é que até as eleições de outubro Lula libere 60% do total previsto para este ano, que deve chegar a estupendos 30 bilhões de reais. E tudo isso – pior ou não – não tem se traduzido em apoio no Legislativo. Até porque, convenhamos, apoiar este governo, mesmo bem-remunerado, é difícil.

Tudo isso, em meio ao crescente rombo fiscal e necessidade extrema dos municípios do Rio Grande Sul atingidos pelas enchentes, faz com que a pressão sobre o caixa do governo se traduza ou em ações de contigenciamento ou, o que anda acontecendo, em piora da percepção de risco do País.

O comportamento do câmbio reflete exatamente estas questões, ainda que as recentes declarações incendiárias do presidente e a própria valorização do dólar no mundo inteiro, derivem na alta recorde no ano.

O Brasil acostumou-se a andar na corda bamba. Ou melhor, os governos acostumaram-se a – em conluio com os demais Poderes – flertar eternamente com o abismo. É o que “eles” chamam de “coalização”.