Imagine um futuro em que as vacas fazem fila nos bancos para pagar
seus impostos. “Dona Mimosa, por favor, apresente sua carteira de
identidade e o comprovante de residência do estábulo,” orienta a caixa,
digitando bovinamente no computador. Pois é, isso logo será a nova
realidade dinamarquesa, onde as flatulências dos animais passaram de
inconveniente rural à taxação federal.
Os rebanhos escandinavos, sem dúvida, devem estar em polvorosa.
Calcule se fossem falantes, como os personagens do livro “Revolução dos
bichos”. Sem dúvida, um porco, representante dos animais de fazenda,
estaria resmungando:
“Primeiro nos fizeram produzir mais carne, e agora querem controlar o que comemos e soltamos no ar?”
Sim, bacorinho, chegou a era do imposto sobre as ventosidades. Nada
mais justo, afinal, suínos, bovinos e ovinos não podem sair por aí
emitindo metano como se estivessem numa queima de fogos na virada do ano
em Copacabana.
Nessa nova Dinamarca eco-friendly, até o mais rosado dos
porquinhos será cobrado pelos sua falta de modos. Pensem só no terror
dos fazendeiros ao contabilizar as finanças no final do mês: “Milho,
ração, frutas, legumes e… 40 euros pelos arrotos do Rabicó!”
A situação fica ainda mais curiosa quando se pensa no aumento
progressivo da taxa. Se hoje é 40 euros por cada animal, em 2035 o valor
subirá para 100 euros. É quase como se o governo estivesse dizendo: “Se
não conseguimos lhes convencer a reduzir a emissão de gases agora,
vamos fazê-los pagar tanto que vão acabar tendo que arrolhar seus
animais.”
Os pobres fazendeiros da Dinamarca de amanhã talvez até passem a
oferecer cursos de etiqueta para as criações. “Branquinha, querida,
lembre-se de mastigar 32 vezes antes de engolir, senão a coisa vai feder
pra gente.”
As grandes empresas de suplementos alimentares, é claro, já sentiram o
fedor do dinheiro com a nova onda. Logo promoverão rações nas feiras
agropecuárias com a promessa: “Zero gases, zero taxas!” E os anúncios
serão completamente inusitados: “Cansado de pagar caro pelos traques de
seu boi? Experimente nosso suplemento antigás “No-Paid” e economize já.”
A internet também ficará lotada de vídeos com gastroeconomistas
ensinando como administrar o campo da nova era. Já dá até para ver o
nome dos canais: “Fatos e Flatos”, “Ecoflatos no Ar”, “Agro Sem Pum”.
E os políticos? Bem, parlamentar, como todos sabem, consegue lucrar
até com vento. Certamente, se tornarão os heróis que salvaram o planeta
Terra, enquanto observam os cofres se enchendo com o dinheiro do recente
imposto-pum.
Essa, nem “Revolução dos Bichos”, previu: uma batalha fiscal
intestina cujo centro é o intestino dos rebanhos. Chupa, George Orwell!
Às vésperas do recesso do Judiciário, o decano do Supremo Tribunal
Federal, ministro Gilmar Mendes, devolveu para julgamento a ação sobre o
pagamento de quase R$ 1 bilhão em penduricalhos a juízes federais. A
discussão sobre o tema está suspensa desde março, quando o ministro
pediu mais tempo para analisar um recurso da Advocacia-Geral da União
contra decisão do ministro Dias Toffoli que liberou o benefício a um
grupo de magistrados que pode vir a embolsar até R$ 2 milhões cada.
Gilmar liberou o caso para julgamento às 12h do dia 26, data em que
teve início o Fórum Jurídico de Lisboa. O evento é organizado pelo IDP, a
faculdade do ministro e foi apelidado de ‘Gilmarpalooza’ nas redes
sociais.
Não há data prevista para que o caso volte a ser debatido no STF. A
análise deve ser retomada no plenário virtual da Corte, onde o processo
começou a ser avaliado. O caso está sob alçada da Segunda Turma, da qual
participam, além de Gilmar e Toffoli, os ministros Edson Fachin, Kassio
Nunes Marques e André Mendonça.
No centro do processo está uma decisão do Tribunal de Contas da União
que suspendeu o pagamento retroativo do Adicional por Tempo de Serviço
(ATS) – vantagem extinta desde 2006 e que foi ressuscitada pelo Conselho
da Justiça Federal em 2022.
Mais conhecido como quinquênio, o ATS prevê que, a cada cinco anos,
os magistrados incorporem 5% de seus salários aos respectivos
contracheques, um aumento automático.
A decisão do Conselho de Justiça Federal foi chancelada pelo Conselho
Nacional de Justiça, o que abriu um impasse com a Corte de Contas.
Toffoli atendeu um pedido da Associação dos Juízes Federais e
suspendeu o acórdão do TCU. A Advocacia-Geral da União recorreu da
decisão, alegando que a decisão de Toffoli iria gerar um “prejuízo
irreparável para os cofres públicos”.
Os ministros do STF não devem se manifestar sobre a validade do
benefício concedido aos magistrados, mas sobre a possibilidade de o
Tribunal de Contas suspender ato do Conselho da Justiça Federal.
A associação dos juízes federais sustenta que não existe essa
possibilidade, sob argumento de “independência do Poder Judiciário”.
Do outro lado, o TCU considera que negar a competência do TCU para
suspender o pagamento do benefício implicaria em negar a atribuição do
“Congresso Nacional para exercício do controle externo por meio de
auditorias e inspeções realizadas pela Corte de Contas por solicitação
das Casas Legislativas ou de suas comissões”.
A Procuradoria-Geral da República deu parecer favorável aos juízes
federais. Apontou que a competência do TCU é federal e não nacional.
Para a PGR a decisão do TCU que travou o quinquênio “atenta contra a
unicidade do estatuto da magistratura”.
Após um dia marcado por negociações entre governadores, parlamentares
e membros do governo, a dívida dos estados com a União segue sem uma
solução oficial. Na noite desta terça-feira (2), o presidente do
Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), se reuniu com o líder do
governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP); o
ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha; e o
secretário executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, para
discutir o tema. A reunião durou quase três horas. A equipe de Pacheco
chegou a anunciar que o senador faria um pronunciamento após a agenda,
mas a coletiva de imprensa foi adiada para quarta-feira (3). Segundo o
governo federal, os estados brasileiros acumulam um total de R$ 740
bilhões em dívidas com a União. Cinco estados concentram a maior parte
dos débitos: Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e
Goiás. Expectativa por urgência Pacheco trabalha na construção de um
projeto de lei complementar para reduzir juros e amenizar os débitos das
unidades federativas com a União. O presidente do Senado tenta costurar
um acordo que agrade os gestores estaduais e o Ministério da Fazenda. A
expectativa é de que o texto seja protocolado em regime de urgência,
para que não haja necessidade de avaliá-lo em comissões temáticas.
Pacheco espera aprovar a matéria antes do recesso parlamentar, que
começa em 18 de julho. O senador Davi Alcolumbre (União-AP) é cotado
para a relatoria. Encontro com governadores Na tarde desta terça,
Pacheco também se reuniu com governadores de Minas Gerais, Romeu Zema
(Novo); de Goiás, Ronaldo Caiado (União); do Rio de Janeiro, Claudio
Castro (PL); do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB); e com o
governador em exercício de São Paulo, Felício Ramuth (PSD). A principal
mudança pleiteada pelos gestores estaduais seria alterar o indexador da
dívida. Hoje, os juros são de 4% mais o IPCA (Índice de Preços ao
Consumidor Amplo) ou a taxa Selic, o que for menor. Os governadores
pedem só a correção da inflação ou no máximo mais 1% de juros. A
proposta ainda inclui que outros 2% que seriam usados no pagamento de
juros sejam revertidos em investimentos para as áreas necessárias aos
estados, como infraestrutura, segurança pública e educação. Os
governadores também pedem a ampliação do pagamento da dívida com ativos,
incluindo o uso do Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional (FNDR)
que será feito para os estados com a Reforma Tributária. Análise de
governadores Após a reunião, o governador em exercício por São Paulo,
Felício Ramuth (PSD), afirmou à CNN que a proposta avançou, mas que
técnicos dos estados ainda vão trabalhar na proposta com o Senado. Já o
governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou que as medidas
precisam ser ampliadas para atender o estado. “Vejo como medidas boas,
positivas, que vão ajudar, mas precisaríamos de algo robusto. Para uma
dívida como a de Minas, que é de R$ 160 bilhões, transferir ativos de R$
20 bilhões, R$ 30 bilhões ou R$ 40 bilhões, ainda nos deixaria com uma
dívida monstruosa e que inviabilizaria uma boa gestão”, disse Zema.
O governo conta com mais de 400 votos na Câmara dos Deputados para
aprovar a regulamentação da reforma tributária, segundo informações do
líder do governo na Casa, deputado federal José Guimarães (PT-CE). A
declaração foi dada em entrevista nesta terça-feira (2) e foi validada
pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Para ser aprovada, a medida
precisa de maioria absoluta — 257 votos entre os 513 deputados. “Podem
cravar, são mais de 400 votos”, disse Guimarães. Na avaliação de Haddad,
o momento mais difícil foi a aprovação da emenda constitucional que
estabeleceu a reforma tributária — promulgada em dezembro do ano
passado. “A emenda constitucional beirou os 400 votos, essa aqui está
mais tranquila do que a emenda constitucional, eu concordo”,
complementou Haddad à fala do deputado. Segundo o ministro, as
discussões para regulamentação da matéria têm gerado um “processo
suprapartidário” entre os congressistas. “Você não consegue nem
distinguir um parlamentar do outro, o partido, está todo mundo
empurrando para o mesmo lado de pacificar o país em relação a isso — de
diminuir litigiosidade, aumentar transparência, fazer todo mundo pagar
para pagar menos, o consumo popular ter uma incidência menor de
alíquota. Está todo mundo na mesma linha, todo mundo concorda com os
princípios”, afirmou. Há dois meses, os deputados federais, divididos em
dois grupos de trabalho (GTs), discutem a regulamentação da reforma. A
expectativa é de que os relatórios dos GTs sejam divulgados na
quarta-feira (3) e a votação em plenário fique para a segunda semana de
julho, antes do recesso parlamentar — que começa no dia 18. “Aprovamos a
emenda constitucional, [que] é muito mais difícil, e agora são detalhes
a partir do que já foi discutido. Os temas centrais já estão na
Constituição, agora o que entra aqui, entra lá, são detalhes, não é isso
que vai impedir. E outra, uma votação só, 257 votos, está tudo bem mais
tranquilo”, disse Haddad. *Com informações de Rebeca Borges e João
Rosa, da CNN
PEQUIM, CHINA (FOLHAPRESS) – Questionado sobre as ações do governo
brasileiro contra produtos da China, o regime em Pequim minimizou as
divergências e não respondeu se as tarifas poderão resultar, na direção
contrária, em diminuição das compras chinesas no Brasil.
“A China e o Brasil apoiam firmemente o comércio livre e se opõem ao
protecionismo”, disse a porta-voz Mao Ning, do ministério do exterior.
“E estão ativamente comprometidos com o crescimento sólido e constante
do comércio bilateral. Tanto a China quanto o Brasil se beneficiam dos
laços comerciais. Acreditamos que nossos dois lados podem lidar bem com
as questões.”
Na segunda-feira (1º), entrou em vigor no Brasil o aumento do imposto
de importação sobre carros elétricos, de 10% para 18%. No ano que vem,
ele vai para 25%. Em abril, já havia entrado em vigor o aumento de
imposto sobre o aço, também de cerca de 10% para 25%. Nos dois casos,
assim como na recente “taxa das blusinhas”, não se identifica o alvo,
mas é a China.
Uma autoridade brasileira argumenta que o país não pode abrir mão do
uso de tarifas para calibrar sua exposição ao momento atual do comércio
exterior. Com Estados Unidos e União Europeia buscando barrar produtos
chineses como carros elétricos e aço, estes são desviados para os países
onde mantêm acesso, diz a fonte, que solicitou anonimato para abordar o
conflito com liberdade.
Outros mercados emergentes de maior porte também estariam se
preparando para ampliar as tarifas sobre produtos chineses, casos de
Índia e Indonésia, respectivamente, sobre aço e têxteis.
Segundo o argumento brasileiro, sua taxação, em comparação com a
americana e a europeia, não seria discriminatória e permitiria manter o
mercado exposto à concorrência chinesa, ao mesmo tempo em que evita
inviabilizar a indústria local. Nos três casos, aço, carros elétricos e
“blusinhas”, as medidas foram anunciadas após lobby de concorrentes já
instalados no país.
As ações brasileiras também começam a ser usadas como argumento pelos
negociadores europeus, para defender as suas próprias barreiras. Há
duas semanas, em viagem a Pequim, o ministro da Economia da Alemanha,
Robert Habeck, disse que o Brasil usa “tarifas punitivas”, enquanto a UE
“faz as coisas de forma diferente”, buscando igualdade de condições.
As tarifas europeias começam provisoriamente nesta quinta (3) com uma
elevação média do imposto sobre carros elétricos chineses para cerca de
30%. Pequim aceitou a proposta da UE de iniciar negociação, que deve ir
até dezembro, quando entram em vigor os percentuais definitivos.
O movimento contra carros elétricos e outros produtos chineses de
transição energética, como painéis solares, se acentuou nos últimos
meses com as acusações do governo americano de excesso de produção na
China, ameaçando o incentivo à produção nos EUA. Pequim acusa Washington
de protecionismo, com impacto no combate à mudança do clima.
“Não podemos abrandar o nosso ritmo na transição em troca de
crescimento de curto prazo, nem praticar protecionismo em nome da
proteção do ambiente”, disse Mao Ning, a porta-voz chinesa. “Precisamos
abordar as questões de desenvolvimento com uma visão mais longa e dar as
mãos para cultivar novos motores para o crescimento.”
(Bloomberg) — O presidente argentino Javier Milei defendeu sua
suspeita de que a tentativa de golpe da semana passada na Bolívia foi
encenada e continuou seus ataques ao presidente brasileiro Luiz Inácio
Lula da Silva em uma postagem nas redes sociais, que se referia a um
crítico não identificado como “um dinossauro idiota”.
A postagem causou confusão generalizada porque Lula era a única
pessoa mencionada pelo nome, enquanto a identidade do “dinossauro” não
foi explicada. O gabinete de Milei negou a associação, mas não disse
quem Milei estava insultando. Reportagens locais identificaram pelo
menos dois jornalistas que poderiam ter sido objeto do desdém de Milei.
Mas sua postagem nas redes sociais também reiterou as diversas
críticas de Milei a Lula, arriscando uma escalada da rivalidade com seu
vizinho um dia depois de escolher esnobá-lo em uma próxima visita ao
Brasil.
Milei criticou Lula nas eleições argentinas do ano passado, nas quais o brasileiro enviou uma equipe de seus próprios veteranos de campanha para
ajudar o oponente de Milei. Ele acusou Lula de interferir nas eleições e
apoiar “a campanha mais suja da história”. Ele também chamou Lula de
comunista e observou que ele havia sido preso sob acusação de corrupção
antes de retornar à presidência.
Milei fez as críticas em uma postagem nas redes sociais que reiterou sua posição de
que a tentativa de golpe da semana passada contra o presidente
boliviano Luis Arce foi uma insurreição “falsa” e “fraudulenta”, posição
que coloca o libertário em desacordo com líderes de esquerda como Lula,
que denunciaram a tentativa.
“A fraude montada na Bolívia é conhecida e o perfeito idiota, em vez de aceitar, me critica”, disse Milei em um post no X na manhã de terça-feira, novamente fazendo referência ao “dinossauro” não identificado que ele estava atacando.
Milei e Lula têm continuamente trocado farpas públicas, esfriando as relações entre
Brasil e Argentina. Na segunda-feira, Milei anunciou que participará do
evento CPAC Brasil, um desdobramento da Conferência de Ação Política
Conservadora nos EUA, ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Milei e Bolsonaro planejam se encontrar durante o evento, que
acontecerá sábado e domingo, segundo Eduardo Bolsonaro, um dos filhos do
ex-presidente e organizador da CPAC Brasil.
O governo Lula não quis comentar a postagem. O brasileiro exigiu na
semana passada um pedido de desculpas de seu vizinho, e o porta-voz de
Milei disse que nenhuma seria dada.
A administração de Arce reuniu-se na segunda-feira com o embaixador
da Argentina e disse que “rejeitava energicamente” as declarações de
Milei sobre a tentativa fracassada de golpe.
Milei em maio desencadeou uma crise diplomática com a Espanha, um dos
aliados históricos da Argentina, ao criticar o primeiro-ministro
socialista espanhol Pedro Sanches e aparecendo em um comício de campanha
do partido de extrema-direita Vox. O governo de Sanchez respondeu
retirando o embaixador da Espanha de Buenos Aires.
(Corrige título e matéria em várias pontos para refletir fato que Lula não foi objeto do insulto sobre “dinossauro”)
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Nos últimos anos, o mundo corporativo sofreu transformações
significativas, impulsionadas pela pandemia e pelo avanço das
tecnologias digitais. Uma das mudanças mais marcantes foi a adoção do
modelo de trabalho híbrido – também conhecido como trabalho flexível -,
que combina períodos de trabalho remoto com dias no escritório
presencialmente. Segundo um levantamento realizado pela JLL Consultoria,
o formato está consolidado entre as empresas da América Latina – a
pesquisa mostra que 85,6% das companhias brasileiras adotam o modelo
atualmente.
O levantamento também revela que a transição para modelos mais
flexíveis foi amplamente adotada por empresas de todos os setores,
tamanhos e origens. Contudo, embora o modelo híbrido ofereça
flexibilidade e equilíbrio entre vida pessoal e profissional, ele também
pode ser desafiador no que diz respeito à manutenção de networking e
relacionamentos interpessoais na empresa.
Para que a comunicação não seja afetada, é necessário o alinhamento
de estratégias conscientes para cultivar e fortalecer laços
profissionais, listo-os abaixo:
1. Eventos e organizações de network: a participação
em eventos sociais da empresa e de programas de networking fora da
empresa, mesmo que virtuais, são fundamentais no que diz respeito ao
crescimento profissional, pois serão oportunidades valiosas para
interagir informalmente com colegas de profissão e fortalecer vínculos
pessoais. O uso de redes sociais, ou de ferramentas de comunicação
interna são grandes aliados nessa jornada
2. Participação ativa em reuniões: participar
ativamente em reuniões, sejam elas presenciais ou virtuais, é crucial,
se manter preparado para contribuir efetivamente, seja fazendo perguntas
pertinentes, compartilhar ideias ou até mesmo dar feedbacks
construtivos, demonstrando assim seu comprometimento e construindo sua
presença na empresa.
3. Comunicação proativa: a comunicação é a espinha
dorsal do networking, especialmente no ambiente híbrido. Portanto, seja
proativo em suas interações, entenda o funcionamento de ferramentas de
comunicação digital e as use sempre que necessário, a exemplo de
e-mails, mensagens instantâneas, e chamadas de vídeo, buscando manter
contato regular com colegas e superiores.
4. Mentoria e aconselhamento: busque oportunidades
para ser mentorado por profissionais que confia, e também para mentorar
os novos colegas de trabalho que poderão ir chegando. Esse
relacionamento de troca de conhecimentos e experiências fortalece os
laços e cria uma rede de apoio mútua. Além disso, a mentoria pode
proporcionar uma visão mais ampla das dinâmicas organizacionais da
empresa e auxiliar no desenvolvimento de carreira.
6. Feedback e reconhecimento: não subestime o poder
do feedback e do reconhecimento. Elogiar o trabalho bem feito de colegas
e solicitar feedback construtivo demonstra respeito e valoriza a
colaboração. Essa prática reforça o espírito de equipe e cria um
ambiente de trabalho positivo e produtivo.
Não há como escapar de uma realidade consolidada, como o trabalho
híbrido, mas com toda certeza podemos nos adaptar e traçar estratégias
que nos permitam prosperar nesse novo contexto.
A integração de melhorias na comunicação e o empenho em manter o
networking mesmo no cotidiano online pode transformar desafios em
oportunidades, e como consequência permitir que profissionais se
mantenham conectados e engajados, independentemente da localização
física.
*Mara Leme MartinsPhD. Vice Presidente do BNI Brasil –
Business Network International – a maior e mais bem-sucedida organização
de networking de negócios do mundo
Existem várias empresas especializadas no mercado para desenvolver,
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Por que você deve contratar uma empresa para cuidar da sua Publicidade?
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potencializar consideravelmente os resultados do seu e-commerce e isto
resulta em mais vendas.
Quando você deve contratar a Startup Valeon para cuidar da sua Publicidade online?
A decisão de nos contratar pode ser tomada em qualquer estágio do seu
projeto de vendas, mas, aproveitamos para tecermos algumas
considerações importantes:
Vantagens da Propaganda Online
Em pleno século XXI, em que a maioria dos usuários tem perfis nas mídias sociais e
a maior parte das pessoas está conectada 24 horas por dia pelos
smartphones, ainda existem empresários que não investem em mídia
digital.
Quando comparada às mídias tradicionais, a propaganda online é
claramente mais em conta. Na internet, é possível anunciar com pouco
dinheiro. Além disso, com a segmentação mais eficaz, o seu retorno é
mais alto, o que faz com que o investimento por conversão saia ainda
mais barato.
Diferentemente da mídia tradicional, no online, é possível modificar
uma campanha a qualquer momento. Se você quiser trocar seu anúncio em
uma data festiva, basta entrar na plataforma e realizar a mudança,
voltando para o original quando for conveniente.
Outra vantagem da propaganda online é poder acompanhar em tempo real tudo
o que acontece com o seu anúncio. Desde o momento em que a campanha é
colocada no ar, já é possível ver o número de cliques, de visualizações e
de comentários que a ela recebeu.
A mídia online possibilita que o seu consumidor se engaje com o
material postado. Diferentemente da mídia tradicional, em que não é
possível acompanhar as reações do público, com a internet, você pode ver
se a sua mensagem está agradando ou não a sua audiência.
Outra possibilidade é a comunicação de via dupla. Um anúncio
publicado em um jornal, por exemplo, apenas envia a mensagem, não
permitindo uma maior interação entre cliente e marca. Já no meio
digital, você consegue conversar com o consumidor, saber os rastros que
ele deixa e responder em tempo real, criando uma proximidade com a
empresa.
Com as vantagens da propaganda online, você pode expandir ainda mais o
seu negócio. É possível anunciar para qualquer pessoa onde quer que ela
esteja, não precisando se ater apenas à sua cidade.
Uma das principais vantagens da publicidade online, é que a mesma
permite-lhe mostrar os seus anúncios às pessoas que provavelmente estão
interessadas nos seus produtos ou serviços, e excluir aquelas que não
estão.
Além de tudo, é possível monitorizar se essas pessoas clicaram ou não nos seus anúncios, e quais as respostas aos mesmos.
A publicidade online oferece-lhe também a oportunidade de alcançar
potenciais clientes à medida que estes utilizam vários dispositivos:
computadores, portáteis, tablets e smartphones.
Vantagens do Marketplace Valeon
Uma das maiores vantagens do marketplace é a redução dos gastos com publicidade e marketing. Afinal, a plataforma oferece um espaço para as marcas exporem seus produtos e receberem acessos.
Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso
proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores
que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por
meio dessa vitrine virtual.
Tem grande variedade de ofertas também e faz com que os clientes
queiram passar mais tempo no site e, inclusive, voltem com frequência
pela grande diversidade de produtos e pela familiaridade com o ambiente.
Afinal de contas, é muito mais prático e cômodo centralizar suas
compras em uma só plataforma, do que efetuar diversos pedidos
diferentes.
Inserir seus anúncios em um marketplace como o da Valeon significa
abrir um novo “ponto de vendas”, além do e-commerce, que a maioria das
pessoas frequenta com a intenção de comprar. Assim, angariar sua
presença no principal marketplace Valeon do Vale do Aço amplia as
chances de atrair um público interessado nos seus produtos. Em suma,
proporciona ao lojista o crescimento do negócio como um todo.
Quando o assunto é e-commerce,
os marketplaces são algumas das plataformas mais importantes. Eles
funcionam como um verdadeiro shopping center virtual, atraindo os
consumidores para comprar produtos dos mais diversos segmentos no mesmo
ambiente. Por outro lado, também possibilitam que pequenos lojistas
encontrem uma plataforma, semelhante a uma vitrine, para oferecer seus
produtos e serviços, já contando com diversas ferramentas. Não é à toa
que eles representaram 78% do faturamento no e-commerce brasileiro em
2020.
Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas
vantagens que são extremamente importantes para quem busca desenvolver
seu e-commerce e escalar suas vendas pela internet, pois através do
nosso apoio, é possível expandir seu ticket médio e aumentar a
visibilidade da sua marca.
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A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode
moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é
colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn
possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o
seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e
reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a
experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende
as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A
ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio,
também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para
ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser.
Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem
a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos
potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar
empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de
escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A volta do desequilíbrio na chamada regra
de ouro do Orçamento, que impede a emissão de dívida para bancar
despesas como salários e benefícios, vai ampliar o poder de barganha do
Congresso Nacional nas negociações com o Executivo a partir de 2025.
A projeção inicial do governo indicava uma insuficiência de R$ 52,7
bilhões no ano que vem, mas o valor pode ser até maior no momento do
envio da proposta de Orçamento, em 31 de agosto. Em 2026, ano eleitoral,
o rombo pode chegar a R$ 293,3 bilhões.
A lógica da regra de ouro, prevista na Constituição, é a de que
nenhum governo pode se endividar para pagar despesas que não sejam
investimentos (que dão retorno a longo prazo e justificam a contratação
de uma operação de crédito) ou a rolagem da própria dívida pública.
Em situação de desequilíbrio, o texto prevê uma válvula de escape. Se
a União precisar tomar emprestado para pagar despesas correntes
(aquelas do dia a dia, como salários e benefícios), é preciso obter aval
da maioria absoluta do Congresso –257 deputados e 41 senadores.
O problema central está no esgotamento dos expedientes usados pelo
Executivo nos últimos anos para cobrir sozinho o buraco e evitar a
necessidade de recorrer ao Legislativo para obter uma autorização
especial e destravar as despesas.
Desde 2021, o Executivo conseguiu recorrer a antecipações de
pagamentos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social), repasse de lucros do Banco Central e resgate de superávits
financeiros de fundos. Essas receitas financeiras ajudaram a compensar a
arrecadação insuficiente para honrar despesas correntes.
Neste ano, as reservas de recursos ainda serão capazes de suprir as
necessidades do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O Orçamento
foi enviado com R$ 200,3 bilhões em despesas condicionadas, mas a
previsão atual é uma margem positiva de R$ 25 bilhões na regra de ouro.
De 2025 em diante, porém, o diagnóstico é de que a fonte de receitas secou.
A demora em alcançar um superávit suficiente para estabilizar a
dívida pública, a suspensão do pagamento da dívida por alguns estados e
municípios e a elevação dos juros pagos pelo Tesouro Nacional para se
financiar no mercado são ingredientes que só agravam o quadro, pois
aumentam o desequilíbrio na regra de ouro.
O risco de descumprir a regra de ouro entrou no radar do Tesouro
Nacional e da Secretaria de Orçamento Federal em 2017, na esteira dos
sucessivos déficits desde 2014. Mas a necessidade de fazer o primeiro
pedido de crédito suplementar para atender à norma se deu em 2019.
O governo de Jair Bolsonaro (PL) escolheu condicionar despesas
essenciais e com apelo político e social, como benefícios
previdenciários e do Bolsa Família, como estratégia para acelerar a
liberação. Mesmo assim, enfrentou duras negociações envolvendo pedidos
de emendas e verbas. Em 2020, o crédito da regra de ouro também se
converteu em moeda de troca nas tratativas com parlamentares.
A partir de 2021, o Executivo conseguiu emplacar na LDO (Lei de
Diretrizes Orçamentárias) um artigo para dar mais flexibilidade à equipe
econômica. Na prática, despesas inicialmente condicionadas ao crédito
suplementar avalizado pelo Congresso poderiam ser destravadas, caso
surgisse alguma receita extra. A medida eliminou uma das fontes de
pressão política.
Agora, sem ter de onde tirar recursos para seguir sem depender do
Congresso, o governo Lula pode se ver obrigado a ceder em propostas de
seu interesse ou liberar mais verbas em troca da aprovação do crédito,
avaliam técnicos da área econômica e especialistas.
Mesmo a estratégia de condicionar benefícios sociais para
sensibilizar parlamentares pode ser insuficiente diante de um ambiente
político mais adverso.
O cientista político Rafael Cortez, sócio da consultoria Tendências,
afirma que a nova composição das Mesas Diretoras da Câmara dos Deputados
e do Senado Federal será a variável central para determinar o grau de
governabilidade e as chances de sucesso da agenda do governo de modo
geral.
“Nos últimos anos, a Mesa Diretora foi formada, sobretudo a da
Câmara, por nomes que rivalizaram com o Executivo, de tal sorte que o
atual governo e o próprio PT precisaram apoiar a reeleição de Arthur
Lira (PP-AL) para não pagar o custo dessa oposição”, disse.
Segundo ele, há dois cenários possíveis. O primeiro, mais otimista,
pressupõe a melhora na relação após a substituição de Lira,
independentemente do nome escolhido pelos congressistas.
No segundo, mais pessimista, eventual racha do centrão em torno de
diferentes nomes na disputa pelo comando da Câmara pode trazer mais
instabilidade política, sobretudo se o vitorioso não conseguir superar
essas divisões após a eleição. Na avaliação de Cortez, este é o cenário
mais provável de se concretizar.
“No atual equilíbrio, Lira até precisa negociar, mas o governo
consegue passar a matéria. Não tem uma paralisia. Em um cenário mais
preocupante, o risco de paralisia não é desprezível”, disse.
Por ser essencial para o pagamento de benefícios sociais, o crédito
da regra de ouro não deve travar totalmente. Mas a barganha tende a
aumentar.
“Quanto maior a instabilidade, maior o custo dessa aprovação. O
governo precisaria ceder em outros espaços que ele não gostaria”,
afirmou Cortez.
ENTENDA O IMPASSE DA REGRA DE OURO
O que é a regra de ouro?
É uma norma prevista na Constituição que impede o uso de recursos
obtidos via emissão de títulos da dívida para pagar despesas correntes,
como salários e benefícios sociais.
O que acontece se houver desequilíbrio na regra?
O governo fica impedido de pagar as despesas descobertas. A única
exceção é quando o Congresso aprova, por maioria absoluta, uma
autorização especial para financiar os gastos com recursos da dívida
pública.
Qual é o impasse enfrentado pelo governo?
Desde 2021, o governo tem conseguido recorrer a fontes de receitas
financeiras extras para compensar o desequilíbrio na regra de ouro sem
depender do Congresso Nacional. Essas fontes não devem mais ser
suficientes a partir de 2025, o que obrigará o Executivo a negociar a
liberação com os parlamentares.
A SITUAÇÃO DA REGRA DE OURO
Em 2024
Projeção no Orçamento: insuficiência de R$ 200,3 bilhões
Projeção atualizada em maio de 2024: margem positiva de R$ 25 bilhões
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – No último ano, as indústrias do vento e
do mar no Brasil ficaram animadas com a possibilidade de o país ter
turbinas eólicas instaladas em alto mar, quando a Câmara aprovou um
projeto de lei criando regras para essa tecnologia. Mas sete meses se
passaram, e o Senado nada fez sobre o tema. A demora, na visão de
técnicos do setor, só posterga o que seria assunto para ainda algo entre
2040 e 2050.
Mais complexas para serem instaladas e ainda novidade no Brasil, as
turbinas eólicas em alto mar são muito mais caras quando comparadas
àquelas fixadas em terra, o que afasta investimento imediato em escala
na tecnologia. Pelas complicações, estima-se que, mesmo em um cenário
onde já exista a regulamentação do setor, demora-se entre oito e dez
anos para que um projeto desse tipo fique pronto.
Um estudo feito pela EPE (Empresa de Pesquisa Energética), ligada ao
governo federal, por exemplo, apontou há quatro anos que os custos de
investimento estimados de projetos de usinas eólicas offshore (no mar)
são cerca de duas vezes maiores que dos projetos onshore (em terra),
podendo variar entre US$ 3.000/kW (kilowatt) e US$ 6.000/kW, além de
mais caras que outras fontes energéticas já desenvolvidas no país. Essa
diferença tende a aumentar à medida que os projetos se afastam da costa e
são instalados em águas mais profundas.
A diferença se dá, principalmente, devido aos custos de fundações das
estruturas, além do uso de embarcações e de mão de obra específicas
para transportar e instalar os equipamentos -serviços caros e
concentrados em poucas empresas, geralmente petroleiras. Não à toa, as
empresas que mais protocolaram pedidos de licenciamento ambiental junto
ao Ibama para projetos do tipo são do setor petroquímico.
Além disso, a força do vento em terra no Brasil já é capaz de
produzir até mais energia que a força do vento no mar em outros países
-o que adia qualquer necessidade imediata de se contar com a tecnologia,
segundo pesquisadores. Esse fator, aliás, embasa os argumentos de quem
diz que colocar turbinas em alto mar seria uma solução importada de
países com menos recursos energéticos que o Brasil.
“A eólica offshore se tornou um business internacional, mas as
motivações da Europa, por exemplo, são muito claras: falta de espaço em
terra e recurso eólico offshore muito melhor do que recurso eólico
onshore. Já no Brasil, a gente não tem tanta essa motivação que vai
ajudar a reduzir os custos da geração”, diz Amanda Vinhoza, analista de
Pesquisa Energética na EPE e especialista em eólicas offshore.
Levantamento feito pela Bnef, braço de pesquisa sobre transição
energética da Bloomberg, aponta que o fator de capacidade do vento no
Brasil é superior ao dos demais países que hoje são líderes na geração
de energia em alto mar. Esse fator é o resultado da divisão entre quanto
uma mesma turbina eólica produz e quanto ela conseguiria gerar na
melhor condição possível; ou seja, quanto maior é o número, melhores são
as condições daquele lugar para a produção de energia.
Nessa comparação, o Brasil lidera um ranking de oito países
selecionados pela Folha com base na geração de energia eólica offshore
de cada um (gráfico abaixo).
“No Brasil, a discussão sobre eólicas offshore é muito ligada à
discussão sobre o hidrogênio verde, o que eu não entendo, porque o
Brasil, de acordo com nossos cálculos, pode ter o custo mais competitivo
de produção de hidrogênio verde no mundo, mas isso só acontece se você
usar o que tem de mais barato, não o mais caro. E a energia offshore vai
ser muito mais cara do que a onshore. Isso que estou falando talvez não
seja uma opinião popular, mas é o que nossos cálculos sugerem”, diz
James Ellis, chefe de pesquisa da BNEF na América Latina. Ele comanda um
time de analistas que fornecem materiais sobre o Brasil para
investidores estrangeiros.
“Os drivers para offshore geralmente são falta de terra e outras
questões geográficas. Mas, sobretudo, países como Taiwan e Reino Unido,
onde a offshore está crescendo bastante, não têm o recurso onshore que o
Brasil tem, e no Brasil não faltam boas áreas para se instalar mais
projetos”, acrescenta.
Os cálculos da Bnef não consideram estimativas sobre o fator de
capacidade do vento do Brasil em alto mar. Mas um estudo feito pela EPE
indica que esse resultado pode ser próximo a 80% entre agosto e outubro
no litoral do Nordeste, valor que sobressai todos os registrados pela
Bnef no gráfico acima, inclusive do próprio Brasil em terra. Ainda
assim, a mesma projeção da EPE indica que entre janeiro e julho uma
mesma turbina em terra no Nordeste -região que concentra parques eólicos
no país- poderia gerar mais energia que no mar.
Em tese essa estimativa serve apenas como uma comparação básica, já
que as turbinas instaladas no mar são diferentes e muito maiores e
potentes que aquelas em terra.
A EPE é a empresa pública responsável por pesquisar possíveis
cenários energéticos do Brasil nas próximas décadas. Um desses estudos é
o Plano Decenal de Expansão de Energia, que atesta as necessidades do
país nos próximos dez anos no que diz respeito à matriz energética. O
último completo foi apresentado em 2022, com premissas para 2032.
“Quando a gente olha o resultado dessa simulação, a eólica offshore
ainda não aparece entre as opções dessa expansão. Isso não deve ser
visto como impeditivo, porque o plano é indicativo e não determinativo,
mas é um indício forte de que a gente tem opções muito mais competitivas
para essa expansão”, afirma Gustavo Ponte, consultor técnico da EPE.
Em outro estudo, porém, a empresa constatou que, se o capex
(investimento) dos projetos offshore caírem 20% em relação aos de 2020, o
país já terá alguns gigawatts de energia eólica produzida no mar até
2050. “No mundo todo, via de regra, tem caído o custo da offshore ao
longo dos anos, devido ao aprendizado e à experiência internacional, mas
é difícil estimar quando isso vai acontecer. Em 2022, por exemplo, o
custo dela subiu muito porque a China instalou menos, e isso afetou a
média mundial”, diz Ponte.
E é justamente na esperança de que o preço desses projetos diminuirão
que a indústria eólica tem pressionado o Congresso a aprovar a
regulamentação das offshore. Até janeiro deste ano, havia 97 pedidos
protocolados junto ao Ibama, somando 234 GW -alguns com sobreposição.
Sobre os ainda altos custos da tecnologia, a presidente da Abeeólica
(Associação Brasileira de Energia Eólica), Elbia Gannoum, faz uma
comparação com o início do setor eólico em terra no Brasil. “Lá em 2004,
a eólica onshore custava seis vezes o preço de uma hidrelétrica e em
2017 a onshore já ficou mais barata. Então, esse argumento de preço não
faz sentido porque você não tem a menor ideia de quanto vai custar a
eólica offshore daqui a dez anos”, diz.
O argumento dela é semelhante ao de Fernando Porrua, diretor-técnico
da PSR Consultoria, para quem é precipitado dizer que colocar turbinas
em alto mar não faz sentido para a matriz elétrica brasileira. “Pode
fazer sentido, sim. Depende muito da política energética, que sabemos
que não olha para uma fonte só; ela olha para o todo, olha para o
sistema, para garantir segurança de suprimento, confiabilidade, ao custo
mais módico possível”, diz.
Um estudo feito pela PSR no ano passado traçou três cenários de
expansão do setor elétrico no Brasil até 2050. O primeiro cenário não
considera políticas de descarbonização, o segundo estima uma meta de
atingir zero emissões no setor elétrico e o terceiro a meta de zerar
emissões de todo o país (o último leva em conta um aumento significativo
de carga devido à eletrificação da indústria).
No primeiro, os projetos eólicos offshore começam a entrar depois de
2040, quando a tecnologia se torna economicamente competitiva. No
segundo, quando as usinas térmicas a combustível fóssil são desligadas, o
sistema ainda prefere as eólicas onshore em detrimento da offshore. Já
no terceiro, o modelo admite uma inserção mais agressiva de eólica
offshore, apresentando um custo total para o setor elétrico 53% maior do
que o segundo.
“Ou seja, as pessoas estão fazendo as discussões hoje não para
começar a implantar um parque eólico offshore daqui a dois, três anos.
Elas estão fazendo isso porque é necessário começar a definir o
arcabouço regulatório e, a partir disso, a definir todo o arcabouço
infralegal, que é a regulamentação da lei”, diz Porrua.
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Alvo de protestos de moradores,
políticos e ambientalistas da região do Vale do Paraíba, a instalação de
uma usina termelétrica em Caçapava (SP) será debatida em audiências
públicas na próxima semana, como parte do processo de licenciamento
ambiental.
As audiências haviam sido suspensas pela Justiça no início do ano,
sob o argumento de que o projeto não tinha certidão para uso do terreno
onde será instalada, mas a liminar foi derrubada. A administração
municipal tentou barrar a usina com uma lei que foi depois considerada
inconstitucional.
Com potência de 1.743,8 MW (megawatts) e movida a gás natural, a
Usina Termelétrica São Paulo foi anunciada em 2022 pela empresa Natural
Energia, sob o argumento de que o Brasil precisa de fontes de energia
firme para complementar sua matriz renovável.
É o maior projeto do tipo em licenciamento ou construção no Brasil o
segundo maior está localizado no Porto do Açu, no litoral norte do Rio,
com 1.672 MW de potência. Tem previsão de início de operações em 2028,
mas ainda depende de leilões do governo para compra de energia.
O anúncio do empreendimento gerou resistência em Caçapava e cidades
vizinhas, com temores sobre impactos na qualidade do ar e no
abastecimento de água em uma região que já vive sob estresse hídrico. Há
ainda críticas sobre o uso de combustíveis fósseis em um cenário de
emergência global.
Em entrevista à Folha de S.Paulo, o presidente da Natural Energia,
Ricardo Martins, disse que a resistência local é fruto de desinformação
sobre o projeto. E ressalta que o país precisa de térmicas para gerar
energia em momento de pouco sol e pouco vento.
“Há no Brasil usinas semelhantes operando há muitos anos”, afirmou,
citando como exemplo outros projetos próximos a áreas urbanas, como as
térmicas de Santa Cruz, na região metropolitana do Rio de Janeiro, ou as
duas usinas em Macaé, no litoral norte-fluminense.
A empresa afirma que as projeções de emissões de poluentes e de
consumo de água feitos no estudo de impacto ambiental do projeto são
superdimensionados, ao considerar que a usina funcionaria em capacidade
máxima durante todo o ano.
Como se trata de um empreendimento destinado a garantir o suprimento
em momentos de baixa das renováveis, diz Martins, a empresa estima que
ela opere, em média, 30 dias por ano ao longo de sua vida útil.
A tecnologia empregada, continua, também não demanda grandes volumes
de água, já que o resfriamento das turbinas é feito com o uso de vapor. O
projeto prevê captação de 65 metros cúbicos de água por hora, diz
Martins.
As audiências estão marcadas para os dias 2 e 4 de julho. Opositores
do projeto, porém, ainda vão tentar suspender o processo na Justiça, diz
a vereadora de Caçapava Dandara Gisson (PSD), que é signatária de um
manifesto que reúne 35 pessoas e instituições contra a obra.
“A geomorfologia do Vale do Paraíba é uma planície entre as serras do
Mar e da Mantiqueira, e servida pela predominância de ventos oceânicos
circulares de baixa intensidade, fator que não proporciona dispersão
atmosférica”, diz o manifesto.
É consenso no setor elétrico que o Brasil precisa de térmicas para
compensar as variações na geração solar e eólica, que hoje representam
30% da capacidade de produção de energia no país. Essas usinas podem ser
acionadas rapidamente para abastecer, por exemplo, o pico de consumo no
anoitecer.
A Natural Energia defende que a instalação de uma usina desse tipo
perto do maior mercado consumidor do país amplia a segurança energética
nacional, principalmente em um cenário de eletrificação da economia.
A empresa diz ainda que tem planos futuros de migrar para
combustíveis mais limpos, como o biometano, produzido com matéria-prima
animal ou vegetal. Diz estudar também a compensação das emissões, mas
defende que essa deveria ser uma obrigação para todos os concorrentes
nos leilões do governo.
“Se o governo fizesse leilão exigindo carbono zero, botaria todo
mundo no mesmo patamar. E acho que deveria ser assim”, diz Martins. “Mas
a competição do leilão é por menor preço e nós não temos os incentivos
que Norte e Nordeste dão.”