domingo, 23 de junho de 2024

LULA VOLTA TURBINAR ESTADO EMPRESÁRIO COM AGENDA NAS ESTATAIS

 

História de José Fucs – Jornal Estadão

De meados de 2016 a 2022, nos governos Temer e Bolsonaro, o Brasil viveu um raro período em sua história de encolhimento do Estado empresário, com a retomada da privatização, ainda que em marcha lenta, a venda de diversas subsidiárias de estatais e a realização de concessões em série de portos, aeroportos, rodovias e ferrovias.

Em pouco mais de seis anos, o número de estatais, que havia voltado a subir nos primeiros mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff, caiu quase pela metade, de 228 para 122, segundo dados oficiais. Com a aprovação da Lei das Estatais, em 2016, que restringiu a nomeação de políticos, dirigentes partidários e sindicalistas para o comando e o conselho de administração das empresas e bancos públicos, houve também uma certa melhoria na gestão e na governança, apesar dos malfeitos e das pressões de Brasília que continuaram a pipocar aqui e ali.

No governo Lula 3, o número de funcionários, as subvenções do Tesouro, o endividamento e o déficit primário das empresas públicas aumentaram, enquanto o lucro líquido e os dividendos diminuíram Foto: Wilton Júnior/Estadão

No governo Lula 3, o número de funcionários, as subvenções do Tesouro, o endividamento e o déficit primário das empresas públicas aumentaram, enquanto o lucro líquido e os dividendos diminuíram Foto: Wilton Júnior/Estadão© Fornecido por Estadão

Com a mudança de rumo, mesmo com eventuais percalços pelo caminho, parecia que uma nova era, centrada na iniciativa privada e na economia de mercado, estava se abrindo para o País. Mas, com a o retorno de Lula ao Palácio do Planalto, o novo ciclo foi interrompido abruptamente, antes que seus frutos pudessem ser totalmente colhidos. Passados quase 18 meses do governo Lula 3, o Estado empresário, que havia marcado os governos anteriores do PT, voltou a ganhar força.

“O governo Lula é movido ideologicamente. Não tem a menor preocupação com custos e com o aumento de produtividade, que é uma alavanca importante do desenvolvimento econômico”, afirma o economista Roberto Castello Branco, ex-presidente da Petrobras (2019-2021) e ex-diretor do Banco Central e da Vale, ele próprio pressionado por Bolsonaro para segurar os preços dos combustíveis e depois demitido do cargo por interferência do ex-presidente. “As empresas estatais são muito ineficientes. Veja o caso da Petrobras: em 2021, a Petrobras tinha 33 mil funcionários a menos do que no início de 2015 e estava produzindo mais petróleo do que produzia antes.”

Num artigo escrito em 2018, cujo conteúdo continua atual, Castello Branco resumiu o que para ele está em jogo nesta questão: “É inaceitável manter centenas de bilhões de dólares alocados a empresas estatais em atividades que podem ser desempenhadas pela iniciativa privada, enquanto o Estado não tem dinheiro para cumprir obrigações básicas”.

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Para o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), o fortalecimento das estatais tem o objetivo de aumentar suas contribuições para o crescimento econômico. “O governo federal valoriza as empresas estatais, buscando fortalece-las para que contribuam cada vez mais para o desenvolvimento do País”, diz o MGI, que herdou a Sest (Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais) do extinto Ministério da Economia, por meio de nota enviada à reportagem do Estadão. “Valorização, aliás, que pode ser encontrada nas principais economias do mundo e em órgão multilaterais como o FMI (Fundo Monetário Internacional) e OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) frente a desafios globais como os da transição ecológica e da reindustrialização.”

Embora o número de estatais tenha permanecido quase o mesmo até agora, passando das 122 existentes no fim de 2022 para as 123 em atividade hoje, devido ao “renascimento” da Ceitec, mais conhecida como “a empresa do chip do boi”, que estava em processo de liquidação, as iniciativas estatistas do governo Lula 3 se multiplicam em ritmo acelerado e seus efeitos já começam a aparecer no radar.

Pela primeira vez desde 2015, o número de funcionários das estatais não dependentes do Tesouro voltou a crescer. De janeiro de 2023 a março de 2024 (último dado disponível), quatro mil novos empregados passaram a integrar o quadro de pessoal das empresas e bancos públicos, conforme as informações da Sest, elevando o total de 434 mil para 438 mil – um aumento de 0,9% no efetivo em 15 meses.

Ao mesmo tempo, as subvenções destinadas às estatais dependentes do Tesouro deram um salto de 9% em 2023, bem acima da inflação, para R$ 23,9 bilhões, segundo a Sest. A dívida das empresas do setor produtivo não dependentes do Tesouro, que vinha em queda desde 2020 e havia atingido o menor patamar em dez anos em 2022, também teve um crescimento considerável, de 8,9%, chegando a R$ 319,5 bilhões em setembro do ano passado (dado mais recente disponível).

Em relação ao lucro líquido, os dados consolidados de 2023 ainda não foram divulgados pela Sest. Mas, quando se consideram apenas as cinco principais estatais (Petrobras, Banco do BrasilBNDESCaixa e Correios), houve uma queda no lucro líquido de 24% em 2023, para R$ 182,1 bilhões, principalmente em razão da redução de 33% no resultado da Petrobras, de R$ 188,3 bilhões para R$ 124,6 bilhões.

Déficit primário

No caso dos dividendos distribuídos aos acionistas privados e à União pelas sete estatais federais com ações negociadas em Bolsa – Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Seguridade, BB Seguridade, Banco da AmazôniaBanco do Nordeste e Telebras – a queda chegou a 42%, de acordo com dados da Elos Ayta Consultoria, passando de R$ 214,2 bilhões em 2022 para R$ 124,4 bilhões em 2023 (veja os gráficos abaixo). “Hoje, os números ainda não refletem totalmente o que está sendo implementado. É o início de um processo. No futuro, vai ficar pior”, afirma Castello Branco.

De acordo com o MGI, a soma do lucro líquido das principais estatais acaba por levar a distorções na análise. “Em 2023, bancos públicos, como o Banco do Brasil e a Caixa, tiveram grande crescimento em seu lucro líquido. A Petrobras, apesar da queda na cotação global do petróleo, bateu recordes de produção e teve o segundo maior lucro de sua história, demonstrando a importância das estatais para a economia brasileira.”

Pelas contas do Banco Central, porém, as estatais federais, excluída a Petrobras, registraram um déficit primário de R$ 656 milhões em 2023 ante um superávit de R$ 4,8 bilhões em 2022. Exceto por 2020, no auge da pandemia, quando houve um rombo de R$ 614 milhões, foi o primeiro resultado negativo desde 2017.

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Em seu terceiro mandato, Lula não está apenas seguindo o receituário heterodoxo que marcou a atuação das estatais nas gestões anteriores do PT (leia a segunda parte desta reportagem). Ele também está fazendo o que pode para promover um revogaço de tudo ou quase tudo que foi feito após o impeachment de Dilma, para reduzir a participação do Estado no mundo dos negócios e reforçar a profissionalização da gestão das empresas e bancos públicos.

De certa forma, parece que Lula quer governar como se pudesse dar continuidade ao governo Dilma no exato ponto em que ela o deixou. O presidente “se esquece”, no entanto, de que, na gestão de Dilma, o País enfrentou sua pior recessão em todos os tempos, com queda de acumulada de 7% no PIB (Produto Interno Bruto) em 2015 e 2016, devido, em boa medida, ao fracasso da agenda estatista adotada na época, que ele agora quer retomar.

“São visões diferentes de Brasil”, diz Martha Seillier, ex-diretora-executiva do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e ex-responsável pela secretaria especial do PPI (Programa de Parcerias de Investimento). “O grande motor da economia, que vai fazer o Brasil crescer, não vai ser o setor público, mas o setor privado, até porque a gente está numa crise fiscal profunda.”

Logo no começo do governo, Lula mandou cancelar todas as privatizações que estavam em andamento no PPI e até concessões que estavam prontas para ser realizadas, como a da Autoridade Portuária de Santos (antiga Codesp), que incluiria obrigações para realização de obras de dragagem, melhoria de acessos viários e ferroviários e construção do túnel Santos-Guarujá.

“A gente não iria privatizar o porto. Iria fazer a concessão para o setor privado da infraestrutura portuária, a um prazo longo, de décadas, e a privatização da estatal que é responsável pela gestão do porto”, afirma Martha. “Eu acompanhava as missões internacionais para conversar com investidores sobre os projetos que estavam mais avançados e via o interesse no mundo todo por um ativo como o Porto de Santos. Aí, o governo afasta o investidor privado e diz que o Estado é que vai fazer o projeto. Vai fazer com que recurso? De onde virá o dinheiro? Esta é a pergunta.”

Nomeações de políticos e correligionários

Além de paralisar as privatizações e algumas concessões na largada, Lula contornou a Lei das Estatais, nomeando políticos e correligionários do PT para a diretoria e o conselho de empresas e bancos públicos, amparado numa liminar concedida em março de 2023 pelo então ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski, hoje ministro da Justiça e Segurança Pública, em uma ação que questionava a constitucionalidade do dispositivo.

No mês passado, mais de um ano depois, ao julgar o mérito da ação, o STF considerou que a Lei das Estatais está em linha com a Constituição e, portanto, em pleno vigor. Apesar disso, o STF abriu uma exceção e deu seu aval para o presidente manter nos cargos quem foi nomeado antes do julgamento, mesmo que as nomeações estejam em desacordo com a legislação. “As ações do governo passam pelo pleno cumprimento da Lei das Estatais, a permanente fiscalização dos órgãos de controle e a consolidação dos mecanismos internos de governança de cada empresa” diz o MGI na nota enviada à reportagem.

Em outra iniciativa de judicialização das medidas adotadas nos últimos anos para conter o avanço do Estado empresário, Lula entrou com uma ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) no STF, por meio da AGU (Advocacia-Geral da União), com o objetivo de retomar o comando da Eletrobras, privatizada em 2022. Sua alegação é de que o modelo de corporation adotado na privatização, que limitou o direito de voto dos acionistas a no máximo 10% do capital, independentemente das participações acionárias de cada um, é lesivo à União, que ainda detém cerca de 42% das ações.

Em dezembro de 2023, o ministro Kassio Nunes Marques, relator da ADI no STF, determinou que a controvérsia seja resolvida por meio de acordo entre as partes e concedeu um prazo de 90 dias para que isso ocorresse. No início de abril, no entanto, como as partes ainda não haviam chegado a um acerto, ele prorrogou o prazo por mais 90 dias. A questão é que os interesses parecem inconciliáveis, já que o governo quer reassumir o comando, passando por cima da decisão do Congresso que estabeleceu as regras de privatização da companhia e dos acionistas privados que hoje respondem pela sua gestão.

Lula também tentou alterar o novo marco do saneamento, aprovado em 2020, que tornou mais atraentes para a iniciativa privada os investimentos no setor e estabeleceu metas de universalização do serviço até 2033. Seu plano, que visava liberar as empresas estaduais de saneamento para realizar a renovação de contratos sem licitação, só não foi adiante porque o Congresso resistiu à mudança, obrigando o governo a buscar uma saída negociada, sem alterar a essência do dispositivo aprovado pelo Legislativo, de ampliar a concorrência na área, para melhorar o atendimento à população.

Mantega na Vale

Hoje, nem empresas privadas, como a Vale, privatizada em 1997, estão a salvo do apetite estatista de Lula. No começo do ano, ele tentou aproveitar a troca de comando na mineradora para emplacar o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega como seu presidente. E só não conseguiu porque, apesar de a Previ (fundo de previdência dos funcionários do Banco do Brasil) ser o maior acionista da Vale, com uma participação de 8,7% no capital e dois representantes no conselho de administração, seus votos não são suficientes para impor aos demais integrantes do órgão a vontade de Lula, que tem laços antigos com os dirigentes da entidade.

Provavelmente, se o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) não tivesse vendido na gestão de Gustavo Montezano a fatia de 6,1% que detinha na Vale, reduzindo o poder de pressão do governo sobre o conselho, Mantega a esta altura estaria ocupando a sala do presidente da companhia. Foi a venda das ações da Vale pelo BNDES, hoje criticada pelo presidente da instituição, Aloizio Mercadante, que acabou por blindar a empresa contra incursões indesejadas de Brasília.

“A Vale não pode pensar que ela é dona do Brasil, não pode pensar que ela pode mais do que o Brasil”, afirmou Lula, depois de tomar conhecimento de que o conselho não aprovaria o nome de Mantega. “As empresas brasileiras precisam estar de acordo com aquilo que é o pensamento de desenvolvimento do governo brasileiro. É isso que nós queremos”, acrescentou, sem constrangimento, como se os empresários do País não tivessem a liberdade de definir o destino dos negócios que controlam, dentro das regras de mercado.

LULA SE ACHA CANDIDATO REDENTOR DO BRASIL

 

História de Notas & Informações – Jornal Estadão

Tem sido cada vez mais difícil para Lula da Silva encontrar um espaço em sua concorrida agenda de candidato – à reeleição, ao Nobel da Paz e ao Olimpo – para exercer a função de presidente da República, para a qual foi eleito por estreitíssima margem em 2022. Sabe-se que Lula não tem nem vontade nem traquejo para governar, pois seu hábitat é o palanque, e não o gabinete presidencial. Mas mesmo para os padrões do demiurgo, declarar-se candidato faltando ainda longos 30 meses para o fim de seu errático e preguiçoso terceiro mandato, como fez Lula há poucos dias, parece um pouco demais.

Lula, no entanto, claramente entendeu que precisa desde já tratar todos os crescentes problemas de seu governo e do País como resultado não de sua incompetência atávica e de sua visão antediluviana de economia, mas da sabotagem política dos “trogloditas” – nome que ele deu aos bolsonaristas – que almejam voltar ao poder.

Nesse terreno, em que tudo se resume à luta política, Lula joga em casa. Os seguidos ataques desferidos ao presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, são parte da manjada estratégia de arranjar um inimigo que incorpore todo o “mal” que Lula e o PT se julgam destinados a combater. As mais recentes declarações de Lula a respeito de Campos Neto não deixam margem a dúvidas: para o petista, o presidente do BC “tem lado político” e “trabalha muito mais para prejudicar do que para ajudar o País”. O “lado político”, claro, é o campo bolsonarista, do qual Campos Neto, lamentavelmente, nunca se afastou.

É fato que o presidente do BC deveria ter sido mais prudente e evitado que sua imagem se identificasse com este ou aquele grupo político, mas mesmo que Campos Neto fosse um dos Eremitas da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo, ainda assim seria denunciado por Lula como o enviado do Cramulhão para sabotar o projeto petista de fazer do Brasil o Paraíso na Terra. E isso se dá porque Campos Neto foi nomeado para o BC pelo Cramulhão em pessoa.

Desse modo, sendo ele a chaga bolsonarista remanescente no coração do governo lulopetista, Campos Neto é desde sempre o candidato preferencial a bode expiatório para carregar todos os pecados do mundo. Lula foi claro: “Só temos uma coisa desajustada neste país: é o comportamento do Banco Central”. Em outras palavras, não fossem Campos Neto e os “trogloditas” aos quais o presidente do BC supostamente se alinha, o País de Lula estaria voando.

Como o nome de Campos Neto até mesmo começou a ser aventado para ser ministro num hipotético governo do bolsonarista Tarcísio de Freitas, Lula trata a prudência do BC em relação aos juros como se fosse politicamente motivada, destinada a prejudicar seu governo e preparar a volta dos tais “trogloditas” à Presidência.

Incapaz de enfrentar os problemas que se avolumam e que demandam desprendimento e espírito público, Lula reage do único jeito que sabe: antecipa a campanha eleitoral e se apresenta como salvador do Brasil.

De novo, quer que acreditemos que a democracia brasileira depende dele. “Se for necessário ser candidato para evitar que os trogloditas que governaram esse país voltem a governar, pode ficar certo que meus 80 anos virarão 40 e eu poderei ser candidato”, disse Lula à Rádio CBN. E disse mais: “Não vou permitir que este país volte a ser governado por um fascista. Não vou permitir que esse Brasil volte a ser governado por um negacionista como nós já tivemos”.

Ou seja, Lula se autoatribuiu a missão de impedir que o bolsonarismo ganhe a próxima eleição presidencial, como se disso dependesse o futuro do Brasil, quiçá do mundo. Nesses termos, é uma tarefa sobre-humana, que mais ninguém além dele, nem no PT, seria capaz de cumprir. “Como Deus existe, eu estou aqui”, disse Lula em evento na Petrobrás. Resta saber se ele quis dizer que sua existência é a prova da existência de Deus, ou – o que é mais provável – que ele e Deus são uma coisa só. De um jeito ou de outro, Lula mais uma vez se apresenta aos eleitores como aquele que se sacrifica para redimi-los. Mas o Brasil não precisa de um redentor. Precisa é de um estadista – e isso, definitivamente, Lula não é.

LULA E COMITIVA SÓ FICAM EM HOTEIS CAROS NO EXTERIOR

 

História de Projeto Comprova – Jornal Estadão

Conteúdo analisadoPostagens nas redes sociais e em um blog afirmando que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, iriam se hospedar no hotel cinco estrelas Borgo Egnazia, onde a diária passa dos R$ 71 mil, durante viagem à Itália para participar de um encontro do G7.

Onde foi publicado: X, Instagram, YouTube, Threads, Facebook, Kwai e TikTok.

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a Primeira-Ministra da Itália, Giorgia Meloni, durante a cerimônia de recepção do encontro do G7. Foto: Ricardo Stuckert/PR

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a Primeira-Ministra da Itália, Giorgia Meloni, durante a cerimônia de recepção do encontro do G7. Foto: Ricardo Stuckert/PR© Fornecido por Estadão

Contextualizando: O presidente Lula (PT) e a primeira-dama Janja estiveram na Itália, nos dias 14 e 15 de junho, para cumprir agenda junto à cúpula do G-7, realizada no hotel Borgo Egnazia, na região da Puglia. O casal esteve no resort apenas durante a programação do evento e não ficou hospedado no local.

O resort é um complexo luxuoso com casas, apartamentos, restaurantes e jardins, com diárias que variam de 2.380 euros (R$ 13.822,00) a 3.520 euros (R$ 20.443,00). A conversão dos valores foi feita pela ferramenta disponibilizada pelo Banco Central seguindo a cotação do dia 20 de junho.

Conforme informado pela Secretaria de Comunicação Social (Secom) do governo federal, o presidente se hospedou no Sole in Me, que se descreve como um resort de luxo cinco estrelas situado na cidade de Ostuni, também na região da Puglia. O órgão se recusou a informar, contudo, o valor pago por cada diária do quarto do casal.

O Comprova verificou a diária mais cara no estabelecimento, na Suíte Embaixador, que custava 432 euros no dia 20 de junho, ou seja R$ 2.483,98. A reportagem identificou dois pagamentos feitos pelo Ministério das Relações Exteriores ao hotel, um em maio e outro em junho, para hospedagem de parte da equipe de Lula no contexto da preparação do presidente na cúpula do G-7. Os valores somam 60.500 euros (R$ 336.997,10). A Secom e o Itamaraty não informaram quantas pessoas ficaram hospedadas no local e por quantos dias.

Um terceiro pagamento também foi feito ao hotel, no valor de R$ 27.338,52, para aluguel de equipamentos como computadores e roteadores, além de contratação de cerimonial.

A reportagem fez a mesma busca no Portal da Transparência por pagamentos ao Borgo Egnazia, mas nada foi encontrado.

Antes da viagem, o jornal Folha de S.Paulo havia noticiado que o encontro da cúpula ocorreria no resort Borgo Egnazia, mas que o presidente brasileiro não ficaria hospedado no local. De acordo com o veículo, a sede do encontro teria sido escolhida pela primeira-ministra Giorgia Meloni, que hospedou no local Joe Biden (EUA), Emmanuel Macron (França), Olaf Scholz (Alemanha), Rishi Sunak (Reino Unido), Fumio Kishida (Japão) e Justin Trudeau (Canadá).

Lula participou do evento no hotel nos dias 14 e 15, realizando reuniões com diferentes lideranças, a convite de Giorgia Meloni.O G7 é composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, mas os eventos do grupo costumam contar com a presença de países convidados.

O colunista Cláudio Humberto e o site Diário do Poder, que também publicou nota sobre a hospedagem de Lula, foram procurados pela reportagem, mas não retornaram até esta publicação.

Fontes consultadas: A reportagem consultou o Portal da Transparência do governo federal, a Secretaria de Comunicação Social (Secom) e o Ministério das Relações Exteriores. Também foram feitas tentativas de contato com os hotéis Borgo Egnazia e Sole in Me, além de cotados os preços das diárias do último. Por fim, o Comprova procurou também o colunista Cláudio Humberto e o site Diário do Poder.

Por que o Comprova contextualizou este assunto: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas e eleições. Quando detecta nesse monitoramento um tema que está sendo descontextualizado, o Comprova coloca o assunto em contexto. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984.

Para se aprofundar mais: O Comprova já explicou outro conteúdo que cita a viagem de Lula à Europa e mostrou que ele e a primeira-dama foram ao continente para cumprir agenda diplomática, e não para festejar o Dia dos Namorados. O projeto também checou anteriormente conteúdo desinformativo sobre valores pagos pelo governo brasileiro em diárias fora do país, informando que, em 2019, a hospedagem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em um hotel de luxo de Abu Dhabi não foi paga com dinheiro público brasileiro.

SINAIS PREOCUPANTES NA GESTÃO E GOVERNANÇA DAS ESTATAIS

 

História de José Fucs – Jornal Estadão

Por seu gigantismo e sua visibilidade, a Petrobras é um exemplo emblemático dos rumos que vem sendo dados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva às estatais, enquanto ele tenta viabilizar em outras frentes o revogaço das mudanças implementadas de 2016 a 2022 para conter a atuação do Estado empresário.

Embora a Petrobras tenha autonomia de gestão, Lula age como se fosse dono da empresa, dando pitacos na política de preços dos combustíveis, nos investimentos, na distribuição de dividendos e em tudo o mais que envolva a petroleira, símbolo maior do estatismo nacional.

“O presidente já falou um milhão de vezes que, tanto em relação à política de preços quanto em relação à política de investimentos da Petrobras, sendo uma empresa estratégica, ele vai atuar como o controlador”, disse recentemente o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista à CNN Brasil.

Interferência de Lula na Petrobras inclui retomada de obras da Refinaria Abreu e Lima, reativação da Araucária Nitrogenados, que havia sido desativada, e investimentos na indústria naval Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Interferência de Lula na Petrobras inclui retomada de obras da Refinaria Abreu e Lima, reativação da Araucária Nitrogenados, que havia sido desativada, e investimentos na indústria naval Foto: Pedro Kirilos/Estadão© Fornecido por Estadão

Amparado por uma liminar concedida em março de 2023 pelo então ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski, hoje ministro da Justiça e Segurança Pública, que suspendeu a Lei das Estatais até o julgamento de sua constitucionalidade pelo plenário, o que só ocorreu no mês passado, Lula conseguiu indicar velhos “companheiros” para ocupar cargos relevantes na empresa.

Apesar de o STF ter decidido que a Lei das Estatais, que restringe a nomeação de políticos, dirigentes partidários e sindicalistas para o comando de empresas e bancos públicos, está em conformidade com a Constituição, deu seu aval para o presidente manter nos cargos quem foi nomeado antes do julgamento, mesmo que as nomeações estejam em desacordo com a legislação em vigor.

“As ações do governo passam pelo pleno cumprimento da Lei das Estatais, a permanente fiscalização dos órgãos de controle e a consolidação dos mecanismos internos de governança de cada empresa”, diz o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), em nota enviada à reportagem do Estadão.

Por sua obsessão em ampliar a produção nacional de fertilizantes, mesmo que a iniciativa se mostre antieconômica, Lula também levou a Petrobras a retomar as atividades da Araucária Hidrogenados, que tinham sido paralisadas em 2020, porque a empresa só dava prejuízo. Ele também determinou a retomada das obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, que já consumiu US$ 18,5 bilhões da estatal, e quer que a companhia ajude a alavancar a indústria naval brasileira.

“O Brasil não tem uma indústria naval competitiva. A China, a Coreia e o Japão têm uma tecnologia superior e produzem em larga escala para o mercado global e não para um mercado só e para um cliente só. Mesmo que o cliente seja grande, o custo da produção no País é superior, a qualidade não é tão boa, há atrasos na entrega e, no passado, isso já foi muito danoso para a Petrobras”, afirma o economista Roberto Castello Branco, ex-presidente da Petrobras. “É uma aposta no que já deu errado. O bom senso manda não fazer isso. Você pode errar, mas repetir erros é imperdoável.”

Também por pressão de Lula, a Petrobras conseguiu reverter uma decisão de 2019 do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) que determinava a venda de oito refinarias da empresa – das quais três (RLAM, Reman e Six) chegaram a ser repassadas para o setor privado no governo Bolsonaro – com a justificativa de que um mesmo controlador, no caso a própria estatal, não poderia manter ativos considerados potencialmente concorrentes.

Agora, com o novo posicionamento do órgão, a Petrobras poderá manter o controle das outras cinco refinarias que a empresa teria de vender. Além disso, a Petrobras cancelou a venda da refinaria Lubnor, em Fortaleza, que havia sido anunciada em maio de 2022, e estava em processo de conclusão, rescindindo o contrato firmado com o comprador, a Grepar Participações.

Imbróglio dos dividendos

Até a marca BR Distribuidora, licenciada para a Vibra Energia até 2029 quando da privatização da companhia, há três anos, o governo Lula quer retomar, para um eventual retorno da Petrobras ao mercado de distribuição de combustíveis, que o presidente defende com entusiasmo.

O imbróglio em relação ao pagamento de dividendos pela estatal, que recheou o noticiário algumas semanas atrás, é outro episódio que ilustra com perfeição a que nível chegou a interferência política na sua gestão. Em março, o então presidente da Petrobras Jean Paul Prates chegou a reter, com apoio de Lula, 100% dos dividendos extraordinários (R$ 42 bilhões) da empresa, alegando que os recursos eram indispensáveis para viabilizar seu plano de investimentos.

Haddad, no entanto, interessado em receber a parte da União nesse quinhão, para amenizar o rombo nas contas públicas, conseguiu convencer Lula a rever sua posição e no fim a Petrobras acabou aprovando a distribuição de 50% do valor que havia retido, de R$ 21,5 bilhões, dos quais R$ 6 bilhões foram destinados à União, controladora da companhia, segurando a parcela restante para pagamento futuro.

O episódio, porém, deixou sequelas. A resistência de Prates em distribuir os dividendos extraordinários e em realizar investimentos pesados para recuperar a indústria naval do País, como quer Lula, acabou levando à sua demissão e à indicação da ex-diretora-geral da ANP (Agência Nacional de Petróleo), Magda Chambriard, para substituí-lo. “Nossa gestão está totalmente alinhada com a visão do presidente Lula e do governo federal” disse a nova comandante da Petrobras, ao tomar posse no cargo, na quarta-feira, 19.

“O presidente da Petrobras está subordinado ao presidente da República, que costuma se julgar dono da companhia, e tem de conciliar interesses políticos com interesses econômicos, que são inconciliáveis”, afirma Castello Branco. “O presidente da República quer intervir nos preços, quer intervir na gestão do portfólio da empresa, quer investir em ativos que não fazem parte do negócio, quer influenciar as decisões da diretoria, dos executivos, da gerência. Então, é simples: ou a pessoa se subordina integralmente ao que o presidente da República quer ou então está fora, o que acaba gerando essas crises.”

Apesar de o governo Lula 3 ainda não ter completado dois anos, outras estatais também já apresentam sintomas preocupantes na gestão e na governança. Os Correios, por exemplo, cuja privatização estava na fase de consulta pública no PPI, colocaram o balanço do primeiro trimestre do ano sob sigilo, pela primeira vez na história. A medida teria sido tomada para esconder o enorme prejuízo registrado no período. De acordo com fontes da empresa, as perdas teriam chegado a R$ 800 milhões, puxadas pela alta das despesas gerais e administrativas, e superariam o rombo registrado no ano passado todo, de R$ 597 milhões.

O caso já teve repercussões no Congresso e ainda deverá gerar muito tititi. Em meados de junho, a deputada Bia Kicis (PL-DF) apresentou à Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara uma proposta de fiscalização e controle para investigar possíveis irregularidades e apurar responsabilidades na gestão financeira e patrimonial dos Correios.

Por orientação de Lula, até os bancos públicos (BNDESCaixa e Banco do Brasil), que já foram protagonistas no mundo dos negócios nas gestões anteriores do PT, voltaram a entrar na farra estatista, com a liberação de financiamentos de R$ 56,4 bilhões a estados e municípios, para realização de obras de infraestrutura – uma quantia que supera a soma dos valores liberados pelas mesmas instituições nos quatro anos anteriores. “Tem gente que acha que o dinheiro do BNDES deveria ser devolvido para os cofres do Tesouro, quando na verdade o dinheiro é para investir”, disse o presidente em cerimônia realizada para anunciar os créditos, em dezembro do ano passado.

Lula "ressuscitou" a Ceitec, mais conhecida como "a empresa do chip do boi", que estava em processo de liquidação por só dar prejuízo Foto: Assessoria Ceitec

Lula “ressuscitou” a Ceitec, mais conhecida como “a empresa do chip do boi”, que estava em processo de liquidação por só dar prejuízo Foto: Assessoria Ceitec© Fornecido por Estadão

Lembrando os tempos em que o governo se metia no mercado de alimentos, controlando preços na canetada, na década de 1980, Lula forçou a realização de um leilão, que acabou anulado por suspeita de irregularidades, para compra de quase 300 mil toneladas de arroz importado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), já rebatizada nas redes sociais de Arrozbras. O objetivo alegado pelo governo era conter uma suposta alta de preços provocada pela falta do produto – negada pelos produtores gaúchos – em razão das cheias que atingiram o Rio Grande do Sul.

Chip do boi

Mesmo depois do fracasso do primeiro leilão, que levou à demissão do secretário de Política Agrícola, Neri Geller, suspeito de envolvimento nas irregularidades, o governo não desistiu da compra do arroz importado. A ideia é vender o produto diretamente para supermercados, com preço tabelado em R$ 4 por quilo – um valor menor do que o preço médio cobrado hoje do consumidor – em uma embalagem com a logomarca do governo federal.

Depois de “ressuscitar” Ceitec, mais conhecida como “a empresa do chip do boi”, que estava em processo de liquidação, por nunca ter dado lucro desde a sua fundação, em 2008, Lula agora pretende criar uma espécie de Internetbras. Com a retirada de uma proposta do Ministério da Educação para contratar a Starlink, do empresário Elon Musk, para oferecer um sistema de acesso à internet por satélite a escolas localizadas em áreas remotas, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) decidiu incumbir a Telebras de oferecer o mesmo serviço. Detalhe: hoje, a Starlink é a única empresa do mundo que tem uma rede de satélites capaz de atender a necessidade do governo com conexão de alta velocidade.

BENEFÍCIOS DO LEITE DE BÚFALA PARA A SAÚDE HUMANA

 

História de Ana Paula Ferreira – BF Boa Forma

Embora seja consumido há milênios pelos povos indianos e do Império Romano, o leite de búfala e seus derivados começaram a ser “redescobertos” nos últimos anos pelos consumidores adeptos da alimentação saudável e pelas pessoas com deficiência em nutrientes importantes, como cálcio, ferro e proteínas.

Prova disso é que, só no Brasil, o volume de leite de búfala processado praticamente dobrou, saltando de cerca de 9 milhões de litros em 2020 para mais de 17,5 milhões de litros em 2023, segundo a Associação Brasileira de Criadores de Búfalos (ACBC).

De acordo com Ana Dalva Pedro, bacharel em ciência e tecnologia de laticínios e coordenadora de Qualidade no Laticínios Bom Destino, além do sabor delicado, esses alimentos chamam a atenção por seu valor nutricional e benefícios superiores aos produtos à base de leite de vaca.

“Para se ter uma ideia do poder destes alimentos, a quantidade de proteína, vitamina e cálcio presente em 200g de mozzarella de búfala equivale a uma picanha ou três bifes bovinos”, ela afirma.

Benefícios do leite de búfala e derivados

De sabor leve e de consistência mais delicada, os laticínios de leite de búfala, além de serem fontes de vitaminas e minerais, como fósforo e magnésio, contêm 30% mais proteína e 70% mais cálcio do que produtos à base de leite de vaca, além de 100% de proteína A2A2, que é mais bem digerida pelo organismo, por isso não causa desconforto abdominal após a ingestão.

Segundo Ana, os derivados de búfala também têm praticamente o dobro do ferro e de Ácido Linoléico Conjugado, um antioxidante encontrado na gordura dos bufalinos, conhecido pela propriedade anticancerígena e que atua também sobre os efeitos secundários da obesidade, da arteriosclerose e do diabetes. “O leite de búfala se destaca ainda por apresentar menos colesterol, apenas 214mg contra 319mg do leite de vaca”, aponta.

As peculiaridades e a saudabilidade maior dos laticínios de bubalinos se devem às características do próprio animal. “Uma búfala é mais resistente a doenças do que uma vaca, e por isso, necessitam de menos medicamentos, e com isso acabam produzindo um leite muito mais saudável, sem toxinas”, explica a profissional. A especialista ainda ressalta que a criação responsável, que assegura o bem-estar animal, também é fundamental para assegurar a alta qualidade da matéria-prima.

Mais saúde para mulheres, crianças e idosos

Por fim, por ser uma fonte poderosa de nutrientes, especialmente de cálcio, vitaminas do complexo B e ferro, o leite e derivados de búfala beneficiam, principalmente, os idosos e a saúde da mulher em todas as fases, seja para ajudar na prevenção de osteoporose, seja para reforçar a nutrição durante a gestação e lactação. “Os derivados lácteos de búfala ainda são grandes aliados no desenvolvimento da criança e preparo físico dos atletas”, finaliza a profissional.

GOVERNADOR DE S. PAULO DEFENDE AS ESCOLAS-CÍVICO-MILITARES NO STF

História de admin3 – IstoÉ

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) representação em que defende a constitucionalidade da lei estadual que criou o programa de escolas cívico-militares em São Paulo. O documento atende à solicitação do ministro Gilmar Mendes, no âmbito de uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI) protocolada pelo PSOL contra a iniciativa proposta pelo chefe do Executivo paulista.

A lei que institui as escolas cívico-militares foi aprovada pela Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) no fim de maio e sancionada por Tarcísio em 27 do mesmo mês. Quatro dias depois, o PSOL solicitou a suspensão da legislação. Na ADI 7662, o partido argumenta que o projeto é inconstitucional por invadir a competência exclusiva da União para legislar sobre educação e desrespeitar as funções estabelecidas da Polícia Militar, entre outros pontos.

Tarcísio argumenta, porém, que a lei não cria uma nova modalidade de educação e ensino além das já estabelecidas pela legislação federal. De acordo com o governador, ela apenas institui um modelo de gestão escolar que inclui conteúdos extracurriculares voltados à formação cívica dos alunos. “Vale observar ainda que o modelo de escola cívico-mililtar não pretende – ao revés do afirmado na inicial do PSOL – substituir o modelo tradicional de escola pública”, escreveu.

Na representação, o governador também afirma que o emprego de policiais militares da reserva em atividades civis é constitucional, citando uma decisão do próprio STF para embasar seu argumento. Após receber a manifestação de Tarcísio, Gilmar Mendes encaminhou a ação para a Advocacia Geral da União (AGU), que deverá apresentar parecer sobre a questão.

Além da ADI apresentada pelo PSOL no Supremo, o programa de escolas cívico-militares do Estado é alvo de outras ações. No início deste mês, a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, do Ministério Público Federal, emitiu parecer contra o projeto de Tarcísio.

O documento conclui que a política sancionada pelo governador de São Paulo vai contra o modelo nacional de educação e, por isso, é inconstitucional. A representação foi enviada ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, para que ele se manifeste no STF contra o programa.

O programa paulista de escolas cívico-militares segue um modelo implementado nacionalmente pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Após a revogação do programa federal pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Tarcísio se comprometeu a expandir as escolas cívico-militares no Estado. O governo paulista pretende implementar entre 50 e 100 escolas em 2025.

 

A IMPLEMENTAÇÃO DE AVANÇOS NO CAMPO TECNOLÓGICO É UM DOS PRINCIPAIS DESAFIOS PARA A EXPANSÃO INDUSTRIAL

 

Laercio Aniceto Silva, Superintendente de Negócios da Fundação CERTI

A implementação de avanços no campo tecnológico é um dos principais desafios para o Brasil adentrar uma nova fase de expansão industrial que lhe garanta ainda mais relevância no quadro internacional do setor. O investimento até 2026 de R$300 bilhões no Plano Nova Indústria, anunciado este ano pelo governo federal, permite acelerar este processo de modernização e sinaliza a importância dessa transformação gradual. O estímulo, traduzido em uma série de ações como linhas de créditos especiais, se somará aos esforços das empresas em se adequar a um mercado global cada vez mais tecnológico. Neste cenário atual onde a modernização do parque fabril é uma urgente necessidade, a adoção da digitalização na produção é também imprescindível. Ela não só sinaliza uma fundamental transição estratégica, como contribui a médio e longo prazo para a melhora das condições de competitividade para as indústrias brasileiras, moldando o ambiente de negócios e seu futuro no segmento de maneira inteligente e inovadora.

Em um período em que a competitividade na indústria de modo geral tem passado por uma transformação significativa, a adoção da digitalização, bem como alternativas mais sustentáveis, é crucial no passo a passo da produção para posicionar as empresas de maneira favorável em um cenário de negócios moderno e dinâmico. Mais do que estratégica, ela é primordial para aquelas que buscam prosperar em um cenário competitivo, refletindo não apenas na melhor eficiência operacional e redução de custos, como em um maior preparo para se adaptar às mudanças para oferecer produtos e serviços superiores.

São muitos os benefícios trazidos pela revolução digital e um dos mais evidentes é o aprimoramento da eficiência através da simplificação e automação dos processos de produção. Ao reduzir a intervenção manual e eliminar ineficiências operacionais, as empresas conseguem alcançar uma eficiência global aprimorada. Ciclos de produção mais rápidos e uma utilização otimizada de recursos se traduzem em ganhos tangíveis para a competitividade. A automação e as tecnologias digitais desempenham um papel fundamental na redução de custos. Minimizando erros, reduzindo desperdícios e otimizando o consumo de energia, a implementação de soluções digitais não apenas efetua economias imediatas, como estabelece um ambiente de produção mais eficiente e com uma vantagem competitiva sustentável.

A digitalização possibilita a tomada de decisões baseada na coleta e análise em tempo real de grandes volumes de dados. Isso além de otimizar os processos internos, contribui para uma abordagem proativa na identificação de tendências e resolução de desafios. Os benefícios não se limitam às fronteiras da empresa e se estendem por toda a cadeia de suprimentos. Melhor visibilidade e colaboração resultam em uma coordenação mais eficiente com fornecedores, previsão de demanda mais precisa e redução nos prazos de entrega.

As tecnologias digitais também desempenham um papel fundamental no controle de qualidade. Monitoramento e análise em tempo real dos processos de produção garantem um nível mais alto de consistência na qualidade dos produtos. As empresas aumentam sua capacidade de aprimorar a experiência do cliente oferecendo produtos e serviços personalizados e inovadores. Otimizando o uso de recursos e reduzindo o impacto ambiental, demonstram responsabilidade social e ambiental, atendendo a padrões regulatórios e agregando junto ao público uma percepção positiva da marca.

Em um mercado dinâmico, a capacidade de se adaptar facilmente às mudanças na demanda, introduzir novos produtos e responder rapidamente a alterações no ambiente de negócios é crucial para a manutenção da competitividade. Otimizando os processos existentes, a adoção das tecnologias digitais impulsiona a inovação no desenvolvimento de produtos, resultando em soluções mais avançadas alinhadas às necessidades e preferências em constante evolução dos clientes.

No futuro que se avizinha somente a capacidade de aproveitar tecnologias de ponta, responder rapidamente a mudanças no mercado e entregar produtos de alta qualidade permitirão que as empresas despontem como referências em seus segmentos. Por isso, as indústrias brasileiras que desejam estar mais preparadas para enfrentar as incertezas da economia global precisam se planejar estrategicamente para ter um ambiente fabril inteligente e adaptável capaz de atender às demandas do mercado e competir de forma eficaz através da inovação.

CARACTERÍSTICAS DA VALEON

Perseverança

Ser perseverante envolve não desistir dos objetivos estipulados em razão das atividades, e assim manter consistência em suas ações. Requer determinação e coerência com valores pessoais, e está relacionado com a resiliência, pois em cada momento de dificuldade ao longo da vida é necessário conseguir retornar a estados emocionais saudáveis que permitem seguir perseverante.

Comunicação

Comunicação é a transferência de informação e significado de uma pessoa para outra pessoa. É o processo de passar informação e compreensão entre as pessoas. É a maneira de se relacionar com os outros por meio de ideias, fatos, pensamentos e valores. A comunicação é o ponto que liga os seres humanos para que eles possam compartilhar conhecimentos e sentimentos. Ela envolve transação entre pessoas. Aquela através da qual uma instituição comunica suas práticas, objetivos e políticas gerenciais, visando à formação ou manutenção de imagem positiva junto a seus públicos.

Autocuidado

Como o próprio nome diz, o autocuidado se refere ao conjunto de ações que cada indivíduo exerce para cuidar de si e promover melhor qualidade de vida para si mesmo. A forma de fazer isso deve estar em consonância com os objetivos, desejos, prazeres e interesses de cada um e cada pessoa deve buscar maneiras próprias de se cuidar.

Autonomia

Autonomia é um conceito que determina a liberdade de indivíduo em gerir livremente a sua vida, efetuando racionalmente as suas próprias escolhas. Neste caso, a autonomia indica uma realidade que é dirigida por uma lei própria, que apesar de ser diferente das outras, não é incompatível com elas.

A autonomia no trabalho é um dos fatores que impulsionam resultados dentro das empresas. Segundo uma pesquisa da Page Talent, divulgada em um portal especializado, 58% dos profissionais no Brasil têm mais facilidade para desenvolver suas tarefas quando agem de maneira independente. Contudo, nem todas as empresas oferecem esse atributo aos colaboradores, o que acaba afastando profissionais de gerações mais jovens e impede a inovação dentro da companhia.

Inovação

Inovar profissionalmente envolve explorar novas oportunidades, exercer a criatividade, buscar novas soluções. É importante que a inovação ocorra dentro da área de atuação de um profissional, evitando que soluções se tornem defasadas. Mas também é saudável conectar a curiosidade com outras áreas, pois mesmo que não represente uma nova competência usada no dia a dia, descobrir novos assuntos é uma forma importante de ter um repertório de soluções diversificadas e atuais.

Busca por Conhecimento Tecnológico

A tecnologia tornou-se um conhecimento transversal. Compreender aspectos tecnológicos é uma necessidade crescente para profissionais de todas as áreas. Ressaltamos repetidamente a importância da tecnologia, uma ideia apoiada por diversos especialistas em carreira.

Capacidade de Análise

Analisar significa observar, investigar, discernir. É uma competência que diferencia pessoas e profissionais, muito importante para contextos de liderança, mas também em contextos gerais. Na atualidade, em um mundo com abundância de informações no qual o discernimento, seletividade e foco também se tornam grandes diferenciais, a capacidade de analisar ganha importância ainda maior.

Resiliência

É lidar com adversidades, críticas, situações de crise, pressões (inclusive de si mesmo), e ter capacidade de retornar ao estado emocional saudável, ou seja, retornar às condições naturais após momentos de dificuldade. Essa é uma das qualidades mais visíveis em líderes. O líder, mesmo colocando a sua vida em perigo, deve ter a capacidade de manter-se fiel e com serenidade em seus objetivos.

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sábado, 22 de junho de 2024

CORTAR GASTOS DO GOVERNO LULA É O MAIOR SACRIFÍCIO

 

História de editora3 – IstoÉ Dinheiro

• Governo federal enfrenta um triplo desafio que tem exigido jogo de cintura do presidente

• Lula e equipe econômica precisam zerar déficit, cortar benefícios e privilégios da elite da República, além de aumentar a fatia do Orçamento livre para investimentos

• Cadeia produtiva e mercado financeiro estão distantes de uma unanimidade sobre qual caminho seguir.

presidente Lula enfrenta atualmente três desafios que suas gestões passadas à frente da República não o prepararam. O primeiro deles é o déficit fiscal. Tanto em 2003 quanto em 2007 o Brasil não tinha arrecadação menor que gastos (situação que começou na segunda gestão de Dilma Rousseff). O segundo é o percentual do Orçamento carimbado. Se no começo do século as despesas obrigatórias ficaram em menos de 60%, em 2024 a cifra está em 93%. . Com essas três pedras no sapato do petista, não há outra escolha: é preciso cortar gastos ou aumentar impostos.

E os dois caminhos parecem custosos. Mencionar a elevação de taxas e obrigações enquanto prega uma reforma que reduziria os impostos das empresas parece incoerente, e cortar gastos envolve tirar dinheiro de produtos que são caros ao presidente, como as obras do Programa de Aceleração do Crescimento e fomento à indústria. Sem respostas fáceis, Lula se reuniu com a cúpula econômica de seu governo para olhar os números e avaliar suas opções.

Simone Tebet (Planejamento) e Fernando Haddad (Fazenda) apresentaram seus diagnósticos e remédios.

• Na receita de Simone, revisar a custosa (e até aqui intocável) Previdência Social e benefícios dos militares. Há também intenção de estudar a redução de privilégios em outras esferas do Poder.

• Haddad, por sua vez, carregou uma lista de benefícios fiscais indevidos, revisão de fraudes no INSS, aprimoramento da malha fina da Receita Federal e desvinculação de parte do Orçamento para dar mais espaço de investimentos.

• Essas análises foram levantadas pelos membros da Junta de Execução Orçamentária (JEO) que, além de Simone e Haddad, envolve Rui Costa (Casa Civil) e Esther Dweck (Gestão e Inovação em Serviços Públicos).

O presidente da Câmara, Arthur Lira, prega a manutenção dos benefícios fiscais, enquanto os ministros Simone Tebet (Planejamento) e Haddad (Fazenda) querem o fim das desonerações (Crédito:Divulgação )

O presidente da Câmara, Arthur Lira, prega a manutenção dos benefícios fiscais, enquanto os ministros Simone Tebet (Planejamento) e Haddad (Fazenda) querem o fim das desonerações (Crédito:Divulgação )© Fornecido por IstoÉ Dinheiro

(Ton Molina)

(Ton Molina)© Fornecido por IstoÉ Dinheiro

À DINHEIRO, Simone afirmou que não há qualquer estudo executado, todas foram “ideias para começarmos a avaliar onde há espaço para redução de custos”. “Não há uma mira em ninguém”, afirmou.

A afirmação vem depois de haver uma tensão nas casernas brasileiras.

• De acordo com um estudo do Ipea, o custo da reserva das Forças Armadas saiu de R$ 31,85 bilhões em 2014 para R$ 58,8 bilhões em 2023. • Para 2030, no atual ritmo, o montante encostará em R$ 70 bilhões.

 O peso da farda também foi citado pelo ministro do Tribunal de Contas da União, Vital do Rêgo, na aprovação das contas do governo Lula em 2023. “Desponta o Sistema de Proteção dos Militares, cuja relação entre receitas e despesas, em 2023, foi de 15%, quando arrecadou R$ 9 bilhões e teve uma despesa de R$ 59 bilhões. No caso do RPPS [Regime Próprio de Previdência Social], a relação de cobertura foi próxima de 42%.”

DESONERAÇÕES

Bandeira de Haddad, a revisão das desonerações e isenções tributárias surge como uma alternativa para redução de gastos. O ministro tem travado batalhas públicas com o Congresso para negociar tais benefícios. O chefe da Fazenda, no entanto, trata o assunto como se todos os benefícios fossem herança das gestões passadas, o que não é exatamente assim.

Segundo Vital do Rêgo, a multiplicação dos benefícios fiscais no País seguiu no primeiro ano da gestão Lula. Em 2023, foram instituídas outras 32 desonerações tributárias, com impacto de R$ 68 bilhões na arrecadação da União. Para exemplificar como, nem sempre, um incentivo fiscal salva uma empresa, ele citou o caso da Ford, que fechou as fábricas no Brasil em 2021 após usufruir de cerca de R$ 20 bilhões em incentivos fiscais. “A disparada da dívida pública federal em 2023 revela o quanto pode ser um contrassenso que o Estado abra mão de receitas.”

A primeira batalha perdida por Haddad na busca pelo fim das desonerações foi o paredão Legislativo que abateu, em pleno voo, a proposta do governo de acabar com o benefício fiscal para folha de pagamento de 17 setores da economia. A medida, instituída em 2013, ainda no governo Dilma, nasceu como suporte temporário para manutenção do emprego, mas falhou nas duas coisas a que se propôs. O desemprego subiu e o benefício virou obrigação. Dez anos depois, segue o impasse para acabar com o benefício, e o plano do governo se esvaiu. A desoneração custa aos cofres públicos, em média, R$ 26 bilhões ao ano.

Sem espaço para negociar esse benefício, o plano de Haddad foi atacar outra frente, o Pis/Cofins. Com a Medida Provisória 1227/2024, o plano era arrecadar R$ 29 bilhões a mais mudando o entendimento da legislação e limitando o uso de crédito cumulativo de grandes empresas.

Desta vez, quem chiou foi a cadeia produtiva. Houve muita fritura pública do ministro e desconforto com a ala mais política do governo, tudo isso enquanto o Supremo Tribunal Federal fez um alerta: vocês (leia-se Executivo e Legislativo) têm 60 dias para encontrar uma forma de repor os R$ 26 bilhões da desoneração.

Se por um lado a reoneração da folha atinge empresários da indústria, por outro o corte de gastos com o PAC também terá seu efeito nos negócios da cadeia produtiva (Crédito:Divulgação )

Se por um lado a reoneração da folha atinge empresários da indústria, por outro o corte de gastos com o PAC também terá seu efeito nos negócios da cadeia produtiva (Crédito:Divulgação )© Fornecido por IstoÉ Dinheiro

TIQUE-TAQUE

Com o relógio correndo, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, articulou uma comissão para se debruçar sobre o tema. E não faltaram parlamentares dizendo ter a solução milagrosa. Surgiram sugestões de atualização de bens no Imposto de Renda, uma nova rodada de repatriação de recursos mantidos por brasileiros no exterior, uso de recursos judiciais e a famigerada taxação de compras internacionais até US$ 50,00 (que antes eram isentas e agora passam a exigir alíquota de 20%). O problema é que, tudo isso junto, soma R$ 16,8 bilhões ao ano, segundo uma avaliação da XP Investimentos.

A cifra, inclusive, leva em conta uma medida que pode ser considerada inconstitucional e causar um problemão para o governo. O uso dos recursos provenientes do Sistema de Valores a Receber (SVR), uma lei aprovada há sete anos, resultou em arrecadação de R$ 11 bilhões, à época, mas já foi considerada inconstitucional pelo STF.

Para o economista Tiago Sbardelotto, da XP Investimentos, mesmo que uma nova legislação seja aprovada e o risco jurídico afastado, “não há um incremento de arrecadação que faça frente ao montante necessário, já que, pela média passada, o montante seria de pouco mais de R$ 2 bilhões”, disse. Um esforço descomunal para um efeito mínimo. Bem ao estilo da República brasileira.

O post Entenda por que cortar gastos para o governo Lula é uma tormenta apareceu primeiro em ISTOÉ DINHEIRO.

GOVERNO CONFIRMA QUE VAI EXPLORAR PETRÓLEO NA MARGEM EQUATORIAL

 

História de Redação – IstoÉ Dinheiro

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, confirmou que o governo vai explorar a Margem Equatorial, operação defendida pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e pela atual presidente da Petrobras, Magda Chambriard. A declaração ocorreu em entrevista à Rádio Mirante News FM, do Maranhão, nesta sexta-feira, 21.

“Nós vamos explorar a Margem Equatorial”, disse o presidente. “Por enquanto, não é explorar. O que nós queremos é fazer um processo de medição para a gente saber se tem e qual a quantidade de riqueza que tem lá embaixo.”

Lula afirmou que o governo vai estudar a presença de pré-sal na Margem Equatorial e enfatizou: “Pode ficar certo de que vamos explorar.”

Em relação à proximidade com a Foz do Amazonas, o presidente argumentou que há uma “distância enorme” entre as duas regiões.

“Quando a gente fala da Margem Equatorial, o pessoal fala: mas é perto da Amazônia. É o seguinte: são 575 quilômetros da margem do Amazonas”, disse Lula. “Uma distância enorme.”

Em janeiro, a Petrobras havia anunciado a conclusão da primeira perfuração na Margem Equatorial e disse ter descoberto a presença de petróleo. Em abril, a estatal identificou uma nova reserva.


A Margem Equatorial se estende pelo litoral brasileiro do Rio Grande do Norte ao Amapá e, segundo o governo, é uma região geográfica de potencial exploratório para o setor de óleo e gás.

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MINERAÇÃO DA CHINA QUE EXPLORAR RESERVA DE MINÉRIOS DO HIMALAIA

 asil e Mundo Mineração da China no himalaia

Mineração da China agora está de olho no Himalaia e a razão é muito simples

Byvaleon

Jun 22, 2024

História de Gabriel Sales – IGN Brasil

Mineração da China agora está de olho no Himalaia e a razão é muito simples

Mineração da China agora está de olho no Himalaia e a razão é muito simples© Fornecido por IGN Brasil

A “corrida do ouro” do século 21 tem o zelo exploratório daquela outra febre da mineração desencadeada na Califórnia em meados do século 19, mas pouco ouro. O seu foco está em outra classe de materiais, cruciais para o setor tecnológico: as terras raras, um conjunto de elementos químicos de enorme valor industrial e cuja cadeia de exploração e distribuição ganhou enorme peso na China. O governo do país não quer perder essa posição hegemônica e é por isso que a China voltou a sua atenção para os valiosos recursos minerais dos Himalaia, além do potencial uso para inteligência artificial.

O tesouro escondido no Himalaia – Ou melhor, sob o Himalaia. A notícia foi divulgada no ano passado pelo jornal South China Morning Post (SCMP): geólogos chineses já localizaram uma grande reserva potencial de minerais de terras raras na cordilheira que separa as planícies do subcontinente indiano do planalto do Tibete. Há cerca de dez anos, cientistas chineses identificaram terras raras e lítio em algumas amostras de rochas recolhidas no Tibete. Essa descoberta acidental ofereceu-lhes uma primeira pista.

Os cientistas acreditam agora que a reserva de minérios do Himalaia poderá ser comparável ou superior à registada em algumas das grandes jazidas exploradas pela China, o que lhe permitiria reforçar o peso do país no setor.

Mas… o que está realmente escondido? – Em 2017 a revista Science China Earth Science publicou um estudo que nos ofereceu algumas pistas sobre a riqueza mineral do Himalaia. Os cientistas já apontavam àquela altura a existência de duas faixas de mais de mil quilómetros com potencial interessante. “A mineralização de metais raros foi observada nos cinturões de Tethyan e do Alto Himalaia”, observaram os estudiosos: “Nosso estudo preliminar da região mostra um grande potencial adicional para a mineralização de metais raros no que pode se tornar o cinturão metalogenético economicamente mais importante do país.”

Um prêmio que não é isento de desafios – Os recursos minerais escondidos no Himalaia podem ser promissores, mas certamente não são fáceis de localizar. O SCMP afirma que o seu cinturão se estende por mais de mil quilômetros, em uma vasta faixa de terra localizada em uma região remota. Tais características tornam um desafio localizar precisamente onde estão localizados depósitos minerais raros, o que pode exigir anos ou décadas de trabalho.

Desafios técnicos… e geopolíticos – O desafio não reside apenas no quão remoto o Himalaia pode ser, pois sua localização representa um problema geopolítico. A China tem uma disputa territorial de longa data com a Índia na fronteira sul do Tibete. Já em 2019, o Institut für seltene erden und metalle AG, uma organização com sede na Suíça, alertou que a mineração chinesa na cordilheira poderia prejudicar as já tensas relações diplomáticas entre Pequim e Nova Deli.

Nessa altura, a China tinha iniciado operações mineiras em grande escala no seu lado da fronteira com o Himalaia, depois de localizar uma grande reserva de ouro, prata e outros minerais valiosos.

Além da mineração – “Embora a mineração seja praticada na cordilheira mais alta do mundo há milhares de anos, o desafio do acesso a terrenos remotos e as preocupações ambientais limitaram até agora o âmbito das atividades. A escala sem precedentes das novas minas é “devida a anos de trabalho substancial investimento do Governo em estradas e outras infra-estruturas na região”, refletiu a organização suíça, com sede em Lucerna.

Os técnicos deixaram várias ideias interessantes: que a maioria dos minerais valiosos, entre os quais citaram terras raras, estavam localizados no condado de Lhunze, “um importante centro militar na China”; e que as minas poderiam fazer parte de um plano de Pequim para se reforçar no sul do Tibete.

IA, aliada da mineração – Neste contexto, o ritmo é um valor crucial. Os próprios geólogos do governo chinês reconhecem: quanto mais cedo uma nação conseguir identificar depósitos de minério, maior será a “vantagem estratégica” que usufruirá mais tarde. E é aí que a IA desempenha um papel crucial. Pesquisadores chineses trabalham há anos com apoio governamental em uma ferramenta capaz de aproveitar dados coletados por satélites e outros meios com o propósito preciso de localizar depósitos de terras raras no planalto tibetano.

Muito preciso. A em questão IA é tão refinada que os cientistas do Laboratório Estatal de Processos e Recursos Geológicos da Universidade Chinesa de Geociências em Wuhan estimam que ela atingiu uma precisão de 96%. Não é um mau número se levarmos em conta que quando foi treinada, com dados limitados, ofereceu uma taxa de precisão de apenas 60%. Seu foco está na busca por uma forma única de granito que possa conter recursos como nióbio e tântalo ou lítio. O SCMP especifica, entretanto, que a ferramenta ainda precisa ser aprimorada para o comissionamento.

Objetivo: manter a hegemonia – O peso da China na produção e distribuição de terras raras é inquestionável. Em 2022, o Fórum da Ásia Oriental estimou que, graças ao investimento e aos esforços na cadeia de abastecimento, o país conquistou entre 50 e 60% da quota de mercado mineiro e retumbantes 90% do processamento intermédio. O gigante asiático possui importantes bases de produção na Mongólia Interior e nas províncias do sul.

Uma luta contra todos – O SCMP aponta, no entanto, que a sua posição dominante da China ao longo das décadas: de ter cerca de 43% das reservas mundiais nas décadas de 80 e 90 teria descido para uma taxa inferior a 37% em 2021, segundo apuração Jornal de Hong Kong. Entretanto, o Ocidente lançou uma procura de recursos que provaram ser fundamentais para tecnologias emergentes ou processos tão cruciais como a transição verde.

A Turquia, o Japão, a Europa e os EUA têm participado da procura de recursos, onde há empresas que também recorreram à IA com o mesmo propósito da China: extrair o “novo ouro”.

ORAÇÃO PROFÉTICA DE UM PASTOR DOS EUA

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