sexta-feira, 14 de junho de 2024

PLANO DE MODERNIZAR O BRASIL FOI INTERROMPIDO PELO PT E TUCANOS

 

História de ALEXA SALOMÃO – Folha de S. Paulo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Segundo o economista Edmar Bacha, quando se fala em elaboração do Plano Real, a mãe deveria ter sido Elena Landau. Fazia parte do grupo de economistas que estudou a inflação na PUC-Rio e aderiu ao PSDB. Foi convidada para fazer parte do governo, mas declinou.

“Quando Fernando Henrique foi para a Fazenda e chamou as pessoas, eu tinha um filho de nove anos. Não podia ir para Brasília”, confirmou Landau à reportagem. Mais tarde, assumiu como diretora do Programa de Desestatização do BNDES, que tem sede no Rio de Janeiro, sua principal residência até hoje.

Na avaliação de Landau, a ambição era que o Plano Real fosse além da estabilização monetária.

“Temos que lembrar que o Real propiciou um momento muito importante. Como ministro e depois como presidente, Fernando Henrique ganhou legitimidade para fazer uma mudança de modelo econômico. Acho que esse foi o salto. O Plano Real era um projeto de país —aberto, moderno, inclusivo.”

PERGUNTA – Na sua avaliação, qual foi a conjunção de fatores que levou o Plano Real ao sucesso?

ELENA LANDA – São muitos, mas a essência do Plano Real —e eu sou suspeita para falar— é o Departamento de Economia da PUC [Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro], onde se juntaram pessoas cuja grande preocupação, basicamente, era o processo hiperinflacionário e a crise internacional, a dívida externa.

Eu entrei na PUC em 1976, o departamento muda em 1977, 1978. Era um debate muito efervescente sobre qual era a peculiaridade da inflação no Brasil —sobre a questão inercial, a indexação. No início dos anos de 1980, vem o Larida [plano de estabilização monetária concebido por Pérsio Arida e André Lara Resende]. Pérsio vinha com um tipo de ideia, o André com uma outra. Tinha o Chico Lopes, o Edmar Bacha. Quer dizer, havia um grupo com uma discussão consistente sobre causas, combate, o que tinha dado errado. Foram muitas teses e estudos. Quando veio a oportunidade, o grupo estava maduro e com um espírito público extraordinário. Largou o que estava fazendo e foi para o tudo ou nada.

Mas tem uma outra razão, mais social. Ninguém aguentava mais a hiperinflação. Foi surpreendente a aceitação da URV [Unidade Real de Valor, moeda escritural do plano]. A sensação de ter uma moeda que dá poder de compra ao longo do tempo tem um efeito muito forte: você não precisa sair correndo para o supermercado, o salário não acaba no primeiro dia, o tomate na feira hoje vale a mesma URV, apesar do cruzeiro real ter disparado.

O reconhecimento de ganho de qualidade de vida se mantém até hoje. Há uma intolerância com a volta da inflação. Pode nâo ter problema no emprego, mas se tiver inflação, as pessoas reclamam mais.

P – Mas a sra. acredita que os mais jovens têm consciência do ganho que o país teve com o fim da hiperinflação?

EL – Não. Quando eu dava aula, tinha até explicar o que era inflação. Usava o preço do biscoito Globo. Durante anos não mudou. Eu explicava que antes, cada dia, no sinal, o preço subia.

Mas acho que não apenas os mais jovens, mas muita gente não tem consciência do que o Brasil era. Tem gente que quer a ditadura de volta. Tem gente que acha que um pouquinho de inflação não tem problema, que tem de baixar mesmo os juros, em qualquer momento. As pessoas não sabem o que o país atravessou para chegar a essa estabilidade, seja democrática, institucional ou econômica.

Mas estou muito surpresa que a celebração dos 30 anos do Real é muito mais intensa do que a dos 20 ou dos 10 anos. Tem uma simbologia muito forte. Primeiro, retomar memória. São seminários atrás de seminários, depoimentos. Vejo como a consolidação da importância da estabilidade da moeda. Então, isso pode resgatar um pouco dessa história e levar a sua valorização.

Agora, os desafios são outros: crescimento, produtividade, inclusão social, ambiental.

P – E como estamos nesses desafios?

EL – O Plano Real, em primeiro lugar, teve um impacto social muito grande. Manteve o poder de compra. Depois veio o Bolsa Família —mas sem a estabilidade do Plano Real, o Bolsa Família não faria transferência de renda. Então, você tem um ganho com indicadores de redução da pobreza. Agora, nesse final de 30 anos, há uma discussão sobre o topo da pirâmide. Então, você continua com o problema de desigualdade muito profundo no Brasil.

As pessoas acham que o Plano Real foi só a mágica da URV, mas teve um entorno muito grande. Mudanças fortíssimas na área fiscal, na relação do Banco Central com com Tesouro Nacional. Houve toda uma reorganização de contas públicas, privatizações, quebra de monopólios, entrada de estrangeiros, emendas constitucionais, que deram um pulo de modernização no Estado brasileiro.

Mas depois muda. Volta a ter uma intervenção do Estado muito grande, e principalmente fechamento da economia e excesso de subsídios. Perdura o eterno problema de déficit educacional. Enquanto não resolver a educação no Brasil, não tem jeito. Já melhorou muito, com aumento no números de matrículas e universalização, mas continuamos a ter índices de capacitação muito baixos.

Todo mundo fala “vamos crescer”, mas como vamos crescer ainda é um grande desafio.

A equipe econômica do governo Temer tentou recuperar alguns princípios, mas não tinha todo o apoio político. Aí vem um governo Bolsonaro que não liga para edução e não dá a mínima para a produtividade, nem abriu a economia. Era só discurso liberal da boca para fora. E volta Lula: subsídio, conteúdo nacional, e nenhuma clareza na agenda ambiental.

P – O combo Real foi interrompido, então?

EL – Antonio Palocci deu uma continuidade inicialmente, mas depois acabou.

Temos que lembrar que o Real propiciou um momento muito importante. Como ministro e depois como presidente, Fernando Henrique ganhou legitimidade para fazer uma mudança de modelo econômico. Acho que esse foi o salto. O Plano Real era um projeto de país —aberto, moderno, inclusivo.

O real também era uma marca do PSDB. Vários economistas eram tucanos, filiados. Eu, Bacha, Gustavo Franco. O Pérsio era simpatizante. Como foi por Medida Provisória, claro que o real não passaria sem o apoio do Congresso, à exceção daquele partido que apostou no cavalo errado, por falta de conhecimento econômico, que foi o PT.

Mas o PSDB deu um tiro no pé. As campanhas do PSDB pós-Real falavam muito pouco do Real. Teve o Geraldo Alckmin com a jaqueta das estatais. O José Serra não mencionou o Fernando Henrique em 2010. O resgate da agenda só veio em 2014, na campanha do Aécio Neves, por causa da assessoria do Armínio Fraga. Em 2018, o Pérsio também tentou o resgate para o Alckmin.

Eu não sei o que houve com o PSDB que não soube explorar essa grande herança. E quando ele sai da arena política, abre espaço para aventuras, como a do Bolsonaro. Por isso que eu estou dizendo que as celebrações anteriores foram muito menores que a dos 30 anos. Eu acredito que as pessoas sentiram essa perda: qual é o projeto de país que a gente tem agora? O que a gente vai fazer?

P – O projeto incluía privatizações, que até hoje sofrem resistência. Por que isso?

EL – Acho que a gente tem uma questão cultural. O Estado é patrimonialista. Muitas pessoas dependem do Estado. Até hoje tem uma indústria dependente de subsídios e proteção. É a coisa, assim, do Estado provedor. Do período Vargas até os anos de 1980, tivemos grandes investimentos estatais que deu a sensação de que o Estado podia tudo. As pessoas começaram a cair na real na crise dos anos de 1980.

Mas teve uma também parte de culpa nossa. Faltou explicar melhor os benefícios da reforma do Estado e das privatização. E os benefícios são tão claros. Basta comparar o que aconteceu com telecomunicação e distribuição de energia, que foram privatizadas lá atrás, com saneamento, em sua maioria ainda estatal. Todo mundo tem um celular e 99% dos lares têm luz, quanto falta saneamento para milhões de brasileiros —os mais pobres.

Outro benefício da privatização é que quando passa para iniciativa privada, as pessoas começam a cobrar. A gente não vê mobilização contra prefeitura por falta de esgoto. Falta banheiro em escola pública e ninguém mais reclama. Como se fosse natural esse tipo de coisa. Mas é uma grita geral se falta luz. Olha o que aconteceu em São Paulo. Falta de luz afeta os ricos, né? Como cobrança chama a atenção, alguns ainda usam contra. Dizem que o serviço ficou pior porque privatizou, mas a questão é que a cobrança aumentou após a privatização.

Recentemente, privatizar ganhou mais apoio, mas pelos motivos errados. A Lava Jato mostrou os problemas da Petrobras, e as estatais ficaram associadas à corrupção. Ocorre que nem toda estatal é elefante branco, assim como nem todo funcionário público é parasita, como passaram a dizer no governo Bolsonaro. A discussão segue comprometida por ideologias.

*

RAIO X

Elena Landau, 66

Nascida no Rio de Janeiro, é advogada e economista, com mestrado em economia pela PUC-RJ, da qual foi professora no Departamento de Economia. Atuou no conselho de administração de várias empresas, entre elas Vale, Cemig, AES e Eletrobras, cujo conselho também presidiu. Foi diretora de Desestatização no BNDES no governo de Fernando Henrique Cardoso.

Sócia no escritório Sergio Bermudes, também lecionou na Faculdade de Direito da FGV-RJ. Na vida política, foi assessora econômica da presidência do PSDB durante a gestão de Tasso Jereissati e atuou como coordenadora do programa econômico de Simone Tebet (MDB) na campanha presidencial de 2022. É colunista do jornal O Estado de S. Paulo

LULA DE MÃOS ATACADA COM O CASO JUSCELINO

 

História de Notas & Informações – Jornal Estadão

O indiciamento do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, atolado por suspeitas de malversação de recursos públicos no Maranhão, diz mais sobre o governo Lula da Silva do que sobre seu auxiliar. E não são poucas as enrascadas em que o político do União Brasil se meteu.

Após reportagens em série do Estadão revelarem uma farra no uso do orçamento secreto na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) – a estatal do Centrão –, o leitor deste jornal já conhece bem o histórico do sr. Juscelino.

Vale a pena lembrar alguns episódios nada abonadores. Quando deputado, Juscelino destinou verba milionária para asfaltar uma estrada que passa na frente de uma fazenda sua, em Vitorino Freire (MA). Ele ainda omitiu do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) parte de seu patrimônio e, já como ministro, recebeu diárias – ou seja, dinheiro público – para ir a um leilão de cavalos de raça. Sua cidade natal, administrada pela irmã, firmou contratos com empresas de amigos.

A lista é longa. Mas nada disso foi suficiente para sacá-lo do cargo.

Diante de tantos indícios de irregularidades no repasse de emendas parlamentares, a Polícia Federal (PF) deu início a uma investigação. Segundo o indiciamento, o ministro é suspeito de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Nada menos. O Estadão apurou que o relatório final cita também falsidade ideológica, frustração de caráter competitivo de licitação e violação de sigilo em licitação.

Tudo isso, porém, não parece grave o bastante para Lula demitir sumariamente Juscelino Filho tão logo a PF o indiciou.

Alçado do baixo clero da Câmara, o ministro representa um problema para o governo, não por sua notória desqualificação como gestor público, mas por uma potencial rebelião no União Brasil em razão de sua queda. O indiciamento ainda veio a calhar em uma semana em que o Congresso andou bastante indócil com o governo Lula da Silva.

Segundo o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), o desfecho depende do presidente, o que é óbvio, e de um posicionamento do União Brasil. Por ora, a legenda não soltou a mão do correligionário, a quem manifestou “total apoio” alegando “uma possível atuação direcionada e parcial na apuração”. Para o terceiro maior partido da Câmara, investigações semelhantes no passado levaram a “condenações injustas”.

Em Genebra, onde participa de um evento da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Lula disse que “o fato de o cara ser indiciado não significa que o cara cometeu um erro”. “Agora, eu preciso que as pessoas provem que são inocentes”, afirmou.

O presidente até pode vir a demitir Juscelino Filho – hoje, amanhã ou sabe-se lá quando. Porém, esse imbróglio já se arrasta desde janeiro de 2023, logo após a posse para seu terceiro mandato. Seja qual for a decisão de Lula da Silva, o episódio só reforça que um governo fraco como o dele não pode se dar ao luxo de indispor qualquer partido de sua base rarefeita.

DISCURSO DA ÁREA TÉCNICA DO GOVERNO É DE CORTAR GASTOS

 

História de Redação – Jornal Estadão

Após o estresse dos últimos dias, provocado sobretudo pelas incertezas em relação ao ajuste fiscal, integrantes do governo afinaram o discurso para tentar melhorar o humor do mercado financeiro. Em entrevista conjunta, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a ministra do Planejamento, Simone Tebet, saíram em defesa da revisão dos gastos públicos, o que aplacou, por ora, a pressão que o dólar vinha sofrendo.

A moeda americana que, no início da manhã, chegou a R$ 5,42, recuou a R$ 5,36, com queda de 0,70%. A entrevista foi uma resposta às críticas do mercado financeiro à ênfase dada pelo governo ao aumento da arrecadação.

Na quarta-feira, 12, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que, para ele, o ajuste fiscal se dá via aumento de receitas e de redução de juros, sem mencionar corte de gastos. “Estamos arrumando a casa e colocando as contas públicas em ordem para assegurar o equilíbrio fiscal. O aumento da arrecadação e a queda da taxa de juros permitirão a redução do déficit sem comprometer a capacidade de investimento público”, disse.

Haddad e Tebet saíram em defesa do controle de gastos Foto: Diogo Zacarias/ME

Haddad e Tebet saíram em defesa do controle de gastos Foto: Diogo Zacarias/ME© Fornecido por Estadão

O mercado não recebeu bem a declaração, já que o presidente mencionou a queda da taxa de juros, que não é uma atribuição do Executivo e sim do Banco Central. O comentário gera maior desconfiança sobre a futura gestão do banco a partir de 2025. Há temor de que o próximo BC tenha uma postura mais frouxa na política monetária, seja tolerante com a inflação e corte juros.

Depois do mal-estar, coube aos ministros apagar o incêndio. Além do dólar, o discurso de Haddad e Tebet movimentou os mercados domésticos e destravou o movimento de queda dos juros futuros. O Ibovespa, principal índice da B3, no entanto, teve ligeira queda de 0,04%, em 119.885 pontos.

Em seu discurso, Haddad garantiu que a Fazenda está “absolutamente” sintonizada com o Planejamento na agenda de revisão de gastos. Tebet disse haver margem para rever despesa e que o governo não quer aumentar a carga tributária.

Em evento no Rio, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, também engrossou o coro em favor do controle de gastos e do compromisso do governo com a responsabilidade fiscal. Antes das falas conjuntas, o dólar passava por uma relativa acomodação frente ao real, após bater os R$ 5,42, refletindo a cautela fiscal e sinais de desgaste de Haddad.

Há uma preocupação dos investidores de que Haddad esteja perdendo força no governo, o que dificultaria o controle dos gastos públicos.

Desde a semana passada, o ministro vem enfrentando uma série de reveses. Na sexta-feira, 7, o dólar já havia registrado um pico de alta após Haddad participar de um evento fechado no banco Santander. No dia, a moeda americana subiu 0,5%, de R$ 5,25 para R$ 5,32.

No encontro, o ministro afirmou que há um conjunto de alternativas a serem levadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso de o crescimento das despesas obrigatórias do governo consumir o espaço para as despesas discricionárias (não obrigatórias, como recursos para custeio e investimentos) dentro da regra fiscal. Ele também não se comprometeu de forma explícita a respeitar o crescimento máximo de despesa, mas não disse que alteraria o arcabouço fiscal, um dos temores do mercado.

Em entrevista à imprensa, após a reunião, Haddad reclamou do vazamento de “informações falsas”, negou mudanças no arcabouço e garantiu que, no encontro, havia dito que está disposto a contingenciar gastos.

Os problemas continuaram com a MP do PIS/Cofins, que restringia o uso dos créditos dos dois impostos, editada para compensar o custo da desoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia e de municípios menores.

A medida, no entanto, foi devolvida pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, deixando Haddad sem um plano B. Agora o Congresso discute alternativas para compensar as desonerações, atribuição que deveria ser do Ministério da Fazenda.

EVENTO DO MINISTRO GILMAR MENDES EM LISBOA TEM PARTICIPAÇÃO DE MINISTROS DO STF

História de JOSÉ MARQUES – Folha de S.Paulo

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Ao menos três ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) participarão no fim de junho do 12º Fórum Jurídico de Lisboa, evento que costuma reunir integrantes dos três Poderes em Portugal e que levou a corte a antecipar uma sessão.

Todos os integrantes do Supremo foram convidados, mas cinco deles afirmaram que não participarão em razão de outros compromissos. Outros três ainda não confirmaram se vão participar.

Um dos organizadores do fórum é o IDP (Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa), que tem o ministro Gilmar Mendes como sócio e o seu filho como dirigente.

Além de Gilmar, confirmaram a participação no evento o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, e o ministro Cristiano Zanin. Há previsão de participarem também os ministros Dias Toffoli, Alexandre de Moraes e Flávio Dino, mas não houve confirmação oficial da presença deles.

Os ministros que afirmaram que não irão são Edson Fachin, Kassio Nunes Marques, André Mendonça, Luiz Fux e Cármen Lúcia.

No evento do ano passado, estiveram presentes Gilmar, Barroso, Zanin e Mendonça. Dino também esteve presente, mas ainda como ministro da Justiça do governo Lula (PT).

O Fórum Jurídico de Lisboa está programado para acontecer nos dias 26, 27 e 28 de junho. Logo depois, em julho, o Judiciário entra em recesso.

Devido ao evento, na última semana de junho, a sessão da quinta-feira (dia 27) do Supremo foi antecipada para a terça (25).

Também organizam o fórum a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e a FGV (Fundação Getulio Vargas).

No ano passado, a reunião de uma série de políticos, advogados, empresários e candidatos a cargos no Executivo e no Judiciário em Lisboa fez o evento ficar conhecido como Gilmarpalooza, em referência ao festival Lollapalooza.

Até esta quinta-feira (13), ainda não havia sido divulgada a lista oficial de participantes no site oficial do evento.

Neste ano, o fórum acontecerá em meio a discussões a respeito de viagens internacionais de magistrados de cortes superiores.

Em abril, um evento fechado em Londres, patrocinado por empresas com ações nos tribunais, reuniu ministros do Supremo, do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e do governo Lula.

Segundo a página, o fórum neste ano terá como tema os “Avanços e recuos da globalização e as novas fronteiras: transformações jurídicas, políticas, e conômicas, socioambientais e digitais”.

Segundo o texto, serão reunidos “acadêmicos, gestores, especialistas, autoridades e representantes da sociedade civil organizada, do Brasil e da Europa” na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa para “para dialogar sobre como a globalização tem impactado as relações entre Estados, instituições, empresas e povos”.

“O Fórum ocorre anualmente com o intuito de debater questões que desafiam o Estado contemporâneo”, diz o site.

“Em sua décima segunda edição, será abordado um panorama sobre como a globalização tem sido fomentada ou desestimulada em alguns campos, os motivos para isso e os impactos no Brasil e na Europa.”

No ano passado, a participação de autoridades de diversos órgãos e de seus auxiliares no fórum custou no mínimo R$ 1 milhão em passagens aéreas com dinheiro público, segundo levantamento feito pela Folha de S.Paulo.

A reportagem também localizou gastos de no mínimo R$ 490 mil em diárias.

Além de ministros do Judiciário e do governo federal, estiveram presentes em 2023 os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e os governadores do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PL), e de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Nem todos os viajantes bancados com dinheiro público palestraram no fórum. Parte deles foi apenas acompanhar outros políticos e autoridades, assistir às mesas e confraternizar nos eventos paralelos de brasileiros em Portugal.

Na ocasião, autoridades aproveitaram para fazer agendas políticas e viajar a países próximos para outros compromissos.

Em 2021, a Folha de S.Paulo também mostrou que haviam sido gastos ao menos R$ 500 mil no evento com passagens e diárias de autoridades.

 

LIMITE DE GASTOS COM SAÚDE E EDUCAÇÃO ENCONTRA RESISTÊNCIAS NO GOVERNO PETISTA

 

História de IDIANA TOMAZELLI E CATIA SEABRA – Folha de S. Paulo

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A proposta de limitar o crescimento real dos pisos de Saúde e Educação a 2,5%, em estudo pelo Ministério da Fazenda, enfrenta resistências na ala política do governo e na cúpula do PT, sigla do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A ideia é uma das alternativas em análise pela equipe do ministro Fernando Haddad (Fazenda) para garantir a sustentabilidade do arcabouço fiscal e harmonizar o ritmo de alta dessas despesas à correção do limite geral de gastos.

Um técnico do governo afirma que a medida teria impacto pequeno no Orçamento de 2025 e 2026, o que desmotiva a ala política a assumir o elevado custo político da discussão em troca de um “ganho zero” para o restante do mandato.

Em março, o Relatório de Projeções Fiscais do Tesouro Nacional simulou o quanto o Executivo ganharia de espaço em três cenários distintos de flexibilização dos pisos de Saúde e Educação, hoje vinculados a um percentual da arrecadação.

No caso da adoção da mesma regra do arcabouço fiscal, que limita a correção do limite a 2,5% acima da inflação, os cálculos do Tesouro apontavam uma perda de R$ 5 bilhões em 2025 –ou seja, a mudança resultaria num carimbo até maior de verbas para Saúde e Educação do que prevê a norma atual.

Em 2026, o ganho seria de apenas R$ 8 bilhões, insuficiente para acomodar pressões vindas de despesas obrigatórias, como benefícios previdenciários.

Desde a publicação do relatório, as projeções de arrecadação se alteraram. Mas, segundo um técnico do governo, a lógica continua valendo: com a mudança, o governo perderia espaço no Orçamento em 2025, e o ganho em 2026 seria da ordem de R$ 4 bilhões.

Para alcançar resultados mais significativos, o governo precisaria implementar as novas regras ainda em 2024, um cenário considerado improvável, uma vez que o Orçamento já está em execução.

A discussão sobre os mínimos de Saúde e Educação ocorre no âmbito de um cardápio de propostas que a equipe econômica prepara para tentar atacar o avanço das despesas obrigatórias. A trajetória desses gastos tem contribuído para a piora da percepção do mercado, que cobra ações do governo para reduzir as incertezas fiscais.

A possibilidade de a Fazenda propor a alteração nos pisos foi alvo de debate em reunião da bancada na Câmara nesta quarta-feira (12). Segundo os relatos, o deputado Rui Falcão (PT-SP) disse que, se a revisão dos pisos for de fato apresentada, ele votará contra.

Já a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), afirmou na reunião que a criação dos mínimos foi uma bandeira do partido. Ela sugeriu, segundo os relatos, que qualquer eventual proposta seja debatida pelo governo com a direção da legenda.

Gleisi se posicionou contra a alteração dos pisos em publicação no X (antigo Twitter) em abril, após a divulgação do relatório do Tesouro Nacional. “Recuar nesses avanços, como vimos na imprensa com base em ‘estudo’ da área econômica, não seria uma opção válida nem justa para financiar outras áreas de governo, todas elas importantes”, escreveu na época.

O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), disse à Folha de S.Paulo que a mudança dos pisos não está no horizonte do governo.

“Não está na ótica, o presidente não pensa nisso, o governo não está pensando nisso. Há uma circunstância que não é Saúde e Educação, que é o crescimento do gasto previdenciário. Mas isso é também por uma decisão política do governo de zerar a fila da Previdência”, disse.

Segundo ele, a área econômica do governo já tem buscado poupar recursos a partir da revisão de cadastros, inclusive na Previdência.

O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou à reportagem que “não tem nada tramitando, não tem nada oficial” e que não comentaria o tema em cima de especulações.

Os pisos de Saúde e Educação haviam sido suspensos em 2017 pelo teto de gastos, que fixou a aplicação mínima nos valores praticados em 2016, corrigidos pela inflação.

Eles voltaram a ser vinculados à arrecadação, como previsto na Constituição, a partir deste ano, com a entrada em vigor do arcabouço fiscal desenhado pela equipe de Haddad.

A regra exige a aplicação de 15% da RCL (receita corrente líquida) na Saúde e de 18% da RLI (receita líquida de impostos) na Educação.

Os valores resultantes para 2024 tiveram uma alta significativa porque as medidas de arrecadação implementadas pela Fazenda turbinaram a base de cálculo dos pisos.

No entanto, um técnico do governo ressalta que a RCL deve ter um crescimento mais modesto em 2025, entre 6% e 6,5%, um valor próximo da soma entre inflação e os 2,5% previstos no arcabouço.

Na avaliação deste interlocutor, não faz sentido comprar a briga agora por uma regra que não vai resolver o problema do Executivo no atual mandato.

Outro técnico da área econômica defende discutir as vinculações, mas aponta outro impasse político. Além da sensibilidade do tema, há risco real de o Congresso direcionar a folga obtida com a flexibilização dos pisos para turbinar despesas consideradas menos eficientes, como emendas parlamentares.

Isso aconteceu no passado, quando o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negociou alterações no teto de gastos para elevar seu limite fiscal em 2022. As negociações para obter apoio no Legislativo envolveram a ampliação das emendas.

As emendas também são obstáculo para outra das propostas cogitadas pela Fazenda: a alteração do conceito de RCL, como revelou a Folha de S.Paulo no ano passado.

O Tesouro Nacional chegou a incluir em uma minuta de projeto de lei complementar a proposta de excluir da RCL receitas voláteis como royalties e dividendos de estatais.

Além de reduzir o piso da Saúde, a proposta afetaria diretamente o valor de aplicação obrigatória nas emendas parlamentares.

A Constituição prevê 2% da RCL para indicações individuais de deputados e senadores e 1% da RCL para emendas de bancadas estaduais. Aliados do governo consideram difícil reduzir a base de cálculo dessas verbas.

LULA CONVIDADO DO G7 ENCONTRA NESSE EVENTO DESAFIOS MAIORES DO QUE NOS EVENTOS ANTERIORES

 

Lula durante fala com jornalistas
Legenda da foto,Após ter ido a Genebra, na Suíça, Lula chegou a Puglia, na Itália, na noite de quinta-feira

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  • Author,Laís Alegretti
  • Role,Enviada da BBC News Brasil a Bari, na Itália

presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou à Itália para participar de encontro do G7 (grupo composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido), após convite da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni. Ele também tem marcadas reuniões bilaterais com o Papa Francisco e lideranças internacionais.

O cenário que Lula encontra no evento, no entanto, promete ser mais desafiador do que aquele visto na última reunião dos líderes e convidados do G7, no Japão, em 2023, segundo analistas ouvidos pela BBC News Brasil.

Naquele momento, há pouco mais de um ano, a participação de Lula – então nos primeiros meses do novo mandato – foi celebrada como o retorno do Brasil a este fórum depois de 14 anos sem o país ser convidado.

“Em 2023, houve uma lua de mel do Lula com a comunidade Internacional”, diz o cientista político Guilherme Casarões, professor da FGV EAESP. Ele aponta que a comparação, naquele momento, era com o antecessor, Jair Bolsonaro, “um presidente que teve muitas rusgas com o Ocidente”.

Neste ano, o “fator novidade” já não é mais um benefício extra para Lula, que tem a missão de encontrar holofotes para assuntos de interesse do Brasil – que em novembro sedia a cúpula do G20, no Rio de Janeiro –, ao mesmo em que uma série de dores de cabeça o aguardam no Brasil.

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Na Itália, os principais obstáculos na disputa por atenção internacional estão no volume e na urgência de temas que preocupam os países do G7.

Ou seja, como competir por atenção internacional em um contexto que inclui: ano de eleição nos Estados Unidos e no Reino Unido, recente avanço dos partidos de direita radical pela Europa, dissolução do parlamento francês – além, é claro, principalmente, das guerras na Ucrânia e em Gaza.

“O Lula teve muita visibilidade no ano passado, e terá hoje uma participação menos visível”, afirma Rubens Barbosa, ex-embaixador do Brasil em Londres (1994-99) e em Washington (1999-2004), antes de elencar os temas mais urgentes para países do grupo.

A cientista política Fernanda Nanci Gonçalves, professora de Relações Internacionais na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), diz que Lula segue com “prestígio internacional” e “é uma liderança carismática”. Aponta, no entanto, que o Brasil “não é o mesmo país de suas primeiras gestões, não tem a mesma pujança econômica e a região está desorganizada, sem que o país se apresente como uma liderança regional forte, com capacidade de articulação”.

Diz, ainda, que o “o papel do país como mediador de conflitos internacionais também não está forte nesse momento”.

Tudo isso, diz a professora, atrapalha “a capacidade de influenciar os rumos das discussões internacionais”.

Procurado pela reportagem, o Palácio do Planalto reforçou que “o Brasil vai sediar o G20 e está participando [do G7] nesse contexto”.

Nesse cenário, quais assuntos Lula deve levar ao G7 – e com quais tópicos o presidente deve tomar cuidado, segundo analistas?

Giorgia Meloni
Legenda da foto,Lula foi convidado para participar do encontro do G7 em 2024 pela primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, anfitriã do evento, que chega fortalecida após resultado de eleições na Europa

Taxação de super-ricos, clima e combate à fome

A previsão é que Lula fale no G7 sobre redução da fome e da desigualdade; transição energética e mobilização contra mudança do clima; além de taxação dos super-ricos.

A criação de uma taxação global sobre a riqueza de bilionários vem sendo defendida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad – que já apresentou a ideia inclusive para o papa Francisco em visita no início de junho. A ideia é destinar os recursos para medidas de combate à fome e às mudanças climáticas.

Fernanda Gonçalves considera um “tema sensível e difícil de endereçar” e diz que não é um consenso, embora alguns países tenham sinalizado positivamente com o interesse de discuti-lo.

Nesse ponto, Casarões diz que Lula tentará “alavancar partes importantes da pauta econômica do governo junto aos seus interlocutores ocidentais”.

O professor avalia que a ideia do governo brasileiro é buscar apoio a temas “que são caros ao governo Lula, mas que não gozam de tanto apoio interno”.

“Acho que o governo vai tentar fazer uma espécie de manobra internacional para legitimar certas pautas – principalmente no campo econômico – que são de interesse do governo e para as quais não há consenso interno muito bem definido. Pode ser que o uso dessa plataforma internacional sirva, para o governo legitimar de maneira mais clara sua agenda”.

A participação no encontro do G7, segundo Casarões, gera para o Brasil uma “expectativa importante de alavancar a posição da política externa brasileira, principalmente tendo em vista reunião do G20, e de colocar o Brasil como um país responsável economicamente, uma espécie de liderança do Sul Global também no campo econômico”.

Durante os encontros no âmbito do G7, há também previsão de que Lula fale sobre a proposta do governo brasileiro de criar uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza no âmbito do G20, com lançamento previsto para novembro, quando o Brasil sedia a cúpula, no Rio de Janeiro.

Para Rubens Barbosa, ex-embaixador em Londres e Washington, o Brasil deve estar focado em reafirmar seu papel no G20 e na COP 30, que o país sediará. “Esses dois encontros projetam o Brasil no cenário global.”

A viagem de Lula à Europa, que começou com uma participação no fórum da Coalizão Global pela Justiça Social, em Genebra, é a primeira saída de Lula do Brasil desde as inundações que afetam o Rio Grande do Sul.

Para analistas ouvidos pela reportagem, Lula deve destacar o ocorrido. Casarões diz que dar ênfase na tragédia é uma forma de “chamar atenção do mundo para a urgência de uma pauta climática unificada”.

Na volta ao Brasil, Lula também terá de lidar com uma série de reveses domésticos importantes para seu governo.

Elas incluem a anulação de um leilão para compra de arroz após suspeitas de fraude, paralisações e greves de servidores, a devolução pelo Congresso de uma medida considerada fundamental no esforço para equilibrar as contas federais, além da decisão da Polícia Federal de indiciar o ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), pelos crimes de corrupção passiva, fraude em licitações e organização criminosa, sob a suspeita de ter desviado recursos de emendas parlamentares, quando era deputado federal.

Reuniões de Lula na Itália

Na tarde de sexta-feira (14/6, horário local), Lula e outros líderes de países convidados participam de reunião com lideranças do G7, e com o papa Francisco, cujo tema determinado pelo G7 inclui inteligência artificial, energia, África e Mar Mediterrâneo.

O encontro ocorre em Borgo Egnazia, na região italiana da Puglia, um resort onde Madonna passou férias e o cantor Justin Timberlake e a atriz Jessica Biel se casaram.

O acesso da imprensa ao local é muito restrito, e a estrutura para jornalistas fazerem a cobertura do evento foi montada em um centro de convenções em Bari, a cerca de 60 km do local onde estão os líderes.

Entre os países convidados, além do Brasil, estão Índia, Quênia, Tunísia e Argentina. Não há previsão de reunião de Lula com Milei, segundo o Itamaraty.

Além da reunião entre países-membro do G7 e líderes convidados, Lula terá encontro bilateral com o papa Francisco – pedido pelo governo brasileiro.

Também terá encontros bilaterais, na sexta e no sábado (15/6), com líderes da Índia (Narendra Modi), da França (Emannuel Macron), e da Comissão Europeia, (Ursula von der Leyen), Turquia (Recep Tayyip Erdoğan), Alemanha (Olaf Scholz) e Itália (Meloni).

A previsão é que o presidente retorne ao Brasil no sábado.

No primeiro dia da cúpula do G7, na quinta-feira, foi anunciado um acordo para criação de um fundo de US$ 50 bilhões utilizando lucros de ativos russos congelados para ajudar a Ucrânia.

No mesmo dia, os presidentes dos EUA, Joe Biden, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, assinaram acordo de 10 anos para reforçar as defesas ucranianas contra a Rússia.

Zelensky e Biden
Legenda da foto,Na cúpula do G7, Biden e Zelensky assinaram um acordo de segurança de 10 anos

‘Lula versus Lula’

Lula foi convidado para reunião do G7 pela primeira vez em 2003 e, desde então, o Brasil soma oito participações.

Isso, segundo Casarões, reflete um interesse “do mundo ocidental de ter o Brasil ao seu lado”

O que, então, torna a participação de Lula neste ano diferente de 2023?

“No ano passado, a intenção dos membros do G7 ao trazer o Brasil era demarcar uma diferença entre Bolsonaro, um presidente que teve ele muitas rusgas com o Ocidente – brigou com a Alemanha, brigou com a França, brigou com Biden – e um Lula muito mais afeito a ter um bom relacionamento com o mundo ocidental”, diz.

Em 2024, continua Casarões, existe outra percepção.

“Não é o Lula versus o Bolsonaro – que é uma comparação, aliás, muito fácil – mas é Lula versus Lula. É o Lula pós guerra em Gaza, em que o Brasil aparenta estar se posicionando de maneira muito mais contundente, aberta e vocal, no sentido de apoiar a Rússia, a China, a condenação de Israel como um país que está cometendo um genocídio na Faixa de Gaza”, afirma. “Então parece que é uma inflexão da política externa brasileira para longe do ocidente”.

Por isso, diz o professor, o mais recente convite do G7 a Lula também é “uma forma de cortejar o Lula e de tentar forçá-lo a uma posição mais equilibrada entre o ocidente e os atuais inimigos do ocidente, notadamente Rússia e China –, mas também esse pedaço do Sul Global que vem se posicionando de maneira cada vez mais contundente e crítica contra Israel também”.

Lula e outros líderes internacionais sentados em uma mesa em formato de U
Legenda da foto,Lula participou do encontro do G7 do Japão, em 2023, depois que Brasil ficou 14 anos sem ser convidado

No atual contexto, Rubens Barbosa considera que o Brasil “não pode ser ignorado” pelos países mais ricos. “É a oitava economia do mundo, tem uma posição muito importante no G20, na COP, nos Brics. É normal que eles convivem o Brasil”, diz.

“No ano passado, foi simbólica a volta do Brasil. Este ano o Brasil foi convidado porque os temas de meio ambiente e transição energética e segurança alimentar não podem acontecer sem a presença do Brasil.”

Barbosa acrescenta que o governo brasileiro “deveria se limitar a esses temas em que o Brasil tem uma contribuição a dar”.

E quais temas poderiam colocar o Brasil numa posição difícil no G7?

Avanço da direita radical na Europa e a guerra em Gaza

O recente resultado das eleições para o Parlamento Europeu, que mostrou um avanço da direita radical, é um tema que Lula deve evitar discutir na Itália, segundo os analistas ouvidos pela reportagem.

“Um pronunciamento descuidado do presidente sobre esse tópico pode trazer repercussão negativa”, diz Gonçalves.

Em entrevista no Itamaraty sobre a viagem de Lula à Itália, o embaixador Maurício Carvalho Lyrio, secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores, foi questionado sobre o tema e disse que “a atmosfera política na Europa é uma questão europeia”. “Não é um tema previsto na discussão dos líderes do G7 com os demais países.”

Casarões também aposta que Lula evitará entrar nesse tema porque “não vai querer jogar mais gasolina nessa fogueira”.

“Ele tem demonstrando um senso muito apurado, nesse sentido, de só falar sobre esse tema quando o contexto é favorável – por exemplo, nos encontros dele com Biden falou-se do combate à extrema direita porque bolsonarismo e trumpismo são fenômenos muito próximos”, disse.

A reunião do G7 ocorre dias após o resultado da eleição para o Parlamento Europeu, que revelou o avanço da direita radical europeia. O resultado fortalece o destaque da anfitriã do encontro deste ano, a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, que se elegeu com uma plataforma considerada de direita radical.

Em Genebra, Lula disse na quinta-feira que a democracia como é conhecida atualmente está sob risco, ao comentar as eleições na Europa.

“O negacionista nega as instituições, nega aquilo que é o Parlamento, aquilo que é a Suprema Corte, aquilo que é o Poder Judiciário, aquilo que é o próprio Congresso. Ou seja, são pessoas que vivem na base da construção de mentiras”, afirmou.

Outros temas sensíveis que Lula deve evitar nesta viagem ao exterior, segundo os entrevistados, é Israel e Gaza – sem esquecer, ainda, da guerra na Ucrânia.

Lula hoje é considerado “persona non grata” pelo governo de Israel, depois de ter feito uma comparação entre a guerra em Gaza e o Holocausto durante a cúpula da União Africana, no início deste ano. A fala de Lula repercutiu internacionalmente e gerou críticas, sobretudo de grupos judeus, com acusações de que a comparação feita pelo presidente brasileiro se tratou de antissemitismo.

Casarões diz que Lula, se pressionado a falar sobre o tema, terá que “ser muito sereno e medir de alguma forma as palavras – não mudando a posição no Brasil a essa altura, mas certamente evitando o uso de palanques internacionais como no caso da União Africana, que fez comparação com o Holocausto”.

“Essas coisas deram muita munição para o bolsonarismo taxar o Lula de antissemita e criar uma polarização ainda mais acentuada em cima desse posicionamento a respeito do conflito entre Israel e palestinos”, disse Casarões.

Em Genebra, na quinta-feira, Lula disse que a falta de diálogo entre as autoridades da Ucrânia e da Rússia sinaliza que eles “estão gostando da guerra”.

“Tem que ter um acordo. Agora, se o Zelensky diz que não tem conversa com Putin, Putin diz que não tem conversa com Zelensky, é porque eles estão gostando da guerra. Senão, já tinham sentado para conversar e tentar encontra uma solução pacífica”, afirmou.

Manifestantes
Legenda da foto,Manifestantes da associação ambientalista alemã Debt for Climate fizeram protesto contra o G7 na Puglia, na Itália

O que é o G7?

O G7 – originalmente G6 – foi criado em 1975, como uma iniciativa do presidente francês Valéry Giscard d’Estaing. Além da França, incluía EUA, Reino Unido, Alemanha, Japão e Itália. O Canadá entrou para o grupo em 1976.

Naquele momento, depois da crise do petróleo de 1973, o objetivo era reunir os países mais industrializados do mundo à época para tratar de questões de política econômica de interesse comum.

De 1997 a 2013, a Rússia também fez parte, mas foi suspensa após a invasão da Crimeia.

O grupo hoje não reúne mais as sete maiores economias do mundo. China e Índia são, respectivamente, a segunda e a quinta maiores economias do mundo em PIB nominal, segundo dados compilados pelo FMI no ano passado.

Com o passar dos anos, o G7 ampliou seu foco. Se inicialmente estava concentrado só nos desafios econômicos, hoje também trata de outros assuntos que considera questões globais.

A presidência do grupo é rotativa entre as nações que compõem o G7 e muda anualmente. O país que preside o G7 recebe a cúpula e define agendas e prioridades. Depois da Itália, neste ano, o próximo será o Canadá.

ALIMENTOS ULTRPROCESSADOS REPRESENTAM MAIS DE 50% DA DIETA MÉDIA DOS EUA E REINO UNIDO

Tigelas de cereais matinais feitos
Legenda da foto,Não existe uma definição única de alimentos ultraprocessados, mas em geral eles contêm ingredientes não utilizados na culinária caseira

Alimentos ultraprocessados já foram associados a mais de 30 problemas de saúde diferentes, incluindo doenças cardíacas, câncer e ansiedade.

Um novo estudo diz que alimentos veganos ultraprocessados ​​também podem ser prejudiciais à saúde.

Os alimentos ultraprocessados ​​representam mais de 50% da dieta média nos EUA e no Reino Unido e tornam-se cada vez mais populares no mundo todo.

Mas como identificar o que é um alimento ultraprocessado?

O que são alimentos ultraprocessados?

Não existe uma definição única de alimentos ultraprocessados, mas em geral eles contêm ingredientes não utilizados na culinária caseira.

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Muitos são produtos químicos, corantes e adoçantes usados ​​para melhorar a aparência, o sabor ou a textura dos alimentos.

Refrigerantes, doces e nuggets de frango são exemplos. No entanto, também podem ser incluídos na categoria alimentos menos óbvios, como alguns pães, cereais matinais e iogurtes.

Qual a diferença entre os alimentos ultraprocessados ​​e os alimentos processados?

Para ajudar as pessoas a identificar os diferentes tipos de alimentos, frequentemente se utiliza um sistema que os divide em quatro grupos:

Alimentos não processados ​​e minimamente processados; ingredientes processados; alimentos processados ​​e alimentos ultraprocessados.

Gráfico mostra quatro categorias de alimentos, desde não processados/minimamente processados ​​até ultraprocessados

Os alimentos processados ​​são uma combinação de alimentos integrais – como frutas, vegetais, nozes e ovos – e ingredientes culinários processados.

Por exemplo, o pão feito com farinha de trigo, água, sal e fermento é um alimento processado.

Porém, se forem adicionados emulsificantes, corantes ou conservantes, o pão seria ultraprocessado.

Como posso reconhecer alimentos ultraprocessados?

Um produto que contenha mais de cinco ingredientes provavelmente será ultraprocessado, de acordo com Maira Bes-Rastrollo, especialista em saúde pública da Universidade de Navarra, na Espanha.

Alimentos ultraprocessados ​​costumam ser ricos em sal, açúcar e gorduras saturadas. No Reino Unido e em alguns outros países, isso estará destacado na embalagem.

Poderiam ser “alimentos frescos”, mas tem uma vida útil longa, por causa dos conservantes.

Verifique nos rótulos se há ingredientes como benzoato de sódio, nitrato e sulfito, BHA e BHT.

Como os alimentos ultraprocessados ​​se espalharam pelo mundo?

O Reino Unido e os EUA são onde mais se consome alimentos ultraprocessados, de acordo com o British Medical Journal e o Centro Nacional de Informações sobre Biotecnologia dos EUA.

Em 2023, os ultra-processados representavam 58% da ingestão calórica média de um adulto nos EUA e 66% da ingestão calórica de uma criança.

Os números são de 57% e 65% para adultos e crianças no Reino Unido.

Gráfico de barras mostrando a porcentagem de alimentos ultraprocessados ​​nas dietas de diferentes países

Segundo o Centro Nacional de Informações sobre Biotecnologia dos EUA, em países asiáticos, como a Coreia do Sul e o Japão, e em países da América do Sul, como o Brasil e o Chile, os alimentos ultraprocessados ​​normalmente representam 20 a 30% das calorias consumidas. Na África do Sul, 39%.

Comer alimentos ultraprocessados ​​faz mal?

Não há evidências definitivas sobre o impacto da ingestão de alimentos ultraprocessados na saúde.

Mas um estudo de fevereiro de 2024 publicado no British Medical Journal – com base em informações sobre 9,9 milhões de pessoas do mundo todo – associou o consumo a:

  • um risco maior de morte por doenças cardiovasculares (como ataque cardíaco e acidente vascular cerebral)
  • obesidade
  • diabetes tipo 2
  • problemas de sono
  • ansiedade e depressão

O estudo não conseguiu provar, no entanto, que o processamento dos alimentos causava as doenças.

Pode ser porque os alimentos são ricos em gordura, açúcar e sal, que são causas conhecidas de ganho de peso, diabetes tipo 2, doenças cardíacas e alguns tipos de câncer.

Obesidade

“Ganho de peso é o primeiro e mais óbvio efeito da ingestão de alimentos ultraprocessados”, diz Chris van Tulleken, imunologista da University College London, que também já escreveu sobre nutrição.

“Esses alimentos já são ricos em gordura, sal e açúcar. Mas também foram pensados ​​– por meio de suas texturas, cores e sabores – para serem consumidos em excesso”.

Um estudo de fevereiro de 2024 do Imperial College London afirma que, em 2022, mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo viviam com obesidade – o equivalente a uma em cada oito pessoas.

E diz que, entre 1992 e 2022, a taxa global de obesidade mais do que duplicou entre mulheres adultas, quase triplicou entre homens adultos e aumentou cinco vezes entre crianças e adolescentes.

Os dados mais recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Observatório Global de Saúde, de 2016, afirmavam que mais de 28% dos adultos nas Américas eram obesos, assim como 26% na Europa, 19% no Mediterrâneo Oriental e 9 % na África.

Gráfico mostra aumento nas taxas de obesidade em diferentes regiões do mundo

De acordo com a OMS, em 2016, 2,8 mil milhões de pessoas estavam morrendo todos os anos por excesso de peso ou obesidade.

“Em muitos países do mundo, os alimentos ultraprocessados ​​são agora mais baratos e mais acessíveis do que os alimentos integrais tradicionais nos mercados”, afirma Claire Johnson, especialista em nutrição da agência das Nações Unidas para crianças, a Unicef.

Diabetes

Mais pessoas em todo o mundo têm hoje diabetes tipo 2, de acordo com a Federação Internacional de Diabetes.

“O açúcar, o sal e a gordura dos alimentos ultraprocessados ​​são fatores de risco para o desenvolvimento de diabetes tipo 2 – assim como uma dieta rica em calorias e pobre em nutrientes”, diz Jaakko Tammilehto, professor de saúde pública na Universidade de Helsinque.

O Oriente Médio e o norte da África registaram um aumento especialmente elevado no número de pessoas com diabetes tipo 2.

“Muitos desses países não produzem alimentos”, diz o professor Tammilehto. “Alimentos ultraprocessados ​​são fáceis de transportar e armazenar. É o que as empresas alimentícias mais transportam.”

Desnutrição

Os alimentos ultraprocessados ​​estão contribuindo para a desnutrição em muitos países subsaarianos, afirma a Johnson.

“Muitas vezes eles não têm os micronutrientes contidos nos alimentos integrais tradicionais, como ferro, minerais e vitaminas”, diz ela.

No entanto, cientistas da Universidade Purdue, nos EUA, dizem que os alimentos ultraprocessados ​​podem trazer alguns benefícios, incluindo:

  • fornecer nutrientes como vitamina E e cálcio;
  • oferecer uma opção mais acessível que os alimentos frescos para pessoas de baixa renda;
  • reduzir o desperdício de alimentos e o risco de intoxicação alimentar.

A British Nutrition Foundation, que trabalha e recebe doações de empresas alimentícias, também destaca que os alimentos ultraprocessados não são todos iguais.

“Alguns alimentos que podem ser classificados como ultraprocessados, como cereais matinais integrais, pães integrais e iogurtes desnatados, podem ter baixo teor de gordura, sal e açúcar”, diz Sara Stanner, diretora científica. “Essas podem ser fontes de nutrientes essenciais e fibras.”

Doença cardíaca

Um estudo de junho de 2024 da Universidade de São Paulo e do Imperial College London sugere que alimentos ultraprocessados ​​à base de plantas também podem representar uma ameaça à saúde.

O estudou afirmou que a ingestão de alimentos vegetais ultraprocessados ​​estava associada a um aumento de 7% no risco de ataques cardíacos e derrames, em comparação com a ingestão de alimentos vegetais não processados.

Que medidas foram tomadas contra os alimentos ultraprocessados?

O governo do Reino Unido criou um imposto sobre as bebidas açucaradas em 2018 e vários fabricantes reagiram reduzindo os níveis de açúcar.

Em 2023, a Colômbia impôs uma taxa de 10% – que aumentará com o tempo – sobre bebidas açucaradas e alimentos ultraprocessados.

Em 2016, o Chile – que tem uma das taxas de obesidade infantil mais elevadas do mundo – colocou rótulos de advertência em alimentos ricos em açúcar, gorduras ou calorias.

Rótulos de uma embalagem de alimento no Chile alertando para o alto teor de calorias, gordura e açúcar
Legenda da foto,No Chile, rótulos nas embalagens de alimentos alertam para o alto teor de calorias, gordura e açúcar

A publicidade e promoção de alimentos ricos em açúcar, sal e calorias para crianças também foi restringida.

No entanto, nos quatro anos seguintes à introdução das medidas, as taxas de obesidade infantil continuaram a aumentar.

 

O PAPEL EVOLUTIVO DA LOJA FÍSICA EM UM MUNDO CADA VEZ MAIS DIGITALIZADO

 

Fabio Teles – Desk Manager

No artigo de hoje, falaremos um pouco sobre o tema mais abordado da NRF 2024 e como ele pode impactar o comportamento do consumidor a médio e longo prazo.

Continue com a leitura do artigo para descobrir melhor sobre o papel da loja física na era digital.

O que significa a sigla NRF?

A NRF é a sigla de Federação Nacional de Varejo, uma entidade que representa os varejistas dos Estados Unidos.

Ela organiza o Retail Big Show, o maior evento mundial do setor, que reúne milhares de profissionais e empresas para discutir as tendências, as tecnologias e as estratégias do mercado.

Além disso, a NRF oferece diversos recursos para estimular o desenvolvimento e a inovação do varejo, como pesquisas, publicações, cursos e programas. Ela é um modelo global para o segmento de varejo e uma fonte de inspiração para os varejistas de todo o mundo.

Já a Feira NRF, também conhecida como “NRF Retail’s Big Show”, é um evento anual monumental organizado pela National Retail Federation.

Reconhecida como a maior associação comercial de varejo do mundo, a NRF realiza esse encontro em Nova York, reunindo mais de 40.000 participantes globais.

É importante citar que este evento não é apenas uma vitrine para as últimas tendências do varejo, mas também um ponto de encontro crucial para fornecedores, parceiros e líderes do setor para trocar ideias, aprender melhores práticas e gerar negócios significativos.

A NRF 2024, realizada de 14 a 16 de janeiro no Jacob K. Javits Convention Center, centrou-se no tema “A Experiência do Consumidor: A Revolução do Futuro do Varejo”.

Nas sessões deste ano, um tema dominante emergiu: o papel evolutivo da loja física em um mundo cada vez mais digitalizado. E por aqui, decidimos falar um pouco sobre isso:

Como será a sobrevivência da loja física na era digital

No ambiente atual, onde as compras online oferecem conveniência e eficiência, qual é o futuro das lojas físicas?

Lee Peterson, da consultoria WD Partners, apresentou um estudo revelador: dois terços dos consumidores americanos preferem comprar itens utilitários pela internet devido à facilidade, preço e conveniência.

Isso levanta uma questão crucial: como as lojas físicas podem continuar relevantes?

Peterson enfatizou que as lojas físicas devem se distanciar do modelo de loja online, caracterizado por prateleiras abarrotadas de produtos e pouca interação.

Em vez disso, elas devem se concentrar em oferecer experiências únicas e sensoriais.

Imagine uma loja onde você pode não apenas comprar produtos, mas também desfrutar de uma xícara de café e música ambiente.

Essa abordagem transforma a loja física em um destino de experiência, atraindo consumidores que valorizam tanto a experiência quanto os produtos.

Em resumo, a NRF 2024 destacou um ponto crucial: a loja física ainda tem um papel vital no varejo, especialmente quando oferece experiências únicas e envolventes.

Ao mesmo tempo, ferramentas como a Desk Manager são indispensáveis para apoiar os bastidores dessa transformação, garantindo que as operações sejam eficientes e que a experiência do cliente seja impecável.

As lojas físicas não estão apenas sobrevivendo na era digital; elas estão se reinventando para se tornarem mais relevantes do que nunca.

O papel da Desk Manager no varejo de lojas físicas:

Você pode pensar que a Desk Manager, sendo uma solução ESM (Enterprise Service Management), não teria um papel significativo no varejo físico.

No entanto, essa perspectiva subestima o potencial da plataforma.

A Desk Manager é uma ferramenta poderosa que apoia as operações internas e o atendimento ao cliente, essencial para qualquer negócio de varejo, seja ele online ou físico.

Considere a complexa logística por trás de uma experiência de cliente excepcional. A Desk Manager facilita o controle total sobre:

    Informações;

    Solicitações;

    Prazos de atendimento;

    Iintegração com outras plataformas.

Ao aprimorar a eficiência dos departamentos de suporte, a ferramenta garante que a operação de varejo funcione sem problemas, entregando resultados e melhorando a experiência do cliente.

O Destino das Lojas Físicas: Uma Perspectiva Ampliada

Jurani Parente – Palestrante, escritor em: Neurobusiness, Neuromarketing, Felicidade Publicitário especialista em varejo e indústria.

A evolução do comércio varejista tem levantado questionamentos acerca do futuro das lojas físicas, impulsionados pela incorporação de diversas tecnologias, que têm impactado o setor e contribuído para sua eficiência operacional. No entanto, é fundamental que as empresas enfrentarem o desafio de proporcionar uma experiência integrada ao cliente, através do conceito de omnichannel.

    Um aspecto crucial para as empresas considerarem na jornada de implementação do omnichannel é a análise da diferença de preços de um mesmo produto entre o ambiente digital e a loja física. Talvez seja indispensável iniciar a unificação a partir desse ponto específico.

Ao adotar uma abordagem omnichannel, as empresas podem oferecer uma experiência de compra fluida em todos os canais, físicos e digitais, proporcionando conveniência ao cliente e coletando dados valiosos que possam contribuírem para uma melhor experiência. Investir na otimização dos canais existentes e explorar novas tecnologias e tendências são fundamentais para atender às demandas dos consumidores e garantir uma vantagem competitiva no futuro do varejo.

     É importante destacar que o serve para uma empresa poderá não ser útil para outra, cada empresa tem sua “cara”

Apesar da crescente preferência pelo ambiente online, especialmente em determinadas gerações, é crucial reconhecer que as lojas físicas desempenham e continuarão desempenhando um papel fundamental ao proporcionar experiências sensoriais que estabelecem conexões emocionais com os clientes. O ambiente físico das lojas deve ser cuidadosamente projetado para permitir o desenvolvimento dessas experiências envolventes. Vale ressaltar que o tema das experiências emocionais é abrangente e venho e continuarei explorado com maior profundidade em meus artigos na Newsletter

Buscar proporcionar uma experiência excepcional ao cliente apenas no momento de venda ou atendimento é insuficiente quando se trata da experiência completa do cliente. Essa jornada engloba a responsabilidade de todos os setores da empresa.

    Muitas organizações cometem um equívoco ao acreditar que podem oferecer uma experiência “padrão”, como se fosse um modelo único que serve para todos.

No entanto, essa abordagem está longe da realidade. Cada cliente é único, com expectativas e necessidades diferentes, exigindo uma abordagem personalizada. É essencial que todas as áreas da empresa estejam comprometidas em compreender e atender às necessidades do cliente, desde o primeiro contato até o pós-venda, buscando superar suas expectativas e oferecer um atendimento diferenciado em todos os pontos de contato.

O consumidor mesmo que subconscientemente, busca por uma conexão que proporcione experiências coerentes em todos os canais da empresa, desde a compra online até a retirada na loja física, ou até mesmo ao iniciar a pesquisa de produtos, preços e informações no ambiente digital, seguida por uma experiência na loja física.

É uma tendência que o fluxo de pessoas nas lojas físicas diminua, uma vez que as pesquisas de preço e informações dos produtos são realizadas geralmente no meio digital, inclusive enquanto o cliente se encontra dentro de uma loja física esse fenômeno também acontece.

Diante desse cenário, as lojas físicas assumirão uma importância gigantesca, proporcionando experiências únicas aos clientes. Em diversos lugares ao redor do mundo, já é comum encontrar ambientes dentro das lojas que vão além da venda de produtos, oferecendo espaços para encontros, bate-papo e até mesmo momentos de lazer, algumas oferecem até “happy hours.” Muitas empresas estão buscando criar uma jornada praticamente inesquecível para o cliente ao visitar suas lojas físicas, por exemplo, disponibilizando áreas para pets, bares, salas de jogos, locais para a escrita de cartas às pessoas amadas, mesmo que sejam lojas especializadas em produtos digitais. Além disso, são promovidos encontros para aprendizado, troca de experiências e muito mais.

    É preocupante constatar que algumas lojas estão perdendo a oportunidade de proporcionar experiências emocionalmente positivas aos seus visitantes, o que pode resultar em consequências graves que poderão ser percebidas apenas quando for tarde demais.

Pesquisas revelam que, em alguns casos, a diferença entre as expectativas dos clientes e a realidade ainda é considerável em algumas empresas. Existem diversos aspectos que podem ser aprimorados para reduzir essa lacuna, desde a comunicação até setores que não têm correlação direta com a venda, passando pelo ambiente de vendas e a entrega de produtos e serviços. É crucial compreender que a venda é um processo que surge naturalmente da resolução de uma necessidade vivenciada por um cliente.

Ao implementar ações com o objetivo de proporcionar uma jornada de excelência, é essencial não apenas considerar o cliente externo, mas também o cliente interno.

    O colaborador é fundamental para empresa, e não podemos exigir um atendimento humanizado e empático por parte deles se não formos capazes de fornecer o mesmo.

É de suma importância estabelecer uma cultura organizacional que valorize e priorize o bem-estar dos colaboradores, criando um ambiente de trabalho saudável, reconhecimento e oportunidades de crescimento. Ao investir no desenvolvimento e na satisfação dos funcionários, estaremos construindo uma base sólida para que possam oferecer um serviço excepcional aos clientes, gerando um ciclo positivo de relacionamento e um futuro promissor. Isso vai além do aspecto financeiro, pois envolve o cuidado genuíno com as pessoas envolvidas em nosso negócio.

A importância do bom site da Valeon para o seu negócio

Moysés Peruhype Carlech

Antigamente, quando um cliente precisava de um serviço, buscava contatos de empresas na Lista Telefônica, um catálogo que era entregue anualmente ou comprado em bancas de jornais que listava os negócios por áreas de atuação, ordem alfabética e região de atuação.

De certa forma, todos os concorrentes tinham as mesmas chances de serem encontrados pelos clientes, mas existiam algumas estratégias para que os nomes viessem listados primeiro, como criar nomes fantasia com as primeiras letras do alfabeto.

As listas telefônicas ficaram no passado, e, na atualidade, quando um cliente deseja procurar uma solução para sua demanda, dentre outros recursos, ele pesquisa por informações na internet.

O site da Valeon é essencial para que sua empresa seja encontrada pelos seus clientes e ter informações sobre a empresa e seus produtos 24 horas por dia.  Criamos uma marca forte, persuasiva e, principalmente, com identidade para ser reconhecida na internet. 

Investimos nas redes sociais procurando interagir com o nosso público através do Facebook, Google, Mozilla e Instagram. Dessa forma, os motivos pelos quais as redes sociais ajudam a sua empresa são inúmeros devido a possibilidade de interação constante e facilitado como o público-alvo e também a garantia de posicionamento no segmento de marketplaces do mercado, o que faz com que o nosso cliente sempre acha o produto ou a empresa procurada.

A Plataforma Comercial site Marketplace da Startup Valeon está apta a resolver os problemas e as dificuldades das empresas e dos consumidores que andavam de há muito tempo tentando resolver, sem sucesso, e o surgimento da Valeon possibilitou a solução desse problema de na região do Vale do Aço não ter um Marketplace que Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos e o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual. Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual. 

Quando o assunto é e-commerce, os marketplaces são algumas das plataformas mais importantes. Eles funcionam como um verdadeiro shopping center virtual, atraindo os consumidores para comprar produtos dos mais diversos segmentos no mesmo ambiente. Por outro lado, também possibilitam que pequenos lojistas encontrem uma plataforma, semelhante a uma vitrine, para oferecer seus produtos e serviços, já contando com diversas ferramentas. Não é à toa que eles representaram 78% do faturamento no e-commerce brasileiro em 2020. 

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Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

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Porém, antes de pensar em contratar uma empresa para cuidar da loja online é necessário fazer algumas considerações.

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Quando você deve contratar a Startup Valeon para cuidar da sua Publicidade online?

A decisão de nos contratar pode ser tomada em qualquer estágio do seu projeto de vendas, mas, aproveitamos para tecermos algumas considerações importantes:

Vantagens da Propaganda Online

Em pleno século XXI, em que a maioria dos usuários tem perfis nas mídias sociais e a maior parte das pessoas está conectada 24 horas por dia pelos smartphones, ainda existem empresários que não investem em mídia digital.

Quando comparada às mídias tradicionais, a propaganda online é claramente mais em conta. Na internet, é possível anunciar com pouco dinheiro. Além disso, com a segmentação mais eficaz, o seu retorno é mais alto, o que faz com que o investimento por conversão saia ainda mais barato.

Diferentemente da mídia tradicional, no online, é possível modificar uma campanha a qualquer momento. Se você quiser trocar seu anúncio em uma data festiva, basta entrar na plataforma e realizar a mudança, voltando para o original quando for conveniente.

Outra vantagem da propaganda online é poder acompanhar em tempo real tudo o que acontece com o seu anúncio. Desde o momento em que a campanha é colocada no ar, já é possível ver o número de cliques, de visualizações e de comentários que a ela recebeu.

A mídia online possibilita que o seu consumidor se engaje com o material postado. Diferentemente da mídia tradicional, em que não é possível acompanhar as reações do público, com a internet, você pode ver se a sua mensagem está agradando ou não a sua audiência.

Outra possibilidade é a comunicação de via dupla. Um anúncio publicado em um jornal, por exemplo, apenas envia a mensagem, não permitindo uma maior interação entre cliente e marca. Já no meio digital, você consegue conversar com o consumidor, saber os rastros que ele deixa e responder em tempo real, criando uma proximidade com a empresa.

Com as vantagens da propaganda online, você pode expandir ainda mais o seu negócio. É possível anunciar para qualquer pessoa onde quer que ela esteja, não precisando se ater apenas à sua cidade.

Uma das principais vantagens da publicidade online, é que a mesma permite-lhe mostrar os seus anúncios às pessoas que provavelmente estão interessadas nos seus produtos ou serviços, e excluir aquelas que não estão.

Além de tudo, é possível monitorizar se essas pessoas clicaram ou não nos seus anúncios, e quais as respostas aos mesmos.

A publicidade online oferece-lhe também a oportunidade de alcançar potenciais clientes à medida que estes utilizam vários dispositivos: computadores, portáteis, tablets e smartphones.

Vantagens do Marketplace Valeon

Uma das maiores vantagens do marketplace é a redução dos gastos com publicidade e marketing. Afinal, a plataforma oferece um espaço para as marcas exporem seus produtos e receberem acessos.

Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual. 

Tem grande variedade de ofertas também e faz com que os clientes queiram passar mais tempo no site e, inclusive, voltem com frequência pela grande diversidade de produtos e pela familiaridade com o ambiente. Afinal de contas, é muito mais prático e cômodo centralizar suas compras em uma só plataforma, do que efetuar diversos pedidos diferentes.

Inserir seus anúncios em um marketplace como o da Valeon significa abrir um novo “ponto de vendas”, além do e-commerce, que a maioria das pessoas frequenta com a intenção de comprar. Assim, angariar sua presença no principal marketplace Valeon do Vale do Aço amplia as chances de atrair um público interessado nos seus produtos. Em suma, proporciona ao lojista o crescimento do negócio como um todo.

Quando o assunto é e-commerce, os marketplaces são algumas das plataformas mais importantes. Eles funcionam como um verdadeiro shopping center virtual, atraindo os consumidores para comprar produtos dos mais diversos segmentos no mesmo ambiente. Por outro lado, também possibilitam que pequenos lojistas encontrem uma plataforma, semelhante a uma vitrine, para oferecer seus produtos e serviços, já contando com diversas ferramentas. Não é à toa que eles representaram 78% do faturamento no e-commerce brasileiro em 2020. 

Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas vantagens que são extremamente importantes para quem busca desenvolver seu e-commerce e escalar suas vendas pela internet, pois através do nosso apoio, é possível expandir seu ticket médio e aumentar a visibilidade da sua marca.

VOCÊ CONHECE A ValeOn?

A MÁQUINA DE VENDAS ONLINE DO VALE DO AÇO

TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!

A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

Apresentamos o nosso site que é uma Plataforma Comercial Marketplace que tem um Product Market Fit adequado ao mercado do Vale do Aço, agregando o mercado e seus consumidores em torno de uma proposta diferenciada de fazer Publicidade e Propaganda online, de forma atrativa e lúdica a inclusão de informações úteis e necessárias aos consumidores como:

    valeonbrasil@gmail.com

quinta-feira, 13 de junho de 2024

SENADO ARGENTINO APROVA REFORMA DE MILEI

 

História de AFP

Carro da rádio Cadena 3 incendiado durante protestos em frente ao Congresso argentino em Buenos Aires, em 12 de junho de 2024

Carro da rádio Cadena 3 incendiado durante protestos em frente ao Congresso argentino em Buenos Aires, em 12 de junho de 2024© Luis ROBAYO

A reforma do Estado do presidente argentino, Javier Milei, foi aprovada com modificações na madrugada de quinta-feira (13) pelo Senado após uma longa sessão que começou na manhã de quarta-feira e foi marcada por distúrbios em frente ao Congresso que deixaram quase 20 feridos e detidos, além de carros incinerados.

Uma mulher atingida por gás lacrimogêneo perto do Congresso argentino em Buenos Aires, em 12 de junho de 2024

Uma mulher atingida por gás lacrimogêneo perto do Congresso argentino em Buenos Aires, em 12 de junho de 2024© Luis ROBAYO

“Por esses argentinos que sofrem, que esperam, que não querem ver seus filhos deixarem o país […], meu voto é afirmativo”, disse a líder do Senado e também vice-presidente do país, Victoria Villarruel, após o empate de 36-36 na votação “em geral” do texto, que depois foi discutida título por título.

A presidência celebrou a “aprovação histórica” da chamada Lei Bases para desregulamentação da economia, que voltará à Câmara dos Deputados para a sanção final da “reforma legislativa mais ambiciosa dos últimos 40 anos”.

Este é o primeiro apoio legislativo após seis meses de governo de Milei, cujo pequeno partido A Liberdade Avança é minoritário em ambas as câmaras, com apenas sete das 72 cadeiras no Senado.

O caminho no Legislativo foi difícil. O projeto fracassou na primeira tentativa na Câmara dos Deputados e, para recuperá-lo, o governo fez muitas concessões até reduzir seu conteúdo original de 600 artigos para um terço.

No debate individual dos dez títulos, os senadores aprovaram a polêmica delegação de poderes legislativos ao presidente ultraliberal.

“Realmente querem que deleguemos poderes legislativos para melhorar o funcionamento do Estado ao presidente que diz que ama ser aquele que vai destruir o Estado por dentro?”, questionou a senadora Juliana Di Tullio antes da votação, citando uma declaração recente de Milei.

O Senado passou a discutir uma reforma fiscal paralela, que inclui o retorno de um imposto para tributar salários e pensões.

– Incentivo aos investimentos –

Também foi aprovado um polêmico incentivo aos grandes investimentos, que oferece vantagens fiscais, aduaneiras e cambiais durante 30 anos a capitais estrangeiros que superam 200 milhões de dólares.

“Estamos dando um cheque em branco que não sabemos quanto vai custar por 30 anos, além da prioridade no uso dos recursos naturais”, disse o senador Martín Lousteau.

O empresário americano Elon Musk, que participou na quarta-feira em uma videoconferência durante a qual Milei apresentou sua teoria econômica, encorajou os argentinos a “dar completo apoio ao presidente para levar adiante esta experiência porque, claramente, as políticas do passado não funcionaram”.

Dono da fabricante de carros elétricos Tesla, Musk já se encontrou algumas vezes com Milei e demonstrou interesse na Argentina, que é uma das principais reservas mundiais de lítio, fundamental para a fabricação de baterias.

Entre os 238 artigos da Lei Bases, também foi aprovada a possibilidade de privatização de algumas empresas – mas as negociações deixaram a Aerolíneas Argentinas de fora da lista -, assim bem como uma reforma trabalhista que amplia o período de teste e flexibiliza o sistema de indenizações para as demissões.

“Viemos para transformar a realidade”, disse o governista Ezequiel Atauche ao justificar seu voto a favor.

– Batalha campal –

Durante a sessão, milhares de pessoas se reuniram ao redor do Congresso em repúdio ao projeto e ao draconiano ajuste fiscal do presidente.

A polícia repeliu com gás lacrimogêneo, tiros de balas de borracha e jatos de água um grupo que tentou ultrapassar as barreiras que isolavam o Congresso. Os manifestantes responderam atirando pedras nos policiais, o que gerou uma batalha campal e deixou dois carros incendiados.

Sete pessoas, incluindo cinco deputados opositores, foram atendidas em um hospital após serem afetadas por gás lacrimogêneo da polícia, informou à AFP o Ministério da Saúde, e dezenas foram atendidas no local devido às inalações.

Um porta-voz do Ministério da Segurança assegurou à AFP que pelo menos 10 pessoas foram detidas e nove policiais federais ficaram feridos. 

“Roberto María La Cruz Gómez, sou peronista e venho para que a lei Bases não seja aprovada, porque sou argentino!”, gritou um jovem enquanto era detido por policiais federais.

A presidência denunciou na rede social X “os grupos terroristas que, com paus, pedras e até granadas, tentaram perpetrar um golpe de Estado”.

O debate ocorreu em um contexto de recessão em que a atividade industrial e o consumo despencaram, metade da população está na pobreza, milhares foram demitidos, a inflação é de quase 300% interanual e salários e aposentadorias perderam poder aquisitivo.

Ao anoitecer, vários focos de protestos espontâneos em diferentes pontos de Buenos Aires foram registrados e ouviam-se panelas e buzinas. Em uma partida da liga profissional de futebol, torcedores do Argentinos Juniors – berço de Diego Maradona – cantaram “A pátria não se vende!”.

ORAÇÃO PROFÉTICA DE UM PASTOR DOS EUA

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