SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Segundo o economista Edmar Bacha, quando
se fala em elaboração do Plano Real, a mãe deveria ter sido Elena
Landau. Fazia parte do grupo de economistas que estudou a inflação na
PUC-Rio e aderiu ao PSDB. Foi convidada para fazer parte do governo, mas
declinou.
“Quando Fernando Henrique foi para a Fazenda e chamou as pessoas, eu
tinha um filho de nove anos. Não podia ir para Brasília”, confirmou
Landau à reportagem. Mais tarde, assumiu como diretora do Programa de
Desestatização do BNDES, que tem sede no Rio de Janeiro, sua principal
residência até hoje.
Na avaliação de Landau, a ambição era que o Plano Real fosse além da estabilização monetária.
“Temos que lembrar que o Real propiciou um momento muito importante.
Como ministro e depois como presidente, Fernando Henrique ganhou
legitimidade para fazer uma mudança de modelo econômico. Acho que esse
foi o salto. O Plano Real era um projeto de país aberto, moderno,
inclusivo.”
PERGUNTA – Na sua avaliação, qual foi a conjunção de fatores que levou o Plano Real ao sucesso?
ELENA LANDA – São muitos, mas a essência do Plano Real e eu sou
suspeita para falar é o Departamento de Economia da PUC [Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro], onde se juntaram pessoas cuja
grande preocupação, basicamente, era o processo hiperinflacionário e a
crise internacional, a dívida externa.
Eu entrei na PUC em 1976, o departamento muda em 1977, 1978. Era um
debate muito efervescente sobre qual era a peculiaridade da inflação no
Brasil sobre a questão inercial, a indexação. No início dos anos de
1980, vem o Larida [plano de estabilização monetária concebido por
Pérsio Arida e André Lara Resende]. Pérsio vinha com um tipo de ideia, o
André com uma outra. Tinha o Chico Lopes, o Edmar Bacha. Quer dizer,
havia um grupo com uma discussão consistente sobre causas, combate, o
que tinha dado errado. Foram muitas teses e estudos. Quando veio a
oportunidade, o grupo estava maduro e com um espírito público
extraordinário. Largou o que estava fazendo e foi para o tudo ou nada.
Mas tem uma outra razão, mais social. Ninguém aguentava mais a
hiperinflação. Foi surpreendente a aceitação da URV [Unidade Real de
Valor, moeda escritural do plano]. A sensação de ter uma moeda que dá
poder de compra ao longo do tempo tem um efeito muito forte: você não
precisa sair correndo para o supermercado, o salário não acaba no
primeiro dia, o tomate na feira hoje vale a mesma URV, apesar do
cruzeiro real ter disparado.
O reconhecimento de ganho de qualidade de vida se mantém até hoje. Há
uma intolerância com a volta da inflação. Pode nâo ter problema no
emprego, mas se tiver inflação, as pessoas reclamam mais.
P – Mas a sra. acredita que os mais jovens têm consciência do ganho que o país teve com o fim da hiperinflação?
EL – Não. Quando eu dava aula, tinha até explicar o que era inflação.
Usava o preço do biscoito Globo. Durante anos não mudou. Eu explicava
que antes, cada dia, no sinal, o preço subia.
Mas acho que não apenas os mais jovens, mas muita gente não tem
consciência do que o Brasil era. Tem gente que quer a ditadura de volta.
Tem gente que acha que um pouquinho de inflação não tem problema, que
tem de baixar mesmo os juros, em qualquer momento. As pessoas não sabem o
que o país atravessou para chegar a essa estabilidade, seja
democrática, institucional ou econômica.
Mas estou muito surpresa que a celebração dos 30 anos do Real é muito
mais intensa do que a dos 20 ou dos 10 anos. Tem uma simbologia muito
forte. Primeiro, retomar memória. São seminários atrás de seminários,
depoimentos. Vejo como a consolidação da importância da estabilidade da
moeda. Então, isso pode resgatar um pouco dessa história e levar a sua
valorização.
Agora, os desafios são outros: crescimento, produtividade, inclusão social, ambiental.
P – E como estamos nesses desafios?
EL – O Plano Real, em primeiro lugar, teve um impacto social muito
grande. Manteve o poder de compra. Depois veio o Bolsa Família mas sem a
estabilidade do Plano Real, o Bolsa Família não faria transferência de
renda. Então, você tem um ganho com indicadores de redução da pobreza.
Agora, nesse final de 30 anos, há uma discussão sobre o topo da
pirâmide. Então, você continua com o problema de desigualdade muito
profundo no Brasil.
As pessoas acham que o Plano Real foi só a mágica da URV, mas teve um
entorno muito grande. Mudanças fortíssimas na área fiscal, na relação
do Banco Central com com Tesouro Nacional. Houve toda uma reorganização
de contas públicas, privatizações, quebra de monopólios, entrada de
estrangeiros, emendas constitucionais, que deram um pulo de modernização
no Estado brasileiro.
Mas depois muda. Volta a ter uma intervenção do Estado muito grande, e
principalmente fechamento da economia e excesso de subsídios. Perdura o
eterno problema de déficit educacional. Enquanto não resolver a
educação no Brasil, não tem jeito. Já melhorou muito, com aumento no
números de matrículas e universalização, mas continuamos a ter índices
de capacitação muito baixos.
Todo mundo fala “vamos crescer”, mas como vamos crescer ainda é um grande desafio.
A equipe econômica do governo Temer tentou recuperar alguns
princípios, mas não tinha todo o apoio político. Aí vem um governo
Bolsonaro que não liga para edução e não dá a mínima para a
produtividade, nem abriu a economia. Era só discurso liberal da boca
para fora. E volta Lula: subsídio, conteúdo nacional, e nenhuma clareza
na agenda ambiental.
P – O combo Real foi interrompido, então?
EL – Antonio Palocci deu uma continuidade inicialmente, mas depois acabou.
Temos que lembrar que o Real propiciou um momento muito importante.
Como ministro e depois como presidente, Fernando Henrique ganhou
legitimidade para fazer uma mudança de modelo econômico. Acho que esse
foi o salto. O Plano Real era um projeto de país aberto, moderno,
inclusivo.
O real também era uma marca do PSDB. Vários economistas eram tucanos,
filiados. Eu, Bacha, Gustavo Franco. O Pérsio era simpatizante. Como
foi por Medida Provisória, claro que o real não passaria sem o apoio do
Congresso, à exceção daquele partido que apostou no cavalo errado, por
falta de conhecimento econômico, que foi o PT.
Mas o PSDB deu um tiro no pé. As campanhas do PSDB pós-Real falavam
muito pouco do Real. Teve o Geraldo Alckmin com a jaqueta das estatais. O
José Serra não mencionou o Fernando Henrique em 2010. O resgate da
agenda só veio em 2014, na campanha do Aécio Neves, por causa da
assessoria do Armínio Fraga. Em 2018, o Pérsio também tentou o resgate
para o Alckmin.
Eu não sei o que houve com o PSDB que não soube explorar essa grande
herança. E quando ele sai da arena política, abre espaço para aventuras,
como a do Bolsonaro. Por isso que eu estou dizendo que as celebrações
anteriores foram muito menores que a dos 30 anos. Eu acredito que as
pessoas sentiram essa perda: qual é o projeto de país que a gente tem
agora? O que a gente vai fazer?
P – O projeto incluía privatizações, que até hoje sofrem resistência. Por que isso?
EL – Acho que a gente tem uma questão cultural. O Estado é
patrimonialista. Muitas pessoas dependem do Estado. Até hoje tem uma
indústria dependente de subsídios e proteção. É a coisa, assim, do
Estado provedor. Do período Vargas até os anos de 1980, tivemos grandes
investimentos estatais que deu a sensação de que o Estado podia tudo. As
pessoas começaram a cair na real na crise dos anos de 1980.
Mas teve uma também parte de culpa nossa. Faltou explicar melhor os
benefícios da reforma do Estado e das privatização. E os benefícios são
tão claros. Basta comparar o que aconteceu com telecomunicação e
distribuição de energia, que foram privatizadas lá atrás, com
saneamento, em sua maioria ainda estatal. Todo mundo tem um celular e
99% dos lares têm luz, quanto falta saneamento para milhões de
brasileiros os mais pobres.
Outro benefício da privatização é que quando passa para iniciativa
privada, as pessoas começam a cobrar. A gente não vê mobilização contra
prefeitura por falta de esgoto. Falta banheiro em escola pública e
ninguém mais reclama. Como se fosse natural esse tipo de coisa. Mas é
uma grita geral se falta luz. Olha o que aconteceu em São Paulo. Falta
de luz afeta os ricos, né? Como cobrança chama a atenção, alguns ainda
usam contra. Dizem que o serviço ficou pior porque privatizou, mas a
questão é que a cobrança aumentou após a privatização.
Recentemente, privatizar ganhou mais apoio, mas pelos motivos
errados. A Lava Jato mostrou os problemas da Petrobras, e as estatais
ficaram associadas à corrupção. Ocorre que nem toda estatal é elefante
branco, assim como nem todo funcionário público é parasita, como
passaram a dizer no governo Bolsonaro. A discussão segue comprometida
por ideologias.
*
RAIO X
Elena Landau, 66
Nascida no Rio de Janeiro, é advogada e economista, com mestrado em
economia pela PUC-RJ, da qual foi professora no Departamento de
Economia. Atuou no conselho de administração de várias empresas, entre
elas Vale, Cemig, AES e Eletrobras, cujo conselho também presidiu. Foi
diretora de Desestatização no BNDES no governo de Fernando Henrique
Cardoso.
Sócia no escritório Sergio Bermudes, também lecionou na Faculdade de
Direito da FGV-RJ. Na vida política, foi assessora econômica da
presidência do PSDB durante a gestão de Tasso Jereissati e atuou como
coordenadora do programa econômico de Simone Tebet (MDB) na campanha
presidencial de 2022. É colunista do jornal O Estado de S. Paulo
O indiciamento do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, atolado
por suspeitas de malversação de recursos públicos no Maranhão, diz mais
sobre o governo Lula da Silva do que sobre seu auxiliar. E não são
poucas as enrascadas em que o político do União Brasil se meteu.
Após reportagens em série do Estadão revelarem uma
farra no uso do orçamento secreto na Companhia de Desenvolvimento dos
Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) – a estatal do Centrão
–, o leitor deste jornal já conhece bem o histórico do sr. Juscelino.
Vale a pena lembrar alguns episódios nada abonadores. Quando
deputado, Juscelino destinou verba milionária para asfaltar uma estrada
que passa na frente de uma fazenda sua, em Vitorino Freire (MA). Ele
ainda omitiu do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) parte de seu
patrimônio e, já como ministro, recebeu diárias – ou seja, dinheiro
público – para ir a um leilão de cavalos de raça. Sua cidade natal,
administrada pela irmã, firmou contratos com empresas de amigos.
A lista é longa. Mas nada disso foi suficiente para sacá-lo do cargo.
Diante de tantos indícios de irregularidades no repasse de emendas
parlamentares, a Polícia Federal (PF) deu início a uma investigação.
Segundo o indiciamento, o ministro é suspeito de corrupção, lavagem de
dinheiro e organização criminosa. Nada menos. O Estadão apurou
que o relatório final cita também falsidade ideológica, frustração de
caráter competitivo de licitação e violação de sigilo em licitação.
Tudo isso, porém, não parece grave o bastante para Lula demitir sumariamente Juscelino Filho tão logo a PF o indiciou.
Alçado do baixo clero da Câmara, o ministro representa um problema
para o governo, não por sua notória desqualificação como gestor público,
mas por uma potencial rebelião no União Brasil em razão de sua queda. O
indiciamento ainda veio a calhar em uma semana em que o Congresso andou
bastante indócil com o governo Lula da Silva.
Segundo o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), o
desfecho depende do presidente, o que é óbvio, e de um posicionamento do
União Brasil. Por ora, a legenda não soltou a mão do correligionário, a
quem manifestou “total apoio” alegando “uma possível atuação
direcionada e parcial na apuração”. Para o terceiro maior partido da
Câmara, investigações semelhantes no passado levaram a “condenações
injustas”.
Em Genebra, onde participa de um evento da Organização Internacional
do Trabalho (OIT), Lula disse que “o fato de o cara ser indiciado não
significa que o cara cometeu um erro”. “Agora, eu preciso que as pessoas
provem que são inocentes”, afirmou.
O presidente até pode vir a demitir Juscelino Filho – hoje, amanhã ou
sabe-se lá quando. Porém, esse imbróglio já se arrasta desde janeiro de
2023, logo após a posse para seu terceiro mandato. Seja qual for a
decisão de Lula da Silva, o episódio só reforça que um governo fraco
como o dele não pode se dar ao luxo de indispor qualquer partido de sua
base rarefeita.
Após o estresse dos últimos dias, provocado sobretudo pelas
incertezas em relação ao ajuste fiscal, integrantes do governo afinaram o
discurso para tentar melhorar o humor do mercado financeiro. Em entrevista conjunta, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a ministra do Planejamento, Simone Tebet, saíram em defesa da revisão dos gastos públicos, o que aplacou, por ora, a pressão que o dólar vinha sofrendo.
A moeda americana que, no início da manhã, chegou a R$ 5,42, recuou a
R$ 5,36, com queda de 0,70%. A entrevista foi uma resposta às críticas
do mercado financeiro à ênfase dada pelo governo ao aumento da
arrecadação.
Na quarta-feira, 12, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou
que, para ele, o ajuste fiscal se dá via aumento de receitas e de
redução de juros, sem mencionar corte de gastos. “Estamos arrumando a
casa e colocando as contas públicas em ordem para assegurar o equilíbrio
fiscal. O aumento da arrecadação e a queda da taxa de juros permitirão a
redução do déficit sem comprometer a capacidade de investimento
público”, disse.
O mercado não recebeu bem a declaração, já que o presidente mencionou
a queda da taxa de juros, que não é uma atribuição do Executivo e sim
do Banco Central. O comentário gera maior desconfiança sobre a futura
gestão do banco a partir de 2025. Há temor de que o próximo BC tenha uma
postura mais frouxa na política monetária, seja tolerante com a
inflação e corte juros.
Depois do mal-estar, coube aos ministros apagar o incêndio. Além do
dólar, o discurso de Haddad e Tebet movimentou os mercados domésticos e
destravou o movimento de queda dos juros futuros. O Ibovespa, principal
índice da B3, no entanto, teve ligeira queda de 0,04%, em 119.885
pontos.
Em seu discurso, Haddad garantiu que a Fazenda está “absolutamente”
sintonizada com o Planejamento na agenda de revisão de gastos. Tebet
disse haver margem para rever despesa e que o governo não quer aumentar a
carga tributária.
Há uma preocupação dos investidores de que Haddad esteja perdendo
força no governo, o que dificultaria o controle dos gastos públicos.
Desde a semana passada, o ministro vem enfrentando uma série de
reveses. Na sexta-feira, 7, o dólar já havia registrado um pico de alta
após Haddad participar de um evento fechado no banco Santander. No dia, a moeda americana subiu 0,5%, de R$ 5,25 para R$ 5,32.
No encontro, o ministro afirmou que há um conjunto de alternativas a serem levadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva no
caso de o crescimento das despesas obrigatórias do governo consumir o
espaço para as despesas discricionárias (não obrigatórias, como recursos
para custeio e investimentos) dentro da regra fiscal. Ele também não se
comprometeu de forma explícita a respeitar o crescimento máximo de
despesa, mas não disse que alteraria o arcabouço fiscal, um dos temores do mercado.
Em entrevista à imprensa, após a reunião, Haddad reclamou do vazamento de “informações falsas”, negou mudanças no arcabouço e garantiu que, no encontro, havia dito que está disposto a contingenciar gastos.
Os problemas continuaram com a MP do PIS/Cofins, que restringia o uso
dos créditos dos dois impostos, editada para compensar o custo da
desoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia e de
municípios menores.
A medida, no entanto, foi devolvida pelo presidente do Senado,
Rodrigo Pacheco, deixando Haddad sem um plano B. Agora o Congresso
discute alternativas para compensar as desonerações, atribuição que
deveria ser do Ministério da Fazenda.
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Ao menos três ministros do STF (Supremo
Tribunal Federal) participarão no fim de junho do 12º Fórum Jurídico de
Lisboa, evento que costuma reunir integrantes dos três Poderes em
Portugal e que levou a corte a antecipar uma sessão.
Todos os integrantes do Supremo foram convidados, mas cinco deles
afirmaram que não participarão em razão de outros compromissos. Outros
três ainda não confirmaram se vão participar.
Um dos organizadores do fórum é o IDP (Instituto Brasileiro de
Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa), que tem o ministro Gilmar Mendes
como sócio e o seu filho como dirigente.
Além de Gilmar, confirmaram a participação no evento o presidente do
STF, Luís Roberto Barroso, e o ministro Cristiano Zanin. Há previsão de
participarem também os ministros Dias Toffoli, Alexandre de Moraes e
Flávio Dino, mas não houve confirmação oficial da presença deles.
Os ministros que afirmaram que não irão são Edson Fachin, Kassio Nunes Marques, André Mendonça, Luiz Fux e Cármen Lúcia.
No evento do ano passado, estiveram presentes Gilmar, Barroso, Zanin e
Mendonça. Dino também esteve presente, mas ainda como ministro da
Justiça do governo Lula (PT).
O Fórum Jurídico de Lisboa está programado para acontecer nos dias
26, 27 e 28 de junho. Logo depois, em julho, o Judiciário entra em
recesso.
Devido ao evento, na última semana de junho, a sessão da quinta-feira (dia 27) do Supremo foi antecipada para a terça (25).
Também organizam o fórum a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e a FGV (Fundação Getulio Vargas).
No ano passado, a reunião de uma série de políticos, advogados,
empresários e candidatos a cargos no Executivo e no Judiciário em Lisboa
fez o evento ficar conhecido como Gilmarpalooza, em referência ao
festival Lollapalooza.
Até esta quinta-feira (13), ainda não havia sido divulgada a lista oficial de participantes no site oficial do evento.
Neste ano, o fórum acontecerá em meio a discussões a respeito de viagens internacionais de magistrados de cortes superiores.
Em abril, um evento fechado em Londres, patrocinado por empresas com
ações nos tribunais, reuniu ministros do Supremo, do STJ (Superior
Tribunal de Justiça) e do governo Lula.
Segundo a página, o fórum neste ano terá como tema os “Avanços e
recuos da globalização e as novas fronteiras: transformações jurídicas,
políticas, e conômicas, socioambientais e digitais”.
Segundo o texto, serão reunidos “acadêmicos, gestores, especialistas,
autoridades e representantes da sociedade civil organizada, do Brasil e
da Europa” na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa para “para
dialogar sobre como a globalização tem impactado as relações entre
Estados, instituições, empresas e povos”.
“O Fórum ocorre anualmente com o intuito de debater questões que desafiam o Estado contemporâneo”, diz o site.
“Em sua décima segunda edição, será abordado um panorama sobre como a
globalização tem sido fomentada ou desestimulada em alguns campos, os
motivos para isso e os impactos no Brasil e na Europa.”
No ano passado, a participação de autoridades de diversos órgãos e de
seus auxiliares no fórum custou no mínimo R$ 1 milhão em passagens
aéreas com dinheiro público, segundo levantamento feito pela Folha de
S.Paulo.
A reportagem também localizou gastos de no mínimo R$ 490 mil em diárias.
Além de ministros do Judiciário e do governo federal, estiveram
presentes em 2023 os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), da
Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e os governadores do Rio de Janeiro,
Claudio Castro (PL), e de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Nem todos os viajantes bancados com dinheiro público palestraram no
fórum. Parte deles foi apenas acompanhar outros políticos e autoridades,
assistir às mesas e confraternizar nos eventos paralelos de brasileiros
em Portugal.
Na ocasião, autoridades aproveitaram para fazer agendas políticas e viajar a países próximos para outros compromissos.
Em 2021, a Folha de S.Paulo também mostrou que haviam sido gastos ao
menos R$ 500 mil no evento com passagens e diárias de autoridades.
História de IDIANA TOMAZELLI E CATIA SEABRA – Folha de S. Paulo
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A proposta de limitar o crescimento real
dos pisos de Saúde e Educação a 2,5%, em estudo pelo Ministério da
Fazenda, enfrenta resistências na ala política do governo e na cúpula do
PT, sigla do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A ideia é uma das alternativas em análise pela equipe do ministro
Fernando Haddad (Fazenda) para garantir a sustentabilidade do arcabouço
fiscal e harmonizar o ritmo de alta dessas despesas à correção do limite
geral de gastos.
Um técnico do governo afirma que a medida teria impacto pequeno no
Orçamento de 2025 e 2026, o que desmotiva a ala política a assumir o
elevado custo político da discussão em troca de um “ganho zero” para o
restante do mandato.
Em março, o Relatório de Projeções Fiscais do Tesouro Nacional
simulou o quanto o Executivo ganharia de espaço em três cenários
distintos de flexibilização dos pisos de Saúde e Educação, hoje
vinculados a um percentual da arrecadação.
No caso da adoção da mesma regra do arcabouço fiscal, que limita a
correção do limite a 2,5% acima da inflação, os cálculos do Tesouro
apontavam uma perda de R$ 5 bilhões em 2025 –ou seja, a mudança
resultaria num carimbo até maior de verbas para Saúde e Educação do que
prevê a norma atual.
Em 2026, o ganho seria de apenas R$ 8 bilhões, insuficiente para
acomodar pressões vindas de despesas obrigatórias, como benefícios
previdenciários.
Desde a publicação do relatório, as projeções de arrecadação se
alteraram. Mas, segundo um técnico do governo, a lógica continua
valendo: com a mudança, o governo perderia espaço no Orçamento em 2025, e
o ganho em 2026 seria da ordem de R$ 4 bilhões.
Para alcançar resultados mais significativos, o governo precisaria
implementar as novas regras ainda em 2024, um cenário considerado
improvável, uma vez que o Orçamento já está em execução.
A discussão sobre os mínimos de Saúde e Educação ocorre no âmbito de
um cardápio de propostas que a equipe econômica prepara para tentar
atacar o avanço das despesas obrigatórias. A trajetória desses gastos
tem contribuído para a piora da percepção do mercado, que cobra ações do
governo para reduzir as incertezas fiscais.
A possibilidade de a Fazenda propor a alteração nos pisos foi alvo de
debate em reunião da bancada na Câmara nesta quarta-feira (12). Segundo
os relatos, o deputado Rui Falcão (PT-SP) disse que, se a revisão dos
pisos for de fato apresentada, ele votará contra.
Já a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), afirmou na
reunião que a criação dos mínimos foi uma bandeira do partido. Ela
sugeriu, segundo os relatos, que qualquer eventual proposta seja
debatida pelo governo com a direção da legenda.
Gleisi se posicionou contra a alteração dos pisos em publicação no X
(antigo Twitter) em abril, após a divulgação do relatório do Tesouro
Nacional. “Recuar nesses avanços, como vimos na imprensa com base em
‘estudo’ da área econômica, não seria uma opção válida nem justa para
financiar outras áreas de governo, todas elas importantes”, escreveu na
época.
O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem
partido-AP), disse à Folha de S.Paulo que a mudança dos pisos não está
no horizonte do governo.
“Não está na ótica, o presidente não pensa nisso, o governo não está
pensando nisso. Há uma circunstância que não é Saúde e Educação, que é o
crescimento do gasto previdenciário. Mas isso é também por uma decisão
política do governo de zerar a fila da Previdência”, disse.
Segundo ele, a área econômica do governo já tem buscado poupar
recursos a partir da revisão de cadastros, inclusive na Previdência.
O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou à
reportagem que “não tem nada tramitando, não tem nada oficial” e que não
comentaria o tema em cima de especulações.
Os pisos de Saúde e Educação haviam sido suspensos em 2017 pelo teto
de gastos, que fixou a aplicação mínima nos valores praticados em 2016,
corrigidos pela inflação.
Eles voltaram a ser vinculados à arrecadação, como previsto na
Constituição, a partir deste ano, com a entrada em vigor do arcabouço
fiscal desenhado pela equipe de Haddad.
A regra exige a aplicação de 15% da RCL (receita corrente líquida) na
Saúde e de 18% da RLI (receita líquida de impostos) na Educação.
Os valores resultantes para 2024 tiveram uma alta significativa
porque as medidas de arrecadação implementadas pela Fazenda turbinaram a
base de cálculo dos pisos.
No entanto, um técnico do governo ressalta que a RCL deve ter um
crescimento mais modesto em 2025, entre 6% e 6,5%, um valor próximo da
soma entre inflação e os 2,5% previstos no arcabouço.
Na avaliação deste interlocutor, não faz sentido comprar a briga
agora por uma regra que não vai resolver o problema do Executivo no
atual mandato.
Outro técnico da área econômica defende discutir as vinculações, mas
aponta outro impasse político. Além da sensibilidade do tema, há risco
real de o Congresso direcionar a folga obtida com a flexibilização dos
pisos para turbinar despesas consideradas menos eficientes, como emendas
parlamentares.
Isso aconteceu no passado, quando o governo do ex-presidente Jair
Bolsonaro (PL) negociou alterações no teto de gastos para elevar seu
limite fiscal em 2022. As negociações para obter apoio no Legislativo
envolveram a ampliação das emendas.
As emendas também são obstáculo para outra das propostas cogitadas
pela Fazenda: a alteração do conceito de RCL, como revelou a Folha de
S.Paulo no ano passado.
O Tesouro Nacional chegou a incluir em uma minuta de projeto de lei
complementar a proposta de excluir da RCL receitas voláteis como
royalties e dividendos de estatais.
Além de reduzir o piso da Saúde, a proposta afetaria diretamente o valor de aplicação obrigatória nas emendas parlamentares.
A Constituição prevê 2% da RCL para indicações individuais de
deputados e senadores e 1% da RCL para emendas de bancadas estaduais.
Aliados do governo consideram difícil reduzir a base de cálculo dessas
verbas.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou
à Itália para participar de encontro do G7 (grupo composto por
Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido),
após convite da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni. Ele também
tem marcadas reuniões bilaterais com o Papa Francisco e lideranças
internacionais.
Naquele momento, há pouco mais de um ano, a participação de Lula –
então nos primeiros meses do novo mandato – foi celebrada como o retorno
do Brasil a este fórum depois de 14 anos sem o país ser convidado.
“Em 2023, houve uma lua de mel do Lula com a comunidade
Internacional”, diz o cientista político Guilherme Casarões, professor
da FGV EAESP. Ele aponta que a comparação, naquele momento, era com o
antecessor, Jair Bolsonaro, “um presidente que teve muitas rusgas com o
Ocidente”.
Neste ano, o “fator novidade” já não é mais um benefício extra para
Lula, que tem a missão de encontrar holofotes para assuntos de interesse
do Brasil – que em novembro sedia a cúpula do G20, no Rio de Janeiro
–, ao mesmo em que uma série de dores de cabeça o aguardam no Brasil.
Na Itália, os principais obstáculos na disputa por atenção
internacional estão no volume e na urgência de temas que preocupam os
países do G7.
Ou seja, como competir por atenção internacional em um contexto que
inclui: ano de eleição nos Estados Unidos e no Reino Unido, recente
avanço dos partidos de direita radical pela Europa, dissolução do
parlamento francês – além, é claro, principalmente, das guerras na
Ucrânia e em Gaza.
“O Lula teve muita visibilidade no ano passado, e terá hoje uma
participação menos visível”, afirma Rubens Barbosa, ex-embaixador do
Brasil em Londres (1994-99) e em Washington (1999-2004), antes de
elencar os temas mais urgentes para países do grupo.
A cientista política Fernanda Nanci Gonçalves, professora de Relações
Internacionais na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), diz
que Lula segue com “prestígio internacional” e “é uma liderança
carismática”. Aponta, no entanto, que o Brasil “não é o mesmo país de
suas primeiras gestões, não tem a mesma pujança econômica e a região
está desorganizada, sem que o país se apresente como uma liderança
regional forte, com capacidade de articulação”.
Diz, ainda, que o “o papel do país como mediador de conflitos internacionais também não está forte nesse momento”.
Tudo isso, diz a professora, atrapalha “a capacidade de influenciar os rumos das discussões internacionais”.
Procurado pela reportagem, o Palácio do Planalto reforçou que “o
Brasil vai sediar o G20 e está participando [do G7] nesse contexto”.
Nesse cenário, quais assuntos Lula deve levar ao G7 – e com quais tópicos o presidente deve tomar cuidado, segundo analistas?
Taxação de super-ricos, clima e combate à fome
A previsão é que Lula fale no G7 sobre redução da fome e da
desigualdade; transição energética e mobilização contra mudança do
clima; além de taxação dos super-ricos.
A criação de uma taxação global sobre a riqueza de bilionários vem
sendo defendida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad – que já
apresentou a ideia inclusive para o papa Francisco em visita no início
de junho. A ideia é destinar os recursos para medidas de combate à fome e
às mudanças climáticas.
Fernanda Gonçalves considera um “tema sensível e difícil de
endereçar” e diz que não é um consenso, embora alguns países tenham
sinalizado positivamente com o interesse de discuti-lo.
Nesse ponto, Casarões diz que Lula tentará “alavancar partes
importantes da pauta econômica do governo junto aos seus interlocutores
ocidentais”.
O professor avalia que a ideia do governo brasileiro é buscar apoio a
temas “que são caros ao governo Lula, mas que não gozam de tanto apoio
interno”.
“Acho que o governo vai tentar fazer uma espécie de manobra
internacional para legitimar certas pautas – principalmente no campo
econômico – que são de interesse do governo e para as quais não há
consenso interno muito bem definido. Pode ser que o uso dessa plataforma
internacional sirva, para o governo legitimar de maneira mais clara sua
agenda”.
A participação no encontro do G7, segundo Casarões, gera para o
Brasil uma “expectativa importante de alavancar a posição da política
externa brasileira, principalmente tendo em vista reunião do G20, e de
colocar o Brasil como um país responsável economicamente, uma espécie de
liderança do Sul Global também no campo econômico”.
Durante os encontros no âmbito do G7, há também previsão de que Lula
fale sobre a proposta do governo brasileiro de criar uma Aliança Global
contra a Fome e a Pobreza no âmbito do G20, com lançamento previsto para
novembro, quando o Brasil sedia a cúpula, no Rio de Janeiro.
Para Rubens Barbosa, ex-embaixador em Londres e Washington, o Brasil
deve estar focado em reafirmar seu papel no G20 e na COP 30, que o país
sediará. “Esses dois encontros projetam o Brasil no cenário global.”
A viagem de Lula à Europa, que começou com uma participação no fórum
da Coalizão Global pela Justiça Social, em Genebra, é a primeira saída
de Lula do Brasil desde as inundações que afetam o Rio Grande do Sul.
Para analistas ouvidos pela reportagem, Lula deve destacar o
ocorrido. Casarões diz que dar ênfase na tragédia é uma forma de “chamar
atenção do mundo para a urgência de uma pauta climática unificada”.
Na volta ao Brasil, Lula também terá de lidar com uma série de reveses domésticos importantes para seu governo.
Elas incluem a anulação de um leilão para compra de arroz após
suspeitas de fraude, paralisações e greves de servidores, a devolução
pelo Congresso de uma medida considerada fundamental no esforço para
equilibrar as contas federais, além da decisão da Polícia Federal de
indiciar o ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil),
pelos crimes de corrupção passiva, fraude em licitações e organização
criminosa, sob a suspeita de ter desviado recursos de emendas
parlamentares, quando era deputado federal.
Reuniões de Lula na Itália
Na tarde de sexta-feira (14/6, horário local), Lula e outros líderes
de países convidados participam de reunião com lideranças do G7, e com o
papa Francisco, cujo tema determinado pelo G7 inclui inteligência
artificial, energia, África e Mar Mediterrâneo.
O encontro ocorre em Borgo Egnazia, na região italiana da Puglia, um
resort onde Madonna passou férias e o cantor Justin Timberlake e a atriz
Jessica Biel se casaram.
O acesso da imprensa ao local é muito restrito, e a estrutura para
jornalistas fazerem a cobertura do evento foi montada em um centro de
convenções em Bari, a cerca de 60 km do local onde estão os líderes.
Entre os países convidados, além do Brasil, estão Índia, Quênia,
Tunísia e Argentina. Não há previsão de reunião de Lula com Milei,
segundo o Itamaraty.
Além da reunião entre países-membro do G7 e líderes convidados, Lula
terá encontro bilateral com o papa Francisco – pedido pelo governo
brasileiro.
Também terá encontros bilaterais, na sexta e no sábado (15/6), com
líderes da Índia (Narendra Modi), da França (Emannuel Macron), e da
Comissão Europeia, (Ursula von der Leyen), Turquia (Recep Tayyip
Erdoğan), Alemanha (Olaf Scholz) e Itália (Meloni).
A previsão é que o presidente retorne ao Brasil no sábado.
No primeiro dia da cúpula do G7, na quinta-feira, foi anunciado um
acordo para criação de um fundo de US$ 50 bilhões utilizando lucros de
ativos russos congelados para ajudar a Ucrânia.
No mesmo dia, os presidentes dos EUA, Joe Biden, e da Ucrânia,
Volodymyr Zelensky, assinaram acordo de 10 anos para reforçar as defesas
ucranianas contra a Rússia.
‘Lula versus Lula’
Lula foi convidado para reunião do G7 pela primeira vez em 2003 e, desde então, o Brasil soma oito participações.
Isso, segundo Casarões, reflete um interesse “do mundo ocidental de ter o Brasil ao seu lado”
O que, então, torna a participação de Lula neste ano diferente de 2023?
“No ano passado, a intenção dos membros do G7 ao trazer o Brasil era
demarcar uma diferença entre Bolsonaro, um presidente que teve ele
muitas rusgas com o Ocidente – brigou com a Alemanha, brigou com a
França, brigou com Biden – e um Lula muito mais afeito a ter um bom
relacionamento com o mundo ocidental”, diz.
Em 2024, continua Casarões, existe outra percepção.
“Não é o Lula versus o Bolsonaro – que é uma comparação, aliás, muito
fácil – mas é Lula versus Lula. É o Lula pós guerra em Gaza, em que o
Brasil aparenta estar se posicionando de maneira muito mais contundente,
aberta e vocal, no sentido de apoiar a Rússia, a China, a condenação de
Israel como um país que está cometendo um genocídio na Faixa de Gaza”,
afirma. “Então parece que é uma inflexão da política externa brasileira
para longe do ocidente”.
Por isso, diz o professor, o mais recente convite do G7 a Lula também
é “uma forma de cortejar o Lula e de tentar forçá-lo a uma posição mais
equilibrada entre o ocidente e os atuais inimigos do ocidente,
notadamente Rússia e China –, mas também esse pedaço do Sul Global que
vem se posicionando de maneira cada vez mais contundente e crítica
contra Israel também”.
No atual contexto, Rubens Barbosa considera que o Brasil “não pode
ser ignorado” pelos países mais ricos. “É a oitava economia do mundo,
tem uma posição muito importante no G20, na COP, nos Brics. É normal que
eles convivem o Brasil”, diz.
“No ano passado, foi simbólica a volta do Brasil. Este ano o Brasil
foi convidado porque os temas de meio ambiente e transição energética e
segurança alimentar não podem acontecer sem a presença do Brasil.”
Barbosa acrescenta que o governo brasileiro “deveria se limitar a esses temas em que o Brasil tem uma contribuição a dar”.
E quais temas poderiam colocar o Brasil numa posição difícil no G7?
Avanço da direita radical na Europa e a guerra em Gaza
O recente resultado das eleições para o Parlamento Europeu, que
mostrou um avanço da direita radical, é um tema que Lula deve evitar
discutir na Itália, segundo os analistas ouvidos pela reportagem.
“Um pronunciamento descuidado do presidente sobre esse tópico pode trazer repercussão negativa”, diz Gonçalves.
Em entrevista no Itamaraty sobre a viagem de Lula à Itália, o
embaixador Maurício Carvalho Lyrio, secretário de Assuntos Econômicos e
Financeiros do Ministério das Relações Exteriores, foi questionado sobre
o tema e disse que “a atmosfera política na Europa é uma questão
europeia”. “Não é um tema previsto na discussão dos líderes do G7 com os
demais países.”
Casarões também aposta que Lula evitará entrar nesse tema porque “não vai querer jogar mais gasolina nessa fogueira”.
“Ele tem demonstrando um senso muito apurado, nesse sentido, de só
falar sobre esse tema quando o contexto é favorável – por exemplo, nos
encontros dele com Biden falou-se do combate à extrema direita porque
bolsonarismo e trumpismo são fenômenos muito próximos”, disse.
A reunião do G7 ocorre dias após o resultado da eleição para o
Parlamento Europeu, que revelou o avanço da direita radical europeia. O
resultado fortalece o destaque da anfitriã do encontro deste ano, a
primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, que se elegeu com uma
plataforma considerada de direita radical.
“O negacionista nega as instituições, nega aquilo que é o Parlamento,
aquilo que é a Suprema Corte, aquilo que é o Poder Judiciário, aquilo
que é o próprio Congresso. Ou seja, são pessoas que vivem na base da
construção de mentiras”, afirmou.
Outros temas sensíveis que Lula deve evitar nesta viagem ao exterior,
segundo os entrevistados, é Israel e Gaza – sem esquecer, ainda, da
guerra na Ucrânia.
Lula hoje é considerado “persona non grata” pelo governo de Israel,
depois de ter feito uma comparação entre a guerra em Gaza e o Holocausto
durante a cúpula da União Africana, no início deste ano. A fala de Lula
repercutiu internacionalmente e gerou críticas, sobretudo de grupos
judeus, com acusações de que a comparação feita pelo presidente
brasileiro se tratou de antissemitismo.
Casarões diz que Lula, se pressionado a falar sobre o tema, terá que
“ser muito sereno e medir de alguma forma as palavras – não mudando a
posição no Brasil a essa altura, mas certamente evitando o uso de
palanques internacionais como no caso da União Africana, que fez
comparação com o Holocausto”.
“Essas coisas deram muita munição para o bolsonarismo taxar o Lula de
antissemita e criar uma polarização ainda mais acentuada em cima desse
posicionamento a respeito do conflito entre Israel e palestinos”, disse
Casarões.
Em Genebra, na quinta-feira, Lula disse que a falta de diálogo entre
as autoridades da Ucrânia e da Rússia sinaliza que eles “estão gostando
da guerra”.
“Tem que ter um acordo. Agora, se o Zelensky diz que não tem conversa
com Putin, Putin diz que não tem conversa com Zelensky, é porque eles
estão gostando da guerra. Senão, já tinham sentado para conversar e
tentar encontra uma solução pacífica”, afirmou.
O que é o G7?
O G7 – originalmente G6 – foi criado em 1975, como uma iniciativa do
presidente francês Valéry Giscard d’Estaing. Além da França, incluía
EUA, Reino Unido, Alemanha, Japão e Itália. O Canadá entrou para o grupo
em 1976.
Naquele momento, depois da crise do petróleo de 1973, o objetivo era
reunir os países mais industrializados do mundo à época para tratar de
questões de política econômica de interesse comum.
De 1997 a 2013, a Rússia também fez parte, mas foi suspensa após a invasão da Crimeia.
O grupo hoje não reúne mais as sete maiores economias do mundo. China
e Índia são, respectivamente, a segunda e a quinta maiores economias do
mundo em PIB nominal, segundo dados compilados pelo FMI no ano passado.
Com o passar dos anos, o G7 ampliou seu foco. Se inicialmente estava
concentrado só nos desafios econômicos, hoje também trata de outros
assuntos que considera questões globais.
A presidência do grupo é rotativa entre as nações que compõem o G7 e
muda anualmente. O país que preside o G7 recebe a cúpula e define
agendas e prioridades. Depois da Itália, neste ano, o próximo será o
Canadá.
Muitos são produtos químicos, corantes e adoçantes usados para melhorar a aparência, o sabor ou a textura dos alimentos.
Refrigerantes, doces e nuggets de frango são exemplos. No entanto,
também podem ser incluídos na categoria alimentos menos óbvios, como
alguns pães, cereais matinais e iogurtes.
Qual a diferença entre os alimentos ultraprocessados e os alimentos processados?
Para ajudar as pessoas a identificar os diferentes tipos de
alimentos, frequentemente se utiliza um sistema que os divide em quatro
grupos:
Os alimentos processados são uma combinação de alimentos integrais –
como frutas, vegetais, nozes e ovos – e ingredientes culinários
processados.
Por exemplo, o pão feito com farinha de trigo, água, sal e fermento é um alimento processado.
Porém, se forem adicionados emulsificantes, corantes ou conservantes, o pão seria ultraprocessado.
Como posso reconhecer alimentos ultraprocessados?
Um produto que contenha mais de cinco ingredientes provavelmente será
ultraprocessado, de acordo com Maira Bes-Rastrollo, especialista em
saúde pública da Universidade de Navarra, na Espanha.
Alimentos ultraprocessados costumam ser ricos em sal, açúcar e
gorduras saturadas. No Reino Unido e em alguns outros países, isso
estará destacado na embalagem.
Poderiam ser “alimentos frescos”, mas tem uma vida útil longa, por causa dos conservantes.
Verifique nos rótulos se há ingredientes como benzoato de sódio, nitrato e sulfito, BHA e BHT.
Como os alimentos ultraprocessados se espalharam pelo mundo?
O Reino Unido e os EUA são onde mais se consome alimentos
ultraprocessados, de acordo com o British Medical Journal e o Centro
Nacional de Informações sobre Biotecnologia dos EUA.
Em 2023, os ultra-processados representavam 58% da ingestão calórica
média de um adulto nos EUA e 66% da ingestão calórica de uma criança.
Os números são de 57% e 65% para adultos e crianças no Reino Unido.
Segundo o Centro Nacional de Informações sobre Biotecnologia dos EUA,
em países asiáticos, como a Coreia do Sul e o Japão, e em países da
América do Sul, como o Brasil e o Chile, os alimentos ultraprocessados
normalmente representam 20 a 30% das calorias consumidas. Na África do
Sul, 39%.
Comer alimentos ultraprocessados faz mal?
Não há evidências definitivas sobre o impacto da ingestão de alimentos ultraprocessados na saúde.
Mas um estudo de fevereiro de 2024 publicado no British Medical
Journal – com base em informações sobre 9,9 milhões de pessoas do mundo
todo – associou o consumo a:
um risco maior de morte por doenças cardiovasculares (como ataque cardíaco e acidente vascular cerebral)
obesidade
diabetes tipo 2
problemas de sono
ansiedade e depressão
O estudo não conseguiu provar, no entanto, que o processamento dos alimentos causava as doenças.
Pode ser porque os alimentos são ricos em gordura, açúcar e sal, que
são causas conhecidas de ganho de peso, diabetes tipo 2, doenças
cardíacas e alguns tipos de câncer.
Obesidade
“Ganho de peso é o primeiro e mais óbvio efeito da ingestão de
alimentos ultraprocessados”, diz Chris van Tulleken, imunologista da
University College London, que também já escreveu sobre nutrição.
“Esses alimentos já são ricos em gordura, sal e açúcar. Mas também
foram pensados – por meio de suas texturas, cores e sabores – para
serem consumidos em excesso”.
Um estudo de fevereiro de 2024 do Imperial College London afirma que,
em 2022, mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo viviam com
obesidade – o equivalente a uma em cada oito pessoas.
E diz que, entre 1992 e 2022, a taxa global de obesidade mais do que
duplicou entre mulheres adultas, quase triplicou entre homens adultos e
aumentou cinco vezes entre crianças e adolescentes.
Os dados mais recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do
Observatório Global de Saúde, de 2016, afirmavam que mais de 28% dos
adultos nas Américas eram obesos, assim como 26% na Europa, 19% no
Mediterrâneo Oriental e 9 % na África.
De acordo com a OMS, em 2016, 2,8 mil milhões de pessoas estavam morrendo todos os anos por excesso de peso ou obesidade.
“Em muitos países do mundo, os alimentos ultraprocessados são agora
mais baratos e mais acessíveis do que os alimentos integrais
tradicionais nos mercados”, afirma Claire Johnson, especialista em
nutrição da agência das Nações Unidas para crianças, a Unicef.
Diabetes
Mais pessoas em todo o mundo têm hoje diabetes tipo 2, de acordo com a Federação Internacional de Diabetes.
“O açúcar, o sal e a gordura dos alimentos ultraprocessados são
fatores de risco para o desenvolvimento de diabetes tipo 2 – assim como
uma dieta rica em calorias e pobre em nutrientes”, diz Jaakko
Tammilehto, professor de saúde pública na Universidade de Helsinque.
O Oriente Médio e o norte da África registaram um aumento especialmente elevado no número de pessoas com diabetes tipo 2.
“Muitos desses países não produzem alimentos”, diz o professor
Tammilehto. “Alimentos ultraprocessados são fáceis de transportar e
armazenar. É o que as empresas alimentícias mais transportam.”
Desnutrição
Os alimentos ultraprocessados estão contribuindo para a desnutrição em muitos países subsaarianos, afirma a Johnson.
“Muitas vezes eles não têm os micronutrientes contidos nos alimentos
integrais tradicionais, como ferro, minerais e vitaminas”, diz ela.
No entanto, cientistas da Universidade Purdue, nos EUA, dizem que os
alimentos ultraprocessados podem trazer alguns benefícios, incluindo:
fornecer nutrientes como vitamina E e cálcio;
oferecer uma opção mais acessível que os alimentos frescos para pessoas de baixa renda;
reduzir o desperdício de alimentos e o risco de intoxicação alimentar.
A British Nutrition Foundation, que trabalha e recebe doações de
empresas alimentícias, também destaca que os alimentos ultraprocessados
não são todos iguais.
“Alguns alimentos que podem ser classificados como ultraprocessados,
como cereais matinais integrais, pães integrais e iogurtes desnatados,
podem ter baixo teor de gordura, sal e açúcar”, diz Sara Stanner,
diretora científica. “Essas podem ser fontes de nutrientes essenciais e
fibras.”
Doença cardíaca
Um estudo de junho de 2024 da Universidade de São Paulo e do Imperial
College London sugere que alimentos ultraprocessados à base de
plantas também podem representar uma ameaça à saúde.
O estudou afirmou que a ingestão de alimentos vegetais
ultraprocessados estava associada a um aumento de 7% no risco de
ataques cardíacos e derrames, em comparação com a ingestão de alimentos
vegetais não processados.
Que medidas foram tomadas contra os alimentos ultraprocessados?
O governo do Reino Unido criou um imposto sobre as bebidas açucaradas
em 2018 e vários fabricantes reagiram reduzindo os níveis de açúcar.
Em 2023, a Colômbia impôs uma taxa de 10% – que aumentará com o tempo – sobre bebidas açucaradas e alimentos ultraprocessados.
Em 2016, o Chile – que tem uma das taxas de obesidade infantil mais
elevadas do mundo – colocou rótulos de advertência em alimentos ricos em
açúcar, gorduras ou calorias.
A publicidade e promoção de alimentos ricos em açúcar, sal e calorias para crianças também foi restringida.
No entanto, nos quatro anos seguintes à introdução das medidas, as taxas de obesidade infantil continuaram a aumentar.
No artigo de hoje, falaremos um pouco sobre o tema mais abordado da
NRF 2024 e como ele pode impactar o comportamento do consumidor a médio e
longo prazo.
Continue com a leitura do artigo para descobrir melhor sobre o papel da loja física na era digital.
O que significa a sigla NRF?
A NRF é a sigla de Federação Nacional de Varejo, uma entidade que representa os varejistas dos Estados Unidos.
Ela organiza o Retail Big Show, o maior evento mundial do setor, que
reúne milhares de profissionais e empresas para discutir as tendências,
as tecnologias e as estratégias do mercado.
Além disso, a NRF oferece diversos recursos para estimular o
desenvolvimento e a inovação do varejo, como pesquisas, publicações,
cursos e programas. Ela é um modelo global para o segmento de varejo e
uma fonte de inspiração para os varejistas de todo o mundo.
Já a Feira NRF, também conhecida como “NRF Retail’s Big Show”, é um
evento anual monumental organizado pela National Retail Federation.
Reconhecida como a maior associação comercial de varejo do mundo, a
NRF realiza esse encontro em Nova York, reunindo mais de 40.000
participantes globais.
É importante citar que este evento não é apenas uma vitrine para as
últimas tendências do varejo, mas também um ponto de encontro crucial
para fornecedores, parceiros e líderes do setor para trocar ideias,
aprender melhores práticas e gerar negócios significativos.
A NRF 2024, realizada de 14 a 16 de janeiro no Jacob K. Javits
Convention Center, centrou-se no tema “A Experiência do Consumidor: A
Revolução do Futuro do Varejo”.
Nas sessões deste ano, um tema dominante emergiu: o papel evolutivo
da loja física em um mundo cada vez mais digitalizado. E por aqui,
decidimos falar um pouco sobre isso:
Como será a sobrevivência da loja física na era digital
No ambiente atual, onde as compras online oferecem conveniência e eficiência, qual é o futuro das lojas físicas?
Lee Peterson, da consultoria WD Partners, apresentou um estudo
revelador: dois terços dos consumidores americanos preferem comprar
itens utilitários pela internet devido à facilidade, preço e
conveniência.
Isso levanta uma questão crucial: como as lojas físicas podem continuar relevantes?
Peterson enfatizou que as lojas físicas devem se distanciar do modelo
de loja online, caracterizado por prateleiras abarrotadas de produtos e
pouca interação.
Em vez disso, elas devem se concentrar em oferecer experiências únicas e sensoriais.
Imagine uma loja onde você pode não apenas comprar produtos, mas também desfrutar de uma xícara de café e música ambiente.
Essa abordagem transforma a loja física em um destino de experiência,
atraindo consumidores que valorizam tanto a experiência quanto os
produtos.
Em resumo, a NRF 2024 destacou um ponto crucial: a loja física ainda
tem um papel vital no varejo, especialmente quando oferece experiências
únicas e envolventes.
Ao mesmo tempo, ferramentas como a Desk Manager são indispensáveis
para apoiar os bastidores dessa transformação, garantindo que as
operações sejam eficientes e que a experiência do cliente seja
impecável.
As lojas físicas não estão apenas sobrevivendo na era digital; elas
estão se reinventando para se tornarem mais relevantes do que nunca.
O papel da Desk Manager no varejo de lojas físicas:
Você pode pensar que a Desk Manager, sendo uma solução ESM
(Enterprise Service Management), não teria um papel significativo no
varejo físico.
No entanto, essa perspectiva subestima o potencial da plataforma.
A Desk Manager é uma ferramenta poderosa que apoia as operações
internas e o atendimento ao cliente, essencial para qualquer negócio de
varejo, seja ele online ou físico.
Considere a complexa logística por trás de uma experiência de cliente
excepcional. A Desk Manager facilita o controle total sobre:
Informações;
Solicitações;
Prazos de atendimento;
Iintegração com outras plataformas.
Ao aprimorar a eficiência dos departamentos de suporte, a ferramenta
garante que a operação de varejo funcione sem problemas, entregando
resultados e melhorando a experiência do cliente.
O Destino das Lojas Físicas: Uma Perspectiva Ampliada
Jurani Parente – Palestrante, escritor em: Neurobusiness,
Neuromarketing, Felicidade Publicitário especialista em varejo e
indústria.
A evolução do comércio varejista tem levantado questionamentos acerca
do futuro das lojas físicas, impulsionados pela incorporação de
diversas tecnologias, que têm impactado o setor e contribuído para sua
eficiência operacional. No entanto, é fundamental que as empresas
enfrentarem o desafio de proporcionar uma experiência integrada ao
cliente, através do conceito de omnichannel.
Um aspecto crucial para as empresas considerarem na jornada de
implementação do omnichannel é a análise da diferença de preços de um
mesmo produto entre o ambiente digital e a loja física. Talvez seja
indispensável iniciar a unificação a partir desse ponto específico.
Ao adotar uma abordagem omnichannel, as empresas podem oferecer uma
experiência de compra fluida em todos os canais, físicos e digitais,
proporcionando conveniência ao cliente e coletando dados valiosos que
possam contribuírem para uma melhor experiência. Investir na otimização
dos canais existentes e explorar novas tecnologias e tendências são
fundamentais para atender às demandas dos consumidores e garantir uma
vantagem competitiva no futuro do varejo.
É importante destacar que o serve para uma empresa poderá não ser útil para outra, cada empresa tem sua “cara”
Apesar da crescente preferência pelo ambiente online, especialmente
em determinadas gerações, é crucial reconhecer que as lojas físicas
desempenham e continuarão desempenhando um papel fundamental ao
proporcionar experiências sensoriais que estabelecem conexões emocionais
com os clientes. O ambiente físico das lojas deve ser cuidadosamente
projetado para permitir o desenvolvimento dessas experiências
envolventes. Vale ressaltar que o tema das experiências emocionais é
abrangente e venho e continuarei explorado com maior profundidade em
meus artigos na Newsletter
Buscar proporcionar uma experiência excepcional ao cliente apenas no
momento de venda ou atendimento é insuficiente quando se trata da
experiência completa do cliente. Essa jornada engloba a responsabilidade
de todos os setores da empresa.
Muitas organizações cometem um equívoco ao acreditar que podem
oferecer uma experiência “padrão”, como se fosse um modelo único que
serve para todos.
No entanto, essa abordagem está longe da realidade. Cada cliente é
único, com expectativas e necessidades diferentes, exigindo uma
abordagem personalizada. É essencial que todas as áreas da empresa
estejam comprometidas em compreender e atender às necessidades do
cliente, desde o primeiro contato até o pós-venda, buscando superar suas
expectativas e oferecer um atendimento diferenciado em todos os pontos
de contato.
O consumidor mesmo que subconscientemente, busca por uma conexão que
proporcione experiências coerentes em todos os canais da empresa, desde a
compra online até a retirada na loja física, ou até mesmo ao iniciar a
pesquisa de produtos, preços e informações no ambiente digital, seguida
por uma experiência na loja física.
É uma tendência que o fluxo de pessoas nas lojas físicas diminua, uma
vez que as pesquisas de preço e informações dos produtos são realizadas
geralmente no meio digital, inclusive enquanto o cliente se encontra
dentro de uma loja física esse fenômeno também acontece.
Diante desse cenário, as lojas físicas assumirão uma importância
gigantesca, proporcionando experiências únicas aos clientes. Em diversos
lugares ao redor do mundo, já é comum encontrar ambientes dentro das
lojas que vão além da venda de produtos, oferecendo espaços para
encontros, bate-papo e até mesmo momentos de lazer, algumas oferecem até
“happy hours.” Muitas empresas estão buscando criar uma jornada
praticamente inesquecível para o cliente ao visitar suas lojas físicas,
por exemplo, disponibilizando áreas para pets, bares, salas de jogos,
locais para a escrita de cartas às pessoas amadas, mesmo que sejam lojas
especializadas em produtos digitais. Além disso, são promovidos
encontros para aprendizado, troca de experiências e muito mais.
É preocupante constatar que algumas lojas estão perdendo a
oportunidade de proporcionar experiências emocionalmente positivas aos
seus visitantes, o que pode resultar em consequências graves que poderão
ser percebidas apenas quando for tarde demais.
Pesquisas revelam que, em alguns casos, a diferença entre as
expectativas dos clientes e a realidade ainda é considerável em algumas
empresas. Existem diversos aspectos que podem ser aprimorados para
reduzir essa lacuna, desde a comunicação até setores que não têm
correlação direta com a venda, passando pelo ambiente de vendas e a
entrega de produtos e serviços. É crucial compreender que a venda é um
processo que surge naturalmente da resolução de uma necessidade
vivenciada por um cliente.
Ao implementar ações com o objetivo de proporcionar uma jornada de
excelência, é essencial não apenas considerar o cliente externo, mas
também o cliente interno.
O colaborador é fundamental para empresa, e não podemos exigir um
atendimento humanizado e empático por parte deles se não formos capazes
de fornecer o mesmo.
É de suma importância estabelecer uma cultura organizacional que
valorize e priorize o bem-estar dos colaboradores, criando um ambiente
de trabalho saudável, reconhecimento e oportunidades de crescimento. Ao
investir no desenvolvimento e na satisfação dos funcionários, estaremos
construindo uma base sólida para que possam oferecer um serviço
excepcional aos clientes, gerando um ciclo positivo de relacionamento e
um futuro promissor. Isso vai além do aspecto financeiro, pois envolve o
cuidado genuíno com as pessoas envolvidas em nosso negócio.
A importância do bom site da Valeon para o seu negócio
Moysés Peruhype Carlech
Antigamente, quando um cliente precisava de um serviço, buscava
contatos de empresas na Lista Telefônica, um catálogo que era entregue
anualmente ou comprado em bancas de jornais que listava os negócios por
áreas de atuação, ordem alfabética e região de atuação.
De certa forma, todos os concorrentes tinham as mesmas chances de
serem encontrados pelos clientes, mas existiam algumas estratégias para
que os nomes viessem listados primeiro, como criar nomes fantasia com as
primeiras letras do alfabeto.
As listas telefônicas ficaram no passado, e, na atualidade, quando um
cliente deseja procurar uma solução para sua demanda, dentre outros
recursos, ele pesquisa por informações na internet.
O site da Valeon é essencial para que sua empresa seja encontrada
pelos seus clientes e ter informações sobre a empresa e seus produtos 24
horas por dia. Criamos uma marca forte, persuasiva e, principalmente,
com identidade para ser reconhecida na internet.
Investimos nas redes sociais procurando interagir com o nosso público
através do Facebook, Google, Mozilla e Instagram. Dessa forma, os
motivos pelos quais as redes sociais ajudam a sua empresa são inúmeros
devido a possibilidade de interação constante e facilitado como o
público-alvo e também a garantia de posicionamento no segmento de
marketplaces do mercado, o que faz com que o nosso cliente sempre acha o
produto ou a empresa procurada.
A Plataforma Comercial site Marketplace da Startup Valeon está apta a
resolver os problemas e as dificuldades das empresas e dos consumidores
que andavam de há muito tempo tentando resolver, sem sucesso, e o
surgimento da Valeon possibilitou a solução desse problema de na região
do Vale do Aço não ter um Marketplace que Justamente por reunir uma
vasta gama de produtos de diferentes segmentos e o marketplace Valeon
atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao
lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não
conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa
vitrine virtual. Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de
diferentes segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e
volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de
visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e
acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual.
Quando o assunto é e-commerce, os marketplaces são algumas das
plataformas mais importantes. Eles funcionam como um verdadeiro shopping
center virtual, atraindo os consumidores para comprar produtos dos mais
diversos segmentos no mesmo ambiente. Por outro lado, também
possibilitam que pequenos lojistas encontrem uma plataforma, semelhante a
uma vitrine, para oferecer seus produtos e serviços, já contando com
diversas ferramentas. Não é à toa que eles representaram 78% do
faturamento no e-commerce brasileiro em 2020.
Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas vantagens que
são extremamente importantes para quem busca desenvolver seu e-commerce e
escalar suas vendas pela internet, pois através do nosso apoio, é
possível expandir seu ticket médio e aumentar a visibilidade da sua
marca.
Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que
tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos
potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar
empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de
escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.
CONTRATE A STARTUP VALEON PARA FAZER A DIVULGAÇÃO DA SUA EMPRESA NA INTERNET
Moysés Peruhype Carlech
Existem várias empresas especializadas no mercado para desenvolver,
gerenciar e impulsionar o seu e-commerce. A Startup Valeon é uma
consultoria que conta com a expertise dos melhores profissionais do
mercado para auxiliar a sua empresa na geração de resultados
satisfatórios para o seu negócio.
Porém, antes de pensar em contratar uma empresa para cuidar da loja online é necessário fazer algumas considerações.
Por que você deve contratar uma empresa para cuidar da sua Publicidade?
Existem diversos benefícios em se contratar uma empresa especializada
para cuidar dos seus negócios como a Startup Valeon que possui
profissionais capacitados e com experiência de mercado que podem
potencializar consideravelmente os resultados do seu e-commerce e isto
resulta em mais vendas.
Quando você deve contratar a Startup Valeon para cuidar da sua Publicidade online?
A decisão de nos contratar pode ser tomada em qualquer estágio do seu
projeto de vendas, mas, aproveitamos para tecermos algumas
considerações importantes:
Vantagens da Propaganda Online
Em pleno século XXI, em que a maioria dos usuários tem perfis
nas mídias sociais e a maior parte das pessoas está conectada 24 horas
por dia pelos smartphones, ainda existem empresários que não investem em
mídia digital.
Quando comparada às mídias tradicionais, a propaganda online é
claramente mais em conta. Na internet, é possível anunciar com pouco
dinheiro. Além disso, com a segmentação mais eficaz, o seu retorno é
mais alto, o que faz com que o investimento por conversão saia ainda
mais barato.
Diferentemente da mídia tradicional, no online, é possível modificar
uma campanha a qualquer momento. Se você quiser trocar seu anúncio em
uma data festiva, basta entrar na plataforma e realizar a mudança,
voltando para o original quando for conveniente.
Outra vantagem da propaganda online é poder acompanhar em tempo
real tudo o que acontece com o seu anúncio. Desde o momento em que a
campanha é colocada no ar, já é possível ver o número de cliques, de
visualizações e de comentários que a ela recebeu.
A mídia online possibilita que o seu consumidor se engaje com o
material postado. Diferentemente da mídia tradicional, em que não é
possível acompanhar as reações do público, com a internet, você pode ver
se a sua mensagem está agradando ou não a sua audiência.
Outra possibilidade é a comunicação de via dupla. Um anúncio
publicado em um jornal, por exemplo, apenas envia a mensagem, não
permitindo uma maior interação entre cliente e marca. Já no meio
digital, você consegue conversar com o consumidor, saber os rastros que
ele deixa e responder em tempo real, criando uma proximidade com a
empresa.
Com as vantagens da propaganda online, você pode expandir ainda mais o
seu negócio. É possível anunciar para qualquer pessoa onde quer que ela
esteja, não precisando se ater apenas à sua cidade.
Uma das principais vantagens da publicidade online, é que a mesma
permite-lhe mostrar os seus anúncios às pessoas que provavelmente estão
interessadas nos seus produtos ou serviços, e excluir aquelas que não
estão.
Além de tudo, é possível monitorizar se essas pessoas clicaram ou não nos seus anúncios, e quais as respostas aos mesmos.
A publicidade online oferece-lhe também a oportunidade de alcançar
potenciais clientes à medida que estes utilizam vários dispositivos:
computadores, portáteis, tablets e smartphones.
Vantagens do Marketplace Valeon
Uma das maiores vantagens do marketplace é a redução dos gastos com
publicidade e marketing. Afinal, a plataforma oferece um espaço para as
marcas exporem seus produtos e receberem acessos.
Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes
segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de
público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos
consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro
contato por meio dessa vitrine virtual.
Tem grande variedade de ofertas também e faz com que os clientes
queiram passar mais tempo no site e, inclusive, voltem com frequência
pela grande diversidade de produtos e pela familiaridade com o ambiente.
Afinal de contas, é muito mais prático e cômodo centralizar suas
compras em uma só plataforma, do que efetuar diversos pedidos
diferentes.
Inserir seus anúncios em um marketplace como o da Valeon significa
abrir um novo “ponto de vendas”, além do e-commerce, que a maioria das
pessoas frequenta com a intenção de comprar. Assim, angariar sua
presença no principal marketplace Valeon do Vale do Aço amplia as
chances de atrair um público interessado nos seus produtos. Em suma,
proporciona ao lojista o crescimento do negócio como um todo.
Quando o assunto é e-commerce, os marketplaces são algumas das
plataformas mais importantes. Eles funcionam como um verdadeiro shopping
center virtual, atraindo os consumidores para comprar produtos dos mais
diversos segmentos no mesmo ambiente. Por outro lado, também
possibilitam que pequenos lojistas encontrem uma plataforma, semelhante a
uma vitrine, para oferecer seus produtos e serviços, já contando com
diversas ferramentas. Não é à toa que eles representaram 78% do
faturamento no e-commerce brasileiro em 2020.
Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas vantagens que
são extremamente importantes para quem busca desenvolver seu e-commerce e
escalar suas vendas pela internet, pois através do nosso apoio, é
possível expandir seu ticket médio e aumentar a visibilidade da sua
marca.
VOCÊ CONHECE A ValeOn?
A MÁQUINA DE VENDAS ONLINE DO VALE DO AÇO
TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!
A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em
torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o
consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita
que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu
consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e
reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a
experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende
as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A
ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio,
também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para
ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser.
Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem
a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos
potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar
empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de
escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.
Apresentamos o nosso site que é uma Plataforma Comercial Marketplace
que tem um Product Market Fit adequado ao mercado do Vale do Aço,
agregando o mercado e seus consumidores em torno de uma proposta
diferenciada de fazer Publicidade e Propaganda online, de forma atrativa
e lúdica a inclusão de informações úteis e necessárias aos consumidores
como:
A reforma do Estado do presidente argentino, Javier Milei, foi
aprovada com modificações na madrugada de quinta-feira (13) pelo Senado
após uma longa sessão que começou na manhã de quarta-feira e foi marcada
por distúrbios em frente ao Congresso que deixaram quase 20 feridos e
detidos, além de carros incinerados.
“Por esses argentinos que sofrem, que esperam, que não querem ver
seus filhos deixarem o país […], meu voto é afirmativo”, disse a líder
do Senado e também vice-presidente do país, Victoria Villarruel, após o
empate de 36-36 na votação “em geral” do texto, que depois foi discutida
título por título.
A presidência celebrou a “aprovação histórica” da chamada Lei Bases
para desregulamentação da economia, que voltará à Câmara dos Deputados
para a sanção final da “reforma legislativa mais ambiciosa dos últimos
40 anos”.
Este é o primeiro apoio legislativo após seis meses de governo de
Milei, cujo pequeno partido A Liberdade Avança é minoritário em ambas as
câmaras, com apenas sete das 72 cadeiras no Senado.
O caminho no Legislativo foi difícil. O projeto fracassou na primeira
tentativa na Câmara dos Deputados e, para recuperá-lo, o governo fez
muitas concessões até reduzir seu conteúdo original de 600 artigos para
um terço.
No debate individual dos dez títulos, os senadores aprovaram a
polêmica delegação de poderes legislativos ao presidente ultraliberal.
“Realmente querem que deleguemos poderes legislativos para melhorar o
funcionamento do Estado ao presidente que diz que ama ser aquele que
vai destruir o Estado por dentro?”, questionou a senadora Juliana Di
Tullio antes da votação, citando uma declaração recente de Milei.
O Senado passou a discutir uma reforma fiscal paralela, que inclui o retorno de um imposto para tributar salários e pensões.
– Incentivo aos investimentos –
Também foi aprovado um polêmico incentivo aos grandes investimentos,
que oferece vantagens fiscais, aduaneiras e cambiais durante 30 anos a
capitais estrangeiros que superam 200 milhões de dólares.
“Estamos dando um cheque em branco que não sabemos quanto vai custar
por 30 anos, além da prioridade no uso dos recursos naturais”, disse o
senador Martín Lousteau.
O empresário americano Elon Musk, que participou na quarta-feira em
uma videoconferência durante a qual Milei apresentou sua teoria
econômica, encorajou os argentinos a “dar completo apoio ao presidente
para levar adiante esta experiência porque, claramente, as políticas do
passado não funcionaram”.
Dono da fabricante de carros elétricos Tesla, Musk já se encontrou
algumas vezes com Milei e demonstrou interesse na Argentina, que é uma
das principais reservas mundiais de lítio, fundamental para a fabricação
de baterias.
Entre os 238 artigos da Lei Bases, também foi aprovada a
possibilidade de privatização de algumas empresas – mas as negociações
deixaram a Aerolíneas Argentinas de fora da lista -, assim bem como uma
reforma trabalhista que amplia o período de teste e flexibiliza o
sistema de indenizações para as demissões.
“Viemos para transformar a realidade”, disse o governista Ezequiel Atauche ao justificar seu voto a favor.
– Batalha campal –
Durante a sessão, milhares de pessoas se reuniram ao redor do
Congresso em repúdio ao projeto e ao draconiano ajuste fiscal do
presidente.
A polícia repeliu com gás lacrimogêneo, tiros de balas de borracha e
jatos de água um grupo que tentou ultrapassar as barreiras que isolavam o
Congresso. Os manifestantes responderam atirando pedras nos policiais, o
que gerou uma batalha campal e deixou dois carros incendiados.
Sete pessoas, incluindo cinco deputados opositores, foram atendidas
em um hospital após serem afetadas por gás lacrimogêneo da polícia,
informou à AFP o Ministério da Saúde, e dezenas foram atendidas no local
devido às inalações.
Um porta-voz do Ministério da Segurança assegurou à AFP que pelo
menos 10 pessoas foram detidas e nove policiais federais ficaram
feridos.
“Roberto María La Cruz Gómez, sou peronista e venho para que a lei
Bases não seja aprovada, porque sou argentino!”, gritou um jovem
enquanto era detido por policiais federais.
A presidência denunciou na rede social X “os grupos terroristas que,
com paus, pedras e até granadas, tentaram perpetrar um golpe de Estado”.
O debate ocorreu em um contexto de recessão em que a atividade
industrial e o consumo despencaram, metade da população está na pobreza,
milhares foram demitidos, a inflação é de quase 300% interanual e
salários e aposentadorias perderam poder aquisitivo.
Ao anoitecer, vários focos de protestos espontâneos em diferentes
pontos de Buenos Aires foram registrados e ouviam-se panelas e buzinas.
Em uma partida da liga profissional de futebol, torcedores do Argentinos
Juniors – berço de Diego Maradona – cantaram “A pátria não se vende!”.