Cúpula do G7 na Itália oferece oportunidade para os dois chefes de
Estado finalmente alcançarem uma base comum de trabalho. Se Argentina e
Brasil não cooperarem, ambos perdem influência e crescimento
econômico.Nesta quinta-feira (13/06) começa na Itália a cúpula do G7, o
encontro informal das principais democracias ocidentais. O anfitrião é a
Itália, e a primeira-ministra Giorgia Meloni convidou, entre outros, os
presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Javier Milei.
O presidente argentino inicialmente hesitou em ir para a Europa, mas
acabou aceitando o convite. Assim tudo indica que haverá pela primeira
vez um encontro entre Lula e Milei, que não são próximos nem política
nem pessoalmente.
O tom da relação entre eles foi dado por Milei, ainda na campanha
eleitoral argentina, ao chamar Lula de “corrupto” e “socialista com
vocação totalitária”. Lula não foi à posse de Milei, em Buenos Aires,
apesar de o líder argentino ter enviado sua futura ministra do Exterior a
Brasília para entregar um convite personalizado.
A recusa de Lula é compreensível diante dos insultos feitos pelo
argentino. Além disso, a posse do libertário Milei foi dominada pela
presença de líderes populistas, como Viktor Orbán. Também o
ex-presidente Jair Bolsonaro foi recebido como se ainda fosse chefe de
Estado.
Lula, ao contrário de Milei, absteve-se até aqui de fazer comentários
sobre o ocupante da Casa Rosada. Isso fala a seu favor, pois ele
certamente sabe que rixas pessoais não têm lugar na diplomacia. Lula
provavelmente também tinha pouco em comum com George Bush, mas se dava
tão bem com o presidente conservador dos EUA quanto com seu sucessor
democrata, Barack Obama.
Desavenças pessoais devem ficar de lado na política externa. Há muito
em jogo para que os chefes de Estado eleitos dos dois maiores países da
América do Sul se permitam rejeitar um ao outro – tanto econômica como
politicamente.
Argentina e Brasil são os parceiros comerciais mais importantes da
região. Ambos exportam principalmente produtos industriais para o país
vizinho. Isso inclui sobretudo carros, máquinas agrícolas e caminhões.
Se eles não comercializassem esses bens de alto valor, seus setores
industriais estariam em situação ainda pior do que já estão.
Nos últimos 30 anos, as duas maiores economias do América do Sul
frequentemente se ajudaram mutuamente a se estabilizar em tempos
difíceis. Em 1994, o aumento do consumo no Brasil após a introdução do
Plano Real evitou o pior para a economia argentina num momento em que
ela ameaçava cair numa forte recessão. No Brasil, os alimentos
argentinos foram igualmente importantes para manter a inflação baixa
após a reforma econômica.
Juntos, os dois países formam aquela que é de longe a maior área
econômica da América Latina, com cerca de 260 milhões de habitantes, e
são a 8º (Brasil) e a 24º (Argentina) no ranking mundial de economias.
Isso também explica por que nada funciona no Mercosul se os chefes de
Estado desses dois países não agirem de forma coordenada. Se eles não
se falarem por seis meses – como é o caso agora – a UE pode simplesmente
ficar de braços cruzados nas negociações sobre a área de livre comércio
com o argumento de que os parceiros sul-americanos não se entendem.
Mas é também igualmente importante que Argentina e Brasil se unam na
política externa. É verdade que o Brasil é uma potência regional do
ponto de vista geopolítico. Mas quando o Brasil e a Argentina agem
juntos, eles têm muito mais peso internacional. Na América do Sul, às
vezes se esquece que, na condição de democracias, a voz dos dois países
tem um peso especial no Ocidente.
Portanto, está mais do que hora de Lula e Milei encontrarem uma forma
de trabalhar juntos – se isso não funcionar agora na Itália, então que
tenham no máximo até julho, na reunião do Mercosul, um plano de como
pretendem trabalhar juntos no futuro.
Há mais de 30 anos o jornalista Alexander Busch é correspondente de
América do Sul. Ele trabalha para o Handelsblatt e o jornal Neue Zürcher
Zeitung. Nascido em 1963, cresceu na Venezuela e estudou economia e
política em Colônia e em Buenos Aires. Busch vive e trabalha em
Salvador. É autor de vários livros sobre o Brasil.
O texto reflete a opinião pessoal do autor, não necessariamente da DW.
BRASÍLIA – Exonerado da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi “mal-orientado” na decisão de importar até 1 milhão de toneladas de arroz pelo governo federal.
“Sem dúvidas, o leilão foi desorganizado e se politizou o assunto
pela oposição. Faltou organização e faltou orientação”, disse Geller, em
entrevista à BandNews após sua exoneração ser publicada nesta
quarta-feira, 12.
“De minha parte, nas reuniões técnicas na Casa Civil, não faltou
pedido de cautela”, observou, mencionando que a equipe econômica
concordava com a não realização do certame público.
Geller foi demitido por indícios de conflito de interesse e conexões com intermediários do leilão de importação de arroz do governo federal.
O filho de Geller, Marcello Geller, é sócio em uma empresa de Robson
Luiz de Almeida França, um dos principais intermediários das empresas
vencedoras do edital.
França é proprietário da Foco Corretora de Grãos e presidente da
Bolsa de Mercadorias de Mato Grosso (BMT), que negociou 116 mil
toneladas das 263,3 mil toneladas vendidas no leilão, além de ser
ex-assessor parlamentar de Geller quando era deputado federal. Ele nega
favorecimento a França e o envolvimento do seu filho, Marcello, no
leilão.
Órgãos de controle do governo reconheceram haver indícios de tráfico
de influência e conflito de interesses no leilão e, portanto, orientaram
a anulação e o afastamento do secretário.
Para Geller, o leilão de arroz foi “mal conduzido do ponto de vista
político”, mas negou que tenha havido “má-fé”. “As posições técnicas não
foram seguidas. Elas foram açodadas para fazer com que arroz chegasse
nas periferias dos grandes centros”, disse, sem detalhar quem foi o
responsável por ter atropelado o leilão. Para ele, o setor produtivo
deveria ter sido mais ouvido. “O edital seguiu os parâmetros legais. A
Conab possui compliance efetivo e exigente, mas o leilão foi um
equívoco”, afirmou.
Geller também afirmou que não pediu exoneração da pasta, mas sim foi
comunicado do afastamento pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.
“Não sou culpado por isso. Não posso ser penalizado por um erro político
cometido na condução desse leilão”, afirmou, reclamando ter sido
utilizado como “bode expiatório”.
“A minha demissão partiu do ministério. Não sei se foi pedido de
Lula, mas pelo histórico de atuação, acho que não”, acrescentou. “É
justo o presidente se preocupar com o preço do arroz porque atinge as
massas mais pobres, mas o preço do arroz é globalizado.”
Geller disse ainda que vai avaliar a participação na audiência
pública da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e
Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados para esclarecer o leilão
de arroz.
Entre as propostas estudadas, estão: a atualização de bens de pessoas
físicas e jurídicas no Imposto de Renda; a repatriação de recursos no
exterior com regularização dos valores e pagamento de imposto no Brasil;
e o uso de recursos esquecidos em contas judiciais de pessoas que
ganharam ações na Justiça e não sacaram os valores nem manifestaram
interesse em reaver as quantias. Os senadores também discutem vincular ataxação de compras internacionais acima de US$ 50, aprovada em outro projeto, como fonte de compensação.
Ainda não há a definição exata de quais medidas serão apresentadas, e
nem o cálculo do impacto financeiro dessas novas fontes. O presidente
do Senado afirmou que as ações serão discutidas na próxima quinta-feira,
13, em uma reunião de líderes da Casa. A intenção dos parlamentares é
usar propostas em tramitação e incorporar no projeto da desoneração da
folha, que está sob relatoria do líder do governo, senador Jaques Wagner (PT-BA).
“Não nos esqueçamos dessa nossa obrigação, desse nosso compromisso; e
eu quero, a partir da reunião de líderes de quinta-feira, tratar de
maneira prioritária desse tema, considerando que temos vários projetos
colocados como possibilidades de fontes sustentáveis e legítimas de
arrecadação para fazer frente à desoneração de pagamento”, afirmou
Pacheco durante sessão no plenário.
Ao reagir à decisão de Pacheco, Haddad pontuou que o Senado assumiu a responsabilidade de apresentar as fontes de compensação.
O entendimento foi reforçado pelo líder do governo na Casa e relator do
projeto da desoneração, Jaques Wagner (PT-BA). “Já que todos somos
devotos da Lei de Responsabilidade Fiscal, estaremos abertos para
encontrarmos juntos as compensações necessárias”, disse Wagner.
A mudança no uso de créditos de PIS/Cofins foi proposta pelo
Ministério da Fazenda e editada pelo presidente Lula para aumentar a
arrecadação e compensar a desoneração da folha de empresas e municípios,
após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter suspendido o benefício. De
acordo com a Receita Federal, o impacto da desoneração em 2024 é de R$
26,3 bilhões. Segundo o Desonera Brasil, os 17 setores beneficiados
empregam 9,3 milhões de pessoas, e criaram 151 mil empregos nos dois
primeiros meses do ano.
“Temos medidas de compensação, a qual não nos furtaremos de avançar,
mas sem sacrificar quem produz”, afirmou o senador Efraim Filho
(União-PB), autor do projeto que prorrogou a desoneração da folha. “Não
adianta dar com uma mão e tirar com a outra; não adianta entregar
desoneração reduzindo a carga tributária na folha de pagamento para
depois sacrificar o setor produtivo, especialmente aqueles com perfil
exportador do agro e de outros setores”, afirmou.
O colegiado reúne as nações democráticas mais desenvolvidas do mundo,
com uma riqueza acumulada de US$ 43,5 trilhões — o que representa cerca
de 43% do PIB mundial, segundo estimativa do Banco Mundial. Mas,
afinal, o que é o G7?
O que é o G7?
O G7 é a abreviação de Grupo dos Sete, uma organização informal de
líderes de algumas das maiores economias do mundo: Canadá, França,
Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos.
A Rússia foi suspensa indefinidamente do grupo, que na época era
conhecido como G8, em 2014 depois que a maioria dos países membros se
aliou contra a anexação da Crimeia. Foi a primeira violação das
fronteiras de um país europeu desde a Segunda Guerra Mundial.
O que o G7 faz?
Os membros do G7 se reúnem anualmente em uma cúpula para discutir
questões urgentes no cenário global e coordenar políticas. A segurança
internacional e a economia global são frequentemente tópicos de
discussão. Ao contrário das organizações internacionais formais, o
G7 não possui qualquer estrutura administrativa permanente.
O país sede, que troca a cada ano, é responsável por organizar o
encontro e por propor a pauta a ser discutida. Além da cúpula do G7, há
uma série de encontros de funcionários do primeiro-escalão e do corpo
diplomático dos Estados envolvidos.
As reuniões começaram como o “Grupo da Bibliotecas”, fundado na
década de 1970 pelo então Secretário do Tesouro dos Estados Unidos,
George Shultz.
Ministros das finanças dos Estados Unidos, França, Alemanha e Reino
Unido se reuniam para “conversas informais” para tentar estabilizar a
turbulência cambial.
O Japão aderiu logo depois, e em 1975, com dois dos participantes
originais – França e Alemanha – enviando seus presidentes, os encontros
tornaram-se reuniões de chefes de Estado e de governo. Canadá e Itália
logo se juntaram e a cúpula ficou conhecida como o Grupo dos Sete.
O último país a entrar no grupo foi a Rússia, em 1997. Ainda assim,
em 2014, o Kremlin foi expulso do encontro após a anexação da Criméia,
que é oficialmente reconhecido como território ucraniano pela maioria
das nações da comunidade internacional.
Segundo comunicado divulgado neste ano pela Itália, o G7 “é um grupo
unido por valores e princípios comuns, e desempenha um papel inestimável
na arena internacional para promover a liberdade, a democracia e os
direitos humanos”.
BRASÍLIA – O União Brasil reforçou nesta quarta-feira, 12, “total
apoio” ao ministro das Comunicações, Juscelino Filho, integrante do
partido, após ele ser indiciado pela Polícia Federal (PF). A legenda,
por meio de nota da Executiva Nacional, diz que não admitirá
“pré-julgamentos” e defende que o princípio da presunção de inocência e o
devido processo legal sejam “rigorosamente respeitados”.
Juscelino foi indiciado após a PF finalizar as investigações sobre
desvio de verbas federais da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do
São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) – caso revelado pelo Estadão em janeiro de 2023 A corporação imputa ao ministro supostos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
“É importante esclarecer que essa investigação não tem relação direta
com a atuação de Juscelino Filho como ministro das Comunicações.
Curiosamente, ela teve início após sua nomeação para o primeiro escalão
do Governo Federal, o que levanta suspeitas sobre uma possível atuação
direcionada e parcial na apuração”, afirma o União Brasil, na nota.
A sigla fala em “vazamentos seletivos” e “descontextualizados” sobre
Juscelino e diz que investigações semelhantes no passado levaram a
“condenações injustas”. Mesmo que o caso não tenha sido citado pelo
União Brasil na nota, o próprio Lula foi condenado pela Operação Lava
Jato, mas teve os processos anulados posteriormente pelo Supremo
Tribunal Federal (STF).
“O União Brasil reforça seu total apoio ao ministro das Comunicações,
Juscelino Filho, diante do indiciamento por parte da Polícia Federal.
Suspeitas são apenas suspeitas, e o partido não vai admitir
pré-julgamentos ou condenações antecipadas sobre o ministro.
Indiciamento não deve significar culpa, e o princípio da presunção de
inocência e o devido processo legal devem ser rigorosamente
respeitados”, afirma o União Brasil, na nota.
O partido afirma que Juscelino é “um dos grandes quadros políticos do
partido e do País” e que o trabalho dele no ministério tem sido
reconhecido pelos setores da Radiodifusão e de Telecomunicações. “O
União Brasil reafirma seu apoio ao ministro Juscelino Filho e sua
confiança na Justiça, o único órgão competente para julgar”, diz outro
trecho da nota.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inicia
nesta quinta-feira (13/6) três dias de compromissos oficiais na Suíça e
na Itália, após uma série de reveses domésticos importantes de sua
gestão, que terão que ser enfrentados na sua volta ao país.
Horas antes de seu embarque, foi tornada pública a decisão da Polícia Federal de indiciar o ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União
Brasil), pelos crimes de corrupção passiva, fraude em licitações e
organização criminosa, sob a suspeita de ter desviado recursos de
emendas parlamentares, quando era deputado federal.
Caberá agora à Procuradoria-Geral da República decidir se apresenta uma denúncia criminal contra ele.
A notícia negativa chegou um dia após o Congresso Nacional devolver
uma medida provisória que limitava créditos tributários para empresas,
numa tentativa do Ministério da Fazenda de compensar perdas de receitas
com a desoneração da folha de pagamento de 17 setores intensivos em mão
de obra e dos municípios.
A medida era considerada fundamental dentro do esforço para
equilibrar as contas federais e sua devolução expôs a fragilidade do
governo no Congresso.
A lista de reveses, porém, não acaba aí: na terça-feira (11/06), o
governo também precisou anular um leilão para compra de arroz após
suspeitas de fraudes, o que levou à demissão do secretário de Política
Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller.
O leilão, que ainda será refeito, busca garantir o abastecimento do
país após perdas de safra com as inundações no Rio Grande do Sul.
Os últimos dias foram marcados, também, por aumentos na inflação e
pela persistência de paralisações e greves de servidores, que jogam mais
pressão sobre o governo.
“A semana concentrou uma série de problemas. Dá para dizer, sem
exagero, que foi a pior semana do governo Lula”, avalia o cientista
político da Tendências Consultoria, Rafael Cortez.
Na sua leitura, as dificuldades no Congresso e as notícias negativas
vindas de alguns ministérios devem aumentar as pressões por uma reforma
ministerial.
Ele acredita, porém, que Lula deve aguardar os resultados das
eleições municipais. Na sua avaliação, o campo da centro-direita hoje
parece mais forte para os pleitos de outubro.
“Se esse cenário de derrota eleitoral em 2024 realmente acontecer, e
tem tudo para acontecer, o governo precisaria resetar (sua composição)
para essa metade final do mandato. E aí vamos ver se o governo vai
seguir a linha mais à esquerda ou se vai procurar um cenário de
aproximação efetiva com outras forças da frente ampla que se formou na
eleição (de 2022)”, afirma Cortez.
Para o cientista político Antonio Lavareda, a semana foi marcada por
fatos negativos para o governo, mas não trouxeram dano estrutural.
Ele também acredita em uma reforma ministerial apenas depois das
eleições municipais, que servirão de termômetro para a força dos
partidos políticos.
“O indiciamento do ministro Juscelino Filho causa desgaste, mas seria
mais grave para o governo se envolvesse denúncias de desvios na sua
gestão no ministério”, pondera.
Entenda a seguir quatro pontos de preocupação do governo que ganharam destaque nesta semana.
Ministro na mira da PF
A Polícia Federal realizou uma investigação criminal contra Juscelino
Filho e concluiu haver indícios de que ele teria integrado um esquema
de desvio de recursos de emendas parlamentares que ele próprio destinou,
quando era deputado federal, para Vitorino Freire, uma cidade no
interior do Maranhão que tem como prefeita sua irmã, Luanna Rezende
(União Brasil).
Após o indiciamento, a PGR vai avaliar se há elementos para denunciar
o ministro criminalmente. O relator do caso no Supremo Tribunal Federal
é o ministro Flávio Dino, ex-governador do Maranhão e ex-ministro da
Justiça de Lula.
Em nota pública, o ministro negou ter cometido crimes e levantou suspeitas sobre a imparcialidade da investigação.
Segundo Juscelino Filho, “o indiciamento é uma ação política e
previsível, que parte de uma apuração que distorceu premissas, ignorou
fatos e sequer ouviu a defesa sobre o escopo do inquérito”.
Ele disse ainda que seu depoimento à PF no caso foi encerrado
abruptamente após 15 minutos, “sem dar espaço para esclarecimentos ou
aprofundamento”.
“Isso suscita dúvidas sobre sua isenção, repetindo um modo operante
que já vimos na Operação Lava Jato e que causou danos irreparáveis a
pessoas inocentes”, continuou o ministro.
Na nota, diz ainda que apenas indicou as emendas, não tendo responsabilidade sobre a execução e fiscalização das obras.
“Minha inocência será comprovada ao final desse processo, e espero
que o amplo direito de defesa e a presunção de inocência sejam
respeitados”, afirmou também.
O ministro tem sido alvo de denúncias desde o início do governo.
Ainda em março de 2023, reportagens do jornal O Estado de S. Paulo
revelaram que ele teria recebido diárias de viagem de forma irregular e
usado um jato do governo para ir a eventos não relacionados ao cargo.
Ele continuou no cargo após negar irregularidades e devolver diárias,
afirmando que teriam sido recebidas por erro no sistema de controle.
Com o indiciamento, aumentaram as pressões por sua saída.
O vice-líder da oposição no Senado, Eduardo Girão (Novo-CE), disse
que o ministro seria exonerado se o governo tivesse “algum resquício de
ética”.
Ao desembarcar em Genebra, nesta quinta-feira (13/06), para
participar de um evento da Organização Internacional do Trabalho (OIT),
Lula afirmou que o fato de Juscelino ter sido indiciado não significa
necessariamente que ele cometeu um erro e que caberá a ele “provar que é
inocente”.
O presidente disse ainda que conversaria com o ministro antes de tomar uma decisão.
Questionada pela BBC News Brasil se haveria alguma ação do presidente
em relação ao ministro, a Secretaria de Comunicação da Presidência da
República não respondeu.
Eventual demissão do ministro elevaria a tensão do governo com o
União Brasil, partido que tem no deputado Elmar Nascimento (BA) um dos
principais candidatos a presidir a Câmara a partir de fevereiro, quando
acaba o mandato de Arthur Lira (PP-AL).
Com peso relevante no Congresso, a sigla tem entregado poucos votos a
favor do governo em votações importantes, apesar de ter indicado também
outros dois ministros –- Celso Sabino (Turismo) e Waldez Góes
(Integração e Desenvolvimento Regional).
Na recente decisão do Congresso de derrubar o veto de Lula ao fim das
saidinhas de presos, por exemplo, os seis senadores da sigla votaram
contra o governo. Já na Câmara, de 55 deputados do União Brasil, apenas a
ex-ministra do Turismo Daniela Carneiro votou pela manutenção do veto.
Antonio Lavareda acredita que Lula não demitirá Juscelino Filho, ao menos enquanto aguarda os desdobramentos do caso na Justiça.
“Já é um partido que não entrega muito voto. Se excluir o Juscelino
contra a vontade do partido, vai estar arrumando problema. Os poucos
votos que o partido arruma, vai deixar de arrumar. Se alguém achar que é
ruim com eles, com certeza será pior sem eles”, avalia.
Devolução da medida provisória
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), decidiu devolver a
medida provisória que limitava a compensação de créditos de PIS/Cofins
por empresas e produtores rurais, após a pressão de diversos setores da
economia, que perderiam benefícios fiscais com a medida.
A decisão foi uma importante derrota de Fernando Haddad, que vinha
conquistando vitórias no Congresso em 2023, quando conseguiu aprovar a
reforma tributária e medidas de aumento de arrecadação, como a taxação
de fundos exclusivos e aplicações em offshores (empresas no exterior que
investem no mercado financeiro).
Após a MP ser devolvida, Haddad reconheceu que não tem um “plano B”
para arrecadar recursos que compensem a desoneração da folha e disse que
vai buscar uma solução com o Congresso.
“Vamos colocar toda a equipe da Receita Federal à disposição do
Senado para tentar buscar uma alternativa”, disse a jornalistas na
terça-feira (11/6).
Para o cientista político Rafael Cortez, a derrota do governo reflete
a dissonância entre a estratégia do governo de equilibrar as contas
públicas com mais arrecadação e a resistência da maioria do Congresso.
“Essa estratégia teve resultados no ano passado, mas agora os sinais
são de que o governo não tem força política para continuar aumentando
arrecadação. As preferências da maioria da centro-direita, que comanda o
Congresso, são por desoneração”, ressalta.
O analista da Tendências vê um governo “fraco” no momento, com
dificuldades não só para aprovar suas propostas, mas com dificuldade de
barrar agendas do campo conservador.
Exemplos disso, nota, foi a aprovação do fim da saidinha dos presos e
a expectativa de votação na Câmara de uma proposta para equiparar a
interrupção de gestação após 22 semanas ao crime de homicídio, mesmo em
casos de aborto legal, como gravidez decorrente de estupro.
Cancelamento do leilão de arroz
Outra fonte de desgaste para a gestão Lula foi o cancelamento de um
leilão do governo para compra de arroz, com objetivo de garantir o
abastecimento do país após a perda de parte da safra do Rio Grande do
Sul, devido às fortes enchentes.
A operação, realizada na semana passada, previa a compra pelo governo
de 263,7 mil toneladas de arroz importado, no valor total de R$ 1,3
bilhão.
O leilão já vinha sofrendo resistência por parte dos produtores de
arroz, que temiam prejuízo com a importação, embora a medida tenha
recebido também apoio, para afastar riscos de desabastecimento e
disparada de preços.
A operação foi anulada após suspeitas de fraudes. Havia desconfiança
de que algumas das empresas vencedoras não teriam capacidade de entregar
o arroz.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse a jornalistas, na
terça, que a habilitação das empresas foi feita pelas Bolsas de
Mercadorias e Cereais e que o governo só soube quem foram os
participantes e vencedores depois do leilão.
“Vamos revisitar os mecanismos estabelecidos para esses leilões, com
apoio da Controladoria-Geral da União e da Advocacia-Geral da União.
Pretendemos fazer novo leilão, quem sabe em outros modelos, para que a
gente possa ter as garantias de que vamos contratar as empresas que
tenham capacidade técnica e financeira”, afirmou, na ocasião.
“Não tem como a gente depositar esse dinheiro público sem ter a garantia de que esses contratos serão honrados”, disse também.
Para Antônio Lavareda, o leilão do arroz foi “desastroso”, mas o
governo foi capaz de reduzir danos ao cancelar a operação e demitir o
secretário de Política Agrícola, Neri Geller.
Em paralelo ao fracasso do leilão que busca conter os preços do
arroz, o governo recebeu também a notícia de que a inflação acelerou em
maio, puxada pela alta dos preços dos alimentos, algo que impacta, em
especial, os mais pobres.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o
IPCA subiu 0,46% no mês passado, acima do esperado, acumulando alta de
3,93% em 12 meses.
A inflação dos alimentos subiu 0,62%, aumento que, segundo o IBGE,
foi em parte influenciado pelas enchentes no Rio Grande do Sul.
Itens de alimentação acumulam alta de 4,23% nos cinco primeiros meses
do ano, acima do resultado geral do IPCA no mesmo período (2,27%),
refletindo a aceleração dos preços em 2024.
Já em 12 meses, os alimentos ficaram, em média, 3,56% mais caros.
Greves de servidores
Lula começou a semana tentando arrefecer a greve de professores e
técnicos-administrativos em universidades e institutos federais. Em
cerimônia no Palácio do Planalto, o governo anunciou R$ 5,5 bilhões em
investimento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para
universidades e hospitais universitários.
“Nesse caso da educação, se vocês analisarem o conjunto da obra, vão
perceber que não há muita razão para essa greve estar durando o que está
durando. Quem está perdendo não é o Lula, quem está perdendo não é o
reitor, quem está perdendo é o Brasil e os estudantes brasileiros”,
discursou na ocasião.
O presidente argumentou ainda que a proposta de reajuste do governo
era “um montante de recursos não recusável” e que era preciso “coragem”
das lideranças para encerrar a greve.
Em maio, o Ministério da Gestão elevou sua proposta, oferecendo
reajustes de 13,3% a 31% até 2026, a depender do cargo ocupado pelo
servidor, que começariam a ser pagos apenas em 2025.
No caso dos professores, a reivindicação apresentada pela Andes
(Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior) é
repor as perdas salariais acumuladas desde 2016 (22,17%). A categoria
pede os seguintes índices de reajuste: 7,06% em 2024, 9% em janeiro de
2025, e 5,16% em maio de 2026.
O apelo de Lula não deu resultado e gerou reação da Andes.
“A recomposição orçamentária é uma das principais pautas da Greve da
Educação Federal e o anúncio dos R$ 5,5 bilhões até 2026 representa
algum avanço. No entanto, diante do grave quadro de sucateamento pelo
qual passam nossas universidades, institutos e cefets (centros federais
de educação tecnológica), é pouco. Muito pouco inclusive para um governo
que anuncia ter a Educação como prioridade”, informou o sindicato em
nota, segundo o portal G1.
A greve das universidades não é a única que preocupa o governo. Os
servidores ambientais (Ibama, ICMBio e Serviço Florestal) realizam
paralisação desde janeiro, com redução da maioria de suas atividades. A
categoria deve decidir essa semana se fará uma greve no próximo dia 24.
O cientista político Antônio Lavareda considera que a pressão de
servidores por reajustes e mais verbas para seus órgãos é um problema
“inescapável” para o atual governo.
“Esses servidores fazem parte da base de um governo de esquerda e,
após anos tendo passado à míngua nos governos anteriores, têm a
expectativa de conseguir reverter isso agora. E, ao mesmo tempo, do lado
do governo, tem a questão do cobertor curto, da limitação de recursos”,
ressalta.
Artigo por Lincoln Eloy, Diretor Comercial da Estoquee
Uma estratégia que tem ganhado popularidade é a venda de produtos
nichados, que atendem a um segmento específico do mercado. Eles podem
ser únicos em design, função ou marca, e geralmente têm uma demanda
consistente, embora limitada. Os sellers que optam por esta estratégia
podem se beneficiar de várias maneiras, já que a relativa exclusividade
desses itens cria uma demanda consistente.
Primeiro, eles enfrentam menos concorrência, pois esses são produtos
menos prováveis de serem vendidos por grandes varejistas, o volume de
vendas tem a tendência de ser mais baixo, porém com maior margem de
lucro. Além disso, preços mais altos podem ser aplicados, uma vez que os
clientes podem estar dispostos a pagar mais por produtos que atendem às
suas necessidades específicas.
De acordo com um estudo publicado recentemente, a Dassault Systèmes
revelou que 83% dos consumidores preferem produtos com personalização, e
25,3% estão dispostos a pagar mais por esses produtos. Isso abre
caminho para estratégias de precificação dinâmica, onde os preços podem
ser ajustados em tempo real com base em algoritmos que consideram
fatores como demanda, custos de aquisição e elasticidade de preço.
A precificação de produtos nichados é uma arte que equilibra valor
percebido e disposição de pagamento. Para conseguir sobreviver e
alcançar uma margem de lucro maior, é necessário identificar o nicho
correto para saber posicionar sua loja virtual. Os varejistas de sucesso
geralmente realizam pesquisas macro e micro de mercado, incluindo
benchmarking, além de mapear as personas (público-alvo), visando
entender o comportamento dos concorrentes no mercado, assim como as
necessidades e desejos dos clientes em potencial. Eles devem considerar
fatores como idade, localização, interesses e comportamento de
compra.
Varejistas devem realizar análises profundas do mercado, utilizando
ferramentas de Data Mining e Big Data Analytics para extrair insights
valiosos sobre tendências emergentes e comportamento do consumidor. Essa
identificação e compreensão são cruciais. Conforme pesquisa feita pelo
Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), 30,2%
das micro e pequenas empresas na área do comércio encerram suas
atividades após 5 anos, sendo o índice com a maior taxa de mortalidade
das empresas, devido a problemas relacionados à falta de planejamento e
gestão da marca.
Fornecedores
A construção de uma cadeia de suprimentos robusta é vital. Parcerias
estratégicas com fornecedores que compartilham valores e visões de
negócios semelhantes podem resultar em um fluxo de produtos de alta
qualidade e entrega pontual. A seleção de empresas que compartilham os
mesmos valores e visão de negócios pode levar a parcerias estratégicas
de longo prazo e sucesso mútuo.
Marketing digital
Desenvolver estratégias de marketing digitais eficazes também é
essencial. Empresas maiores ou startups precisam investir para ganhar
notoriedade e obter resultados. Além das práticas tradicionais como SEO e
e-mail marketing, estratégias como Marketing de Conteúdo e Marketing de
Influência são fundamentais. A utilização de Inteligência Artificial
para personalizar a experiência do usuário e a implementação de
Realidade Aumentada para visualização de produtos são tendências que
podem aumentar significativamente o engajamento e as conversões. Segundo
pesquisa feita pela Twilio, 8 entre 10 empresas que investem em
marketing digital conseguem atingir suas metas financeiras.
Por fim, operar com produtos nichados no e-commerce exige mais do que
apenas uma estratégia de vendas; demanda uma abordagem holística que
integra pesquisa de mercado avançada, parcerias estratégicas e inovação
contínua em marketing. Com a mentalidade correta e a disposição para se
adaptar rapidamente às mudanças do mercado, os varejistas podem não
apenas sobreviver, mas prosperar no competitivo ambiente do comércio
eletrônico.
O “não” do cliente a uma proposta. Por quê?
Moysés Peruhype Carlech
Fiquei pensando e ao mesmo tempo preocupado com o seu “não”,
sem nenhuma explicação, à nossa proposta de divulgação da sua loja e de
resto todas as lojas dessa cidade no Site da nossa Plataforma Comercial
da Startup Valeon.
Esse “não” quer dizer, estou cheio de compromissos para fazer
pagamentos mensais, não estou faturando o suficiente para cobrir as
minhas despesas, a minha loja está vendendo pouco e ainda me vem mais
uma “despesa” de publicidade da Startup Valeon?
Pergunto: como vou comprar na sua loja? Se não sei qual é a
sua localização aí no seu domicílio? Quais os produtos que você
comercializa? Se tem preços competitivos? Qual a sua interação online
com os seus clientes? Qual o seu telefone de contato? Qual é o seu
WhatsApp?
Hoje em dia, os compradores não têm tempo suficiente para
ficarem passeando pelos Bairros e Centros da Cidade, vendo loja por loja
e depois fazendo a decisão de compra, como antigamente.
A pandemia do Covid-19 trouxe consigo muitas mudanças ao
mundo dos negócios. Os empresários precisaram lutar e se adaptar para
sobreviver a um momento tão delicado como esse. Para muitos, vender em
Marketplace como o da Startup Valeon se mostrou uma saída lucrativa para
enfrentar a crise. Com o fechamento do comércio durante as medidas de
isolamento social da pandemia, muitos consumidores adotaram novos
hábitos para poder continuar efetuando suas compras. Em vez de andar
pelos corredores dos shoppings centers, bairros e centros da cidade,
durante a crise maior da pandemia, os consumidores passaram a navegar
por lojas virtuais como a Plataforma Comercial Valeon. Mesmo aqueles que
tinham receio de comprar online, se viram obrigados a enfrentar essa
barreira. Se os consumidores estão na internet, é onde seu negócio
também precisa estar para sobreviver à crise e continuar prosperando.
É importante você divulgar a sua loja na internet com a ajuda
do Site da Startup Valeon, que no caso não é uma despesa a mais e sim
um investimento para alavancar as suas vendas. Desse modo, o seu
processo de vendas fica muito mais profissional, automatizado e
eficiente. Além disso, é possível a captação de potenciais compradores e
aumentar o engajamento dos seus clientes.
Não adianta pensar dessa forma: “Eu faço assim há anos e deu
certo, porque eu deveria fazer diferente? Eu sei o que preciso fazer”. –
Se você ainda pensa assim, essa forma de pensar pode representar um
grande obstáculo para o crescimento do seu negócio, porque o que trouxe
você até aqui é o que você já sabe e não será o que levará você para o
próximo nível de transformação.
O que funcionava antes não necessariamente funcionará no
futuro, porque o contesto está mudando cada vez mais rápido, as formas
como os negócios estão acontecendo são diferentes, os comportamentos dos
consumidores está se alterando, sem contar que estão surgindo novas
tecnologias, como a da Startup Valeon, que vão deixar para trás tudo
aquilo que é ineficiente.
Aqui, na Startup Valeon, nós sempre questionamos as formas de
pensar e nunca estamos totalmente satisfeitos com o que sabemos
justamente por entender que precisamos estar sempre dispostos a conhecer
e aprender com o novo, porque ele será capaz de nos levar para onde
queremos estar.
Mas, para isso acontecer, você precisa estar disposto a
absorver novas formas de pensar também e não ficar amarrado só ao que
você já sabe.
Se este for seu caso, convido você a realizar seu novo começo
por meio da nossa forma de anunciar e propagar a sua empresa na
internet.
Todos eles foram idealizados para você ver o seu negócio e a
sua carreira de uma forma completamente diferente, possibilitando levar
você para o próximo nível.
Aproveite essa oportunidade para promover a sua próxima transformação de vendas através do nosso site.
Então, espero que o seu “não” seja uma provocação dizendo para nós da Startup Valeon – “convença-me”.
Advogados do presidenteLuiz Inácio Lula da Silva (PT)
citaram a baixa adesão do público ao evento do Dia do Trabalhador,
convocado pelas Centrais Sindicais, em 1º de maio, como argumento para
tentar livrar o petista de multa eleitoral por campanha antecipada. De
acordo com os defensores do chefe do Poder Executivo, 1.635 pessoas
presentes no estacionamento da Arena Corinthians, na zona leste da
capital paulista, não são capazes de influenciar a eleição paulistana.
Na ocasião, Lula pediu voto explícito ao deputado federal Guilherme Boulos, pré-candidato a prefeito pelo PSOL.
A ação proposta pelo partido Novo, que tem Marina Helena como pré-candidata a prefeita, está próxima de ser sentenciada. O Ministério Público Eleitoral (MPE) defende que Lula seja condenado a pagar valor próximo do teto, que é R$ 25 mil.
Na visão dos advogados de Lula, a Justiça deve considerar que o
evento não atingiu número expressivo de presentes. “É imprescindível que
este ilustre juízo considere o baixo potencial lesivo da conduta para o
pleito eleitoral que se encaminha. O Ministério Público Eleitoral
ressalta que compareceram 1.635 pessoas no evento, além das autoridades e
líderes sindicais, porém, não é uma certeza de que todos os presentes
no evento são eleitores especificamente do Município de São Paulo,
sobretudo porque, como dito, o evento contou com ‘grande adesão’,
porquanto promovido por centrais sindicais”, afirmam em trecho do
documento.
“A bem verdade, as tais Centrais Sindicais possuem membros em todos
os Estados da Federação, os quais estavam também presentes no evento.
Dessa forma, é evidente que – mesmo se houvesse prova dessa tal
‘influência’ – 1.635 eleitores não são capazes de influenciar, de forma
relevante, as eleições municipais para prefeito de São Paulo (maior
município do Brasil, com aproximadamente 10 milhões de eleitores)”,
continuam no documento.
A defesa ainda cita que a transmissão por redes sociais também não
teve poder de influenciar a eleição em São Paulo. Liminarmente, a
Justiça Eleitoral determinou a retirada dos vídeos. Para os defensores
do petista, a inicial da ação não contempla dados sobre visualização da
transmissão.
“Não fosse suficiente, ainda que sejam considerados os dados
retirados do Youtube – o que se admite apenas pelo princípio da
eventualidade – é necessário registrar que as tais 63 mil visualizações
não possuem o condão de influenciar nas eleições municipais para o cargo
de prefeito de São Paulo, ainda que todas as visualizações tenham sido
de eleitores paulistanos (hipótese que, pela realidade algorítmica da
plataforma, beira o impossível). Levando-se em consideração a mesma
equação realizada anteriormente, a cidade de São Paulo possui cerca de
10 milhões de eleitores, de modo que tais visualizações representariam
cerca de 0,63% dos eleitores do Município de São Paulo, o que certamente
não é capaz de impactar o pleito”, defendem os advogados.
No palco do evento, Lula chamou Boulos de candidato, apesar de o
período de convenções e registros de candidatura só se abrir em julho.
“Ninguém derrotará esse moço aqui se vocês votarem no Boulos para
prefeito de São Paulo nas próximas eleições. E eu vou fazer um apelo:
cada pessoa que votou no Lula, em 1989, em 1994, em 1998, em 2006, em
2010 (naquele ano, a candidata foi Dilma Rousseff) e em 2022, tem que
votar no Boulos para prefeito de São Paulo”, disse o presidente na
ocasião. A defesa de Lula também cita nos autos que a fala do presidente
da República está amparada pela liberdade de expressão.
Ao analisar a frase de Lula, o promotor da 2ª Zona Eleitoral de São Paulo, Nelson dos Santos Pereira Júnior,
afirmou que a legislação eleitoral foi desrespeitada. “Evidente,
portanto, o pedido explícito de voto, feito pelo representado Luiz
Inácio, ao representado Guilherme Boulos para o cargo de prefeito de São
Paulo, em evento público de grande adesão, promovido por centrais
sindicais. Note-se que o representado Luiz Inácio, na qualidade de
presidente da República e líder político que já recebeu votos de milhões
de eleitores em todo o País, ao fazer pedido expresso de voto em favor
de Guilherme Boulos para prefeito de São Paulo, exerceu forte influência
sobre os eleitores que irão às urnas nas próximas eleições municipais”,
afirmou Pereira Júnior no parecer.
Presidente Lula, que estará na Europa no início do evento,
argumenta que conferência para debater paz na Ucrânia só faz sentido se
Rússia for convidada.
A Suíça vai receber entre os dias 15 e 16 de junho uma cúpula de paz
que pretende angariar apoio internacional ao fim do conflito na Ucrânia.
O objetivo da cúpula, solicitada pelo governo ucraniano, é “inspirar um
futuro processo de paz”, mas o resultado permanece incerto.
O encontro se baseia num plano de dez pontos apresentado pelo
presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, e que culmina na retirada
completa das tropas russas e no estabelecimento dos meios para alcançar
“uma paz justa e duradoura”.
A Rússia não vai participar do evento. Segundo a Suíça, o país não
foi convidado porque sinalizou não ter qualquer interesse em participar.
O governo russo disse que a iniciativa é “uma perda de tempo”.
Sem Brasil e China
Na esteira da decisão do presidente russo, Vladimir Putin, países
como Brasil e China já manifestaram desinteresse em participar de
conversas sem a presença dos dois lados do conflito, segundo comunicaram
as autoridades da Suíça.
O assessor especial da presidência, Celso Amorim, chegou a assinar
uma declaração com o ministro chinês do Exterior, Wang Yi, pedindo para
que sejam feitas negociações “reconhecidas tanto pela Rússia quanto pela
Ucrânia”.
Segundo o Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
falou por telefone com Putin nesta segunda-feira (10/06) e voltou a
defender um acordo de paz e a participação da Rússia nas negociações de
paz.
Os organizadores do evento, porém, afirmaram que, até agora, o Brasil
e outros países emergentes, como a África do Sul, não confirmaram nem
cancelaram sua participação no evento, apesar da ausência de Lula ser
dada como certa. “A lista final dos países participantes só será
publicada pouco antes da cúpula”, diz o comunicado.
Lula viajará para a Europa para uma reunião da Organização
Internacional do Trabalho (OIT) em Genebra, na Suíça, no dia 13, antes
de participar da cúpula do G7 na Itália, nos dias 14 e 15, a convite da
premiê Giorgia Meloni. Mas Lula não participará da cúpula sobre a
Ucrânia, que ocorre logo em seguida, nos dias 15 e 16.
Até o momento, 90 estados e organizações confirmaram presença. O
evento acontece no complexo hoteleiro Bürgenstock, localizado no topo de
uma montanha na vila de Obbürgen, perto da cidade de Lucerna, no centro
da Suíça. O local foi escolhido por questões de segurança devido ao seu
difícil acesso – na última semana, o país registrou um aumento em
ataques cibernéticos e desinformação sobre o evento.
O presidente francês, Emmanuel Macron, e o chanceler federal alemão,
Olaf Scholz, são esperados no encontro. A vice-presidente dos Estados
Unidos, Kamala Harris, representará o seu país. O conselheiro de
segurança nacional do Presidente Joe Biden, Jake Sullivan, também estará
presente.
O que será discutido
O presidente ucraniano anunciou pela primeira vez sua
fórmula de paz de dez pontos numa cúpula do G20 em novembro de 2022.
Ela também inclui a criação de um tribunal especial para julgar os
crimes de guerra russos.
A Suíça, porém, diz que a cúpula vai conseguir avançar apenas sobre
três temas – segurança alimentar, segurança nuclear para produção de
energia e a libertação ou troca de prisioneiros de guerra ou deportados.
A expectativa dos organizadores é criar um roteiro que inclua a Rússia
nas negociações em etapas posteriores.
As conversas acontecem em meio a uma crescente avanço dos russos
sobre território ucraniano. O país avançou sobre áreas da região da
cidade de Donetsk nos últimos meses.Em conferência realizada nesta terça-feira em
Berlim, Zelenski afirmou que a Ucrânia perdeu metade de sua capacidade
de geração de energia em decorrência de ataques russos.
O senador e ex-vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS)
disse, nesta terça-feira, 11, que espera que a Argentina ofereça asilo
político aos foragidos acusados de vandalizar as sedes dos Três Poderes,
durante os Atos Antidemocráticos de 8 de Janeiro. “A captura
internacional, tão desejada pelo governo de turno, mostra claramente o
viés autoritário e persecutório da esquerda no poder”, disse, em seu
perfil no X (ex-Twitter).
“A ida de condenados e investigados pelos atos de 8 de janeiro para a
Argentina mostra tão somente que essas pessoas não mais confiam na
Justiça brasileira”, continuou Mourão, em sua publicação. O governo de
Javier Milei afirmou, na última segunda-feira, 10, que cada pedido será
analisado individualmente.
A Polícia Federal (PF) já capturou, até esta terça, 50 dos 208
foragidos por envolvimento nos atos golpistas de 8 de Janeiro. As
diligências fazem parte da Operação Lesa Pátria, que foi às ruas em 18
estados e no Distrito Federal cumprindo mandados de prisão preventiva.
De acordo com o diretor geral da PF, Andrei Rodrigues, entre 50 e 100
dessas pessoas fugiram para a Argentina. O governo brasileiro pediu
esclarecimentos às autoridades argentinas sobre paradeiro dos foragidos
que possam ter se refugiado no país vizinho.
A PF informou que não divulgará a lista de foragidos, porém, a
identidade de pelo menos 10 bolsonaristas fugitivos ficou conhecida após
eles quebrarem as tornozeleiras eletrônicas e saírem do País.
Os alvos que ainda são investigados – estão respondendo ao processo
no Supremo Tribunal Federal (STF) – e descumpriram medidas cautelares
não são considerados foragidos. Tecnicamente, uma pessoa é considerada
foragida a partir do momento em que há um mandado de prisão contra ela e
a mesma não se apresenta à Justiça ou não é encontrada.
É o caso de pelo menos 7 bolsonaristas, que foram condenados a mais
de 10 anos de prisão pelo STF, que quebraram as tornozeleiras que faziam
o monitoramento eletrônico, impostas como medida cautelar pelo ministro
Alexandre de Moraes. Além da Argentina, os fugitivos foram para o
Uruguai utilizando as fronteiras de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.