quarta-feira, 12 de junho de 2024

BRASIL NÃO IRÁ PARTICIPAR DE CÚPULA NA SUÍÇA PELA PAZ NA UCRÂNIA

História de dw.com – DW Brasil

Presidente Lula, que estará na Europa no início do evento, argumenta que conferência para debater paz na Ucrânia só faz sentido se Rússia for convidada.

Lula falou por telefone com Putin e voltou a defender a participação da Rússia nas negociações de paz

Lula falou por telefone com Putin e voltou a defender a participação da Rússia nas negociações de paz© Tatyana Barybina/TASS/picture alliance | Peter Dejong/AP/picture alliance

A Suíça vai receber entre os dias 15 e 16 de junho uma cúpula de paz que pretende angariar apoio internacional ao fim do conflito na Ucrânia. O objetivo da cúpula, solicitada pelo governo ucraniano, é “inspirar um futuro processo de paz”, mas o resultado permanece incerto.

O encontro se baseia num plano de dez pontos apresentado pelo presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, e que culmina na retirada completa das tropas russas e no estabelecimento dos meios para alcançar “uma paz justa e duradoura”.

A Rússia não vai participar do evento. Segundo a Suíça, o país não foi convidado porque sinalizou não ter qualquer interesse em participar. O governo russo disse que a iniciativa é “uma perda de tempo”.

Sem Brasil e China

Na esteira da decisão do presidente russo, Vladimir Putin, países como Brasil e China já manifestaram desinteresse em participar de conversas sem a presença dos dois lados do conflito, segundo comunicaram as autoridades da Suíça.

O assessor especial da presidência, Celso Amorim, chegou a assinar uma declaração com o ministro chinês do Exterior, Wang Yi, pedindo para que sejam feitas negociações “reconhecidas tanto pela Rússia quanto pela Ucrânia”.

Segundo o Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou por telefone com Putin nesta segunda-feira (10/06) e voltou a defender um acordo de paz e a participação da Rússia nas negociações de paz.

Os organizadores do evento, porém, afirmaram que, até agora, o Brasil e outros países emergentes, como a África do Sul, não confirmaram nem cancelaram sua participação no evento, apesar da ausência de Lula ser dada como certa. “A lista final dos países participantes só será publicada pouco antes da cúpula”, diz o comunicado.

Lula viajará para a Europa para uma reunião da Organização Internacional do Trabalho (OIT) em Genebra, na Suíça, no dia 13, antes de participar da cúpula do G7 na Itália, nos dias 14 e 15, a convite da premiê Giorgia Meloni. Mas Lula não participará da cúpula sobre a Ucrânia, que ocorre logo em seguida, nos dias 15 e 16.

Até o momento, 90 estados e organizações confirmaram presença. O evento acontece no complexo hoteleiro Bürgenstock, localizado no topo de uma montanha na vila de Obbürgen, perto da cidade de Lucerna, no centro da Suíça. O local foi escolhido por questões de segurança devido ao seu difícil acesso – na última semana, o país registrou um aumento em ataques cibernéticos e desinformação sobre o evento.

O presidente francês, Emmanuel Macron, e o chanceler federal alemão, Olaf Scholz, são esperados no encontro. A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, representará o seu país. O conselheiro de segurança nacional do Presidente Joe Biden, Jake Sullivan, também estará presente.

O que será discutido

O presidente ucraniano anunciou pela primeira vez sua fórmula de paz de dez pontos numa cúpula do G20 em novembro de 2022. Ela também inclui a criação de um tribunal especial para julgar os crimes de guerra russos.

A Suíça, porém, diz que a cúpula vai conseguir avançar apenas sobre três temas – segurança alimentar, segurança nuclear para produção de energia e a libertação ou troca de prisioneiros de guerra ou deportados. A expectativa dos organizadores é criar um roteiro que inclua a Rússia nas negociações em etapas posteriores.

As conversas acontecem em meio a uma crescente avanço dos russos sobre território ucraniano. O país avançou sobre áreas da região da cidade de Donetsk nos últimos meses.Em conferência realizada nesta terça-feira em Berlim, Zelenski afirmou que a Ucrânia perdeu metade de sua capacidade de geração de energia em decorrência de ataques russos.

 

MOURÃO PEDE ASILO POLÍTICO AOS PERSEGUIDOS DE 8/1

 

História de Redação – Istoé Dinheiro

O senador e ex-vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS) disse, nesta terça-feira, 11, que espera que a Argentina ofereça asilo político aos foragidos acusados de vandalizar as sedes dos Três Poderes, durante os Atos Antidemocráticos de 8 de Janeiro. “A captura internacional, tão desejada pelo governo de turno, mostra claramente o viés autoritário e persecutório da esquerda no poder”, disse, em seu perfil no X (ex-Twitter).

“A ida de condenados e investigados pelos atos de 8 de janeiro para a Argentina mostra tão somente que essas pessoas não mais confiam na Justiça brasileira”, continuou Mourão, em sua publicação. O governo de Javier Milei afirmou, na última segunda-feira, 10, que cada pedido será analisado individualmente.

A Polícia Federal (PF) já capturou, até esta terça, 50 dos 208 foragidos por envolvimento nos atos golpistas de 8 de Janeiro. As diligências fazem parte da Operação Lesa Pátria, que foi às ruas em 18 estados e no Distrito Federal cumprindo mandados de prisão preventiva. De acordo com o diretor geral da PF, Andrei Rodrigues, entre 50 e 100 dessas pessoas fugiram para a Argentina. O governo brasileiro pediu esclarecimentos às autoridades argentinas sobre paradeiro dos foragidos que possam ter se refugiado no país vizinho.

A PF informou que não divulgará a lista de foragidos, porém, a identidade de pelo menos 10 bolsonaristas fugitivos ficou conhecida após eles quebrarem as tornozeleiras eletrônicas e saírem do País.

Os alvos que ainda são investigados – estão respondendo ao processo no Supremo Tribunal Federal (STF) – e descumpriram medidas cautelares não são considerados foragidos. Tecnicamente, uma pessoa é considerada foragida a partir do momento em que há um mandado de prisão contra ela e a mesma não se apresenta à Justiça ou não é encontrada.

É o caso de pelo menos 7 bolsonaristas, que foram condenados a mais de 10 anos de prisão pelo STF, que quebraram as tornozeleiras que faziam o monitoramento eletrônico, impostas como medida cautelar pelo ministro Alexandre de Moraes. Além da Argentina, os fugitivos foram para o Uruguai utilizando as fronteiras de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

O post Mourão pede a Milei asilo político aos foragidos das investigações de 8/1 apareceu primeiro em ISTOÉ DINHEIRO.

STF DECIDE QUE O EX-PROCURADOR DA LAVA JATO DEVE IDENIZAR LULA

 

História de Redação – IstoÉ Dinheiro

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou os recursos da Advocacia-Geral da União (AGU) e da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) e manteve a condenação do ex-procurador Deltan Dallagnol no caso do PowerPoint.

Em nota, o ex-chefe da Operação Lava Jato afirmou que o STF está em “lua de mel” com o governo. “Não há nada mais tirânico e perigoso para o Estado de Direito e para a democracia do que um Judiciário que decide politicamente, punindo inimigos e beneficiando aliados”, reagiu.

O voto da ministra Cármen Lúcia (relatora) foi acompanhado por Flávio Dino, Alexandre de Moraes e Luiz Fux. O ministro Cristiano Zanin se declarou impedido e não participou do julgamento. A votação ocorreu no plenário virtual do STF.

A condenação foi imposta pelos ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Eles concluíram que houve “excesso” no detalhamento da denúncia à imprensa e que o ex-procurador ofendeu a honra e a reputação do petista.

Os recursos da AGU e da associação de procuradores usam o mesmo argumento. Ambas alegam que o próprio Supremo Tribunal Federal reconheceu, em 2019, que os agentes públicos não podem responder judicialmente por eventuais danos causados a terceiros no exercício da função e que a responsabilidade nesse caso é do Estado.

O Superior Tribunal de Justiça considerou, no entanto, que o servidor público pode ser punido quando o dano decorrer do exercício irregular da função,

Braço jurídico do governo, a Advocacia-Geral da União atuou na defesa do ex-procurador, um dos maiores desafetos de Lula, por força de sua atribuição constitucional. O órgão tem autorização para representar judicialmente autoridades, mesmo após deixarem os cargos, quando o processo envolver atos praticados no exercício da função pública. O ex-procurador se desligou do Ministério Público Federal em 2021.

Os recursos foram rejeitados no STF com a justificativa processual. Os ministros alegaram que a decisão do STJ foi fundamentada e que não poderiam analisar novamente o processo, via recurso extraordinário, para julgar os fundamentos infraconstitucionais do acórdão.

“Os argumentos do agravante, insuficientes para modificar a decisão agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em pôr termo a processos que se arrastam em detrimento da eficiente prestação jurisdicional”, diz um trecho do voto de Cármen Lúcia.

“Ainda que houvesse, como argumenta o agravante, ‘inconstitucionalidade chapada’ na decisão daquele Tribunal Superior sobre a sua legitimidade passiva, não haveria como, em recurso extraordinário, afastar o fundamento infraconstitucional de que a matéria está preclusa”, seguiu a ministra.

COM A PALAVRA, DELTAN DALLAGNOL

“O STF rejeitou os recursos para reverter a decisão do STJ que me condenou a indenizar Lula, num valor que deve chegar a 200 mil reais. Enquanto Lula não precisou devolver um único real para a sociedade, mesmo tendo sido condenado em três instâncias por desvios de dezenas de milhões de reais, depois livrado pelo STF, no meu caso é o contrário. O STF em ‘lua de mel com o governo’ livrou o acusado de corrupção e agora condena quem a combate.

O Brasil é o país das coincidências. A Constituição, as leis e os precedentes vinculantes do próprio STF dizem que o agente público não pode ser responsabilizado diretamente para pagar uma indenização, mas justamente no meu caso, quando combatemos o maior escândalo de corrupção da história do país, o resultado é diferente.

Da mesma forma, os precedentes do próprio STJ diziam que o tribunal não poderia rever fatos e provas para me condenar, já que as duas primeiras instâncias do Judiciário, de juízes técnicos e concursados, tinham me absolvido. Mas coincidentemente no meu caso, eles fizeram isso, atropelando o entendimento do Ministério Público.

É pura coincidência também que o STF esteja garantindo a impunidade dos grandes corruptos do Brasil em uma série de decisões com fundamentação esdrúxula e equivocada, e que os agentes da lei da Lava Jato do Paraná e Rio de Janeiro estejam sendo implacavelmente perseguidos, afastados e punidos em vários processos.

É ainda uma coincidência que o Brasil sempre tenha sido governado por donos do poder que exploraram os brasileiros com roubo e garantem a própria impunidade. No fim de tantas coincidências, os únicos que estão pagando pela Lava Jato não são os corruptos, mas os agentes da lei.O que temos visto no STF, nos casos que interessam aos poderosos, é um show de política e a morte do Direito. E não há nada mais tirânico e perigoso para o Estado de Direito e para a democracia do que um Judiciário que decide politicamente, punindo inimigos e beneficiando aliados.”

O post STF rejeita recursos por PowerPoint e Deltan diz que Corte decide ‘politicamente’ apareceu primeiro em ISTOÉ DINHEIRO.

ASFALTAMENTO DA BR-319 DIVIDE O GOVERNO LULA

 

História de Leandro Prazeres – Da BBC News Brasil em Brasília

Um relatório de 68 páginas divulgado com quase nenhum alarde na manhã de terça-feira (11/06) é o mais novo episódio de uma espécie de queda-de-braço travada dentro do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em uma área que, ao menos no discurso, é cada vez mais cara ao petista: a preservação da Amazônia.

O documento é o relatório final de um grupo de trabalho sobre a BR-319, uma rodovia que liga Porto Velho (RO) a Manaus (AM) e que cruza uma das regiões mais preservadas da Amazônia. O relatório elaborado pela equipe do Ministério dos Transportes defende o asfaltamento completo da rodovia, que hoje tem apenas partes dos seus 880 quilômetros trafegáveis durante o ano inteiro.

O asfaltamento da rodovia, no entanto, coloca o governo em uma posição delicada.

Entre os que o defendem estão o Ministério dos Transportes, comandado por Renan Filho (MDB), e parlamentares da Região Norte. Eles alegam que a rodovia pode diminuir o isolamento de Estados como o Amazonas e Roraima em relação ao resto do país. Juntos, os dois têm 4,5 milhões de habitantes. A rodovia é a única ligação terrestre desses dois Estados com o Centro-Sul.

Do outro lado, porém, estão membros da ala ambiental do governo, cientistas e ambientalistas. Eles alertam que o asfaltamento completo da BR-319 sem as devidas medidas de mitigação e governança pode gerar um aumento desenfreado do desmatamento na Amazônia e comprometer uma das principais bandeiras do terceiro mandato do petista: a defesa do meio ambiente.

Politicamente, a definição sobre as obras da rodovia coloca a ministra Marina Silva, novamente, sob os holofotes em função de outro projeto com apoio de parte do governo.

Nos últimos meses, ela já vinha tendo que se defender de críticas pela posição contrária do Ibama em relação à exploração de petróleo em poços localizados na região conhecida como bacia sedimentar da Foz do Amazonas, entre o Pará e o Amapá.

Rodovia polêmica

A BR-319 foi construída nos anos 1970, durante a ditadura militar, mas foi abandonada por sucessivas administrações posteriormente.

Ela tem 880 quilômetros e corta a região localizada entre os rios Purus e Madeira.

Cientistas avaliam que a rodovia se localiza em uma das regiões mais ricas em biodiversidade de toda a Amazônia e alertam que a região do seu entorno já vem sendo alvo de pressão por conta do avanço do desmatamento ilegal e do agronegócio.

Atualmente, apenas os trechos próximos a Porto Velho e Manaus são trafegáveis durante a maior parte do ano.

O chamado “trecho do meio”, com mais de 400 quilômetros, não é asfaltado e fica intrafegável durante a maior parte do ano devido à temporada de chuvas.

No início de 2023, a obra foi incluída pelo governo Lula na lista de projetos prioritários.

Em 2022, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) já havia concedido a licença-prévia da obra de asfaltamento do “trecho do meio”.

A licença não autorizou o início das obras, mas é interpretada legalmente como uma espécie de atestado da viabilidade econômica e ambiental da obra.

Apesar disso, os trabalhos de asfaltamento não começaram porque ainda dependem de outras duas licenças: a de instalação e de operação.

O processo ainda está em curso no Ibama. O órgão pediu estudos complementares ao Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (DNIT), vinculado ao Ministério dos Transportes.

Em nota enviada à BBC News Brasil, o Ibama afirmou que aguarda o envio das documentações solicitadas e do requerimento da licença de instalação, que, na prática, autorizaria o início das obras.

Procurado, o Ministério dos Transportes mencionou que o relatório do grupo de trabalho concluiu que haveria viabilidade para as obras na rodovia, mas não respondeu sobre o andamento do processo de licenciamento.

Isolamento e subdesenvolvimento

Um dos exemplos usados por parlamentares da bancada da região Norte para defender a conclusão da rodovia é o caos no abastecimento de oxigênio no Amazonas durante a pandemia de Covid-19, em 2021.

Na época, em meio a uma onda da doença, hospitais ficaram sem oxigênio hospitalar durante praticamente um dia, o que teria levado à morte de pacientes graves. Sem ligação terrestre com o restante do país, o Estado dependeu do envio de oxigênio hospitalar por avião e barcos.

Outro argumento usado por eles é de que a rodovia poderia gerar desenvolvimento a uma região historicamente menos favorecida por políticas públicas como a região Norte.

A tese de que a rodovia poderia gerar desenvolvimento aparece no relatório do Ministério dos Transportes divulgado na terça-feira.

“Ficou claro durante as atividades do Grupo de Trabalho que a pavimentação da BR-319 é uma demanda dos cidadãos da região, que anseiam por mobilidade terrestre adequada, que conecte Manaus a Porto Velho e ao restante do Brasil. A rodovia pavimentada garantirá o provimento de serviços básicos, necessários ao desenvolvimento social e econômico da região”, diz um trecho do relatório ao qual a BBC News Brasil teve acesso.

Ambientalistas afirmam que a pavimentação completa sem medidas de mitigação da BR-319 podem levar a um desmatamento desenfreado

Ambientalistas afirmam que a pavimentação completa sem medidas de mitigação da BR-319 podem levar a um desmatamento desenfreado© Getty Images

Danos irreversíveis

Por outro lado, ambientalistas e cientistas alertam que o asfaltamento completo da rodovia poderia levar a um desastre ambiental irreversível.

Eles temem que a obra possa levar ao chamado efeito “espinha de peixe”, que é quando diversas estradas vicinais são abertas a partir da rodovia principal abrindo espaço para a degradação ambiental.

Esse efeito foi observado em rodovias como a BR-163, que liga Mato Grosso ao Pará. Os dois Estados lideram os rankings de desmatamento na Amazônia, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Um estudo divulgado em 2020 pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) aponta que o asfaltamento da BR-319 poderia levar a um aumento sem precedentes nas taxas de desmatamento na região cortada por ela e em seu entorno.

Esse desmatamento poderia levar à emissão de 8 bilhões de toneladas de CO₂ na atmosfera até 2050, agravando o processo de aquecimento global e comprometendo as metas assumidas pelo Brasil em acordos climáticos internacionais.

Além disso, inviabilizaria a meta assumida pelo governo Lula de acabar com o desmatamento ilegal na Amazônia até 2030.

Pressão do Congresso

Em meio à indefinição sobre o futuro da obra, parlamentares da bancada da região Norte passaram a pressionar o governo pela liberação da obra desde o início do ano passado.

Em maio de 2023, a ministra Marina Silva foi convidada a falar em uma audiência na Câmara dos Deputados e disse não ser a responsável pela paralisação da obra.

Segundo ela, o asfaltamento do trecho do meio ainda não foi feito porque o empreendimento seria muito complexo.

“Todo mundo falava, e virou uma lenda, que era a ministra Marina Silva que não deixava fazer a estrada […] Eu saí (do Ministério do Meio Ambiente) em 2008 (sua primeira passagem pelo cargo). Se esse empreendimento fosse fácil, se não tivesse altíssimo impacto ambiental […] é possível que já tivesse sido feito”, disse na época.

Em outubro de 2023, os parlamentares da região Norte criaram uma Frente Parlamentar em Defesa da BR-319 com o objetivo de pôr ainda mais pressão no governo para a conclusão das obras da rodovia.

“A frente é uma ferramenta legislativa que nós temos no Congresso Nacional para cobrar e lutar por uma estrada que não é um pedaço de asfalto, mas a diferença entre o nosso direito constitucional de ir e vir. É a ligação do Estado de Roraima e Amazonas com o restante da federação”, disse o deputado federal Fausto Santos Jr (União Brasil-AM), à época.

No final de 2023, houve uma nova onda de pressão pela obra.

A Câmara dos Deputados aprovou, em dezembro, o projeto de lei nº 4.994/2023. Ele prevê reconhecer a BR-319 como uma infraestrutura crítica e essencial à segurança nacional e, com isso, mudar o tipo de licenciamento ambiental ao qual partes da obra seriam submetidas.

O projeto prevê que, em vez do licenciamento tradicional, feito em três fases, partes da obra seriam submetidas a um licenciamento simplificado chamado de licenciamento por adesão. Esta modalidade é feita quase toda de forma eletrônica e, normalmente, é aplicada para empreendimentos com menor impacto poluidor ou degradador.

Este projeto, aliás, ajudou a deixar ainda mais evidente a oposição de parte do governo ao projeto.

Uma nota técnica do Ibama sobre a matéria de dezembro de 2023 foi contra o projeto.

“A proposta legislativa define medidas que visam atropelar o rito do licenciamento ambiental, eliminado procedimento que busca assegurar que o empreendimento seja executado atendendo às normas legais vigentes, o que em última análise pode gerar impactos, muitas vezes, irreparáveis”, disse um trecho do parecer.

Em outro ponto do documento, o Ibama disse não haver justificativas para mudar o tipo de licenciamento ambiental da obra.

“Não justifica isentar uma obra de licenciamento ambiental pelo fato de ser uma obra de infraestrutura prioritária, quando, principalmente, estes impactos ambientais já foram identificados”, disse outro trecho do parecer.

O relator do projeto no Senado é o senador Beto Faro (PT-PA), que já se manifestou favorável ao texto.

“A obra atende a um apelo da população que vive nessa região e que, há 30 anos, espera a melhoria da estrada”, disse Faro à BBC News Brasil.

Segundo ele, o projeto não flexibilizaria o licenciamento ambiental da obra, como afirma a nota técnica do Ibama.

“Quero deixar claro que o projeto não flexibiliza o licenciamento ambiental. Dispensa apenas o licenciamento de baixo impacto, o que é diferente. Estamos estudando a matéria com todo o cuidado e o nosso parecer não irá tolerar qualquer tipo de violação: seja ambiental ou social”, complementou o parlamentar.

A ministra Marina Silva enfrenta pressão de setores do governo e da bancada da região Norte pelo asfaltamento da BR-319

A ministra Marina Silva enfrenta pressão de setores do governo e da bancada da região Norte pelo asfaltamento da BR-319© Getty Images

Divisão interna

Dentro do governo, a obra também passou a ser alvo de disputa. O Ministério dos Transportes defende a conclusão do seu asfaltamento, o que coloca ainda mais pressão junto ao MMA de Marina Silva.

O relatório do grupo de trabalho divulgado na terça-feira propõe medidas que viabilizariam a conclusão da obra e evitariam o desmatamento desenfreado na área de entorno da rodovia.

Uma delas é o cercamento de um trecho de 500 quilômetros da rodovia para evitar a abertura de vicinais que poderiam potencializar o desmatamento ilegal. Além disso, o relatório sugere a construção de dois postos de fiscalização ao longo da estrada operados pelos governos estaduais e 172 passagens de fauna.

Para a ex-presidente do Ibama e atual coordenadora de Políticas Públicas do Observatório do Clima, Suely Araújo, o relatório do Ministério dos Transportes sobre a suposta viabilidade da BR-319 coloca ainda mais pressão em torno da obra.

“Esse relatório do GT era esperado e traz mais um elemento de pressão política pela liberação da reconstrução do trecho do meio da BR-319”, disse Araújo à BBC News Brasil.

Para ela, o asfaltamento completo da BR-319 terá um impacto ambiental significativo.

“Trata-se de um empreendimento que deixará um legado de destruição ambiental. O caminho seria uma análise integrada com foco regional, que ponderasse com atenção, entre outros planos, o PPCDAm. Esqueçam desmatamento zero com a reconstrução e asfaltamento completo da BR-319”, afirmou mencionando o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm).

Procurados, MMA, Ibama e Presidência da República não se manifestaram sobre o relatório do Ministério dos Transportes.

GOVERNO ANULA LEILÃO PARA IMPORTAÇÃO DE ARROZ

 

História de Redação –

Governo anula leilão de arroz por ‘fragilidade financeira’ de vencedoras

História de Redação – IstoÉ Dinheiro

O governo anunciou nesta terça-feira, 11, a anulação do leilão para a compra de arroz importado realizado na semana passada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), alegando indícios de falta de capacidade técnica e financeira das empresas selecionadas para a entrega do produto. Também foi anunciada a saída do secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, o ex-deputado e ex-ministro Neri Geller.

Coluna do Estadão antecipou que, em reunião com auxiliares na segunda-feira, 10, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se mostrou irritado com a repercussão do leilão e cobrou uma resposta para o caso. Na avaliação do presidente, uma pauta supostamente positiva – a compra direta de arroz pelo governo para evitar alta nos preços após as enchentes no Rio Grande do Sul – trouxe danos de imagem para o governo.

Das quatro empresas vencedoras do leilão, apenas uma – a Zafira Trading – é do ramo. Como revelou o Estadão, as outras três eram uma fabricante de sorvetes, uma mercearia de bairro especializada em queijo e uma locadora de veículos. O certame da semana passada envolveu a importação de 263,37 mil toneladas do grão, ao preço de R$ 1,31 bilhão.

Os produtores e beneficiadores do grão questionaram a iniciativa, alegando que há oferta de arroz no mercado e que o governo promoveria uma intervenção em toda a cadeia, uma vez que, além da importação, faria a venda do produto com marca própria nos supermercados. O produto seria vendido com preço tabelado de R$ 4 o quilo e com a inscrição: “Arroz adquirido pelo governo federal”. Ainda não foi anunciada a data de novo leilão.

O anúncio da anulação ocorreu após o presidente da Conab, Edegar Pretto, e os ministros do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, e da Agricultura, Carlos Fávaro, se reunirem com Lula pela manhã. Segundo Teixeira, a maioria das empresas que participaram do leilão apresentaria fragilidade financeira para operar os montantes envolvidos.

Duas das empresas vencedoras do leilão reagiram à decisão de anular o certame. “Lamentamos e ficamos surpresos com essa decisão”, afirmou a Wisley A. de Souza, uma das vencedoras. “Estamos preparados para realizar a importação e continuamos à disposição para colaborar com o País.”

A ASR Locadora de Veículos criticou a decisão. Em nota, disse que o cancelamento ocorreu porque o governo “sentiu pressão do agronegócio brasileiro e se precipitou”.

Novo leilão

De acordo com o presidente da Conab, a companhia pretende agora fazer um novo leilão de arroz, mas com ferramentas para garantir previamente que as empresas contratadas tenham capacidade técnica e financeira. “Vamos revisitar os mecanismos estabelecidos para esses leilões com apoio da Controladoria-Geral da União, da Advocacia-Geral da União, e pretendemos fazer um novo leilão, quem sabe em outros modelos para a gente poder ter garantias que vamos contratar empresas que terão capacidade técnica e financeira”, disse Pretto.

O ministro Paulo Teixeira assegurou que “não haverá recuo da decisão (de importar o produto), tendo em vista que o arroz precisa chegar à mesa do brasileiro a preço justo”.

Pouco depois do anúncio da decisão de cancelar o leilão, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, comunicou a demissão do então secretário de Política Agrícola da pasta, o ex-deputado e ex-ministro Neri Geller. Segundo ele, o secretário pediu demissão pela manhã, que foi aceita.

A Foco Corretora de Grãos, que intermediou o leilão feito pela Conab, pertence ao empresário Robson Almeida de França, que foi assessor parlamentar de Geller na Câmara, e é sócio de Marcello Geller, filho do secretário, em outras empresas. Segundo Fávaro, contudo, Geller argumentou que, quando seu filho se tornou sócio da corretora, “ele não era secretário e, portanto, não tinha conflito ali”. “Não há nenhum fato que gere qualquer tipo de suspeita”, disse o ministro.

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STARTUP LOCALIZADA NO PARQUE CIENTÍFICO DA UNICAMP OFERECE CURSOS GRATUITOS COM CERTIFICADOS

 

 Virgilio e Murilo Marques dos Santos, fundadores da FM2S Educação e Consultoria

Adriana Arruda – Doutora em Ciência, Tecnologia e Sociedade, Especialista em Jornalismo Científico, Jornalista e Assessora de Comunicação

Capacitações trazem conhecimentos que vão desde recursos humanos, empreendedorismo, gestão de pessoas, projetos e liderança, até melhoria contínua

A FM2S, startup de Educação localizada no Parque Científico e Tecnológico da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), está com 17 cursos 100% online e gratuitos. Os temas abrangem conhecimentos técnicos (hard skills) e habilidades sociais (soft skills), que vão desde fundamentos de gestão de pessoas, projetos, qualidade e liderança, até logística, produção industrial, excelência operacional e o universo do empreendedorismo e da melhoria contínua.

“A ideia de disponibilizar todos esses cursos de forma gratuita faz parte da missão da startup, de possibilitar inclusão e acesso ao conhecimento. Eles podem ser acessados por qualquer pessoa, de qualquer cargo ou empresa; também são recomendados para aquelas que buscam recolocação profissional”, registra Virgilio Marques dos Santos, sócio-fundador da FM2S.

Todas as capacitações trazem conceitos sólidos e exemplos práticos, com casos reais de como aplicar a teoria no dia a dia e no ambiente profissional. Os professores são formados por instituições como Unicamp, universidades de São Paulo (USP), Estadual Paulista (Unesp) e Federal de São Carlos (UFSCar), além de terem ampla vivência em consultorias.

As iniciativas são abertas a todas as pessoas interessadas e as inscrições devem ser feitas até 30 de junho, em https://www.fm2s.com.br/cursos/gratuitos. É possível se inscrever em quantos cursos desejar. O acesso é válido por um ano após a inscrição, com um mês de suporte e certificado incluso.

Confira todos os cursos disponíveis:

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– Fundamentos da Gestão de Projetos (5 horas);

– Fundamentos da Gestão da Produção Industrial (8 horas);

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– Fundamentos em Gestão de Pessoas (6 horas);

– Fundamentos de Gestão e Liderança (5 horas);

– Fundamentos da Ciência de Dados (8 horas);

– Fundamentos da Excelência Operacional (6 horas);

– Elaboração de POP – Procedimento Operacional Padrão (4 horas);

– OKR – Objectives and Key Results (5 horas);

– Método Kanban (12 horas);

– RH 4.0 (8 horas).

Informações detalhadas sobre cada capacitação estão no site da FM2S.

Dúvidas podem ser esclarecidas pelo WhatsApp – (19) 99132-0984.

QUE A EXPERIÊNCIA DO DIA DOS NAMORADOS DEVE SER CATIVANTE E A JORNADA DE COMPRAS SEJA MEMORÁVEL COMO DAR OS PRESENTES

 

Por Caroline Cristina Bachion – especialista de pré-vendas na C2C, unidade de trade marketing da Gi Group Holding

Em uma era dominada pela concorrência acirrada e pela facilidade de acesso a uma infinidade de produtos online, a experiência do consumidor emerge como um fator crucial para diferenciar marcas e lojas físicas no mercado. No Dia dos Namorados, essa experiência deve ser especialmente cativante, proporcionando aos casais uma jornada de compra que seja tão memorável como o próprio ato de dar e receber presentes.

Segundo a pesquisa CX Trends 2023, que tem como foco mapear dados sobre a importância do cuidado com a experiência do cliente (Customer Experience – CX) dentro da sua jornada de compras, 65% dos consumidores já desistiram de uma compra por causa de uma experiência ruim, 87% dão preferência para marcas que oferecem uma boa experiência, e 75% dizem fazer isso mesmo que precisem pagar mais caro.

Para criar tal experiência, é essencial entender não apenas as necessidades imediatas do consumidor, mas também seus desejos emocionais mais profundos. Isso inclui apresentar produtos que não só atendam à demanda por qualidade e preço, mas que também despertem sentimentos de romance, carinho e exclusividade.

O marketing de vendas, quando bem aplicado durante o Dia dos Namorados, vai além da simples promoção de produtos. Ele engaja os consumidores através de narrativas que ressoam com suas experiências pessoais e aspirações românticas.

Cases de Sucesso no Dia dos Namorados

Com a chegada do Dia dos Namorados, surge a oportunidade de implementar estratégias de trade marketing que não apenas atraem, mas encantam os consumidores. A seguir, destacamos ações inovadoras e exemplos de campanhas que alcançaram resultados impressionantes, proporcionando insights valiosos para marcas que desejam se destacar nessa data especial. Algumas estratégias incluem:

Criação de Displays Temáticos: Uma marca de chocolates instalou displays em forma de coração em pontos estratégicos de grandes supermercados. Além de destacar os produtos, esses displays também criaram uma experiência visual atraente, resultando em um aumento de 20% nas vendas durante o período.

Promoções Cruzadas: Uma parceria entre uma marca de perfumes e uma joalheria ofereceu descontos em joias na compra de perfumes. Essa ação combinada ampliou a visibilidade de ambas as marcas e incentivou os consumidores a comprarem mais itens, elevando as vendas em 30%.

Amostragem e Degustação: Uma empresa de vinhos organizou degustações em lojas especializadas e supermercados na semana que antecedeu o Dia dos Namorados. Com a presença de sommeliers para orientar os consumidores, a ação gerou um aumento significativo no interesse e na compra de vinhos premium.

Campanhas de Social Media e Influenciadores: Uma campanha de mídia social integrada com influenciadores digitais focada em sugestões de presentes e ideias de celebração criou um engajamento massivo, resultando em um aumento notável nas visitas às lojas e nas vendas online.

Assim, o Dia dos Namorados não é apenas uma data para incrementar as vendas, mas uma ocasião para as marcas fortalecerem suas relações com os consumidores, criando memórias duradouras. As estratégias de marketing de vendas, combinadas com a criação de uma experiência de consumo excepcional, não só transformam sentimentos em vendas, mas também constroem lealdade à marca e promovem um crescimento sustentável. A data oferece inúmeras possibilidades de mercado, incluindo:

Aumento nas Vendas: A data é uma oportunidade para varejistas aumentarem significativamente suas vendas, especialmente em segmentos de moda, beleza e eletrônicos.

Engajamento do Consumidor: Ações bem planejadas podem aumentar o engajamento e a fidelização do cliente, criando uma conexão emocional com a marca.

Expansão de Parcerias: A data é ideal para a criação de parcerias entre empresas, oferecendo pacotes atrativos e diferenciados para os consumidores. Ótima hora para uma collab!

Empresas que aproveitam essa oportunidade para se conectar emocionalmente com seus clientes, entender suas histórias e oferecer mais do que produtos, mas sim experiências significativas, são as que verdadeiramente capitalizam sobre a magia do Dia dos Namorados.

Como a Plataforma Site Valeon pode ajudar as empresas a crescerem

A Plataforma Site Valeon pode ajudar as empresas a crescerem de diversas maneiras:

1. Aumentando a visibilidade online:

  • Oferecendo um site profissional e otimizado para mecanismos de busca, aumentando a visibilidade da empresa na internet e atraindo mais visitantes.
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2. Melhorando a experiência do cliente:

  • Conteúdo informativo e relevante, que ajuda os clientes a encontrarem as informações que procuram e a entenderem os produtos e serviços da empresa.
  • Ferramentas de autoatendimento, como chat online e FAQs, que respondem às perguntas dos clientes de forma rápida e eficiente.
  • Design intuitivo e responsivo, que garante uma boa experiência de navegação em qualquer dispositivo.

3. Aumentando as vendas:

  • Integração com plataformas de e-commerce, permitindo que os clientes comprem produtos e serviços consultando diretamente no site.
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  • Ferramentas de colaboração, como compartilhamento de arquivos e calendários, que facilitam o trabalho em equipe.
  • Integração com ferramentas de gestão de projetos, que ajuda a organizar e acompanhar o andamento das tarefas.
  • Automação de tarefas repetitivas, que libera tempo para os funcionários se concentrarem em atividades mais estratégicas.

A Plataforma Site Valeon é uma solução completa e acessível que pode ajudar empresas de todos os portes a crescerem.

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Contatos:

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Fone: (31) 8428-0590

terça-feira, 11 de junho de 2024

A OUSADIA DO PT NA CRIAÇÃO DE NOVO GABINETE DO ÓDIO

História de Notas & Informações – Jornal Estadão

Estadão revelou que servidores da Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência têm se reunido diariamente com equipes do PT para “pautar as redes que o partido alcança”. Batizado de “gabinete da ousadia” – uma espécie de contraposição supostamente debochada ao “gabinete do ódio” bolsonarista, também revelado por este jornal –, esse conciliábulo deveria se chamar “gabinete da petulância”, dada a descarada apropriação da estrutura do Estado para fins político-partidários.

A iniciativa, embora indecente, nem surpreende. Trata-se da reedição da manjada máquina petista especializada em difundir versões dos fatos que agradam ao Palácio do Planalto, não necessariamente verdadeiras, e desqualificar e perseguir os críticos do governo federal, sobretudo a imprensa profissional.

Tão naturalizada foi essa mixórdia que ambas parecem ser uma coisa só, mas convém lembrar que não são. A Secom é um órgão público, responsável pela comunicação institucional da Presidência. Obviamente, deve ser apartidária. Já a estrutura de comunicação do PT é privada, ainda que financiada pelos vultosos recursos dos contribuintes que enchem o caixa dos partidos no Brasil – uma excrescência por si só. Portanto, se ousadia há, é o fato de o presidente Lula da Silva seguir recalcitrando contra o princípio republicano da separação do público e do privado, misturando deliberadamente os interesses de seu partido com os do Estado brasileiro.

A bem da verdade, o tal “gabinete da ousadia” não funciona nos mesmos moldes do “gabinete do ódio”, ainda que ambos, ao fim e ao cabo, usem os mesmos artifícios para alimentar a cizânia entre os cidadãos, mentir ou distorcer a realidade. O “gabinete do ódio” foi alçado à condição de estrutura de governo, com servidores dedicados e remunerados pela administração pública. Ademais, operava ao lado do gabinete de Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto, sob as ordens diretas de um de seus filhos, o vereador carioca Carlos Bolsonaro. A dinâmica do “gabinete da ousadia” é um pouco mais informal, como mostrou o Estadão, malgrado também se prestar a intoxicar o debate público – prática da qual o PT, aliás, é pioneiro na história recente.

Há mais de uma década, o PT olhou para a internet – ainda tateando o universo da política – e viu no ambiente virtual uma nova trincheira de sua batalha política contra adversários e críticos. O busílis é o que o partido passou a entender por “batalha política” nessa ramificação da esfera pública, então em ascensão. Em 2011, é bom lembrar, o PT criou os famigerados núcleos de Militância em Ambientes Virtuais (MAVs), origem do que há de pior no debate público, chamemos assim, travado nas redes sociais hoje em dia.

Ao que parece, nada disso mudou. Hoje é ainda mais promíscua a relação entre o PT e o governo Lula 3 no que concerne à comunicação, ao arrepio da Constituição – em particular dos princípios que regem a administração pública. Quem revelou isso foi o próprio secretário nacional de Comunicação do partido, Jilmar Tatto. Ao Estadão, Tatto admitiu a realização das “reuniões de pauta” envolvendo sua equipe, uma agência de comunicação contratada pelo PT e servidores da Secom. Só contemporizou afirmando que a participação destes últimos seria esporádica, “às vezes, dependendo do horário” – como se a frequência dos encontros fosse o problema central, e não o fato de servidores da Secom, que, repita-se, deveria ser apartidária, discutirem a comunicação do governo com membros do PT.

Como qualquer partido, o PT pode dizer o que quiser sobre Lula, sobre o País e o mundo. A Secom, por sua vez, está a serviço de todos os brasileiros, não só dos petistas. E tem uma missão pública clara e, principalmente, regida por lei. Mas, para um demiurgo que não admite ser falível nem como hipótese, o inferno são sempre os outros. Logo, para Lula, qualquer desgaste perante a opinião pública se resume a mera questão de comunicação. E vale tudo nessa “guerra” para fazer prevalecer a sua versão dos fatos, até rasgar a Constituição e sapatear sobre a moralidade pública.

 

OPOSIÇÃO DOMINA AS PAUTAS DE SEGURANÇA NO CONGRESSO

História de RAQUEL LOPES, CATIA SEABRA E LUCAS MARCHESINI – Folha de S. Paulo

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A oposição domina a agenda da segurança pública no Congresso Nacional enquanto o governo, sem controle sobre a pauta, oscila entre frear excessos repressivos e chancelar projetos considerados problemáticos por especialistas.

Apesar de não ser visto como prioridade do governo Lula (PT), a segurança pública é o segundo maior motivo de preocupação entre os brasileiros, de acordo com uma pesquisa do Datafolha realizada em dezembro.

Parlamentares alinhados ao bolsonarismo são maioria na Comissão de Segurança Pública da Câmara. Com o líder da bancada da bala, deputado Alberto Fraga (PL-DF), à frente, o colegiado é composto por 20 membros do PL e apenas 2 do PT.

O grupo protagoniza a apresentação de projetos na área: de janeiro de 2023 a abril de 2024 foram 38 propostas do PL e apenas 1 do PT.

Na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), essa disparidade se reflete em 11 projetos de membros do PL contra 2 do PT. As principais pautas estão relacionadas ao endurecimento do Código Penal e ao relaxamento da política de controle de armas.

O mesmo padrão se repete na autoria dos projetos nas Comissões de Segurança Pública e de Constituição e Justiça do Senado. A diferença entre os membros na Comissão de Segurança é menor, com 6 representantes do PL e 2 do PT.

“A frequência maior na comissão é da oposição”, disse o presidente da Comissão de Segurança Pública no Senado, Sérgio Petecão (PSD-AC).

O PT tem dificuldade em definir um plano estratégico na área da segurança pública, segundo o especialista em segurança pública Luís Flávio Sapori. Além disso, a extrema-direita sabe o que quer: enrijecer a Lei de Execução Penal e facilitar o acesso a armas.

“A extrema-direita está hegemonizada na pauta da segurança pública, isso conta com uma certa leniência do PT de não querer fortalecer sua presença em comissões, de não apresentar projetos, talvez com a leitura de uma guerra perdida”, disse.

Sem pauta específica, o Executivo tenta conter excessos de propostas com medidas punitivistas, mas também chancela projetos considerados problemáticos por especialistas.

Foi o que ocorreu na tramitação Lei Orgânica da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, aprovada com sinal verde pelo Palácio do Planalto.

A nova lei enfraquece o controle das corporações, abre espaço para a politização dos agentes e pode, inclusive, permitir a exclusão das secretarias estaduais de segurança pública.

Outro exemplo foi o veto do presidente Lula (PT) a apenas um ponto da lei da saidinha –que acaba com a saída de presos em datas comemorativas, considerado inconstitucional pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. Todos os outros pontos da lei foram mantidos por Lula.

O Congresso, entretanto, derrubou o veto do presidente Lula (PT). Após uma sequência de derrotas em votações, o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), defendeu que a gestão do presidente Lula (PT) priorize a agenda econômica e evite que a oposição tire proveito da pauta de costumes.

Durante o trâmite da lei da saidinha, parlamentares aliados do governo divergiram sobre o veto. Alguns eram contra para não azedar o clima no Congresso. No Senado, por exemplo, a bancada governista foi liberada para votar como quisesse.

O aceno mais recente do governo à oposição no debate da segurança ocorreu durante audiência pública na comissão temática da Câmara. Lewandowski prometeu reavaliar pontos específicos do decreto de Lula que aumenta o controle de armas.

O governo também não tem avançado no Congresso com seus projetos na área. A reportagem mapeou quatro apresentados na atual gestão: priorização da investigação de crimes de natureza penal; classificação da violência contra escolas como crime hediondo; aumento de pena para crimes cometidos contra o Estado Democrático de Direito e autorização da apreensão de bens e bloqueio de contas bancárias e ativos financeiros.

Os três últimos foram apresentados em julho do ano passado, em evento no Palácio do Planalto com a presença de Lula (PT) e o então ministro Flávio Dino (Justiça) após ataques em escolas e os atos golpistas do 8 de janeiro. Dois desses projetos aguardam despacho do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Em nota, o Ministério da Justiça e Segurança Pública afirma que a segurança pública é prioridade do governo federal e cita programas, como o PAS (Plano de Ação na Segurança); o Enfoc (Programa Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas); e o Pronasci (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania). Todos agem na prevenção de crimes.

Além disso, destaca o ministério que a pasta apresentou outras propostas, afora as listadas pela reportagem, como o PL que trata das normas de controle de origem, compra, venda e transporte de ouro, como parte de um esforço amplo de combate à lavagem de dinheiro e ao garimpo ilegal na região amazônica.

A pasta disse ainda que trabalha na articulação para aprovação de projetos, citando 13 exemplos, a maioria relacionado a violência de gênero. Entre eles, o apoio ao projeto que concede pensão para órfãos de mulheres vítimas de feminicídio e também o que confere prioridade às mulheres vítimas de violência no Sine (Sistema Nacional de Emprego).

“A agenda da segurança no Congresso está na mão da oposição, a gente não vê o governo se desgastando pela pauta”, disse Renato Sérgio de Lima, diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Ele acredita, no entanto, que Lewandowski, ao querer implementar o Susp (Sistema Único de Segurança Pública), acena para a segurança pública. A lei, aprovada em 2018, articula todos os órgãos da Federação que atuam no setor, padronizando estruturas, tecnologias e capacitação.

O Susp agrada o governo, os parlamentares de oposição e os estudiosos da área de segurança. Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, ainda em nota, o ministro tem defendido uma alteração na Constituição para fortalecê-lo.

A proposta de Lewandowski é que o modelo seja modificado para que a União tenha mais poderes de fazer um planejamento nacional de caráter compulsório para os outros órgãos de segurança.

“A segurança pública atualmente é muito compartimentalizada no que diz respeito às atribuições de cada ente. Para o ministro, apesar da lei do Susp, a União não tem competência constitucional para vincular a ação dos outros entes”, afirma a pasta.

Por isso, a pasta disse que Lewandowski defende uma PEC que mire no artigo 21 da Constituição para não só dar competência à União para elaborar o plano nacional de segurança -que há na lei do Susp-, mas também permitir que os entes federados legislem de forma complementar sobre assuntos nos quais haja peculiaridade local.

O deputado Alberto Fraga (PL), relator do tema em 2018, acredita que a proposta não terá resistência no Congresso. “O Susp é um marco na Segurança Pública e, por incrível que pareça, nenhum governo executa”, disse.

Projetos de segurança pública

Análise de projetos de janeiro de 2023 a abril de 2024

Projetos apresentados na Comissão de segurança pública da Câmara

Independente da situação do projeto

Total – 99

De autoria de deputados do PL – 38

De autoria de deputados do PT – 1

Projetos apresentados na Comissão de segurança pública do Senado

Independente da situação do projeto

Total – 86

De autoria de membro do PL – 17

De autoria de membro do PT – 2

Projetos de segurança pública que tramitam na CCJ da Câmara

Total – 38

De autoria de membro do PL – 11

De autoria de membro do PT – 2

Projetos de segurança pública que tramitam na CCJ do Senado

Total – 14

De autoria de membro do PL – 3

De autoria de membro do PT – 0

 

PRESIDENTE DO STF DEFENDE A PARTICIPAÇÃO DE SEUS MINISTROS EM EVENTOS FORA DO PAÍS

 

História de Natália Coelho e Lavínia Kaucz – Jornal Estadão

BRASÍLIA – O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu que os ministros do STF não precisam ter a obrigação de divulgar suas agendas, destacando que o magistrado não pode viver “encastelado” e que há certa “implicação” sobre críticas à participação dos integrantes da Corte em eventos. “Não há uma exigência legal, bem regimental, de forma que é um critério de cada ministro”, destacou Barroso, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura.

A agenda de ministros virou pauta após diversos magistrados participarem de eventos privados, sem divulgar suas agendas no site do STF. Entre outros eventos, Estadão mostrou que uma empresa de tabaco com ações na Corte patrocinou um evento que reuniu ministros em Londres.

Entre os dias 25 de maio e 3 de junho, o Supremo pagou R$ 39 mil em dinheiro público a um segurança que acompanhou a viagem à Inglaterra do ministro Dias Toffoli para a final da Champions League. Sobre isso, Barroso defendeu que os ministros tenham acesso à segurança, independente do evento em que participem, seja público ou privado, afirmando que “não há como regular a vida privada de ministros do STF” e que, “na medida em que haja percepção negativa da sociedade, tudo é passível de se conversar”. Ainda, o presidente do STF reforçou que o Supremo não paga passagem para nenhum ministro, salvo o presidente.

Ministro Luís Roberto Barroso participa do Roda Viva Foto: Reprodução/@rodaviva no Youtube

Ministro Luís Roberto Barroso participa do Roda Viva Foto: Reprodução/@rodaviva no Youtube© Fornecido por Estadão

Na entrevista, Barroso também foi questionado sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Quinquênio, defendida por por parlamentares sob o argumento de que o incremento de 5% nos salários de juízes e procuradores a cada cinco anos seria necessário para manter essas carreiras atrativas e não perder quadros para a iniciativa privada. Barroso mostrou posição na mesma linha.

“Se você não consegue ser competitivo no mercado, você recruta os piores, e eu quero recrutar os melhores”, afirmou.

O presidente do STF reconheceu, no entanto, que “existem abusos que precisam ser coibidos” nos benefícios para magistrados, que fazem com que os salários excedam o teto do funcionalismo. Os chamados penduricalhos “não são razoáveis”, segundo o ministro.

Durante a entrevista, Barroso também afirmou que o Projeto de Lei que anula delações premiadas é uma questão política que deve ser deliberada pelo Congresso e que não cabe a ele interferir no debate. Barroso também acrescenta que a colaboração premiada “tem funcionado com adequações que Supremo impôs”.

Barroso ainda desmentiu boatos de que já teria tomado a decisão de deixar a Corte após o fim do mandato de presidente, em 2025. “Não tenho nenhum projeto nem de sair no STF nem de ficar.”

Ministro diz que tentará conciliar sobre marco temporal, mas pautará se for necessário

Luís Roberto Barroso afirmou que não acredita que a Corte tenha dado “uma guinada” conservadora e reiterou que o STF defende as causas das minorias. Ele também reforçou que a proteção de mulheres, negros, indígenas e homossexuais sempre dependeu do Judiciário. “Há matérias que não podem depender do processo político majoritário”, disse o ministro, completando: “Como não há consenso no Congresso, você tem que depender de cortes constitucionais para avançar nesses direitos.”

“Se for possível conciliar com uma tese razoável, que respeite os direitos dos indígenas sem afrontar a percepção de quem é contrário, e eu acho que existe, nós vamos tentar construir. E, se não existir, vou pautar para julgar”, afirmou o ministro.

O ministro Gilmar Mendes, relator das ações que discutem a validade da lei do marco temporal, enviou o caso para conciliação e suspendeu o trâmite de todos os processos que tratam sobre o tema. Nesta segunda, a Advocacia-Geral da União (AGU) enviou uma manifestação ao STF em que defende que a tese do marco temporal para a demarcação de terras indígenas é “inconciliável”. Por outro lado, a AGU reconheceu a importância de uma solução negociada para o caso, restrita a aspectos pontuais, como os efeitos patrimoniais.

Decisões de Toffoli serão levadas a plenário ou Segunda Turma

O presidente do STF também falou sobre as decisões do ministro Dias Toffoli que anularam atos processuais da operação Lava Jato. Ele afirmou que os casos serão levados ao plenário ou à Segunda Turma. Contudo, preferiu não dizer em qual colegiado le prefere que a questão seja discutida. Duas decisões de Toffoli já foram objeto de recurso da Procuradoria-Geral a República (PGR). Uma delas anulou todos os atos da Lava Jato que atingiram o empresário Marcelo Odebrecht. A outra suspendeu a multa de R$ 10,3 milhões do cordo de leniência da J&F.

Ministro critica insegurança tributária no Brasil

Barroso defendeu que a litigância tributária no Brasil é “superior a qualquer lugar do mundo”, mas que ainda sim existem inseguranças, inclusive insegurança jurídica em matéria trabalhista. “Existem áreas com insegurança jurídica, mas não é o padrão, em geral isso não acontece”, destacou.

Barroso também definiu a mudança do entendimento em revisão da vida toda – alteração julgada pelo STF que invalidou a revisão nas aposentadorias – como um “acidente de composição”. O Supremo havia dado vitória aos aposentados em dezembro de 2022. Após a troca de dois ministros na composição da Corte, o Supremo voltou a analisar o tema em março deste ano e anulou a tese da revisão da vida toda, dando vitória à União.

O ministro disse que “houve mudança de entendimento no tribunal, como acontece em qualquer tribunal” e que a diferença, neste caso, foi uma “mudança muito rápida e ainda no curso do julgamento”.

‘Não gosto da continuidade (de inquéritos no STF), mas é inevitável, é preciso punir’

O presidente do STF afirmou que esperava que o inquérito das fake news pudesse acabar após as eleições [presidenciais de 2022], mas o episódio do 8/1, em que apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram órgãos em Brasília, atrapalhou o andamento do inquérito. “Eu não gosto da continuidade [de inquéritos no STF], mas é inevitável, é preciso punir”, afirmou. Ele acrescentou que a questão não é que o inquérito está “excessivamente prolongado”, mas que os fatos estão demorando a passar.

Barroso também afirmou que não houve motivação política nas mudanças do foro privilegiado, mas sim uma decisão institucional. Em abril, o STF formou maioria e aprovou alterações na modalidade. Com a mudança, os políticos investigados por crimes que teriam sido cometidos durante seu mandato poderão manter o foro mesmo após terminarem seus mandatos. Um pedido de vista adiou o julgamento.

Responsabilização das plataformas digitais será pautada ‘daqui a pouco’

Na entrevista, Barroso afirmou que pautará, “daqui a pouco”, a ação sobre a responsabilidade das plataformas digitais.

O presidente do STF afirmou que o ideal é que “o Congresso conseguisse legislar sobre isso, mas casos estão aparecendo e o Supremo precisa decidir o que pode e o que não pode, quando há ou não responsabilidade civil”. De acordo com o ministro, o que for decidido pela Corte valerá até o Congresso legislar. “Quando o Congresso deliberar, vai prevalecer a legislação.”

Barroso também afirmou que possui boa relação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). “Não peço favor, não faço favor”, afirmou. O presidente do STF também destacou que não criaria mandatos para ministros, mas que o debate deve ocorrer no Congresso.

DELEGADOS DA POLÍCIA FEDERAL CONTRA OS CORTES NO ORÇAMENTO DA PF

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