segunda-feira, 10 de junho de 2024

OS CHAMADOS VELHOS SÃO INTEGRANTES DE UMA GERAÇÃO MUITO ESPECIAL

@destacar

Nascemos nos anos 70 e 80

Crescemos nos anos 80 e 90

Estudamos nos anos 80-90

Namoramos nos anos 70-80-90.

Casamos e descobrimos o mundo nos anos 70-80-90.

Aventuremo-nos nos anos 80-90.

Estabilizamos na década de 2000.

Ficamos mais sábios em 2010.

E estamos caminhando firmemente para além de 2020.

Parece que vivemos várias décadas diferentes…

DOIS séculos diferentes…

DOIS milênios separados…

Passamos do telefone com operadora de longa distância para videochamadas em qualquer lugar do mundo.

Passamos dos slides ao YouTube, dos discos de vinil à música online, das cartas manuscritas ao e-mail e ao WhatsApp.

Do rádio de jogos ao vivo à televisão em preto e branco, à televisão em cores e depois à televisão 3D HD.

Fui à locadora de videocassetes e agora assisto Netflix.

Conhecemos os primeiros computadores, cartões perfurados, disquetes e agora temos gigabytes e megabytes em nossos smartphones.

Usamos shorts durante toda a nossa infância e depois calças, oxfords, foguetes, conchas e jeans.

Evitamos a paralisia infantil, a meningite, a poliomielite, a tuberculose, a gripe suína e agora a COVID-19.

Costumávamos andar de patins, triciclos, bicicletas, ciclomotores, carros a gasolina ou diesel e agora dirigimos carros híbridos ou elétricos.

Sim, já passamos por muita coisa, mas que vida tivemos!

Poderiam nos descrever como “exemplos”, pessoas nascidas naquele mundo dos anos cinquenta, que tiveram uma infância analógica e uma idade adulta digital.

Nós pensamos “Já vi tudo”!

A nossa geração viveu e testemunhou literalmente mais do que qualquer outra pessoa em todas as dimensões da vida.

É a nossa geração que se adaptou literalmente à “MUDANÇA”.

Uma grande salva de palmas a todos os integrantes de uma geração muito especial, que será ÚNICA. @destacar

 

OS NEGÓCIOS DE IMPACTO SÃO UM SETOR MAIOR DO QUE A INDÚSTRIA DE VESTIÁRIO

*Mariana Kobayashi – co-fundadora da Tech do Bem

2024 começa com um belo cartão de visita ao mostrar alguns números que irão ditar a principal tendência daqui para frente. Mas que tendência é essa? Para ser direta, a tendência, ou melhor, as tendências em questão são os negócios de impacto.

Eles já são cerca de 10 milhões de empreendimentos que colocam o propósito acima do lucro, gerando cerca de 2 trilhões de dólares em receita anual. Hoje, essas iniciativas que geram impacto positivo para a sociedade e o meio ambiente são responsáveis por criar 200 milhões de empregos em diversos setores.

Mas o potencial ainda promete. Tais empreendimentos buscam cerca de 1,1 trilhão de dólares em financiamento externo para escalar seus modelos de negócio e ampliar seu alcance. E com um diferencial: metade deles são liderados por mulheres, em comparação com o que vemos em empresas convencionais, onde apenas uma em cada cinco empresas possuem a figura feminina na sua mais alta hierarquia.

Diante desse crescimento, não é de surpreender que atualmente os negócios de impacto são um setor maior do que a indústria de vestuário (1,57 trilhão de dólares) e duas vezes maior do que a indústria de publicidade (875 bilhões de dólares).

Esses dados vieram à tona graças ao The State of Social Enterprise 2024, o primeiro relatório a detalhar tão profundamente esse ecossistema de inovação social. A aliança pela pesquisa e produção do documento é idealizada pelo Fórum Económico Mundial, que já conta com a participação de empresas como Microsoft, Google e Deloitte.

57 é um número-chave para 2024

A inovação social é uma resposta de empreendedores que veem suas vidas profissionais integradas às suas vidas pessoais. É uma resposta para a pergunta, “Como eu encontro propósito no meu trabalho?” Sem dúvida, uma necessidade que também reverbera no atual consumidor, que de produto em produto busca aquele que melhor se encaixa com os seus valores. E dentro desse contexto, também podemos agora enxergar novos números que ampliam o nosso esclarecimento sobre essa correlação entre negócios e impacto. E o meu favorito é 57.

O Índice de Consumo Consciente (#CCSIndex) atingiu um recorde histórico em 2023, marcando 57 pontos. Esse aumento de 9 pontos em relação ao ano anterior é um indicador chave da crescente demanda por produtos e serviços de empresas que não buscam apenas o lucro, mas que estão intrinsecamente alinhadas com valores sociais e ambientais. Termos como “Empresa B” e “startups de impacto”, antes restritos a nichos, agora fazem parte do léxico comum.

O #CCSIndex é um estudo realizado anualmente desde 2013 pela consultoria de marketing Good. Must. Grow. O índice avalia o interesse dos consumidores por gastos, doações e práticas ambientalmente conscientes. Nos últimos anos, o índice variou bastante: atingiu o recorde mínimo de 39 em 2020, subiu para 51 no ano seguinte e caiu para 48 em 2022.

Logo, um aumento desse tamanho mostra muito o que esperar dos anos seguintes. Porém, antes é preciso entender como isso está relacionado aos novos empreendimentos que irão surgir tendo o impacto positivo como algo lado a lado, ou mesmo, à frente do lucro.

A mudança de paradigma do consumidor

Primeiro, consideremos a crise climática e a transformação no comportamento do consumidor. Há uma mudança gigantesca nos critérios de compra dos consumidores, principalmente entre Millennials e Zoomers, com 93% e 94% dos entrevistados, respectivamente, priorizando a sustentabilidade, segundo o relatório da ESW. E esses números não são meramente estatísticos; eles representam um grito coletivo por responsabilidade corporativa e respeito ambiental.

A evolução das expectativas dos consumidores exige uma reavaliação das estratégias de negócios. Empresas que ignoram essa mudança de paradigma correm o risco de obsolescência. Em contrapartida, aquelas que abraçam esta nova realidade encontram-se na vanguarda de um mercado emergente.

O empreendedorismo consciente

Essa conscientização ambiental e social redefine o empreendedorismo. A questão central para os novos empreendedores não é mais apenas “Como posso lucrar?”, mas sim “Como posso beneficiar a sociedade e o meio ambiente enquanto lucro?”. Esse realinhamento de prioridades sinaliza uma era de negócios impulsionados não apenas por balanços financeiros, mas também por impactos socioambientais.

Obviamente, empreender assim cria seus desafios particulares. Encontrar financiamento sustentável, estabelecer parcerias estratégicas, adaptar modelos de negócios, manter o compromisso com o propósito e navegar por um terreno jurídico incerto são obstáculos significativos. No entanto, esses desafios também representam oportunidades para inovação e crescimento.

O consumidor moderno

O relatório da ESW que mencionei acima revela que 67% dos consumidores valorizam a produção ética no momento de decidir por suas compras online. Um olhar mais atento revela então um consumidor mais esclarecido, capaz de discernir “greenwashing” e mais inclinado a apoiar produtos com impacto ambiental positivo. Isso não é uma moda passageira, mas uma mudança fundamental na mentalidade do consumidor.

Equilíbrio, tecnologias emergentes e o novo investimento

O equilíbrio entre impacto socioambiental e sustentabilidade financeira é o santo graal para as empresas modernas. Não existe uma fórmula única para alcançá-lo, mas práticas como ter um propósito claro, definir metas mensuráveis, buscar financiamento alinhado, estabelecer parcerias estratégicas, investir em inovação e manter a transparência, são essenciais.

Em 2024, vamos conseguir ter uma visão melhor de como os sentimentos dos consumidores vão ser refletidos nos novos empreendedores. O propósito da vida transforma-se na missão do trabalho.

A tendência dos negócios de impacto em 2024 não é um acaso, mas o resultado de uma mudança profunda nas expectativas dos consumidores, na mentalidade empreendedora e na maneira como a tecnologia está sendo utilizada para enfrentar desafios socioambientais.

As tecnologias emergentes ampliam o alcance e a eficácia dos negócios de impacto. Elas permitem operações mais eficientes, melhoram a qualidade dos produtos e serviços e facilitam a comunicação com stakeholders. Este é um terreno fértil para inovação contínua e adaptação às demandas do mercado.

Logo, toda essa tendência reflete uma nova era de responsabilidade corporativa, onde sucesso profissional e pessoal se confundem, e vemos consumidores e empreendedores negociando uma nova moeda: aquela que investe mais no bem da sociedade e do planeta.

Como a Plataforma Site Valeon pode ajudar as empresas a crescerem

A Plataforma Site Valeon pode ajudar as empresas a crescerem de diversas maneiras:

1. Aumentando a visibilidade online:

  • Oferecendo um site profissional e otimizado para mecanismos de busca, aumentando a visibilidade da empresa na internet e atraindo mais visitantes.
  • Integração com ferramentas de marketing digital, como Google Ads e Facebook Ads, para alcançar um público mais amplo e direcionado.
  • Otimização do site para conversão, com formulários de contato e botões de ação que facilitam a interação com os clientes.

2. Melhorando a experiência do cliente:

  • Conteúdo informativo e relevante, que ajuda os clientes a encontrarem as informações que procuram e a entenderem os produtos e serviços da empresa.
  • Ferramentas de autoatendimento, como chat online e FAQs, que respondem às perguntas dos clientes de forma rápida e eficiente.
  • Design intuitivo e responsivo, que garante uma boa experiência de navegação em qualquer dispositivo.

3. Aumentando as vendas:

  • Integração com plataformas de e-commerce, permitindo que os clientes comprem produtos e serviços consultando diretamente no site.
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4. Reduzindo custos:

  • Automação de tarefas repetitivas, como o envio de emails e a gestão de leads.
  • Otimização do site para SEO, que reduz a necessidade de investir em publicidade paga.
  • Integração com ferramentas de CRM, que ajuda a gerenciar o relacionamento com os clientes de forma mais eficiente.

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  • Ferramentas de colaboração, como compartilhamento de arquivos e calendários, que facilitam o trabalho em equipe.
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  • Automação de tarefas repetitivas, que libera tempo para os funcionários se concentrarem em atividades mais estratégicas.

A Plataforma Site Valeon é uma solução completa e acessível que pode ajudar empresas de todos os portes a crescerem.

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domingo, 9 de junho de 2024

EXÉRCITO GASTA MILHÕES COM AS FAMÍLIAS DOS MORTOS FICTÍCIOS

História de CÉZAR FEITOZA – Folha de S. Paulo

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O Exército gasta mais de R$ 20 milhões por ano com o pagamento de pensões para familiares de 238 “mortos fictícios”, como são chamados os militares expulsos da Força por condenações no Judiciário.

A lista é composta por 38 oficiais e 200 praças que perderam o posto e a patente por terem cometido crimes ou infrações graves cujas penas somam mais de dois anos de reclusão. As pensões são pagas a 310 familiares.

É a primeira vez que os dados do Exército sobre os “mortos fictícios” são tornados públicos. A lista foi obtida por meio da Lei de Acesso à Informação pela Fiquem Sabendo, organização sem fins lucrativos especializada em transparência pública, e repassada à Folha de S.Paulo.

A figura jurídica do “morto fictício” (ou “morto ficto”, como também é chamado) foi criada para atender à Lei 3.765, de 1960, em plena ditadura militar. A legislação definiu que o militar expulso da Força não perde o direito à pensão militar já que, durante o tempo em que serviu, parte do salário era recolhida para custear o benefício.

Como o pagamento não pode ser feito diretamente aos militares condenados, eles passaram a ser considerados “mortos fictícios”, e os familiares ganharam o direito de receber o salário do oficial ou praça.

Nove coronéis estão entre os “mortos fictícios” do Exército. Um deles, Ricardo Couto Luiz, foi preso em 2014 com 351 kg de maconha prensada em um fundo falso de um furgão no Rio de Janeiro.

Segundo a Polícia Federal, o coronel deixava sua farda pendurada num cabide no interior do veículo, mesmo já sendo militar reformado, para tentar inibir eventuais revistas policiais.

Ricardo Luiz foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro em 2015, e o processo transitou em julgado (quando não há mais possibilidade de recursos) em 2020. O STM (Superior Tribunal Militar) só confirmou a perda do posto e da patente em 2022.

Há três anos, a filha do coronel recebe mensalmente R$ 13,4 mil.

Um outro caso é o do coronel Paulo Roberto Pinheiro, que foi condenado por um esquema de fraudes em contratos do Hospital Militar de Área de Recife. Segundo o Ministério Público Militar, um grupo de oficiais abria processos de compras para o almoxarifado e combinavam com a empresa vencedora para não entregar os itens contratados.

Pinheiro teve a “morte fictícia” reconhecida em 2023 –e sua esposa passou a receber quase R$ 23 mil mensais como pensão.

A Folha de S.Paulo procurou os advogados dos dois coronéis para comentar o assunto, mas não obteve resposta.

“As Forças Armadas se mantêm como uma espécie de estamento privilegiado dentro do Estado brasileiro […] que não se sujeita às mesmas normas que os outros funcionários públicos civis”, avalia Lucas Pedretti, professor de história estudioso sobre a transição da ditadura militar para a democracia.

Pedretti argumenta que as Forças Armadas conseguiram manter privilégios no fim da ditadura que se perpetuaram. “Talvez seja a hora da sociedade brasileira ter clareza de que tem um lugar para onde a gente deve começar a fazer esse debate [corte de privilégios do funcionalismo]”, completa.

As pensões fazem parte de um conjunto de benefícios que militares possuem no âmbito do SPSMFA (Sistema de Proteção Social dos Militares das Forças Armadas). Só em 2023, os gastos com pensões chegaram a R$ 25,7 bilhões.

A legislação que beneficia a carreira passou por diversas alterações. Em 2001, o então presidente Fernando Henrique Cardoso assinou medida provisória criando diversas restrições –entre elas, determinou que filhos de militares pudessem receber pensão até 21 anos (caso fosse estudante, até 24 anos) e não mais até a morte.

FHC, porém, permitiu que os militares pudessem permanecer com o direito da pensão vitalícia para filhos caso autorizassem um desconto extra de 1,5% na folha salarial.

O Congresso Nacional aprovou em 2019 uma lei que reestruturou as carreiras nas Forças Armadas. Nas pensões militares, as principais mudanças foram o aumento de 7,5% para 10,5% do desconto na folha de pagamento e a definição de que os beneficiários também terão de pagar a taxa enquanto receberem os valores.

A lei também estipulou que o beneficiário não receberá o salário completo do militar considerado “morto fictício” caso ele não tenha terminado o tempo mínimo de serviço. “Ou seja, o oficial […] que perder posto e patente deixará aos seus beneficiários a pensão militar correspondente ao posto que possuía, com valor proporcional ao tempo de serviço”.

Durante o processo de obtenção dos dados via Lei de Acesso à Informação, a Força se negou a enviar as informações detalhadas e chegou a apresentar números divergentes. O caso chegou até a CGU (Controladoria-Geral da União), que obrigou o Exército a enviar os dados completos por não haver previsão legal para o sigilo.

Em 2023, as demais Forças Armadas já haviam tornado públicas suas listas dos “mortos fictos”. A Marinha e a Aeronáutica, somadas, pagam pensões a pouco mais de 300 familiares de militares expulsos.

A existência da figura jurídica do “morto fictício” ganhou atenção durante o governo Jair Bolsonaro (PL).

O major Ailton Barros era amigo próximo do ex-presidente. É investigado pela Polícia Federal por ter participado do esquema de falsificação da carteira de vacinação de Bolsonaro, Mauro Cid e familiares, além de ser alvo do inquérito sobre os planos golpistas após a vitória de Lula (PT) nas eleições de 2022.

Barros foi expulso do Exército após ser condenado pela Justiça Militar por uma série de investigações internas –em uma delas, foi investigado por atropelar um integrante da Polícia do Exército que tentou parar o seu carro em uma ocorrência de trânsito na Praia Vermelha, no Rio de Janeiro.

A redução de despesas com pessoal das Forças Armadas voltou a ser debatida entre integrantes do governo e do TCU (Tribunal de Contas da União) nos últimos meses. O presidente da corte de contas, Bruno Dantas, foi quem levou a discussão a público em entrevista à Folha de S.Paulo.

As defesas por uma revisão dos gastos das Forças Armadas, em especial com as pensões e inativos, gerou preocupação nas cúpulas militares, que decidiram manter vigilância contra eventuais tentativas de redução de benefícios da carreira.

 

PLANOS DE SAÚDE FIZERAM CANCELAMENTOS UNILATERAIS DOS SEUS PLANOS

 

História de ANDREZA DE OLIVEIRA E GEOVANA OLIVEIRA

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Após acordo verbal firmado com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), no fim de maio, operadoras de saúde que fizeram série de cancelamentos unilaterais dos planos, dizem seguir orientações de associação para beneficiários afetados.

Representantes de operadoras como Bradesco Saúde, Amil e Unimed –as duas últimas fizeram cancelamentos de planos coletivos de crianças, portadores de TEA (transtorno do espectro autista), idosos e pessoas com deficiência– estiveram presentes na reunião com Lira. Questionados, Amil e Bradesco disseram seguir posicionamento da Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde) após o acordo.

Em nota, a Abramge afirma que, após o acordo, a associação assumiu o compromisso de manter a cobertura dos beneficiários internados, em ciclos de terapias oncológicas, que realizam terapia para transtornos globais do desenvolvimento, como o TEA, assim como para aqueles pacientes vinculados a contratos coletivos por adesão já notificados da rescisão.

A associação informou também que estão suspensas novas notificações unilaterais por desequilíbrio econômico-financeiro para contratos e planos coletivos por adesão desde o dia 28 de maio, quando ocorreu a reunião. Segundo a nota, rescisões motivadas por descumprimento contratual ou inadimplência, no entanto, permanecem.

Segundo a Abramge, foi solicitada a elaboração de um diagnóstico setorial com a proposição de soluções para ser apresentado aos parlamentos nos próximos meses. A associação diz ainda buscar soluções para o momento da saúde suplementar brasileira.

Já a Unimed, também presente na reunião, informou seguir com o indicado pela FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar). Procurada pela reportagem, a associação disse em nota que não irá se manifestar.

A operadora Bradesco Saúde afirmou que não ter novas informações sobre o tema e diz não ter realizado cancelamentos de planos de adesão.

Tanto a Bradesco, quanto a SulAmérica, informaram também seguir posicionamento da Abramge e da FenaSaúde sobre o assunto.

As operadoras mencionadas também foram questionadas pela Folha de S.Paulo sobre como beneficiários com planos cancelados de forma unilateral poderiam recorrer, mas nenhuma respondeu à questão.

De acordo com advogados especialistas em direito da saúde, no entanto, o acordo verbal firmado entre Lira e as operadoras não está formalizado e não tem validade jurídica. Questões como prazo para reversões, quem terá prioridade e tempo de duração da medida ainda não possuem respostas.

O deputado Duarte Jr. (PSB-MA), relator do projeto da nova lei dos planos de saúde, afirmou que existe o compromisso das operadoras suspenderem o cancelamento unilateral enquanto o projeto de lei estiver tramitando pela Câmara. Apesar de não ter uma previsão, ele diz que está próximo a ser votado.

A lei atual dos planos de saúde permite que contratos coletivos por adesão sejam rescindidos de forma unilateral e imotivada se as operadoras seguirem regras como aviso do término do contrato com até dois meses de antecedência.

A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado debateu na terça-feira (4) o cancelamento unilateral de contratos coletivos de planos de saúde e foi presidida pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF). Entre os convidados, estavam o Diretor-Executivo da Abramge, Marcos Novais, e o Superintendente de Regulação da FenaSaúde, Cesar Sergio Cardim Junior.

O Idec (Instituto Brasileiro do Direito do Consumidor) questionou a demora da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) para responder um ofício do instituto em que foi pedida uma audiência pública para discutir a regulação dos planos coletivos. O objetivo do encontro seria discutir rescisões unilaterais feitas por operadoras.

A agência informou que recebeu no dia 13 de maio a carta do Idec que solicitava uma “audiência pública para tratar de rescisão unilateral e regulação de coletivos”. Segundo a ANS, o documento está em análise em diferentes áreas técnicas, e ainda não há uma previsão para possíveis deliberações ao pedido pela reguladora.

PUTIN SE DIZ CONFIANTE EM DERROTAR O OCIDENTE

História de Steve Rosenberg – Editor de Rússia da BBC News, de São Petersburgo – BBC News Brasil

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O discurso do presidente russo encerrou uma semana surreal em São Petersburgo

O discurso do presidente russo encerrou uma semana surreal em São Petersburgo© EPA

Desde a invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia, Moscou tem enviado uma série de ameaças de cunho nuclear, fazendo sugestões não tão sutis de que tentar derrotar uma potência nuclear como a comandada por Vladimir Putin poderia ter consequências desastrosas para aqueles que ousassem tentar.

Na sexta-feira (7/6), Putin afirmou que a Rússia não sequer usar uma arma nuclear para alcançar a vitória na Ucrânia.

Ele estava sendo entrevistado em um painel de discussão no Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo: um evento anual frequentemente descrito como “a Davos da Rússia”.

O entrevistador era Sergei Karaganov, um agressivo especialista em política externa russo. No ano passado, ele apelou a um ataque nuclear preventivo. Nesta sexta, sugeriu apontar uma “pistola nuclear” para barrar o Ocidente na Ucrânia.

Putin não foi tão extremo em sua declaração. Mas também não foi exatamente delicado.

O líder do Kremlin disse que não descarta mudanças na doutrina nuclear da Rússia: o documento que estabelece as condições segundo as quais a Rússia usaria armas nucleares.

“Esta doutrina é uma ferramenta viva e estamos observando atentamente o que está acontecendo no mundo que nos rodeia e não excluímos fazer alterações. Isto também está relacionado com os testes de armas nucleares.”

E fez um aviso aos países europeus que têm apoiado a Ucrânia: a Rússia tem “muito mais [armas nucleares táticas] do que há no continente europeu, mesmo que os Estados Unidos tragam as suas”.

“A Europa não possui um [sistema de alerta precoce] desenvolvido”, acrescentou. “Nesse sentido, eles estão mais ou menos indefesos.”

As armas nucleares táticas são ogivas menores projetadas para destruir alvos sem precipitação radioativa generalizada.

A Rússia tem usado o enorme fórum econômico internacional para enviar a mensagem de que está pronta para a cooperação e que, apesar de tudo, os negócios continuam como sempre.

É evidente, porém, que não são tempos de normalidade. A Rússia está travando uma guerra na Ucrânia, que já está no seu terceiro ano. E como resultado, é o país mais sancionado do mundo.

E, neste momento, as tensões estão aumentando entre a Rússia e o Ocidente.

No início desta semana, em uma reunião com chefes de agências de notícias internacionais em São Petersburgo, Putin sugeriu que a Rússia poderia fornecer armas convencionais avançadas de longo alcance a terceiros para atacar alvos ocidentais.

A declaração foi uma resposta à decisão da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) de permitir que a Ucrânia atacasse o território russo com armas fornecidas pelo Ocidente.

Durante sua participação no Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, o presidente russo repetiu a ideia.

“Ainda não fornecemos essas armas, mas reservamo-nos o direito de fazê-lo aos Estados ou entidades jurídicas que estejam sob certa pressão, incluindo pressão militar, dos países que fornecem armas à Ucrânia e incentivam a sua utilização em território russo.”

Ele não deu mais detalhes ou apontou os nomes dos países

Mas em que partes do mundo a Rússia poderia implantar os seus mísseis?

“Onde acharmos necessário, com certeza vamos colocá-los. Como o Presidente Putin deixou claro, iremos investigar esta questão”, disse à BBC Vladimir Solovyov, um dos apresentadores mais proeminentes da televisão estatal russa.

“Se você está tentando nos prejudicar, precisa ter certeza de que temos oportunidades e chances suficientes de prejudicá-lo.”

“No Ocidente, alguns dirão que já ouvimos esse barulho de sabre antes”, respondo, “e que é um blefe”.

“É sempre um blefe. Até o momento em que não for”, responde Solovyov. “Você pode continuar pensando que a Rússia está blefando e então, um dia, não haverá mais Grã-Bretanha para rir. Nunca tente cutucar o urso russo pensando: ‘Ah, é um gatinho, podemos brincar com ele’.”

CEOs da Europa e dos Estados Unidos costumavam se reunir no Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo. Não mais.

Em vez disso, observamos delegações da Ásia, África, Oriente Médio e América do Sul. A Rússia tem aproveitado o evento deste ano para tentar mostrar que, apesar das sanções ocidentais, há muitos países no mundo que estão prontos para fazer negócios com Moscou.

E o que aprendemos em São Petersburgo sobre Vladimir Putin?

Que ele parece cada vez mais confiante e determinado a não recuar. Ele parece acreditar que, no atual impasse entre a Rússia e o Ocidente, será o Ocidente quem tremerá primeiro.

 

ARGENTINA DESCONHECE PRESOS FORAGIDOS DO 8/1

História de Rubens Anater – Jornal Estadão

A ministra da Segurança da ArgentinaPatrícia Bullrich, disse neste sábado, 8, que o governo do País não tem informações sobre os brasileiros que, segundo a Polícia Federal, quebraram as tornozeleiras eletrônicas e foram para Argentina para fugir das condenações pela participação nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

Nesta semana, a PF deflagrou novas diligências da Operação Lesa Pátria com o objetivo de prender 208 foragidos por envolvimento nos ataques aos Três Poderes. O órgão informou que não divulga a lista de foragidos, porém, a identidade de pelo menos sete bolsonaristas, condenados a mais de dez anos de prisão, ficou conhecida após eles terem quebrado as tornozeleiras e fugido para Argentina e Uruguai.

Ministra de Segurança argentina, Patricia Bullrich Foto: @patobullrich via Instagram

Ministra de Segurança argentina, Patricia Bullrich Foto: @patobullrich via Instagram© Fornecido por Estadão

Em entrevista para a Rádio Mitre, da Argentina, a ministra foi questionada sobre a posição do governo comandado por Javier Milei sobre os foragidos bolsonaristas que teriam entrado no País e pedido asilo político. “Não temos nenhuma informação desse tipo”, afirmou Bullrich, e acrescentou que o País não tem “alertas vermelhos sobre essas pessoas”.

A ministra disse que, até o momento, o Ministério de Segurança não recebeu qualquer tipo de requerimento do governo brasileiro sobre a extradição dos fugitivos e que é preciso haver um pedido oficial para que o País tome uma medida a respeito do assunto. “Por ora se mantém como uma propaganda, mas não um feito jurídico válido”, afirmou.

O entrevistador ainda questionou se a entrada dos foragidos no País foi confirmada, mas a ministra disse que apenas confirma que “entram brasileiros todos os dias”, mas que não sabe “quem são, quantos são e que motivos têm”

A ofensiva da Policia Federal mira réus que “deliberadamente” descumpriram medidas cautelares impostas pelo Judiciário, que não se apresentaram para o cumprimento da pena ou que fugiram para outros países “com o objetivo de se furtarem da aplicação da lei penal”. Até o início da tarde da última quinta-feira, 6, a PF já havia prendido 48 dos 208 foragidos. As diligências foram realizadas em 18 estados e no Distrito Federal.

 

MORRE A PETISTA MARIA DA CONCEIÇÃO TAVARES

 

História de Redação – Jornal Estadão

Morreu neste sábado, aos 94 anos, a economista Maria da Conceição Tavares, um dos principais nomes do pensamento desenvolvimentista, que defende uma maior intervenção do Estado na economia para estimular o crescimento. De acordo com amigos e familiares, ela estava em casa, e morreu dormindo, durante a madrugada.

Nascida em Portugal, em 1930, e radicada no Brasil desde 1954 – se naturalizou brasileira em 1957 -, Maria da Conceição foi professora na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Foi deputada federal pelo PT entre 1995 e 1999 e participante ativa do debate público sobre política econômica, sobretudo no período da redemocratização, nos anos 1980.

“Conceição ensinou toda uma geração que economista não era uma questão de mercado. Comemoramos o prazer de ter vivo na mesma época”, afirmou Gloria Moraes, economista, amiga e ex-aluna de Maria Conceição Tavares, ao informar o falecimento.

Maria da Conceição Tavares, em 2010 Foto: Marcos De Paula/Estadão

Maria da Conceição Tavares, em 2010 Foto: Marcos De Paula/Estadão© Fornecido por Estadão

Além de professora e deputada, Maria da Conceição trabalhou no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (hoje BNDES) e na Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). No ano 2000, a publicação inglesa A biographical dictionary of dissenting economist (Um dicionário biográfico da economia dissidente, em tradução livre), editada por professores da Universidade de Cambridge e da Universidade de Leeds, a elegeu uma dos 100 mais importantes economistas mundiais do século XX que trabalhavam com correntes de pensamento econômico não neoclássicas.

Seu trabalho costuma ser dividido por pesquisadores em três fases. Na primeira, quando estava ligada à Cepal, dedicou-se ao desenvolvimento econômico do que se chamava “periferia” global, sobretudo o caso brasileiro. Em um segundo momento, na Unicamp, analisou criticamente e dialogou com textos de autores tradicionais da economia política, como Karl Marx, John Maynard Keynes e Michal Kalecki. Posteriormente, na UFRJ, focou seus estudos em economia política internacional, analisando a organização econômica global dos anos 1980 e a hegemonia americana.

Era uma crítica feroz do liberalismo e neoliberalismo econômico. Em artigo publicado no site da Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT, em 2021 – ainda no governo de Jair Bolsonaro -, escreveu: “Com o neoliberalismo não vamos a lugar algum. Sobretudo porque, repito: historicamente o Brasil nunca deu saltos se não com impulsos do próprio Estado. Esses últimos dois anos têm sido pavorosos, do ponto de vista econômico, social e político. Todas as reformas propostas são reacionárias, da trabalhista à previdenciária. Vivemos um momento de ‘acerto de contas’ com Getúlio, com uma sanha inquisidora de direitos sem precedentes. Trata-se de um ajuste feito em cima dos desfavorecidos, da renda do trabalho, da contribuição previdenciária, da mão de obra. O Brasil virou uma economia de rentistas, o que eu mais temia. É necessário fazer uma eutanásia no rentismo, a forma mais eficaz e perversa de concentração de riquezas.”

Em 2015, em um evento em sua homenagem no Rio, disse que o Brasil precisava de uma aliança ampla com diversos setores da sociedade, para além de uma “frente de esquerda”, para vencer a crise política, e uma política de substituição de importações para vencer a crise econômica. “Hoje é fundamental recuperar a esperança porque a conjuntura está muito adversa”, afirmou.

No mesmo evento, disse não crer na possibilidade, no curto prazo, de se levar adiante um projeto de desenvolvimento econômico do País com inserção internacional. Nem mesmo quando “o Estado nacional recuperar sua capacidade de operação, pelo menos fiscal” ou com o câmbio mais favorável às exportações. Isso porque, segundo ela, o fim do superciclo de commodities e a desaceleração do crescimento da China seriam obstáculos difíceis de transpor. Por isso, a saída para a economia nacional, disse, seria “voltar ao começo”.

“Temos de fazer, por um lado, por razões de conjuntura internacional e interna, um esforço de substituição de importações outra vez e, por outro, fazer um Estado social de bem-estar, porque esse curso dos últimos dez anos não pode ser interrompido”, afirmou. Ela dizia ser possível manter políticas de distribuição de renda com a substituição das importações e com investimentos em infraestrutura.

OPOSIÇÃO PEDE A ANULAÇÃO DO LEILÃO DO ARROZ

 

Caio Junqueira – CNN

Parlamentares apontam possível fraude; AGU informa à CNN que irá contestar informações na corte de contasRepresentação foi apresentada por deputadosRepresentação foi apresentada por deputadosMarcello Casal/Agência Brasil

A oposição protocolou na tarde desta sexta-feira (7) um pedido para que o Tribunal de Contas da União apure possível fraude no leilão de arroz importado feito nesta semana pelo governo.

De acordo com petição assinada pelos deputados federais Marcel Van Hatten (Novo), Lucas Redecker (PSDB), Adriana Ventura (Novo-SP) e o deputado estadual Felipe Camozzatto (Novo) e do deputado estadual Marcus Vinicius (PP-RS), a representação “tem como foco a limitação indevida da competitividade do certame, corroborada pela variação nula ou ínfima dos preços de abertura e pela ilógica falta de competição na disputa dos lotes, a despeito da existência de pelo menos 4 (quatro) possíveis empresas competidoras, que eventualmente arremataram lotes em outras praças.”

Eles dizem que “a título de comparação, em 2021, a Conab realizou outro leilão de arroz (aviso no 109/2021) em que foram adquiridas aproximadamente 9 milhões de toneladas de arroz cujas arrematações apresentaram deságio médio de 34,21% em relação ao preço máximo”.

Eles apontam ainda que as empresas vencedoras não disputaram entre si.

“Adicionalmente, observa-se um comportamento atípico das 4 (quatro) empresas participantes do leilão: ao invés de disputarem cada um dos lotes, elas investiram praticamente sozinhas nos lotes em que se sagraram vencedoras e abandonaram a disputa nos outros em lotes. Atipicamente, em 14 dos 17 lotes negociados, a empresa que ofereceu o primeiro lance sagrou-se vencedora”, diz o documento.

O ministro da Advocacia Geral da União, Jorge Messias, disse à CNN que vai contestar as informações junto ao TCU.

CNN procurou a Conab e aguarda resposta.

CRIAÇÃO DA ARROZBRÁS PELO GOVERNO

 

Ives Gandra da Silva Martins é professor emérito das universidades Mackenzie, Unip, Unifieo, UniFMU, do Ciee/O Estado de São Paulo, das Escolas de Comando e Estado-Maior do Exército (Eceme), Superior de Guerra (ESG) e da Magistratura do Tribunal Regional Federal – 1ª Região, professor honorário das Universidades Austral (Argentina), San Martin de Porres (Peru) e Vasili Goldis (Romênia), doutor honoris causa das Universidades de Craiova (Romênia) e das PUCs PR e RS, catedrático da Universidade do Minho (Portugal), presidente do Conselho Superior de Direito da Fecomercio -SP, ex-presidente da Academia Paulista de Letras (APL) e do Instituto dos Advogad os de São Paulo (Iasp).

É preciso muito cuidado com a criação da “Arrozbrás”

O governo brasileiro está importando arroz por causa da quebra de safra no Rio Grande do Sul. O que impressiona é que o governo quer fornecer o arroz tabelado e abaixo do preço de mercado.

De certa forma, essa intervenção no mercado vai representar um desestímulo à plantação de arroz no Brasil, porque os agricultores terão prejuízos. Ao fazer esse tabelamento, que desestimula o plantio, possivelmente ficaremos dependentes da importação de arroz, quando somos autossuficientes e exportadores. Isso representa uma intervenção semelhante àquela que vimos Nicolás Maduro fazer na Venezuela, quando resolveu vender a gasolina tão barata e muito abaixo do preço de mercado. Apesar de o país ter a maior reserva de petróleo do mundo, a medida desestruturou toda a indústria petrolífera do país.

Sempre que se intervém no mercado, desestimula-se a produção. Intervenções geram a sensação de que os preços se tornam estáveis, mas há naturalmente desemprego decorrente daqueles que não continuarão a trabalhar no ramo onde ocorreu, destacadamente no caso do controle de preços.

 Os congelamentos de preços no Brasil (planos Cruzado, Bresser e Collor) sempre foram um fracasso. Mesmo na Argentina houve congelamento de preços (Plano Primavera). Todos fracassaram. Aliás, há 4 mil anos o congelamento de preços fracassa, pois está no Código de Hamurabi, o primeiro registro de congelamento na história, que não deu certo. Tivemos, ainda, em 300 d.C. um congelamento praticado por Diocleciano em Roma, que também fracassou.

 Congelar o preço, desestimulando a produção nacional e tendo que se comprar, eventualmente, mais caro para se vender mais barato, é intervenção no mercado que nunca deu certo.

Além disso, no caso brasileiro, está se importando uma fantástica quantidade, com queima de divisas, quando asseguram muitos especialistas do setor que a produção nacional ainda pode garantir o consumo interno.

Isso preocupa os produtores brasileiros, pois se eles deixarem de produzir, em vez de termos o arroz como gerador de divisas, o teremos como um consumidor de divisas.

A melhor forma de baixar preços é produzir e produzir muito, de tal forma que a quantidade permita a redução de preço. Se adotarmos no Brasil a “Arrozbrás”, intervenção típica de regimes esquerdistas e que nunca deu certo, corremos o risco de ver mais um fracasso da nossa economia.

Precisamos que todos aqueles que conhecem o assunto pressionem o Congresso Nacional para que tenhamos liberdade no setor, até porque o artigo 174 da Constituição Federal declara que o planejamento econômico é indicativo para o setor privado, mas não pode ser obrigatório.

No momento, entretanto, em que se congela o preço do arroz, se torna obrigatório. Aqueles que não praticarem o mesmo preço não poderão vender sua mercadoria, e se esses preços tabelados não compensarem, desestimular-se-á a continuidade da produção de arroz no Brasil.

COALIZÃO LULOPETISTA FALHA NO GOVERNO

História de Notas & Informações – Jornal Estadão

A semana em Brasília terminou pior do que como começou, apesar da promessa do presidente Lula da Silva de azeitar a articulação política do governo. Após as fragorosas derrotas durante a análise de vetos no Congresso – sobretudo à chamada pauta de costumes –, que culminaram, entre outros reveses, no fim da chamada “saidinha” de presos do regime semiaberto, a ala responsável pela interlocução com parlamentares naufragou, a princípio, na missão de dinamizar a relação com o Legislativo.

Lula reuniu os aliados de sempre para debater o problema. Começou mal. Sem sinal da tal da frente ampla, participaram do encontro os líderes do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE); no Senado, Jaques Wagner (PT-BA); e no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP) – que, embora sem legenda, só falta assinar a ficha de filiação ao PT. Estavam presentes também os secretários executivos da Casa Civil, Miriam Belchior, e da Fazenda, Dario Durigan.

Como o lulopetismo crê nunca errar, a conta de seus infortúnios, claro, cai sempre no colo dos outros. Sobrou para ministros do Centrão, por supostamente não entregarem votos; para a comunicação, pela incapacidade de transmitir à sociedade quão geniais são as ideias do governo; e até para o Congresso, representante do povo, que com seu conservadorismo não consegue captar o vanguardismo do governo petista.

Mesmo assim, há quem diga que houve mea culpa. Ficou decidido, então, que Lula da Silva – qualificado pelo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, como “o Pelé da política” – vestirá a camisa após mais de um terço de mandato para, enfim, dialogar, negociar e governar. É um iniciativa reiteradamente anunciada e não cumprida, o que obviamente suscita ceticismo. Em entrevista ao jornal O Globo, Jacques Wagner reconheceu que político quer é “foto com o presidente”.

Em um lampejo de lucidez, Randolfe, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, recomendou foco na economia. Ao que tudo indica, um conselho vão. Na semana da pretensa concertação, a tensão aumentou e contaminou pautas relevantes, enquanto o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, visitava o papa.

A votação no Senado da “taxação das blusinhas”, que mira compras de até US$ 50 em plataformas asiáticas, foi ameaçada por uma disputa paroquial em Alagoas e estremeceu ainda mais a já abalada relação do governo Lula da Silva com Arthur Lira, que foi surpreendido pela retirada “do jabuti” do projeto do Mover. Lira chegou a colocar em dúvida a aprovação do programa de estímulo à indústria automotiva. Ao fim, a taxação foi aprovada e voltou para a Câmara – agora, aguardam-se os próximos capítulos.

A medida provisória (MP) editada para compensar a desoneração da folha de pagamento de empresas de 17 setores da economia e de prefeituras, com a limitação do uso de crédito de PIS/Cofins, já enfrenta resistência. Alguém achou por bem não consultar previamente as lideranças no Legislativo. Deu no que deu. Nada menos do que 27 frentes parlamentares pediram ao presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a devolução da MP, o que tornaria evidente o mal-estar entre os Poderes.

Diálogo e afagos à parte, fato é que, nos últimos anos, a correlação de forças mudou. O Congresso aumentou o controle sobre o Orçamento, com o avanço sobre as emendas, e há quem tenha anunciado o funeral do presidencialismo de coalizão. O fato, no entanto, é que o presidencialismo de coalizão só funciona se houver vontade e habilidade do presidente para formar uma coalizão, como fez Michel Temer ao governar o País em meio ao tumulto pós-impeachment de Dilma Rousseff. Como bem lembrou o cientista político Carlos Pereira em recente coluna no Estadão, “os insucessos legislativos de presidentes estão, na realidade, relacionados às suas escolhas de como montar e gerenciar sua coalizão”.

Cabe ao presidente o gerenciamento de sua base, a partilha de poder e a abertura ao diálogo. Só discurso não basta. Para isso, porém, seria necessário superar o projeto hegemônico do PT, cuja tradicional predominância nas áreas mais sensíveis do governo é inversamente proporcional à sua capacidade de agregar apoio parlamentar. E isso Lula jamais fará.

 

DELEGADOS DA POLÍCIA FEDERAL CONTRA OS CORTES NO ORÇAMENTO DA PF

  Brasil e Mundo ...