segunda-feira, 3 de junho de 2024

CIVILIZAÇÕES PODEM TER DATA DE VALIDADE

 

História de Luke Kemp e colegas* – BBC Future – BBC News Brasil

As sociedades humanas realmente ficam mais frágeis com o passar do tempo?

As sociedades humanas realmente ficam mais frágeis com o passar do tempo?© Getty Images

A ascensão e a queda das grandes potências são um clichê da história.

É comum a ideia de que as civilizações, os Estados e as sociedades crescem e entram em declínio. Mas será verdade?

Somos um grupo de arqueólogos, historiadores e cientistas da complexidade. Nós decidimos avaliar a veracidade dessa noção.

Para isso, realizamos o maior estudo já feito para determinar se o envelhecimento das sociedades pode ser observado nos registros históricos. Nossos resultados foram publicados pela revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences.

O estudo sugere que os Estados realmente envelhecem e sua propensão a se extinguirem aumenta gradualmente ao longo do tempo. Que lições podemos tirar para os dias atuais?

Os Estados são mortais

Definir civilizações ou sociedades é uma tarefa incômoda. E o termo “civilizações”, muitas vezes, carrega uma bagagem repulsiva.

Por isso, restringimos nossa análise aos “Estados” pré-modernos – organizações centralizadas que impõem normas sobre um dado território e população (muito parecidas com os Estados-nações dos Estados Unidos e da China, atualmente).

Adotamos uma abordagem estatística sobre dois bancos de dados diferentes.

Criamos nosso próprio banco de dados sobre a “mortalidade dos Estados” (que chamamos de Moros, o deus grego do destino). Ele contém 324 Estados que existiram ao longo de um período de cerca de 3 mil anos (de 2000 a.C. até 1800 d.C.).

Estas informações foram compiladas com base em diversos outros bancos de dados, uma enciclopédia de impérios e várias outras fontes.

Também organizamos o banco de dados Sehat, o maior depositário online de informações históricas do mundo, curadas por arqueólogos e historiadores. Ele inclui 291 unidades políticas.

Com o passar do tempo, as vulnerabilidades das sociedades pré-modernas fizeram com que elas perdessem sua resiliência.

Com o passar do tempo, as vulnerabilidades das sociedades pré-modernas fizeram com que elas perdessem sua resiliência.© Getty Images

Nossos estudos usaram uma técnica denominada “análise de sobrevivência”. Nós compilamos o período de vida desses Estados e analisamos sua duração. Se não existir efeito de envelhecimento, podemos esperar uma distribuição “atemporal”, em que a probabilidade de término de um Estado é a mesma no primeiro ano e dali a 100 anos.

Um estudo anterior, envolvendo 42 impérios, chegou exatamente a essa distribuição atemporal. Mas, no nosso banco de dados maior, encontramos um padrão diferente.

Nos dois bancos de dados, o risco de término do Estado aumentou ao longo dos dois primeiros séculos, até ficar estável em nível alto.

Nossas descobertas confirmaram outra análise recente de mais de 168 eventos de crises históricas. A duração média dos Estados no banco de dados de crises foi de cerca de 201 anos.

A tendência de envelhecimento pode ser observada até mesmo quando excluíamos as dinastias. Essas são construídas com base em linhagens sanguíneas familiares e tendem a ter vida curta, muitas vezes devido a disputas pela sucessão ou à perda de poder da linhagem familiar.

Estudos promissores sobre a “desaceleração crítica” sustentam nossas conclusões.

Antes que um sistema complexo passe por uma alteração de estrutura em larga escala, ou um “ponto de virada”, muitas vezes ele começa a se recuperar mais lentamente dos problemas enfrentados. É um fenômeno similar ao envelhecimento do corpo humano – as lesões podem trazer consequências mais duradouras quando você é mais idoso.

Temos agora evidências dessa desaceleração crítica para dois grupos históricos diferentes: os primeiros agricultores da Europa neolítica e as sociedades Pueblo, do sudoeste dos Estados Unidos.

Cerca de 4 a 8 mil anos atrás, os agricultores do período neolítico se espalharam pelo território que hoje forma a Turquia, até chegarem à Europa. Eles enfrentaram crises periódicas, causadas por guerras e conflitos, seguidas por quedas da população e dos campos agrícolas, além da redução da produção de cereais.

Já as sociedades Pueblo eram produtoras de milho. Elas construíram as maiores edificações sem terra dos Estados Unidos e do Canadá, antes dos arranha-céus com estrutura metálica de Chicago, no século 19.

Os povos Pueblo também enfrentaram diversos ciclos de crescimento e retração, que terminaram em crises perto dos anos 700, 890, 1145 e 1285. Em todos esses eventos, a população, o milho e o urbanismo sofreram redução e a violência aumentou.

Em média, esses ciclos levaram dois séculos, o que está de acordo com o padrão encontrado nos nossos estudos. E, tanto para os primeiros agricultores da Europa quanto para as sociedades Pueblo, as populações se recuperaram mais lentamente dos choques enfrentados, como as secas, pouco antes do seu colapso.

Depois de um certo tempo, as sociedades Pueblo norte-americanas passaram a se recuperar mais lentamente dos choques sociais, como as secas.

Depois de um certo tempo, as sociedades Pueblo norte-americanas passaram a se recuperar mais lentamente dos choques sociais, como as secas.© Getty Images

Existem inúmeros ressalvas que precisamos conhecer. Em primeiro lugar, os Estados podem terminar de diversas formas.

Pode ser simplesmente uma mudança das elites dominantes, como um golpe dos senhores da guerra. Ou pode ser um colapso da sociedade, que envolve uma sólida perda de governança, escrita, estruturas monumentais e declínio da população, como ocorreu na Grécia micênica.

O término dos Estados não é necessariamente algo ruim. Mesmo entre as civilizações que realmente sofreram um colapso total, muitas comunidades sobreviveram e até prosperaram.

Muitos Estados pré-modernos eram gravemente desiguais e predatórios. Um cálculo indica que o Império Romano do Ocidente, no seu final, estava a 75% do caminho rumo ao nível máximo de desigualdade de riqueza teoricamente possível (no qual um único indivíduo detém toda a reserva de riqueza).

Além disso, os nossos números são baseados nas datas de início e fim geralmente aceitas nos registros históricos e arqueológicos. Mas estas datas, muitas vezes, são questionáveis.

O Império Romano do Oriente (Bizantino), por exemplo. Terá ele realmente terminado com a queda da sua capital, Constantinopla, em 1453? Ou com o saque de Constantinopla e a repartição dos seus territórios pelos cruzados, em 1204? Ou com a perda de grandes territórios para os califados islâmicos no século 7°?

Para ajudar a solucionar estas questões, usamos duas estimativas, superior e inferior, para o início e o final de cada Estado.

Apesar das limitações, este é o maior estudo já realizado sobre o tema e as conclusões entre os dois grandes conjuntos de dados foram similares. Por isso, esta é a resposta mais abrangente que temos até agora.

As próximas etapas serão pesquisar o que incentiva a longevidade das sociedades e o que causa o aumento da sua vulnerabilidade.

Os Estados podem perder sua resiliência ao longo do tempo devido a uma série de fatores. O crescimento da desigualdade, instituições extrativas e conflitos entre as elites podem amplificar o atrito social ao longo do tempo.

A degradação ambiental pode prejudicar os ecossistemas que sustentam os Estados. Ou talvez o risco de doenças e conflitos aumente à medida que as áreas urbanas ficam mais densamente povoadas.

E a perda de resiliência também pode se dever a uma combinação de diversos fatores.

O nosso mundo moderno está envelhecendo?

Os padrões de envelhecimento dos Estados pré-modernos têm alguma relevância para os dias atuais? Acreditamos que sim.

É difícil saber se todo o sistema mundial atual está sujeito aos mesmos padrões que identificamos no nosso estudo. Mas o mundo dificilmente é imune ao crescimento da desigualdade, degradação ambiental e à competição entre as elites – fatores que já foram apresentados como sendo precursores de colapsos anteriores na história humana.

Altos níveis de desigualdade social costumam preceder o colapso das civilizações

Altos níveis de desigualdade social costumam preceder o colapso das civilizações© Getty Images

Globalmente falando, o 1% mais rico detém quase a metade da riqueza do mundo, enquanto a metade inferior possui cerca de 0,75%.

As mudanças climáticas atuais não têm precedentes e são uma ordem de magnitude mais rápidas do que o aquecimento que causou a pior extinção em massa da história do planeta. E seis dos nove principais sistemas que sustentam a Terra se transformaram em zonas de alto risco.

Enquanto isso, os conflitos entre as elites econômicas ajudaram a criar a polarização e a desconfiança em muitos países.

Ao contrário dos Estados que estudamos, o mundo agora é globalizado e hiperconectado. Mas isso não deve ser motivo de conforto.

Um único Estado que se fragilize e tenha fim, normalmente, não trará maiores consequências para o mundo como um todo, mas a eventual instabilidade de uma superpotência, como os Estados Unidos, pode criar um efeito dominó além das suas fronteiras.

A covid-19 e a crise financeira global de 2007-2008 mostraram como a interconectividade pode amplificar os choques em tempos de crise.

Nós observamos isso em muitos outros sistemas complexos. Ecossistemas densamente interconectados, como recifes de coral, conseguem se proteger melhor contra pequenos choques, mas tendem a sobrecarregar e disseminar golpes maiores.

A maioria dos Estados atuais é sensivelmente diferente dos impérios de séculos atrás. A produção industrial, imensas capacidades tecnológicas, burocracias e forças policiais profissionais provavelmente tornaram os Estados mais estáveis e resilientes.

Mas a nossa tecnologia também traz novas ameaças e fontes de vulnerabilidade, como armas nucleares e a rápida difusão de patógenos. E também precisamos ter cuidado para não comemorar nem incentivar o entrincheiramento de regimes malévolos ou autoritários.

O fato é que a resiliência e a longevidade não são necessariamente positivas. Esperamos que a compreensão da história antiga possa ajudar a evitar os erros do passado, incluindo as possíveis fontes de envelhecimento das sociedades.

* Luke Kemp é pesquisador do Instituto de Estudos Avançados Notre Dame e do Centro de Estudos sobre Riscos Existenciais da Universidade de Cambridge, no Reino Unido. Seu primeiro livro – Goliath’s Curse: A Deep History of Societal Collapse and What it Means for our Future (“A maldição de Golias: história profunda do colapso das sociedades e o que ela significa para o nosso futuro”, em tradução livre) – será lançado pela editora Penguin Random House em maio de 2025.

Esta reportagem é baseada no artigo The Vulnerability of Aging States: A Survival Analysis across Premodern Societies (“A vulnerabilidade dos Estados envelhecidos: análise da sobrevivência das sociedades pré-modernas”, em tradução livre), de Marten Scheffer, Egbert van Nes, Luke Kemp, Timothy Kohler, Timothy Lenton e Chi Xu.

TSE USA ATALHO JURÍDICO PARA PUNIR DESINFORMAÇÃO

 

História de ANGELA PINHO – Folha de S.Paulo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Uma nova interpretação dada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) a um artigo da Lei Geral das Eleições sobre anonimato nas campanhas tem sido usada para uma série de multas a políticos e, em alguns casos, até eleitores e outras figuras públicas, por conteúdo considerado como desinformação, ainda que tenha autoria clara.

A mudança de entendimento da corte é questionada por advogados da área por ir contra o texto literal da legislação. Por outro lado, parte deles pondera que a medida é uma tentativa do tribunal de não se omitir em relação ao tema em um cenário em que projetos para regulamentar as plataformas digitais emperraram no Congresso.

O artigo 57-D da Lei Geral das Eleições diz que “é livre a manifestação do pensamento, vedado o anonimato durante a campanha eleitoral, por meio da rede mundial de computadores –internet, assegurado o direito de resposta”.

A sanção prevista em caso de violação ao dispositivo é de multa de R$ 5.000 a R$ 30 mil.

O TSE foi presidido desde agosto de 2022 pelo ministro Alexandre de Moraes, que deixará a corte nessa segunda-feira (3), quando a ministra Cármen Lúcia irá sucedê-lo no comando do órgão.

A “reinterpretação” do dispositivo, conforme palavra usada por Moraes, teve origem em ação movida contra Nikolas Ferreira (PL-MG) em decorrência de um vídeo publicado em outubro de 2022 pelo bolsonarista.

Na filmagem, o então deputado eleito dizia que Lula havia desviado R$ 242,2 bilhões da saúde pública e reproduzia trecho de declaração em que o petista afirmava o seguinte: “As pessoas que são analfabetas não são analfabetas por sua responsabilidade. Elas ficaram analfabetas porque esse país nunca teve um governo que se preocupasse com a educação”.

Em decisão monocrática ainda em dezembro de 2022, Moraes decidiu impor a Nikolas a multa de R$ 30 mil, pelo que entendeu serem declarações inverídicas e gravemente descontextualizadas no vídeo.

O ministro afirmou que os R$ 242,2 bilhões citados foram direcionados a outras rubricas do Orçamento, e não desviados por corrupção, como deu a entender o deputado; e que, na versão original da frase sobre analfabetismo, Lula citava uma série de medidas de seus governos para combater o problema.

Ao defender a reinterpretação do artigo 57-D, Moraes citou na ocasião “o grave contexto de propagação reiterada de desinformação, com inegável impacto na legitimidade das eleições” e a missão do TSE “no combate às fake news na propaganda eleitoral”.

Para contestar a leitura literal do artigo, ele argumentou que, “realmente, a partir da leitura do dispositivo, não se mostra viável depreender que o ilícito se restringe à hipótese de anonimato”.

Ao analisar recurso de Nikolas em março de 2023, o TSE confirmou o entendimento de Moraes por 6 votos a 1. Ficou vencido o ministro Raul Araújo, que entendeu estar o vídeo dentro dos limites da liberdade de expressão e não ser cabível aplicar o artigo contra anonimato a casos de desinformação.

Desde então, o artigo tem sido aplicado em uma série de decisões na corte –só em abril, foram ao menos seis– e também nos tribunais regionais eleitorais.

A pesquisa de jurisprudência do TSE mostra que bolsonaristas estão entre os mais multados com base no entendimento no artigo.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por exemplo, tem multas acumuladas em R$ 100 mil por afirmações que tratam de associações do PT ao PCC, a imputação ao partido de alegações falsas sobre sexualização de crianças e o chamado a aposentados a fazerem “prova de vida direto nas urnas” votando em Bolsonaro.

Seus filhos Flávio e Eduardo, assim como a correligionária Carla Zambelli, também estão entre os que receberam mais de uma multa.

Em caso recente, por outro lado, a sanção foi usada para punir com multa de R$ 5.000 um crítico da senadora Damares Alves (Republicanos-DF) em sua campanha ao cargo.

Com 149 seguidores à época, o perfil @brasiliasemdamares reproduziu texto de um blog com os comentários “é um absurdo” e “brincando com o dinheiro do povo”.

O relator do caso no TRE-DF entendeu que o dono da conta deveria ser multado, uma vez que o conteúdo reproduzido por ele continha informações inverídicas, como a de que Damares havia gasto todo o dinheiro do fundo eleitoral para a sua campanha e feito uma vaquinha virtual.

O cantor Latino também foi multado em R$ 5.000, pelo TSE, por publicar vídeo que dizia que Lula e o PT eram favoráveis à implantação de banheiro unissex nas escolas, ao aborto e à liberação das drogas.

Autor de “Liberdade de Expressão e Desinformação em Contextos Eleitorais” (ed. Fórum), Elder Maia Goltzman afirma que a reinterpretação do artigo sobre anonimato pode ter um efeito de dissuadir agentes a praticarem desinformação, em um contexto no qual o Congresso não regulamentou as plataformas digitais.

Ele afirma ainda que a mudança de entendimento não é incomum no tribunal, dada a sua composição rotativa.

Como exemplo, ele cita a decisão de que o fundo partidário e o tempo de propaganda destinados à candidatura de mulheres devem ser divididos entre negras e brancas na exata proporção das candidaturas apresentadas pelos partidos. “A lei não foi expressa nesse sentido e coube à corte esta interpretação”, diz.

A advogada Amanda Cunha, membro da Abradep (Associação Brasileira de Direito Eleitoral e Político), avalia por outro lado como problemático o uso do artigo 57-D para coibir desinformação quando não há anonimato.

Segundo ela, a corte nesse caso não promoveu uma mudança de interpretação, mas “a criação de um ilícito que não está na legislação”, resultando em arbítrio.

“A Justiça Eleitoral tem sido muito feliz em relação a desinformação, mas não tem poderes ilimitados”, diz.

Também integrante da Abradep, o advogado Luiz Eduardo Peccinin avalia que o uso do artigo sobre anonimato para aplicação de multa foi a forma de o TSE encontrar uma sanção intermediária entre a mera remoção do conteúdo e a cassação por prática reiterada de desinformação.

“O melhor caminho era que o legislador previsse multa, mas, enquanto não houver lei específica, o tribunal não pode fechar os olhos para o que está acontecendo”, afirma.

MINISTROS DO STF SÓ VIAJAM DE PRIMEIRA CLASSE

 

História de LUCAS MARCHESINI – Folha de S. Paulo

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O STF (Supremo Tribunal Federal) é, nos três Poderes, o órgão que paga as maiores diárias e o único que oferece a seus ministros voos na primeira classe em viagens internacionais.

No Legislativo, parlamentares e alguns servidores do Senado e Câmara têm direito à classe executiva, de nível intermediário entre a primeira, que é a mais luxuosa, e a econômica, que é a mais básica.

No governo federal, a categoria executiva só é permitida para voos com duração superior a 7 horas. Já na Procuradoria-Geral da República, órgão máximo do Ministério Público, ela é reservada a procuradores.

No STF, a classe executiva é reservada a juízes-auxiliares, pessoas em cargos de chefia e qualquer funcionário em assistência direta ao ministro.

Em relação às diárias, os ministros do STF também têm quantias superiores às oferecidas pela cúpula dos demais Poderes.

Eles recebem US$ 959,40 por dia de trabalho no exterior, o que equivale a mais de R$ 5.000 no câmbio atual, e não há distinção por país.

Todos os outros Poderes fazem essa diferenciação.

Para servidores do tribunal, o valor varia de US$ 671,58 a US$ 911,43 a depender do cargo. O piso pago pelo STF é maior do que recebem deputados federais, senadores, ministros de Estado e procuradores da República.

Quem mais se aproxima dos valores pagos pela corte é o Senado Federal.

São US$ 600,59 para parlamentares e US$ 509,63 para os demais servidores. Já a Câmara paga US$ 528 ao presidente da Casa para viagens a países da América do Sul e US$ 550 para os demais continentes.

Na PGR, os valores vão de US$ 354 a US$ 485.

No fim da lista está o Executivo, que paga entre US$ 220 e US$ 460 a ministros de Estado a depender do país de destino. São quatro categorias possíveis.

A assessoria do STF foi procurada na noite de quarta-feira (29), mas não se manifestou até a publicação desta reportagem.

As regras da corte constitucional para viagens a trabalho de seus membros entraram no foco em meio à presença constante de magistrados no exterior sem a divulgação de detalhes pelo tribunal.

Como a Folha de S.Paulo revelou, o ministro Dias Toffoli gastou R$ 100 mil em diárias com um segurança em viagem a Londres e a Madri.

A quantia foi paga no mês de abril a um servidor lotado no gabinete de Toffoli que é responsável pela segurança do ministro.

De acordo com o Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira) do governo, a quantia corresponde ao pagamento de 25 diárias internacionais, de 23 de abril até 17 de maio.

Toffoli participou de eventos jurídicos nesse período, entre eles o 1º Fórum Jurídico Brasil de Ideias, que ocorreu em Londres de 24 a 26 de abril.

Em seguida, o ministro esteve em Madri, onde foi convidado a participar de um debate jurídico no dia 3 de maio, mas não compareceu ao evento. No dia anterior, 2 de maio, ele havia participado remotamente da sessão do tribunal.

Depois, ele foi a um terceiro evento jurídico, também na capital espanhola, realizado de 6 a 8 de maio.

O STF omitiu informações sobre as viagens feitas por Toffoli e se negou a confirmar se ele passou 25 dias no exterior, conforme indicam os pagamentos ao servidor que o acompanhou.

Depois da revelação da Folha de S.Paulo, o STF tirou do ar sua página de transparência, que contém informações sobre diárias e passagens pagas para viagens de servidores.

O site ficou uma semana desativado e, quando voltou, não tinha mais as informações sobre seguranças de ministros.

“As informações sobre segurança institucional sempre foram divulgadas com restrição, sem detalhamento, de modo a dificultar qualquer planejamento que crie riscos reais para tribunal, seus ministros e servidores. O formato em que estavam sendo divulgadas recentemente as informações sobre diárias e passagens estava em descompasso com essa orientação”, justificou o STF.

O tribunal também pagou quase R$ 200 mil em diárias para quatro seguranças que acompanharam ministros do STF em viagem de fim de ano para os Estados Unidos.

Dois seguranças receberam R$ 50,9 mil em diárias cada para ficarem no país entre 20 de dezembro do ano passado e 9 de janeiro deste ano. Outros dois ganharam R$ 49 mil para ficarem um dia a menos, iniciando a viagem em 21 de dezembro. Os quatro policiais federais foram requisitados pelo tribunal para a viagem.

CANDIDATA DE ESQUERDA FOI ELEITA NO DOMINGO PRESIDENTA DO MÉXICO

 

História de admin3 – IstoÉ

A candidata de esquerda Claudia Sheinbaum fez história ao ser eleita no domingo (2) como a primeira presidente do México por ampla vantagem e terá o enorme desafio de conter a violência do narcotráfico e de gênero que mata quase 30 mil pessoas por ano.

Sheinbaum recebeu entre 58% e 60% dos votos, 32 pontos à frente da rival de centro-direita Xóchitl Gálvez, segundo a apuração rápida do Instituto Nacional Eleitoral (INE). A segunda colocada recebeu entre 26% e 28% dos votos.

“Não vou decepcioná-los”, disse Sheinbaum, de 61 anos, sorridente, emocionada e vestida com uma blusa com bordados indígenas.

– “Chegamos todas” –

“Não chego sozinha. Chegamos todas, com nossas heroínas que nos deram a pátria, com nossas antepassadas, nossas mães, nossas filhas e nossas netas”, acrescentou em um hotel da capital, enquanto várias pessoas gritavam “presidenta” e pediam fotos.

“Pelo bem de todos, primeiro os pobres”, prometeu pouco depois em um discurso no Zócalo diante de milhares de eleitores que a aplaudiam. Ela se comprometeu a continuar com o legado do atual presidente, Andrés Manuel López Obrador.

O ex-deputado Jorge Álvarez Máynez (centro) recebeu entre 9,9% e 10,8% dos votos.

Gálvez, a principal rival de Sheinbaum, admitiu a derrota.

Os simpatizantes de Sheinbaum seguiram para o Zócalo, a principal praça da capital do país, para celebrar a chegada de uma mulher ao poder.

“Nossa sociedade é violenta, machista, misógina e a doutora Sheinbaum na presidência vai poder ajudar realmente a mudar não apenas as leis, mas também a sociedade e a cultura. O México não aguenta mais violência”, disse à AFP Lol-Kin Castañeda, de 48 anos.

Sheinbaum, física e ex-prefeita da Cidade do México de origem judaica, governará até 2030 a 12ª maior economia do mundo, com 129 milhões de habitantes.

“Estou feliz com a continuidade, porque é a primeira mulher presidente e uma mulher que, sim, representa as mexicanas. “Eu espero muito pelas mulheres com Sheinbaum, “uma mulher preparada”, disse Viviana Hernández, 44 anos, durante a comemoração.

A esquerdista Clara Brugada também foi eleita prefeita da Cidade do México, reduto da esquerda há quase três décadas.

O partido governista também conquistou a maioria necessária no Congresso para aprovar reformas na Constituição (2/3) e possivelmente conseguirá o mesmo no Senado, segundo as projeções da apuração rápida dos votos.

– Violência política –

A violência marcou as eleições, com 30 candidatos a diversos cargos assassinados durante a campanha,, segundo a ONG Data Cívica.

Um candidato a um cargo local, um militante de um partido e uma mulher foram assassinados nas últimas horas no interior do país, informaram as autoridades.

Quase 450 mil pessoas foram assassinadas no México e dezenas de milhares estão desaparecidas desde 2006, quando o governo mobilizou os militares para a luta contra o crime organizado.

Quase 100 milhões de eleitores estavam registrados para votar no domingo. A taxa de participação das eleições foi de 60%.

Com 20.000 cargos em disputa, incluindo as cadeiras no Congresso e nove dos 32 governos, estas foram as maiores eleições da história do país.

– Visões contrapostas –

Os apoiadores de Sheinbaum consideram que ela prosseguirá com os programas de López Obrador, que chega ao fim do governo com uma popularidade de 66%, o que contribuiu para a eleição da candidata governista.

Os eleitores destacam que ela foi eficiente em sua gestão como prefeita da Cidade do México (2018-2023) e que é uma “inspiração” para as mulheres neste país com altos índices de violência de gênero, no qual cerca de 10 mulheres são assassinadas diariamente, entre feminicídios e homicídios dolosos, segundo a ONU.

López Obrador distribuiu milhões em ajuda direta a idosos, jovens e deficientes, tirando 8,9 milhões de pessoas da pobreza. No entanto, um terço da população ainda vive na pobreza.

A expansão do crime organizado “é o problema mais assustador” que será enfrentado por Sheinbam, opinou Michael Shifter, pesquisador do Inter-American Dialogue, um grupo de reflexão com sede em Washington.

Também terá o desafio de manter os programas sociais quando o déficit fiscal subiu para 5,9% e o crescimento médio nos últimos seis anos foi de apenas 0,8%.

Outro desafio será o relacionamento com os Estados Unidos, o destino de 80% das exportações mexicanas, especialmente se Donald Trump voltar ao poder, alertou Shifter.

Trump ameaçou determinar deportações em massa de migrantes que cruzam a fronteira binacional de quase 3.200 km. Além disso, em 2026, os dois países e o Canadá terão que renegociar seu acordo comercial T-MEC.

UCRÂNIA DIZ QUE A CHINA TRABALHA PARA IMPEDIR PAÍSES DE PARTICIPAR DA CÚPULA DE PAZ

 

História de AFP

Presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, durante o Diálogo Shangri-La em Singapura, 2 de junho de 2024

Presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, durante o Diálogo Shangri-La em Singapura, 2 de junho de 2024© NHAC NGUYEN

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, acusou neste domingo (2) a China de trabalhar para “impedir” outros países de participarem em uma cúpula de paz sobre a Ucrânia, que Pequim criticou porque a Rússia não foi convidada. 

“A China hoje se esforça para impedir que os países participem da cúpula da paz”, disse Zelensky aos jornalistas à margem do Diálogo Shangri-La, um fórum realizado em Singapura que reúne autoridades da Defesa. 

A  cúpula da paz na Ucrânia será realizada na cidade suíça de Lucerna nos dias 15 e 16 de junho. Zelensky afirma que participarão mais de 100 países e organizações e pediu aos Estados da Ásia-Pacífico que participassem da reunião. 

A China declarou na sexta-feira que acredita que a cúpula da paz “deveria ter o reconhecimento da Rússia e da Ucrânia, a participação igual de todas as partes”.

“Caso contrário, será difícil para a conferência desempenhar um papel substancial na restauração da paz”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Mao Ning.

A China informou que o presidente Xi Jinping não participará da cúpula. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em campanha pela reeleição, não confirmou a sua presença. 

“Estamos desapontados por alguns líderes mundiais ainda não terem confirmado a sua participação”, disse Zelensky. 

O presidente ucraniano reuniu-se neste domingo com o secretário da Defesa americano, Lloyd Austin, em Singapura, no âmbito da sua campanha para arrecadar mais ajuda para o seu país face aos avanços da ofensiva russa. 

Questionado pelos jornalistas sobre o encontro, o presidente ucraniano respondeu que foi “muito bom”.

Esta reunião ocorreu depois de os Estados Unidos terem anunciado esta semana que levantaram parcialmente as restrições ao uso de armas que Washington fornece à Ucrânia para atacar o território russo, estabelecendo que podem ser utilizadas “para fins de contra-ataque na região de Kharkiv”. 

A Ucrânia sofre o duro golpe de uma ofensiva lançada por Moscou no início de maio na região de Kharkiv, no nordeste, em um momento de desgaste das suas tropas após mais de dois anos da invasão russa, iniciada em fevereiro de 2022.

PRISÃO DE TRUMP PODE ABRIR PONTO DE RUPTURA ENTRE OS AMERICANOS

 

História de Darlan Alvarenga – IstoÉ

Donald Trump disse que aceitaria o confinamento em casa ou a prisão após a sua condenação histórica por um júri de Nova York na semana passada, mas que seria “difícil” para o público aceitar.

“Não tenho certeza se o público apoiará isso”, disse o candidato presidencial republicano à Fox News em entrevista que foi ao ar neste domingo. “Acho que seria difícil para o público aceitar. Você sabe, em certo ponto, há um ponto de ruptura.”

Trump não entrou em detalhes sobre o que ele acha que poderia acontecer se esse ponto fosse alcançado.

Questionada sobre o que os apoiadores de Trump deveriam fazer se ele fosse preso, a copresidente do Comitê Nacional da República (RNC, na sigla em inglês), Lara Trump, disse à CNN: “bem, eles vão fazer o que fizeram desde o início, que é manter a calma e protestar nas urnas em 5 de novembro. Não há nada a fazer além de fazer com que suas vozes sejam ouvidas em alto e bom som e se manifestarem contra isso”.

Trump usou a sua convicção para intensificar os seus esforços de angariar fundos, mas não procurou mobilizar os seus apoiadores, em contraste com os seus comentários de protesto contra a sua derrota em 2020 para Biden, que foram seguidos por um ataque dos seus apoiadores em 6 de janeiro de 2021no Capitólio dos EUA.

O RNC e a campanha de Trump arrecadaram 70 milhões de dólares nas 48 horas após o veredito, disse Lara Trump, um número que a Reuters não foi capaz de verificar de forma independente.

O que acontece agora?

Trump prometeu recorrer da condenação do júri de Nova York, que o considerou culpado de 34 acusações criminais por falsificação de documentos para encobrir um pagamento para silenciar uma estrela pornô antes das eleições de 2016.

Mas é improvável que a questão seja resolvida antes das eleições presidenciais de novembro, quando tentará recuperar a Casa Branca do presidente democrata Joe Biden. As pesquisas de opinião mostram uma disputa acirrada entre os dois e sugerem que sua condenação pode prejudicá-lo junto a alguns eleitores republicanos e independentes.

Trump ainda enfrenta outros três processos criminais, embora não seja provável que cheguem a julgamento antes das eleições. Ele nega qualquer irregularidade em todos os casos e chamou as acusações de conspiração democrata para impedi-lo de competir.

Enquanto isso, Biden tem procurado defender o sistema de justiça do país, dizendo que é “imprudente” e “perigoso” chamar o veredito de “fraudado”. O Departamento de Justiça dos EUA nega qualquer interferência política.

O advogado de Trump, Will Scharf, disse ao programa “This Week” da ABC News que não espera que Trump “acabe sendo sujeito a qualquer sentença” e planeja levar o caso à Suprema Corte.

O presidente da Câmara dos EUA, Mike Johnson, um aliado de Trump, disse ao “Fox News Sunday” que conhece os juízes do tribunal e “eles estão profundamente preocupados, tal como nós, em manter o nosso sistema de justiça”.

ALÉM DOS BENEFÍCIOS JÁ TRADICIONAIS NO MUNDO CORPORATIVO DEVEM INCLUIR O AUXÍLIO-EDUCAÇÃO

 

Luiz Gustavo Ferreira – Analista de Processos

Geração Z tem procurado mais do que somente salário quando se candidata a uma vaga e tendência de busca por benefícios como auxílio-educação impulsiona um cenário em que as empresas também precisam se atualizar para conquistar e reter talentos

Aos 27 anos, Luiz Gustavo Ferreira faz parte do grupo de trabalhadores brasileiros que, mesmo com a responsabilidade e a carga horária do trabalho, não abrem mão dos estudos. O analista de processos é formado em engenharia mecânica e sempre se interessou pelo mundo acadêmico, fazendo da educação um assunto presente no dia a dia. A surpresa para Luiz foi saber que a empresa em que trabalha entraria nesse sonho junto com ele, custeando parte do valor do seu MBA.

Ao lado dos benefícios já tradicionais no mundo corporativo, como vale-refeição e assistência médica e odontológica, o auxílio-educação aparece como o quarto benefício mais desejado pelos colaboradores em uma vaga de emprego. O dado é de um levantamento feito pelas empresas Swile e Leme e indica que os colaboradores querem mais do que somente trabalhar e receber o salário no fim do mês, eles desejam crescer enquanto estão na empresa.

“Eu havia começado meu MBA pouco antes do programa de desenvolvimento da TODOS Internacional ter início. Mas quando soube que poderia incluir minha pós-graduação no plano e que receberia todo o investimento, foi uma grata surpresa. Me senti valorizado ao perceber que a empresa estava investindo em mim, acreditando no meu potencial. Na verdade, nunca havia vivenciado algo assim antes”, conta Luiz Gustavo Ferreira.

De acordo com o Diretor de Pessoas e Cultura do Grupo TODOS Internacional, Rennan Vilar, o investimento na educação dos colaboradores da empresa foi possibilitado por meio da criação do programa interno ‘Desenvolve TODOS’, que oferece verba para que os funcionários possam fazer cursos, graduações e pós-graduações. “Focamos no cuidado com as pessoas para aprimorarmos a jornada do nosso colaborador, com o intuito de melhorar a sua qualidade de vida no trabalho e também incentivar o crescimento profissional. Só nos últimos dois anos, o Desenvolve TODOS já disponibilizou R$ 1,7 milhão para o crescimento contínuo dos funcionários”, afirma Vilar.

Para Luiz, o auxílio é uma oportunidade de mão dupla para que ele adquira novos conhecimentos e, ao mesmo tempo, aplique-os em seu trabalho na empresa. “O MBA em Qualidade, Gestão e Engenharia de Processos surgiu como uma excelente oportunidade para me capacitar e, assim, poder sugerir e atuar com maior autoridade nesse contexto. Na minha visão, o MBA contribuirá para uma compreensão mais gerencial, holística e estratégica dos processos e projetos no contexto do negócio praticado pelo Grupo TODOS Internacional”, destaca Luiz.

Com gestão de negócios e pessoas pautadas na Administração Solidária, Rennan explica que a ação de incentivo ao estudo dos colaboradores segue o princípio de que o impacto positivo na vida das pessoas envolvidas no negócio deve ser prioridade. “Nós entendemos que é muito valioso retermos talentos que crescerão conosco. Assim, incentivamos uma cultura corporativa positiva e que realmente agrega valor à vida dos nossos colaboradores. E quando o assunto é investimento em educação, todos crescem”, ressalta.

Sabe o que eu mais vejo no mercado?

 Junior Borneli — StartSe

Testemunho:

Que empresários existem aos montes, mas poucos são empreendedores.

Simplesmente porque um empreendedor se forja em meio a desafios.

E eu tiro isso pela minha própria história.

Eu nasci no interior de Minas Gerais. Numa cidade de apenas 13 mil habitantes.

E como toda cidade do interior, as opções de lá eram bem limitadas

Eu sempre senti que poderia ir além, nunca consegui saber como.

Então trabalhei numa universidade por 10 anos.

Sem propósito, sem objetivo, apenas fornecendo o necessário pra minha esposa e filho.

Até que um eu cheguei em casa e vi que a minha energia elétrica havia sido cortada.

E eu digo que esse foi o pior e o melhor dia da minha vida.

Porque foi aí que a ficha caiu.

Que eu entendi que precisava fazer algo e que só o empreendedorismo poderia me tirar daquele lugar.

Que custe o que custasse, eu NUNCA MAIS me encontraria naquela situação novamente

Esse foi o gatilho que despertou o que eu chamo de atitude empreendedora.

A voz que diz lá dentro que “você pode mais”.

Como despertar sua atitude empreendedora e impactar positivamente seus projetos com isso.

Espírito empreendedor: 8 dicas matadoras para despertar o seu

Janu França

Um empreendedor de sucesso não nasce pronto, ele se molda. Compartilhamos neste artigo 8 habilidades fundamentais para você atingir seus objetivos.

Qualquer realização começa na mente. E empreendedores são, normalmente, aqueles que têm a capacidade de colocar suas ideias em prática e fazer acontecer. Algumas pessoas já nascem com esse espírito, né? Outras nem tanto. Mas não se engane, isso pode ser trabalhado e desenvolvido.

É fundamental desenvolver – ou aprimorar – esse perfil realizador para quem quer abrir uma empresa e fazer ela crescer. O sucesso empresarial está diretamente ligado à reunião de um grupo de características e habilidades que tornam uma mente mais atenta para aspectos essenciais de um negócio.

Confira nossas dicas de como despertar este espírito em você!

1 Tenha autoconfiança

“Autoconfiança é muito importante para alcançar o sucesso. E para se tornar confiante, é importante estar preparado.”

Arthur Ashe, tenista

Todo bom empreendedor confia em si mesmo. É preciso acreditar em suas ideias e visão de negócio para colocá-las em prática e fazer com que elas prosperem. Por isso, não se limite a pensar no que pode ou não fazer, acredite em você e no seu sucesso. Isso irá te impulsionar.

2 Trabalhe sua mente

“Persiga um ideal, não o dinheiro. O dinheiro vai acabar indo atrás de você.”

Tony Hsieh, empreendedor

Quem tem um espírito empreendedor persegue as oportunidades quando as encontra. E para reconhecer essas oportunidades é preciso que você possua a mentalidade certa, quando você tem uma percepção incorreta, seu espírito empreendedor não se desenvolve.

Alimente uma atitude positiva e encare as barreiras e os pequenos fracassos como aprendizado, que preparam você para tentar novamente.

3 Desenvolva senso crítico

“Você deve lutar mais de uma batalha para se tornar um vencedor.”

Margaret Thatcher, política

Trabalhe seu senso crítico diariamente, ele será extremamente necessário para que você desenvolva seus projetos da melhor maneira possível. Sempre analise e reflita sobre todos os aspectos do projeto, se não ficar satisfeito com algo, repense e refaça.

Crie a capacidade de você mesmo avaliar suas ideias e a forma como realiza cada etapa.

4 Planeje suas metas e as cumpra

“Todas as diretrizes são resultado de um planejamento e todo planejamento é resultado de sonhos.”

Flávio Augusto, empreendedor

Para alcançar seus objetivos você precisa saber exatamente onde deseja chegar. Por isso trace suas metas e planeje bem suas estratégias, ter um espírito empreendedor tem a ver com a capacidade de planejar e ter disciplina, por isso trabalhe essas habilidades.

Estabelecer metas ajuda a alimentar seu espírito empreendedor, mas elas precisam ser realistas, palpáveis e mensuráveis. Obedecendo a esses pontos você poderá traçar objetivos de curto e longo prazo.

#DicaConsolide: não deixe de conhecer a história do grande erro do super empresário Flávio Augusto.

5 Tenha atitude

“Suba o primeiro degrau com fé. Não é necessário que você veja toda a escada. Apenas dê o primeiro passo.”

Martin Luther King, pastor e ativista político

Não adianta ter boas ideias, planejar estratégias, traçar metas e não ter atitude para executá-las. Para realizar seus sonhos e alcançar o sucesso desejado, é necessário agir. Ter um espírito empreendedor não tem a ver com ideias e planejamento, e sim em possuir a capacidade e a motivação para executar.

A melhor maneira de despertar e alimentar seu espírito empreendedor é colocar algo em prática. Os desafios de um negócio e seus processos vão fazer com que esse espírito se manifeste. Por isso, ao identificar sua ambição no mundo empresarial e o mercado onde deseja atuar, não perca tempo e parta para a ação.

6 Tenha ambições realistas

“Faça o que você puder, onde você está e com o que você tem.”

Theodore Roosevelt, ex-presidente EUA

Tenha ambições que estejam ao seu alcance, não adianta tentar resolver problemas que estão fora do seu controle ou tentar atingir alguns objetivos cedo demais. Faça planos e trace metas que façam sentido para o seu projeto, utilizando seu senso crítico para definir se são plausíveis e alcançáveis naquele momento.

7 Seja criativo

“Criatividade é inteligência, divertindo-se.”

Albert Einstein, físico

A criatividade é essencial para qualquer empreendedor, desde a concepção de um novo negócio até a hora de desenvolver soluções e estratégias dentro da empresa. Todo mundo tem certo nível de criatividade, por isso se você deseja ser um empreendedor trabalhe sempre sua criatividade para mantê-la ativa.

8 Desenvolva habilidades de liderança

“O melhor líder não é necessariamente aquele que faz as melhores coisas. Ele é aquele que faz com que pessoas realizem as melhores coisas.”

Ronald Reagan, ex-presidente EUA

É muito importante que um empreendedor tenha habilidades de liderança, para conduzir seu projeto e delegar quando necessário. Além disso, é preciso saber tomar as próprias decisões e fazer com que outros acreditem em seu projeto.

Também é essencial que você saiba conduzir as pessoas pelo caminho que você deseja trilhar.

Pronto para despertar seu espírito empreendedor? Então comece logo a colocar essas dicas em prática.

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domingo, 2 de junho de 2024

NOVAS DESCOBERTAS POSSIBILITAM TORNAR AS BATERIAS DOS CARROS ELÉTRICOS MAIS BARATAS

 

História de Thifany Fernandes – 111Next

Avanço de baterias pode tornar veículos elétricos mais baratos e ecológicos
Avanço de baterias pode tornar veículos elétricos mais baratos e ecológicos

©Foto: Unsplash

Avanço de baterias pode tornar veículos elétricos mais baratos e ecológicos

Neste sábado (01), o portal Olhar Digital destacou duas pesquisas revolucionárias lideradas por cientistas da Universidade McGill, que apontam caminhos promissores para a fabricação de baterias de íon-lítio mais econômicas e sustentáveis. As descobertas sugerem a viabilidade de utilizar materiais catódicos desordenados do tipo sal-gema (DRX), potencialmente substituindo metais caros e insustentáveis como cobalto e níquel por alternativas mais baratas e ecológicas, como ferro e manganês.

No primeiro estudo, a equipe de engenharia, incluindo o estudante de doutorado Richie Fong, focou no desenvolvimento de cátodos DRX à base de ferro, tradicionalmente considerados inadequados para veículos elétricos devido à sua baixa capacidade de armazenamento. No entanto, os pesquisadores conseguiram modificar o processo, alcançando uma das maiores capacidades de armazenamento já registradas para esses materiais, o que pode levar a uma redução de até 20% no custo das baterias de íon-lítio.

Paralelamente, o segundo estudo, realizado em colaboração com o Instituto Avançado de Ciência e Tecnologia da Coreia, explorou os sais-gema desordenados à base de manganês (Mn-DRX). Apesar de oferecer alto conteúdo energético, o Mn-DRX enfrentava desafios de baixa condutividade elétrica e instabilidade estrutural. A solução encontrada pelos pesquisadores envolveu o uso de nanotubos de carbono de paredes múltiplas e um aglutinante adesivo como aditivos de eletrodo, resultando na mais alta densidade de energia prática já registrada para cátodos Mn-DRX.

“O futuro do desenvolvimento de baterias de íon-lítio é imensamente promissor com essas descobertas, que abrem caminho para soluções de armazenamento de energia mais acessíveis e sustentáveis”, afirma o Prof. Jinhyuk Lee, coautor do estudo. Ele acrescenta que um parceiro da indústria está colaborando com os pesquisadores para trazer essas inovações ao mercado, indicando um avanço significativo na busca por alternativas mais verdes e econômicas para a tecnologia de baterias.

INCENTIVO PARA INVESTIMENTO NAS ENERGIAS RENOVÁVEIS DEVE PARTIR DAS PRÓPRIAS EMPRESAS

História de JOANA CUNHA – Folha de S. Paulo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O papel dos subsídios para estimular o avanço das energias renováveis ficou para trás, e o incentivo para o investimento nessas energias, atualmente, deve partir das próprias empresas.

A avaliação é de Cristopher Vlavianos, fundador e presidente do conselho de administração da comercializadora de energia Comerc, companhia que concentra os ativos de energia renovável da Vibra após a distribuidora adquirir 50% de seu capital, em 2021.

“O que a gente vê hoje como um incentivo são as próprias empresas querendo investir em energia renovável. Durante um período, esse subsídio foi bem utilizado. Mas o investidor tem uma consciência, os fundos, os family offices, os próprios bancos, eles olham esse mercado. O direcionamento do capital para esse tipo de projeto já traz um benefício grande para quem quer investir em energia renovável”, afirma o empresário.

Vlavianos também diz ver uma mudança no olhar do setor privado para o mercado de crédito de carbono. Em 2023, em parceria com a Vibra, a Comerc lançou sua mesa de operações de crédito de carbono.

“No passado, as empresas que emitiam muito CO2 acabavam compensando isso comprando crédito de carbono, e muito pouco preocupadas com o processo. O mundo está mudando. Ele não aceita mais você estragar de um lado e compensar do outro”, diz.

PERGUNTA – Desde a abertura, em janeiro, do mercado livre para a entrada de novos consumidores com consumo mensal acima de R$ 10 mil, que é um movimento considerado como porta para descarbonização, qual tem sido o reflexo dessa nova demanda?

Cristopher Vlavianos – Nos últimos 20 anos, a migração para o mercado livre começou com os grandes consumidores até os médios. Os que estão migrando para o mercado livre agora são aqueles que têm mais ou menos uma conta de energia acima de R$ 10 mil por mês. Pode ser um consumidor comercial, industrial, um condomínio ou uma padaria.

Estamos saindo de um volume de consumidores migrados de 25 mil unidades para 100 mil unidades. Seriam 75 mil unidades de novos consumidores nesse mercado livre com potencial de redução de custos e emissões, porque eles migram para o mercado livre consumindo energia renovável.

Como está a disputa por esse consumidor no varejo?

C. V. – O mercado tem vários players [competidores] hoje. O que ele tem que avaliar é a credibilidade, se essa empresa que está oferecendo um produto vai entregar, se ela vai reduzir o custo de forma consistente. É como comprar qualquer produto. Tem que avaliar de quem você vai comprar essa energia, porque é uma commodity essencial. O consumidor tem que avaliar o novo fornecedor quando vai fazer essa decisão de migrar para o mercado livre.

Como funciona o planejamento da descarbonização, que vocês, na empresa, chamam de jornada da descarbonização?

C. V. – É a conscientização dos consumidores de que eles precisam reduzir a sua pegada de carbono. Ela começa sempre com medição, com um inventário. Se você não consegue medir, você não consegue reduzir nem saber que está reduzindo. O inventário mostra quais são as emissões que esse consumidor tem para ele poder começar a trabalhar nos processos e reduzir.

São três escopos de emissões: as que são diretas do cliente, as que são referentes ao consumo de energia e as emissões dos fornecedores dele. Então, olhando toda a gama de fornecedores, ele pode escolher quem são os consumidores responsáveis ambientalmente e que também reduzem a sua pegada de carbono.

Saiu uma pesquisa da EY em maio, com 100 mil pessoas, segundo a qual só 30% dos entrevistados estão dispostos a investir mais dinheiro em nome da energia limpa e 70% não querem fazer mais do que já fazem. As pessoas estão desanimadas em gastar com placar solar, por exemplo?

C. V. – O que o consumidor avalia é se a oportunidade de redução de emissão também é uma oportunidade de redução de custo. No Brasil, você consegue essas duas vantagens. Consegue reduzir emissões consumindo energia renovável e consegue reduzir custo também com uma energia mais barata do que esse consumidor tem hoje na sua distribuidora.

O consumidor europeu ou americano tem que pagar um adicional para ter essa vantagem de usar a energia renovável. Lá, a renovável é mais cara do que a convencional. O consumidor livre brasileiro tem uma vantagem grande em relação ao restante mundo por termos abundância de fontes renováveis, de sol, de vento. Temos custo de energia elétrica menor hoje. Temos uma modulação de energia porque temos bastante energia hidráulica. A gente não precisa despachar térmicas no intervalo dessas fontes renováveis.

O Brasil já tem essa vantagem da matriz energética limpa, mas alguns especialistas citam dois pontos críticos, que são a digitalização e a descentralização. O que o país precisa fazer para avançar nessas outras frentes da transição energética?

C. V. – O Brasil já vem fazendo essa descentralização. Saímos das grandes usinas agora para usinas menores e até para o chamado prosumidor, o consumidor que tem a placa instalada no telhado. Isso é uma descentralização. Antes, aquela grande usina era financiada com prazo muito longo de construção e de amortização desse investimento.

A digitalização vem junto. Ela permite ter informações, dados de consumo e telemetria desses consumidores. Com isso, você entende como funciona o consumo. Hoje, já tem digitalização e isso vai crescendo. A inteligência artificial também se aplica à energia. Já existem processos em que o consumidor de baixa tensão entra em uma plataforma, assina um contrato e, no mês seguinte, começa a receber energia de fonte renovável. Nós já estamos caminhando para esses 3Ds, da descentralização, digitalização e descarbonização, que vêm junto com o benefício da energia renovável.

Em um futuro não tão distante, é possível que o consumidor brasileiro tenha aplicativo no celular para controlar o consumo de energia da casa dele? Ou essa descentralização vai ficar restrita ao consumidor que tem dinheiro para instalar painel solar no telhado de casa?

C. V. – O consumidor que tem esse painel no telhado já tem um aplicativo em que ele sabe quanto gerou e quanto compensou. Mas não é só nesse caso. Hoje, existem equipamentos que medem consumo sensorizado. E aí o consumidor passa a ser protagonista nesse mercado e conhecer muito mais. O que era uma incógnita para ele, um fantasma de consumo de energia, fica mais acessível. Basta você ter as informações e começar a usar esses dados para fazer o uso consciente dessa energia.

E o debate sobre incentivo econômico, sobre tributar mais produtos de energias que são sujas e isentar as limpas até que elas fiquem competitivas? Na sua avaliação, em que momento o Brasil está nesse cenário?

C. V. – O Brasil criou um subsídio para as energias renováveis com o Proinfa (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas) em 2005. Esse subsídio veio sendo aproveitado por essas usinas e está acabando. O subsídio da geração distribuída também teve um período, mais curto, mas também está se encerrando.

O Brasil deu o subsídio para fazer com que essas fontes gerassem escala e pudessem ser competitivas e hoje está tirando. O que a gente vê, hoje, como um incentivo são as próprias empresas querendo investir em energia renovável. E, uma vez que ela é mais competitiva, hoje, independentemente do subsídio, ela pode investir em energia renovável sem necessariamente ter um subsídio para isso. É exatamente porque o subsídio do passado trouxe esse benefício para essas fontes.

Durante um período, esse subsídio foi bem utilizado. Mas o investidor, hoje, tem uma consciência, os fundos, os family offices, os próprios bancos, eles olham esse mercado. Então, o direcionamento do capital para esse tipo de projeto já traz um benefício grande para quem quer investir em energia renovável.

Muitas empresas ainda preferem compensar toda a emissão delas com crédito de carbono, sem procurar ações que reduzam as suas próprias emissões. Como você avalia esse tipo de posicionamento e como isso vem mudando ao longo dos anos?

C. V. – No passado, as empresas que emitiam muito CO2 acabavam compensando isso comprando crédito de carbono, e muito pouco preocupadas com o processo. O mundo está mudando. Ele não aceita mais você estragar de um lado e compensar do outro.

O que você precisa fazer é tornar seus processos mais eficientes, reduzir essas emissões, e fazer dessa aquisição de crédito de carbono uma compensação de um pedaço dessas emissões que as empresas não conseguiram reduzir. Essa composição de compensação com mudança de processos vai sendo cada vez mais importante para as empresas. E é isso que mostra que a empresa é realmente ambientalmente responsável.

Vocês atuam no Rio Grande do Sul? O ministro de Minas e Energia falou em mais de R$ 1 bilhão em danos para o sistema por causa das chuvas. Que impactos vocês sofreram?

C. V. – Temos um escritório em Bento Gonçalves, e a nossa primeira preocupação foi dar suporte aos nossos colaboradores e clientes também, entendendo como foram afetados. Fizemos campanhas internas da Comerc com a consciência de que esse estado, realmente, vai precisar ser reconstruído.

Estamos fazendo o possível para conseguir ajudar o estado, não na questão da recomposição dessa linha de distribuição e transmissão, porque isso está muito relacionado à questão da distribuidora, mas no apoio à população do estado. É extremamente necessário.

Foi muito pesado para os clientes?

C. V. – Para alguns clientes, foi pesado, porque não puderam consumir a energia e tiveram de parar fábricas. Tivemos de ajudá-los no sentido de não terem nenhum prejuízo em relação à contratação de energia. E para poderem ter a tranquilidade de que estamos atuando como parceiros deles neste momento.

E a nova Bolsa de energia N5X? Como a entrada de uma Bolsa nova atua na transição energética?

C. V. – Já temos hoje uma Bolsa funcionando no mercado, que é uma sociedade de vários agentes. Várias comercializadoras hoje têm um balcão de negociação. A Bolsa é um sinal de liquidez. No nosso mercado, como em qualquer mercado, quanto maior for a liquidez, melhor.

Ainda não pudemos verificar que efeito esse novo instrumento vai trazer porque é muito novo, ainda está sendo desenvolvido, mas qualquer mecanismo que traga liquidez e que tenha uma boa governança em relação à comercialização de energia é muito bem-vindo. Esperamos que ações como essa e outras tenham sucesso e tragam para o nosso mercado uma liquidez com segurança. Como é um mercado muito volátil, não é muito fácil você criar mecanismos de garantias, mas a experiência e o desenvolvimento dessas Bolsas e desses balcões organizados acabam trazendo liquidez, e isso é importante.

RAIO-X | CRISTOPHER VLAVIANOS, 59

O empresário, que cursou economia na Fecap (Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado), sem completar, fundou a Comerc Corretora de Mercadorias aos 22 anos. Quase 15 anos depois, migrou para o setor de energia. Foi CEO de empresas do grupo e assumiu o conselho de administração em 2021

 

MÉXICO ELEGE HOJE A SUA PRIMEIRA PRESIDENTE

 

História de MAYARA PAIXÃO – Folha de S. Paulo

CIDADE DO MÉXICO, MÉXICO (FOLHAPRESS) – O México deve eleger a sua primeira presidente neste domingo (2). Não são todas as mexicanas, no entanto, que se sentem exatamente animadas unicamente pelo fato de que as duas líderes nas pesquisas de intenção de voto são mulheres.

Em um país hostil a elas, com altas taxas de violência de gênero e de violência política, as organizações sociais cobram Claudia Sheinbaum, candidata governista, e Xóchitl Gálvez, nome da oposição, sobre quais políticas elas colocarão em prática para reverter esse cenário desigual.

As respostas de ambas, surpreendentemente similares, vêm sendo descritas como comedidas e insuficientes. É uma ideia generalizada de que a representatividade de gênero, por si só, não é o suficiente.

A cada dia do primeiro trimestre deste ano duas mexicanas, em média, foram assassinadas por fatores ligados a seu gênero, o chamado crime de feminicídio; 177 mulheres denunciaram alguma agressão física; e ao menos quatro casos de abuso sexual contra meninas chegaram ao conhecimento da polícia, segundo dados oficiais do Estado.

Em alguns desses indicadores, houve ligeira queda no ano passado, fator celebrado pelo governo de Andrés Manuel López Obrador, prestes a se despedir do cargo após seis anos. Organizações feministas dizem que essa realidade ainda não apareceu no dia a dia.

A Rede Nacional de Refúgios, que há 20 anos atua no atendimento a mulheres e crianças vítimas de violência doméstica, diz ter registrado aumento de 27% em seus atendimentos no primeiro quadrimestre. Em abril, o número cresceu 39% em relação ao mesmo mês de 2023. Muitas mulheres chegam após não conseguir acessar a ajuda estatal.

“As propostas das duas candidatas carecem de uma compreensão do território nacional”, diz Wendy Figueroa, psicóloga que coordena a rede. “São propostas feitas em escritório.”

Entre outras coisas, Claudia Sheinbaum, a candidata de López Obrador, defende que o combate à violência doméstica seja feito com a retirada do agressor da casa da família e que haja um apoio financeiro mensal para mulheres de 60 a 64 anos, idade anterior à aposentadoria.

Xóchitl, uma mulher indígena e que relata ter sido vítima de violência doméstica no passado, por sua vez, pleiteia políticas públicas como a criação de um cartão com 5.000 pesos mensais (R$ 1.500) para que mulheres vítimas de violência possam arcar com seus gastos.

Sobre a primeira ideia de Sheinbaum, Figueroa avalia que o plano é insuficiente. Em contrapartida, a ativista defende que também sejam fortalecidas as redes de abrigo para mulheres e menores vítimas de agressão, um tema pouco falado na campanha.

Talvez uma das maiores frustrações de alguns setores feministas tenha sido as declarações comedidas das duas em relação ao direito ao aborto, em um país com presença ainda robusta da Igreja Católica.

No ano passado, a Suprema Corte exigiu que o Congresso alterasse o Código Penal para retirar artigos que tornam a interrupção da gravidez um crime. Mas Câmara e Senado ainda não legislaram sobre o tema. Sheinbaum e Xóchitl dizem apenas que a decisão deve ser respeitada.

As duas também pleiteiam políticas de apoio às mulheres grávidas e à primeira infância. O diagnóstico, afirma um membro da cúpula da campanha de oposição, é de que muitas mulheres se vêm forçadas ao aborto por falta de apoio e porque se sentem sozinhas. Não há pesquisas que indiquem esse fator, que fica à cargo da subjetividade.

Ninde Molina, da ONG Abortistas MX, diz que seria importante uma voz presidencial em defesa do direito de escolha. “Poderíamos conseguir mudanças culturais mais rapidamente com esse incentivo e exemplo”, afirma ela, que tampouco está animada com as eleições.

“Infelizmente, com López Obrador aprendemos a amarga lição de que defender direitos das mulheres na campanha presidencial não necessariamente significa operar por isso.”

O líder mexicano se gaba de ter ampliado de maneira expressiva a verba destinada ao chamado Anexo 13, parte do orçamento nacional voltada para o combate a desigualdades. De fato, o fez: de 2018, quando assumiu, a este 2024, a verba com esse destino cresceu mais de 500%.

Há seis anos, o anexo recebia um montante correspondente a 0,2% do PIB (Produto Interno Bruto) mexicano. No ano passado, eram 1,2%.

Mas estudiosos do tema dizem que o Anexo 13 tem poucas políticas comprovadamente voltadas para combate à violência de gênero, por exemplo. Estudo da ONG Fundar aponta que 89% do total é enviado para programas sem distinção entre homens e mulheres, como um programa de pensões para maiores de 65 anos que vem sendo descrito como o principal programa social de López Obrador.

“O governo, que prometeu transversalizar as políticas de combate à desigualdade, não está fazendo isso”, diz a pesquisadora Andrea Larios. “A verba do anexo vai majoritariamente para programas que não estão construídos com base em perspectiva de gênero e que não se justificam sob esse aspecto, ainda que sejam importantes. Tampouco se pode medir como esses programas avançam em igualdade de gênero.”

Sheinbaum, que capitaneia todas as pesquisas à frente de Xóchitl, promete criar o que personifica como “uma República de mulheres”, uma realidade da qual o país obviamente está muito distante.

Ao menos simbolicamente, a chegada da primeira mulher à chefia do Executivo nacional vai coroar um índice do qual o México tem êxito: o de participação política. Em ranking da ONU, a nação aparece em quarto lugar, atrás de Ruanda, Cuba e Nicarágua, como aquela com mais paridade de gênero nas vagas do Congresso (50%).

Mas também aí um outro desafio vem recordar os dilemas da República hostil às mexicanas: o México tem altíssimos números de violência política de gênero. Em 2022, foi considerado o líder global nesses ataques, com 537, seguido pelo Brasil (327), de acordo com ranking da Universidade de Georgetown, baseada em Washington.

DELEGADOS DA POLÍCIA FEDERAL CONTRA OS CORTES NO ORÇAMENTO DA PF

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