Relatos são de que presidente americano cedeu a apelos de
Zelenski, permitindo uso de armas fornecidas pelos EUA contra território
russo para defender Kharkiv. Alemanha sugere que também pode concordar.
O presidente americano Joe Biden autorizou a Ucrânia a usar armas
fornecidas pelos Estados Unidos em ataques ao território russo,
informaram nesta quinta-feira (30/05) agências de notícias, citando
fontes anônimas da Casa Branca.
A permissão seria restrita a ações voltadas à defesa de Kharkiv, cidade no nordeste ucraniano a poucos quilômetros da fronteira com a Rússia.
A informação vem em meio aos apelos cada vez mais insistentes de Kiev
para que aliados entreguem armas de longo alcance, capazes de atingir
alvos em solo russo.
“O presidente recentemente orientou sua equipe a garantir que a
Ucrânia possa usar armas fornecidas pelos EUA para fins de contra-ataque
na região de Kharkiv, para que a Ucrânia possa revidar contra as forças
russas que as estão atacando ou se preparando para atacá-las”, disse um
alto funcionário da Casa Branca à agência de notícias AFP, sob condição
de anonimato.
“Nossa política de proibir o uso de ATACMS [sistema de mísseis
táticos do Exército] ou ataques de longo alcance dentro da Rússia não
mudou”, disse a autoridade, referindo-se aos mísseis de longo alcance
recentemente enviados por Washington a Kiev.
O ATACMS é capaz de atingir alvos a 300 km de distância e já havia
chegado à Ucrânia este mês por ordem do presidente, segundo o Pentágono.
Países como Grã-Bretanha, Holanda e França dizem que Kiev tem o
direito de usar as armas que eles fornecem para atacar alvos militares
na Rússia.
Mais cedo nesta quinta, a Rússia advertiu contra ataques em seu
território usando armas ocidentais. “Isso será, em última análise, muito
prejudicial aos interesses daqueles países que escolheram o caminho de
escalar as tensões”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
Alemanha promete mais € 500 milhões em armas à Ucrânia
Também nesta quinta, o ministro alemão da Defesa, Boris Pistorius,
anunciou nesta quinta-feira (30/05) um novo pacote de armas para a
Ucrânia no valor de 500 milhões de euros (R$ 2,8 bilhões).
O comunicado foi feito por Pistorius ao lado de seu homólogo, o
ucraniano Rustem Umerov, durante visita não anunciada à cidade portuária
de Odessa. Segundo ele, parte do material já está para ser entregue.
O pacote de ajuda militar inclui munição para o sistema de defesa
aérea de médio alcance IRIS-T SLM – capaz de repelir mísseis a até 20
quilômetros de altitude e 40 quilômetros de distância –, além de mísseis
de curto alcance SLS.
Também serão fornecidas peças de reposição e canos de substituição
para os sistemas de artilharia, bem como um milhão de munições para
armas pequenas.
Esta é a terceira ida dele ao país desde o início da invasão russa, em 2022. A viagem ocorre em meio a uma nova ofensiva de Moscou no nordeste da Ucrânia, combinada com pesados ataques aéreos.
“Continuaremos a apoiá-los nesta campanha defensiva”, disse Pistorius
durante reunião com Umerov. Este, por sua vez, voltou a reforçar os
pedidos de Zelenski: “Nossos parceiros devem nos fornecer armas para que
possamos empurrar o inimigo para trás das fronteiras internacionalmente
reconhecidas da Ucrânia”, afirmou Umerov.
Pistorius sobre uso das armas: “Não se pode discutir tudo em público”
Em entrevista à TV alemã ARD, Pistorius evitou confirmar se as armas enviadas pelo Ocidente podem ser usadas pela Ucrânia para atingir alvos na Rússia – uma tecla na qual Kiev vem batendo.
À ARD, Pistorius argumentou que o Direito Internacional permite
o uso dessas armas, mas que nem tudo pode ser discutido em público: “No
fim das contas, a Ucrânia decide em comum acordo com seus parceiros o
que vai ou não fazer.”
A questão está sendo debatida por países-membros da Organização do
Tratado do Atlântico Norte (Otan), que se reuniram nesta quinta-feira em
Praga, e o secretário-geral da entidade Jens Stoltenberg, assim como a França,
apoiam a medida; Estados Unidos e Alemanha – os dois maiores aliados de
Kiev –, porém, têm até agora evitado declarações claras nesse sentido.
As tropas ucranianas na linha de frente continuam a sofrer com a escassez de munição após
a demora de mais de seis meses do Congresso americano em aprovar um
pacote de ajuda crucial no valor de 61 bilhões de dólares (R$ 317,46
bilhões, o equivalente a mais de 5% do Orçamento brasileiro para o ano
de 2024).
O dinheiro acabou sendo liberado em abril, mas armas e munições ainda não chegaram em grande número às linhas de frente ucranianas.
A Alemanha é o segundo maior fornecedor de armas a Kiev, atrás apenas dos Estados Unidos.
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Os americanos estão começando a se afastar dos carros movidos exclusivamente a gasolina, mas a maioria não está se voltando aos veículos elétricos. A escolha tem recaído sobre os híbridos.
Os híbridos oferecem alguns dos benefícios dos elétricos – custos
mais baixos de combustível, menos poluição – sem despertar a ansiedade
quanto a encontrar um carregador ou ficar sem energia em uma longa
viagem.
“Os híbridos são a porta de entrada para a transição” para os carros
elétricos, disse Stephanie Valdez Streaty, diretora da consultoria Cox
Automotive. “É uma boa opção para os consumidores que não estão prontos
para comprar um elétrico.”
Os americanos estão mais hesitantes em comprar carros elétricos agora
do que há um ano, de acordo com uma pesquisa da Gallup de março, que
constatou que apenas 44% dos adultos americanos dizem que considerariam
comprar um elétrico no futuro, em comparação com 55% no ano passado.
Essa mudança de atitude coincide com uma desaceleração nas vendas de
carros e caminhões elétricos. Os americanos compraram menos desses
veículos no primeiro trimestre de 2024 do que no trimestre anterior – a
primeira queda desde que a pandemia lançou a economia no caos em 2020.
Enquanto isso, os híbridos continuam se tornando mais populares. No
último ano, os híbridos aumentaram sua participação no mercado, mesmo
com a estagnação dos veículos elétricos.
Os prós e contras dos híbridos
Os carros híbridos oferecem algumas vantagens sobre os elétricos. Em
geral, eles são mais baratos e podem abastecer com gasolina para dirigir
longas distâncias sem carga. “Você não precisa mudar nada em seu estilo
de vida”, disse Valdez Streaty.
Mas os híbridos têm muitas desvantagens. O fato de ter dois sistemas
de energia separados, um elétrico e outro a gasolina, significa mais
desafios de manutenção, e o funcionamento com gasolina é mais caro do
que com eletricidade.
Além disso, continuar a queimar gasolina no longo prazo não ajudará a
evitar os efeitos mais catastróficos da mudança climática. As novas
regras federais de poluição de automóveis permitirão que as montadoras
mudem de motores a gasolina pura para híbridos no curto prazo, mas, por
fim, as regras empurrarão todas as montadoras para veículos elétricos
após 2030.
Atualmente, a decisão se resume às circunstâncias individuais dos
compradores de automóveis, de acordo com Valdez Streaty. Para aqueles
que, em sua maioria, percorrem distâncias curtas, têm acesso a estações
de recarga nas proximidades ou em casa e podem se dar ao luxo de gastar
um pouco mais no início para economizar combustível mais tarde, os
elétricos fazem sentido, disse ela. Para aqueles que dirigem longas
distâncias e não têm estações de recarga em sua área, um híbrido é uma
boa opção.
“Veremos uma mistura de híbridos e elétricos, e isso dependerá de sua situação”, disse.
Mais modelos híbridos chegam às concessionárias
O americano que pensa em comprar um híbrido terá muitas opções. Os
fabricantes de automóveis estão inundando o mercado com novos modelos
híbridos e recuando em alguns de seus planos mais ambiciosos para
aumentar a produção de veículos elétricos.
Este ano, a Ford adiou seus planos para novos modelos de picapes e
SUVs elétricos e anunciou que desenvolverá versões híbridas de todos os
seus modelos até 2030. A General Motors – que se comprometeu a vender
somente veículos elétricos até 2035 – agora planeja começar a vender
híbridos nos Estados Unidos pela primeira vez desde que abandonou o
Chevy Volt, em 2019.
Enquanto isso, a Toyota – fabricante do híbrido por excelência, o
Prius – manteve sua estratégia de priorizar os híbridos, mesmo quando
outras montadoras apostaram seu futuro nos veículos elétricos, e foi
recompensada com vendas e lucros recordes.
“Os fabricantes estão determinando: Onde está a demanda por veículos
elétricos? E como posso mudar para apoiar a maior demanda por híbridos?”
disse Valdez Streaty.
PEQUIM, CHINA (FOLHAPRESS) – No verão do ano passado, a partir de 29
de julho, Pequim enfrentou suas maiores chuvas em 140 anos. Em 83 horas,
atingiu 60% da água que costuma chover num ano. Morreram 33 pessoas na
capital chinesa.
Dez meses depois, o bairro de Mentougou, o mais atingido, na região
oeste da cidade, ainda está em obras. Ruas que estavam cobertas de água
ganharam asfalto poroso, encostas de morros estão sendo reforçados –e o
leito de um rio que correu mundo ao cobrir uma ponte, está seco, sendo
refeito para não assorear.
Essas e outras imagens, como os aviões ilhados no novo aeroporto de
Daxing, na rota das águas de Mentougou, levantaram dúvidas quanto às
cidades-esponja, projeto chinês iniciado oficialmente em 2015 –e que é
visto como uma possível resposta para tragédias como a do Rio Grande do
Sul.
Daxing, que abriu meses antes da pandemia, é chamado de “aeroporto
esponja”, com amplo terreno úmido, lago artificial, valas e telhados
verdes. O propósito, como no projeto todo, era absorver a água da chuva
como uma esponja. Não aconteceu porque, antes de mais nada, choveu acima
do teto previsto.
As chuvas e os tufões prosseguiram no verão chinês até setembro,
quando atingiu a chamada Grande Área da Baía, no sul. Cidades da região,
como Shenzhen, haviam se declarado prontas para chuvas como aquelas
registradas até dois séculos antes, após seis de anos de implantação do
projeto. Não foi o bastante.
O arquiteto Kongjian Yu, considerado um dos pais das cidades-esponja e
professor da Universidade de Pequim, defende que as autoridades devem
continuar a usar a técnica. Ele rebate as críticas dizendo que a
implantação está só no começo na capital.
Afirma que “a campanha de cidades-esponja da China se provou muito
bem-sucedida”, citando o exemplo de Sanya, na província de Hainan.
“Situada na região das monções, costumava sofrer terríveis inundações
urbanas e agora é festejada.”
Segundo ele, “é preciso esclarecer que se confundem as
cidades-esponja verdadeiras com as falsas, porque muitas usam só como
uma marca”. Grandes estruturas subterrâneas de retenção ou barragens
são, na verdade, “o oposto dos princípios”.
Segundo Yu, “certamente esta solução baseada na natureza também terá
que integrar algum grau de engenharia de infraestrutura” desse gênero.
Mas, “para resolver as inundações e secas e os problemas de
biodiversidade, a cidade-esponja é a principal solução adaptativa e deve
ser priorizada.”
Questionado se estava acompanhando as enchentes no Brasil e se tinha
algo específico para sugerir, afirmou: “Sim, vocês precisam agir
imediatamente. Quanto mais cedo, melhor, porque o próximo golpe pode ser
muito pior. Solução planeta-esponja”.
O especialista diz que “reter água na fonte sempre que a chuva cair e
dar à água mais espaço rio acima, diminuir a velocidade da água durante
seu fluxo, recuperando áreas úmidas e esponjas nas fazendas e ao longo
dos cursos d’água, e criar um sistema de esponjas resiliente na área
urbana”. Barragens de concreto e muros de inundação “não são solução,
eles fracassaram e vão fracassar”.
Ainda para os brasileiros, falou: “Aprendam com os erros e com o êxito da China”.
Também questionado sobre as enchentes no Brasil, o engenheiro civil
Mark Fletcher, da consultoria britânica Arup, responde que “têm sido
devastadoras, mas é importante reconhecer, quando acontecem, que esses
eventos extremos serão mais frequentes e mais intensos”. Exigem uma
resposta sistêmica, para mais resiliência e também “recuperações mais
rápidas”.
Também ele tira uma lista do que fazer, começando por buscar
“governança unida em todo o ciclo da água” e também destacando “aprender
com o que aconteceu para buscar novas infraestruturas e melhorar a
manutenção dos ativos de inundação existentes”.
Sobre cidades-esponja, diz que tem visitado a China para acompanhar
os programas em Pequim, Xangai, Cantão e Nanquim. “O conceito de
abrandar e armazenar as águas pluviais, para reduzir o impacto das
inundações em termos de perdas de vida e de danos nas infraestruturas, é
muito sensato. Todas as cidades precisam construir rapidamente sua
resiliência à incerteza das mudanças climáticas.”
Acrescenta que “é um conceito que tem origem na China, mas não há uma
abordagem rígida” sobre como chegar lá. “Podemos aprender com o que já
foi implementado na China, mas as soluções para cada país e cidade serão
diferentes, pois o contexto local é diferente.”
Também ele defende implementar seus princípios sem abandonar as “infraestruturas residuais”, como piscinões e barragens.
Aconselha não considerar a cidade-esponja “isoladamente como uma bala de prata”.
A própria China evita fazê-lo, tratando o projeto com paciência e
pouco alarde. Os primeiros passos teriam sido dados em 2013, mas a
formalização pelo Conselho de Estado só foi se dar dois anos depois.
Mais dois e o então primeiro-ministro Li Keqiang afirmou que era
prioridade “promover a construção de cidades-esponja, para que as áreas
urbanas tenham não apenas forma exterior, mas substância real”.
Até na maior aposta de urbanismo para o país, Xiong’an, que vem sendo
erguida para receber parte da administração estatal e para ser um
modelo ambiental para as demais, o conceito de esponja é evitado ou
minimizado. A nova cidade fica a cem quilômetros da capital, cerca de
meia hora por trem-bala.
Ainda está em obras. “O que posso dizer é que a infraestrutura de
cidade-esponja que está sendo construída lá não está concluída, mas
houve um investimento significativo, criando bacias de inundação para os
rios ao redor e uma rede de cursos d’água para absorver a água em toda a
cidade”, diz o pesquisador americano Andrew Stokols, do MIT.
“Ainda não sabemos se vai funcionar, porque ainda não foi testada”,
diz, lembrando que as enchentes de 2023 não chegaram à cidade. “A
localização de Xiong’an é muito difícil, porque é extremamente baixa.”
Ex-professor da Universidade de Pequim, ele retorna à capital neste
verão para seguir atento o que vai acontecer com a Brasília chinesa.
Com a chegada do frio,
muitas pessoas percebem um maior desejo de consumir alimentos mais
calóricos. Apesar de alguns pensarem que se trata de algo puramente
psicológico e sem explicação clara, especialistas afirmam que essa
mudança nos hábitos alimentares é resultado de uma combinação de
fatores fisiológicos, emocionais e sazonais.
O presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
de São Paulo (SBEM-SP), Felipe Henning, explica que, com a chegada do
frio, nosso corpo precisa gerar mais calor para manter a temperatura
adequada, o que acelera o metabolismo e aumenta a demanda por energia. Essa necessidade extra de energia, mesmo que discreta, leva nosso organismo a buscar alimentos que forneçam mais calorias.
Além disso, o nutrólogo da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo,
Daniel Magnoni, afirma que, durante o frio, a queima de gordura e de
reservas energéticas pode gerar a sensação de emagrecimento, levando à
percepção de que precisamos repor a composição corpórea. “O nosso
organismo é um sensor de necessidades constantes. Essa sensação de emagrecimento nos
faz pensar que precisamos nos alimentar mais. Isso, aliado à busca pelo
bem-estar proporcionado por alimentos quentes, que dão prazer, faz com
que o consumo hipercalórico aumente nessa época”, ensina.
Apesar das explicações fisiológicas, Henning lembra que, no frio, as
pessoas também costumam sair menos de casa e tendem a substituir
atividades ao ar livre por momentos de lazer em ambientes fechados,
como restaurantes. Esse cenário — ainda mais quando inclui os
indivíduos mais ansiosos — se une à demanda fisiológica, contribuindo
para o maior consumo calórico nos dias mais gelados. “A explicação é
fisiológica, mas uma parte significativa também parte do contexto do
próprio indivíduo”, afirma.
Como evitar o abuso calórico nos dias frios?
Segundo Magnoni, há várias estratégias para reduzir o consumo de
alimentos hipercalóricos nos dias frios, a começar pela ingestão de
fibras e proteínas, que são substâncias capazes de causar uma maior
sensação de saciedade.
O nutrólogo também sugere fracionar mais a alimentação, mantendo a
quantidade total habitual, mas dividindo-a em porções menores ao longo
do dia – outra tática para prolongar a sensação de saciedade. De acordo
com ele, a prática de atividade física merece atenção redobrada. Isso
porque, à medida em que existe uma maior ingestão de alimentos, também
há um aumento de gasto energético.
Por sua vez, Henning acrescenta que evitar o acesso fácil a alimentos
calóricos pode ajudar a reduzir o consumo excessivo nessa época do ano.
“Isso significa evitar ter esse tipo de alimento em casa, pois quando
estão ao alcance, especialmente em momentos de ansiedade e desejo por
prazer alimentar, é mais provável ceder e consumi-los”, afirma.
Outra estratégia envolve aumentar o consumo de líquidos quentes,
sendo uma boa opção optar por bebidas não calóricas, o que não inclui os
famosos cappuccino ou chocolate quente açucarados. Segundo Henning, os
chás são uma ótima pedida (especialmente o verde, porque estimula
levemente o metabolismo). “Os líquidos quentes não apenas ajudam a
manter a temperatura corporal, mas também promovem uma sensação de
saciedade devido ao volume de líquido no estômago”, explica o
especialista.
Ginkgo, colágeno, cúrcuma e vários outros são um mercado de bilhões
com muita promoção nas redes sociais. Mas eles raramente são
regulamentados e controlados, e as promessas de benefícios geralmente
são falsas.Muitas pessoas tomam suplementos alimentares que prometem
melhorar a pele e o cabelo, fortalecer o sistema imunológico ou melhorar
o desempenho, entre inúmeros outros supostos benefícios. Magnésio,
ferro, vitamina D, colágeno e muitos outros fazem parte de um mercado de
bilhões.
A especialista em nutrição Angela Clausen, do centro de
aconselhamento ao consumidor do estado alemão da Renânia do
Norte-Vestfália, lida há anos com esse tema. “O problema é que muitas
pessoas veem os suplementos alimentares como uma espécie de medicamento
natural e os usam de acordo com essa visão: para tratar ou mesmo curar
doenças”, diz. “Porém, suplementos alimentares apenas fornecem
componentes essenciais que não estão em quantidade suficiente na dieta
das pessoas.”
Muitos suplementos alimentares são apenas dinheiro jogado fora.
Entretanto, algumas substâncias, como vitamina D, iodo ou selênio, podem
até mesmo ser prejudiciais se consumidas em excesso.
E justamente por não serem medicamentos, suplementos alimentares
estão sujeitos a muito menos controle por autoridades de saúde. Em geral
eles podem ser comercializados sem que tenham sido feitos testes de
segurança, qualidade ou eficácia.
E por serem menos controlados, os suplementos alimentares nem sempre
contêm os ingredientes indicados na embalagem ou podem não conter as
quantidades indicadas nelas. Em alguns casos até contêm substâncias
perigosas ou proibidas.
No vale-tudo das redes sociais, há ainda menos controle. Falsas
promessas sobre as propriedades saudáveis dos suplementos alimentares
são encontradas em toda parte.
A DW verificou as promessas associadas a três suplementos alimentares nas redes sociais.
Quatro suplementos para ficar “mais inteligente”
Alegação: Neste vídeo do TikTok, que foi visualizado cerca de 1,7
milhão de vezes, uma pessoa afirma: “Você não é burro, apenas não tem
circulação suficiente no cérebro, o que o impede de se focar, de se
concentrar, e o resultado é uma memória muito fraca.”
Os quatro principais suplementos recomendados por ela para lidar com
isso são ginkgo biloba, bacopa monnieri, L-teanina e L-treonato de
magnésio.
Verificação de fatos da DW: Falso
Melhorar o desempenho cognitivo e a concentração com esses
suplementos alimentares seria mesmo bom demais para ser verdade. A
nutricionista Friederike Schmidt, da Universidade de Lübeck, analisou o
vídeo para a DW.
“A TikToker fala sobre mecanismos metabólicos muito específicos, e
ela passa mesmo a impressão inicial de ser muito competente”, observa
Schmidt. No entanto, a especialista ressalta que, em relação a muitos
aspectos das substâncias mencionadas, “na verdade não se tem ideia do
que elas fazem e se de fato ajudam”.
Por exemplo, uma das alegações feitas no vídeo é que o extrato da
planta bacopa monnieri aumenta o nível do neurotransmissor acetilcolina
no cérebro, o que melhora a memória.
“Isso é muito do além”, diz Schmidt. “Até hoje não houve nenhum
estudo metodologicamente sólido, muito menos vários estudos, em que as
pessoas receberam esse extrato de planta, tiveram mais acetilcolina em
seus cérebros e, então, conseguiram se lembrar melhor das coisas.”
Clausen observa que a citação de estudos de pouca ou nenhuma
relevância é uma tática comum na propaganda de suplementos alimentares.
“Os estudos apresentados geralmente são um desastre no que diz respeito
ao produto abordado”, diz.
De modo geral, as alegações da TikToker não são cientificamente
sólidas. Não há provas de que suas “quatro principais recomendações de
suplementos” melhorem o desempenho cognitivo da maneira que ela
descreve.
“Cura milagrosa” com a cúrcuma
Alegação: De acordo com este vídeo em espanhol, que teve mais de 1,5
milhão de visualizações, a cúrcuma em pó dissolvida em água pode ajudar a
combater o eczema. O vídeo também alega que ela desintoxica o corpo,
previne a artrite e reduz o risco de câncer. Alegações semelhantes podem
ser encontradas em outros vídeos.
Verificação de fatos da DW: Falso
Usada como tempero, a cúrcuma, ou açafrão-da-terra, há muito tempo é
considerada boa para a digestão. Porém, de acordo com Clausen, todas
essas alegações do vídeo são insustentáveis. “Não há estudos que as
sustentem”, afirma.
Foram efetivamente feitas pesquisas sobre o ingrediente ativo da
cúrcuma, a curcumina, mas não há estudos “padrão ouro”, ou seja, estudos
realizados em seres humanos, nos quais nem os pesquisadores nem os
participantes sabiam quem havia recebido o placebo e quem, o ingrediente
ativo e que tenham sido corroborados por no mínimo um outro estudo
realizado por um grupo de trabalho diferente.
Estudos mostraram apenas que um extrato específico de cúrcuma, numa
dosagem específica, tem um efeito anti-inflamatório em testes de
laboratório, em um tubo de ensaio. Mas esses efeitos só podem ser
atribuídos a esse exato extrato, nessa exata dosagem, e não simplesmente
à cúrcuma. O efeito em seres humanos pode ser completamente diferente
do efeito num tubo de ensaio.
“Estamos muito longe de poder dizer que a cúrcuma definitivamente
ajuda”, diz Schmidt. A nutricionista explica que um problema específico
da curcumina é que ela é muito reativa, o que significa que no
laboratório ela interage com muitas outras substâncias – o que,
presumivelmente, também é o motivo pelo qual se diz que ela é eficaz
contra tantas doenças e problemas. Mas isso não significa que ela seja
eficaz em pessoas.
Colágeno “melhora pele, cabelo, unhas e articulações”
Alegação: Publicações nas redes sociais também atribuem muitos
efeitos positivos ao colágeno. Este vídeo viral afirma que ele dá uma
pele mais firme, unhas mais fortes e cabelos mais brilhantes e fortes,
enquanto este clipe do TikTok afirma que ele também ajuda nas
articulações.
Verificação de fatos da DW: Falso
O colágeno é uma proteína produzida naturalmente pelo corpo e é
importante para os ossos, articulações, músculos e tendões. Os
suplementos alimentares que contêm colágeno são, portanto, de origem
animal, geralmente feitos de resíduos de matadouros.
Não está claro quão bem o corpo é capaz de processar o colágeno
recebido de fontes externas. Até mesmo o suposto efeito mais conhecido
do colágeno – o rejuvenescimento da pele – ainda necessita de mais
pesquisas, de acordo com um metaestudo realizado em 2023.
“Nenhuma dessas promessas publicitárias foi aprovada para uso na UE,
certamente não a que se refere à saúde das articulações”, diz Clausen.
Não há nenhuma evidência conclusiva de que o colágeno tenha esse efeito,
acrescenta.
A organização dela até mesmo processou – e ganhou a causa – o
fabricante do produto Glow25 Collagen Pulver em 2022 por usar o slogan
“Ossos e articulações saudáveis”. O fabricante reconheceu que essa e
outras promessas não podiam ser cumpridas pelo produto. No entanto,
muitas postagens online ainda fazem essas alegações.
Conclusão: consumidores estão sendo enganados
Com os suplementos alimentares, não é fácil separar a verdade da
propaganda enganosa. De modo geral, as alegações feitas nas redes
sociais são muitas vezes exageradas, sem base científica ou até mesmo
proibidas.
“Em muitos casos, vemos que as pessoas estão apenas gastando dinheiro
em coisas de que não precisam”, diz Schmidt. “A ideia de que você pode
fazer algo pela sua saúde usando apenas com alguns comprimidos ou pós é
muito tentadora”, diz.
Mudanças no mercado e nas prioridades dos colaboradores impõem
desafios às companhias; pesquisa do ManpowerGroup revela as apostas para
este ano
A rápida transformação digital, aliada às mudanças no comportamento e
nos objetivos dos profissionais, pode impor novas demandas às empresas
na atração e na gestão de suas equipes para este ano. Para deixar o
cenário ainda mais desafiador, o mundo passa por uma grande escassez de
talentos: 75% dos empregadores do mundo e 80% do Brasil relatam
dificuldades para encontrar candidatos com as habilidades de que
precisam, de acordo com a pesquisa Escassez de Talentos de 2024, do
ManpowerGroup.
O obstáculo, no entanto, também cria oportunidades; e como
“adaptação” é a palavra de ordem, as companhias estão encontrando novas
fontes de talento, se abrindo a candidatos com diferentes experiências e
buscando suporte na tecnologia, como sugere o relatório huManpower,
também do grupo.
“A atração e retenção de talentos precisa, mais do que nunca, estar
na agenda das lideranças. Para se destacar da concorrência, será
necessário ampliar os horizontes na busca pelos profissionais que
atendam às necessidades da organização. O suporte mais cuidadoso ao time
de colaboradores também faz a diferença, com feedbacks constantes e
investimento em inovação, capacitação e desenvolvimento. Além disso, as
empresas deverão valorizar mais as soft skills, habilidades que
contribuem com o bom desempenho do negócio”, explica Wilma Dal Col,
diretora de Gestão Estratégica de Pessoas no ManpowerGroup Brasil.
Considerando esse cenário, o ManpowerGroup realizou um estudo sobre
as mudanças no mundo do trabalho que vai ajudar as lideranças e os
profissionais de RH a conduzirem essa transformação, criando ambientes
em que a força das pessoas é o que move os negócios. Confira os
principais insights:
Inteligência Artificial e Realidade Virtual
O relatório concluiu que 58% dos empregadores em todo o mundo estão
otimistas que novas tecnologias, como Inteligência Artificial e
Realidade Virtual, não irão eliminar empregos e sim, criá-los. Mas é
preciso se preparar.
Soft Skills importam
Os empregadores que estão apresentando dificuldade em encontrar
colaboradores com conhecimento técnico adequado já entenderam a
importância de buscar nesses profissionais habilidades comportamentais.
Os atributos mais importantes a serem considerados durante o processo de
contratação em todos os setores são: Comunicação, Colaboração e
trabalho em equipe (39%), Responsabilidade e confiabilidade (33%) e
Raciocínio e resolução de problemas (29%).
Transformando desafios em oportunidades
Em vez de encarar a escassez somente como um grande obstáculo, muitos
empregadores já estão buscando alternativas para resolver o problema.
No último ano, as empresas se mostraram mais dispostas a considerar
profissionais mais maduros (34%), candidatos com lacunas na carreira
(27%) ou desempregados há bastante tempo (26%).
Unindo habilidades
Quando perguntados sobre as soft skills mais importantes para os
talentos da Geração Z (de 11 a 26 anos), os empregadores disseram:
Aprendizagem ativa e curiosidade (31%), Colaboração e trabalho em equipe
(26%) e Criatividade e originalidade (25%). Para os Millennials (27 a
42 anos), Colaboração e trabalho em equipe (26%), Responsabilidade e
confiabilidade (25%) e Raciocínio e resolução de problemas (23%) foram
as três competências mais citadas.
Já para os candidatos da Geração X (43 a 58 anos), Ensino e mentoria
(29%), Liderança e gestão (27%) e Colaboração e trabalho em equipe (24%)
são as soft skills mais importantes. Enquanto Ensino e mentoria (28%),
Liderança e influência social (23%) e Responsabilidade e confiabilidade
(21%) estão no topo da lista dos Baby Boomers (de 59 a 77 anos).
“A diferença geracional representa um desafio e uma grande
oportunidade para as pessoas e as organizações, pois indivíduos de
diferentes idades desempenham papéis importantes por meio de suas
experiências, diferentes perspectivas e expectativas, tornando
singulares e complementares suas contribuições. Unir essas habilidades
pode trazer uma grande vantagem competitiva para as organizações”,
afirma Wilma.
Desenvolvimento em alta
Mesmo que muitas empresas estejam voltando ao presencial, apenas 19%
dos empregadores acreditam que a colaboração presencial seja um dos
principais fatores de produtividade. Para eles, Desenvolvimento
profissional (40%), Metas e objetivos claros (37%) e Cultura de trabalho
positiva (36%) são considerados mais importantes.
Para uma empresa realmente verde, comece pelas pessoas
Mudanças climáticas, alta demanda por produtos sustentáveis e os
incentivos governamentais estão acelerando a transição verde. Nunca se
falou tanto em ESG (Environmental, Social and Governance) como agora.
Não à toa, 70% dos empregadores já planejam ativamente recrutar para
empregos verdes.
De olho nos Gamers
57% dos empregadores em todo o mundo relatam que considerariam a
experiência com jogos eletrônicos ao contratar. Estudos apontam que soft
skills como Criatividade, Pensamento crítico, Raciocínio lógico e
Resiliência também são desenvolvidas por meio de e-sports e videogames.
FANS TOKENS DA VALEON
Os Clubes de Futebol no Brasil e no Mundo estão alinhados fora de
campo e estão investindo em inovação e no mercado de criptoativos, mais
especificamente as Fans Tokens que são moedas digitais chamadas de CHILIZ(CHZ).
A novidade é atribuir um valor de ativo financeiro a um produto com o
qual o fã cria relacionamentos e experiências com o Clube de Futebol e
que antes era apenas um serviço sem valor de revenda ou de valorização
desse ativo. As Fans Tokens ajudam os clubes a melhorar a parte financeira.
Assim como nenhum elemento do marketing faz nada sozinho, não só em clubes, mas em qualquer empresa, as Fans Tokens
também precisam ter a imagem trabalhada para chegar ao consumidor de
forma clara, oferecendo algo que seja palatável e legível ao torcedor,
ou seja, as pessoas precisam entender do que se trata este ativo digital
para poder consumi-lo.
Como toda inovação, as Fans tokens ainda estão numa
fase inicial e todos nós estamos aprendendo com elas. Não podemos perder
de foco é que a tecnologia não pode ser o fim, a tecnologia é
simplesmente o meio e é a chave para o engajamento e temos que
compreender que a tecnologia pode gerar lucro, construir operações
sustentáveis, proteger a integridade da concorrência, desenvolver
multiplataformas e muito mais.
Engajar os fãs não é algo exclusivo do esporte. Pelo contrário, todas
as marcas querem encantar seus consumidores e engajá-los das mais
variadas formas. Descobrir essas formas é uma das muitas atividades de
quem trabalha com comportamento do consumidor.
Em marketing, podemos definir o engajamento do cliente como os
comportamentos espontâneos, interativos e cocriativos do consumidor,
principalmente em trocas não transacionais entre consumidor e empresa
para atingir seus objetivos individuais e sociais.
Em outro contexto, porém, podemos pensar no engajamento como um
estado de espírito motivacional relacionado à marca e dependente do
contexto de um cliente, caracterizado por níveis específicos de
atividade cognitiva, emocional e comportamental nas interações da marca.
E, nesse aspecto, surge um fator importante: como os consumidores
engajados fornecem referências e recomendações para produtos
específicos, o engajamento do cliente é um elemento-chave nas
estratégias das empresas para o desenvolvimento de soluções, de novos
produtos e retenção de clientes. É aqui que surge a ideia da
monetização.
A Startup Valeon cria as FANS TOKENS VALEON para premiar
uma enorme comunidade de consumidores que utilizam as redes sociais,
que são o nosso público-alvo, que são as pessoas que achamos que podem
realmente se beneficiar do nosso produto que é a Plataforma Comercial
Marketplace Valeon e muitas vezes não possuem o conhecimento básico de
como o nosso produto funciona.
As Fans Tokens são para aqueles que não querem
apenas ser espectadores, mas para aqueles que desejam ter um papel mais
ativo na comunidade das redes sociais.
A tokenização fornece novas maneiras inspiradoras de
classificar valor, criando novos ativos ou reinventado os tradicionais,
abrindo portas para melhoria de processos totalmente novos, fluxos de
receitas e envolvimento dos clientes com novas oportunidades.
Pensando nisso, a Startup Valeon através do seu Site, aposta na
possibilidade de trazer o consumidor que pode estar longe ou não conhece
a Valeon para perto da gente e ainda ser nosso colaborador participando
ativamente do nosso desenvolvimento, gerando transformações e tendo o
direito de fornecer conhecimentos específicos para o desenvolvimento do
Site.
Valor do Fan Token Valeon = R$ 1,00
Solicitamos a colaboração dos consumidores do Vale do Aço
para as oportunidades de influenciarem em algumas decisões do nosso
dia-a-dia e quanto maior o peso de suas opiniões, mais Fan Tokens irá
ganhar.
1 – Você pode auxiliar no desenvolvimento do nosso Site Valeon verificando alguma possibilidade de melhoria nele.
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2 – As Empresas, Serviços e Profissionais que desejarem
participar aderindo suas Publicidades e Propagandas ao Site Valeon terão
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3 – Sugestões de Internautas que queiram incluir ÁLBUNS DE MÚSICAS de até 150 MB NA COLEÇÃO DE MÚSICAS do Site Valeon.
Uma pesquisa do instituto Ipsos aponta que a maioria da população
brasileira avalia que o País está “na direção errada”. De acordo com o
levantamento, 57% dos brasileiros tem essa opinião sobre o caminho do
Brasil. É o maior índice registrado no mandato do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, de acordo com a pesquisa mensal. Já 43% opinam que o
País está no rumo certo.
A pesquisa What Worries the World avalia questões sociais e
políticas em 29 países. No levantamento de maio, a inflação foi apontada
como a maior preocupação entre todos os países pesquisados. No Brasil, a
questão não é a principal aflição da população. Para os brasileiros,
23% consideram a inflação como uma preocupação. A média mundial é de
34%. No País, a maior preocupação hoje é com o crime e a violência
(46%).
Entre os países avaliados, o Brasil ocupa a 21ª posição no ranking
das populações mais críticas aos rumos do País. Os holandeses mostram o
nível mais baixo de otimismo, com 79% de percepção de que o País está na
direção errada. A média global é de 62% de pessimismo em relação aos
caminhos tomados pelas nações.
Desemprego
Dos países que listam o desemprego como a sua principal preocupação, a
África do Sul lidera o ranking com 67% de percepção da população. A
Colômbia aparece com 45%, Índia com 44% e Argentina, com 43%. A questão é
citada por 26% dos brasileiros.
Corrupção
Um quarto (26%) dos 29 países mencionam a corrupção financeira e
política como uma preocupação em seu país. A população da Indonésia é a
mais preocupada com a corrupção (65%), seguida pelos moradores de Peru
(53%), África do Sul (51%) e Malásia (48%). O tema é a preocupação de
27% dos brasileiros, um ponto porcentual acima da média mundial, de 26%.
Violência
O Brasil ocupa a sexta posição do ranking quando o tema é a percepção
sobre violência como a maior preocupação da população, com 46%. O País
está atrás apenas de Chile (69%), Suíça (64%), África do Sul (56%), Peru
(54%) e México (52%).
A pesquisa foi aplicada a 24.686 pessoas de 29 países, entre 15 de
abril e 3 de maio, por meio de um painel virtual. A margem de erro é
estimada em 3,1 pontos porcentuais para mais ou menos, de acordo com o
instituto Ipsos.
Uma proposta de emenda constitucional (PEC) que tramita no Senado pode permitir a transferência da propriedade de terrenos do litoral, hoje sob o domínio da União, para Estados, municípios e proprietários privados.
O assunto voltou à tona após a realização de uma audiência pública na
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa na segunda-feira
(27/5).
Durante a reunião, que contou com a participação de membros do
governo federal, de representantes de alguns municípios e da sociedade
civil, os senadores ficaram divididos em torno do tema.
Aprovada em fevereiro de 2022 na Câmara dos Deputados, a PEC 3/2022 estava parada na CCJ do Senado desde agosto de 2023.
Ambientalistas alertam que a proposta traz o risco de privatização
das praias por empreendimentos e pode comprometer a biodiversidade do
litoral brasileiro.
Já os defensores da proposta argumentam que não se trata de
privatização e nem que o texto tenha alguma motivação ligada ao mercado
imobiliário.
O que mudaria?
A proposta é de autoria do ex-deputado federal Arnaldo Jordy
(Cidadania-PA) e tem parecer favorável do relator, o senador Flávio
Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Caso seja aprovada e sancionada com o texto que está hoje no Senado, a
PEC revogaria um trecho da Constituição e autorizaria a transferência
dos territórios de marinha para ocupantes particulares, Estados e
municípios
Os terrenos de marinha são as áreas situadas na costa marítima em uma
faixa de 33 metros a partir de uma linha média traçada em 1831.
Atualmente, as praias pertencem à União e são geridas pela Secretaria
do Patrimônio da União (SPU), do Ministério de Gestão e Inovação em
Serviços Públicos.
A PEC prevê que Estados e municípios recebam gratuitamente a
propriedade daqueles terrenos que já tiverem construções de prédios
públicos.
Ocupantes particulares poderiam receber a titularidade do terreno
mediante pagamento. E a União ficaria com áreas utilizadas pelo serviço
público federal, áreas não ocupadas e aquelas abrangidas por unidades
ambientais federais.
Além disso, a PEC proíbe a cobrança do laudêmio pela União quando houver transferência de domínio.
No caso dos proprietários privados, o texto prevê a transferência
mediante pagamento para aqueles inscritos regularmente “no órgão de
gestão do patrimônio da União até a data de publicação” da Emenda à
Constituição.
Além disso, autoriza a transferência da propriedade para ocupantes
“não inscritos”, “desde que a ocupação tenha ocorrido pelo menos cinco
anos antes da data de publicação” da PEC.
Acesso às praias
A Lei Federal nº 7.661/1988, que instituiu o Plano Nacional de
Gerenciamento Costeiro, determina que “as praias são bens públicos de
uso comum do povo, sendo assegurado, sempre, livre e franco acesso a
elas e ao mar, em qualquer direção e sentido”.
Abre-se uma exceção para trechos do litoral considerados de interesse de segurança nacional.
Esse é um dos pontos que provocou desaprovação à PEC. Críticos temem
que a construção de empreendimentos próximos à faixa de areia da costa
brasileira possa levar a um bloqueio do acesso da população à praia.
A PEC não prevê alterações na Lei Federal nº 7.661/1988, mas Ana
Paula Prates, diretora do Departamento de Oceano e Gestão Costeira do
Ministério do Meio Ambiente (MMA), acredita que a aprovação do texto
poderia levar ao fechamento dos acessos às áreas de areia.
“Na hora em que esses terrenos todos que ficam após as praias forem
privatizados, você começa a ter uma privatização do acesso a elas, que
são bens comuns da sociedade brasileira”, disse em entrevista à Rádio
Nacional.
Já os defensores argumentam que “não há uma linha no texto” que poderia permitir a privatização das praias.
Para o senador Flávio Bolsonaro, a PEC pode facilitar o registro
fundiário e também gerar empregos. O relator apontou que a motivação da
PEC é um “sentimento municipalista”.
“Os prefeitos conhecem mais a situação dos municípios do que nós aqui
do Senado. É um fato: a PEC não privatiza praias”, disse o relator na
audiência.
Regularização ou ‘caos administrativo’?
Os defensores da proposta argumentam que a mudança é necessária para regularizar as propriedades nos terrenos de marinha.
Segundo Flávio Bolsonaro, há “inúmeras edificações realizadas sem a
ciência de estarem localizadas em terrenos de propriedade da União”.
Ainda conforme o relator da proposta, os terrenos de marinha causam prejuízos aos cidadãos e aos municípios.
“O cidadão tem que pagar tributação exagerada sobre os imóveis em que
vivem: pagam foro, taxa de ocupação e IPTU. Já os municípios sofrem
restrições ao desenvolvimento de políticas públicas quanto ao
planejamento territorial urbano em razão das restrições de uso dos bens
sob domínio da União”.
O prefeito de Florianópolis (SC), Topázio Neto (PSD), também defendeu
essa posição, dizendo que são os municípios que têm investido na gestão
desses terrenos ao longo dos anos, mas sem ter controle total.
Neto, porém, disse acreditar que mais discussão é necessária.
“Uma única fórmula para o Brasil inteiro não vai funcionar. Cada município tem uma realidade diferente”, ponderou.
Por sua vez, a secretária-adjunta da Secretaria de Gestão do
Patrimônio da União no Ministério da Gestão e da Inovação dos Serviços
Públicos, Carolina Gabas Stuchi, argumentou que se PEC fosse aprovada
hoje, haveria “um caos administrativo”, porque estima-se que existam
cerca de 3 milhões de imóveis não registrados ocupando essa faixa.
Segundo ela, outros países estão recomprando as áreas de praia que
haviam sido privatizadas tempos atrás e existem leis mais simples que
poderiam auxiliar a resolver os problemas relacionados aos terrenos de
marinha sem causar tantos prejuízos.
A gerente técnica da Associação dos Terminais Portuários Privados
(ATP), Ana Paula Franco, disse que a organização é desfavorável à
proposta por trazer insegurança jurídica.
Todo terminal usa parte do terreno de marinha, com a devida
autorização do poder público. E segundo Ana Paula, a construção de um
porto exige um longo tempo e sua operação demanda muitos investimentos.
Para ela, mudanças legais podem judicializar a questão.
Críticos da medida também apontam que ela vai favorecer a especulação
imobiliária, retirando os mais pobres das áreas consideradas “nobres” e
agravando o desequilíbrio ambiental.
Conservação ambiental
Na audiência pública de segunda-feira (27), Carolina Gabas Stuchi, do
Ministério da Gestão e da Inovação dos Serviços Públicos, também
ressaltou a importância do domínio da União sobre a faixa marítima para a
soberania nacional e para o equilíbrio ambiental.
“A PEC favorece a ocupação desordenada, ameaçando os ecossistemas,
tornando esses terrenos mais vulneráveis a eventos climáticos extremos”,
alertou.
Ambientalistas também ressaltam que o nível do mar vem subindo nos
últimos anos e esses terrenos, que normalmente têm manguezais, restingas
e falésias, são consideradas áreas de preservação permanentes.
A presidente da Comissão de Meio Ambiente (CMA), senadora Leila
Barros (PDT-DF), reconheceu que há problemas na gestão dos terrenos de
marinha, mas disse que, na prática, a proposta flexibiliza a legislação
ambiental.
“A extinção dos terrenos de marinha e a transferência de propriedade
podem afetar a função dessas áreas na mitigação das mudanças
climáticas”, afirmou durante a sessão.
Uma nota técnica do Grupo de Trabalho para Uso e Conservação Marinha
(GT-Mar), que atua na Frente Parlamentar Ambientalista do Congresso
Nacional, apontou que a fiscalização também pode ser fragilizada com a
PEC, o que ameaçaria ainda mais a biodiversidade costeira.
“Sem a prerrogativa de gestão desse patrimônio, o governo federal
terá muito mais dificuldades de implantar políticas socioambientais de
enfrentamento às mudanças climáticas”, diz a nota.
Já na visão de Ana Ilda Pavão, representante do Movimento dos
Pescadores e Pescadoras Artesanais, a PEC também prejudicará as
comunidades tradicionais, que habitam essas áreas há décadas, e os
pescadores, que já sofrem com o assoreamento e com o desmatamento.
“O teor dessa PEC, no fundo, é a urbanização das orlas, são os
grandes empreendimentos. Quem vai lucrar? Não somos nós. Nós só vamos
perder. Essa PEC precisa ser revista”, opinou Pavão.
Defesa
Outro ponto que está em jogo é a defesa e segurança do país. Críticos
afirmam que a ideia de controle desses terrenos pela União está
intimamente relacionada à segurança nacional e proteção contra ataques
estrangeiros.
O conceito foi instituído ainda no tempo do Império, com a vinda de
Dom João 6º e da família real. As terras eram destinadas à instalação de
fortificações contra invasões marítimas.
Mas para o senador Flávio Bolsonaro, a necessidade de defesa do território contra invasão estrangeira mudou.
“Atualmente, essas razões não estão mais presentes, notadamente
diante dos avanços tecnológicos dos armamentos que mudaram os conceitos
de defesa territorial”, disse em seu parecer.
O que acontece a seguir?
Para ser aprovada, esta PEC precisa ser votada em plenário no Senado e
receber o apoio de pelo menos três quintos dos senadores (49). Mas, até
o momento, não há previsão de quando ela será votada.
Segundo informações divulgadas pela GloboNews, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, decidiu frear o projeto por enquanto.
Se houver modificação substancial no Senado, o texto precisa voltar para a Câmara.
A PEC enfrenta grande resistência dentro do governo, com o Ministério
da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) se posicionando
contra sua aprovação.
Nas redes sociais, a discussão sobre o tema também mobilizou muitos internautas.
Influenciadores e ativistas gravaram vídeos para se posicionar de
forma contrária à proposta e pedir à população para que se manifeste
contrariamente.
Até o fechamento desta matéria, a PEC tinha mais de 74 mil votos
contrários à sua aprovação no portal e-Cidadania, que coleta a opinião e
incentiva a participação dos cidadãos nas atividades legislativas. Os
votos a favor somam pouco mais de 1.100.
O arroz importado pelo governo chegará a supermercados e redes de
atacado de alimentos com o rótulo do governo federal e a informação:
“Arroz importado pelo governo federal” ao preço tabelado de R$ 4 o
quilo.
O governo informou a representantes de produtores de arroz,
atacadistas e supermercadistas que pretendia vender o arroz diretamente,
cadastrando o comércio interessado em revender o produto importado pelo
governo.
Nesta quarta-feira, o diretor de Operações e Abastecimento, Thiago
dos Santos, disse que a Conab decidirá posteriormente a modalidade de
venda do produto ao comércio.
“A MP autoriza a Conab a fazer venda direta, lembrando que a Conab
pode fazer também tanto a compra quanto a venda através dos seus
leilões. Temos duas modalidades para esse produto chegar ao vendedor
final”, afirmou Santos.
Nos leilões, a estatal oferece o produto a agentes privados na cadeia
produtiva e não opera diretamente na distribuição ao comércio local. Ao
final, a escolha vai depender da capacidade da Conab em lidar com uma
atividade que não é parte de sua rotina.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro,
disse que o arroz importado pelo governo poderá chegar aos mercados em
até 40 dias. Pelo edital da Conab, publicado nesta quarta, o leilão de
importação deve ocorrer em 6 de junho, e os fornecedores poderão
entregar o arroz nos armazéns da Conab ao longo de 90 dias, até 8 de
setembro.
De uma forma ou de outra toda forma, o arroz importado pelo governo
chegará às gôndolas com a logomarca do governo federal em pacotes de 5
quilos por R$ 20 a unidade. A Conab decidiu ampliar para 21 Estados a
distribuição do arroz importado — antes, eram sete Estados.
Segundo Santos, houve pedidos de potenciais compradores da região
Norte e de outros Estados, razão pela qual a lista de unidades atendidas
foi ampliada.
A iniciativa da Conab é alvo de críticas do
setor arrozeiro. Os produtores alegam que há produto no mercado
doméstico, uma vez que praticamente toda a safra gaúcha já foi colhida e
que o problema é de logística. Além disso, a venda direta será feita a
um preço abaixo do praticado pelo mercado, o que tende a desestimular o
plantio da nova safra, além de pressionar as margens de concorrentes
internos.
Produtores questionam ainda o tempo de conclusão da operação,
alegando que, em 40 dias, a situação de escoamento do arroz gaúcho já
estará normalizada, e o mercado, com preços mais equilibrados.
Mais arroz no curto prazo
O governo anunciou nesta quarta que decidiu ampliar o volume da
primeira compra no exterior, de 104 mil toneladas para 300 mil
toneladas.
“Obviamente não vamos trazer todo esse produto (1 milhão de toneladas)
de uma vez. Vamos trazer 300 mil toneladas e queremos, com isso,
equilibrar o mercado, garantir preço adequado aos consumidores”, disse o
presidente da Conab, Edegar Pretto.
“Vamos avaliar o comportamento do mercado. Se esse leilão já
equilibrar os preços, o governo vai avaliar a necessidade de fazer ou
não um novo leilão”, afirmou.
A Conab afirmou que a fixação do preço em R$ 4 por quilo considerou o preço médio do grão no varejo de R$ 5 por quilo antes das inundações no Rio Grande do Sul com um deságio de 20% em relação ao valor apurado, mas não esclareceu o motivo da escolha deste patamar de deságio.
O volume de 1 milhão de toneladas representa 10% do consumo de arroz
anual do Brasil, estimado em 10,5 milhões de toneladas, ou pouco mais de
dois meses da venda nos supermercados.
O governo gastará R$ 7,2 bilhões do Orçamento federal na operação,
recurso liberado por meio de crédito extraordinário (fora do limite da
meta fiscal, mas com impacto na dívida pública).
Segundo Pretto, a estimativa do governo de importar 1 milhão de
toneladas se baseia em informações prestadas pelo setor que dão conta de
uma perda de 600 mil toneladas no Estado, além de uma quantia ainda não
calculada de arroz perdido em armazéns alagados.
“O governo não quer intervir no mercado, mas com o combate à
especulação, o mercado deve voltar logo ao preço justo. Estamos longe de
qualquer intervenção, até porque, se o Brasil produz em torno de 10,5
milhões de toneladas de arroz, 300 mil toneladas não farão intervenção”,
afirmou Fávaro, em entrevista ao canal oficial EBC.
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Câmara dos Deputados aprovou na noite
desta terça-feira (28) projeto que tributa as compras de até US$ 50 em
sites estrangeiros, como as plataformas asiáticas Shein, Shopee e
Aliexpress, com uma alíquota de 20%. Hoje, as compras até esse valor são
isentas da cobrança do Imposto de Importação se a empresa que vendeu
estiver no programa Remessa Conforme.
Saiba o que pode mudar na tributação com este projeto aprovado.
1.Qual foi o projeto aprovado pela Câmara dos Deputados relacionado à tributação de compras em sites estrangeiros?
A Câmara dos Deputados aprovou um projeto que tributa as compras de
até US$ 50 em sites estrangeiros, como Shein, Shopee e Aliexpress, com
uma alíquota de 20%. Já as compras entre US$ 50,01 e US$ 3.000 terão 60%
de imposto de importação, com um desconto de US$ 20 no imposto a ser
incluído.
2. E agora, o que acontece com projeto?
O texto seguirá para o Senado e deve ser apreciado na Casa, com a votação prevista para esta quarta-feira (29).
3. A nova tributação já está valendo?
O projeto de lei ainda será votado no Senado. Se ele for aprovado sem
alterações, o texto seguirá para sanção e caberá ao presidente Lula
definir quando o projeto entra em vigor. Caso o texto tenha alguma
modificação no Senado, ele volta para a Câmara, onde passará por uma
nova votação. Se for aprovado, o projeto segue para sanção.
4. Até a sanção, como fica a tributação das compras?
A regra atual será mantida até a sanção. Portanto, as empresas que
estão inscritas no Remessa Conforme podem enviar seus produtos e não há
cobrança de imposto de importação, que é um tributo federal, nas compras
até US$ 50. Há apenas a cobrança de 17% do ICMS (Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços), que é estadual. Já as compras
acima de US$ 50 têm alíquota de 60% de importação, e mais 17% de ICMS.
5. Qual é a regra atual para compras de até US$ 50 em sites estrangeiros?
As compras de até US$ 50 em sites estrangeiros são isentas da
cobrança do Imposto de Importação, caso as empresas façam parte do
programa Remessa Conforme, que entrou em vigor em 1º de agosto do ano
passado. Para as compras acima de US$ 50, é cobrado 60% como imposto de
importação. Foi também estabelecida a cobrança de 17% de ICMS, que é
estadual, nos produtos, independentemente do valor.
6. Como eu sei o que é cobrado de impostos nas compras?
O Remessa Conforme prevê que a empresa que vendeu o produto especifique de forma clara ao consumidor:
Valor da mercadoria
Valor do frete internacional e do seguro (exceto se ambos estiverem
embutidos no preço do produto, sendo que essa informação precisa estar
clara para o consumidor)
Valor da tarifa postal e demais despesas (quando houver)
Valor referente ao Imposto de Importação (apenas em compras acima de US$ 50), cuja alíquota é de 60%
Valor do ICMS, com alíquota de 17%
A soma que será paga pelo consumidor
O projeto aprovado nessa terça-feira na Câmara não traz informação se
a cobrança de imposto deverá ser explicitada ao consumidor.
7. Antes do Remessa Conforme, como era a tributação?
Havia uma cobrança de 60% de imposto de importação independentemente
do valor da compra. Já as transações entre pessoas físicas eram isentas
de cobranças em compras de até US$ 50. O ICMS variava entre 17% e 19%,
dependendo do estado. A empresa que não se cadastrou no Remessa Conforme
continuava com a alíquota de 60%, na negociação de qualquer mercadoria.
8. Por que foi criado o Remessa Conforme?
O Remessa Conforme é um programa do governo federal que visa dar mais
agilidade às transações de comércio exterior, garantindo o cumprimento
da legislação aduaneira. A empresa que importa produtos solicita
voluntariamente o seu cadastro no programa e tem de atender algumas
regras. Antes do Remessa Conforme, algumas empresas de comércio virtual
driblavam a lei para conseguir a isenção de US$ 50 nas compras online,
benefício existente apenas para transações entre pessoas físicas.
Segundo especialistas consultados pela Folha, algumas plataformas
enviavam produtos por meio de pessoas físicas para se beneficiarem dessa
isenção. Com o programa, a expectativa do governo e da Receita Federal
era que as compras feitas pelos brasileiros fossem analisadas e
liberadas mais rapidamente.
9. Quem propôs o projeto para tributar em 20% as compras de até US$ 50?
O projeto de lei 914, de 2024, é de autoria do deputado Atila Lira
(PP-PI) e institui o Programa Mover, que cria incentivos para a adoção
de tecnologias verdes na indústria automobilística. Mas dentro do
projeto foi incluído um “jabuti”, como são chamadas as medidas que não
fazem parte do tema original, que alterava a legislação sobre remessas
postais, o que inclui as compras feitas em sites no exterior. O projeto
propôs inicialmente acabar com a isenção de compras internacionais,
apresentando duas opções de alíquota: 25% e 20%.
10. Além da taxação de compras em sites estrangeiros, o que mais o projeto aprovado pela Câmara dos Deputados abrange?
O projeto faz parte do Mover (Programa Mobilidade Verde e Inovação),
um programa do governo para a descarbonização do setor automotivo, que
busca ampliar as exigências de sustentabilidade da frota automotiva e
estimular a produção de novas tecnologias nas áreas de mobilidade e
logística.
11. Qual foi o acordo selado entre líderes da Câmara e o presidente
da Casa em relação à taxação de compras em sites estrangeiros?
Foi acordado uma alíquota de 20% para a taxação de compras em sites
estrangeiros, com o aval do presidente Lula, como um meio-termo entre as
propostas iniciais.