sexta-feira, 31 de maio de 2024

ESCASSEZ DE TALENTOS PASSA O MUNDO PARA ENCONTRAR CANDIDATOS COM HABILIDADES NECESSÁRIAS

 

Mudanças no mercado e nas prioridades dos colaboradores impõem desafios às companhias; pesquisa do ManpowerGroup revela as apostas para este ano

A rápida transformação digital, aliada às mudanças no comportamento e nos objetivos dos profissionais, pode impor novas demandas às empresas na atração e na gestão de suas equipes para este ano. Para deixar o cenário ainda mais desafiador, o mundo passa por uma grande escassez de talentos: 75% dos empregadores do mundo e 80% do Brasil relatam dificuldades para encontrar candidatos com as habilidades de que precisam, de acordo com a pesquisa Escassez de Talentos de 2024, do ManpowerGroup.

O obstáculo, no entanto, também cria oportunidades; e como “adaptação” é a palavra de ordem, as companhias estão encontrando novas fontes de talento, se abrindo a candidatos com diferentes experiências e buscando suporte na tecnologia, como sugere o relatório huManpower, também do grupo.

“A atração e retenção de talentos precisa, mais do que nunca, estar na agenda das lideranças. Para se destacar da concorrência, será necessário ampliar os horizontes na busca pelos profissionais que atendam às necessidades da organização. O suporte mais cuidadoso ao time de colaboradores também faz a diferença, com feedbacks constantes e investimento em inovação, capacitação e desenvolvimento. Além disso, as empresas deverão valorizar mais as soft skills, habilidades que contribuem com o bom desempenho do negócio”, explica Wilma Dal Col, diretora de Gestão Estratégica de Pessoas no ManpowerGroup Brasil.

Considerando esse cenário, o ManpowerGroup realizou um estudo sobre as mudanças no mundo do trabalho que vai ajudar as lideranças e os profissionais de RH a conduzirem essa transformação, criando ambientes em que a força das pessoas é o que move os negócios. Confira os principais insights:

Inteligência Artificial e Realidade Virtual

O relatório concluiu que 58% dos empregadores em todo o mundo estão otimistas que novas tecnologias, como Inteligência Artificial e Realidade Virtual, não irão eliminar empregos e sim, criá-los. Mas é preciso se preparar.

Soft Skills importam

Os empregadores que estão apresentando dificuldade em encontrar colaboradores com conhecimento técnico adequado já entenderam a importância de buscar nesses profissionais habilidades comportamentais. Os atributos mais importantes a serem considerados durante o processo de contratação em todos os setores são: Comunicação, Colaboração e trabalho em equipe (39%), Responsabilidade e confiabilidade (33%) e Raciocínio e resolução de problemas (29%).

Transformando desafios em oportunidades

Em vez de encarar a escassez somente como um grande obstáculo, muitos empregadores já estão buscando alternativas para resolver o problema. No último ano, as empresas se mostraram mais dispostas a considerar profissionais mais maduros (34%), candidatos com lacunas na carreira (27%) ou desempregados há bastante tempo (26%).

Unindo habilidades

Quando perguntados sobre as soft skills mais importantes para os talentos da Geração Z (de 11 a 26 anos), os empregadores disseram: Aprendizagem ativa e curiosidade (31%), Colaboração e trabalho em equipe (26%) e Criatividade e originalidade (25%). Para os Millennials (27 a 42 anos), Colaboração e trabalho em equipe (26%), Responsabilidade e confiabilidade (25%) e Raciocínio e resolução de problemas (23%) foram as três competências mais citadas.

Já para os candidatos da Geração X (43 a 58 anos), Ensino e mentoria (29%), Liderança e gestão (27%) e Colaboração e trabalho em equipe (24%) são as soft skills mais importantes. Enquanto Ensino e mentoria (28%), Liderança e influência social (23%) e Responsabilidade e confiabilidade (21%) estão no topo da lista dos Baby Boomers (de 59 a 77 anos).

“A diferença geracional representa um desafio e uma grande oportunidade para as pessoas e as organizações, pois indivíduos de diferentes idades desempenham papéis importantes por meio de suas experiências, diferentes perspectivas e expectativas, tornando singulares e complementares suas contribuições. Unir essas habilidades pode trazer uma grande vantagem competitiva para as organizações”, afirma Wilma.

Desenvolvimento em alta

Mesmo que muitas empresas estejam voltando ao presencial, apenas 19% dos empregadores acreditam que a colaboração presencial seja um dos principais fatores de produtividade. Para eles, Desenvolvimento profissional (40%), Metas e objetivos claros (37%) e Cultura de trabalho positiva (36%) são considerados mais importantes.

Para uma empresa realmente verde, comece pelas pessoas

Mudanças climáticas, alta demanda por produtos sustentáveis e os incentivos governamentais estão acelerando a transição verde. Nunca se falou tanto em ESG (Environmental, Social and Governance) como agora. Não à toa, 70% dos empregadores já planejam ativamente recrutar para empregos verdes.

De olho nos Gamers

57% dos empregadores em todo o mundo relatam que considerariam a experiência com jogos eletrônicos ao contratar. Estudos apontam que soft skills como Criatividade, Pensamento crítico, Raciocínio lógico e Resiliência também são desenvolvidas por meio de e-sports e videogames. 

FANS TOKENS DA VALEON

Os Clubes de Futebol no Brasil e no Mundo estão alinhados fora de campo e estão investindo em inovação e no mercado de criptoativos, mais especificamente as Fans Tokens que são moedas digitais chamadas de CHILIZ(CHZ).

A novidade é atribuir um valor de ativo financeiro a um produto com o qual o fã cria relacionamentos e experiências com o Clube de Futebol e que antes era apenas um serviço sem valor de revenda ou de valorização desse ativo. As Fans Tokens ajudam os clubes a melhorar a parte financeira.

Assim como nenhum elemento do marketing faz nada sozinho, não só em clubes, mas em qualquer empresa, as Fans Tokens também precisam ter a imagem trabalhada para chegar ao consumidor de forma clara, oferecendo algo que seja palatável e legível ao torcedor, ou seja, as pessoas precisam entender do que se trata este ativo digital para poder consumi-lo.

Como toda inovação, as Fans tokens ainda estão numa fase inicial e todos nós estamos aprendendo com elas. Não podemos perder de foco é que a tecnologia não pode ser o fim, a tecnologia é simplesmente o meio e é a chave para o engajamento e temos que compreender que a tecnologia pode gerar lucro, construir operações sustentáveis, proteger a integridade da concorrência, desenvolver multiplataformas e muito mais.

Engajar os fãs não é algo exclusivo do esporte. Pelo contrário, todas as marcas querem encantar seus consumidores e engajá-los das mais variadas formas. Descobrir essas formas é uma das muitas atividades de quem trabalha com comportamento do consumidor.

Em marketing, podemos definir o engajamento do cliente como os comportamentos espontâneos, interativos e cocriativos do consumidor, principalmente em trocas não transacionais entre consumidor e empresa para atingir seus objetivos individuais e sociais.

Em outro contexto, porém, podemos pensar no engajamento como um estado de espírito motivacional relacionado à marca e dependente do contexto de um cliente, caracterizado por níveis específicos de atividade cognitiva, emocional e comportamental nas interações da marca. E, nesse aspecto, surge um fator importante: como os consumidores engajados fornecem referências e recomendações para produtos específicos, o engajamento do cliente é um elemento-chave nas estratégias das empresas para o desenvolvimento de soluções, de novos produtos e retenção de clientes. É aqui que surge a ideia da monetização.

A Startup Valeon cria as FANS TOKENS VALEON para premiar uma enorme comunidade de consumidores que utilizam as redes sociais, que são o nosso público-alvo, que são as pessoas que achamos que podem realmente se beneficiar do nosso produto que é a Plataforma Comercial Marketplace Valeon e muitas vezes não possuem o conhecimento básico de como o nosso produto funciona.

As Fans Tokens são para aqueles que não querem apenas ser espectadores, mas para aqueles que desejam ter um papel mais ativo na comunidade das redes sociais.

A tokenização fornece novas maneiras inspiradoras de classificar valor, criando novos ativos ou reinventado os tradicionais, abrindo portas para melhoria de processos totalmente novos, fluxos de receitas e envolvimento dos clientes com novas oportunidades.

Pensando nisso, a Startup Valeon através do seu Site, aposta na possibilidade de trazer o consumidor que pode estar longe ou não conhece a Valeon para perto da gente e ainda ser nosso colaborador participando ativamente do nosso desenvolvimento, gerando transformações e tendo o direito de fornecer conhecimentos específicos para o desenvolvimento do Site.

Valor do Fan Token Valeon = R$ 1,00

Solicitamos a colaboração dos consumidores do Vale do Aço para as oportunidades de influenciarem em algumas decisões do nosso dia-a-dia e quanto maior o peso de suas opiniões, mais Fan Tokens irá ganhar.

1 – Você pode auxiliar no desenvolvimento do nosso Site Valeon verificando alguma possibilidade de melhoria nele.

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IPAT/1/01/2024

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quinta-feira, 30 de maio de 2024

MAIORIA DA POPULAÇÃO BRASILEIRA ACREDITA QUE O PAÍS ESTÁ NA DIREÇÃO ERRADA

 

História de Redação – IstoÉ Dinheiro

Uma pesquisa do instituto Ipsos aponta que a maioria da população brasileira avalia que o País está “na direção errada”. De acordo com o levantamento, 57% dos brasileiros tem essa opinião sobre o caminho do Brasil. É o maior índice registrado no mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de acordo com a pesquisa mensal. Já 43% opinam que o País está no rumo certo.

A pesquisa What Worries the World avalia questões sociais e políticas em 29 países. No levantamento de maio, a inflação foi apontada como a maior preocupação entre todos os países pesquisados. No Brasil, a questão não é a principal aflição da população. Para os brasileiros, 23% consideram a inflação como uma preocupação. A média mundial é de 34%. No País, a maior preocupação hoje é com o crime e a violência (46%).

Entre os países avaliados, o Brasil ocupa a 21ª posição no ranking das populações mais críticas aos rumos do País. Os holandeses mostram o nível mais baixo de otimismo, com 79% de percepção de que o País está na direção errada. A média global é de 62% de pessimismo em relação aos caminhos tomados pelas nações.

Desemprego

Dos países que listam o desemprego como a sua principal preocupação, a África do Sul lidera o ranking com 67% de percepção da população. A Colômbia aparece com 45%, Índia com 44% e Argentina, com 43%. A questão é citada por 26% dos brasileiros.

Corrupção

Um quarto (26%) dos 29 países mencionam a corrupção financeira e política como uma preocupação em seu país. A população da Indonésia é a mais preocupada com a corrupção (65%), seguida pelos moradores de Peru (53%), África do Sul (51%) e Malásia (48%). O tema é a preocupação de 27% dos brasileiros, um ponto porcentual acima da média mundial, de 26%.

Violência

O Brasil ocupa a sexta posição do ranking quando o tema é a percepção sobre violência como a maior preocupação da população, com 46%. O País está atrás apenas de Chile (69%), Suíça (64%), África do Sul (56%), Peru (54%) e México (52%).

A pesquisa foi aplicada a 24.686 pessoas de 29 países, entre 15 de abril e 3 de maio, por meio de um painel virtual. A margem de erro é estimada em 3,1 pontos porcentuais para mais ou menos, de acordo com o instituto Ipsos.

O post Pesquisa indica que maioria da população brasileira acredita que País ‘está na direção errada’ apareceu primeiro em ISTOÉ DINHEIRO.

PEC NO SENADO QUER PRIVATIZAR PRAIAS NO BRASIL

BBC News Brasil

Praia do Forte em Cabo Frio; projeto em tramitação no Senado pode permitir a transferência da propriedade de terrenos do litoral brasileiro hoje sob o domínio da União

Praia do Forte em Cabo Frio; projeto em tramitação no Senado pode permitir a transferência da propriedade de terrenos do litoral brasileiro hoje sob o domínio da União© Getty Images

Uma proposta de emenda constitucional (PEC) que tramita no Senado pode permitir a transferência da propriedade de terrenos do litoral, hoje sob o domínio da União, para Estados, municípios e proprietários privados.

O assunto voltou à tona após a realização de uma audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa na segunda-feira (27/5).

Durante a reunião, que contou com a participação de membros do governo federal, de representantes de alguns municípios e da sociedade civil, os senadores ficaram divididos em torno do tema.

Aprovada em fevereiro de 2022 na Câmara dos Deputados, a PEC 3/2022 estava parada na CCJ do Senado desde agosto de 2023.

Ambientalistas alertam que a proposta traz o risco de privatização das praias por empreendimentos e pode comprometer a biodiversidade do litoral brasileiro.

Já os defensores da proposta argumentam que não se trata de privatização e nem que o texto tenha alguma motivação ligada ao mercado imobiliário.

O que mudaria?

A proposta é de autoria do ex-deputado federal Arnaldo Jordy (Cidadania-PA) e tem parecer favorável do relator, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Caso seja aprovada e sancionada com o texto que está hoje no Senado, a PEC revogaria um trecho da Constituição e autorizaria a transferência dos territórios de marinha para ocupantes particulares, Estados e municípios

Os terrenos de marinha são as áreas situadas na costa marítima em uma faixa de 33 metros a partir de uma linha média traçada em 1831.

Atualmente, as praias pertencem à União e são geridas pela Secretaria do Patrimônio da União (SPU), do Ministério de Gestão e Inovação em Serviços Públicos.

A PEC prevê que Estados e municípios recebam gratuitamente a propriedade daqueles terrenos que já tiverem construções de prédios públicos.

Ocupantes particulares poderiam receber a titularidade do terreno mediante pagamento. E a União ficaria com áreas utilizadas pelo serviço público federal, áreas não ocupadas e aquelas abrangidas por unidades ambientais federais.

Além disso, a PEC proíbe a cobrança do laudêmio pela União quando houver transferência de domínio.

Porto de Salvador

Porto de Salvador© Getty Images

No caso dos proprietários privados, o texto prevê a transferência mediante pagamento para aqueles inscritos regularmente “no órgão de gestão do patrimônio da União até a data de publicação” da Emenda à Constituição.

Além disso, autoriza a transferência da propriedade para ocupantes “não inscritos”, “desde que a ocupação tenha ocorrido pelo menos cinco anos antes da data de publicação” da PEC.

Acesso às praias

A Lei Federal nº 7.661/1988, que instituiu o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro, determina que “as praias são bens públicos de uso comum do povo, sendo assegurado, sempre, livre e franco acesso a elas e ao mar, em qualquer direção e sentido”.

Abre-se uma exceção para trechos do litoral considerados de interesse de segurança nacional.

Esse é um dos pontos que provocou desaprovação à PEC. Críticos temem que a construção de empreendimentos próximos à faixa de areia da costa brasileira possa levar a um bloqueio do acesso da população à praia.

A PEC não prevê alterações na Lei Federal nº 7.661/1988, mas Ana Paula Prates, diretora do Departamento de Oceano e Gestão Costeira do Ministério do Meio Ambiente (MMA), acredita que a aprovação do texto poderia levar ao fechamento dos acessos às áreas de areia.

“Na hora em que esses terrenos todos que ficam após as praias forem privatizados, você começa a ter uma privatização do acesso a elas, que são bens comuns da sociedade brasileira”, disse em entrevista à Rádio Nacional.

Já os defensores argumentam que “não há uma linha no texto” que poderia permitir a privatização das praias.

Para o senador Flávio Bolsonaro, a PEC pode facilitar o registro fundiário e também gerar empregos. O relator apontou que a motivação da PEC é um “sentimento municipalista”.

“Os prefeitos conhecem mais a situação dos municípios do que nós aqui do Senado. É um fato: a PEC não privatiza praias”, disse o relator na audiência.

Regularização ou ‘caos administrativo’?

Os defensores da proposta argumentam que a mudança é necessária para regularizar as propriedades nos terrenos de marinha.

Segundo Flávio Bolsonaro, há “inúmeras edificações realizadas sem a ciência de estarem localizadas em terrenos de propriedade da União”.

Ainda conforme o relator da proposta, os terrenos de marinha causam prejuízos aos cidadãos e aos municípios.

“O cidadão tem que pagar tributação exagerada sobre os imóveis em que vivem: pagam foro, taxa de ocupação e IPTU. Já os municípios sofrem restrições ao desenvolvimento de políticas públicas quanto ao planejamento territorial urbano em razão das restrições de uso dos bens sob domínio da União”.

O prefeito de Florianópolis (SC), Topázio Neto (PSD), também defendeu essa posição, dizendo que são os municípios que têm investido na gestão desses terrenos ao longo dos anos, mas sem ter controle total.

Neto, porém, disse acreditar que mais discussão é necessária.

“Uma única fórmula para o Brasil inteiro não vai funcionar. Cada município tem uma realidade diferente”, ponderou.

Por sua vez, a secretária-adjunta da Secretaria de Gestão do Patrimônio da União no Ministério da Gestão e da Inovação dos Serviços Públicos, Carolina Gabas Stuchi, argumentou que se PEC fosse aprovada hoje, haveria “um caos administrativo”, porque estima-se que existam cerca de 3 milhões de imóveis não registrados ocupando essa faixa.

Segundo ela, outros países estão recomprando as áreas de praia que haviam sido privatizadas tempos atrás e existem leis mais simples que poderiam auxiliar a resolver os problemas relacionados aos terrenos de marinha sem causar tantos prejuízos.

Audiência na CCJ do Senado foi presidida pelo relator Flávio Bolsonaro

Audiência na CCJ do Senado foi presidida pelo relator Flávio Bolsonaro© Agência Senado

A gerente técnica da Associação dos Terminais Portuários Privados (ATP), Ana Paula Franco, disse que a organização é desfavorável à proposta por trazer insegurança jurídica.

Todo terminal usa parte do terreno de marinha, com a devida autorização do poder público. E segundo Ana Paula, a construção de um porto exige um longo tempo e sua operação demanda muitos investimentos. Para ela, mudanças legais podem judicializar a questão.

Críticos da medida também apontam que ela vai favorecer a especulação imobiliária, retirando os mais pobres das áreas consideradas “nobres” e agravando o desequilíbrio ambiental.

Conservação ambiental

Na audiência pública de segunda-feira (27), Carolina Gabas Stuchi, do Ministério da Gestão e da Inovação dos Serviços Públicos, também ressaltou a importância do domínio da União sobre a faixa marítima para a soberania nacional e para o equilíbrio ambiental.

“A PEC favorece a ocupação desordenada, ameaçando os ecossistemas, tornando esses terrenos mais vulneráveis a eventos climáticos extremos”, alertou.

Ambientalistas também ressaltam que o nível do mar vem subindo nos últimos anos e esses terrenos, que normalmente têm manguezais, restingas e falésias, são consideradas áreas de preservação permanentes.

A presidente da Comissão de Meio Ambiente (CMA), senadora Leila Barros (PDT-DF), reconheceu que há problemas na gestão dos terrenos de marinha, mas disse que, na prática, a proposta flexibiliza a legislação ambiental.

“A extinção dos terrenos de marinha e a transferência de propriedade podem afetar a função dessas áreas na mitigação das mudanças climáticas”, afirmou durante a sessão.

Uma nota técnica do Grupo de Trabalho para Uso e Conservação Marinha (GT-Mar), que atua na Frente Parlamentar Ambientalista do Congresso Nacional, apontou que a fiscalização também pode ser fragilizada com a PEC, o que ameaçaria ainda mais a biodiversidade costeira.

“Sem a prerrogativa de gestão desse patrimônio, o governo federal terá muito mais dificuldades de implantar políticas socioambientais de enfrentamento às mudanças climáticas”, diz a nota.

Mangue em Itamaracá, Pernambuco

Mangue em Itamaracá, Pernambuco© Getty Images

Já na visão de Ana Ilda Pavão, representante do Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais, a PEC também prejudicará as comunidades tradicionais, que habitam essas áreas há décadas, e os pescadores, que já sofrem com o assoreamento e com o desmatamento.

“O teor dessa PEC, no fundo, é a urbanização das orlas, são os grandes empreendimentos. Quem vai lucrar? Não somos nós. Nós só vamos perder. Essa PEC precisa ser revista”, opinou Pavão.

Defesa

Outro ponto que está em jogo é a defesa e segurança do país. Críticos afirmam que a ideia de controle desses terrenos pela União está intimamente relacionada à segurança nacional e proteção contra ataques estrangeiros.

O conceito foi instituído ainda no tempo do Império, com a vinda de Dom João 6º e da família real. As terras eram destinadas à instalação de fortificações contra invasões marítimas.

Mas para o senador Flávio Bolsonaro, a necessidade de defesa do território contra invasão estrangeira mudou.

“Atualmente, essas razões não estão mais presentes, notadamente diante dos avanços tecnológicos dos armamentos que mudaram os conceitos de defesa territorial”, disse em seu parecer.

O que acontece a seguir?

Para ser aprovada, esta PEC precisa ser votada em plenário no Senado e receber o apoio de pelo menos três quintos dos senadores (49). Mas, até o momento, não há previsão de quando ela será votada.

Segundo informações divulgadas pela GloboNews, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, decidiu frear o projeto por enquanto.

Se houver modificação substancial no Senado, o texto precisa voltar para a Câmara.

A PEC enfrenta grande resistência dentro do governo, com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) se posicionando contra sua aprovação.

Nas redes sociais, a discussão sobre o tema também mobilizou muitos internautas.

Influenciadores e ativistas gravaram vídeos para se posicionar de forma contrária à proposta e pedir à população para que se manifeste contrariamente.

Até o fechamento desta matéria, a PEC tinha mais de 74 mil votos contrários à sua aprovação no portal e-Cidadania, que coleta a opinião e incentiva a participação dos cidadãos nas atividades legislativas. Os votos a favor somam pouco mais de 1.100.

 

GOVERNO VAI VENDER ARROZ IMPORTADO TABELADO DE R$ 4,00 O QUILO

História de Mariana Carneiro e Isadora Duarte

BRASÍLIA – Após críticas feitas por produtores e vendedores de arroz, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) afirmou nesta quarta-feira, 29, que avalia se fará a venda direta do arroz importado ao comércio local. A iniciativa inédita está prevista em medida provisória publicada no último dia 24 e autoriza a Conab a importar 1 milhão de toneladas do grão para abastecer o mercado interno, vendendo diretamente a varejistas.

O arroz importado pelo governo chegará a supermercados e redes de atacado de alimentos com o rótulo do governo federal e a informação: “Arroz importado pelo governo federal” ao preço tabelado de R$ 4 o quilo.

O governo informou a representantes de produtores de arroz, atacadistas e supermercadistas que pretendia vender o arroz diretamente, cadastrando o comércio interessado em revender o produto importado pelo governo.

Nesta quarta-feira, o diretor de Operações e Abastecimento, Thiago dos Santos, disse que a Conab decidirá posteriormente a modalidade de venda do produto ao comércio.

“A MP autoriza a Conab a fazer venda direta, lembrando que a Conab pode fazer também tanto a compra quanto a venda através dos seus leilões. Temos duas modalidades para esse produto chegar ao vendedor final”, afirmou Santos.

Nos leilões, a estatal oferece o produto a agentes privados na cadeia produtiva e não opera diretamente na distribuição ao comércio local. Ao final, a escolha vai depender da capacidade da Conab em lidar com uma atividade que não é parte de sua rotina.

Segundo Fávaro, arroz importado pelo governo poderá chegar aos mercados em até 40 dias Foto: Wilton Junior/Estadão

Segundo Fávaro, arroz importado pelo governo poderá chegar aos mercados em até 40 dias Foto: Wilton Junior/Estadão© Fornecido por Estadão

ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse que o arroz importado pelo governo poderá chegar aos mercados em até 40 dias. Pelo edital da Conab, publicado nesta quarta, o leilão de importação deve ocorrer em 6 de junho, e os fornecedores poderão entregar o arroz nos armazéns da Conab ao longo de 90 dias, até 8 de setembro.

De uma forma ou de outra toda forma, o arroz importado pelo governo chegará às gôndolas com a logomarca do governo federal em pacotes de 5 quilos por R$ 20 a unidade. A Conab decidiu ampliar para 21 Estados a distribuição do arroz importado — antes, eram sete Estados.

Segundo Santos, houve pedidos de potenciais compradores da região Norte e de outros Estados, razão pela qual a lista de unidades atendidas foi ampliada.

A iniciativa da Conab é alvo de críticas do setor arrozeiro. Os produtores alegam que há produto no mercado doméstico, uma vez que praticamente toda a safra gaúcha já foi colhida e que o problema é de logística. Além disso, a venda direta será feita a um preço abaixo do praticado pelo mercado, o que tende a desestimular o plantio da nova safra, além de pressionar as margens de concorrentes internos.

Produtores questionam ainda o tempo de conclusão da operação, alegando que, em 40 dias, a situação de escoamento do arroz gaúcho já estará normalizada, e o mercado, com preços mais equilibrados.

Mais arroz no curto prazo

O governo anunciou nesta quarta que decidiu ampliar o volume da primeira compra no exterior, de 104 mil toneladas para 300 mil toneladas.

“Obviamente não vamos trazer todo esse produto (1 milhão de toneladas) de uma vez. Vamos trazer 300 mil toneladas e queremos, com isso, equilibrar o mercado, garantir preço adequado aos consumidores”, disse o presidente da Conab, Edegar Pretto.

“Vamos avaliar o comportamento do mercado. Se esse leilão já equilibrar os preços, o governo vai avaliar a necessidade de fazer ou não um novo leilão”, afirmou.

A Conab afirmou que a fixação do preço em R$ 4 por quilo considerou o preço médio do grão no varejo de R$ 5 por quilo antes das inundações no Rio Grande do Sul com um deságio de 20% em relação ao valor apurado, mas não esclareceu o motivo da escolha deste patamar de deságio.

O volume de 1 milhão de toneladas representa 10% do consumo de arroz anual do Brasil, estimado em 10,5 milhões de toneladas, ou pouco mais de dois meses da venda nos supermercados.

O governo gastará R$ 7,2 bilhões do Orçamento federal na operação, recurso liberado por meio de crédito extraordinário (fora do limite da meta fiscal, mas com impacto na dívida pública).

Segundo Pretto, a estimativa do governo de importar 1 milhão de toneladas se baseia em informações prestadas pelo setor que dão conta de uma perda de 600 mil toneladas no Estado, além de uma quantia ainda não calculada de arroz perdido em armazéns alagados.

“O governo não quer intervir no mercado, mas com o combate à especulação, o mercado deve voltar logo ao preço justo. Estamos longe de qualquer intervenção, até porque, se o Brasil produz em torno de 10,5 milhões de toneladas de arroz, 300 mil toneladas não farão intervenção”, afirmou Fávaro, em entrevista ao canal oficial EBC.

 

O QUE VAI MUDAR COM A TAXAÇÃO DOS IMPORTADOS

 

Folha de S. Paulo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta terça-feira (28) projeto que tributa as compras de até US$ 50 em sites estrangeiros, como as plataformas asiáticas Shein, Shopee e Aliexpress, com uma alíquota de 20%. Hoje, as compras até esse valor são isentas da cobrança do Imposto de Importação se a empresa que vendeu estiver no programa Remessa Conforme.

Saiba o que pode mudar na tributação com este projeto aprovado.

1.Qual foi o projeto aprovado pela Câmara dos Deputados relacionado à tributação de compras em sites estrangeiros?

A Câmara dos Deputados aprovou um projeto que tributa as compras de até US$ 50 em sites estrangeiros, como Shein, Shopee e Aliexpress, com uma alíquota de 20%. Já as compras entre US$ 50,01 e US$ 3.000 terão 60% de imposto de importação, com um desconto de US$ 20 no imposto a ser incluído.

2. E agora, o que acontece com projeto?

O texto seguirá para o Senado e deve ser apreciado na Casa, com a votação prevista para esta quarta-feira (29).

3. A nova tributação já está valendo?

O projeto de lei ainda será votado no Senado. Se ele for aprovado sem alterações, o texto seguirá para sanção e caberá ao presidente Lula definir quando o projeto entra em vigor. Caso o texto tenha alguma modificação no Senado, ele volta para a Câmara, onde passará por uma nova votação. Se for aprovado, o projeto segue para sanção.

4. Até a sanção, como fica a tributação das compras?

A regra atual será mantida até a sanção. Portanto, as empresas que estão inscritas no Remessa Conforme podem enviar seus produtos e não há cobrança de imposto de importação, que é um tributo federal, nas compras até US$ 50. Há apenas a cobrança de 17% do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), que é estadual. Já as compras acima de US$ 50 têm alíquota de 60% de importação, e mais 17% de ICMS.

5. Qual é a regra atual para compras de até US$ 50 em sites estrangeiros?

As compras de até US$ 50 em sites estrangeiros são isentas da cobrança do Imposto de Importação, caso as empresas façam parte do programa Remessa Conforme, que entrou em vigor em 1º de agosto do ano passado. Para as compras acima de US$ 50, é cobrado 60% como imposto de importação. Foi também estabelecida a cobrança de 17% de ICMS, que é estadual, nos produtos, independentemente do valor.

6. Como eu sei o que é cobrado de impostos nas compras?

O Remessa Conforme prevê que a empresa que vendeu o produto especifique de forma clara ao consumidor:

Valor da mercadoria

Valor do frete internacional e do seguro (exceto se ambos estiverem embutidos no preço do produto, sendo que essa informação precisa estar clara para o consumidor)

Valor da tarifa postal e demais despesas (quando houver)

Valor referente ao Imposto de Importação (apenas em compras acima de US$ 50), cuja alíquota é de 60%

Valor do ICMS, com alíquota de 17%

A soma que será paga pelo consumidor

O projeto aprovado nessa terça-feira na Câmara não traz informação se a cobrança de imposto deverá ser explicitada ao consumidor.

7. Antes do Remessa Conforme, como era a tributação?

Havia uma cobrança de 60% de imposto de importação independentemente do valor da compra. Já as transações entre pessoas físicas eram isentas de cobranças em compras de até US$ 50. O ICMS variava entre 17% e 19%, dependendo do estado. A empresa que não se cadastrou no Remessa Conforme continuava com a alíquota de 60%, na negociação de qualquer mercadoria.

8. Por que foi criado o Remessa Conforme?

O Remessa Conforme é um programa do governo federal que visa dar mais agilidade às transações de comércio exterior, garantindo o cumprimento da legislação aduaneira. A empresa que importa produtos solicita voluntariamente o seu cadastro no programa e tem de atender algumas regras. Antes do Remessa Conforme, algumas empresas de comércio virtual driblavam a lei para conseguir a isenção de US$ 50 nas compras online, benefício existente apenas para transações entre pessoas físicas. Segundo especialistas consultados pela Folha, algumas plataformas enviavam produtos por meio de pessoas físicas para se beneficiarem dessa isenção. Com o programa, a expectativa do governo e da Receita Federal era que as compras feitas pelos brasileiros fossem analisadas e liberadas mais rapidamente.

9. Quem propôs o projeto para tributar em 20% as compras de até US$ 50?

O projeto de lei 914, de 2024, é de autoria do deputado Atila Lira (PP-PI) e institui o Programa Mover, que cria incentivos para a adoção de tecnologias verdes na indústria automobilística. Mas dentro do projeto foi incluído um “jabuti”, como são chamadas as medidas que não fazem parte do tema original, que alterava a legislação sobre remessas postais, o que inclui as compras feitas em sites no exterior. O projeto propôs inicialmente acabar com a isenção de compras internacionais, apresentando duas opções de alíquota: 25% e 20%.

10. Além da taxação de compras em sites estrangeiros, o que mais o projeto aprovado pela Câmara dos Deputados abrange?

O projeto faz parte do Mover (Programa Mobilidade Verde e Inovação), um programa do governo para a descarbonização do setor automotivo, que busca ampliar as exigências de sustentabilidade da frota automotiva e estimular a produção de novas tecnologias nas áreas de mobilidade e logística.

11. Qual foi o acordo selado entre líderes da Câmara e o presidente da Casa em relação à taxação de compras em sites estrangeiros?

Foi acordado uma alíquota de 20% para a taxação de compras em sites estrangeiros, com o aval do presidente Lula, como um meio-termo entre as propostas iniciais.

GOVERNO DIZ QUE LEI DA SAIDINHA VAI DEMORAR DEZ ANOS PARA SER APLICADA

 

CNN Brasil

Constituição assegura que a lei penal brasileira não pode retroagir, salvo se for para beneficiar o réuGoverno minimiza derrubada de veto à saidinha e avalia que lei demorará até dez anos para ser aplicadaGoverno minimiza derrubada de veto à saidinha e avalia que lei demorará até dez anos para ser aplicada

Integrantes do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) minimizam a derrubada do veto à proibição da saída temporária de presos para visitas familiares.

Reservadamente, interlocutores do Ministério da Justiça estimam que a aplicação da Lei da Saidinha pode demorar pelo menos uma década — caso não seja derrubada antes.

Isso porque a Constituição assegura que a lei penal brasileira não pode retroagir, salvo se for para beneficiar o réu. Com isso, o entendimento é que só condenados após a derrubada do veto nesta quarta-feira (28) ficarão sujeitos à aplicação da Lei da Saidinha.

A expectativa no governo é que o Supremo Tribunal Federal (STF), se acionado, siga a decisão do ministro André Mendonça.

Na quarta-feira (29), ele manteve o direito à saída temporária a um preso de Minas Gerais que havia perdido o benefício depois da aprovação da lei que restringiu a chamada “saidinha”.

Conforme o ministro, o dispositivo mais grave aprovado pelo Congresso não pode retroagir para afetar quem já estava cumprindo pena.

A decisão foi dada em um habeas corpus apresentado pela defesa do preso, condenado por roubo com emprego de arma de fogo, e só vale para o caso concreto do processo.

Apesar da derrota política, o governo Lula não considera neste momento acionar a Advocacia-Geral da União para questionar a derrubada do veto.

Por outro lado, espera que a judicialização ocorra por iniciativa de entidades e órgãos que também apontam a inconstitucionalidade da lei, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Defensoria Pública da União (DPU).

A PROCURA DA FELICIDADE

 

Estar atento às práticas saudáveis e buscar conexões sociais está entre as ações que podem ser tomadas em busca da felicidadeEspecialista explica como "reconfigurar" o cérebro para ser mais felizEspecialista explica como “reconfigurar” o cérebro para ser mais felizThales Antonio/GettyImages

Dr. Sanjay Gupta – da CNN*

felicidade é uma ideia que foi entrelaçada no tecido da humanidade, remontando às civilizações antigas. Há aproximadamente 250 anos, ela foi inserida na Declaração de Independência dos Estados Unidos como um direito inalienável: “Vida, Liberdade e a busca da Felicidade.”

Embora tenhamos lidado com isso por milênios, o conceito de felicidade e como alcançá-la continua sendo bastante elusivo. Alguns podem vê-la como um sentimento de bem-estar geral. Para outros, pode ser sentir uma chama de alegria pura. Outros ainda podem encontrar felicidade perseguindo um sonho e o conquistando. Pode ser uma combinação de todas essas coisas – ou algo completamente diferente.

Gosto de pensar em mim mesmo como uma pessoa bastante feliz. Tenho três maravilhosas filhas adolescentes e uma esposa, Rebecca, com quem acabei de celebrar o 20º aniversário de casamento; sou próximo dos meus pais, do meu irmão caçula e de sua família. Tenho momentos de completa satisfação e uma carreira que considero significativa como neurocirurgião praticante e correspondente médico-chefe da CNN.

Mas também percebo que não é tão simples assim. Existem outras camadas de felicidade e muitas nuances dentro delas.

A busca da felicidade

Uma questão desafiadora é: quais são as melhores maneiras de buscar a felicidade? Nascemos com um nível estável e fixo de felicidade, ou é algo que podemos cultivar, aumentar e fortalecer? Se for a última opção, como podemos fazer isso com sucesso

Embora a “busca da Felicidade” esteja incorporada na fundação dos EUA, parece que muitos americanos não são tão bons em serem felizes. No Relatório Mundial da Felicidade mais recente, o país caiu para a 23ª posição (de 15ª no ano anterior), marcando a primeira vez na história de 12 anos do relatório que os EUA não ficaram entre os 20 países mais felizes.

Uma pesquisa separada da Gallup, também de 2024, descobriu que menos da metade (47%) dos americanos estão “muito satisfeitos” com suas vidas pessoais.

Não são apenas os americanos. Acontece que os humanos, como espécie, podem não ser excelentes em alcançar a felicidade. Isso pode surpreender, mas a felicidade não é necessariamente algo que estamos geneticamente programados para atingir. Precisamos realmente trabalhar para isso.

“Se houver alguma coisa, a seleção natural meio que não se importa tanto com a nossa felicidade. Quero dizer, o trabalho da seleção natural é apenas nos manter vivos e por aqui para nos reproduzirmos. E acho que ela faz isso não nos fazendo sentir esses momentos de contentamento, mas talvez justamente o oposto,” afirmou recentemente a cientista cognitiva Laurie Santos.

“Ela faz isso incorporando um viés de negatividade. Então, estamos sempre um pouco preocupados que possa haver um tigre na esquina, que possamos ser rejeitados no trabalho. E estamos constantemente em alerta para isso,” diz.

Santos, que tem doutorado em psicologia, está na Universidade de Yale, onde ensina Psicologia e a Boa Vida, o curso mais popular na história da universidade, e é apresentadora do podcast “The Happiness Lab”.

Ela também é a primeira convidada da 10ª temporada do meu podcast, “Chasing Life,” que começou esta semana. Durante esta temporada, converso com especialistas de várias disciplinas sobre os fundamentos científicos da felicidade — definindo-a, alcançando-a, mantendo-a e aumentando-a — e seus efeitos em nossas mentes e corpos. Ouça mais da minha conversa com Santos aqui (em inglês).

Estou feliz, mas “insatisfeito construtivamente”

O fato de que não evoluímos para priorizar a felicidade pode ser o motivo pelo qual, apesar de ser uma pessoa geralmente feliz, também sou “insatisfeito construtivamente.” É um termo que criei espontaneamente enquanto conversava com Santos.

E aqui, faço uma distinção entre felicidade e satisfação. Continuo feliz no geral, mas acho que, se algum dia me sentisse satisfeito, isso poderia corroer minha felicidade. Isso porque, na minha opinião, a satisfação leva à complacência, que leva à estagnação. Então, aparentemente, tenho uma daquelas personalidades que precisa – talvez até prospere – na insatisfação; estar satisfeito ou complacente diminui minha energia e entusiasmo.

Os momentos em que me sinto mais feliz são quando minha insatisfação construtiva me impulsiona a agir, contribuindo para a melhoria de uma situação, seja removendo um tumor cerebral, terminando um documentário, trabalhando no meu jardim ou até mesmo preparando o jantar com minha família.

Outra convidada desta temporada do podcast, a psicóloga da saúde e autora Kelly McGonigal, disse que o termo fazia total sentido para ela. “Porque a insatisfação muitas vezes é o solo em que o crescimento e a mudança positiva acontecem,” explicou. “E a insatisfação não precisa necessariamente ser uma falta de apreciação ou gratidão. Se você consegue imaginar um futuro melhor para si mesmo ou para os outros, isso requer sentir um abismo entre como as coisas são e como poderiam ser.”

O modificador “construtivo” antes de “insatisfação” é muito importante para mim, porque não quero apenas me afundar na insatisfação; quero que ela seja útil. E, enquanto eu não deixar a insatisfação crescer demais, a ponto de sobrecarregar meu bem-estar emocional, ela funciona para mim. Mas devo admitir, às vezes pode ser uma fonte de tensão e uma luta constante.

“Me parece que você meio que conseguiu tirar algo da jornada, conseguiu algo dessa luta,” Santos me disse.

Mas ela também alertou sobre o exagero. “Podemos nos esforçar e nos envolver em desafios; esses podem ser alguns dos momentos mais felizes e indutores de fluxo de nossas vidas,” disse. “Mas precisamos garantir que estamos fazendo isso com equilíbrio.”

Ela disse que, se perdermos o sono, ignorarmos amizades e nos tornarmos miseráveis, “talvez seja necessário pensar em se esforçar de uma maneira diferente.”

Ou encontrar uma forma de mitigar os sentimentos negativos. “O antídoto para isso seria pensar em maneiras pelas quais eu poderia estar nessa jornada importante e com propósito, mas também trazer mais alguns momentos de verdadeira felicidade para minha vida,” ela disse. “Sabe, talvez eu precise de um pouco mais de risadas ou algumas pausas, ou eu precise me envolver nessa busca com propósito com um pouco mais de conexão social, ou algo assim.”

Estratégias testadas e aprovadas

É verdade, segundo Santos, que a maioria de nós tem um ponto de ajuste de felicidade. O meu provavelmente é um pouco mais baixo do que o do meu irmão, por exemplo; ele é mais extrovertido e visivelmente alegre, embora tenhamos uma natureza e uma criação muito semelhantes. Ganhar na loteria pode elevar seu nível de felicidade por um tempo, e uma tragédia pode baixá-lo, mas a maioria das pessoas eventualmente retorna ao seu nível base após algum tempo. Santos acredita, no entanto, que com alguma prática diligente e intencional, você pode começar a aumentar seu termostato de felicidade. É o que ela ensina aos seus alunos também.

Por exemplo, ela não apenas leciona sobre as mudanças de comportamento e mentalidade que são conhecidas por aumentar a felicidade, mas também faz com que seus alunos as pratiquem como dever de casa. Em vez de chamá-las de exigências do curso, ela as chama de reconfigurações do curso, porque realizá-las regularmente pode realmente reconfigurá-lo.

Entre as ações mais fáceis, Santos recomenda certificar-se de que você está prestando atenção a práticas saudáveis, como dormir o suficiente, exercitar-se e alimentar-se bem. Também na lista: tornar-se um pouco mais orientado para os outros e tentar desenvolver uma atitude de gratidão e compaixão, tanto externamente quanto internamente.

Mas meu conselho favorito é cultivar e nutrir suas conexões sociais. “Todos os estudos disponíveis sobre pessoas felizes sugerem que pessoas felizes são mais sociais,” disse Santos. E eu concluiria que o oposto também é verdadeiro: pessoas sociais são mais felizes. “Então, só precisamos reservar um tempo para nossos amigos e familiares e entes queridos.”

Ela não é a única a pregar isso. Robert Waldinger, psiquiatra que dirige o Estudo de Desenvolvimento Adulto de Harvard — o estudo mais longo da vida adulta, com mais de 85 anos em andamento — disse que o segredo da felicidade e da saúde se resume a bons relacionamentos.

Como isso pode acontecer? Segundo Waldinger, relacionamentos calorosos (mesmo que apenas um) geralmente mantêm o corpo das pessoas mais fortes e o cérebro mais afiado, provavelmente porque ajudam a nos proteger contra as vicissitudes da vida. Isso reduz nossa exposição aos hormônios do estresse circulantes (que, quando estão constantemente altos, causam estragos no corpo e na mente) e diminui a inflamação resultante, que se pensa estar na raiz de muitas doenças crônicas modernas. Então — novamente, para a maioria de nós — as doenças do envelhecimento são mitigadas, em parte, por nossa felicidade.

Isso não significa que você precisa se tornar um extrovertido ou o centro das atenções, e não significa que você precisa passar horas e horas suportando conversas superficiais. Mas, Waldinger afirma: você deve se esforçar para nutrir consistentemente seus relacionamentos.

Para fazer isso, ele recomenda algumas coisas: Seja proativo e entre em contato com amigos; estabeleça rotinas, como uma ligação semanal; revitalize relacionamentos de longa data fazendo coisas novas; faça novos amigos conectando-se por interesses comuns; e fique mais confortável ao iniciar conversas com estranhos. A receita vai variar de pessoa para pessoa e depender de quanta interação social parece certa para você.

Ter relacionamentos significativos realmente ressoa comigo. Eu sei pela minha própria vida que boas e fortes conexões com a família e amigos são realmente importantes. E são elas que, em última análise, me fazem mais feliz de tudo.

*Andrea Kane, da CNN, contribuiu para esta matéria.

BENEFÍCIOS DA CÚRCUMA PARA A SAÚDE HUMANA

 

CNN Brasil

O ingrediente é conhecido por suas propriedades nutricionais e medicinais, sendo rico em compostos antioxidantes e anti-inflamatórios, além de ser versátil na alimentaçãoCúrcuma possui propriedades anti-inflamatórias e antioxidantesCúrcuma possui propriedades anti-inflamatórias e antioxidantesWestend61/GettyImages

Gabriela Maraccini – da CNN

cúrcuma, também conhecida como açafrão-da-terra, é uma planta da mesma família do gengibre e é popular devido às suas propriedades nutricionais e medicinais. Com coloração laranja, o ingrediente é utilizado para dar cor e sabor a diversas receitas. Mas, além da sua versatilidade, a cúrcuma pode oferecer diversos benefícios à saúde.

De acordo com Patrícia Santiago, médica pós-graduada em Nutrologia, a cúrcuma tem propriedades anti-inflamatórias, principalmente devido à curcumina, seu principal composto ativo. “Esse componente pode ajudar a reduzir inflamações crônicas que estão associadas a diversas doenças”, explica.

Além disso, a cúrcuma é rica em antioxidantes, ajudando a proteger as células contra a ação dos radicais livres, “potencialmente prevenindo doenças e retardando o envelhecimento”, completa a especialista.

A seguir, com a ajuda de Santiago, a CNN lista 8 benefícios da cúrcuma e mostra como você pode inserir esse ingrediente na sua alimentação. Leia abaixo.

1. Melhora a saúde cerebral

Segundo a nutróloga, a curcumina presente na cúrcuma pode aumentar os níveis de fatores neurotróficos derivados do cérebro (BDNF), que são cruciais para a função cerebral. “Isso pode ajudar a melhorar a memória e reduzir o risco de doenças neurodegenerativas como Alzheimer“, explica.

Uma revisão científica publicada em 2008 concluiu que a curcumina se mostrou promissora no tratamento da doença de Alzheimer devido a “propriedades químicas” e seus efeitos em doenças neurodegenerativas. Um outro estudo publicado em 2019 também mostrou que a administração de curcumina em modelos experimentais “parece ser uma abordagem promissora na doença de Alzheimer”.

2. Auxilia na digestão

De acordo com Santiago, a cúrcuma pode ajudar na digestão e reduzir os sintomas de desconforto abdominal e indigestão. “Ela é utilizada na medicina tradicional para tratar condições como a síndrome do intestino irritável, por exemplo”, afirma.

Um estudo publicado em 2023 na revista científica BMJ mostrou que a curcumina pode ser uma opção para o tratamento da dispepsia (dor ou desconforto na parte superior do abdômen) com eficácia comparável ao omeprazol, um medicamento utilizado para o tratamento de distúrbios no estômago e esôfago.

3. Traz benefícios para a saúde do coração

“A cúrcuma pode melhorar a função do endotélio, a camada de células que reveste os vasos sanguíneos, ajudando a regular a pressão arterial e prevenir doenças cardíacas”, explica a nutróloga. “Além disso, suas propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes contribuem para a saúde cardiovascular.”

Uma revisão publicada em 2017 mostrou que, de fato, a curcumina pode melhorar a função endotelial e que a suplementação do composto pode ser útil para aumentar a atividade antioxidante e anti-inflamatória relacionadas a esse benefício.

4. Tem potencial contra o câncer

Estudos científicos já mostraram que a curcumina pode ter ação anticâncer, impedindo a proliferação de células cancerosas e induzindo a morte delas. Um estudo publicado na revista científica Nature Scientic Reports, em 2023, mostrou a eficácia de uma nanoemulsão de curcumina, criada para aumentar a absorção do composto pelo organismo, em matar células com potencial cancerígeno, levando à redução do crescimento de tumores em ratos.

“Há estudos preliminares sugerem que a curcumina pode ter efeitos anticancerígenos, inibindo o crescimento de células cancerígenas e prevenindo a formação de novos vasos sanguíneos em tumores”, reforça Santiago.

5. Ajuda a controlar o diabetes

Segundo a nutróloga, a cúrcuma pode ajudar a melhorar o controle glicêmico e a sensibilidade à insulina, sendo útil no gerenciamento do diabetes tipo 2. Um estudo brasileiro, publicado na International Journal of Food Sciences and Nutrition, em 2021, mostrou que o uso de cúrcuma com adição de piperina, um composto presente na pimenta preta, foi eficaz no controle glicêmico e de triglicerídeos em pacientes com diabetes tipo 2.

Um outro estudo, publicado na Frontiers in Endocrinology, mostrou que a curcumina pode diminuir os níveis de açúcar no sangue e reduzir complicações relacionadas ao diabetes. Além disso, o componente presente na cúrcuma pode desempenhar um papel na prevenção da doença.

6. Melhora a saúde da pele

Os benefícios da cúrcuma podem ser notados, também, na pele. De acordo com Santiago, devido às suas propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, o ingrediente pode ajudar a tratar e a prevenir diversas condições de pele, como acne e eczema.

Uma revisão sistemática publicada no Critical Reviews in Food Science and Nutrition, em 2020, mostrou que a suplementação de cúrcuma pode trazer efeitos terapêuticos para a saúde da pele em doenças crônicas como psoríase e, também, em alguns tipos de câncer de pele. No entanto, mais estudos são necessários para reforçar esses achados.

7. Ajuda no emagrecimento

Por ter propriedades anti-inflamatórias e atuar no metabolismo e na regulação dos níveis de açúcar no sangue, a cúrcuma também pode ser uma boa aliada no processo de emagrecimento. “Ela também atua na redução do tecido adiposo, favorecendo a perda de peso”, afirma Santiago.

Um estudo realizado com 44 participantes, publicado em 2015, mostrou que a curcumina pode reduzir o percentual de gordura corporal, promover a redução da circunferência da cintura e do quadril e diminuir o IMC (índice de massa corporal). Já uma pesquisa feita em animais e publicada em 2017 sugere que o composto pode reduzir a chance de ganhar peso novamente.

8. Melhora o sistema imunológico

A cúrcuma também pode desempenhar um papel importante no fortalecimento do sistema imunológico, principalmente devido às suas propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias.

De acordo com um estudo publicado em 2022, a curcumina ajuda a modificar a capacidade de defesa do corpo e ajuda a inibir as respostas inflamatórias do corpo diante de doenças infecciosas.

Como inserir a cúrcuma na dieta?

A cúrcuma é um ingrediente versátil e que pode fazer parte de diversas receitas. Santiago elenca algumas sugestões:

  • Como tempero: em curry, sopas, caldos, ensopados, no arroz e em legumes;
  • Em bebidas funcionais: como leite dourado (leite, cúrcuma, pimenta preta, gengibre e mel) e smoothies;
  • Em molhos e marinadas;
  • Nos ovos mexidos;
  • Pães e massas.

Também é possível encontrar opções de cúrcuma em cápsulas, que podem ser consumidas como suplemento. “Ela é útil para que não gosta do sabor da cúrcuma, mas é importante seguir as recomendações de dosagem e consultar um médico antes de iniciar qualquer suplementação”, ressalta a nutróloga.

Existe alguma contraindicação para o uso da cúrcuma?

Embora a cúrcuma seja amplamente considerada segura quando consumida em quantidades equilibradas e dentro de uma alimentação saudável, ela pode ser contraindicada para pessoas com problemas de vesícula biliar, com refluxo gastroesofágico, para gestantes e lactantes, pessoas com alergia a cúrcuma, com problemas renais e/ou hepáticos.

A GERAÇÃO Z ENFRENTA DESAFIOS E EXPERIÊNCIAS MUITO DIFERENTES DE SEUS LÍDERES MILLENNIALS E BOOMERS

 

Mari Galindo, fundadora da Nice House, ajuda a desmistificar estigmas sobre a trajetória profissional da GenZ

São Paulo, maio de 2024 – Diante de um mercado dinâmico e em constante mudança, a geração Z (nascidos entre 1995 e 2021) cultiva expectativas e enfrenta desafios muito diferentes de seus líderes millennials e boomers. “Boa parte dessa ‘galerinha’ já ingressou ou está se preparando para ingressar no mercado de trabalho”, comenta Mari Galindo, fundadora da Nice House, plataforma de entretenimento com foco em vídeos verticais e geração Z.

“Inclusive, o número de profissionais da Gen Z deve ultrapassar o de  boomers (nascidos entre 1945 e 1964) nas empresas ainda em 2024, de acordo com o site Glassdoor. Por um lado, enquanto a Gen Z traz em sua bagagem várias habilidades importantes para o cenário econômico atual, sobretudo a fluência digital, ambição por experiência e conhecimento e uma espantosa (no bom sentido) capacidade de adaptação, por outro, sua entrada em peso no mercado de trabalho preocupa gestores e recrutadores de empresas”, explica.

Mitos e verdades sobre a Gen Z no mercado de trabalho

Em janeiro deste ano, o Resume Builder, software que usa inteligência artificial para ajudar pessoas a montarem um bom currículo, publicou dados alarmantes. De acordo com a pesquisa, mais de 30% dos recrutadores simplesmente se recusam a contratar a Gen Z, preferindo candidatos mais velhos; ainda em relação a esse levantamento, 30% dos gestores demitiram seus funcionários mais jovens um mês depois de sua integração à equipe.

A seguir, Mari comenta os principais estigmas que a geração Z enfrenta no dia a dia profissional. Confira:

1. Falta de compromisso com o trabalho

MITO. “A dificuldade de gerir a Gen Z no ambiente de trabalho tem a ver, na maioria dos casos, com mentalidade da geração – tal qual o modo como ela interpreta a carreira profissional e, sobretudo, uma tentativa de quebrar os padrões estabelecidos por gerações passadas, hoje considerados antiquados ou obsoletos”, explica Mari.

2. A educação recebida em casa contribui para certas posturas no trabalho

VERDADE. “Algumas questões comportamentais, durante a entrevista e também no ambiente de trabalho, tanto positivas quanto negativas, vêm da educação que os jovens tiveram em casa. Não necessariamente se tratam de características geracionais”, conta.

3. Os jovens preferem o trabalho 100% remoto

MITO. “A pandemia de Covid-19 acabou impactando a Gen Z de maneira mais severa. Aqueles que já procuravam emprego desde 2020 já estavam sendo apresentados ao modelo home office (ou semipresencial, dependendo do segmento), o que também moldou as expectativas dos jovens em relação ao mercado de trabalho como um todo. Em 2021, por exemplo, o LinkedIn apontou que 70% da geração Z acredita que um distanciamento de colegas de trabalho mais velhos e gestores impacta negativamente a carreira, já que é difícil aprender com eles a distância”, aponta a fundadora da Nice.

4. Flexibilidade entre profissional e pessoal é tudo

VERDADE. “O mesmo estudo do LinkedIn apontado acima também mostrou que 38% dos entrevistados preferem o modelo híbrido de trabalho, justamente porque os ajuda a manter sua rotina pessoal e também trocar experiências com os colegas mais experientes”, complementa.

5. Não dá para mudar a postura da Gen Z no ambiente de trabalho

MITO. “Existem meios de contornar as diferenças geracionais, como apostar em mentorias e outros programas de desenvolvimento para melhorar a etiqueta e o desempenho desses jovens e até mesmo usar suas ambições para criar oportunidades de crescimento e inovação. Essas medidas ajudam não apenas a lapidar esse diamante bruto chamado Gen Z, mas também aprender com ela”, instrui.

Mesmo que, algumas vezes, a contragosto de recrutadores e gestores, é extremamente importante que as empresas invistam nos mais jovens. “Ignorar o potencial que eles possuem não é o ideal para nenhuma empresa – em alguns anos, eles serão maioria no ambiente corporativo, ultrapassando até mesmo os millennials em números. Investir na Gen Z vai além dos benefícios para as empresas; ele é o fator principal para que tenhamos, hoje e cada vez mais, um mercado de trabalho mais inclusivo, dinâmico e resiliente”, conclui Mari Galindo.

As 3 características de uma mente inovadora

Igor Lopes – Innova

Primeiro, inovar não é sobre criar coisas novas, mas também encontrar soluções que, embora já existentes, nunca foram adotadas em seu projeto.

Um caso real que comprova a minha tese é o Sr. Valdir Novaki, conhecido como “O pipoqueiro mais famoso do Brasil”.

Valdir era um pipoqueiro como os outros, mas ele sentia que precisava inovar em seu mercado.

Diante disso, Sr. Valdir adotou medidas de higiene e atendimento que ninguém fazia, mas que impactava diretamente na experiência do consumidor:

• Quem chegava no carrinho de pipoca do Valdir recebia uma dose de álcool em gel nas mãos antes de pegar a pipoca.

• Ele também limpava toda a bancada (de inox) do carrinho com álcool na frente dos clientes, deixando tudo impecável.

• Em cada dia da semana Sr. Valdir utilizava um uniforme (impecavelmente branco e limpo) do qual havia um bordado sinalizando o dia da semana.

• Ao receber a pipoca, os clientes de Valdir ganhavam uma balinha de brinde, para refrescar o hálito após o lanche.

Perceba que ele inovou, sem reinventar a roda, mas apenas trazendo abordagens simples que seus concorrentes não ousavam fazer.

Por conta disso, digo que a primeira e maior característica de uma mente inovadora é questionar o tempo todo.

Afinal, ao questionar situações e circunstâncias você encontra:

• Novos problemas;

• Oportunidades;

• E soluções.

Esse loop cria um mecanismo de descobertas que leva você (e o seu projeto) a novos resultados no caminho da inovação.

No entanto, trilhar este caminho não é fácil, por isso, toda mente inovadora tem a habilidade de ser constante, sem perder o ânimo.

Sem isso, é impossível levantar todos os dias e garimpar soluções em meio às frustrações causadas pelos fracassos que surgem no caminho da inovação.

Se olharmos para a história do Sr. Valdir, você notará que o sucesso dele não foi repentino. Mesmo inovando, as coisas levaram tempo para acontecer.

Por fim, a última característica de uma mente inovadora é o desconforto.

Imagina só:

Se homens como Steve Jobs, Jeff Bezos, Elon Musk e Sr. Valdir fossem pessoas satisfeitas e confortáveis com seus resultados, será que eles teriam conquistado tudo o que conseguiram?

Provavelmente não. Sr. Valdir, por exemplo, não só recebeu a alcunha de “Pipoqueiro Mais Famoso do Brasil”, como também já viajou boa parte do país dando palestras sobre empreendedorismo.

Ok, sabemos que não inovar é ruim.

Agora, será que inovar em excesso é bom?

Os limites da inovação

Pela minha experiência empreendendo no campo da tecnologia, esses são os dois maiores erros quando o assunto é inovação:

01 – Tentar reinventar a roda.

02 – Omissão.

Quem não se lembra do Google Glass, um típico exemplo de quem tentou inovar demais e precisou recuar.

Ou então a Playstation com o PS Vita, um videogame portátil que prometia grande desempenho e resolução, mas, no final, não teve adesão dos grandes desenvolvedores e, consequentemente, dos clientes.

Ainda no mundo dos games, a Microsoft lançou o Xbox Kinect, um sensor de movimentos exclusivo que prometia substituir os controles tradicionais do videogame.

Após alguns anos de insistência e baixa adesão dos desenvolvedores e gamers, o Kinect foi descontinuado pela Microsoft.

Inovação demais, utilidade de menos.

Por outro lado, temos alguns exemplos clássicos de empresas omissas que esperaram demais e perderam o bonde.

Blackberry

A primeira empresa de celulares a proporcionar conexão Wireless em seus aparelhos, dando origem à era dos Smartphones — uma inovação que acertaram de mão cheia.

Há 20 anos, ter um Blackberry era mais exclusivo, chique e estiloso do que ter um iPhone de última geração.

Na boa, sempre gostei dessa marca.

Realmente é uma pena que a empresa mãe dos smartphones tenha ficado para trás e hoje não ser nem a sombra do que já foi.

Também temos os exemplos clássicos, né? Nokia, Kodak, etc. Que você já cansou de ver por aí.

Todas essas foram empresas que, por arrogância, excesso de confiança ou medo, ficaram na mesma e sumiram do mapa por não inovar.

Mas, há também as empresas que inovaram na medida certa:

• Microsoft: vendia software de caixinha e hoje é uma potência tecnológica tanto em produtos como em serviços.

• Toyota: uma empresa tradicional do mercado automotivo, mas que nunca perde o timming em inovação. Da era do motor a combustão aos motores híbridos, a Toyota sempre está no topo do ranking em qualidade, confiabilidade, tecnologia e conforto.

• Amazon: de e-commerce de garagem a uma potência de varejo e tecnologia.

• Nvidia: a empresa que surfou a onda dos games (quando ainda era uma marola ignorada por todos), aproveitou o boom das criptomoedas e hoje é a maior fabricante de GPUs utilizadas no desenvolvimento de IAs.

Sabe o que todas essas empresas têm em comum?

Elas não inovaram por moda, mas para resolver problemas concretos na vida de seus consumidores.

Você não pediu, mas eu dou: minha opinião

Sabe qual é o grande problema desse papo de inovação?

Ela é uma faca de dois gumes que pode:

• Fazer você se perder em meio ao vício de inovar.

• Fazer você perder pela falta de inovação.

Então, fica a pergunta:

Como inovar mesmo que você não tenha uma mente inovadora?

Tenha dados e informações concretas na sua mão. Sempre.

Se você tem dados, você enxerga gargalos que precisam ser resolvidos. Se você enxerga os gargalos, você precisa de soluções — e é aqui onde a inovação se esconde.

Na maioria das vezes, inovar é ser como o Sr. Valdir, e não necessariamente como Elon Musk.

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quarta-feira, 29 de maio de 2024

CONGRESSO RESTRINGE A SAÍDA TEMPORÁRIA DE PRESOS EM DATAS COMEMORATIVAS

História de Matheus Gouvea de Andrade – DW Brasil

Congresso derruba vetos de Lula em mudança que dialoga com endurecimento penal em outros países. Políticos dizem buscar melhoria da segurança, mas efetividade a longo prazo enfrenta questionamentos.

Presos em regime semiaberto que cumpram requisitos podem hoje deixar a cadeia em datas especiais para encontrar a família – novo texto permite saídas apenas para compromissos de estudo

Presos em regime semiaberto que cumpram requisitos podem hoje deixar a cadeia em datas especiais para encontrar a família – novo texto permite saídas apenas para compromissos de estudo© Nelson Almeida/AFP

O Congresso derrubou nesta terça-feira (28/05) os vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à lei que restringe a saída temporária de presos em datas comemorativas, conhecida como “saidinha”. Com a decisão, os parlamentares restringiram ainda mais as possibilidades de saídas temporárias para os detentos.

Em meados de abril, Lula sancionou parcialmente a lei sobre as “saidinhas”. O presidente vetou, porém, o trecho que impedia detentos de deixar a cadeia para visitar a família. Após análise, o Congresso, como esperado, derrubou o veto presidencial.

O texto original, aprovado pelo Congresso em março, foi apoiado pela oposição e por grande parte da base governista, e dialoga com iniciativas de endurecimento penal que vêm sendo implementadas em diversos países da América Latina sob o argumento do combate à criminalidade.

Os defensores do fim da “saidinha” afirmam que alguns presos aproveitam o benefício para não retornar à cadeia ou praticar outros crimes. O debate sobre o tema vinha ganhando corpo na última década, e foi impulsionado em janeiro deste ano após um preso beneficiado pela saidinha de Natal não retornar à cadeia e matar o policial militar Roger Dias em Belo Horizonte. O episódio levou o relator do projeto no Senado, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), a incluir no texto que a norma, caso sancionada, leve o nome de Lei Sargento PM Dias.

A morte de Dias mobilizou inclusive o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Em sua conta na rede social X, ele escreveu: “Embora o papel da segurança pública seja do Executivo, e o de se fazer justiça, do Judiciário, o Congresso promoverá mudanças nas leis, reformulando e até suprimindo direitos que, a pretexto de ressocializar, estão servindo como meio para a prática de mais e mais crimes.”

O benefício hoje contempla os presos no regime semiaberto, que podem sair para estudar ou trabalhar. Os detentos precisam ter bom comportamento e ter cumprido um sexto da pena no caso de ser primário ou um quarto da pena se reincidente, e podem sair para visitas à família e atividades visando o retorno ao convívio social. Presos que cometeram crimes hediondos ou graves não têm direito.

No Natal de 2023, cerca de 52 mil presos tiveram direito à “saidinha”, e 95% deles voltaram à cadeia no prazo estipulado, segundo um levantamento do portal G1.

O texto sancionado pelo presidente amplia a lista de crimes para os quais a “saidinha” não está prevista, incluindo estupro e tráfico de drogas, além de revogar o dispositivo que permitia até cinco saídas de sete dias por ano. Após a derrubada do veto presidencial, ficam proíbas as saídas temporárias de presos para visitar a família e para praticar atividades que contribuam para o retorno do convívio social. O benefício fica mantido somente para estudo.

“Planos Bukele” se espalham pela região

Na América Latina, a repercussão das medidas de segurança pública implementadas pelo presidente de El Salvador, Nayib Bukele, levaram a demanda por maiores penas em outros países. Com uma política que mais que triplicou o número de detentos no país entre 2022 e 2023, Bukele alega que tornou a nação mais violenta do continente no país mais seguro do Hemisfério Ocidental. Como efeito, políticos de outras nações da região passaram a propor planos semelhantes.

“As populações foram muito vitimadas, e estão cansadas de sofrer crimes, é compreensível este apoio”, afirma Gustavo Fondevila, professor do Centro de Ensino e Pesquisa Econômica (CIDE) do México. “É muito comum que em contextos assim haja apoio à mão dura. Na América Latina, nos últimos 20 anos, foram reduzidas medidas cautelares e alternativas às prisões. Mas, depois de tudo isso, a situação somente piorou”, argumenta. Ele lembra que estas ações tendem a não ser efetivas em longo prazo, mas que as medidas de curto prazo têm mais apelo político.

El Salvador é o país com a maior taxa de encarcerados do mundo, com cerca de 2% da população presa

El Salvador é o país com a maior taxa de encarcerados do mundo, com cerca de 2% da população presa© Alex Pena/Anadolu/picture alliance

Um dos casos emblemáticos é o Peru, que vem registrando alta na violência. No ano passado, uma pesquisa do Instituto de Estudos Peruanos (IEP) apontou que 60% dos peruanos estariam dispostos a reduzir a criminalidade mesmo que ao custo de não respeitar direitos.

No caso de roubos de celulares, o crime mais comum no país, em outubro do ano passado as penas para o delito foram elevadas para até 30 anos caso os criminosos recorram a veículos motorizados. O governo da presidente peruana Dina Boluarte pretende ainda construir um novo grande centro de detenção, contando com assessoria de uma “missão especial” do governo de Bukele.

Na Argentina, a ministra da Segurança, Patrícia Bullrich, afirmou no começo do ano que apresentaria uma reforma urgente no Código Penal, aproveitando a repercussão de um assassinato cometido por “motochorros”, como são conhecidos delinquentes que usam motos para cometer crimes no país. Durante a última campanha presidencial, o candidato a vice de Bullrich, Luis Petri, defendeu que o país “precisa de mais Bukeles” contra a violência.

“Populismo punitivo”

As medidas de “mão dura” contra o crime na região são parte do que críticos costumam definir como populismo punitivo, e apontam falta de eficácia das ações e piora da superlotação carcerária que já existe em muitos países da região. A violações de direitos em prisões lotadas, por sua vez, é considerada um fator que dificulta a ressocialização dos presos e favorece o avanço do crime organizado nesses estabelecimentos.

Fondevila lembra que a força de grupos de crime organizado presentes nas prisões acaba com frequência se voltando contra a população em geral. O professor cita o caso do México, onde 90% das cerca de 10 milhões de chamadas telefônicas envolvendo tentativas de extorsão por ano vêm de dentro das prisões.

A presidente do Peru, Dina Boluarte, que vem buscando inspiração na política carcerária de El Salvador

A presidente do Peru, Dina Boluarte, que vem buscando inspiração na política carcerária de El Salvador© Angela Ponce/REUTERS

No caso de El Salvador, após as medidas de Bukele, o país alcançou a marca de 605 presos por 100 mil habitantes, segundo a ONG Washington Office for Latin American Affairs (WOLA), tornando-se a nação com maior taxa de encarceramento do mundo. No Brasil, que detém a terceira maior população prisional do mundo, o número de detentos chegou a 832.295 pessoas no fim de 2022. O número representa um aumento de 257% desde 2000, e 230 mil presos a mais que o sistema comporta.

Em 2019, um estudo do Instituto Igarapé apontou que a maior do crescimento da população prisional na América Latina havia ocorrido na década anterior, quando avançou 60,5% enquanto a população em geral teve alta de 19,8%. Na época, a pesquisa concluiu que o número de presos na região tendia à estagnação. Fondevila, um dos autores desse estudo, afirma que houve mudanças de lá para cá nesse prognóstico. “Nos últimos anos, as populações carcerárias voltaram a subir em uma série de países, como no caso do Equador”, diz.

Para o professor, o cenário de reforço do crime organizado a partir das cadeias, por trás da recente disparada na violência equatoriana, pode se repetir em outros países, inclusive no Brasil, onde projeções apontam que a marca de um milhão de presos deverá ser rompida em breve.

Autor: Matheus Gouvea de Andrade

 

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