O ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, concedeu um
punhado de entrevistas às vésperas da aprovação do nome de Magda
Chambriard como nova presidente da Petrobras – o que ocorreu em tempo
recorde e dispensando a praxe da votação dos acionistas reunidos em
assembleia – com o ostensivo propósito de frisar que quem manda na
companhia é o governo, não seus executivos nem muito menos os acionistas
privados. E “todos sabem o que o nosso governo quer da Petrobras”,
declarou ao Estadão.
Ao jornal O Globo, por exemplo, Silveira deixou claro que,
para o governo petista, a administração da Petrobras nos mandatos
anteriores de Lula da Silva foi “correta”, e só não entregou os
resultados esperados porque “a Petrobras ficou paralisada por causa da
Lava Jato”. Ou seja, para o ministro, não fosse a Lava Jato, que flagrou
um colossal esquema de corrupção na Petrobras, a estatal teria voado.
Assim, Silveira matou dois coelhos com uma só declaração: atribuiu à
Lava Jato a ruína da Petrobras, quando todos sabem que a empresa foi ao
brejo por causa do seu escancarado uso político pelos governos petistas;
e considerou “corretos” justamente os megalomaníacos planos
desenvolvimentistas de Lula e Dilma Rousseff que dilapidaram a empresa.
Portanto, devemos agradecer ao ministro pela transparência. Ninguém
mais no Brasil pode dizer que não foi avisado das intenções de Lula na
Petrobras.
É verdade que a Petrobras é controlada pela União, razão pela qual
seria ingenuidade supor que a empresa fosse atuar sem levar em conta os
interesses do governo. Por outro lado, essa característica não significa
que o governo possa fazer da estatal o que bem entender, porque uma má
administração desta que é a maior empresa do País gera prejuízos para
todos.
E foi isso precisamente o que aconteceu durante o trevoso mandarinato
lulopetista ao qual o sr. Silveira aludiu. Em frentes simultâneas foram
tocados projetos grandiosos que partiam do zero, como a construção de
estaleiros e navios, criação de polos petroquímicos, grandes refinarias,
gasodutos e plataformas. Tudo ao mesmo tempo, movimentando um volume de
recursos que obrigou a companhia a contrair uma dívida que chegou a
ultrapassar meio trilhão de reais (R$ 507 bilhões, em setembro de 2015,
ante um caixa de pouco mais de R$ 100 bilhões na época).
Obviamente, nada disso importa para o governo. O movimento de
Silveira – integrante do Centrão que se tornou um dos ministros mais
influentes de Lula – pareceu ter como alvo a própria Magda Chambriard.
Depois da gestão do petista Jean Paul Prates, demitido de forma sumária
apesar de fazer quase tudo o que seu chefe mandou, o ministro deixa
claro que não basta concordar com a estratégia estipulada pelo governo. É
preciso ser veloz na execução e não questionar. Difícil acreditar que o
recado do ministro tenha sido dado sem o aval do demiurgo petista.
O ministro Silveira sustenta que a Petrobras não é só uma empresa de
petróleo e que tem outras obrigações com o Brasil, mesmo se tiver de
renunciar ao lucro. Cita a produção de gás e fertilizantes, além do
refino, para enfatizar que caberá ao presidente Lula, o verdadeiro CEO
da empresa, a decisão final sobre os investimentos.
Logo, a nova presidente da Petrobras deve obedecer cegamente ao
chefe, algo que, segundo Silveira, Magda Chambriard certamente fará,
porque “as mulheres, quando pegam essa missão, o fazem com muito zelo”.
Magda é funcionária de carreira da Petrobras e foi diretora-geral da
Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis. Sua linha de
pensamento está em linha com os ideais do lulopetismo para o setor,
desde a necessidade de investir em refino até a valorização da política
de conteúdo local.
Resta saber se Magda Chambriard respeitará o alinhamento também em
questões comerciais, como a definição do preço dos combustíveis, tão
cara ao presidente da República, preocupado com o impacto na inflação.
Mas o ministro deixou claro que a nova presidente da Petrobras terá de
ter a “humildade” de fazer tudo o que o controlador mandar.
Parabéns, você pode criar um modelo mais seguro de tomada elétrica universal!
Essa será uma inovação com grande potencial para melhorar a vida das pessoas ao redor do mundo.
Dicas para te ajudar da melhor forma possível, precisamos de mais informações sobre o seu futuro modelo:
1. Características de segurança:
Tipo de proteção: Como a tomada protege contra choques elétricos,
curto-circuitos e sobrecargas? Utiliza mecanismos como disjuntores,
aterramento ou outros sistemas?
Materiais utilizados: Quais materiais são utilizados na
fabricação da tomada e dos plugues? Eles são resistentes ao calor, fogo e
outros riscos?
Certificações: A tomada possui certificações de segurança de órgãos renomados, como ABNT, UL, IEC ou outras?
2. Funcionalidade:
Compatibilidade: Quantos diferentes tipos de pinos a tomada pode
receber? Ela é compatível com os padrões de tomadas utilizados em todos
os países do mundo?
Conexão: Como os plugues se conectam à tomada? O sistema é seguro e evita mau contato?
Amperagem e voltagem: Qual a amperagem e voltagem máxima que a
tomada suporta? Ela é adequada para diferentes tipos de eletrodomésticos
e dispositivos eletrônicos?
3. Design:
Tamanho e formato: A tomada é compacta e fácil de instalar? Ela se integra esteticamente com diferentes ambientes?
Materiais: Os materiais utilizados no design da tomada são duráveis e esteticamente agradáveis?
Ergonomia: A tomada é fácil de usar e conectar/desconectar os plugues?
4. Informações adicionais:
Estágio de desenvolvimento: Em qual estágio de desenvolvimento o seu modelo se encontra? Já existe um protótipo funcional?
Planos para comercialização: Você já tem planos para comercializar a tomada? Qual o público-alvo?
Patentes: A tecnologia da sua tomada está protegida por patente?
Com essas informações, posso te fornecer um panorama mais completo sobre o seu modelo de tomada universal, incluindo:
Vantagens e diferenciais: O que torna sua tomada mais segura e vantajosa em comparação com os modelos existentes no mercado?
Desafios e oportunidades: Quais são os principais desafios que
você enfrenta para comercializar sua tomada? Quais oportunidades existem
no mercado para esse tipo de produto?
Possíveis aplicações: Em quais ambientes e situações sua tomada poderia ser utilizada?
Impacto social e ambiental: Qual o impacto positivo que sua tomada poderia ter na vida das pessoas e no meio ambiente?
Acredito que o seu modelo de tomada elétrica universal tem um grande
potencial para revolucionar o mercado e contribuir para um mundo mais
seguro e conectado.
O sucesso nunca é conquistado de maneira fácil, e para as mulheres
que desejam empreender as dificuldades podem ser ainda maiores; Hérica
Machado, fundadora da KARU, agência de marketing especializada em
soluções tailor made, lista algumas dicas que podem ajudar nesse caminho
São Paulo, maio de 2024 – À medida que o tempo passa, é necessário
seguir refletindo sobre os avanços das mulheres no mercado de trabalho.
Mas, para as que desejam empreender, muitas vezes o caminho não é dos
mais fáceis, apesar do empreendedorismo estar crescendo no Brasil. De
acordo com dados do Monitor Global de Empreendedorismo, feito pelo
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), e
pela Associação Nacional de Estudos em Empreendedorismo e Gestão de
Pequenas Empresas (Anegepe), quase 70% dos brasileiros de 18 a 64 anos,
estavam envolvidos com empreendedorismo em 2022. Além disso, eram 42
milhões de empreendedores já na ativa.
Entretanto, a pesquisa “Características dos Empreendedores:
Empreendedorismo Feminino”, divulgada pelo Sebrae no último Dia do
Empreendedorismo Feminino, mostra que as mulheres recebem menos apoio
para abrir ou gerir pequenas empresas do que homens. As empreendedoras
acabam dedicando menos horas às suas empresas, já que precisam utilizar
praticamente o dobro de tempo do que os homens nos cuidados com
familiares e com afazeres domésticos. Apesar disso, um estudo com base
nos dados divulgados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), também aponta que o percentual de empreendedoras em relação ao
total de negócios chegou a 34,4% em 2022, o que totalizou 10,3 milhões
de mulheres donas de seus próprios negócios.
Para Hérica Machado, fundadora e Head de Estratégia da KARU, agência
de marketing especializada em soluções tailor made, o caminho do
empreendedorismo precisa de muita coragem e persistência. “É preciso
coragem para se dedicar por horas aos detalhes de cada projeto,
acreditando muito na ideia, e persistência para garantir o crescimento –
seja de conhecimento, processos ou expansão do negócio. O que garante a
construção consistente de um negócio são os processos, a visão a médio e
longo prazo, e o planejamento”, comenta.
Nesse caminho, provar a eficiência e experiência como empreendedor
pode ser uma das maiores dificuldades para as mulheres. “Esse pode ser
um grande desafio, entendendo que construir uma carreira em cenários
onde os decisores majoritariamente são homens pode exigir mais para
equiparar a visão em relação aos pares. Ser uma mulher empreendedora é
ter que provar, e reafirmar, todos os dias, a qualidade do seu trabalho,
a excelência da entrega, o seu nível de conhecimento e expertise do seu
negócio”, entende Hérica.
Para iniciar um negócio, é imprescindível o investimento em um plano
de negócios. “Além de um plano bem construído, o acompanhamento e
ajustes de rota com agilidade se faz necessário. É preciso ter uma visão
de growth sobre o negócio, um plano bem elaborado e flexibilidade para
lidar com os imprevistos. Metas são importantes para entender o momento
certo de tomar decisão, já que se antecipar ou postergar demais pode
gerar prejuízos – não só financeiros, mas de confiança. A visão a longo
prazo e metas vêm do planejamento, que é a bússola para o crescimento
dos negócios”, analisa.
Para ajudar quem deseja se destacar no mercado de trabalho e
encontrar o sucesso com o seu próprio negócio, a especialista lista as
principais dicas. Confira:
1. Construa e confie no que está desenvolvendo
“Desenvolva o seu negócio com foco. Confie no seu repertório e no que
almeja como profissional. Acreditar no que está construindo, ter
confiança para vender sua ideia e estabelecer os objetivos são cruciais
nesta etapa da criação”, indica.
2. Encontre o seu diferencial
“É preciso consolidar a sua trajetória profissional, colher os frutos
de projetos bem sucedidos, bem como os aprendizados daquilo que deu
errado. Ao longo da carreira também é necessário conectar soluções
alinhadas com o cenário do negócio, entender o core business e se
dedicar a testar e entender a melhor aplicabilidade, validando público,
ticket, processos e cultura. A construção do diferencial irá nascer de
forma natural, pois você verá a lacuna do mercado que o seu negócio
resolverá”, defende a especialista.
3. Planejamento é importante, acompanhamento é essencial
“Quando traçamos uma rota é importante acompanhar o quanto estamos no
caminho. Não é diferente com o planejamento, tão importante quanto
construir a hipótese de caminho olhando para o objetivo do negócio é a
aferição dos indicadores de sucesso”, explica.
4. Tenha confiança no Network
“Por mais que possa ser clichê, é imprescindível que as mulheres
entendam que: sozinhas vamos mais rápido e juntas vamos mais longe. Ter
pessoas de confiança, mentores e colegas de profissão envolvidos em
colaborar ou validar ideias é um propulsor para ter uma solução ainda
mais alinhada com a necessidade do mercado”, completa.
5. Faça benchmark
“Conectar a rede profissional vai além do network para fechar novos
clientes. É possível aprender com quem já faz, abrindo discussões sobre
negócios, desafios e como solucioná-los. Assim, é possível reduzir o
tempo de aprendizado, acelerado decisões e crescimento”, finaliza Hérica
Machado.
Mindset correto é o que vai fazer você alcançar (ou não) o sucesso
Junior Borneli, co-fundador do StartSe
Mulher negra e sorridente segurando um IPad e olhando para frente (Fonte: Getty Images)
Mindset é a sua programação mental, é como você encara tudo que está ao teu redor
Mindset. Você já ouviu essa palavinha algumas vezes aqui no StartSe.
Ela é importante, talvez uma das coisas mais importantes para “chegar
lá” (seja lá onde for que você quiser chegar).
É sua habilidade de pensar o que você precisa para ter sucesso. E
como a maioria das coisas que você possui dentro de você, ela é uma
espécie de programação do seu ser. Tanto que é possível que você adquira
outro mindset durante a vida, convivendo com as pessoas corretas,
conhecendo culturas diferentes.
Algumas pessoas dizem que é isso das pessoas que faz o Vale do
Silício ser a região mais inovadora do mundo. Eu, pessoalmente, não
duvido. Fato é: você precisa de ter a cabeça no lugar certo, pois a
diferença entre um mindset vencedor e um perdedor é o principal fator
entre fracasso e sucesso.
Para isso, é importante você começar do ponto inicial: um objetivo.
“Todo empreendedor precisa ter um objetivo. Acordar todos os dias e
manter-se firme no propósito de fazer o máximo possível para chegar lá é
fundamental”, diz Junior Borneli, co-fundador do StartSe e uma das
pessoas mais entendidas de mindset no ecossistema brasileiro.
De lá, é importante você fazer o máximo que puder e não perder o
foco, mantendo-se firme. “Não importa se no final do dia deu tudo certo
ou errado. O importante é ter a certeza de que você fez tudo o que foi
possível para o melhor resultado”, avisa.
Com a atitude certa, é capaz que você sempre consiga canalizar as
coisas como positivas. “Você sempre tem duas formas de olhar um a mesma
situação: aquela em que você se coloca como um derrotado e a outra onde
você vê os desafios como oportunidades. Escolha sempre o melhor lado das
coisas, isso fará com que sua jornada seja mais leve”, alerta o
empreendedor.
Esses tipo de sentimento abre espaço para uma característica
importantíssima dos principais empreendedores: saber lidar com grandes
adversidades. “Um ponto em comum na maioria os empreendedores de sucesso
é a superação”, destaca Junior Borneli.
Saber lidar com essas adversidades vai impedir que você pare no
primeiro problema (ou falência) que aparecer na sua frente. “São muito
comuns as histórias de grandes empresários que faliram várias vezes,
receberam diversos ‘nãos’ e só venceram porque foram persistentes”,
afirma.
É importante ter esse mindset resiliente, pois, nem sempre tudo será
fácil para você – na verdade, quase nunca será. “Empreender é, na maior
parte do tempo, algo muito doloroso. Até conseguir algum resultado
expressivo o empreendedor passa por muitos perrengues. A imensa maioria
fica pelo caminho”, diz.
É como uma luta de boxe, onde muitas vezes, para ganhar, você terá
que apanhar e apanhar e apanhar até conseguir desferir o golpe (ou a
sequência) certo. “Na minha opinião, não há melhor frase que defina a
trajetória de um empreendedor de sucesso do que aquela dita por Rocky
Balboa, no cinema: ‘não importa o quanto você bate, mas sim o quanto
aguenta apanhar e continuar. É assim que se ganha’”, ilustra.
O problema talvez seja que alguns aspectos do empreendedorismo tenham
glamour demais. “Empreender não é simplesmente ter uma mesa com
super-heróis e uma parede cheia de post-its coloridos. Você vive numa
espécie de montanha russa de emoções, onde de manhã você é ‘o cara’ e à
tarde não tem dinheiro pro café”, salienta.
Vale a pena, porém, perseverar neste caminho. “Para aqueles que são
persistentes e têm foco, a jornada será difícil, mas o retorno fará
valer a pena!,” destaca o empreendedor.
DERROTA TAMBÉM ENSINA
Um ponto importante do sucesso é saber lidar com o fracasso e, de lá,
tomar algumas lições para sair mais forte ainda. “Toda derrota nos
ensina algumas lições e assim nos tornamos mais fortes a cada nova
tentativa. A cultura do fracasso, aqui no Brasil, é muito diferente dos
Estados Unidos”, afirma Junior.
No Vale do Silício, falhar é encarado algo bom, na verdade – e
aumenta suas chances de sucesso futuro. “Por lá, empreendedor que já
falhou tem mais chances de receber investimentos porque mostrou
capacidade de reação e aprendeu com os erros”, conta o empreendedor.
Mas ao pensar sobre fracasso, você precisa ter o filtro correto para
não deixar a ideia escapar. “Encarar os erros como ensinamentos e
entender que falhar é parte do jogo torna as coisas mais fáceis e
suportáveis”, salienta.
Foco é a palavra de ordem para você conseguir alcançar os objetivos
traçados no caminho, mesmo que em alguns momentos pareça que está tudo
dando errado. “Por fim, buscar o equilíbrio mental e o foco são
fundamentais. Nas vitórias, tendemos a nos render à vaidade e ao
orgulho. E nas derrotas nos entregamos ao desânimo e a depressão.
Mentalize seus objetivos, foque nos caminhos que vão leva-lo até eles e
siga firme em frente”, afirma.
É importante que você tenha noção de que para ser uma exceção, você
não pode pensar da maneira comodista que a maior parte das pessoas. “Se
você quer chegar onde poucos chegaram, precisará fazer o que poucos têm
coragem e disposição para fazer”, completa.
O “não” do cliente a uma proposta. Por quê?
Moysés Peruhype Carlech
Fiquei pensando e ao mesmo tempo preocupado com o seu “não”,
sem nenhuma explicação, à nossa proposta de divulgação da sua loja e de
resto todas as lojas dessa cidade no Site da nossa Plataforma Comercial
da Startup Valeon.
Esse “não” quer dizer, estou cheio de compromissos para fazer
pagamentos mensais, não estou faturando o suficiente para cobrir as
minhas despesas, a minha loja está vendendo pouco e ainda me vem mais
uma “despesa” de publicidade da Startup Valeon?
Pergunto: como vou comprar na sua loja? Se não sei qual é a
sua localização aí no seu domicílio? Quais os produtos que você
comercializa? Se tem preços competitivos? Qual a sua interação online
com os seus clientes? Qual o seu telefone de contato? Qual é o seu
WhatsApp?
Hoje em dia, os compradores não têm tempo suficiente para
ficarem passeando pelos Bairros e Centros da Cidade, vendo loja por loja
e depois fazendo a decisão de compra, como antigamente.
A pandemia do Covid-19 trouxe consigo muitas mudanças ao
mundo dos negócios. Os empresários precisaram lutar e se adaptar para
sobreviver a um momento tão delicado como esse. Para muitos, vender em
Marketplace como o da Startup Valeon se mostrou uma saída lucrativa para
enfrentar a crise. Com o fechamento do comércio durante as medidas de
isolamento social da pandemia, muitos consumidores adotaram novos
hábitos para poder continuar efetuando suas compras. Em vez de andar
pelos corredores dos shoppings centers, bairros e centros da cidade,
durante a crise maior da pandemia, os consumidores passaram a navegar
por lojas virtuais como a Plataforma Comercial Valeon. Mesmo aqueles que
tinham receio de comprar online, se viram obrigados a enfrentar essa
barreira. Se os consumidores estão na internet, é onde seu negócio
também precisa estar para sobreviver à crise e continuar prosperando.
É importante você divulgar a sua loja na internet com a ajuda
do Site da Startup Valeon, que no caso não é uma despesa a mais e sim
um investimento para alavancar as suas vendas. Desse modo, o seu
processo de vendas fica muito mais profissional, automatizado e
eficiente. Além disso, é possível a captação de potenciais compradores e
aumentar o engajamento dos seus clientes.
Não adianta pensar dessa forma: “Eu faço assim há anos e deu
certo, porque eu deveria fazer diferente? Eu sei o que preciso fazer”. –
Se você ainda pensa assim, essa forma de pensar pode representar um
grande obstáculo para o crescimento do seu negócio, porque o que trouxe
você até aqui é o que você já sabe e não será o que levará você para o
próximo nível de transformação.
O que funcionava antes não necessariamente funcionará no
futuro, porque o contesto está mudando cada vez mais rápido, as formas
como os negócios estão acontecendo são diferentes, os comportamentos dos
consumidores está se alterando, sem contar que estão surgindo novas
tecnologias, como a da Startup Valeon, que vão deixar para trás tudo
aquilo que é ineficiente.
Aqui, na Startup Valeon, nós sempre questionamos as formas de
pensar e nunca estamos totalmente satisfeitos com o que sabemos
justamente por entender que precisamos estar sempre dispostos a conhecer
e aprender com o novo, porque ele será capaz de nos levar para onde
queremos estar.
Mas, para isso acontecer, você precisa estar disposto a
absorver novas formas de pensar também e não ficar amarrado só ao que
você já sabe.
Se este for seu caso, convido você a realizar seu novo começo
por meio da nossa forma de anunciar e propagar a sua empresa na
internet.
Todos eles foram idealizados para você ver o seu negócio e a
sua carreira de uma forma completamente diferente, possibilitando levar
você para o próximo nível.
Aproveite essa oportunidade para promover a sua próxima transformação de vendas através do nosso site.
Então, espero que o seu “não” seja uma provocação dizendo para nós da Startup Valeon – “convença-me”.
As tecnologias de captura e armazenamento de carbono têm sido muito discutidas nos últimos tempos. Sendo vistas como uma das possíveis soluções para reduzir os impactos das mudanças climáticas.
No entanto, mesmo desenvolvidas com o intuito de preservar a vida
humana no planeta, essas tecnologias nem sempre estão livres de
malefícios.
O CCS, sigla em inglês para Carbon Capture and Storage, surgiu como uma ferramenta capaz de amenizar os impactos das emissões de dióxido de carbono na atmosfera provenientes de combustíveis fósseis e
indústrias. Nesse processo, ela pode capturar até 90% das liberações
desse gás produzidas. Tudo a partir do uso de combustíveis fósseis na
geração de eletricidade e processos industriais. Mas também do desmatamento e da utilização de calcário para a produção de cimento.
Em 2005, alguns cientistas e o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) apontam
essa tecnologia como um mecanismo de mitigação não único, mas
imprescindível. Contudo, para outros, ela veio apenas para reforçar o
uso de combustíveis fósseis nos meios de produção das indústrias
tradicionais.
Como funciona a captura e o armazenamento de carbono?
A Captura e Armazenamento de Carbono (CCS) consiste em três partes principais: captura, transporte e armazenamento de carbono.
Captura de carbono
A captura de carbono (CO2) é realizada de três formas diferentes, cada uma com processos específicos:
Pré-combustão
Pós-combustão
Combustão de oxi-combustível
Os sistemas de pré-combustão convertem combustível sólido, líquido ou gasoso em uma mistura de hidrogênio e
gás carbônico. Isso a partir de processos como gaseificação ou
reforma. Nessa reação, o hidrogênio pode ser usado como gerador de
calor ou energia livre de dióxido de carbono.
A captura pós-combustão envolve capturar o gás carbônico da exaustão
de um sistema de combustão. Então, absorvê-lo em um solvente, antes de
remover e comprimir os elementos poluentes. O dióxido de carbono também
pode ser separado usando filtração por membrana de alta pressão, bem
como por processos de separação criogênica.
Por fim, a combustão de oxi-combustível consiste na queima de um
combustível com o oxigênio no lugar do ar. Para que o gás resultante
seja constituído de vapor de água e gás carbônico. Apesar desse processo
facilitar a captura de carbono devido à sua maior concentração, ele
requer a separação prévia de oxigênio do restante do ar.
Transporte
A captura de carbono é realizada para que o dióxido de carbono possa
ser comprimido e transportado por meio de dutos. A mesma tecnologia
daqueles que já transportam gás natural. A CCS Association afirma
que milhões de toneladas são transportadas anualmente para fins
comerciais e ressalta que existe um potencial significativo de
desenvolvimento dessa infraestrutura.
Armazenamento de carbono
Depois de transportado, o gás carbônico é armazenado cuidadosamente
em formações geológicas selecionadas, que ficam localizadas a vários
quilômetros abaixo da superfície da Terra. As opções de armazenamento
costumam ser aquíferos profundos, cavernas ou domos de sal,
reservatórios de gás ou óleo e camadas de carvão. Por serem encontradas
em locais profundos, essas formações geológicas armazenam o dióxido de
carbono bem longe da atmosfera. Logo, diminuindo os impactos de suas
emissões.
Quais as vantagens e desvantagens da captura de carbono?
Existem prós e contras quando se fala na tecnologia de captura e armazenamento de carbono.
O primeiro ponto contra é que, até o efetivo desenvolvimento e
disseminação dessa ferramenta, muito combustível fóssil ainda será
queimado. Isso faz com que muitos cientistas duvidem da validade dessa
solução. Afinal, uma vez que a própria existência do CCS pode reforçar
um aumento no uso desses combustíveis.
Contudo, aqueles a favor da disseminação do CCS defendem que o uso de
combustíveis fósseis está longe de acabar. De acordo com John Thompson,
participante da Fossil Fuel Transition Project, o uso dessas
fontes de energia continua aumentando. Por isso, uma tecnologia que
diminua as emissões atmosféricas de CO2 é necessária de ser
implementada, mesmo que ainda não seja a melhor solução.
Outro custo, além do energético, são os elevados investimentos necessários. Para conter o aquecimento global na
meta de 1,5 °Celsius, seriam necessários mais de cem projetos de CCS. A
fim de eliminar 270 milhões de toneladas de poluição de dióxido de
carbono por ano, de acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA).
No entanto, os custos dessa ampliação não atraem as grandes
indústrias. Assim, soltar esse gás na atmosfera é muito mais barato.
Entenda o que é aquecimento global no vídeo abaixo:
Ainda, para além das dificuldades dessa tecnologia de captura, o
armazenamento também passa a ser pauta de debate. Existem diversos
riscos envolvendo as técnicas de armazenamento geológico desse gás do
efeito estufa, como a ocorrência de terremotos e vazamentos acidentais.
Tecnologia sustentável e captura e armazenamento de carbono
Para cientistas como Peter Eisenberg, fundador da Global Thermostat,
uma tecnologia que não retira dióxido de carbono da atmosfera não é
sustentável. Nas palavras de Eisenberger Por que gastar tanto tempo,
energia e ingenuidade chegando com soluções que não são realmente
soluções?. Segundo ele, apenas a tecnologia que remove o gás já
presente no ar poderia ser a solução chamada de “carbono-negativo”. E,
assim, viabilizar a comercialização do composto comprimido no mercado.
Assim, a tecnologia que retira o CO2 diretamente do ar surge com a
promessa de resolver os problemas em torno do CCS. Ao contrário da
captura tradicional, a ferramenta não precisa ser acoplada diretamente
nas fontes poluidoras para seu funcionamento.
Como a captura é feita através da atmosfera, o carbono capturado
diretamente é proveniente de vários tipos de emissões. Alguns exemplos
são as de carro ou avião, transportes responsáveis por metade da
liberação de gases do efeito estufa (GEE)
no planeta. Dessa forma, diferentemente das técnicas de capturas
tradicionais que exigem uma remodelagem do complexo industrial, ela pode
ser mais facilmente instalada.
Além disso, os defensores da captura pela atmosfera afirmam que essa
tecnologia permite uma redução significativa dos custos e dos gastos
energéticos. Uma vez que ela não precisa de elevadas temperaturas e
concentrações para o seu funcionamento. A ferramenta também tem outras
vantagens, como processos comprovados, maior pureza do gás carbônico e
maior flexibilidade na localização.
As técnicas de captura e armazenamento de carbono aparecem
como uma ajuda extremamente importante, porém apresentam consequências a
serem ponderadas. A captura pelo ar parece diminuir muitos desses
efeitos ou dificuldades de implementação. No entanto, o fato de que as
fontes de energia devem ser substituídas não muda.
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes
(MDB), diz ao Painel que a cidade vai aderir ao programa de escolas
cívico-militares proposto pelo governo Tarcísio de Freitas
(Republicanos).
O projeto de lei, enviado pelo Executivo em março, foi aprovado na
Assembleia Legislativa de São Paulo na terça-feira (21), sob protestos
de estudantes contrários à proposta, e será sancionado pelo governador.
O programa prevê a contratação e a remuneração de policiais militares
e agentes do Corpo de Bombeiros, aposentados, para funções
administrativas e de vigilância no pátio escolar. Além disso, eles
também cuidarão do desenvolvimento de “atividades extracurriculares de
natureza cívico-militar”. Os profissionais de Educação continuarão
encarregados da parte pedagógica.
Tarcísio prometeu que implementaria o modelo em São Paulo após o
presidente Lula (PT) anunciar, em julho do ano passado, o fim do
programa nacional de fomento a escolas cívico-militares criado por Jair
Bolsonaro (PL).
O programa de Tarcísio abrange escolas públicas estaduais e
municipais paulistas de ensino fundamental, ensino médio e educação
profissional.
Segundo o projeto aprovado na Alesp, a participação dos municípios
ocorrerá por meio de adesão voluntária e de regime de cooperação, que
deverá ser tanto financeira como pedagógica.
O formato ainda será definido por meio de ato da Secretaria da Educação, atualmente comandada por Renato Feder.
A princípio, a implementação do modelo cívico-militar deverá
priorizar as unidades com baixo desempenho na avaliação do Ideb (Índice
de Desenvolvimento da Educação Básica) e situadas em regiões tidas como
socialmente vulneráveis.
Não foi apresentado nenhum estudo até o momento pelo governo de São
Paulo que comprove os benefícios educacionais do modelo ou estudo de
impacto na formação dos estudantes.
Para além da manifestação de interesse dos municípios, as escolas
interessadas em adotar o formato precisarão declarar a intenção de
participar. Uma consulta formal à comunidade local da unidade de ensino
(professores e responsáveis legais dos alunos) também deverá ser feita.
Também será realizado um processo seletivo para contratar os
policiais que quiserem atuar nessa função, e para a qual receberão um
adicional salarial. No caso de escolas municipais, a seleção ficará a
critério das secretarias municipais de Educação.
A quantidade de contratados dependerá da disponibilidade orçamentária do estado e dos municípios interessados.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC), de autoria do senador
Plínio Valério (PSDB-AM), que estabelece mandato de oito anos aos
ministros do Supremo Tribunal Federa (STF), sem direito à recondução ao
cargo, tramita no Congresso Nacional.
Além de mudar o sistema de composição da Corte em vigor desde os
tempos do Império, a PEC 16/2019 não afeta os atuais ministros da Corte e
só valeria para os futuros indicados após a aprovação da proposta no
Congresso.
Atualmente, os ministros só precisam deixar o cargo ao completar 75
anos de idade. Do quadro de 11 ministros em exercício, três têm
permanência garantida na corte até, pelo menos, 2042, sendo esses Dias
Toffoli, Alexandre de Moares e Flávio Dino.
André Mendonça e Nunes Marques ocupam o cargo até 2047 e Cristiano
Zanin assume até 2050. Os outros cinco ministros encerram seu período
entre 2028 e 2033.
O processo de vitaliciedade inicia após o magistrado tomar posse do
cargo. Os membros só deixam a função no Tribunal por meio de
aposentadoria. Embora em tramitação, o texto que institui mandatos fixos
de oito anos aos ministros é alvo de críticas por membros do Supremo. O
ministro Gilmar Mendes, em seu perfil no X (antigo Twitter), questiona a
apresentação de textos reformistas sobre a funcionalidade da Corte.
“A pergunta essencial, todavia, continua a não ser formulada: após
vivenciarmos uma tentativa de golpe de Estado, por que os pensamentos
supostamente reformistas se dirigem apenas ao Supremo?”, escreveu.
A animosidade entre Congresso e Supremo vem escalando a cada ano. Em
novembro do ano passado, o Senado aprovou a PEC que limita decisões
individuais dos ministros do STF. O texto prevê que os magistrados
ficarão impedidos de suspender por meio de decisões individuais a
vigência de leis aprovadas pelo Legislativo.
Nesse sentido, há outras duas propostas de criação de mandato fixo
para os ministros tramitando na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ)
da Casa. Os textos foram apresentados por Angelo Coronel (PSD-BA) e
Flavio Arns (PSB-PR) e tramitam na Comissão de Constituição e Justiça
(CCJ) da Casa.
No caso da emenda de Valério, foi apreciada pelo presidente do CCJ,
Davi Alcolumbre (União-AP), em março deste ano. A senadora Tereza
Cristina (PP-MS) fará parte da relatoria.
Para se avaliar o impacto econômico das inundações no Rio Grande do Sul,
é preciso olhar para o exterior para se achar algo semelhante — como no
caso da destruição provocada pelo furacão Katrina nos Estados Unidos em
2005.
No Brasil, nunca houve tanto estrago econômico provocado por um evento climático. A avaliação é do economista Sergio Vale, da MB Associados, consultoria que está monitorando os impactos das enchentes de maio na economia.
Nos Estados Unidos, o Katrina fez o Estado da Louisiana contrair 1,5% —
em um ano em que se esperava que crescesse 4%. No caso do Rio Grande do
Sul, a MB Associados prevê que a economia vai se contrair 2% — em vez
do crescimento de 3,5% que vinha registrando nos últimos 12 meses até
abril.
E no caso brasileiro, o impacto em âmbito nacional será muito maior
do que aconteceu no efeito do Katrina nos Estados Unidos — já que a
economia gaúcha corresponde a 6,5% do PIB brasileiro (a Louisiana
representa 1% da economia americana).
Por conta da tragédia, a MB Associados não pretende revisar o
crescimento brasileiro. A consultoria acreditava que o crescimento
brasileiro projetado para este ano podia ser de 2,5% — mas após a
tragédia no Rio Grande do Sul ela manteve a projeção de crescimento em
2%.
O Brasil já enfrentou outras grandes crises que afetaram o
crescimento da economia nacional. Em 2001, por exemplo, uma seca
contribuiu para uma crise de racionamento de energia e apagões. A
economia nacional, que havia crescido 4,4% no ano anterior, desacelerou
para 1,4%. Mas apesar da contribuição da seca, o cerne da crise de 2001
não foi o clima, mas sim gargalos nas linhas de transmissão — que
impediam o Brasil de distribuir energia pelo país.
A tragédia no Rio Grande do Sul deste ano — que já provocou pelo
menos 151 mortes — terá impacto em pelo menos três frentes da economia
brasileira: no crescimento do PIB deste ano, no setor agrícola e na
questão fiscal brasileira.
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Enchentes no Rio Grande do Sul
-2%deve ser o crescimento do Rio Grande do Sul, segundo estimativas
3,5%era quanto a economia gaúcha vinha crescendo antes das inundações
Fonte: MB Associados
Economistas e estudos consultados para esta reportagem lembram que a
dimensão exata do impacto econômico ainda não pode ser quantificada com
precisão, porque as chuvas ainda estão em andamento e sequer foi feito
um levantamento preciso do estrago ainda.
Essa indefinição também tem implicações políticas. Autoridades têm
falado em diferentes medidas e valores para destinar ao Rio Grande do
Sul — mas essa ajuda ainda está sendo discutida e os números estão em
aberto.
Confira abaixo como as inundações devem afetar a economia brasileira em 2024.
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Fim do WhatsApp
As enchentes afetaram 94,3% de toda atividade econômica do Rio Grande
do Sul, segundo um levantamento divulgado na segunda-feira (14/5) pela
Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs).
“Os locais mais atingidos incluem os principais polos industriais do
Rio Grande do Sul, impactando segmentos significativos para a economia
do Estado”, disse o presidente em exercício da Fiergs, Arildo Bennech
Oliveira.
Três das maiores regiões afetadas (Região Metropolitana de Porto
Alegre, Vale dos Sinos e Serra) contribuem com R$ 220 bilhões para a
atividade econômica brasileira.
Essas três regiões concentram 23,7 mil indústrias que empregam 433 mil pessoas.
A Região da Serra (de cidades como Caxias do Sul, Bento Gonçalves,
Farroupilha) é famosa pela produção nos segmentos metalmecânico
(veículos, máquinas, produtos de metal) e móveis. A Região Metropolitana
de Porto Alegre também produz metalmecânicos (veículos, autopeças,
máquinas), além de derivados de petróleo e alimentos. A Região do Vale
dos Sinos é famosa pela produção de calçados.
Mas diversos outros setores da economia também foram afetados, como tabaco e químicos.
Um estudo feito pelo Bradesco prevê que o impacto da crise no Rio
Grande do Sul pode reduzir o crescimento do PIB nacional em 0,2 a 0,3
ponto percentual.
“A título de comparação, quando o Estado foi atingido pelo ciclone de
2008, o crescimento do PIB estadual daquele ano foi de 2,9%, ante
crescimento do Brasil como um todo de 5,1%.”
Um outro levantamento — da Confederação Nacional dos Municípios —
calcula em mais de R$ 8,9 bilhões os prejuízos financeiros das
enchentes. Segundo a CMN, R$ 2,4 bilhões desse prejuízo são no setor
público, R$ 1,9 bilhão no setor produtivo privado e R$ 4,6 bilhões
especificamente nas habitações destruídas.
Impacto agrícola
O Rio Grande do Sul é uma das potências do agro brasileiro — o Estado representa 12,6% do PIB da agricultura nacional.
Como um todo, a agropecuária brasileira será um dos setores da economia mais afetados pelas enchentes, segundo o Bradesco.
“Considerando tais impactos, o PIB agropecuário no Brasil pode recuar
3,5% (nossa estimativa anterior era de queda de 3,0%). As perdas no
agronegócio podem ser ampliadas pela logística, que afeta tanto o
escoamento da safra bem como impede a chegada de insumos. Esse parece
ser um problema importante para os setores de laticínios e carnes”,
afirma um relatório do banco.
O Rio Grande do Sul responde por 70% da produção do arroz do Brasil,
15% de carnes (12% da produção de frangos e 17% da produção de súinos)
15% da soja, 4% de milho.
As enchentes provocaram choques em alguns preços internacionais — a
cotação mundial da soja na bolsa de Chicago chegou a subir 2% na semana
passada. No Brasil, o preço do arroz já subiu e o governo anunciou a
importação do produto para evitar um choque ainda maior. Há temores de
que os preços de carne de frango e suína também possam subir em breve.
Por sorte, 70% da safra de soja e 80% da safra do arroz já haviam
sido colhidos. Sobram duas dúvidas agora: quanto do restante da safra
foi afetado pelas enchentes e se a quantidade já colhida e armazenada
nos silos foi comprometida ou não. O Bradesco avalia que 7,5% da
produção de arroz e 2,2% da produção de soja do Brasil podem estar
comprometidos, caso se confirmem os piores cenários.
Vale, da MB Associados, lembra que o agro gaúcho já vinha sofrendo muito nos últimos três anos com os extremos climáticos.
“No Rio Grande do Sul, a questão agrícola nos últimos anos tem
colocado o Estado no grau de muita insegurança. Foram três anos seguidos
de La Niña, com secas muito profundas, e quebras de safra muito fortes.
No ano passado, o Estado estava até comemorando a chegada do El Niño,
que traria chuvas. Mas quando se pensou que teríamos um ano normal, de
repente acontece isso”, diz o economista.
Ainda existe a possibilidade de um novo fenômeno La Niña este ano, com potencial para provocar novas secas no Rio Grande do Sul.
Impacto fiscal
Outro impacto importante da calamidade do Rio Grande do Sul na economia nacional é na questão fiscal brasileira.
Há anos o Brasil vem tentando equilibrar sua situação fiscal — ou
seja — o governo faz um esforço para conseguir arrecadar mais dinheiro
do que gasta, produzindo o que se chama de superávit fiscal.
Esse superávit fiscal é usado para reduzir o endividamento público do
governo, que é um elemento fundamental da economia de qualquer país.
Alto endividamento tem potencial para produzir inflação alta, baixo
crescimento econômico e desemprego.
No ano passado, o governo Lula lançou o que chamou de “arcabouço
fiscal” — o conjunto de regras para gastar os recursos públicos e fazer
investimentos. Esse arcabouço foi fundamental para acalmar os mercados e
sinalizar que o Brasil não gastaria dinheiro desenfreadamente.
Mas no mês passado, diante de problemas no orçamento, o governo desistiu de atingir superávits em 2025.
Economistas apontam que o Brasil já vivia um momento fiscal delicado antes das enchentes no Rio Grande do Sul.
No entanto, o quadro se agrava bastante agora que o governo federal terá que fornecer uma grande ajuda financeira ao Estado.
Todos defendem uma ajuda financeira grande ao Rio Grande do Sul, mas analisam que haverá um grande impacto nas contas nacionais.
Já foi anunciado, por exemplo, um plano a ser enviado ao Congresso
para suspender a cobrança da dívida do Estado do Rio Grande do Sul com a
União por três anos.
A regra permitiria a criação de um fundo “contábil” de R$ 11 bilhões
por ano para ajudar na reconstrução da infraestrutura do Estado que foi
devastada pelas enchentes, segundo o ministro da Fazenda, Fernando
Haddad. A medida também inclui o perdão da cobrança de juros sobre a
dívida — com impacto de R$ 12 bilhões.
O governo federal já havia anunciado na semana passada um pacote de
medidas que pode chegar a R$ 51 bilhões, que incluía pagamentos
antecipados de benefícios como Bolsa Família, auxílio-gás, BPC, abono
salarial e restituição do Imposto de Renda, além de algumas renúncias
fiscais.
Na quarta-feira, o governo federal anunciou um auxílio-reconstrução
no valor de R$ 5 mil por família cadastrada, que custará R$ 1,2 bilhão
aos cofres.
Alguns dos gastos públicos ficarão de fora das regras fiscais do
governo, por conta de o Rio Grande do Sul estar em estado de calamidade.
Todas essas medidas são fundamentais para reerguer o Rio Grande do
Sul — mas elas têm potencial para agravar a situação fiscal brasileira
que já vinha sofrendo antes da crise provocada pelo evento climático.
Sergio Vale, da MB Associados, alerta que ao longo do ano é possível
que mais dinheiro seja encaminhado ao Rio Grande do Sul através de
créditos extraordinários aprovados pelo Congresso — e que isso deve
piorar o equilíbrio fiscal brasileiro.
Ele diz que é difícil quantificar exatamente qual será o tamanho do
problema fiscal brasileiro, porque ainda não se sabe quanto dinheiro
será necessário para reconstrução do Rio Grande do Sul.
“Não está muito claro exatamente o que o governo vai disponibilizar. O
cenário fiscal [do Brasil] já está muito distorcido. Então qualquer
coisa que acontece piora ainda mais”, diz Vale.
Para Caio Megale, economista-chefe da XP, parte da ajuda estará fora
do arcabouço fiscal do governo — mas mesmo que seja necessário incluir
essas despesas no orçamento, seria possível acomodar os gastos.
“Ninguém sabe direito qual que vai ser o tamanho total do apoio. A
gente ouve falar em R$ 70 bi, R$ 80 bi, R$ 90 bi ou R$ 100 bi. Não dá
para saber ainda, é preciso esperar as águas baixarem. Mas o arcabouço
fiscal tem espaço para que essas medidas sejam tomadas”, disse Megale em
um morning call (serviço diário de corretoras para seus clientes) desta semana.
A tecnologia trouxe oportunidades inovadoras para encontrar parceiros amorosos ou sexuais. Mas será que ela alterou o nosso comportamento em relação a encontros e relacionamentos?
Para descobrir, o escritor de ciências David Robson conversou com
Paul C. Brunson, especialista em visão global dos relacionamentos do aplicativo de encontros Tinder e autor do novo livro Find Love: How to Navigate Modern Love and Discover the Right Partner for You (“Encontrar o amor: como navegar pelo amor moderno e descobrir o parceiro certo para você”, em tradução livre).
Confira a entrevista:
David Robson: É verdade que encontrar um parceiro, agora, é mais difícil do que nunca?
Paul C. Brunson: Encontrar um parceiro sempre foi
uma decisão importante. Mas, baseado nas pesquisas para este livro,
realmente acredito que encontrar e manter o amor hoje em dia é mais
difícil do que em qualquer outro momento da história humana.
Um motivo é que, hoje, existem mais variações do que é considerado um
relacionamento aceitável. Você pode ser monogâmico ou estar em um
relacionamento poliamoroso, vocês podem morar juntos ou separados –
existem dezenas e dezenas de formas aceitáveis. E isso faz com que
encontrar um parceiro que atenda ao seu objetivo seja um desafio ainda
maior.
Em segundo lugar, exigimos mais do nosso parceiro do que antes.
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Antigamente, era a pessoa que ajudava a proteger ou criar os filhos
ou cuidar da fazenda. Depois, à medida que você envelhecia, o parceiro
se tornava alguém para fazer companhia.
Mas, agora – como discute [o psicólogo] Eli Finkel na sua pesquisa –
atingimos um ponto de “autoevolução”, no qual estamos buscando de tudo
no nosso parceiro.
Queremos que sejam iguais intelectualmente, queremos que seja o CEO
[diretor-executivo] da empresa que iremos lançar, queremos que seja um
ótimo pai ou mãe, queremos que ele seja um parceiro sexual fenomenal.
Robson: E quanto à tecnologia? Algumas pessoas parecem se sentir sufocadas pelas oportunidades de conhecer novas pessoas.
Brunson: Nós nos enganamos com o paradoxo da escolha.
Acreditamos que temos infinitas opções. Mas, na verdade, se você
instalasse 100 aplicativos de namoro, quantos encontros reais você
conseguiria esta semana? Existem limitações, nós não temos tantas
escolhas quanto acreditamos.
Robson: No seu livro, você descreve outro aparente paradoxo: o
fato de que, em média, as pessoas estão menos felizes com seus
relacionamentos, mas os 20% das pessoas mais felizes com seus parceiros
estão mais satisfeitos do que nunca. Como você explica isso?
Brunson: Muitos casamentos, agora, têm baixo nível de satisfação, por uma série de razões.
Por exemplo, sabemos que existem mais escolhas, acreditamos que a
grama [do vizinho] é mais verde e também temos mais conhecimento. Você
pode avaliar seu estilo de vínculo na internet, por exemplo, e descobrir
se o seu vínculo ou o do seu parceiro é forte ou não.
Robson: Isso poderia criar dúvidas sobre o relacionamento?
Brunson: Sim, muitas pessoas estão insatisfeitas. Mas alguns estão usando essas ferramentas em seu benefício.
Eles estão tentando descobrir o que falta no seu relacionamento, para
poderem melhorar. Eles estão inspirando um ao outro a trabalhar para
melhorar seu bem-estar.
Ou seja, existe um percentual menor de pessoas altamente satisfeitas e um grande percentual, infelizmente, com menor satisfação.
Robson: Você mencionou estilos de vínculo. Como eles refletem
nossas experiências na infância com nossos cuidadores e como
influenciam nossos relacionamentos na idade adulta?
Brunson: Você tem o vínculo seguro, que é
essencialmente alguém que, quando seu cuidador estava ausente, se sentia
seguro e capaz de cuidar de si próprio. Eles sabiam que o seu cuidador
iria voltar.
Você tem o estilo de vínculo ansioso: se o cuidador saísse do quarto e
voltasse, eles levariam um tempo para se reestabilizar, porque ficariam
ansiosos, pensando se o cuidador iria sair de novo.
Existe o estilo de vínculo de fuga: se o cuidador saísse do quarto e
voltasse, a criança não ligaria. Ela acreditava que o cuidador, na
verdade, não se importava com ela e, por isso, ela só poderia confiar em
si própria.
E a quarta categoria é a “desorganizada”, que é uma combinação de fuga e ansiedade.
A maneira como formamos vínculos durante a infância, muitas vezes, é a
mesma em que nos vinculamos aos nossos entes queridos na idade adulta.
Por isso, você vê alguém com estilo ansioso sempre preocupado que o
seu parceiro irá deixá-lo. Alguém que tem estilo de fuga não irá se
abrir emocionalmente para o seu parceiro. E o estilo seguro será
essencialmente mais saudável.
Os estilos de vínculo se tornaram muito populares, mas é importante
conhecer as diferenças e nuances culturais. Uma criança considerada
ansiosa em uma região pode ser considerada segura em outra, porque ela é
criada de forma diferente.
Robson: Considerando seu trabalho no Tinder, quais tipos de
erros as pessoas estão cometendo nas suas estratégias de encontros
online?
Brunson: Existem diversos erros. Um deles é não
fazer a lição de casa para identificar o objetivo do relacionamento,
porque existem muitas variações.
Instalamos agora uma função no Tinder que permite selecionar o seu
objetivo de relacionamento. Porque, se você estiver procurando um
parceiro de longo prazo, mas eu estiver buscando um parceiro de curto
prazo e nós começarmos um relacionamento, será um desastre.
Outro grande problema é que as fotos são terríveis. As pessoas não
têm fotos recentes e, quando elas aparecem no encontro, não se parecem
em nada com a imagem. Pode parecer que elas estão enganando os demais
intencionalmente – mas não estão.
Sabe, quando entrei no Tinder dois anos atrás, precisei abrir uma
conta para ver do que se tratava e carreguei uma foto provavelmente de
12 anos antes. Agora, a pessoa [com quem eu trabalhava] no Tinder dizia,
“Paul, você não se parece com isso”.
Todos nós nos achamos parecidos com o que éramos 10 anos atrás, mas
não somos. Você precisa ter três a cinco fotos – uma com um sorriso
verdadeiro, outra que mostre você de corpo inteiro e algumas fotos suas
fazendo algo que seja sua paixão.
Por fim, inclua algumas beige flags (informações curiosas) no seu perfil. São aquelas coisas que as pessoas podem achar excêntricas, mas fazem parte de você.
Uma beige flag que eu [pessoalmente] posso fornecer é que,
uma vez por mês, eu jogo [o jogo de RPG] Dungeons and Dragons. Muitas
pessoas podem fazer generalizações e se afastar. Mas sempre haverá outro
grupo que irá se interessar.
E o fato de que incluí essa informação mostra o quanto eu tenho autoestima, porque estou mostrando aquilo para todos.
Robson: Existem grandes diferenças entre as gerações na busca de encontros?
Brunson: Precisamos entender que a geração Z na
sua cidade ou país pode ser diferente da geração Z em outra cidade ou
país, mas existem diferenças entre as gerações. E uma das coisas que eu
adoro é que eles valorizam a autenticidade.
Na nossa pesquisa no Tinder, concluímos que o principal fator
determinante se haverá um segundo encontro é se eles se sentem
confortáveis sendo eles próprios com seus parceiros.
Em todas as gerações anteriores, a atração física era o principal
fator. Agora, a atração física ainda está em segundo lugar [para a
geração Z], mas estamos fazendo avanços.
* O livro de Paul C. Brunson (em inglês) Encontrar o Amor: Como
Navegar pelo Amor Moderno e Descobrir o Parceiro Certo para Você foi
publicado pela editora Vermilion.
** David Robson é um escritor de ciências premiado. Seu próximo
livro (em inglês) chama-se As Leis da Conexão: 13 Estratégias Sociais
que Transformarão Sua Vida, a ser publicado em junho de 2024 pela
editora Canongate (no Reino Unido) e pela Pegasus Books (nos Estados
Unidos e no Canadá). Sua conta no X (antigo Twitter) é @d_a_robson. Ele
também pode ser encontrado com o nome @davidarobson no Instagram e no
Threads.
Após uma operação contra desvios de doações para vítimas das enchentes na cidade de Eldorado do Sul, na região metropolitana de Porto Alegre, o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) negocia para que o Exército Brasileiro assuma a entrega dos donativos no município.
De acordo com denúncias recebidas pelo órgão, membros da Defesa Civil municipal estariam desviando as doações para beneficiar futuros eleitores.
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do
MP-RS investiga três agentes públicos, sendo que pelo menos dois deles
são pré-candidatos às eleições municipais deste ano.
Foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão nas casas dos
suspeitos, na Prefeitura e em depósitos da cidade. Foram apreendidos
celulares, documentos, dinheiro, entre outros.
A investigação do Ministério Público apura os crimes de apropriação
indébita, peculato e associação criminosa durante estado de calamidade
pública.
Os investigados foram afastados temporariamente de suas funções. A investigação do MP-RS continua.
Em nota, a Prefeitura de Eldorado do Sul reforçou “seu compromisso
com a transparência, a ética e o respeito aos recursos destinados aos
cidadãos”. “Continuaremos colaborando plenamente com as autoridades
competentes para que todos os fatos sejam esclarecidos de maneira justa e
rápida”, diz o comunicado.
Atuação do Exército
Após a operação, o MP-RS passou a negociar para que o Exército
Brasileiro assuma a entrega de doações às vítimas da enchente em
Eldorado do Sul.
No próprio sábado, o órgão se reuniu com a Prefeitura de Eldorado do
Sul e outros órgãos públicos para expor a necessidade de delegar aos
militares, em caráter de urgência, o recebimento, controle e
distribuição de donativos à população.
Segundo o Ministério Público, a decisão foi tomada após contato com o
procurador-geral de Justiça do Estado, Alexandre Saltz, e seu principal
objetivo é evitar que moradores fiquem desatendidos de suprimentos
básicos durante a investigação.
Também foi solicitado que a Prefeitura apresente um plano de trabalho
para utilização dos recursos públicos já disponibilizados no
atendimento às vítimas e na reconstrução da cidade.
Pior inundação da história
A cidade de Eldorado do Sul foi uma das mais atingidas pelo temporal no Rio Grande do Sul.
Com 100% da área urbana da cidade atingida pela água, além de boa
parte da área rural, 30 mil moradores ficaram desalojados, conforme
boletim divulgado pela Prefeitura. O número equivale a 75% da população.
Os moradores foram afetados principalmente pela elevação das águas do
lago Guaíba e do Rio Jacuí. Foi a maior inundação da história da
cidade, que já é acostumada a enchentes, pela sua topografia plana.
Segundo as estimativas da Prefeitura, 20 mil residências foram atingidas, e muitas delas ficaram totalmente comprometidas.
Com a trégua nas chuvas nos últimos dias, os moradores, o poder
público e voluntários de outras regiões iniciaram mutirões de limpeza.
Em todo o Estado, 166 pessoas morreram vítimas das enchentes e outras 61 seguem desaparecidas.
Paulo Roberto Vigna – Advogado, sócio do escritório Vigna Advogados
Associados e da VignaTax Consultoria Fiscal e Tributária
Dentre as diversas inovações trazidas pela Reforma Tributária, temos
uma bastante interessante, e que está relacionada com a organização e
posicionamento das normas no ordenamento jurídico fiscal: a criação de 6
(seis) novos princípios no Sistema Tributário Nacional, em matérias
bastante sensíveis aos contribuintes e a sociedade contemporânea.
Contudo, para melhor compreendermos a importância da inserção dos
referidos princípios no artigo 145, parágrafos terceiro e quarto da
Constituição Federal, pela Emenda Constitucional nº 132, de 20 de
dezembro de 2023, precisamos observar como se consolidou a legislação
tributária ao longo dos anos.
Nosso Código Tributário Nacional, veiculado pela Lei nº 5.172, de 25
de outubro de 1966, foi elaborado durante o período militar, refletindo
em seu conteúdo, um relacionamento formal e baseado na autoridade do
Poder Público em face dos contribuintes. Tal situação começou a ganhar
novos ares com a Constituição Federal, promulgada em 5 de outubro de
1988, a qual tornou o Brasil um Estado Democrático de Direito, dotado de
objetivos fundamentais como por exemplo, a construção de uma sociedade
livre, justa e solidária, a erradicação da pobreza e a redução das
desigualdades sociais e regionais.
A Constituição Federal inaugurou um novo regime para a atividade
produtiva reconhecendo também a Função Social da Empresa, em seu artigo
170, inciso III, que se condensa em sua responsabilidade na contribuição
para a sociedade além do lucro. A atividade empresarial, desta maneira,
se vincula a promoção da igualdade, a criação de empregos, o respeito
ao meio ambiente, de uma forma leal e ética. A Reforma Tributária
possui, portanto, impactos diretos na atividade empresarial e nas
relações da iniciativa privada com a administração fazendária.
Com a redemocratização, o relacionamento entre fisco e os
contribuintes, em especial com o empresariado, começou a se modificar, e
a tributação começou a ser encarada como uma das bases da democracia,
pois é com os recursos obtidos junto a população e às empresas, que o
Estado mantém as suas atividades e disponibiliza serviços públicos. O
diálogo entre segurança jurídica e princípios tipicamente de proteção do
cidadão, tais como a isonomia e a capacidade contributiva, ganha corpo
na jurisprudência e na legislação.
A inserção de 6 (seis) novos princípios no texto constitucional,
assim, reflete a tendência cada vez maior de racionalizar a atividade
arrecadatória estatal, tornando-a como uma contrapartida natural ao
exercício dos direitos e fruição de serviços, tais como segurança
pública, saúde, educação, dentre outros, insculpidos na carta cidadã.
Portanto, além dos já tradicionais princípios tributários da
legalidade, isonomia, capacidade contributiva, irretroatividade da lei
tributária, anterioridade, e do não-confisco, a Emenda Constitucional nº
132/2023 inseriu no parágrafo terceiro do art. 145 de nossa
Constituição Federal os novos princípios da simplicidade, da
transparência, da justiça tributária, da cooperação e da defesa do meio
ambiente, e o da atenuação dos efeitos regressivos, no parágrafo quarto.
É importante destacarmos que os novos princípios, mais do que normas
jurídicas, veiculam compromissos do Sistema Tributário Nacional com uma
atividade arrecadatória mais eficiente, transparente e inclusiva, com
fortes traços de inclusão e consenso junto aos contribuintes. Vejamos de
maneira breve o conteúdo de cada um deles.
O princípio da simplicidade determina que tanto a criação de
tributos, quanto a fiscalização das obrigações tributárias principais e
acessórias, devem se pautar pela clareza e pela praticidade, ou seja: é
essencial sempre facilitar o cumprimento dos deveres dos contribuintes,
buscando ao máximo as formas menos onerosas e menos complexas possíveis
de atuação.
A ideia de transparência não é nova na Administração Pública, já
sendo objeto de tutela em diversos ramos do direito, não se limitando a
divulgação de informações orçamentárias ou de políticas públicas.
Trata-se, principalmente, de conferir legitimidade a todas as medidas do
Poder Público diminuindo a distância entre a população e o Estado.
No âmbito tributário, o novo princípio da transparência possui
estrito relacionamento com a facilitação do acesso às melhores práticas
fiscais, à legislação tributária e à disponibilização de informações
sobre benefícios fiscais e sobre as obrigações principais e acessórias.
Já o princípio da justiça tributária determina que o processo de
arrecadação fiscal deve se mostrar justo e isonômico para todos os
contribuintes e para a Fazenda Pública, observando critérios de
igualdade, capacidade contributiva e não confisco. John Rawls já se
debruçou sobre esta matéria, a afirmar que um sistema tributário justo é
aquele que estimula a dispersão da riqueza e evita acumulações de
capital e renda consideradas excessivas, preservando assim a justiça
social e o desenvolvimento econômico intergeracional.
Por sua vez, o princípio da cooperação conduz o relacionamento entre
contribuintes e fisco em direção a consensualidade na resolução de
conflitos, reduzindo os traços adversarias da resolução de litígios. A
Fazenda Pública, em um contexto de cooperação com os particulares, busca
reduzir sensivelmente sua característica autoridade punitivista e
assumir uma posição de colaboração de forma horizontal com as empresas.
Em especial em atividades tais como a redução da carga tributária,
eficiência fiscal e respeito mútuo na disponibilização de informações.
A sustentabilidade e a preservação do ecossistema ganham papel de
destaque em matéria fiscal com o princípio da proteção ao meio ambiente,
dotado de elevados graus de extrafiscalidade. O referido princípio
busca incentivar a proteção ao meio ambiente sustentável, bem como o
desestímulo a quaisquer práticas danosas aos recursos naturais e aos
biossistemas.
O princípio da proteção ao meio ambiente será implementado na prática
por meio de medidas como a tributação específica de atividades ou
produtos prejudiciais ao meio ambiente, com o incentivo fiscal a
práticas ambientalmente sustentáveis, com a desoneração fiscal de
produtos ecológicos, bem como com a cobrança de taxas e pela extração de
recursos naturais, ou por impactos causados ao meio ambiente.
Por fim, no parágrafo quarto temos a inserção do princípio da
atenuação dos efeitos regressivos, que em matéria fiscal busca mitigar
os traços de alguns tributos cuja incidência tende a onerar mais
gravosamente contribuintes de menor renda, o que deve ser evitado com a
Reforma Tributária.
A grande expectativa do meio jurídico e do empresariado em relação a
Reforma Tributária, no fim das contas, é que na prática a tributação da
atividade produtiva seja simplificada e os custos reduzidos. Caso a
vontade do legislador ao trazer os valores representados pelos novos
princípios inseridos no texto constitucional venha a se concretizar no
dia a dia, estaremos no caminho certo.
Sobre o autor:
Paulo Roberto Vigna – Advogado, sócio do escritório Vigna Advogados
Associados e da VignaTax Consultoria Fiscal e Tributária, Mestre em
Relações Sociais do Direito, com MBA em Gestão de Empresas pela Fundação
Getúlio Vargas – FGV, pós-graduado em Direito Empresarial e em Direito
Tributário pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, especializado em
Gestão de Tributos pelo Instituto Trevisan (São Paulo).
Inscrito na seccional na ordem dos advogados do Brasil em Acre,
Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Distrito Federal,
Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia,
Santa Catarina, São Paulo e em Lisboa- Portugal.
Professor do curso de MBA em Gestão Estratégica Empresarial em São
Paulo. É autor dos livros “Recuperação Judicial” e “Manual de Gestão de
Contratos” e produz artigos sobre direito tributário, empresarial e
tecnologia aplicada a ciência jurídica.