Por unanimidade, o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou a decisão
individual do ministro Kassio Nunes Marques que negou salvo-conduto ao
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no inquérito do golpe.
Um advogado bolsonarista, que não tem procuração para atuar em nome
do ex-presidente, deu entrada em um habeas corpus para tentar impedir
uma eventual prisão de Bolsonaro. “Alguns, não poucos, dizem que (a
prisão) é só uma questão de tempo”, alegou ao STF.
O processo foi distribuído ao gabinete de Kassio Nunes Marques,
primeiro ministro indicado por Bolsonaro ao STF, em 2020. Para o
ministro, não há provas de constrangimento ilegal ou de qualquer outra
irregularidade “evidente” na investigação contra o ex-presidente.
Outro argumento usado para justificar a decisão foi o de que
Bolsonaro não manifestou “interesse ou ciência” sobre a iniciativa, ou
seja, não houve consulta aos advogados que efetivamente representam o
ex-presidente.
“A legitimidade universal do habeas corpus deve ser vista de maneira
subsidiária, sob o risco de prejuízo do próprio paciente, que pode se
ver tolhido na sua livre escolha da defesa técnica, bem assim ter
afetada a elaboração de sua estratégia processual em razão desta
impetração.”
O advogado recorreu, mas Nunes Marques manteve a decisão e submeteu o
processo para julgamento no plenário virtual do STF, assim os demais
ministros puderam se manifestar. Nessa modalidade, não há debate em
tempo real. Os ministros registram os votos em uma plataforma online, em
votação assíncrona.
O ministro André Mendonça, que também chegou ao tribunal por
indicação de Bolsonaro, em 2021, foi contra o salvo-conduto. Ele não
apresentou voto escrito. O placar terminou unânime. Apenas o ministro
Alexandre de Moraes, relator do inquérito do golpe, se declarou impedido
e não participou da votação.
O advogado Djalma Lacerda, de Campinas (SP), está por trás do habeas
corpus. Ele tem apresentado pedidos em série ao STF para beneficiar o
ex-presidente e seus aliados. A lista inclui pedidos de liberdade para
os presos do 8 de Janeiro, para o ex-ministro da Justiça, Anderson
Torres, e para os ex-deputados Roberto Jefferson e Daniel Silveira.
Esse não é um movimento isolado. Outras iniciativas “extraoficiais”,
ou seja, perseguidas sem consulta aos advogados constituídos, chegaram
ao Supremo Tribunal Federal. Em fevereiro, a defesa de Bolsonaro
precisou acionar o STF para que um desses habeas corpus preventivos
fosse desconsiderado.
As equipes de resgate iranianas recuperaram nesta segunda-feira (20)
os restos mortais do presidente iraniano, Ebrahim Raisi, e de outros
oito passageiros mortos em um acidente de helicóptero ocorrido neste
domingo (19) no noroeste do país. O aiatolá Khamenei anunciou cinco dias
de luto e também que o vice-presidente Mohammad Mokhber assumirá o
cargo até as próximas eleições, que devem ocorrer no máximo em 50 dias,
segundo um comunicado.
“Os corpos dos mártires estão sendo transferidos para Tabriz”, a
principal cidade do noroeste, disse o chefe da organização Crescente
Vermelho, Pirhossein Koulivand, anunciando o fim das operações de busca.
Os destroços do helicóptero foram
encontrados durante a madrugada de domingo para segunda-feira. Ele
desapareceu no início da tarde de domingo quando sobrevoava uma região
montanhosa do Irã, em condições climáticas adversas, com chuva e
nevoeiro.
Entre as vítimas do acidente que matou o presidente iraniano estavam
Hossein Amir-Abdollahian, de 60 anos, que foi nomeado chanceler por
Raisi em julho de 2021, o governador da província do Azerbaijão
Oriental, o principal imã da região, o chefe da segurança do presidente e
três membros da tripulação.
Durante as buscas, a Turquia mobilizou rapidamente 32 socorristas e
um drone de visão noturna que estava operacional durante a noite. A
União Europeia anunciou que ativou, a pedido do Irã, seu serviço de
rastreamento por satélites para ajudar a localizar a aeronave. A pedido
de Teerã, Moscou também anunciou que enviaria cerca de cinquenta
especialistas em operações de resgate, além de veículos de resgate e
outros veículos.
Reações internacionais
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, apresentou suas
“sinceras condolências” pela morte do presidente iraniano, Ebrahim
Raisi, e de seu ministro das Relações Exteriores, Hossein
Amir-Abdollahian.
“A UE expressa as suas sinceras condolências pela
morte do presidente Raisi e do ministro das Relações Exteriores, assim
como de outros membros da sua delegação e tripulação num acidente de
helicóptero. Nossos pensamentos estão com suas famílias”, disse Charles
Michel na rede social X.
Para o presidente chinês, Xi Jinping, a morte do presidente Ebrahim
Raisi foi “trágica” e uma “grande perda para o povo iraniano”, segundo o
Ministério das Relações Exteriores. “O povo chinês perdeu um bom
amigo”, disse o porta-voz do ministério, Wang Wenbin, em entrevista
coletiva.
O presidente russo, Vladimir Putin, também prestou homenagem a Raisi,
um “político notável” e um “verdadeiro amigo” da Rússia. “Ebrahim Raisi
deu uma contribuição pessoal inestimável para o desenvolvimento de
relações de boa vizinhança entre nossos países e fez grandes esforços
para levá-los ao nível de parceria estratégica”, disse o presidente
russo em um telegrama divulgado pelo Kremlin.
A Turquia “compartilha a dor do povo iraniano, amigo e fraterno”,
disse o ministro turco das Relações Exteriores, Hakan Fidan. “Rezo pela
misericórdia de Deus para o meu querido colega e irmão” Ebrahim Raisi,
reagiu o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.
O chefe de Estado turco expressou suas “mais sinceras condolências ao
povo e ao governo do Irã, amigos e irmãos, especialmente ao líder
religioso da República Islâmica do Irã, (aiatolá) Ali Khamenei”, dizendo
que está “ao lado do vizinho iraniano”.
O movimento islâmico palestino Hamas também suas “condolências” ao povo iraniano, e mencionou o “apoio do Irã à resistência palestina”.
“Compartilhamos a tristeza e a dor do povo iraniano” após o acidente
que tirou a vida do aiatolá Raisi, de seu ministro das Relações
Exteriores, Hossein Amir-Abdollahian, e de outras autoridades da
República Islâmica”, escreveu o movimento em um comunicado, agradecendo o
“apoio à resistência palestina e aos esforços de solidariedade” com os
palestinos.
Antes do acidente no domingo, Raisi visitou a província do Azerbaijão
Oriental no domingo. Durante uma conferência coletiva voltou a dar o
seu apoio ao Hamas contra Israel. “Acreditamos que a Palestina é a primeira questão do mundo muçulmano”, disse.
O presidente sírio, Bashar al-Assad, também demonstrou
“solidariedade” com Teerã, que o apoia desde o início da guerra civil no
seu país.
“A Síria se solidariza com a República Islâmica do Irã”, disse o
presidente Assad em sua mensagem aos líderes iranianos. “Trabalharemos
com o novo presidente para garantir que a relação estratégica entre a
Síria e o Irã permaneça próspera”, acrescentou.
Sanções dos EUA
Raisi, que tinha o título de aiatolá, era presidente da República
Islâmica há quase três anos. Ele foi eleito em 18 de junho de 2021 no
primeiro turno de uma eleição marcada por uma taxa recorde de abstenção e
pela ausência de concorrentes fortes.
Ele sucedeu o moderado Hassan Rouhani, que o derrotou nas eleições
presidenciais de 2017. Raisi teve o apoio da principal autoridade da
República Islâmica, o aiatolá Ali Khamenei, que no domingo pediu ao
“povo iraniano” que “não se preocupe” porque “não haverá interrupção na
administração do país”.
Nascido em novembro de 1960, Raisi passou a maior parte de sua
carreira no Judiciário, notavelmente como procurador-geral de Teerã e
depois procurador-geral do país. Raisi estava na lista negra dos EUA de
funcionários iranianos sancionados por Washington por “cumplicidade em
graves violações dos direitos humanos”.
Raisi saiu politicamente fortalecido das eleições parlamentares
realizadas em março, a primeira eleição nacional desde o movimento de
protesto que tomou conta do Irã no final de 2022 após a morte de Mahsa Amini, uma jovem presa por não cumprir o código de vestimenta iraniano.
Mais de duas semanas depois de decretar estado de calamidade, Porto Alegre busca desesperadamente soluções para uma consequência imprevista da maior catástrofe de sua história: o desafio de receber, armazenar e distribuir uma torrente incessante de ajuda humanitária proveniente do mundo inteiro.
Os beneficiários são os mais de 157 mil afetados pela grande enchente em
um universo de 1,3 milhão de habitantes da capital. Desse total, 13.594
estavam abrigados em refúgios municipais na sexta-feira (17/5).
A prefeitura não tem um levantamento do volume arrecadado em gêneros e
itens de vestuário, higiene e limpeza. Desde o início do mês, porém, a
cifra pode ser estimada na casa das centenas de milhares de toneladas.
Para as autoridades, não se trata apenas de descarregar e despachar o precioso produto da solidariedade global.
Em uma metrópole ainda parcialmente às escuras e com vias
interrompidas, é necessário escoltar veículos de carga, garantir
trafegabilidade de vias (o que incluiu até mesmo a demolição de uma
passarela na entrada da cidade para garantir a passagem de caminhões),
criar centros de armazenamento e logística a partir do zero e prover
pessoal para os serviços.
No governo municipal, ninguém assume oficialmente a dificuldade de
manejar e acomodar as doações. O assunto é tido como delicado,
especialmente depois que o governador Eduardo Leite (PSDB) relacionou
na terça-feira (14/5) a remessa de mantimentos de todo o país a
dificuldades para o comércio local — e teve de se retratar em razão da
repercussão negativa.
No pedido de desculpas, Leite disse que acabou “misturando [o impacto
da enchente no comércio] com a questão das doações”. Sob a condição de
não serem identificados, integrantes da administração municipal e
servidores ouvidos pela BBC News Brasil deixam claro que faltam espaço e
pessoal até mesmo para descarregar mantimentos.
As autoridades foram surpreendidas pela quantidade abundante de doações já nas primeiras horas da enchente.
Num sinal da comoção provocada pelo desastre, Porto Alegre tornou-se
destino de remessas de gêneros alimentícios, peças de vestuário adulto e
infantil (em alguns casos, exigindo limpeza ou conserto), fraldas
infantis e geriátricas, cobertores, travesseiros, fardos de água mineral
e refrigerante, ração para pets, medicamentos, produtos de higiene e
limpeza, utensílios de cozinha. A imensa maioria das remessas ocorreu de
forma espontânea.
Contas bancárias criadas pelo governo municipal para receber doações
em dinheiro haviam arrecadado milhões via PIX e transferências
bancárias.
As moedas de origem eram tão diversas como real, euro, dólar
americano e australiano. Com a abundância de gêneros recebidos, a
prefeitura pretendia usar as doações em dinheiro na aquisição de bens
duráveis para quem perdeu tudo.
A chegada de doações não parou mesmo nos momentos mais críticos. Na
manhã de sábado (4/5), havia sete pontos de coleta listados no site da
prefeitura. Naquele momento, a Defesa Civil Municipal ainda fazia a
triagem de itens.
No final da tarde, o recebimento já tinha sido restringido e
concentrado em um único local aberto 24 horas por dia. Quando a cheia
completou uma semana, na quinta-feira (9/5), o ponto de referência para
doações tinha mudado outras duas vezes de endereço. Àquela altura, havia
coleta e distribuição de itens de ajuda em 15 locais cadastrados em
toda a cidade.
Uma semana depois, a prefeitura instalou uma Central de Logística no
Porto Seco, na zona norte. No local, são realizados os desfiles de
escolas de samba no Carnaval. A central ocupa um pavilhão de 1.100
metros quadrados normalmente utilizado como barracão de carros
alegóricos das agremiações. O Porto Seco foi também designado para
abrigar uma das quatro cidades provisórias que alojarão desabrigados no
Estado.
A escolha do Porto Seco foi emergencial. O pavilhão não dispõe de
estrutura para armazenagem de carga. Nos próximos dias, uma empresa
contratada pela prefeitura instalará prateleiras para pallets (molduras
de madeira) capazes de aumentar a capacidade de estocagem do local.
“Recebemos basicamente cestas básicas, colchões, cobertores, roupa de
cama, travesseiros e kits de limpeza que vêm da Defesa Civil do
Estado”, afirma o secretário municipal de Governança, Cassio Trogildo,
responsável pelo local.
Do Centro de Logística, as cargas são transportadas para os centros
de distribuição (CDs) espalhados pela capital. Depois das dificuldades
dos primeiros dias, a opção foi utilizar a estrutura administrativa das
subprefeituras, que representam as 17 microrregiões da capital. Desse
total, duas (Arquipélago e Humaitá) estão inundadas e fora de operação.
Uma terceira, a Microrregião Norte, apesar de alagada, teve áreas
preservadas pelas águas que são utilizadas pelas autoridades.
Atualmente, há CDs em todas as microrregiões, com exceção de Arquipélago
e Humaitá.
Questionado se Porto Alegre enfrenta um gargalo no recebimento de
doações, Trogildo explica que o esforço do governo é para que os
emissários levem em conta, neste momento, as necessidades dos afetados. E
quais são essas necessidades?
“Comida é sempre necessário. De preferência, cestas básicas, que fica
melhor de fazer a distribuição, né? Claro que a gente não vai refugar
quando vem…”, afirma. O Centro de Logística não dispõe de pessoal para
realizar triagem de itens ou montagem de cestas básicas.
Parte das dificuldades enfrentadas pelo poder público local estão relacionadas à natureza multifatorial do desastre.
Além de água e lama, a cheia do Guaíba e de seus afluentes afogou a
capital em números. A enchente atingiu do bairro Sarandi, na zona norte,
onde 26.042 pessoas foram atingidas, até o Lami, no extremo sul, onde
os afetados foram 4.398, segundo a prefeitura. Um total de 39.422
edificações foram inundadas. O balanço inclui 45,9 mil empresas, 160
escolas municipais e 22 hospitais com atividades comprometidas em alguma
medida.
O Aeroporto Internacional Salgado Filho e o cais do porto estão fora
de operação por tempo indeterminado. O trecho final do principal acesso
rodoviário à cidade, a via BR-290 e o Viaduto da Conceição, foi
rebatizado como Caminho Humanitário: um trecho asfaltado sobre pedras
erguido poucos metros acima do nível da água. A passagem, idealizada
para carga, foi liberada para veículos de passeio apenas na sexta-feira
(17/5), e ainda assim de forma parcial.
Suprimento no final
No início da crise, no dia 4 de maio, em meio ao pânico e quando até
mesmo repartições essenciais na resposta à crise, como a Secretaria de
Mobilidade Urbana, tiveram de ser evacuadas às pressas, o prefeito
Sebastião Melo (MDB) negociou com o Exército o transporte aéreo
emergencial, via Base Aérea de Canoas, de tubos de oxigênio para
hospitais de Porto Alegre. O suprimento dos estabelecimentos estava no
final. “Você tem mil pontas neste momento para serem enfrentadas”, disse
o prefeito em entrevista à CNN Brasil.
Diante do impasse, nos primeiros dias da enchente, foi preciso estabelecer um modus operandi entre
prefeitura e governo do Estado na capital. Ficou decidido que o
segundo, por meio da Defesa Civil do Estado, assumiria o recebimento e a
triagem das doações em grande escala.
Os locais escolhidos como depósitos da central de ajuda humanitária
foram os galpões da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), no
bairro Jardim do Salso. Desocupadas desde que a estatal foi privatizada,
em 2021, as instalações têm a vantagem de estar distantes 10
quilômetros da orla e em ponto elevado em relação ao Arroio Dilúvio, que
corre nas proximidades. Além disso, ficam próximas do único acesso
rodoviário à capital no início da catástrofe, pelo leste.
À prefeitura, coube o controle e monitoramento do trânsito, incluindo
a escolta de cargas de ajuda, o transporte da população afetada e a
administração de abrigos.
O recrutamento online de voluntários também superou expectativas. A
prefeitura chegou a anunciar no dia 5 de maio que o cadastro oficial
havia recebido 15 mil inscrições e que novos voluntários não seriam
aceitos.
“Agora, nossa prioridade é distribuir os itens recebidos para quem
mais precisa. Se necessário, voltaremos a pedir novas contribuições”,
conclui o secretário municipal de Gestão e Modernização de Projetos,
Rogério Beidacki.
Comissão de Fiscalização Financeira e Controle fará um balanço dos
desdobramentos e impactos da operação na luta contra a corrupção no paísCom rivais frente a frente, audiência na Câmara debate dez anos da Lava Jato
Investigadores e advogados de alvos da operação Lava Jato foram
chamados para ir à Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (21), com o
objetivo de debater cara a cara os dez anos de realização da operação
que impactou fortemente os meios políticos e empresariais no Brasil.
A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle vai realizar
audiência para debater o legado da Lava Jato, a fim de fazer um balanço
sobre seus desdobramentos e impactos na luta contra a corrupção no país.
Deltan confirmou que estará presente. Como procurador da República pelo Paraná, ele foi chefe da força-tarefa da Lava Jato.
Também confirmaram que irão à audiência os advogados Antônio Carlos
de Almeida Castro, o Kakay, e Alberto Toron, que defenderam investigados
da operação.
Há estudiosos entre os confirmados, como Fabio de Sá e Silva,
professor de estudos brasileiros da Universidade de Oklahoma (EUA).
Cada participante terá 15 minutos para falar.
A ideia foi proposta pelos deputados Adriana Ventura (Novo-SP) e Kim Kataguiri (União Brasil-SP).
“A Operação Lava Jato, iniciada em 2014, representa um marco
significativo na história jurídica e política do Brasil, trazendo à tona
complexas redes de corrupção que envolviam diversas esferas do poder
público e setores empresariais. Suas investigações conduziram a uma
série de processos judiciais, condenações e a recuperação de valores
expressivos para os cofres públicos, destacando-se como um dos esforços
mais abrangentes de combate à corrupção no país”, destaca Ventura.
“No entanto, a operação também foi palco de amplos debates sobre
métodos investigativos e procedimentos judiciais. As discussões
envolveram desde a utilização de delações premiadas e a condução de
operações, até as garantias dos direitos dos investigados e a
publicidade dada às ações e decisões”, acrescenta a deputada, no pedido
de realização da audiência.
VE (Veículos Elétricos) são prazeres de curto prazo, desastres de
longo prazo. Você pode conferir o quora um post sobre por que o Japão
decidiu usar o hidrogênio. O fluxo de postagens contém informações muito
boas sobre todas as suas preocupações e objeções em sua postagem. O
governo está patrocinando a implantação das estações de abastecimento de
hidrogênio.
Uma das maiores preocupações para eles é o descarte futuro de
baterias usadas por milhões de carros a longo prazo, como uma opção
insustentável para o planeta. Essas baterias são como as baterias A
duplas, mas multiplique por 7104 baterias em um carro Tesla.
A bateria de 85 kWh do Tesla S pesa 540 kg e contém 7.104 células de
bateria de íon de lítio em 16 módulos conectados em série (14 na seção
plana e dois empilhados na frente). Cada módulo contém 6 grupos de 74
células conectadas em paralelo; os 6 grupos são conectados em série
dentro do módulo. Um Tesla 3 possui 4416 células de bateria.
Atualmente, existem 1,4 bilhão de veículos no mundo com uma taxa de
saturação de 18%, o que significa que há muito mais pessoas entrando na
Internet para comprar veículos que ainda não os possuem. Se os veículos
atuais fossem substituídos por carros VE de bateria, teríamos, em algum
momento no futuro, apenas esses carros, aproximadamente 10 trilhões de
baterias para lidar, e esse é apenas o limite inferior conservador.
Obviamente, esse não é um modelo sustentável para o futuro, a menos que o
país não se importe com o meio ambiente e já tenha um depósito de lixo
seguro para o lixo tóxico.
Atualmente, a reciclagem de baterias não funciona bem. Atualmente,
elas não foram projetados para serem desmontados. As baterias são
pesadas e grandes – do tamanho de toda a área do banco traseiro, mas
escondidas por baixo. Não é como o óleo do motor, onde você pode
trocá-lo e pedir que alguém o retire da loja de troca de óleo. Essas
coisas são pesadas e um enorme aborrecimento para descompactar as
células individuais para recuperação. As baterias à base de lítio de
diferentes fabricantes têm diferentes composições químicas e minerais, o
que torna a padronização do processo de reciclagem mais complicada. Por
exemplo, um cátodo pode ser feito de várias porcentagens de lítio,
cobalto, níquel, magnésio, componentes, fios e conectores. Não é tão
simples quanto despejar baterias de VE em um grande tanque aquecido para
separar os elementos. Não apenas a reciclagem em si é um processo
poluente, mas cada tipo de bateria com sua maquiagem especial deve ser
tratada por meio de seu próprio processo químico especial, com base na
sua composição composta exclusiva. Para mais detalhes, consulte este
artigo informativo da Chemical and Engineering News.
A reciclagem de baterias é um processo caro e poluente. Imagine a
escala de descargas de baterias em todo o mundo, onde já temos um
problema de descarga por excesso de lixo. (Confira a série de TV
Trashopolis). Esse é o tipo de futuro que queremos para nossos filhos?
A tecnologia de células de hidrogênio não tem os problemas de bateria de carga extensa e enorme que os VE têm.
Os EUA costumam colocar conveniência e prazer a curto prazo antes de
pensar a longo prazo sobre nosso meio ambiente, nosso planeta e a
conservação de um bioma frágil. Não devemos pensar cuidadosamente sobre
essas coisas antes de divulgar o quão bom estamos desfrutando
individualmente dos veículos elétricos aqui e agora?
Rádio pública nacional do Michigan: reciclar a bateria doméstica não é tão fácil quanto você imagina.
Marcilio R. Machado – autor do livro Desvendando o sucesso
empresarial e Executivo Internacional com grande experiência, faz
negócios na América do Norte, Ásia e Europa. É Diretor Presidente e
fundador da Famex Importadora e Exportadora Ltda, uma trading,
localizada em Vitória, Brasil.
Para alcançar o sucesso nos negócios, é importante seguir uma
abordagem estratégica e focada. É essencial definir objetivos claros que
estejam alinhados com a visão de longo prazo da empresa. Esses
objetivos devem ser específicos e alcançáveis, orientando as decisões e
ações da equipe.
Além disso, é fundamental manter um olhar atento à inovação e à
adaptação. As empresas bem-sucedidas estão constantemente buscando novas
maneiras de atender às necessidades dos clientes e se diferenciar da
concorrência. Isso envolve experimentar novas ideias, investir em
melhorias nos produtos ou processos e adotar tecnologias que otimizem as
operações.
Por fim, a liderança desempenha um papel crucial no sucesso
empresarial. Líderes inspiradores não apenas motivam suas equipes, mas
também estabelecem um exemplo positivo. Eles guiam a empresa em direção
aos seus objetivos, promovendo um ambiente de trabalho colaborativo e
estimulante.
Seguindo esses princípios fundamentais, investir em inovação e
cultivar uma liderança inspiradora, as empresas podem construir uma base
sólida para o sucesso a longo prazo. A jornada empresarial pode ser
desafiadora, mas com uma abordagem estratégica e um compromisso com o
desenvolvimento contínuo, é possível alcançar resultados significativos e
duradouros.
Neste livro são evidenciadas e aprofundadas as lições de Drucker,
extraídas de aulas ministradas por ele na Califórnia. Marcilio R.
Machado nos orienta pelas lições, demonstrando como elas moldaram seu
sucesso empresarial.
Mindset correto é o que vai fazer você alcançar (ou não) o sucesso
Junior Borneli, co-fundador do StartSe
Mulher negra e sorridente segurando um IPad e olhando para frente (Fonte: Getty Images)
Mindset é a sua programação mental, é como você encara tudo que está ao teu redor
Mindset. Você já ouviu essa palavinha algumas vezes aqui no StartSe.
Ela é importante, talvez uma das coisas mais importantes para “chegar
lá” (seja lá onde for que você quiser chegar).
É sua habilidade de pensar o que você precisa para ter sucesso. E
como a maioria das coisas que você possui dentro de você, ela é uma
espécie de programação do seu ser. Tanto que é possível que você adquira
outro mindset durante a vida, convivendo com as pessoas corretas,
conhecendo culturas diferentes.
Algumas pessoas dizem que é isso das pessoas que faz o Vale do
Silício ser a região mais inovadora do mundo. Eu, pessoalmente, não
duvido. Fato é: você precisa de ter a cabeça no lugar certo, pois a
diferença entre um mindset vencedor e um perdedor é o principal fator
entre fracasso e sucesso.
Para isso, é importante você começar do ponto inicial: um objetivo.
“Todo empreendedor precisa ter um objetivo. Acordar todos os dias e
manter-se firme no propósito de fazer o máximo possível para chegar lá é
fundamental”, diz Junior Borneli, co-fundador do StartSe e uma das
pessoas mais entendidas de mindset no ecossistema brasileiro.
De lá, é importante você fazer o máximo que puder e não perder o
foco, mantendo-se firme. “Não importa se no final do dia deu tudo certo
ou errado. O importante é ter a certeza de que você fez tudo o que foi
possível para o melhor resultado”, avisa.
Com a atitude certa, é capaz que você sempre consiga canalizar as
coisas como positivas. “Você sempre tem duas formas de olhar um a mesma
situação: aquela em que você se coloca como um derrotado e a outra onde
você vê os desafios como oportunidades. Escolha sempre o melhor lado das
coisas, isso fará com que sua jornada seja mais leve”, alerta o
empreendedor.
Esses tipo de sentimento abre espaço para uma característica
importantíssima dos principais empreendedores: saber lidar com grandes
adversidades. “Um ponto em comum na maioria os empreendedores de sucesso
é a superação”, destaca Junior Borneli.
Saber lidar com essas adversidades vai impedir que você pare no
primeiro problema (ou falência) que aparecer na sua frente. “São muito
comuns as histórias de grandes empresários que faliram várias vezes,
receberam diversos ‘nãos’ e só venceram porque foram persistentes”,
afirma.
É importante ter esse mindset resiliente, pois, nem sempre tudo será
fácil para você – na verdade, quase nunca será. “Empreender é, na maior
parte do tempo, algo muito doloroso. Até conseguir algum resultado
expressivo o empreendedor passa por muitos perrengues. A imensa maioria
fica pelo caminho”, diz.
É como uma luta de boxe, onde muitas vezes, para ganhar, você terá
que apanhar e apanhar e apanhar até conseguir desferir o golpe (ou a
sequência) certo. “Na minha opinião, não há melhor frase que defina a
trajetória de um empreendedor de sucesso do que aquela dita por Rocky
Balboa, no cinema: ‘não importa o quanto você bate, mas sim o quanto
aguenta apanhar e continuar. É assim que se ganha’”, ilustra.
O problema talvez seja que alguns aspectos do empreendedorismo tenham
glamour demais. “Empreender não é simplesmente ter uma mesa com
super-heróis e uma parede cheia de post-its coloridos. Você vive numa
espécie de montanha russa de emoções, onde de manhã você é ‘o cara’ e à
tarde não tem dinheiro pro café”, salienta.
Vale a pena, porém, perseverar neste caminho. “Para aqueles que são
persistentes e têm foco, a jornada será difícil, mas o retorno fará
valer a pena!,” destaca o empreendedor.
DERROTA TAMBÉM ENSINA
Um ponto importante do sucesso é saber lidar com o fracasso e, de lá,
tomar algumas lições para sair mais forte ainda. “Toda derrota nos
ensina algumas lições e assim nos tornamos mais fortes a cada nova
tentativa. A cultura do fracasso, aqui no Brasil, é muito diferente dos
Estados Unidos”, afirma Junior.
No Vale do Silício, falhar é encarado algo bom, na verdade – e
aumenta suas chances de sucesso futuro. “Por lá, empreendedor que já
falhou tem mais chances de receber investimentos porque mostrou
capacidade de reação e aprendeu com os erros”, conta o empreendedor.
Mas ao pensar sobre fracasso, você precisa ter o filtro correto para
não deixar a ideia escapar. “Encarar os erros como ensinamentos e
entender que falhar é parte do jogo torna as coisas mais fáceis e
suportáveis”, salienta.
Foco é a palavra de ordem para você conseguir alcançar os objetivos
traçados no caminho, mesmo que em alguns momentos pareça que está tudo
dando errado. “Por fim, buscar o equilíbrio mental e o foco são
fundamentais. Nas vitórias, tendemos a nos render à vaidade e ao
orgulho. E nas derrotas nos entregamos ao desânimo e a depressão.
Mentalize seus objetivos, foque nos caminhos que vão leva-lo até eles e
siga firme em frente”, afirma.
É importante que você tenha noção de que para ser uma exceção, você
não pode pensar da maneira comodista que a maior parte das pessoas. “Se
você quer chegar onde poucos chegaram, precisará fazer o que poucos têm
coragem e disposição para fazer”, completa.
O “não” do cliente a uma proposta. Por quê?
Moysés Peruhype Carlech
Fiquei pensando e ao mesmo tempo preocupado com o seu “não”,
sem nenhuma explicação, à nossa proposta de divulgação da sua loja e de
resto todas as lojas dessa cidade no Site da nossa Plataforma Comercial
da Startup Valeon.
Esse “não” quer dizer, estou cheio de compromissos para fazer
pagamentos mensais, não estou faturando o suficiente para cobrir as
minhas despesas, a minha loja está vendendo pouco e ainda me vem mais
uma “despesa” de publicidade da Startup Valeon?
Pergunto: como vou comprar na sua loja? Se não sei qual é a
sua localização aí no seu domicílio? Quais os produtos que você
comercializa? Se tem preços competitivos? Qual a sua interação online
com os seus clientes? Qual o seu telefone de contato? Qual é o seu
WhatsApp?
Hoje em dia, os compradores não têm tempo suficiente para
ficarem passeando pelos Bairros e Centros da Cidade, vendo loja por loja
e depois fazendo a decisão de compra, como antigamente.
A pandemia do Covid-19 trouxe consigo muitas mudanças ao
mundo dos negócios. Os empresários precisaram lutar e se adaptar para
sobreviver a um momento tão delicado como esse. Para muitos, vender em
Marketplace como o da Startup Valeon se mostrou uma saída lucrativa para
enfrentar a crise. Com o fechamento do comércio durante as medidas de
isolamento social da pandemia, muitos consumidores adotaram novos
hábitos para poder continuar efetuando suas compras. Em vez de andar
pelos corredores dos shoppings centers, bairros e centros da cidade,
durante a crise maior da pandemia, os consumidores passaram a navegar
por lojas virtuais como a Plataforma Comercial Valeon. Mesmo aqueles que
tinham receio de comprar online, se viram obrigados a enfrentar essa
barreira. Se os consumidores estão na internet, é onde seu negócio
também precisa estar para sobreviver à crise e continuar prosperando.
É importante você divulgar a sua loja na internet com a ajuda
do Site da Startup Valeon, que no caso não é uma despesa a mais e sim
um investimento para alavancar as suas vendas. Desse modo, o seu
processo de vendas fica muito mais profissional, automatizado e
eficiente. Além disso, é possível a captação de potenciais compradores e
aumentar o engajamento dos seus clientes.
Não adianta pensar dessa forma: “Eu faço assim há anos e deu
certo, porque eu deveria fazer diferente? Eu sei o que preciso fazer”. –
Se você ainda pensa assim, essa forma de pensar pode representar um
grande obstáculo para o crescimento do seu negócio, porque o que trouxe
você até aqui é o que você já sabe e não será o que levará você para o
próximo nível de transformação.
O que funcionava antes não necessariamente funcionará no
futuro, porque o contesto está mudando cada vez mais rápido, as formas
como os negócios estão acontecendo são diferentes, os comportamentos dos
consumidores está se alterando, sem contar que estão surgindo novas
tecnologias, como a da Startup Valeon, que vão deixar para trás tudo
aquilo que é ineficiente.
Aqui, na Startup Valeon, nós sempre questionamos as formas de
pensar e nunca estamos totalmente satisfeitos com o que sabemos
justamente por entender que precisamos estar sempre dispostos a conhecer
e aprender com o novo, porque ele será capaz de nos levar para onde
queremos estar.
Mas, para isso acontecer, você precisa estar disposto a
absorver novas formas de pensar também e não ficar amarrado só ao que
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Em entrevista ao programa Os Três Poderes, da revista Veja,
nesta sexta-feira, 17, Aécio afirmou a definição do nome de Pimenta para
o comando da pasta politiza a situação do Rio Grande do Sul e faz “um
tipo de intervenção federal no Estado”. O deputado já havia classificado
a indicação do ministro como uma “excrescência”.
“Com essa nomeação vai haver um conflito (entre governo estadual e o novo ministério).
No momento em que politiza essas ações, ele presta um desserviço enorme
àqueles que estão sofrendo e que precisam de harmonia das autoridades”,
afirmou.
Na quinta-feira, 16, Pimenta afirmou que não se preocupa com as
críticas que tem recebido por ter assumido como autoridade federal no
Estado. “Vou responder com trabalho, espírito público e compromisso com o
Rio Grande do Sul. Não me preocupo com as críticas, que são
compreensíveis. Cada uma mede a conduta dos outros pela sua régua”,
disse, em entrevista à CNN Brasil.
Eduardo Leite não foi consultado sobre o nome que assumiria a pasta extraordinária. Na avaliação da gestão gaúcha,
o presidente Lula estaria apostando na figura política de Pimenta para
capitalizar o nome do ministro para um cargo majoritário pelo Rio Grande
do Sul em 2026.
A presença de Lula e suas primeiras ações para socorrer o Estado
foram elogiadas por Aécio, mas, segundo ele, tudo foi “jogado por terra”
com a indicação de Pimenta. “Tudo o que nós não precisávamos neste
momento era um gesto que, na prática, politiza algo que deveria estar
sendo construído com generosidade, harmonia e desprendimento”, disse.
A Secretaria Extraordinária da Reconstrução no Rio Grande do Sul, com
status de ministério, é responsável por coordenar as ações do governo
federal para a recuperação do Estado, afetado por enchentes há mais de
duas semanas.
O órgão deverá ser extinto dois meses depois do fim do decreto de
estado de calamidade do Rio Grande do Sul, que será em 31 de dezembro.
Pimenta estará no cargo até fevereiro de 2025. Na ausência dele, a
Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência é comandada
interinamente pelo jornalista Laércio Portela.
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Cerca de 15 dias após o Rio Grande do Sul
declarar estado de calamidade pública em decorrência das chuvas e das
enchentes, dois filhos de Jair Bolsonaro (PL) chegaram ao estado e
rechearam suas redes sociais e a de aliados com vídeos dos locais que
visitaram.
A movimentação, que foi postada também nas contas do ex-presidente
–ele saiu nesta sexta-feira (17) de uma internação hospitalar– engrossa o
caldo de politização na região, cujo capítulo mais recente foi a
indicação por Lula (PT) de seu chefe da Comunicação Social, Paulo
Pimenta, para ministro extraordinário da reconstrução do Rio Grande do
Sul.
Até então, os integrantes da família Bolsonaro estavam se limitando a
atacar nas redes sociais a resposta do governo Lula à tragédia.
Se a nomeação de Pimenta –ativo antibolsonarista e cotado para
disputar o governo do estado em 2026– gerou críticas na oposição, a ida
dos filhos de Bolsonaro foi alvo de ataques no PT.
Segundo o partido, a ida do vereador do Rio de Janeiro Carlos
Bolsonaro (PL) e o do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) tem o
objetivo de fazer vídeos para redes sociais e aplacar a lembrança da
errática e negacionista ação do pai na condução do governo durante a
pandemia da Covid-19. Além de tentar mostrar presença em um estado em
que Bolsonaro derrotou Lula em 2022 por 56,35% dos votos válidos contra
43,65%.
Carlos, por exemplo, chegou na quinta-feira (16) a Bento Gonçalves,
acompanhado do ex-ministro da Comunicação Social de Bolsonaro e hoje seu
advogado, Fabio Wajngarten. Na cidade, Bolsonaro teve 76% dos votos
contra 24% de Lula.
No vídeo postado em suas redes e nas redes do pai, Carlos diz não
saber como as pessoas tiram forças para sobreviver em uma situação como
aquela e destaca o trabalho de voluntários.
“O trabalho dos civis está sendo fundamental para esse primeiro
momento de alinhamento e de entendimento do que está acontecendo”, diz
Carlos no vídeo.
O prefeito de Bento Gonçalves, Diogo Segabinazzi Siqueira (PSDB),
disse à Folha que partiu dele o contato com os Bolsonaros, via
Wajngarten, e que toda ajuda nesse momento é importante.
“O primeiro ponto é mostrar o que a gente está passando, sensibilizar
o Brasil para o que a gente está passando”, afirmou o prefeito, que
destacou ainda o envio à cidade de emenda parlamentar de Eduardo no
valor de R$ 1 milhão.
Já Eduardo foi a Eldorado do Sul, uma das cidades mais atingidas, e
deu voltas de jet ski na cidade alagada para mostrar a situação. Em
outros vídeos, aparece em um helicóptero levando medicamentos e, em
outro, retirando de um caminhão em Porto Alegre caixas de leite ao lado
do deputado federal Zucco (PL-RS) e de assessores.
“O deputado Eduardo Bolsonaro é um formador de opinião, com uma
enorme visibilidade, extremamente necessária para este momento em que
precisamos canalizar todos os esforços para salvar vidas e atender os
milhares de desabrigados”, disse Zucco.
“Inclusive, pedi a ele que fizesse a interlocução junto às
embaixadas, porque a catástrofe é duas vezes maior que o furacão
Katrina. E a comunidade internacional está tomando pé do gigantismo
desse evento climático. Toda ajuda é bem-vinda.”
Zucco afirmou que Eduardo se prontificou a ir ao estado.
Galeria Veja 30 imagens que contam a tragédia no Sul Confira fotos que marcaram a tragédia vivida no Rio Grande do Sul https://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/1799236543657807-veja-imagens-que-marcaram-a-tragedia-no-sul ***
“Eles mesmos perceberam o desprezo total com que agiram na época da
Covid, cuja iniciativas partiram do Parlamento. O Executivo abandonou o
povo naquela época. Agora, estão vendo o Executivo atuando e querem se
redimir, criando símbolos de que têm preocupação com o povo”, afirma o
deputado federal Bohn Gass (PT-RS).
“A vinda deles aqui é só para fazer vídeo porque até agora eles só se
mobilizaram em torno de fake news. E também vêm para andar de jet ski.
Mas nos dias que as pessoas estavam nos telhados, correndo maior risco
de vida, eles não estavam aqui”, diz a deputada federal Maria do Rosário
(PT-RS).
Bolsonaro, que esteve internado por 12 dias para tratar de uma
infecção bacteriana, escreveu em suas redes sociais que Carlos estava na
região serrana de Bento Gonçalves “revelando as peculiaridades dos
problemas locais, expondo situação catastrófica do Vale, algo pouco
exposto na mídia convencional que está focada na região de Porto Alegre,
Lajeado e Canoas”.
“Diante do exposto, meu outro filho, o deputado federal Eduardo
remanejou parte de suas emendas parlamentares para ajuda na região e
outras áreas afetadas nesta enchente histórica que destruiu todo o
estado em questão. Seguimos acreditando e fazendo nossa parte na união
do nosso amado Brasil.”
Na quarta-feira (15) Lula anunciou novas medidas para o estado em uma
solenidade em tom de comício na cidade de São Leopoldo, maior município
governado pelo PT no estado, a cerca de 35 km de Porto Alegre e um dos
mais afetados pela tragédia.
O evento foi marcado por gritos da plateia geralmente usados em campanhas petistas e por elogios a Paulo Pimenta.
“Infelizmente às vezes a gente vê situações como desse palanque,
desse comício, com aplausos, gritos. As pessoas estão morrendo. Em uma
situação como essa, tudo tem que ser solene e rápido”, diz o deputado
federal Daniel Trzeciak (PSDB-RS).
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Às vésperas da 25ª Marcha de Prefeitos a
Brasília, o gaúcho Paulo Ziulkoski, presidente da CNM (Confederação
Nacional dos Municípios), se equilibra nas cobranças ao presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT): conseguir mais verbas federais diretamente
para as cidades do Rio Grande do Sul afetadas pelas enchentes e diminuir
o impacto da reoneração gradual da folha de pagamentos nas negociações
com o governo.
ZiulKoski afirma à Folha que os municípios ficaram para trás na ajuda
federal ao Rio Grande do Sul e critica a burocracia num momento crucial
de enfrentamento da emergência dos efeitos da tragédia. Ele defende
repasses via o sistema do Pix.
“Queremos que o dinheiro chegue no mesmo dia, por Pix, lá na
prefeitura em quantidade mínima para arrumar [por exemplo] uma estrada
vicinal “, diz o presidente da CNM, que considera que faltou
solidariedade efetiva do governo federal, nos primeiros dias da
catástrofe, quando ocorreu a maior quantidade de mortes pelas enchentes.
“A União demorou. Eu não vou culpar o Lula porque não é pessoal.
Faltou exatamente a dimensão da gravidade do problema nos primeiros
dias, quando houve a grande mortandade dos desaparecidos”, diz.
Já nas negociações da tributação da folha de pagamento dos servidores
municipais, os prefeitos pedem que a reoneração não ultrapasse a
alíquota de 14%. Elas querem que esse valor seja permanente para todos
os municípios, em vez de uma alíquota de 20%.
O ministro Fernando Haddad (Fazenda) já aceitou manter a alíquota com
a desoneração, em 8%, em 2024, mas cobra que ela volte ao patamar
normal de 20% nos próximos anos. “Ele [Haddad] vai aceitar”, diz
Ziulkoski.
A CNM quer um Refis (parcelamento) de débitos previdenciários,
solução para precatórios e equiparação das regras da reforma da
Previdência da União para os municípios com a aprovação da chamada PEC
(Proposta de Emenda à Constituição) 66 de sustentabilidade fiscal. Esses
pontos foram acertados com o governo e com o presidente do Senado,
Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
A expectativa dos prefeitos é grande com a presença, já confirmada
pelo Palácio do Planalto, do presidente Lula na abertura da marcha, na
próxima terça-feira (21). “O Lula vai estar lá e vai anunciar alguma
coisa”, aposta o presidente da CNM.
A marcha é o maior evento anual do municipalismo brasileiro,
movimento político que trabalha no Congresso para ampliar a partilha das
receitas para o poder local. São esperados mais de 8.000 participantes,
entre prefeitos, vereadores e auxiliares.
Durante a semana do evento, prefeitos lotam os hotéis de Brasília, e o
que chama mais atenção são as filas que se formam do lado de fora do
Congresso de prefeitos em romaria nos gabinetes de deputados e senadores
na busca de emendas parlamentares para suas cidades. Em ano de eleições
municipais, como agora, as demandas se multiplicam.
Como mostrou a Folha, o Palácio do Planalto estava preocupado com o
impacto da marcha após a decisão do governo de judicializar a
desoneração da folha no STF (Supremo Tribunal Federal). Uma solução foi
cobrada pelo presidente até o dia 20, o que já fez o ministro Haddad
ceder em manter a desoneração dos municípios em 2024, com um custo de R$
7,2 bilhões neste ano. Falta ainda negociar a trajetória de reoneração e
o patamar final da alíquota.
A decisão foi anunciada na quinta-feira (16) após reunião de Haddad
com o presidente Pacheco e o ministro Alexandre Padilha (Relações
Institucionais). Haddad não ficou para entrevista.
Ziulkoski nega que a CNM esteja aproveitando a crise no Rio Grande do
Sul para pressionar pela desoneração, misturando os dois temas, para se
aproveitar da situação. Segundo ele, a situação gaúcha demanda
fortalecimento dos municípios.
“Ficamos bem para trás e agora estamos reagindo. O governo sabe do
desgaste que está tendo com os prefeitos”, diz. “Para a prefeitura, não
teve, em termos de dinheiro [do socorro de R$ 51 bilhões], praticamente
nada”, aponta.
Segundo ele, dada a urgência da crise, não faz sentido neste momento
requerimentos e ofícios para cadastramentos de municípios que estão
completamente devastados. “Por que o município tem que requerer? É uma
burocracia. A prefeitura não é um privado que vai pegar o dinheiro e
beber cachaça. Ele vai ter que prestar conta depois onde botou aquele
dinheiro?”, questiona. “Ficam duvidando que o prefeito é desonesto.”
O presidente da CNM diz concordar com o governo da necessidade de
saber ainda quanto será preciso para a reconstrução do estado. Mas
usando uma metáfora, ele diz que é preciso “almoçar” primeiro. “Não
quero churrasco de picanha. Me manda pescoço que eu preciso comer me
manda lá, R$ 100 mil, R$ 500 mil para os municípios”, diz.
Ele defende que sejam repassados R$ 1 milhão por município. Depois, as prefeituras terão que prestar contas do que gastaram.
No rol das negociações da desoneração, a CNM defende também a
aprovação da PEC como solução para os problemas previdenciários dos
municípios e quer já incluir no texto constitucional o valor da alíquota
de 14%. Pelos cálculos da entidade, os municípios têm R$ 248 bilhões de
dívida previdenciária e R$ 198 bilhões de débitos de precatórios.
“A reforma da previdência que fizeram para União, não fizeram para os
servidores municipais”, ressalta. Um dos pleitos é estender com a PEC
para os municípios as mesmas regras. ” Foi um crime [deixar os
municípios de fora da reforma]. O prefeito não consegue fazer a reforma
lá com a Câmara. Isso alivia 2.200 municípios”, diz.
Nos primeiros dias após o Rio Grande do Sul ser atingido por uma
tragédia climática e humana sem precedentes, autoridades dos Três
Poderes deram uma demonstração de que pareciam ter compreendido a
gravidade do momento. A ida do presidente Lula da Silva ao Estado
comandado pelo governador Eduardo Leite (PSDB-RS), acompanhado de
ministros, dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), do Senado,
Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do Tribunal de Contas da União, Bruno
Dantas, além do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal,
prenunciava uma grandeza possivelmente inédita: a concertação entre
distintas instâncias de poder e lideranças políticas, algumas delas
atravessadas por diferenças ideológicas e partidárias. Tratava-se de uma
união de esforços compatível com o ineditismo das adversidades. Como
este jornal sublinhou em editorial na ocasião, o imperativo da
solidariedade obrigava os envolvidos a deixar as diferenças de lado e a
unir esforços para ajudar os gaúchos (A tragédia que comove o País, 7/5/2024).
Mas esse clima de distensão e cooperação durou pouco. Se as
lideranças políticas do País precisavam passar por um teste para mostrar
sua capacidade de superação das diferenças e das ambições eleitorais em
nome do bem comum, que é o fim último da política numa democracia digna
do nome, não resta dúvida: passaram, e foram reprovadas. Pelo que se
viu nos últimos dias, uma gestão errática da crise completou o caos das
cidades gaúchas. O primeiro alerta vermelho, recorde-se, foi emitido em
29 de abril, as autoridades viajaram juntas na primeira semana de maio e
até aqui ainda nem sequer existe uma central de gerenciamento de crise
na qual os três níveis de governo e os Três Poderes possam se encontrar e
tomar decisões. Ao contrário, as ações parecem regidas por desconfiança
e críticas mútuas e uma assombrosa disputa por protagonismo.
Enquanto o governo de Lula da Silva resolveu criar uma exótica
autoridade federal no Estado – sem comunicar previamente o governador
Eduardo Leite e nomeando para o cargo, na caradura, um pré-candidato à
sucessão do tucano –, bolsonaristas atacam o governo federal e a
esquerda põe o dedo em riste contra o governo estadual. É flagrante a
falta de coordenação entre as prefeituras, o governo estadual e a
Presidência da República, numa relação adornada por demagogia,
despreparo e desinformação. Para completar, um tiroteio generalizado nas
redes sociais, com difusão de mentiras e distorções da realidade que,
se não provocam danos na mesma escala dos estragos causados pelas
chuvas, mina o esforço nacional para ajudar o Rio Grande do Sul. Algo
bem diferente do que se viu, por exemplo, na tragédia provocada pelas
chuvas no litoral norte de São Paulo, quando prefeitos da região, o
governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o presidente Lula
demonstraram união e capacidade de coordenação exemplares.
O mais grave é constatar que a desorganização de agora se dá diante
de obstáculos ainda maiores, incluindo um desafio inaudito: reconstruir
uma unidade inteira da Federação, destruída como se tivesse enfrentado
uma guerra – que devastou praticamente toda a sua infraestrutura, deixou
cidades completamente ilhadas, interditou pontes e estradas, deixou o
principal aeroporto fechado por tempo indeterminado e prejudicou o
fornecimento de água, energia elétrica e alimentos. E ainda nem é
possível dizer qual a real extensão dos estragos e do esforço necessário
para repará-los.
A confusão instalada nestes dias sombrios demonstra que nem mesmo a
premente necessidade de salvar os gaúchos foi capaz de desarmar os
ânimos palanqueiros. E, enquanto se calculam os prejuízos e os imensos
aportes necessários para a reconstrução, os líderes políticos que
deveriam estar cooperando desinteressadamente para acelerar o processo
de recuperação do Rio Grande do Sul estão fazendo outro tipo de cálculo:
quantos votos sua atuação na crise lhes dará nas próximas eleições.