segunda-feira, 20 de maio de 2024

EXECESSO DE DOAÇÕES CAUSA DESGASTE DE ESTOCAGEM NO RS

História de Luiz Antônio Araujo – De Torres (RS) para a BBC News Brasil

Guarujá, bairro de Porto Alegre alagado pelas enchentes

Guarujá, bairro de Porto Alegre alagado pelas enchentes© Getty Images

Mais de duas semanas depois de decretar estado de calamidade, Porto Alegre busca desesperadamente soluções para uma consequência imprevista da maior catástrofe de sua história: o desafio de receber, armazenar e distribuir uma torrente incessante de ajuda humanitária proveniente do mundo inteiro.

Os beneficiários são os mais de 157 mil afetados pela grande enchente em um universo de 1,3 milhão de habitantes da capital. Desse total, 13.594 estavam abrigados em refúgios municipais na sexta-feira (17/5).

A prefeitura não tem um levantamento do volume arrecadado em gêneros e itens de vestuário, higiene e limpeza. Desde o início do mês, porém, a cifra pode ser estimada na casa das centenas de milhares de toneladas.

Para as autoridades, não se trata apenas de descarregar e despachar o precioso produto da solidariedade global.

Em uma metrópole ainda parcialmente às escuras e com vias interrompidas, é necessário escoltar veículos de carga, garantir trafegabilidade de vias (o que incluiu até mesmo a demolição de uma passarela na entrada da cidade para garantir a passagem de caminhões), criar centros de armazenamento e logística a partir do zero e prover pessoal para os serviços.

No governo municipal, ninguém assume oficialmente a dificuldade de manejar e acomodar as doações. O assunto é tido como delicado, especialmente depois que o governador Eduardo Leite (PSDB) relacionou na terça-feira (14/5) a remessa de mantimentos de todo o país a dificuldades para o comércio local — e teve de se retratar em razão da repercussão negativa.

No pedido de desculpas, Leite disse que acabou “misturando [o impacto da enchente no comércio] com a questão das doações”. Sob a condição de não serem identificados, integrantes da administração municipal e servidores ouvidos pela BBC News Brasil deixam claro que faltam espaço e pessoal até mesmo para descarregar mantimentos.

As autoridades foram surpreendidas pela quantidade abundante de doações já nas primeiras horas da enchente.

Num sinal da comoção provocada pelo desastre, Porto Alegre tornou-se destino de remessas de gêneros alimentícios, peças de vestuário adulto e infantil (em alguns casos, exigindo limpeza ou conserto), fraldas infantis e geriátricas, cobertores, travesseiros, fardos de água mineral e refrigerante, ração para pets, medicamentos, produtos de higiene e limpeza, utensílios de cozinha. A imensa maioria das remessas ocorreu de forma espontânea.

Contas bancárias criadas pelo governo municipal para receber doações em dinheiro haviam arrecadado milhões via PIX e transferências bancárias.

As moedas de origem eram tão diversas como real, euro, dólar americano e australiano. Com a abundância de gêneros recebidos, a prefeitura pretendia usar as doações em dinheiro na aquisição de bens duráveis para quem perdeu tudo.

A chegada de doações não parou mesmo nos momentos mais críticos. Na manhã de sábado (4/5), havia sete pontos de coleta listados no site da prefeitura. Naquele momento, a Defesa Civil Municipal ainda fazia a triagem de itens.

No final da tarde, o recebimento já tinha sido restringido e concentrado em um único local aberto 24 horas por dia. Quando a cheia completou uma semana, na quinta-feira (9/5), o ponto de referência para doações tinha mudado outras duas vezes de endereço. Àquela altura, havia coleta e distribuição de itens de ajuda em 15 locais cadastrados em toda a cidade.

Doações vindas da China para vítimas da enchente no Rio Grande do Sul

Doações vindas da China para vítimas da enchente no Rio Grande do Sul© Lin Chunyin/China News Service/VCG via Getty Images

Uma semana depois, a prefeitura instalou uma Central de Logística no Porto Seco, na zona norte. No local, são realizados os desfiles de escolas de samba no Carnaval. A central ocupa um pavilhão de 1.100 metros quadrados normalmente utilizado como barracão de carros alegóricos das agremiações. O Porto Seco foi também designado para abrigar uma das quatro cidades provisórias que alojarão desabrigados no Estado.

A escolha do Porto Seco foi emergencial. O pavilhão não dispõe de estrutura para armazenagem de carga. Nos próximos dias, uma empresa contratada pela prefeitura instalará prateleiras para pallets (molduras de madeira) capazes de aumentar a capacidade de estocagem do local.

“Recebemos basicamente cestas básicas, colchões, cobertores, roupa de cama, travesseiros e kits de limpeza que vêm da Defesa Civil do Estado”, afirma o secretário municipal de Governança, Cassio Trogildo, responsável pelo local.

Do Centro de Logística, as cargas são transportadas para os centros de distribuição (CDs) espalhados pela capital. Depois das dificuldades dos primeiros dias, a opção foi utilizar a estrutura administrativa das subprefeituras, que representam as 17 microrregiões da capital. Desse total, duas (Arquipélago e Humaitá) estão inundadas e fora de operação.

Uma terceira, a Microrregião Norte, apesar de alagada, teve áreas preservadas pelas águas que são utilizadas pelas autoridades. Atualmente, há CDs em todas as microrregiões, com exceção de Arquipélago e Humaitá.

Questionado se Porto Alegre enfrenta um gargalo no recebimento de doações, Trogildo explica que o esforço do governo é para que os emissários levem em conta, neste momento, as necessidades dos afetados. E quais são essas necessidades?

“Comida é sempre necessário. De preferência, cestas básicas, que fica melhor de fazer a distribuição, né? Claro que a gente não vai refugar quando vem…”, afirma. O Centro de Logística não dispõe de pessoal para realizar triagem de itens ou montagem de cestas básicas.

Parte das dificuldades enfrentadas pelo poder público local estão relacionadas à natureza multifatorial do desastre.

Além de água e lama, a cheia do Guaíba e de seus afluentes afogou a capital em números. A enchente atingiu do bairro Sarandi, na zona norte, onde 26.042 pessoas foram atingidas, até o Lami, no extremo sul, onde os afetados foram 4.398, segundo a prefeitura. Um total de 39.422 edificações foram inundadas. O balanço inclui 45,9 mil empresas, 160 escolas municipais e 22 hospitais com atividades comprometidas em alguma medida.

O Aeroporto Internacional Salgado Filho e o cais do porto estão fora de operação por tempo indeterminado. O trecho final do principal acesso rodoviário à cidade, a via BR-290 e o Viaduto da Conceição, foi rebatizado como Caminho Humanitário: um trecho asfaltado sobre pedras erguido poucos metros acima do nível da água. A passagem, idealizada para carga, foi liberada para veículos de passeio apenas na sexta-feira (17/5), e ainda assim de forma parcial.

Suprimento no final

No início da crise, no dia 4 de maio, em meio ao pânico e quando até mesmo repartições essenciais na resposta à crise, como a Secretaria de Mobilidade Urbana, tiveram de ser evacuadas às pressas, o prefeito Sebastião Melo (MDB) negociou com o Exército o transporte aéreo emergencial, via Base Aérea de Canoas, de tubos de oxigênio para hospitais de Porto Alegre. O suprimento dos estabelecimentos estava no final. “Você tem mil pontas neste momento para serem enfrentadas”, disse o prefeito em entrevista à CNN Brasil.

Diante do impasse, nos primeiros dias da enchente, foi preciso estabelecer um modus operandi entre prefeitura e governo do Estado na capital. Ficou decidido que o segundo, por meio da Defesa Civil do Estado, assumiria o recebimento e a triagem das doações em grande escala.

Os locais escolhidos como depósitos da central de ajuda humanitária foram os galpões da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), no bairro Jardim do Salso. Desocupadas desde que a estatal foi privatizada, em 2021, as instalações têm a vantagem de estar distantes 10 quilômetros da orla e em ponto elevado em relação ao Arroio Dilúvio, que corre nas proximidades. Além disso, ficam próximas do único acesso rodoviário à capital no início da catástrofe, pelo leste.

À prefeitura, coube o controle e monitoramento do trânsito, incluindo a escolta de cargas de ajuda, o transporte da população afetada e a administração de abrigos.

O recrutamento online de voluntários também superou expectativas. A prefeitura chegou a anunciar no dia 5 de maio que o cadastro oficial havia recebido 15 mil inscrições e que novos voluntários não seriam aceitos.

“Agora, nossa prioridade é distribuir os itens recebidos para quem mais precisa. Se necessário, voltaremos a pedir novas contribuições”, conclui o secretário municipal de Gestão e Modernização de Projetos, Rogério Beidacki.

 

CÂMARA DOS DEPUTADOS DEBATE 10 ANOS DA LAVA JATO

 

Comissão de Fiscalização Financeira e Controle fará um balanço dos desdobramentos e impactos da operação na luta contra a corrupção no paísCom rivais frente a frente, audiência na Câmara debate dez anos da Lava JatoCom rivais frente a frente, audiência na Câmara debate dez anos da Lava Jato

Investigadores e advogados de alvos da operação Lava Jato foram chamados para ir à Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (21), com o objetivo de debater cara a cara os dez anos de realização da operação que impactou fortemente os meios políticos e empresariais no Brasil.

A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle vai realizar audiência para debater o legado da Lava Jato, a fim de fazer um balanço sobre seus desdobramentos e impactos na luta contra a corrupção no país.

A reunião deve marcar ida do ex-deputado Deltan Dallagnol (Novo-PR) à Câmara, agora sem mandato — ele foi cassado pela Justiça Eleitoral no ano passado.

Deltan confirmou que estará presente. Como procurador da República pelo Paraná, ele foi chefe da força-tarefa da Lava Jato.

Também confirmaram que irão à audiência os advogados Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, e Alberto Toron, que defenderam investigados da operação.

Há estudiosos entre os confirmados, como Fabio de Sá e Silva, professor de estudos brasileiros da Universidade de Oklahoma (EUA).

Cada participante terá 15 minutos para falar.

A ideia foi proposta pelos deputados Adriana Ventura (Novo-SP) e Kim Kataguiri (União Brasil-SP).

“A Operação Lava Jato, iniciada em 2014, representa um marco significativo na história jurídica e política do Brasil, trazendo à tona complexas redes de corrupção que envolviam diversas esferas do poder público e setores empresariais. Suas investigações conduziram a uma série de processos judiciais, condenações e a recuperação de valores expressivos para os cofres públicos, destacando-se como um dos esforços mais abrangentes de combate à corrupção no país”, destaca Ventura.

“No entanto, a operação também foi palco de amplos debates sobre métodos investigativos e procedimentos judiciais. As discussões envolveram desde a utilização de delações premiadas e a condução de operações, até as garantias dos direitos dos investigados e a publicidade dada às ações e decisões”, acrescenta a deputada, no pedido de realização da audiência.

O QUE É MELHOR PARA O FUTURO? CARROS ELÉTRICOS OU À HIDROGÊNIO?

 O que é melhor para o futuro? Carro Elétrico ou a Hidrogênio?

Carros à hidrogênio ou carros elétricos são o futuro?

Byvaleon

Mai 20, 2024

Andre Borges – Tradutor – Quora

Michael Theadora Professor – Quora

VE (Veículos Elétricos) são prazeres de curto prazo, desastres de longo prazo. Você pode conferir o quora um post sobre por que o Japão decidiu usar o hidrogênio. O fluxo de postagens contém informações muito boas sobre todas as suas preocupações e objeções em sua postagem. O governo está patrocinando a implantação das estações de abastecimento de hidrogênio.

Uma das maiores preocupações para eles é o descarte futuro de baterias usadas por milhões de carros a longo prazo, como uma opção insustentável para o planeta. Essas baterias são como as baterias A duplas, mas multiplique por 7104 baterias em um carro Tesla.

A bateria de 85 kWh do Tesla S pesa 540 kg e contém 7.104 células de bateria de íon de lítio em 16 módulos conectados em série (14 na seção plana e dois empilhados na frente). Cada módulo contém 6 grupos de 74 células conectadas em paralelo; os 6 grupos são conectados em série dentro do módulo. Um Tesla 3 possui 4416 células de bateria.

Atualmente, existem 1,4 bilhão de veículos no mundo com uma taxa de saturação de 18%, o que significa que há muito mais pessoas entrando na Internet para comprar veículos que ainda não os possuem. Se os veículos atuais fossem substituídos por carros VE de bateria, teríamos, em algum momento no futuro, apenas esses carros, aproximadamente 10 trilhões de baterias para lidar, e esse é apenas o limite inferior conservador. Obviamente, esse não é um modelo sustentável para o futuro, a menos que o país não se importe com o meio ambiente e já tenha um depósito de lixo seguro para o lixo tóxico.

Atualmente, a reciclagem de baterias não funciona bem. Atualmente, elas não foram projetados para serem desmontados. As baterias são pesadas e grandes – do tamanho de toda a área do banco traseiro, mas escondidas por baixo. Não é como o óleo do motor, onde você pode trocá-lo e pedir que alguém o retire da loja de troca de óleo. Essas coisas são pesadas e um enorme aborrecimento para descompactar as células individuais para recuperação. As baterias à base de lítio de diferentes fabricantes têm diferentes composições químicas e minerais, o que torna a padronização do processo de reciclagem mais complicada. Por exemplo, um cátodo pode ser feito de várias porcentagens de lítio, cobalto, níquel, magnésio, componentes, fios e conectores. Não é tão simples quanto despejar baterias de VE em um grande tanque aquecido para separar os elementos. Não apenas a reciclagem em si é um processo poluente, mas cada tipo de bateria com sua maquiagem especial deve ser tratada por meio de seu próprio processo químico especial, com base na sua composição composta exclusiva. Para mais detalhes, consulte este artigo informativo da Chemical and Engineering News.

A reciclagem de baterias é um processo caro e poluente. Imagine a escala de descargas de baterias em todo o mundo, onde já temos um problema de descarga por excesso de lixo. (Confira a série de TV Trashopolis). Esse é o tipo de futuro que queremos para nossos filhos?

A tecnologia de células de hidrogênio não tem os problemas de bateria de carga extensa e enorme que os VE têm.

Os EUA costumam colocar conveniência e prazer a curto prazo antes de pensar a longo prazo sobre nosso meio ambiente, nosso planeta e a conservação de um bioma frágil. Não devemos pensar cuidadosamente sobre essas coisas antes de divulgar o quão bom estamos desfrutando individualmente dos veículos elétricos aqui e agora?

Rádio pública nacional do Michigan: reciclar a bateria doméstica não é tão fácil quanto você imagina.

AUTOR DO LIVRO "DESVENDANDO O SUCESSO EMPRESARIAL" DÁ DICAS DE COMO ALCANÇÁ-LO

 

Marcilio R. Machado – autor do livro Desvendando o sucesso empresarial e Executivo Internacional com grande experiência, faz negócios na América do Norte, Ásia e Europa. É Diretor Presidente e fundador da Famex Importadora e Exportadora Ltda, uma trading, localizada em Vitória, Brasil.

Para alcançar o sucesso nos negócios, é importante seguir uma abordagem estratégica e focada. É essencial definir objetivos claros que estejam alinhados com a visão de longo prazo da empresa. Esses objetivos devem ser específicos e alcançáveis, orientando as decisões e ações da equipe.

Além disso, é fundamental manter um olhar atento à inovação e à adaptação. As empresas bem-sucedidas estão constantemente buscando novas maneiras de atender às necessidades dos clientes e se diferenciar da concorrência. Isso envolve experimentar novas ideias, investir em melhorias nos produtos ou processos e adotar tecnologias que otimizem as operações.

Por fim, a liderança desempenha um papel crucial no sucesso empresarial. Líderes inspiradores não apenas motivam suas equipes, mas também estabelecem um exemplo positivo. Eles guiam a empresa em direção aos seus objetivos, promovendo um ambiente de trabalho colaborativo e estimulante.

Seguindo esses princípios fundamentais, investir em inovação e cultivar uma liderança inspiradora, as empresas podem construir uma base sólida para o sucesso a longo prazo. A jornada empresarial pode ser desafiadora, mas com uma abordagem estratégica e um compromisso com o desenvolvimento contínuo, é possível alcançar resultados significativos e duradouros.

Neste livro são evidenciadas e aprofundadas as lições de Drucker, extraídas de aulas ministradas por ele na Califórnia.  Marcilio R. Machado nos orienta pelas lições, demonstrando como elas moldaram seu sucesso empresarial.

Mindset correto é o que vai fazer você alcançar (ou não) o sucesso

Junior Borneli, co-fundador do StartSe

Mulher negra e sorridente segurando um IPad e olhando para frente (Fonte: Getty Images)

Mindset é a sua programação mental, é como você encara tudo que está ao teu redor

Mindset. Você já ouviu essa palavinha algumas vezes aqui no StartSe. Ela é importante, talvez uma das coisas mais importantes para “chegar lá” (seja lá onde for que você quiser chegar).

É sua habilidade de pensar o que você precisa para ter sucesso. E como a maioria das coisas que você possui dentro de você, ela é uma espécie de programação do seu ser. Tanto que é possível que você adquira outro mindset durante a vida, convivendo com as pessoas corretas, conhecendo culturas diferentes.

Algumas pessoas dizem que é isso das pessoas que faz o Vale do Silício ser a região mais inovadora do mundo. Eu, pessoalmente, não duvido. Fato é: você precisa de ter a cabeça no lugar certo, pois a diferença entre um mindset vencedor e um perdedor é o principal fator entre fracasso e sucesso.

Para isso, é importante você começar do ponto inicial: um objetivo. “Todo empreendedor precisa ter um objetivo. Acordar todos os dias e manter-se firme no propósito de fazer o máximo possível para chegar lá é fundamental”, diz Junior Borneli, co-fundador do StartSe e uma das pessoas mais entendidas de mindset no ecossistema brasileiro.

De lá, é importante você fazer o máximo que puder e não perder o foco, mantendo-se firme. “Não importa se no final do dia deu tudo certo ou errado. O importante é ter a certeza de que você fez tudo o que foi possível para o melhor resultado”, avisa.

Com a atitude certa, é capaz que você sempre consiga canalizar as coisas como positivas. “Você sempre tem duas formas de olhar um a mesma situação: aquela em que você se coloca como um derrotado e a outra onde você vê os desafios como oportunidades. Escolha sempre o melhor lado das coisas, isso fará com que sua jornada seja mais leve”, alerta o empreendedor.

Esses tipo de sentimento abre espaço para uma característica importantíssima dos principais empreendedores: saber lidar com grandes adversidades. “Um ponto em comum na maioria os empreendedores de sucesso é a superação”, destaca Junior Borneli.

Saber lidar com essas adversidades vai impedir que você pare no primeiro problema (ou falência) que aparecer na sua frente. “São muito comuns as histórias de grandes empresários que faliram várias vezes, receberam diversos ‘nãos’ e só venceram porque foram persistentes”, afirma.

É importante ter esse mindset resiliente, pois, nem sempre tudo será fácil para você – na verdade, quase nunca será. “Empreender é, na maior parte do tempo, algo muito doloroso. Até conseguir algum resultado expressivo o empreendedor passa por muitos perrengues. A imensa maioria fica pelo caminho”, diz.

É como uma luta de boxe, onde muitas vezes, para ganhar, você terá que apanhar e apanhar e apanhar até conseguir desferir o golpe (ou a sequência) certo. “Na minha opinião, não há melhor frase que defina a trajetória de um empreendedor de sucesso do que aquela dita por Rocky Balboa, no cinema: ‘não importa o quanto você bate, mas sim o quanto aguenta apanhar e continuar. É assim que se ganha’”, ilustra.

O problema talvez seja que alguns aspectos do empreendedorismo tenham glamour demais. “Empreender não é simplesmente ter uma mesa com super-heróis e uma parede cheia de post-its coloridos. Você vive numa espécie de montanha russa de emoções, onde de manhã você é ‘o cara’ e à tarde não tem dinheiro pro café”, salienta.

Vale a pena, porém, perseverar neste caminho. “Para aqueles que são persistentes e têm foco, a jornada será difícil, mas o retorno fará valer a pena!,” destaca o empreendedor.

DERROTA TAMBÉM ENSINA

Um ponto importante do sucesso é saber lidar com o fracasso e, de lá, tomar algumas lições para sair mais forte ainda. “Toda derrota nos ensina algumas lições e assim nos tornamos mais fortes a cada nova tentativa. A cultura do fracasso, aqui no Brasil, é muito diferente dos Estados Unidos”, afirma Junior.

No Vale do Silício, falhar é encarado algo bom, na verdade – e aumenta suas chances de sucesso futuro. “Por lá, empreendedor que já falhou tem mais chances de receber investimentos porque mostrou capacidade de reação e aprendeu com os erros”, conta o empreendedor.

Mas ao pensar sobre fracasso, você precisa ter o filtro correto para não deixar a ideia escapar. “Encarar os erros como ensinamentos e entender que falhar é parte do jogo torna as coisas mais fáceis e suportáveis”, salienta.

Foco é a palavra de ordem para você conseguir alcançar os objetivos traçados no caminho, mesmo que em alguns momentos pareça que está tudo dando errado. “Por fim, buscar o equilíbrio mental e o foco são fundamentais. Nas vitórias, tendemos a nos render à vaidade e ao orgulho. E nas derrotas nos entregamos ao desânimo e a depressão. Mentalize seus objetivos, foque nos caminhos que vão leva-lo até eles e siga firme em frente”, afirma.

É importante que você tenha noção de que para ser uma exceção, você não pode pensar da maneira comodista que a maior parte das pessoas. “Se você quer chegar onde poucos chegaram, precisará fazer o que poucos têm coragem e disposição para fazer”, completa.

                   O “não” do cliente a uma proposta. Por quê?                  

Moysés Peruhype Carlech

Fiquei pensando e ao mesmo tempo preocupado com o seu “não”, sem nenhuma explicação, à nossa proposta de divulgação da sua loja e de resto todas as lojas dessa cidade no Site da nossa Plataforma Comercial da Startup Valeon.

Esse “não” quer dizer, estou cheio de compromissos para fazer pagamentos mensais, não estou faturando o suficiente para cobrir as minhas despesas, a minha loja está vendendo pouco e ainda me vem mais uma “despesa” de publicidade da Startup Valeon?

Pergunto: como vou comprar na sua loja? Se não sei qual é a sua localização aí no seu domicílio? Quais os produtos que você comercializa? Se tem preços competitivos? Qual a sua interação online com os seus clientes? Qual o seu telefone de contato? Qual é o seu WhatsApp?

Hoje em dia, os compradores não têm tempo suficiente para ficarem passeando pelos Bairros e Centros da Cidade, vendo loja por loja e depois fazendo a decisão de compra, como antigamente.

A pandemia do Covid-19 trouxe consigo muitas mudanças ao mundo dos negócios. Os empresários precisaram lutar e se adaptar para sobreviver a um momento tão delicado como esse. Para muitos, vender em Marketplace como o da Startup Valeon se mostrou uma saída lucrativa para enfrentar a crise. Com o fechamento do comércio durante as medidas de isolamento social da pandemia, muitos consumidores adotaram novos hábitos para poder continuar efetuando suas compras. Em vez de andar pelos corredores dos shoppings centers, bairros e centros da cidade, durante a crise maior da pandemia, os consumidores passaram a navegar por lojas virtuais como a Plataforma Comercial Valeon. Mesmo aqueles que tinham receio de comprar online, se viram obrigados a enfrentar essa barreira. Se os consumidores estão na internet, é onde seu negócio também precisa estar para sobreviver à crise e continuar prosperando.

É importante você divulgar a sua loja na internet com a ajuda do Site da Startup Valeon, que no caso não é uma despesa a mais e sim um investimento para alavancar as suas vendas. Desse modo, o seu processo de vendas fica muito mais profissional, automatizado e eficiente.  Além disso, é possível a captação de potenciais compradores e aumentar o engajamento dos seus clientes.

Não adianta pensar dessa forma: “Eu faço assim há anos e deu certo, porque eu deveria fazer diferente? Eu sei o que preciso fazer”. – Se você ainda pensa assim, essa forma de pensar pode representar um grande obstáculo para o crescimento do seu negócio, porque o que trouxe você até aqui é o que você já sabe e não será o que levará você para o próximo nível de transformação.

O que funcionava antes não necessariamente funcionará no futuro, porque o contesto está mudando cada vez mais rápido, as formas como os negócios estão acontecendo são diferentes, os comportamentos dos consumidores está se alterando, sem contar que estão surgindo novas tecnologias, como a da Startup Valeon, que vão deixar para trás tudo aquilo que é ineficiente.

Aqui, na Startup Valeon, nós sempre questionamos as formas de pensar e nunca estamos totalmente satisfeitos com o que sabemos justamente por entender que precisamos estar sempre dispostos a conhecer e aprender com o novo, porque ele será capaz de nos levar para onde queremos estar.

Mas, para isso acontecer, você precisa estar disposto a absorver novas formas de pensar também e não ficar amarrado só ao que você já sabe.

Se este for seu caso, convido você a realizar seu novo começo por meio da nossa forma de anunciar e propagar a sua empresa na internet.

Todos eles foram idealizados para você ver o seu negócio e a sua carreira de uma forma completamente diferente, possibilitando levar você para o próximo nível.

Aproveite essa oportunidade para promover a sua próxima transformação de vendas através do nosso site.

Então, espero que o seu “não” seja uma provocação dizendo para nós da Startup Valeon – “convença-me”.

E-Mail: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

Fones: (31) 98428-0590 / (31) 3827-2297

domingo, 19 de maio de 2024

ESCOLHA DE PIMENTA CRIA CONFLITO COM GESTÃO DE LEITE

História de Vinícius Novais – Jornal Estadão

O deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) disse que a escolha de Paulo Pimenta para chefiar a Secretaria Extraordinária para Apoio à Reconstrução no Rio Grande do Sul vai criar em um conflito com o governo de Eduardo Leite (PSDB). Para Aécio, ao escolher o ministro para cuidar das ações do governo federal no Estado, “Lula abdicou do papel de estadista para optar por cumprir um papel de líder político”.

Em entrevista ao programa Os Três Poderes, da revista Veja, nesta sexta-feira, 17, Aécio afirmou a definição do nome de Pimenta para o comando da pasta politiza a situação do Rio Grande do Sul e faz “um tipo de intervenção federal no Estado”. O deputado já havia classificado a indicação do ministro como uma “excrescência”.

“Com essa nomeação vai haver um conflito (entre governo estadual e o novo ministério). No momento em que politiza essas ações, ele presta um desserviço enorme àqueles que estão sofrendo e que precisam de harmonia das autoridades”, afirmou.

Eduardo Leite e Aécio Neves são do PSDB Foto: Eduardo Beleske e Dida Sampaio/Estadão

Eduardo Leite e Aécio Neves são do PSDB Foto: Eduardo Beleske e Dida Sampaio/Estadão© Fornecido por Estadão

Na quinta-feira, 16, Pimenta afirmou que não se preocupa com as críticas que tem recebido por ter assumido como autoridade federal no Estado. “Vou responder com trabalho, espírito público e compromisso com o Rio Grande do Sul. Não me preocupo com as críticas, que são compreensíveis. Cada uma mede a conduta dos outros pela sua régua”, disse, em entrevista à CNN Brasil.

Eduardo Leite não foi consultado sobre o nome que assumiria a pasta extraordinária. Na avaliação da gestão gaúcha, o presidente Lula estaria apostando na figura política de Pimenta para capitalizar o nome do ministro para um cargo majoritário pelo Rio Grande do Sul em 2026.

A presença de Lula e suas primeiras ações para socorrer o Estado foram elogiadas por Aécio, mas, segundo ele, tudo foi “jogado por terra” com a indicação de Pimenta. “Tudo o que nós não precisávamos neste momento era um gesto que, na prática, politiza algo que deveria estar sendo construído com generosidade, harmonia e desprendimento”, disse.

Paulo Pimenta comanda as ações do governo federal no Rio Grande do Sul Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Paulo Pimenta comanda as ações do governo federal no Rio Grande do Sul Foto: Valter Campanato/Agência Brasil© Fornecido por Estadão

A Secretaria Extraordinária da Reconstrução no Rio Grande do Sul, com status de ministério, é responsável por coordenar as ações do governo federal para a recuperação do Estado, afetado por enchentes há mais de duas semanas.

O órgão deverá ser extinto dois meses depois do fim do decreto de estado de calamidade do Rio Grande do Sul, que será em 31 de dezembro. Pimenta estará no cargo até fevereiro de 2025. Na ausência dele, a Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência é comandada interinamente pelo jornalista Laércio Portela.

 

POLÍTICOS SE INTENSIFICAM NO PALCO DA TRAGÉDIA DO RS

 

História de RANIER BRAGON – Folha de S. Paulo

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Cerca de 15 dias após o Rio Grande do Sul declarar estado de calamidade pública em decorrência das chuvas e das enchentes, dois filhos de Jair Bolsonaro (PL) chegaram ao estado e rechearam suas redes sociais e a de aliados com vídeos dos locais que visitaram.

A movimentação, que foi postada também nas contas do ex-presidente –ele saiu nesta sexta-feira (17) de uma internação hospitalar– engrossa o caldo de politização na região, cujo capítulo mais recente foi a indicação por Lula (PT) de seu chefe da Comunicação Social, Paulo Pimenta, para ministro extraordinário da reconstrução do Rio Grande do Sul.

Até então, os integrantes da família Bolsonaro estavam se limitando a atacar nas redes sociais a resposta do governo Lula à tragédia.

Se a nomeação de Pimenta –ativo antibolsonarista e cotado para disputar o governo do estado em 2026– gerou críticas na oposição, a ida dos filhos de Bolsonaro foi alvo de ataques no PT.

Segundo o partido, a ida do vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL) e o do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) tem o objetivo de fazer vídeos para redes sociais e aplacar a lembrança da errática e negacionista ação do pai na condução do governo durante a pandemia da Covid-19. Além de tentar mostrar presença em um estado em que Bolsonaro derrotou Lula em 2022 por 56,35% dos votos válidos contra 43,65%.

Carlos, por exemplo, chegou na quinta-feira (16) a Bento Gonçalves, acompanhado do ex-ministro da Comunicação Social de Bolsonaro e hoje seu advogado, Fabio Wajngarten. Na cidade, Bolsonaro teve 76% dos votos contra 24% de Lula.

No vídeo postado em suas redes e nas redes do pai, Carlos diz não saber como as pessoas tiram forças para sobreviver em uma situação como aquela e destaca o trabalho de voluntários.

“O trabalho dos civis está sendo fundamental para esse primeiro momento de alinhamento e de entendimento do que está acontecendo”, diz Carlos no vídeo.

O prefeito de Bento Gonçalves, Diogo Segabinazzi Siqueira (PSDB), disse à Folha que partiu dele o contato com os Bolsonaros, via Wajngarten, e que toda ajuda nesse momento é importante.

“O primeiro ponto é mostrar o que a gente está passando, sensibilizar o Brasil para o que a gente está passando”, afirmou o prefeito, que destacou ainda o envio à cidade de emenda parlamentar de Eduardo no valor de R$ 1 milhão.

Já Eduardo foi a Eldorado do Sul, uma das cidades mais atingidas, e deu voltas de jet ski na cidade alagada para mostrar a situação. Em outros vídeos, aparece em um helicóptero levando medicamentos e, em outro, retirando de um caminhão em Porto Alegre caixas de leite ao lado do deputado federal Zucco (PL-RS) e de assessores.

“O deputado Eduardo Bolsonaro é um formador de opinião, com uma enorme visibilidade, extremamente necessária para este momento em que precisamos canalizar todos os esforços para salvar vidas e atender os milhares de desabrigados”, disse Zucco.

“Inclusive, pedi a ele que fizesse a interlocução junto às embaixadas, porque a catástrofe é duas vezes maior que o furacão Katrina. E a comunidade internacional está tomando pé do gigantismo desse evento climático. Toda ajuda é bem-vinda.”

Zucco afirmou que Eduardo se prontificou a ir ao estado.

Galeria Veja 30 imagens que contam a tragédia no Sul Confira fotos que marcaram a tragédia vivida no Rio Grande do Sul https://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/1799236543657807-veja-imagens-que-marcaram-a-tragedia-no-sul *** “Eles mesmos perceberam o desprezo total com que agiram na época da Covid, cuja iniciativas partiram do Parlamento. O Executivo abandonou o povo naquela época. Agora, estão vendo o Executivo atuando e querem se redimir, criando símbolos de que têm preocupação com o povo”, afirma o deputado federal Bohn Gass (PT-RS).

“A vinda deles aqui é só para fazer vídeo porque até agora eles só se mobilizaram em torno de fake news. E também vêm para andar de jet ski. Mas nos dias que as pessoas estavam nos telhados, correndo maior risco de vida, eles não estavam aqui”, diz a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS).

Bolsonaro, que esteve internado por 12 dias para tratar de uma infecção bacteriana, escreveu em suas redes sociais que Carlos estava na região serrana de Bento Gonçalves “revelando as peculiaridades dos problemas locais, expondo situação catastrófica do Vale, algo pouco exposto na mídia convencional que está focada na região de Porto Alegre, Lajeado e Canoas”.

“Diante do exposto, meu outro filho, o deputado federal Eduardo remanejou parte de suas emendas parlamentares para ajuda na região e outras áreas afetadas nesta enchente histórica que destruiu todo o estado em questão. Seguimos acreditando e fazendo nossa parte na união do nosso amado Brasil.”

Na quarta-feira (15) Lula anunciou novas medidas para o estado em uma solenidade em tom de comício na cidade de São Leopoldo, maior município governado pelo PT no estado, a cerca de 35 km de Porto Alegre e um dos mais afetados pela tragédia.

O evento foi marcado por gritos da plateia geralmente usados em campanhas petistas e por elogios a Paulo Pimenta.

“Infelizmente às vezes a gente vê situações como desse palanque, desse comício, com aplausos, gritos. As pessoas estão morrendo. Em uma situação como essa, tudo tem que ser solene e rápido”, diz o deputado federal Daniel Trzeciak (PSDB-RS).

MARCHA DOS PREFEITOS VAI SOLICITAR MAIS VERBAS FEDERAIS DIRETAMENTE PARA AS CIDADES DO RS

 

História de ADRIANA FERNANDES – Folha de S. Paulo

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Às vésperas da 25ª Marcha de Prefeitos a Brasília, o gaúcho Paulo Ziulkoski, presidente da CNM (Confederação Nacional dos Municípios), se equilibra nas cobranças ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT): conseguir mais verbas federais diretamente para as cidades do Rio Grande do Sul afetadas pelas enchentes e diminuir o impacto da reoneração gradual da folha de pagamentos nas negociações com o governo.

ZiulKoski afirma à Folha que os municípios ficaram para trás na ajuda federal ao Rio Grande do Sul e critica a burocracia num momento crucial de enfrentamento da emergência dos efeitos da tragédia. Ele defende repasses via o sistema do Pix.

“Queremos que o dinheiro chegue no mesmo dia, por Pix, lá na prefeitura em quantidade mínima para arrumar [por exemplo] uma estrada vicinal “, diz o presidente da CNM, que considera que faltou solidariedade efetiva do governo federal, nos primeiros dias da catástrofe, quando ocorreu a maior quantidade de mortes pelas enchentes.

“A União demorou. Eu não vou culpar o Lula porque não é pessoal. Faltou exatamente a dimensão da gravidade do problema nos primeiros dias, quando houve a grande mortandade dos desaparecidos”, diz.

Já nas negociações da tributação da folha de pagamento dos servidores municipais, os prefeitos pedem que a reoneração não ultrapasse a alíquota de 14%. Elas querem que esse valor seja permanente para todos os municípios, em vez de uma alíquota de 20%.

O ministro Fernando Haddad (Fazenda) já aceitou manter a alíquota com a desoneração, em 8%, em 2024, mas cobra que ela volte ao patamar normal de 20% nos próximos anos. “Ele [Haddad] vai aceitar”, diz Ziulkoski.

A CNM quer um Refis (parcelamento) de débitos previdenciários, solução para precatórios e equiparação das regras da reforma da Previdência da União para os municípios com a aprovação da chamada PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 66 de sustentabilidade fiscal. Esses pontos foram acertados com o governo e com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

A expectativa dos prefeitos é grande com a presença, já confirmada pelo Palácio do Planalto, do presidente Lula na abertura da marcha, na próxima terça-feira (21). “O Lula vai estar lá e vai anunciar alguma coisa”, aposta o presidente da CNM.

A marcha é o maior evento anual do municipalismo brasileiro, movimento político que trabalha no Congresso para ampliar a partilha das receitas para o poder local. São esperados mais de 8.000 participantes, entre prefeitos, vereadores e auxiliares.

Durante a semana do evento, prefeitos lotam os hotéis de Brasília, e o que chama mais atenção são as filas que se formam do lado de fora do Congresso de prefeitos em romaria nos gabinetes de deputados e senadores na busca de emendas parlamentares para suas cidades. Em ano de eleições municipais, como agora, as demandas se multiplicam.

Como mostrou a Folha, o Palácio do Planalto estava preocupado com o impacto da marcha após a decisão do governo de judicializar a desoneração da folha no STF (Supremo Tribunal Federal). Uma solução foi cobrada pelo presidente até o dia 20, o que já fez o ministro Haddad ceder em manter a desoneração dos municípios em 2024, com um custo de R$ 7,2 bilhões neste ano. Falta ainda negociar a trajetória de reoneração e o patamar final da alíquota.

A decisão foi anunciada na quinta-feira (16) após reunião de Haddad com o presidente Pacheco e o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais). Haddad não ficou para entrevista.

Ziulkoski nega que a CNM esteja aproveitando a crise no Rio Grande do Sul para pressionar pela desoneração, misturando os dois temas, para se aproveitar da situação. Segundo ele, a situação gaúcha demanda fortalecimento dos municípios.

“Ficamos bem para trás e agora estamos reagindo. O governo sabe do desgaste que está tendo com os prefeitos”, diz. “Para a prefeitura, não teve, em termos de dinheiro [do socorro de R$ 51 bilhões], praticamente nada”, aponta.

Segundo ele, dada a urgência da crise, não faz sentido neste momento requerimentos e ofícios para cadastramentos de municípios que estão completamente devastados. “Por que o município tem que requerer? É uma burocracia. A prefeitura não é um privado que vai pegar o dinheiro e beber cachaça. Ele vai ter que prestar conta depois onde botou aquele dinheiro?”, questiona. “Ficam duvidando que o prefeito é desonesto.”

O presidente da CNM diz concordar com o governo da necessidade de saber ainda quanto será preciso para a reconstrução do estado. Mas usando uma metáfora, ele diz que é preciso “almoçar” primeiro. “Não quero churrasco de picanha. Me manda pescoço que eu preciso comer me manda lá, R$ 100 mil, R$ 500 mil para os municípios”, diz.

Ele defende que sejam repassados R$ 1 milhão por município. Depois, as prefeituras terão que prestar contas do que gastaram.

No rol das negociações da desoneração, a CNM defende também a aprovação da PEC como solução para os problemas previdenciários dos municípios e quer já incluir no texto constitucional o valor da alíquota de 14%. Pelos cálculos da entidade, os municípios têm R$ 248 bilhões de dívida previdenciária e R$ 198 bilhões de débitos de precatórios.

“A reforma da previdência que fizeram para União, não fizeram para os servidores municipais”, ressalta. Um dos pleitos é estender com a PEC para os municípios as mesmas regras. ” Foi um crime [deixar os municípios de fora da reforma]. O prefeito não consegue fazer a reforma lá com a Câmara. Isso alivia 2.200 municípios”, diz.

A SEGUNDA TRAGÉDIA NO RS SÃO OS ÂNIMOS PALANQUEIROS DOS POLÍTICOS

 

História de Notas & Informações – Jornal Estadão

Nos primeiros dias após o Rio Grande do Sul ser atingido por uma tragédia climática e humana sem precedentes, autoridades dos Três Poderes deram uma demonstração de que pareciam ter compreendido a gravidade do momento. A ida do presidente Lula da Silva ao Estado comandado pelo governador Eduardo Leite (PSDB-RS), acompanhado de ministros, dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas, além do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, prenunciava uma grandeza possivelmente inédita: a concertação entre distintas instâncias de poder e lideranças políticas, algumas delas atravessadas por diferenças ideológicas e partidárias. Tratava-se de uma união de esforços compatível com o ineditismo das adversidades. Como este jornal sublinhou em editorial na ocasião, o imperativo da solidariedade obrigava os envolvidos a deixar as diferenças de lado e a unir esforços para ajudar os gaúchos (A tragédia que comove o País, 7/5/2024).

Mas esse clima de distensão e cooperação durou pouco. Se as lideranças políticas do País precisavam passar por um teste para mostrar sua capacidade de superação das diferenças e das ambições eleitorais em nome do bem comum, que é o fim último da política numa democracia digna do nome, não resta dúvida: passaram, e foram reprovadas. Pelo que se viu nos últimos dias, uma gestão errática da crise completou o caos das cidades gaúchas. O primeiro alerta vermelho, recorde-se, foi emitido em 29 de abril, as autoridades viajaram juntas na primeira semana de maio e até aqui ainda nem sequer existe uma central de gerenciamento de crise na qual os três níveis de governo e os Três Poderes possam se encontrar e tomar decisões. Ao contrário, as ações parecem regidas por desconfiança e críticas mútuas e uma assombrosa disputa por protagonismo.

Enquanto o governo de Lula da Silva resolveu criar uma exótica autoridade federal no Estado – sem comunicar previamente o governador Eduardo Leite e nomeando para o cargo, na caradura, um pré-candidato à sucessão do tucano –, bolsonaristas atacam o governo federal e a esquerda põe o dedo em riste contra o governo estadual. É flagrante a falta de coordenação entre as prefeituras, o governo estadual e a Presidência da República, numa relação adornada por demagogia, despreparo e desinformação. Para completar, um tiroteio generalizado nas redes sociais, com difusão de mentiras e distorções da realidade que, se não provocam danos na mesma escala dos estragos causados pelas chuvas, mina o esforço nacional para ajudar o Rio Grande do Sul. Algo bem diferente do que se viu, por exemplo, na tragédia provocada pelas chuvas no litoral norte de São Paulo, quando prefeitos da região, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o presidente Lula demonstraram união e capacidade de coordenação exemplares.

O mais grave é constatar que a desorganização de agora se dá diante de obstáculos ainda maiores, incluindo um desafio inaudito: reconstruir uma unidade inteira da Federação, destruída como se tivesse enfrentado uma guerra – que devastou praticamente toda a sua infraestrutura, deixou cidades completamente ilhadas, interditou pontes e estradas, deixou o principal aeroporto fechado por tempo indeterminado e prejudicou o fornecimento de água, energia elétrica e alimentos. E ainda nem é possível dizer qual a real extensão dos estragos e do esforço necessário para repará-los.

A confusão instalada nestes dias sombrios demonstra que nem mesmo a premente necessidade de salvar os gaúchos foi capaz de desarmar os ânimos palanqueiros. E, enquanto se calculam os prejuízos e os imensos aportes necessários para a reconstrução, os líderes políticos que deveriam estar cooperando desinteressadamente para acelerar o processo de recuperação do Rio Grande do Sul estão fazendo outro tipo de cálculo: quantos votos sua atuação na crise lhes dará nas próximas eleições.

NEM TODOS OS EVENTOS CLIMÁTICOS EXTREMOS SÃO ATRIBUÍDOS À MUDANÇA CLIMÁTICA MAS ESSES SE TORNAM MAIS FREQUENTES

 

História de Alistair Walsh – DW Brasil

Enchentes no Rio Grande do Sul, seca na Amazônia, ondas de calor na Ásia e na África: a mudança do clima causada pelo homem está tornando os eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes e mais perigosos.

Fortes chuvas no Rio Grande do Sul foram atribuídas à mudança climática e ao El Niño

Fortes chuvas no Rio Grande do Sul foram atribuídas à mudança climática e ao El Niño© Andre Penner/AP/picture alliance

Casos alarmantes de desastres climáticos não saem do noticiário mundial: enchentes no Rio Grande do Sul, seca na Amazônia, inundações e ondas de calor na África, calor extremo na Ásia.

A Organização Meteorológica Mundial (OMM), ligada às Nações Unidas, alertou que, até agora, 2024 tem sido um ano particularmente ruim em termos de clima extremo, com secas, calor excessivo e inundações causando graves danos à saúde e aos meios de subsistência.

“Quase todas as regiões do mundo registraram eventos climáticos e meteorológicos extremos de diferentes naturezas”, afirma Álvaro Silva, especialista em clima da OMM, à DW.

E embora nem todos os eventos climáticos extremos possam ser atribuídos à mudança climática, eles estão se tornando mais frequentes e mais perigosos devido às emissões de gases de efeito estufa provenientes da queima de carvão, petróleo e gás.

No ano passado, o Hemisfério Norte teve o verão mais quente dos últimos dois mil anos e, globalmente, 2024 está a caminho de ser ainda mais quente.

A ligação entre mudanças climáticas e o tempo

A mudança climática aumenta a evaporação das águas e coloca mais vapor de água na atmosfera. Isso causa chuvas mais intensas e enchentes em algumas áreas, e secas mais extremas em outras.

Temperaturas mais altas levam a ondas de calor mais frequentes. Esse fator somado a temperaturas oceânicas também mais altas causam estragos nos padrões climáticos globais, resultando em efeitos díspares em todo o planeta.

“Não é apenas sobre a frequência e a intensidade que se ouve falar, mas também sobre as mudanças no tempo e na duração desses extremos”, diz Silva. “Não sabemos mais o que é normal no clima, porque vemos uma tendência crescente de eventos extremos.”

A influência da mudança climática é evidente quando se observam as tendências climáticas a longo prazo, mas só recentemente foi possível determinar seu papel em eventos climáticos específicos.

A DW analisou três grandes eventos climáticos deste ano para verificar se a mudança climática foi um fator decisivo: as enchentes no Rio Grande do Sul, as ondas de calor na Índia e os tornados nos Estados Unidos.

O papel nas enchentes do Rio Grande do Sul

As piores enchentes da história do Rio Grande do Sul deixaram cerca de 150 mortos, mais de 100 desaparecidos e mais de 600 mil desalojados ou desabrigados. A vida pública está praticamente paralisada. Ao todo, mais de 2 milhões de pessoas foram afetadas diretamente pela tragédia.

Cientistas já apontaram os efeitos da mudança climática, além do fenômeno climático El Niño, que aquece as águas do Oceano Pacífico nessa época do ano, para explicar as enchentes.

Um estudo publicado pelo grupo francês Laboratório de Ciências Climáticas e Ambientais (LSCE, na sigla em francês) concluiu que as fortes chuvas no estado podem ser atribuídas principalmente à mudança climática causada pelo homem.

World Weather Attribution (WWA) – uma iniciativa de cientistas que investiga em que medida a mudança climática desempenhou um papel nos recentes eventos climáticos extremos – está trabalhando em seu próprio estudo. Mas a líder da WWA, Friederike Otto, afirma que as enchentes anteriores no Brasil estavam claramente ligadas à mudança climática.

Somada ao clima, a vulnerabilidade também desempenha um papel muito importante nos danos causados pelas enchentes, com alguns engenheiros apontando a falta de preparação e problemas de infraestrutura na região.

O papel nas ondas de calor na Índia

Em abril e maio, a Índia, juntamente com muitas partes da Ásia, sofreu com uma onda de calor sufocante. As temperaturas em algumas partes do território indiano chegaram a 47 °C, causando mortes e miséria generalizada.

As temperaturas em algumas partes do território indiano chegaram a 47 °C

As temperaturas em algumas partes do território indiano chegaram a 47 °C© Debarchan Chatterjee/NurPhoto/picture alliance

A onda de calor, inclusive, pôs em xeque o comparecimento às urnas nas eleições gerais da Índia, que ocorrem ao longo de seis semanas, de 19 de abril a 1º de junho, e são as maiores do mundo.

Vários políticos, funcionários, eleitores e gerentes de campanha ficaram doentes devido ao calor, incluindo um ministro que desmaiou no palco.

“Mais de 900 milhões de eleitores precisam sair ao ar livre e fazer fila (…) por horas e horas sob o sol”, afirma Leena Rikkila Tamang, diretora de Ásia na ONG IDEA, uma organização pró-democracia com sede na Suécia. “Vemos uma clara queda no comparecimento dos eleitores em comparação com as eleições de 2019.”

A onda de calor na Índia foi 45 vezes mais provável e 0,85 °C mais quente devido à mudança climática, de acordo com a World Weather Attribution (WWA).

“Não há absolutamente nenhuma dúvida de que, enquanto continuarmos queimando combustíveis fósseis e, com isso, aumentando a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera, essas ondas de calor se tornarão mais frequentes, mais severas e mais duradouras”, diz Otto, que lidera a organização.

Os danos causados por condições climáticas extremas dependem da vulnerabilidade da população. Mesmo um aumento de temperatura aparentemente baixo pode causar grandes danos.

“Em países como a Índia e outras partes do sul da Ásia, onde muitas pessoas trabalham ao ar livre, elas estão muito mais expostas e mais vulneráveis até mesmo a mudanças relativamente pequenas no calor extremo”, afirma Otto.

O papel nos tornados nos EUA

Os Estados Unidos registraram um grande número de tornados neste ano. Em um período de quatro dias, mais de 100 tornados atingiram a região Centro-Oeste e as Grandes Planícies, “causando danos significativos e perda de vidas”, segundo as autoridades.

O Serviço Nacional de Meteorologia em Omaha, no estado de Nebraska, estabeleceu um recorde ao emitir 48 alertas de tornado em um único dia.

Em apenas quatro dias, EUA registraram mais de 100 tornados no Centro-Oeste e nas Grandes Planícies

Em apenas quatro dias, EUA registraram mais de 100 tornados no Centro-Oeste e nas Grandes Planícies© Scott Schilke/Sipa USA/picture alliance

Mas as causas dos tornados são muito difíceis de determinar, porque eles são muito localizados. Os estudos para apontar ligações com a mudança climática funcionam melhor em eventos de grande escala em grandes áreas, como ondas de calor ou frio extremos e secas.

Com exceção dos ciclones tropicais no Atlântico Norte, a mudança climática não foi associada ao aumento da velocidade do vento, especialmente sobre a terra, de acordo com Friederike Otto.

“Como não vemos mudanças em outros tipos de velocidade do vento ou outros tipos de tempestades, eu não esperaria ver uma grande mudança, mas isso pode ser bem diferente no caso dos tornados, pois eles também são um fenômeno diferente.”

Essencialmente, os cientistas não sabem dizer que tipo de papel a mudança climática desempenhou nos tornados americanos ou se desempenhou de fato algum.

Clima extremo sempre existiu?

A história está repleta de exemplos de condições climáticas extremas, mesmo antes de as engrenagens da Revolução Industrial começarem a girar e a humanidade começar a queimar os combustíveis fósseis responsáveis pela mudança climática.

Esses eventos são fenômenos naturais, mas a mudança do clima claramente os tornou muito mais frequentes e muito mais extremos, garantem os especialistas.

Antes da década de 1990, cerca de 70 a 150 eventos climáticos e relacionados à água eram registrados por ano. Desde 2000, 300 eventos extremos têm sido registrados anualmente. Mesmo com a subnotificação no passado, “a diferença é inquestionável”, diz Silva, da OMM.

Autor: Alistair Walsh

PESQUISADORES ESTÃO DIRECIONANDO SEUS ESTUDOS PARA A FUTURA REDE DE COMUNICAÇÃO PARA A DÉCADA DE 2030

 

Por:

Luciano Leonel Mendes – coordenador do Centro de Competência Embrapii em Tecnologia e Infraestrutura de conectividade 5G e 6G

Poliane Aires Teixeira – Pesquisadora do Centro de Competência Embrapii em Tecnologia e Infraestrutura de conectividade 5G e 6G

Fuad Abinader – coordenador do Centro de Competência Embrapii em Open RAN

O Dia Mundial das Telecomunicações, celebrado em 17 de maio, nos lembra do poder transformador da conectividade na sociedade moderna, ao permitir que pessoas, comunidades e empresas se comuniquem e se conectem instantaneamente em todo o mundo. Por meio da evolução da tecnologia e da infraestrutura de redes, como 5G e futuramente 6G, o potencial da conectividade é ampliado, sobretudo para a indústria. A Embrapii aposta nesse amanhã com dois Centros de Competência, especializados em tecnologia e infraestrutura de conectividade 5G e 6G, e em Open RAN, para desempenharem um papel fundamental no desenvolvimento dessas tecnologias aplicadas na indústria. Com a colaboração entre empresas, startups e instituições de pesquisa de excelência, esses Centros não apenas aprimoram a conectividade, mas também capacitam e formam recursos humanos qualificados. Dessa forma, enfrentaremos desafios tecnológicos para auxiliar a indústria no aumento da eficiência, na produtividade e na competitividade global das empresas brasileiras. Estamos preparando o terreno para uma nova era de conectividade e inovação industrial.

Os sistemas de comunicação móvel celular já evoluíram através de cinco gerações distintas. A quinta geração (5G) de comunicação móvel celular, utilizada hoje, foi oficialmente introduzida no mercado em 2020, utilizando as faixas de sub-6 GHz e ondas milimétricas (mmWave).

Evolução das redes móveis, destacando as principais características de cada geração

Atualmente, há aplicações e serviços que demandam um desempenho de comunicação superior às capacidades da rede 5G, incluindo cobertura em áreas remotas, altas taxas de transmissão, latência extremamente baixa, conexões densamente integradas, posicionamento de alta precisão, conectividade confiável e segura, baixo consumo de energia e alta eficiência energética, além de inteligência onipresente.

Diante desse cenário, pesquisadores já estão direcionando seus estudos para a futura rede de comunicação, para atender às demandas de serviços projetados para a década de 2030. Hoje, os avanços mais significativos em redes móveis visam acomodar um aumento exponencial no tráfego e na necessidade por conectividade. No entanto, as diretrizes para as redes 6G são ainda mais ambiciosas, ao buscar introduzir funcionalidades inovadoras que superam as expectativas estabelecidas pelo IMT-2020 (International Mobile Telecommunications-2020).

As premissas para o desenvolvimento das redes 6G incluem um estudo detalhado das comunicações marítimas globais e das comunicações por satélite em regiões de alta latitude para garantir uma cobertura abrangente em áreas remotas. Além disso, o consumo de energia é uma preocupação para muitas aplicações, tornando necessário reduzir o consumo de energia e aumentar a eficiência energética da rede.

As projeções indicam uma transformação em direção a uma sociedade altamente digitalizada e inteligente. Esta evolução é impulsionada por avanços tecnológicos que permitem a manipulação massiva de dados em tempo real e uma conectividade contínua e ilimitada. A sociedade evolui para uma realidade em que todos os aspectos do cotidiano são sustentados por redes totalmente sem fio disponíveis em todos os lugares e a qualquer momento.

Perspectivas tecnológicas para um mundo conectado

A chegada das redes 6G promete mudar uma série de aplicações tecnológicas a partir de sua capacidade superior em termos de taxas de transmissão, conectividade, latência, confiabilidade, posicionamento, integração inteligente, entre outros.

Entre as aplicações mais promissoras, a telepresença holográfica se destaca ao permitir interações realistas em tempo real. Essa tecnologia possibilita que pessoas participem de reuniões e eventos como hologramas, ao criar a sensação de presença física a distância. Outra aplicação relevante é o veículo aéreo não tripulado que necessita de transmissão imediata de comandos de controle e recebimento de vídeo e dados sensoriais para garantir operações eficientes e seguras. Adicionalmente, a interação humana com ambientes digitais pode ser facilitada tanto pela realidade estendida quanto pelo metaverso.

A realidade estendida, que engloba realidade virtual, aumentada e mista, oferece experiências imersivas e interativas fundamentais para uma variedade de aplicações, desde entretenimento até simulações para treinamento. Por outro lado, o metaverso é conceituado como um espaço virtual coletivo, persistente e escalável que coexiste com o mundo físico. Dentro deste ambiente, os usuários podem interagir, explorar e se engajar em uma diversidade de atividades sociais, econômicas e de entretenimento em ambientes 3D imersivos.

Já o Smart Grid 2.0 representa as redes inteligentes de próxima geração, capazes de gerenciar a distribuição de energia de forma mais eficiente, integrar fontes renováveis e responder dinamicamente às flutuações de demanda e oferta de energia. E a Internet Tátil possibilita que os usuários interajam com objetos virtuais de maneira tangível, abrindo novos caminhos para a educação, saúde e comércio eletrônico.

Por fim, a Indústria 5.0 promove a colaboração entre humanos e máquinas por meio de redes robustas que facilitam a coleta e análise de dados em tempo real, automação inteligente e processos de produção flexíveis, apoiando a evolução da Internet de Tudo (IoE, Internet of Everything). A IoE integra dispositivos conectados, pessoas, processos e dados em uma rede mais ampla e unificada.

A figura a seguir ilustra algumas das aplicações abordadas para o desenvolvimento e implementação das futuras redes de comunicação.

Algumas aplicações das redes 6G

Em compasso com essas tendências, vem sendo desenvolvido um conjunto de tecnologias habilitadoras para a abertura e desagregação das redes móveis conhecido como Open RAN – sigla em inglês para rede de acesso por rádio (RAN) aberta. O objetivo é permitir a combinação de soluções tecnológicas de fornecedores distintos, a partir de especificações abertas de componentes e interfaces – o que traz flexibilidade, potencializa a independência e abre caminho para a introdução mais rápida de inovações.

Configuração de um sistema Open RAN

Na RAN tradicional, os dados trafegam do terminal celular para a estação radiobase (ERB) a qual está conectado. A ERB, por sua vez, encaminha o tráfego de dados para o núcleo de rede, responsável pela gerência do acesso e pela comunicação com as aplicações na internet. As redes 5G introduziram habilitadores para inovações como a subdivisão da RAN em unidade centralizada, para gestão de controle e cessões de usuário; unidade distribuída, para processamento de software e banda de rádio, e a unidade de rádio, contendo o hardware associado ao processamento de banda base.

Essa estrutura desagregada permite uma rede mais adaptável e otimizada, viabilizando a interoperabilidade com o uso de equipamentos de diferentes fornecedores na mesma rede – o que não acontece na RAN tradicional. Além disso, traz um grande impulso na adoção massiva de computação em nuvem, ao proporcionar melhorias na capacidade da rede, no aumento da sua eficiência e segurança.

Além dos benefícios de flexibilidade, interoperabilidade entre componentes e independência de fornecedores, a adoção dos padrões Open RAN na construção e operação de redes móveis amplia a possibilidade de aplicação massiva de virtualização, bem como da aplicação de recursos de Machine Learning para otimização, automação e orquestração da rede. Outro benefício importante é a maior facilidade para inovações, a partir do uso de interfaces abertas e componentes desagregados. E ainda a diminuição dos custos dos serviços de telecomunicações, em função da redução dos investimentos em equipamentos e da operação das redes móveis.

Com isso, tanto as grandes operadoras móveis como as de menor porte serão beneficiadas e, por meio dessa tecnologia, poderão ajudar a disseminar os serviços de telecom para camadas da população ainda não atendidas. A expectativa é que, com a redução dos custos desses serviços, mais pessoas tenham acesso a eles no Brasil e em todo o mundo.

Aposta no futuro da indústria

Atualmente, a pesquisa da rede 6G encontra-se em sua fase inicial e diversos países e organizações de padronização ao redor do mundo já anunciaram seus planos para o desenvolvimento dessa tecnologia. O Brasil tem implementado várias iniciativas para se posicionar estrategicamente diante desses futuros avanços tecnológicos. Isso inclui tanto o desenvolvimento e expansão das redes de telecomunicações 5G, quanto a preparação para a transição para os sistemas 6G.

Neste cenário, o Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel) e o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD) são reconhecidos como Centros de Competência Embrapii. Ambos irão desenvolver conhecimento e estabelecer referências em pesquisas sobre tecnologias avançadas, cujo desenvolvimento é fundamental e estratégico para consolidar a posição do país na economia global.

Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel)

O xGMobile – Centro de Competência Embrapii Inatel em Redes 5G e 6G tem como objetivo tornar-se líder em pesquisa, desenvolvimento e inovação, concentrando-se nas tecnologias 5G e na exploração e avanço das futuras redes 6G. Além disso, o Centro se empenha em capacitar profissionais na área de redes de comunicações móveis, ao oferecer programas de formação em níveis de especialização.

Por meio de associações tecnológicas, o xGMobile facilita a formação de alianças estratégicas que reúnem empresas, centros de pesquisa, universidades e outras entidades importantes para o ecossistema das redes móveis, todos interessados em colaborar na solução de desafios de conectividade móvel em diversos cenários e verticais. A interação entre empresas do ecossistema de comunicações móveis e startups também é uma prioridade. Essa parceria permite que as empresas compartilhem suas necessidades específicas, enquanto as startups apresentam suas soluções e competências. Adicionalmente às suas atividades, o xGMobile disponibiliza aos seus parceiros uma infraestrutura moderna, projetada para atender às futuras demandas do setor, e conta com uma equipe de profissionais altamente qualificados e experientes em sua área de atuação.

Já o CPQD, credenciado como Centro de Competência Embrapii em Open RAN, atua nessa área desde 2018. Em outubro, inaugurou um novo espaço voltado à pesquisa, desenvolvimento e inovação na área de conectividade: o Núcleo de Evolução Tecnológica. Ele abriga laboratórios e ambientes integrados que dão suporte a diversos projetos de ponta em Open RAN. Um dos destaques do Núcleo é a implantação de uma rede privativa 5G Open RAN que cobre todo o Pólis de Tecnologia, em Campinas, onde o CPQD está instalado. Essa infraestrutura está sendo usada como base em projetos já em desenvolvimento e é um dos espaços para a realização de testes de interoperabilidade e customização de soluções Open RAN para o mercado brasileiro.

Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD)

O Centro de Competência Embrapii em Open RAN atua baseado em quatro pilares. Um deles é o de desenvolvimento de competências tecnológicas em pesquisa, desenvolvimento e inovação, que inclui a instalação do Laboratório Nacional Open RAN, a automação e orquestração de redes Open RAN em vários cenários e o desenvolvimento de componentes Open RAN destinados a atender demandas específicas do ecossistema brasileiro. Os outros pilares são a formação e capacitação de recursos humanos em Open RAN, inclusive no modelo de residência tecnológica; a atração e criação de startups para atuação nessa área; e a associação tecnológica, voltada à difusão do conhecimento, cooperação e a criação de redes-piloto em ambientes relevantes.

Assim, o Brasil não apenas segue as tendências globais, mas também contribui na definição de padrões e práticas futuras na indústria de telecomunicações, garantindo uma posição de destaque no cenário tecnológico internacional.

MICHAEL STOTT EDITOR DO FINANCIAL TIMES ANALISA A SITUAÇÃO ECONÔMICA E POLÍTICA BRASILEIRA DO GOVERNO LULA

  Área econômica é o ponto mais fraco do governo...