domingo, 19 de maio de 2024

A SEGUNDA TRAGÉDIA NO RS SÃO OS ÂNIMOS PALANQUEIROS DOS POLÍTICOS

 

História de Notas & Informações – Jornal Estadão

Nos primeiros dias após o Rio Grande do Sul ser atingido por uma tragédia climática e humana sem precedentes, autoridades dos Três Poderes deram uma demonstração de que pareciam ter compreendido a gravidade do momento. A ida do presidente Lula da Silva ao Estado comandado pelo governador Eduardo Leite (PSDB-RS), acompanhado de ministros, dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas, além do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, prenunciava uma grandeza possivelmente inédita: a concertação entre distintas instâncias de poder e lideranças políticas, algumas delas atravessadas por diferenças ideológicas e partidárias. Tratava-se de uma união de esforços compatível com o ineditismo das adversidades. Como este jornal sublinhou em editorial na ocasião, o imperativo da solidariedade obrigava os envolvidos a deixar as diferenças de lado e a unir esforços para ajudar os gaúchos (A tragédia que comove o País, 7/5/2024).

Mas esse clima de distensão e cooperação durou pouco. Se as lideranças políticas do País precisavam passar por um teste para mostrar sua capacidade de superação das diferenças e das ambições eleitorais em nome do bem comum, que é o fim último da política numa democracia digna do nome, não resta dúvida: passaram, e foram reprovadas. Pelo que se viu nos últimos dias, uma gestão errática da crise completou o caos das cidades gaúchas. O primeiro alerta vermelho, recorde-se, foi emitido em 29 de abril, as autoridades viajaram juntas na primeira semana de maio e até aqui ainda nem sequer existe uma central de gerenciamento de crise na qual os três níveis de governo e os Três Poderes possam se encontrar e tomar decisões. Ao contrário, as ações parecem regidas por desconfiança e críticas mútuas e uma assombrosa disputa por protagonismo.

Enquanto o governo de Lula da Silva resolveu criar uma exótica autoridade federal no Estado – sem comunicar previamente o governador Eduardo Leite e nomeando para o cargo, na caradura, um pré-candidato à sucessão do tucano –, bolsonaristas atacam o governo federal e a esquerda põe o dedo em riste contra o governo estadual. É flagrante a falta de coordenação entre as prefeituras, o governo estadual e a Presidência da República, numa relação adornada por demagogia, despreparo e desinformação. Para completar, um tiroteio generalizado nas redes sociais, com difusão de mentiras e distorções da realidade que, se não provocam danos na mesma escala dos estragos causados pelas chuvas, mina o esforço nacional para ajudar o Rio Grande do Sul. Algo bem diferente do que se viu, por exemplo, na tragédia provocada pelas chuvas no litoral norte de São Paulo, quando prefeitos da região, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o presidente Lula demonstraram união e capacidade de coordenação exemplares.

O mais grave é constatar que a desorganização de agora se dá diante de obstáculos ainda maiores, incluindo um desafio inaudito: reconstruir uma unidade inteira da Federação, destruída como se tivesse enfrentado uma guerra – que devastou praticamente toda a sua infraestrutura, deixou cidades completamente ilhadas, interditou pontes e estradas, deixou o principal aeroporto fechado por tempo indeterminado e prejudicou o fornecimento de água, energia elétrica e alimentos. E ainda nem é possível dizer qual a real extensão dos estragos e do esforço necessário para repará-los.

A confusão instalada nestes dias sombrios demonstra que nem mesmo a premente necessidade de salvar os gaúchos foi capaz de desarmar os ânimos palanqueiros. E, enquanto se calculam os prejuízos e os imensos aportes necessários para a reconstrução, os líderes políticos que deveriam estar cooperando desinteressadamente para acelerar o processo de recuperação do Rio Grande do Sul estão fazendo outro tipo de cálculo: quantos votos sua atuação na crise lhes dará nas próximas eleições.

NEM TODOS OS EVENTOS CLIMÁTICOS EXTREMOS SÃO ATRIBUÍDOS À MUDANÇA CLIMÁTICA MAS ESSES SE TORNAM MAIS FREQUENTES

 

História de Alistair Walsh – DW Brasil

Enchentes no Rio Grande do Sul, seca na Amazônia, ondas de calor na Ásia e na África: a mudança do clima causada pelo homem está tornando os eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes e mais perigosos.

Fortes chuvas no Rio Grande do Sul foram atribuídas à mudança climática e ao El Niño

Fortes chuvas no Rio Grande do Sul foram atribuídas à mudança climática e ao El Niño© Andre Penner/AP/picture alliance

Casos alarmantes de desastres climáticos não saem do noticiário mundial: enchentes no Rio Grande do Sul, seca na Amazônia, inundações e ondas de calor na África, calor extremo na Ásia.

A Organização Meteorológica Mundial (OMM), ligada às Nações Unidas, alertou que, até agora, 2024 tem sido um ano particularmente ruim em termos de clima extremo, com secas, calor excessivo e inundações causando graves danos à saúde e aos meios de subsistência.

“Quase todas as regiões do mundo registraram eventos climáticos e meteorológicos extremos de diferentes naturezas”, afirma Álvaro Silva, especialista em clima da OMM, à DW.

E embora nem todos os eventos climáticos extremos possam ser atribuídos à mudança climática, eles estão se tornando mais frequentes e mais perigosos devido às emissões de gases de efeito estufa provenientes da queima de carvão, petróleo e gás.

No ano passado, o Hemisfério Norte teve o verão mais quente dos últimos dois mil anos e, globalmente, 2024 está a caminho de ser ainda mais quente.

A ligação entre mudanças climáticas e o tempo

A mudança climática aumenta a evaporação das águas e coloca mais vapor de água na atmosfera. Isso causa chuvas mais intensas e enchentes em algumas áreas, e secas mais extremas em outras.

Temperaturas mais altas levam a ondas de calor mais frequentes. Esse fator somado a temperaturas oceânicas também mais altas causam estragos nos padrões climáticos globais, resultando em efeitos díspares em todo o planeta.

“Não é apenas sobre a frequência e a intensidade que se ouve falar, mas também sobre as mudanças no tempo e na duração desses extremos”, diz Silva. “Não sabemos mais o que é normal no clima, porque vemos uma tendência crescente de eventos extremos.”

A influência da mudança climática é evidente quando se observam as tendências climáticas a longo prazo, mas só recentemente foi possível determinar seu papel em eventos climáticos específicos.

A DW analisou três grandes eventos climáticos deste ano para verificar se a mudança climática foi um fator decisivo: as enchentes no Rio Grande do Sul, as ondas de calor na Índia e os tornados nos Estados Unidos.

O papel nas enchentes do Rio Grande do Sul

As piores enchentes da história do Rio Grande do Sul deixaram cerca de 150 mortos, mais de 100 desaparecidos e mais de 600 mil desalojados ou desabrigados. A vida pública está praticamente paralisada. Ao todo, mais de 2 milhões de pessoas foram afetadas diretamente pela tragédia.

Cientistas já apontaram os efeitos da mudança climática, além do fenômeno climático El Niño, que aquece as águas do Oceano Pacífico nessa época do ano, para explicar as enchentes.

Um estudo publicado pelo grupo francês Laboratório de Ciências Climáticas e Ambientais (LSCE, na sigla em francês) concluiu que as fortes chuvas no estado podem ser atribuídas principalmente à mudança climática causada pelo homem.

World Weather Attribution (WWA) – uma iniciativa de cientistas que investiga em que medida a mudança climática desempenhou um papel nos recentes eventos climáticos extremos – está trabalhando em seu próprio estudo. Mas a líder da WWA, Friederike Otto, afirma que as enchentes anteriores no Brasil estavam claramente ligadas à mudança climática.

Somada ao clima, a vulnerabilidade também desempenha um papel muito importante nos danos causados pelas enchentes, com alguns engenheiros apontando a falta de preparação e problemas de infraestrutura na região.

O papel nas ondas de calor na Índia

Em abril e maio, a Índia, juntamente com muitas partes da Ásia, sofreu com uma onda de calor sufocante. As temperaturas em algumas partes do território indiano chegaram a 47 °C, causando mortes e miséria generalizada.

As temperaturas em algumas partes do território indiano chegaram a 47 °C

As temperaturas em algumas partes do território indiano chegaram a 47 °C© Debarchan Chatterjee/NurPhoto/picture alliance

A onda de calor, inclusive, pôs em xeque o comparecimento às urnas nas eleições gerais da Índia, que ocorrem ao longo de seis semanas, de 19 de abril a 1º de junho, e são as maiores do mundo.

Vários políticos, funcionários, eleitores e gerentes de campanha ficaram doentes devido ao calor, incluindo um ministro que desmaiou no palco.

“Mais de 900 milhões de eleitores precisam sair ao ar livre e fazer fila (…) por horas e horas sob o sol”, afirma Leena Rikkila Tamang, diretora de Ásia na ONG IDEA, uma organização pró-democracia com sede na Suécia. “Vemos uma clara queda no comparecimento dos eleitores em comparação com as eleições de 2019.”

A onda de calor na Índia foi 45 vezes mais provável e 0,85 °C mais quente devido à mudança climática, de acordo com a World Weather Attribution (WWA).

“Não há absolutamente nenhuma dúvida de que, enquanto continuarmos queimando combustíveis fósseis e, com isso, aumentando a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera, essas ondas de calor se tornarão mais frequentes, mais severas e mais duradouras”, diz Otto, que lidera a organização.

Os danos causados por condições climáticas extremas dependem da vulnerabilidade da população. Mesmo um aumento de temperatura aparentemente baixo pode causar grandes danos.

“Em países como a Índia e outras partes do sul da Ásia, onde muitas pessoas trabalham ao ar livre, elas estão muito mais expostas e mais vulneráveis até mesmo a mudanças relativamente pequenas no calor extremo”, afirma Otto.

O papel nos tornados nos EUA

Os Estados Unidos registraram um grande número de tornados neste ano. Em um período de quatro dias, mais de 100 tornados atingiram a região Centro-Oeste e as Grandes Planícies, “causando danos significativos e perda de vidas”, segundo as autoridades.

O Serviço Nacional de Meteorologia em Omaha, no estado de Nebraska, estabeleceu um recorde ao emitir 48 alertas de tornado em um único dia.

Em apenas quatro dias, EUA registraram mais de 100 tornados no Centro-Oeste e nas Grandes Planícies

Em apenas quatro dias, EUA registraram mais de 100 tornados no Centro-Oeste e nas Grandes Planícies© Scott Schilke/Sipa USA/picture alliance

Mas as causas dos tornados são muito difíceis de determinar, porque eles são muito localizados. Os estudos para apontar ligações com a mudança climática funcionam melhor em eventos de grande escala em grandes áreas, como ondas de calor ou frio extremos e secas.

Com exceção dos ciclones tropicais no Atlântico Norte, a mudança climática não foi associada ao aumento da velocidade do vento, especialmente sobre a terra, de acordo com Friederike Otto.

“Como não vemos mudanças em outros tipos de velocidade do vento ou outros tipos de tempestades, eu não esperaria ver uma grande mudança, mas isso pode ser bem diferente no caso dos tornados, pois eles também são um fenômeno diferente.”

Essencialmente, os cientistas não sabem dizer que tipo de papel a mudança climática desempenhou nos tornados americanos ou se desempenhou de fato algum.

Clima extremo sempre existiu?

A história está repleta de exemplos de condições climáticas extremas, mesmo antes de as engrenagens da Revolução Industrial começarem a girar e a humanidade começar a queimar os combustíveis fósseis responsáveis pela mudança climática.

Esses eventos são fenômenos naturais, mas a mudança do clima claramente os tornou muito mais frequentes e muito mais extremos, garantem os especialistas.

Antes da década de 1990, cerca de 70 a 150 eventos climáticos e relacionados à água eram registrados por ano. Desde 2000, 300 eventos extremos têm sido registrados anualmente. Mesmo com a subnotificação no passado, “a diferença é inquestionável”, diz Silva, da OMM.

Autor: Alistair Walsh

PESQUISADORES ESTÃO DIRECIONANDO SEUS ESTUDOS PARA A FUTURA REDE DE COMUNICAÇÃO PARA A DÉCADA DE 2030

 

Por:

Luciano Leonel Mendes – coordenador do Centro de Competência Embrapii em Tecnologia e Infraestrutura de conectividade 5G e 6G

Poliane Aires Teixeira – Pesquisadora do Centro de Competência Embrapii em Tecnologia e Infraestrutura de conectividade 5G e 6G

Fuad Abinader – coordenador do Centro de Competência Embrapii em Open RAN

O Dia Mundial das Telecomunicações, celebrado em 17 de maio, nos lembra do poder transformador da conectividade na sociedade moderna, ao permitir que pessoas, comunidades e empresas se comuniquem e se conectem instantaneamente em todo o mundo. Por meio da evolução da tecnologia e da infraestrutura de redes, como 5G e futuramente 6G, o potencial da conectividade é ampliado, sobretudo para a indústria. A Embrapii aposta nesse amanhã com dois Centros de Competência, especializados em tecnologia e infraestrutura de conectividade 5G e 6G, e em Open RAN, para desempenharem um papel fundamental no desenvolvimento dessas tecnologias aplicadas na indústria. Com a colaboração entre empresas, startups e instituições de pesquisa de excelência, esses Centros não apenas aprimoram a conectividade, mas também capacitam e formam recursos humanos qualificados. Dessa forma, enfrentaremos desafios tecnológicos para auxiliar a indústria no aumento da eficiência, na produtividade e na competitividade global das empresas brasileiras. Estamos preparando o terreno para uma nova era de conectividade e inovação industrial.

Os sistemas de comunicação móvel celular já evoluíram através de cinco gerações distintas. A quinta geração (5G) de comunicação móvel celular, utilizada hoje, foi oficialmente introduzida no mercado em 2020, utilizando as faixas de sub-6 GHz e ondas milimétricas (mmWave).

Evolução das redes móveis, destacando as principais características de cada geração

Atualmente, há aplicações e serviços que demandam um desempenho de comunicação superior às capacidades da rede 5G, incluindo cobertura em áreas remotas, altas taxas de transmissão, latência extremamente baixa, conexões densamente integradas, posicionamento de alta precisão, conectividade confiável e segura, baixo consumo de energia e alta eficiência energética, além de inteligência onipresente.

Diante desse cenário, pesquisadores já estão direcionando seus estudos para a futura rede de comunicação, para atender às demandas de serviços projetados para a década de 2030. Hoje, os avanços mais significativos em redes móveis visam acomodar um aumento exponencial no tráfego e na necessidade por conectividade. No entanto, as diretrizes para as redes 6G são ainda mais ambiciosas, ao buscar introduzir funcionalidades inovadoras que superam as expectativas estabelecidas pelo IMT-2020 (International Mobile Telecommunications-2020).

As premissas para o desenvolvimento das redes 6G incluem um estudo detalhado das comunicações marítimas globais e das comunicações por satélite em regiões de alta latitude para garantir uma cobertura abrangente em áreas remotas. Além disso, o consumo de energia é uma preocupação para muitas aplicações, tornando necessário reduzir o consumo de energia e aumentar a eficiência energética da rede.

As projeções indicam uma transformação em direção a uma sociedade altamente digitalizada e inteligente. Esta evolução é impulsionada por avanços tecnológicos que permitem a manipulação massiva de dados em tempo real e uma conectividade contínua e ilimitada. A sociedade evolui para uma realidade em que todos os aspectos do cotidiano são sustentados por redes totalmente sem fio disponíveis em todos os lugares e a qualquer momento.

Perspectivas tecnológicas para um mundo conectado

A chegada das redes 6G promete mudar uma série de aplicações tecnológicas a partir de sua capacidade superior em termos de taxas de transmissão, conectividade, latência, confiabilidade, posicionamento, integração inteligente, entre outros.

Entre as aplicações mais promissoras, a telepresença holográfica se destaca ao permitir interações realistas em tempo real. Essa tecnologia possibilita que pessoas participem de reuniões e eventos como hologramas, ao criar a sensação de presença física a distância. Outra aplicação relevante é o veículo aéreo não tripulado que necessita de transmissão imediata de comandos de controle e recebimento de vídeo e dados sensoriais para garantir operações eficientes e seguras. Adicionalmente, a interação humana com ambientes digitais pode ser facilitada tanto pela realidade estendida quanto pelo metaverso.

A realidade estendida, que engloba realidade virtual, aumentada e mista, oferece experiências imersivas e interativas fundamentais para uma variedade de aplicações, desde entretenimento até simulações para treinamento. Por outro lado, o metaverso é conceituado como um espaço virtual coletivo, persistente e escalável que coexiste com o mundo físico. Dentro deste ambiente, os usuários podem interagir, explorar e se engajar em uma diversidade de atividades sociais, econômicas e de entretenimento em ambientes 3D imersivos.

Já o Smart Grid 2.0 representa as redes inteligentes de próxima geração, capazes de gerenciar a distribuição de energia de forma mais eficiente, integrar fontes renováveis e responder dinamicamente às flutuações de demanda e oferta de energia. E a Internet Tátil possibilita que os usuários interajam com objetos virtuais de maneira tangível, abrindo novos caminhos para a educação, saúde e comércio eletrônico.

Por fim, a Indústria 5.0 promove a colaboração entre humanos e máquinas por meio de redes robustas que facilitam a coleta e análise de dados em tempo real, automação inteligente e processos de produção flexíveis, apoiando a evolução da Internet de Tudo (IoE, Internet of Everything). A IoE integra dispositivos conectados, pessoas, processos e dados em uma rede mais ampla e unificada.

A figura a seguir ilustra algumas das aplicações abordadas para o desenvolvimento e implementação das futuras redes de comunicação.

Algumas aplicações das redes 6G

Em compasso com essas tendências, vem sendo desenvolvido um conjunto de tecnologias habilitadoras para a abertura e desagregação das redes móveis conhecido como Open RAN – sigla em inglês para rede de acesso por rádio (RAN) aberta. O objetivo é permitir a combinação de soluções tecnológicas de fornecedores distintos, a partir de especificações abertas de componentes e interfaces – o que traz flexibilidade, potencializa a independência e abre caminho para a introdução mais rápida de inovações.

Configuração de um sistema Open RAN

Na RAN tradicional, os dados trafegam do terminal celular para a estação radiobase (ERB) a qual está conectado. A ERB, por sua vez, encaminha o tráfego de dados para o núcleo de rede, responsável pela gerência do acesso e pela comunicação com as aplicações na internet. As redes 5G introduziram habilitadores para inovações como a subdivisão da RAN em unidade centralizada, para gestão de controle e cessões de usuário; unidade distribuída, para processamento de software e banda de rádio, e a unidade de rádio, contendo o hardware associado ao processamento de banda base.

Essa estrutura desagregada permite uma rede mais adaptável e otimizada, viabilizando a interoperabilidade com o uso de equipamentos de diferentes fornecedores na mesma rede – o que não acontece na RAN tradicional. Além disso, traz um grande impulso na adoção massiva de computação em nuvem, ao proporcionar melhorias na capacidade da rede, no aumento da sua eficiência e segurança.

Além dos benefícios de flexibilidade, interoperabilidade entre componentes e independência de fornecedores, a adoção dos padrões Open RAN na construção e operação de redes móveis amplia a possibilidade de aplicação massiva de virtualização, bem como da aplicação de recursos de Machine Learning para otimização, automação e orquestração da rede. Outro benefício importante é a maior facilidade para inovações, a partir do uso de interfaces abertas e componentes desagregados. E ainda a diminuição dos custos dos serviços de telecomunicações, em função da redução dos investimentos em equipamentos e da operação das redes móveis.

Com isso, tanto as grandes operadoras móveis como as de menor porte serão beneficiadas e, por meio dessa tecnologia, poderão ajudar a disseminar os serviços de telecom para camadas da população ainda não atendidas. A expectativa é que, com a redução dos custos desses serviços, mais pessoas tenham acesso a eles no Brasil e em todo o mundo.

Aposta no futuro da indústria

Atualmente, a pesquisa da rede 6G encontra-se em sua fase inicial e diversos países e organizações de padronização ao redor do mundo já anunciaram seus planos para o desenvolvimento dessa tecnologia. O Brasil tem implementado várias iniciativas para se posicionar estrategicamente diante desses futuros avanços tecnológicos. Isso inclui tanto o desenvolvimento e expansão das redes de telecomunicações 5G, quanto a preparação para a transição para os sistemas 6G.

Neste cenário, o Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel) e o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD) são reconhecidos como Centros de Competência Embrapii. Ambos irão desenvolver conhecimento e estabelecer referências em pesquisas sobre tecnologias avançadas, cujo desenvolvimento é fundamental e estratégico para consolidar a posição do país na economia global.

Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel)

O xGMobile – Centro de Competência Embrapii Inatel em Redes 5G e 6G tem como objetivo tornar-se líder em pesquisa, desenvolvimento e inovação, concentrando-se nas tecnologias 5G e na exploração e avanço das futuras redes 6G. Além disso, o Centro se empenha em capacitar profissionais na área de redes de comunicações móveis, ao oferecer programas de formação em níveis de especialização.

Por meio de associações tecnológicas, o xGMobile facilita a formação de alianças estratégicas que reúnem empresas, centros de pesquisa, universidades e outras entidades importantes para o ecossistema das redes móveis, todos interessados em colaborar na solução de desafios de conectividade móvel em diversos cenários e verticais. A interação entre empresas do ecossistema de comunicações móveis e startups também é uma prioridade. Essa parceria permite que as empresas compartilhem suas necessidades específicas, enquanto as startups apresentam suas soluções e competências. Adicionalmente às suas atividades, o xGMobile disponibiliza aos seus parceiros uma infraestrutura moderna, projetada para atender às futuras demandas do setor, e conta com uma equipe de profissionais altamente qualificados e experientes em sua área de atuação.

Já o CPQD, credenciado como Centro de Competência Embrapii em Open RAN, atua nessa área desde 2018. Em outubro, inaugurou um novo espaço voltado à pesquisa, desenvolvimento e inovação na área de conectividade: o Núcleo de Evolução Tecnológica. Ele abriga laboratórios e ambientes integrados que dão suporte a diversos projetos de ponta em Open RAN. Um dos destaques do Núcleo é a implantação de uma rede privativa 5G Open RAN que cobre todo o Pólis de Tecnologia, em Campinas, onde o CPQD está instalado. Essa infraestrutura está sendo usada como base em projetos já em desenvolvimento e é um dos espaços para a realização de testes de interoperabilidade e customização de soluções Open RAN para o mercado brasileiro.

Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD)

O Centro de Competência Embrapii em Open RAN atua baseado em quatro pilares. Um deles é o de desenvolvimento de competências tecnológicas em pesquisa, desenvolvimento e inovação, que inclui a instalação do Laboratório Nacional Open RAN, a automação e orquestração de redes Open RAN em vários cenários e o desenvolvimento de componentes Open RAN destinados a atender demandas específicas do ecossistema brasileiro. Os outros pilares são a formação e capacitação de recursos humanos em Open RAN, inclusive no modelo de residência tecnológica; a atração e criação de startups para atuação nessa área; e a associação tecnológica, voltada à difusão do conhecimento, cooperação e a criação de redes-piloto em ambientes relevantes.

Assim, o Brasil não apenas segue as tendências globais, mas também contribui na definição de padrões e práticas futuras na indústria de telecomunicações, garantindo uma posição de destaque no cenário tecnológico internacional.

LULA QUER OBRIGAR A PETROBRAS A SE ALINHAR AOS SEUS PROJETOS MESMO QUE TAIS PROJETOS NÃO SÃO DO INTERESSE DA EMPRESA

Vai começar tudo de novo

História de Notas & Informações – Jornal Estadão

O presidente Lula da Silva está disposto a obrigar a Petrobras a se alinhar, em ritmo e intensidade, aos projetos que considera fundamentais para seu governo, mesmo que tais projetos não sejam do interesse da empresa. Diante disso, os R$ 34 bilhões que a petroleira perdeu em valor de mercado imediatamente após a demissão sumária de Jean Paul Prates da presidência da estatal serão apenas uma fração do que a Petrobras perderá ao ser transformada, de novo, em vaca leiteira da demagogia lulopetista.

Queda de valor das ações na bolsa depois de um anúncio de mudança é uma reação previsível e até faz parte do jogo especulativo do mercado. Pelo tamanho da Petrobras, a cifra envolvida nem chega a assustar no curto prazo. O problema é o que virá depois, a médio e longo prazos. E, o que se depreende das movimentações do governo, a intenção de Lula em seu terceiro mandato é reativar a pleno vapor políticas que causaram perdas não de dezenas, mas de centenas de bilhões de reais, a maior parte delas irrecuperável.

O pior é que o rombo colossal aberto na Petrobras não trouxe as compensações sociais que prometiam as gestões petistas de Lula e Dilma Rousseff. Ao contrário, foi um jogo de perde-perde, em que os maiores lesados pela administração dolosa da empresa, além dela mesma, foram o País e os contribuintes. O desvario começou já no primeiro mandato de Lula, que vislumbrou na descoberta do pré-sal seu eldorado particular e iniciou sua jornada tão megalomaníaca quanto desarrazoada.

O espantoso é que, mesmo depois do fracasso retumbante de suas iniciativas, Lula insiste na obsessão. É o que fica claro, por exemplo, na elevação significativa do volume de investimentos previsto pela Petrobras já no primeiro ano de seu retorno ao Planalto. No fim de 2023, a empresa anunciou US$ 102 bilhões para o período 2024-2028, uma alta de mais de 30% em relação à programação anterior, que o agora ex-presidente Prates promoveu na tentativa de agradar ao chefe e se manter no cargo.

Desde 2015, a Petrobras estava optando por ciclos de investimentos abaixo da marca dos US$ 100 bilhões. Em seu período mais frenético, entre 2010 e 2014, o volume ultrapassou a marca de US$ 220 bilhões, o que mereceu destaque em um processo do Tribunal de Contas da União (TCU) que avaliou o desnível entre investimentos, endividamento e a política de preços de combustíveis – responsável pela receita – como “inequívocos sinais de ameaça à perenidade da companhia”.

Agora, Lula quer que a Petrobras acelere novamente os investimentos, para ter o quanto antes obras grandiosas para inaugurar em sua ininterrupta campanha eleitoral, como por exemplo a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e o Comperj, no Rio de Janeiro, que se transformaram em emblemas de desperdício de dinheiro e corrupção. O projeto da refinaria estimava custos em torno de US$ 2 bilhões, consumiu US$ 19 bilhões e ficou pela metade. O polo petroquímico, nem a quarta parte do previsto alcançou e engoliu outros US$ 8 bilhões, de acordo com o TCU.

O valor das perdas da Petrobras com políticas irrealistas e investimentos fracassados a partir de 2003, início do mandarinato petista, é estimado em mais de R$ 300 bilhões. Somente a contenção do preço dos combustíveis – uma política populista muito cara ao PT e que teve seu auge na gestão de Dilma – representou perda de receitas da ordem de R$ 180 bilhões. Entre 2005 e o fim de 2011, ainda de acordo com o TCU, os preços de diesel e gasolina foram mantidos praticamente no mesmo patamar, a despeito da escalada dos preços internacionais e da necessidade de financiar os maiores planos de negócios da empresa.

Nunca antes em sua história, a Petrobras se viu mergulhada em tamanha disparidade entre receitas e despesas. O objetivo da empresa, além de prover o mercado interno de combustíveis, é buscar o lucro e distribuir dividendos a seus acionistas. Cabe à União, que recebe a parte do Leão desses dividendos, dar retorno à sociedade em suas políticas públicas. Atender a objetivos macroeconômicos e sociais não é tarefa da Petrobras, ao contrário das ideias defendidas por Magda Chambriard, o próximo poste de Lula na empresa.

 

ESPECIALISTA EM DADOS SÃO PEÇA-CHAVE DA TRANSFORMAÇÃO DIGITAL E INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

 

Guilherme Seabra | Fundador e CEO da Seabra Consulting e Primecode

Especialista em transformação digital e inovação tecnológica

@guilhermeseabra.oficial

Especialistas em dados se tornam peça-chave na era da transformação digital e inteligência artificial

Na era digital, a demanda por cientistas de dados está crescendo à medida que as empresas buscam extrair valor dos enormes volumes de dados gerados todos os dias. Guilherme Seabra, CEO da Seabra Consulting e Primecode e especialista em transformação digital, enfatiza o papel crucial desses profissionais na tomada de decisões estratégicas. “Os cientistas de dados são vitais para converter dados brutos em insights práticos que direcionam estratégias empresariais”, afirma Seabra.

Ele também aponta os desafios que as empresas enfrentam no manejo dessa enxurrada de dados, incluindo armazenamento, análise e segurança. “A qualidade e a limpeza dos dados, a integração e a capacidade de processamento são desafios importantes que precisam ser superados para maximizar o valor dos dados”, acrescenta.

Segundo Seabra, a análise de dados está transformando a maneira como as empresas operam e competem, impulsionando inovações, aumentando a eficiência e sustentando vantagens competitivas.

“A adoção de inteligência artificial (IA) está expandindo ainda mais a necessidade de cientistas de dados, uma vez que a IA depende intensamente de análises para gerar resultados eficazes, tornando esses profissionais fundamentais na implementação de estratégias”, explica.

Indústrias como tecnologia, finanças, saúde, automotiva e energia estão na vanguarda no recrutamento desses especialistas.

“Com um aumento de 500% na procura por esses profissionais e previsões de um crescimento de 485% em novas carreiras relacionadas a dados somente no primeiro semestre deste ano, é evidente que a análise de dados está definindo significativamente o futuro dos negócios”, conclui Guilherme.

CARACTERÍSTICAS DA VALEON

Perseverança

Ser perseverante envolve não desistir dos objetivos estipulados em razão das atividades, e assim manter consistência em suas ações. Requer determinação e coerência com valores pessoais, e está relacionado com a resiliência, pois em cada momento de dificuldade ao longo da vida é necessário conseguir retornar a estados emocionais saudáveis que permitem seguir perseverante.

Comunicação

Comunicação é a transferência de informação e significado de uma pessoa para outra pessoa. É o processo de passar informação e compreensão entre as pessoas. É a maneira de se relacionar com os outros por meio de ideias, fatos, pensamentos e valores. A comunicação é o ponto que liga os seres humanos para que eles possam compartilhar conhecimentos e sentimentos. Ela envolve transação entre pessoas. Aquela através da qual uma instituição comunica suas práticas, objetivos e políticas gerenciais, visando à formação ou manutenção de imagem positiva junto a seus públicos.

Autocuidado

Como o próprio nome diz, o autocuidado se refere ao conjunto de ações que cada indivíduo exerce para cuidar de si e promover melhor qualidade de vida para si mesmo. A forma de fazer isso deve estar em consonância com os objetivos, desejos, prazeres e interesses de cada um e cada pessoa deve buscar maneiras próprias de se cuidar.

Autonomia

Autonomia é um conceito que determina a liberdade de indivíduo em gerir livremente a sua vida, efetuando racionalmente as suas próprias escolhas. Neste caso, a autonomia indica uma realidade que é dirigida por uma lei própria, que apesar de ser diferente das outras, não é incompatível com elas.

A autonomia no trabalho é um dos fatores que impulsionam resultados dentro das empresas. Segundo uma pesquisa da Page Talent, divulgada em um portal especializado, 58% dos profissionais no Brasil têm mais facilidade para desenvolver suas tarefas quando agem de maneira independente. Contudo, nem todas as empresas oferecem esse atributo aos colaboradores, o que acaba afastando profissionais de gerações mais jovens e impede a inovação dentro da companhia.

Inovação

Inovar profissionalmente envolve explorar novas oportunidades, exercer a criatividade, buscar novas soluções. É importante que a inovação ocorra dentro da área de atuação de um profissional, evitando que soluções se tornem defasadas. Mas também é saudável conectar a curiosidade com outras áreas, pois mesmo que não represente uma nova competência usada no dia a dia, descobrir novos assuntos é uma forma importante de ter um repertório de soluções diversificadas e atuais.

Busca por Conhecimento Tecnológico

A tecnologia tornou-se um conhecimento transversal. Compreender aspectos tecnológicos é uma necessidade crescente para profissionais de todas as áreas. Ressaltamos repetidamente a importância da tecnologia, uma ideia apoiada por diversos especialistas em carreira.

Capacidade de Análise

Analisar significa observar, investigar, discernir. É uma competência que diferencia pessoas e profissionais, muito importante para contextos de liderança, mas também em contextos gerais. Na atualidade, em um mundo com abundância de informações no qual o discernimento, seletividade e foco também se tornam grandes diferenciais, a capacidade de analisar ganha importância ainda maior.

Resiliência

É lidar com adversidades, críticas, situações de crise, pressões (inclusive de si mesmo), e ter capacidade de retornar ao estado emocional saudável, ou seja, retornar às condições naturais após momentos de dificuldade. Essa é uma das qualidades mais visíveis em líderes. O líder, mesmo colocando a sua vida em perigo, deve ter a capacidade de manter-se fiel e com serenidade em seus objetivos.

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sábado, 18 de maio de 2024

STF GASTA R$ 100 MIL COM DIÁRIAS DE UM SEGURANÇA DO MINISTRO TOFFOLI

História de CONSTANÇA REZENDE E LUCAS MARCHESINI – Folha de S. Paulo

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ministro Dias Toffoli, do STF (Supremo Tribunal Federal), gastou R$ 99,6 mil de recursos públicos em diárias para o exterior para um segurança que o acompanhou em viagens para Londres, no Reino Unido, e Madri, na Espanha.

A quantia foi paga no mês de abril ao servidor Marcelo Ribeiro Pires, segundo o portal da transparência do tribunal. O funcionário, lotado no gabinete de Toffoli, é responsável pela segurança do ministro.

De acordo com o Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira) do governo, a quantia corresponde ao pagamento de 25 diárias internacionais, de 23 de abril até esta sexta-feira (17).

Os ministros do STF estão sob pressão devido à falta de transparência sobre as viagens para eventos na Europa, sobre as quais não divulgaram informações como custeio e período fora do Brasil.

Toffoli participou de eventos jurídicos no exterior nesse período, entre eles o 1º Fórum Jurídico Brasil de Ideias, que ocorreu em Londres de 24 a 26 de abril.

O encontro foi organizado pelo Grupo Voto, presidido pela cientista política Karim Miskulin, que em 2022, às vésperas da campanha eleitoral, promoveu almoço de Jair Bolsonaro (PL) com 135 empresárias e executivas no Palácio Tangará, em São Paulo.

Empresas com ações nos tribunais superiores bancaram palestrantes ou patrocinaram o evento. Entre elas, estão a indústria de cigarros BAT Brasil (British American Tobacco) –antiga Souza Cruz– e o Banco Master.

Em seguida, Toffoli esteve em Madri, onde foi convidado a participar de um debate jurídico no dia 3 de maio, mas não compareceu ao evento. No dia 2 de maio, ele participou remotamente da sessão do tribunal.

Depois, ele foi a um terceiro evento jurídico, também na capital espanhola, ocorrido de 6 a 8 de maio.

Na ocasião, o ministro palestrou no programa internacional de alta formação Segurança Jurídica e Tributação, realizado pela Escola Superior de Advocacia Nacional, braço educativo do Conselho Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

Um levantamento feito pela Folha de S.Paulo no início deste mês constatou que Toffoli foi o recordista em participações de sessões do plenário por videoconferência em 2024, em um total de 10. Desde que foi à Europa, o ministro participa das sessões online, como foi o caso desta semana.

O tribunal aprovou uma resolução regulamentando o uso de videoconferência durante a pandemia da Covid, em 2020. À época, a inovação fez com que a corte não parasse de realizar sessões durante o período de distanciamento social.

Segundo a assessoria de imprensa do STF, o pagamento das diárias de servidores segue o previsto na instrução normativa 291, editada em fevereiro deste ano.

De acordo com a norma, terão direito ao benefício os funcionários que, “no interesse do STF e em caráter eventual ou transitório”, desloquem-se para fora do Distrito Federal ou para o exterior.

A quantia deve ser destinada a despesas com hospedagem, alimentação e locomoção urbana. Ela não inclui os gastos com passagens, que entram em outra rubrica pelo tribunal.

A resolução ainda estipula que o pagamento de diárias para missão no exterior depende de autorização prévia do afastamento do funcionário. A autorização é feita por ato do diretor-geral do tribunal, “observada a disponibilidade orçamentária e a lei de diretrizes orçamentárias vigente”.

O servidor deve apresentar o motivo do convite ao exterior, “demonstrando a capacidade técnica, jurídica, científica ou cultural que evidencie a importância dos serviços a serem prestados ao STF”. Além do cronograma das atividades a serem desenvolvidas, se for o caso.

Os valores para diárias internacionais são de US$ 959,40 para ministros e US$ 671,58 para demais beneficiários. Os recursos são pagos antecipadamente, de uma só vez, exceto em casos de afastamentos emergenciais; ou quando compreender período superior a 15 dias, quando poderão ser pagos em parcelas, segundo a norma.

A assessoria de comunicação do tribunal disse à Folha de S.Paulo que “a contratação do serviço de segurança no exterior custa mais caro do que a concessão de diárias a servidores que, inclusive, já conhecem a rotina e a necessidade dos ministros”.

Também disse que “a despesa com segurança no exterior é necessária em razão do aumento de ataques e incidentes envolvendo os magistrados no exterior”.

Toffoli disse, no início deste mês, quando ainda estava em Madri, que as reportagens a respeito das viagens dos magistrados à Europa para participar de eventos jurídicos de outras instituições são “absolutamente inadequadas, incorretas e injustas”.

“É o tribunal que, no ano passado, tomou colegiadamente mais de 15 mil decisões. Então, essas matérias são absolutamente inadequadas, incorretas e injustas”, afirmou, ao ser questionado pelo jornal.

 

STF NEGA SALVO-CONDUTO CONTRA PRISÃO DE BOLSONARO

 

História de CAÍQUE ALENCAR E ANNA SATIE – Folha de S. Paulo

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O STF negou por unanimidade um pedido de salvo-conduto para evitar uma eventual prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado.

Ministros acompanharam o relator do caso, Nunes Marques. Só Alexandre de Moraes não votou: ele se declarou impedido, já que a ação envolve decisões dele no inquérito dos atos golpistas de 8 de janeiro.

Autor do pedido é advogado que não faz parte da equipe de defesa do ex-presidente. Além de blindagem preventiva, Djalma Lacerda também queria o fim das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado entre 2022 e 2023

Julgamento começou na última sexta-feira (10) no plenário virtual. nesta sexta-feira (17) era o último dia para os ministros divulgarem suas decisões.

Mendonça e Nunes Marques, indicados por Bolsonaro à Corte, rejeitaram pedido. Relator do caso, Nunes Marques já havia negado a ação em decisão monocrática. À época, ele avaliou que não havia qualquer “ilegalidade evidente” na investigação contra Bolsonaro que justificasse um habeas corpus. O advogado autor do salvo-conduto recorreu, e o caso foi submetido ao plenário virtual.

Ex-presidente é alvo de investigação de trama golpista. Segundo a PF, uma organização criminosa que teria conspirado para manter Bolsonaro na Presidência.

SISTEMA PENITENCIARIO DO RIO DE JANEIRO INFORMA QUE NÃO TEM CONDIÇÕES DE TRATAR ROBERTO JEFFERSON

 

História de Jean Araújo – Jornal Estadão

Secretaria de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro (Seap) informou que o sistema penitenciário do Estado não tem condições de receber e tratar Roberto Jefferson (sem partido), após o hospital particular Samaritano Botafogo, onde que o ex-deputado está, sugerir dar alta ao detento.

A posição foi dada ao Supremo Tribunal Federal (STF), após o ministro Alexandre de Moraes solicitar que a instituição realizasse exames a fim de estabelecer a viabilidade de Jefferson retornar a Bangu 8, prisão em que o mesmo se encontra desde outubro de 2022.

De acordo com o relatório apresentado pelo hospital, Jefferson apresenta quadro estável, recebe visita regulares da equipe médica e pode receber tratamento fora da unidade. Entretanto, a Seap diz que, mesmo que haja estabilidade clinica do paciente, a partir dos exames apresentados, a recomendação é ele continuar internado na instituição hospitalar, para evitar o risco de piora de doenças crônicas e manter o controle nutricional.

Sistema prisional do Rio de Janeiro diz não ter condições de receber Roberto Jefferson Foto: Reprodução/SEAP

Sistema prisional do Rio de Janeiro diz não ter condições de receber Roberto Jefferson Foto: Reprodução/SEAP© Fornecido por Estadão

O caso de Roberto Jefferson

Moraes determinou a prisão domiciliar de Jefferson em 2021 após ligar o político a uma ‘organização criminosa que queria desestabilizar as instituições, dentro do inquérito das milícias digitais.

Jefferson ficou em regime domiciliar até outubro de 2022, quando violou sua condição após postar um vídeo com ofensas contra a ministra do STF e hoje presidente da Casa, Carmen Lúcia. Ao receber voz de prisão, o ex-deputado apresentou resistência. Quando os policiais federais chegaram a sua casa, ele realizou disparos de fuzil e atirou granadas contra os agentes da PF.

Em junho de 2023, Jefferson foi autorizado pela Justiça a deixar Bangu 8 e a ser internado no hospital Samaritano Botafogo após sofrer uma queda. Segundo a defesa do detento, o tratamento não poderia ser feito no presídio, pois os advogados alegaram ser necessário um atendimento especializado e multidisciplinar.

TURBULÊNCIA POLÍTICA EM BRASÍLIA É MAIOR QUE A CATÁSTROFE CLIMÁTICA NO RS

História de editora3 – IstoÉ Dinheiro

Foi uma tragédia anunciada. Não a catástrofe climática no Rio Grande do Sul, mas a turbulência política na maior empresa brasileira. A demissão de Jean Paul Prates na Petrobras já era esperada há meses, e sua cabeça era pedida por nove entre dez petistas. Apesar de também pertencer ao partido, Prates era o maior defensor de uma visão “pró-mercado” na estatal, na contramão do desejo do presidente Lula e de seus principais auxiliares de usar a petroleira para promover políticas públicas e dar uma mãozinha nas contas do governo.

Já há uma intervenção disfarçada nos preços dos combustíveis, que estão defasados em relação aos valores praticados no exterior, ainda que esse controle esteja muito longe do tabelamento praticado na gestão Dilma Rousseff. O governo já anunciou que voltará a investir nas refinarias que viraram sinônimo de escândalo na década passada (e levaram a companhia a ocupar a posição de mais endividada do planeta). Além disso, insiste em colocar na gestão de estatais políticos e companheiros. É evidente que há uma sensação de “déjà vu” no terceiro mandato de Lula, no pior sentido da expressão. A reação imediata na Bolsa, com as ações da Petrobras despencando, é o prenúncio de ainda mais mau humor entre investidores.

E isso aconteceu mesmo após Fernando Haddad ter botado água na fervura da crise que vinha consumindo ministros palacianos e Prates nos últimos meses. O ministro da Fazenda colocou um representante seu no Conselho da Petrobras e abriu caminho para um pagamento parcial de dividendos extras nas últimas semanas, o que acalmou acionistas e apontava para uma gestão mais profissionalizada na companhia. Os próximos dias mostrarão se Haddad ainda manterá influência sobre os rumos da petroleira, ou se os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Silveira (Minas e Energia) definitivamente mudarão a sua administração. No fundo, o resultado dessa briga antecipa de certa forma o próprio destino de Haddad, que também enfrenta fogo amigo por defender a responsabilidade com as contas públicas. Seu Arcabouço Fiscal está fragilizado, e muitos especialistas acham que é uma questão de tempo para também essa política, que nunca esteve na agenda do PT, naufragar.

Lula adiou esse desfecho por causa da queda na sua popularidade registrada pelos principais institutos de pesquisa. Tem mostrado irritação com seus ministros, além de cobrar publicamente resultados. Aparentemente essa sangria na percepção pública sobre o presidente foi estancada, e os últimos índices mostram estabilidade, o que não significa exatamente uma boa notícia para o Planalto. A economia sem dúvida é uma das âncoras da atual gestão, e uma mudança de rumo em uma das áreas que estava sustentando o governo pode antecipar problemas para o mandatário — e para o País.

Atualmente, há nuvens em formação sobre o prédio do Banco Central. O presidente da instituição, Roberto Campos Neto, deixará seu posto até o final do ano. Ele é o principal defensor da política de juros altos, que tem garantido a inflação controlada. Lula quer derrubar a Selic e acelerar a economia, diminuindo a cautela com a inflação. Essa política já levou a um desastre de proporções catastróficas na última década. Será que os economistas e seus alertas serão ignorados também nesse caso, assim como os ambientalistas que previram o desastre no Sul?

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IDEIAS LIBERAIS DE TEBET NÃO BATEM COM AS IDEIAS DE GASTOS DO GOVERNO LULA

História de Notas & Informações – Jornal Estadão Com apenas nove meses de vigência, o arcabouço fiscal dá mostras evidentes de não ser capaz de entregar o crescimento econômico com responsabilidade fiscal que promete, mantidos os atuais parâmetros para gastos e receitas. Os sinais preocupantes que surgem por todos os lados mostram que é preciso recalibrar as despesas públicas, que não tiveram tratamento adequado no regime fiscal do governo Lula da Silva e ameaçam comprometer o equilíbrio das contas e levar a administração federal à insolvência, afetando os investimentos públicos.

O roteiro para o necessário corte de despesas do governo, parte mais sensível e complexa do gerenciamento fiscal, coube ao Ministério do Planejamento, de Simone Tebet – que, sendo liberal, é um corpo estranho no governo lulopetista. Tebet assumiu uma solitária batalha que tende a transformá-la em bode expiatório do PT. Para indignação dos petistas, a ministra estuda ajustes para tornar viáveis os pagamentos de benefícios previdenciários e para conciliar os gastos obrigatórios, as despesas discricionárias e o custeio da máquina pública.

Utilizando projeções do Ministério do Planejamento obtidas por meio da Lei de Acesso à Informação, reportagem do Estadão mostrou que até 2028 os gastos mínimos constitucionais com Saúde e Educação vão consumir 112% do espaço das despesas não obrigatórias do Orçamento federal. Os dados corroboram a necessidade de revisão dos pisos constitucionais, o que já havia sido constatado pelo Tesouro, quando propôs, no ano passado, a vinculação desses gastos ao crescimento da população, ao PIB per capita ou ao próprio arcabouço fiscal.

Outra linha mestra do plano de Tebet, a desindexação dos benefícios previdenciários do modelo de reajuste do salário mínimo, foi invalidada no nascedouro pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “Não vejo muito espaço, nessa seara, para discussão da questão do mínimo”, disse o ministro, em entrevista ao Estadão/Broadcast.

Difícil imaginar uma gestão Lula da Silva discutindo temas como a desindexação de benefícios da Previdência do salário mínimo; a vinculação de gastos com saúde e educação aos limites impostos pelo arcabouço; e a recalibragem da contribuição federal ao Fundeb, um fundo de natureza contábil voltado à educação básica. Todas compõem o cardápio de alternativas em estudos no Planejamento. Adotá-las ou não será uma decisão política do governo. Mas não parece crível esperar avaliação ponderada e criteriosa de uma administração federal que defende o gasto público irrestrito, pois, como diz Lula, não se trata de gasto, e sim de “investimento”.

Orgulhosamente desenvolvimentista e estatista, o PT atacou pesadamente o trabalho em curso no Planejamento. A presidente do partido, Gleisi Hoffmann, foi ao X para classificar como “muito ruins” as propostas de Tebet, que, segundo ela, “contrariam o programa de governo eleito em 2022?. Trata-se de uma falácia: com o objetivo de forjar a tal “frente ampla” para derrotar nas urnas o então presidente Jair Bolsonaro, o demiurgo petista nunca foi claro sobre o que pretendia fazer na economia, e seu programa de governo era suficientemente vago para que os incautos acreditassem que, desta vez, Lula não seria Lula.

A mesma Gleisi que hoje critica a inobservância à ortodoxia petista garantiu aos partidos da suposta frente ampla que o governo, uma vez eleito, governaria com todos. O embarque de Tebet na candidatura de Lula em 2022 foi parte do processo que convenceu muitos eleitores de centro de que valia a pena correr o risco de votar no PT contra Bolsonaro porque Lula levaria em conta a visão de quem não era petista. Não é exagero dizer, aliás, que foi isso o que decidiu a eleição a favor de Lula na apertadíssima disputa contra Bolsonaro.

A equipe do Planejamento está embasando as implicações do crescimento das despesas na economia. A correção no ritmo dos gastos será a alternativa proposta a soluções paliativas ou mal-ajambradas do passado, como a contabilidade criativa da gestão Dilma Rousseff, que gerou grave crise econômica. O governo será leviano se fugir ao debate. Simone Tebet está sentindo na pele o que é defender racionalidade dentro de um governo petista.

 

ORAÇÃO PROFÉTICA DE UM PASTOR DOS EUA

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