sexta-feira, 10 de maio de 2024

ANVISA MANDA FABRICANTE DE DETERGENTE RETIRAR DOS SUPERMERCADOS LOTES COM CONTAMINAÇÃO MICROBIANA

 

História de CdB – Correio do Brasil

A Química Amparo, fabricante do detergente para louças, disse em nota ter iniciado o recolhimento dos produtos há mais de um mês, depois de seu controle de qualidade interno identificar possíveis alterações. A empresa fez pesadas doações à campanha do candidato do PL, Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais e fez questão de anunciar a colaboração ao ex-mandatário.

Por Redação – de São Paulo

Uma determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), nesta quinta-feira, retirou das prateleiras de todos os supermercados do país lotes dos detergentes Ypê após identificar, em análise, um “potencial risco de contaminação microbiológica”.

Lotes inteiros de detergente Ype foram recolhidos dos supermercados

Lotes inteiros de detergente Ype foram recolhidos dos supermercados© Fornecido por Correio do Brasil

A resolução foi publicada na edição do ‘Diário Oficial da União (D.O.U)’ e determina também a suspensão da comercialização e distribuição dos lotes contaminados.

A Química Amparo, fabricante do detergente para louças, disse em nota ter iniciado o recolhimento dos produtos há mais de um mês, depois de seu controle de qualidade interno identificar possíveis alterações. A empresa fez pesadas doações à campanha do candidato do PL, Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais e fez questão de anunciar a colaboração ao ex-mandatário.

Risco

Segundo a Anvisa, a fabricante disse ter identificado “desvio em resultado de análise de monitoramento de parâmetro de produção que ensejam potencial risco de contaminação microbiológica”.

Em nota, a empresa diz que “após uma rigorosa análise interna”, identificou mudança no odor tradicional do produto de limpeza, sem potencial risco à saúde ou à segurança dos consumidores, “porém, em alguns casos, perceptível ao olfato”.

As linhas de detergentes afetadas foram as de limão, maçã, neutro, capim limão, coco e clear care.

DEVIDO AS ENCHENTES NO RS CIDADES PRECISAM SER RECONSTRUÍDAS E MUDAR DE LUGAR

História de MATHEUS TEIXEIRA E PEDRO LADEIRA – Folha de S. Paulo

ROCA SALES, RS (FOLHAPRESS) – Uma das cidades que mais sofreu com as enchentes do Rio Grande do Sul que já deixaram cem mortos, Roca Sales (a 143 km de Porto Alegre) precisará não apenas ser reconstruída, mas também mudar de lugar. O município viveu na semana passada a terceira grande enxurrada nos últimos oito meses.

Agora, o prefeito Amilton Fontana (MDB) decidiu que não adianta reconstruir os prédios públicos e parte dos bairros residenciais no mesmo local em que sempre estiveram.

A estimativa é que ao menos 50% do município mude de endereço. O objetivo, após limpar as ruas, desobstruir vias e retomar os serviços públicos é fazer um estudo para identificar uma área segura para construir novas casas, escolas, indústrias, hospital e sede da prefeitura.

A situação de Muçum (115 km da capital gaúcha) é parecida. A cidade também foi atingida pelas enchentes de setembro e novembro do ano passado e novamente neste ano. O prefeito Mateus Trojan (MDB) diz que ao menos 30% das construções terão que ser transferidas para outra área.

Antes de setembro do ano passado, a última grande enchente havia acontecido em 1941. Nos últimos 83 anos, nenhum dos dois municípios tinha vivido algo parecido. No máximo, grandes chuvas causavam alagamentos pontuais, sem invadir residências tampouco destruí-las e arrastá-las, como tem acontecido.

As cidades tiveram áreas completamente devastadas. As placas de trânsito, agora, foram improvisadas com pichações em muros, que indicam o rumo dos municípios vizinhos.

Na maioria das casas que foram inundadas, mas seguem de pé, pessoas com mangueiras e lava-jato expulsam o barro de dentro. Na parte da frente, vê-se entulhos e móveis sujos de barro.

Alguns, os moradores ainda tentam recuperar, outros já estão perdidos, mas não há um local para jogar fora e eles ficam empilhados. Roca Sales ficou sem comunicação e energia por três dias, o que dificultou o trabalho de retomada da normalidade. Muçum, por sua vez, está sem energia até hoje e a previsão é que fique mais quatro dias nessa condição.

Os dois municípios estão situados no Vale do Taquari, região banhada pelo Rio Taquari.

“Vamos ter que deixar o rio passar onde ele quer. É a natureza. O rio quer passar e nós estamos aqui trancando a passagem dele. Então, o município precisa arrumar um local para a gente trabalhar a questão da área central e realocar aos poucos, começando pelos prédios públicos”, afirma Fontana.

A cidade tem 12 mil habitantes e teve suas três grandes indústrias, o frigorífico JBS, a calçadista Beira Rio e o curtume Couro Bom Retiro, que empregam 2.500 pessoas, destruídas. Choveu em seis dias o que geralmente chove em um ano.

A costureira Celoir Casemiro, 52, que mora em Roca Sales há 25 anos, reconhece a necessidade de transferir a cidade de local, mas lamenta o fato de os pontos históricos terem que deixar de existir.

“É o mais certo a se fazer, infelizmente” diz. Ela afirma que é preciso encontrar uma maneira de a cidade sobreviver, porque não pretende se mudar.

“De Roca Sales não vamos embora. Aqui é a nossa cidade, que escolhemos para viver o resto das nossas vidas. Graças a Deus temos força ainda pra lutar e conseguir vencer”.

A Prefeitura está instalada na sede do CRAS (Centro de Referência da Assistência Social), que ficou alagada, mas não foi destruída. Os funcionários ainda limpam o local enquanto o prefeito e secretários trabalham para atenuar os danos causados pelas chuvas.

Ao lado do local, um grande churrasco de linguiça com pão é preparado para distribuir à população atingida. Por ali também chegam e são distribuídas as doações.

Em Muçum o cenário é similar. A equipe da prefeitura trabalha no hospital, único local com energia, devido a um gerador. A população se aglomera nos arredores para dividir tomadas para carregar o celular e conectar na internet.

O prefeito diz que 85% da área urbana é inundável e que o ideal seria fazer a transferência de toda essa área, mas considera a ideia inviável.

Diante disso, o plano é transferir cerca 30% dos locais mais suscetíveis para outra área. “Teremos que remanejar para regiões mais altas”, diz.

Ele fala da dificuldade de implementar o projeto. “É complexo. Envolve toda uma questão cultural, direito de propriedade das pessoas, viabilidade de logística. Uma série de fatores para consolidar todas etapas. Nossa intenção é gradativamente retirar da parte considerada de risco iminente praticamente toda a área da cidade, mas é gradativo, não acontece de uma hora para outra”, afirma.

A aposentada Lorena Zanete, 72, que mora há 38 anos em Muçum, teve a casa inundada na enchente de setembro. Ela decidiu reformar a casa e as obras ficaram prontas dois dias antes de a enchente voltar com ainda mais força.

“Agora vai ser difícil. Estou hospedada no meu compadre porque não tenho para onde ir”, diz.

Ela acha difícil prever o futuro após as enchentes. “A gente espera ajuda para construir a casa de novo, mas é difícil, porque não adianta, todo mundo ficou sem nada”, diz.

O Vale do Taquari sofreu com as enchentes pela primeira vez em setembro de 2023, quando morreram 54 pessoas. Muçum registrou o maior número de mortes: foram 20 ao todo, sendo que dois corpos não foram encontrados.

Desta vez, não houve óbito. Em Roca Sales, por sua vez, o prefeito diz que já houve 5 mortes. Além disso, há seis pessoas que estavam em um local em que houve deslizamento e que ainda não foram encontradas.

O local é de difícil acesso e o Corpo de Bombeiros acessa o local de helicóptero e barco para fazer as buscas. A área rural da cidade, que tem 700 km de estrada de chão, é extensa e em muitos locais as chuvas obstruíram vias. Até o momento, só foi encontrado uma perna de uma pessoa.

Ao todo, os dados oficiais afirmam que já foram registradas 107 pessoas mortas em decorrência das chuvas. A quantidade de óbitos foi informada pela Defesa Civil estadual pela manhã e confirmada às 18h.

Além disso, o boletim da noite desta quarta-feira (9) apontou que há 327.105 pessoas desalojadas.

 

A FIGURA MATERNA É O EPICENTRO DA ORIGEM DA VIDA

 

Mauro Saraiva Falcão – Escritor brasileiro

MÃE, O SANTUÁRIO DIVINO

No vasto e complexo mundo da criação, a figura materna é o epicentro da congregação dos elementos necessários para dar origem a vida. O surgimento de um novo ser não se dá por antagonismo, mas sim pela convergência de elementos compatíveis que se combinam e unem-se.

A associação destes inúmeros fatores, eclodem das forças naturais. O eletromagnetismo feminino atrai exatamente aquele ser apto para o laço familiar evolutivo. Semelhante a uma turbina de geração energética, magnetizando de forma seletiva a fisiologia e a paragenética, resultando em uma herança de si mesmo. Isso decorre do acúmulo de experiências, aprendizados e tendências capazes de influenciar a manifestação de uma nova consciência, emergindo assim uma nova vida física e intrafísica.

Em outras palavras, o ventre materno é como um santuário, onde as correntes espirituais atuam. Ali é formado um refúgio, um abrigo sob as asas da proteção Divina. Nesse ambiente acolhedor, as linhas do destino se incorporam com as fibras da alma, iniciando a transformação da existência.

Nesse sagrado convívio, somos envolvidos por um amor que transcende os limites do tempo e do espaço, uma essência que nos guia e nos protege em todas as etapas da vida. Como seres luminescentes, refletimos a luz materna, assimilando os ensinamentos sublimes que moldam nossos caminhos.

Assim, reiniciamos a jornada que nos levará a “habitar no esconderijo do Altíssimo”, encontrando a segurança necessária nos braços Celestiais. Em uma dança eterna de amor e gratidão, pais e filhos se unem, entrelaçando os fios dourados do destino em uma harmonia que ecoa através dos tempos.

FRANQUIA AINDA É UM BOM NEGÓCIO?

Veja as considerações dos especialista em gestão de empresas Aleksander Avalca e Renan Kaminski da 4blue.

O modelo de negócio de franquia tem desempenhado um papel fundamental no cenário econômico brasileiro, moldando o panorama empreendedor das últimas décadas. No entanto, surge a questão: as franquias ainda representam um investimento viável? Para fornecer uma análise abrangente sobre o tema, vamos explorar as considerações dos especialistas em gestão de empresas, Aleksander Alalca e Renan Kaminski, da 4blue.

As franquias no Brasil não são apenas uma moda passageira, mas uma resposta a uma série de fatores econômicos e sociais. Com o aumento do poder de compra da classe média, o mercado de consumo se expandiu, criando uma demanda por novos negócios e oportunidades de investimento. As franquias surgiram como uma solução, oferecendo um modelo de negócio comprovado e suporte estratégico para empreendedores em potencial.

“As franquias são um grande atrativo porque você compra um modelo de negócio pronto e só precisa colocar em prática. Isso não é tão simples quanto parece, mas com certeza é um caminho mais curto do que começar tudo do zero. Além disso, hoje existem franquias de todos os valores, então ficou mais acessível”- Aleksander Avalca

O sucesso das franquias no Brasil é inegável, evidenciado pela diversidade e abrangência do setor. Desde alimentação e moda até serviços automotivos e tecnologia, diversos setores encontraram espaço dentro desse modelo de negócio. Grandes marcas, tanto nacionais quanto internacionais, viram nas franquias uma forma eficaz de expandir sua presença no mercado brasileiro, aproveitando o conhecimento local e reduzindo os riscos associados à entrada em novos mercados.

No entanto, o rápido crescimento do mercado de franquias também trouxe desafios significativos. A competição entre as marcas, especialmente em setores saturados, é um obstáculo constante para os franqueados. Além disso, as mudanças no comportamento do consumidor e no ambiente de negócios exigem que as franquias estejam constantemente inovando e se adaptando para manter sua relevância no mercado.

“Mesmo com muitas oportunidades, é preciso ter muito cuidado, porque o empreendedor precisa estudar a fundo o modelo de negócio apresentado e também o local onde ele deseja abrir. Uma franquia pode funcionar bem em uma cidade ou bairro, mas em outro pode ir muito mal. Então, mesmo que você compre um modelo de negócio pronto, não dá pra deixar de lado aspectos básicos da gestão, como buscar conhecer quem é o seu cliente ideal para abrir o negócio perto deles e também usar estratégias para encantar esse cliente e fidelizar. Só assim um negócio vai pra frente, sendo franquia ou não! – Renan Kaminski

Apesar desses desafios, as franquias continuam a desempenhar um papel vital na economia brasileira. Elas geram empregos, estimulam o empreendedorismo e contribuem para o desenvolvimento econômico em todo o país. No entanto, a decisão de investir em uma franquia não deve ser tomada de ânimo leve. Existem considerações importantes a serem feitas, tanto em termos de benefícios quanto de desafios.

As franquias oferecem uma série de vantagens para empreendedores em potencial. Primeiramente, a associação a uma marca reconhecida pode impulsionar a atração de clientes, proporcionando uma base sólida para o sucesso do negócio. Além disso, o modelo de negócio já testado reduz os riscos inerentes ao empreendedorismo, oferecendo uma estrutura comprovada para seguir adiante.

Outro ponto a favor é o suporte e treinamento contínuos fornecidos pelas franqueadoras. Essa assistência ajuda os franqueados a alcançarem o sucesso de forma mais rápida e eficiente, enquanto a rede de suporte permite o compartilhamento de conhecimentos e experiências com outros empreendedores na mesma situação.

“Quando o empreendedor escolhe uma franquia que dá o suporte necessário e realmente se importa com o desenvolvimento dos seus franqueados, a chance de dar certo é muito maior, por isso é muito essencial fazer uma investigação completa antes de investir o seu dinheiro. Vale a pena até perguntar para outros empreendedores que já possuem lojas da franquia que você quer abrir. Porque se você não tem o  suporte necessário, pode virar um pesadelo.” Aleksander Avalca

Entretanto, é importante considerar também os aspectos negativos das franquias. Os custos iniciais podem ser substanciais, incluindo taxas, royalties e despesas operacionais, o que pode representar um desafio financeiro significativo para alguns empreendedores.

Além disso, a falta de flexibilidade é uma desvantagem importante, já que os franqueados devem aderir às diretrizes da franqueadora, limitando sua capacidade de tomar decisões independentes. A dependência da franqueadora para suporte e orientação também pode ser um obstáculo, especialmente se a empresa-mãe enfrentar problemas internos.

Outras preocupações incluem a competição acirrada entre unidades da mesma franquia, que pode dificultar a conquista de uma fatia significativa do mercado, bem como a possível saturação do mercado em alguns setores, o que pode comprometer o sucesso financeiro dos franqueados a longo prazo.

A decisão de investir em uma franquia deve ser cuidadosamente ponderada, levando em consideração tanto os prós quanto os contras.

 

EMPRESAS ADOTAM A JORNADA REDUZIDA SEMANAL DE 4 DIAS. É BOM?

Autor: Virgilio Marques dos Santos, sócio-fundador da FM2S Educação e Consultoria

No dia 30 de abril, tomei conhecimento dos resultados prévios sobre a experiência de empresas no Brasil que adotaram a jornada reduzida da famosa semana de 4 dias. Segundo o relatório divulgado pela própria iniciativa, 4DayWeek, melhorias no comportamento e na produtividade dos funcionários são algumas das primeiras impressões das instituições participantes. Lendo essa informação, fiquei curioso e apreensivo.

Dados apontam que 22 empresas e “cerca de” 280 colaboradores participaram, mas uma já desistiu. E o grupo controle? Houve algum grupo de 22 empresas e o mesmo número de colaboradores que não entraram no projeto? Pelo que vi, não.

O relatório cita, brevemente, que a pesquisa teve entrevista qualitativa e questionário quantitativo ao longo do processo – a partir do início da metodologia até o momento, de setembro de 2023 a abril de 2024.

O site da iniciativa diz, em seu FAQ, que as métricas são medidas de acordo com referências já estabelecidas em cada empresa. Ou seja, cada uma ao seu modo. Esta falta de detalhamento e de padronização me preocupa – e friso que estou olhando sob a ótica da ciência, cuja aplicação nesse tipo de estudo exige muito preparo.

Resultados prévios

Segundo os pesquisadores, constatou-se que 61,5% das companhias notaram avanço na execução de projetos. E, em 58,5%, se obteve mais criatividade na realização das atividades.

Mas como medir o avanço na execução de projetos? E como atribuir o avanço exclusivamente à semana de 4 dias? O mesmo pode-se dizer da medição de criatividade.

Estudo criatividade há tempos e até a sua definição abre espaço para discussão. Em um artigo de 2018, a professora Tatiana Nakano explica a dificuldade para se medir a criatividade. Em sua conclusão, ela cita o estudo de Kyung Hee Kim (2011): “ao se abordar a possibilidade de avaliar a criatividade e os diferentes métodos, técnicas e instrumentos disponíveis, cuidado deve ser tomado em relação ao fato de que, ao tentar medir um construto tão complexo, a criatividade acaba, muitas vezes, sendo erroneamente tomada como um domínio geral, passível de ser avaliado por meio de um único instrumento”.

No caso, pelo dado solto fornecido pelo estudo da semana de 4 dias, não há menção, no relatório oficial, nem sobre a técnica utilizada, nem como isso foi aferido. Se existe, sem dúvida o método científico deveria constar na publicação, já que assegura a validade do estudo e a confiabilidade de seus dados e técnicas empregadas, protegendo-o de subjetividades – e demonstrando, inclusive, suas limitações, algo natural na ciência.

Sendo assim, poderíamos imaginar que as pessoas apenas responderam a questionários do tipo: “na sua percepção, a execução dos projetos melhorou?”; “você sente seu time mais criativo nesse período?”; e respostas assim podem ser enviesadas só pelas perguntas e estão longe de garantir que algo realmente aconteceu.

A divulgação segue afirmando que cerca de 58% dos funcionários beneficiados afirmam que passaram a conciliar melhor a vida pessoal e a profissional após o projeto. Em seguida, menciona, dentre outras porcentagens:

● Aumento de 78,1% na disposição para momentos de lazer;

● 50% reduziram os sintomas de insônia;

● 62,7%, reduziram o estresse no trabalho;

● 64,9% se sentem menos desgastados no final do dia; e

● 56,5% não estão frustrados como antigamente.

Ou seja, só sucesso, pelos resultados preliminares.

Agora, como medir a conciliação entre vida profissional e pessoal? Disposição para momentos de lazer? Sintomas de insônia? Enfim, todas variáveis cuja medição é bem complicada. Poderíamos medir o nível de energia e sono dos participantes por meio de pulseiras e relógios que inferem um valor de 0 a 100 baseando-se na frequência cardíaca e suas variações; mas será que foi feito?

Como foram isolados os efeitos de variáveis externas ao estudo? Por exemplo, se a empresa bateu meta ou se distribuiu lucro, isso foi retirado do estudo, para que haja a certeza de que o estresse diminuiu (ou o sono melhorou) unicamente por causa da semana mais curta? Como dizia meu orientador de doutorado: a ciência avança conforme o sistema de medição avança. Ou a famosa frase, atribuída ao Peter Drucker: se não podemos medir, não podemos gerenciar e nem melhorar.

Portanto, caros leitores, mesmo tendo em mente que trabalhar um dia a menos seja melhor para nossas vidas, se quisermos transformar isso em ciência, precisamos de rigoroso método científico – o que vale para pesquisas qualitativas e quantitativas.

Caso contrário, estamos falando em um estudo sobre percepções de 205 participantes, dos 280, que responderam ao questionário. E, assim, o máximo que podemos provar é que, para aquele conjunto de dados, a percepção foi de melhora. Enfatizo a palavra percepção, pois por meio dela eu garanto que essa melhora está circunspecta ao grupo que preencheu o questionário. Embora saibamos que é um projeto piloto, é necessário ter cautela na forma como os dados são divulgados à sociedade, por meio de notícias e redes sociais.

Efeito Hawthorne

Saindo um pouco dos entraves metodológicos, podemos perpassar pelos desafios já conhecidos durante a realização de estudos desse tipo. O mais famoso, o efeito Hawthorne. Esse é o nome dado ao fenômeno que ocorre quando as pessoas se comportam de forma diferente porque sabem que estão sendo observadas. Por exemplo, os trabalhadores podem aumentar ou diminuir a sua produtividade em resposta à atenção que recebem.

Essa conclusão ficou famosa depois que o time de pesquisadores aumentou a luminosidade na linha de produção e observou um aumento na produtividade. Desconfiado do resultado, o pesquisador chefe resolveu reduzir em outra área a produtividade, explicando que os estudos mostravam que um pouco mais escuro era melhor.

Após o teste, tanto os trabalhadores que estavam no ambiente mais iluminado como no mais escuro melhoraram significativamente sua produtividade. Conclusão: o sentir-se observado/assistido era um fator de impacto maior na produtividade do que a alteração na luminosidade.

Olhando para a pesquisa dos 4 dias, penso algo semelhante. Por que não fazer um desafio de 6 dias, por exemplo, aumentando os salários de forma proporcional? Inclusive, aparentemente na contramão desse movimento, temos o caso recente da Samsung, que deverá adotar a semana de 6 dias para executivos na Coreia do Sul.

Será que a percepção dos colaboradores também não será positiva? Se, em 1927, os estudos realizados pela Western Electric Company, em Chicago, do efeito Hawthorne, foram tão relevantes, por que não esperar que o atual não faça isso, também? Para pensar.

De qualquer forma, a pluralidade de iniciativas e o rigor do método científico podem nos ajudar a encontrar um caminho respeitoso, produtivo e de bem-estar na vida profissional.

Virgilio Marques dos Santos é um dos fundadores da FM2S, doutor, mestre e graduado em Engenharia Mecânica pela Unicamp e Master Black Belt pela mesma Universidade. Foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da Unicamp, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.

                      O “não” do cliente a uma proposta. Por quê?                 

Moysés Peruhype Carlech

Fiquei pensando e ao mesmo tempo preocupado com o seu “não”, sem nenhuma explicação, à nossa proposta de divulgação da sua loja e de resto todas as lojas dessa cidade no Site da nossa Plataforma Comercial da Startup Valeon.

Esse “não” quer dizer, estou cheio de compromissos para fazer pagamentos mensais, não estou faturando o suficiente para cobrir as minhas despesas, a minha loja está vendendo pouco e ainda me vem mais uma “despesa” de publicidade da Startup Valeon?

Pergunto: como vou comprar na sua loja? Se não sei qual é a sua localização aí no seu domicílio? Quais os produtos que você comercializa? Se tem preços competitivos? Qual a sua interação online com os seus clientes? Qual o seu telefone de contato? Qual é o seu WhatsApp?

Hoje em dia, os compradores não têm tempo suficiente para ficarem passeando pelos Bairros e Centros da Cidade, vendo loja por loja e depois fazendo a decisão de compra, como antigamente.

A pandemia do Covid-19 trouxe consigo muitas mudanças ao mundo dos negócios. Os empresários precisaram lutar e se adaptar para sobreviver a um momento tão delicado como esse. Para muitos, vender em Marketplace como o da Startup Valeon se mostrou uma saída lucrativa para enfrentar a crise. Com o fechamento do comércio durante as medidas de isolamento social da pandemia, muitos consumidores adotaram novos hábitos para poder continuar efetuando suas compras. Em vez de andar pelos corredores dos shoppings centers, bairros e centros da cidade, durante a crise maior da pandemia, os consumidores passaram a navegar por lojas virtuais como a Plataforma Comercial Valeon. Mesmo aqueles que tinham receio de comprar online, se viram obrigados a enfrentar essa barreira. Se os consumidores estão na internet, é onde seu negócio também precisa estar para sobreviver à crise e continuar prosperando.

É importante você divulgar a sua loja na internet com a ajuda do Site da Startup Valeon, que no caso não é uma despesa a mais e sim um investimento para alavancar as suas vendas. Desse modo, o seu processo de vendas fica muito mais profissional, automatizado e eficiente.  Além disso, é possível a captação de potenciais compradores e aumentar o engajamento dos seus clientes.

Não adianta pensar dessa forma: “Eu faço assim há anos e deu certo, porque eu deveria fazer diferente? Eu sei o que preciso fazer”. – Se você ainda pensa assim, essa forma de pensar pode representar um grande obstáculo para o crescimento do seu negócio, porque o que trouxe você até aqui é o que você já sabe e não será o que levará você para o próximo nível de transformação.

O que funcionava antes não necessariamente funcionará no futuro, porque o contesto está mudando cada vez mais rápido, as formas como os negócios estão acontecendo são diferentes, os comportamentos dos consumidores está se alterando, sem contar que estão surgindo novas tecnologias, como a da Startup Valeon, que vão deixar para trás tudo aquilo que é ineficiente.

Aqui, na Startup Valeon, nós sempre questionamos as formas de pensar e nunca estamos totalmente satisfeitos com o que sabemos justamente por entender que precisamos estar sempre dispostos a conhecer e aprender com o novo, porque ele será capaz de nos levar para onde queremos estar.

Mas, para isso acontecer, você precisa estar disposto a absorver novas formas de pensar também e não ficar amarrado só ao que você já sabe.

Se este for seu caso, convido você a realizar seu novo começo por meio da nossa forma de anunciar e propagar a sua empresa na internet.

Todos eles foram idealizados para você ver o seu negócio e a sua carreira de uma forma completamente diferente, possibilitando levar você para o próximo nível.

Aproveite essa oportunidade para promover a sua próxima transformação de vendas através do nosso site.

Então, espero que o seu “não” seja uma provocação dizendo para nós da Startup Valeon – “convença-me”.

E-Mail: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

Fones: (31) 98428-0590 / (31) 3827-2297

 

quinta-feira, 9 de maio de 2024

QUAL SERÁ O TAMANHO DA AJUDA QUE O GOVERNO FEDERAL TERÁ QUE FAZER PARA O RIO GRANDE DO SUL?

 

História de IDIANA TOMAZELLI – Folha de S. Paulo

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O tamanho da ajuda federal ao Rio Grande do Sul ainda é uma incógnita diante do fato de que a tragédia está em andamento. Municípios inteiros seguem debaixo d’água, inviabilizando a mensuração dos prejuízos, e a perspectiva de novas chuvas na região desperta o temor de que a crise se estenda.

Bases de dados do próprio estado estão fora do ar e dificultam o trabalho de pesquisadores locais que receberam a tarefa de tentar calcular o estrago para a economia gaúcha.

O Executivo federal também enfrenta obstáculos para mapear as necessidades diante da prioridade máxima dos órgãos locais em resgatar quem segue ilhado.

Uma das frentes de trabalho é estruturar a busca de famílias que não estão no Cadastro Único, mas muito provavelmente se tornarão público-alvo do Bolsa Família após perder emprego, renda e bens materiais.

Os desafios são variados. Faltam dados, equipamentos públicos foram inundados, e as famílias que podem vir a receber o benefício tiveram seus documentos carregados pela água.

Nas reuniões virtuais convocadas pelo governo federal para discutir o plano de ação nessa área, a fala dos assistentes sociais gaúchos é frequentemente interrompida pelo choro diante de uma tragédia da qual, não raro, também são vítimas.

A ministra Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) viajou ao Rio Grande do Sul nesta quarta-feira (8) e disse que “não há limite para os gastos públicos que forem necessários” para combater a calamidade e reconstruir o estado.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) propôs e o Congresso aprovou um decreto de calamidade para facilitar a liberação de verbas. Há a expectativa de lançamento de medidas nos próximos dias, com linhas de crédito subsidiadas para empresas e famílias, suspensão da dívida do estado com a União e repasses.

No Ministério da Fazenda, há uma preocupação em desenhar políticas focalizadas e demonstrar que a calamidade gaúcha não será usada como oportunidade para gastar mais e de forma generalizada –uma desconfiança que já se instalou no mercado financeiro.

O problema é que ninguém consegue, neste momento, estimar o tamanho do prejuízo nem qual pode ser a necessidade de ajuda da União ao estado e às prefeituras.

A CNM (Confederação Nacional dos Municípios) divulgou na terça-feira (7) um primeiro levantamento indicando estragos de R$ 4,6 bilhões nos setores público e privado. Um dia depois, o valor foi atualizado a R$ 6,3 bilhões e deve subir ainda mais.

“É muito difícil fazer qualquer afirmação neste momento [sobre estimativas]”, diz Claudio Frischtak, ex-economista do Banco Mundial e presidente da Inter.B, consultoria especializada em infraestrutura. Porém, ele propõe um exercício que pode dar uma dimensão do problema.

O estoque de capital em infraestrutura no Brasil equivale hoje a 36% do PIB (Produto Interno Bruto). Traçando um paralelo com a participação do Rio Grande do Sul na economia nacional e na população, ele assume que o território gaúcho reúne 5% desse estoque –ou cerca de 1,9% do PIB.

Se metade disso tiver sofrido danos severos, o prejuízo poderia ficar entre R$ 90 bilhões e R$ 100 bilhões.

“É [uma conta] preliminar? É. Mas já começa a dar uma ideia do tamanho do buraco. Porque isso não inclui infraestrutura social [como escolas e hospitais]. Não inclui a infraestrutura urbana [vias dentro da cidade]. Nisso não está incluído a casa das pessoas, as fábricas. Vai ser muito mais baixo isso? Não vejo. Pode ser muito mais alto? Sim”, diz Frischtak.

Integrantes da equipe do ministro Fernando Haddad (Fazenda) veem as cifras com certo ceticismo e avaliam que o custo não chegará a um décimo da estimativa.

O economista da ASA Investments Jeferson Bittencourt, que foi secretário do Tesouro Nacional entre abril e outubro de 2021 –durante a pandemia de Covid-19–, diz que é possível traçar paralelo, apesar das naturezas distintas das tragédias.

“Primeiro o governo tenta conter o dano, dando liquidez. Antecipa recursos a que as pessoas já têm direito, como 13º, restituição do Imposto de Renda, abono salarial. Faz empréstimos. Depois ele percebe que tem uma questão de solvência, das prefeituras, das empresas, das famílias. Aí o governo vai tendo que transferir dinheiro novo”, diz Bittencourt.

O governo já começou a antecipar benefícios e liberou o saque do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). São R$ 2,9 bilhões em medidas de alívio aos trabalhadores. Na assistência, as antecipações e a injeção de verba extra devem somar outro R$ 1,3 bilhão.

Para Bittencourt, a principal fonte de dúvida hoje é o valor necessário para reconstruir hospitais, unidades de saúde, escolas, entre outros. “Tem muita coisa submersa”, diz. Ele cita como possibilidade um custo de R$ 20 bilhões nessa frente.

A suspensão da dívida do estado com a União deve custar entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões. O ex-secretário ainda vê possíveis demandas de até R$ 9 bilhões para o compensar a arrecadação perdida pelo estado com a paralisação de empresas e até R$ 15 bilhões caso o governo federal decida pagar auxílios às famílias.

O total poderia ficar perto de R$ 50 bilhões. Bittencourt diz que o crítico neste momento é evitar que outros estados ou setores peguem carona nas flexibilizações de políticas.

COMO DEVE SER A AJUDA AO RIO GRANDE DO SUL

Medidas em fase de elaboração:

Linha de crédito subsidiada para famílias e empresas dos municípios gaúchos em calamidade

Suspensão da dívida do governo do Rio Grande do Sul com a União

Repasse extra de recursos em diversas frentes

Medidas já anunciadas ou implementadas:

Decreto legislativo reconhecendo calamidade em decorrência das enchentes, para facilitar a liberação de verbas fora das regras fiscais

Adiamento do CNU (Concurso Nacional Unificado) e de ao menos 17 outros processos seletivos do setor público

Prazo maior, até 31 de agosto, para enviar declaração do Imposto de Renda

Saque emergencial do FGTS, limitado a R$ 6.220 por conta vinculada (conforme saldo disponível)

Pagamento de duas parcelas extras do seguro-desemprego

Antecipação do abono salarial

Antecipação de benefícios previdenciários do INSS, pensões e BPC (Benefício de Prestação Continuada)

Quebra do escalonamento do calendário do Bolsa Família (todas as famílias poderão sacar o dinheiro no primeiro dia de pagamento, 17 de maio)

Suspensão temporária do recolhimento de tributos federais devidos por médias e grandes empresas, do recolhimento mensal de MEIs (microempreendedores individuais) e de companhias do Simples Nacional e da contribuição dos empregadores ao FGTS (o pagamento será cobrado em meses posteriores)

Suspensão temporária da cobrança de dívidas com Banco Central e PGFN (Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional)

Pausa de até três meses no financiamento habitacional com a Caixa

Pausa em financiamentos com bancos públicos e privados e renegociação de dívidas

NOVO CONDENA CENSURA DO GOVERNO A COMENTÁRIOS CONTRA QUE O GOVERNO CHAMA DE FAKE NEWS

História de Redação – IstoÉ Dinheiro

O partido Novo apresentou uma notícia-crime na Procuradoria-Geral da República contra os ministros Ricardo Lewandowski, da Justiça, e Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação (Secom), em razão da abertura de um inquérito para apurar supostas notícias falsas sobre a tragédia causada pelas chuvas no Rio Grande do Sul. A sigla pede que os ministros sejam investigados por abuso de autoridade.

“Não há qualquer demonstração da prática de crime pelos ora representados, mas sim a disseminação de informações e/ou a realização de críticas políticas ao governo federal e às instituições públicas em relação à omissão ou à falta de eficiência na adoção de providências de socorro à população gaúcha”, escreveram os advogados do partido. A ação tem como autores o ex-deputado federal Deltan Dallagnol, cujo mandato foi cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e o presidente do Novo, Eduardo Ribeiro.

O inquérito para apurar a disseminação de notícias falsas foi aberto por Lewandowski a pedido de Pimenta. O ofício elaborado pela Secom elege 12 contas no Instagram, no Tik Tok e no X (antigo Twitter) que teriam divulgado desinformação. Entre os alvos do inquérito estão o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o coach Pablo Marçal (PRTB-SP) e o senador Cleitinho (Republicanos-MG).

“Destaco com preocupação o impacto dessas narrativas na credibilidade das instituições como o Exército, FAB, PRF e Ministérios, que são cruciais na resposta a emergências. A propagação de falsidades pode diminuir a confiança da população nas capacidades de resposta do Estado, prejudicando os esforços de evacuação e resgate em momentos críticos. É fundamental que ações sejam tomadas para proteger a integridade e a eficácia das nossas instituições frente a tais crises”, escreveu Pimenta no ofício.

Em reunião no Planalto nesta terça-feira, 7, Pimenta chegou a dizer que é preciso prender os responsáveis. Segundo o ministro, é preciso “botar para f… com os caras” que divulgam fake news. Um interlocutor da reunião então pergunta: “Mandar prendê-los?”. Pimenta, então, responde: “Manda prender, não aguento mais fake news”.

Entre as publicações consideradas mentirosas pelo governo Lula está um tuíte feito por Eduardo Bolsonaro no último domingo, 5. Na publicação, o deputado compartilha uma reportagem feita pelo jornal Folha de S. Paulo com o título “Após 4 dias de chuvas, governo Lula autoriza envio da Força Nacional para o RS” e dispara: “Falta humanidade neste DESgoverno Lula”. Na peça, a Secom não explica o motivo da postagem ter sido considerada falsa. “Eduardo Bolsonaro criticou a ajuda do Governo Federal ao Rio Grande do Sul, ao mencionar que o governo levou quatro dias para enviar reforços a região”, escreveu Pimenta.

A Secom também cita perfis que compartilharam críticas ao show da Madonna no Rio de Janeiro e que afirmavam que nove pessoas teriam morrido em uma UTI do Hospital de Pronto Socorro de Canoas (RS) em razão de uma suposta demora do Exército. A informação falsa, no entanto, havia sido divulgada pelo próprio prefeito da cidade, Jairo Jorge (PSD), e corrigida horas depois. Na verdade, a UTI tinha 13 pessoas e, dessas, duas morreram. O chefe do Executivo municipal não é incluído no relatório da Secom.

Outra fake news citada pelo governo federal na peça foi divulgada pelo coach Pablo Marçal. Ele alegou que caminhões com doações para vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul estariam sendo retidos pela Secretaria da Fazenda do Rio Grande do Sul (Sefaz-RS) para cobrança de nota fiscal e ICMS. Conforme mostrou o Estadão Verifica, não há ações de fiscalização que impeçam o transporte de doações para os municípios atingidos pelas chuvas. As Secretarias da Fazenda do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, o governo gaúcho e a Polícia Rodoviária Federal afirmaram que não há retenção de veículos na Receita. Uma conta no X (antigo Twitter) que publicou relatos sobre caminhões retidos em postos fiscais também disse que os veículos foram liberados algumas horas depois do ocorrido.

“Precisamos parar de aceitar que as opiniões das pessoas sejam criminalizadas e tratadas como desinformação. Isso é normalizar um câncer que vai dragar a liberdade de expressão, de imprensa e de protesto no país. Não importa se as opiniões estão certas ou erradas, ou se são justas ou injustas: não cabe ao governo federal dizer o que as pessoas devem pensar, sentir e dizer”, avalia Dallagnol, um dos autores da ação do Novo.

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COMENTÁRIOS SOBRE O SHOW DA MADONNA NO RIO DE JANEIRO

História de Redação – IstoÉ Dinheiro

A estrela pop embolsou um cachê milionário por duas horas de playback. O fato de ela ter abanado a bandeira do Brasil no palco é interpretado como um acerto de contas com a direita. Sério?Sempre gostei do dito “O patriotismo é o último refúgio do canalha”. Talvez pelo fato de eu – como muitos alemães, por causa da nossa história – ter problemas com o patriotismo exacerbado, e ainda mais com o nacionalismo.

A frase, de acordo com a Wikipédia, é atribuída ao inglês Samuel Johnson. Lá consta, ainda, que a crítica não é ao “amor real e generoso” pela pátria, mas ao “pretenso patriotismo que tantos, em todas as épocas e países, têm usado como um manto para os próprios interesses”.

Em nenhum outro campo o dito de Johnson se aplica tanto quanto na política. Pois cada um pode definir para si mesmo – dependendo do que convenha à agenda política pessoal no momento – o que quer dizer concretamente o tal patriotismo, e o que se deve fazer ou deixar de fazer para ser visto como patriota.

Também no Brasil o patriotismo e seus símbolos – a bandeira nacional e a camisa da Seleção – são empregados como o instrumento com que o Flautista de Hamelin atraiu os ratos e as crianças. Toda vez que um político apela para o patriotismo, fico pensando que ele não tem mas nenhum outro bom argumento.

Entendo bem a irritação de muitos de meus conhecidos e amigos, que bem gostariam de torcer pela Seleção no futebol, mas que não suportam mais as camisas amarelas por evocarem associações com a direita, que não perde oportunidade de desfilar com esse uniforme e a bandeira brasileira.

Mas agora, dizem, a cantora Madonna resgatou dos direitistas os símbolos nacionais. Depois do show de duas horas no Rio de Janeiro, as cores voltaram a representar um Brasil inclusivo e tolerante. Isso seria realmente uma façanha incrível por parte da cantora: abanou um pouquinho com a bandeira e tudo está bem de novo. Soa um pouco como pensamento mágico infantil.

Quando eu era jovem, achava a Madonna realmente o máximo: boas canções, e eu e os meus amigos éramos todos loucos por ela. Nos anos 90, eu pulava pelas discotecas ao som da sua música. Nos últimos 25 anos, porém, infelizmente a gente se afastou. A última canção dela que achei boa era na verdade do Abba: Hung up. Mas tudo bem.

Madonna sempre foi uma personagem artificial. Compreendo que ela queira continuar fazendo o mesmo número – embora eu mesmo não consiga conceber como, aos 65 anos, ela continua fazendo o possível e o impossível para parecer que tem 20.

Eu podia achá-la fantástica como modelo para uma forma saudável e positiva de encarar o inevitável envelhecimento. Mas não sou grande entendedor de personagens artificiais. Além disso, é algo que cabe a cada um decidir por si.

Quando o grátis sai caro

Fui igualmente ingênuo ao ouvir que a estrela pop daria um show de graça na praia de Copacabana. De fato, achei que ela ia pagar tudo do próprio bolso: um gesto bacana para os fiéis fãs brasileiros, por ocasião de seu jubileu de 40 anos no palco, pensei eu. Claro que ela ia pagar tudo: eu também financiei o meu aniversário de 40 anos. E ela, enquanto cantora mais rica de todo o mundo, sem dúvida pode arcar com uma festa, sem o menor problema.

Errado: R$ 10 milhões saíram dos cofres municipais vazios; outros R$ 10 milhões, dos ainda mais vazios cofres do estado do Rio de Janeiro, que para isso teve que contornar suas regras de recuperação fiscal.

E o resto dos R$ 60 milhões que custou o espetáculo, em parte pagamos eu e milhões de outros cidadãos que têm conta no maior patrocinador do evento, o Banco Itaú. Ao que consta, Madonna recebeu R$ 17 milhões pela apresentação. Nada mal, para duas horas de playback.

O fato de ela ter feito a TV Globo transmitir beijos, seios femininos nus e cenas de masturbação provavelmente fez corar parte dos telespectadores. Mas quem assistia à MTV nos anos 80 já conhecia isso. Portanto, tudo no campo do previsível: afinal de contas, supostas quebras de tabu são a essência da arte da Madonna e do seu sucesso comercial. E a Globo embolsa um lucro de R$ 50 milhões pela transmissão das bem calculadas quebras de tabu. Também nada mal.

Inusual, mas, ainda assim, também calculado, foi o comentário da Madonna sobre as cores da bandeira brasileira: “That green and yellow flag I see everywhere… I feel it in my heart, I feel it in my pussy” (“Aquela bandeira verde-e-amarela que eu vejo por toda parte… Eu sinto no meu coração, eu sinto na minha vulva”).

Será que isso vai gerar um mal-estar entre os Bolsonaros e companhia, da próxima vez que eles desfilarem com a bandeira nacional?

Então: não achei fora do comum a aparição com camisa verde-e-amarelo e bandeira. Isso já faz parte, toda vez que um/a artista estrangeiro/a se apresenta no Brasil. Ela/es sabem como conquistar o público. Pois não só os populistas de direita usam esse manto para os próprios interesses: também artistas como a loura Madonna, que fazem os trouxas pagarem pela própria festa.

Thomas Milz saiu da casa de seus pais protestantes há quase 20 anos e se mudou para o país mais católico do mundo. Tem mestrado em Ciências Políticas e História da América Latina e, há 15 anos, trabalha como jornalista e fotógrafo para veículos como a agência de notícias KNA e o jornal Neue Zürcher Zeitung. É pai de uma menina nascida em 2012 em Salvador. Depois de uma década em São Paulo, mora no Rio de Janeiro há quatro anos.

O texto reflete a opinião do autor, não necessariamente da DW.

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MADONNA REBATE AS CRÍTICAS DIZENDO QUE O SEU SHOW É UM TEATRO COM LIBERDADE DE EXPRESSÃO E PENSAMENTO

 

História de Matheus Queiroz – Purepeople.br

'Liberdade de expressão e pensamento': a forte resposta de Madonna ao Papa após seu show ser chamado de 'o mais satânico'

‘Liberdade de expressão e pensamento’: a forte resposta de Madonna ao Papa após seu show ser chamado de ‘o mais satânico’© Getty Images

Madonna realizou um show histórico no Rio de Janeiro no último dia 4 e acumulou uma série de polêmicas em terras tupiniquins por conta das performances ousadas e transgressoras. Outro país onde ela deixou um rastro de controvérsia foi na Itália, por conta da conturbada relação com a Igreja Católica.

O auge da briga da artista com a instituição aconteceu em 1990, quando Madonna rodava o mundo com a histórica “Blond Ambition Tour”. No palco, a popstar simulava masturbação e exorcismo e cantava em um altar de uma igreja, causando, mais uma vez, revolta entre a comunidade católica.

Em julho daquele ano, a cantora desembarcou em Roma para uma apresentação e a confirmação da chegada da artista gerou muito burburinho. Uma série de protestos teve início com grupos e associações privadas de católicos.

Pouco tempo depois, o Papa João Paulo II convocou um boicote dos católicos ao show, que chamou de “circo do diabo” e “um dos shows mais satânicos da história da humanidade”.

O MANIFESTO HISTÓRICO DE MADONNA PARA O VATICANO

A resposta de Madonna veio já nos primeiros instantes em Roma. Ainda no aeroporto e diante de uma multidão de jornalistas, a cantora leu uma carta ao Vaticano. Considerado um dos grandes momentos da cultura pop das últimas décadas, o momento está eternizado no icônico filme “Na Cama com Madonna”.

Descendente de italiano, Madonna iniciou o discurso com uma celebração às raízes. “Orgulho de ser americana porque é o país onde cresci, o país que me deu as oportunidades de ser quem sou hoje e um país que acredita na liberdade de expressão e na expressão artística”, disse ela.

Madonna pediu o fim da tentativa de boicote à sua apresentação. “Se você tem certeza de que sou uma pecadora, então quem não pecou atire a primeira pedra. Se você não tem certeza, então eu imploro a você, como homens e mulheres justos da Igreja Católica que adoram um Deus que ama incondicionalmente, que vejam meu show e então me julguem”, solicitou.

A cantora explicou o conceito provocador que a acompanharia durante toda a carreira e comparou seus espetáculos a uma peça de teatro. “E tal como o teatro, faz perguntas, provoca pensamentos e leva-o numa viagem emocional, retratando o bem e o mal, a luz e as trevas, a alegria e a tristeza, a redenção e a salvação. Não endosso um modo de vida, mas descrevo um, e o público é deixado a tomar as suas próprias decisões e julgamentos. Isto é o que considero liberdade de expressão, liberdade de expressão e liberdade de pensamento”, refletiu.

Por fim, Madonna expôs de forma direta como interpretava a tentativa de boicote. “Para me impedir de fazer o meu espetáculo, vocês, a Igreja Católica, estão dizendo que não acreditam nessas liberdades. Se você não acredita nessas liberdades você está aprisionando a mente de todos. Quando uma mente está aprisionada, nossa luz espiritual morre. Quando o espírito morre não há razão para viver”, disparou.

Madonna se apresentou no Estádio Flamínio em 10 de julho de 1990 com ingressos esgotados, para um público de 30 mil pessoas. A apresentação agendada para o dia seguinte, no entanto, foi cancelada por conta da onda de protestos.

AÇÕES INDIVIDUAIS PODEM ALVIAR A CRISE CLIMÁTICA?

CNN Brasil

Pesquisa realizada em 33 países pela Ipsos avalia a percepção da população com relação ao meio ambiente

Sete em cada dez pessoas no Brasil e no mundo acreditam que “se todos fizessem pequenas mudanças em suas vidas cotidianas, isso poderia ter um grande impacto no combate às mudanças climáticas”, diz a pesquisa Earth Day 2024.

Esse consenso, no entanto, varia entre as gerações e gêneros, diz o levantamento realizado pela Ipsos, empresa de pesquisa de mercado independente, com quase 25 mil pessoas em 33 países, sendo cerca de 1.000 respondentes no Brasil.

Embora as pessoas mais jovens costumem ser mais otimistas do que as pessoas mais velhas numa série de questões, a pesquisa global conclui que as mudanças climáticas parecem ser a exceção à regra.

Responderam positivamente à pergunta sobre se todos fizessem mudanças individuais nas suas rotinas e hábitos isso causaria um grande impacto no alívio à crise climática, 73% dos Boomers (geração nascida entre 1945 e 1964), 71% da Geração X (1965 até 1980), 68% dos Millennials ou Geração Y (nascidos entre 1982 e 1994) e 63% da Geração Z (nascidos entre 1995 e 2010).

As empresas, governos e demais organizações que estão elaborando estratégias de ação climática podem precisar ajustar anúncios e mensagens para uma linguagem que envolva melhor os funcionários, clientes e fornecedores mais jovens.

Homens da geração Y e da geração Z são o grupo mais apático e fatalista sobre as mudanças climáticas em comparação com as gerações anteriores e as mulheres. Três em cada dez dizem que “já é tarde demais” para enfrentar as alterações climáticas e acham que não podem fazer diferença, se sentindo particularmente impotentes.

Proporções semelhantes de homens jovens acreditam que “não faz sentido mudar o seu próprio comportamento para enfrentar o clima mudar porque não vai fazer alguma diferença de qualquer maneira”.

Além disso, mesmo com o maior volume de reportagens sobre recordes de calor, inundações e incêndios relacionados à crise climática nos últimos anos, homens millennials e os homens da geração Z também são o grupo de corte da pesquisa mais suscetível a acreditar que “o impacto negativo das alterações do clima está muito distante no futuro para eles se preocuparem”.

Mas a maioria das pessoas em todos os países pesquisados, com exceção da Índia, pensa que não é tarde demais para enfrentar as alterações climáticas. No entanto, a pesquisa descobriu que as pessoas não têm conhecimento sobre quais ações individuais têm o maior impacto.

A conclusão mostra que há trabalho a fazer para comunicar quais as ações que possuem maior impacto no corte de emissões e como fazê-las. Para 37% dos entrevistados, ter acesso fácil a mais informações os encorajaria a tomar mais medidas.

Governos

O número de pessoas que pensam que o seu governo tem um plano claro para combater as mudanças climáticas diminuiu desde 2022. No Brasil, 73% acreditam que o governo federal deveria intensificar seus esforços no combate às mudanças climáticas.

Na média global, 63% das pessoas acreditam que seus países deveriam fazer mais. Indonésia, China e Tailândia são os países onde mais pessoas acreditam que seus governantes deveriam intensificar as ações.

Moradores da Alemanha, Holanda e Japão são os que menos concordam com a necessidade de fazer mais para combater as mudanças climáticas. O Brasil ocupa a 8º posição nesta lista. E a margem de erro para as respostas no Brasil é de 3,5 pontos percentuais.

Para 40% dos brasileiros, o Brasil já é um líder mundial na luta contra as mudanças climáticas. As nações com maiores índices de concordância são China (75%), Índia (73%), e a Indonésia (54%), enquanto os países com menores índices são Japão (12%), Romênia (10%) e Hungria (9%).

Globalmente, o levantamento também revela que 63% acreditam que países desenvolvidos, como os Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Alemanha e França, devem pagar mais para resolver o problema climático, dada sua maior responsabilidade histórica na produção de emissões de carbono.

Mas quando questionados sobre “não podemos enfrentar plenamente as alterações climáticas a menos que todos os países trabalhem em conjunto”, três a cada quatro pessoas (74%) no mundo acreditam que todos os países devem trabalhar juntos na resolução deste problema.

Empresas

Quase três em cada cinco pessoas concordam que se as empresas do seu país não agirem agora para combater as alterações climáticas, estão falhando com seus funcionários e clientes, com um consenso geral entre as gerações sobre isso.

As marcas que falam e tomam medidas para combater as alterações climáticas estão fazendo o que a maioria das pessoas espera, desde estudantes iniciantes até veteranos e veteranas experientes.

 

PROPOSTA DE FIM DA ESCALA DE TRABALHO 6X1

  Brasil e Mundo ...