O presidente da Argentina, Javier Milei, assegurou, neste domingo
(28), que vai manter as universidades públicas e criticou seus
opositores, cinco dias depois de uma multitudinária marcha federal
universitária, o maior protesto até agora contra as medidas de
austeridade de seu governo.
Milei, um economista ultraliberal que assumiu a Presidência em
dezembro com a promessa de baixar a inflação de três dígitos e sanear a
economia, acusou seus opositores de “pegar uma causa nobre”, como a
defesa da educação gratuita, e “prostituí-la”, e defendeu o rumo de sua
administração em duas longas entrevistas.
“Nunca pensamos em fechar as universidades públicas, nunca pensamos
em desfinanciá-las”, disse Milei ao canal de televisão LN+, reiterando o
que havia dito antes à rádio Rivadavia.
“Chama-se falácia do espantalho. Nossos opositores inventaram uma mentira e nos atacam a partir dessa mentira”, afirmou.
E reforçou: “visto que os pagadores de impostos estão financiando as
universidades públicas, exigimos que haja auditorias. Faz dez anos que
não há auditorias. Quem é quem não quer ter o gasto auditado? O ladrão”.
Centenas de milhares de pessoas foram às ruas na última terça-feira,
em Buenos Aires e nas principais cidades do país atendendo a uma
convocação de estudantes, graduados e professores universitários, à qual
aderiram sindicatos, partidos da oposição e cidadãos em geral.
As universidades se declararam em emergência orçamentária depois que o
governo prorrogou, este ano, o orçamento de 2023, embora a inflação ao
ano tenha beirado os 290% em março.
Diante das queixas, na semana passada Milei concedeu “aumentar em 70%
os gastos de funcionamento em março e outros 70% em maio”, além de uma
quantia extraordinária para hospitais universitários, segundo informou o
porta-voz presidencial.
Milei ressaltou, neste domingo, que a passeata foi realizada “apesar do repasse dos fundos”.
Foi “a reedição da campanha do medo de (Sergio) Massa”, disse o presidente, em alusão a seu adversário nas últimas eleições.
Milei também denunciou a participação de “atores contratados” para
dar testemunho contra o governo e considerou “muito minoritária” a
presença de pessoas que votaram nele no segundo turno.
A marcha “é politicamente uma grande derrota da oposição, é uma grande vitória da situação”, assegurou.
Milei previu que a inflação mensal poderia cair abaixo de 10% em
abril, e mostrou-se otimista sobre o futuro da Argentina, enquanto a
pobreza assola metade da população e as medidas de ajuste incluem
demissões de funcionários públicos, fechamento de dependências do
governo, cortes de subsídios, aumento de tarifas públicas e congelamento
de orçamentos.
“Depois de cem anos de destruição populista, empreendemos uma mudança
de 180 graus (…) Vamos sair [disso] e vamos ficar bem”, prometeu.
Com o dinheiro que recebe a cada quinze dias, Belkis Bolívar consegue comprar apenas uma dúzia de ovos. Nada mais.
Com sorte, é suficiente para pagar a passagem de ida de ônibus. Belkis é professora do ensino fundamental.
A venezuelana, moradora de Caracas, exerce sua profissão há mais de 30 anos.
Trabalha no turno da noite em uma escola pública e recebe 150 bolívares a cada quinze dias, totalizando 300 bolívares por mês, ou seja, menos de US$ 10 (ou cerca de R$ 50).
“Tenho que fazer outras coisas durante o dia para complementar minha
renda”, conta à BBC News Mundo, serviço de notícias em espanhol da BBC.
Como também é professora de línguas, dá aulas particulares de francês
para ganhar um dinheiro extra. Mas também vende almoços,
cachorros-quentes e pães recheados com presunto durante o Natal, além de
chicha, uma bebida típica da América Latina feita a partir da fermentação de grãos ou frutas.
“Aceito qualquer encomenda, qualquer coisa, sempre estou buscando algo diferente para fazer.”
Seu caso não é único. O baixo salário e as péssimas condições de trabalho estão fazendo com que cada vez mais professores na Venezuela abandonem a profissão.
Cerca de 200 mil professores venezuelanos
deixaram as salas de aula nos últimos anos, segundo estimativas de
associações sindicais. Alguns se juntaram aos que emigraram do país,
outros mudaram de profissão.
Sem incentivos, isso está causando um esvaziamento das escolas. E, no
lado mais vulnerável, estão os alunos, que viram suas horas de aula
reduzidas, às vezes ministradas por pessoas que nem sequer estão
qualificadas para isso.
Sem aumento salarial
Belkis começou a procurar outras formas de ganhar dinheiro fora da docência em 2019, quando deixou de ver “a manteiga no pão”.
“Eu não vou mais lá [para a escola]. Dando aulas particulares me saio
melhor. Só indo todos os dias de ônibus até lá, em uma semana gasto o
salário quinzenal”, diz.
Já lhe propuseram dar aulas no ensino médio, mas o panorama é o mesmo
que no ensino fundamental. O salário médio de um professor na Venezuela
é de US$ 21,57 por mês (cerca de R$ 107), segundo o relatório do Centro
de Documentação e Análise Social da Federação Venezuelana de
Professores (Cendas-FVM).
Em janeiro, a cesta básica familiar estava em US$ 535,63
(aproximadamente R$ 2.678), de acordo com a mesma instituição. Um
professor precisa de quase 25 salários por mês para cobri-la.
O último ajuste salarial do governo de Nicolás Maduro foi em março de
2022 e o salário base dos funcionários públicos é desde então de 130
bolívares por mês, o que equivale a cerca de US$ 3,6 (R$ 18).
Em janeiro passado, Maduro anunciou o aumento do chamado “bônus de
guerra econômica” e do ticket de alimentação para o equivalente a US$
100 por mês (R$ 500).
No entanto, nem todos recebem esse bônus. Para isso, é necessário ter
o “carnê da pátria”, que é obtido ao se registrar no “Sistema Pátria”,
uma entidade que, segundo setores críticos ao chavismo, é um mecanismo
de controle da população.
De professora a mototaxista
Às vezes, Belkis considera deixar o ensino, mas ela diz que continua por vocação, “para não perder o contato com as crianças”.
Ao seu redor, muitos professores abandonaram as salas de aula.
“Conheço professores que são mototaxistas, que fizeram cursos de gerenciamento de redes sociais, professoras
que trabalham fazendo sobrancelhas, colocando cílios… Outros que
fizeram um curso de massagem redutora e terapêutica, professores de
ginástica que foram para academias. Eles estão em atividades mais
lucrativas do que dar aulas em uma escola”, explica.
Yasser Lenin Sierra é um dos que ingressaram no sistema público de
educação e agora trabalham, entre outras coisas, como mototaxistas.
“A moeda não vale nada e a necessidade obriga. Com um horário de
trabalho de 40 horas por semana e 12 turmas para dar aulas, eu ganhava
cerca de US$ 5 por quinzena, e com o cestaticket [um vale alimentação]
entre US$ 20 e US$ 25”, conta Sierra à BBC Mundo.
Este professor de educação física diz que em uma corrida longa de
moto, de San José de Cotiza, no oeste de Caracas, até Petare, no leste,
pode ganhar entre US$ 8 e US$ 10.
“O dobro do que ganhava dando aula em apenas uma corrida. Quando vou
ao banco e saco dinheiro para comprar comida, dói. E eu tenho que comer,
tenho que ter energia para dar aula, devo vestir roupas adequadas para
trabalhar confortavelmente e sem me lesionar”, afirma.
Para conhecer o ponto de vista das autoridades sobre a grave crise do
setor educacional na Venezuela, a BBC News Mundo entrou em contato com o
Ministério da Educação do país para entrevistar algum de seus
representantes, mas o pedido não foi atendido.
A opção privada
Em 2017, Tulio Ramírez era um dos que estava fazendo as malas para sair do país.
Seu currículo era extenso: sociólogo, advogado com mestrado em
Formação em Recursos Humanos, doutor em Educação, pós-doutorado em
Filosofia e Ciências da Educação, com 38 anos de experiência como
professor universitário.
Ele lecionava em duas universidades públicas, mas seu salário não
ultrapassava US$ 30 por mês. “Eu nem conseguia ir trabalhar porque não
tinha como abastecer o carro com gasolina”, relata.
Ele nos conta isso de Caracas porque, no último momento, recebeu um
convite da Universidade Católica Andrés Bello (Ucab), uma instituição
privada que lhe ofereceu um salário em dólares.
“Quando ouvi o valor, comecei a desfazer minhas malas.”
A oferta naquele momento era muito boa. Sete anos depois, com a
inflação e o aumento do custo de vida na Venezuela, o valor de US$ 1.100
é “bastante decente”, mas menor se comparado com outros colegas na
América Latina.
“Com minha experiência, títulos e classificação, os professores
universitários na região ganham em torno de US$ 4.000 a US$ 5.000”, diz.
No Chile, o salário de um professor pode variar entre US$ 3.000 e US$
4.500. Na Colômbia, está em torno de US$ 2.300 e no Equador, cerca de
US$ 2.000, dependendo do cargo e da antiguidade.
Ainda assim, Tulio sabe que é privilegiado. Ele está entre a minoria
de educadores que ainda se dedica ao ensino na rede privada, de forma
exclusiva e com um pouco mais de dinheiro no bolso.
Na Venezuela, de cada dez instituições de ensino, 8 são públicas.
Ramírez também é presidente da ONG Assembleia de Educação e vê com preocupação a situação atual.
“Temos a educação dos
5 menos: menos professores, menos estudantes, menos investimento na
educação pública, menos geração de reposição e menos qualidade na
educação. Ela está se deteriorando e não há manutenção”, explica.
Ele relata que a Universidade Pedagógica Experimental Libertador
(Upel), a principal instituição dedicada à formação de professores,
tinha 106 mil estudantes em 2010. Em 2022, eram apenas 43 mil.
“A educação não é atrativa para nenhum estudante do ensino médio.
Para preencher as vagas, levaríamos cerca de 25 anos, e dependemos
desses graduados. A situação é extremamente grave”, destaca.
A Ucab realizou um estudo sobre o estado da educação no país e Carlos
Calatrava, diretor da Escola de Educação deste centro, nos diz que o
mínimo necessário agora são cerca de 256 mil professores.
“Você se perguntará quem cobre isso, quem está nas salas de aula”, questiona Ramírez por videochamada.
“Os jovens que trabalhavam no programa ‘Emprego Juvenil’, por
exemplo. Ou pais e mães voluntários que sabem algo sobre uma determinada
matéria que possam dominar. É assim que estamos indo”, responde.
Em outubro de 2021, o Ministério da Educação anunciou a incorporação
de pelo menos 1.700 jovens do ensino médio do Programa Emprego Juvenil,
que oferece empregos em posições de professores.
Carlos Calatrava enfatiza o mesmo: “São pessoas sem formação em
educação. Alguns o fazem como parte do trabalho social que deve ser
feito no ensino médio e ensinam crianças do ensino fundamental. Não
estou dizendo que isso seja errado, mas pelo menos deveria haver um
professor adulto para orientar”.
A outra face dessa situação são as carências enfrentadas pelas
crianças, desde o ensino fundamental até o ensino médio e até mesmo nas
universidades.
Com a falta de professores nas instituições educacionais, há anos foi
adotada a medida de os alunos irem para a escola um dia e meio ou dois
dias por semana para condensar todas as aulas e disciplinas da semana.
Isso é conhecido como “horário mosaico” e ocorre em todos os níveis
educacionais, inclusive com o pessoal de manutenção e administrativo.
“Nessas condições, como você constrói conhecimento? Como você mantém
uma universidade com certa vida acadêmica se não há funcionários,
trabalhadores? E você não pode obrigá-los a ir porque não há como,
porque os salários de todo o pessoal não são suficientes”, reclama Tulio
Ramírez.
A Venezuela não faz parte de programas de avaliação internacional
como o relatório Pisa (Programa Internacional de Avaliação de
Estudantes). Mas também não realiza medições internas oficiais para
avaliar o nível educacional e sua evolução.
“Me deparo com alunos de Comunicação que não sabem escrever ou
médicos que nunca viram um cadáver e, ainda assim, são médicos. Isso é
perigoso”, afirma Ramírez.
A Ucab conduziu vários estudos para avaliar as habilidades acadêmicas
dos alunos e, segundo Carlos Calatrava, “a cada ano elas estão
diminuindo”.
“Pode parecer feio dizer isso, mas na Venezuela temos uma qualidade
de educação baixa, nula ou regular. Nem sequer alcançamos o mínimo, dez
pontos em 20”.
Eles também observaram uma tendência. Antes existia uma diferença
entre a educação pública e privada, sendo esta última de um nível mais
elevado. “Essa diferença não existe mais, há uma igualdade na queda”,
destaca Calatrava.
Sem motivação e sem merenda
O outro problema dos que realmente frequentam as aulas não se resume
apenas à falta de conhecimentos acadêmicos, reconhece Calatrava.
“Há uma geração que não entende completamente, que não sabe como
lidar emocionalmente com situações como quando um colega, sem querer, os
empurra. Há um forte componente socioemocional, de socialização, que
está se perdendo com o horário fragmentado.”
Calatrava observa ainda que há crianças excluídas do sistema “seja
pela severidade da crise que estamos enfrentando, ou porque, devido à
crise, essas crianças e adolescentes precisam ser incorporados ao
trabalho o mais rápido possível”.
Em 2022, estimava-se que havia 1,5 milhão de crianças fora da escola,
de acordo com a Pesquisa Nacional sobre Condições de Vida 2022 (Encovi)
da Ucab.
Hoje, esse número pode chegar a cerca de 3 milhões, estima Calatrava.
“Essas crianças estão presas no ciclo vicioso da pobreza, não conseguem ter acesso à educação, se tornam pais cedo e esse ciclo se repete”, observa.
“Estamos jogando com o futuro do país”, afirma.
Dentre essas crianças que estão fora da escola, algumas entraram no sistema, mas acabaram desistindo.
“O fato de você ir para a aula e não encontrar seu professor, aquele
que você conhecia, porque ele renunciou ou saiu do país, e ninguém te
atender… Isso desmotiva. Há muita evasão escolar”, relata Belkis
Bolívar.
Além da falta de motivação, ela destaca as dificuldades econômicas
enfrentadas por cada família. Belkis lembra de quando trabalhava em uma
escola em uma área muito pobre em Antímano, a oeste de Caracas.
Ela diz que poucas crianças não conseguiam trazer lanche, “mas sempre
levava quatro arepas [bolinhos achatado feito de farinha de miho]
prontas e dava para quem não trouxe”.
“Agora as crianças estão dormindo na sala de aula e não é por preguiça, é por fome. Elas desmaiam, estão desnutridas… E o salário do professor já não é suficiente para fornecer lanches para eles”.
O empresário Pedro Lourenço vai desembolsar R$ 600 milhões por 90%
das ações da SAF (Sociedade Anônima do Futebol) do Cruzeiro, conforme
apurado pela GOAL. As tratativas estão adiantadas,
e a documentação será assinada nesta segunda-feira (29), após reunião
do futuro sócio majoritário do clube com Ronaldo Fenômeno.
O empréstimo de R$ 100 milhões feito pelo empresário, que é
sócio-proprietário da rede Supermercados BH, será abatido. Os outros R$
500 milhões serão injetados da seguinte forma: R$ 150 milhões à vista e
R$ 350 milhões investidos ao longo de dez temporadas.
Ronaldo Fenômeno permanecerá como sócio do clube, mesmo que de forma
simbólica, até dezembro de 2026. Isso acontece porque o contrato de
compra assinado pelo ex-jogador exige que ele permaneça por cinco anos à
frente do futebol do clube.
O primeiro ato de Pedro Lourenço como novo sócio majoritário do Cruzeiro será a aquisição de Matheus Pereira, conforme apurado pela GOAL.
O empresário vai desembolsar os € 7 milhões (R$ 38,31 milhões na
cotação atual), sendo € 2 milhões (R$ 10,95 milhões) à vista e os outros
€ 5 milhões (R$ 27,36 milhões) parcelados em dois anos.
As tratativas já foram seladas com o Al Hilal, da Arábia Saudita, e o
empresário deseja reforçar o elenco durante a próxima janela de
transferências do país, entre os dias 10 de julho e 2 de setembro de
2024. O valor que será injetado de forma à vista no clube será utilizado
para a melhoria do elenco, hoje comandado por Fernando Seabra.
A única permanência da atual gestão será a do CEO do clube, Gabriel
Lima. Os demais integrantes da diretoria não permanecerão na Toca da
Raposa II. Pedro Lourenço até tentou que Ronaldo Fenômeno mantivesse um
percentual das ações, mas o ex-atleta optou por negociar toda a fatia
que detinha do futebol cruzeirense.
Desta forma, nomes como o ex-zagueiro Paulo André, o diretor técnico
Paulo Autuori e o conselheiro da SAF, Elias, não ficarão no Cruzeiro
para a próxima gestão. Pedro Lourenço já avalia nomes que podem
substituir o grupo nos próximos dias.
História de CÉZAR FEITOZA E JULIA CHAIB – Folha de S. Paulo
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ex-diretor-geral da PRF (Polícia
Rodoviária Federal) Silvinei Vasques completou oito meses preso e
acumula derrotas no gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do STF
(Supremo Tribunal Federal).
Dois pedidos de soltura já foram negados pelo ministro, e a defesa de
Vasques apresentou uma nova petição para a saída do ex-diretor da
Papuda no último dia 17, sob o argumento de que a prisão por tempo
indefinido é ilegal.
A prisão preventiva por longos períodos, sem apresentação de
denúncia, foi prática da Lava Jato retomada por Moraes e criticada por
advogados. Procurado por meio da assessoria de imprensa do tribunal,
Moraes não respondeu.
Os reveses no Supremo se dão em um inquérito sigiloso que investiga
Silvinei e outros membros do governo Jair Bolsonaro (PL) por suposta
interferência nas eleições de 2022.
A principal linha de investigação é que Silvinei tenha usado a
estrutura da PRF para realizar blitze no segundo turno das eleições com
foco em estados do Nordeste, nos quais Lula (PT) teve mais votos que
Bolsonaro.
Na nova petição em que pede a soltura de Vasques, a defesa do
investigado diz que não faz sentido o argumento de que o ex-diretor da
PRF deve permanecer preso para evitar que ele “influencie no ânimo das
testemunhas”.
Os advogados comparam a situação de Vasques à de Bolsonaro, também investigado.
“Se o argumento fosse válido, a Polícia Federal teria pedido a prisão
do ex-presidente da República pelo mesmo fundamento. Isso porque se o
requerente poderia influenciar no ânimo de alguma testemunha, mesmo
sendo pobre e um mero servidor público aposentado, com muito mais razão
poderia o ex-presidente.”
O Código de Processo Penal estabelece que a prisão preventiva pode
ser decretada por juiz no meio de uma investigação se comprovada a
existência de crime e se a restrição à liberdade for importante para
garantir a ordem pública ou econômica, para a conveniência da instrução
criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal.
A Polícia Federal argumentou, no pedido de prisão, que o objetivo de
manter Vasques sem liberdade seria permitir que a “produção de elementos
probatórios possa ocorrer de forma clara, precisa e eficaz, sem
qualquer interferência do mesmo em sua produção, sendo mais que
conveniente, de suma importância para a instrução criminal”.
Alexandre de Moraes, em resposta, disse que as condutas atribuídas ao
ex-diretor são “gravíssimas” e que novas diligências seriam
“imprescindíveis para a completa apuração das condutas ilícitas
investigadas”.
“[Os fatos] Comprovam a necessidade de custódia preventiva para a conveniência da instrução criminal”, afirmou.
A investigação da PF sobre Silvinei Vasques está em fase final. A
corporação negociou ao menos duas delações premiadas no inquérito entre
elas há colaboração de policiais federais que trabalhavam com o
ex-ministro Anderson Torres, segundo fontes com conhecimento do assunto.
Um dos elementos em análise pela PF é um mapeamento das cidades em
que Lula recebeu mais de 75% dos votos no primeiro turno. Este
levantamento foi encontrado no celular de Marília Alencar, ex-diretora
de Inteligência do Ministério da Justiça.
Investigadores viram relação entre a planilha achada e as cidades que tiveram barreiras da PRF durante o pleito.
Silvinei Vasques passou por um período de depressão na Papuda após
ser preso. Ele perdeu mais de dez quilos e, com doença celíaca, passou a
ter problemas de saúde que o fizeram trocar de setor no presídio, para
ficar mais próximo de consultórios médico e de psicologia.
No mês passado, Silvinei Vasques e outras sete pessoas foram
denunciadas pelo MPF (Ministério Público Federal) do Rio de Janeiro sob
acusação de fraude na compra de veículos blindados para a PRF.
Segundo o MPF, o grupo é acusado de favorecer a empresa Combat Armor
Defense do Brasil na compra dos “caveirões”, que custaram R$ 94 milhões
de 2019 a 2022. Os crimes podem configurar corrupção ativa e passiva,
lavagem de dinheiro e associação criminosa.
O ex-diretor da PRF está preso desde agosto de 2023. Ele usou do
tempo de isolamento para se preparar para a prova da OAB (Ordem dos
Advogados do Brasil). Formado em direito, ele pediu à Justiça para
receber livros para se preparar para a avaliação.
A juíza Leila Cury, da Vara de Execuções Penais, autorizou o envio do material, com ressalvas.
“Canetas hidrográficas, marcadores adesivos de página e marcadores de
texto não são materiais comumente usados pelas pessoas presas, pois […]
objetos pontiagudos e adesivos podem vir a ser usados para circulação
de recados [e causar] subversão da ordem, da segurança e da disciplina”,
escreveu Cury, permitindo somente a entrada de livros.
Vasques acabou reprovado na segunda fase da prova da OAB, em
fevereiro. A defesa do ex-diretor fez pedido à Vara de Execuções Penais
do Distrito Federal na segunda (22) para que o preso faça a prova
novamente, em 19 de maio.
O processo está na fase de manifestação do MPF. Se o pedido for
atendido, Vasques deve ser deslocado para uma universidade em Brasília
para realizar a prova.
As Zonas Azuis são regiões do mundo cuja população costuma viver com saúde até idade avançada.
Existem apenas cinco Zonas Azuis em todo o planeta: Icaria (Grécia),
Sardenha (Itália), Okinawa (Japão), Loma Linda (Califórnia, EUA) e
Nicoya (Costa Rica). As pesquisas indicam que a longevidade nessas
regiões se deve a uma combinação de fatores, que incluem desde a
alimentação e o clima até a religião.
Uma revista me pediu para descobrir por que a Costa Rica abriga
uma dessas regiões excepcionais. Por isso, Dre (minha namorada, na
época) e eu pegamos um avião na Califórnia e fomos até lá.
Da cidade de Puerto Viejo, no litoral caribenho da Costa Rica,
subimos de canoa o rio Yorkin, atravessando a floresta na fronteira com o
Panamá. Ali, fica o lar do povo nativo costarriquenho Bribri. Seu
isolamento ajudou o povo a manter sua cultura viva após sucessivas
invasões europeias.
A selva é repleta de vida e os Bribri usam essa riqueza para tudo,
desde a seiva da cânfora como repelente de mosquitos até uma planta que
eles mastigam para curar dor de dente.
Para os meus olhos não treinados, os jardins dos Bribri parecem muito
similares ao restante da floresta, com diferentes espécies reunidas e
borboletas voando entre os galhos. Mas esse caos aparente é pura ilusão.
“É porque você está acostumado a ver fazendas com um só cultivo”,
explica nosso guia local, Albin. “Nós não praticamos monocultura porque
as plantas evoluíram para trabalhar em harmonia. Os legumes colocam
nitrogênio no solo e as bananeiras fornecem potássio, de forma que não
precisamos de fertilizantes ou produtos artificiais.”
“Cada planta atrai diferentes pássaros, de forma que existem centenas
de espécies de aves por aqui, enquanto você encontra apenas uma dúzia
na monocultura”, prossegue Albin.
“Cada espécie se alimenta de insetos diferentes. Existem também as
jiboias e cobras-coral que matam roedores, de forma que não precisamos
de pesticidas, nem de armadilhas”, acrescenta.
“E quanto às cobras venenosas?”, perguntou Dre.
“Nós matamos as jararacas e surucucus”, respondeu Albin. “Nossos
jardins ficam perto das nossas aldeias e essas cobras podem ser muito
perigosas, especialmente para as crianças curiosas. Ou para os turistas
curiosos.”
A canoa parou em uma pequena praia de pedras. Duas crianças – um
casal de irmãos, observados pelo pai enquanto pescava – riam e gritavam
enquanto pulavam no rio.
Eles deixavam a corrente levá-los até um galho suspenso, que eles
agarravam para se transportar de volta para a margem do rio. Depois,
elas corriam e repetiam todo o processo.
O ar estava tomado pelo aroma de pedras da água do rio e pelo doce e
quente perfume das flores e da grama. Enquanto caminhávamos em direção à
aldeia, Albin colhia frutas das árvores, a maioria totalmente
desconhecidas para mim.
“Este é jambo-rosa”, ele conta, logo pegando outra fruta. “Este é
olosapo. E esta é carambola. Eles parecem diferentes dos que você
encontra no supermercado porque têm menos cruzamentos.”
Ele se aproximou de uma árvore com cerca de seis metros de altura com
frutos brotando diretamente do tronco e dos galhos. Eles pareciam bolas
de rugby rugosas com o comprimento aproximado da minha mão aberta. A
maioria tinha cor amarela ou verde.
“Este é o cacaueiro”, explica Albin, acariciando o tronco. “Nosso
povo acreditava que era a árvore mais bonita do paraíso e as sementes
eram usadas como dinheiro.”
Ele colheu um fruto amarelo com manchas laranja e o bateu contra o
tronco. O fruto se dividiu ao meio para revelar sua polpa branca e o
perfeito mosaico de sementes.
“A polpa é doce”, disse ele, enquanto me oferecia uma semente para chupar, “mas a semente é amarga até ser preparada.”
Entramos em uma clareira de palafitas com telhados de palha e uma
cabana de madeira branca que parecia um grande aviário. Dentro, havia
prateleiras com sementes de cacau, já vermelhas e marrons.
“As sementes são retiradas dos frutos”, explica ele, “e deixadas para
fermentar por uma semana. É quando o sabor do chocolate se desenvolve,
graças às enzimas e aos micro-organismos. Depois, nós as secamos ao sol
por cinco dias.”
Peguei uma das sementes secas e a mordi. Ela ainda era amarga, mas já tinha o característico sabor de chocolate.
Albin colocou um punhado de sementes em uma panela e aqueceu no
fogão. Depois de alguns minutos, ele quebrou a casca e retirou a parte
interna das amêndoas torradas, conhecida como “nib”.
O sabor era de chocolate amargo, café suave e castanhas.
As amêndoas torradas foram partidas com uma pedra e agitadas para
separar a casca mais leve dos nibs, que são mais pesados. Albin despejou
os nibs em um moedor manual.
Enquanto ele girava a manivela, uma espessa pasta pingava do fundo do
moedor. O rico e profundo aroma de chocolate amargo passou a dominar a
cabana.
Aquilo era manteiga de cacau pura, salpicada de nibs torrados. Os
Bribri secam a pasta e vendem para os turistas. Basta acrescentar leite
condensado e surge o melhor chocolate que já comi na vida.
“Foi preciso ter visão para trazer o turismo para esta região”, conta Albin. “Mas é a única forma de manter nossa cultura viva.”
“Por quê?”, perguntei.
“Desde que os europeus chegaram, nós, Bribri, vivemos sob pressão”, responde ele.
“Agora, o governo quer construir represas e nos pede para darmos a
nossa terra, pelo ‘bem do país e por uma enorme compensação’. Mas o
nosso povo já deu tudo para os invasores. Aonde eles nos levaram? Tudo o
que temos é a nossa terra e as nossas tradições. E o nosso cacau.”
“Em alguns anos, a represa será esquecida, mais energia será
necessária, novos rios serão represados e a selva será transformada em
plantações de banana”, prossegue ele. “Mas esta aldeia e esta cultura
terão desaparecido para sempre.”
“O turismo força as pessoas a olhar para nós. E, com a história do nosso cacau, as pessoas aprendem a história do nosso povo.”
“É estranho”, afirma Albin. “O cacau era importante para os nossos
ancestrais. Era uma planta sagrada que nos fortalecia – não só
fisicamente, mas espiritualmente. Agora, é uma das razões por que os
turistas vêm e pode ser o que nos irá salvar do desenvolvimento.”
“O chocolate faz da Costa Rica uma Zona Azul?”, pergunta Dre.
“Se for produzido desta forma, o chocolate pode ser um
superalimento”, responde Albin. “Cheio de antioxidantes e flavonoides,
que reduzem as inflamações. Ele pode ajudar a evitar o câncer e também
tem propriedades espirituais esotéricas para o nosso povo.”
“Mas uma vida saudável vem de muitas coisas”, prossegue ele.
“Comunidade, senso de propósito, viver ao ar livre, estilo de vida
ativo. E boa assistência médica, é claro, o que é difícil nestas
comunidades remotas.”
“Mas, na verdade, nem toda a Costa Rica é uma Zona Azul. Para encontrar a verdadeira Zona Azul, vocês precisam ir para Nicoya.”
Naquela noite, enquanto nos deitávamos nas nossas redes acima das
árvores, Dre e eu começávamos a planejar a próxima etapa da nossa
viagem.
“Eu nunca teria vindo para esta aldeia apenas para passar um
feriado”, disse ela. “Mas é uma experiência incrível estar neste belo
local e aprender pessoalmente sobre a cultura. Fazer perguntas, conhecer
pessoas fascinantes… parece um grande privilégio.”
Senso de comunidade e trabalho duro
Nicoya fica no lado oposto à terra dos Bribri, em uma península que avança sobre o Oceano Pacífico.
A cultura Chorotega, nativa de Nicoya, tem mais em comum com os
mesoamericanos do México do que com os Bribri da selva, devido à
geografia da América Central.
Seu legado mais claro está na alimentação. As estradas de Nicoya são
ladeadas por espigas de milho amarelo e roxo que são secas ao sol, da
mesma forma que você encontraria no México.
“A Zona Azul é real”, afirma o ceramista tradicional Ezekiel Aguirre Perez, do povo Chorotega, que mora na aldeia de Mutambu.
“Nesta região, as pessoas costumam viver até os 80 ou 90 anos, sem
acesso a assistência médica regular. Elas não tomam vitaminas e
remédios. Sua própria forma de viver é saudável.”
Os pesquisadores da Zona Azul identificaram a importância da
alimentação, com ênfase em muitos alimentos vegetais e baixo consumo de
carne.
Em Nicoya, o milho é usado para tudo, desde massas até sopas. Ele é
fermentado para produzir bebidas alcoólicas como chicha e chicheme. O
milho também é torrado e moído na forma de pinol, para fazer uma bebida
parecida com leite maltado.
Os Chorotega também têm um forte senso de comunidade. Toda a cidade
se reúne para construir cada uma das novas casas. É um conceito chamado
de mano vuelta, ou “trabalho para o benefício coletivo”.
“As pessoas procuram truques para viver mais”, conta Ezekiel, “mas
você não pode viver uma vida de consumo e ganância e, depois, equilibrar
com superalimentos. Você precisa viver de forma integrada: uma vida
ativa, uma vida gentil, uma vida em comunidade.”
“Quando alguém da aldeia precisa de uma nova casa, todos nós nos
reunimos e a construímos. Quando alguém abate um porco, todos nós nos
reunimos e o compartilhamos. Ninguém come demais, mas todos temos o
suficiente. E provemos a tudo em turnos.”
Ezekiel nos contou sobre um homem chamado Pachito que morava próximo e
havia recentemente comemorado seu 100º aniversário. Ele nos deu seu
endereço e sugeriu que fizéssemos uma visita a ele.
A fazenda de Pachito fica em um vale raso, rodeado por arbustos
floridos. Ezekiel havia avisado que estávamos indo, mas precisamos
esperar com a neta de Pachito até que ele voltasse, já que ele havia
saído para visitar alguns amigos.
Mas não esperamos por muito tempo. Pachito chegou cavalgando no seu
cavalo branco, que ele prendeu no quintal, descendo com habilidade.
Enquanto entrava, ele me deu um forte aperto de mão e puxou Dre para um
beijo no rosto.
“Que galante”, riu-se ela. Ele respondeu piscando o olho e se sentou em uma cadeira.
“Desculpem pelo atraso”, disse ele. “Eu precisava visitar um amigo
meu que não estava se sentindo muito bem. Mas ele tem 102 anos, o que se
pode esperar?”
“O sr. cavalga todo dia?”, perguntei.
“Quando fico parado, as coisas começam a doer”, respondeu ele.
“Trabalhei toda a minha vida como sabanero [vaqueiro], de forma que
[cavalgar] é mais natural para mim do que andar. Nunca fiz nenhum tipo
de exercício separado, mas é uma vida muito ativa.”
Pachito se sentou em uma cadeira baixa de vime, com fotografias de
muitos de seus descendentes na parede atrás dele. Sua neta serviu a ele
uma xícara de pinol quente, beijou-o na cabeça e saiu para o jardim.
“Esta nunca foi uma região de educação e sabedoria”, disse Pachito, “mas sempre um lugar de trabalho duro.”
“A maior diferença de hoje é que nós sabíamos de onde vinha a nossa
comida. Nós cultivávamos arroz e milho, criávamos bois e porcos. As
galinhas se alimentavam dos nossos restos. Não era uma grande variedade,
mas era puro e saudável e comíamos três vezes por dia. É o suficiente.”
“E o que o senhor acha que é importante, Pachito?”, perguntei. “O que o sr. diz aos seus filhos, netos e bisnetos?”
“Durante a minha vida, não fui uma grande pessoa – alguém importante ou algo assim – mas sempre fui um bom amigo”, ele conta.
“Você precisa amar a si mesmo e aos demais. Porque, se você ama um
amigo, você não pode desejar nada de mal para outras pessoas. Isso
impede as coisas de irem mal para você, de dentro para fora.”
Enquanto saíamos, ele tocou a minha mão e acenou em direção a Dre. “E é muito importante amar uma boa mulher”, ele disse.
Segui o conselho de Pachito à risca. Dre e eu nos casamos.
Marketing nas Redes Sociais: as estratégias (comprovadas) de como fazer, com Rafael Kiso
NP Digital Brasil
Marketing nas Redes Sociais não é mágica. É lógica!
Os maiores profissionais de Social Media usam a LÓGICA para conseguirem resultados de alto nível, e não a criatividade
O profissional de marketing do futuro não será uma pessoa 100% criativa. Concorda?
Será uma pessoa que entende de métricas, dados e pensamento lógico. E como você pode desenvolver isso?
O que fazer para que sua estratégia de marketing nas redes sociais tenha um resultado BEM MELHOR do que está tendo?
É sobre isso e outros assuntos de Marketing que conversei com o @RafaelKiso, um dos maiores nomes no Brasil sobre redes sociais.
Ele é fundador da @socialmlabs, plataforma líder em gestão de redes sociais no Brasil.
O que mais você vai ver neste vídeo:
– Como o Rafael Kiso se tornou um empresário de sucesso;
– Como ele transformou uma fábrica de softwares em uma agência digital de alto nível;
– A história de sucesso por trás da criação da Mlabs e como ela se tornou a plataforma mais utilizada no Brasil;
– As habilidades do novo profissional de marketing;
– As melhores práticas e estratégias das redes sociais.
Pensamento lógico e programação: como se relacionam?
Ctrl + Play – Escola de Robótica
O pensamento lógico e o aprimoramento do raciocínio podem acontecer mais facilmente e também mais rapidamente na infância.
Isso porque crianças estão sempre cercadas de novidades, de coisas
novas que nunca viram antes, que estimulam esse desenvolvimento.
Porém, você sabia que existem certas atividades – como a programação –
que podem auxiliar e ampliar essa desenvoltura? É exatamente sobre isso
que vamos focar nesse artigo!
Continue a leitura para saber como a programação ajuda no
aprimoramento do pensamento lógico, e também quais os benefícios desse
aprendizado para as crianças!
Mas afinal, o que é pensamento lógico?
Antes de nos aprofundarmos em como a programação é importante para o
desenvolvimento do pensamento lógico, vamos entender qual é a definição
desse termo.
O pensamento lógico é uma habilidade cognitiva que envolve a
capacidade de raciocinar de forma coerente, consistente e sequencial,
seguindo princípios lógicos e regras predefinidas.
Ou seja, é a capacidade de organizar informações, fazer conexões,
identificar padrões e inferir conclusões baseadas em evidências lógicas.
Para mais informações, leia também o nosso artigo complementar sobre pensamento computacional!
Sendo assim, o pensamento lógico permite:
• analisar situações
• resolver problemas
• tomar decisões fundamentadas
• e seguir argumentos válidos.
Além disso, ao desenvolver esse pensamento é importante para várias
áreas, como matemática, ciência, filosofia, programação de computadores e
resolução de problemas do dia a dia.
Visto que ele ajuda as crianças desde cedo a desenvolverem
habilidades de análise crítica, tomada de decisão, resolução de
problemas complexos e compreensão de conceitos abstratos.
E como a programação auxilia no desenvolvimento do pensamento lógico?
Primeiramente, é importante saber que a lógica é muito presente dentro do ambiente tecnológico.
Afinal, todo código que um desenvolvedor escreve é baseado na lógica
de programação. Que é basicamente um conjunto organizacional que segue
uma sequência de comando para trazer uma solução.
Quer saber mais sobre esse assunto? Clique aqui que temos um artigo completo sobre lógica de programação!
Sendo assim, desde o início do aprendizado de computação, as crianças
desenvolvem o pensamento lógico em um ambiente prático e de forma
interativa.
Para exemplificar bem, trouxemos alguns conceitos que são ensinados
no curso de programação e que ajudam muito no desenvolvimento dessa
habilidade. Vamos conferir?
Pensamento algorítmico e Sequenciamento
Ao programar, é necessário criar algoritmos, ou seja, sequências lógicas de instruções para solucionar problemas.
Leia mais sobre o que são algoritmos clicando aqui!
Nesse processo, as crianças estimulam a capacidade de dividir problemas complexos em etapas menores e mais gerenciáveis.
Assim desenvolvendo habilidades de planejamento e organização lógica.
Resolução de problemas
Sob o mesmo ponto de vista, e em conjunto, com o tópico anterior, a
programação envolve a identificação e solução de problemas por meio da
aplicação de lógica e raciocínio.
Dessa forma, ao enfrentar desafios de programação, as crianças são
incentivadas a utilizar o pensamento lógico para analisar os problemas,
identificar os elementos relevantes e então encontrar ou pensar em
soluções eficazes.
Depuração
Durante o processo de escrever e criar um código de programação, erros e bugs são super comuns.
Portanto, encontrar uma solução para esses problemas exige do
desenvolvedor um pensamento lógico sistemático, para que seja possível
identificar e corrigir as falhas.
Sendo assim, todo esse processo desenvolve a habilidade de depuração
de código e o raciocínio lógico para analisar e corrigir erros.
Pensamento Abstrato
Até agora citamos e focamos no termo pensamento lógico, porém a
programação também lida com vários conceitos abstratos, como variáveis,
loops e condicionais.
Ao trabalhar com esses conceitos, a criança trabalha a capacidade de
compreender e manipular abstrações, o que contribui para o
desenvolvimento do pensamento abstrato e da habilidade de generalização.
Dessa forma, com o tempo, os pequenos conseguem pensar e imaginar
conceitos além da realidade, para então estabelecer hipóteses,
comprová-las e solucionar assim o problema que enfrenta.
Agora que você sabe como a programação se relaciona com o
desenvolvimento do pensamento lógico, que tal garantir que o seu filho
trabalhe essa habilidade?
Marketplaces em alta: o sucesso no mercado
Tiago Sanches, gerente comercial da Total IP
Certas estratégias são cruciais para alavancar as vendas e isso começa com o primeiro contato
Marketplaces são uma tendência no e-commerce. Isso porque, os
benefícios existem tanto para quem tem seu próprio ambiente, quanto para
os sellers, os quais vendem nas plataformas de outros empreendedores.
Entretanto, apesar dessa alta, é fundamental as organizações se
prepararem da melhor forma para receberem seus grupos alvo,
independentemente da época do ano. Isso inclui uma elaboração iniciada
pelo atendimento.
O que são marketplaces e qual a sua realidade no mercado?
Esse conceito se remete a uma noção mais coletiva de vendas on-line.
Nessa plataforma, diferentes lojas podem anunciar seus artigos, dando ao
cliente um leque de opções. Desse jeito, trata-se de uma rede cujos
vendedores podem fazer suas ofertas dentro da mesma página. Ou seja, é
como um shopping center virtual cujos visitantes têm acesso a vários
estabelecimentos. Sites como Mercado Livre, Magalu, Americanas, Amazon e
a Valeon são ótimos exemplos, inclusive, de acordo com o último
relatório Webshoppers, 84% dos empreendedores brasileiros possuem canais
ativos em ambientes como esses.
Conforme a ChannelAdvisor, na China, esse tipo de comércio já
representa 90% do faturamento do varejo on-line e, nos EUA, 33%. Já no
Brasil, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm),
o crescimento do setor em 2021 foi de 19%.
Principalmente em temporadas de forte atividade, como o Natal, Dia
dos Namorados, das Mães e dos Pais, as movimentações tendem a ser
significativas. O Dia do Consumidor, por exemplo, em 2022, chegou a um
faturamento de R$ 722 milhões, com elevação de 22% em comparação a 2021,
de acordo com dados da Neotrust. Contudo, para, de fato, chamar a
atenção dos fregueses, apenas preços atrativos e propagandas não são o
suficiente, é preciso oferecer uma experiência completa. “Para deixar
uma marca positiva é necessário garantir um primeiro contato excelente,
indo até o pós-venda. Os responsáveis por esse tipo de negócio tendem a
pensar só no produto final entregue, mas toda interação importa”,
explica Tiago Sanches, gerente comercial da Total IP.
Um destaque em meio à concorrência é fundamental
Ciente de como apenas qualidade final não é o suficiente, diversos
quesitos tendem a ajudar uma empresa a se destacar em meio a tanta
concorrência. Logo, diferentes fatores influenciam a posição ocupada nas
buscas, seja preço, custo do frete, avaliações, etc. Além disso, é
imprescindível identificar como chamar a atenção em detrimento de
sellers ocupando o mesmo espaço. Nesse contexto, conhecimento nunca é
demais para descobrir como planejar condições visando se sobressair.
Outra questão importante diz respeito aos parceiros mantidos por
perto e a estrutura do negócio em geral. Para a quantidade de vendas
alcançadas por um programa como esse, investir na atração de indivíduos
para promover suas corporações lá dentro, diversificando e ampliando o
portfólio torna tudo mais robusto. Além disso, deve haver uma atenção
especial à otimização das operações.
Todavia, de nada adianta tomar cuidado com tudo isso e não promover
uma boa gestão operacional. Dentre diversos benefícios, a transformação
de um e-commerce em um marketplace proporciona ganho de escala das
demandas. A partir desse ponto é crucial redobrar a cautela com
estratégias adotadas no local omnichannel. Uma administração eficiente é
o meio para a criação de modelos de vivência da persona para ela ter
uma boa prática nessa aquisição. “Hoje em dia, uma pessoa transita por
diferentes pontos de contato. É relevante, então, conseguir alcançar o
preciso da melhor forma e naquele momento, assim, há grandes chances de
fidelizar”, comenta o especialista.
Dicas para se sair bem no mercado
Antes de tudo é sempre interessante se colocar no lugar dos
frequentadores, pois, somente conhecendo bem eles é viável proporcionar
oportunidades e elementos favoráveis. Em circunstâncias assim, um bom
levantamento de dados para analisar as dores e as necessidades é uma
excelente alternativa, tendo em vista como, por meio dessas informações,
é fácil identificar qual a busca e como agradar.
No entanto, o ditado é real e, de fato, a primeira impressão fica.
Logo, a assistência inicial desse sujeito deve ser levada em
consideração de forma primordial. Como anda o seu atendimento? Quais as
abordagens utilizadas para lidar com esses interessados?
Independentemente de qual seja, a Startup Valeon consegue auxiliar, incrementar e melhorar qualquer estratégia de forma inovadora.
A tecnologia de robôs tem sido cada vez mais utilizada em diversas
esferas do cotidiano da população. No geral, essa indústria está em
crescimento, de acordo com a VDMA (Associação Alemã de Fabricantes de
Máquinas e Instalações Industriais), as vendas do setor aumentaram em
13% em 2022. Nos primeiros quatro meses, os pedidos recebidos foram
elevados em 38%, também em relação ao ano anterior, na Alemanha.
Em todo o mundo, já existem mais de três milhões deles operando em
fábricas e pelo menos US$ 13,2 bilhões foram gastos nos últimos anos em
novas instalações utilizando esse tipo de modernização. Pelo menos 76%
desses investimentos foram feitos por cinco países: China, Japão,
Estados Unidos, Coreia do Sul e Alemanha. As indústrias automotiva,
elétrica, eletrônica e metálica se destacam nesse uso em seus parques
industriais. Porém, no caso do apoio ao consumidor esse artifício também
não poderia ficar de fora. Com a Startup Valeon isso é possível para
todos os âmbitos. “Nós enxergamos essa assistência como parte do
processo de conquista e a colocamos como um pilar principal para os
nossos usuários.
Dessa maneira, a firma oferece serviços baseados na aprimoração desse
suporte para as companhias parceiras, seja com os tão comentados robôs,
responsáveis por atender chamadas e responder mensagens
automaticamente, ou com outras ferramentas. Ao todo, há uma
flexibilidade sem igual para atender a todo tipo de instituição, com
humanos, chat, voz, redes sociais e WhatsApp, o propósito é aumentar os
resultados e promover atualização constante.
O que é marketplace e por que investir nessa plataforma
ÚnicaPropaganda e Moysés Peruhype Carlech
Milhares de internautas utilizam o marketplace diariamente para fazer
compras virtuais. Mas muitos ainda desconhecem seu conceito e como ele
funciona na compra e venda de produtos.
Afinal, o que é marketplace?
O marketplace é um modelo de negócio online que pode ter seu funcionamento comparado ao de um shopping center.
Ao entrar em um shopping com a intenção de comprar um produto
específico, você encontra dezenas de lojas, o que lhe permite pesquisar
as opções e os preços disponibilizados por cada uma delas. Além de
comprar o que você planejou inicialmente, também é possível consumir
outros produtos, de diferentes lojas, marcas e segmentos.
Leve isso ao mundo virtual e você entenderá o conceito de
marketplace: um lugar que reúne produtos de diversas lojas, marcas e
segmentos. A diferença é que no ambiente virtual é mais fácil buscar
produtos, e existe a facilidade de comprar todos eles com um pagamento
unificado.
Os principais marketplaces do Brasil
A Amazon foi a primeira a popularizar esse modelo de negócio pelo mundo, e até hoje é a maior referência no assunto
No Brasil, o marketplace teve início em 2012. Quem tornou a
plataforma mais conhecida foi a CNova, responsável pelas operações
digitais da Casas Bahia, Extra, Ponto Frio, entre outras lojas.
Hoje, alguns nomes conhecidos no marketplace B2C são: Americanas,
Magazine Luiza, Netshoes, Shoptime, Submarino e Walmart. No modelo C2C,
estão nomes como Mercado Livre e OLX. Conheça os resultados de algumas
dessas e de outras lojas no comércio eletrônico brasileiro.
Aqui no Vale do Aço temos o marketplace da Startup Valeon que é uma
Plataforma Comercial de divulgação de Empresas, Serviços e Profissionais
Liberais que surgiu para revolucionar o comércio do Vale do Aço através
de sua divulgação online.
Como escolher o marketplace ideal para sua loja
Para ingressar em um marketplace, é preciso cadastrar sua loja,
definir os produtos que serão vendidos e iniciar a divulgação. Mas é
fundamental levar em consideração alguns pontos importantes antes de
decidir onde incluir sua marca:
Forma de cobrança: cada marketplace possui seu modelo de comissão
sobre as vendas realizadas, que pode variar de 9,5% a 30%. O que
determina isso é a menor ou maior visibilidade que o fornecedor
atribuirá a seus produtos. Ou seja, o lojista que quer obter mais
anúncios para seus produtos e as melhores posições em pesquisas pagará
uma comissão maior.
Na Startup Valeon não cobramos comissão e sim uma pequena mensalidade para a divulgação de seus anúncios.
Público-alvo: ao definir onde cadastrar sua loja, é essencial
identificar em quais marketplaces o seu público está mais presente.
Garantimos que na Valeon seu público alvo estará presente.
Concorrentes: avalie também quais são as lojas do mesmo segmento que
já fazem parte da plataforma e se os seus produtos têm potencial para
competir com os ofertados por elas.
Felizmente não temos concorrentes e disponibilizamos para você cliente e consumidores o melhor marketplace que possa existir.
Reputação: para um marketplace obter tráfego e melhorar seus
resultados em vendas precisa contar com parceiros que cumpram suas
promessas e atendam aos compradores conforme o esperado. Atrasos na
entrega, produtos com qualidade inferior à prometida e atendimento
ineficiente são fatores que afastam os usuários que costumam comprar
naquele ambiente virtual. Ao ingressar em um marketplace, certifique-se
de que a sua loja irá contribuir com a boa reputação da plataforma e
pesquise as opiniões de compradores referentes às outras lojas já
cadastradas.
Temos uma ótima reputação junto ao mercado e consumidores devido a seriedade que conduzimos o nosso negócio.
Vantagens do marketplace
A plataforma da Valeon oferece vantagens para todos os envolvidos no comércio eletrônico. Confira abaixo algumas delas.
Para o consumidor
Encontrar produtos de diversos segmentos e preços competitivos em um único ambiente;
Efetuar o pagamento pelos produtos de diferentes lojistas em uma única transação.
Para o lojista
Ingressar em um comércio eletrônico bem visitado e com credibilidade, o que eleva a visibilidade de seus produtos;
Fazer parte de uma estrutura completa de atendimento e operação de
vendas com um menor investimento, considerando que não será necessário
pagar um custo fixo básico, como aconteceria no caso de investir na
abertura de uma loja física ou online.
Provas de Benefícios que o nosso site produz e proporciona:
• Fazemos muito mais que aumentar as suas vendas com a utilização das nossas ferramentas de marketing;
• Atraímos visualmente mais clientes;
• Somos mais dinâmicos;
• Somos mais assertivos nas recomendações dos produtos e promoções;
• O nosso site é otimizado para aproveitar todos os visitantes;
• Proporcionamos aumento do tráfego orgânico.
• Fazemos vários investimentos em marketing como anúncios em
buscadores, redes sociais e em várias publicidades online para
impulsionar o potencial das lojas inscritas no nosso site e aumentar as
suas vendas.
Para o Marketplace
Dispor de uma ampla variedade de produtos em sua vitrine virtual, atraindo ainda mais visitantes;
Conquistar credibilidade ao ser reconhecido como um e-commerce que
reúne os produtos que os consumidores buscam, o que contribui até mesmo
para fidelizar clientes.
Temos nos dedicado com muito afinco em melhorar e
proporcionar aos que visitam o Site uma boa avaliação do nosso canal
procurando captar e entender o comportamento dos consumidores o que nos
ajuda a incrementar as melhorias e campanhas de marketing que
realizamos.
Nossos contatos: Fones: (31) 3827-2297 e (31) 98428-0590 (App)
Embora os PDFs sejam essenciais para o envio de documentos mantendo o
formato e o conteúdo, na hora de fazer alterações as coisas ficam
complicadas se não tivermos o arquivo original. Porém, o site parceiro Genbeta mostrou que não precisamos de sites ou aplicativos pagos para converter um PDF em Word além de uma conta do Gmail.
Embora seja verdade que existe um bom conjunto de sites que nos
permitem conversões e outras opções, a realidade é que às vezes pensamos
duas vezes quando enviamos os nossos artigos para uma página que não
conhecemos. Muitas vezes um site qualquer simplesmente não nos oferece
tanta liberdade ou possui uma função paga.
São muitas as situações em que temos interesse em converter um PDF
para Word, seja a nível acadêmico, profissional ou pessoal, e também uma
longa lista de opções para o fazer, mas de forma gratuita, sem instalar
nada e com software confiável que nós temos em mãos, a lista é
consideravelmente reduzida. Por isso uma conta Google resolve
facilmente.
Como transferir um PDF para Word com uma conta Google
O processo é tão simples quanto entrar no Gmail com as credenciais e acessar o Google Drive. Basta simplesmente carregar o arquivo PDF para o serviço de armazenamento do Google. Assim, basta arrastá-lo para ‘Novo‘ > ‘Upload de arquivo‘ e localizar o documento lá.
Quando o documento for carregado no Drive, basta abri-lo. Na parte superior central aparecerá a opção de ‘Abrir com o Google Docs‘. Ao tocar lá, o arquivo agora será editável e poderemos modificar o que quisermos com o processador de texto do Google.
Uma vez modificado, podemos salvar uma cópia desse arquivo em nosso Google Drive ou baixá-lo para enviar ou trabalhar localmente. Dentro de ‘Arquivo’, você fazer uma cópia ou fazer download. Esta última possibilidade é o ponto-chave: você pode salvar em alguns formatos diferentes, incluindo o próprio PDF e também o Word.
Portanto, se você não gosta de aplicativos e sites não oficiais para
carregar documentos importantes, basta usar uma conta de Gmail para
converter arquivos PDF em Word. Você só precisará do e-mail e de
internet.
Gestores e profissionais das escolas têm se visto diante de um novo e
grande desafio no último ano: como incorporar as tecnologias de
Inteligência Artificial (IA), como o ChatGPT,
à rotina pedagógica? Parte dos professores viram na ferramenta uma
ameaça à qualidade do aprendizado, mas aos poucos as instituições e os
próprios docentes buscam incorporar a tecnologia.
De acordo com Marcelo Krokoscz, diretor do Colégio Fecap,
em São Paulo, no início de 2024 o uso da IA foi tema de formação local
dos docentes. “Temos cursos técnicos nessa área. Chamamos os professores
para explicar essa nova tecnologia aos colegas. Foram apresentadas
sugestões de uso, para auxiliar em pesquisas e avaliações. Todas as
ideias estão sendo debatidas e testadas.”
Krokoscz afirma que recentemente foi feita uma enquete no colégio e
cerca de 60% dos professores já estão utilizando as tecnologias de IA.
“Mas o espaço de tempo ainda é curto para avaliação de desempenho.”
Para ele, do ponto de vista da integridade científica, ainda há
preocupações e lacunas. “A norma ABNT (as regras técnicas do País) teve
sua última atualização em 2018, muito antes do surgimento dessas
tecnologias. Precisamos de um modelo para IA e também educar os
professores e estudantes para a transparência.”
Bruno Alvarez, diretor do Colégio Pentágono, também relata a necessidade de “algumas medidas para que o corpo de professores e educadores fosse instruído”.
Segundo Alvarez, nesse momento a escola trabalha para a inserção
oficial do uso de IA em seu currículo. “Já trabalhávamos habilidades em
computação. Mas precisamos fazer a inserção dessas disciplinas, que
ainda não fazem parte do currículo oficial brasileiro. Tivemos de buscar
subsídios em algumas experiências internacionais.”
Para ele, o Brasil como um todo ainda está atrasado. “É importante o
diálogo com os educadores, mostrar que essas ferramentas podem ser
usadas a seu favor. Pegar exemplos de boas práticas. Precisamos ter
abordagem que não seja apenas técnica, mas holística.”
Maria Eduarda Menezes, coordenadora de Edtech da Beacon School,
explica que no início de 2023 a escola iniciou um processo de formação
continuada com os professores sobre modelos de IA generativa, como o
ChatGPT. “Os professores inicialmente estavam meio inseguros. Alguns já
tinham usado; outros não.”
Segundo ela, o colégio elaborou um documento norteador para a
aplicação das novas tecnologias, mas a intenção é que os professores
usem de acordo com suas necessidades. “Banir seria um caminho errado. A
solução é utilizar as ferramentas de forma orientada e ética.”
Por causa da urgência das instituições de se adaptarem a um novo
momento, já surgiram até empresas especializadas em desenvolver soluções
de IA para a Educação. Felipe Menezes, CEO da Maxia, afirma que a
empresa iniciou pesquisas sobre IA por volta de 2017, mas apenas quatro
anos depois começou a interagir com as escolas.
“Não temos encontrado dificuldade nessa abordagem, já que essa
tecnologia já está consolidada. Mas muitas vezes as escolas não sabem
como implementar.”
Menezes destaca que foi desenvolvido um sistema que avalia, por meio
de redações dos estudantes, dados sobre seus aspectos comportamentais,
cognitivos e psicométricos, que auxiliam professores na orientação
discente dos alunos e no desenvolvimento do material pedagógico.
Ele explica que atualmente a empresa desenvolve um sistema, que será
testado em algumas escolas, que consegue ler uma redação manuscrita e
fazer a avaliação com base nos critérios do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Marcos Facó, diretor de Comunicação da Fundação Getúlio Vargas (FGV),
reforça a tese de que a universidade de início se deparou com o ChatGPT
e outros equivalentes com certa suspeita. “Mas logo depois, nos demos
conta de que era uma tecnologia que veio para ficar. O primeiro desafio
nesse contexto era como fazer para nos adaptarmos a ela.”
De acordo com ele, inicialmente a FGV usou a IA somente para a
criação de chatbots para o esclarecimento de dúvidas. O uso de bots para
outras atividades, como mentoria, ainda está “em fase de implantação”.
Mas a tendência é que a tecnologia passe a ser utilizada também para
uma série de tarefas, como correção de provas e análise de possíveis
fraudes em trabalhos. “Hoje já existem plataformas que avaliam se um
texto foi criado por inteligência artificial.”
Facó ressalta o fato de que atualmente todos estão aprendendo a
utilizar as ferramentas de IA. “No nosso caso, a utilização fica a
critério de cada professor. Não existe orientação única nesse sentido.
Alguns usam até para preparar prova ou para corrigir. Isso poupa muito
tempo.”
Para ele, a IA é uma tecnologia que ajuda. “O desafio do professor é
saber como proceder nessa nova realidade. “Mudou tudo: a forma de
avaliar, de preparar aula.” Ele alerta, contudo, que há riscos de
formação de profissionais menos preparados caso a tecnologia seja
utilizada de forma incorreta.
“Esse é o maior desafio para a educação a médio prazo. Qual será o
papel do professor? A máquina não avalia contexto social e pessoal de
aluno. Hoje não temos a visão clara do que vai acontecer em algum
tempo.”
Wilson Rodrigues, diretor da Faculdade do Comércio (FAC) de São Paulo,
acredita que todos os avanços tecnológicos precisam ser abraçados. “Os
jovens gastam nove horas e meia por dia usando equipamentos eletrônicos.
Com educação, o mesmo uso de tempo é de 4 horas, em média.” Para ele, a
utilização de ferramentas digitais é inevitável. “Represar é
irracional.”
Rodrigues alerta, porém, que é preciso ter formação para utilizar
corretamente. “Seja uma simples ferramenta de busca ou o ChatGPT, isso
exige domínio da linguagem. É importante que a aplicação das ferramentas
passe por curadoria.”
Segundo Rodrigues, os professores da FAC estão preparados para uso de
IA, mas ele não acredita que essa seja uma realidade disseminada pelo
País. “Para criação de conteúdos, os professores já usam IA, mas para
elaboração de provas, ainda não.”
Neste mês o governo do Estado de São Paulo sugeriu aos professores usar o ChatGPT para aprimorar aulas. E não houve consenso.
O Google vai proibir, a partir de maio deste ano, o impulsionamento
de propagandas políticas em todas as suas plataformas. A medida atende
as exigências do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que quer restringir o
uso de inteligência artificial (IA) nos anúncios eleitorais e combater a
circulação de fake news. A decisão divide a opinião de especialistas,
que analisam que os candidatos vão perder importantes ferramentas para
divulgar as campanhas, tendo que buscar o serviço nas redes sociais como
Facebook, Instagram e o X (antigo Twitter).
A nova política do Google proíbe a circulação de qualquer tipo de
anúncio que fale sobre eleições, partidos políticos, federações e
coligações, cargos eletivos, propostas de governo, projetos de lei,
exercício do direito ao voto e de outros direitos políticos ou matérias
relacionadas ao processo eleitoral. A medida vale para todas as
plataformas da big tech, como o YouTube, por exemplo.
O Google seguiu a resolução nº 23.732 do TSE, que determinou que os
provedores de propagandas pagas na internet devem “manter repositório
desses anúncios para acompanhamento, em tempo real, do conteúdo, dos
valores, dos responsáveis pelo pagamento e das características dos
grupos populacionais que compõem a audiência”.
O Estadão apurou que a big tech discutiu, ao longo
dos últimos dois meses, formas de cumprir as regras do TSE. Em nota, o
Google afirma que a proibição das propagandas políticas foi determinada
para “não mais permitir a veiculação de anúncios políticos no País”.
“Temos o compromisso global de apoiar a integridade das eleições e
continuaremos a dialogar com autoridades em relação a este assunto”,
disse a empresa.
De acordo com Marcelo Crespo, coordenador de Direito da Escola
Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), a mudança deve ser um “teste”
para o controle dos anúncios publicitários nas eleições de 2026. O
especialista vê como ponto positivo a possível diminuição de conteúdos
inverídicos que podem ser impulsionados pela big tech. Porém, um fator
negativo apontado por ele é a impossibilidade de utilização do Google
por campanhas que querem alcançar potenciais eleitores.
“É uma plataforma que tem um poder muito grande sobre a sociedade, e
precisa ter uma noção de responsabilidade para que a democracia seja
respeitada. Talvez o impacto seja positivo na perspectiva de que a gente
tenha menos fake news. O impacto negativo talvez seja que, se um
candidato quiser veicular seu conteúdo por ali, ele não vai conseguir”,
disse Crespo.
Redes sociais devem ter monopólio de anúncios políticos nas eleições, aponta especialista
A decisão da big tech não impede que anúncios políticos sejam
impulsionados pelas redes sociais. Para Marcelo Crespo, será necessário
analisar se os candidatos irão procurar impulsionar as suas campanhas em
plataformas como o Facebook, o X (antigo Twitter) e o Instagram.
“Embora o Google seja muito relevante, a tecnologia não é apenas o
Google. Nós temos as plataformas de rede sociais e os aplicativos de
mensagens. São outros âmbitos de atuação dos candidatos, e será preciso
monitorar eles para analisar os impactos”, disse o diretor da ESPM.
Maria Carolina Lopes, especialista em Democracia e Comunicação
Digital, considera que a proibição por parte da big tech deve dar para a
Meta – conglomerado de mídia que reúne o Facebook e o Instagram – o
monopólio dos anúncios políticos nas eleições deste ano.
“A Meta não vai mais precisar dividir essa fatia com o Google.
Pensando como empresa, é um ganho. Por outro lado, se o custo moral e
político ficar muito alto, ela pode ir na mesma direção. Assim,
zeraríamos o jogo das campanhas impulsionadas na internet”, afirmou a
especialista.
Segundo Maria Carolina, o Google possibilita a criação de anúncios de
maior qualidade comparado à Meta. A especialista explica que as
campanhas tinham a oportunidade de impulsionar buscas para websites com
propostas e por palavras-chave e de impulsionar vídeos pelo YouTube. “A
democracia perde sem essas possibilidades e com a concentração de
mercado”, analisou.
O Estadão procurou a Meta, mas não obteve retorno.