História de CÉZAR FEITOZA E JULIA CHAIB – Folha de S. Paulo
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ex-diretor-geral da PRF (Polícia
Rodoviária Federal) Silvinei Vasques completou oito meses preso e
acumula derrotas no gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do STF
(Supremo Tribunal Federal).
Dois pedidos de soltura já foram negados pelo ministro, e a defesa de
Vasques apresentou uma nova petição para a saída do ex-diretor da
Papuda no último dia 17, sob o argumento de que a prisão por tempo
indefinido é ilegal.
A prisão preventiva por longos períodos, sem apresentação de
denúncia, foi prática da Lava Jato retomada por Moraes e criticada por
advogados. Procurado por meio da assessoria de imprensa do tribunal,
Moraes não respondeu.
Os reveses no Supremo se dão em um inquérito sigiloso que investiga
Silvinei e outros membros do governo Jair Bolsonaro (PL) por suposta
interferência nas eleições de 2022.
A principal linha de investigação é que Silvinei tenha usado a
estrutura da PRF para realizar blitze no segundo turno das eleições com
foco em estados do Nordeste, nos quais Lula (PT) teve mais votos que
Bolsonaro.
Na nova petição em que pede a soltura de Vasques, a defesa do
investigado diz que não faz sentido o argumento de que o ex-diretor da
PRF deve permanecer preso para evitar que ele “influencie no ânimo das
testemunhas”.
Os advogados comparam a situação de Vasques à de Bolsonaro, também investigado.
“Se o argumento fosse válido, a Polícia Federal teria pedido a prisão
do ex-presidente da República pelo mesmo fundamento. Isso porque se o
requerente poderia influenciar no ânimo de alguma testemunha, mesmo
sendo pobre e um mero servidor público aposentado, com muito mais razão
poderia o ex-presidente.”
O Código de Processo Penal estabelece que a prisão preventiva pode
ser decretada por juiz no meio de uma investigação se comprovada a
existência de crime e se a restrição à liberdade for importante para
garantir a ordem pública ou econômica, para a conveniência da instrução
criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal.
A Polícia Federal argumentou, no pedido de prisão, que o objetivo de
manter Vasques sem liberdade seria permitir que a “produção de elementos
probatórios possa ocorrer de forma clara, precisa e eficaz, sem
qualquer interferência do mesmo em sua produção, sendo mais que
conveniente, de suma importância para a instrução criminal”.
Alexandre de Moraes, em resposta, disse que as condutas atribuídas ao
ex-diretor são “gravíssimas” e que novas diligências seriam
“imprescindíveis para a completa apuração das condutas ilícitas
investigadas”.
“[Os fatos] Comprovam a necessidade de custódia preventiva para a conveniência da instrução criminal”, afirmou.
A investigação da PF sobre Silvinei Vasques está em fase final. A
corporação negociou ao menos duas delações premiadas no inquérito entre
elas há colaboração de policiais federais que trabalhavam com o
ex-ministro Anderson Torres, segundo fontes com conhecimento do assunto.
Um dos elementos em análise pela PF é um mapeamento das cidades em
que Lula recebeu mais de 75% dos votos no primeiro turno. Este
levantamento foi encontrado no celular de Marília Alencar, ex-diretora
de Inteligência do Ministério da Justiça.
Investigadores viram relação entre a planilha achada e as cidades que tiveram barreiras da PRF durante o pleito.
Silvinei Vasques passou por um período de depressão na Papuda após
ser preso. Ele perdeu mais de dez quilos e, com doença celíaca, passou a
ter problemas de saúde que o fizeram trocar de setor no presídio, para
ficar mais próximo de consultórios médico e de psicologia.
No mês passado, Silvinei Vasques e outras sete pessoas foram
denunciadas pelo MPF (Ministério Público Federal) do Rio de Janeiro sob
acusação de fraude na compra de veículos blindados para a PRF.
Segundo o MPF, o grupo é acusado de favorecer a empresa Combat Armor
Defense do Brasil na compra dos “caveirões”, que custaram R$ 94 milhões
de 2019 a 2022. Os crimes podem configurar corrupção ativa e passiva,
lavagem de dinheiro e associação criminosa.
O ex-diretor da PRF está preso desde agosto de 2023. Ele usou do
tempo de isolamento para se preparar para a prova da OAB (Ordem dos
Advogados do Brasil). Formado em direito, ele pediu à Justiça para
receber livros para se preparar para a avaliação.
A juíza Leila Cury, da Vara de Execuções Penais, autorizou o envio do material, com ressalvas.
“Canetas hidrográficas, marcadores adesivos de página e marcadores de
texto não são materiais comumente usados pelas pessoas presas, pois […]
objetos pontiagudos e adesivos podem vir a ser usados para circulação
de recados [e causar] subversão da ordem, da segurança e da disciplina”,
escreveu Cury, permitindo somente a entrada de livros.
Vasques acabou reprovado na segunda fase da prova da OAB, em
fevereiro. A defesa do ex-diretor fez pedido à Vara de Execuções Penais
do Distrito Federal na segunda (22) para que o preso faça a prova
novamente, em 19 de maio.
O processo está na fase de manifestação do MPF. Se o pedido for
atendido, Vasques deve ser deslocado para uma universidade em Brasília
para realizar a prova.
As Zonas Azuis são regiões do mundo cuja população costuma viver com saúde até idade avançada.
Existem apenas cinco Zonas Azuis em todo o planeta: Icaria (Grécia),
Sardenha (Itália), Okinawa (Japão), Loma Linda (Califórnia, EUA) e
Nicoya (Costa Rica). As pesquisas indicam que a longevidade nessas
regiões se deve a uma combinação de fatores, que incluem desde a
alimentação e o clima até a religião.
Uma revista me pediu para descobrir por que a Costa Rica abriga
uma dessas regiões excepcionais. Por isso, Dre (minha namorada, na
época) e eu pegamos um avião na Califórnia e fomos até lá.
Da cidade de Puerto Viejo, no litoral caribenho da Costa Rica,
subimos de canoa o rio Yorkin, atravessando a floresta na fronteira com o
Panamá. Ali, fica o lar do povo nativo costarriquenho Bribri. Seu
isolamento ajudou o povo a manter sua cultura viva após sucessivas
invasões europeias.
A selva é repleta de vida e os Bribri usam essa riqueza para tudo,
desde a seiva da cânfora como repelente de mosquitos até uma planta que
eles mastigam para curar dor de dente.
Para os meus olhos não treinados, os jardins dos Bribri parecem muito
similares ao restante da floresta, com diferentes espécies reunidas e
borboletas voando entre os galhos. Mas esse caos aparente é pura ilusão.
“É porque você está acostumado a ver fazendas com um só cultivo”,
explica nosso guia local, Albin. “Nós não praticamos monocultura porque
as plantas evoluíram para trabalhar em harmonia. Os legumes colocam
nitrogênio no solo e as bananeiras fornecem potássio, de forma que não
precisamos de fertilizantes ou produtos artificiais.”
“Cada planta atrai diferentes pássaros, de forma que existem centenas
de espécies de aves por aqui, enquanto você encontra apenas uma dúzia
na monocultura”, prossegue Albin.
“Cada espécie se alimenta de insetos diferentes. Existem também as
jiboias e cobras-coral que matam roedores, de forma que não precisamos
de pesticidas, nem de armadilhas”, acrescenta.
“E quanto às cobras venenosas?”, perguntou Dre.
“Nós matamos as jararacas e surucucus”, respondeu Albin. “Nossos
jardins ficam perto das nossas aldeias e essas cobras podem ser muito
perigosas, especialmente para as crianças curiosas. Ou para os turistas
curiosos.”
A canoa parou em uma pequena praia de pedras. Duas crianças – um
casal de irmãos, observados pelo pai enquanto pescava – riam e gritavam
enquanto pulavam no rio.
Eles deixavam a corrente levá-los até um galho suspenso, que eles
agarravam para se transportar de volta para a margem do rio. Depois,
elas corriam e repetiam todo o processo.
O ar estava tomado pelo aroma de pedras da água do rio e pelo doce e
quente perfume das flores e da grama. Enquanto caminhávamos em direção à
aldeia, Albin colhia frutas das árvores, a maioria totalmente
desconhecidas para mim.
“Este é jambo-rosa”, ele conta, logo pegando outra fruta. “Este é
olosapo. E esta é carambola. Eles parecem diferentes dos que você
encontra no supermercado porque têm menos cruzamentos.”
Ele se aproximou de uma árvore com cerca de seis metros de altura com
frutos brotando diretamente do tronco e dos galhos. Eles pareciam bolas
de rugby rugosas com o comprimento aproximado da minha mão aberta. A
maioria tinha cor amarela ou verde.
“Este é o cacaueiro”, explica Albin, acariciando o tronco. “Nosso
povo acreditava que era a árvore mais bonita do paraíso e as sementes
eram usadas como dinheiro.”
Ele colheu um fruto amarelo com manchas laranja e o bateu contra o
tronco. O fruto se dividiu ao meio para revelar sua polpa branca e o
perfeito mosaico de sementes.
“A polpa é doce”, disse ele, enquanto me oferecia uma semente para chupar, “mas a semente é amarga até ser preparada.”
Entramos em uma clareira de palafitas com telhados de palha e uma
cabana de madeira branca que parecia um grande aviário. Dentro, havia
prateleiras com sementes de cacau, já vermelhas e marrons.
“As sementes são retiradas dos frutos”, explica ele, “e deixadas para
fermentar por uma semana. É quando o sabor do chocolate se desenvolve,
graças às enzimas e aos micro-organismos. Depois, nós as secamos ao sol
por cinco dias.”
Peguei uma das sementes secas e a mordi. Ela ainda era amarga, mas já tinha o característico sabor de chocolate.
Albin colocou um punhado de sementes em uma panela e aqueceu no
fogão. Depois de alguns minutos, ele quebrou a casca e retirou a parte
interna das amêndoas torradas, conhecida como “nib”.
O sabor era de chocolate amargo, café suave e castanhas.
As amêndoas torradas foram partidas com uma pedra e agitadas para
separar a casca mais leve dos nibs, que são mais pesados. Albin despejou
os nibs em um moedor manual.
Enquanto ele girava a manivela, uma espessa pasta pingava do fundo do
moedor. O rico e profundo aroma de chocolate amargo passou a dominar a
cabana.
Aquilo era manteiga de cacau pura, salpicada de nibs torrados. Os
Bribri secam a pasta e vendem para os turistas. Basta acrescentar leite
condensado e surge o melhor chocolate que já comi na vida.
“Foi preciso ter visão para trazer o turismo para esta região”, conta Albin. “Mas é a única forma de manter nossa cultura viva.”
“Por quê?”, perguntei.
“Desde que os europeus chegaram, nós, Bribri, vivemos sob pressão”, responde ele.
“Agora, o governo quer construir represas e nos pede para darmos a
nossa terra, pelo ‘bem do país e por uma enorme compensação’. Mas o
nosso povo já deu tudo para os invasores. Aonde eles nos levaram? Tudo o
que temos é a nossa terra e as nossas tradições. E o nosso cacau.”
“Em alguns anos, a represa será esquecida, mais energia será
necessária, novos rios serão represados e a selva será transformada em
plantações de banana”, prossegue ele. “Mas esta aldeia e esta cultura
terão desaparecido para sempre.”
“O turismo força as pessoas a olhar para nós. E, com a história do nosso cacau, as pessoas aprendem a história do nosso povo.”
“É estranho”, afirma Albin. “O cacau era importante para os nossos
ancestrais. Era uma planta sagrada que nos fortalecia – não só
fisicamente, mas espiritualmente. Agora, é uma das razões por que os
turistas vêm e pode ser o que nos irá salvar do desenvolvimento.”
“O chocolate faz da Costa Rica uma Zona Azul?”, pergunta Dre.
“Se for produzido desta forma, o chocolate pode ser um
superalimento”, responde Albin. “Cheio de antioxidantes e flavonoides,
que reduzem as inflamações. Ele pode ajudar a evitar o câncer e também
tem propriedades espirituais esotéricas para o nosso povo.”
“Mas uma vida saudável vem de muitas coisas”, prossegue ele.
“Comunidade, senso de propósito, viver ao ar livre, estilo de vida
ativo. E boa assistência médica, é claro, o que é difícil nestas
comunidades remotas.”
“Mas, na verdade, nem toda a Costa Rica é uma Zona Azul. Para encontrar a verdadeira Zona Azul, vocês precisam ir para Nicoya.”
Naquela noite, enquanto nos deitávamos nas nossas redes acima das
árvores, Dre e eu começávamos a planejar a próxima etapa da nossa
viagem.
“Eu nunca teria vindo para esta aldeia apenas para passar um
feriado”, disse ela. “Mas é uma experiência incrível estar neste belo
local e aprender pessoalmente sobre a cultura. Fazer perguntas, conhecer
pessoas fascinantes… parece um grande privilégio.”
Senso de comunidade e trabalho duro
Nicoya fica no lado oposto à terra dos Bribri, em uma península que avança sobre o Oceano Pacífico.
A cultura Chorotega, nativa de Nicoya, tem mais em comum com os
mesoamericanos do México do que com os Bribri da selva, devido à
geografia da América Central.
Seu legado mais claro está na alimentação. As estradas de Nicoya são
ladeadas por espigas de milho amarelo e roxo que são secas ao sol, da
mesma forma que você encontraria no México.
“A Zona Azul é real”, afirma o ceramista tradicional Ezekiel Aguirre Perez, do povo Chorotega, que mora na aldeia de Mutambu.
“Nesta região, as pessoas costumam viver até os 80 ou 90 anos, sem
acesso a assistência médica regular. Elas não tomam vitaminas e
remédios. Sua própria forma de viver é saudável.”
Os pesquisadores da Zona Azul identificaram a importância da
alimentação, com ênfase em muitos alimentos vegetais e baixo consumo de
carne.
Em Nicoya, o milho é usado para tudo, desde massas até sopas. Ele é
fermentado para produzir bebidas alcoólicas como chicha e chicheme. O
milho também é torrado e moído na forma de pinol, para fazer uma bebida
parecida com leite maltado.
Os Chorotega também têm um forte senso de comunidade. Toda a cidade
se reúne para construir cada uma das novas casas. É um conceito chamado
de mano vuelta, ou “trabalho para o benefício coletivo”.
“As pessoas procuram truques para viver mais”, conta Ezekiel, “mas
você não pode viver uma vida de consumo e ganância e, depois, equilibrar
com superalimentos. Você precisa viver de forma integrada: uma vida
ativa, uma vida gentil, uma vida em comunidade.”
“Quando alguém da aldeia precisa de uma nova casa, todos nós nos
reunimos e a construímos. Quando alguém abate um porco, todos nós nos
reunimos e o compartilhamos. Ninguém come demais, mas todos temos o
suficiente. E provemos a tudo em turnos.”
Ezekiel nos contou sobre um homem chamado Pachito que morava próximo e
havia recentemente comemorado seu 100º aniversário. Ele nos deu seu
endereço e sugeriu que fizéssemos uma visita a ele.
A fazenda de Pachito fica em um vale raso, rodeado por arbustos
floridos. Ezekiel havia avisado que estávamos indo, mas precisamos
esperar com a neta de Pachito até que ele voltasse, já que ele havia
saído para visitar alguns amigos.
Mas não esperamos por muito tempo. Pachito chegou cavalgando no seu
cavalo branco, que ele prendeu no quintal, descendo com habilidade.
Enquanto entrava, ele me deu um forte aperto de mão e puxou Dre para um
beijo no rosto.
“Que galante”, riu-se ela. Ele respondeu piscando o olho e se sentou em uma cadeira.
“Desculpem pelo atraso”, disse ele. “Eu precisava visitar um amigo
meu que não estava se sentindo muito bem. Mas ele tem 102 anos, o que se
pode esperar?”
“O sr. cavalga todo dia?”, perguntei.
“Quando fico parado, as coisas começam a doer”, respondeu ele.
“Trabalhei toda a minha vida como sabanero [vaqueiro], de forma que
[cavalgar] é mais natural para mim do que andar. Nunca fiz nenhum tipo
de exercício separado, mas é uma vida muito ativa.”
Pachito se sentou em uma cadeira baixa de vime, com fotografias de
muitos de seus descendentes na parede atrás dele. Sua neta serviu a ele
uma xícara de pinol quente, beijou-o na cabeça e saiu para o jardim.
“Esta nunca foi uma região de educação e sabedoria”, disse Pachito, “mas sempre um lugar de trabalho duro.”
“A maior diferença de hoje é que nós sabíamos de onde vinha a nossa
comida. Nós cultivávamos arroz e milho, criávamos bois e porcos. As
galinhas se alimentavam dos nossos restos. Não era uma grande variedade,
mas era puro e saudável e comíamos três vezes por dia. É o suficiente.”
“E o que o senhor acha que é importante, Pachito?”, perguntei. “O que o sr. diz aos seus filhos, netos e bisnetos?”
“Durante a minha vida, não fui uma grande pessoa – alguém importante ou algo assim – mas sempre fui um bom amigo”, ele conta.
“Você precisa amar a si mesmo e aos demais. Porque, se você ama um
amigo, você não pode desejar nada de mal para outras pessoas. Isso
impede as coisas de irem mal para você, de dentro para fora.”
Enquanto saíamos, ele tocou a minha mão e acenou em direção a Dre. “E é muito importante amar uma boa mulher”, ele disse.
Segui o conselho de Pachito à risca. Dre e eu nos casamos.
Marketing nas Redes Sociais: as estratégias (comprovadas) de como fazer, com Rafael Kiso
NP Digital Brasil
Marketing nas Redes Sociais não é mágica. É lógica!
Os maiores profissionais de Social Media usam a LÓGICA para conseguirem resultados de alto nível, e não a criatividade
O profissional de marketing do futuro não será uma pessoa 100% criativa. Concorda?
Será uma pessoa que entende de métricas, dados e pensamento lógico. E como você pode desenvolver isso?
O que fazer para que sua estratégia de marketing nas redes sociais tenha um resultado BEM MELHOR do que está tendo?
É sobre isso e outros assuntos de Marketing que conversei com o @RafaelKiso, um dos maiores nomes no Brasil sobre redes sociais.
Ele é fundador da @socialmlabs, plataforma líder em gestão de redes sociais no Brasil.
O que mais você vai ver neste vídeo:
– Como o Rafael Kiso se tornou um empresário de sucesso;
– Como ele transformou uma fábrica de softwares em uma agência digital de alto nível;
– A história de sucesso por trás da criação da Mlabs e como ela se tornou a plataforma mais utilizada no Brasil;
– As habilidades do novo profissional de marketing;
– As melhores práticas e estratégias das redes sociais.
Pensamento lógico e programação: como se relacionam?
Ctrl + Play – Escola de Robótica
O pensamento lógico e o aprimoramento do raciocínio podem acontecer mais facilmente e também mais rapidamente na infância.
Isso porque crianças estão sempre cercadas de novidades, de coisas
novas que nunca viram antes, que estimulam esse desenvolvimento.
Porém, você sabia que existem certas atividades – como a programação –
que podem auxiliar e ampliar essa desenvoltura? É exatamente sobre isso
que vamos focar nesse artigo!
Continue a leitura para saber como a programação ajuda no
aprimoramento do pensamento lógico, e também quais os benefícios desse
aprendizado para as crianças!
Mas afinal, o que é pensamento lógico?
Antes de nos aprofundarmos em como a programação é importante para o
desenvolvimento do pensamento lógico, vamos entender qual é a definição
desse termo.
O pensamento lógico é uma habilidade cognitiva que envolve a
capacidade de raciocinar de forma coerente, consistente e sequencial,
seguindo princípios lógicos e regras predefinidas.
Ou seja, é a capacidade de organizar informações, fazer conexões,
identificar padrões e inferir conclusões baseadas em evidências lógicas.
Para mais informações, leia também o nosso artigo complementar sobre pensamento computacional!
Sendo assim, o pensamento lógico permite:
• analisar situações
• resolver problemas
• tomar decisões fundamentadas
• e seguir argumentos válidos.
Além disso, ao desenvolver esse pensamento é importante para várias
áreas, como matemática, ciência, filosofia, programação de computadores e
resolução de problemas do dia a dia.
Visto que ele ajuda as crianças desde cedo a desenvolverem
habilidades de análise crítica, tomada de decisão, resolução de
problemas complexos e compreensão de conceitos abstratos.
E como a programação auxilia no desenvolvimento do pensamento lógico?
Primeiramente, é importante saber que a lógica é muito presente dentro do ambiente tecnológico.
Afinal, todo código que um desenvolvedor escreve é baseado na lógica
de programação. Que é basicamente um conjunto organizacional que segue
uma sequência de comando para trazer uma solução.
Quer saber mais sobre esse assunto? Clique aqui que temos um artigo completo sobre lógica de programação!
Sendo assim, desde o início do aprendizado de computação, as crianças
desenvolvem o pensamento lógico em um ambiente prático e de forma
interativa.
Para exemplificar bem, trouxemos alguns conceitos que são ensinados
no curso de programação e que ajudam muito no desenvolvimento dessa
habilidade. Vamos conferir?
Pensamento algorítmico e Sequenciamento
Ao programar, é necessário criar algoritmos, ou seja, sequências lógicas de instruções para solucionar problemas.
Leia mais sobre o que são algoritmos clicando aqui!
Nesse processo, as crianças estimulam a capacidade de dividir problemas complexos em etapas menores e mais gerenciáveis.
Assim desenvolvendo habilidades de planejamento e organização lógica.
Resolução de problemas
Sob o mesmo ponto de vista, e em conjunto, com o tópico anterior, a
programação envolve a identificação e solução de problemas por meio da
aplicação de lógica e raciocínio.
Dessa forma, ao enfrentar desafios de programação, as crianças são
incentivadas a utilizar o pensamento lógico para analisar os problemas,
identificar os elementos relevantes e então encontrar ou pensar em
soluções eficazes.
Depuração
Durante o processo de escrever e criar um código de programação, erros e bugs são super comuns.
Portanto, encontrar uma solução para esses problemas exige do
desenvolvedor um pensamento lógico sistemático, para que seja possível
identificar e corrigir as falhas.
Sendo assim, todo esse processo desenvolve a habilidade de depuração
de código e o raciocínio lógico para analisar e corrigir erros.
Pensamento Abstrato
Até agora citamos e focamos no termo pensamento lógico, porém a
programação também lida com vários conceitos abstratos, como variáveis,
loops e condicionais.
Ao trabalhar com esses conceitos, a criança trabalha a capacidade de
compreender e manipular abstrações, o que contribui para o
desenvolvimento do pensamento abstrato e da habilidade de generalização.
Dessa forma, com o tempo, os pequenos conseguem pensar e imaginar
conceitos além da realidade, para então estabelecer hipóteses,
comprová-las e solucionar assim o problema que enfrenta.
Agora que você sabe como a programação se relaciona com o
desenvolvimento do pensamento lógico, que tal garantir que o seu filho
trabalhe essa habilidade?
Marketplaces em alta: o sucesso no mercado
Tiago Sanches, gerente comercial da Total IP
Certas estratégias são cruciais para alavancar as vendas e isso começa com o primeiro contato
Marketplaces são uma tendência no e-commerce. Isso porque, os
benefícios existem tanto para quem tem seu próprio ambiente, quanto para
os sellers, os quais vendem nas plataformas de outros empreendedores.
Entretanto, apesar dessa alta, é fundamental as organizações se
prepararem da melhor forma para receberem seus grupos alvo,
independentemente da época do ano. Isso inclui uma elaboração iniciada
pelo atendimento.
O que são marketplaces e qual a sua realidade no mercado?
Esse conceito se remete a uma noção mais coletiva de vendas on-line.
Nessa plataforma, diferentes lojas podem anunciar seus artigos, dando ao
cliente um leque de opções. Desse jeito, trata-se de uma rede cujos
vendedores podem fazer suas ofertas dentro da mesma página. Ou seja, é
como um shopping center virtual cujos visitantes têm acesso a vários
estabelecimentos. Sites como Mercado Livre, Magalu, Americanas, Amazon e
a Valeon são ótimos exemplos, inclusive, de acordo com o último
relatório Webshoppers, 84% dos empreendedores brasileiros possuem canais
ativos em ambientes como esses.
Conforme a ChannelAdvisor, na China, esse tipo de comércio já
representa 90% do faturamento do varejo on-line e, nos EUA, 33%. Já no
Brasil, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm),
o crescimento do setor em 2021 foi de 19%.
Principalmente em temporadas de forte atividade, como o Natal, Dia
dos Namorados, das Mães e dos Pais, as movimentações tendem a ser
significativas. O Dia do Consumidor, por exemplo, em 2022, chegou a um
faturamento de R$ 722 milhões, com elevação de 22% em comparação a 2021,
de acordo com dados da Neotrust. Contudo, para, de fato, chamar a
atenção dos fregueses, apenas preços atrativos e propagandas não são o
suficiente, é preciso oferecer uma experiência completa. “Para deixar
uma marca positiva é necessário garantir um primeiro contato excelente,
indo até o pós-venda. Os responsáveis por esse tipo de negócio tendem a
pensar só no produto final entregue, mas toda interação importa”,
explica Tiago Sanches, gerente comercial da Total IP.
Um destaque em meio à concorrência é fundamental
Ciente de como apenas qualidade final não é o suficiente, diversos
quesitos tendem a ajudar uma empresa a se destacar em meio a tanta
concorrência. Logo, diferentes fatores influenciam a posição ocupada nas
buscas, seja preço, custo do frete, avaliações, etc. Além disso, é
imprescindível identificar como chamar a atenção em detrimento de
sellers ocupando o mesmo espaço. Nesse contexto, conhecimento nunca é
demais para descobrir como planejar condições visando se sobressair.
Outra questão importante diz respeito aos parceiros mantidos por
perto e a estrutura do negócio em geral. Para a quantidade de vendas
alcançadas por um programa como esse, investir na atração de indivíduos
para promover suas corporações lá dentro, diversificando e ampliando o
portfólio torna tudo mais robusto. Além disso, deve haver uma atenção
especial à otimização das operações.
Todavia, de nada adianta tomar cuidado com tudo isso e não promover
uma boa gestão operacional. Dentre diversos benefícios, a transformação
de um e-commerce em um marketplace proporciona ganho de escala das
demandas. A partir desse ponto é crucial redobrar a cautela com
estratégias adotadas no local omnichannel. Uma administração eficiente é
o meio para a criação de modelos de vivência da persona para ela ter
uma boa prática nessa aquisição. “Hoje em dia, uma pessoa transita por
diferentes pontos de contato. É relevante, então, conseguir alcançar o
preciso da melhor forma e naquele momento, assim, há grandes chances de
fidelizar”, comenta o especialista.
Dicas para se sair bem no mercado
Antes de tudo é sempre interessante se colocar no lugar dos
frequentadores, pois, somente conhecendo bem eles é viável proporcionar
oportunidades e elementos favoráveis. Em circunstâncias assim, um bom
levantamento de dados para analisar as dores e as necessidades é uma
excelente alternativa, tendo em vista como, por meio dessas informações,
é fácil identificar qual a busca e como agradar.
No entanto, o ditado é real e, de fato, a primeira impressão fica.
Logo, a assistência inicial desse sujeito deve ser levada em
consideração de forma primordial. Como anda o seu atendimento? Quais as
abordagens utilizadas para lidar com esses interessados?
Independentemente de qual seja, a Startup Valeon consegue auxiliar, incrementar e melhorar qualquer estratégia de forma inovadora.
A tecnologia de robôs tem sido cada vez mais utilizada em diversas
esferas do cotidiano da população. No geral, essa indústria está em
crescimento, de acordo com a VDMA (Associação Alemã de Fabricantes de
Máquinas e Instalações Industriais), as vendas do setor aumentaram em
13% em 2022. Nos primeiros quatro meses, os pedidos recebidos foram
elevados em 38%, também em relação ao ano anterior, na Alemanha.
Em todo o mundo, já existem mais de três milhões deles operando em
fábricas e pelo menos US$ 13,2 bilhões foram gastos nos últimos anos em
novas instalações utilizando esse tipo de modernização. Pelo menos 76%
desses investimentos foram feitos por cinco países: China, Japão,
Estados Unidos, Coreia do Sul e Alemanha. As indústrias automotiva,
elétrica, eletrônica e metálica se destacam nesse uso em seus parques
industriais. Porém, no caso do apoio ao consumidor esse artifício também
não poderia ficar de fora. Com a Startup Valeon isso é possível para
todos os âmbitos. “Nós enxergamos essa assistência como parte do
processo de conquista e a colocamos como um pilar principal para os
nossos usuários.
Dessa maneira, a firma oferece serviços baseados na aprimoração desse
suporte para as companhias parceiras, seja com os tão comentados robôs,
responsáveis por atender chamadas e responder mensagens
automaticamente, ou com outras ferramentas. Ao todo, há uma
flexibilidade sem igual para atender a todo tipo de instituição, com
humanos, chat, voz, redes sociais e WhatsApp, o propósito é aumentar os
resultados e promover atualização constante.
O que é marketplace e por que investir nessa plataforma
ÚnicaPropaganda e Moysés Peruhype Carlech
Milhares de internautas utilizam o marketplace diariamente para fazer
compras virtuais. Mas muitos ainda desconhecem seu conceito e como ele
funciona na compra e venda de produtos.
Afinal, o que é marketplace?
O marketplace é um modelo de negócio online que pode ter seu funcionamento comparado ao de um shopping center.
Ao entrar em um shopping com a intenção de comprar um produto
específico, você encontra dezenas de lojas, o que lhe permite pesquisar
as opções e os preços disponibilizados por cada uma delas. Além de
comprar o que você planejou inicialmente, também é possível consumir
outros produtos, de diferentes lojas, marcas e segmentos.
Leve isso ao mundo virtual e você entenderá o conceito de
marketplace: um lugar que reúne produtos de diversas lojas, marcas e
segmentos. A diferença é que no ambiente virtual é mais fácil buscar
produtos, e existe a facilidade de comprar todos eles com um pagamento
unificado.
Os principais marketplaces do Brasil
A Amazon foi a primeira a popularizar esse modelo de negócio pelo mundo, e até hoje é a maior referência no assunto
No Brasil, o marketplace teve início em 2012. Quem tornou a
plataforma mais conhecida foi a CNova, responsável pelas operações
digitais da Casas Bahia, Extra, Ponto Frio, entre outras lojas.
Hoje, alguns nomes conhecidos no marketplace B2C são: Americanas,
Magazine Luiza, Netshoes, Shoptime, Submarino e Walmart. No modelo C2C,
estão nomes como Mercado Livre e OLX. Conheça os resultados de algumas
dessas e de outras lojas no comércio eletrônico brasileiro.
Aqui no Vale do Aço temos o marketplace da Startup Valeon que é uma
Plataforma Comercial de divulgação de Empresas, Serviços e Profissionais
Liberais que surgiu para revolucionar o comércio do Vale do Aço através
de sua divulgação online.
Como escolher o marketplace ideal para sua loja
Para ingressar em um marketplace, é preciso cadastrar sua loja,
definir os produtos que serão vendidos e iniciar a divulgação. Mas é
fundamental levar em consideração alguns pontos importantes antes de
decidir onde incluir sua marca:
Forma de cobrança: cada marketplace possui seu modelo de comissão
sobre as vendas realizadas, que pode variar de 9,5% a 30%. O que
determina isso é a menor ou maior visibilidade que o fornecedor
atribuirá a seus produtos. Ou seja, o lojista que quer obter mais
anúncios para seus produtos e as melhores posições em pesquisas pagará
uma comissão maior.
Na Startup Valeon não cobramos comissão e sim uma pequena mensalidade para a divulgação de seus anúncios.
Público-alvo: ao definir onde cadastrar sua loja, é essencial
identificar em quais marketplaces o seu público está mais presente.
Garantimos que na Valeon seu público alvo estará presente.
Concorrentes: avalie também quais são as lojas do mesmo segmento que
já fazem parte da plataforma e se os seus produtos têm potencial para
competir com os ofertados por elas.
Felizmente não temos concorrentes e disponibilizamos para você cliente e consumidores o melhor marketplace que possa existir.
Reputação: para um marketplace obter tráfego e melhorar seus
resultados em vendas precisa contar com parceiros que cumpram suas
promessas e atendam aos compradores conforme o esperado. Atrasos na
entrega, produtos com qualidade inferior à prometida e atendimento
ineficiente são fatores que afastam os usuários que costumam comprar
naquele ambiente virtual. Ao ingressar em um marketplace, certifique-se
de que a sua loja irá contribuir com a boa reputação da plataforma e
pesquise as opiniões de compradores referentes às outras lojas já
cadastradas.
Temos uma ótima reputação junto ao mercado e consumidores devido a seriedade que conduzimos o nosso negócio.
Vantagens do marketplace
A plataforma da Valeon oferece vantagens para todos os envolvidos no comércio eletrônico. Confira abaixo algumas delas.
Para o consumidor
Encontrar produtos de diversos segmentos e preços competitivos em um único ambiente;
Efetuar o pagamento pelos produtos de diferentes lojistas em uma única transação.
Para o lojista
Ingressar em um comércio eletrônico bem visitado e com credibilidade, o que eleva a visibilidade de seus produtos;
Fazer parte de uma estrutura completa de atendimento e operação de
vendas com um menor investimento, considerando que não será necessário
pagar um custo fixo básico, como aconteceria no caso de investir na
abertura de uma loja física ou online.
Provas de Benefícios que o nosso site produz e proporciona:
• Fazemos muito mais que aumentar as suas vendas com a utilização das nossas ferramentas de marketing;
• Atraímos visualmente mais clientes;
• Somos mais dinâmicos;
• Somos mais assertivos nas recomendações dos produtos e promoções;
• O nosso site é otimizado para aproveitar todos os visitantes;
• Proporcionamos aumento do tráfego orgânico.
• Fazemos vários investimentos em marketing como anúncios em
buscadores, redes sociais e em várias publicidades online para
impulsionar o potencial das lojas inscritas no nosso site e aumentar as
suas vendas.
Para o Marketplace
Dispor de uma ampla variedade de produtos em sua vitrine virtual, atraindo ainda mais visitantes;
Conquistar credibilidade ao ser reconhecido como um e-commerce que
reúne os produtos que os consumidores buscam, o que contribui até mesmo
para fidelizar clientes.
Temos nos dedicado com muito afinco em melhorar e
proporcionar aos que visitam o Site uma boa avaliação do nosso canal
procurando captar e entender o comportamento dos consumidores o que nos
ajuda a incrementar as melhorias e campanhas de marketing que
realizamos.
Nossos contatos: Fones: (31) 3827-2297 e (31) 98428-0590 (App)
Embora os PDFs sejam essenciais para o envio de documentos mantendo o
formato e o conteúdo, na hora de fazer alterações as coisas ficam
complicadas se não tivermos o arquivo original. Porém, o site parceiro Genbeta mostrou que não precisamos de sites ou aplicativos pagos para converter um PDF em Word além de uma conta do Gmail.
Embora seja verdade que existe um bom conjunto de sites que nos
permitem conversões e outras opções, a realidade é que às vezes pensamos
duas vezes quando enviamos os nossos artigos para uma página que não
conhecemos. Muitas vezes um site qualquer simplesmente não nos oferece
tanta liberdade ou possui uma função paga.
São muitas as situações em que temos interesse em converter um PDF
para Word, seja a nível acadêmico, profissional ou pessoal, e também uma
longa lista de opções para o fazer, mas de forma gratuita, sem instalar
nada e com software confiável que nós temos em mãos, a lista é
consideravelmente reduzida. Por isso uma conta Google resolve
facilmente.
Como transferir um PDF para Word com uma conta Google
O processo é tão simples quanto entrar no Gmail com as credenciais e acessar o Google Drive. Basta simplesmente carregar o arquivo PDF para o serviço de armazenamento do Google. Assim, basta arrastá-lo para ‘Novo‘ > ‘Upload de arquivo‘ e localizar o documento lá.
Quando o documento for carregado no Drive, basta abri-lo. Na parte superior central aparecerá a opção de ‘Abrir com o Google Docs‘. Ao tocar lá, o arquivo agora será editável e poderemos modificar o que quisermos com o processador de texto do Google.
Uma vez modificado, podemos salvar uma cópia desse arquivo em nosso Google Drive ou baixá-lo para enviar ou trabalhar localmente. Dentro de ‘Arquivo’, você fazer uma cópia ou fazer download. Esta última possibilidade é o ponto-chave: você pode salvar em alguns formatos diferentes, incluindo o próprio PDF e também o Word.
Portanto, se você não gosta de aplicativos e sites não oficiais para
carregar documentos importantes, basta usar uma conta de Gmail para
converter arquivos PDF em Word. Você só precisará do e-mail e de
internet.
Gestores e profissionais das escolas têm se visto diante de um novo e
grande desafio no último ano: como incorporar as tecnologias de
Inteligência Artificial (IA), como o ChatGPT,
à rotina pedagógica? Parte dos professores viram na ferramenta uma
ameaça à qualidade do aprendizado, mas aos poucos as instituições e os
próprios docentes buscam incorporar a tecnologia.
De acordo com Marcelo Krokoscz, diretor do Colégio Fecap,
em São Paulo, no início de 2024 o uso da IA foi tema de formação local
dos docentes. “Temos cursos técnicos nessa área. Chamamos os professores
para explicar essa nova tecnologia aos colegas. Foram apresentadas
sugestões de uso, para auxiliar em pesquisas e avaliações. Todas as
ideias estão sendo debatidas e testadas.”
Krokoscz afirma que recentemente foi feita uma enquete no colégio e
cerca de 60% dos professores já estão utilizando as tecnologias de IA.
“Mas o espaço de tempo ainda é curto para avaliação de desempenho.”
Para ele, do ponto de vista da integridade científica, ainda há
preocupações e lacunas. “A norma ABNT (as regras técnicas do País) teve
sua última atualização em 2018, muito antes do surgimento dessas
tecnologias. Precisamos de um modelo para IA e também educar os
professores e estudantes para a transparência.”
Bruno Alvarez, diretor do Colégio Pentágono, também relata a necessidade de “algumas medidas para que o corpo de professores e educadores fosse instruído”.
Segundo Alvarez, nesse momento a escola trabalha para a inserção
oficial do uso de IA em seu currículo. “Já trabalhávamos habilidades em
computação. Mas precisamos fazer a inserção dessas disciplinas, que
ainda não fazem parte do currículo oficial brasileiro. Tivemos de buscar
subsídios em algumas experiências internacionais.”
Para ele, o Brasil como um todo ainda está atrasado. “É importante o
diálogo com os educadores, mostrar que essas ferramentas podem ser
usadas a seu favor. Pegar exemplos de boas práticas. Precisamos ter
abordagem que não seja apenas técnica, mas holística.”
Maria Eduarda Menezes, coordenadora de Edtech da Beacon School,
explica que no início de 2023 a escola iniciou um processo de formação
continuada com os professores sobre modelos de IA generativa, como o
ChatGPT. “Os professores inicialmente estavam meio inseguros. Alguns já
tinham usado; outros não.”
Segundo ela, o colégio elaborou um documento norteador para a
aplicação das novas tecnologias, mas a intenção é que os professores
usem de acordo com suas necessidades. “Banir seria um caminho errado. A
solução é utilizar as ferramentas de forma orientada e ética.”
Por causa da urgência das instituições de se adaptarem a um novo
momento, já surgiram até empresas especializadas em desenvolver soluções
de IA para a Educação. Felipe Menezes, CEO da Maxia, afirma que a
empresa iniciou pesquisas sobre IA por volta de 2017, mas apenas quatro
anos depois começou a interagir com as escolas.
“Não temos encontrado dificuldade nessa abordagem, já que essa
tecnologia já está consolidada. Mas muitas vezes as escolas não sabem
como implementar.”
Menezes destaca que foi desenvolvido um sistema que avalia, por meio
de redações dos estudantes, dados sobre seus aspectos comportamentais,
cognitivos e psicométricos, que auxiliam professores na orientação
discente dos alunos e no desenvolvimento do material pedagógico.
Ele explica que atualmente a empresa desenvolve um sistema, que será
testado em algumas escolas, que consegue ler uma redação manuscrita e
fazer a avaliação com base nos critérios do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Marcos Facó, diretor de Comunicação da Fundação Getúlio Vargas (FGV),
reforça a tese de que a universidade de início se deparou com o ChatGPT
e outros equivalentes com certa suspeita. “Mas logo depois, nos demos
conta de que era uma tecnologia que veio para ficar. O primeiro desafio
nesse contexto era como fazer para nos adaptarmos a ela.”
De acordo com ele, inicialmente a FGV usou a IA somente para a
criação de chatbots para o esclarecimento de dúvidas. O uso de bots para
outras atividades, como mentoria, ainda está “em fase de implantação”.
Mas a tendência é que a tecnologia passe a ser utilizada também para
uma série de tarefas, como correção de provas e análise de possíveis
fraudes em trabalhos. “Hoje já existem plataformas que avaliam se um
texto foi criado por inteligência artificial.”
Facó ressalta o fato de que atualmente todos estão aprendendo a
utilizar as ferramentas de IA. “No nosso caso, a utilização fica a
critério de cada professor. Não existe orientação única nesse sentido.
Alguns usam até para preparar prova ou para corrigir. Isso poupa muito
tempo.”
Para ele, a IA é uma tecnologia que ajuda. “O desafio do professor é
saber como proceder nessa nova realidade. “Mudou tudo: a forma de
avaliar, de preparar aula.” Ele alerta, contudo, que há riscos de
formação de profissionais menos preparados caso a tecnologia seja
utilizada de forma incorreta.
“Esse é o maior desafio para a educação a médio prazo. Qual será o
papel do professor? A máquina não avalia contexto social e pessoal de
aluno. Hoje não temos a visão clara do que vai acontecer em algum
tempo.”
Wilson Rodrigues, diretor da Faculdade do Comércio (FAC) de São Paulo,
acredita que todos os avanços tecnológicos precisam ser abraçados. “Os
jovens gastam nove horas e meia por dia usando equipamentos eletrônicos.
Com educação, o mesmo uso de tempo é de 4 horas, em média.” Para ele, a
utilização de ferramentas digitais é inevitável. “Represar é
irracional.”
Rodrigues alerta, porém, que é preciso ter formação para utilizar
corretamente. “Seja uma simples ferramenta de busca ou o ChatGPT, isso
exige domínio da linguagem. É importante que a aplicação das ferramentas
passe por curadoria.”
Segundo Rodrigues, os professores da FAC estão preparados para uso de
IA, mas ele não acredita que essa seja uma realidade disseminada pelo
País. “Para criação de conteúdos, os professores já usam IA, mas para
elaboração de provas, ainda não.”
Neste mês o governo do Estado de São Paulo sugeriu aos professores usar o ChatGPT para aprimorar aulas. E não houve consenso.
O Google vai proibir, a partir de maio deste ano, o impulsionamento
de propagandas políticas em todas as suas plataformas. A medida atende
as exigências do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que quer restringir o
uso de inteligência artificial (IA) nos anúncios eleitorais e combater a
circulação de fake news. A decisão divide a opinião de especialistas,
que analisam que os candidatos vão perder importantes ferramentas para
divulgar as campanhas, tendo que buscar o serviço nas redes sociais como
Facebook, Instagram e o X (antigo Twitter).
A nova política do Google proíbe a circulação de qualquer tipo de
anúncio que fale sobre eleições, partidos políticos, federações e
coligações, cargos eletivos, propostas de governo, projetos de lei,
exercício do direito ao voto e de outros direitos políticos ou matérias
relacionadas ao processo eleitoral. A medida vale para todas as
plataformas da big tech, como o YouTube, por exemplo.
O Google seguiu a resolução nº 23.732 do TSE, que determinou que os
provedores de propagandas pagas na internet devem “manter repositório
desses anúncios para acompanhamento, em tempo real, do conteúdo, dos
valores, dos responsáveis pelo pagamento e das características dos
grupos populacionais que compõem a audiência”.
O Estadão apurou que a big tech discutiu, ao longo
dos últimos dois meses, formas de cumprir as regras do TSE. Em nota, o
Google afirma que a proibição das propagandas políticas foi determinada
para “não mais permitir a veiculação de anúncios políticos no País”.
“Temos o compromisso global de apoiar a integridade das eleições e
continuaremos a dialogar com autoridades em relação a este assunto”,
disse a empresa.
De acordo com Marcelo Crespo, coordenador de Direito da Escola
Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), a mudança deve ser um “teste”
para o controle dos anúncios publicitários nas eleições de 2026. O
especialista vê como ponto positivo a possível diminuição de conteúdos
inverídicos que podem ser impulsionados pela big tech. Porém, um fator
negativo apontado por ele é a impossibilidade de utilização do Google
por campanhas que querem alcançar potenciais eleitores.
“É uma plataforma que tem um poder muito grande sobre a sociedade, e
precisa ter uma noção de responsabilidade para que a democracia seja
respeitada. Talvez o impacto seja positivo na perspectiva de que a gente
tenha menos fake news. O impacto negativo talvez seja que, se um
candidato quiser veicular seu conteúdo por ali, ele não vai conseguir”,
disse Crespo.
Redes sociais devem ter monopólio de anúncios políticos nas eleições, aponta especialista
A decisão da big tech não impede que anúncios políticos sejam
impulsionados pelas redes sociais. Para Marcelo Crespo, será necessário
analisar se os candidatos irão procurar impulsionar as suas campanhas em
plataformas como o Facebook, o X (antigo Twitter) e o Instagram.
“Embora o Google seja muito relevante, a tecnologia não é apenas o
Google. Nós temos as plataformas de rede sociais e os aplicativos de
mensagens. São outros âmbitos de atuação dos candidatos, e será preciso
monitorar eles para analisar os impactos”, disse o diretor da ESPM.
Maria Carolina Lopes, especialista em Democracia e Comunicação
Digital, considera que a proibição por parte da big tech deve dar para a
Meta – conglomerado de mídia que reúne o Facebook e o Instagram – o
monopólio dos anúncios políticos nas eleições deste ano.
“A Meta não vai mais precisar dividir essa fatia com o Google.
Pensando como empresa, é um ganho. Por outro lado, se o custo moral e
político ficar muito alto, ela pode ir na mesma direção. Assim,
zeraríamos o jogo das campanhas impulsionadas na internet”, afirmou a
especialista.
Segundo Maria Carolina, o Google possibilita a criação de anúncios de
maior qualidade comparado à Meta. A especialista explica que as
campanhas tinham a oportunidade de impulsionar buscas para websites com
propostas e por palavras-chave e de impulsionar vídeos pelo YouTube. “A
democracia perde sem essas possibilidades e com a concentração de
mercado”, analisou.
O Estadão procurou a Meta, mas não obteve retorno.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), quer
“subir o sarrafo” de quem pode propor ações diretas de
inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal, inclusive
contra decisões do parlamento. “Temos parlamentares que têm coragem de
enfrentar esse tema”, assegurou.
As falas de Lira são de discurso feito, na manhã deste sábado (27),
na abertura da 89ª ExpoZebu em Uberaba (MG), organizada pela Associação
Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ). A mudança nas ADI exigiria
aprovação de emenda constitucional, com aprovação de três quintos dos
votos dos deputados (308) e dos senadores (49), em dois turnos em cada
casa parlamentar.
As ações diretas de inconstitucionalidade estão previstas na
Constituição Federal (artigos 102 e 103). Conforme a norma, podem pedir
ADI o presidente da República; a Mesa do Senado Federal; a Mesa da
Câmara dos Deputados; mesas de assembleias legislativas ou da Câmara
Legislativa do Distrito Federal; governadores de estado ou do Distrito
Federal; o procurador-geral da República; o Conselho Federal da Ordem
dos Advogados do Brasil; partidos políticos com representação no
Congresso Nacional; e confederações sindicais ou entidades de classe de
âmbito nacional.
“O que é que adianta um projeto com 400 votos no plenário da Câmara e
um parlamentar entra com a ADI e um ministro [do STF] dá uma liminar?”,
indagou o presidente da Câmara se referindo à suspensão de decisões
tomadas no Congresso. Segundo ele, o STF recebe essas demandas “todos os
dias de todos os setores” e as “discussões [jurídicas] nunca findam.”
O presidente da Câmara prometeu até o final do seu mandato, em
janeiro de 2025, discutir nova legislação sobre desmatamento ilegal e
exploração de minério ilegal no país. “Nós sabemos que existe e fechamos
os olhos para não tratar de uma legislação. E quem paga a conta lá fora
é o produtor rural indevidamente.”
Reforma tributária
Lira prevê no seu mandato votar a regulamentação da reforma
tributária. A tramitação na Câmara dos Deputados não terá relator único.
“Nós vamos fazer grupos de trabalho com deputados que não tenham
interesses nas áreas que vão ser tratadas para que a gente faça um
enxugamento nos 500 artigos”.
Dos 513 deputados, 324 pertencem à Frente Parlamentar da
Agropecuária, com membros da base do governo e da oposição. Arthur Lira
prometeu que o agronegócio, assim como saúde e educação, terá tratamento
“diferenciado” na regulamentação da nova legislação dos tributos.
Diante da plateia ruralista, o presidente da Câmara ainda criticou as
manifestações ocorridas no Abril Vermelho, campanha tradicional pró
reforma agrária que esse ano promoveu 24 ocupações em 11 estados. “Essa
confusão de Abril Vermelho, a gente tem que desestimular que isso
aconteça no Brasil. A segurança jurídica no campo é a única coisa que o
produtor precisa para produzir, seja na pecuária, seja na agricultura.”
Crédito para os produtores
Também presente na 89ª ExpoZebu, o ministro da Agricultura e
Pecuária, Carlos Fávaro, anunciou o lançamento de uma nova linha de
crédito para produtores rurais para conversão de pastagens,
com juros subsidiados de menos de 5% ao ano. Os recursos serão obtidos
por meio de convênio do Brasil com a agência de cooperação do governo do
Japão, a Jica.
Fávaro ainda prometeu que o novo Plano Safra vai atender produtores
que estejam com “renda achatada” neste momento. “O presidente Lula me
disse que não podemos deixar os produtores que tiverem dificuldade, por
falta de preço, de renda ou de intempéries climáticas, caírem na
inadimplência.
Segundo ele, já está aprovada a “repactuação de dívidas de
investimentos” para todos os produtores brasileiros. “Não ficará nenhum
produtor de fora que tenha necessidade. Basta protocolar no seu banco um
documento falando com a incapacidade técnica de pagamento que será
atendido e nós estamos vigilantes para tudo isso.”
Além de Fávaro e Lira, estiveram presentes na abertura da exposição
os governadores Elmano de Freitas (Ceará); Ronaldo Caiado (Goiás) e
Romeu Zema (Minas Gerais).
História de CLAYTON CASTELANI E TULIO KRUSE – Folha de S. Paulo
SÃO PAULO, SP 9FOLHAPRESS) – O novo projeto de requalificação do
centro da cidade de São Paulo, lançado nesta sexta-feira (26) pelo
governo paulista, terá obstáculos que vão desde a inflação imobiliária
que a proposta pode gerar na região até a dificuldade de encontrar
empresas capacitadas para executar projetos na área de construção civil
extremamente diferentes.
Ao mesmo tempo, a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) ainda
terá de lidar com a dificuldade comum entre propostas que dependem da
indução do mercado privado para prover habitação para famílias com
dificuldade de acesso ao financiamento habitacional.
A intervenção prevê R$ 2,4 bilhões de investimentos por meio de uma
PPP (Parceria Público Privada), sendo R$ 1,9 bilhão aplicados pelo setor
privado e R$ 500 milhões pelo governo, em valores aproximados. Em uma
parceria desse tipo, os empreendedores contratados devem inicialmente
custear a maior parte das obras e, posteriormente, o estado pagará
contraprestações ao longo de 15 anos, com juros, dos bens considerados
reversíveis. É o caso de habitações de interesse social e infraestrutura
pública que fazem parte do projeto.
Para entrar no negócio, empresas participantes da concorrência
disputarão áreas da cidade divididas em quatro lotes espalhados sobre os
distritos Sé, República e Santa Cecília. Cada um desses lotes possui
uma diversidade de obras a serem executadas pelos vencedores do certame.
Em números gerais, a oferta de residências responde por pelo menos
53% da área construída do projeto -dos 719 mil metros quadrados de
edificações previstas, 382 mil serão habitações novas ou recuperadas.
Isso se traduz em 6.135 unidades, sendo 5.046 novas e 1.089 retrofits
(prédios antigos modernizados).
Outros 337,5 mil metros quadrados em construções serão distribuídos
entre equipamentos públicos; calçadas, passarelas e ciclovias;
estacionamentos; serviços e comércio; e restauro de imóveis tombados.
É a junção de atividades tão construtivas distintas a serem
executadas por uma única empresa ou consórcio -ou quatro, cada uma com
um lote- o que torna a execução desafiadora, segundo Bianca Tavolari,
professora de direito especialista em urbanismo da FGV e do Cebrap.
“Empreendedores que atuam com retrofit não são os mesmos que fazem
prédios novos, tampouco restaurações de bens tombados”, comenta.
“Consórcios terão de ser montados para reunir empresas com
especializações muito distintas.”
Técnicos do governo que conversaram com a reportagem ainda mostraram
preocupação com a inflação no mercado imobiliário que uma proposta tão
ampla pode gerar.
Ao escolher o sistema de PPP, a gestão Tarcísio mira a facilidade que
o setor privado tem para negociar e pagar rapidamente pelos imóveis
desapropriados. Diante dessa possibilidade, proprietários podem tentar
valorizar imóveis hoje subtilizados ou abandonados ao colocá-los à venda
ou empreenderem de outras formas.
Aperitivo disso ocorreu com a PPP para edificação do novo centro
administrativo estadual nos Campos Elíseos, formalmente lançada há um
mês pelo governador. Semanas antes da publicação da Declaração de
Utilidade Pública, houve o lançamento de um empreendimento imobiliário
privado em terreno onde antes havia um velho galpão fechado.
Há no centro de São Paulo uma série de estímulos oferecidos pela
prefeitura para estimular empreendimentos imobiliários e a sobreposição
de incentivos é também fator com potencial de valorização de terrenos,
segundo Tavolari.
Fabrício Cobra Arbex, secretário da Casa Civil da gestão do prefeito
Ricardo Nunes (MDB), afirma que a soma de diferentes programas é
benéfica para o centro. “A soma desses esforços tende a acelerar a
requalificação da região central”, diz.
Nunes disputará a reeleição neste ano e conta com apoio de Tarcísio e
de seu padrinho político, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A dificuldade que medidas de estímulos ao setor privado enfrentam
para gerar habitação para a camada da população com renda familiar de
até um salário mínimo é outro ponto que poderá enfrentar críticas, caso o
governo não apresente soluções convincentes. Principal oponente de
Nunes na disputa pela prefeitura, o deputado federal Guilherme Boulos
(PSOL-SP) tem forte relação com movimentos de moradia.
Na parte da PPP destinada a moradias, 6.135 apartamentos deverão ser
distribuídos entre diferentes grupos, sendo 55% destinados a famílias
que se enquadram nas categorias de HIS (Habitação de Interesse Social) 1
e 2, com renda familiar mensal de até três salários mínimos (até R$
4.236 atualmente) e de três a seis salários mínimos (até R$ 8.472),
respectivamente.
Os 45% restantes serão enquadrados como HMP (Habitação de Mercado
Popular), cuja renda familiar dos beneficiários varia de seis a dez
salários mínimos (até R$ 14.120).
O presidente da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e
Urbano), Reinaldo Iapequino, disse nesta sexta que o objetivo central da
PPP é a requalificação do centro, e não a habitação, e que por isso o
projeto é complementar a outros programas municipais e estaduais.
Iapequino afirmou que a recuperação urbanística do centro não se
concretizaria se mais da metade das habitações do projeto fossem
destinado às famílias que ganham menos do que três salários. Por isso,
diz ele, não era possível dar mais espaço para moradias de HIS-1, grupo
que concentra a maior parte do déficit habitacional.
“É por isso que os movimentos sociais reclamam muito da PPP. É que
eles querem tudo para eles”, afirmou Iapequino. “Se você fizer tudo para
eles, a gente não requalifica o centro. E a gente tem outros mecanismos
de atingir [a queda do déficit habitacional], outras ações. É
claramente isso, uma opção nossa, uma determinação nossa de trazer a
classe média para morar [no centro].”
O presidente da CDHU destacou os programas Pode Entrar (da
prefeitura) e os empreendimentos de investimento direto do próprio órgão
estadual para as famílias mais pobres. Na PPP de requalificação do
centro serão pouco mais de 1.300 unidades habitacionais destinadas ao
público que ganha até três salários mínimos, segundo Iapequino.
Ele disse, ainda, que o governo estadual quer evitar a expansão de
microapartamentos na região central, que tem sido uma característica da
expansão imobiliária dos últimos anos na cidade. A intenção, diz
Iapequino, é estimular a migração de famílias para o centro.
Haverá um tempo em que o uso do óleo vegetal será tão rotineiro na
composição dos combustíveis que o descarte irregular deste produto usado
deixará de ser um problema ecológico. Essa afirmação passa pela Câmara
dos Deputados que aprovou o PL 528/2020, popularmente conhecido como a
PL do Combustível do Futuro e agora chega no Senado.
O projeto é uma vitória os defensores da política do baixo carbono
nos combustíveis. Ao elevar a quantidade de etanol aplicada na gasolina e
do biodiesel misturado no diesel, o Brasil está abrindo possibilidades
de novos programas para a criação de novas frentes energéticas.
Em pouco anos, produtos como diesel verde, biometano e combustível
sustentável para a aviação serão realidade no mercado. Para Vitor
Dalcin, Diretor da Ambiental Santos, o texto, que segue para o Senado, é
um marco não apenas para o setor de combustíveis, mas para a reciclagem
de óleo vegetal:
“A reciclagem de óleo vai entrar em cena pelo acréscimo gradual da
mistura do biodiesel no diesel que hoje é de 14% até chegar aos 20%,
previsto para março de 2030. Esse acréscimo será de 1% ao ano e de forma
contínua, ou seja, em seis anos teremos combustíveis mais corretos
circulando pelos motores”.
Brasil na vanguarda
O programa alavanca o Brasil como um dos destaques da transição para
baixo carbono, criando um ciclo completo do óleo vegetal. O que antes
seria um problema ambiental, passa a ser resolução na produção de
combustíveis.
Para o diretor da Ambiental Santos, a mudança é excelente para a tão
procurada meta de redução das emissões de gases de efeito estufa por
quilômetro rodado, com o Brasil seguindo a tendência mundial para criar
diretrizes inovadoras capazes de neutralizar esses resíduos.
O lado positivo é que 100% do óleo vegetal tem potencial de ser usado
em grande escala, mas para tal façanha será necessária uma grande
conscientização sobre separar óleo usado para reciclagem poderá ser
usado em grande escala:
“O mesmo óleo que serviu para preparar alimentos vai deixar o papel
de vilão ecológico no momento do descarte e será peça fundamental para
matrizes energéticas completas” finaliza Dalcin.
Especialistas destacam vulnerabilidade e falta de oportunidade para jovens dentro deste perfil
Reportagem: Gabriel Mileno e Thiago Aquino
Edição: Lucas Maia
A maioria dos jovens brasileiros entre 15 a 29 anos que não estudam e
não trabalham é formada por mulheres nordestinas pretas ou pardas. Os
dados de 2023 do IBGE revelam que mais de 3,7 milhões de jovens do
Nordeste não estão no mercado de trabalho nem em instituições de ensino.
A região tem a maior disparidade entre as demais quando os números
consideram gênero, cor e raça.
A Agência Tatu analisou os dados educacionais da Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) do IBGE e constatou que dos
3,7 milhões de jovens do Nordeste que não estudam e não trabalham, mais
de 2,8 milhões são pretos ou pardos.
Essa parcela da população é conhecida como “Nem-nem”, no entanto o
termo é considerado pejorativo, já que a expressão pode gerar a
interpretação de que esses jovens não desejam trabalhar ou estudar.
Enquanto, na verdade, o perfil dessa população mostra que algumas
características sociais são mais predominantes em jovens sem
possibilidade de avançar na sua educação e sem renda de trabalhos
formais.
Proporção populacional de jovens que não estudam e nem trabalham por região
Dados são de pessoas entre 15 e 29 anos de idade no respectivo recorte
De maneira geral, o cenário mais delicado encontra-se no Nordeste.
São 29 mil pessoas “Nem-nem” a cada 100 mil jovens de 15 a 29 anos da
região. O Norte possui 26 mil a cada 100 mil habitantes, em seguida o
Sudeste com 18 mil a cada 100 mil. O Centro-Oeste conta com 16 mil a
cada 100 mil habitantes e o Sul com 13 mil a cada 100 mil.
A maior parte das pessoas que não estudam e nem trabalham é composta
por mulheres, sendo 36 mil mulheres a cada 100 mil jovens de 15 a 29
anos no Nordeste. A região tem a maior quantidade proporcional de
mulheres com esse perfil entre as regiões e gêneros. No Norte são 35 mil
mulheres a cada 100 mil jovens e as regiões Sudeste e Centro-Oeste
estão na sequência com 23 mil a cada 100 mil habitantes. Por último,
está o Sul com 18 mil mulheres que não estudam e não trabalham a cada
100 mil de 15 a 29 anos.
Para a cientista política e professora de Ciência Política da
Universidade Federal de Alagoas, Luciana Santana, esses dados sinalizam
um risco alarmante de vulnerabilidade de jovens. “É mais preocupante que
somente a taxa de desocupação, uma vez que esses jovens não estão nem
ganhando experiência laboral, nem qualificação, o que pode comprometer
suas possibilidades ocupacionais no futuro”, afirma a professora.
Quando o recorte se baseia na cor/raça, as pessoas pretas ou pardas
“lideram” no Nordeste, sendo 28 mil a cada 100 mil habitantes pretos ou
pardos da região. Em seguida, o Norte aparece com 26 mil pessoas a cada
100 mil habitantes pretas ou pardas, 18 mil a cada 100 habitantes neste
recorte no Sudeste, 16 mil a cada 100 mil habitantes no Centro-Oeste e,
por fim, o Sul que tem somente 13 mil habitantes pretos ou pardos
categorizados como “Nem-nem” a cada 100 mil habitantes.
Mulher é maioria entre os que não estudam nem trabalham
Os dados também evidenciam a predominância das mulheres nordestinas
entre os jovens que nem estudam, nem trabalham, já que dos mais de 3.7
milhões de jovens entre 15 e 29 anos com esse perfil, mais de 2,3
milhões são mulheres. Isso representa aproximadamente 62,16% dos
nordestinos nessa condição, reforçando a desigualdade de gênero e
oportunidade para as mulheres que, muitas vezes, precisam abandonar seus
estudos e trabalhos para cuidar da casa e da família.
Carolina Maria de Jesus* tem 22 anos e nunca trabalhou formalmente.
Aos 17 anos teve que abandonar o Ensino Médio para cuidar da mãe e,
posteriormente, se casou. Desde então, não voltou mais à sala de aula.
Saiu do município de Viçosa, em Alagoas, e foi morar com o marido em um
povoado do município de Santana do Mundaú, a 100km de Maceió. Hoje, com
um filho de 4 anos e outro de 6 meses, se dedica aos afazeres
domésticos.
“Queria muito estudar mas não tem como, porque moro muito distante de
escolas. Se tivesse pelo menos uma creche onde meus filhos pudessem
ficar, seria bom para que eu pudesse concluir os estudos ou até
trabalhar”, lamenta Carolina.
Desigualdade de gênero
Joyce Martins, professora de Ciência Política da Ufal, reforça a
visão machista que a sociedade e o mercado de trabalho ainda têm da
mulher. “Essa análise de que a maioria dos nordestinos que não estudam e
não trabalham são mulheres, muito provavelmente está relacionado a essa
visão de que o trabalho da mulher é o trabalho de cuidado e que na
nossa sociedade nem como trabalho é visto. Como uma obrigação biológica,
uma obrigação da natureza e cada vez que a mulher tenta sair daí ela é
violentada”, detalha.
A cientista política, Luciana Santana, reforça que a relação da
ocupação da mulher no mercado está mais voltada aos trabalhos de cuidado
e há ainda muita desigualdade de gênero.
“Nesses espaços de trabalho de formação, a gente consegue observar
que tem um aspecto de gênero muito forte. Não é à toa que já vem-se
discutindo sobre a desigualdade de gênero no país, que é gritante. Ainda
em pleno século 21 as mulheres são as maiores responsáveis pelo cuidado
de uma forma geral. Às vezes não são nem registradas formalmente”,
detalha a cientista política.
Estuda e trabalha
Os dados de pessoas, entre 15 e 29 anos, que estudam e trabalham é de
7,4 milhões de pessoas em todo o país, entretanto, o quantitativo é
menor na região Nordeste, em que apenas 11 mil a cada 100 mil pessoas
desta faixa etária estudam e trabalham. São 1,4 milhões de pessoas que
se encontram simultaneamente ocupadas no ambiente formal de trabalho e
no escolar.
As demais regiões apresentam quantitativos maiores. Na melhor
condição, a região Sul, conta com 21 mil pessoas trabalhando e estudando
a cada 100 mil habitantes da região. Seguido pelas regiões
Centro-Oeste, Sudeste e Norte, com 19 mil, 17 mil e 14 mil a cada 100
mil habitantes ocupados em ambas as áreas.
A jovem Mycaelly Jeniffer mora em Maceió e concilia os estudos do
curso de Direito, com o trabalho como servidora pública. A maceioense
mora com a mãe e a irmã e explica que trabalhar desde os 18 anos não foi
uma escolha, mas uma necessidade, já que só a mãe era responsável por
sustentar a família.
“Em 2021, estava concluindo o Ensino Médio e recebi uma proposta de
emprego. Eu não queria porque minha vontade era só me dedicar ao Enem,
mas no meio de pandemia a situação na minha casa começou a apertar e
precisei trabalhar para ajudar em casa. Já cheguei a trabalhar o dia
todo, revendo material de estudo só no fim de semana, mas consegui
estágio remunerado e hoje consigo conciliar melhor”, detalha Mycaelle,
que é bolsista pelo Prouni.
* Na matéria produzida pela Agência Tatu, foi utilizado um nome
fictício para preservar a integridade da pessoa entrevistada. Este
procedimento foi adotado em conformidade com as diretrizes éticas do
veículo e com o consentimento da parte envolvida.