Wagner pediu a retirada de pauta da
CCJ, após um debate sobre questões de procedimento em relação ao prazo
do pedido de vista (mais tempo para análise do parecer). A antecipação
do crédito de cerca de R$ 15 bilhões prevista no PL é importante para o
governo chegar a um acordo para retomar parte das emendas parlamentares.
Por Redação – de Brasília
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado adiou a votação
do Projeto de Lei (PL) que recria o Seguro contra Danos pessoais
causados por veículos automotores de via terrestre (DPVAT) e altera o
arcabouço fiscal para antecipar um crédito de cerca de R$ 15 bilhões. O
adiamento foi feito a pedido do líder do governo no Senado, Jaques
Wagner (PT-BA), relator do projeto.
Wagner pediu a retirada de pauta da CCJ, após um debate sobre
questões de procedimento em relação ao prazo do pedido de vista (mais
tempo para análise do parecer). A antecipação do crédito de cerca de R$
15 bilhões prevista no PL é importante para o governo chegar a um acordo
para retomar parte das emendas parlamentares.
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), vetou na
semana passada R$ 5,6 bilhões do montante total desses recursos. O
governo negocia a retomada de cerca de R$ 3,6 bilhões.
Emendas
Na semana passada, a Câmara aprovou um ‘jabuti’, como são chamados os
textos inseridos em matéria legal a ser votada, sem conexão com o tema
central, que permitirá ao governo uma antecipação de R$ 15 bilhões em
despesas. Em tese, um espaço maior para gastos poderia facilitar a
recomposição das emendas de comissão.
O ‘jabuti; foi inserido no Projeto de Lei (PL) que trata do DPVAT mas
se chegou a um acordo para adiar a votação, embora o crédito e
viabilizaria a retomada de parte dessas emendas. O governo busca
recompor cerca de R$ 3 bilhões dos R$ 5,6 bilhões vetados em emendas de
comissão.
O DPVAT parou de ser cobrado em 2020, durante a gestão de
Jair Bolsonaro (PL), mas está muito próximo de ser recriado durante o
governo Lula.
A Ucrânia começou a usar mísseis balísticos de longo alcance fornecidos secretamente pelos EUA contra as forças invasoras russas, confirmaram autoridades americanas.
As armas fazem parte de um pacote de ajuda de US$ 300 milhões (R$ 1,6 bilhão) aprovado pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em março e chegaram este mês à Ucrânia.
Os equipamentos militares já foram usados pelo menos uma vez para atacar alvos russos na Crimeia ocupada, segundo a mídia americana.
Biden assinou na quarta-feira (24/4) um novo pacote de ajuda de US$ 61 bilhões (R$ 330 bi) para a Ucrânia.
Os EUA forneceram anteriormente à Ucrânia uma versão de médio alcance
dos Sistemas de Mísseis Táticos do Exército (ATACMS, na sigla em
inglês), mas mostraram-se relutantes em enviar algo mais poderoso, em
parte devido às preocupações sobre o comprometimento da prontidão
militar do país diante de outras ameaças.
No entanto, Biden parece ter aprovado secretamente o envio do sistema
de longo alcance — capaz de disparar mísseis a distâncias de até 300 km
— em fevereiro deste ano.
“Posso confirmar que os Estados Unidos forneceram à Ucrânia ATACMS de
longo alcance sob orientação direta do presidente”, disse o porta-voz
do Departamento de Estado, Vedant Patel.
Os EUA “não anunciaram [o envio] no início, para manter a segurança operacional da Ucrânia”, acrescentou ele.
Não está claro quantos equipamentos do tipo já foram enviados, mas o
conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, disse que
Washington planeja enviar mais.
“Eles farão a diferença. Mas, como eu disse antes, não existe solução mágica”, disse ele.
Os mísseis de longo alcance foram usados pela primeira vez na semana
passada para atacar um campo de aviação russo na Crimeia ocupada,
reportou a agência de notícias Reuters, que citou como fonte uma
autoridade norte-americana não identificada.
Os novos mísseis também foram usados num ataque às tropas russas na
cidade portuária ocupada de Berdyansk durante a noite de terça-feira
(23/4), segundo o jornal The New York Times.
Nos últimos meses, Kiev aumentou os apelos por ajuda internacional, à
medida que os seus estoques de munições se esgotavam e a Rússia
registra ganhos constantes em batalhas.
O novo pacote de ajuda americano foi aprovado após meses de impasse, pois havia uma oposição de alguns membros do Congresso.
“Isso tornará a América mais segura, tornará o mundo mais seguro”, disse Biden após sancionar a medida.
Após a notícia do pacote, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky
disse: “Agora faremos tudo para compensar esse meio ano que foi gasto em
debates e dúvidas.”
“O que os invasores russos foram capazes de fazer durante este tempo,
o que Putin planeja, agora devemos nos voltar contra eles.”
Zelensky alertou recentemente que uma ofensiva russa era esperada nas
próximas semanas, após a Ucrânia perder a cidade de Avdiivka durante o
inverno.
As forças ucranianas sofreram com a escassez de munições e de
sistemas de defesa aérea nos últimos meses — e as autoridades culparam
os atrasos na ajuda militar dos EUA e de outros aliados ocidentais pela
perda de vidas e de território.
Sullivan disse na quarta-feira (24/5) que era “certamente possível
que a Rússia obtivesse ganhos táticos adicionais nas próximas semanas”.
Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, em 24 de Fevereiro de 2022,
dezenas de milhares de pessoas — a maioria soldados — foram mortas ou
feridas em ambos os lados e milhões de pessoas fugiram das suas casas.
O ator que se elegeu presidente dos EUA tornou-se, ao lado de
Margaret Thatcher, o porta-voz da mensagem de que o Estado deve ser
minúsculo e eficiente, diferentemente do que temos por aqui…
Abaixo 10 pérolas de Reagan que se aplicam perfeitamente ao Brasil.
1 – “Não devemos julgar os programas sociais por quantas pessoas estão neles, mas quantas estão saindo.”
2- “O melhor programa social é o emprego.”
3 – “As melhores mentes não estão no governo. Se alguma estivesse, a iniciativa privada iria roubá-la.”
4 – “A política é supostamente a segunda profissão mais antiga. Vim a
perceber que tem uma semelhança muito grande com a primeira.”
5 – “A visão do governo sobre economia pode ser resumida em frases
curtas: se a coisa se move, taxe-a; se continuar em movimento, regule-a;
se ela parar de se mover, subsidie-a.”
6 – “Como você define um comunista? Bem, é alguém que lê Marx e
Lênin. E como você define um anticomunista? É alguém que entende Marx e
Lênin.”
7– “Estamos caminhando para o socialismo, um sistema que, como se
diz, só funciona no céu, onde não precisam dele, e no inferno, onde ele
já existe.”
8– “Recessão é quando um vizinho perde o emprego. Depressão é quando você perde o seu.”
9 – “O contribuinte é um cara que trabalha para o governo sem ter que prestar concurso.”.
10 – “O governo é um bebê: um canal alimentar com um grande apetite numa ponta e nenhum senso de responsabilidade na outra.”
Ronald Reagan – Brasil Escola
Ronald Reagan foi presidente dos Estados Unidos, durante dois
mandatos, na década de 1980 e teve um governo que contribuiu para
implantar medidas neoliberais em seu país.
Imprimir
Ronald Reagan foi presidente dos Estados Unidos em dois mandatos, de 1981 a 1988. Foi um político conservador que introduziu medidas neoliberais no país e ampliou as interferências norte-americanas no combate ao comunismo. Antes de tornar-se político, Reagan havia sido um reconhecido ator de Hollywood na década de 1940.
RonaldWilsonReagan nasceu em Tampico, no estado de Illinois, nos Estados Unidos, no dia 6 de fevereiro de 1911. Seus pais foram JohnEdwardReagan, que trabalhava como vendedor, e NelleWilsonReagan. Ronald Reagan foi o filho mais novo do casal, que teve apenas dois filhos.
Durante sua infância, os pais de Reagan estabeleceram-se em
diferentes cidades de Illinois, sendo que, na década de 1920, fixaram-se
em Dixon, onde Reagan passou alguns anos de sua vida. Ele se formou em Economia e Sociologia pela Eureka College, universidade localizada em Eureka, Illinois.
Vida profissional
Depois de formar-se, Ronald Reagan conseguiu emprego como narrador
de eventos esportivos. Ele trabalhou, inicialmente, para a University
of Iowa e, depois, foi contratado por diferentes rádios para narrar
jogos de beisebol. Em 1937, Reagan viajou para a Califórnia a trabalho, e
lá realizou um teste no estúdio da Warner Bros.
Depois desse teste, Reagan passou a trabalhar como ator,
atuando, primeiro, em filmes de baixo orçamento. Com o tempo, sua
atuação começou a ser bem avaliada, e ele passou a ser escalado para
filmes de maior expressão, o que fez dele um dos atores mais reconhecidos de Hollywood no começo da década de 1940.
Ronald Reagan foi presidente dos Estados Unidos entre 1981 e 1988, e seu governo introduziu uma série de medidas neoliberais.[1]
A carreira de Ronald Reagan como ator foi muito bem-sucedida, e ele
atuou em 53 filmes ao longo de sua carreira em Hollywood. O auge de sua
fama foi mesmo no começo da década de 1940, sendo interrompido por sua convocação para o exército norte-americano após o país ingressar na Segunda Guerra.
A convocação aconteceu em abril de 1942, mas ele não foi enviado para a frente de batalha por conta de uma miopia que o tornava incapaz. Assim, Reagan foi direcionado para o “trabalho interno” e atuou em produções audiovisuais do exército norte-americano durante a guerra. No final de 1945, ele foi dispensado do serviço.
Não pare agora… Tem mais depois da publicidade
Depois de retornar do exército, Reagan não conseguiu retomar a sua carreira no cinema e, assim, passou a trabalhar na televisão,
com destaque para pequenas produções audiovisuais feitas pela General
Electric, empresa de eletrodomésticos dos Estados Unidos onde ele
trabalhou por oito anos.
Além disso, Reagan começou a introduzir-se na política ao
final da década de 1940. Ele foi presidente noScreen Actors Guild, um
sindicato que representa atores e atrizes nos Estados Unidos, e
contribuiu para a histeria macartista dos anos de 1950, denunciando atores que ele acreditava serem comunistas. O anticomunismo foi uma das maiores marcas da vida de Ronald Reagan.
Carreira política
Fala-se que Reagan tivera um viés mais progressista durante sua
juventude, mas sob a influência de sua esposa Nancy, ele se converteu em
um conservador. Assim, ele passou a alinhar-se cada vez mais com os valores do PartidoRepublicano. Em 1960, ele fez campanha para RichardNixon na corrida presidencial, e, em 1962, ingressou oficialmente no Partido Republicano.
Em 1965, Reagan foi convencido por membros do Partido Republicano a lançar-se como candidato a governador da Califórnia.
Em favor de Reagan pesava sua grande habilidade retórica. Nessa
eleição, seu grande adversário foi o democrata Pat Brown. A plataforma
conservadora de Reagan conquistou os eleitores, e ele venceu a disputa com quase 58% dos votos.
Ronald Reagan permaneceu no cargo de governador da Califórnia por
oito anos, pois foi reeleito na disputa de 1970. A partir de 1974, o
último ano de seu mandato, ele passou a ser considerado como candidato à
presidência pelos Republicanos.
Em 1980, Ronald Reagan saiu vitorioso das primárias realizadas no
Partido Republicano e tornou-se o candidato à presidência. Nesse ano, a
disputa foi contra JimmyCarter, que estava em busca da reeleição. A vitória de Reagan foi avassaladora: ele teve cerca de oito milhões de votos a mais, conquistando 489 dos delegados do Colégio Eleitoral (Carter obteve apenas 49).
Em 1984, Ronald Reagan foi eleito para um segundo mandato
presidencial, e sua vitória foi ainda mais expressiva que a primeira.
Nessa eleição, seu principal adversário foi o democrata WalterMondale. Reagan obteve quase 17 milhões de votos a mais, conquistando o total de 525 delegados do Colégio Eleitoral (Mondale obteve apenas 13).
Durante o seu primeiro mandato, Reagan já enfrentou um grande (e inesperado) desafio: foi vítima de uma tentativadeassassinato.
Em 30 de março de 1981, John Hinckley Junior atirou seis vezes contra o
presidente, e uma das balas acertou-o. Ele passou por uma cirurgia de
emergência para retirar o projétil e, depois de 12 dias internado,
recebeu alta. O autor da tentativa de assassinato foi inocentado por
sofrer de problemas mentais e foi sentenciado à reclusão em uma clínica
psiquiátrica.
O governo de Ronald Reagan ficou marcado como período que inaugurou aimplantação de medidas neoliberais nos
Estados Unidos. Assim, o que aconteceu nesse país a partir do governo
de Reagan foi o corte de programas sociais em benefícios dos pobres, a
diminuição das regulações do Estado na economia e nas relações de
trabalho, e a redução de impostos para as grandes empresas.
Ronald Reagan cortou 25% dos impostos e reduziu regulamentações em áreas da economia, meio ambiente e direitos do consumidor|1|.
Intensificou medidas que reduziam direitos dos trabalhadores e
diminuíam seus salários. Aqueles que resistiam à precarização por meio
de greves passaram a ser demitidos com o aval da Justiça e do governo.
O resultado dessa política foi que os trabalhadores norte-americanos passaram a trabalhar mais e a ganhar menos.
Além disso, 20% das famílias norte-americanas experimentaram uma
diminuição na sua renda e a desigualdade disparou em relação aos índices
existentes na década de 1960|2|.
O governo de Reagan foi responsável por apoiar o ditador iraquiano Saddam Hussein durante a Guerra Irã-Iraque.
No contexto da Guerra Fria,
Ronald Reagan tinha uma retórica anticomunista fortíssima e atuou
diretamente para barrar o avanço de ideais progressistas, socialistas ou
comunistas em diferentes partes do mundo. A interferência dos Estados
Unidos na soberania de outros países cresceu durante sua gestão.
O governo Reagan apoiou o desenvolvimento de guerrilhas que lutavam contra grupos de esquerda, destacando-se o caso dos Contras, que lutavam contra os sandinistas na Nicarágua. O governo de Reagan, ainda, deu apoio ao ditador do Iraque, SaddamHussein, na guerra travada pelo Irã e o Iraque de 1980 a 1988.
Ao longo de sua vida, Reagan casou-se duas vezes. As duas esposas do ex-presidente norte-americano foram as seguintes:
JaneWyman: casaram-se em 1940 e
divorciaram-se em 1949. Desse casamento nasceu uma filha, Maureen
Reagan. O casal também adotou um filho, Michael Reagan.
NancyDavis: casaram-se em 1952 e
permaneceram assim até o falecimento de Reagan, em 2004. Tiveram dois
filhos, Patricia Ann Reagan e Ronald Prescott Reagan.
Na década de 1990, Reagan descobriu que era portador de alzheimer e conviveu com a doença por uma década. Sua saúde e memória deterioraram-se nos anos seguintes à descoberta da doença, e uma pneumonia foi a causa de sua morte, no dia 5 de junho de 2004.
Matéria está em análise no senado da Itália. Italiano radicado no
Brasil, e especialista no tema, não acredita na aprovação. Ele ressalta
que a concessão de dupla cidadania gera cerca de R$ 500 milhões/ano ao
Governo Italiano. No Brasil, a procura pelo benefício aumentou 35%.
A dupla cidadania, com passaporte europeu, significa a possibilidade
de trabalhar, estudar, circular e residir em países da União Europeia,
usufruindo de direitos e amparo dessas nações. Além disso, há a
facilidade na obtenção de vistos para a entrada em países como os
Estados Unidos. No topo da lista dos passaportes “mais poderosos” do
mundo, em 2024, está o passaporte italiano, que permite a entrada livre
de visto em 194 destinos (conforme o Henley Passport Index –
Classificação Global de Passaportes, baseada em informações exclusivas
da Associação Internacional de Transporte Aéreo – IATA).
Cerca de 15% da população brasileira tem direito à cidadania italiana
‘jus sanguinis’, aquela em que se comprova vínculo sanguíneo. São mais
de 30 milhões de brasileiros com algum ancestral italiano, conforme
levantamento da Embaixada Italiana no Brasil. Mas, esse benefício pode
estar com os dias contados, para muitos deles. O senador italiano
Roberto Menia, do partido conservador nacionalista “Fratelli d’Italia”,
quer endurecer e restringir o acesso à dupla cidadania dos descendentes
pelo mundo. O parlamentar quer que os requerentes comprovem a
ascendência em linha reta até o terceiro grau de cidadãos italianos ou
residentes na Itália. Também prevê que seja exigido o conhecimento do
idioma. Para as solicitações além do terceiro grau, sugere a comprovação
da residência no país por, pelo menos, um ano ininterrupto.
Especialista não acredita que a nova lei prospere
Italiano, radicado no Brasil desde 2015, David Manzini não acredita
na aprovação dessa lei, que ainda não tem data para ser votada. “A
polêmica tem origem na dificuldade da Itália em lidar com o crescente
número de pedidos de reconhecimento da dupla cidadania, já que
consulados e prefeituras não tem o menor auxílio econômico do Governo”,
explica. Manzini ressalta que aquilo que o senador define como “um
mercado indigno de cidadanias e passaportes” gera cerca R$ 500 milhões
por ano ao governo italiano, em impostos e taxas, além da movimentação
gerada indiretamente na cadeia do turismo e compras. “Esse projeto é uma
forma ignorante e inconstitucional de acabar com esse direito. Todos os
que tentaram impor limites através da alteração da lei o fizeram sem
estudar a matéria. O reconhecimento da cidadania recebe a denominação
não por acaso. Ou seja, o Estado não concede a cidadania, mas a
reconhece”, enfatiza.
O especialista aconselha que, apesar de acreditar na pouca chance do
projeto de lei prosperar, o melhor a fazer é dar entrada no
reconhecimento da cidadania o quanto antes. “Normalmente, a lei italiana
não é retroativa. Portanto, qualquer eventual alteração só valeria para
quem ainda não ajuizou a ação de reconhecimento, visto que não poderia
atingir atos jurídicos já concluídos no tempo”, explica.
Pedidos para obtenção de cidadania italiana aumentam 35% no Brasil
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores da Itália, nos
últimos três anos, a solicitação de passaportes italianos pelos
brasileiros aumentou 35%. Mas, não basta ter um italiano na arvore
genealógica para ter esse direito, previsto na legislação, assegurado. É
crucial apresentar documentos que comprovem esse vínculo. O processo
para esse reconhecimento pode ser Via Judicial, Via Consulado ou Via
Administrativa, presencialmente na Itália.
A Via Judicial tem sido a mais escolhida pelos ítalo-descendentes,
pela facilidade de acompanhamento do processo, por um aplicativo
fornecido pelo próprio poder judiciário italiano. Os trâmites duram de
12 a 30 meses. Os processos Via Consulado são mais complexos e podem
demorar de 10 a 15 anos, muito acima do limite estabelecido pela
legislação italiana, que é de 730 dias. A Via Administrativa é a mais
ágil, mas deve ser conduzida presencialmente, na Itália. Os oficiais
italianos tem o prazo máximo de seis meses para concluir os processos
administrativamente.
Seja qual for o caminho escolhido pelo requerente, contar com uma
assessoria especializada tem se mostrado a solução mais rápida e
eficiente para usufruir do benefício. Com esse apoio técnico, um
processo que poderia durar até 15 é reduzido para menos de 02 anos.
Manzini contribuiu para a conclusão de 15 mil cidadanias
Natural de Firenze e graduado em Direito, David Manzini chegou ao
Brasil em 2015 e se estabeleceu em Caxias do Sul, na Serra Gaúcha,
região com predomínio de ítalo-descendentes. Logo percebeu uma
oportunidade de empreender, assessorando os brasileiros interessados na
obtenção da cidadania italiana. Assim, fundou a “NOSTRALI”, termo que
significa ‘nosso local’ ou ‘originário da nossa terra’. “Antes de
escolher uma assessoria, é importante pesquisar sobre a sua reputação.
Reconhecer a cidadania italiana é um processo jurídico e altamente
burocrático, que envolve inúmeros detalhes”, alerta. “Antes de contratar
uma assessoria, é preciso verificar se o escritório possui a autoridade
e o respaldo técnico necessário, para a condução desse processo,
evitando assim o risco de perdê-lo, por algum descuido”, conclui
Manzini.
O escritório, em Caxias do Sul-RS, tem atuação diferenciada. Manzini
lidera uma equipe multidisciplinar de mais de 100 colaboradores que,
além de advogados, incluí até historiadores e pesquisadores em
genealogia. Parte da equipe compõe um escritório próprio da empresa na
Itália, em Pistoia, na região da Toscana, outro importante diferencial,
que possibilita excelência técnica e agilidade nos processos.
“Normalmente, quem atua nesse segmento aqui no Brasil terceiriza essa
parte e, muitas vezes, não conta com pessoal tão especializado na
Itália”, explica Manzini. A Nostrali já contribuiu para a conclusão de
15 mil cidadanias italianas no país.
Karina Pelanda – Coordenadora de Recrutamento e Seleção da RH NOSSA
Imagine a alegria de uma pessoa que encontra uma vaga de trabalho que
combina perfeitamente com ela. A expectativa só cresce: a pessoa tem a
escolaridade exigida, o tempo de experiência pedido e as habilidades
batem perfeitamente com o que a vaga descreve. Então, surge a desilusão:
a vaga pede outro idioma. A falta do “‘inglês básico”, de um “francês
intermediário” e até mesmo do famoso “espanhol fluente” pode liquidar
com as chances deste candidato.
Para Karina Pelanda, Coordenadora de Recrutamento e Seleção da RH
NOSSA, entender outro idioma, como inglês, abre um mundo de
oportunidades em diversas empresas. Se a pessoa for fluente, melhor
ainda:
“As empresas que exigem proficiência em outra língua pedem esse
requisito, pois seus negócios vão esbarrar em clientes e fornecedores de
outros países em algum momento, ou então com expressões de outras
localidades. Setores como finanças, tecnologia, aluguel de veículos, RH e
marketing, por exemplo, são alguns trabalhos em que saber inglês ou
espanhol vão fazer parte da rotina do trabalho”.
Karina lembra ainda de empresas que projetam crescimento para outros
países e essa internacionalização precisará de colaboradores que saibam
se virar em outra língua. O Brasil está cercado de países que falam
espanhol, portanto o espanhol é apreciado nestes casos. Quando a vaga
exige contato de negócios com países do oriente médio ou da Ásia, é mais
complicado encontrar quem fale chinês ou outro idioma da região:
“Por essa razão que o inglês serve como língua universal. Dependendo
da empresa e do cargo, saber falar é mais apreciado do que saber
escrever, portanto, quem ainda não tem outro idioma no currículo,
precisa mudar esse cenário para ter chance de conseguir um trabalho
melhor e, consequentemente, pague melhor”.
Como conseguir aprender outro idioma sem gastar nada?
Para quem não tem como investir em um curso de inglês, uma
alternativa é fazer cursos gratuitos. O site do Ministério da Educação –
MEC, por exemplo, possui cursos online e gratuitos de inglês, francês e
espanhol com certificado e sem processos seletivos na plataforma
Aprenda Mais.
“Se a pessoa conseguir incluir outra língua no currículo, suas
chances aumentam. E vale lembrar que essas vagas podem exigir uma
entrevista no idioma exigido, portanto, quanto antes mais cedo a pessoa
aprender, melhor será o resultado” completa Pelanda.
Mindset correto é o que vai fazer você alcançar (ou não) o sucesso
Junior Borneli, co-fundador do StartSe
Mulher negra e sorridente segurando um IPad e olhando para frente (Fonte: Getty Images)
Mindset é a sua programação mental, é como você encara tudo que está ao teu redor
Mindset. Você já ouviu essa palavinha algumas vezes aqui no StartSe.
Ela é importante, talvez uma das coisas mais importantes para “chegar
lá” (seja lá onde for que você quiser chegar).
É sua habilidade de pensar o que você precisa para ter sucesso. E
como a maioria das coisas que você possui dentro de você, ela é uma
espécie de programação do seu ser. Tanto que é possível que você adquira
outro mindset durante a vida, convivendo com as pessoas corretas,
conhecendo culturas diferentes.
Algumas pessoas dizem que é isso das pessoas que faz o Vale do
Silício ser a região mais inovadora do mundo. Eu, pessoalmente, não
duvido. Fato é: você precisa de ter a cabeça no lugar certo, pois a
diferença entre um mindset vencedor e um perdedor é o principal fator
entre fracasso e sucesso.
Para isso, é importante você começar do ponto inicial: um objetivo.
“Todo empreendedor precisa ter um objetivo. Acordar todos os dias e
manter-se firme no propósito de fazer o máximo possível para chegar lá é
fundamental”, diz Junior Borneli, co-fundador do StartSe e uma das
pessoas mais entendidas de mindset no ecossistema brasileiro.
De lá, é importante você fazer o máximo que puder e não perder o
foco, mantendo-se firme. “Não importa se no final do dia deu tudo certo
ou errado. O importante é ter a certeza de que você fez tudo o que foi
possível para o melhor resultado”, avisa.
Com a atitude certa, é capaz que você sempre consiga canalizar as
coisas como positivas. “Você sempre tem duas formas de olhar um a mesma
situação: aquela em que você se coloca como um derrotado e a outra onde
você vê os desafios como oportunidades. Escolha sempre o melhor lado das
coisas, isso fará com que sua jornada seja mais leve”, alerta o
empreendedor.
Esses tipo de sentimento abre espaço para uma característica
importantíssima dos principais empreendedores: saber lidar com grandes
adversidades. “Um ponto em comum na maioria os empreendedores de sucesso
é a superação”, destaca Junior Borneli.
Saber lidar com essas adversidades vai impedir que você pare no
primeiro problema (ou falência) que aparecer na sua frente. “São muito
comuns as histórias de grandes empresários que faliram várias vezes,
receberam diversos ‘nãos’ e só venceram porque foram persistentes”,
afirma.
É importante ter esse mindset resiliente, pois, nem sempre tudo será
fácil para você – na verdade, quase nunca será. “Empreender é, na maior
parte do tempo, algo muito doloroso. Até conseguir algum resultado
expressivo o empreendedor passa por muitos perrengues. A imensa maioria
fica pelo caminho”, diz.
É como uma luta de boxe, onde muitas vezes, para ganhar, você terá
que apanhar e apanhar e apanhar até conseguir desferir o golpe (ou a
sequência) certo. “Na minha opinião, não há melhor frase que defina a
trajetória de um empreendedor de sucesso do que aquela dita por Rocky
Balboa, no cinema: ‘não importa o quanto você bate, mas sim o quanto
aguenta apanhar e continuar. É assim que se ganha’”, ilustra.
O problema talvez seja que alguns aspectos do empreendedorismo tenham
glamour demais. “Empreender não é simplesmente ter uma mesa com
super-heróis e uma parede cheia de post-its coloridos. Você vive numa
espécie de montanha russa de emoções, onde de manhã você é ‘o cara’ e à
tarde não tem dinheiro pro café”, salienta.
Vale a pena, porém, perseverar neste caminho. “Para aqueles que são
persistentes e têm foco, a jornada será difícil, mas o retorno fará
valer a pena!,” destaca o empreendedor.
DERROTA TAMBÉM ENSINA
Um ponto importante do sucesso é saber lidar com o fracasso e, de lá,
tomar algumas lições para sair mais forte ainda. “Toda derrota nos
ensina algumas lições e assim nos tornamos mais fortes a cada nova
tentativa. A cultura do fracasso, aqui no Brasil, é muito diferente dos
Estados Unidos”, afirma Junior.
No Vale do Silício, falhar é encarado algo bom, na verdade – e
aumenta suas chances de sucesso futuro. “Por lá, empreendedor que já
falhou tem mais chances de receber investimentos porque mostrou
capacidade de reação e aprendeu com os erros”, conta o empreendedor.
Mas ao pensar sobre fracasso, você precisa ter o filtro correto para
não deixar a ideia escapar. “Encarar os erros como ensinamentos e
entender que falhar é parte do jogo torna as coisas mais fáceis e
suportáveis”, salienta.
Foco é a palavra de ordem para você conseguir alcançar os objetivos
traçados no caminho, mesmo que em alguns momentos pareça que está tudo
dando errado. “Por fim, buscar o equilíbrio mental e o foco são
fundamentais. Nas vitórias, tendemos a nos render à vaidade e ao
orgulho. E nas derrotas nos entregamos ao desânimo e a depressão.
Mentalize seus objetivos, foque nos caminhos que vão leva-lo até eles e
siga firme em frente”, afirma.
É importante que você tenha noção de que para ser uma exceção, você
não pode pensar da maneira comodista que a maior parte das pessoas. “Se
você quer chegar onde poucos chegaram, precisará fazer o que poucos têm
coragem e disposição para fazer”, completa.
O “não” do cliente a uma proposta. Por quê?
Moysés Peruhype Carlech
Fiquei pensando e ao mesmo tempo preocupado com o seu “não”,
sem nenhuma explicação, à nossa proposta de divulgação da sua loja e de
resto todas as lojas dessa cidade no Site da nossa Plataforma Comercial
da Startup Valeon.
Esse “não” quer dizer, estou cheio de compromissos para fazer
pagamentos mensais, não estou faturando o suficiente para cobrir as
minhas despesas, a minha loja está vendendo pouco e ainda me vem mais
uma “despesa” de publicidade da Startup Valeon?
Pergunto: como vou comprar na sua loja? Se não sei qual é a
sua localização aí no seu domicílio? Quais os produtos que você
comercializa? Se tem preços competitivos? Qual a sua interação online
com os seus clientes? Qual o seu telefone de contato? Qual é o seu
WhatsApp?
Hoje em dia, os compradores não têm tempo suficiente para
ficarem passeando pelos Bairros e Centros da Cidade, vendo loja por loja
e depois fazendo a decisão de compra, como antigamente.
A pandemia do Covid-19 trouxe consigo muitas mudanças ao
mundo dos negócios. Os empresários precisaram lutar e se adaptar para
sobreviver a um momento tão delicado como esse. Para muitos, vender em
Marketplace como o da Startup Valeon se mostrou uma saída lucrativa para
enfrentar a crise. Com o fechamento do comércio durante as medidas de
isolamento social da pandemia, muitos consumidores adotaram novos
hábitos para poder continuar efetuando suas compras. Em vez de andar
pelos corredores dos shoppings centers, bairros e centros da cidade,
durante a crise maior da pandemia, os consumidores passaram a navegar
por lojas virtuais como a Plataforma Comercial Valeon. Mesmo aqueles que
tinham receio de comprar online, se viram obrigados a enfrentar essa
barreira. Se os consumidores estão na internet, é onde seu negócio
também precisa estar para sobreviver à crise e continuar prosperando.
É importante você divulgar a sua loja na internet com a ajuda
do Site da Startup Valeon, que no caso não é uma despesa a mais e sim
um investimento para alavancar as suas vendas. Desse modo, o seu
processo de vendas fica muito mais profissional, automatizado e
eficiente. Além disso, é possível a captação de potenciais compradores e
aumentar o engajamento dos seus clientes.
Não adianta pensar dessa forma: “Eu faço assim há anos e deu
certo, porque eu deveria fazer diferente? Eu sei o que preciso fazer”. –
Se você ainda pensa assim, essa forma de pensar pode representar um
grande obstáculo para o crescimento do seu negócio, porque o que trouxe
você até aqui é o que você já sabe e não será o que levará você para o
próximo nível de transformação.
O que funcionava antes não necessariamente funcionará no
futuro, porque o contesto está mudando cada vez mais rápido, as formas
como os negócios estão acontecendo são diferentes, os comportamentos dos
consumidores está se alterando, sem contar que estão surgindo novas
tecnologias, como a da Startup Valeon, que vão deixar para trás tudo
aquilo que é ineficiente.
Aqui, na Startup Valeon, nós sempre questionamos as formas de
pensar e nunca estamos totalmente satisfeitos com o que sabemos
justamente por entender que precisamos estar sempre dispostos a conhecer
e aprender com o novo, porque ele será capaz de nos levar para onde
queremos estar.
Mas, para isso acontecer, você precisa estar disposto a
absorver novas formas de pensar também e não ficar amarrado só ao que
você já sabe.
Se este for seu caso, convido você a realizar seu novo começo
por meio da nossa forma de anunciar e propagar a sua empresa na
internet.
Todos eles foram idealizados para você ver o seu negócio e a
sua carreira de uma forma completamente diferente, possibilitando levar
você para o próximo nível.
Aproveite essa oportunidade para promover a sua próxima transformação de vendas através do nosso site.
Então, espero que o seu “não” seja uma provocação dizendo para nós da Startup Valeon – “convença-me”.
História de Caio de Freitas Paes – Agência Pública
O Supremo Tribunal Militar (STM) condecorou com suas mais altas
honrarias uma série de autoridades por terem “prestado reconhecidos
serviços ou demonstrado excepcional apreço” à Justiça Militar, no último
dia 10 de abril. Entre os homenageados estão figuras bolsonaristas que
regularmente atacam o Supremo Tribunal Federal (STF) – esfera máxima do
Poder Judiciário, ao qual a Justiça Militar está subordinada, a exemplo do pastor Silas Malafaia e do comentarista Guilherme Fiúza.
A lista de homenageados é definida em novembro do ano anterior por
ministros do STM e, eventualmente, em reuniões extraordinárias do
conselho da Ordem do Mérito Judiciário Militar. Ou seja, as honrarias
foram definidas já durante o governo Lula e incluem dez parlamentares do
Congresso, sendo três deles da base do governo e sete do centrão ou da
oposição.
Um dos homenageados pelo STM foi o líder máximo da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, pastor Silas Malafaia, visto no evento portando
a insígnia de “distinção” da Justiça Militar abraçado ao ministro do
STM e general quatro estrelas do Exército Lourival Carvalho Silva,
indicado pelo governo Bolsonaro à corte militar.
Crítico contumaz do Judiciário, Malafaia já desferiu uma série de ataques públicos contra integrantes do STF, como, por exemplo, quando chamou o ministro Alexandre de Moraes de “ditador desgraçado”.
O pastor esteve ao lado de Jair Bolsonaro (PL) em alguns de seus
ataques mais inflamados contra o STF, como no dia 7 de setembro de 2021
na avenida Paulista, em São Paulo, quando Malafaia convocou fiéis para a marcha bolsonarista e subiu no mesmo caminhão de som do
ex-presidente. Na mais recente manifestação do tipo, novamente na
capital paulista, em fevereiro passado, Malafaia repetiu a dose, criticando mais uma vez a Corte.
O comunicador bolsonarista Guilherme Fiúza foi outro dos agraciados
com a insígnia de “distinção” pela Justiça Militar. Comentarista em
programas de rádio e internet de veículos alinhados à extrema direita,
Fiúza já chamou ministros do STF de “hipócritas”, dizendo à época da pandemia que “tem um autoritarismo na Corte” e que o “Judiciário se desmoraliza sozinho”.
Logo após o fatídico 8 de Janeiro, o comunicador foi alvo de decisão
judicial que bloqueou seus perfis em redes sociais por alegação de que
estaria divulgando discursos antidemocráticos.
Honrarias são para pessoas com atributos morais e éticos, segundo o STM
Segundo o regulamento da
Ordem do Mérito Judiciário Militar, que define condições para a
concessão das honrarias, “os agraciados deverão ter atributos de
condutas moral, ética, pessoal e profissional idôneas, compatíveis com
os valores cultuados pela JMU [Justiça Militar da União]”.
A insígnia de “alta distinção”, por exemplo, geralmente se destina a
figuras da política e do Judiciário. Uma das escolhidas para recebê-la
neste ano foi a senadora e ex-ministra da Mulher, Família e Direitos
Humanos do governo Bolsonaro Damares Alves (PL), que votou a favor de um
projeto de lei que limita os poderes do STF.
Além disso, a ex-ministra mantinha em seu gabinete um dos suspeitos de tentar explodir uma bomba nas proximidades do aeroporto de Brasília em
2022 e uma pastora do “300 do Brasil”. A tentativa de explosão foi
parte da trama golpista que culminou no fatídico 8 de janeiro de 2023, e
estavam no acampamento extremista “300 do Brasil” os autores dos disparos de rojões e fogos de artifício contra a sede do Supremo em 2020.
A insígnia de “alta distinção” foi concedida também ao governador de
Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), e à deputada federal Bia Kicis
(PL), dois ferrenhos bolsonaristas.
Kicis acumula críticas ao STF, ao qual já atribuiu um suposto “ativismo vil” no início de seu primeiro mandato, em 2019. Além disso, em 2021, a deputada criticou o Judiciário por
supostamente pressionar deputados contra um projeto de lei para a
adoção do voto impresso nas eleições federais do ano seguinte.
Aumentam, assim, as fileiras de bolsonaristas homenageados nos últimos anos. Em 2021, na época da pandemia, o STM deu honrarias para Anderson Torres, Eduardo Pazuello, Paulo Guedes, Ricardo Salles e outros do alto escalão do governo Bolsonaro.
A Pública perguntou à Justiça Militar os motivos
para homenagear pessoas que notadamente atacam o Poder Judiciário. Em
resposta, o STM disse apenas que “os nomes citados atendem aos
requisitos necessários às indicações para a Ordem do Mérito Judiciário
Militar”.
Em 2024, o STM homenageou também membros da cúpula do atual governo,
como o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento,
Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), o ministro das
Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), além dos ministros da
Educação, Camilo Santana (PT), e do Trabalho, Luiz Marinho (PT).
Também receberam as honrarias o deputado federal e ex-presidente da
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Rui Falcão (PT), além
dos ministros indicados pelo presidente Lula (PT) ao STF Cristiano
Zanin e Flávio Dino.
Honrarias, política e os planos da Justiça Militar
As condecorações da Justiça Militar foram entregues em um momento
importante politicamente para o STM. A Corte trabalha pela aprovação de
projetos de lei no Congresso – como um que aumenta seus poderes
judiciais e outro que lhe concederia assentos no Conselho Nacional de
Justiça (CNJ), como já reportado pela Pública.
Há, inclusive, pessoas ligadas ao CNJ entre as homenageadas com a
Ordem do Mérito do Judiciário Militar: a ex-conselheira Salise Monteiro
Sanchonete, desembargadora federal do Tribunal Regional Federal da 4a Região indicada ao conselho pelo governo Bolsonaro, e o assessor jurídico Leonardo Peter da Silva, chefe de gabinete do conselheiro do CNJ Marcello Terto e professor no Instituto de Educação Superior de Brasília.
Para o advogado Cláudio Lino, diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Análise de Legislações Militares (Ibalm),
a entrega das honrarias é uma forma de a Justiça Militar se aproximar
de autoridades jurídicas e políticas para avançar com seus objetivos.
“Através dessas solenidades, ministros do STM conseguem se aproximar
de seus objetivos políticos, além de agradar autoridades do próprio
Judiciário e da política”, disse o diretor do Ibalm à Pública, alegando ainda que “não é salutar essa aproximação da Justiça Militar com a Justiça Civil”.
A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu nesta terça-feira (23) ao
Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de investigação sobre a
divulgação de decisões judiciais determinadas pelo ministro Alexandre de
Moraes para retirar conteúdos ilegais postados
por usuários da rede social X, antigo Twitter. Para o órgão, há
suspeita de ocorrência de crimes contra o Estado Democrático de Direito e
contra as instituições.
Na semana passada, parte das decisões foi divulgada pelo jornalista Michael Shellenberger na rede social.
O caso é conhecido como “Twitter Files”. Nas postagens, foram
reproduzidas partes de decisões sigilosas proferidas por Moraes entre
2020 e 2022.
No entendimento do advogado-geral da União, Jorge Messias, a
divulgação dos documentos causa interferência no andamento dos processos
e viola o dever de sigilo na guarda dos documentos.
“Os fatos ora delineados indicam que foram divulgadas, em detrimento
do Poder Judiciário da União, e sem as respectivas autorizações
judiciais, uma enorme quantidade de informações aos quais foi atribuído
segredo de Justiça, comprometendo investigações em curso tanto nessa
Suprema Corte como no TSE a respeito de condutas antidemocráticas
ocorridas no Brasil e que culminaram nos atos de vandalismo de 8 de
janeiro de 2023”, afirmou Messias.
Com a medida, a AGU pede que Alexandre de Moraes envie a
notícia-crime apresentada pelo órgão ao Ministério Público Federal (STF)
para apuração.
“É necessário não apenas identificar e punir os possíveis culpados,
como também deixar clara a absoluta aversão à natureza dos fatos, cuja
reiteração não será, em hipótese alguma, admitida pelos poderes
constituído”, concluiu o AGU.
Musk
Na semana passada, o empresário norte-americano Elon Musk foi
incluído pelo ministro Alexandre de Moraes no inquérito que investiga a
atuação de milícias digitais para disseminação de notícias falsas no
país.
A medida foi tomada após Musk insinuar que não vai cumprir
determinações do Supremo para retirada de postagens que forem
consideradas ilegais.
Nas postagens publicadas no início deste mês, Musk prometeu
“levantar” (desobedecer) todas as restrições judiciais, alegando que
Moraes ameaçou prender funcionários do X no Brasil ao determinar a
remoção de conteúdos ilegais. O empresário também acusou Moraes de trair
“descarada e repetidamente a Constituição e o povo brasileiro”.
Em nova iniciativa para tentar emparedar o Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei para
aumentar a punição de quem invade propriedades rurais.
Desta vez, por 38 votos a favor, oito contra e uma abstenção, o
colegiado referendou texto que proíbe invasores de terra de receber os
auxílios e benefícios de demais programas do Governo Federal (como o
Bolsa Família). O projeto também proíbe envolvidos de invasão de tomar
posse em cargo ou em função pública.
O texto impede que o poder público contrate invasores de terra, por
um prazo de oito anos contados a partir do trânsito em julgado da
condenação por esbulho possessório ou invasão de domicílio.
Infratores também não podem se inscrever em concursos públicos, serem
nomeados a cargos empregos ou funções públicas num prazo de oito anos.
Eles também não podem ser nomeados em cargos públicos comissionados,
também pelo mesmo prazo.
“Considerando a gravidade das invasões de propriedades e a
necessidade de proteger os legítimos proprietários, é fundamental que o
Congresso Nacional aprove a matéria”, argumentou o relator da matéria,
Ricardo Salles (PL-SP).
A proposta tem apoio do Centrão e da oposição. “Invasão de
propriedade privada dos outros é crime e quem comete crime e pode ser
punido pela lei e não pode ser beneficiado pelo Estado”, argumentou
Pedro Lupion (PP-PR), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária.
O Centrão apoiou amplamente a proposta. O PL, o PP, o MDB, o
Republicanos, o PSDB, o Cidadania votaram contra. Apenas o PT, o PCdoB, o
PV, o PSOL e a Rede votaram contra.
Governistas falam que o projeto impõe uma “pena perpétua” aos
invasores de terra. “O projeto abole completamente o direito a cidadania
às pessoas condenadas. Em alguns casos, é a pena perpétua, quando
retira de um pai ou mãe de família esses benefícios, vai atingir os seus
filhos, a sua companheira ou o seu companheiro”, disse o deputado
Patrus Ananias (PT-MG). “Esse projeto é uma ofensa à Constituição
brasileira.”
A presidente da CCJ, Caroline de Toni (PL-SC), já tinha afirmado, em
março, que o colegiado começaria a ofensiva contra o MST caso houvesse
invasão de terras no mês de abril.
Ainda na pauta desta terça-feira há um projeto de lei que visa
permitir ao dono de uma terra invadida pedir auxílio de força policial
sem precisar recorrer de ordem judicial, bastando apenas apresentar a
escritura do imóvel. Essa matéria foi alvo de pedido de urgência que
entrou em pauta no plenário da Câmara na semana passada, mas acabou sem
ser votada.
Outro projeto de lei que também poderá ser votado ainda nesta
terça-feira trata de exigir que movimentos sociais devam ter
personalidade jurídica para regular o seu funcionamento. O projeto de
lei mira diretamente o MST, que não tem CNPJ. Caso assim tivesse,
projetam os autores do texto, o movimento poderia ser responsabilizado
civil e penalmente. Ambos os textos devem ser votados na próxima sessão,
nesta quarta-feira.
Neste ano, como parte do “Abril Vermelho”, o MST informou nesta
segunda-feira, 15, que ocupou territórios rurais em Sergipe, Pernambuco,
Rio Grande do Norte, Bahia, Pará, São Paulo, Goiás, Ceará, Rio de
Janeiro e Distrito Federal.
O “Abril Vermelho” refere-se a uma parte da Jornada Nacional de Lutas
em Defesa da Reforma Agrária, que ocorre sempre neste mês, em memória
ao massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará, em 1996. No episódio, 21
pessoas ligadas ao MST foram assassinadas pela Polícia Militar.
Como mostrou o Estadão, a Câmara dos Deputados
capitaneia os esforços contra as ações do MST, reunindo o trabalho de
parlamentares da oposição e do Centrão.
Essa empreitada se dá, sobretudo, nos colegiados de Constituição e
Justiça (CCJ) e de Segurança Pública, assim como envolve a Frente
Parlamentar da Agropecuária (FPA) e o próprio presidente da Casa, Arthur
Lira (PP-AL).
Durante o primeiro ano do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva (PT), o País registrou 2.203 ocorrências relacionadas a
conflitos no campo. Trata-se do maior índice anual registrado pelo
relatório Conflitos no Campo, organizado pela Comissão Pastoral da Terra
(CPT) desde 1985. A edição de 2023 foi divulgada pela entidade nesta
segunda-feira, 22.
As ocorrências englobam conflitos relacionados a posse de terras,
questões trabalhistas e acesso a recursos hídricos. Segundo a CPT, em
2023, 950.847 pessoas foram diretamente afetadas pelos embates no campo.
A área envolvida nos conflitos passa dos 59 milhões de hectares, de
acordo com o relatório.
Os Estados da região Norte concentram a maior parte dos conflitos,
somando 810 ocorrências. As unidades da federação com os maiores
registros são Bahia, com 249 casos, Pará, com 227, e Maranhão, com 206.
O relatório também apresenta um mapeamento dos agentes e das vítimas
da violência no campo. Segundo a comissão, os alvos mais frequentes em
2023 foram povos e comunidades tradicionais, com 1.394 vítimas,
sem-terra, com 388 casos, e trabalhadores rurais, alvos de violência em
254 episódios.
Já os agentes causadores de ações violentas mais frequentes foram
fazendeiros, com 557 ocorrências, forças militares ou do poder público,
com 440, e empresários, em 361 casos.
Trabalho análogo à escravidão bate recorde
O número de pessoas resgatadas em condição de trabalho análoga à
escravidão foi o maior dos últimos dez anos, segundo a CPT. O relatório
compilou que, em 2023, 2.663 pessoas foram resgatadas nessa
circunstância. O Estado com o maior número de ocorrências do gênero foi
Goiás, com 699 pessoas resgatadas, seguido por Minas Gerais, com 472, e
Rio Grande do Sul, com 323.
No total, houve resgate de trabalhadores em condição análoga à
escravidão em 207 municípios de 23 Estados do País. A produção de
cana-de-açúcar foi a atividade com a maior incidência de resgates, com
618 ocorrências, seguida por lavouras permanentes, com 598, e lavouras
temporárias, com 477.
Conflito se acirra sob governo progressista, dizem autores
Os autores do relatório ressaltam que o conflito no campo se acirra
mesmo sob um governo que mantém canais de diálogo com movimentos sociais
ligados à questão agrária, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais
Sem Terra (MST).
“Não há um enfrentamento da questão agrária brasileira por parte dos
governos progressistas”, dizem os organizadores. “Os números das
violências contra pessoas nos governos progressistas estiveram bem
próximos a variação média do período dos últimos 10 anos”, diz o
relatório.
A questão agrária esteve na pauta do Congresso em 2023. Além da
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST, que pretendia investigar
as invasões do movimento, mas terminou sem relatório final, houve a
aprovação da Lei do Marco Temporal.
O marco temporal é uma interpretação de um artigo da Constituição
Federal. Esse entendimento prevê que uma terra indígena só pode ser
demarcada com a comprovação de que os povos originários estavam no local
requerido na data de promulgação da Constituição, ou seja, no dia 5 de
outubro de 1988.
A Câmara aprovou o marco temporal em maio de 2023. Em setembro, o STF
derrubou a tese e invalidou o argumento da linha de corte temporal.
Mesmo assim, seis dias depois da decisão da Suprema Corte, o texto foi
aprovado no Senado. Ao sancionar a lei, em outubro, Lula vetou o trecho
que causaria o impasse jurídico, mas o Congresso derrubou o veto em
dezembro.
Nesta segunda, 22, o ministro Gilmar Mendes, do STF, suspendeu todos
os processos judiciais – em curso em qualquer instância do Judiciário –
que tratem da Lei do Marco Temporal.
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O governo anunciou nesta terça-feira (23)
que decidiu estabelecer cotas para a importação de aço e aumentar para
25% o Imposto de Importação sobre o volume excedente.
A decisão atende a um pleito das siderúrgicas brasileiras, que
afirmam haver uma invasão do aço chinês no país. Os produtos que foram
alvo da medida têm tarifas hoje que variam de 9% a 12,6%.
Segundo o governo, a medida deve entrar em vigor em aproximadamente
um mês e valerá por um ano. São afetados 11 produtos ligados a ferro e
aço, que poderão ser importados de acordo com o imposto atualmente
vigente até limites que variam entre 1.261 e 470 mil toneladas.
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços
(Mdic) afirmou que, após análises, conclui-se pela necessidade da
iniciativa em relação a produtos que tiveram importação 30% maior em
2023 do que na média das compras observadas entre 2020 e 2022. Foi
concluído que 15 itens se encaixam no critério, mas quatro apresentaram
variações de preço que demandam mais avaliações.
O vice-presidente e ministro do Mdic, Geraldo Alckmin, afirmou que a
medida foi tomada após uma análise criteriosa por parte do governo e da
verificação de um crescimento de mais de 1000% na importação em alguns
casos. “É uma indústria importante, uma indústria de base necessária ao
país”, afirmou.
De acordo com o governo, estudos técnicos mostraram que a medida não
trará impacto nos preços ao consumidor ou a produtos de derivados da
cadeia produtiva. Durante os 12 meses, será monitorado o comportamento
do mercado e a expectativa oficial é que a decisão contribua para
reduzir a capacidade ociosa da indústria siderúrgica nacional.
A decisão foi tomada nesta terça pelo comitê-executivo da Camex
(Câmara de Comércio Exterior), colegiado do governo federal que reúne
dez ministérios, após as siderúrgicas nacionais protocolarem pedido para
aumentar a alíquota do Imposto de Importação de diversos produtos
ligados ao aço para até 25%.
No Brasil, as compras de produtos estrangeiros alvo da medida
cresceram 29% em 2023 na comparação com um ano antes. A China responde
por 83% das importações feitas pelo Brasil quando considerada apenas
essa lista.
Enquanto isso, a produção nacional de aço bruto apresentou queda de
8% em 2023 na comparação com um ano antes, segundo dados do Instituto
Aço Brasil (considerando apenas o acumulado até setembro, dado mais
recente disponível).
A elevação do tributo para importações foi decidida mesmo após uma
coalizão de 16 entidades de segmentos da indústria ter reagido à demanda
das siderúrgicas nacionais e deflagrado uma mobilização na tentativa de
barrar a sobretaxa. Conforme mostrou a Folha, o grupo argumenta que o
aço do Brasil já é o mais caro do mundo quando comparado aos preços no
mercado interno de vários países.
O aço é um insumo essencial usado na produção da indústria de
produtos de maior valor agregado e tecnologia, como máquinas e
equipamentos, automóveis, ônibus, caminhões, eletrodomésticos, autopeças
e construção civil.
Barreiras à importação do insumo também estão em discussão em outros
países em meio ao avanço da produção da China. O presidente dos Estados
Unidos, Joe Biden, quer triplicar as tarifas sobre o aço e o alumínio
importados do gigante asiático, por considerar que existe uma
concorrência injusta que penaliza os trabalhadores americanos.
A quase seis meses da eleição presidencial, Biden afirmou durante
comício na Pensilvânia, estado-chave para as eleições, que as
siderúrgicas chinesas não precisam se preocupar em lucrar, porque o
governo chinês as subsidia. “Não competem, trapaceiam”, afirmou.
Segundo a agência de notícias AFP, um recorde de dez milhões de
toneladas de aço chinês inundaram a América Latina no ano passado. O
cenário gerou reações em países como México e Chile.
Nas últimas duas décadas, a China aumentou sua participação no
mercado mundial de aço de 15% para 54%, de acordo com dados da Alacero
(Associação Latino-Americana do Aço).
Segundo Alckmin, foram aprovadas nesta terça também a redução
tarifária para 225 produtos ligados a máquinas e equipamentos que não
têm produção nacional equivalente e o financiamento pré-embarque para
auxiliar principalmente a exportação da indústria de defesa.