terça-feira, 16 de abril de 2024

CONTROVERSIAS DO ACORDO MERCOSUL E UNIÃO EUROPEIA

 

O texto abaixo foi publicado pelo Projeto Comprova. Saiba mais sobre a coalizão. – Jornal Estadão

Conteúdo investigadoPost apresenta imagem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com informações sobre a negociação entre o Mercosul e a União Europeia, e outra com foto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva acompanhada de notícia sobre um acordo entre Brasil e França. A legenda traz as frases “De fato Lula está desfazendo tudo que @jairbolsonaro fez, inclusive o acordo Mercosul-União Européia. Lula está trocando R$ 58 bilhões/ano por R$ 1,35 bilhão/ano. Seria mais lucrativo para o Brasil trocar espelhos por ouro com seus colonizadores”.

Onde foi publicado: Twitter e Facebook.

Conclusão do Comprova: Em posts nas redes sociais, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL) mistura assuntos diferentes e tira reportagens de contexto para alegar falsamente que o presidente Lula trocou o acordo entre o Mercosul e a União Europeia, ainda não concluído, por uma cooperação com a França. O parlamentar afirma, ainda, que o pai dele, o ex-presidente Jair Bolsonaro, firmou o acordo que estaria sendo desfeito pela atual gestão.

As negociações com o bloco europeu têm sido intermediadas por dois ministérios do governo atual, e não foram anuladas pela cooperação com a França. Foto: Reprodução/Twitter

As negociações com o bloco europeu têm sido intermediadas por dois ministérios do governo atual, e não foram anuladas pela cooperação com a França. Foto: Reprodução/Twitter© Fornecido por Estadão

Para sustentar a alegação, o político usa captura de tela de uma notícia publicada em fevereiro deste ano no site do governo federal com um estudo publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). A pesquisa concluiu que, caso o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia seja concluído, o Brasil seria beneficiado, entre 2024 e 2040, com um crescimento de 0,46% no Produto Interno Bruto (PIB). O texto afirma que as exportações aumentariam continuamente no período até alcançarem um ganho acumulado, e não anual, como afirma o post, de US$ 11,6 bilhões, aproximadamente R$ 58 bilhões.

Eduardo Bolsonaro omite trecho da reportagem que explica que as negociações entre os dois blocos se arrastam há 25 anos, sugerindo que o pai foi responsável por finalizar a negociação, o que o Comprova já demonstrou ser enganoso. Em 2019, quando Jair Bolsonaro era o presidente, o tratado foi anunciado durante a cúpula do G20, em Bruxelas, na Bélgica, mas não está em execução por entraves relacionados a políticas ambientais. Além disso, os países membros do bloco europeu precisam ratificar o acordo internamente para que os termos comecem a valer na prática, e a França tem sido uma das nações opositoras ao modelo atual.

Também é falso que Lula tenha desfeito o acordo, como afirma o deputado. Ao Comprova, o governo brasileiro informou que os ministérios das Relações Exteriores e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços “trabalham intensamente pela conclusão da negociação”. No início deste mês, o presidente afirmou que o Mercosul não voltou atrás em relação ao assunto e destacou que o Brasil “está pronto” para assinar os documentos. Em janeiro, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) se reuniu com um representante da União Europeia para retomar as conversas.

Ao Comprova, a Comissão Europeia também desmentiu que as negociações tenham sido desfeitas. “As equipes continuam em contato a nível técnico para avançar em questões pendentes. O foco da União Europeia é garantir que o acordo cumpra os objetivos de sustentabilidade do bloco, respeitando simultaneamente as sensibilidades no setor agrícola”, declarou o porta-voz Olof Gill.

O tratado firmado em março deste ano entre a França e o Brasil, citado na segunda reportagem reproduzida por Eduardo Bolsonaro, faz parte do Plano de Ação para a Amazônia, um programa de investimentos em bioeconomia e proteção da floresta, enquanto o acordo de livre-comércio envolve trocas comerciais, importação, exportação e tarifas aduaneiras. “Uma ação não anula outra. São coisas completamente diferentes”, afirmou o governo federal.

Procurado, o deputado federal não respondeu à tentativa de contato do Comprova.

Falso, para o Comprova, é o conteúdo inventado ou que tenha sofrido edições para mudar o seu significado original e divulgado de modo deliberado para espalhar uma falsidade.

Alcance da publicação: O Comprova investiga os conteúdos suspeitos com maior alcance nas redes sociais. Até a publicação deste texto, o post somava 65 mil visualizações e mais de seis mil interações no Twitter. No Facebook, o post recebeu mais de quatro mil curtidas.

Fontes que consultamos: Iniciamos a verificação buscando as notícias publicadas pelo deputado a partir das manchetes. Depois, entramos em contato com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e a Comissão Europeia para esclarecer os fatos.

Por que investigamos: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas e eleições no âmbito federal e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984.

Outras checagens sobre o tema: O Comprova já desmentiu outras publicações envolvendo o acordo Mercosul-União Europeia. Em um deles, um post usou uma notícia de 2019 para parabenizar Bolsonaro pelo tratado, mesmo com as negociações paradas naquele momento. Outros posts sobre acordos internacionais também já foram checados pela iniciativa, que demonstrou, por exemplo, que o governo Lula assinou uma cooperação técnica com a Autoridade Palestina, não com o Hamas.

A SUBIDA E A DESCIDA DA SERRADAS ARARAS NA RODOVIA PRESIDENTE DUTRA NO RJ SERÃO MODIFICADAS E AMPLIADAS

 

Obras no 16km no Rio de Janeiro trazem mais segurança aos clientes e fluidez ao trânsito, reduzindo em até 50% o tempo de percurso no trecho

Serra das Araras: novo traçado vai elevar o patamar de excelência da rodovia, melhorando a condição de conforto, fluidez e segurança viária (Créditos: Divulgação/Grupo CCR)

São Paulo, 15 de abril de 2024 – O Grupo CCR, a maior empresa de infraestrutura de mobilidade do Brasil, deu início às obras de implantação do novo traçado da Serra das Araras, na Via Dutra (BR-116), no Rio de Janeiro, um dos projetos rodoviários mais aguardados do País. O conjunto de intervenções soma o investimento de R$ 1,5 bilhão e vai gerar mais de cinco mil empregos diretos e indiretos a fim de trazer mais segurança viária, fluidez e conforto aos clientes que trafegam no trecho.

As obras serão executadas pela concessionária CCR RioSP e vão readequar o atual traçado da pista de subida (sentido São Paulo), transformando-a na nova pista de descida (sentido Rio de Janeiro). Em paralelo, uma nova pista de subida será construída. As novas vias da Serra das Araras contarão com quatro faixas por sentido, além do acostamento e uma faixa de segurança, garantindo mais segurança viária e conforto aos clientes e trazendo mais fluidez ao trânsito.

O trecho da Serra das Araras, projetado na década de 1940, enfrenta o desafio de se adaptar ao grande volume de tráfego que circula diariamente por ali. Hoje, cerca de 390 mil veículos circulam pelos dois sentidos mensalmente, dos quais 36% deles veículos de carga. Juntos, eles transportam mais da metade do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, o que dá uma dimensão da importância logística das Serra das Araras para o transporte de cargas no País.

“Ao executar essas intervenções, atendemos a um pedido antigo de quem transita pela Via Dutra. O novo traçado vai elevar o patamar de excelência da rodovia para uma outra categoria”, afirma Eduardo Camargo, presidente da CCR Rodovias. “Na prática, estamos melhorando a condição de conforto, fluidez e segurança viária, o que irá contribuir para intensificar o fluxo de veículos entre as duas maiores capitais do País”, completa o executivo.

Os ganhos apontados pelo presidente da CCR Rodovias se explicam pelo aumento no número de pistas. Hoje, são duas faixas para descer a Serra das Araras e outras duas faixas para subir. Depois de concluída, serão oitos faixas – quatro para cada sentido –, além dos acostamentos, um em cada sentido. Isso permitirá aumentar a velocidade de circulação de 40km/h para 80km/h, tanto na descida como na subida da Serra. Isso permitirá reduzir em 25% o tempo de percurso na pista de subida, sentido São Paulo, e em 50% na pista de descida, sentido capital fluminense.

Execução das obras

O investimento de R$ 1,5 bilhão contempla a implantação de 24 viadutos, duas rampas de escape na pista de descida, melhoria em 14 pontos de acesso e a implantação de uma via marginal na pista sul, sentido São Paulo. As obras compreendem um trecho de oito quilômetros por sentido, totalizando 16 quilômetros de extensão, entre o km 225 e o km 233. Neles, serão construídas 93 contenções, oito pontos de ônibus e três passarelas.

As obras devem durar 52 meses e contarão com mais de 30 canteiros simultâneos, o que vai gerar 5 mil empregos diretos e indiretos. A maior parte da mão de obra será absorvida dos municípios de Piraí (RJ) e Paracambi (RJ). A previsão da concessionária é de entregar a nova pista de subida em 2028. Já a pista de descida deverá ser concluída em 2029.

Para implantar a nova estrutura, será necessário o uso de explosivos para detonação de rochas. A intervenção deve durar 29 meses, impactando o tráfego na região, com interdições programadas – em dias e horários específicos – da pista sul, sentido capital paulista. Ao todo, serão 2,5 milhões de metros cúbicos de escavações. Para lidar com uma obra desta magnitude, a CCR vai construir uma Central de Britagem e fará o reaproveitamento dos resíduos gerados na construção.

Rodovia mais sustentável

As obras de ampliação da Serra das Araras incorporam aspectos de sustentabilidade para minimizar o impacto do projeto ao meio ambiente e a sua pegada de carbono. Uma das principais iniciativas nesta frente é o uso de cerca de 13 toneladas de material asfáltico reciclado (RAP) para a pavimentação da rodovia, reduzindo a quantidade de insumos de origem fóssil na composição do asfalto.

O material rochoso oriundo das detonações também é reutilizado pelo projeto. Esse insumo será beneficiado em uma central de britagem, sendo totalmente reaproveitado em camadas de aterro e pavimentos. Dos 2,5 milhões de metros cúbicos (m³) de material de corte gerado nas escavações, 700 mil m³ são do tipo rochoso. Outros 1,8 milhão de m³ consistem em solo e material terroso menos denso, que também serão reaproveitados pela Companhia e destinados em aterros da obra em sua maior parte, ajudando a estabilizar e nivelar trechos de terrenos acidentados da rodovia que serão pavimentados.

Outra iniciativa é a diminuição da supressão de vegetação no local e a proteção de talvegues e cursos d’água com a construção de viadutos. Ao todo, o projeto contempla a construção de 24 viadutos, solução de engenharia que, além de reduzir a remoção de árvores, possibilita a manutenção da conectividade de habitats naturais, facilitando o fluxo de animais para alimentação, reprodução e migração por toda a floresta.

O novo traçado da Serra das Araras irá beneficiar cerca de 20 milhões de pessoas, das regiões da baixada e sul fluminense e região metropolitana do Rio de Janeiro, entre municípios cortados pela rodovia ou sob influência dela. Entre as cidades beneficiadas estão Itatiaia, Seropédica, Queimados, Nova Iguaçu, Mesquita, Belford Roxo, Duque de Caxias, São João do Meriti, Itaguaí e Rio de Janeiro.

Segurança viária

A segurança dos motoristas e pedestres também foi pensada pelo Grupo CCR. O projeto prevê a construção de duas rampas de escapes na pista de descida. As rampas são prolongamentos da rodovia projetados para reduzir, por meio de resistência ao rolamento (areia, cascalho e pedregulhos) e desaceleração gravitacional, a velocidade de veículos em descidas acentuadas. A região ganhará ainda três novas passarelas e uma via marginal próximo à Vila Cruzeiro.

Já sob o aspecto tecnológico, o trecho será 100% iluminado e monitorado por câmeras. Entre elas, as novas câmeras de detecção automática de incidentes, as Dais. Outra inovação é a conectividade, a partir da tecnologia de rede móvel 4G, para que os clientes da CCR RioSP possam acessar o APP CCR Rodovias e acionar os serviços da concessionária sem consumir do pacote de dados.

Benefícios para os municípios e comerciantes

Além de proporcionar mais segurança e agilidade aos usuários, seja no transporte de cargas ou de pessoas, o investimento da concessionária trará benefícios para os municípios lindeiros. A previsão é de que a obra gere cerca de cinco mil empregos diretos e indiretos durante a sua execução.

A maior parte dessa mão de obra será contratada localmente pela concessionária. Para isso, estão realizados encontros com as prefeituras para que elas apoiem na capacitação desses profissionais. As contratações serão feitas via Sine (Sistema Nacional de Empregos) dos municípios lindeiros, fomentando a economia local.

Além dos empregos, o empreendimento vai ampliar a arrecadação dos municípios. São previstos R$ 46 milhões em impostos, entre ISS, PIS e Cofins, durante os quatro anos de obra. A concessionária irá facilitar a atuação dos comerciantes que atuam na Serra das Araras, principalmente os que vendem frutas no local. Será montado um espaço especialmente dedicado a concentrar todos os comerciantes da região.

A COMUNICAÇÃO INTERNA ESTÁ LIGADA AO ENVOLVIMENTO DAS LIDERANÇAS NO PROCESSO

 

Hugo Godinho – CEO da Dialog, HR Tech líder em Comunicação Interna e engajamento no Brasil.

A eficiência da Comunicação Interna em uma organização está intrinsecamente ligada ao envolvimento ativo das lideranças no processo. Sendo uma ferramenta essencial para promover a transparência, alinhar objetivos, repassar valores e fortalecer o senso de pertencimento dos colaboradores, a Comunicação Interna só consegue atingir seu verdadeiro potencial quando conta com o apoio de lideranças atentas e dispostas a se envolver no fluxo da mensagem. 

Isso significa que os líderes devem atuar não apenas como transmissores da informação, mas também como catalisadores do diálogo, ouvindo as contribuições dos colaboradores, transmitindo segurança e agindo como um importante elo entre a equipe e o restante da organização. Quando os líderes se tornam agentes comunicadores, é possível aumentar a credibilidade das mensagens e valorizar, na cultura organizacional, a transparência e a colaboração.

Um líder comunicador não é apenas alguém que sabe se comunicar. Ele é, também, um exemplo a ser seguido pelo restante do time. Além de inspirar comportamentos, posturas e boas práticas, essa liderança é capaz de fortalecer a cultura da empresa e impulsionar a performance individual, influenciando os colaboradores no que diz respeito ao engajamento no ambiente de trabalho.

Quando participa ativamente da construção da Comunicação Interna, essa liderança auxilia a área a desenvolver os projetos necessários e se mostra presente no dia a dia dos liderados. Isso cria um ambiente favorável e propício em termos de desempenho e inovação. Afinal, quando as pessoas se sentem acolhidas, ouvidas e valorizadas no trabalho, elas se sentem mais engajadas e motivadas em suas funções – o que, é claro, contribui muito para a retenção de talentos.

Recentemente, a Aberje e a Ação Integrada divulgaram um relatório que aponta o seguinte: para 64% dos profissionais de Comunicação Interna, engajar lideranças como comunicadores é o principal desafio em 2024. Já é o oitavo ano consecutivo que esse objetivo lidera o ranking. Esse número mostra a urgência de identificar meios para investir no desenvolvimento desses profissionais.

Formar um líder comunicador nunca é fácil, principalmente porque precisamos entender e reconhecer as particularidades e os contextos de cada um. No entanto, se eu pudesse dar três dicas iniciais, diria para a área de Comunicação Interna começar essa jornada de desenvolvimento a partir destes passos:

1. Mostre o potencial estratégico da Comunicação Interna:

Entender que a Comunicação Interna, quando estratégica e bem feita, pode ajudar as empresas a conquistar melhores resultados é a etapa número um dessa mudança de mentalidade e comportamento. Quando um líder compreende que se comunicar bem com a sua equipe é fundamental para que o time performe melhor, o desenvolvimento dessa habilidade comunicacional recebe o estímulo necessário. Além disso, empresas que contam com uma ferramenta de Comunicação Interna eficiente, como a Dialog, têm mais facilidade e recursos para mostrar o potencial estratégico da área.

2. Organize treinamentos e workshops

A comunicação é uma habilidade que pode ser desenvolvida e aprimorada. Por isso, se a sua empresa enfrenta o desafio de engajar as lideranças nesse processo, realize treinamentos específicos sobre o tema para apoiar esse grupo no decorrer do caminho. Ter acesso ao porquê das coisas e ao como fazer é um grande diferencial nesse processo de formação.

3. Ofereça meios para o líder atuar como um comunicador

Seja em empresas que atuam de forma presencial ou naquelas que são estruturadas no modelo remoto, o contato da liderança com o time deve fazer parte da rotina. Nesse sentido, para garantir uma experiência digital contínua e alinhada, contar com um canal de comunicação que traga protagonismo ao líder contribui muito para o despertar de sua voz ativa. Uma plataforma de Comunicação Interna inteligente, como a Dialog, traz insights acionáveis para enriquecer a conexão entre a liderança e o liderado.

É claro que essa transformação de um líder para um agente comunicador não acontece de uma hora para outra. Esse é um processo que precisa ser muito bem estruturado e contar com o apoio de diferentes áreas, como a de Comunicação Interna e a de Recursos Humanos. Porém, apesar de trabalhosa, essa jornada de desenvolvimento é benéfica e necessária para o sucesso do negócio.

A Startup Valeon reinventa o seu negócio

Enquanto a luta por preservar vidas continua à toda, empreendedores e gestores de diferentes áreas buscam formas de reinventar seus negócios para mitigar o impacto econômico da pandemia.

São momentos como este, que nos forçam a parar e repensar os negócios, são oportunidades para revermos o foco das nossas atividades.

Os negócios certamente devem estar atentos ao comportamento das pessoas. São esses comportamentos que ditam novas tendências de consumo e, por consequência, apontam caminhos para que as empresas possam se adaptar. Algumas tendências que já vinham impactando os negócios foram aceleradas, como a presença da tecnologia como forma de vender e se relacionar com clientes, a busca do cliente por comodidade, personalização e canais diferenciados para acessar os produtos e serviços.

Com a queda na movimentação de consumidores e a ascensão do comércio pela internet, a solução para retomar as vendas nos comércios passa pelo digital.

Para ajudar as vendas nos comércios a migrar a operação mais rapidamente para o digital, lançamos a Plataforma Comercial Valeon. Ela é uma plataforma de vendas para centros comerciais que permite conectar diretamente lojistas a consumidores por meio de um marketplace exclusivo para o seu comércio.

Por um valor bastante acessível, é possível ter esse canal de vendas on-line com até mais de 300 lojas virtuais, em que cada uma poderá adicionar quantas ofertas e produtos quiser.

Nossa Plataforma Comercial é dividida basicamente em página principal, páginas cidade e página empresas além de outras informações importantes como: notícias, ofertas, propagandas de supermercados e veículos e conexão com os sites das empresas, um mix de informações bem completo para a nossa região do Vale do Aço.

Destacamos também, que o nosso site: https://valedoacoonline.com.br/ já foi visto até o momento por mais de 250.000 pessoas e o outro site Valeon notícias: https://valeonnoticias.com.br/ também tem sido visto por mais de 5.800.000 de pessoas, valores significativos de audiência para uma iniciativa de apenas três anos. Todos esses sites contêm propagandas e divulgações preferenciais para a sua empresa.

Temos a plena certeza que o site da Startup Valeon, por ser inédito, traz vantagens econômicas para a sua empresa e pode contar com a Startup Valeon que tem uma grande penetração no mercado consumidor da região capaz de alavancar as suas vendas.

E-Mail: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

Fones: (31) 98428-0590 / (31) 3827-2297

segunda-feira, 15 de abril de 2024

GOVERNO ATUAL DE LULA DEVE ENRIQUECER MAIS OS RICOS DO QUE AJUDAR OS POBRES

 

História de FERNANDO CANZIAN – Folha de S. Paulo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Brasil não repetirá nos próximos anos a forte migração de membros da classe D/E para a C dos dois primeiros mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), entre 2003 e 2010. Naquele período, a expansão da classe média, ou C, foi a principal marca deixada pelo presidente.

Desta vez, será a classe A e em menor grau a B as maiores ganhadoras devido a uma conjuntura de taxas de juro elevadas, baixo dinamismo da economia e espaço limitado no orçamento público para aumentar transferências de renda aos mais pobres.

Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano -algo que já ocorreu em 2023. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

A massa de renda é composta pela soma do rendimento habitual de todos os trabalhos, de transferências do Bolsa Família e benefícios sociais, da Previdência e de outras fontes de renda, como juros e dividendos.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado, que farão a diferença. Embora haja a expectativa de alguma queda da taxa básica de juro, a Selic, hoje em 10,75% ao ano, ela deve continuar relativamente alta.

O quadro piorou na semana passada, com a perspectiva de que os EUA, por causa de inflação elevada, mantenham seus juros altos por mais tempo -forçando emergentes como o Brasil a ter taxas maiores para atrair investidores que financiem seus déficits.

Hoje, é possível obter 6% ao ano acima da inflação com aplicações financeiras conservadoras no Brasil; e em 2023 as despesas com juros da dívida pública somaram R$ 718,3 bilhões. Como comparação, o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios.

No caso da classe D/E, a Tendências não espera, nos próximos anos, índices de correção generosos para o Bolsa Família ou o salário mínimo devido ao espaço fiscal limitado que o governo Lula 3 dispõe.

É o contrário do que ocorreu entre 2003 e 2010, quando o país se beneficiou de três fatores: reformas estruturais no governo FHC (1995-2002), um período de forte crescimento da economia global e o boom nos preços das commodities que o Brasil exporta.

A classe A, que é bastante heterogênea (pois reúne os chamados super-ricos e famílias com rendimentos mensais próximos a R$ 25 mil por mês, pelo critério da Tendências), é a menor no país. Soma apenas 4% dos domicílios -mas abocanha 37,2% da renda. No outro extremo, a classe D/E concentra quase a metade das famílias (49,4%) e se apropria de apenas 22,1% da renda.

Segundo Lucas Assis, analista de macroeconomia da Tendências, os fatores que contribuíram para a migração de milhões de pessoas da classe D/E para C nos anos 2000 levaram a um aumento da formalização do emprego e à aceleração da renda do trabalho -impulsionando a arrecadação federal e gerando um crescimento médio do PIB de 4% por alguns anos.

“Naquele período, o governo tinha espaço no Orçamento para reajustar o Bolsa Família e dar aumentos reais mais fortes para o salário mínimo, o que beneficiou a classe D/E. Desta vez, isso não parece possível. A economia e a renda devem crescer, mas mais lentamente”, afirma.

Neste contexto, segundo Assis, as classe B e C, mais dependentes da renda do trabalho, também terão crescimento da massa de renda abaixo da A.

“Num cenário de crise fiscal, a expectativa é de manutenção do número de beneficiários de programas sociais. Assim, o trabalho passa a ser o principal responsável pelo rendimento. Isso vai, de certa forma, limitar a ascensão das famílias mais pobres para a classe média”, afirma.

Segundo Maurício de Almeida Prado, diretor-executivo da consultoria Plano CDE, de qualquer forma as classes mais baixas foram beneficiadas no início do governo Lula 3 pelo aumento da cobertura do Bolsa Família.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias beneficiárias saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

“Considerávamos que o Bolsa Família antes atendia toda a classe D/E, ou cerca de 50 milhões de pessoas [nos domicílios cadastrados]. Agora pega parte da classe C, ou aproximadamente mais 30 milhões. A conclusão é que a chamada classe C2, mais vulnerável, entrou para a rede de proteção”, afirma.

A questão, pondera Prado, é que embora a vida dessas pessoas tenha melhorado com a expansão do Bolsa Família, a evolução parou. “O sujeito da classe C não voltou para trás, mas não teve um próximo passo. Para os mais velhos, a vida melhorou depois que saíram da D/E lá atrás. Mas, entre os jovens, há um sentimento de estagnação”, afirma.

Para Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, o problema agora é que o país não tem conseguido alavancar a renda de forma orgânica. “Há muita dependência do Estado, e ele não vai ter espaço no Orçamento para fazer a renda crescer. A população mais pobre, infelizmente, vai continuar sofrendo.”

Vale menciona, no entanto, que áreas mais dinâmicas e produtivas da economia, como o agronegócio, acabam “espalhando” seus ganhos para o entorno de algumas cidades e regiões, como no Centro-Oeste, beneficiando também os mais pobres.

“Isso mostra que o caminho não é o gasto do setor público, hoje em forte restrição fiscal. Para melhorar a distribuição da renda, é preciso estabilidade econômica que permita ao setor privado crescer mais”, afirma.

ISRAEL EM ALERTA APÓS ATAQUES IRANIANOS

 

História de Raffi Berg* – Da BBC News – BBC News Brasil

Irã lançou centenas de drones aéreos e mísseis contra Israel neste fim de semana, em um ataque de represália que era amplamente esperado.

Foi a primeira vez que o Irã realizou ataques diretos contra o território de Israel.

Os dois inimigos estão envolvidos há anos numa guerra paralela (shadow war). O Irã vinha usando as chamadas forças “por procuração” (proxy) — ou seja, usando terceiros na disputa, evitando assumir um confronto direto.

Os militares israelenses disseram que Israel e outros países interceptaram mais de 300 mísseis de cruzeiro e drones, a maioria fora do espaço aéreo israelense.

Israel disse que muito pouco dano foi causado, mas disse que as pessoas devem permanecer em alerta.

Ao expressar forte condenação pelo ataque, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que “ajudamos Israel a derrubar quase todos” os mísseis e drones.

“O Irã e os seus representantes que operam a partir do Iêmen, Síria e Iraque lançaram um ataque aéreo sem precedentes contra instalações militares em Israel”, disse Biden.

O Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC) do Irã disse que o ataque visava “alvos específicos”.

O Irã havia prometido retaliar um ataque ao seu consulado na Síria, no primeiro dia de abril, que matou sete oficiais do IRGC, incluindo um general. O Irã acusou Israel de realizar esse ataque, mas Israel não o confirmou, nem negou.

Sistema antimíssil de Israel operando na cidade de Ashkelon

Sistema antimíssil de Israel operando na cidade de Ashkelon© Reuters

Após o ataque, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que “juntos venceremos”, mas não está claro qual será a resposta de Israel.

O presidente Biden disse ter reafirmado “o firme compromisso da América com a segurança de Israel”.

O porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF), contra-almirante Daniel Hagari, disse que alguns mísseis iranianos atingiram o interior de Israel, causando pequenos danos a uma base militar, mas sem vítimas.

O serviço de ambulância de Israel disse que uma menina beduína de sete anos foi ferida por estilhaços de destroços na região sul de Arad.

Hagari disse que o ataque em larga escala foi uma “grande escalada” e disse que Israel e seus aliados operaram com força total para defender Israel.

Em um comunicado separado, ele disse que o Irã disparou mais de 300 projéteis contra Israel durante a noite, 99% dos quais foram abatidos. Ele acrescentou que alguns dos lançamentos chegaram do Iraque e do Iêmen.

O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse que “muito poucos danos foram causados”, mas alertou que “a campanha ainda não terminou” e disse que Israel deve “permanecer alerta”.

Manifestantes iranianos em Teerã reagem após o ataque iraniano a Israel

Manifestantes iranianos em Teerã reagem após o ataque iraniano a Israel© Reuters

Duas autoridades dos Estados Unidos disseram à CBS, emissora norte-americana parceira da BBC, que as forças americanas derrubaram vários drones, mas não especificaram onde ou como foram interceptados.

O Ministério da Defesa do Reino Unido disse que os jatos de sua força aérea (RAF, na sigla em inglês) foram usados no Iraque e na Síria para interceptar “quaisquer ataques aéreos dentro do alcance das nossas missões existentes”

Sirenes soaram em Israel e fortes explosões foram ouvidas em Jerusalém, com sistemas de defesa aérea derrubando objetos sobre a cidade.

O IRGC do Irã disse ter lançado o ataque “em retaliação contra os repetidos crimes do regime sionista [Israel], incluindo o ataque ao consulado da embaixada iraniana em Damasco”.

O presidente Biden encerrou mais cedo que o previsto uma viagem a Delaware para retornar à Casa Branca enquanto as tensões aumentavam no sábado (13/4).

Depois de falar com Netanyahu, Biden disse que convocaria “meus colegas líderes do G7 para coordenar uma resposta diplomática unida ao ataque descarado do Irã”.

Duas autoridades dos Estados Unidos disseram à CBS, emissora norte-americana parceira da BBC, que as forças americanas derrubaram vários drones, mas não especificaram onde ou como foram interceptados.

O Ministério da Defesa do Reino Unido disse que os jatos de sua força aérea (RAF, na sigla em inglês) foram usados no Iraque e na Síria para interceptar “quaisquer ataques aéreos dentro do alcance das nossas missões existentes”.

Sirenes soaram em Israel e fortes explosões foram ouvidas em Jerusalém, com sistemas de defesa aérea derrubando objetos sobre a cidade.

O IRGC do Irã disse ter lançado o ataque “em retaliação contra os repetidos crimes do regime sionista [Israel], incluindo o ataque ao consulado da embaixada iraniana em Damasco”.

O presidente Biden encerrou mais cedo que o previsto uma viagem a Delaware para retornar à Casa Branca enquanto as tensões aumentavam no sábado (13/4).

Depois de falar com Netanyahu, Biden disse que convocaria “meus colegas líderes do G7 para coordenar uma resposta diplomática unida ao ataque descarado do Irã”.

*Com reportagem adicional de Laurence Peter, Emily Atkinson e Doug Faulkner.

GROCK A IA DO TWITER X ESTÁ EQUIPADA COM HABILIDADE DE INTERPRETAR IMAGENS CHAMADA DE VISÃO COMPUTACIONAL

 

História de PEDRO S. TEIXEIRA – Folha de S. Paulo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Elon Musk anunciou na madrugada deste sábado (13) que Grok, a inteligência artificial de uma de suas empresas, foi equipada com a habilidade de interpretar imagens, a chamada visão computacional. O recurso está disponível em outras IAs generativa como a versão mais avançada do ChatGPT e o Gemini do Google.

A xAI divulgou na sexta-feira (12) detalhes sobre o recurso acrescentado ao Grok 1.5. A IA de Musk foi lançada em novembro e está disponível para testadores e assinantes da versão Premium+ da rede social X.

De acordo com o artigo, Grok, além de descrever imagens, consegue, por exemplo, ler um diagrama representando um raciocínio e transformá-lo em um código de programação para executar as instruções.

Os testes divulgados pela empresa de Musk destacam a capacidade do chatbot de compreender problemas lógicos relacionados ao espaço, superior à dos concorrentes, de acordo com o artigo divulgado, embora também mostrem desvantagem em outros critérios.

“Avançar em uma compreensão multimodal e na geração de habilidades é um passo importante para construir uma inteligência artificial geral [estágio em que a IA se equipara às capacidades humanas]”, disse a empresa no artigo de divulgação.

Vídeo relacionado: Elon Musk vs Supremo Tribunal do Brasil: “Não é censura. As plataformas digitais devem ser responsabilizadas tal como os meios de comunicação social” (CNN Portugal)

Depois do sucesso do ChatGPT, Musk reuniu em junho uma equipe para desenvolver um modelo de IA concorrente. Em novembro, a xAI apresentou uma primeira versão de Grok, um ano após o lançamento do ChatGPT. O bilionário havia participado da fundação da OpenAI, mas saiu após divergências sobre a direção da startup.

Em sua versão 1.5, lançada no mês passado, o chatbot apresenta desempenho inferior a outros concorrentes em desafios linguísticos e de lógica.

O Grok foi desenvolvido para responder a questões mais espinhosas, das quais outras IAs costumam se esquivar para evitar transgressões éticas, de acordo com o site da xAI.

Um estudo da empresa especializada em segurança de IA Adversa, entretanto, considerou o Grok o chatbot mais perigoso do mercado, em uma comparação com ChatGPT, Gemini, Mistral, Claude e Llama da Meta –esse último considerado o mais seguro.

A IA de Musk, por exemplo, deu aos pesquisadores instruções para a fabricação de uma bomba, sem apresentar qualquer resistência. Com jogos de palavras simples, os testadores também conseguiram fazer Grok dar instruções de como realizar ligação direta em automóvel e usar truques psicológicos para seduzir crianças.

Para evitar comportamentos perigosos ou preconceituosos, modelos de linguagem contam com uma IA auxiliar responsável pela fazer a moderação do conteúdo. Esses sistemas, chamados de constituição, decidem se a resposta original pode causar danos e determinam se ela é adequada.

No caso de Grok, esse filtro é menos rigoroso por escolha da xAI.

Outra diferença do Grok é a capacidade de pesquisar em tempo real informações no Twitter, cujas publicações também foram usadas no treinamento do chatbot.

A xAI divulgou no mês passado o código fonte do Grok, no que foi visto pelo mercado de tecnologia como uma provação de Musk à OpenAI. A empresa por trás do ChatGPT não divulga detalhes de como desenvolve seus modelos de inteligência artificial, sob o argumento de que são medidas de segurança para evitar abusos com IA.

Procurada via assessoria de imprensa, a xAI não respondeu à reportagem. O cientista conselheiro de segurança da empresa, o professor de Berkeley Dan Hendrycks tampouco retornou o contato da Folha.

Grok recebeu seu nome em referência a um conceito apresentado no livro de ficção científica “Um estranho em uma terra estranha”, que significa um conhecimento profundo e intuitivo.

Da ficção científica, o chatbot também emula o tom sarcástico do livro “Guia do Mochileiro das Galáxias”. O usuário pode escolher conversar com uma versão mais neutra de Grok, se assim desejar.

FENÔMENO ATUAL MUITOS JOVENS RICOS POR HERANÇAS RECEBIDAS

 

História de Ligia Guimarães – De São Paulo para a BBC News Brasil

Com 31 anos, Mark Mateschitz, herdeiro da marca Red Bull, ganhou o posto de jovem bilionário com maior fortuna segundo a lista da Forbes deste ano

Com 31 anos, Mark Mateschitz, herdeiro da marca Red Bull, ganhou o posto de jovem bilionário com maior fortuna segundo a lista da Forbes deste ano© Getty Images

Na tradicional lista dos mais ricos do planeta divulgada no início do mês pela revista Forbes, uma tendência chama a atenção: há muitos rostos jovens e desconhecidos figurando entre as maiores fortunas.

Muitos deles sequer começaram a trabalhar ou escolheram suas carreiras, mas tiveram uma grande ajuda para estar ali: pela primeira vez desde 2009, todos os bilionários com menos de 30 anos listados no ranking da Forbes são herdeiros.

Dos 25 bilionários com 33 anos de idade ou menos que figuram no ranking, apenas sete construíram seus próprios impérios.

Para a Forbes, a presença massiva de jovens herdeiros é sinal de que está em curso um fenômeno há tempo preconizado no universo das finanças globais: a “grande transferência de riqueza”, período em que grande parte de todo o patrimônio dos ricos do mundo mudará de mãos para as próximas gerações.

A estimativa é de que, somente até o fim de 2029, mais de US$ 8,8 trilhões sejam transferidos dos bilionários para seus jovens sucessores.

“E não estamos falando só de dinheiro, mas também das empresas”, explica o advogado Yuri Freitas, responsável pelo time de planejamento patrimonial para o Brasil do banco suíço UBS.

Ele comanda um grupo de especialistas que fica à disposição dos clientes donos de fortunas com uma função: ajudá-los a planejar o que fazer com seu patrimônio depois que eles morrerem.

Reforma tributária apressou os planos de transferência de heranças entre os donos de fortunas no Brasil, diz Freitas, do UBS

Reforma tributária apressou os planos de transferência de heranças entre os donos de fortunas no Brasil, diz Freitas, do UBS© Divulgação

Apesar da formação financeira e jurídica de Freitas, o trabalho dele e de sua equipe envolve mais habilidades do que cuidar dos números e conhecer leis.

Vai desde conversar com a família sobre o uso dos recursos por todos os parentes e agregados (quem pode usar o jatinho? quem pode emprestar o iate?) a sugerir regras para a contratação de familiares como funcionários e calcular o risco que novos casamentos podem representar para o patrimônio dos herdeiros.

A função inclui também mapear os objetivos de cada cliente para o seu patrimônio após a morte: como dividir empresas, obras de arte, embarcações, aeronaves e imóveis, entre outros.

A equipe de planejamento do patrimônio também ajuda a criar protocolos para questões delicadas que misturam laços familiares e dinheiro. O planejamento abrange aspectos íntimos da vida familiar, como o regime de bens se o cliente é casado, se tem filhos, se os filhos são casados, se moram no Brasil ou fora, por exemplo.

Para quem não é herdeiro de nenhuma grande fortuna, uma boa referência a esse universo é a série Succession, da HBO, que aborda o drama de uma família de bilionários.

“Por mais caricata que a série seja, as famílias têm conflitos que se desenvolvem numa dinâmica de comportamento parecida”, conta Freitas.

A BBC News Brasil reuniu especialistas, artigos e exemplos práticos para explicar o que é a grande transferência de riqueza e qual o debate em torno dos impactos negativos que esse nível de concentração de renda pode acarretar.

Preparação com comitês e psicólogos

Uma das etapas de um trabalho como o de Freitas é o de construir com a família dona da fortuna um protocolo familiar, de preferência antes do doador transmitir a herança aos filhos.

“É quando o patriarca está bem e ativo que é importante tomar essas decisões para enfrentar conflitos lá na frente”, diz o executivo da UBS.

Pesquisa realizada pela consultoria americana The Williams Group estima que 70% das transferências de riqueza nos Estados Unidos falham, e que 60% dessas falhas resultam em falta de confiança e comunicação entre os membros da família rica.

“A família precisa ter regras de como lidar com o patrimônio muito bem estabelecidas. E não estou falando só dos instrumentos jurídicos, como testamento, o contrato social da empresa, o acordo de acionistas”, diz Freitas.

“Estou falando do aspecto moral, por exemplo: como eu vou contratar um primo ou um sobrinho? Que requisitos ele ou ela tem que ter, que escolaridade? Quem pode usar o jatinho da família?”, segue o especialista

A criação do protocolo familiar para o planejamento da herança pode envolver a criação de comitês familiares para apresentar os investimentos e até de psicólogos e outros profissionais para mediar as conversas.

“É muito comum que a discussão sobre a qualificação do executivo a ser contratado descambe para: ‘Ah, você contrata o seu filho e agora quer demitir o meu’. A gente ajuda o cliente a construir esse protocolo”, diz o executivo.

Em 15 anos de experiência na área, a percepção de Freitas coincide com o diagnóstico da revista Forbes: a grande transferência de fortuna global já está em curso de maneira acelerada, e os bilionários do Brasil e do mundo estão começando cada vez mais cedo a repassar seus patrimônios para a próxima geração.

Exemplo brasileiro

De tempos em tempos, cada geração de adultos herda das gerações anteriores o patrimônio acumulado por determinada família.

Como no exemplo brasileiro abordado pela Forbes: a Weg, multinacional que exporta para 135 países e é uma das maiores fabricantes de motores elétricos do mundo, foi cofundada por Werner Ricardo Voigt, bilionário que morreu em 2016.

Hoje, são bilionárias também as netas de Werner, Lívia Voigt, 19 anos, e sua irmã Dora Voigt, 26, que não participam ativamente do dia a dia da empresa.

Mas a riqueza fundada por Werner não enriqueceu apenas as duas netas: além de Lívia e Dora, outros 28 empresários têm a WEG como origem de sua fortuna. De acordo com a Forbes, os descendentes dos fundadores da WEG têm, juntos, um patrimônio de R$ 85,53 bilhões.

Movimentos como o da família Voigt estão acontecendo e devem se acelerar, de acordo com as projeções dos institutos que acompanham as grandes fortunas.

Os números divergem, mas apontam para o mesmo cenário: nas próximas duas décadas, trilhões de dólares devem passar das mãos de abastados baby boomers (nascidos em 1964 ou antes, nas duas décadas após o fim da Segunda Guerra Mundial) para as afortunadas próximas gerações de herdeiros millennials (nascidos entre 1981 e 1996) e geração Z (entre 1997 e 2013).

A empresa de pesquisa de mercado Cerulli Associates estima que US$ 84 trilhões mudarão de mãos até 2045 – sendo US$ 72,6 trilhões transferidos para herdeiros e US$ 11,9 trilhões para filantropia.

Relatório do banco UBS sobre ambições bilionárias em 2023 aponta que, pela primeira vez na história do estudo, novos bilionários adquiriram mais riqueza por meio de heranças do que pelo empreendedorismo. Em um ano, um total de US$ 150 bilhões foram obtidos por 53 herdeiros, enquanto 84 bilionários acumularam US$ 140,7 bilhões por meio do empreendedorismo.

O UBS também estima que, nos próximos 20 a 30 anos, mais de mil bilionários de hoje transferirão mais de US$ 5,2 trilhões a seus herdeiros.

“Como calculamos esta estimativa? Apenas somando a riqueza dos 1023 bilionários que têm 70 anos ou mais hoje”, diz o relatório.

Nos Estados Unidos, a estimativa é que a geração dos baby boomers retenha atualmente US$ 95,9 trilhões dos US$ 147,1 trilhões da riqueza das famílias dos EUA, segundo o Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos.

E por que essa geração que está envelhecendo tem tanto dinheiro para dar aos seus sortudos sucessores?

“A riqueza excepcional resultante do boom da atividade empresarial desde os anos 90 estabeleceu uma base para gerações futuras de famílias bilionárias”, segue o texto.

Choque de gerações

“Nunca antes tanto dinheiro – em imóveis, terra, ações e espécie – mudará tão repentinamente de uma geração para outra, e nunca antes a próxima geração teve sentimentos tão diferentes sobre o futuro do planeta e o capitalismo em comparação a seus precursores”, explica em artigo publicado no ano passado o banqueiro e filantropo sul-africano Ken Costa, autor do livro The 100 Trillion Dollar Wealth Transfer e uma das vozes mais contundentes a respeito do fenômeno.

A principal tese de Costa, ele mesmo um bilionário boomer, é que os jovens, excluídos da riqueza desfrutada pelas gerações mais velhas durante tanto tempo, são desgostosos em relação ao capitalismo atual.

Mais do que isso, culpam com razão os boomers por destruírem o planeta numa corrida precipitada por riquezas a curto prazo. Os boomers, culpados, pioraram as coisas por serem arrogantes e resistentes à mudança, na visão de Costa.

“Os Zennials [nome que ele criou para se referir aos jovens millenials, nascidos entre 1981 e 1996 mais os Gen Z, entre 1997 e 2013] herdarão recursos de capital, poder e influência, e a tecnologia será a ferramenta que utilizarão para implementar a sua filosofia”, prevê.

“Não há como escapar deste evento sísmico e, de fato, a transferência já começou e está acelerando rapidamente. E este evento não acontecerá isoladamente. Também criará um efeito cascata na economia, na tecnologia e na cultura. O que sairá dessas mudanças depende da nova geração”.

“O que espero é que eles alcancem um futuro financeiro estável e próspero, e acredito que é essencial que nós, boomers, ajudemos a concretizar isso”, afirma Costa.

Preparação de passagem de fortunas envolve criação de comitês familiares e até psicólogos

Preparação de passagem de fortunas envolve criação de comitês familiares e até psicólogos© Getty Images

Preocupação com impostos

Há diversos motivos que levam os patriarcas e donos das grandes fortunas a apressarem cada vez mais a transferência de patrimônio para as novas gerações, e a principal delas é o medo de pagar mais impostos.

Nos Estados Unidos, a doação de heranças em vida é isenta de impostos até um limite de US$ 12 milhões; sobre o que extrapolar esse limite, as alíquotas chegam a 40% sobre o valor doado.

“É quase metade do patrimônio que acaba sendo pago em impostos. Então, o estudo de estruturas e estratégias para suavizar essa transmissão sempre foi uma preocupação que habitou o imaginário desses executivos”, diz Freitas.

No Brasil, a pressão dos impostos sobre as grandes fortunas e heranças sempre foi mais branda que a da maioria dos países e exigiu menos planejamento dos bilionários – com muitas opções para que os muito ricos acumulassem rendimentos ao longo da vida com pouca tributação.

No ano passado, o governo agiu para acabar com a vantagem concedida em algumas aplicações onde era possível adiar o pagamento de impostos que são devidos quando se aplica o dinheiro.

“Até o final de 2023, era muito comum que o cliente tivesse um fundo multimercado exclusivo dele e esse fundo só pagava imposto no momento de uma amortização, de um resgate. Então você tinha ali uma estrutura que ficava 10, 15 anos, só rentabilizando sem pagar imposto”, diz o executivo do UBS.

A reforma tributária de 2023 mudou um pouco o cenário na tributação de heranças, principalmente ao prever potencial aumento da alíquota do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD), conhecido como o “imposto das heranças”.

Atualmente, o ITCMD é estadual e possui alíquotas que variam entre 4% e 8%. A cobrança é diferente em cada Estado brasileiro. Em São Paulo, a alíquota é de 4%. Em Minas Gerais, de 5%. Já o Rio de Janeiro prevê seis alíquotas progressivas de 4% a 8% à medida que a herança aumenta.

A reforma estabelece que o imposto será obrigatoriamente progressivo, – ou seja, quanto maior o valor da herança ou doação, maior será a alíquota aplicada.

“O Estado de São Paulo pratica uma alíquota de 4% historicamente, e a expectativa é que em algum momento a Assembleia Legislativa se mova para aumentar essa alíquota. Então, muita gente vê muitas transmissões de patrimônio acontecendo ou se acelerando por conta disso”, explica Freitas.

Em seu segmento de planejamento patrimonial do UBS, nunca houve tanta demanda de clientes brasileiros por informações e atendimento a respeito das novas regras de herança, doações e temas relacionados como no ano passado, por causa da reforma tributária, diz Freitas.

“Foi o ano mais desafiador da minha carreira. Quando você tem uma reforma que muda toda a regra, e realmente mudou, o baby boomer precisa entender as novas regras, que são complexas, e rever as decisões. Tudo isso vai pressionando ele [a acelerar os planos]”, diz.

“O assunto do ano passado foi reforma tributária, e o deste ano são os ajustes que se tem que fazer para por conta da reforma tributária”, aponta Freitas.

Bom para quem?

O ativista Peter Tatchell segura um cartaz pedindo imposto sobre a riqueza dos bilionários para financiar o sistema de saúde britânico em 2023 em Londres

O ativista Peter Tatchell segura um cartaz pedindo imposto sobre a riqueza dos bilionários para financiar o sistema de saúde britânico em 2023 em Londres© Getty Images

Essa nova leva de jovens herdeiros bilionários prevista para as próximas décadas ocorre em um momento da história em que a concentração de renda nas mãos de poucas famílias piora a vida da maioria das pessoas do mundo.

O relatório Desigualdade S/A, divulgado no início do ano pela Oxfam, aponta que a riqueza dos cinco maiores bilionários do mundo dobrou desde 2020, enquanto a de 60% da população global – cerca de 5 bilhões de pessoas – diminuiu nesse mesmo período.

Enquanto sete em cada dez das maiores empresas do mundo têm bilionários como CEOs ou principais acionistas, apenas 0,4% das mais de 1.600 maiores e mais influentes empresas do mundo se comprometeram publicamente com o pagamento de salários dignos a seus trabalhadores.

O impacto de tanta desigualdade de renda é gritante, destaca a publicação.

“A década de 2020, que começou com a covid-19 e depois assistiu à escalada de conflitos, à aceleração da crise climática e ao aumento do custo de vida, parece estar se transformando em uma década de divisão”, diz o documento.

“A pobreza nos países de renda mais baixa é ainda maior do que era em 2019. Em todo o mundo, os preços estão ultrapassando os salários, e centenas de milhões de pessoas têm dificuldades”, alerta o texto.

Daniel Duque, pesquisador da área de economia aplicada do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas), explica que tal esforço dos super-ricos em repassar seus bens para as próximas gerações pode ser uma reação às recentes iniciativas de diversos países de debater e implementar modelos mais progressivos de tributação – após décadas de alíquotas que foram generosas com os bilionários.

Movimento que cresceu fomentado principalmente pela visibilidade dada ao trabalho do economista francês Thomas Piketty, que defende reparos ao sistema capitalista capazes de interromper esse processo de concentração de riqueza.

“Está havendo um movimento em diversos países de haver uma tributação maior sobre grandes fortunas, o que gera uma pressão sobre os super-ricos de passar logo para a próxima geração”, diz Duque.

Outro debate que pode pressionar esse público é o que ocorre no G20 em torno da criação de um tributo global sobre grandes fortunas, proposta apresentada ao grupo em fevereiro pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante encontro em São Paulo.

“Um tributo como esse tornaria muito mais difícil para os super-ricos gerarem essa herança sem tributação. Porque até então, quando se cobrava um imposto, eles migravam o dinheiro para outro lugar”, aponta o pesquisador.

Tanta concentração de renda traz riscos econômicos e políticos para o planeta, diz o Duque, bem como a assimetria de oportunidades, bastante desfavorável para quem tem menos dinheiro.

“Um dos principais riscos é como lidar com o poder tão concentrado nas mãos de tão poucos. Antigamente, a capacidade de os mais ricos influenciarem a política era mais limitada, com menos capacidade de ação nos meandros do poder. Com uma concentração alta, isso começa a mudar e se vê indivíduos que conseguem mudar rumos”, diz ele.

O que pensam os jovens herdeiros?

Como em todo debate geracional, profissionais de todas as áreas têm se debruçado para tentar prever o comportamento desses jovens herdeiros e as mudanças que eles causarão no mundo dos negócios.

Principalmente os bancos, que correm o risco de perder os clientes cujo patrimônio tão vultoso eles ajudaram a construir e compartilharam por décadas.

O que se sabe é que os bilionários da nova geração são mais conectados socialmente, mais digitais e, pelo menos no discurso, se importam mais do que os pais sobre o impacto positivo que os seus investimentos terão no planeta, tanto no clima quanto socialmente.

Relatório da consultoria EY estima que investidores millenials têm o dobro da disposição em investir em empresas ou fundos que busquem transformações sociais e ambientais.

Além disso, 17% dos millenials dizem querer investir em companhias que adotam práticas de ESG de alta qualidade, comparados a 9% entre investidores não-millenials.

No UBS, a equipe de wealth management realiza há anos uma série de eventos e programas voltada a atender aos investidores next gen, como são chamados os herdeiros de fortunas.

No Brasil, o banco criou em 2019 um encontro de troca de experiências exclusivamente voltado para herdeiros. “Ali a gente trouxe alguns herdeiros falando para outros herdeiros sobre temas como inovação no negócio familiar, governança familiar, family office“, afirma Freitas.

Nota-se diferenças comportamentais: se os baby boomers apreciam o sigilo e a privacidade de uma relação formal e de confiança com o consultor do banco, os jovens gostam de mais interação com seus pares.

“Ele vê o banco como um lugar que pode proporcionar para ele contato com outros empreendedores e pode abrir portas com pessoas com outros clientes”, diz Freitas.

No programa para sucessores seletos de patrimônio mais elevado, há até uma comunidade global criada pelo banco especialmente para a convivência entre herdeiros do mundo todo, onde eles compartilham dicas, eventos e relações para além das mediadas pelo banco.

Dá para esperar que os bilionários gerarão mudanças positivas para o mundo – que sofre, entre outras questões, com a enorme concentração de renda na mão de poucas famílias?

O relatório do UBS pontua que, embora existam vários casos bem divulgados de empresários bilionários que prometem doar grande parte de suas fortunas à filantropia, é menos conhecido o fato de que entre herdeiros essa intenção seja mais reticente.

“Embora mais do que dois terços (68%) dos bilionários da primeira geração tenham declarado que seguir seus objetivos filantrópicos e gerar impacto no mundo tenha sido o objetivo principal de seu legado, menos de um terço (32%) das gerações herdeiras expressou a mesma intenção”, diz o estudo.

Na experiência do UBS, as gerações sucessoras são muitas vezes relutantes em doar dinheiro que não ganharam e, em alguns casos, elas podem simplesmente continuar investindo nas eventuais fundações existentes na família.

“No entanto, há uma tendência para investir ou gerenciar negócios de maneira que abordem questões ambientais e sociais, tanto para fins comerciais como fins altruístas”, aponta o relatório.

A pesquisa do banco ouviu alguns desses herdeiros.

“Por mais que meu pai trabalhasse em petróleo, gás e mineração, estou tentando mudar todo o negócio para assuntos relacionados à tecnologia, áreas que têm menos impacto no meio ambiente”, explicou um bilionário de segunda geração ao estudo.

“Mas eu não vou vender todos esses negócios em um dia. É uma jornada que comecei há vários anos, quando assumi negócios da família.”

Relações familiares e poder

Outro fator que apressa o planejamento da sucessão entre bilionários, para Freitas, é a pressão crescente dos mercados nas últimas décadas por mais transparência, regulação e compliance (conjunto de práticas para garantir o cumprimento de regras legais e éticas definidas pelos Estados ou pelas próprias empresas).

Segundo o executivo do UBS, no setor bancário, a regulação de compliance nos últimos 30 anos passou a cobrar muito mais transparência, com contatos frequentes por e-mail. “O baby boomer que já construiu a sua fortuna gosta do papel, ele gosta da presença física”, diz ele.

No caso dos baby boomers brasileiros, o apego ao controle de todas as decisões financeiras e operacionais relacionadas ao patrimônio é ainda mais marcante, diz Freitas.

“Mesmo quando faz sentido do ponto de vista tributário um projeto de passagem de bastão, por exemplo, o projeto não acontece se você não tiver o patriarca engajado”, afirma, citando um exemplo fictício.

“Às vezes, ele até diz que está engajado, mas quando chega na hora de falar ‘você deixa de ser executivo da empresa e vai passar para o conselho de administração’, ele topa, mas está ali no chão de fábrica todo dia, vendo tudo de perto”.

Como imaginar que, tão habituados ao controle de todo seu patrimônio, tais bilionários baby boomers estejam cedendo tão rapidamente o poder às próximas gerações, como sugere a grande quantidade de jovens listados pela Forbes?

Há muitos recursos para manter o poder mesmo após a doação dos ativos, explica Freitas. Um deles é a reserva de usufruto, que prevê que o dono fundador mantenha o poder político sobre aquele patrimônio.

“No exemplo de uma empresa: eu doei as ações, já recolhi o imposto sobre herança, mas eu reservei o usufruto político e econômico: o que significa que eu ainda mando e ainda posso receber o rendimento”, explica.

Existe também a cláusula de incomunicabilidade da herança, que é prevista no Código Civil para possibilitar que bens herdados ou doados não sejam transmitidos ao cônjuge – “para que o ativo não se contamine com patrimônio do agregado, da nora, do genro”, diz Freitas.

O que significa que, embora abastadíssimos, com um futuro promissor e cheio de regalias, estar na lista da Forbes não significa que a nova geração já esteja integralmente no comando.

“Muitos dessa nova geração são muito ricos, mas quando você olha de perto, têm pouco poder de decisão”, conclui o executivo da UBS.

SE NÃO TEM REAÇÃO É FÁCIL FICAR INVADINDO TERRAS IGUAL O MST FAZ

 

Folha de S. Paulo

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) anunciou neste domingo (14) a reocupação de uma fazenda da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) em Petrolina (713 km do Recife) que havia sido invadida duas vezes no ano passado. Outras duas ações foram realizadas em Pernambuco, segundo a entidade.

O movimento alega que o governo federal não cumpriu os compromissos para assentamento das famílias que deixaram o local em julho do ano passado.

“Só saímos com o compromisso do governo federal, assinado em uma pauta para assentar todas as 1.316 famílias acampadas. Saímos com a Embrapa com esse compromisso, com 17 pontos acertados e nenhum foi cumprido. Voltamos para lutar que o governo cumpra a pauta acertada no ano passado”, afirmou Jaime Amorim, da direção nacional do MST, em vídeo divulgado pela entidade.

“É muita irresponsabilidade a forma como estão tratando a reforma agrária.”

Procurada, a Embrapa não se manifestou até a publicação dessa reportagem.

A fazenda da Embrapa em Petrolina foi invadida pela primeira vez em abril do ano passado. A ação do MST na ocasião estremeceu a relação do MST com o governo Lula, que endureceu declarações contra o movimento após o episódio.

Na época, a onda de invasões irritou o presidente, que temia que as ações causassem desgaste para o governo, principalmente com o agronegócio. Havia receio também de que a mobilização atrapalhasse o andamento de pautas de interesse da gestão Lula no Congresso.

Em julho, a fazenda da Embrapa voltou a ser invadida dias antes do Semiárido Show. A feira, que costuma acontecer no mês de agosto, apresenta novas tecnologias para os agricultores familiares da região, costuma receber mais de 20 mil pessoas vindas de diferentes estados do Nordeste.

O ministro Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) disse à época que a invasão havia sido um protesto de integrantes do movimento que estariam “ansiosos”.

“Eles [Integrantes do MST] ficaram ansiosos, fizeram aquele protesto, mas já saíram. A feira está acontecendo, a ansiedade baixou porque foram prestadas as contas de todas as providências que vão ser adotadas. Então, a vida caminha”, disse na ocasião.

Além do assentamento das famílias, o MST cobra a transformação da unidade avançada do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) de Petrolina em uma superintendência.

“É necessário garantir esse passo para reestrutura o Incra na região”, afirmou Amorim no vídeo distribuído neste domingo.

Além da fazenda da Embrapa, o MST afirma ter ocupado uma área de 1.500 hectares da Codevasf (Companhia de Desenvolvimentos dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) utilizada pela Embrapa em Petrolina, e a outra na zona da mata no norte do estado, numa área remanescente da Usina Maravilha, desde 2014 em processo de desapropriação.

“Nós temos essa garantia de garantir a desapropriação das usinas devedoras como um todo. E não anunciar a desapropriação apenas dos engenhos. Isso é favorecer os usineiros”, afirmou Amorim.

JULGAMENTO DE TRUMP POR FALSIFICAÇÃO DE REGISTRO É MAIS POLÍTICO DO QUE VERDADEIRO

 

História de GUILHERME BOTACINI – Folha de S. Paulo

BOA VISTA, RR (FOLHAPRESS) – O primeiro ex-presidente dos Estados Unidos réu em um caso criminal começa a ser julgado nesta segunda (15), em Nova York, e pode terminar o processo na cadeia. A chance de prisão, ainda que baixa, de um antigo ocupante da Casa Branca já seria marcante, mas falamos de Donald Trump, candidato a voltar ao poder em novembro.

Trata-se de 34 acusações de falsificação de registros financeiros de sua empresa, que teria ocorrido a partir do segundo semestre de 2016, ainda durante a campanha eleitoral que levou o republicano à Presidência. Este é o primeiro dos quatro casos criminais contra o ex-presidente -e provavelmente o único a ser julgado antes da eleição.

Michael Cohen, assessor de Trump, teria pagado US$ 130 mil à atriz pornô Stormy Daniels em acordo para que ela não falasse sobre suposto caso com o empresário, segundo a Promotoria.

Depois, já durante seu mandato na Casa Branca, o republicano teria reembolsado Cohen com depósitos feitos pela empresa de Trump, dinheiro disfarçado de despesas legais da companhia, o que violaria, de acordo com os promotores, leis de Nova York.

Nesta segunda, o júri será escolhido, algo que por si só tem levantado críticas de apoiadores de Trump e do próprio ex-presidente, que acusa o promotor Alvin Bragg de caça às bruxas e diz que qualquer seleção do júri durante uma campanha eleitoral não será totalmente imparcial.

Trump também tem apelado a bravatas e críticas ao juiz do caso, Juan Merchan, e acusado possíveis testemunhas, como Cohen e Daniels, de mentir. Merchan impôs uma ordem de silêncio ao republicano, proibindo que ele se manifestasse publicamente sobre o caso –

o que não pareceu coibir o ex-presidente.

Além disso, claro, há o próprio impacto eleitoral. Pesquisa Ipsos/Politico conduzida no começo de março mostra que mais de um terço dos eleitores independentes –nem democratas, nem republicanos– disseram que uma condenação no caso diminui sua chance de apoiar Trump.

Dada a previsão de disputa acirrada contra Joe Biden, isso pode custar caro. Por isso a defesa do republicano tentou até o último instante adiar o julgamento, recebendo três negativas da corte de apelação.

Falsificar registros financeiros no estado de Nova York, a acusação de que Trump é alvo, é uma contravenção que se torna crime quando o delito é cometido com a intenção de realizar ou esconder outro crime.

É nesse ponto em que se situam as estratégias da Promotoria do estado de Nova York, que acusa Trump, e da defesa –é esperado que o caso dure cerca de seis semanas após a escolha do júri.

O promotor Alvin Bragg e sua equipe tentam provar e convencer o júri de que o acordo de silêncio com Daniels tem relação com a intenção de cometer ou esconder outro crime –Trump não precisa ser formalmente acusado por esse eventual outro crime. Não é a legalidade em si do pagamento que é alvo da acusação, portanto.

A Promotoria trabalha com a tese de que esse não é o único caso de compra de silêncio ocorrido durante a campanha de 2016, o que poderia se relacionar a um esforço maior para impulsionar as chances eleitorais de Trump na ocasião e, assim, a um delito eleitoral do estado e a uma violação relativa ao financiamento de campanha.

A forma como Cohen foi reembolsado também é alvo da acusação e pode se relacionar a um delito de fraude fiscal. Pesa contra o republicano no julgamento o fato de que seu ex-assessor rompeu com ele e provavelmente será testemunha de acusação.

A defesa deve começar por explorar justamente esse rompimento entre os dois, argumentando que Cohen tenta incriminar Trump por desavenças pessoais, dado que o ex-assessor do republicano é possivelmente a única testemunha que poderia ligar o republicano à falsificação dos registros financeiros.

Há também a tentativa de pintar o pagamento a Daniels como uma questão privada que teve apenas violações técnicas de registro financeiro, reduzindo assim seu escopo e eventual conexão com outro crime.

Há chances de Trump ser preso: a previsão de sentença para crimes de classe E no estado de Nova York é de no máximo 4 anos, mas é mais comum casos do tipo resultarem em sentença sem encarceramento ou com liberdade condicional para réus primários em casos não violentos.

O processo é 1 dos 4 na esfera criminal contra o republicano, em um total de 88 acusações, e provavelmente o único que será julgado antes das eleições à Presidência, marcadas para o dia 5 de novembro.

Não há data definida para o julgamento de nenhum dos outros três: de interferência na eleição de 2020, de interferência eleitoral no estado da Geórgia e de retenção de documentos sigilosos -este tinha 20 de maio como data, mas a juíza Aileen Cannon, responsável pelo caso, indicou que vai mudar o dia.

O CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA AFIRMA QUE O NASCITURO COM 22 SEMANAS TEM CONDIÇÕES DE SOBREVIVER

Professor Ives Gandra da Silva Martins

O Conselho Federal de Medicina (CFM)  publicou no Diário Oficial da União (DOU), Resolução 2.378, de 2024, que veda a realização da assistolia fetal em gestações com mais de 22 semanas para casos de aborto oriundos de estupro. Ou seja, declarou que a partir do 22º mês de gestação, mesmo nas hipóteses permitidas pelo artigo 128 do Código Penal, que são os casos de aborto terapêutico ou do aborto por estupro, já não é mais possível realizar o aborto. O procedimento provoca a morte do feto por meio da administração de substâncias (geralmente são aplicadas altas doses de cloreto de potássio no coração de bebês com mais de 22 semanas de gestação) para, depois, ser retirado do útero da mulher.

A definição desse prazo final pelo Conselho Federal de Medicina  tem sua razão de ser. É que, o nascituro com 22 semanas, tem condições, embora prematuro, de sobreviver. Então, é um ser humano pleno, com a possibilidade de viver fora do ventre materno por causa das técnicas modernas de recuperação do feto nessa fase de desenvolvimento. Agora, a partir dessa histórica resolução do Conselho Federal de Medicina, as crianças com mais de 22 semanas terão direito ao parto antecipado. Caso a mãe não queira permanecer com o filho, deverá ser encaminhada para adoção. É um ser humano.

O Conselho Federal de Medicina diz que o aborto nos casos de estrupo é permitido antes da viabilidade de vida extrauterina, o que desaparece a partir da 22ª semana. Há muitos que têm criticado essa decisão, dizendo que o Código Penal, de 1940, permite o aborto em qualquer hipótese. A ser válida a tese, matar um nascituro, um minuto antes de nascer não seria crime, mas 1 minuto depois de nascido seria um homicídio. Nada mais ilógico que tal interpretação.

Não é verdade, também, porque nós temos um princípio na Constituição Federal que consagra a inviolabilidade do direito à vida. Vale dizer, se a vida extrauterina é possível a partir da 22ª semana, significa que aquele ser humano tem a garantia absoluta constitucional à vida pelo “caput” do artigo 5º, que explicita quando começa ser inviolável o direito à vida.

Sempre defendi que, após a Constituição de 5 de outubro de 1988, data em que foi promulgada, o próprio Código Penal tinha sido revogado. Sendo assim, qualquer que fosse a hipótese do aborto seria proibida porque a vida começa na concepção. Aliás, é o que diz o Código Civil, em seu artigo 2º e o que dizia o Código anterior no artigo 4º.

O Supremo Tribunal Federal, entretanto, em um auto-poder outorgado de legislar, criou uma Terceira hipótese de não punibilidade, que é a do aborto eugênico. Não se trata, pois, do aborto terapêutico, caso em que a gravidez gera risco de morte da mulher, mas sim do caso em que o feto esteja mal-formado, hipótese esta não criada pelo Poder Legislativo, mas sim por um poder auto concedido ao Judiciário, já que não constante da legislação.

Portanto, o Supremo Tribunal Federal, criou uma Terceira hipótese, que é a do aborto eugênico, para não permitir que um feto mal-formado venha a nascer.

Ora, a decisão do Conselho Federal de Medicina é de absoluta lógica: se o feto tiver condições de vida extrauterina, não poderá haver aborto, porque aquele nascituro continuará a viver fora, assim como está vivendo no ventre materno.

Então, as críticas que fazem ao Conselho Federal de Medicina, além de não serem aceitáveis, representam, na verdade, a defesa do homicídio uterino, do assassinato de seres humanos já com condições de vida fora do ventre materno.

Quero, pois, cumprimentar o Conselho Federal de Medicina por ter tomado científica posição em relação às hipóteses de aborto permitidas pelo Código Penal, no artigo 128, enquanto o feto não tiver condições de vida extrauterina. Tendo condições de vida extrauterina, em nenhuma hipótese, o aborto é permitido.

Ives Gandra da Silva Martins é professor emérito das universidades Mackenzie, Unip, Unifieo, UniFMU, do Ciee/O Estado de São Paulo, das Escolas de Comando e Estado-Maior do Exército (Eceme), Superior de Guerra (ESG) e da Magistratura do Tribunal Regional Federal – 1ª Região, professor honorário das Universidades Austral (Argentina), San Martin de Porres (Peru) e Vasili Goldis (Romênia), doutor honoris causa das Universidades de Craiova (Romênia) e das PUCs PR e RS, catedrático da Universidade do Minho ( Portugal), presidente do Conselho Superior de Direito da Fecomercio -SP, ex-presidente da Academia Paulista de Letras (APL) e do Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp).

 

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