História de MARIANNA HOLANDA E MATEUS VARGAS – Folha de S. Paulo
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O governo Lula (PT) decidiu suspender
novos contratos de publicidade no X (antigo Twitter), em reação às
atitudes do dono da plataforma, Elon Musk.
Integrantes do governo se baseiam em uma norma publicada em fevereiro
pela Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência) para evitar a
veiculação de anúncios do governo em canais que promovem fake news.
Comentário:
Falar mal do governo ou comentar contra é Fake News?
A regra busca “coibir a monetização” em ações publicitárias do
governo “de sites, aplicativos e produtores de conteúdo na internet que
ensejem risco de danos à imagem das instituições do Poder Executivo
federal por infração à legislação nacional ou por inadequação a
políticas e padrões de segurança e de adequação à marca do governo
federal”.
A decisão só vale para novos contratos, porque há impedimento de suspensão com os que já estão em andamento, segundo relatos.
A informação foi divulgada pelo ICL Notícias e confirmada pela Folha de S.Paulo.
Os dados do portal de despesas de publicidades, organizado pela
Secom, mostram que foram veiculados anúncios do governo de cerca de R$
5,4 milhões no X entre 2023 e 2024.
O valor se refere principalmente às campanhas da própria secretaria e
do Ministério da Saúde. Também somam despesas de outros órgãos do
governo, mas não consideram os valores desembolsados por bancos públicos
e estatais.
No balanço de 2023, o X recebeu menos verbas do que a Meta, TikTok e Google.
O portal da transparência da Secom só divulga valores de anúncios já
veiculados, então é possível que a empresa de Elon Musk já tenha
recebido mais recursos do atual governo.
Integrantes do governo, inclusive o presidente Lula, começaram a
aderir a Bluesky (“céu azul”, em inglês), rede social rival do X de
Musk. A plataforma, que inicialmente proibia a entrada de chefes de
Estado, anunciou a mudança de posição também nesta sexta.
Lula fez a sua primeira publicação na rede pela manhã, sobre evento
em Campo Grande (MS) de habilitação de frigoríficos para exportação de
carne para China. O perfil tem a mesma descrição e foto que no X.
O ministro Paulo Pimenta (Secom) também entrou na nova rede social e fez críticas a Musk, sem citá-lo nominalmente.
“Não vamos permitir que ninguém, independente do dinheiro e do poder
que tenha afronte nossa pátria. Não vamos transigir diante de ameaças e
não vamos tolerar impunemente nenhum ato que atente contra a nossa
democracia.
Democracia da censura?
Pimenta disse ainda que o Brasil não será “tutelado” pelas plataformas de redes sociais.
Lula nunca citou diretamente Musk, mas já fez críticas indiretas ao
empresário. Nesta semana, o presidente disse que ele nunca produziu “um
pé de capim no Brasil” e defendeu o STF dos ataques do dono do X, antigo
Twitter.
“Temos uma coisa muito séria nesse país e no mundo que é se a gente
quer viver em um regime democrático ou não. Se a gente vai permitir que o
mundo viva a xenofobia do extremismo. Que é o que está acontecendo”,
disse.
Musk vem recebendo apoio de bolsonaristas, desbloqueou contas de
investigados por fake news, e agora também é investigado pela Polícia
Federal.
Milei oferece colaboração a Musk no conflito com o STF no Brasil
História de MAYARA PAIXÃO E PEDRO S. TEIXEIRA – Folha de S. Paulo
BUENOS AIRES, ARGENTINA, E SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em meio ao
debate no Brasil entre Elon Musk, o STF (Supremo Tribunal Federal) e o
governo Lula (PT), o presidente da Argentina, Javier Milei, encontrou-se
com o bilionário no Texas nesta sexta-feira (12), na fábrica da
montadora de carros elétricos Tesla.
O governo argentino afirma que, entre uma lista de outros temas
abordados, o contexto brasileiro foi mencionado. Milei “ofereceu
colaboração neste conflito entre a rede social X no Brasil e o marco do
conflito judicial e político no país”, disse a assessoria do argentino.
Não foram dados detalhes de como seria essa colaboração ofertada pelo
presidente ultraliberal, que no decorrer da última semana fez um giro
pelos Estados Unidos, onde se encontrou com empresários e com o BID
(Banco Interamericano de Desenvolvimento) e deu entrevistas.
Dias antes, a chanceler de Milei, Diana Mondino, escreveu no X que a
Argentina sempre manteria suas embaixadas abertas para “dar refúgio a
todos que são perseguidos por compartilhar valores de liberdade”.
A economista não disse a que se referia, ainda que a publicação tenha
sido feita no mesmo momento em que cresciam os debates no Brasil e
quando Musk disse que os funcionários do X eram perseguidos. A
reportagem a questionou em entrevista feita na tarde desta quinta (11).
Mondino respondeu que sua publicação era genérica. No entanto, também
opinou sobre o cenário brasileiro. Ela é uma das ministras mais
importantes do governo Milei.
“O que penso sobre Elon Musk e o Brasil? Eu desconheço os
antecedentes legais que possa haver. Apenas tive a versão que se vê no
Twitter [antigo nome do X] e, na verdade, me pareceria terrível se fosse
verdade que estão cerceando a capacidade de expressão das pessoas.”
A equipe do X no Brasil tem pouco mais de 30 funcionários, dedicados a
vendas e marketing e uma pequena equipe jurídica. A empresa atua em um
coworking. O bilionário demitiu pouco mais de 80 pessoas de um total de
120 em novembro de 2022, logo após comprar a rede social, segundo
ex-funcionários ouvidos sob condição de anonimato.
Depois, o antigo escritório da empresa na região da Faria Lima, em
São Paulo, foi desocupado no ano passado. O X Brasil agora está
instalado em uma sala da WeWork, no Itaim Bibi, segundo informações do
Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica.
Os ex-funcionários ouvidos tiveram de assinar um acordo de confidencialidade sobre sua relação com a empresa.
Procurada via assessoria de imprensa, a X Corp respondeu, com
mensagem automática, que estava ocupada no momento. Contatado, o
escritório Pinheiro Neto Advogados, que defende a rede social no Brasil,
não retornou.
Também nesta sexta, Buenos Aires comunicou que no encontro o dono do X
e Milei acordaram que vão realizar “muito em breve” um grande evento na
Argentina para “fomentar as ideias da liberdade”.
Entre outros temas, o magnata americano teria abordado suas ideias
sobre como fomentar as taxas de natalidade ao redor do mundo,
“enfatizando que o decrescimento das populações pode ser o fim da nossa
civilização”.
Ao compartilhar a foto, Musk escreveu na legenda: “Rumo a um futuro
emocionante e inspirador!”. Ele e Milei por inúmeras vezes já trocaram
afagos. Também um vídeo do encontro com trilha sonora foi divulgada.
Milei esteve acompanhado de uma pequena comitiva. Entre os membros,
sua irmã Karina, secretária-geral da Presidência, e o rabino Axel
Wahnish, conhecido como uma espécie de “guru” de Milei e que o
presidente quer colocar na embaixada do país em Israel.
Musk embarcou na onda de figuras bolsonaristas e atualmente trava uma
disputa com o ministro do STF Alexandre de Moraes, a quem tem chamado
de ditador. Moraes, por sua vez, determinou a investigação do
bilionário, que ameaçou liberar contas bloqueadas na Justiça por fake
news.
Na quarta-feira (10), Lula disse que Musk nunca produziu “um pé de
capim no Brasil” e defendeu o STF. No dia anterior, o presidente
brasileiro havia dito que bilionários do mundo precisam aprender a
preservar a floresta, fazendo uma referência indireta ao dono do X.
Moraes incluiu Musk no inquérito que apura a existência de milícias digitais antidemocráticas e seu financiamento.
Apesar de se definir como um “absolutista da liberdade de expressão” e
ter protestado contra o que definiu como “tanta censura” de Moraes,
Musk tem cumprido, sem reclamar, ordens de remoção de conteúdo vindas
dos governos da Índia e da Turquia, como mostrou a Folha de S.Paulo.
História de Amanda Pupo e Célia Froufe – Jornal Estadão
BRASÍLIA – A possível alteração da meta fiscal de 2025, de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para um patamar menos ambicioso – entre zero e 0,25% do PIB – aliada à diminuição da credibilidade no arcabouço fiscal tendem pressionar as expectativas sobre a trajetória da dívida pública.
Na equipe econômica, a avaliação é de que a mudança não teria o
condão de piorar as projeções automaticamente. Isso porque os
economistas já embutem em suas projeções déficits em 2025 (-0,6%) e em
2026 (-0,5%), bem mais pessimistas que as do governo. Há um
reconhecimento, no entanto, de que o Executivo não pode sinalizar um
relaxamento de postura no aspecto fiscal para não piorar a curva da
Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG).
Embora a Fazenda acredite
que tem “contido danos” e conseguido passar uma mensagem positiva, os
acontecimentos da última semana afetaram a credibilidade do arcabouço
fiscal. No mesmo momento em que o governo discute uma meta menos robusta
– mas considerada mais “factível” e sustentável – para 2025, a Câmara aprovou,
com o aval do Planalto, uma mudança na lei do arcabouço para antecipar
gastos em cerca de R$ 15 bilhões, contando com a arrecadação acima do
previsto no primeiro bimestre.
Pelo texto atual, cuja alteração ainda precisa passar pelo Senado,
essa despesa extra só poderia ser autorizada em maio, justamente porque
apenas no segundo relatório bimestral de receitas e despesas o
Executivo terá uma noção melhor sobre a projeção de arrecadação para o
ano. É possível também que haja implicações para o ano seguinte, mas
ainda é cedo para cravar alterações.
Por isso, apesar da confiança do governo, o mercado está com um pé
atrás em relação à coordenação da área fiscal. “A credibilidade do
arcabouço é bem baixa”, disse uma fonte do mercado, que já foi
integrante de uma equipe econômica. Para esse economista, é “óbvio” que
essa avaliação do governo (de que haverá poucas alterações das
expectativas) não está correta e que os ativos vão reagir a
afrouxamentos da meta. O mercado não vê como vai chegar a um superávit
primário de 0,50% do PIB. E nem a um de 0,25%, disse a fonte.
O alvo fiscal do próximo ano será conhecido na segunda-feira, 15,
quando a equipe econômica apresenta o projeto de lei de diretrizes
orçamentárias (PLDO), às 9h30. A proposta também vem acompanhada de uma
novidade, já que o texto terá de estampar, para um período de dez anos, a
compatibilidade do cumprimento das metas de resultado primário sobre a
trajetória de convergência da dívida pública.
Na projeção mais recente divulgada pelo Tesouro, que trabalhava com o
cenário de um superávit no próximo ano de 0,5% do PIB, a dívida subiria
em 2024 e em 2025, começando um processo de estabilização a partir de
2026, quando o índice atingiria 78,1% do PIB.
O patamar se manteria em 2027 e 2028, e começaria a cair em 2029,
quando iria a 77,6% do PIB, chegando a 72,6% do PIB em 2033. Já para
este ano, a previsão é de que o indicador chegue a 77,3% do PIB. No
próximo, a dívida iria a 78% do PIB.
O Tesouro também fez a projeção da dívida no cenário em que o governo
não consiga ter uma arrecadação adicional nos próximos anos, o que
levaria a um déficit de 0,5% do PIB e de 0,4% do PIB em 2026. Mesmo
neste cenário, a trajetória da dívida seria mais benigna do que a
estimada pelo mercado. Nele, a dívida atingiria 78,8% do PIB em 2025,
com pico de 80,4% do PIB em 2027, e queda a partir de 2029. Em 2033, o
patamar cairia para 76,7% do PIB – uma diferença de 4,1 pontos
porcentuais em relação ao cenário de referência.
Ao comentar o dado, um integrante da equipe econômica ressaltou a
forma como a atividade do País vem surpreendendo, lembrando que PIBs
maiores auxiliam na queda da dívida – o que também ajudaria a explicar o
diferencial entre o que vê o mercado e o governo, que é mais otimista
sobre o crescimento. Mesmo assim, outra fonte comentou que as projeções
no Focus nem sempre fazem sentido, já que numa só semana às vezes a
mediana das expectativas para a dívida sobem enquanto as do primário
caem.
No último relatório Focus, a mediana para a dívida de 2025 ficou em
79,9% do PIB. O patamar vai subindo até alcançar 86,5% do PIB em 2030,
iniciando uma queda no ano seguinte e fechando em 85,2% do PIB em 2033.
Números publicados nesta semana em artigo no Estadão pelo
economista-chefe da Warren Investimentos, Felipe Salto, demonstram o
desafio do governo em trazer as expectativas do mercado sobre a dívida
para perto das projeções oficiais. Salto estima que, sem mudanças
estruturais no gasto, só seria possível estabilizar a dívida/PIB em
2033, em 87%, com superávit primário de 0,9% do PIB, juros reais de 3,5%
e crescimento econômico de 2,5%. “São números relativamente otimistas
e, mesmo assim, demoraríamos a alcançar a estabilização. A construção do
longo prazo começa agora, na próxima segunda-feira, no PLDO de 2025?,
escreveu.
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O governo de Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) pretende investir R$ 1 bilhão para repatriar cerca de mil
cientistas brasileiros residentes no exterior, afirmou à Folha o
presidente do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico), Ricardo Galvão.
Conforme estimativa preliminar do MCTI (Ministério da Ciência,
Tecnologia e Inovação), ao qual o órgão é vinculado, há hoje 35 mil
pesquisadores brasileiros com mestrado e doutorado vivendo fora do país.
A ideia é fazer com que esses pesquisadores tenham incentivos
financeiros para retornar e se fixar no Brasil, reduzindo a “fuga de
cérebros” quando cientistas que fazem sua formação acadêmica no país,
parcial ou integralmente, se estabelecem em outras nações e, com isso, o
conhecimento não é revertido em avanço científico e tecnológico para o
país de origem.
“Em relação à diáspora, eu não gosto de chamar de fuga de cérebros
porque o cérebro está na cabeça da pessoa, mas nós fizemos um
levantamento muito preliminar e chegamos na ordem de 35 mil brasileiros
[fazendo pesquisa fora]”, disse Galvão. “Nós lançamos uma proposta ao
FNDCT e gostaríamos de atraí-los de volta ou, aqueles que não vierem,
que tenham um canal de colaboração com o Brasil.”
O FNDCT (Fundo Nacional do Desenvolvimento Científico e Tecnológico) é
responsável por estabelecer os fundos setoriais do Orçamento federal. A
expectativa é que R$ 400 milhões sejam liberados neste ano e o
restante, até 2026.
O dinheiro, de acordo com o CNPq, será investido ao longo de três
anos pelo conselho e pela agência Finep (Financiadora de Estudos e
Projetos) em duas chamadas lançadas simultaneamente. Por enquanto não
há, porém, data para o lançamento dessas chamadas, afirmou o CNPq.
O projeto, batizado de Programa Conhecimento Brasil, prevê que os
pesquisadores recebam bolsas especiais para se fixar em universidades e
institutos no país em um valor de R$ 13 mil mensais, equivalente ao
salário de um professor-adjunto em universidades federais e verba de
até R$ 400 mil para criação de laboratórios.
Também há a intenção de que os pesquisadores repatriados atuem em
empresas. “Não adianta ter ciência sendo feita só em instituições de
pesquisa, pois assim o país não avança. Precisamos de doutores em
empresas que promovam a inovação e o desenvolvimento tecnológico com
base no conhecimento científico moderno”, disse Galvão.
OUTROS PROGRAMAS
Além da repatriação de cientistas, o CNPq diz que busca promover a
inserção de meninas e mulheres na ciência, em especial nas áreas
conhecidas como STEM sigla em inglês para ciência, tecnologia,
engenharia e matemática.
No início do ano, o conselho lançou um edital para bolsas de
doutorado sanduíche no exterior e pós-doutorado no valor de R$ 6 milhões
para pesquisadoras negras, indígenas, quilombolas e ciganas,
regularmente matriculadas em cursos de doutorado reconhecidos pela Capes
ou que tenham concluído programas de pós-graduação reconhecidos pela
Capes em qualquer área de conhecimento.
Segundo o CNPq, foram recebidas 537 inscrições no edital. O resultado
preliminar será divulgado no dia 30 deste mês. O intercâmbio terá
início no segundo semestre deste ano.
Outra iniciativa, lançada em março, foi o programa Mulheres na Ciência, em parceria com o MCTI e o Ministério da Mulher.
Com recursos na casa de R$ 100 milhões, o edital tem como
público-alvo meninas matriculadas no 8º e 9º ano do ensino básico em
escolas públicas e em cursos de graduação nas áreas de ciências exatas,
engenharias e computação. As propostas poderão ser apresentadas até o
dia 29 deste mês. A expectativa é aplicar R$ 20 milhões já em 2024.
O incentivo vem de um reconhecimento de disparidade entre homens e
mulheres bolsistas do órgão. Segundo levantamento, as mulheres bolsistas
PQ, como são chamadas as bolsas de produtividade e pesquisa, estão
estagnadas em 36% há 20 anos.
“Queremos começar na base, com bolsas de iniciação científica, porque
não adianta aumentar o número de bolsas no final da carreira [para
professoras], se não há demanda. Queremos estimular as mulheres a
entrarem no campo das ciências exatas, engenharia e computação. Isso não
é só uma questão de justiça social, mas porque a sociedade como um todo
perde muito [sem mais mulheres e meninas na ciência]”, afirmou Galvão.
BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) – Ainda que em cifras mais
comedidas do que as que o governo da Argentina bradava, a inflação
desacelerou pelo terceiro mês consecutivo no país sob Javier Milei e
ficou em 11% em março.
Os números foram divulgados pelo instituto de estatísticas argentino,
o Indec, na tarde desta sexta-feira (12). O índice era muito esperado
por atuar como um dos termômetros dos efeitos práticos das medidas de
austeridade da atual administração na Casa Rosada.
Ainda assim, a inflação acumulada dos últimos 12 meses atingiu o pico
de 287,9%, ante 276,2% no mês anterior. Tratam-se dos maiores
indicadores interanuais em mais de três décadas no país.
Javier Milei assumiu o país com uma inflação mensal que em dezembro
marcava 25,5%. Desde então, o índice foi caindo para 20,6% (janeiro),
13,2% (fevereiro) e 11% (março).
Foi no setor da educação que houve a inflação mais expressiva, com
52,7% mensais que o Indec atribui especialmente ao aumento das
mensalidades no início do ano letivo deste 2024.
Em seguida, está a comunicação (15,9%), por causa do aumento dos
preços de serviços de telefonia e internet, e os de água, eletricidade e
gás (13,3%), notadamente pela alta na eletricidade. Uma mudança nas
tarifas de luz no mês passado anunciou aumentos médios de até 300%.
Ainda que veja um problema crônico do país se acentuar, a população
sente no cotidiano a perda acelerada do poder de compra e o avanço da
pobreza, hoje realidade de 57%, patamar só observado há 20 anos.
Incentivos públicos foram cortados, e o controle de preços para que
os moradores sentissem menos o impacto ao ir às compras, abandonado.
Outro índice divulgado também nesta semana ajuda a ler o cenário. A
atualização dos salários do mercado formal na Argentina, seja do setor
público, seja do privado, perdeu frente à inflação.
Números recém-publicados pela Secretaria de Segurança Social mostram
que em média os salários formais aumentaram em 11,5% em fevereiro, ante
inflação de 13,2% naquele mesmo mês.
Ao falar na Casa Rosada nesta quinta (11), véspera da divulgação dos
dados de março, o porta-voz de Milei, o também economista Manuel Adorni,
disse que “os indíces de inflação do país são absolutamente
inaceitáveis para um país normal ou para um país do século 21”.
“O mundo já resolveu o problema da inflação há 50 anos; os únicos que
não se adaptaram às evidências fomos os argentinos”, seguiu. “Mas não
somos ‘incendiários monetários’ como foram os últimos governos.”
Ele disse que em breve o fim da inflação será realidade no país.
“Quando? É claro que não sabemos, porque não temos bola de cristal, mas
alcançaremos isso com o caminho que estamos seguindo.”
No decorrer das últimas semanas, o ministro da Economia, Luis Caputo,
chegou a afirmar que a inflação mensal de março seria de 10%.
Consultorias e economistas previam que a cifra poderia ficar um pouco
acima dos 11% registrados pelo Indec.
De todo modo, no X Caputo celebrou o último dado divulgado. “A forte
desaceleração da inflação é consequência do programa econômico
implementado desde 11 de dezembro [um dia após o atual governo ser
empossado], cujos pilares são o equilíbrio fiscal e a recomposição do
balanço do Banco Central”, escreveu.
“A combinação de âncoras fiscais, monetárias e cambiais e as medidas
que estão sendo implementadas para desburocratizar o comércio interno e
normalizar o comércio externo são essenciais para sustentar esta
trajetória de desinflação”, disse o chefe da pasta de Economia, em
referência o fim do chamado “cepo”, um emaranhado de controles cambiais
que Milei promete que eliminará ainda neste ano.
Em outra atualização, nesta semana o Banco Central argentino voltou a
mencionar “um cenário macroeconômico promissor” e reduziu a taxa de
juros ao ano de 80% para 70%.
A disputa pela região do Essequibo voltou a se intensificar após o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro,
promulgar uma lei aprovada pela Assembleia Nacional do País que, na
prática, criou um estado venezuelano na região que hoje faz parte da Guiana.
Em resposta, as autoridades guianenses advertiram então que “não tolerarão a anexação, apreensão ou ocupação de qualquer parte” de seu território soberano.
A região é rica em petróleo e outros minerais,
e o momento mais recente da disputa – que já dura mais de um século –
chegou a fazer com que o Brasil reforçasse seu contingente militar na
fronteira com Venezuela e Guiana.
A crise se agravou nos últimos anos, depois de terem sido descobertas
importantes reservas de petróleo e gás na área e de o governo guianês
ter concedido licenças para exploração para a empresa americana
ExxonMobil.
São mais de mil campos de exploração de petróleo e gás na região –
cerca de 980 têm produção superior a 1 milhão de barris por ano ou
reservas maiores que 25 milhões de barris.
Desdes grandes campos, 40 foram descobertos recentemente.
Foi a América Latina, aliás, que teve o maior percentual de novas
descobertas de petróleo no mundo em 2022 e 2023, segundo o relatório
mais recente dos pesquisadores do Global Energy Monitor.
Foram 37,3% das novas reservas de petróleo no mundo, na Guiana, Colômbia, Cuba e Suriname.
As novas reservas de petróleo da Guiana têm pelo menos 11 bilhões de
barris e vêm sendo exploradas por petroleiras dos Estados Unidos e da
China.
A atividade fez com que o país tivesse o maior crescimento econômico nos últimos anos, segundo dados do Banco Mundial.
De acordo com o Global Energy Monitor, a Guiana foi o país do mundo
onde mais reservas de petróleo e gás foram descobertas nos últimos dois
anos.
Em termos de reservas sancionadas, ou seja, que já obtiveram
aprovação para começarem a ser exploradas, a Guiana ficou atrás somente
dos Estados Unidos.
Assim, o pequeno país se junta aos grandes produtores de petróleo na
América Latina, que já inclui México, Venezuela, Colômbia, Brasil,
Equador, Peru, Bolívia e Argentina.
O Brasil é o maior produtor, com um pico de 5,4 milhões de barris por dia, e pretende dobrar sua produção até 2029.
História de Marianna Gualter e Eduardo Laguna – Jornal Estadão
O País precisa ver onde errou para conseguir voltar a ser a sexta
maior economia do mundo, afirmou nesta sexta-feira, 12, o presidente da
República Luiz Inácio Lula da Silva. Ele afirmou ter orgulho de dizer que o Brasil viveu o melhor momento da indústria automobilística durante seus mandatos, mas salientou que não consegue entender a evolução do cenário do setor.
“Quando eu deixei a presidência, a última conversa que eu tive com a
Anfavea era de que em 2015 estaríamos produzindo 6 milhões de carros.
Estamos em 2024 e estamos produzindo quase metade do que produzíamos em
2010. Quem errou?”, questionou. “Foram vocês que desconfiaram do Brasil
ou o Brasil que deixou de fazer o que deveria ser feito?”
Na inauguração da nova sede da Anfavea,
em São Paulo, o presidente defendeu que é preciso “andar para frente
sem olhar para trás” e que o governo tem compromisso com “tecnologia
nova, inovação, geração de empregos, aumento da massa salarial, e,
portanto, com a venda de mais produtos e mais exportação.”
Lula ainda afirmou que é preciso que o País aprenda ser grande e vá
ao exterior vender produtos. “Fico imaginando como os vizinhos do Brasil
compram um carro de 12 mil quilômetros de distância enquanto estamos
aqui”, disse.
Ele prometeu apoio em “tudo o que for necessário” ao crescimento da
indústria, mas também cobrou ajuda do setor produtivo na tramitação da
agenda econômica do governo no Congresso.
“Da nossa parte, da parte do governo, não faltará dedicação e apoio
para fazer o que precisar ser feito no Congresso Nacional”, disse Lula,
pedindo apoio dos empresários ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
“Vocês podem ajudar. Agora, na reforma tributária,
cada um de vocês conhece lá, um deputado, quatro deputados. Não vai
deixar o Haddad sozinho. Vocês têm de conversar com os deputados: ‘vamos
votar isso que é bom para o Brasil, que é bom para o emprego, que é bom
para a indústria automobilística’. É um compromisso de todos nós com o
País”, frisou Lula aos representantes das montadoras, quando o governo
está prestes a enviar a regulamentação da reforma tributária ao
Legislativo.
Num discurso feito de improviso, o presidente assegurou compromisso
com tecnologia nova, inovação, geração de emprego, aumento da massa
salarial, vendas internas e exportações. Em contrapartida, também pediu à
indústria de veículos, setor que recebeu mais de R$ 19 bilhões em
incentivos fiscais no programa Mover, a retomada do Salão do Automóvel.
“O que quero pedir como contrapartida é pouco.”
Segundo Lula, o Brasil tem uma chance extraordinária e inédita de se
transformar em uma grande potência econômica. Após reclamar do baixo
número de acordos comerciais do País, o presidente expressou uma visão
de política comercial focada em mercados compatíveis com os produtos
feitos no Brasil, ao invés das economias mais desenvolvidas. “Não vamos
exportar a países ricos, precisamos procurar mercados que precisam do
Brasil.”
Por fim, ao concluir sua fala, Lula disse que, se a Anfavea, o grupo
das montadoras de veículos, estiver disposta a apoiar o governo, haverá
uma parceria. O presidente encerrou o discurso manifestando o desejo de
voltar a se encontrar todos os anos com o setor para dizer que “valeu a
pena o Brasil voltar a acreditar na indústria automotiva”.
Autor: Virgilio Marques dos Santos, sócio-fundador da FM2S Educação e Consultoria
O desligamento de uma grande corporação pode parecer um fim, mas,
para muitos, é o início de uma jornada de autoconhecimento, reinvenção
e, eventualmente, de renovação profissional. A transição do ambiente
estruturado de uma multinacional para o mercado, seja como consultor
independente ou parte de uma empresa de menor escala, traz desafios e
oportunidades únicas. Por ter passado por essa experiência, quero
convidar você a refletir sobre esse tema.
Quando saí da pequena consultoria em que era sócio e entrei, aos 30
anos, numa multinacional, inicialmente lamentei muito. Mas, na nova
empresa, tudo estava pronto. Se precisasse de algo, havia um caminho
para solicitá-lo e fóruns de aprovação para validá-lo. A loucura do
“tive uma ideia e saí fazendo” não existia.
Para mapear os processos, havia duas analistas no time. Para analisar
os dados, mais dois. Precisando fazer a ata e cuidar da agenda, mais
uma pessoa. Enfim, cinco pessoas totalmente disponíveis e treinadas nas
rotinas da empresa. Todos sabiam o que era a tal reunião de planejamento
semanal. Também estavam treinadas nas enfadonhas preparações dos slides
para as reuniões de desenvolvimento gerencial mensais. Ninguém precisa
ser ensinado sobre as rotinas básicas da empresa. Era como se a
capacidade de produzir resultados do Virgilio estivesse em um patamar
nunca visto. Foi uma experiência diferente.
A saída da multinacional: enfrentando o vazio
O desligamento de uma multinacional é frequentemente acompanhado por
uma sensação de vazio. A segurança da rotina estabelecida, o
reconhecimento da marca e o suporte de uma equipe bem afinada são, de
repente, substituídos por um silêncio ensurdecedor. É uma fase em que o
profissional se confronta com a realidade de sua individualidade,
distante das estruturas e hierarquias que antes definiam seu papel e
identidade.
Esse despertar foi desconcertante, mesmo para mim, acostumado com a
vida de consultor pregressa. A ausência da rede de suporte corporativo e
a necessidade de autogestão trazem à tona desafios inesperados. A
responsabilidade por tomar decisões que antes eram compartilhadas ou
delegadas agora repousava inteiramente sobre meus ombros. A transição
exige uma adaptação não apenas profissional, mas também pessoal, em que o
autoconhecimento e a autoconfiança são postos à prova.
Ao sair dos escritórios corporativos e voltar para o cenário da sala
de casa para empreender, senti a inquietação. Começar aos 25 é visto
como vocação e coragem. “Abdicar” da carreira em uma grande empresa, aos
31, é algo como loucura ou fracasso.
A rede de relacionamentos, as informações, o jeito de fazer, enfim,
todos os aspectos profissionais estavam ajustados para o gerar
desempenho na multinacional. Já as minhas habilidades, que foram
fundamentais para construir uma empresa anos atrás, estavam
desatualizadas. Bem como meus antigos clientes, que ficaram na outra
empresa. Enfim, trabalhar de casa com um rendimento 8 vezes menor do que
tinha na grande empresa foi desafiador.
Resetando o mindset
Andrew Grove, em sua obra “Administração de alta performance”, aborda
a conceituação de maturidade na tarefa, em que destaca a importância da
autonomia e da iniciativa na eficácia profissional. Para o profissional
desligado de uma multinacional, esse conceito ganha uma dimensão
prática imediata. A necessidade de construir do zero, de estabelecer
novos processos e de se adaptar a recursos limitados se torna a nova
realidade.
Essa transição é marcada por uma intensa fase de aprendizado e
desenvolvimento de habilidades. O profissional deve aprender a ser
multifacetado, assumindo responsabilidades que vão desde a concepção
estratégica até a execução prática das tarefas. A capacidade de gerir
seu próprio tempo, definir prioridades e manter a produtividade em um
ambiente menos estruturado se torna crucial.
Além disso, a maturidade na tarefa envolve criar e manter uma rede de
contatos e recursos. A solidão do caminho deve ser vista não como um
obstáculo, mas como uma oportunidade para construir uma base sólida de
contatos profissionais, clientes e colaboradores que compartilham uma
visão e valores similares.
A obra de Grove me ajudou a entender o que tinha se passado. E, por
meio dos conceitos, ficou clara a necessidade de começar do zero e
trabalhar muito para recriar as redes que possuía quando estava na outra
empresa. Do site ao relacionamento, comecei a reconstrução.
Do profissional corporativo ao empreendedor de si mesmo
A fase de reinvenção é, talvez, a mais desafiadora e gratificante. O
profissional, outrora um emblema de sua multinacional, agora deve criar
uma nova identidade. Não era mais o “Virgilio da empresa tal”, mas um
indivíduo com seu próprio conjunto de habilidades, experiências e
aspirações. Esse processo de redefinição está intrinsecamente ligado ao
desenvolvimento de uma marca pessoal autêntica e ao estabelecimento de
uma presença profissional única.
Reaprender a executar tarefas, desenvolver novos processos e
adaptar-se a uma dinâmica de trabalho diferente exige flexibilidade e
resiliência. O profissional deve se tornar um aprendiz contínuo, aberto a
novas experiências e disposto a sair de sua zona de conforto.
Capacitação e treinamentos são fundamentais – não apenas para manter a
relevância no mercado, mas também para fomentar a inovação e a
criatividade.
O processo de luto após deixar uma grande empresa é, em última
análise, um processo de redescoberta e crescimento. Embora desafiador,
ele oferece uma oportunidade única para o profissional se reconectar com
suas verdadeiras paixões, explorar novas possibilidades e, finalmente,
encontrar um novo sentido de propósito em sua carreira.
Ao ver a minha empresa alcançando os resultados de hoje, acredito que
cada etapa dessa jornada tenha sido uma chance de aprender, de crescer e
de se transformar. Ao abraçar a mudança, busquei o autodesenvolvimento e
a determinação – não só superando a orfandade corporativa, mas também
me redescobrindo como um empreendedor de meu próprio destino, pronto
para escrever o próximo capítulo de minha história profissional.
Hoje, se você está passando ou passou por uma situação parecida, não
desista. Recorra a todo o apoio que puder e entenda que o processo será
angustiante e doloroso. Mas que, com constância de propósito, como diria
Deming, você chegará lá. E, quando possível, fuja, ainda que
temporariamente, das redes sociais, pois nesses momentos em que estamos
frágeis, ver algum colega vendendo sucesso e prosperidade financeira
pode não gerar em nós um sentimento muito positivo. Nos questionarmos
ainda mais não é algo que precisamos nessa fase.
Virgilio Marques dos Santos é um dos fundadores da FM2S, doutor,
mestre e graduado em Engenharia Mecânica pela Unicamp e Master Black
Belt pela mesma Universidade. Foi professor dos cursos de Black Belt,
Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da
Unicamp, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação.
Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi
um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.
Descubra o Marketplace Valeon do Vale do Aço: Um Hub de Empresas, Notícias e Diversão para Empreendedores
Moysés Peruhype Carlech – ChatGPT
O Vale do Aço é uma região próspera e empreendedora, conhecida por
sua indústria siderúrgica e seu ambiente de negócios dinâmico. Agora
imagine ter um único local onde você pode encontrar todas as informações
e recursos necessários para ter sucesso nesse ambiente competitivo.
Bem-vindo ao Marketplace Valeon do Vale do Aço – um hub online que
engloba empresas, notícias, diversão e empreendedorismo, oferecendo uma
plataforma única para empresários e gerando leads valiosos.
Um ecossistema empresarial abrangente:
O Marketplace Valeon do Vale do Aço reúne empresas locais de diversos
setores em um só lugar. Com uma interface intuitiva, os usuários podem
facilmente encontrar e se conectar com fornecedores, parceiros
comerciais e clientes potenciais na região. A plataforma oferece uma
ampla gama de categorias de negócios, desde indústrias tradicionais até
empresas inovadoras, garantindo que todos os empreendedores encontrem as
oportunidades certas para expandir seus negócios.
Notícias e insights atualizados:
Além de ser um diretório empresarial, o Marketplace Valeon do Vale do
Aço também oferece um fluxo contínuo de notícias e insights relevantes
para os empresários da região. Através de parcerias com veículos de
comunicação locais e especialistas em negócios, a plataforma mantém os
usuários informados sobre as últimas tendências, oportunidades de
mercado, mudanças regulatórias e eventos relevantes. Essas informações
valiosas ajudam os empresários a tomar decisões informadas e a se
manterem à frente da concorrência.
Diversão e engajamento:
Sabemos que a vida empresarial não é só trabalho. O Marketplace
Valeon do Vale do Aço também oferece uma seção de entretenimento e
lazer, onde os usuários podem descobrir eventos locais, pontos
turísticos, restaurantes e muito mais. Essa abordagem holística permite
que os empresários equilibrem o trabalho e a diversão, criando uma
comunidade unida e fortalecendo os laços na região.
Foco no empreendedorismo:
O Marketplace Valeon do Vale do Aço é uma plataforma que nutre o
espírito empreendedor. Além de fornecer informações e recursos valiosos,
também oferece orientação e suporte para os empresários que desejam
iniciar seus próprios negócios. Com seções dedicadas a tutoriais,
estudos de caso inspiradores e conselhos de especialistas, o marketplace
incentiva e capacita os empreendedores a alcançarem seus objetivos.
Geração de leads para os empresários:
Uma das maiores vantagens do Marketplace Valeon do Vale do Aço é a
capacidade de gerar leads qualificados para os empresários. Com um
público-alvo altamente segmentado, a plataforma oferece a oportunidade
de se conectar diretamente com potenciais clientes interessados nos
produtos e serviços oferecidos pelas empresas cadastradas. Isso
significa que os empresários podem aumentar sua visibilidade, expandir
sua base de clientes e impulsionar suas vendas de forma eficiente.
Conclusão:
O Vale do Aço é uma região cheia de oportunidades e empreendedorismo,
e o Marketplace Valeon do Vale do Aço se torna um recurso indispensável
para os empresários locais. Ao oferecer um ecossistema empresarial
abrangente, notícias atualizadas, diversão, suporte ao empreendedorismo e
a geração de leads qualificados, o Marketplace Valeon se destaca como
uma ferramenta poderosa para impulsionar os negócios na região. Não
perca a chance de fazer parte dessa comunidade dinâmica e descubra o
poder do Marketplace Valeon do Vale do Aço para o seu sucesso
empresarial.
A STARTUP VALEON OFERECE SEUS SERVIÇOS AOS EMPRESÁRIOS DO VALE DO AÇO
Moysés Peruhype Carlech
A Startup Valeon, um site marketplace de Ipatinga-MG, que faz
divulgação de todas as empresas da região do Vale do Aço, chama a
atenção para as seguintes questões:
• O comércio eletrônico vendeu mais de 260 bilhões em 2021 e superou
pela primeira vez os shopping centers, que faturou mais de 175 bilhões.
• Estima-se que mais de 35 bilhões de vendas dos shoppings foram migradas
para o online, um sintoma da inadequação do canal ao crescimento digital.
• Ou seja, não existe mais a possibilidade de se trabalhar apenas no offline.
• É hora de migrar para o digital de maneira inteligente, estratégica e intensiva.
• Investir em sistemas inovadores permitirá que o seu negócio se
expanda, seja através de mobilidade, geolocalização, comunicação,
vendas, etc.
• Temas importantes para discussão dos Shoppings Centers e do Comércio em Geral:
a) Digitalização dos Lojistas;
b) Apoio aos lojistas;
c) Captura e gestão de dados;
d) Arquitetura de experiências;
e) Contribuição maior da área Mall e mídia;
f) Evolução do tenant mix;
g) Propósito, sustentabilidade, diversidade e inclusão;
h) O impacto do universo digital e das novas tecnologias no setor varejista;
i) Convergência do varejo físico e online;
j) Criação de ambientes flexíveis para atrair clientes mais jovens;
k) Aceleração de colaboração entre +varejistas e shoppings;
l) Incorporação da ideia de pontos de distribuição;
m) Surgimento de um cenário mais favorável ao investimento.
Vantagens competitivas da Startup Valeon:
• Toda Startup quando entra no mercado possui o sonho de se tornar
rapidamente reconhecida e desenvolvida no seu ramo de atuação e a
Startup Valeon não foge disso, fazem dois anos que estamos batalhando
para conquistarmos esse mercado aqui do Vale do Aço.
• Essa ascensão fica mais fácil de ser alcançada quando podemos
contar com apoio dos parceiros já consolidados no mercado e que estejam
dispostos a investir na execução de nossas ideias e a escolha desses
parceiros para nós está na preferência dos empresários aqui do Vale do
Aço para os nossos serviços.
• Parcerias nesse sentido têm se tornado cada vez mais comuns, pois
são capazes de proporcionar vantagens recíprocas aos envolvidos.
• A Startup Valeon é inovadora e focada em produzir soluções em tecnologia e estamos diariamente à procura do inédito.
• O Site desenvolvido pela Startup Valeon, focou nas necessidades do
mercado e na falta de um Marketplace para resolver alguns problemas
desse mercado e em especial viemos para ser mais um complemento na
divulgação de suas Empresas e durante esses dois anos de nosso
funcionamento procuramos preencher as lacunas do mercado com tecnologia,
inovação com soluções tecnológicas que facilitam a rotina dessa grande
empresa. Temos a missão de surpreender constantemente, antecipar
tendências, inovar. Precisamos estar em constante evolução para nos
manter alinhados com os desejos do consumidor. Por isso, pensamos em
como fazer a diferença buscando estar sempre um passo à frente.
• Temos a plena certeza que estamos solucionando vários problemas de
divulgação de suas empresas e bem como contribuindo com o seu
faturamento através da nossa grande audiência e de muitos acessos ao
site (https://valedoacoonline.com.br/) que completou ter mais de 100.000 acessos.
Provas de Benefícios que o nosso site produz e proporciona:
• Fazemos muito mais que aumentar as suas vendas com a utilização das nossas ferramentas de marketing;
• Atraímos visualmente mais clientes;
• Somos mais dinâmicos;
• Somos mais assertivos nas recomendações dos produtos e promoções;
• O nosso site é otimizado para aproveitar todos os visitantes;
• Proporcionamos aumento do tráfego orgânico.
• Fazemos vários investimentos em marketing como anúncios em
buscadores, redes sociais e em várias publicidades online para
impulsionar o potencial das lojas inscritas no nosso site e aumentar as
suas vendas.
Proposta:
Nós da Startup Valeon, oferecemos para continuar a divulgação de suas
Empresas na nossa máquina de vendas, continuando as atividades de
divulgação e propaganda com preços bem competitivos, bem menores do que
os valores propostos pelos nossos concorrentes offlines.
Pretendemos ainda, fazer uma página no site da Valeon para cada
empresa contendo: fotos, endereços, produtos, promoções, endereços,
telefone, WhatsApp, etc.
O site da Valeon é uma HOMENAGEM AO VALE DO AÇO e esperamos que seja
também uma SURPRESA para os lojistas dessa nossa região do Vale do Aço.
A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar
ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o
consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita
que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu
consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e
reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a
experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende
as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A
ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio,
também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para
ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser.
Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem
a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos
potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar
empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de
escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.
A Startup Valeon um marketplace aqui do Vale do Aço volta a
oferecer novamente os seus serviços de prestação de serviços de
divulgação de suas empresas no nosso site que é uma Plataforma
Comercial, o que aliás, já estamos fazendo há algum tempo, por nossa
livre e espontânea vontade, e desejamos que essa parceria com a sua
empresa seja oficializada.
A exemplo de outras empresas pelo país, elas estão levando
para o ambiente virtual as suas lojas em operações que reúnem as
melhores marcas do varejo e um mix de opções.
O objetivo desse projeto é facilitar esse relacionamento com o
cliente, facilitando a compra virtual e oferecer mais um canal de
compra, que se tornou ainda mais relevante após a pandemia.
Um dos pontos focais dessa nossa proposta é o lojista que
pode tirar o máximo de possibilidade de venda por meio da nossa
plataforma. A começar pela nossa taxa de remuneração da operação que é
muito abaixo do valor praticado pelo mercado.
Vamos agora, enumerar uma série de vantagens competitivas que oferecemos na nossa Plataforma Comercial Valeon:
O Site Valeon é bem elaborado, com layout diferenciado e único, tem bom market fit que agrada ao mercado e aos clientes.
A Plataforma Valeon tem imagens diferenciadas com separação
das lojas por categorias, com a descrição dos produtos e acesso ao site
de cada loja, tudo isso numa vitrine virtual que possibilita a
comunicação dos clientes com as lojas.
Não se trata da digitalização da compra nas lojas e sim
trata-se da integração dos ambientes online e offline na jornada da
compra.
No país, as lojas online, que também contam com lojas
físicas, cresceram três vezes mais que as puramente virtuais e com
relação às retiradas, estudos demonstram que 67% dos consumidores que
compram online preferem retirar o produto em lojas físicas.
O número de visitantes do Site da Valeon (https://valedoacoonline.com.br/) tem crescido exponencialmente, até o momento, temos mais de 222.000 visitantes e o site (https://valeonnoticias.com.br/) também nosso tem mais de 5.800.000 de visitantes.
O site Valeon oferece ao consumidor a oportunidade de
comprar da sua loja favorita pelo smartphone ou computador, em casa, e
ainda poder retirar ou receber o pedido com rapidez.
A Plataforma Comercial da Valeon difere dos outros
marketplaces por oferecer além da exposição das empresas, seus produtos e
promoções, tem outras formas de atrair a atenção dos internautas como:
empresas, serviços, turismo, cinemas e diversão no Shopping, ofertas de
produtos dos supermercados, revenda de veículos usados, notícias locais
do Brasil e do Mundo, diversão de músicas, rádios e Gossip.
Nós somos a mudança, não somos ainda uma empresa tradicional. Crescemos
tantas vezes ao longo do ano, que mal conseguimos contar. Nossa
história ainda é curta, mas sabemos que ela está apenas começando.
Afinal, espera-se tudo de uma startup que costuma triplicar seu crescimento, não é?
Colocamos todo esse potencial criativo para a decisão dos senhores donos das empresas e os consumidores.
História de MATHEUS TEIXEIRA E VICTORIA AZEVEDO – Folha de S. Paulo
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A decisão do plenário da Câmara de manter
a prisão do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) enfraquece
Arthur Lira (PP-AL), fortalece o STF (Supremo Tribunal Federal) e
embaralha ainda mais a disputa pela sucessão do comando da Casa, marcada
para o início de 2025.
Alguns dos principais aliados de Lira encabeçaram as articulações
pela derrubada da detenção sob o argumento de que a decisão do Supremo
de prender o acusado de mandar matar a vereadora Marielle Franco viola
prerrogativas de parlamentares e abre um precedente perigoso.
Os críticos da ordem de prisão dada pelo ministro do STF Alexandre de
Moraes e referendada pela 1ª Turma da corte afirmavam que a decisão
desrespeita a Constituição, que permite a prisão de parlamentar no
exercício do mandato apenas em flagrante e por crime inafiançável.
O líder da União Brasil, Elmar Nascimento, foi o principal
articulador nesse sentido a fim de impor uma derrota ao STF e declarou
publicamente que votaria contra a prisão, na terça (9).
Outros nomes próximos ao pres, como o presidente do Avante, Luís
Tibé, não participaram da votação desta quarta-feira (10) para tentar
evitar que tivessem os 257 votos necessários para revogar a detenção.
À certa altura do dia, diante da pressão de deputados para derrubar a
prisão, até o governo temeu ser derrotado e ver Brazão libertado.
Integrantes da base governista previam uma margem apertada de no máximo
10 votos de folga para manter a detenção.
Ao final, no entanto, foram 277 votos para manter a decisão de
Moraes, 20 a mais que o necessário. O resultado foi interpretado como um
sinal de que Lira e seus principais aliados não têm a mesma força de
tempos atrás.
“Houve um movimento para esvaziar a votação, mas ele não funcionou.
Apesar de todas as movimentações feitas pela extrema direita e por parte
do centrão, a democracia e a decisão do STF prevaleceu, porque ela está
ancorada na legalidade”, afirmou a deputada Erika Hilton (PSOL-SP),
líder da legenda na Casa.
Ao mesmo tempo, o resultado foi um indício de que, apesar das
críticas ao STF, a disposição de impor derrotas à corte segue forte na
bancada do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas não tem a mesma
ressonância no centrão, que costuma ser o fiel da balança das votações
na Câmara.
Apesar disso, parlamentares ponderam que a comoção social envolvida
no assassinato da vereadora também pesou e que os deputados não votaram
apenas com a ideia de dar ou não um recado ao Supremo e também sopesaram
o desgaste que seria libertar Brazão.
A aposta de deputados é que o placar indicou que a disputa pela
sucessão de Lira está mais aberta do que nunca. Elmar, tido como
favorito do presidente da Casa para substituí-lo no cargo, por exemplo,
saiu enfraquecido, na avaliação de parlamentares. Essa postura também
gerou atritos com o governo –que anunciou que orientaria a favor da
manutenção da prisão.
Na terça, Nascimento disse a interlocutores que era preciso ter
“coragem” para defender os deputados e que se ele não tivesse condições
de defender a prerrogativa dos parlamentares, ele não teria condições de
ser um dia eleito presidente da Casa.
Ele também afirmou que não tinha receio de que a postura contrária à
manutenção da prisão pudesse trazer desgaste à sua candidatura. A
interlocutores, lembrou que o próprio Lira foi um dos poucos
parlamentares que votou contra a cassação do ex-presidente da Casa
Eduardo Cunha e, mesmo assim, foi reeleito na presidência com votação
histórica.
O deputado Antônio Brito (PSD-BA), que também é candidato à
presidência, por sua vez, viu seu partido sair vitorioso ao votar em
peso pela prisão, assim como o MDB, que tem o deputado Isnaldo Bulhões
(MDB-AL) como postulante à sucessão de Lira. Marcos Pereira
(Republicanos-SP), outro nome cotado na disputa, não votou.
História de CATARINA SCORTECCI – Folha de S. Paulo
CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) – Juízes do TRE (Tribunal Regional
Eleitoral) do Paraná disseram inicialmente que evitariam tratar, durante
o julgamento do senador Sergio Moro (União Brasil), da Operação Lava
Jato, na qual o parlamentar foi juiz e uma das mais conhecidas
autoridades, antes de ingressar na política em 2018.
A operação, contudo, acabou sendo mencionada nos votos, inclusive
quando se discutia o peso de uma pré-campanha de alguém que já carregava
uma fama de outrora, como a do ex-juiz.
Moro se tornou alvo de uma ação judicial no TRE, movida pelo PT e
pelo PL, por supostos abuso de poder econômico no período da
pré-campanha e utilização indevida dos meios de comunicação. As teses
foram rejeitadas ao final do julgamento, nesta terça-feira (10), pelo
placar de 5 a 2. Os dois partidos anunciaram que vão recorrer ao TSE
(Tribunal Superior Eleitoral), que terá a palavra final sobre a
cassação.
Já no primeiro dia de julgamento em Curitiba, o relator do caso,
Luciano Carrasco Falavinha, prometeu que não iria julgar na ocasião “a
Operação Lava Jato, seus personagens, acertos e erros”. “O que está em
julgamento é a imputação de desvios na pré-campanha de um ex-juiz que se
candidatou a senador”, continuou ele, que votou pela absolvição de Moro
no processo.
A Operação Lava Jato, que completou dez anos da deflagração de sua
primeira fase em março, costuma despertar intenso debate nos meios
político e jurídico por causa dos métodos adotados. Críticos dizem que a
investigação atropelou garantias dos réus em nome do combate à
corrupção, versão rejeitada por apoiadores, que veem hoje uma reação
política contra autoridades que conduziram os processos.
Moro, inclusive, afirma que a ação eleitoral representa uma iniciativa de perseguição.
No TRE paranaense, o relator Luciano Carrasco Falavinha, embora tenha
sido o mais enfático entre os sete julgadores na tentativa de
desvincular o elo entre o caso eleitoral e a discussão sobre a Lava
Jato, defendeu que todo processo protocolado na Justiça Eleitoral “tem
relação com a política”.
“É muita ingenuidade acreditar que, atuando como juiz em grande
operação de combate a corrupção que afetou razoável parte do quadro
político, ao sair da magistratura e ingressar no governo beneficiado
eleitoralmente pela indicada operação, não seria atacado”, disse
Falavinha, em referência à entrada de Moro no governo de Jair Bolsonaro.
Antes, Falavinha também aproveitou para citar o que considera erros e acertos da operação.
“Não se vai aqui dizer de seus acertos, ou seja, dos bilhões de reais
devolvidos aos cofres públicos pela prática confessada de corrupção
nunca vista antes na história desse país; muito menos seus erros, muitos
deles já reconhecidos pelo STF, tais como arbitrária quebra de sigilo
telefônico do então ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, familiares e
até advogados; divulgação ilegal de áudios, ou do levantamento do
sigilo na última semana antes do primeiro turno das eleições da delação
premiada de Antonio Palocci”, disse Falavinha.
O julgamento de Moro no Paraná também teve uma outra discussão
política como pano de fundo, já que o hoje presidente Lula (PT) foi quem
nomeou dois advogados como juízes da corte –que acabariam participando
da análise do caso de Moro. Lula foi o principal réu da Lava Jato e
passou 580 dias na prisão, entre 2018 e 2019, em decorrência de sentença
assinada por Moro, posteriormente anulada.
Um desses juízes foi José Rodrigo Sade, que votou a favor da cassação
de Moro na semana passada. Sade refutou a tese de que “a grande fama”
adquirida por Moro como juiz à frente da Lava Jato já teria rendido a
ele capital político suficiente, a ponto de se poder ignorar o
investimento financeiro dos partidos e o quanto isso teria “afetado a
normalidade das eleições”.
Sade também pontuou que a fama na esteira da Lava Jato “pode ser boa e
pode ser ruim”, em referência à onda de críticas à operação, daí os
“altos investimentos em comunicação para convencer” os eleitores.
Em seu voto, ele cita que a notoriedade que já dispunha Moro ocorria
“em razão da sua atuação na Operação Lava Jato, das circunstâncias em
que teve o nome envolvido na Operação Spoofing, sua suposta
antagonização em relação ao então ex-presidente Lula”.
A Spoofing, deflagrada pela PF, apurou o hackeamento de celulares de
autoridades, e o material aprendido nela continha mensagens que
mostraram colaboração entre Moro e os procuradores na época da Lava
Jato, o que é ilegal.
Em outra alfinetada, o Sade disse: “Sua estreia no mundo político se
dá assumindo o cargo de ministro da Justiça. Aqui, abra-se parênteses
para dizer que nessa função no Executivo talvez o ex-juiz tenha tido
sua maior legitimidade para combater a corrupção e criminalidade, funções essas que sabidamente não pertencem aos magistrados”.
Outro nomeado por Lula, o juiz Julio Jacob Junior, que também votou
contra Moro, seguiu a mesma linha de Sade ao tratar da fama do ex-juiz
em decorrência da Lava Jato e do impacto disso na eleição: “Se até as
pedras sabiam quem era Sergio Moro, como aduziu o relator em seu voto,
não precisaria de tamanha e intensa pré-campanha e campanha como foram
feitas”.
Jacob argumentou que “é bem verdade que o investigado ganhou
relevante fama pela sua atuação na Operação Lava Jato e à frente do
Ministério da Justiça”, mas que “tanto a fama não era suficiente para
uma candidatura que suas redes sociais foram profissionalizadas”.
Os outros cinco julgadores votaram a favor de Moro, definindo o
resultado do processo na corte em Curitiba. Os autores da ação
eleitoral, contudo, apostam na discussão aberta pelos dois votos
divergentes e avaliam que o resultado final pode ser diferente em
Brasília.
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco
(PSD-MG), e da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Casa, Davi
Alcolumbre (União Brasil-AP), tentam avançar com a proposta que turbina
os salários de juízes e membros do Ministério Público.
Apelidada de PEC (proposta de emenda à Constituição) do Quinquênio, a
proposta foi incluída por Alcolumbre na pauta da CCJ desta quarta-feira
(10) e conta com parecer favorável do relator, senador Eduardo Gomes
(PL-TO).
A pedido do líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA),
Alcolumbre adiou a votação para semana que vem, mas saiu em defesa da
PEC e encerrou a discussão. O anúncio de que o texto será votado foi
aplaudido por servidores públicos que lotavam a comissão.
Pacheco tentou aprovar o penduricalho no fim do governo Jair
Bolsonaro (PL), mas adiou a votação a pedido da equipe de Luiz Inácio
Lula da Silva (PT), então recém-eleito.
A PEC acabou arquivada ao final da legislatura, mas foi reapresentada pelo senador em março do ano passado.
A PEC garante adicional de 5% do salário para juízes e promotores a
cada cinco anos, até o limite de 35%. O relator incluiu ainda defensores
públicos e membros da advocacia da União, dos estados e do Distrito
Federal.
A atuação jurídica anterior dos servidores públicos como advogados,
por exemplo poderá ser usada na contagem de tempo. Se for aprovada, a
medida valerá para funcionários ativos e aposentados das carreiras
contempladas.
A volta da PEC à agenda do Senado desagradou ao líder do governo.
Segundo relatos, o petista disse inclusive ser contra o texto ao ser
abordado por integrante do Ministério Público nos corredores da Casa.
A ministra Esther Dweck (Gestão) foi avisada nesta terça (9) por
Jaques da possibilidade de aprovação. No ano passado, Dweck já havia
tratado do tema diretamente com Pacheco, mas a posição do presidente do
Senado permaneceu na defesa da proposta.
O governo é contra porque, mesmo que a aprovação da PEC seja
acompanhada pelo avanço do projeto que combate os supersalários, o gasto
adicional com o penduricalho mais que anulará qualquer economia obtida
com a regulamentação do teto remuneratório.
Um estudo do CLP (Centro de Liderança Pública) afirma que a
regulamentação do teto do funcionalismo pode gerar uma economia de R$
3,9 bilhões ao ano. A cifra considera os servidores da União, de estados
e municípios que recebem verbas acima do limite.
Já a PEC do quinquênio pode gerar um custo adicional de R$ 4,5
bilhões para União, estados e municípios, segundo cálculos preliminares
feitos no passado pelo governo.
Apresentada em 2013, a PEC do Quinquênio estava praticamente
esquecida na gaveta do Senado, mas voltou a ser alvo de articulação em
2022 durante a presidência de Luiz Fux no STF (Supremo Tribunal Federal)
e recebeu apoio de Pacheco, que é advogado.
Questionado pela Folha de S.Paulo, Pacheco disse que o quinquênio
“está associado” ao projeto de lei que tenta barrar os supersalários ao
disciplinar o pagamento de auxílios que driblam o teto constitucional de
R$ 44.008,52.
“A PEC constitui valorização, por tempo de magistratura, em razão das
especificidades da carreira, mas isso está associado a um projeto de
lei que acaba com os supersalários no Judiciário e no Ministério
Público”, afirmou Pacheco.
“A economia com o fim dos supersalários será maior do que o
incremento da receita com a valorização das carreiras. De qualquer
forma, tudo isso fica no âmbito do orçamento próprio do Judiciário. Não
haverá aumento de gasto público por parte da União.”
O projeto que limita os supersalários está parado na CCJ do Senado
desde 2021, sem perspectiva de votação. Gomes, que também é relator do
texto, diz que é “politicamente difícil” avançar com os dois temas ao
mesmo tempo.
“É isso que a gente está tentando [votar os dois]. Agora, não vai
acontecer [como a dupla] Chitãozinho & Xororó. A tramitação é
diferente, mas o objetivo é que uma economia institucional seja feita”,
afirmou o senador.
Gomes também diz que não aconselharia seus familiares a entrar para o
Judiciário ou o Ministério Público e que, diante do aumento da
violência e da desvalorização, “a carreira de juízes de promotores não
está fácil no Brasil”.
“Uma coisa é certa, se a gente não valorizar as carreiras públicas
específicas, nós vamos ter, isso já é claro, evidente, um desinteresse
muito grande. A gente está discutindo abertamente, não tem nada para
esconder, não tem privilégio nenhum”, disse o relator.
“Há 30 anos, você não tinha as facções presentes nas cidades grandes
do Brasil. Tinha em três ou quatro lugares, hoje em cidades de 10 mil
habitantes tem PCC, Comando Vermelho. A carreira de juízes de promotores
não está fácil no Brasil, não.”
O benefício salarial estava suspenso desde 2006, mas foi retomado em 2022 por decisão do CJF (Conselho da Justiça Federal).
Em dezembro do ano passado, o ministro do STF Dias Toffoli derrubou
decisão do TCU (Tribunal de Contas da União) que havia barrado o
penduricalho e autorizou o pagamento.