domingo, 7 de abril de 2024

CONGRESSISTAS DETERMINAM AS EMPRESAS ONDE AS ESTATAIS VÃO COMPRAR OS EQUIPAMENTOS

 

História de FLÁVIO FERREIRA E ARTUR RODRIGUES – Folha de S. Paulo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Políticos escolhem a dedo as empresas que vão receber o dinheiro de suas emendas parlamentares no momento de indicar à estatal Codevasf, controlada pelo centrão, a destinação de máquinas, equipamentos ou serviços, o que revela risco de favorecimento a fornecedoras.

O apontamento chega a ocorrer com menção direta às empresas, conforme ofícios encaminhados à Codevasf e identificados pela Folha. Em outros casos, é indireta, quando o congressista aponta uma espécie de “contrato guarda-chuva” assinado com as fornecedoras.

Na estatal os políticos podem saber de antemão quais serão as empresas que fornecerão os produtos ou serviços, uma vez que suas escolhas ocorrem dentro dos contratos “guarda-chuva” em vigor no órgão. A empresa diz seguir a lei.

A Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) foi criada para promover projetos de irrigação no semiárido, mas foi transformada em uma espécie de loja para os políticos no governo Jair Bolsonaro (PL), sendo mantida assim na gestão Lula (PT).

Especialistas dizem que o fato de os políticos terem como saber quais serão as empresas que fornecerão os produtos ou serviços configura indício de ilegalidade e pode violar o princípio da impessoalidade na administração pública.

Na prática, os deputados e senadores usam a estatal como se tivessem um “cartão pré-pago” para movimentar dinheiro público e direcionar doações e serviços para seus redutos eleitorais sem qualquer critério técnico.

Os políticos colocam as verbas na Codevasf e depois vão usando os recursos aos poucos, até que o valor de suas emendas parlamentares se esgote em cada ano.

Essas situações foram identificadas pela Folha a partir da análise de mais de 2.000 ofícios encaminhados por deputados e senadores à estatal entre 2018 e 2023, obtidos via LAI (Lei de Acesso à Informação).

As operações feitas pelo ministro das Comunicações, Juscelino Filho, na época em que ele era deputado federal, exemplificam o mecanismo dentro do órgão.

Em ofício de agosto de 2022, ele apontou expressamente à Codevasf os nomes das empresas fornecedoras dos produtos que ele escolheu para entrega em seus redutos eleitorais.

Dois dos itens tiveram como favorecida a Prefeitura de Vitorino Freire (MA), governada pela irmã de Juscelino, Luanna Rezende (União Brasil-MA).

No ofício, o então deputado pediu à Codevasf que usasse “contratos guarda-chuva” assinados com as empresas Fortlev, para destinação de 40 caixas d’água de 500 litros, e pela PH Barros Santana Comércio, para fornecimento de 25 motores de rabeta.

A reportagem também encontrou casos em que os congressistas citam máquinas da empresa chinesa XCMG.

Ofício assinado pelo então deputado Fábio Reis (MDB-SE), relativo a emenda de bancada do Sergipe, por exemplo, relacionou duas retroescavadeiras da XCMG, avaliadas no total de R$ 491 mil.

Em 2022, o também então deputado Osires Damaso (PSD-TO) cita em ofícios cidades beneficiárias de doações de motoniveladoras da marca, também em caso de emenda de bancada.

Tanto Damaso quanto Reis não cumprem mandato atualmente.

Ofícios dos políticos mostram com detalhes como os congressistas manejam as verbas públicas dentro da Codevasf, calculando o saldo em conta.

O deputado federal Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) enviou ofício em outubro de 2022 à regional da Codevasf em Juazeiro (BA) para solicitar que o “saldo financeiro resultante das licitações realizadas para o cumprimento da emenda” de sua autoria, de cerca de R$ 30 mil, fosse convertido na aquisição de caixas d’água de 5.000 litros.

No fim do documento, um quadro aponta o saldo final de sua emenda: R$ 454,79.

O hoje ministro Juscelino, em seu tempo de congressista, encaminhou ofício à Codevasf para pedir que uma “sobra” de R$ 72 mil de uma emenda dele fosse somada a um recurso de cerca de R$ 1,8 milhão para a compra de máquinas e equipamentos a serem distribuídos a seus redutos eleitorais.

Na mensagem, Juscelino afirmou que para elaborar o requerimento estava de “posse dos novos valores das atas de registro de preços” da estatal.

Ata de registro de preços é o nome técnico do contrato “guarda-chuva” usado na Codevasf. Nas atas as empresas se comprometem a fechar um preço para o fornecimento de uma determinada quantia de bens ou serviços. Ou seja, ao pedir o uso de uma ata de registro de preço da estatal, o deputado ou senador já sabe qual é a empresa que será favorecida com a indicação de sua emenda parlamentar.

Os princípios da administração pública como impessoalidade, igualdade e moralidade podem estar sendo violados, segundo especialistas.

O professor de direito administrativo da PUC-SP Pedro Estevam Serrano diz que “há fortes indícios de agressão aos princípios da impessoalidade, igualdade e moralidade administrativa”.

De acordo com Adriana Portugal, presidente do Ibraop (Instituto Brasileiro de Auditoria de Obras Públicas), o sistema na Codevasf permite a “algum agente público mal-intencionado sugerir a contratação de uma empresa específica para igualmente obter vantagem indevida na contratação, abrindo-se uma brecha clara para a corrupção”.

Segundo Anderson Medeiros Bonfim, advogado especialista em licitações, o “arranjo de possível contratação futura para objetos licitatórios indeterminados vem sendo utilizado pelo Legislativo para, em determinados casos, estabelecer uma relação pouco republicana com empresas já sabidamente integrantes de determinadas atas de registro de preço. É um jogo de cartas marcadas.”

Para Roberto Lambauer, mestre em direito público pela PUC-SP, “a escolha de uma ata específica, com uma empresa específica, é decisão que extrapola a competência do congressista e favorece a violação dos princípios da administração pública”.

Bruno Brandão, diretor executivo da Transparência Internacional Brasil, afirma que a situação na Codevasf poderá ter reflexo nas eleições municipais deste ano. “Criou-se um ciclo vicioso em que parlamentares, principalmente do Centrão, se fortalecem a cada ciclo eleitoral. Ganham mais votos pelo uso eleitoreiro das emendas e voltam cada vez mais fortes politicamente”, diz.

Estatal diz que compras são lícitas

A Codevasf afirmou que segue a lei e que as atas de registro de preços são públicas. “Nos ofícios, a companhia considera apenas as características e finalidades dos bens indicados. Os itens apresentados para atendimento das demandas parlamentares serão aqueles disponíveis em atas de registro de preços da Codevasf vigentes na unidade da federação em que os beneficiários estiverem localizados”, disse a empresa.

A estatal afirmou ainda que, quando os bens indicados pelos parlamentares consomem valores inferiores aos estimados, o remanescente é utilizado em novas ações. No entanto, a empresa ressaltou que todos os projetos são precedidos de estudos e análises de adequação técnica.

Juscelino Filho disse que as emendas são instrumentos legais e que os ofícios enviados à Codevasf mostram a transparência da relação, não havendo qualquer ilegalidade.

“As atas de registro de preços cumprem ritos determinados pela legislação, que inclui total transparência e ampla participação de qualquer empresa –portanto, não há como alegar direcionamento, visto que as empresas foram contratadas após ampla concorrência.”

Por meio de sua assessoria, o deputado federal Félix Mendonça Júnior afirmou que todas as suas ações relativas às emendas são feitas em conformidade com a lei.

A Folha procurou Osires Damaso e Fábio Reis, mas eles não foram localizados.

A reportagem também entrou em contato com as empresas citadas. A Fortlev afirmou que é uma empresa consolidada no mercado e que que foi regularmente habilitada no processo após concorrer com diversas empresas. Disse ainda que não possui relacionamento com políticos e que é apartidária.

A XCMG não se manifestou, e a reportagem não localizou nenhum responsável pela PH Barros Santana Comércio.

STF É UMA CORTE CONSTITUCIONAL MAS JULGA TODO TIPO DE QUESTÃO

 

História de Weslley Galzo e Tácio Lorran – Jornal Estadão

ENVIADO ESPECIAL A CAMBRIDGE (EUA) – Em debate sobre o uso de inteligência artificial (IA) no sistema judiciário brasileiro, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux criticou neste sábado, 6, uma eventual sobrecarga da Suprema Corte do País.

“Tudo hoje se empurra para o Supremo Tribunal Federal. ‘Ah, o processo… Quando é que o processo vai para o Supremo?’ O pessoal pergunta quando vai, não quando volta. Nós somos 11 ministros, fazemos as vezes de 20 mil magistrados”, afirmou Fux, na 10ª edição do Brasil Conference, em Boston, nos Estados Unidos.

Fux participou de uma mesa ao lado do procurador-geral da República, Paulo Gonet, do advogado-geral da União, Jorge Messias, e da conselheira do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) Renata Gil.

Ministro do STF Luiz Fux em evento em Boston, nos EUA Foto: Foto: Brazil Conference/Youtube

Ministro do STF Luiz Fux em evento em Boston, nos EUA Foto: Foto: Brazil Conference/Youtube© Fornecido por Estadão

O ministro do STF também afirmou que o Brasil precisa efetivamente de uma “grande regulação” da IA. “A inteligência artificial é muito mais inteligente que a inteligência humana”, disse o magistrado.

Antes da fala de Fux, Jorge Messias, da AGU, destacou a necessidade de se enfrentar questões básicas de aplicação ética ao se avançar com o uso da inteligência artifical no judiciário do País. “Temos, sim, questões éticas que precisam ser debatidas. Em que medida essa vigilância intrusiva, esse excesso de automação, ele não levará a uma reprodução de padrões de injustiças, que são padrões históricos da sociedade brasileira ainda mantém”, afirmou o advogado-geral da União.

“Eu tenho uma aversão à possibilidade que a inteligência artificial seja preditiva no sentido de definir o Estado de Direito, liberdade e a vida das pessoas. Por outro lado, também entendo que devemos voltar os olhos para essa novidade”, disse Fuz. “Imagina uma inteligência artificial alimentada por vieses discriminatórios e que não obedecem direitos fundamentais”, acrescentou.

Para Renata Gil, o nosso desafio, dentro desse contexto, é saber usar essas ferramentas. “Substituição ao ser humano nunca vai acontecer. E [sobre a] preocupação com as discriminações, o ser humano atua com preconceitos também quando ele julga. Então a máquina e o ser humano tem os mesmos problemas”, afirmou. Ela acrescentou que a inteligência artificial poderá atuar efetivamente no combate à violência contra a mulher.

Após o evento, o PGR Paulo Gonet afirmou que a inteligência artificial vai ajudar em pesquisas e busca por evidências. “O caso Marielle, por exemplo, é muito interessante. Os executores foram descobertos a partir da combinação de elementos de dados. A triangulação de antenas de internet permitia saber, com base na hora do evento e o lugar, quem tinha circulado naquela área naquele momento foi possível para reduzir o âmbito dos suspeitos”, relatou.

“Essa combinação de dados afunilou o campo dos suspeitos. Para a busca da verdade, de fatos, é importante a inteligência artificial. Mas no momento do julgamento de quem participou dos fatos é importante que tenha o fator humano, que é insubstituível”, acrescentou Gonet.

ELON MUSK PERGUNTA A ALEXANDRE DE MORAIS O PORQUÊ DE TANTA CENSURA

 

História de CONSTANÇA REZENDE – Folha de S. Paulo

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O empresário Elon Musk, dono da rede social X (antigo Twitter) e presidente-executivo da Tesla, respondeu em tom de crítica um post feito pelo ministro do STF (Supremo Tribunal) Alexandre de Moraes, neste sábado (6).

Em publicação em que o Moraes parabenizava o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski pelo seu cargo, em 11 de janeiro, o empresário questionou o por que de ‘tanta censura no Brasil’.

“Parabéns ao Ministro Ricardo Lewandowski pelo novo e honroso cargo de Ministro da Justiça e Segurança Pública. Magistrado exemplar, brilhante jurista, professor respeitado e, acima de tudo, uma pessoa com espírito público incomparável e preparada para esse novo desafio. Desejo muito sucesso”, tinha escrito Moraes.

Ao longo dos últimos anos, Moraes tomou várias medidas frente a perfis de redes sociais, tanto via STF quanto via TSE (Tribunal Superior Eleitoral) o ministro determinou a suspensão de uma série de contas de alvos da investigações, inclusive de parlamentares e do PCO.

O tema suscita um complexo debate sobre a proporcionalidade da medida frente à liberdade de expressão. No caso de investigações criminais, por exemplo, não há hoje na lei uma previsão específica autorizando este tipo de medida cautelar.

Musk se descreve como um “absolutista da liberdade de expressão” e desde que adquiriu a rede social, em 2022, tem enfrentado polêmicas. A plataforma reduziu as equipes de moderação de conteúdo, e usuários e especialistas apontam o crescimento do discurso de ódio e da desinformação.

No ano passado, o bilionário se pronunciou sobre o PL das Fake News. Na ocasião, a Câmara dos Deputados ignorou a pressão das big techs e aprovou a urgência do projeto de lei que regulamenta as redes sociais e impõe sanções a plataformas que não retirarem do ar, até 24 horas após decisão judicial, conteúdos ilícitos. Com uma exclamação, o empresário reagiu à publicação do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), endereçada a ele. Depois disso, entretanto, a tramitação do PL ficou parada.

MERCADANTE VAI POR EM RISCO O MERCADO DA PETROBRAS

História de admin3 – IstoÉ

Cotado para assumir o comando da Petrobras ou a presidência do conselho de administração da estatal, o atual presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, provoca temor entre investidores. Ele é visto por analistas e agentes de mercado como uma figura essencialmente política e de inclinação intervencionista, um figurino que não seria o ideal para uma empresa do porte e da importância da Petrobras. No banco de desenvolvimento, porém, Mercadante tem feito gestão considerada “sóbria” e respaldada pelo corpo de funcionários de carreira.

Objetivamente, o mercado financeiro receia que Mercadante instrumentalize a Petrobras para tentar estimular a economia, por exemplo, a partir da ampliação massiva de investimentos em embarcações construídas no Brasil e refinarias sem retorno adequado para a companhia.

O analista da Ativa Investimentos, Ilan Arbetman, diz que o atual presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, faz uma gestão reconhecida como “satisfatória” pelo mercado e que uma eventual substituição por Aloizio Mercadante emite sinal ruim ao investidor, independente do trabalho realizado recentemente no BNDES.

“Mercadante não é bom nome para uma empresa de petróleo. Prates tem um histórico no setor e vem tendo gestão satisfatória, tentando conciliar ao máximo os interesses da empresa e do governo. Isso ficou claro quando ele desenhou a nova política de preços, que saiu da paridade de importação (PPI), mas foi bem aceita pelo mercado”, diz. “O mesmo aconteceu quando ele aprovou uma política de dividendos mais fraca que a anterior e um plano estratégico maior, mas que também foram bem aceitos pelos investidores.”

“Por mais que Prates tenha dificuldades, é uma gestão satisfatória, e não me parece boa ideia trocá-lo por um nome com peso político muito grande”, continua o analista.

No ano passado, em um seminário sobre transição energética, Mercadante deu uma pista da visão que tem sobre a Petrobras. “Eu podia ficar quieto aqui porque nós temos cerca de R$ 20 bilhões em ações da Petrobras e nós recebemos, ano passado, 100% do que aplicamos. Isso é excelente. É uma vaca leiteira pagando dividendo. Mas o Brasil precisa muito mais da Petrobras”, disse.

É uma visão que se encaixa no que o presidente Lula prega como função da empresa. Investir em refinarias, estaleiros, gasodutos, como forma de estimular a economia e gerar empregos. Mas analistas lembram que essa é fórmula que foi usada nas primeiras gestões petistas e quase levou a empresa à falência, em meio a um grande escândalo de corrupção.

Procurado, Mercadante não comentou as críticas. Sua assessoria se limitou a enviar os números de sua gestão no BNDES.

Montanha-russa das ações A possibilidade de troca no comando da Petrobras, que ganhou mais força esta semana com o nome de Mercadante à frente, provocou uma verdadeira montanha-russa nas ações da empresa. Durante a sexta-feira, 5, os papéis da estatal alternaram quedas agudas relacionadas à crise do comando e recuperações ancoradas na possível liberação de dividendos extraordinários, na alta da cotação internacional do petróleo e, também, numa possível inclinação do próprio Mercadante em permanecer no BNDES, como apontou o Broadcast/Estadão.

Perto do meio-dia da sexta-feira, 5, a companhia chegou a exibir valor de mercado inferior a R$ 500 bilhões, queda relevante para uma empresa que atingiu a marca histórica de R$ 571,4 bilhões há pouco mais de um mês, em fevereiro. No início da tarde, a Petrobras recuperou o fôlego em função da alta da commodity e de uma articulação que começou a ser construída para levar Mercadante não mais ao comando executivo da Petrobras, mas à presidência do seu conselho de administração. No fim do dia, refletindo o dia confuso, as ações ordinárias (ON, com direito a voto) caíram 0,20%, enquanto as preferenciais (PN, sem direito a voto) subiram 0,58%.

O martelo sobre a crise na Petrobras deve ser batido nos próximos dias. O presidente Lula voltou para Brasília na sexta-feira, após um périplo pelo Rio de Janeiro e Estados do Nordeste. Prates tenta uma reunião com Lula na próxima segunda-feira para selar o seu destino.

Retrospecto no BNDES

Em seu primeiro ano de gestão no BNDES, Mercadante enfrentou o ceticismo do mercado financeiro e, no fim das contas, correspondeu ao objetivo do governo de aumentar o volume de crédito ofertado pelo banco, que havia encolhido no governo de Jair Bolsonaro.

O BNDES teve atuação importante em meio à retração do mercado de crédito que marcou o pós-crise das varejistas, desencadeado pelo caso Americanas. Segundo um alto funcionário de carreira do banco, que pediu para não ser identificado, a administração Mercadante é bem vista internamente e a operação do banco tem fluído bem, sem anomalias.

Presidente do BNDES no primeiro governo Fernando Henrique Cardoso, Luiz Carlos Mendonça de Barros avalia que Mercadante faz bom trabalho, sem confrontar a “burocracia” do banco e respeitando mecanismos de controle. Ele destaca que o mandatário entendeu a importância de aumentar o crédito do banco ao agronegócio, historicamente limitado. Uma das inovações nesse sentido foi a criação de uma linha em dólar para o setor.

E adverte: “Ele (Mercadante) que pense bem antes de fazer essa mudança, porque Petrobras é algo completamente diferente. O banco é uma instituição mais protegida, que não tem nenhuma atividade de maior inserção política e existe para responder às provocações do governo, aos projetos do Executivo. Na Petrobras não é bem assim que funciona”, diz Mendonça de Barros. “Se o Lula pedir, ele vai ter de ir, não vai ter jeito. Mas sairia de lugar confortável para entrar numa briga.”

Para o ex-presidente do BNDES, Mercadante tem marcado um retorno do banco à normalidade. “O Paulo Guedes queria ver o BNDES morto. O banco passou por um período de ‘super irritação’ com a Dilma e, depois, mergulhou em governos que eram contrários à sua função. No governo Bolsonaro, havia um consenso de que o banco não fazia diferença na economia. Mas há empresas que só existem hoje graças ao BNDES. Sem as garantias de performance que o BNDES deu aos aviões da Embraer, essa empresa não existiria, para citar só uma”, afirma.

Números do banco

De acordo com o BNDES, as aprovações de operações de crédito, que representam a formação de uma carteira de projetos de investimento para “transformar o País”, atingiram R$ 175 bilhões neste primeiro ano, o maior valor desde 2015. Já os desembolsos de recursos foram de R$ 114 bilhões, um incremento de 17% em relação a 2022.

Houve aumento no financiamento à indústria (R$ 40 bilhões); inovação, com mais R$ 5 bilhões, e exportações, com aprovações acima de R$ 13 bilhões. Operações com Estados e municípios foram retomadas, com mais de R$ 20 bilhões em crédito para entes subnacionais, e fundos como o Amazônia e Clima foram reativados e reforçados, para suportar o Plano de Transformação Ecológica do Ministério da Fazenda.

Durante a divulgação do último resultado financeiro, relativo ao quarto trimestre, o diretor de Planejamento e Estruturação de Projetos do BNDES, Nelson Barbosa, disse que trabalha com uma expectativa de desembolsos entre R$ 125 bilhões e R$ 160 bilhões ao longo de 2024, o que ficaria entre 1,1% e 1,4% do PIB do País. Em 2023, os desembolsos do BNDES alcançaram 1,1% do PIB, ante 1% em 2022. A ideia, portanto, é promover aumento gradual na participação do banco no mercado de crédito, sem aventuras que poderiam comprometer a credibilidade da gestão.

Alvos de questionamento, as operações subsidiadas em 2023 não teriam passado da faixa de 18% dos desembolsos, sendo o restante, 82%, realizadas a taxas de mercado, conforme disse Barbosa na ocasião. A fonte do banco ouvida pela reportagem afirma que esse porcentual aponta para bom nível de controle nessa frente.

No fim de janeiro, o mercado reagiu mal ao enxergar um “voo ao passado”, quando o BNDES anunciou a gestão de R$ 250 bilhões em recursos voltados ao financiamento da indústria, no âmbito do programa Nova Indústria Brasil (NIB). A leitura foi de novo risco de inchaço à operação e volta de subsídios excessivos, na contramão das políticas de saneamento fiscal da Fazenda. Sobre isso, Barbosa já disse que, aí, 64% dos recursos serão financiados a taxas de mercado e que taxas direcionadas ficarão restritas ao Fundo Clima e iniciativas voltadas à inovação.

 

DEPOIS DE SEIS MESES DE GUERRA ISRAEL ESTÁ PERTO DE ELIMINAR O HAMAS?

 

História de Merlyn Thomas e Jake Horton – BBC Verify – BBC News Brasil

Seis meses depois, Israel está perto de eliminar o Hamas?

Seis meses depois, Israel está perto de eliminar o Hamas?© BBC

Já se passaram seis meses desde que os integrantes do Hamas invadiram Israel em 7 de outubro e mataram cerca de 1.200 pessoas, além de terem feito centenas de reféns.

Em resposta, Israel prometeu “esmagar e destruir o Hamas” para que este não representasse mais qualquer ameaça e trazer todos os reféns para casa.

Na guerra brutal que se seguiu, pelo menos 33 mil palestinos foram mortos, segundo o Ministério da Saúde gerido pelo Hamas, e grande parte de Gaza foi destruída.

Israel afirma ter matado milhares de combatentes do Hamas e desmantelado grande parte da vasta rede de túneis que o Hamas tem usado para realizar ataques.

A BBC Verify, o serviço de verificação da BBC, vasculhou declarações públicas e postagens nas redes sociais das Forças de Defesa de Israel (FDI) e avaliou as evidências por trás das declarações de Israel.

Quantos líderes do Hamas foram mortos?

Antes de 7 de Outubro, acreditava-se que o Hamas tinha cerca de 30 mil combatentes em Gaza, de acordo com relatórios que citam comandantes das FDI.

Muitas das principais figuras políticas do Hamas, como Ismail Haniyeh, amplamente considerado o líder geral do grupo, vivem no exterior. Mas acredita-se que grande parte da sua estrutura de liderança militar esteja dentro de Gaza.

Em um comunicado recente, as FDI afirmaram ter matado cerca de 13 mil combatentes do Hamas desde o início da guerra, embora não tenham dito como calcularam esse número.

Israel também publica os nomes de líderes individuais do Hamas que afirma terem sido mortos.

Um total de 113 pessoas foram nomeadas desta forma desde outubro, sendo que a imensa maioria delas foi dada como morta nos primeiros três meses do conflito. Neste ano, em comparação, o exército israelense não havia comunicado oficialmente a morte de qualquer líder importante do Hamas em Gaza até março.

Em 26 de março, as FDI afirmaram ter matado Marwan Issa, vice-comandante da ala militar do Hamas. Considerado um dos homens mais procurados de Israel, ele seria o líder mais importante do grupo que foi morto desde o início da guerra. Os Estados Unidos disseram acreditar que ele foi morto, mas o Hamas não confirmou.

As FDI publicam nomes de indivíduos que dizem serem líderes do Hamas que foram mortos, mas não é possível verificar se são membros do grupo. Um dos citados nessa categoria foi Mustafa Thuraya, que trabalhava como jornalista freelance no sul de Gaza quando o seu veículo foi atingido em janeiro.

Também encontramos nomes duplicados na lista, que descontamos do total.

Fora de Gaza, o líder político do Hamas, Saleh al-Arouri, morreu em uma explosão no subúrbio de Dahiyeh, no sul de Beirute, em janeiro. Israel é amplamente considerado responsável por esse ataque.

No entanto, especialistas com quem conversamos disseram que muitos dos líderes de destaque do grupo em Gaza, incluindo Yahya Sinwar, ainda estão vivos.

Acredita-se que muitos dos principais líderes do grupo em Gaza, incluindo Yahya Sinwar, ainda estejam vivos

Acredita-se que muitos dos principais líderes do grupo em Gaza, incluindo Yahya Sinwar, ainda estejam vivos© Reuters

“As FDI não conseguiram chegar ao alto escalão da liderança do Hamas”, diz Mairav ​​Zonszein, analista de assuntos sobre Israel e Palestina do Grupo de Crise Internacional.

“Tanto a nível simbólico de chegar aos principais líderes, como também a nível de substituição do Hamas como detentor do território, isso é algo que não foi capaz de alcançar”, acrescenta Zonszein.

Quantos reféns permanecem em Gaza?

Segundo dados oficiais israelenses, 253 pessoas foram feitas reféns no dia 7 de outubro. Destas:

  • 109 foram libertadas como parte de trocas de prisioneiros ou em acordos separados
  • 3 foram resgatadas diretamente pelo exército israelense em operações militares
  • Os corpos de 12 reféns foram recuperados, incluindo três que as FDI admitiram ter matado em uma de suas operações

O refém vivo mais jovem confirmado tem 18 anos e o mais velho 85.

Dos 129 reféns restantes, Israel afirma que pelo menos 34 estão mortos.

O Hamas diz que o número de reféns mortos é maior – resultado dos ataques aéreos das FDI. Mas não é possível verificar essas afirmações.

Os dois reféns mais jovens nos ataques do Hamas foram Ariel e Kfir, que tinham 4 anos e 9 meses, respetivamente, no momento em que foram raptados. Suas mortes foram relatadas, mas não confirmadas.

Fernando Simon Marman e Louis Hare foram libertados em fevereiro

Fernando Simon Marman e Louis Hare foram libertados em fevereiro© Reuters

Quanto da rede de túneis do Hamas foi destruída?

Como parte da sua promessa de eliminar o Hamas, Israel prometeu destruir a extensa rede de túneis que o grupo utiliza para transportar mercadorias e pessoas.

“Pense na Faixa de Gaza como uma camada para os civis e depois outra camada para o Hamas. Estamos tentando chegar a essa segunda camada que o Hamas construiu”, disse o porta-voz das FDI, Jonathan Conricus, em outubro.

O Hamas disse anteriormente que a sua rede de túneis se estende por 500 km, embora não haja forma de verificar isso de forma independente.

O Hamas disse que os seus túneis se estendem por 500 km, embora não seja possível verificar essa informação

O Hamas disse que os seus túneis se estendem por 500 km, embora não seja possível verificar essa informação© Reuters

Perguntamos às FDI quantos túneis e que proporção da rede total de túneis eles haviam destruído. Na resposta, eles afirmaram que as suas forças tinham “destruído grande parte da infraestrutura terrorista em Gaza”.

As FDI ocasionalmente mostraram evidências de túneis do Hamas que descobriram. Por exemplo, em novembro, divulgaram imagens de parte de uma rede de túneis por baixo do hospital al-Shifa, na cidade de Gaza, que, segundo as FDI, estava sendo usado como centro de comando.

Para tentar determinar a extensão da rede descoberta pelas forças israelenses, a BBC Verify analisou todas as mensagens das FDI no Telegram fazendo referência aos túneis em Gaza, entre 7 de outubro de 2023 e 26 de março de 2024.

Destas, 198 mencionaram a descoberta de túneis, onde o exército afirmou ter localizado túneis ou poços de túneis. Outras 141 mensagens afirmam que um túnel foi destruído ou desmantelado.

A maioria delas não forneceu detalhes precisos ou localizações específicas, por isso não é possível corroborar a extensão da rede que as FDI descobriram ou destruíram.

O labirinto abaixo de Gaza é composto por vários componentes, incluindo rotas de túneis e salas de vários tamanhos, bem como o ponto em que o túnel encontra a superfície – estes são conhecidos como poços de túneis.

Seis meses depois do início da guerra, grande parte de Gaza está em ruínas

Seis meses depois do início da guerra, grande parte de Gaza está em ruínas© Reuters

Das mensagens que analisamos, 36 faziam referência a ataques a mais de 400 poços de túneis. No entanto, equiparar um poço a um túnel inteiro seria um equívoco, diz Daphné Richemond-Barak, especialista em guerra subterrânea que leciona na Universidade Reichman, em Israel.

A simples destruição dos poços dos túneis deixa a rede intacta, diz ela. “Não creio que tenhamos visto muita destruição total de túneis nesta guerra”, acrescenta.

A ofensiva de Israel teve um preço alto

Os objetivos de guerra de Israel tiveram um custo imenso para os palestinos em Gaza. Mais de 33 mil pessoas foram mortas, segundo o Ministério da Saúde administrado pelo Hamas.

A última análise demográfica do ministério, de 5 de abril, indica que mais de 70% dos mortos eram mulheres e crianças.

Muitos outros foram deslocados e ficaram desabrigados enquanto as forças israelenses tentavam destruir a infraestrutura do Hamas. Mais de 1,7 milhão de pessoas foram deslocadas internamente, segundo as Nações Unidas.

As áreas residenciais ficaram em ruínas, as ruas movimentadas foram reduzidas a escombros, as universidades foram destruídas e as terras agrícolas foram duramente afetadas.

Mais de 56% dos edifícios de Gaza foram danificados ou destruídos desde 7 de outubro, de acordo com a análise de dados de satélite.

Seis meses desde o início da guerra, ainda não está claro se Israel atingiu os seus objetivos.

Com informações adicionais de Rob England, Maryam Ahmed, Jamie Ryan e Emma Pengelly.

TODO EXPEDIENTE POLÍTICO É OPORTUNO EM ANO ELEITORAL

 

História de Notas & Informações – Jornal Estadão

Pinçar o trecho que determinava o fim da desoneração dos municípios com até 156 mil habitantes da Medida Provisória (MP) 1.202/23, antes de prorrogá-la, foi um recado claro do presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), de que todo expediente político é oportuno em ano eleitoral. Amputar a MP da parte potencialmente prejudicial a acordos regionais é apenas um deles, e o fato de ter retirado em torno de R$ 10 bilhões do cálculo fiscal do Ministério da Fazenda para este ano, um mero efeito colateral.

As prefeituras – que teriam, no dia seguinte à prorrogação da MP, suas alíquotas de contribuição previdenciária elevadas de 8% para 20% – foram “salvas” da reoneração pela providencial borracha de Pacheco, que apagou da medida a parte que o incomodava. Alegou, na sucinta justificativa, estar garantindo “a segurança jurídica de todos os envolvidos”. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que negociava com Pacheco as medidas fiscais e disse não ter sido consultado pelo senador, pediu em seguida, quixotescamente, um “pacto” entre Executivo, Legislativo e Judiciário para reorganizar as finanças públicas. A história brasileira mostra que só pede “pacto” quem já não tem muito poder político.

Há tempos a planilha de prioridades político-econômicas do País muda a cada dois anos, de acordo com a temporada eleitoral da vez. E isso não apenas no Congresso, mas no próprio Palácio do Planalto. Difícil imaginar que o bom senso fiscal encontre guarida em um ambiente em que os interesses eleitoreiros tendem a favorecer a farta distribuição de benesses. É cada vez mais evidente que os obstáculos à austeridade fiscal pretendida por Haddad virão não apenas dos parlamentares, mas também de seu chefe, Lula da Silva, que já participa ativamente da formação de alianças municipais para as eleições de outubro.

O ministro da Fazenda aguarda parecer da Advocacia-Geral da União (AGU) sobre sua intenção de ingressar com recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a desoneração tributária dos municípios. Com um argumento simples, reforça o que diz a lei, que exige compensação financeira para acompanhar todo novo gasto tributário. Trata-se do óbvio, mas neste país o óbvio nem sempre prevalece, sobretudo em meio a campanha eleitoral.

A MP prorrogada (com cortes) por Pacheco prevê também como medidas para aumentar a arrecadação federal a reoneração de 17 setores econômicos, revogada pelo governo em fevereiro, e o fim gradual do Programa Emergencial de Retomada de Eventos (Perse), medida criada durante a pandemia para socorrer setores diretamente afetados pelo isolamento social. O Perse foi mantido apenas formalmente, já que, atendendo aos lobbies do setor, os parlamentares conseguiram que o assunto passasse a ser discutido em projeto de lei. Outro item é a limitação de compensação de créditos tributários por meio judicial acima de R$ 10 milhões.

Se a sustentação prioritária da meta fiscal em medidas arrecadatórias – e não no corte de despesas, como deveria – já compromete sobremaneira o objetivo da equipe econômica, o evidente descompromisso demonstrado pelas lideranças políticas com o equilíbrio fiscal torna a meta inatingível por definição.

O DIÁLOGO SOCIAL É ASSENTADO NAS DUAS BASES LIBERDADE E SUPERAÇÃO DE DIVERSIDADES

 

Wagner Balera – Coordenador do Núcleo de Estudos de Doutrina Social, Faculdade de Direito da PUC-SP. É Professor Titular de Direitos Humanos da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP).

O diálogo social é um pressuposto essencial para que as guerras cessem o quanto antes e se faça a paz. Não se pode admitir que a diversidade das opções e etnias leve à discriminação e acirre os ânimos. Importa, como estipula a Evangelii gaudium (EG 238ss) que a diversidade se reconcilie nos pontos comuns, configurando expressivo pacto cultural. Assentada nessas duas bases fundantes – liberdade e superação de diversidades – a busca de um projeto de paz que seja comum a todos será a pauta abrangente e prioritar ia de verdadeiro e próprio diálogo social.

A primeira instância desse diálogo há de ser a dos Estados, que devem ser representativos das sociedades. Os conflitos bem podem ser reveladores de distorções na qualidade de representação da sociedade pelo Estado. Cabe aos Estados e à sociedade, no seu todo considerada, estimular uma vida social que seja, a um só tempo, promotora da fraternidade, da justiça e da dignificação da pessoa humana.

A segunda instância do diálogo se dá entre as culturas e as ciências, que exige colóquios pacientes e o reconhecimento das diversidades culturais, porque as origens de cada povo apresentam peculiaridades que nem sempre, ou quase nunca, seguem o modelo da assim chamada civilização ocidental; bem como as essenciais e reconhecidas questões éticas. Um mundo melhor será aquele no qual os aportes científicos estejam a serviço do incremento do espaço civilizatório sempre crescente da nossa casa comum.

E, por fim, a instância humana que se entrelaça com a divina, a impor o diálogo respeitoso entre os crentes. A inesgotável riqueza do amor, o dom evangélico por excelência, exige que o social não se resuma ao diálogo. Exige que o diálogo signifique, sobretudo, dar voz aos que não têm voz, vez ou lugar. A pauta restrita dos direitos individuais, tão cara aos que já são detentores de grande parte dessas conquistas, deve ceder passo e espaço aos direitos revestidos da dimensão social. São urgentes medidas concretas em favor do sofredor de todas as épocas: o indígena, o idoso, o migrante, o encarcerado, os que se encontra m em situação de rua. E o que não dizer das vítimas do tráfico humano e do trabalho em condição análoga à do escravo, praticado a poucos metros de uma repartição pública?

A imagem adequada do poliedro demonstra que confluem para determinado ponto as distintas buscas de liberdade, de justiça, de paz, de bem comum que, para além de um desenvolvimento econômico sustentável, se traduzam na meta maior do desenvolvimento do homem todo e de todos os homens.

Neste aspecto, a pauta da Evangelii gaudium se resume a uma ideia-chave: a solidariedade como projeto adequado ao humanismo integral, plenamente conforme à sociedade, porque o planeta é de toda a humanidade e para toda ela e a todos deve, proporcionalmente, verter as imensas riquezas com que foi engendrado.

O MODELO DE NEGÓCIOS DE HOLLYWOOD PRIORIZA A FORMAÇÃO DE EQUIPES PARA CADA TAREFA

 

André Charone – Mestre em negócios internacionais e especialista em cultura pop

No mundo empresarial contemporâneo, uma estratégia inovadora tem se destacado pela sua eficácia em impulsionar projetos e empresas ao sucesso: o “Modelo de Negócios de Hollywood”. Esse modelo, inspirado na indústria cinematográfica de Hollywood, prioriza a formação de equipes projetadas especificamente para cada tarefa, reunindo talentos de diversas áreas para trabalhar com foco em um único projeto. Para entender melhor como as empresas estão se beneficiando dessa abordagem, o mestre em negócios internacionais e especialista em cultura pop, André Charone, explica.

A Flexibilidade do Modelo

Segundo Charone, a principal vantagem do Modelo de Negócios de Hollywood reside na sua flexibilidade. “Em vez de manter uma equipe fixa, as empresas estão montando times altamente especializados para cada projeto. Isso permite uma adaptação mais rápida às mudanças do mercado e uma gestão de recursos mais eficiente”, explica ele. Essa estratégia permite que as empresas sejam mais ágeis e inovadoras, pois podem selecionar os melhores talentos para cada iniciativa específica.

Foco no Projeto

Outro ponto destacado por Charone é a concentração de esforços em um único projeto, o que potencializa o sucesso. “Ao reunir especialistas de diferentes áreas com um objetivo comum, a sinergia criada eleva o nível de inovação e criatividade, elementos essenciais para o sucesso no mercado atual”, diz. Essa abordagem projeta uma visão de futuro em que a colaboração multidisciplinar se torna a chave para resolver desafios complexos.

Casos de Sucesso

André Charone cita exemplos de empresas que se destacaram ao adotar o Modelo de Negócios de Hollywood. Sem mencionar nomes específicos, ele descreve casos em que startups de tecnologia, agências de marketing e empresas de desenvolvimento de produto conseguiram resultados impressionantes, desde a aceleração no desenvolvimento de produtos inovadores até campanhas de marketing virais que capturaram a atenção do público global. “Estas empresas compreenderam que a força do projeto não reside apenas nas ideias, mas na execução. E a execução depende das pessoas”, afirma.

Desafios e Oportunidades

Apesar dos muitos benefícios, o modelo também apresenta desafios, principalmente relacionados à gestão de talentos e à manutenção da cultura organizacional. “Como os times são formados por pessoas de diferentes backgrounds e, muitas vezes, de diferentes partes do mundo, a gestão de talentos se torna mais complexa”, comenta Charone. No entanto, ele vê esses desafios como oportunidades para inovar na gestão e no desenvolvimento de uma cultura corporativa inclusiva e adaptável.

Repensando o Sucesso Empresarial com o Modelo de Hollywood

À medida que exploramos as nuances do “Modelo de Negócios de Hollywood” através da perspectiva de André Charone, fica claro que estamos diante de uma revolução na forma como as empresas abordam seus projetos e gerenciam talentos. Este modelo, inspirado nas dinâmicas flexíveis e colaborativas de Hollywood, não só promove uma maior agilidade e inovação, mas também reforça a importância de adaptabilidade e especialização no cenário corporativo contemporâneo.

Ao adotar este modelo, as empresas estão não apenas alcançando sucesso em seus projetos específicos; estão também pavimentando o caminho para uma nova era de gestão empresarial, onde a mobilidade, a especialização e a colaboração não são apenas valorizadas, mas consideradas indispensáveis para o sucesso. É uma mudança paradigmática que desafia as noções tradicionais de estrutura organizacional e liderança, sugerindo que o futuro do sucesso empresarial reside na capacidade de se adaptar, inovar e colaborar eficientemente.

O mestre em Negócios Internacionais nos lembra que, embora o caminho para a implementação desse modelo possa estar repleto de desafios, especialmente no que tange à gestão de talentos diversificados e à cultura organizacional, esses obstáculos não são barreiras, mas sim oportunidades para crescer, aprender e inovar. O sucesso, portanto, não se mede apenas pelos resultados alcançados, mas também pela jornada de adaptação e pela capacidade de reinventar práticas empresariais em resposta às demandas de um mercado em constante evolução.

A adoção do Modelo de Negócios de Hollywood pelas empresas de vanguarda reflete um compromisso com a excelência, a inovação e a agilidade. Ao abraçar a flexibilidade, a especialização e a colaboração, essas empresas não estão apenas se posicionando para o sucesso no presente; estão também definindo o padrão para o futuro do trabalho e da gestão empresarial. O caminho à frente é tanto desafiador quanto excitante, e as lições aprendidas através deste modelo irão, sem dúvida, iluminar o caminho para uma nova era de sucesso empresarial.

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sábado, 6 de abril de 2024

ROMBO FISCAL NAS CONTAS PÚBLICAS EM FEVEREIRO

 

História de Thaís Barcellos e Célia Froufe – Jornal Estadão

BRASÍLIA – O setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) registrou um déficit primário (receitas menos despesas, antes do pagamento dos juros da dívida pública) de R$ 48,692 bilhões em fevereiro, após um resultado positivo de R$ 102,146 bilhões de janeiro, informou o Banco Central nesta sexta-feira, 5.

O resultado de fevereiro foi o pior desempenho das contas consolidadas do País para o mês na série histórica do BC, que foi iniciada em 2001. Em fevereiro de 2023, houve déficit primário de R$ 26,453 bilhões.

De acordo com o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, o aumento do déficit primário se deu por conta da antecipação do pagamento de precatórios (sentenças judiciais contra o governo que não permitem mais recursos na Justiça), que totalizou R$ 29,4 bilhões. “No ano, não afetará o resultado. Foi apenas uma antecipação temporal e, olhando o contrafactual, se não tivesse ocorrido, representaria uma redução do déficit ante fevereiro de 2023?, disse. “Esta é uma ressalva importante para melhor entendermos os números de fevereiro”, acrescentou.

O resultado ficou bem próximo das expectativas do mercado. A mediana apurada pela pesquisa do Projeções Broadcast era de déficit de R$ 49,0 bilhões. O intervalo das projeções de analistas do mercado financeiro, todas negativas, iam de R$ 57,1 bilhões a R$ 21,6 bilhões.

Resultado é o pior desde início da série histórica, em 2001; segundo o BC, aumento do déficit foi provocado pelo pagamento de precatórios Foto: Wilton Júnior/ Estadão

Resultado é o pior desde início da série histórica, em 2001; segundo o BC, aumento do déficit foi provocado pelo pagamento de precatórios Foto: Wilton Júnior/ Estadão© Fornecido por Estadão

No segundo mês do ano, o resultado fiscal foi composto por um déficit de R$ 57,821 bilhões do Governo Central (Tesouro Nacional, Banco Central e INSS). Já os governos regionais (Estados e municípios) influenciaram o resultado positivamente com R$ 8,646 bilhões – enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 7,486 bilhões, os municípios tiveram resultado positivo de R$ 1,160 bilhão. As empresas estatais, por sua vez, registraram superávit de R$ 483 milhões no mês.

EMBRAER PRIVATIZADA ESTÁ VOANDO ALTO HOJE É UMA DAS MAIORES EMPRESAS DO MUNDO

 

História de Notas & Informações – Jornal Estadão

A Embraer está voando alto. O lucro líquido cresceu 13% em 2023: US$ 164 milhões, o maior em cinco anos. Todas as unidades de negócio tiveram crescimento no volume de entregas, o maior desde 2019, e na receita: US$ 5,2 bilhões, 16% acima de 2022. A expectativa para 2024 está entre US$ 6 bilhões e US$ 6,4 bilhões.

O caso é pedagógico no momento em que o governo encarrilha sua “nova” política industrial, batendo bumbo para mais do mesmo: Estado “indutor” (via subsídios, isenções, barreiras tarifárias, exigências de conteúdo local), quando não “empresário” (via estatais) – e, claro, muita saliva e chumbo grosso contra o diabólico “mercado”.

Quando a Embraer foi privatizada, em 1994, estava quebrada. Hoje é uma das maiores empresas do mundo num nicho de tecnologia de ponta ultracompetitivo. Uma das maiores exportadoras industriais do Brasil, a Embraer é também grande importadora. Sem exigências de conteúdo local, 80% dos componentes de seus aviões são importados.

Não se trata de demonizar incentivos à indústria – eles podem ser pertinentes em circunstâncias excepcionais para setores específicos, com diagnósticos, metas e monitoramento precisos. Tampouco se trata de elevar a privatização a uma panaceia, mas de reconhecer, conforme a Constituição, que estatais devem ser exceção e atuar no mercado nas mesmas condições de uma pessoa jurídica de direito privado, sem desvios ou privilégios.

Para a mentalidade desenvolvimentista do lulopetismo, caudatária da ditadura Vargas e da ditadura militar, o Estado indutor e empreendedor é a panaceia, quando deveria ser um remédio excepcional para circunstâncias excepcionais, as ditas “falhas de mercado”.

Nesses casos, o Estado suplementaria funções que o mercado não cumpre adequadamente. É o que se alega, por exemplo, no caso dos monopólios naturais (como o abastecimento de água num município), ou da produção de bens que geram externalidades positivas para toda a sociedade (como pesquisas científicas), ou de mercados incompletos (como créditos para atividades não servidas pelos bancos), ou de estímulos a regiões subdesenvolvidas.

Mas a literatura e a experiência econômica mostram que, para corrigir essas falhas, estatais não são necessariamente a única nem a melhor opção. No Brasil, via de regra, são a pior, porque os governantes, por incompetência ou interesse, dão livre vazão às “falhas de governo”. As estatais são ambiente fértil para capturas políticas e, mesmo quando não há desvio ou corrupção, há inúmeros incentivos à gestão ineficiente, como limites legais à possibilidade de falência, salvaguardas com o dinheiro do contribuinte, regimes de trabalho nos moldes do serviço público ou monopólios blindados pelo Estado.

O Brasil tem mais empresas controladas direta ou indiretamente pelo Estado do que qualquer uma das 36 nações da OCDE – um fórum das democracias avançadas. Boa parte deveria ser desestatizada ou liquidada. As pertinentes precisariam ser blindadas de interferências político-partidárias espúrias. A Lei das Estatais de 2016 fez algum progresso para robustecer a transparência, controles internos, gestão de risco e governança. Mas o Executivo, às vezes com a conivência do Legislativo ou do Judiciário, manobra para erodir essa disciplina. E muito ficou por fazer.

No curto prazo seria preciso criar uma política de gestão que inclua justificativas mais claras para a participação do Estado em empresas e fortaleça os conselhos de administração. Nomeações e demissões de conselheiros e executivos deveriam ser condicionadas a um órgão de Estado, não de governo. Também são necessárias tipificações mais rigorosas para a ingerência ilícita na autonomia dos conselhos de sociedades de economia mista.

Enquanto isso, o governo intervém na Petrobras, por exemplo, para forçar investimentos em atividades ociosas ou onerosas, como refinarias ou estaleiros. A economia segue dando voos de galinha sob a mão pesada do Estado, enquanto a mão invisível do mercado lança empresas como a Embraer às alturas. Mas, se dependesse de Lula, a Embraer já teria sido reestatizada.

VÁRIOS RECADOS SOBRE O CONTROLE DAS BIG TECHS

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