terça-feira, 12 de março de 2024

O SENADOR HAMILTON MOURÃO DIZ QUE O FIM DO GOVERNO BOLSONARO FOI MELANCÓLICO

 

Folha de S. Paulo

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O senador e ex-vice-presidente da República Hamilton Mourão (Republicanos-RS) disse que o fim do governo Bolsonaro foi melancólico e que a derrota nas urnas deveria ter sido admitida.

Em entrevista ao UOL News nesta segunda-feira (11), ele disse também que o tenente-coronel Mauro Cid é a parte mais fraca no processo contra o ex-presidente e defendeu o general Freire Gomes.

“Acho que o governo teve coisas muito boas e, no final, teve esse fim que considero melancólico. Não fiquei satisfeito com o final do nosso governo”, disse.

“Tínhamos que ter reconhecido a derrota. Perdemos por pouco, mas perdemos. Tinha que ter dado uma resposta clara: perdemos agora, mas vamos melhorar para voltar mais forte em 2026. Acho que isso é do jogo democrático.”

‘Golpe pra mim não tem minuta’

Mourão diz acreditar que não se dá golpe de Estado com a elaboração de uma minuta, como apontaram as investigações da Polícia Federal sobre atos golpistas do governo Bolsonaro.

“Tentativa de golpe é como Hugo Chávez fez em 1992, na Venezuela, quando mobilizou a tropa dele, atacou o palácio presidencial e atacou a residência do presidente da República. Isso é tentativa de golpe. O resto é só discussão”, afirmou.

“Golpe, para mim, não tem minuta […] Se o presidente iria me apresentar, ou não, julgo que esse assunto, como nunca foi discutido, não tenho como chegar e dizer que ia olhar e ler. Não tratamos disso.”

Freire Gomes tentou manter Exército unido, diz Mourão

O senador defendeu o ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes, que, segundo ele, foi bem-sucedido ao manter a união do Exército.

Freire Gomes e o ex-comandante da Aeronáutica, Carlos Baptista Júnior, relataram à Polícia Federal os detalhes sobre as articulações golpistas conduzidas por Jair Bolsonaro e confirmaram a participação em uma reunião convocada pelo ex-presidente para discutir uma minuta de um decreto golpista.

“Freire Gomes assume o comando do Exército em 2022, já no tumulto da comissão junto do TSE, e ele procurou manter o Exército unido em um momento de ‘disse me disse’. Acho que ele foi bem-sucedido nisso.”

O senador também disse que não concordava com as funções de Mauro Cid no governo e que ele é a parte mais fraca no processo sobre a tentativa de golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder.

“Cid é a parte mais fraca neste processo. É um oficial jovem, brilhante, que conheço desde criança […] Tinha uma carreira extraordinária e estava pronto para ir para os Estados Unidos fazer um curso, quando Bolsonaro o chamou para ser ajudante de ordem”, afirmou.

“Ele teve uma série de funções que lhe foram dadas, que não concordava por ele ser um oficial da ativa participando de atividades políticas”, disse. “Não vejo questão de [Mauro Cid] entregar [Bolsonaro]. Ele é a parte mais fraca […] A carreira dele acabou, para a qual ele se preparou.”

‘Bolsonaro não me chamava nem pro cafezinho’

Mourão também voltou a falar que ele e Bolsonaro não se conversavam mais após as eleições.

Em edição do UOL Entrevista de fevereiro de 2023, Mourão havia dito que conversou com Bolsonaro pela última vez em dezembro de 2022, pelo WhatsApp.

“A partir do momento que o ex-presidente Bolsonaro escolheu Braga Netto para ser seu candidato a vice, antes de eu pensar a me candidatar ao senado, ele me colocou de lado. Ele não me chamava nem pro cafezinho. Fiquei tocando minhas atribuições restritas de vice-presidente e, em fevereiro, tomei a decisão de me candidatar ao Senado”, disse.

“Naqueles dois meses, pós-resultado eleitoral, sabia que tinha algumas reuniões ocorrendo lá no Palácio da Alvorada. Ninguém comentou nada comigo e eu não tinha acesso a nada.”

“Fui lá duas vezes para falar com o presidente: no dia da derrota da eleição, ele não me recebeu porque não queria receber ninguém, e após retornarmos da cerimônia de aspirantes da Aman (Academia Militar das Agulhas Negras) eu fui conversar com ele e pedi que fizesse um discurso à nação reconhecendo que tinha perdido a eleição, criticando o que ele quisesse criticar, que passasse a faixa ao presidente Lula e que pedisse que as pessoas que estavam na frente dos quartéis que retornassem para suas casas.”

Lula está dando um bom passo para pacificação, diz Mourão

Na visão de Mourão, Lula acerta em não celebrar atos dos 60 anos do golpe militar. O presidente cancelou atos que marcariam a data.

“O presidente está tomando uma atitude correta e, com o passar do tempo, precisamos entender que somos fruto de todo esse passado histórico, com seus acertos e erros”, disse.

“Vai ao encontro de pacificar o país […] Dessa forma, o presidente Lula está dando um bom passo.”

PROJETO QUE FLEXIBILIZA LICENCIAMENTO AMBIENTAL

História de JOÃO GABRIEL – Folha de S. Paulo

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O projeto que flexibiliza as regras do licenciamento ambiental pode também se debruçar sobre as regras acerca de autorizações para mineração.

Atualmente no Senado, a proposta busca alterar as regras para o processo de licenciamento ambiental em nível federal, mas também estadual e municipal.

Por exemplo, ele regulamenta para todo o país a LAC (Licença por Adesão e Compromisso), um termo autodeclaratório de que o empreendimento está de acordo com as regras exigidas, e estipula prazos máximos para esses processos.

Críticos afirmam que a LAC vai servir como um “autolicenciamento” e que o limite de tempo vai inviabilizar a análise de casos mais complexos. Defensores, por outro lado, dizem que a proposta vai desburocratizar os procedimentos e dará segurança jurídica para os empreendimentos.

Atualmente o projeto tramita em duas comissões concomitantemente, a de Agricultura e a de Meio Ambiente, sob relatoria de Tereza Cristina (PP-MS) e Confúcio Moura (MDB-RO), respectivamente.

A expectativa é que o tema seja pautado nas comissões nas próximas semanas, e a intenção é que seja construído um texto em comum, mas até agora os dois vêm divergindo sobre uma série de pontos.

O último relatório apresentado por Confúcio, por exemplo, agradou ambientalistas ao reduzir a flexibilização aos processos de licenciamento. Cristina, no entanto, quer um relatório com menos alterações possível.

Parlamentares e integrantes do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também veem a aprovação da proposta como importante para dar celeridade às obras do Novo PAC.

A tendência é que o texto se aproxime mais do que defende a ex-ministra da Agricultura do governo de Jair Bolsonaro (PL), que pretende que a proposta seja bastante semelhante à aprovada na Câmara dos Deputados em 2021 —alvo de críticas de ambientalistas.

Como o texto deve sofrer alterações, mesmo que pequenas, o projeto precisará passar novamente apreciação dos deputados caso seja aprovado no Senado.

Nos últimos debates, ganhou força a possibilidade de o texto passar a tratar também sobre mineração, ou pelo menos aplicar as regras gerais do licenciamento ao setor.

A inclusão, ou não, da mineração dentro das regras gerais do licenciamento ambiental é motivo de discussão desde que o projeto foi aprovado na Câmara.

Inicialmente, o texto não tinha termos relacionados a qualquer atividade. Ou seja, as regras seriam aplicadas a todos os setores.

Quando a proposta chegou ao plenário, no entanto, foi feito um acordo para incluir um dispositivo retirando “empreendimentos minerários de grande porte e/ou de alto risco”. Esses deveriam seguir regras específicas, em razão de sua complexidade e especificidade.

O acordo, à época, foi que a atividade teria suas regras para autorização e estudos ambientais tratados em um projeto de lei específico.

Ainda não está certo como serão feitas as alterações no projeto do licenciamento ambiental que foi aprovado na Câmara, mas parlamentares já dão como certo que pelo menos o dispositivo excludente será retirado. Um grupo defende, sob reserva, que a proposta se debruce mais detalhadamente sobre o setor.

Procurados, nenhum dos dois relatores se manifestou até a publicação desta reportagem.

O Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração) afirma que o dispositivo colocado pela Câmara fere a isonomia legislativa e cria insegurança jurídica.

“Essencial o retorno do setor ao texto considerando todo o seu potencial basilar para a promoção de políticas públicas voltadas à proteção do meio ambiente —incluindo a flora, a fauna, o clima e a cultura regional, à sustentabilidade social das comunidades próximas aos territórios minerados e ao desenvolvimento econômico das cadeias produtivas”, afirma a entidade, em nota.

Mas a possibilidade segue contestada por ambientalistas.

Suely Araújo, ex-presidente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais e Renováveis) e coordenadora de políticas públicas do Observatório do Clima, chama o projeto do licenciamento ambiental de a “mãe de todas as boiadas”, por flexibilizar as regras que deveriam garantir a proteção ambiental.

“As regras mais flexíveis presentes na proposta da lei geral [do licenciamento] não são condizentes com os riscos associados aos empreendimentos minerários”, afirma.

O licenciamento minerário hoje é atribuição federal apenas em casos específicos, por exemplo, quando é próximo à fronteiras estaduais ou nacionais, entre outros casos. Na maioria das vezes, são os estados que devem analisar a viabilidade desses empreendimentos.

Assim, há uma série de normas diferentes pelo Brasil para o funcionamento de minas.

Maurício Guetta, consultor jurídico do ISA (Instituto Socioambiental), entende que a inclusão da mineração pode causar novas tragédias como as de Mariana e Brumadinho, ambas em Minas Gerais.

“O projeto é a maior tragédia legislativa em curso contra o meio ambiente, pois resultará em descontrole generalizado da poluição e demais impactos ambientais causados por toda ordem de empreendimentos”, afirma.

“A exclusão da mineração de grande porte ou alto risco feita na Câmara se deu justamente porque alertamos sobre o radicalismo antiambiental da proposta. Incluí-la novamente só vai ampliar ainda mais os riscos contra a saúde, a vida e a segurança da população”, completa.

Já o Ibram afirma que, desde as tragédias mencionadas, o setor passou por diversas melhorias, inclusive no que diz respeito à construção de barragens, e que tais atualizações estão contempladas, por exemplo, em normas da ANM (Agência Nacional de Mineração).

“A mineração passou por profundas transformações em níveis de gestão, segurança operacional, transparência, boas práticas internacionais”, diz o instituto, em nota.

 

A NECESSÁRIA REFORMA DO ORÇAMENTO

Istória de Notas & Informações – Jornal Estadão

O Ministério do Planejamento pretende apresentar uma proposta de reforma do Orçamento. Segundo apurou o Estadão, um dos objetivos é criar mecanismos que impeçam o acúmulo dos restos a pagar, ou seja, despesas que o governo se comprometeu a quitar em um determinado ano, mas que, por variadas razões, ficaram para depois. Pode parecer inacreditável, mas os restos a pagar somam hoje um montante de R$ 284,8 bilhões.

Ao contrário do que se imagina, embora estejam vinculados ao Orçamento de um período que já se encerrou, esses dispêndios não são automaticamente cancelados na passagem de um ano para o outro. Ficam “pendurados” em um orçamento paralelo, competindo com o espaço das despesas da peça orçamentária em vigor.

Neste ano, 80,4% desse saldo é composto por despesas de 2023 – muito em razão da recomposição dos gastos autorizada pela emenda constitucional da transição. Mas há, entre os restos a pagar, gastos que foram originalmente propostos há mais de dez anos, o equivalente a 1% do total.

Não parece nada razoável que um gasto com o qual o governo se comprometeu há tanto tempo seja adiado indefinidamente e fique em suspenso. Afinal, se a despesa era realmente relevante, já deveria ter sido executada; se perdeu a importância ao longo da passagem do tempo, já deveria ter sido cancelada.

Parte disso se deve ao fato de que muitos dos restos a pagar simplesmente não podem ser cancelados. As emendas parlamentares individuais e as emendas de bancada, por seu caráter impositivo, tampouco podem ser cortadas pelo Executivo e somam, respectivamente, R$ 7,3 bilhões e R$ 8,2 bilhões dos restos a pagar.

Mas mesmo as antigas emendas de relator, que não apenas nunca foram obrigatórias, como também já foram extintas, aumentam o bolo dos restos a pagar. Base do chamado orçamento secreto, esquema revelado pelo Estadão, elas foram declaradas inconstitucionais por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), mas, ainda hoje, correspondem a R$ 9,3 bilhões do total de restos a pagar.

Tentativas de correção pontuais desse enorme problema têm sido inócuas. Para colocar alguma ordem nessa bagunça, o governo bloqueou, no início do ano passado, todas as despesas com valor superior a R$ 1 milhão, que somavam, à época, R$ 33,6 bilhões. Desse pente-fino, a montanha pariu um rato, e apenas R$ 679 milhões – ou 2% do total – foram efetivamente cancelados.

Ora, não há como fazer uma gestão fiscal minimamente responsável sem respeitar o princípio da anualidade orçamentária. Não há como fazer uma gestão fiscal digna do nome quando há tantas despesas antigas competindo pelo mesmo espaço orçamentário, cada vez mais exíguo em razão do avanço das despesas obrigatórias.

Nesse sentido, uma reforma na lei de finanças públicas, como propõe o Ministério do Planejamento, seria muito bem-vinda. Prestes a completar 60 anos, a legislação se tornou, ao longo desse tempo, um emaranhado de regras que somente técnicos experientes são capazes de entender.

Já aprovada no Senado, a proposta de reforma estabelece prazos mais curtos para cancelar automaticamente os restos a pagar por tipo de despesa, mas acumula poeira nos escaninhos da Câmara desde 2016. A falta de consenso e de vontade política para referendá-la não surpreende. Parlamentares não querem abrir mão do poder que acumularam nos últimos anos, e o Executivo não tem sido capaz de mobilizá-los.

Qualquer mudança proposta pelo governo no Orçamento precisa do aval do Congresso, e as emendas se tornaram a maneira mais simples de o Executivo arbitrar qualquer disputa. Há que reconhecer, no entanto, que o problema antecede ao governo Lula.

Os restos a pagar exacerbam a recusa do Executivo e do Legislativo em entrar em acordo e fazer escolhas baseadas no melhor interesse público. Esse é apenas um dos aspectos, entre tantos, a explicar como o Orçamento se tornou uma peça de ficção que não traduz as escolhas da sociedade. Daí se entende por que o País não consegue vencer desafios históricos como a baixa qualidade da educação e as persistentes desigualdades sociais.

 

DIFERENÇA ENTRE JURISTA E ADVOGADO

Ives Gandra da Silva Martins é Professor Emérito das Universidades Mackenzie, UNIP, UNIFIEO,UNIFMU, do CIEE/O ESTADO DE SÃO PAULO, das Escolas de Comando e Estado-Maior do Exército – ECEME, Superior de Guerra – ESG e da Magistratura do Tribunal Regional Federal – 1ª Região; 

Ao ministrar palestra para a primeira turma do curso de Direito da Faculdade Bela Vista, um dos temas que abordei foi a diferença entre o jurista e o advogado, que gostaria de compartilhar também com os leitores.

Muitas vezes os senhores ouvem a mídia referir-se aos juristas e aos advogados como sinônimos, mas vale ressaltar, desde logo, que são funções diferentes.

O jurista nasce com o Direito Romano. Eram os jurisconsultos que tinham autoridade e conhecimento para interpretar a lei. Por conta disso, escreviam livros e códigos, auxiliando os imperadores. O jurista é, portanto, um profundo conhecedor do Direito e, quando emite uma opinião, o faz na condição de intérprete imparcial do direito.

O jurista é aquele que interpreta o Direito e, quando se convence de uma tese, vai apresentar todo o seu conhecimento para explicar qual é a correta interpretação. Logo, o jurista é alguém que tem a função de dizer o direito com imparcialidade, mesmo que o parecer seja para alguém que está necessitando de uma determinada interpretação.

Sendo assim, nós, pareceristas, negamos, repetidas vezes, a possibilidade de redigir um parecer por não estarmos convencidos das teses apresentadas. Fizemos uma análise, outro dia no escritório, e verificamos que dos mil e poucos pareceres que eu dei na vida, devo ter negado, pelo menos mil, por não estar convencido da tese exposta.

Já o advogado tem a obrigação fundamental de defender o seu cliente e, para isso, tem que ser honesto e ético. Aliás, esse é um conselho que dou: nos primeiros tempos do exercício da advocacia, pode haver até alguma perda em relação àqueles profissionais menos éticos, mas com o tempo, eles serão conhecidos por não serem éticos, enquanto que os que o são também serão reconhecidos e, pelo seu próprio conhecimento, serão gradativamente mais valorizados.

Eu sempre disse para os meus alunos – atuei no magistério desde 1964 e fui professor universitário durante 60 anos -,como aqueles que crescem na vida podem não ter crescido tão rapidamente quanto os desonestos no início, mas, com o tempo, os desonestos são ultrapassados com uma velocidade extraordinária. Ocorre que aqueles que atuam por convicção são sempre mais confiáveis, pois só aceitam as questões de que estão convencidos que podem defender. Mesmo diante de questões mais complicadas, o advogado, tem a obrigação de dedicar-se ao máximo para vencer, não desonestamente, mas utilizando -se de todas as virtualidades da lei para que isso possa ocorrer.

Essa é a grande diferença: o advogado não tem responsabilidade de elaborar doutrina, o jurista sim. O advogado tem obrigação de buscar na lei a vitória do seu cliente, ou minimizar, no caso do direito penal, a pena dele.

É por essa razão que o advogado está no tripé que forma o Poder Judiciário: Ministério Público, Magistratura e a Advocacia, que, a meu ver, é a minha vocação.

Ives Gandra da Silva Martins é Professor Emérito das Universidades Mackenzie, UNIP, UNIFIEO,UNIFMU, do CIEE/O ESTADO DE SÃO PAULO, das Escolas de Comando e Estado-Maior do Exército – ECEME, Superior de Guerra – ESG e da Magistratura do Tribunal Regional Federal – 1ª Região; Professor Honorário das Universidades Austral (Argentina), San Martin de Porres (Peru) e Vasili Goldis (Romênia); Doutor Honoris Causa das  Universidades de Craiova (Romênia) e das PUCs-Paraná e RS, e Catedrático da Universidade do Minho (Portugal); Presidente do Conselho Superior de Direito da FECOMERCIO – SP; ex-Presidente da Academia Paulista de Letras-APL e do Instituto dos Advogados de São Paulo-IASP.

 

COMO COMPRIMIR IMAGENS PARA AUMENTAR A VELOCIDADE DO SITE

 

FabioLobo

Quer deixar imagens mais leves, ocupar menos espaço em disco e aumentar a velocidade do site? Veja como comprimir imagens de forma otimizada!

Parece complicado, mas acredite: comprimir imagens é um trabalho muito fácil. E se feito do jeito certo, suas imagens não irão ficar com a qualidade ruim!

Se você trabalha com conteúdo na internet, já deve saber que deixar imagens mais leves em seu site só traz benefícios: contribui para um carregamento de página mais rápido, economia de espaço em disco, SEO e deixa seu usuário mais feliz.

Afinal, quanto mais compactas forem as imagens do seu site, menos o visitante precisa se preocupar com o consumo de dados de seu plano de internet.

Pensando nisso, fiz esse post com três passos fundamentais para uma boa compressão de imagens. Vamos lá?!

Índice

    1. Defina um tamanho e resolução para a imagem

    2. Utilize o formato de imagem mais otimizado

        JPG: extensão de fotos

        PNG: extensão de ilustrações e elementos de layout

        SVG: extensão de elementos de layout

        WebP e AVIF: extensões campeãs

    3. Salve imagens leves sem perda de qualidade

        Como comprimir, compactar ou reduzir o tamanho das imagens?

            Ferramentas online para deixar imagens mais leves

            Plugins para WordPress para reduzir o peso das imagens

            Programas para compactação de imagens

            Hospedagem com compressão de imagens

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1. Defina um tamanho e resolução para a imagem

A primeira coisa que você deve fazer é definir as medidas e uma resolução para cada imagem que for utilizar.

Não deixe para fazer isso depois de fazer o upload da imagem no WordPress, porque o resultado não será o mesmo – e muito menos a qualidade.

Meu site, por exemplo, tem uma área de conteúdo de no máximo 730px de largura. Mas também consigo utilizar imagens de até 1110px de largura, como essa acima.

Ou seja, não faz sentido eu publicar imagens com largura maior do que essas definidas. Seria um desperdício de recursos, já que a imagem ficaria desnecessariamente bem mais pesada.

Tenha em mente!

Você sabia que escolher a hospedagem errada pode reduzir sua nota no Google, causar lentidão e até mesmo deixar seu site vulnerável para invasões e vírus?

Clique aqui e saiba mais!

Então, quando for publicar uma imagem na internet, salve-a com a medida correta (que são justamente a largura e a altura que o usuário verá em seu site).

Aqui você pode ver quais são as medidas de diversos tipos de imagens para a internet.

Já sobre a resolução, há muito se indica 72 PPI (ou DPI) ao salvar imagens para a web. Mas a verdade é que isso não faz diferença porque diz respeito à resolução para impressão, e não para telas.

O mesmo vale para retina display: Aqui, a diferença é que você deve salvar a mesma imagem com largura e altura de pixels duas vezes maior, por exemplo.

2. Utilize o formato de imagem mais otimizado

Comparação: de um lado, a imagem salva como JPG (351kb); do outro, como AVIF (76,7kb).

Não adianta nada tentar otimizar uma imagem se ela está com o formato (ou seja, extensão) errado.

Isso pode alterar, e muito, o peso, a qualidade e as cores do arquivo.

Então, utilize essas recomendações da WOWF para extensão de imagens:

JPG: extensão de fotos

Além de fotografias, o formato JPG também pode ser utilizado para alguns tipos de ilustrações – mas é mais adequado para fotos.

Isso porque ao comprimir uma imagem em JPG que tenha texto, por exemplo, pode fazer com que esse texto fique borrado. Repare a imagem acima, salva como JPG: a fotografia está perfeita, mas o texto e os ícones, não.

Ao trabalhar com a extensão JPG é possível ter controle total de compressão e qualidade da imagem. É o formato que permite mais opções de otimização – o que deve ser feito com cautela para que a qualidade da foto seja mantida.

Há, por exemplo, como definir a qualidade de uma imagem entre 0 a 100. A recomendação fica entre 84 e 95, já que abaixo de 84 a qualidade começa a cair e acima de 95 praticamente não há redução do tamanho do arquivo.

PNG: extensão de ilustrações e elementos de layout

O pior erro que você pode cometer é salvar uma fotografia com essa extensão.

Uma foto em PNG poderá ficar muito – mas MUITO – mais pesada do que se fosse salva como JPG. E a qualidade nos detalhes da imagem seria bem menor.

O formato de imagem PNG é excelente para imagens como logo, ícones, desenhos, infográficos, imagens com texto etc.

Outra vantagem do PNG é a possibilidade de salvar imagens com fundo transparente. E ao comprimir imagens com essa extensão, praticamente não há chance de perda de qualidade.

SVG: extensão de elementos de layout

O formato SVG é indicado para casos parecidos com as recomendações para PNG.

A diferença essencial entre os dois é que SVG é um formato de imagem vetorial. Ou seja: enquanto uma imagem em PNG tem uma medida fixa, o SVG pode ser “esticado” infinitamente e manterá a mesma qualidade com os mesmos detalhes.

Então, na grande maioria das vezes, utilizar SVG para imagens como logo, ícones e outros elementos de layout é bem mais vantajoso.

No entanto, o formato pode ficar muito mais pesado se usado para imagens de conteúdo como ilustrações e infográficos. Além disso, o WordPress costuma bloquear o upload de imagens com extensão SVG.

WebP e AVIF: extensões campeãs

WebP e AVIF normalmente são, de longe, os formatos mais leves de imagem. Mas são mais complexos de lidar.

A extensão WebP já é velha, mas ganhou suporte de todos os navegadores recentemente. Já o AVIF ainda não é tão suportado.

Então, seria preciso trabalhar com um código fonte condicional como esse exemplo, que faz com que o navegador exiba a melhor opção de formato de imagem de acordo com seu suporte:

<picture>

  <source srcset=”endereco-da-imagem.avif” type=”image/avif”>

  <source srcset=”endereco-da-imagem.webp” type=”image/webp”>

  <img src=”endereco-da-imagem.jpg” alt=”Descrição da imagem”>

</picture>

Considerando que isso não é nada prático para quem posta conteúdos frequentemente, é preciso fazer um malabarismo entre servidor e CDN para identificar o navegador do visitante e entregar o formato adequado para que ele possa ver a imagem, como explicou Janio Sarmento nesse texto.

Assim o processo fica automatizado e você só deve se preocupar em salvar suas imagens em JPG, PNG ou SVG (além das dicas 1 e 3 deste post, é claro).

3. Salve imagens leves sem perda de qualidade

Agora que você já tem a imagem com tamanho e extensão definidos, falta só um passo: salvar de maneira otimizada.

Sim, ter uma medida específica e utilizar o formato correto já irão deixar sua imagem mais leve. Mas esse último passo trará o melhor resultado possível.

Como comprimir, compactar ou reduzir o tamanho das imagens?

O ideal é utilizar ferramentas para isso, seja de maneira manual ou automática.

Separei quatro dicas para você otimizar suas imagens da melhor maneira possível. Dá uma olhada:

Ferramentas online para deixar imagens mais leves

printscreen do site TinyPNG

Se você tem poucas imagens pra comprimir ao mesmo tempo, utilize os compressores abaixo!

    TinyPNG: Meu favorito. Otimiza não só PNG, mas JPG também. E a compressão é excelente: já tive 90% de otimização em alguns casos, e as imagens continuaram com a mesma qualidade.

    Squoosh: Opção mais avançada, pois permite selecionar as opções de otimização e ver as alterações em tempo real antes de baixar a imagem. Além disso, também permite converter suas imagens para WebP e AVIF.

    Bulk Resize Photos: Permite alterar não só a largura e/ou altura da imagem, mas também ajustar a qualidade. Além disso, é possível até mesmo definir o peso ideal que você deseja para o arquivo.

    Online Image Optimizer: Essa é uma opção mais simples, mas tem a vantagem de também otimizar imagens com o formato GIF. Há um limite de 2,86MB por imagem, no entanto.

Plugins para WordPress para reduzir o peso das imagens

logo do plugin para WordPress EWWW Image Optimizer

Se você utiliza o WordPress, há dois plugins que ajudam bastante com essa tarefa de comprimir e redimensionar imagens:

    EWWW Image Optimizer: É só instalar, configurar e pronto! Todas as imagens que você subir em seu site serão otimizadas automaticamente, e você também poderá otimizar as antigas.

    Imsanity: Dos mesmos criadores do plugin acima, o foco deste plugin é o redimensionamento de imagens. Ideal para quem fez (ou faz) o upload de imagens grandes e precisa mantê-las com medidas adequadas.

    Regenerate Thumbnails: Já esse plugin ajuda a redimensionar as miniaturas (ou thumbnails) do seu site e apagar o que não estiver em uso. Essencial para quem acabou de trocar de tema.

Há vários outros plugins com funções semelhantes, mas não indico nenhum além desses.

Programas para compactação de imagens

prinscreen do programa ImageOptim

Se você trabalha com um grande volume de imagens, o ideal é ter um programa em seu computador para fazer o trabalho.

    ImageOptim (Mac): Esse é o app que uso. Bem leve e simples de utilizar, reduz o peso das imagens sem nenhum problema!

    Trimage (Linux): Inspirado no software acima, então não preciso dizer muito: é uma boa opção para comprimir imagens!

    RIOT (Windows): O mais completo de todos, o programa também permite redimensionar imagens e arquivos PSD.

Todos os programas são gratuitos e bem fáceis de usar.

ESCALANDO NEGÓCIOS DA VALEON

1 – Qual é o seu mercado? Qual é o tamanho dele?

O nosso mercado será atingir os 766 mil habitantes do Vale do Aço e poder divulgar os produtos / serviços para vocês clientes, lojistas, prestadores de serviços e profissionais autônomos e obter dos consumidores e usuários a sua audiência.

A ValeOn atenderá a todos os nichos de mercado da região e especialmente aos pequenos e microempresários da região que não conseguem entrar no comércio eletrônico para usufruir dos benefícios que ele proporciona. Pretendemos cadastrar todas as empresas locais com CNPJ ou não e coloca-las na internet.

2 – Qual problema a sua empresa está tentando resolver? O mercado já expressou a necessidade dessa solução?

A nossa Plataforma de Compras e Vendas que ora disponibilizamos para utilização das Empresas, Prestadores de Serviços e Profissionais Autônomos e para a audiência é um produto inovador sem concorrentes na região e foi projetada para atender às necessidades locais e oferecemos condições de adesão muito mais em conta que qualquer outro meio de comunicação.

Viemos para suprir as demandas da região no que tange a divulgação de produtos/serviços cuja finalidade é a prestação de serviços diferenciados para a conquista cada vez maior de mais clientes e públicos.

O nosso diferencial está focado nas empresas da região ao resolvermos a dor da falta de comunicação entre as empresas e seus clientes. Essa dor é resolvida através de uma tecnologia eficiente que permite que cada empresa / serviços tenha o seu próprio site e possa expor os seus produtos e promoções para os seus clientes / usuários ao utilizar a plataforma da ValeOn.

3 – Quais métodos você usará para o crescimento? O seu mercado está propício para esse tipo de crescimento?

Estratégias para o crescimento da nossa empresa

  1. Investimento na satisfação do cliente. Fidelizar é mais barato do que atrair novos clientes.
  2. Equilíbrio financeiro e rentabilidade. Capital de giro, controle de fluxo de caixa e análises de rentabilidade são termos que devem fazer parte da rotina de uma empresa que tenha o objetivo de crescer.
  3. Desenvolvimento de um planejamento estratégico. Planejar-se estrategicamente é como definir com antecedência um roteiro de viagem ao destino final.
  4. Investimento em marketing. Sem marketing, nem gigantes como a Coca-Cola sobreviveriam em um mercado feroz e competitivo ao extremo.
  5. Recrutamento e gestão de pessoas. Pessoas são sempre o maior patrimônio de uma empresa.

O mercado é um ambiente altamente volátil e competitivo. Para conquistar o sucesso, os gestores precisam estar conectados às demandas de consumo e preparados para respondê-las com eficiência.

Para isso, é essencial que os líderes procurem conhecer (e entender) as preferências do cliente e as tendências em vigor. Em um cenário em que tudo muda o tempo todo, ignorar as movimentações externas é um equívoco geralmente fatal.

Planeje-se, portanto, para reservar um tempo dedicado ao estudo do consumidor e (por que não?) da concorrência. Ao observar as melhores práticas e conhecer quais têm sido os retornos, assim podemos identificar oportunidades para melhorar nossa operação e, assim, desenvolver a bossa empresa.

4 – Quem são seus principais concorrentes e há quanto tempo eles estão no mercado? Quão grandes eles são comparados à sua empresa? Descreva suas marcas.

Nossos concorrentes indiretos costumam ser sites da área, sites de diretório e sites de mídia social. Nós não estamos apenas competindo com outras marcas – estamos competindo com todos os sites que desejam nos desconectar do nosso potencial comprador.

Nosso concorrente maior ainda é a comunicação offline que é formada por meios de comunicação de massa como rádios, propagandas de TV, revistas, outdoors, panfletos e outras mídias impressas e estão no mercado há muito tempo, bem antes da nossa Startup Valeon.

5 – Sua empresa está bem estabelecida? Quais práticas e procedimentos são considerados parte da identidade do setor?

A nossa empresa Startup Valeon é bem estabelecida e concentramos em objetivos financeiros e comerciais de curto prazo, desconsideramos a concorrência recém chegada no mercado até que deixem de ser calouros, e ignoramos as pequenas tendências de mercado até que representem mudanças catastróficas.

“Empresas bem estabelecidas igual à Startp Valeon devemos começar a pensar como disruptores”, diz Paul Earle, professor leitor adjunto de inovação e empreendedorismo na Kellogg School. “Não é uma escolha. Toda a nossa existência está em risco”.

6 – Se você quiser superar seus concorrentes, será necessário escalar o seu negócio?

A escalabilidade é um conceito administrativo usado para identificar as oportunidades de que um negócio aumente o faturamento, sem que precise alavancar seus custos operacionais em igual medida. Ou seja: a arte de fazer mais, com menos!

Então, podemos resumir que um empreendimento escalável é aquele que consegue aumentar sua produtividade, alcance e receita sem aumentar os gastos. Na maioria dos casos, a escalabilidade é atingida por conta de boas redes de relacionamento e decisões gerenciais bem acertadas.

Além disso, vale lembrar que um negócio escalável também passa por uma fase de otimização, que é o conceito focado em enxugar o funcionamento de uma empresa, examinando gastos, cortando desperdícios e eliminando a ociosidade.

Sendo assim, a otimização acaba sendo uma etapa inevitável até a conquista da escalabilidade. Afinal de contas, é disso que se trata esse conceito: atingir o máximo de eficiência, aumentando clientes, vendas, projetos e afins, sem expandir os gastos da operação de maneira expressiva.

Pretendemos escalar o nosso negócio que é o site marketplace da Startup Valeon da seguinte forma:

  • objetivo final em alguma métrica clara, como crescimento percentual em vendas, projetos, clientes e afins;
  • etapas e práticas que serão tomadas ao longo do ano para alcançar a meta;
  • decisões acertadas na contratação de novos colaboradores;
  • gerenciamento de recursos focado em otimização.

segunda-feira, 11 de março de 2024

DISCURSO ÉPICO DE JAVIER MILEI

 

Canal Victor Cezarini

Poucos brasileiros assistiram e a mídia nacional praticamente ignorou, mas no dia 01/março/2024 ocorreu um evento histórico na América Latina!

Em específico, ocorreu na cidade de Buenos Aires, no Congreso de Lá Nacion Argentina, em que o Presidente Javier Milei proferiu um discurso histórico, um discurso épico, certamente o discurso mais pró-liberdade da história da América Latina e quiçá do mundo.

De fato, não me recordo nem mesmo de figuras como Margaret Thatcher ou Ronald Reagan proferirem um discurso tão convivente como fez Javier Milei no dia 01/marco/2024.

Em resumo, o Presidente Milei disse que não irá titubear e continuará o seu programa de redução do Estado e promoção de mais liberdade aos argentinos. Avisou que irá enviar um novo projeto de Lei para o Congresso, chamado “anti-casta”, em que irá EXTINGUIR O FINANCIAMENTO PÚBLICO PARA PARTIDOS POLÍTICOS, reduzir o número de assessores de todos os Congressistas, obrigará os sindicatos a eleger seus mandatários de 4 em 4 anos (permitido só uma reeleição), permitirá que os acordos fechados entre a empresa e os trabalhadores prevaleçam sobre os acordos estipulados pelos sindicatos, proibirá que uma pessoa condenada por corrupção em 2a instância se candidate a cargo político, obrigará o desconto na folha de pagamento daquele funcionário que aderir a greve, tornará crime de responsabilidade do Presidente da República e do Ministro da Fazenda financiar o Tesouro com emissão de dinheiro pelo Banco Central, dentre diversas outras medidas históricas.

A oposição ficou totalmente sem reação: está perdida, não sabe como irá agir a partir de agora. Basta ver a cara do Governador Kichnerista de Buenos Aires, Axel Kicillof, que parece mais perdido que cego em tiroteio.

Por fim, Milei convocou todos os Governadores e líderes partidários para estabelecer um novo pacto em prol da Argentina, o “Pacto de Mayo”, que ocorrerá em Córdoba no dia 25/maio/2024. Esse pacto terá os seguintes princípios como diretrizes:

1. A inviolabilidade da propriedade privada;

2. O equilíbrio fiscal inegociável;

3. A redução dos gastos públicos para níveis históricos, em torno de 25% do Produto Interno Bruto (PIB);

4. Uma reforma tributária que reduza a pressão tributária, simplifique a vida dos argentinos e promova o comércio;

5. A rediscussão da partilha de impostos federais para acabar para sempre com o atual modelo extorsivo;

6. Um compromisso das províncias para promover a exploração dos recursos naturais do país;

7. Uma reforma trabalhista moderna que promova o trabalho formal;

8. Uma reforma previdenciária que dê sustentabilidade ao sistema, respeite quem contribuiu e permita a quem preferir aderir a um sistema de previdência privada;

9. Uma reforma política estrutural que modifique o sistema atual e realinhe os interesses dos representantes e dos representados.

10. A abertura ao comércio internacional, para que a Argentina volte a ser protagonista no mercado global.

Envio para vocês o discurso traduzido para português na íntegra!

A Liberdade volta a respirar na América Latina e dessa vez não se trata de um ignorante perdido na cadeira presidencial.

Qualquer semelhança é mera coincidência!

FALTA VERBA PARA O PAGAMENTO DO FUNDO DE GARATIA NO ORÇAMENTO

 

História de IDIANA TOMAZELLI – Folha de S. Paulo BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O governo de Jair Bolsonaro (PL) deixou um esqueleto de R$ 6,3 bilhões do seguro-desemprego para a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pagar no início de 2023.

A atual equipe do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) admitiu em nota que houve insuficiência orçamentária no fim de 2022 –em outras palavras, não havia como pagar todas as parcelas do benefício previstas para aquele ano

As despesas foram quitadas com o orçamento já do governo Lula e, na visão de técnicos, parecem ter gerado uma bola de neve. No fim de 2023, nova insuficiência orçamentária obrigou a pasta a empurrar gastos com o seguro-desemprego para o começo de 2024, num montante calculado até agora em R$ 5,66 bilhões.

Os números foram extraídos pela reportagem do painel Siga Brasil. Após serem procurados pela reportagem, o Tesouro Nacional, a Secretaria de Orçamento Federal e o MTE fizeram uma reunião técnica em 29 de fevereiro para discutir o problema.

Depois do encontro, o Ministério do Planejamento e Orçamento disse em nota que os órgãos estão em tratativas para a “correção dos procedimentos de execução dessas despesas”, mas não detalhou o diagnóstico nem quais soluções serão adotadas.

O MTE informou que os segurados receberam os pagamentos em dia e não foram afetados, mas não explicou as razões da insuficiência orçamentária. A pasta disse que “envida esforços” para executar todas as obrigações e solicitará novos créditos, caso seja necessário.

O Tesouro foi procurado em 27 de fevereiro, mas preferiu não responder.

A correção da execução dessas despesas pode gerar pressão no Orçamento, pois seria necessário reduzir outros gastos. Por isso, pessoas envolvidas nas discussões afirmam que a solução não virá “da noite para o dia” e demandará gradualismo.

A natureza do problema está na cronologia da execução orçamentária.

A Lei de Finanças Públicas diz que o empenho da despesa (primeira fase do gasto) deve ocorrer no momento da criação de uma obrigação de pagamento. Já a liquidação (segunda fase) consiste na verificação do direito adquirido de quem vai receber o dinheiro.

Ao homologar um pedido de seguro-desemprego, o governo se compromete a pagar de três a cinco parcelas ao trabalhador. Para a CGU (Controladoria-Geral da União), esse reconhecimento já equivale à liquidação da despesa, e o ministério deveria empenhar e liquidar o valor de todas as prestações –ainda que o direito de saque seja exercido só nos meses seguintes.

O MTE tem fugido desse roteiro e empenhado as despesas apenas no mês de pagamento. Na prática, isso permite ao ministério contratar um gasto sem registrá-lo no Orçamento, enquanto o espaço disponível é usado para outras ações. Em mudança de governo, a conta fica para o sucessor.

O problema foi abordado pela CGU em auditoria nas contas do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) de 2021 que indicou R$ 2,01 bilhões em benefícios homologados sem o empenho e inscritos em restos a pagar para o ano seguinte.

A cifra era maior que a dotação disponível (R$ 343,4 milhões). Ou seja, R$ 1,67 bilhão em despesas contraídas nem sequer possuíam autorização legislativa, “em confronto às regras orçamentárias”, diz o relatório.

A CGU atribuiu a irregularidade à decisão do governo Bolsonaro de reduzir as dotações do seguro-desemprego na reta final de 2021 –ano marcado por apelos do centrão por liberação de emendas e pela pressão do então presidente para turbinar gastos sociais de olho nas eleições de 2022.

Segundo os auditores, entre 30 de novembro e 31 de dezembro de 2021, a verba para o benefício sofreu um corte de R$ 3,76 bilhões.

“A gestão do FAT, ao não adotar providências para garantir a disponibilidade orçamentária para fazer frente a parte das despesas do seguro-desemprego homologadas em 2021, incorreu em ato de gestão em desconformidade com regras legais e constitucionais”, diz o relatório. Segundo a CGU, os fatos narrados ainda aguardam julgamento no TCU (Tribunal de Contas da União).

O ex-ministro Onyx Lorenzoni, que chefiou o Ministério do Trabalho de julho de 2021 a março de 2022, disse em nota que a execução orçamentária sempre acompanhou o fluxo de pagamento. Ele atribuiu à PGFN (Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional) o entendimento de que recursos previstos no Orçamento são “aqueles destinados ao pagamento das despesas do exercício de pagamento”.

Para o ex-ministro, o modelo da CGU tornaria a tarefa “bastante complexa”.

Seu sucessor no cargo, o ex-ministro José Carlos Oliveira, foi procurado, mas não respondeu.

Os relatórios oficiais mostram que as despesas pendentes de 2021 foram executadas com o Orçamento de 2022, mas a própria contabilidade do FAT apontou outra distorção. Elas deveriam ter sido classificadas como “Despesas de Exercícios Anteriores” –o que passou a ser feito a partir de 2023 e permitiu o rastreio dos valores no painel do Siga Brasil.

As DEAs, no jargão orçamentário, são um procedimento de exceção que os gestores podem adotar para empenhar obrigações de anos anteriores que não foram processadas a tempo ou para as quais não havia dotação suficiente.

Seu uso não configura, por si só, uma irregularidade. O incomum é quando as DEAs tomam uma proporção significativa como agora. Elas somaram R$ 36,4 bilhões em 2022 e alcançaram R$ 37,9 bilhões no ano passado, em valores já atualizados. São cifras maiores até do que o registrado em 2015, ano de regularização das chamadas “pedaladas fiscais”.

Além de parte do seguro-desemprego, o MTE também está classificando como DEA o gasto integral do abono salarial. O problema tem origem semelhante.

Até 2021, o calendário de pagamento do abono ia de julho a junho do ano seguinte, e o ministério reconhecia a despesa apenas no pagamento, rachando o empenho em dois exercícios.

Em duas auditorias, de 2020 e 2021, a CGU disse que o procedimento era inadequado e recomendou o empenho total dos valores no momento em que o direito ao abono é reconhecido.

Como não havia reserva suficiente no Orçamento de 2021 para acatar a medida, o governo decidiu adiar todo o calendário para 2022, o que não só evitou o estouro do teto de gastos como também liberou R$ 7,5 bilhões para turbinar emendas. Técnicos à época viram a mudança como uma espécie de pedalada.

Desde então, o abono salarial é classificado como DEA e pago com dois anos de defasagem (em 2024, recebe o benefício quem trabalhou com carteira assinada em 2022).

A CGU disse em nota que, desde 2021, não foram realizadas outras auditorias sobre o tema. “Dessa forma, a emissão de juízo sobre a adequação dos procedimentos adotados pelo MTE e sobre os fatos ocorridos a partir do período do exercício de 2022 requer nova auditoria.”

O órgão afirmou ainda que “não há recomendação que trate especificamente de registro de pagamento de seguro-desemprego como despesas de exercícios anteriores”.

ARÁBIA SAUDITA QUER SER UM DUBAI NO FUTURO

História de IGOR GIELOW – Folha de S. Paulo

RIAD, ARÁBIA SAUDITA, E DUBAI, EMIRÁDOS ÁRABES (FOLHAPRESS) – “Acredite, é bem mais difícil fazer um bom gim-tônica sem álcool”, afirma Mohammed, bartender do badalado restaurante francês LPM, no centro de Riad. Marroquino, ele costumava trabalhar em hotéis de Dubai com a bebida de fato, mas no ano passado resolveu arriscar a sorte no reino do xará Mohammed bin Salman.

MbS, como o príncipe herdeiro e real chefe do país desde 2017 é conhecido, vive dilema semelhante ao lançar a Arábia Saudita em mergulho modernizante tentando evitar uma ruptura com o conservadorismo muçulmano e sob desconfiança internacional.

“Estamos nos abrindo, mas não vamos vender nossa alma. Queremos que vocês apreciem a nossa cultura”, afirmou na semana passada Abdelrahman al-Anbar, do programa Qualidade de Vida do governo saudita, a uma plateia de empresários brasileiros levados para prospectar negócios no reino pelo Grupo Lide.

Como tudo sob MbS, a marca fantasia Visão 2030 cobre as 12 iniciativas de Al-Anbar. Projeto de US$ 3,2 trilhões (R$ 15,8 trilhões), ou 1,5 vez o PIB brasileiro, ele abarca de tudo, de infraestrutura básica à realização da Expo 2030 e da Copa-2034, passando pela troca da matriz petrolífera pela energia limpa.

Este é um dos dois pilares principais da crítica a MbS. Os planos sauditas de transição verde querem reduzir à metade sua pegada de carbono até 2030, mas às expensas de mais exportação de petróleo e consequente aumento das emissões de outros países, manipulando no processo o mercado para manter preços favoráveis do barril.

A contradição vem acompanhada pela realidade: a Arábia Saudita é uma monarquia absolutista com restrições a direitos civis, particularmente de mulheres. É acusada de violações aos direitos humanos, simbolizadas pelo assassinato do jornalista Jamal Khashoggi em 2018, e por seu envolvimento na brutal guerra civil no vizinho Iêmen. MbS é premiê desde 2022.

A importação de jogadores como Cristiano Ronaldo e Neymar para o inexpressivo futebol local é, para os críticos, mera lavagem de imagem por meio do esporte, o “sportswashing”. Para entidades como a Fifa, o pragmatismo se impõe: são países sem controles democráticos de gastos e práticas, além de riquíssimos e seguros.

Na Visão, o exemplo que vem à mente é Dubai, a joia reluzente dos sete Emirados Árabes Unidos, ainda que o poder político esteja na mais austera Abu Dhabi. Os domínios da família Al-Maktoun nunca foram ricos em petróleos como os vizinhos, apostando a partir dos anos 1970 em serviços e turismo para criar o polo ultratecnológico atual.

Por óbvio, o modelo saudita parte de outra premissa, já que o reino tem a segunda maior reserva petrolífera do mundo. Mas há a questão cultural: “Vamos construir casas tradicionais com facilidades modernas”, afirma o consultor da presidência do projeto Diriyah, Abdullah Alghanim.

Obra de R$ 265 bilhões em torno do sítio arqueológico que é o marco zero do reino, o bairro não terá as torres espelhadas gigantes que floresceram a partir dos 2000 em Dubai. Os megaprédios sauditas estão por ora ao longo do eixo norte-sul de Riad, com destaque aos 300 metros da Torre do Centro do Reino, um edifício que lembra um abridor de garrafas gigante.

Nada perto dos 828 metros do maior prédio do mundo, o Burj Khalifa de Dubai. Mas MbS costuma jogar com as duas pernas: se terá casinhas cor de terra em Diriyah, pretende gastar até R$ 25 bilhões com um mastodonte de 2 km de altura em sua capital.

As ruas desafiam um pouco os estereótipos. Sim, é um país pio: não há Constituição no reino, e o Corão e os ditos atribuídos ao profeta Maomé no século 7º são a lei. O Estado é pervasivo, mas discreto à parte dos pôsteres do rei e seu herdeiro: não há policiamento ostensivo, e a taxa de homicídio está pouco abaixo de 1 por 100 mil habitantes ao ano, 21 vezes menos do que no Brasil.

O Estado executou 170 pessoas em 2023, e um aplicativo permite que cidadãos denunciem outros em caso de comportamento que seja visto como inadequado.

Mulheres cobertas com o manto abaya e usando o véu niqab, que só permite a visão dos olhos, são onipresentes apesar da liberalização desde que MbS chegou ao poder. “O véu ainda nos protege, mas não é tão obrigatório quanto parece”, disse Nor, consultora de uma empresa de recursos humanos que pediu, assim como o barman Mohammed, para não ter o sobrenome divulgado.

De traços libaneses, Nor tem 34 anos, é casada e tem dois filhos. Elogia MbS: “Antes eu não podia dirigir, agora saio sozinha para jantar com minhas amigas”. Um dos locais favoritos é o Mefic, centro de restaurantes e lojas frequentado por grupos mistos, algo impensável há alguns anos. Mas ainda há desconforto entre homens mais velhos, diz ela, com a presença feminina.

Em shoppings de luxo como o Al-Faisliah, senhoras envelopadas de preto ou algumas cores mais discretas compram lingerie na Victoria’s Secret. Já o fosso salarial não difere muito daquele no resto do mundo: em 2023, o trabalhador do setor privado saudita ganhava em média R$ 14 mil mensais; mulheres, pouco mais da metade disso.

Isso dito, ainda há uma distância oceânica entre a ideia ocidental de liberdade feminina e o que se vê no país, particularmente entre os mais pobres. A ONU calculou em 2023 em 13,6% os que moram na pobreza no reino, a maioria entre os imigrantes (14 milhões dos 34 milhões de moradores, 3 milhões deles ilegais).

Na capital, em quatro dias foi possível vê-los em bairros na área sul da cidade, além de uma solitária vendedora de flores com suas duas filhas pequenas numa noite. Já a riqueza mais evidente está nas ruas: os muitos carros “normais” sul-coreanos e japoneses disputam espaço com nem tantos modelos esportivos e de ultraluxo –numa loja de usados, um SUV Rolls Royce Cullinan de 2018 saía por R$ 2,7 milhões.

Dificilmente acessível a quem não fosse um dos 2 milhões de muçulmanos que fazem a peregrinação a Meca anualmente, o país se abriu em 2019, com vistos online de um ano a cerca de R$ 500.

Mas os grandes eventos colocarão à prova mais que as belas apresentações virtuais e maquetes de megaprojetos, como a megalomaníaca cidade futurista Neom, de R$ 2,5 trilhões. Bala, há: só o fundo soberano saudita, o maior do mundo, gerencia R$ 3,4 trilhões.

Um diplomata ocidental em Riad pondera que MbS não pode se dar ao luxo de excluir a liderança conservadora, lembrando o que aconteceu quando a Al Qaeda do saudita Osama bin Laden (1957-2011) lançou uma guerra contra a monarquia e o Ocidente pelo que chamava de desvirtuamento do Islã.

Um foco nevrálgico é o álcool, central na estratégia de ocasiões como a Copa, que é banido no país. Se você tentar entrar com uma garrafa de vinho na mala e for pego, está sujeito a prisão e até açoite. Como se viu no vizinho Qatar em 2022, a Fifa terá de achar um caminho intermediário.

Isso não significa que as pessoas não bebam álcool na Arábia, ao contrário. Assim como no Paquistão, outra terra de purismo islâmico, a elite o consome de forma escondida, como nos condomínios fechados das estrelas do futebol. Se no país do sul da Ásia a fonte são os cristãos com licença para venda, na Arábia as embaixadas e as porosas fronteiras fornecem o produto.

Segundo dois empresários locais apreciadores de uísque, uma garrafa do escocês The Macallan 12 anos sai pelo equivalente a R$ 2.500, preço brasileiro. Uma de vodca russa Beluga, R$ 2.000.

A resposta que o governo achou foi dupla. Em 31 de janeiro, abriu no Distrito Diplomático a primeira loja oficial de bebidas para representantes estrangeiros não muçulmanos no reino. Só entra lá quem tiver autorização, e há cotas visando limitar e legalizar o consumo.

Na outra mão, há uma moda que é incentivada na mídia local, a maioria privada e toda governista: os bares de mocktails, os “coquetéis falsos”, no caso, sem álcool. Locais como o do LPM cobram R$ 80 pelo tal gim-tônica, produzido com uma beberagem inglesa cujo etanol foi desnaturado.

O barman Mohammed está certo: é mais difícil fazer uma receita tão tradicional de forma potável sem o produto principal. O gosto, ainda que lembre o original, ao fim não passa daquele de uma água aromatizada algo vulgar. Cerveja sem álcool custa R$ 50 a lata, em hotéis e bares.

A quase 900 km de lá, no Time Out Market de Dubai, outro barman chamado Mohammed, esse tunisiano e também com 25 anos, servia na noite de quarta (6) uma cerveja normal também a R$ 50. A Arábia Saudita será a nova Dubai? “Eles estão tentando, e muitos amigos meus estão indo trabalhar lá”, diz.

 

TEORIA DO DOMÍNIO PERIGOSA EM QUALQUER GOVERNO

 

História de Andrea DiP – Agência Pública

Teologia do domínio é mais perigosa para democracia que bolsonarismo, diz historiador

Teologia do domínio é mais perigosa para democracia que bolsonarismo, diz historiador© Fornecido por Agência Pública

Em meio ao avanço de investigações da Polícia Federal sobre as suspeitas de um plano de golpe de Estado por parte de Jair Bolsonaro e seus aliados, o ex-presidente reuniu milhares de apoiadores na avenida Paulista no dia 25 de fevereiro. Para o historiador e professor de literatura comparada na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) João Cezar de Castro Rocha, no futuro os historiadores verão essa manifestação como um momento sintomático de algo que há muito tempo se articula nos bastidores: pela primeira vez, tornou-se explícito o projeto da teologia do domínio.

No episódio 109 do podcast Pauta Pública, o professor explica as dimensões religiosas da manifestação bolsonarista. Segundo Castro Rocha, a teologia do domínio usada nos discursos de Michelle Bolsonaro e Nikolas Ferreira foi desenvolvida nos Estados Unidos e, recentemente, adotada no Brasil. Ela é a base da doutrina de várias igrejas, como a da Lagoinha, diz o professor.

O historiador explica que a declaração de Michelle Bolsonaro foi flagrantemente inconstitucional e representa uma enorme ameaça. “Eles não estão brincando, os evangélicos estão de fato partindo para o momento em que a teologia do domínio tentará chegar ao poder político”, afirma. Para ele, a democracia corre o risco de se transformar numa distopia teonomista, ou seja, que pretende subordinar toda a vida à religião. 

EP 109 Bolsonarismo é uma distopia teocrática? – com João Cezar de Castro Rocha

[Andrea Dip] A teologia do domínio tem aparecido nos congressos de extrema direita em todo o mundo. Ou seja, a religião cristã é posta como uma verdade absoluta. E tem um outro movimento que a Michelle Bolsonaro encarna perfeitamente – que o bolsonarismo tem tentado vender –, o Mulheres com Bolsonaro. Como você vê isso e qual é a importância da Michelle para o bolsonarismo?

Partindo do princípio da ideia da teologia do domínio em algumas passagens da Bíblia, no Antigo Testamento, Gênesis, capítulo 1, versículo 27, diz: “Criou Deus o homem e a sua imagem, a imagem de Deus o criou, homem e mulher os criou”. Agora o versículo seguinte, fundamental para a discussão: “Deus os abençoou e lhes disse, sejam férteis e multipliquem-se. Encham e subjulguem a terra. Dominem sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se movem pela terra’”.

Porém a tradução foi fundamental, é o monumento da literatura ocidental. É da tradução da Bíblia, patrocinada pelo rei James, que vem a ideia, no capítulo 1, versículo 28, de uma leitura literal da passagem, especialmente na parte “have dominion over”. O que se entende é que todos aqueles eleitos por Deus devem ter domínio sobre tudo, especialmente na condução do Estado. 

Essa teologia foi desenvolvida inicialmente nos Estados Unidos e recentemente foi adotada no Brasil. Ela está na base da doutrina da Igreja da Lagoinha, onde Nikolas Ferreira (PL-MG) professa sua fé. A teologia do domínio está na base de outras igrejas que contaminaram as concepções de Damares Alves e Michelle Bolsonaro. Quando Michelle diz que chegou a hora da libertação, o que ela está dizendo é: chegou a hora do Estado civil subordinar-se à fé, não à espiritualidade, mas à crença deles. Pensando nisso, no nosso país tudo começa a ficar bastante claro e muito preocupante, muito preocupante. 

Nós não podemos, em relação à teologia do domínio, fazer como fizemos com Jair Bolsonaro. Não podemos reduzir essa teologia a uma caricatura do programa CQC, uma caricatura do sofá da Luciana Gimenez no programa Super Pop. A teologia do domínio é muito mais perigosa do que Bolsonaro.

A Igreja Universal do Reino de Deus é de 1977. Em 1988, a Constituição Federal do Brasil, no seu artigo 5º, assegura o caráter laico do Estado e o direito inviolável da dignidade da pessoa humana de professar a sua fé. Portanto, não apenas o Estado é considerado laico, mas todas as religiões são vistas em pé de igualdade. Em 1988, nenhuma liderança evangélica se opôs ao artigo 5º da Constituição. A resposta a isso nos conduz a um dos principais pensadores da teologia do domínio, um economista muito importante: Gary North.

Gary North era um defensor da escola austríaca, portanto neoliberal, autor de uma obra muito vasta, com uma profunda reflexão sobre economia, política e comunidade cristã. North era adepto à teologia do domínio e defendia um movimento em dupla etapa.

Na primeira etapa, dizia o Gary North, como a liberdade de culto é assegurada, vamos expandir o número dos fiéis e propagar a nossa doutrina. Quando o número for suficiente para interferir na vida política, o faremos. É o que aconteceu no Brasil. Em 1977 a Igreja Universal do Reino de Deus é criada e, como eu disse anteriormente, em 1988, a Constituição Federal é promulgada com o Estado laico. 

Agora vamos pular no tempo: em 2008 foi lançado o livro de Edir Macedo. O livro tem como base teórica Thomas Hobbes e o Antigo Testamento, porque Deus, diz Edir Macedo, é um estadista, Deus é, sobretudo, um gestor da coisa pública. Na última página do livro, Edir Macedo esclarece o potencial que tem um Estado adormecido e chama a atenção do leitor para que não deixe essa “potencialidade” ser desperdiçada.

Para compreender essa questão, podemos citar o seu livro A bancada evangélica e seu projeto de poder. No depoimento do senador Haroldo Oliveira (– que eu considero um dos mais preciosos jamais feitos para compreender essa questão –,ele diz que, em 2018, os evangélicos seriam um terço da população do Brasil. É um público relevante na sociedade. Haroldo também diz que a Igreja Universal foi a primeira a ter consciência política logo depois da Constituinte e elegeu os seus representantes para a Câmara dos Deputados.

Um ano depois dessa entrevista, pela primeira vez na história os evangélicos elegeram um presidente da República. A diferença de votos evangélicos dados para Jair Messias Bolsonaro e Fernando Haddad é a diferença de votos que o levou à vitória. A primeira vez que isso aconteceu na política brasileira numa eleição presidencial foi em 2002. Ganhou a eleição o presidente Lula, em segundo lugar ficou José Serra, em terceiro lugar, de maneira surpreendente, o Anthony Garotinho, que obteve 10% dos votos em todo o Brasil em 2002. Eram votos majoritariamente evangélicos.

O Anthony Garotinho foi de fato o primeiro político a compreender que os evangélicos levariam um candidato à Presidência. Em 2018 isso se materializou. Agora eles já não são mais minoria, estamos na segunda etapa do projeto do Gary North. A declaração de Michelle Bolsonaro é flagrantemente inconstitucional, mas ela é, sobretudo, uma enorme ameaça. Eles não estão brincando, os evangélicos estão de fato partindo para o momento em que a teologia do domínio tentará chegar ao poder político. Nada pode ser mais perigoso do que isso. Isso é mais perigoso para a democracia brasileira do que o bolsonarismo. Se é que isso é possível de acreditar.

[Clarissa Levy] Eu queria emendar uma pergunta exatamente sobre isso que você está falando, como essa extrema direita no Brasil tem os pés absolutamente fincados na religião. A teologia do domínio que o senhor menciona abarca um projeto de nacionalismo cristão? De que maneira você acha que vamos ver isso nas eleições municipais?

O nacionalismo cristão também é um movimento norte-americano, assim como o sionismo cristão. No Brasil, há uma mescla, às vezes de difícil distinção, entre o nacionalismo e o sionismo cristão – que teve como um dos líderes no Brasil um dos mais importantes propagadores do sionismo cristão, o Márcio Valadão, criador da Igreja da Lagoinha, e hoje tem seu filho, André Valadão, como líder. André Valadão, que há dois ou três meses, num culto de sua igreja nos Estados Unidos, na Flórida, disse com todas as palavras que, se fosse necessário para “resolver o problema LGBT”, os fiéis deveriam agir. Essa declaração foi uma coisa absolutamente espantosa, mas muito reveladora do que é de fato a teologia do domínio e o nacionalismo cristão.

Para André Valadão, o nacionalismo cristão de Nikolas Ferreira, de Damares Alves, de Michelle Bolsonaro não o inclui. É como se ele não fosse digno deste nacionalismo cristão que eles defendem. Isso é muito perigoso, mas ajuda a compreender algo da fala de Michelle Bolsonaro e nos permite ir ainda mais longe. 

Passo a passo, a Michelle Bolsonaro, logo depois de dizer que houve o equívoco de separar religião e política, o que ela basicamente quis dizer é que ela pretende voltar ao século XVII, que é a monarquia absoluta e direito divino. Ela usou a categoria do mal, “o mal dominou”, “o mal ocupou o terreno”, e o mal é uma das mais importantes e fascinantes categorias filosóficas e teológicas. É uma questão filosófica de enorme importância, uma questão teológica central. Crime e castigo, de Dostoiévski, é uma reflexão profunda sobre a presença do mal no cotidiano.

Na esfera da política, o mal é uma categoria absolutamente inadequada. Porque, toda vez que eu falo em mal, eu tenho que supor o bem, e, se de fato existe o bem supremo, o mal absoluto não pode senão ser negado ou rejeitado, se possível, eliminado. 

A política é a esfera da negociação, é importante recuperar a palavra. Negociação não é negociata. A política só faz sentido porque na pólis convivem diversos, que não são necessariamente opostos, mas diversos. A política é sobretudo a arte de falar, mas especialmente de escutar o outro, implica a negociação, a concessão. Mas não há política, cotidiano, nenhum de nós seria capaz de ter uma relação com um companheiro, com uma companheira, com um filho, se nós não fizermos concessões. Só é possível fazer concessão se eu reconheço a plena dignidade do outro. Mas se o outro, aquele que é diverso de mim, aquele que não é meu espelho, não tem dignidade, eu nunca vou fazer concessão.

Quando Michelle Bolsonaro traz para a esfera da política a categoria do mal, é uma indicação precisa de que se trata de uma distopia. Usando as palavras corretas, é uma distopia teocrática, fundamentalista. No termo correto derivado da teologia do domínio, teonomista – Teo em grego Deus, nomos, ordem, lei.

É uma distopia teonomista porque é uma distopia que pretende subordinar toda a nossa vida à religião. Mas vou repetir, não é subordinar a vida à espiritualidade, mas à religião tal qual eles professam. Isso ajuda a entender um fenômeno desta manifestação do dia 25 de fevereiro. Salvo o engano, eu não me lembro de escutar o nome de Jesus, as referências eram todas do Antigo Testamento.

A Igreja Universal do Reino de Deus surge em 1977, é a Igreja do Cristo e é a mensagem do Cristo, sobretudo. Nos últimos 15, 20 anos, em todo o mundo, nas igrejas neopentecostais que favorecem o nacionalismo cristão, o sionismo cristão ou a teologia do domínio, muitas vezes mesclando essas teorias, há uma transferência teológica muito reveladora. Mas o motivo de ser o Antigo Testamento é porque não é possível encontrar no Novo Testamento nenhuma passagem que favoreça um projeto político. Afinal, Jesus foi muito claro: “A César, o que é de César, ao Senhor, o que é do Senhor”. Poder temporal, poder espiritual. O reino de Deus não se confunde com o reino de césares. 

Além do mais, não é possível pensar no Novo Testamento e ter a intolerância implícita na teologia do domínio. Quando um gentio qualquer busca a Cristo para salvação ou para cura de alguma enfermidade, Cristo sempre atendeu. Quando eles criticam dizendo mas é um gentio – ou seja, um não judeu –, Cristo respondeu: mas ele me procurou com fé no coração. O cristianismo como religião só se tornou possível quando Paulo desenvolveu a ideia de que é possível ser cristão sem necessitar a circuncisão, o que quase levou Paulo à morte num debate no templo. Em outras palavras, é possível ser cristão não sendo judeu. Nesse momento surge o princípio básico da Igreja Católica; em latim, catolicus é universal e ecumênico, depende da fé que você tem no coração. Isso implica dizer que você não é necessariamente uma exclusividade, não é apenas uma doutrina que não aceite nenhuma outra.

O Antigo Testamento, buscado pela teologia do domínio, não é um Antigo Testamento como um todo. Isso faz a diferença, não é de Moisés, que recebe a Tábua das Leis no monte Sinai; não é de José, que, tendo sido vendido pelos irmãos, quando tem a chance de se vingar, perdoa. Em uma das mais bonitas cenas do Antigo Testamento, ele perdoa os irmãos e reúne a sua família numa espécie de imagem do futuro Cristo que também perdoa. Há muitos exemplos no Antigo Testamento, mas o que foi dito no dia 

25 de fevereiro pela mescla de locutor de rodeio e pastor, antes de passar a palavra ao ex-presidente foi: Deus não evitou que Golias enfrentasse a Davi. Em seguida, ele disse “e agora eu chamo o mito Jair Messias Bolsonaro”. 

Nesse momento temos a ponte, Davi para Bolsonaro, do pecador ungido para o mito igualmente ungido. Mas por que Davi? É um fenômeno que faz parte da teologia do domínio. Um fenômeno que não é brasileiro.

Trump é Davi, Bolsonaro é Davi, Milei é Davi. Porque Davi aqui é privilegiado, não é o menino que derrota Golias, que vence a força bruta com a inteligência e a astúcia. Aqui é o rei Davi, um modelo do pecador ungido, porque ele é o senhor das armas, ele é o rei de batalhas, ele é o senhor de um império, mas depois ele se arrepende, torna-se outro. Davi é abraçado pela teologia do domínio. Em outras palavras, Trump, Milei e Jair Bolsonaro, pouco importa os pecados que cometam, eles são ungidos.

MOTIVOS DA REPROVAÇÃO PÚBLICA AO GOVERNO LULA

 

História de Juliano Galisi – Jornal Estadão

Nesta semana, três institutos divulgaram pesquisas que apontaram queda na avaliação positiva do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Quaest, Atlas/Intel e Ipec (antigo Ibope) indicam que mais entrevistados “desaprovam” a gestão do petista, enquanto os índices dos que avaliam o governo como “ruim” ou “péssimo” têm subido.

Cada instituto adota metodologias distintas e entrevista um universo diferente de entrevistados, mas a tendência geral é a mesma nos três levantamentos.

Lula está no terceiro mandato na Presidência Foto: Wilton Junior/Estadão

Lula está no terceiro mandato na Presidência Foto: Wilton Junior/Estadão© Fornecido por Estadão

A pesquisa Ipec não apontou motivos possíveis para o crescimento da avaliação negativa, enquanto os levantamentos dos institutos Atlas/Intel e Quaest indicaram, entre os motivos para a queda, as declarações recentes do petista que abalaram sua imagem com o público.

Além disso, a percepção a respeito da Economia nacional e dos preços dos insumos do dia a dia piorou em comparação com levantamentos recentes. O governo também não consegue performar bem nos temas mais importantes para os entrevistados, como segurança pública e corrupção.

A polarização política, por fim, pesa como um “teto” que o petista ainda não conseguiu superar em suas avaliações.

Veja as principais razões para a queda na popularidade do governo Lula.

Fala que comparou Israel ao Holocausto

Em 18 de fevereiro, durante entrevista coletiva em Adis Abeba, capital da Etiópia, Lula comparou a incursão de Israel na Faixa de Gaza com o Holocausto. “O que está acontecendo em Gaza não aconteceu em nenhum outro momento histórico, só quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse o presidente.

O episódio se destaca como o evento de maior impacto na imagem do petista desde quando as últimas pesquisas de opinião haviam sido feitas e, por conta disso, institutos se debruçaram especificamente em relação ao tema.

Na pesquisa Quaest, constatou-se que a declaração foi percebida como um “exagero” e teve influência na avaliação de Lula. Para 60% dos entrevistados, o presidente “exagerou” na comparação. Entre os evangélicos, o índice chegou a 69%. E é justamente entre os evangélicos que a popularidade de Lula despencou mais nitidamente.

Segundo a Quaest, a avaliação negativa do governo subiu de 36% a 48% entre pessoas dessa denominação religiosa, enquanto no geral ela foi de 29% a 34%. Na pesquisa Atlas/Intel, 57% dos evangélicos avaliam o governo como “ruim/péssimo”. No geral são 41%.

Já no levantamento do Ipec, a administração Lula é vista como ruim ou péssima por 41% dos entrevistados evangélicos e 32% no total da população.

Em janeiro, segundo o Atlas/Intel, a imagem do Lula, como presidente, era positiva para 51% e negativa para 45% dos entrevistados. Agora, o quadro se inverteu, com imagem negativa para 49% e positiva para 47%. Andrei Roman, CEO do instituto, aponta a fala dele sobre os ataques de Israel como um dos motivos para essa piora, junto da postura do presidente sobre as eleições venezuelanas.

Como mostrou o EstadãoLula se disse feliz pelo ditador Nicolás Maduro marcar o pleito no País e sugeriu que oposição não questione a lisura do processo. No fim de janeiro, o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela declarou María Corina Machado, principal nome da oposição, como impedida de disputar a eleição deste ano, entre outras decisões que barram opositores no País.

Percepção de aumento nos preços dos insumos

A pesquisa divulgada pela Quaest indica um aumento substancial na percepção de aumento de preços de insumos básicos. O índice diz respeito ao que o entrevistado sente no momento de realizar as compras e não corresponde, necessariamente, aos índices de inflação auferidos por institutos especializados em estatísticas econômicas.

Ainda assim, a percepção de preço é suficiente para influenciar a opinião pública em relação à atuação do governo na área econômica.

Em dezembro, data em que foi realizado o levantamento anterior da Quaest, 48% dos entrevistados disseram ao instituto que, para eles, os preços dos alimentos “subiram no último mês”. Na pesquisa de fevereiro, o índice disparou para 73%. No mesmo sentido, na pesquisa anterior, 36% disseram que sentiram um aumento no preço dos combustíveis. Em fevereiro, a percepção subiu 15 pontos porcentuais, indo a 51%.

Economia

A Atlas/Intel apurou que a percepção geral dos entrevistados é de que a economia brasileira vai mal. Para 53%, a situação econômica do País é “ruim”. É a primeira vez desde o início do terceiro mandato de Lula que o porcentual supera os 50%. Na pesquisa anterior, realizada em janeiro, 47% dos brasileiros afirmaram que a economia estava indo mal.

Em comparação, na análise da semana passada, 28% disseram que a economia está “boa” e 19% que está “normal”.

Na pesquisa Quaest, 38% disseram que a economia do País piorou nos últimos 12 meses, frente a 26% que opinaram que ela melhorou. Em dezembro, na pesquisa anterior, a situação estava invertida: 34% avaliavam que a economia melhorou, enquanto quem viu ela piorando foram 31%.

Segurança pública e corrupção

A Atlas/Intel entrevistou 3.154 pessoas e pediu para cada entrevistado elencar quais seriam os três principais problemas do País. As áreas mais citadas foram “Criminalidade e tráfico de drogas”, com 59,9% mencionando a questão como um problema para o Brasil, e “Corrupção”, com 58,8%.

Os temas destoam de forma disparada em relação aos demais: a terceira área mais citada foi “Pobreza, desemprego e desigualdade social”, lembrada por 20,6% dos pesquisados. E, justamente nas áreas apontadas como mais importantes para a formação de opinião dos entrevistados, o governo Lula não tem apresentado bons índices de avaliação, como demonstra a Atlas/Intel.

Em janeiro de 2024, 52% haviam dito ao instituto que avaliavam o governo como “ruim” ou “péssimo” na área de segurança pública, porcentual que já representava, na ocasião, a área com avaliação mais problemática para o governo. Na pesquisa divulgada nesta semana, o índice foi a 66%.

No quesito “Justiça e combate à corrupção”, a avaliação também piorou. Em janeiro, a opinião de que o governo era “ruim” ou “péssimo” nessa área era de 48%. No início de março, o índice foi a 55%.

Persistência da polarização Lula e Bolsonaro

Cada instituto possui uma metodologia de pesquisa distinta para auferir os índices de opinião, mas os três levantamentos são unânimes em indicar que, quase um ano e meio depois do segundo turno presidencial em 2022, a polarização entre Lula e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) segue viva na mente do entrevistado.

Polarização entre Lula e Bolsonaro, que marcou eleição presidencial em 2022, persiste na cabeça do eleitor Foto: André Dusek/Estadão e Gabriela Biló/Estadão

Polarização entre Lula e Bolsonaro, que marcou eleição presidencial em 2022, persiste na cabeça do eleitor Foto: André Dusek/Estadão e Gabriela Biló/Estadão© Fornecido por Estadão

As pesquisas têm diferenciado as respostas em relação ao candidato escolhido na eleição passada. O Ipec, por exemplo, questionou os pesquisados sobre a aprovação ao governo de Lula e cruzou os dados em relação aos diferentes eleitorados. Entre eleitores de Lula, 84% aprovam a gestão federal. Entre os que votaram em Bolsonaro, a desaprovação é de 83%.

Os índices apontam que Lula não consegue influenciar a opinião de quem não votou nele em 2022, o que cria um teto estreito para o petista aumentar sua aprovação.

Saiba mais sobre as pesquisas de opinião

O Quaest fez 2.000 entrevistas presenciais entre os dias 25 e 27 de fevereiro. A margem de erro é de 2,2 pontos porcentuais e o índice de confiança é de 95%. A pesquisa Atlas/Intel entrevistou 3.154 pessoas pela internet entre os dias 2 e 5 de março de 2024, com margem de erro de 2 pontos porcentuais e índice de confiança de 95%. O levantamento do Ipec ouviu 2.000 pessoas presencialmente, com margem de erro de 2 pontos porcentuais e índice de confiança de 95%.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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