segunda-feira, 11 de março de 2024

GOVERNO VAI RECULAMENTAR A ENTREGA DE E-COMMERCE COM O CORREIO

 

Ministro das Comunicações montou grupo de trabalho da pasta com a participação de integrantes dos Correios para discutir os termos da proposta a ser apresentada até agosto, e diz que, hoje, a estatal está em desvantagem com o setor privado

Por Roseann Kennedy – Jornal Estadão

O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, quer regulamentar o serviço de entregas e-commerce no País e montou um grupo de trabalho com integrantes da pasta e dos Correios para apresentar a proposta até agosto.

Ele afirma que a medida visa fortalecer a estatal para que possa competir “em pé de igualdade” com as concorrentes privadas. Juscelino avalia que os Correios operam em desvantagem e argumenta que a legislação postal de 1978 está defasada, limitando a atuação da empresa.

”As regras têm que ser justas para todos, ainda mais em um mercado em crescimento. Além disso, não podemos deixar que o setor de entregas de e-commerce não tenha uma regulamentação para garantir níveis de qualidade, padrões e uma instância de reclamação”, afirmou à Coluna do Estadão.

O ministro diz que os Correios enfrentam regras antiquadas como proibição de envio de plantas vivas e de animais. Ressalta que isso impede o transporte de vírus inativo para estudos ou de sêmen de animais para criação.

O ministro das Comunicações, Juscelino Filho.
O ministro das Comunicações, Juscelino Filho. Foto: Divulgação/Ministério das Comunicaç

Em outra frente, os Correios vão receber investimento de R$ 856 milhões, no Novo PAC, para sistemas automatizados de triagem e centros de serviços postais.

Governo Lula retirou os Correios e outras seis estatais de programa de privatização

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva retirou em abril do ano passado sete empresas do Programa Nacional de Desestatização (PND) e três do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). Entre as empresas removidas, estão os Correios e a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC).

As estatais foram incluídas nos programas de desestatização durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. O governo Lula já havia assinado um despacho determinando a revogação de processos de privatização de oito estatais, incluindo os Correios, no dia da posse, em 1º de janeiro.

GOVER FECHA CONTRATOS COM EMPRESA DE TAXI AÉREO DO GARIMPO ILEGAl

Governo Lula fecha contratos de R$ 14 milhões com empresa ré por garimpo ilegal na AmazôniaGarimpo fica dentro de reserva biológica e família de fundador enriqueceu sob a ilegalidade, segundo a PF; Ministério da Saúde diz que romperá contrato se a empresa for condenada e o advogado da companhia não se manifestou

Por Tácio Lorran – Jornal Estadão

BRASÍLIA – Sob a gestão de Nísia Trindade, o Ministério da Saúde firmou dois contratos em 2023, no valor total de R$ 14,4 milhões, com uma empresa de táxi aéreo que responde na Justiça por garimpo de ouro ilegal em uma reserva biológica (Rebio) na Amazônia.

A Piquiatuba Táxi Aéreo tem sede em Santarém (PA) e é acusada pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público Federal (MPF) de usar aeronaves para auxiliar um garimpo dentro da Reserva Biológica Maicuru, no norte do Pará, e próximo a indígenas isolados. O fundador do garimpo é pai dos sócios da Piquiatuba e construiu o grupo empresarial da família a partir da extração ilegal de ouro. A denúncia foi aceita pela Justiça Federal, e a empresa responde ao processo em primeira instância.

Procurado, o Ministério da Saúde disse que não compactua com o garimpo ilegal e informou que vai suspender os contratos com a Piquiatuba somente se a empresa for condenada na Justiça. O advogado da companhia não se manifestou.

Os contratos foram firmados em junho e agosto do ano passado pelos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) de Tapajós e de Kaiapó Redenção, vinculados ao Ministério da Saúde, ambos no Pará, para serviço de fretamento de aeronaves nas regiões. Esses aviões são usados em missões de equipes de saúde para atendimento em comunidades indígenas. A denúncia do MPF foi aceita pela Justiça Federal em maio de 2021, ou seja, os contratos firmados com o governo Lula ocorreram depois disso.

Os acordos feitos pelo Ministério da Saúde vão na contramão da política ambiental anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que prometeu tolerância zero contra o garimpo ilegal e que tem usado a defesa da Amazônia como pauta internacional.

A relação da Piquiatuba com a gestão pública, porém, não é de agora. Desde 2014, quando assinou o primeiro contrato, durante a gestão de Dilma Rousseff, a empresa ganhou R$ 181,7 milhões do governo federal, segundo dados do Portal da Transparência. Desse total, R$ 24,9 milhões foram repassados pela atual gestão petista.

Além dos dois novos contratos, o Ministério de Nísia Trindade renovou outros dois acordos com a empresa denunciada. Um deles foi feito com o DSEI Amapá e Norte do Pará. A região, inclusive, abrange o garimpo ilegal de onde a companhia extraiu ouro de forma criminosa, segundo Ministério Público Federal e a Polícia Federal. O outro foi renovado com o distrito de Guamá-Tocantins.

Garimpeiro construiu maior empresa de táxi aéreo do Norte e Nordeste com a extração ilegal de ouro

A Piquiatuba e seus dois sócios, Edson Barros da Silva e Patrick Paiva da Silva, foram denunciados pelo MPF em maio de 2021 por atuarem na extração ilegal de ouro numa região conhecida como Garimpo do Limão, que fica a 10 quilômetros do território indígena Rio Paru d’Este. A terra abrange os povos Aparai, Wayana e isolados do alto Rio Ipitinga.

De acordo com a denúncia, a Piquiatuba usou seus aviões para auxiliar o empreendimento criminoso. A empresa realizou entre 2015 e 2018 cerca de 200 voos para o Garimpo do Limão. Nesse mesmo período, Armando Amâncio da Silva vendeu e esquentou ao menos R$ 13,4 milhões de ouro ilegal, segundo os investigadores.

Edson Barros da Silva, Armando Amâncio da Silva e Patrick Paiva da Silva, da esquerda para a direita
Edson Barros da Silva, Armando Amâncio da Silva e Patrick Paiva da Silva, da esquerda para a direita Foto: @Edson7777 via Instagram e @patrickpaiva via Facebook

Armando é fundador da Piquiatuba e pai dos atuais sócios da empresa. Ele morreu em outubro de 2020, três semanas depois de ter sido alvo da operação Ouro Frio, da Polícia Federal. Os investigadores encontraram 44,9 quilogramas de ouro ilegal na casa do empresário.

Armando nasceu em Gilbués, no sul do Piauí, e foi um dos milhares de nordestinos que se mudaram para a Amazônia atrás de ouro, na década de 1970. O garimpo fundado por ele, segundo a Polícia Federal, jamais teve autorização para extrair o minério.

O único jeito possível para acessar o Garimpo do Limão é por via aérea. Armando comprou seu primeiro monomotor logo na década de 1980. A partir daí, criou uma empresa de aviação – ao mesmo tempo em que extraía ouro de forma ilegal. Hoje, a Piquiatuba é a maior empresa de táxi aéreo do Norte e do Nordeste do País, com uma frota de 23 aeronaves e mais de 15 mil decolagens, segundo números publicados pela própria companhia.

Armando teve a punibilidade extinta em 2020 devido ao seu óbito. A ação penal se manteve, no entanto, contra a Piquiatuba e os irmãos Edson e Patrick.

Edson é piloto de avião, assim como o pai, e casado com a vereadora de Santarém Adriana Almeida (União Brasil), aliada do ministro do Turismo, Celso Sabino (União Brasil). Patrick é responsável pelo setor de recursos humanos da companhia.

Empresa de táxi aéreo causou ‘ampla gama de danos’ à Amazônia, segundo denúncia

Além da ação penal em curso, o MPF apresentou uma ação civil pública contra a Piquiatuba. A Procuradoria pede que a empresa seja condenada a pagar R$ 395,4 milhões por venda ilegal de ouro, danos ambientais e danos coletivos aos povos indígenas da terra Paru D’Este.

“Fora identificada uma ampla gama de danos à unidade de conservação, que vão desde o emprego absolutamente inadequado de substâncias tóxicas à saúde e altamente poluentes ao meio ambiente – no caso, mercúrio e cianeto –, ao revolvimento do solo e supressão vegetal, todos estes danos diretamente relacionados à atuação dos denunciados”, diz o MPF.

Garimpo do Limão fica dentro de uma reserva biológica no norte do Pará e ao lado de uma pista de pouso usada pela Piquiatuba Táxi Aéreo
Garimpo do Limão fica dentro de uma reserva biológica no norte do Pará e ao lado de uma pista de pouso usada pela Piquiatuba Táxi Aéreo Foto: Reprodução/ MPF
Trecho da ação civil pública ofertada pelo MPF contra a Piquiatuba e seus dois sócios

Controladoria-Geral da União (CGU) também já apontou um favorecimento da Piquiatuba Táxi Aéreo durante uma licitação feita em 2019 pelo governo Jair Bolsonaro para atendimento na região da Terra Indígena Yanomami. O relatório de auditoria identificou que a escolha da empresa durante o pregão ocorreu antes mesmo da elaboração do projeto básico, o que reforça a tese de direcionamento. O caso é investigado pela Polícia Federal.

Já em março do ano passado, a CGU levantou uma série de irregularidades na execução do contrato do DSEI Guamá-Tocantins com a Piquiatuba. Os prejuízos somam mais de R$ 790 mil. Esse foi um dos acordos renovados pela gestão de Nísia Trindade.

Ministério da Saúde diz que não compactua com garimpo ilegal

Em nota ao Estadão, o Ministério da Saúde ressaltou que não compactua com ações de garimpo ilegal e informou que vai aplicar “rigorosamente a legislação cabível no sentido de suspender imediatamente quaisquer relações com empresas comprovadamente envolvidas com atividades ilegais”.

A pasta relatou acompanhar com atenção a conclusão dos inquéritos conduzidos e disse estar à disposição para colaborar com os órgãos de controle e autoridades judiciais.

O Ministério destacou que o fretamento de aeronaves é de fundamental importância para a condução das ações de atenção à saúde dos povos indígenas, já que em várias aldeias o acesso é realizado apenas por via aérea.

“Sem esses serviços, os profissionais de saúde que prestam assistência aos indígenas ficam impossibilitados de acessar as aldeias nos territórios, além de resgates para remoção de indígenas que precisam de atendimento especializado. A contratação desses serviços segue o rito legal e os procedimentos administrativos regulares, e o Ministério adotará as medidas cabíveis assim que tomar conhecimento das decisões judiciais”, informou a nota.

 

O USO DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL HOJE É IMPRESCINDÍVEL E SEU FUTURO SERÁ AINDA MAIS TRANSFORMADOR

Dados internos da empresa global mostram que o tempo médio para a criação do site com IA até a sua publicação é inferior a meia hora

CONTEÚDO DE TERCEIROS – Band Vale – Hostinger


TOPO

Sites com IA

Sites com IA

Divulgação / Banco de Imagens

Quem poderia imaginar que ferramentas de Inteligência Artificial conseguiriam fazer parte da rotina de diversas profissões tradicionais e não-tradicionais em tão pouco tempo? Fato é que o uso da IA tem se tornado imprescindível para alguns setores, e o cenário pode ser ainda mais transformador em um futuro próximo.

É o que já acontece, atualmente, com a criação de sites na internet. A Hostinger, que oferece serviços de hospedagem web, indicou que pelo menos 60% dos mais de 50 mil sites criados todos os meses pela plataforma ao redor do mundo estão sendo gerados pelo Criador de Sites com IA da empresa.

Vale ressaltar que esses dados fazem referência apenas ao ano de 2023 e, por esse motivo, um boom na publicação de páginas online criadas com a ajuda de ferramentas de IA é aguardado ao longo de 2024.

Inteligência Artificial pode impulsionar a visibilidade dos sites em um curto período

A Hostinger também analisou que sites com domínios gerados por Inteligência Artificial demonstram desempenho igual ou superior ao das páginas criadas a partir de modelos prontos.

Com relação à atratividade dos sites gerados por IA, a Hostinger avaliou que, nos primeiros meses no ar, estes atraem mais visitantes do que aqueles criados por outros meios.

E-commerce no topo dos sites criados com IA

Grande parte dos sites construídos pelo Criador de Sites com IA da Hostinger são vitrines de negócios (29%) e lojas online (23%), o que sugere que o comércio eletrônico também será cada vez mais impactado pelas tecnologias de Inteligência Artificial.

Porém, é importante considerar que o lançamento de um site – criado por IA ou não – é apenas o primeiro passo para o sucesso online. Conteúdo relevante e exclusivo, otimização de mecanismos de pesquisa, previsão do comportamento do usuário e utilização de ferramentas de marketing para otimização de campanhas ainda precisam ser trabalhados para que o domínio ganhe autoridade e relevância no ambiente digital.

Com a chegada da IA, o trabalho dos Web Designers irá acabar?

Assim como em outras profissões, o papel dos Web Designers no mercado de trabalho digital em um cenário onde a IA prevalece também é marcado por muitos questionamentos. No entanto, é preciso enxergar essa realidade sob um novo ângulo.

As provedoras de hospedagem na internet já estão na corrida para transformar seus serviços de IA em ferramentas únicas e promissoras. A própria Hostinger, por exemplo, recentemente atualizou seu Criador de Sites com Inteligência Artificial a fim de que a solução seja capaz de gerar sites cada vez mais exclusivos.

Portanto, a inovação deve se tornar uma tendência no trabalho dos Web Designers e outras profissões ligadas ao setor. Será imprescindível que os profissionais da área sejam capazes de refinar o design e o conteúdo dos sites gerados por IA a fim de oferecer um toque cada vez mais personalizado às marcas.

A IA deve ser vista como um auxílio, uma vez que acelera significativamente o trabalho. Dados internos da Hostinger mostram que o tempo médio para a criação do site com IA até a sua publicação é de apenas 28 minutos e 46 segundos. A ferramenta é capaz de gerar um site em poucos minutos e, a partir de então, os clientes ficam livres para personalizá-lo e aprimorá-lo de acordo com suas preferências e necessidades.

A Startup Valeon reinventa o seu negócio

Enquanto a luta por preservar vidas continua à toda, empreendedores e gestores de diferentes áreas buscam formas de reinventar seus negócios para mitigar o impacto econômico da pandemia.

São momentos como este, que nos forçam a parar e repensar os negócios, são oportunidades para revermos o foco das nossas atividades.

Os negócios certamente devem estar atentos ao comportamento das pessoas. São esses comportamentos que ditam novas tendências de consumo e, por consequência, apontam caminhos para que as empresas possam se adaptar. Algumas tendências que já vinham impactando os negócios foram aceleradas, como a presença da tecnologia como forma de vender e se relacionar com clientes, a busca do cliente por comodidade, personalização e canais diferenciados para acessar os produtos e serviços.

Com a queda na movimentação de consumidores e a ascensão do comércio pela internet, a solução para retomar as vendas nos comércios passa pelo digital.

Para ajudar as vendas nos comércios a migrar a operação mais rapidamente para o digital, lançamos a Plataforma Comercial Valeon. Ela é uma plataforma de vendas para centros comerciais que permite conectar diretamente lojistas a consumidores por meio de um marketplace exclusivo para o seu comércio.

Por um valor bastante acessível, é possível ter esse canal de vendas on-line com até mais de 300 lojas virtuais, em que cada uma poderá adicionar quantas ofertas e produtos quiser.

Nossa Plataforma Comercial é dividida basicamente em página principal, páginas cidade e página empresas além de outras informações importantes como: notícias, ofertas, propagandas de supermercados e veículos e conexão com os sites das empresas, um mix de informações bem completo para a nossa região do Vale do Aço.

Destacamos também, que o nosso site: https://valedoacoonline.com.br/ já foi visto até o momento por mais de 230.000 pessoas e o outro site Valeon notícias: https://valeonnoticias.com.br/ também tem sido visto por mais de 5.800.000 de pessoas, valores significativos de audiência para uma iniciativa de apenas três anos. Todos esses sites contêm propagandas e divulgações preferenciais para a sua empresa.

Temos a plena certeza que o site da Startup Valeon, por ser inédito, traz vantagens econômicas para a sua empresa e pode contar com a Startup Valeon que tem uma grande penetração no mercado consumidor da região capaz de alavancar as suas vendas.

E-Mail: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

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domingo, 10 de março de 2024

AJUSTE DA META FISCAL DO GOVERNO FICA PARA O SEGUNDO SEMESTRE

 

História de IDIANA TOMAZELLI E JULIA CHAIB – Folha de S. Paulo

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quer usar os ganhos de arrecadação no começo de 2024 para empurrar a discussão sobre eventual mudança na meta fiscal para o segundo semestre deste ano.

O objetivo central da estratégia é garantir um ambiente propício para que o Banco Central continue cortando a taxa básica de juros, a Selic, hoje em 11,25% ao ano.

A equipe econômica considera ideal ter ao menos três reduções adicionais de 0,5 ponto percentual cada uma, nas reuniões de março, maio e junho do Copom (Comitê de Política Monetária).

O foco do governo, segundo interlocutores, é “dar um sinal fiscal mais forte” para que a Selic volte a um dígito pela primeira vez desde fevereiro de 2022. Flexibilizar o alvo da política fiscal antes do relatório bimestral de julho poderia abortar o processo e fazer com que a Selic estacione em patamar mais elevado.

O Banco Central já transmitiu, em mais de uma ocasião, a mensagem de que é importante o governo perseverar na busca pelo déficit zero, embora diga que não há relação mecânica entre o quadro fiscal e a decisão sobre os juros.

O plano de adiar o debate sobre a meta, porém, tem riscos políticos. Em um cenário de frustração de receitas, o envio tardio do projeto de lei para flexibilizá-la tende a encontrar um Congresso Nacional já esvaziado pelas eleições municipais. Para conseguir a aprovação célere de um texto do governo, só em caso de acordo prévio, pontuam parlamentares.

Sem aval do Legislativo, a equipe econômica continuaria na obrigação de perseguir o déficit zero e implementar contingenciamentos bilionários em caso de frustração de receitas, já que o simples envio da proposta não é salvo-conduto para afrouxar os gastos.

Além disso, a cúpula do Congresso pressiona o governo a resolver o impasse em torno dos R$ 5,6 bilhões em emendas de comissão que foram vetadas pelo presidente, para dar lugar a despesas do próprio Executivo com políticas como Auxílio Gás e Farmácia Popular.

Como mostrou a Folha de S. Paulo, integrantes do governo entraram em campo para convencer os congressistas a aguardarem até o final de março, quando sai o primeiro relatório de avaliação do Orçamento, para ter uma posição mais clara sobre a possibilidade de repor o dinheiro das emendas.

Segundo interlocutores, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sinalizou concordância com o pedido, mas tem feito pressão para que a questão seja resolvida até o início de abril.

Os parlamentares têm urgência em recompor as verbas para conseguir iniciar o processo de execução das despesas antes do período eleitoral, quando há restrições à assinatura de novos convênios. Viabilizar esses instrumentos é visto como algo prioritário pelos congressistas para assegurar o envio de dinheiro a seus redutos em ano de disputas locais.

Também está no radar o risco de acirramento nas mobilizações de servidores, pressionando o Executivo a arranjar verba para conceder reajustes.

Para sanar esses problemas, o governo conta com a possibilidade de abrir um crédito adicional de cerca de R$ 16 bilhões no relatório de avaliação de maio, graças a uma regra especial válida em 2024 aprovada no novo arcabouço fiscal.

O dispositivo permite ao Executivo elevar suas despesas para alcançar a expansão real máxima de 2,5% autorizada pela regra do arcabouço (hoje, o Orçamento aprovado contempla uma correção de 1,7% acima da inflação).

Para isso, a reavaliação bimestral de maio precisa indicar um aumento na arrecadação de pelo menos 3,6% acima da inflação neste ano em relação a 2023 –o que deve ser alcançado mesmo que o governo reconheça frustração de receitas.

O problema é que há um entendimento de que o crédito só pode ser usado se o saldo entre receitas e despesas estiver dentro da margem de tolerância da meta fiscal, que permite um déficit de até R$ 29 bilhões sem necessidade de bloquear recursos.

Com arrecadação menor e gasto maior, a flexibilização da meta já em maio poderia ser necessária para destravar o uso do crédito adicional.

Técnicos experientes ponderam que, mesmo que a revisão do alvo da política fiscal ocorra no fim de maio, o risco da demora na votação permanece.

Parlamentares já estarão envolvidos nas negociações políticas que antecedem as convenções partidárias, que a partir de 20 de julho vão deliberar sobre coligações e indicar seus candidatos.

No ano passado, mesmo sem eleições, o Congresso realizou apenas sete sessões conjuntas, três delas no mês de dezembro. O número é considerado baixo e é visto como um indicativo ruim da atividade legislativa neste ano.

Interlocutores do governo reconhecem que empurrar a mudança da meta para o segundo semestre pode se transformar em um desafio “dificílimo”. Mas o discurso atual é o de que ainda é prematuro debater se a flexibilização será de fato necessária.

De um lado, há receitas significativas que ainda são incertas, como os R$ 34,5 bilhões esperados com a repactuação de contratos de ferrovias.

Mas a aposta do Executivo é que a retomada de investimentos ajudará na reativação da economia após o segundo semestre de 2023 de estagnação. Se isso acontecer, poderia ajudar na arrecadação e reduzir eventual necessidade de contingenciar despesas ou mexer na meta.

Outra medida que pode colaborar é a criação de um limite para o uso de créditos judiciais pelas empresas no abatimento de tributos. Valores preliminares citados nos bastidores vão de R$ 20 bilhões a R$ 60 bilhões, mas os números ainda estão sendo refinados pela equipe técnica.

Por isso, o primeiro relatório bimestral, programado para 22 de março, é considerado como um importante sinalizador da tendência para os meses seguintes.

USAM CONTRA O BOLSONARO HOJE OS MESMOS MÉTODOS QUE USARAM CONTRA O LULA

 

Pedro Venceslau – CNN

Secretário de Relações Internacionais de Nunes, ex-ministro é contato para ser vice do emedebista

“Usam contra Bolsonaro os mesmos métodos usados para inviabilizar Lula”, diz Aldo Rebelo“Usam contra Bolsonaro os mesmos métodos usados para inviabilizar Lula”, diz Aldo Rebelo

Ex-ministro de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ex-quadro do PCdoB por mais de 30 anos, o atual secretário de Relações Internacionais da prefeitura de São Paulo, Aldo Rebelo, disse à CNN que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) enfrenta hoje o mesmo processo que inviabilizou a candidatura do petista em 2018.

“Os métodos que estão sendo usados contra o Bolsonaro hoje são os mesmos que foram usados para inviabilizar a candidatura do Lula (em 2018), e com os mesmos protagonistas: Judiciário, Ministério Público, Polícia Federal e mídia”, disse Rebelo.

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O ex-ministro disse ter uma relação “muito boa” com o ex-presidente e contou que mantém contato regular com Bolsonaro por mensagem e WhatsApp.

“Bolsonaro não tentou dar golpe nenhum. Um golpe exige uma articulação e um protagonismo que não houve. Golpe não se dá em uma reunião pública gravada”, disse Aldo Rebelo.

Questionado sobre a possibilidade de ser vice de Ricardo Nunes, Aldo desconversou: “Estou sabendo pela imprensa”.

ISRAEL SE PREPARA PARA GUERRA CONTRA O HEZBOLLAH NO SUL DO LÍBANO

Américo Martins – CNN

CNN percorre a zona de tensão e ouve múltiplos relatos sobre a quase inevitabilidade de uma escalada do conflito

Israel se prepara para guerra aberta contra o Hezbollah no sul do LíbanoIsrael se prepara para guerra aberta contra o Hezbollah no sul do Líbano


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O governo, os militares e a sociedade de Israel estão se preparando para uma cada vez mais provável guerra aberta contra o grupo militante xiita Hezbollah no sul do Líbano.

Desde o início da guerra com o Hamas, na Faixa de Gaza, o Hezbollah vem trocando ataques de intensidade relativamente baixa com as Forças de Defesa de Israel na zona de fronteira entre os dois países. O grupo libanês diz agir em “solidariedade” aos palestinos.

Mas a guerra pode escalar rapidamente para um conflito aberto, envolvendo grandes bombardeios pela Força Aérea de Israel, uma invasão da região sul do Líbano e um inevitável revide do Hezbollah –com os seus mais de 30 mil mísseis, um arsenal muitas vezes superior, em número e sofisticação, aos armamentos utilizados pelo Hamas nas atrocidades do dia 7 de outubro.Vídeo do exército israelense mostra explosão em instalações de armas do Hezbollah / REUTERS

O próprio ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse na semana passada ao enviado especial dos Estados Unidos para o Oriente Médio, Amos Hochstein, que os contínuos ataques do Hezbollah vão forçar o seu governo a tomar uma decisão mais drástica sobre uma grande ação militar no sul do Líbano.

Este foi apenas mais um dos repetidos avisos israelenses, que exigem uma retirada total das forças do Hezbollah da região de fronteira, como foi estabelecido pela resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU.

A resolução pôs fim à última guerra entre os dois lados, em 2006, quando o Hezbollah concordou em retirar suas forças para o norte do rio Litani. O grupo xiita, no entanto, nunca cumpriu a determinação. E são justamente as suas forças especiais entre o rio e a fronteira que atacam e ameaçam seguidamente os militares e civis de Israel.

CNN percorre a zona de tensão

Viajando nos últimos dez dias por diversas cidades de Israel, ouvi muitos relatos de representantes do governo, militares, especialistas e da própria sociedade civil sobre a quase inevitabilidade da guerra.Militares realizam exercícios com tanques e helicópteros no norte de Israel / REUTERS

O experiente jornalista Ehud Yaari, do canal 12 de TV, especialista nos conflitos do Oriente Médio, disse que a guerra vai acontecer mais cedo ou mais tarde. “Não é bom lutar naquela região nesta época do ano. Pode demorar semanas ou meses, mas o conflito vai acontecer”, disse.

Nas cidades do norte de Israel a tensão é palpável, assim como o desejo da população local de eliminar os riscos dos ataques do Hezbollah –que forçaram a retirada de cerca de 80 mil civis da região.

O kibutz Kfar Blum, que fica a menos de sete quilômetros da fronteira, está quase totalmente abandonado, mas reservistas do Exército e algumas famílias voltaram depois de cinco meses de guerra.

Lá, um reservista que lutou na guerra de 2006 falou de forma enfática à CNN sobre a “necessidade” de se escalar a guerra e derrotar o Hezbollah.Aviões de guerra israelenses voam em direção à fronteira com o Líbano / REUTERS

“Você gostaria que sua família e amigos vivessem num lugar que pode ser atingido a qualquer momento por esses terroristas?”, disse ele indignado.

Um colega dele, também reservista, foi ainda mais determinado.

“O risco do Hezbollah precisa ser eliminado. E será”, disse.

“Meu único arrependimento é não termos terminado o trabalho na guerra de 2006”, disse ele, batendo uma mão contra a outra numa demonstração de irritação contra o grupo xiita.

Menos de duas horas depois da visita, na noite de terça-feira (5), o kibutz foi bombardeado pelo Hezbollah, sem vítimas.

Sarit Zahavi, a presidente e fundadora do centro de pesquisas Alma, um centro de investigação e educação especializado nos desafios de segurança de Israel na sua fronteira norte, disse que uma ação militar contra o Hezbollah é inevitável caso o grupo continue mantendo seus militares na região de fronteira.

“Israel não quer a guerra. Já dissemos isso várias vezes. Mas estamos determinados a fazer com que os ataques de 7 de outubro nunca mais se repitam. Se for necessário enfrentar o Hezbollah para que isso nunca mais aconteça, assim o faremos”, disse ela.

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Zahavi diz que, como moradora da região de fronteira, quer que sua família e amigos tenham paz e não precisem ser retirados da área nunca mais.

Representantes das Forças de Defesa de Israel e do governo também afirmaram que a guerra é inevitável, caso o Hezbollah não desarme o sul do Líbano.

O representante de um importante ministério isralense preferiu usar a expressão “opção militar” para se referir às possíveis soluções para a questão.

O Hezbollah, por sua vez, não dá nenhum sinal de que vai atender às demandas israelenses. Seu líder Hassan Nasrallah diz que o grupo vai continuar combatendo os israelenses e que só suspenderá os ataques se um cessar-fogo permanente com o Hamas acontecer.

Israel, no entanto, dá todas as pistas de que vai atuar para neutralizar o risco do Hezbollah. Muito provavelmente, pela força.

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LULA NAS SUAS DECLARAÇÕES MOSTRA DESINFORMAÇÃO E INCOMPREENSÃO DO MUNDO

 

Seus seguidores aplaudem, como aplaudiriam qualquer coisa. E o resto do País, inclusive o que votou nele em 2022, sem ser petista?

Por Eliane Cantanhêde – Jornal Estadão

O presidente Lula parece, ou finge não ver, mas as coisas estão desandando e as pesquisas apontam para desaprovação maior do que aprovação já nas próximas rodadas, com queda de popularidade nos diferentes segmentos. Fazer mea culpa não é e nunca foi seu forte, mas cadê o decantado faro político, a perspicácia e o carisma de Lula? Está sempre sério, mal-humorado, com declarações recheadas de erros, não só de comunicação, mas de informação e compreensão do mundo.

O que Lula e o Brasil ganham com sua teimosia em negar o óbvio, que Nicolás Maduro é ditador, a Venezuela está em frangalhos e os venezuelanos vivem no pior dos mundos? A líder oposicionista Maria Corina, impedida de disputar as eleições de julho por instituições viciadas, cobrou duramente a posição dele. Lula deu de ombros: “Eu não fiquei chorando quando não pude concorrer”. E, depois de relativizar o conceito de democracia, agora avaliza a lisura das eleições convocadas por Maduro, sem que se saiba com base em quê.

Lula está em seu terceiro mandato à frente da Presidência
Lula está em seu terceiro mandato à frente da Presidência Foto: Wilton Junior/Estadão

Estamos bem. Jair Bolsonaro, presidente golpista, reclamava de quem reagia à covid-19 “com mimimi” ou “como maricas”. E Lula, o presidente democrata, manda a perseguida pela ditadura parar de chorar e cala sobre Alexei Navalny, morto pelo autocrata russo Vladimir Putin, sob indignação e raiva de, literalmente, todo o mundo.

Também não se ouviu uma palavra de Lula sobre a dengue, por exemplo, nem que fosse para explicar que não há produção suficiente de vacinas e estimular medidas básicas de prevenção. Tudo ficou nas costas da ministra Nísia Trindade, mas epidemia não é problema exclusivo da Saúde, mas do País. O líder precisa mostrar presença.

Na economia, Lula também insiste em desdenhar do bom senso e da política econômica de Fernando Haddad, exercitando seu velho populismo e defendendo mais gastos, quando o principal problema é exatamente o equilíbrio fiscal. Haddad se esfalfa pela arrecadação, Lula só quer gastar. Sua base petista acha lindo, mas a realidade grita. Isso não vai melhorar sua popularidade.

As intervenções políticas e voluntariosas na Petrobras e na Vale custam caro e Lula tem de engolir que, no seu primeiro ano de governo, o lucro das duas principais empresas do País despencou em relação ao do último ano de Jair Bolsonaro. As ações seguiram o mesmo caminho. Além de péssima notícia para o Brasil, é um prato feito para a oposição.

Na sexta-feira, 8, as ações da Petrobras chegaram a cair 13% e a empresa perdeu R$ 55 bilhões em valor de mercado. O motivo imediato foi a decisão da cúpula petista da companhia sobre distribuição de dividendos, mas o que mais pesa é a intervenção política de Lula, na Petrobras e na Vale. Como o setor de energia, os investidores, o Brasil e o mundo veem isso?

A pauta econômica e ambiental do governo está parada, com o Congresso digladiando com o Executivo por emendas e com o Judiciário em temas de costume. É ano eleitoral e o tempo corre sem perspectiva de regulamentação da reforma tributária, sem nem sequer início da discussão sobre tributação da renda e sem avanço em questões essenciais para recepcionar a COP 28 em 2025. E a articulação política do governo?

Não adianta Lula reclamar de “má vontade” da mídia, porque quem derruba as manchetes que seriam positivas por negativas é ele próprio. Um exemplo é o massacre de palestinos, que só piora e cada vez dá mais razão à dura condenação que Lula faz a Israel. Até os EUA calibram sua posição: dá armas para Israel, mas começou a jogar comida de aviões para os famintos de Gaza. Lula poderia ganhar manchetes com suas duras cobranças, mas atraiu críticas mundo afora com a comparação, errada sob vários ângulos, da ação israelense com Hitler e nazismo, logo, com o Holocausto.

Em vez de “Lula condena massacre”, as manchetes foram, acertadamente, “Lula compara ação de Israel a Holocausto”. Em vez de “Lula lidera pressão por democracia na Venezuela”, “Lula relativiza democracia”, ou “Lula avaliza ditadura de Maduro”. Em vez de “Lucro e ações da Petrobras e da Vale disparam”, “Lucro da Petrobras cai 33% e valor da companhia cai R$ 55 bilhões num dia”. Em vez de “Lula cobra controle das contas públicas”, “Lula exige mais gastos, ignorando equilíbrio fiscal”.

Seus seguidores aplaudem, como aplaudiriam qualquer coisa. E o resto do País, inclusive o que votou nele em 2022, sem ser petista? A resposta pode estar nas pesquisas Quaest e Ipec. A popularidade dele caiu entre os que já eram contra, como os evangélicos, e entre os que eram a favor, como as mulheres. Logo, logo, as curvas acabam cruzando, com aprovação menor do que desaprovação. Lula vai finalmente compreender que as coisas estão desandando?

COMO NASCE UM PENDURICALHO DA JUSTIÇA NO BRASIL

 

Vantagens nascem em decisões e portarias e são compartilhadas por diferentes categorias; só no Judiciário e no Ministério Público benefícios custaram R$ 9,3 bilhões em 2023

Por Daniel Weterman – Jornal Estadão

BRASÍLIA – O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que representa os juízes do Brasil, aprovou em 2011 uma resolução dizendo que todos os magistrados, procuradores e promotores têm direito aos mesmos benefícios e vantagens no salário. O que era para ser uma norma de simetria e equilíbrio entre as categorias abriu caminho para a criação de “penduricalhos” no serviço público. Além disso, é exemplo de como nasce esse tipo de privilégio na elite do funcionalismo.

Estátua 'A Justiça', em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF)
Estátua ‘A Justiça’, em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) Foto: Marcello Casa Jr./Agência Brasil

Quatro anos depois da resolução, o Congresso aprovou uma lei criando um benefício específico para juízes federais que trabalham em mais de uma comarca ou acumulam muitos processos. O projeto foi sancionado pela então presidente Dilma Rousseff em 2015. Em 2020, o CNJ ampliou o pagamento para juízes estaduais. Até então, esse valor ficava dentro do teto constitucional, que determina que nenhum servidor público pode receber mais do que um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). O que passa do teto é descontado.

Em 2022, foi a vez dos promotores e procuradores terem acesso ao benefício. O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) recomendou que os membros da categoria tivessem acesso à gratificação, mas sem vincular o recurso ao teto. Em janeiro do ano passado, o conselho regulamentou a gratificação, com uma adaptação: ela passou a ser paga para compensar dias de folga não tirados, se transformando em “licença compensatória”. O novo penduricalho foi aprovado em 1 minuto e 17 segundos, conforme mostrou o Estadão. Tudo ficou fora do teto, fazendo com que o benefício se transformasse em mais um “penduricalho” para aumentar os salários. Procurado pelo Estadão, o CNMP não respondeu o contato até a publicação desta reportagem.

Vendo a manobra dos promotores, o CNJ entendeu que os juízes ficaram em desvantagem. Afinal, tinham os salários descontados por causa do teto. O Conselho, então, aprovou outra resolução em outubro de 2023, ampliando o pagamento fora do teto para todos os juízes do País. Foi um efeito cascata no “penduricalho”, sacramentando a dobradinha entre Judiciário e Ministério Público, considerados hoje “elite” do funcionalismo público. O benefício varia conforme o acúmulo de processos e pode representar, em um único mês, R$ 40 mil a mais no salário de um magistrado. Fora a lei de 2015, tudo foi aprovado pelas próprias categorias, por meio de decisões internas, sem discussão no Congresso.

“Se não fosse com recursos públicos, seria uma brincadeira de criança”, afirma a diretora de programas da ONG Transparência Brasil, Marina Atoji, ao falar da ampliação do benefício. De acordo com ela, a gratificação é um exemplo de como um privilégio nasce no serviço público: começa de um jeito e é ampliado de outro até ser desvirtuado. “O que se tem agora é que existe uma elite do funcionalismo. É urgente fazer uma discussão sobre a legalidade e a constitucionalidade desses benefícios, especialmente os que são criados para um grupo por uma lei e depois e ampliados por meio de resoluções e respostas a consultas, à margem da legislação.”

Os benefícios pagos a juízes e promotores somaram R$ 9,3 bilhões em 2023, de acordo com levantamento da Transparência Brasil. A título de comparação, é mais do que o governo gasta o ano inteiro com meio ambiente. Não entram na conta apenas os penduricalhos, mas todas as vantagens, como auxílio-moradia, adicional de férias, licenças compensatórias e a gratificação por acúmulo de serviço. A criação de novos benefícios aumenta, ano a ano, os gastos com funcionários públicos e o salário médio das categorias.

Dentro do serviço público, o Judiciário é privilegiado. Um integrante do Judiciário recebia, em média, R$ 8,9 mil por mês em 1985, em valores atuais. Em 2021, o valor saltou para R$ 16 mil, mais que o dobro do que um funcionário do Legislativo (R$ 7,3 mil) ou do Executivo (R$ 4,5 mil), segundo dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

Esse e outros privilégios surgiram como compensação às mudanças no auxílio-moradia, que ficou mais rígido. Em 2018, o pagamento começou a ser feito apenas para juízes que atuam fora da comarca de origem, que não tenham casa própria no novo local ou residência oficial à disposição. O CNJ defende a ampliação da gratificação, citando a equiparação entre juízes e integrantes do Ministério Público como cumprimento da Constituição e da resolução de 2011. “Do valor total destinado a recursos humanos que envolve pagamento de subsídios e remunerações de magistrados e servidores, apenas 8,2% são referentes ao pagamento de benefícios (ex.: auxílio-alimentação, auxílio-saúde)”, disse o conselho ao Estadão.

Como mostrado pelo Estadão, as categorias ainda pressionam por mais benefícios que turbinem os salários no fim do mês. Os “penduricalhos” que estão na fila para serem aprovados podem ampliar os gastos com esse tipo de pagamento e a desigualdade de remuneração entre os Poderes.

Em nota, a Associação dos Magistrados do Brasil (AMB) afirmou que as resoluções do CNJ seguem o que está disposto na lei e que a remuneração dos juízes “é compatível com a relevância da função desempenhada e similar à de juízes de países que adotam um sistema de justiça semelhante ao nosso”. “Infelizmente, a correção do subsídio, que deveria ocorrer anualmente, conforme a Constituição, não tem conseguido sequer repor a inflação – o que resulta em um número cada vez maior de profissionais que deixam a carreira pública em busca de melhores oportunidades na iniciativa privada”, destacou a entidade.

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Passagem aérea e bônus de aposentadoria também viram privilégios

Os privilégios não ficam restritos ao Judiciário. O Congresso aprovou uma proposta que garante o pagamento de passagens aéreas para parlamentares e ministros do governo ao irem para Brasília e voltarem para casa, nos Estados. O gasto é bancado com dinheiro público. Os parlamentares, no entanto, não apresentaram nenhuma estimativa de impacto da medida, e não se sabe quanto as passagens vão custar no Orçamento.

O presidente Lula sancionou a medida. O pagamento de passagens aéreas foi aprovado enquanto Congresso e Executivo debatiam outras medidas incluídas no mesmo projeto de lei, como o calendário de pagamento das emendas parlamentares e o valor do fundo eleitoral. As passagens saíram ilesas da discussão, sem oposição. De última hora, o Congresso retirou os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) do benefício, que haviam sido incluídos na versão inicial.

“Do ponto de vista fiscal, o penduricalho é quase irrelevante, mas levanta uma discussão sobre a qualidade do gasto, e serve para perceber como os governos começam a pagar mais salário com outro nome”, diz o economista Raul Velloso, especialistas em contas públicas. Ele observa que esses benefícios não se incorporam na aposentadoria, onde está o maior problema financeiro da União, dos Estados e dos municípios. “Por isso, é muito fácil defender os penduricalhos.”

Militares receberam privilégios e oficiais chegaram a receber R$ 1 milhão em um único mês

Em 2019, enquanto o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e o Congresso discutiam uma reforma da Previdência para reduzir os benefícios pagos para futuros aposentados e segurar o aumento dos gastos do governo, Executivo e Legislativo se juntaram para ampliar os privilégios de uma categoria específica de servidores públicos: os integrantes das Forças Armadas. Na reforma dos militares, feita por meio de um projeto de lei paralelo, a indenização paga quando eles são transferidos para a reserva subiu de quatro para oito vezes o valor do soldo. A medida fez com que oficiais recebessem até R$ 1 milhão em um único mês em plena pandemia de covid-19.

LULA DÁ PALPITE NAS ELEIÇÕES DA VENEZUELA

 

Ao comemorar data de eleição com candidato único, Brasil é submetido a mais uma humilhação na comunidade internacional

Por J.R. Guzzo – Jornal Estadão

presidente Lula, com os aplausos de si próprio, da primeira-dama e do maior cordão de bajuladores que já se formou na história da República, entrou em estado de coma moral. A coisa não é de agora – Lula, há muito tempo, vem sofrendo de falência geral dos órgãos que determinam a conduta das pessoas de bem. Mas esse processo se acelerou notavelmente depois que assumiu a presidência pela terceira vez. Não é que ele não seja capaz de entender a diferença entre o bem e o mal. Ele entende, sim – mas escolhe sempre ficar com o mal. Ficou de novo ao lançar sua última ideia como “líder mundial”, uma das piores que já teve em catorze meses de governo.

Lula exaltou marcação de eleições na Venezuela e não pareceu preocupado com o fato de a opositora de Maduro, seu aliado, ter sido impedida de disputar
Lula exaltou marcação de eleições na Venezuela e não pareceu preocupado com o fato de a opositora de Maduro, seu aliado, ter sido impedida de disputar Foto: Wilton Junior/Estadao

Foi um momento de superação. Lula conseguiu dizer que a maior vítima da ditadura da Venezuela no momento, a candidata de oposição que foi proibida pelo TSE local de disputar a próxima eleição com Nicolás Maduro, deveria parar de “ficar chorando”. É assim, exatamente, que funcionam hoje os circuitos mentais do presidente: a luta de Corina Machado em defesa da liberdade, da vontade popular e das regras mais elementares da democracia é uma “choradeira”. Corina se propõe a derrotar nas urnas um ditador que está lá há 11 anos, apenas isso; é vista em todo o mundo civilizado como uma combatente da democracia. Para o presidente do Brasil, porém, ela está sendo apenas uma mulher histérica. O herói, para ele, é o ditador.

Lula, nas suas miragens de “líder latino-americano”, tinha conseguido até agora um fracasso em estado puro: meteu-se pateticamente na última eleição da Argentina, e o seu candidato levou uma surra. Mete-se, no momento, no que a ditadura da Venezuela chama de “eleição” – uma fraude já contratada e especialmente grotesca, em que a mera marcação de uma data para as eleições é festejada por Lula como um triunfo da democracia. Já não havia candidata de oposição, declarada “inelegível” e ameaçada de prisão. Não havia nem a data para as pessoas votarem. Agora, a oposição continua proibida de concorrer, mas a data foi marcada. Tudo resolvido, para Lula. O ditador, a ditadura e o amor venceram – e quem acha isso errado está apenas “chorando”.

Ao contrário do que aconteceu na Argentina, Lula está garantido na Venezuela: o seu candidato é o único.

O Brasil, porém, é submetido por ele a mais uma humilhação na comunidade internacional. Deixamos de ser uma nação decente; a única certeza que a política externa brasileira oferece hoje ao mundo é que estará sempre, em qualquer circunstância, ao lado das ditaduras. Lula já foi capaz de ficar a favor dos carcereiros e contra os presos políticos que faziam greve de fome em Cuba. Hoje é capaz de tudo.

TOYOTA LUCRA FABRICANDO CARROS HÍBRIDOS

 

Maior montadora do mundo tem sido criticada por vender poucos veículos elétricos, mas sua decisão de focar em híbridos está rendendo financeiramento

Por Neal Boudette (The New York Times) – Jornal Estadão

Na indústria automobilística atual, de alta tecnologia e altas apostas, as fortunas podem mudar rapidamente, e não há melhor exemplo disso no momento do que a Toyota Motor.

Não faz muito tempo, parecia que a Toyota havia ficado perigosamente para trás em veículos elétricos. A Tesla, pioneira dos carros elétricos, cresceu rapidamente e se tornou a montadora mais valiosa do mundo. Vendo o sucesso da Tesla, outras empresas, como a General Motors e a Ford Motor, concluíram que um grande número de consumidores estava pronto para mudar para carros e caminhões movidos a bateria e começaram a investir dezenas de bilhões de dólares para alcançar isso.

A Toyota, no entanto, foi mais cautelosa — ou letárgica, diriam seus críticos. Ela introduziu apenas dois modelos totalmente elétricos nos Estados Unidos até agora, apostando que seus híbridos a gasolina-elétricos e veículos híbridos plug-in, pelos quais se tornou conhecida, permaneceriam populares e seriam suficientes para lidar com as mudanças climáticas, ao menos por enquanto.

Fábrica da Toyota, em Sorocaba, onde a empresa produz carros híbridos, que usam bateria, etanol e gasolina.
Fábrica da Toyota, em Sorocaba, onde a empresa produz carros híbridos, que usam bateria, etanol e gasolina.  Foto: WERTHER

Diante de todo o entusiasmo pelos veículos elétricos nos últimos anos, parecia que a Toyota simplesmente não tinha entendido o cenário.

“Fiquei chocado quando ouvi pela primeira vez a estratégia da Toyota, porque eu podia ver o que a Tesla estava fazendo”, disse Earl Stewart, um concessionário da Toyota em Lake Park, Flórida, que também gosta de dirigir seu Tesla Model S.

Mas, nos últimos seis meses, as vendas de veículos elétricos desaceleraram, e os compradores de carros americanos, que buscam cortar suas contas de combustível, têm migrado para os híbridos. Agora, as vendas da Toyota estão crescendo, e a empresa está reportando lucros enormes.

“Não é a primeira vez que a Toyota me prova que eu estava errado, e também não será a última”, disse Stewart.

A súbita força da Toyota serve como um lembrete de como a indústria automotiva está mudando profundamente. Tecnologias em desenvolvimento, como veículos elétricos, microchips avançados e software, estão transformando o que era um setor estável e de movimento lento em uma indústria dinâmica, na qual até mesmo fabricantes ágeis e bem gerenciados podem ser desviados de seu curso.

A Toyota, uma empresa japonesa, é a maior montadora do mundo: ela vendeu mais de 11 milhões de veículos em 2023, mais de seis vezes o número vendido pela Tesla. A companhia subiu os degraus da indústria lentamente, ao longo de meio século, primeiro exportando carros pequenos para os Estados Unidos, depois construindo fábricas pelo Sul e Meio-Oeste, adicionando uma marca de luxo e expandindo para os segmentos dominados pelos seus rivais baseados em Michigan, como as caminhonetes de tamanho grande.

Ao longo do caminho, a Toyota desafiou a sabedoria convencional da indústria em algumas ocasiões. A introdução de sua marca de luxo Lexus, em 1989, parecia uma aposta arriscada, até que ultrapassou a BMW e a Mercedes-Benz em vendas. Há 21, a Toyota lançou o Prius, um carro pequeno com um motor a gasolina compacto e um motor elétrico alimentado por uma bateria.

A combinação permite que o Prius percorra 80 km ou mais com um galão de gasolina (3,87 litros), e um modelo híbrido plug-in pode fazer viagens curtas sem usar gasolina alguma. Outros fabricantes de automóveis desprezaram o carro como uma curiosidade, mas o Prius foi um sucesso, e antes que se desse conta, a GM, a Ford e outras empresas desenvolveram seus próprios híbridos.

O diretor-executivo da Tesla, Elon Musk, despreza os híbridos, dizendo que não faz sentido ter dois sistemas de propulsão sob o capô. Os consumidores parecem não se importar. A Toyota oferece mais de duas dezenas de modelos híbridos ou híbridos plug-in, e eles representam quase 30% de suas vendas, muito mais do que na maioria das outras montadoras. No ano passado, no mercado dos EUA, a Toyota vendeu 2,2 milhões de veículos — mais do que qualquer outra montadora, exceto a GM.

Em vez de elétricos puros, Toyota decidiu focar nos híbridos.
Em vez de elétricos puros, Toyota decidiu focar nos híbridos.  Foto: WERTHER

Em janeiro e fevereiro, as vendas da Toyota nos EUA subiram 20%, impulsionadas por um aumento de 83% nas vendas de seus modelos híbridos e plug-in.

“Não estamos dizendo que os veículos elétricos não sejam uma boa solução para as emissões de carbono”, disse Jack Hollis, vice-presidente executivo da divisão norte-americana da Toyota. “Eles são. Apenas não são a única solução, e muitos de nossos clientes têm nos dito que querem escolha — híbridos, plug-ins e veículos elétricos.”

A estratégia está dando certo. No período de nove meses a partir de abril do ano passado, a Toyota lucrou US$ 27 bilhões, aproximadamente o dobro de seus ganhos do mesmo período do ano anterior. Em comparação, o lucro de US$ 15 bilhões da Tesla em 2023 foi cerca de 19% maior que o resultado de 2022.

Os investidores têm notado. O mercado de ações agora avalia a Tesla em menos da metade de seu pico de valor de mercado, de US$ 1,2 trilhão, em novembro de 2021 — em grande parte, porque suas vendas estão crescendo mais lentamente, e o lucro que ela obtém por carro tem caído. Durante o mesmo período, a avaliação da Toyota cresceu aproximadamente um terço, alcançando cerca de US$ 400 bilhões.

Mike Ramsey, analista na firma de pesquisa Gartner, disse que a estratégia híbrida da Toyota é forte e baseada em lógica de longo prazo, mas mudanças na tecnologia ou no mercado poderiam minar o desempenho futuro e a posição da companhia.

“A Toyota parece oscilar entre medíocre e gênio, dependendo do estado atual do pensamento sobre tecnologia”, disse ele. “Mas, independentemente de qualquer coisa, eles ainda parecem vender mais carros e caminhões do que qualquer outro.”

Um grande mercado onde a Toyota está enfrentando dificuldades é a China, o maior mercado automobilístico do mundo. Muitos compradores chineses estão optando por veículos elétricos, ajudando montadoras domésticas, como a BYD, a ganhar participação sobre Toyota, Volkswagen e outros fabricantes estrangeiros.

A Toyota tem outros problemas também. Sua subsidiária Daihatsu, que fabrica carros pequenos, interrompeu temporariamente toda a produção no Japão em dezembro, após revelar que havia trapaceado em testes de segurança.

Por enquanto, contudo, o ritmo deliberado da Toyota parece estar funcionando no geral, e vários outros grandes fabricantes de automóveis têm se movido em direção ao caminho da empresa.

A Mercedes-Benz, que esperava eliminar os modelos de combustão interna até 2030, disse no mês passado que adiou esse objetivo por pelo menos cinco anos. A Ford reduziu as metas de produção para veículos elétricos e está retardando a construção de fábricas que deveriam produzir baterias para veículos elétricos.

A GM, que havia parado de vender híbridos nos Estados Unidos para focar em veículos elétricos, adiou a introdução de alguns modelos movidos a bateria. Ela também está planejando reintroduzir modelos híbridos e híbridos plug-in, que os concessionários haviam pedido.

“Implantar tecnologia plug-in em segmentos estratégicos trará alguns dos benefícios ambientais dos veículos elétricos, enquanto a nação continua a construir sua infraestrutura de carregamento”, disse Mary T. Barra, diretora-executiva da GM, em fevereiro.

Até agora, os veículos elétricos falharam em conquistar muitos compradores de carros, porque são geralmente mais caros que os modelos de combustão ou híbridos, mesmo levando em conta incentivos governamentais. Os desafios do carregamento de veículos elétricos, preocupações com a autonomia e desempenho em clima frio também fizeram algumas pessoas hesitarem.

Híbridos não enfrentam muitos desses problemas. Alguns híbridos custam apenas algumas centenas de dólares a mais que carros a gasolina similares – um prêmio que os proprietários podem recuperar rapidamente em economia de combustível. Além disso, híbridos regulares nunca precisam ser plugados.

Modelos híbridos plug-in, alguns dos quais podem viajar apenas com eletricidade por mais de 64 quilômetros e têm um motor a gasolina para viagens mais longas, têm baterias muito menores que os veículos elétricos e podem ser recarregados relativamente rápido. Mas esses veículos, que compõem uma pequena parte do mercado, podem não ser tão vantajosos financeira ou ambientalmente quando dirigidos por longas distâncias somente com gasolina.

A Toyota tem planos de aumentar significativamente a produção e as vendas de híbridos. Uma versão híbrida de sua picape Tacoma está sendo lançada. Um sedã Camry redesenhado, previsto para esta primavera, estará disponível apenas como híbrido.

A empresa também oferecerá uma gama de veículos elétricos, disse o executivo da Toyota, Mr. Hollis. Cerca de 30 modelos chegarão até 2026, ano em que a Toyota espera que suas vendas de veículos elétricos nos EUA tenham aumentado para cerca de 1,5 milhão de unidades por ano. No ano passado, ela vendeu cerca de 15.000.

Na Flórida, os novos Toyotas que chegam na concessionária de Stewart mal tocam o pátio antes de serem vendidos. No início de março, ele tinha apenas cerca de 150 veículos no inventário, abaixo dos 500 que costumava ter antes da pandemia.

Isso não desanimou os clientes, que se acostumaram a esperar meses depois de encomendarem veículos. Em um determinado momento no ano passado, ele tinha 1.300 veículos encomendados, e clientes para todos eles.

“Vendo Toyotas desde 1975, e os negócios estão melhores do que nunca”, disse ele. “As pessoas estão fazendo fila para comprar de mim.”

Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado por nossa equipe editorial. Saiba mais em nossa Política de IA.

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