quinta-feira, 7 de março de 2024

OPERAÇÃO LAVA JATO FOI ENTERRADA MAS SEU FENÔMENO POLÍTICO PERSISTE

 

Combustível é o descontentamento de vastas camadas da sociedade frente a um sistema predatório para o empreendedor, injusto para o contribuinte e perverso para quem depende de serviços públicos

Por William Waack – Jornal Estadão

O sepultamento jurídico da Lava Jato foi consumado bem antes da operação completar agora seus 10 anos. O enterro político tem se revelado mais difícil.

No lado jurídico, a derrota da Lava Jato apresenta aspectos específicos do campo do Direito, resumidos na frase: “não se deve cometer crimes para combater crimes”. Mas envolve uma monumental disputa entre poderes institucionais: qual deles exerceria uma “tutela” sobre sociedade e política.

STF se sentiu acuado e atacado pela Lava Jato e pelo Ministério Público
STF se sentiu acuado e atacado pela Lava Jato e pelo Ministério Público Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Como supremo poder, o STF se sentiu acuado e atacado pela Lava Jato e o Ministério Público (e nem se trata dos rumores em torno de uma “Lava Toga”). Afinal, quem “faz história” e protege uma sociedade hipossuficiente, a que não é capaz de se defender sozinha?

Em parte é a esse entendimento que o STF chegou quanto ao seu papel mais geral. Por ironia, era também o entendimento dos expoentes da Lava Jato quanto ao seu papel específico frente ao sistema político. Entregue a si mesma – acreditava-se e acredita-se – a política só produziria mais danos à sociedade, daí o controle a ser exercido pelos “homens de preto”.

Nesse sentido, é “game over”, pois tem sido o STF essa espécie de “regulador” da política além do que possa ser um preceito constitucional. Ocorre que a Lava Jato é um fenômeno político e social de grande amplitude, no qual a indignação pela corrupção endêmica é só o aspecto mais visível.

Na busca de Lula e de seu partido para reescrever passado está implícita a indicação de que não é possível apagar a Lava Jato da memória das pessoas
Na busca de Lula e de seu partido para reescrever passado está implícita a indicação de que não é possível apagar a Lava Jato da memória das pessoas Foto: Wilton Junior/Estadão

A força do fenômeno reside no descontentamento de vastas camadas da sociedade frente “ao que está aí”, entendido como um sistema a partir do poder público que é predatório do ponto de vista do empreendedor, injusto do ponto de vista do contribuinte, e perverso do ponto de vista de quem precisa de saúde e segurança (pois gasta demais e entrega de menos).

No empenho de Lula e do PT em reescrever o passado está implícita a noção de que não é possível apagar a Lava Jato da memória coletiva (como não é possível apagar a pandemia, por exemplo). Daí o esforço de empurrar goela abaixo, com forte contribuição também do STF, a interpretação de que foi uma ocorrência maléfica, não só do ponto de vista jurídico mas para economia e política brasileiras.

O problema é o choque brutal entre a proposta de ação política de reescrever o passado e a realidade. Para enorme parte da população, a Lava Jato (com ou sem erros) continua simbolizando um esforço para mudar “o que está aí”, além de combater corrupção, enquanto as instâncias jurídicas e políticas permanecem fixas no plano desse imaginário político como pilares para deixar tudo como sempre foi.

É possível enterrar um morto, mas difícil se livrar da assombração.

A ESQUERDA NACIONAL É APAIXONADA PARA MELHORAR O SISTEMA NACIONAL DE PRODUÇÃO

Sua grande meta é criar no país indústrias que vão se tornar gigantes vendendo sua produção para o governo

Por J.R. Guzzo – Jornal Estadão

A miserável falência da empresa Sete Brasil, uma dessas “campeãs nacionais” que o presidente Lula e o PT acham essenciais para a “política industrial” do seu “projeto de país”, é a última prova do delírio que está na alma das decisões do governo todas as vezes em se mete a “melhorar” o sistema nacional de produção. Nunca ajudou produzir uma única arruela de encosto – mas, exatamente por isso, continua sendo a paixão da esquerda nacional.

Movida a dinheiro público, a Sete Brasil deveria entregar 28 sondas de extração de petróleo para a Petrobras, quinze anos atrás, mas só entregou quatro
Movida a dinheiro público, a Sete Brasil deveria entregar 28 sondas de extração de petróleo para a Petrobras, quinze anos atrás, mas só entregou quatro Foto: Henrique Fernandez/Petrobras

Há um método aí. A ideia-chave é repetir o que já foi feito antes e comprovadamente deu errado; fica eliminado, por este método, qualquer risco de que alguma coisa venha a dar certo um dia. A Sete Brasil, invenção de Lula, dos seus cérebros econômicos e de amigos dos amigos, é um mico espetacular. Movida a dinheiro público, deveria entregar 28 sondas de extração de petróleo para a Petrobras, quinze anos atrás. Entregou quatro. Morreu, é lógico, por incompetência generalizada – mais aquelas outras coisas que você pode imaginar. Mas e daí? A “política industrial” está de volta com o PT, trazendo a promessa dos mesmos desastres do passado.

A “política industrial” de Lula e de seu entorno é uma alucinação mal-intencionada. Sua grande meta, para ficar no grosso, é criar no Brasil indústrias que vão se tornar gigantes vendendo sua produção para o governo. Nascem com dinheiro público, e teriam de crescer com a proteção do Tesouro Nacional – e, caso haja problemas, o “Estado brasileiro” está aí para resolver. É exatamente o contrário do que acontece na vida real. Empresas de classe mundial, hoje em dia, só existem se conseguem vender produtos com a qualidade e os preços exigidos pelos mercados internacionais. O resto é conversa fiada.

A “indústria naval” brasileira que Lula insiste em criar, com as suas Sete Brasil e outros bichos, tem tanta chance de vender navios ou sondas no mercado externo quanto de vender naves espaciais para a Nasa. Ninguém quer comprar, nunca – só mesmo o governo. Aí fica impossível dar certo. Empresa que tem um cliente só pode até ser chamada de “campeã”. Mas é uma campeã morta.

Decisões de Lula na política industrial revelam intenção de criar gigantes que só terão com clientes o próprio governo
Decisões de Lula na política industrial revelam intenção de criar gigantes que só terão com clientes o próprio governo Foto: Wilton Junior/Estadão

Poucos episódios recentes mostraram tão bem como funciona a cabeça industrial petista quanto as recentes e até agora desastrosas tentativas de Lula para se meter na Vale, a maior mineradora do Brasil e peça essencial para as exportações nacionais. A Vale é uma empresa privada, mas Lula acha que pode escolher a sua direção, como escolhe a cor dos sofás do Alvorada.

Veio há pouco com a noção, realmente extraordinária, que as empresas “têm de seguir a política econômica do governo”. De onde ele foi tirar um negócio desses? Nem a papelaria da esquina conseguiria sobreviver às recomendações empresariais de Lula ou qualquer gato gordo do ministério – e de mais a mais, qual é a “política econômica do governo”? É tudo um conto do vigário colossal.

Nenhuma empresa honesta precisa de “políticas públicas”. Precisa de liberdade para trabalhar, criar e competir. Precisa de menos governo – menos burocracia, menos fiscal, menos perseguição por parte de parasitas que nunca mantiveram relações com o sistema produtivo. Precisa de menos imposto e custos menores. Precisa de segurança jurídica – a expectativa de que a justiça vai decidir segundo o texto escrito das leis, princípio que o STF eliminou do Direito brasileiro. Nada disso está disponível no momento.

 

PROFISSIONAIS ESPECIALIZADOS COMO SAÚDE, EDUCAÇÃO, TELECOMUNICAÇÕES, MANUFATURA E OUTROS ESTÃO APTOS A CRIAR A INFRAESTRUTURA DA IA

As carreiras que irão sustentar a explosão do uso da Inteligência Artificial

Por Guy Perelmuter – Jornal Estadão

Conforme discutimos em nossa coluna do mês passado, é razoável assumir que o mercado de trabalho irá apresentar oportunidades tanto para profissionais habilitados em criar a infraestrutura necessária para o uso de sistemas de Inteligência Artificial quanto para profissionais especializados em setores como saúde, educação, telecomunicações, manufatura, e outros. Para carreiras criadas ou expandidas como consequência da expansão da IA para o mercado, já falamos da “engenharia de prompts”, de “treinadores de assistentes digitais”, e dos cientistas de dados (reais e/ou sintéticos).

O processo de treinamento de sistemas inteligentes é uma das etapas mais importantes no desenvolvimento destas soluções, uma vez que toda inferência realizada é baseada no conjunto de pesos das conexões entre os neurônios artificiais — e o estabelecimento destes pesos ocorre justamente na fase de aprendizado da rede neural artificial. A escolha apropriada dos exemplos, evitando dados com viés, e a verificação da robustez dos resultados faz parte do trabalho do especialista em ética de IA. Este profissional deve garantir que o desenvolvimento e implantação do sistema minimizem preconceitos e reflitam de forma adequada a complexidade do mundo real e da sociedade. Especialistas em ética tipicamente irão trabalhar próximos aos especialistas em aprendizado de máquina, cujo foco é no desenvolvimento e implementação dos algoritmos e arquiteturas utilizados.

Outro tema que já discutimos aqui e que está criando novas oportunidades de emprego está relacionado à opacidade das respostas produzidas por sistemas inteligentes: em outras palavras, uma vez que o treinamento do algoritmo seja completado, cada vez que apresentarmos uma entrada de dados (pergunta), iremos receber uma saída (resposta) sem maiores explicações. O papel do especialista em IA explicável é justamente tornar os modelos transparentes e compreensíveis para nós, seres humanos, gerando as explicações necessárias para que possamos compreender detalhadamente como determinadas decisões foram tomadas. Isso se torna imperativo especialmente em áreas como saúde, segurança e finanças.

Os riscos associados ao aumento exponencial das capacidades preditivas e cognitivas de sistemas baseados em Inteligência Artificial levaram pessoas como Elon Musk, o cofundador da Apple Steve Wozniak, o cientista e autor Gary Marcus, engenheiros da DeepMind, Google, Meta e Microsoft e milhares de outros a assinaram uma carta aberta em março do ano passado, sugerindo uma (impossível) “pausa de seis meses no desenvolvimento de sistemas mais poderosos que o GPT-4″. Cerca de seis meses depois, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assinou um Ato Executivo visando o estabelecimento de novos padrões para segurança e controle dos riscos associados ao desenvolvimento de IA.

Inteligência artificial deverá causar profundas transformações no mercado de trabalho
Inteligência artificial deverá causar profundas transformações no mercado de trabalho Foto: Andy Kelly / Unsplash

Alguns dos aspectos mais importantes contemplados no texto do Ato incluem a necessidade de transparência e compartilhamento de resultados nos testes de novos modelos, medidas para preservar a privacidade da população (especialmente em áreas sensíveis como saúde e finanças), evitar a difusão de modelos com quaisquer tipos de tendências discriminatórias, e estabelecer proteções contra fraudes.

Apenas dois dias depois, em 1° de novembro de 2023, foi a vez de 28 países (entre eles os Estados Unidos, a China, e a União Europeia) assinarem a Declaração de Bletchley, um acordo internacional sobre segurança em IA com o objetivo de promover o desenvolvimento responsável da tecnologia, reforçando a necessidade de cooperação internacional e compreensão dos riscos associados. A declaração tem como foco a proteção dos direitos humanos, transparência, explicabilidade, justiça e responsabilidade.

Medidas como essas aumentam a relevância dos especialistas em segurança de Inteligência Artificial: tratam-se de profissionais que constroem os sistemas e protocolos para defender plataformas que eventualmente venham a sofrer ciberataques orquestrados tanto por seres humanos quanto por outras IAs, buscando assim construir uma infraestrutura seguras e robusta, fundamental para o futuro da sociedade e do mercado de trabalho — que continuará sendo nosso tema para próxima coluna. Até lá.

 

LULA COLOCOU O COMPORTAMENTO DA OPOSIÇÃO VENEZUELA EM DÚVIDA

 

Brasileiro colocou comportamento da oposição em dúvida e sugeriu que candidatos impedidos de concorrer não deveriam ‘ficar chorando’

Por Redação – Jornal Estadão

CARACAS – A política María Corina Machado, líder de oposição à ditatura de Nicolás Maduro na Venezuela rebateu às falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem acusou de validar abusos do regime chavista. Ao falar sobre as eleições no país, o brasileiro colocou em dúvida o comportamento dos opositores e sugeriu que candidatos impedidos de concorrer não deveriam “ficar chorando”. Corina Machado está inelegível por 15 anos.

“Eu chorando, presidente Lula? Você está dizendo isso porque sou mulher? Você não me conhece. Luto para fazer valer o direito de milhões de venezuelanos que votaram em mim nas primárias e dos milhões que têm o direito de fazê-lo numa eleição presidencial livre em que derrotarei Maduro”, escreveu no X (antigo Twitter), com um vídeo da fala do petista compartilhada abaixo.

“Você está validando os abusos de um autocrata que viola a Constituição e o Acordo de Barbados que afirma apoiar. A única verdade é que Maduro tem medo de me confrontar porque sabe que o povo venezuelano está hoje na rua comigo”, acrescentou.

Líder da oposição na Venezuela María Corina Machado dá entrevista em Caracas, 9 de fevereiro de 2024.
Líder da oposição na Venezuela María Corina Machado dá entrevista em Caracas, 9 de fevereiro de 2024.  Foto: REUTERS/Gaby Oraa

Mais cedo, Lula se disse feliz com a convocação da próxima eleição na Venezuela e apontou para a oposição. O Conselho Nacional Eleitoral marcou o pelito para 28 de julho, data de aniversário de Hugo Chaves, mas não mencionou a candidatura de María Corina Machado, a principal líder da oposição, que está impedida de concorrer.

Depois do anúncio, Lula colocou em dúvida o comportamento dos opositores ao regime, fazendo comparações com a política brasileira. “Eu fui impedido de concorrer às eleições de 2018, ao invés de ficar chorando, eu indiquei outro candidato que disputou as eleições”, disse em referência ao agora ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Em 2018, Lula havia sido condenado a 12 anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em processo no âmbito da Operação Lava Jato. Em 2021, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), anulou todas as condenações impostas pela Justiça Federal do Paraná a Lula. Com as decisões, Lula recuperou os direitos políticos e se tornou elegível.

No caso da Venezuela, María Corina Machado, denuncia perseguição da ditadura de Maduro. No ano passado, oposição e regime fecharam o chamado acordo de Barbados, que prevê eleições com garantias de participação e observadores internacionais, em 2024. Com a promessa de um pleito livre e justo a oposição elegeu Corina Machado nas primárias com mais de 90% dos votos, apesar do seu impedimento.

Em janeiro, o Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela (TSJ), ocupado por juízes ligados ao chavismo, confirmou que Machado está inabilitada para exercer cargos públicos por 15 anos. O tribunal afirmou no processo que ela “foi partícipe da trama de corrupção orquestrada pelo usurpador Juan Guaidó”, em referência ao opositor que se autoproclamou presidente do país em 2019, quando liderava o Legislativo do país.

A equipe da líder opositora descarta, por enquanto, que ela vá desistir de sua pretensão de disputar a presidência, embora na prática não possa se inscrever. Sem María Corina Machado, a oposição corre contra o cronograma apertado das eleições para decidir quem inscrever na disputa. O prazo para formalizar candidaturas será de quatro dias e começa em duas semanas./Com AFP

DALL-E PROGRAMA GERADOR DE IMAGENS EM HOMENAGEM A SALVADOR DALÍ

 

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

DALL-E (estilizado DALL·E) é um programa de inteligência artificial que cria imagens a partir de descrições textuais.

Ele usa uma versão de 12 bilhões de parâmetros[1] do modelo GPT-3 Transformer para interpretar entradas de linguagem natural (como “uma bolsa de couro verde em forma de pentágono” ou “uma visão isométrica de uma capivara triste”) e gerar imagens.[2] Ele pode criar imagens de objetos realistas (“um vitral com a imagem de um morango azul”), bem como objetos que não existem na realidade (“um cubo com a textura de um porco-espinho”).[3][4][5] Seu nome é uma junção de WALL-E e Salvador Dalí.[2][1]

Muitas redes neurais dos anos 2000 em diante foram capazes de gerar imagens realistas.[2] O DALL-E, no entanto, é capaz de gerá-las a partir de instruções de linguagem natural, que “entende […] e raramente falha de forma séria”.[2]

De acordo com a MIT Technology Review, um dos objetivos do OpenAI era “dar aos modelos de linguagem uma melhor compreensão dos conceitos cotidianos que os humanos usam para dar sentido às coisas”.[6]

O DALL-E 3 foi lançado nativamente no ChatGPT para clientes ChatGPT Plus e ChatGPT Enterprise em outubro de 2023, com disponibilidade via API da OpenAI e plataforma “Labs” esperada para o final do ano. A Microsoft implementou o modelo na ferramenta Image Creator do Bing e planeja implementá-lo em seu aplicativo Designer.[7]

História

O DALL-E foi revelado pela OpenAI em 5 de janeiro de 2021.

Em abril de 2022, a OpenAI anunciou o DALL-E 2, alegando que pode produzir imagens fotorrealistas a partir de descrições textuais, juntamente com um editor que permite modificações simples na saída. A partir do anúncio, o software foi declarado ainda em fase de pesquisa, com acesso limitado a usuários beta pré-selecionados. O modelo ainda pode cometer erros graves, incluindo erros que nenhum humano cometeria. DALL-E 2 foi descrito como um modelo que “pode criar imagens e arte originais e realistas a partir de uma descrição de texto. Ele pode combinar conceitos, atributos e estilos.”

Arquitetura

O modelo Generative Pre-trained Transformer (GPT) foi desenvolvido inicialmente pela OpenAI em 2018, usando a arquitetura Transformer. A primeira iteração, GPT, foi ampliada para produzir GPT-2 em 2019; em 2020 o modelo foi ampliado novamente para produzir GPT-3, com 175 bilhões de parâmetros.

O modelo de DALL-E é uma implementação multimodal do GPT-3 com 12 bilhões de parâmetros[1] que “troca texto por pixels”, treinado em pares texto-imagem da Internet. Ele usa aprendizado de zero-shot para gerar saída de uma descrição e sugestão sem treinamento adicional.

Desempenho

O DALL-E é capaz de gerar imagens em vários estilos, desde imagens fotorrealistas até pinturas e emojis. Ele também pode “manipular e reorganizar” objetos em suas imagens. Uma habilidade observada por seus criadores foi a colocação correta de elementos de design em novas composições sem instruções explícitas: “Por exemplo, quando solicitado a desenhar um rabanete daikon assoando o nariz, tomando um café com leite ou andando de monociclo, o DALL-E geralmente desenha o lenço, mãos e pés em locais plausíveis.”

Enquanto o DALL-E exibiu uma ampla gama de habilidades, no lançamento de sua demonstração pública, a maior parte da cobertura se concentrou em um pequeno subconjunto de imagens de saída “surreais” ou “peculiares”. Especificamente, a saída de DALL-E para “uma ilustração de um rabanete daikon bebê em um tutu passeando com um cachorro” foi mencionada em peças da Input,[18] NBC,[19] Nature,[20] e outras publicações.[1][21][22] Sua saída para “uma poltrona em forma de abacate” também foi notada.[6][23] Em contraste, foi observado o desenvolvimento não intencional de DALL-E de habilidades de raciocínio visual suficientes para resolver as Matrizes de Raven (testes visuais frequentemente administrados a humanos para medir a inteligência).[24]

Implicações

O DALL-E anuncia “o alvorecer de um novo paradigma de IA conhecido como IA multimodal”, na qual os sistemas seriam capazes de combinar e traduzir dados entre vários tipos de informações. Além disso, o DALL-E foi citado como um exemplo de software que exibe criatividade.

Como funciona o Dall-E?

O Dall-E é baseado em uma linguagem secreta, mas, basicamente, consiste em uma rede neural capaz traduzir o texto fornecido pelo usuário para sua própria linguagem e desenvolver uma imagem com base nos conceitos compreendidos. 

As principais tecnologias e metodologias utilizadas nesse processo são:

  • Machine learning: com esse algoritmo, a inteligência artificial está em constante aprendizado e desenvolvimento, utilizando os dados fornecidos para entregar melhores resultados.
  • Processamento de Linguagem Natural (PNL): essa vertente da IA permite que os sistemas e máquinas entendam os comandos fornecidos em linguagem humana, neste caso, desenvolvendo imagens originais e realistas.
  • Coleta e filtragem de dados: essa metodologia ajuda a estabelecer alguns limites na criação das imagens, por exemplo, não permitindo a produção de conteúdos violentos.

Além disso, mesmo sendo uma tecnologia inovadora, a interface do site é bastante simples e minimalista, oferecendo apenas uma caixa de texto para que o usuário faça a descrição da imagem que deseja produzir.

O sistema também permite que você estabeleça algumas características das imagens, como o estilo visual ou um tema específico.

O Dall-E é gratuito?

Mais ou menos. A plataforma concede a todos os novos usuários 50 créditos e, mensalmente, você recebe mais 15 créditos, sendo que uma imagem precisa de apenas um crédito para ser gerada.

Contudo, dependendo da finalidade para qual você utilize essa ferramenta, esses créditos podem ser insuficientes. Nesse caso, você pode comprar mais.

Com base na última atualização, é possível comprar 115 créditos por 15 dólares (equivalente a R$ 74,91).

Como criar imagens através do Dall-E?

Agora que você já sabe o que é essa ferramenta e como funciona, está na hora de aprender como usar o Dall-E!

Para isso, siga esses passos:

  • Acesse o site da ferramenta e crie seu cadastro;
  • Confirme as suas informações e verifique o e-mail enviado pelo site para ativar o cadastro;
  • Entre novamente na plataforma e inclua na barra de pesquisa a descrição detalhada da imagem que você deseja gerar;
  • Clique no botão “Generate”;
  • Confira as imagens geradas pela inteligência artificial, escolha a que for mais parecida com sua ideia original e faça o download;
  • Clique em “Edit” se quiser editar alguma das imagens e utilize a barra de ferramentas que aparecerá no canto da tela.

Lembre-se que quanto mais detalhado você for em sua descrição, melhor será a imagem desenvolvida.

Atenção: mesmo sendo uma ferramenta inteligente e inovadora, o Dall-E continua em fase de aprimoramento e é uma plataforma consideravelmente nova. 

Portanto, algumas imagens podem não ser geradas exatamente como você imagina, precisando de mais algumas tentativas.

Gostou de saber como usar o Dall-E? Compartilhe com alguém que vai amar conhecer essa inteligência artificial!

VOCÊ CONHECE A ValeOn?

A MÁQUINA DE VENDAS ONLINE DO VALE DO AÇO

TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!

A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

A Startup Valeon um marketplace aqui do Vale do Aço volta a oferecer novamente os seus serviços de prestação de serviços de divulgação de suas empresas no nosso site que é uma Plataforma Comercial, o que aliás, já estamos fazendo há algum tempo, por nossa livre e espontânea vontade, e desejamos que essa parceria com a sua empresa seja oficializada.

A exemplo de outras empresas pelo país, elas estão levando para o ambiente virtual as suas lojas em operações que reúnem as melhores marcas do varejo e um mix de opções.

O objetivo desse projeto é facilitar esse relacionamento com o cliente, facilitando a compra virtual e oferecer mais um canal de compra, que se tornou ainda mais relevante após a pandemia.

Um dos pontos focais dessa nossa proposta é o lojista que pode tirar o máximo de possibilidade de venda por meio da nossa plataforma. A começar pela nossa taxa de remuneração da operação que é muito abaixo do valor praticado pelo mercado.

Vamos agora, enumerar uma série de vantagens competitivas que oferecemos na nossa Plataforma Comercial Valeon:

  • O Site Valeon é bem elaborado, com layout diferenciado e único, tem bom market fit que agrada ao mercado e aos clientes.
  • A Plataforma Valeon tem imagens diferenciadas com separação das lojas por categorias, com a descrição dos produtos e acesso ao site de cada loja, tudo isso numa vitrine virtual que possibilita a comunicação dos clientes com as lojas.
  • Não se trata da digitalização da compra nas lojas e sim trata-se da integração dos ambientes online e offline na jornada da compra.
  • No país, as lojas online, que também contam com lojas físicas, cresceram três vezes mais que as puramente virtuais e com relação às retiradas, estudos demonstram que 67% dos consumidores que compram online preferem retirar o produto em lojas físicas.
  • O número de visitantes do Site da Valeon tem crescido exponencialmente, nesse mês de outubro/2022 tivemos 10.000 visitantes, hoje a Valeon já atingiu mais de 230.000 acessos.
  • O site Valeon oferece ao consumidor a oportunidade de comprar da sua loja favorita pelo smartphone ou computador, em casa, e ainda poder retirar ou receber o pedido com rapidez.
  • A Plataforma Comercial da Valeon difere dos outros marketplaces por oferecer além da exposição das empresas, seus produtos e promoções, tem outras formas de atrair a atenção dos internautas como: empresas, serviços, turismo, cinemas e diversão no Shopping, ofertas de produtos dos supermercados, revenda de veículos usados, notícias locais do Brasil e do Mundo, diversão de músicas, rádios e Gossip.

                                                                                                                                                                    Nós somos a mudança, não somos ainda uma empresa tradicional. Crescemos tantas vezes ao longo do ano, que mal conseguimos contar. Nossa história ainda é curta, mas sabemos que ela está apenas começando.

Afinal, espera-se tudo de uma startup que costuma triplicar seu crescimento, não é?

Colocamos todo esse potencial criativo para a decisão dos senhores donos das empresas e os consumidores.

E-Mail: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

Fones: (31) 98428-0590 / (31) 3827-2297

quarta-feira, 6 de março de 2024

NOVO TREM FLUTUANTE TESTADO PELA CHINA PROMETE ULTRAPASSAR A BARREIRA DO SOM E PODE ATINGIR VELOCIDADES DE DOIS MIL KM/H

 

História de Redação – IstoÉ

Um trem flutuante que está sendo testado pela China promete ter capacidade o suficiente para ultrapassar a barreira do som, atingindo velocidades de dois mil km/h. O meio de transporte já teria quebrado o recorde de trem mais rápido em um tubo de vácuo e é esperado que seja utilizado para substituir a aviação. As informações são do La Nación e do New Atlas.

O meio de transporte é desenvolvido pela CASIC (Corporação de Ciência e Indústria Aeroespacial da China – em tradução) em cooperação com a T-Flight desde 2022, quando a Hyperloop, empresa de Elon Musk, encerrou as atividades.

Trem hyperloop “flutuante” da China atinge velocidade recorde de 622 km/h

Por Igor Roberto – Época Negócios

trem supersônico
Modelo do trem supersônico T-flight em exibição em Pequim – Foto: Yuan Yi/Beijing Youth Daily/VCG/via Getty Images

A China atingiu um marco significativo no desenvolvimento de trens de alta velocidade com o “T-Flight”, que alcançou a notável velocidade de 622 km/h em uma pista de teste curta. Esse feito supera até mesmo o Maglev MLX01 do Japão (430 km/h) e projeta-se como uma inovação revolucionária no transporte ferroviário.

O T-Flight, usando a tecnologia de levitação magnética (maglev), levanta os vagões acima da pista por meio de ímãs, eliminando atrito e permitindo um deslocamento suave. Os engenheiros chineses almejam comercializar o T-Flight com uma velocidade estimada de incríveis 2.000 km/h, ultrapassando a velocidade do som e sendo mais que o dobro da velocidade de um avião Boeing 737.

Se implementado, o T-Flight poderia reduzir significativamente o tempo de viagem em longas distâncias, levando, por exemplo, de Wuhan a Pequim em apenas 30 minutos, em comparação com as mais de quatro horas necessárias nos atuais trens de alta velocidade. Este trem hyperloop, que transportaria pessoas em alta velocidade em tubos entre locais distantes, representa um avanço notável na tecnologia ferroviária.

Embora os engenheiros chineses planejem estender a pista para atingir velocidades ainda mais elevadas em testes subsequentes, a implementação em grande escala, como a proposta para um sistema de metrô entre Wuhan e Pequim, ainda enfrenta desafios significativos de custo e infraestrutura, o que pode levar muitas décadas para ser superado.

Para atingir tais velocidades, o veículo foi projetado para levitar e não utilizar trilhos. Portanto, seria utilizado um método de magnetismo, com os ímãs posicionados na ferrovia empurrando o trem para cima e para frente, possibilitando uma alta rapidez, já que o meio de transporte se moveria sem entrar em contato com qualquer outra superfície.

Na primeira fase de testes, a CASIC alegou que o sistema atingiu uma velocidade de 623 km/h, superando o recorde anterior, que pertencia ao trem bala japonês, com 603 km/h. Entretanto, a empresa afirma que o veículo pode atingir dois mil km/h, quebrando a barreira do som e se locomovendo duas vezes mais rápido do que o avião de passageiros mais veloz já fabricado.

A expectativa é de que o governo chinês inicie os próximos testes em uma ferrovia maior, de 60 quilômetros, para que o trem possa atingir sua potência máxima. Caso implementado no Brasil, um meio de transporte como este poderia viajar de São Paulo a Cuiabá em cerca de uma hora.

GOVERNO ACHA MODELO EXPLORADOR DO iFOOD E DO MERCADO LIVRE COM OS ENTREGADORES

 

História de Mauro Balhessa – IstoÉ Dinheiro

O governo cobrou que empresas como o iFood e Mercado Livre negociem uma proposta de regulamentação para o trabalho de entregadores que atuam nessas plataformas, a exemplo do que foi feito para os motoristas que transportam passageiros em veículos de quatro rodas.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encaminhou para o Congresso Nacional, nesta segunda-feira, 4, uma PLC (Proposta de Projeto de Lei Complementar) para regulamentar o trabalho de motoristas de aplicativos, como Uber e 99. Por falta de acordo com as empresas, porém, o texto não tratou do trabalho de entregadores.

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, atacou diretamente o iFood e o Mercado Livre, e as empresas rebatarem as críticas e afirma que quer negociar.

+ Lula assina projeto que regula atividade de motoristas de aplicativo

Crédito: Ricardo Stuckert

Crédito: Ricardo Stuckert© Fornecido por IstoÉ Dinheiro

“Espero que a partir desse Projeto de Lei, inclusive influencie os demais segmentos para que a gente possa voltar a mesa. Não adianta o iFood mandar recado”, afirmou o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, durante a assinatura do projeto para os motoristas de aplicativo.

Luiz Marinho, ministro do Trabalho – Crédito: Reprodução/YouTube/Agência Gov

Luiz Marinho, ministro do Trabalho – Crédito: Reprodução/YouTube/Agência Gov© Fornecido por IstoÉ Dinheiro

Na sequência, Marinho citou que elas não querem esse “modelo de negócio” porque ele é altamente “explorador”.

“Nós conversamos o ano inteiro, mas o iFood e as demais, Mercado Livre, enfim, diziam o seguinte: que o padrão dessa negociação não cabe no seu modelo de negócio porque é um modelo de negócio altamente explorador.”

Ele completou dizendo que é necessário conceder aos trabalhadores uma condição de vida digna.

“Precisamos estabelecer padrão remuneratório, que oferece condição de cidadania, condição de vida digna aos trabalhadores e trabalhadoras, como estamos fazendo aqui.”

Lula também cobrou o iFood na ocasião e afirmou que vai “encher o saco”.

“O iFood não quer negociar. Pois nós vamos encher tanto o saco, que o iFood vai ter que negociar. 

As empresas de corridas e associações de motoristas discordam de algumas medidas, mas afirmam estar abertas para o diálogo. Veja abaixo o que dizem o iFood e o Mercado Livre.

Mercado Livre

Em nota divulgada à imprensa, o Mercado Livre afirma que “segue aberto ao diálogo”.

“Sobre os comentários envolvendo o Mercado Livre, durante solenidade voltada à regulamentação do trabalho em aplicativos de transporte no país, realizada hoje (04) em Brasília (DF), a empresa esclarece que, diferente do que foi dito, atua de diferentes formas nesta agenda setorial, tendo participado ativamente desde o início da constituição e execução do Grupo de Trabalho (GT) junto ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Além disso, a empresa integra o Movimento Inovação Digital (MID), associação que reúne empresas digitais, e por meio da qual também reconhece e celebra os esforços do governo na direção de uma discussão regulatória com todas as partes impactadas. Apesar de ainda não ter tido acesso ao texto da proposta em questão, o Mercado Livre segue aberto ao diálogo e continuará trabalhando colaborativamente nesta agenda a partir das diferentes frentes nas quais já está presente. A empresa reitera que o reconhecimento do modelo de intermediação e dessa nova modalidade de trabalho, bem como a inclusão previdenciária, são pontos relevantes que ancoram temas fundamentais para o aprofundamento do debate junto ao Congresso Nacional e à categoria de entregas.”

iFood

O iFood, por sua vez, também rebateu o governo e diz que apoia uma regulamentação do setor desde 2021.

“O iFood esclarece que não é verdadeira a fala do ministro Luiz Marinho de que a empresa não quer negociar uma proposta digna para entregadores. O iFood participou ativamente do Grupo de Trabalho Tripartite e negociou um desenho regulatório para os entregadores até o seu encerramento.”

E completa: “A última proposta feita pelo próprio ministro Marinho, com ganhos de R$ 17 por hora trabalhada, foi integralmente aceita pelo iFood. Depois disso, o governo priorizou a discussão com os motoristas, que encontrava menos divergência na bancada dos trabalhadores.”

O post ‘Modelo explorador’: entenda a queda de braço entre governo e iFood e Mercado Livre apareceu primeiro em ISTOÉ DINHEIRO.

DEPOIS DE PREJUÍZOS BILIONÁRIOS APURADOS PELA LAVA JATO GOVERNO RETOMA AS MESMAS OBRAS

 

História de NICOLA PAMPLONA – Folha de S. Paulo

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Em 2020, quando concluiu estudo sobre as perdas da Petrobras com o cartel de empreiteiras investigado pela Operação Lava Jato, o TCU (Tribunal de Contas da União) estimou em R$ 18,6 bilhões o prejuízo imposto à companhia com contratos superfaturados.

Atualizado pelo IPCA, o valor chega hoje a R$ 23,8 bilhões. As perdas, disse o acórdão que aprovou o estudo, foram provocadas por licitações direcionadas, aditivos superfaturados, planejamento falho e a contratação de serviços desnecessários.

A Petrobras já anunciou o interesse em retomar duas das obras mais simbólicas deste período, a Refinaria Abreu e Lima e o Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), o que gera temores de repetição dos problemas, principalmente diante de recuos no arcabouço de governança criado após a operação.

“Infelizmente tem havido um afrouxamento em relação aos rigores que foram instituídos nas contratações da Petrobras”, diz o presidente do Instituto Não Aceito Corrupção e procurador do Ministério Público de São Paulo, Roberto Livianu.

“Estamos vendo um refluxo, um recuo em relação a isso. Já está se falando em mudar a Lei das Estatais, em eliminação das quarentenas [para indicação de dirigentes partidários ou sindicais”, continua ele, referindo-se a liminar do STF (Supremo Tribunal Federal) que alterou dispositivos da lei.

Com base apenas na liminar, sem aguardar decisão colegiada, a Petrobras já alterou seu estatuto, reduzindo as restrições à nomeação de dirigentes partidários e sindicais para a sua administração. A mudança derrubou as ações da empresa e é questionada pela área técnica do TCU.

O auditor do tribunal Leonardo Henrique Lima de Pilla vê risco de que as decisões tomadas com inobservância das regras internas da companhia e da legislação venham a ser questionadas administrativa ou judicialmente, implicando em riscos de condenações no Brasil e no exterior.

Esse cenário, prossegue, traz risco potencial de prejuízos significativos “não só à própria Petrobras, mas também à União, sua acionista controladora”. As ações da estatal derreteram após o anúncio da medida, embora tenham recuperado valor nos meses seguintes.

Além da mudança no estatuto, a Petrobras relaxou, desde o último ano do governo Jair Bolsonaro (PL), restrições à nomeação de membros administração federal ao seu conselho de administração, diante de riscos de conflito de interesse.

O atropelo às regras de governança foi mantido por Lula: atualmente, o conselho tem duas pessoas com cargos no MME (Ministério de Minas e Energia) e um ex-dirigente sindical. O governo já anunciou que quer renovar os três mandatos na próxima assembleia de acionistas, em abril.

Em colaborações premiadas, ex-diretores da Petrobras admitiram receber propinas em troca de vantagens às empreiteiras contratadas, em um esquema que beneficiava não só os executivos e as empresas, mas também agentes políticos e campanhas eleitorais.

No documento em que recalculou os prejuízos à Petrobras em 2020, o TCU frisou que “as empresas integrantes do denominado ‘clube’ [de empreiteiras] se reuniam periodicamente e nessas ocasiões indicavam quais seriam seus empreendimentos de maior interesse”.

“Dessa forma, por meio de propostas de cobertura apresentadas pelas demais envolvidas, as empresas conseguiam firmar contratos por valores superiores aos que seriam obtidos em ambiente de efetiva concorrência e, na maioria das vezes, superfaturados.”

Houve irregularidades em obras de diversos segmentos de atuação da companhia, mas dois projetos ficaram conhecidos como ícones do esquema de corrupção: o Comperj e a Refinaria Abreu e Lima, justamente os dois que a Petrobras decidiu retomar.

Ambos deveriam ser concluídos em 2011. A refinaria Abreu e Lima iniciou operações em 2014, mas com apenas uma das duas fases previstas inicialmente. O Comperj, rebatizado de Polo GasLub no governo Bolsonaro, ainda não tem operações.

O atraso já assombrava o TCU em 2020: “Até hoje, o Comperj só consumiu dinheiro dos cofres públicos. Dezenas de bilhões de reais foram gastos, para não se ter um único centavo de receita, 13 anos após o início das obras”, dizia o estudo sobre os prejuízos provocados pelo cartel de empreiteiras.

Em 2022, ainda no governo Bolsonaro, a Petrobras decidiu concluir a refinaria Abreu e Lima. Em 2023, já após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), começou a estudar a conclusão da refinaria do Comperj, onde há hoje uma unidade de tratamento de gás do pré-sal ainda inoperante.

A estatal alega que as obras foram paralisadas em 2015 já em estágio avançado, com a maior parte do investimento já realizado. Os aportes restantes, argumenta, são justificados e podem reduzir a dependência brasileira de óleo diesel.

A retomada das obras da refinaria em Pernambuco já foi celebrada numa cerimônia em janeiro, na qual Lula reforçou suas críticas à Operação Lava Jato, tratada como uma armação contra a Petrobras e contra a busca por petróleo no Brasil.

“Tudo o que aconteceu nesse país foi uma mancomunação entre alguns juízes desse país, alguns procuradores desse país, subordinado ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos que queriam e nunca aceitaram o Brasil ter uma empresa como a Petrobras”, afirmou.

A estatal anunciou que investirá até R$ 8 bilhões para concluir a refinaria, que já consumiu cerca de R$ 90 bilhões e se tornou tema de um caderno especial do TCU sobre “como uma ideia virtuosa e promissora pode se transformar num malogro comercial bilionário”.

Nele, o ministro Benjamin Zymler escreveu que o projeto subverteu um sistema de governança sofisticado “ao ponto de enredar toda a alta administração de uma empresa de renome -mesmo que involuntariamente- num ousado esquema de corrupção e desvio de recursos”.

Para o Comperj, o projeto da Petrobras prevê a implantação de unidades para produção de combustíveis, além de estudos para a uma usina térmica na área do complexo, que fica em Itaboraí, na região metropolitana do Rio. A ideia é contratar as obras ainda no primeiro semestre.

“A implantação da planta de lubrificantes e combustíveis do Polo Gaslub integra a estratégia da companhia para expansão e adequação de um parque de refino mais moderno, com produtos de maior valor agregado e qualidade para atendimento ao mercado”, afirmou, em nota, a estatal.

A empresa não atendeu a pedido de entrevista com a área de governança para falar sobre como evitar irregularidades na retomada dos investimentos. Em outras ocasiões, presidente da estatal, Jean Paul Prates defendeu que seus instrumentos de governança hoje reduzem os riscos de decisões prejudiciais.

O reforço em barreiras de proteção foi iniciado durante o governo Michel Temer, quando Pedro Parente presidiu a estatal. O processo decisório passou a ser mais coletivo e a empresa impôs regras de transparência para o relacionamento com agentes políticos e fornecedores.

Estabeleceu ainda que a companhia precisa ser ressarcida pelo governo caso seja instada a fazer investimentos deficitários a pedido do governo.

O BRASIL PENSA EM CONSTRUIR NOVAS HIDRELÉTRICAS

 

História de Por Letícia Fucuchima – Reuters

Barragem da usina de Itaipu 10/11/2009 REUTERS/Rickey Rogers/Files (BRAZIL ENERGY)

Barragem da usina de Itaipu 10/11/2009 REUTERS/Rickey Rogers/Files (BRAZIL ENERGY)© Thomson Reuters

Por Letícia Fucuchima

SÃO PAULO (Reuters) – O Brasil deve voltar a avaliar a construção de novas usinas hidrelétricas, uma possibilidade que havia sido enterrada após os impasses ambientais gerados por Belo Monte, e que agora ensaia um retorno diante da mudança da matriz elétrica nacional e do papel das hídricas para garantir a segurança do fornecimento de energia.

A discussão sobre uma nova política pública para a fonte, com remuneração diferenciada e possível retorno de estudos para novos projetos, vem sendo encabeçada por grandes geradores hidrelétricos e encontra receptividade no Ministério de Minas e Energia, com acenos favoráveis do ministro Alexandre Silveira.

Apesar do senso de urgência dessa pauta para agentes do setor elétrico, que veem a fonte desperdiçando seu potencial, a discussão pode esbarrar na agenda ambiental, ponto sensível para o governo Lula, ponderam especialistas.

O país tem pelo menos sete projetos de usinas hidrelétricas, somando 2,4 gigawatts (GW) de potência, com estudos em diferentes estágios, que poderiam ser retomados nos próximos anos, segundo mapeamento da Associação Brasileira das Empresas Geradoras de Energia Elétrica (Abrage).

Esses potenciais empreendimentos, localizados nos Estados de Roraima, Rondônia, Amapá, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, seriam avaliados sob novos protocolos sociais, ambientais, técnicos e econômicos, ressalta a presidente da Abrage, Marisete Pereira.

“A gente poderia voltar a trabalhar novos aproveitamentos hidrelétricos, com todo o cuidado, de modo que pudéssemos contar com esses recursos para garantir a segurança energética do sistema”, disse ela à Reuters.

Pereira, ex-número dois do Ministério de Minas e Energia no governo anterior, destaca que a fonte hídrica, ainda predominante na matriz brasileira, com 50% capacidade instalada, é capaz de fornecer energia e potência ao sistema elétrico a qualquer momento do dia e de forma flexível.

Esse atributo, também proporcionado por termelétricas, é essencial para compensar a variabilidade da geração das energias eólica e solar, que têm impulsionado o crescimento do parque gerador nacional nos últimos anos.

A última hidrelétrica construída no Brasil foi Belo Monte, projeto considerado controverso por seus impactos ambientais na Amazônia e às comunidades tradicionais e indígenas locais. A usina a fio d’água (sem reservatório) no rio Xingu consumiu investimentos bilionários e foi totalmente finalizada em 2019.

Desde então há um vácuo de novos projetos hidrelétricos, tanto pela dificuldade do mercado em avançar com estudos — antes conduzidos principalmente pelo setor de construção, que minguou nos últimos anos –, como pelo maior interesse pela geração eólica e solar, que possui custos mais baixos e implementação mais simples.

MENOR ESCALA, REVERSÍVEIS

Uma das possibilidades para evitar novos alagamentos de grandes áreas e garantir segurança energética são as usinas hidrelétricas reversíveis, que teriam menor escala em relação a uma Belo Monte, por exemplo, e poderiam minimizar impactos ambientais.

Esses projetos de até 300 MW, enquanto Belo Monte tem 11,2 GW, funcionariam bombeando água entre reservatórios de forma a capturar benefícios para o sistema.

“A usina bombeia água para o reservatório de cima quando a energia está barata, ao longo do dia, e gera energia na ponta, quando a energia está mais cara e a demanda está maior”, explica Gil Maranhão Neto, diretor de comunicação e responsabilidade social corporativa da Engie Brasil.

“É um dos serviços que as hidrelétricas poderiam prestar, mas hoje não tem regulação que estimule. Você teria que ter leilões especiais para energia de ponta, que não está previsto hoje, o que temos são leilões de capacidade.”

Essas mudanças regulatórias precisam vir associadas a um debate mais amplo de valorização da fonte, acrescentou ele, de forma a permitir que empreendedores possam retomar estudos para novos projetos.

“Esses quatro anos de estudo (para novos projetos) demandam por usina, por alto, 20 milhões de reais de investimento. Hoje ninguém está fazendo isso, ninguém está fazendo esse papel.”

Do ponto de vista socioambiental, o executivo da Engie ressalta que o debate avançou muito a nível mundial e que as hidrelétricas são hoje alocáveis em emissões de “green bonds” e registráveis em mecanismos internacionais de desenvolvimento limpo.

“Uma hidrelétrica, assim como qualquer grande infraestrutura pesada, é um elefante na sala, não estou negando isso. Mas esses impactos (socioambientais) e essa transformação hoje são medidos de forma consensual no mundo, de forma científica, são compensados e mitigados também através de ‘standards’ a nível global e cientificamente demonstráveis.”

NO GOVERNO

O debate sobre novas hidrelétricas é visto com bons olhos pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que vem pontuando em seus discursos públicos que a fonte foi “abandonada” e que o país não pode abdicar do potencial hídrico.

Na última sexta-feira, ao ser questionado por jornalistas sobre retomada de grandes projetos hidrelétricos, Silveira disse que, se dependesse dele, isso seria discutido.

“Se dependesse do ministro de Minas e Energia do Brasil, se discutiria, sim, as grandes hidrelétricas. Mas não necessariamente eu estou dizendo que serão as grandes hidrelétricas, até porque isso não é um resultado de curto prazo.”

Silveira destacou que o Brasil tem as pequenas centrais hidrelétricas, chamadas de PCHs. “Muitas delas, o Brasil já tem estudos que demonstram que é possível se avançar.”

Charles Lenzi, presidente da Abraget, entidade que representa geradores hídricos de menor porte, afirma que o país tem cerca de 600 projetos de PCHs, somando 9 GW e espalhados por todo o país, inclusive próximos aos grandes centros de carga, em estágio avançado para iniciar construção nos próximos anos.

“A gente tem que explorar esses potenciais com todo o critério, com todo o rigor necessário nos processos de licenciamento e com ênfase muito grande em sustentabilidade, tanto para as grandes quanto para as pequenas usinas”, disse Lenzi.

Entretanto, o debate sobre novas hidrelétricas é sempre sensível do ponto de vista político, principalmente após Belo Monte, mesmo que o foco agora esteja em usinas de menor porte, avalia Ricardo Baitelo, coordenador do Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA).

“Os riscos socioambientais e até de acionistas estão aí da mesma forma que já estavam (na época de Belo Monte). Para você conseguir fazer um empreendimento, tem o custo político também, eu acho que o custo político vai ser maior ainda.”

Baitelo lembra que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva projeta a agenda ambiental — em frentes como a redução do desmatamento da Amazônia e a transição para uma economia verde — como um cartão de visitas do Brasil, algo que pode limitar o ímpeto das hidrelétricas, em determinado momento.

(Por Letícia Fucuchima)

TRUMP CONFIRMA FAVORITISMO EM SUPER TERÇA NOS EUA

 

Folha de S. Paulo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump teve um desempenho sem grandes surpresas na Super Terça, dia no qual 15 estados votam nas primárias do Partido Republicano, e derrotou a rival Nikki Haley em 10 estados em que já foi possível estabelecer um vencedor: Vírginia, Carolina do Norte, Tennessee, Oklahoma, Maine, Alabama, Massachusets, Arkansas, Texas e Minnesota.

Segundo projeções da imprensa americana, as margens das vitórias do ex-presidente sobre a adversária são bastante confortáveis —no mínimo 26 pontos percentuais, caso de Massachusets e Colorado, e até 68 pontos em Oklahoma.

Uma pesquisa de boca de urna do Instituto Edison mostrou que imigração e a situação da economia são os dois principais temas de preocupação para eleitores na Virgínia e na Carolina do Norte, e a maioria dos republicanos nesses estados apoia a deportação de imigrantes em situação irregular. Trump tem feito ataques cada vez mais contundentes a imigrantes, e prometeu expulsá-los em níveis recordes se eleito.

Membros da campanha de Haley torciam por uma zebra na Virgínia, onde há mais eleitores de alta renda e escolaridade —duas características que tornam mais provável que um republicano apoie a ex-governadora em vez de Trump, mais forte entre eleitores menos escolarizados e de áreas rurais.

Ao longo da noite e madrugada, ainda serão divulgados os resultados de outros estados que realizam as primárias republicanas nesta terça-feira (5): Alasca, Arkansas, Califórnia, Colorado, Texas, Vermont e Utah.

Ao todo, estão em jogo 865 delegados, e Trump deve conquistar a grande maioria deles. Em entrevista à Fox News, ele disse que pretendia vencer em todos os estados em disputa nesta terça, e sua campanha afirmou que espera que ele consiga conquistar a nomeação matematicamente até, no máximo, o próximo dia 19.

Nesta terça, o ex-presidente deve chegar muito próximo de conquistar a nomeação, mas ainda não oficialmente —para isso, é preciso 1.215 delegados e, no melhor dos cenários, Trump só pode conseguir 1.164. A convenção nacional do partido acontece de 15 a 18 de julho, e a eleição, dia 5 de novembro.

Confirmadas as vitórias de Trump nesta terça, Nikki Haley, sua única concorrente restante na corrida republicana, já indicou que deve anunciar sua desistência.

O empresário acumula 273 delegados, obtidos com as vitórias em Iowa, New Hampshire, Nevada, Carolina do Sul, Ilhas Virgens, Wyoming, Idaho, Michigan, Missouri e Dakota do Norte. Haley tem apenas 43 –desses, 19 foram obtidos na sua única vitória até agora, em Washington (Distrito de Colúmbia), no último domingo. O restante veio do cálculo proporcional por ter ficado em segundo ou terceiro lugar em outras disputas.

Do lado democrata, Biden também deve vencer suas disputas com facilidade, como era esperado, conquistando todos os delegados —Marianne Williamson e Dean Phillips, os dois candidatos ainda disputando a nomeação do partido, não tiveram votos suficientes para pontuar.

O atual presidente já teve sua vitória confirmada nesta terça nos estados de Iowa, Virgínia, Vermont, Carolina do Norte, Tennessee, Oklahoma, Maine, Massachussets, Arkansas e Alabama.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...