quarta-feira, 6 de março de 2024

VIOLÊNCIA CONTRA INDÍGENAS COMPROMETE O GOVERNO LULA

 

História de Redação – IstoÉ Dinheiro

Acusado de negligência e descaso em relação à crise humanitária na Terra Yanomami, nos Estados de Amazonas e Roraima, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) busca reverter a alta de mortes, a imagem negativa e a comparação com a inação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre o tema no governo passado. O número de mortes em 2023, primeiro ano do mandato petista, superou os dados do último ano da gestão passada. A percepção sobre a responsabilidade pela crise nas redes sociais dá sinais de mudança, segundo um estudo da FGV Comunicação Rio. Antes do atual governo, Bolsonaro era apontado como o principal culpado. Já neste ano, Lula aparece no centro do debate sobre a desordem humanitária.

O Ministério da Saúde registrou 363 mortes de yanomamis no ano passado. O número é superior ao dado oficial de 2022, com 343 mortes. O levantamento da FGV Comunicação Rio, que analisou a repercussão das mortes indígenas no X, no Facebook e no Instagram, de janeiro de 2023 a janeiro de 2024, com ênfase na comparação entre o mês de janeiro dos dois anos, mostra que conteúdos sobre violência contra indígenas e garimpo ilegal pautam a discussão política nas redes.

A crise Yanomami do início de 2023 foi o maior destaque do período, concentrando críticas e responsabilizações à gestão Bolsonaro, sobretudo no campo progressista. Os grupos de direita culpavam gestões anteriores de Lula, mas em menor volume. Já em 2024, o debate é conduzido pela oposição ao atual governo petista, com acusações de que o presidente não tomou atitudes significativas para conter a crise humanitária.

Parlamentares e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro acusam o atual chefe do Executivo de não tomar atitudes significativas em relação aos povos Yanomami. O aumento do número de desnutridos, dos casos de malária e das mortes de indígenas são os principais assuntos repercutidos por perfis conservadores, de acordo com o estudo da FGV, que faz parte do projeto Democracia Digital, apoiado pela Embaixada da Alemanha no Brasil. Já os perfis mais alinhados ao governo apontam para a redução do número de garimpeiros no território.

O garimpo é um tema que permaneceu em alta nos dois períodos analisados pelo levantamento. Em 2023, o foco eram as consequências da atividade mineradora na Terra Yanomami. Já no início deste ano, as iniciativas do governo Lula na luta contra o extrativismo dominam a discussão.

Parlamentares de esquerda e direita disputam a narrativa sobre os culpados pela crise humanitária nas redes sociais. Na oposição, o deputado federal Paulo Eduardo Martins (PL-PR), a senadora Damares Alves (PL-PR), e o deputado estadual em São Paulo Coronel Telhada (PP-SP) apontam um suposto descaso do atual governo com o povo Yanomami.

No fim de fevereiro deste ano, no dia 22, Damares usou o perfil no X para criticar o atual governo. De acordo com a senadora, as críticas dos aliados do presidente Lula à gestão Bolsonaro na área tinham conotação eleitoral.

“A verdade é que por trás dos discursos inflamados que a esquerda mundial (inclusive a imprensa) promoveram ano passado, não havia real vontade de ver os indígenas sendo salvos. Todo aquele alarde era eleitoral, era uma perseguição política e ao mesmo tempo era vazio”, escreveu Damares.

A Câmara de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais do Ministério Público Federal apontou em janeiro do ano passado que a “grave situação” de saúde e segurança alimentar vivida pelo povo Yanomami é resultado da omissão do Estado em assegurar a proteção da terra indígena, tendo o governo Jair Bolsonaro adotado “providências limitadas” sobre o tema. Em nota pública, a Procuradoria alerta para “verdadeira tragédia humanitária” e possível caracterização de genocídio, inclusive com eventual responsabilização internacional do Estado.

Aliados do presidente defendem governo

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o perfil oficial do PT são os destaques na base governista na defesa dos avanços do atual governo em relação à população Yanomami, segundo a pesquisa. Sem citar a alta de mortes na terra indígena, Marina destaca nas redes sociais a redução da mineração ilegal na região.

“O trabalho emergencial iniciado em 2023 resultou na redução de 85% das áreas de mineração ilegal, quando comparado ao ano anterior. Mas muito ainda precisa ser feito para recuperar a autonomia Yanomami e a defesa dos direitos dos povos indígenas, como determinou o presidente Lula, durante a primeira reunião ministerial do ano”, escreveu a ministra no dia 11 de janeiro deste ano no X.

De acordo com a FGV, políticos alinhados ao governo federal disputam a narrativa sobre as causas da crise humanitária e focam na redução do garimpo ilegal.

“Gleisi Hoffmann, Humberto Costa e Randolfe Rodrigues são os parlamentares governistas com mais interações. Ressaltando os planos da atual gestão Lula em unir várias frentes para uma atuação conjunta de reforço ao combate ao garimpo ilegal, a saúde pública e garantir a proteção dos povos yanomami, com o aporte de R$ 1,2 bilhão para a proteção da Terra Indígena Yanomami, eles reafirmam que a crise humanitária na região é importante para a atual gestão, além de redirecionarem a culpa para Bolsonaro e Damares. O caso da comunidade Pataxó Hã-hã-hãe (BA) é destacado pelo deputado Padre João (PT-MG)”, diz o estudo da FGV.

Em contraponto, aliados de Bolsonaro como os deputados Carla Zambelli (PL-SP), Bia Kicis (PL-DF), Hélio Lopes (PL-RJ), e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), do Rio de Janeiro, são os nomes que se destacam em audiência e engajamento na oposição ao atual governo, segundo o levantamento.

O post FGV: Violência contra indígenas reforça polarização e afeta imagem de Lula apareceu primeiro em ISTOÉ DINHEIRO.

INVESTIGAÇÕES DA PF SOBRE GOLPE CRIA ANIMOSIDADE COM O EXÉRCITO

 

Cúpula da força terrestre reclama de saber detalhes do inquérito pela imprensa e de falta de explicação sobre a prisão de três militares

Por Monica Gugliano – Jornal Estadão

As investigações, os depoimentos e a falta de comunicação entre a Polícia Federal e o Exército estão elevando a temperatura nestes últimos dias entre policiais federais e militares. O caldo entornou ainda mais depois do depoimento do ex-comandante do Exército, general Marco Antonio Freire Gomes, que, na sexta-feira passada, falou durante mais de oito horas e teria respondido a cerca de 250 perguntas. Entre elas, a confirmação de que teria sido convocado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para a reunião em que foram discutidas propostas para o golpe e que impedissem a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

Investigações da Polícia Federal, aprofundadas com a operação Tempus Veritatis, estão incomodando militares em razão da falta de informações
Investigações da Polícia Federal, aprofundadas com a operação Tempus Veritatis, estão incomodando militares em razão da falta de informações Foto: Wilton Junior/Estadão

Oficiais generais têm dito que tomam conhecimento de trechos dos inquéritos pela imprensa e reclamam que essa postura da Polícia Federal causa profundo desgaste na Força. “Esses inquéritos estão sob sigilo apenas para nós”, disse um desses oficias. A cúpula do Exército vem sendo pressionada a explicar as razões pelas quais há três militares presos: o coronel Bernardo Romão Correia Neto, o major Rafael Martins de Oliveira e o coronel Marcelo Costa Câmara.

De acordo com as investigações, Marcelo Câmara, um dos mais próximos assessores do então presidente, fez parte de todas as ações criminosas que arquitetaram o golpe de Estado. Correia Neto teria participação direta na organização da porta dos quartéis e Martins de Oliveira negociou com Mauro Cid o pagamento de R$ 100 mil para pagar a viagem de manifestantes a Brasília. Julgados e considerados culpados, serão submetidos a uma nova investigação para que se apure se eles têm condições de continuar na Força.

A tensão tem aumentado à medida em que os novos depoimentos complicam a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro. O de Freire Gomes, pelo que se sabe, não poupou Bolsonaro e ajudou a confirmar a informação de que o ex-presidente teria participado da confecção da minuta do golpe. Os dados teriam aproximado Bolsonaro do cadafalso. O ex-comandante também teria citado outros assessores diretos de Bolsonaro, como o ex-candidato a vice na chapa, Braga Netto, e o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno Ribeiro Pereira. Nos próximos dias, deve ser decidido um novo depoimento de Mauro Cid – que fez acordo de delação premiada.

Informações do depoimento do general Freire Gomes, que teria agravado a situação de Jair Bolsonaro, foram reveladas pela imprensa, ampliando irritação dos militares
Informações do depoimento do general Freire Gomes, que teria agravado a situação de Jair Bolsonaro, foram reveladas pela imprensa, ampliando irritação dos militares Foto: Alan Santos/PR

Estes dois, inclusive, já foram lançados ao mar pelo próprio Bolsonaro. Braga Netto, depois de reveladas as mensagens em que chama Freire Gomes de “cagão”, e acusa o general Tomás Ribeiro – que viria a ser o comandante do Exército – de “ser petista desde criancinha”, praticamente perdeu qualquer interlocução com os antigos companheiros, inclusive com Bolsonaro.

De Heleno, Bolsonaro também tomou distância, depois de quatro anos no governo em que ele foi praticamente sua sombra. O general, que chegou a ser um dos militares mais prestigiados de sua geração, não recebeu uma única palavra do ex-chefe à medida que se enrolava em gravações e textos escritos em sua agenda, como revelou a revista Veja.

Heleno foi um dos articuladores e fiadores da candidatura do ex-capitão rebelde, que não era muito bem visto entre o oficialato. E se engajou na pré-campanha a partir de 2017. Dizia aos seus pares que Bolsonaro era o único nome em condições de derrotar Luiz Inácio Lula da Silva – que acabou preso e não pode concorrer – e, por fim, o aproximou do então comandante do Exército Eduardo Villas Bôas.

Villas Bôas, em 3 de abril de 2018, quando o STF se preparava para votar um habeas corpus que poderia livrar Lula da prisão, disparou uma nota de 239 caracteres em sua conta pessoal no antigo Twitter. Dizia o seguinte: “Asseguro à Nação que o Exército brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à democracia, bem como se mantém atento às suas missões constitucionais.” No dia seguinte, depois de quase onze horas de discussão, os ministros rejeitaram o habeas corpus do petista por uma margem apertada: 6 votos a 5. Lula seria preso logo depois e estava definitivamente fora da eleição presidencial de 2018.

TRAKTO OFERECE AOS USUÁRIOS UM DESIGN ATRAENTE E OPÇÕES DE LAYOUTS DIVERSIFICADOS

Trakto: Aplicativos online para designer e freelancer

Com um design muito atraente e opções de layouts diversificados, o Trakto oferece ao usuário a possibilidade de criação de propostas comerciais, apresentações, contratos, e-books e cálculo de valor de serviço baseado em horas trabalhadas. No site do Trakto é possível escolher a categoria que desejamos trabalhar, ela é dividida nas categorias que citamos anteriormente e oferece uma série de templates prontos que podem ser customizados ou arquivos em branco onde podemos criar do zero.

O editor do Trakto permite inserir títulos, textos, vídeos e imagens com um simples arrastar e soltar. Dentro dos layouts é possível utilizar vídeos do YouTube e Vimeo de forma muito simples, basta arrastar o componente de vídeo para a área desejada, informar a url e o vídeo já está pronto para ser usado, escalonado e posicionado dentro da página. O Trakto também aceita Gif’s animados dentro dos layouts, um recurso que torna o projeto muito mais interessante para quem o recebe.

Depois de pronto é possível fazer o preview, realizar o download do arquivo ou compartilhar a url de seu trabalho via Facebook, Twitter, Google+, e-mail ou Whatsapp sendo que o resultado fica online no site do Trakto. Através do app do Trakto é possível calcular o valor de serviços através de um cálculo muito interessante que envolve o valor do equipamento do profissional, quanto ele deseja ganhar ao mês e mais alguns outros valores que no final são calculados com base nas horas de trabalho. O app indica ao profissional o valor ideal a ser cobrado, quanto o profissional está ganhando de lucro e qual o valor médio e mínimo que aquele serviço pode ter com a vantagem de que no final o próprio app se encarrega de criar o contrato e enviá-lo ao cliente.

NOSSA OPINIÃO

O Trakto é uma solução completa para freelancers e empresas que não querem perder muito tempo na criação de apresentações, propostas comerciais, contratos, e-books e currículos. O design do site é muito intuitivo, as ferramentas funcionam de forma simples e o resultado é ótimo.

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O Trakto é uma startup nacional o que faz com que todo o contato de suporte seja muito mais simples e rápido, o serviço é gratuito mas conta com planos pagos que incluem mais layouts, a possibilidade de exportar os layouts sem marca d’agua, páginas ilimitadas nos documentos e maior capacidade de armazenamento no site.

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terça-feira, 5 de março de 2024

GOVERNO CRIOU LEI PARA MOTORISTAS DE APLICATIVO E QUER MEXER TAMBÉM COM OS ENTREGADORES DO IFOOD

 

História de Mariana Carneiro – Jornal Estadão

BRASÍLIA – Durante o lançamento do projeto de lei que regulamenta o trabalho de motoristas por aplicativos, nesta segunda-feira, 4, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mandou um recado para o iFood sobre o impasse que emperrou a negociação para os entregadores que usam moto e bicicleta.

“Eu estava falando com o Jaques Wagner (senador), que é da Bahia. O iFood é da Bahia e o IFood não quer negociar. Mas nós vamos encher tanto o saco que o iFood vai ter que negociar para fazer aquilo que vocês fizeram no transportes”, disse Lula.

O intuito do governo era que o projeto que trata da regulamentação do trabalho nos aplicativos de transportes tramitasse de forma conjunta com o de entregadores no Congresso, mas não houve acordo entre empresas e trabalhadores do transporte sobre duas rodas (motocicletas e bicicletas). Assim, o governo separou os dois ramos de atuação, a contragosto.

Governo apresentou nesta segunda-feira, 4, projeto de lei que regulamenta o trabalho de motoristas por aplicativos. Foto: Wilton Junior/Estadão

Governo apresentou nesta segunda-feira, 4, projeto de lei que regulamenta o trabalho de motoristas por aplicativos. Foto: Wilton Junior/Estadão© Fornecido por Estadão

A regulação para o transporte de passageiros sobre quatro rodas foi apresentada em evento no Palácio do Planalto com a presença de representantes dos trabalhadores, centrais sindicais, sindicatos e de empresas de aplicativos.

Em seu discurso, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, também não poupou a empresa ao mencionar a falta de acordo para o ramo de duas rodas. Ele disse acreditar que a apresentação do projeto de lei para os motoristas possa estimular a volta das negociações para os entregadores.

“Não adianta o iFood mandar recado; encontra ministro, encontra gente do governo, amigo do governo… Nós queremos conversar. Nós conversamos o ano inteiro, mas o fato é que o iFood, o Mercado Livre diziam que essa negociação não cabe no seu modelo de negócios. Portanto, um modelo de negócios altamente explorador”, afirmou o ministro.

“É preciso que essas plataformas cheguem na real, que possam sentar pra conversar, sim; mas saber que nós precisaremos estabelecer um padrão remuneratório que ofereça condição de cidadania e de vida digna para esses trabalhadores.”

Em nota, o iFood afirmou que “não é verdadeira a fala do ministro Luiz Marinho de que a empresa não quer negociar uma proposta digna para entregadores”.

“O iFood participou ativamente do Grupo de Trabalho Tripartite (GT) e negociou um desenho regulatório para os entregadores até o seu encerramento. A última proposta feita pelo próprio ministro Marinho, com ganhos de R$ 17 por hora trabalhada, foi integralmente aceita pelo iFood”, diz o texto. “Depois disso, o governo priorizou a discussão com os motoristas, que encontrava menos divergência na bancada dos trabalhadores.”

A empresa afirmou ainda que apoia a regulação do trabalho intermediado por plataformas desde 2021.

As propostas para motoristas

A regulamentação para motoristas de aplicativos estabelece remuneração mínima além de contribuição compulsória para a Previdência Social. Trabalhadores pagarão alíquota de 7,5% sobre o valor remuneratório das corridas e as empresas, 20%.

Lula e Marinho disseram que a contribuição dá “sustentabilidade” para a Previdência e garante o pagamento a futuros dependentes, mas recebeu críticas nas redes sociais. Segundo Marinho, a arrecadação da Previdência com a tributação será de cerca de R$ 279 milhões por mês, tendo como base os cerca de 720 mil trabalhadores hoje cadastrados pelos aplicativos de transporte.

Hoje, cerca de um quarto deles contribui para a Previdência como MEI (Microempreendedor Individual), o que não será mais permitido com a criação da nova categoria laboral.

“Vocês acabaram de criar uma nova modalidade no mundo do trabalho. Foi parido uma criança nova, em que as pessoas querem ter autonomia, vão ter autonomia, mas resolveram acordar com os empresários e com o governo que eles querem autonomia mas precisam de um mínimo de garantias”, afirmou Lula.

Negociação no Congresso

O presidente disse ainda prever uma negociação difícil no Congresso, dando como exemplo a tramitação do tema na Espanha. Lula disse que a regulação lá passou por apenas um voto.

“Vocês se preparem que a discussão aqui não será moleza”, disse Lula aos sindicalistas e trabalhadores que participaram do evento.

Ele sugeriu aos sindicalistas que procurassem líderes políticos na Câmara e no Senado para apressar a tramitação. Um projeto de lei apresentado pelo Executivo com urgência constitucional deve ser votado em até 90 dias, senão passa a trancar a pauta da Câmara.

A regulação do transporte de passageiros foi acordada em novembro do ano passado e, segundo Marinho, demorou a sair devido à redação do texto, que passou por modificações até a véspera da apresentação.

“Eu nunca tinha participado de uma negociação em que a redação demorasse tanto; isso está mais longo do que conferência da ONU”, disse Marinho.

STF VAI DESCRIMINALIZAR A POSSE DE DROGAS E O SENADO É CONTRA

 

História de Karina Ferreira – Jornal Estadão

Em um novo capítulo do embate entre Legislativo e Judiciário, o Senado prepara uma reação ao julgamento sobre a descriminalização do porte de pequenas quantidades de drogas, como a maconha, para uso pessoal, que será retomado no Supremo Tribunal Federal (STF) na quarta-feira, 6. Desde setembro na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que criminaliza o porte de qualquer quantidade de drogas poderá ser votada pelos senadores.

Expectativa do relator do projeto, senador Efraim Filho (União-PB), é de que projeto seja aprovado na CCJ e siga para o plenário da Casa no mesmo dia. Foto: Wilton Junior/Estadão

Expectativa do relator do projeto, senador Efraim Filho (União-PB), é de que projeto seja aprovado na CCJ e siga para o plenário da Casa no mesmo dia. Foto: Wilton Junior/Estadão© Fornecido por Estadão

Com um discurso comum aos parlamentares nos últimos anos, o senador Efraim Filho (União-PB), relator da PEC, afirma que é papel do Congresso uma definição sobre o assunto. “A competência para legislar sobre o tema é do Poder Legislativo e, por diversas oportunidades nos últimos anos, o parlamento votou a favor de manter a atual legislação”, afirmou. Para o senador, não houve omissão ou inércia do Congresso que justifique o que chamou de “ativismo judicial” por parte dos tribunais.

Pela norma em vigor, aprovada pelo Congresso em 2006, o porte de drogas para uso pessoal é considerado crime, mas não leva à prisão. Entre as penas aplicadas, estão a prestação de serviços à comunidade e o cumprimento de medidas socioeducativas por até dez meses.

A proposta de Pacheco reafirma a posição do Legislativo e acrescenta um inciso ao artigo 5.º da Constituição, que trata dos direitos e garantias fundamentais, criminalizando a posse e o porte de qualquer quantidade de entorpecentes e drogas sem autorização para tal.

A expectativa do relator era votar a proposta na CCJ também na quarta-feira – mesmo dia do retorno do julgamento no Supremo. A PEC não está na pauta do colegiado até o momento e não há uma definição se será incluída pelo presidente da comissão, senador Davi Alcolumbre (União-AP). Efraim acredita que a análise da proposta ficará para a reunião da próxima semana, no dia 13.

Falta apenas um voto para o Supremo formar maioria pela liberação do porte de droga para consumo próprio. Os ministros ainda precisam definir critérios específicos, como a quantidade de maconha que diferenciará o usuário do traficante de drogas.

O STF discute o assunto desde 2015, quando três dos 11 ministros votaram pela descriminalização do porte de maconha para consumo próprio, mantendo como crime a comercialização dessa e de outras drogas.

PEC é reação ao julgamento sobre drogas no STF

A PEC das Drogas, como o texto vem sendo chamando, de autoria do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), foi apresentada em setembro do ano passado, após o julgamento no Supremo chegar a cinco votos pela liberação do porte de maconha para consumo pessoal. A análise na Corte foi paralisada no fim de agosto por um pedido de vista do ministro André Mendonça.

Rodrigo Pacheco, presidente do Senado Foto: Jonas Pereira/Agência Senado

Rodrigo Pacheco, presidente do Senado Foto: Jonas Pereira/Agência Senado© Fornecido por Estadão

Pacheco afirmou em diversas ocasiões que decisões do Supremo não podem criar uma nova legislação e considerou um “equívoco grave” e “uma invasão da competência do Poder Legislativo” pautas que foram discutidas pelo STF – entre elas, a própria descriminalização do porte de drogas para uso pessoal.

Outro assunto considerado por Pacheco como “invasão de competência” foi a discussão sobre o piso nacional da enfermagem. Em 2022, o ministro Luís Roberto Barroso suspendeu a lei que determinou o valor nacional. No fim do ano passado, o STF decidiu que a implementação do piso deve ocorrer de forma regionalizada, por negociação coletiva.

Estratégia de pautar tema no Senado foi usada no marco temporal

Em outro caso recente de embate entre os dois Poderes, em que o Senado acusava o STF de “legislar”, a estratégia adotada pelos senadores também foi de pautar o assunto que a Corte estava julgando.

Em 27 de setembro de 2023, no mesmo dia em que o STF fixou a tese de repercussão geral rejeitando o marco temporal de 1988 para definir a ocupação de terras por comunidades indígenas, o Senado aprovou um projeto de lei que dizia o contrário. Uma semana antes, no dia 21, o STF já havia decidido que a tese era inconstitucional.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vetou o principal trecho da lei aprovada, se ancorando na decisão do Supremo. O Congresso derrubou o veto de Lula.

O julgamento do marco temporal no STF foi o estopim para uma crise entre os Poderes. Pacheco passou a defender publicamente a definição de mandatos com prazo fixo para os integrantes da Corte. Hoje, não há um período determinado para permanência no Supremo e os ministros se aposentam compulsoriamente aos 75 anos.

O Senado também aprovou uma PEC que limita as decisões monocráticas dos magistrados em novembro do ano passado. Por 52 votos a 18, a Casa estabeleceu que os ministros ficam impedidos de suspender, por meio de decisões individuais, a vigência de leis aprovadas pelo Legislativo. Ou seja, pelo menos seis dos 11 ministros precisam votar juntos para suspender as leis criadas pelo Congresso, caso a PEC, que agora tramita na Câmara e também trata de mudanças nos pedidos de vista, se torne lei.

Em outra frente para “frear” a atuação dos ministros, a Câmara começou a discutir uma proposta que autoriza o Legislativo a anular decisões definitivas do STF, que, na avaliação dos deputados e senadores, “extrapolem os limites constitucionais”.

Descriminalização do aborto mobiliza outra frente de reação no Congresso

O julgamento envolvendo a descriminalização do aborto voluntário até o terceiro mês de gestação é outro tema que, por mobilizar a opinião pública e provocar discordância entre setores conservadores e progressistas, resultou em um “contra-ataque” do Congresso.

Em reação ao julgamento iniciado por Rosa Weber, dez dias antes de a ministra se aposentara bancada conservadora da Câmara articulou a votação de um projeto que impede a interrupção da gravidez e estabelece “personalidade civil” ao feto.

Luís Roberto Barroso preside o Supremo Tribunal Federal (STF) Foto: Fellipe Sampaio/STF

Luís Roberto Barroso preside o Supremo Tribunal Federal (STF) Foto: Fellipe Sampaio/STF© Fornecido por Estadão

No STF, a arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF) 442 pede que o aborto seja permitido em quaisquer circunstâncias até a 12ª semana de gestação, mesmo modelo adotado na Alemanha. Segundo o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, o assunto “ainda precisa de mais debate na sociedade” e, por isso, o julgamento não tem data para ocorrer.

Desde que assumiu o comando do Supremo, em setembro, o ministro tem um discurso baseado em desarmar ânimos e pacificar a relação institucional. “Pretendo dialogar com o Congresso de uma forma respeitosa e institucional, como deve ser. Sinceramente, eu diria que não há crise. O que existe, como em qualquer democracia, é a necessidade de relações institucionais fundadas no diálogo”, afirmou, após assumir a presidência da Corte no ano passado.

MINISTROS DO GOVERNO LULA EMBOLSOAM OUTRO SALÁRIO PARTICIPANDO DE CONSELHOS ADMINISTRATIVOS OU FISCAIS

 

Segundo o portal,a estratégia adotada por esses ministros, muitos deles filiados ao Partido dos Trabalhadores , envolve assumir posições em conselhos administrativos ou fiscais de várias entidades, incluindo empresas e fundações de natureza privada, mista ou pública.
Esses cargos adicionais, geralmente com reuniões mensais, representam uma significativa entrada financeira para os envolvidos.

Segundo o portal,a estratégia adotada por esses ministros, muitos deles filiados ao Partido dos Trabalhadores , envolve assumir posições em conselhos administrativos ou fiscais de várias entidades, incluindo empresas e fundações de natureza privada, mista ou pública.

Na composição ministerial do Governo Lula, diversos ministros aumentam seus já consideráveis salários com acréscimos que podem chegar a cifras de até R$36 mil. As informações foram apuradas e divulgadas pelo portal Uol.

Segundo o portal, a estratégia adotada por esses ministros, muitos deles filiados ao Partido dos Trabalhadores (PT), envolve assumir posições em conselhos administrativos ou fiscais de várias entidades, incluindo empresas e fundações de natureza privada, mista ou pública. 

Esses cargos adicionais, geralmente com reuniões mensais, representam uma significativa entrada financeira para os envolvidos.

Entre os nomes envolvidos nessa prática estão Alexandre Padilha (PT), que atua na Secretaria de Relações Institucionais e integra o Conselho Fiscal do Sesc; Alexandre Silveira (PSD), do Ministério de Minas e Energia, membro do Conselho de Administração da Itaipu Binacional; e Anielle Franco, da Secretaria de Igualdade Racial, que se juntou ao Conselho de Administração da Tupy S.A., entre outros exemplos. Ministros como Camilo Santana (PT), da Educação, e Carlos Lupi (PDT), da Previdência Social, também ocupam cargos semelhantes em diferentes organizações.

A remuneração resultante dessa participação varia de acordo com a entidade. Por exemplo, na Companhia Estadual de Gás (CEG), José Múcio, ministro da Defesa, recebe R$19,4 mil. Enquanto isso, a Itaipu Binacional oferece um adicional na faixa dos R$34 mil. Entidades como o Sesc e o Senac pagam por reunião, com valores em torno de R$4,7 mil.

CNI RECORRE AO STF CONTRA MEDIDAS DE AJUSTE FISCAL DO MINISTÉRIO DA FAZENDA

 

História de EDUARDO CUCOLO

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A CNI (Confederação Nacional da Indústria) entrou com uma ação direta de inconstitucionalidade na qual questiona uma das principais medidas do pacote de ajuste fiscal do Ministério da Fazenda.

A entidade protocolou ação no STF (Supremo Tribunal Federal) contra dispositivos da Lei 14.789/2023, que mudou as regras de tributação do lucro gerado por incentivos fiscais dados por estados.

A lei sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em dezembro do ano passado permite ao governo federal tributar, a partir deste ano, o aumento de lucro gerado por incentivos de ICMS, um imposto estadual, quando esses benefícios não estiverem ligados a investimentos.

Esse aumento de lucro é tributado com IRPJ e CSLL, ambos administrados pela Receita Federal. Quando o ganho estiver relacionado a investimentos, as empresas terão direito a um crédito de 25%, para zerar o pagamento do IRPJ (Imposto de Renda da Pessoa Jurídica).

A estimativa é que a medida aumente em até R$ 35 bilhões a arrecadação neste ano.

Segundo a CNI, a nova legislação viola o pacto federativo, pois o governo federal “abocanha parte de incentivos e benefícios fiscais concedidos por entes subnacionais” como estímulos ao setor produtivo.

“Na prática, a União passa a tributar aquilo que os outros entes deixaram de arrecadar ao conceder os incentivos para o setor produtivo”, diz a confederação.

A entidade também avalia que houve “desrespeito ao conceito constitucional de receita e aos conceitos de renda e lucro inerentes à tributação das subvenções”.

Esses incentivos, como redução de base de cálculo ou alíquota, isenção e diferimento, não representam ingresso financeiro, mas uma ausência de desembolso, afirma a CNI.

“Pretende-se demonstrar que a tributação plena das subvenções, por parte da União, é inovação histórica no ordenamento jurídico e viola o pacto federativo, o federalismo fiscal cooperativo, a promoção do desenvolvimento e a diminuição das desigualdades regionais e sociais, bem como o conceito constitucional de receita e o conceito de renda e lucro, para fins tributários”, diz a confederação na ação (ADI 7.604).

A advogada Julia Ferreira Cossi Barbosa, da área tributária judicial do escritório Finocchio & Ustra, afirma que já há decisões de outras instâncias do Judiciário favoráveis aos contribuintes nesse caso. Principalmente em relação à tributação do benefício fiscal na forma de crédito presumido, afastada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) em julgamento anterior à nova legislação federal.

Ela afirma que os argumentos da CNI trazem uma série de pontos que já eram questionados por diversos tributaristas em relação a fragilidades da lei federal.

“Essa nova legislação iria de encontro com o pacto federativo, no sentido de que a União não poderia tributar isso, sob pena de esvaziamento do benefício [estadual]”, afirma a tributarista.

Na exposição de motivos que acompanhou a proposta que deu origem à lei, o Ministério da Fazenda argumenta que a concessão de benefícios “em caráter geral ou de forma incondicionada pelos estados” causa um prejuízo à arrecadação federal estimado em R$ 80 bilhões ao ano.

O governo diz ainda que a substituição de benefício fiscal por meio da redução da base de cálculo dos tributos federais por um incentivo de crédito fiscal, proposto pela nova lei para os casos em que realmente há investimento, está alinhada às regras da OCDE. O modelo anterior impedia, por exemplo, a aplicação de um imposto mínimo global de 15%.

VIAGENS DE LULA E JANJA PELO MUNDO JÁ CUSTARAM R$ 70 MILHÕES EM 2023

Jetss

Somente nos primeiros meses deste ano, o presidente já percorreu 29,8 mil km, medidos em linha reta entre os aeroportos de destino de Lula, Janja e suas comitivas frequentemente numerosas.
Durante seu primeiro ano de mandato, Lula passou uma quantidade significativa de tempo no exterior, totalizando 62 dias de ausência, o que contribuiu para o desgaste de sua imagem.

Somente nos primeiros meses deste ano, o presidente já percorreu 29,8 mil km, medidos em linha reta entre os aeroportos de destino de Lula, Janja e suas comitivas frequentemente numerosas.©Foto: Agência Brasil

Ao encerrar sua visita a São Vicente e Granadinas, onde teve encontros com figuras como o ditador Nicolas Maduro da Venezuela, o presidente Lula está próximo de acumular uma quilometragem internacional que equivale a cerca de sete voltas ao mundo. Essas viagens, naturalmente, são financiadas pelos contribuintes.

 Somente nos primeiros meses deste ano, o presidente já percorreu 29,8 mil km, medidos em linha reta entre os aeroportos de destino de Lula, Janja e suas comitivas frequentemente numerosas.

Durante seu primeiro ano de mandato, Lula passou uma quantidade significativa de tempo no exterior, totalizando 62 dias de ausência, o que contribuiu para o desgaste de sua imagem. A lista de despesas inclui carros de luxo, hospedagens em hotéis de alto padrão, com o custo das viagens internacionais do “casal esbanja” atingindo pelo menos R$70 milhões em 2023.

Conforme um artigo publicado pelo jornalista Cláudio Humberto, parece que não há preocupação com os gastos nem por parte do presidente nem pelos funcionários, com as viagens de servidores federais acumulando um custo de R$60 milhões apenas neste ano.

E não há sinais de que essa tendência de viagens vá diminuir. Destinos como Uruguai, Paraguai, Estados Unidos, Rússia e Azerbaijão já estão na agenda do presidente para este ano.

 

PONTE RIO-NITEROI INAUGURADA EM 1974 COMPLETA 50 ANOS

 

História de Rose Saconi – Jornal Estadão

Vista da Ponte Rio-Niterói em 7 de março de 1974, três dias após a inauguração. Foto: Acervo Estadão

Vista da Ponte Rio-Niterói em 7 de março de 1974, três dias após a inauguração. Foto: Acervo Estadão© Fornecido por Estadão

Em meio a uma multidão estimada de 10 mil pessoas, uma comitiva de 20 carros encabeçada pelo então presidente do Brasil, general Emílio Garrastazu Médici, seguido pelo ministro dos Transportes, Mário Andreazza, atravessou pela primeira vez na manhã de 4 de março de 1974 os 14 quilômetros da nova Ponte Rio-Niterói. Parte da multidão tentou invadir as pistas para atravessar a ponte a pé, de Niterói rumo ao Rio de Janeiro, mas foi contida pela polícia e por fuzileiros navais.

Estadão – 5 de março de 1974

A cerimônia no Estadão de 5 de marçod de 1974. Foto: Acervo Estadão

A cerimônia no Estadão de 5 de marçod de 1974. Foto: Acervo Estadão© Fornecido por Estadão

“Esta obra magnífica de engenharia é um monumento à Revolução de 64?, discursou o ministro Andreazza, único a falar na cerimônia, tomado pelo espírito de “Brasil Grande” que a ditadura militar propagava naqueles tempos de milagre econômico.

Sonhada durante cerca de 100 anos, projetada em seis e construída em cinco, a ligação Rio-Niterói foi uma das obras mais polêmicas da engenharia nacional pelos debates que suscitou nos campos político, econômico, social e técnico. Com irregularidades denunciadas dentro do possível num regime ditatorial, entre elas a falta de segurança para os trabalhadores, foi considerada na época uma obra caríssima.

Ponte Rio-Niterói em construção em 8 de novembro de 1972. Foto: Carlos Chicarino/Estadão

Ponte Rio-Niterói em construção em 8 de novembro de 1972. Foto: Carlos Chicarino/Estadão© Fornecido por Estadão

Operários distantes

Apenas 20 operários, entre os milhares que trabalharam ou ainda trabalhavam na construção da ponte puderam assistir à inauguração de um lugar privilegiado. Selecionados após exames escritos de Português, Matemática, Geografia e História, ficaram perfilados e uniformizados, a 100 metros do palanque destinado a autoridades, que incluía o vice-presidente, ministros, quatro governadores. militares, diplomatas estrangeiros e políticos.

“Os outros operários tiveram que permanecer atrás do cordão de isolamento, junto a centenas de populares, a 300 metros do palanque. Muitos tentaram aproximar-se mais do lugar onde estavam o presidente Médici e o ministro dos Transportes, mas foram impedidos, alguns de maneira agressiva, pela guarda de segurança”, contou a reportagem do Estadão, que destacou o caso do carpinteiro-chefe Emiliano Primo, que teve que se aposentar após um acidente na obra.

“Foi o caso, por exemplo, do ex-carpinteiro-chefe de obras da Ilha do Fundão, Emiliano Primo. Aposentado depois de sofrer um ferimento profundo na mão direita, Emiliano chegou à praça do pedágio, em Niterói, às 7 horas da manhã. E ficou um pouco magoado, quando viu que não poderia chegar mais perto.

“Isso é muito desagradável – disse -, eu e vários companheiros queríamos ficar ao lado do palanque, mas os policiais não deixaram. Nós, os operários que trabalhamos na ponte, temos mais motivos para gostar dessa inauguração do que qualquer uma das pessoas presentes aqui. Principalmente no meu caso, que fui obrigado a parar de trabalhar por causa desse acidente.

Muitos operários acompanharam o público em direção ao vão central da ponte, e alguns deles serviram de cicerone, explicando detalhes da construção a parentes e amigos. Na altura da ilha da Conceição, 500 metros depois do pedágio, entretanto, o público foi barrado por fuzileiros navais, que só permitiam a passagem de automóveis.

Missa aos operários mortos

No fim da tarde, houve uma missa campal em memória dos operários mortos na construção da ponte. A cerimônia contou com a presença de ministros, entre eles Delfim Netto e Mario Andreazza, mas poucos trabalhadores.

Vista aérea das obras de construção da Ponte Rio-Niterói em 1971 Foto: Acervo Estadão

Vista aérea das obras de construção da Ponte Rio-Niterói em 1971 Foto: Acervo Estadão© Fornecido por Estadão

Sonho do Imperador

Ligar o Rio a Niterói foi um sonho do Imperador Dom Pedro II, que fixou normas para a construção e exploração de um túnel submarino, seguindo projeto do engenheiro inglês Hamilton Lindsay-Bucknall.

Em 1883, o Estadão noticiou a proposta de construção de “um grande emprehendimento, cujas vantagens são incontestáveis.”

Notícia sobre a ligação entre Rio e Niterói no Estadão em 1883 Foto: Acervo Estadão

Notícia sobre a ligação entre Rio e Niterói no Estadão em 1883 Foto: Acervo Estadão© Fornecido por Estadão

Rainha Elizabeth lançou pedra fundamental

Na tarde de 9 de novembro de 1968, numa cerimônia que durou apenas meia hora e contou com forte esquema policial, a rainha Elizabeth II e o príncipe Phillip deram início simbólico às obras da ponte Rio-Niterói, descerrando uma placa comemorativa de bronze, incrustada numa rocha de granito, na Ponta do Caju.

Foto: Acervo Estadão

Foto: Acervo Estadão© Fornecido por Estadão

A rainha e seu marido foram recebidos pelo então ministro dos Transportes Mário Andreazza que falou um pouco sobre a futura obra. Em seguida, foram levados a um pavilhão para examinar a maquete da ponte, financiada em parte pelo banco inglês Nathan Mayer Rothschild & Sons, representante de um consórcio de bancos britânicos.

TONTURA SO SE LEVANTAR INDICA QUEDA DE PRESSÃO E RISCO DE DEMÊNCIA

De acordo com estudo da Universidade Harvard, quando a queda de pressão acontece no primeiro minuto após ficar em pé, a relação com demência é mais forte; saiba como evitar a chamada hipotensão ortostática

Por Leon Ferrari – Jornal Estadão

A ciência tem avançado no entendimento de que a regulação anormal da pressão arterial, em especial com quedas abruptas ao se levantar, está associada a um pior desempenho cognitivo e, inclusive, a um maior risco de desenvolver demência. Essa situação é clinicamente chamada de hipotensão ortostática ou postural, e é uma das principais causas de tontura em idosos. As pesquisas acendem um alerta sobre a necessidade de ficar atento aos sintomas, fazer medições em diferentes posições nos consultórios – algo que deveria ser praxe na geriatria –, além de diagnosticar e tratar precocemente.

O trabalho mais recente vem da Escola de Saúde Pública da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, e mostrou que quem teve queda expressiva na pressão arterial no primeiro minuto após se levantar apresentou um risco até 22% maior de demência em comparação com quem manteve a pressão estável.

A demência é uma síndrome causada por uma série de doenças – o Alzheimer é a principal delas –, que, ao longo do tempo, destroem as células nervosas e danificam o cérebro, geralmente levando ao declínio da função cognitiva (a capacidade de processar o pensamento), segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Algumas causas são reversíveis (quando ela é causada por alterações metabólicas, um trauma ou processo infeccioso), mas, em uma grande parcela dos casos, isso ainda não é possível, embora a ciência e a medicina tenham avançado no sentido de desacelerar e amenizar sintomas.

O que está por trás da tontura ao se levantar

Toda vez que mudamos de posição, o corpo precisa se adaptar para manter a mesma pressão arterial. Afinal, é mais fácil bombear o sangue quando estamos na horizontal – a gravidade dá uma boa ajuda. E a manutenção da pressão é importante justamente para que todos os tecidos e órgãos – como o cérebro – sigam recebendo a quantidade adequada de sangue, onde há oxigênio e alimento (na forma de glicose).

“O nosso corpo é calibrado. No pescoço, temos barorreceptores, que são receptores de pressão das artérias carótidas. Eles avisam ‘olha, agora a pessoa levantou, vamos dar uma subidinha (na pressão arterial) para que a pressão dela fique estável, e não caia”, descreve a geriatra Claudia Kimie Suemoto, professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), que faz parte do Advisory Council da Alzheimer’s Association International Society to Advance Alzheimer’s Research and Treatment (ISTAART).

Ter queda de pressão e sentir tontura no primeiro minuto após se levantar são sintomas que merecem ser investigados. Estudos associam essas situações a um maior risco de demência.
Ter queda de pressão e sentir tontura no primeiro minuto após se levantar são sintomas que merecem ser investigados. Estudos associam essas situações a um maior risco de demência.  Foto: Krakenimages.com/Adobe Stock

Outra estratégia do organismo pode ser aumentar a frequência cardíaca. “Vai chegar um sangue ‘meia-boca’, mas vamos fazer chegar mais rápido, então, acelera o coração”, continua a médica. “Tudo isso vai manter uma coisa que a gente chama de débito cardíaco (que é o volume de sangue bombeado pelo coração em um minuto).”

Só que, em algumas situações, uma queda de pressão arterial ocorre na mudança de posição. “Isso é patológico. Nem sempre você vai sentir algo ruim, mas toda vez que ocorre, não é normal”, alerta Claudia.

Para além da tontura, outra manifestação pode ser o escurecimento visual, e, em alguns casos, o desmaio (síncope). No entanto, a condição pode ser crônica e silenciosa, de acordo com o neurocirurgião Fernando Campos Gomes, professor livre docente da disciplina de Neurocirurgia da FMUSP.

Embora seja mais comum em idosos – a principal causa de tontura entre eles –, pessoas jovens podem experienciar essa queda na pressão ao levantar. “Quando estamos desidratados ou não comemos direito”, exemplifica Claudia. É preciso deixar claro que a hipotensão não é a única causa de tontura. Questões relacionadas com o labirinto, como a labirintite, também podem levar a esse problema.

O recado principal é que tonturas ao se levantar são sinais importantes de que algo não vai bem, sobretudo se são frequentes. Diante dessa situação, é necessário buscar atendimento médico. Isso porque, além de problemas no curto prazo – como uma queda –, a hipotensão tem sido associada, em estudos, a processos de longo prazo, como a demência.

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Tontura e demência

O estudo liderado pela Universidade Harvard e publicado em outubro na revista científica Hypertension, da Associação Americana do Coração, refinou e esmiuçou essa conexão. Eles descobriram que uma queda expressiva na pressão arterial no primeiro minuto após se levantar aumentou o risco de demência em até 22%. Uma queda na pressão após o primeiro minuto teve menos impacto.

“A resposta anormal da pressão arterial pode ser um fator de risco para demência ou um sintoma precoce do processo neurodegenerativo precedendo o diagnóstico de demência, dada a insidiosa instalação e a longa fase prodrômica (fase que antecede o aparecimento de sintomas de uma doença) da demência”, escreveram os autores.

Médicos brasileiros consultados pelo Estadão, que não estiveram envolvidos nesta pesquisa, apontam que ela é muito importante e traz resultados consistentes por sua robustez. Para chegar a essa conclusão, foram analisados 11,6 mil pacientes que participam do Estudo do Risco de Aterosclerose nas Comunidades (Aric, na sigla em inglês), cujo acompanhamento ocorre desde o final da década de 1980.

A média de idade dos participantes foi de 55 anos de idade no início do estudo. Cerca de um em cada cinco voluntários desenvolveu demência nas quase três décadas de análise.

Os pesquisadores também observaram uma “associação interessante”, nas palavras deles, entre grandes aumentos na pressão arterial aproximadamente dois minutos após os participantes ficarem em pé e um maior risco de demência. Outros estudos já haviam sugerido que uma hiperreatividade a esse estresse da mudança de posição poderiam ter efeitos danosos. A relação da chamada hipertensão ortástica, porém, não foi considerada estatisticamente significativa nesta pesquisa e, por isso, eles focaram na hipotensão.

Qual o mecanismo por trás dessa relação?

Ainda não se sabe exatamente por que a hipotensão ortástica aparentemente eleva a probabilidade de alguém enfrentar a demência. “E ainda não sabemos se a queda precoce na pressão leva à demência ou vice-versa”, disse Yuan Ma, professora assistente de epidemiologia de Harvard e principal autora do estudo, em comunicado.

“Quedas abruptas na pressão arterial durante o primeiro minuto ao ficar em pé podem induzir hipoperfusão cerebral e hipóxia, contribuindo para lesões cerebrais isquêmicas e, subsequente, demência”, sugerem os pesquisadores. Traduzindo: menos sangue chegaria ao cérebro e, consequentemente, isso reduziria o fornecimento de oxigênio e glicose para o órgão – aumentando o risco de lesões cerebrovasculares.

“O cérebro é um órgão que não vive sem sangue. É um dos poucos órgãos que suporta por muito pouco (tempo) uma diminuição do fluxo de sangue que é bombeado do coração. Por isso, é particularmente vulnerável à hipotensão postural”, ensina Claudia.

“Imagine que o cérebro é um jardim, e tenho as mangueiras, que fazem a hidratação e regam o jardim. Mangueiras menos eficientes durante um dia só não vão fazer a diferença, mas, no decorrer de uma vida, alguém vai ter uma grama verde, enquanto o outro vai ter um jardim mais ‘capenga’”, ilustra Gomes.

Como qualquer estudo, ele tem limitações. Uma delas é que as medições da pressão foram feitas numa janela que não ultrapassa três minutos. Mas a medição da hipotensão exige uma avaliação de até cinco.

Outra questão, que é importante quando se quer extrapolar resultados, é a diversidade étnica e racial. O Aric acompanha quatro comunidades norte-americanas.

Estudo brasileiro já viu ligação entre hipotensão e pior desempenho cognitivo

Porém, no Brasil, um estudo liderado por Claudia aponta em direção similar. Ele foi publicado na Journals of Gerontology, da Oxford Academics, em 2018, e mostrou uma relação entre hipotensão e a hipertensão ortostática e um pior desempenho no teste de fluência verbal.

Neste teste, por exemplo, pode ser solicitado que o paciente fale, por um determinado tempo, todos os animais que lembra e, depois, que cite palavras que comecem com a letra “F”. “Esse teste avalia várias funções cognitivas, principalmente relacionadas à linguagem, porque depende do seu vocabulário. Mas também depende da sua velocidade de processamento, do quão rápido você consegue lembrar e falar, e da sua atenção. Tem que focar naquela tarefa. É um teste simples, mas, ao mesmo tempo, que analisa vários domínios cognitivos”, explica Claudia.

E qual a relação da fluência verbal com demência? “A demência tem algumas definições. O paciente deve ter déficit cognitivo em um ou mais domínios, seja memória, linguagem, atenção, velocidade de processamento. Isso precisa estar documentado num teste, como o de fluência verbal. E o paciente tem que apresentar perda funcional”.

Para chegar a esses resultados, Claudia e seus colegas analisaram 12,8 mil pacientes que participam do Estudo Longitudinal Brasileiro de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). Ele acompanha funcionários de instituições públicas de seis cidades brasileiras (São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador, Rio de Janeiro e Vitória). Nenhum dos analisados tinha demência, mas isso pode ter mudado nos 10 anos após a primeira análise. Segundo a médica, refazer as análises está nos planos.

Hábitos protetores

O estudo de Harvard, no entanto, já tem dados de longo prazo e o resultado justifica uma mudança na conduta médica. Ele pede mais atenção à hipotensão postural, que pode ser silenciosa e passar despercebida.

Cabe destacar que a hipotensão é tratável, inclusive por meio de medidas simples e não medicamentosas. Confira os hábitos protetores:

  • Beber água adequadamente: pessoas idosas não sentem tanta sede e a desidratação é uma das principais causas por trás da hipotensão.
  • Não se levantar rápido: o paciente, no início, vai provavelmente ser orientado a evitar se levantar muito rápido quando deitado. O ideal seria, por exemplo, sentar primeiramente, esperar um pouco, e, então, levantar-se.
  • Dormir com em uma cabeceira um pouco elevada.
  • Praticar atividade física: o sistema cardiovascular precisa de treino, e o exercício físico vai exigir mudanças de posição. É preciso fortalecer as pernas, principalmente as panturrilhas, para ajudar no retorno venoso (a volta do sangue ao coração).
  • Pode ser necessário usar meias elásticas.

Uma dica preciosa de Yuan Ma é: “O que é bom para o coração, é bom para o cérebro.”

 

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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