RIO PRETO DA EVA, AM (FOLHAPRESS) – O filho caçula do presidente Lula
(PT), Luis Claudio Lula da Silva, 39, costuma levar ao pai assuntos que
dizem respeito a seu cotidiano desde que passou a viver na Amazônia
para atuar como dirigente de futebol.
Como mostrou a Folha de S.Paulo, Luís Cláudio se aliou a um
empresário sul-coreano que atua na Zona Franca de Manaus e a um prefeito
da União Brasil para erguer o clube de futebol Parintins, que disputa o
Campeonato Amazonense e tenta vaga na Série D do Brasileiro.
Luís Cláudio, por exemplo, levou ao pai uma defesa pela pavimentação
da BR-319, que liga Manaus a Porto Velho. Nos próximos meses, o filho de
Lula pretende percorrer a rodovia, filmar as condições da estrada e
mostrar os vídeos ao chefe do Executivo.
“A BR-319 é imprescindível para a região. Na seca do ano passado,
houve um isolamento grande”, disse à Folha de S.Paulo o filho de Lula,
reverberando o discurso de políticos e empresários que fazem lobby pela
rodovia.
Esse lobby ganhou força a partir da seca extrema em 2023, ano em que
houve recordes de baixa dos rios, com impacto direto na navegação, a
principal forma de transporte no Amazonas.
Desde que assumiu a direção de futebol do RPE Parintins, Luis Claudio se divide entre Amazonas e São Paulo.
“Eu conheço 80% dos ministros de antes [da eleição]. Tenho intimidade
com [Fernando] Haddad [ministro da Fazenda], com [Alexandre] Padilha
[ministro das Relações Institucionais], de tomar café”, diz o caçula de
Lula.
Um dos assuntos já tratados, segundo ele, é sobre casas de apostas no
futebol, com a existência de um mercado ilegal e paralelo que vem
prejudicando o esporte, segundo Luis Claudio. “Converso abertamente com
Haddad sobre isso. Regulamentação e cobrança por investigação devem
existir, pois há brechas para corrupção com as apostas.”
A discussão sobre a BR-319 passa principalmente pelo chamado trecho
do meio, entre os quilômetros 250 e 655,7 -uma extensão de 405,7
quilômetros.
Em julho de 2022, três meses antes da derrota de Jair Bolsonaro (PL)
para Lula, o então presidente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), Eduardo Bim, emitiu
licença prévia para pavimentação do trecho. Bim estava no cargo por
indicação do hoje deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), ministro do
Meio Ambiente sob Bolsonaro.
Documentos do processo de licenciamento ambiental mostram que a obra
pode provocar mais grilagem de terras públicas no curso da rodovia,
ampliar o desmatamento ilegal e impulsionar a exploração criminosa de
madeira.
Uma vistoria feita pelo Ibama em setembro passado constatou o avanço
de devastação, queimadas e ocupação de terras públicas ao longo da
BR-319, com o arco de desmatamento rumo às porções central e norte do
Amazonas, duas das mais preservadas da amazônia. Além disso, há 225
áreas degradadas na rodovia, antes mesmo de intervenções para
pavimentação.
Manaus e região viveram ondas sucessivas de fumaça na seca extrema de
2023, em razão do desmatamento e das queimadas. Mesmo assim, políticos e
empresários usaram a seca como pretexto para ampliar o lobby pela
pavimentação da rodovia. O governo Lula criou um grupo para tentar
acelerar o processo de licenciamento.
“Meu pai fica cercado por ministros, nem sempre ele sabe a
realidade”, diz Luis Claudio. “Eu converso com ele sobre as dificuldades
logísticas aqui, sobre o isolamento.”
Segundo o filho de Lula, a seca levou a escassez de alimentos e de
itens como cimento em Rio Preto da Eva (AM), cidade onde está sediado o
RPE Parintins, a 85 km de Manaus.
“A BR-319 é a única conexão com o restante do país. É uma obra
difícil, mas tem de sair”, afirma Luis Claudio. “Meu pai quer saber
mais, quer ouvir.”
Sobre o mercado de apostas no futebol, cujo funcionamento foi
autorizado por uma lei de 2018, o diretor do RPE Parintins diz que
existem três ou quatro “casas grandes de confiança” e que há uma
infinidade de apostas clandestinas, com grupos virtuais, bicheiros e
outros operadores, levando a manipulação de resultados.
“Como não tem como inibir, tem de regulamentar”, afirma Luis Claudio,
que diz que toparia patrocínio de casa de apostas ao time que dirige. O
governo Lula espera incrementar receita com a regulamentação do setor.
O dirigente faz críticas mais genéricas ao futebol brasileiro: está
sucateado, parte devido à maneira de atuação da CBF (Confederação
Brasileira de Futebol). “Meu pai precisa olhar para o futebol com mais
carinho.”
As conversas que mantém com integrantes do governo do pai não podem
ser compreendidas como tráfico de influência, afirma Luis Claudio.
“Seria se eu levasse alguma vantagem. Nunca vão ver o Luis Claudio pedir
um favor.”
Ele diz ser mais recebido no mundo do futebol por ser filho de Lula, e
que isso já foi o inverso, com portas fechadas no auge das ofensivas da
Operação Lava Jato. O ressentimento persiste, em razão da morte da mãe,
Marisa Letícia, em 2017, atribuída por ele ao que teria sido uma
perseguição contra a família.
“Ser filho [de Lula] abre as portas, é claro. Mas já fechou também. O
que eu preciso ter é um produto decente para entregar”, afirma o
diretor do RPE Parintins, que já trabalhou como auxiliar em times como
Palmeiras, São Paulo e Corinthians, além de ter estruturado uma liga de
futebol americano no Brasil.
BRASÍLIA (Reuters) – O ex-presidente Jair Bolsonaro convocou
apoiadores para participar de um ato na Avenida Paulista em sua defesa,
na tarde de domingo, que poderá servir como termômetro de sua atual
força política, em meio ao cerco de múltiplas investigações que o
envolvem e que podem, segundo os próprios aliados, levá-lo à prisão.
Bolsonaro foi alvo de uma busca e apreensão pela Polícia Federal no
início do mês em uma investigação por suposta tentativa de golpe de
Estado, além ser alvo de apurações como fraude em cartão de vacinas,
ingresso irregular de joias sauditas no país e participação de milícias
digitais para atacar adversários.
Após vários atos durante seu governo desafiando instituições e
autoridades, Bolsonaro e aliados têm feito um chamamento para uma
manifestação pacífica neste fim de semana, principalmente após os
ataques às sedes dos Três Poderes por apoiadores do ex-presidente em 8
janeiro do ano passado.
“No domingo, às 15 horas, o nosso encontro na Paulista. Um encontro
pacífico pelo nosso Estado Democrático de Direito, pela nossa liberdade,
pela nossa família, pelo nosso futuro”, disse o ex-presidente em vídeo
publicado nesta sexta-feira na rede social X, antigo Twitter.
Na quinta-feira, o ex-presidente permaneceu em silêncio em depoimento
à PF sobre as investigações da suposta tentativa de golpe. Seu advogado
e ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social, Fabio Wajngarten,
disse na porta da PF que o ato de domingo poderá reunir até 700 mil
pessoas em defesa de Bolsonaro, incluindo políticos simpatizantes do
ex-presidente.
“Temos mais de 100 deputados, temos 3 governadores, 10, 12 a ou 15
senadores. Esperamos na Paulista mais de 500, 600, 700 mil pessoas. A
expectativa é a melhor possível”, afirmou Wajngarten.
O governador paulista e ex-ministro do governo Bolsonaro, Tarcísio de
Freitas (Republicanos), já confirmou presença. Com Bolsonaro inelegível
até 2030, ele é apontado como um potencial sucessor do bolsonarismo
para a disputa presidencial de 2026.
Bolsonaro, inclusive, vai se hospedar no Palácio dos Bandeirantes,
sede do governo paulista, antes de ir junto com Tarcísio ao ato, disse à
Reuters uma fonte ligada ao governador.
Contudo, uma fonte ligada à família de Bolsonaro disse não acreditar
que o ato vai reunir tanta gente assim, mesmo com toda a mobilização
feita nas redes sociais e também pelo pastor Silas Malafaia, idealizador
do evento. Ainda assim, Bolsonaro quer se manter relevante como o
principal representante da direita no país.
“Ele quer tentar mostrar força para o STF e se manter viável
politicamente, mesmo que seja preso”, afirmou essa fonte, comparando à
situação por que Bolsonaro passa com a do presidente Luiz Inácio Lula da
Silva antes de ser preso em 2018.
O atual presidente ficou 580 dias preso por condenações da Lava Jato
que posteriormente foram anuladas pelo Supremo e se reabilitou
politicamente, vencendo a eleição presidencial em 2022 e voltando ao
comando do país pela terceira vez.
GRANDE PREOCUPAÇÃO
A mesma fonte afirmou que há uma grande preocupação de aliados de
Bolsonaro sobre o evento pelo risco de alguma declaração do
ex-presidente contra o Supremo Tribunal Federal motivar medidas contra
ele. A torcida, segundo a fonte, é que Bolsonaro não ataque o relator de
seus processos no Supremo, Alexandre de Moraes, ou outras autoridades e
instituições. “Mas ele é imprevisível”, reconhece a fonte.
De fato, a PF poderá mesmo implicar, ainda mais, Bolsonaro e outros
investigados por declarações que vierem a fazer no ato, segundo uma
fonte da corporação envolvida diretamente nas investigações. No limite,
não se descarta até mesmo uma prisão do ex-presidente, embora não haja
qualquer previsão sobre isso.
Essa fonte disse, sem dar detalhes, que também haveria indícios que
apontam para um “financiamento atípico” do evento, mas não poderia
adiantar mais informações porque há apurações em curso.
“Se prenderem Bolsonaro antes dessa manifestação vira um caos no
Brasil, se prenderem depois da manifestação, vira outro caos no Brasil”,
disse o deputado bolsonarista Marco Feliciano (PL-SP), em vídeo
divulgado nesta sexta-feira. “Ele não está morto, é competitivo e não
pode haver injustiça.”
Questionado pela Reuters, Feliciano disse que o vídeo é uma
“percepção pessoal”, não se trata de orientação alguma e que vai ao ato
para ouvir Bolsonaro. Disse que essa é a estratégia que se tem no
momento frente às investigações conduzidas pelo STF.
“O velho ditado é verdadeiro, quem cala consente! E nosso presidente
irá falar!”, destacou ele, ao ressalvar que o público da manifestação é
ordeiro e quem tentar ir com cartazes contra o STF “pode ser visto como
infiltrado”.
Segundo a fonte da PF, as investigações contra Bolsonaro estão
avançadas e devem ser encerradas ainda neste semestre. Após o fim das
apurações da PF, caberá ao procurador-geral da República, Paulo Gonet,
denunciar o ex-presidente se considerar que há elementos de crimes,
arquivar as investigações por falta de provas ou pedir diligências
complementares.
Se denunciar, o Supremo poderia decidir se acata a acusação criminal e
o torna réu, respondendo a um processo judicial, podendo, ao final da
instrução, ser condenado à prisão ou inocentado das acusações.
Apesar de especulações, centrais sindicais e torcidas organizadas de
times de futebol críticas a Bolsonaro não vão encabeçar um ato para
fazer frente ao evento do ex-presidente no mesmo dia. Atos, se houver,
poderão ser localizados e sem o apoio do comando dessas entidades.
A data é conhecida no Brasil como o “Dia da Mentira” e Teixeira se
referiu ao senador como “Pinóquio do século” no X (ex-Twitter). “Com
tantas mentiras que contou na Lava Jato, Sergio Moro acabou sendo
homenageado com o julgamento para sua cassação no dia 1º de abril!”,
completou o ministro em sua publicação.
O ex-juiz é acusado de ter causado um desequilíbrio eleitoral nas eleições para senador, quando foi eleito com 1,9 milhões de votos (33,5% dos votos válidos). Os requerentes argumentam que essa irregularidade teria acontecido desde o lançamento da sua pré-candidatura à Presidência da República, no final de 2021, que foi descartada posteriormente.
O Ministério Público considerou investimentos feitos pelo Podemos,
partido que filiou Moro quando ele entrou na vida política e se lançou
pré-candidato à Presidência da República. Em maio de 2022, o ex-juiz se
filiou ao União Brasil após ver a diminuição das suas chances de vitória na corrida presidencial e candidatou-se oficialmente ao Senado. Os gastos na pré-campanha alcançaram a marca de R$ 2 milhões.
O parecer do MPE, de 79 páginas, é assinado pelos procuradores
eleitorais Marcelo Godoy e Eloísa Helena Machado. Eles sustentam que os
gastos na pré-campanha de Moro excederam o limite razoável. O parecer
lista despesas com viagens, coletivas de imprensa, assessoria de
comunicação, serviços de advocacia e locação de veículos, entre outros. O
documento afirma também que o uso “excessivo” de recursos comprometeu a
“lisura” e a “legitimidade” da eleição.
A Procuradoria Regional do Paraná se manifestou a favor da cassação,
“a fim de que se reconheça a prática de abuso do poder econômico”.
Entre os trâmites das acusações, Moro foi ouvido pelo TRE no dia 7 de
dezembro. Na ocasião, negou irregularidades nos gastos de campanha, se recusou a responder às perguntas formuladas pelas partes e deu explicações apenas aos questionamentos do juiz do caso. O MPE não fez perguntas.
A tramitação do caso, no entanto, foi paralisada porque no dia 23 de
janeiro o mandato do juiz titular Thiago Paiva acabou, deixando aberta
uma cadeira no TRE. De acordo com o Código Eleitoral, casos que envolvem
a cassação de parlamentares só podem ser apreciados com o quórum de
juízes completo. Com a oficialização de Sade, o julgamento pode ser
retomado.
RIO e BRASÍLIA- O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira,
espera o aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para definir o
candidato à sua sucessão no comando da Casa legislativa. Nesta
sexta-feira, 23, Lira disse que o petista tem “todo o direito” de ter um
candidato próprio, mas informou que a escolha do nome será feita a
partir de diálogo entre os dois chefes de Poder. O mandato de Lira na
presidência da Câmara vai até o início de 2025.
Segundo pessoas próximas a Lira, antes do Carnaval, os dois tiveram
uma conversa em que Lula teria dito que não pretende se intrometer na
disputa pela presidência da Câmara. Lira disse que preferia que o
petista entrasse sim na articulação e que o nome a ser definido como
candidato à sua sucessão tivesse tanto o aval dele como de Lula. Nessa
conversa, Lira ainda falou que para não criar entraves ao governo nem
acirrar uma eventual crise entre as instituições, o melhor seria um nome
de consenso.
“O presidente Lula tem a vontade dele e o direito dele de tentar
fazer o sucessor dele, como eu tenho a minha pretensão, ouvindo, a todos
os líderes partidários”, disse Lira, após participar de evento na
Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, sobre segurança pública. E
completou: “O presidente Lula sabe disso e já disse que estará junto
desse projeto de acompanhar para que eu tenha o direito de fazer meu
sucessor”.
Lira ainda aproveitou para mandar um recado aos petistas que planejam
lançar candidatura própria para derrotar o indicado pelo deputado
alagoano. Para o presidente da Câmara, se Lula pode estar junto com ele
na escolha de um nome, “o PT não pensará diferente, até porque não tem
motivos”. “Todos os compromissos que assumimos foram honrados. Não há
nenhuma instabilidade política ou pauta-bomba econômica, muito pelo
contrário”, disse Lira
“Foi um bate-papo normal, uma conversa mais amena sem pontos
específicos. O presidente conversou, como tem que fazer com os líderes
partidários que representam os parlamentares”, informou. “É uma ação
necessária e tem que ser rotina entre os líderes que participam da
Câmara dos Deputados”, concluiu.
A tendência de digitalização em todos os setores está acelerando
nossa vida cada vez mais. Previsões, como as da consultora de dados
Statista, sugerem que nos próximos dez anos haverá 50 mil milhões de
dispositivos conectados, analisando e gerando informação, dando origem
ao boom da Internet das Coisas (IoT).
O maior desafio que enfrentaremos será aproveitar os dados gerados
para colocá-los ao serviço do desenvolvimento empresarial, mas estas
enormes quantidades de informação são quase impossíveis de analisar com
os computadores atuais. É aqui que reside a importância da computação
quântica para o futuro da indústria 4.0.
A chegada iminente da computação quântica está expondo o que os
especialistas em criptografia já sabem: a criptografia está em toda
parte. Quase tudo que implementa práticas modernas de segurança depende
de criptografia e infraestruturas de chave pública (PKIs) para fornecer
confiança digital.
Mas por que a onipresença da criptografia é importante?
Quatro palavras: computadores quânticos criptograficamente relevantes
(CRQCs), máquinas poderosas o suficiente para quebrar algoritmos
assimétricos tradicionais como RSA e ECC.
É uma ameaça que a criptografia pós-quântica (PQC) pode resolver, e o
lançamento do primeiro rascunho de padrões PQC pelo NIST em agosto de
2023 trouxe o mundo um passo mais perto de um futuro seguro quântico.
Empregar o PQC significa que as organizações precisam identificar sua
pegada digital criando um inventário de seus ativos criptográficos. É
um processo que começou com as agências federais dos EUA, que foram
instruídas a enviar listas de seus sistemas criptográficos mais críticos
até maio de 2023. Mas muitas agências lutaram para cumprir o prazo, e
só em dezembro é que um inventário de toda a agência a criptografia
assimétrica estava completa.
Os desafios do governo federal revelaram as complexidades da criação
de um inventário de ativos criptográficos – especialmente quando uma
organização possui ativos que talvez nem soubesse que existiam.
Dividimos o processo em quatro etapas para ajudá-lo a começar a planejar
sua transição.
Transitando para PQC
“Quando a DigiCert se uniu ao Ponemon Institute para ver o quão
preparado o mundo está para a computação quântica, aprendemos que a
maioria dos líderes de TI teme que suas empresas estejam longe de estar
prontas. Se você faz parte de uma organização que lida com ativos
criptográficos e ainda não iniciou a transição para o PQC, veja como
começar”, explica Dean Coclin, Diretor Sênior de Desenvolvimento de
Negócios da DigiCert.
1. Faça um inventário de seus ativos criptográficos
A primeira etapa é começar a inventariar seus certificados,
algoritmos e outros ativos criptográficos, priorizando-os com base no
nível de criticidade. A partir daí, você pode determinar o que precisa
ser atualizado ou substituído para garantir que seus sistemas permaneçam
seguros quando a computação quântica se tornar realidade.
Ao longo do processo de inventário, você precisará fazer algumas perguntas importantes:
Quais algoritmos seus certificados estão usando atualmente?
Quem emitiu os certificados?
Quando os certificados expiram?
Quais domínios os certificados protegem?
Quais chaves assinam seu software?
A realização de um inventário completo não para por aí. Você também precisará fazer perguntas como:
O seu pacote de software ou dispositivo baixa atualizações automaticamente?
Ele se conecta a um servidor back-end?
Está associado a um site ou portal?
Esse site ou portal é operado por terceiros ou provedor de nuvem?
Se a resposta for sim, você precisará entrar em contato com cada
provedor para descobrir em quem eles confiam – quais pacotes de software
os provedores de seus provedores usam, quem são os provedores de
back-end dos provedores e assim por diante.
Como dissemos, é um processo complexo. Mas é por isso que a hora de
começar é agora – não depois que a computação quântica começar a revelar
(e explorar) suas vulnerabilidades.
2. Priorize criptomoedas nas quais você precisa confiar por muito tempo
“O lugar para começar a trocar algoritmos de criptografia é com
criptografia que produz assinaturas que precisam ser confiáveis por um
longo tempo: pense em coisas como raízes de confiança e firmware para
dispositivos de longa duração. E sim, isso significa produzir
inventários detalhados de software e dispositivos e de onde vem sua
criptografia”, explica Dean.
Por quê? Os invasores estão jogando um jogo longo, gravando dados
criptografados como parte de uma estratégia de vigilância chamada
“coletar agora, descriptografar depois”. Quando a computação quântica
estiver disponível, os cibercriminosos irão descriptografá-la – e a
única maneira segura de se proteger contra essa estratégia é priorizar
qualquer criptografia na qual sua organização confiará no longo prazo.
3. Explore e teste as maneiras de incorporar algoritmos PQC
O NIST ainda está trabalhando para padronizar e documentar os métodos
de implementação, teste e implantação segura dos novos algoritmos
criptografados. Mas os implementadores de bibliotecas criptográficas e
software de segurança precisam começar a integrar os algoritmos em seus
produtos agora. Acomodar os algoritmos PQC selecionados exigirá algum
esforço, para que sua organização possa ficar à frente explorando como
incorporá-los em sua biblioteca de criptografia.
4. Torne-se criptoágil
As etapas que descrevemos até agora não são tarefas fáceis de
verificar. Mas inventariar seus ativos criptográficos agora terá retorno
quando a computação quântica começar a quebrar algoritmos – e embora
não saibamos exatamente quando isso acontecerá, sabemos que é uma
questão de quando, não se.
Após a conclusão do seu inventário, a próxima fase da transição do
PQC será alcançar a criptoagilidade, que envolve visibilidade de ativos,
métodos estabelecidos para implantação de tecnologias de criptografia e
a capacidade de responder rapidamente quando surgirem problemas de
segurança.
“Uma solução como o DigiCert®Trust Lifecycle Manager usa a
descoberta, automação e gerenciamento centralizado de certificados para
fornecer controle sobre seu inventário de certificados, possibilitando a
substituição de ativos criptográficos desatualizados sem interrupção
significativa da infraestrutura do seu sistema”, conclui Dean Coclin.
A transição para a criptografia resistente a quantum é uma tarefa
significativa. Mas ao identificar e gerenciar seus ativos
criptográficos, sua organização pode estabelecer as bases para um futuro
digital seguro e confiável.
FANS TOKENS DA VALEON
Os Clubes de Futebol no Brasil e no Mundo estão alinhados fora de
campo e estão investindo em inovação e no mercado de criptoativos, mais
especificamente as Fans Tokens que são moedas digitais chamadas de CHILIZ(CHZ).
A novidade é atribuir um valor de ativo financeiro a um produto com o
qual o fã cria relacionamentos e experiências com o Clube de Futebol e
que antes era apenas um serviço sem valor de revenda ou de valorização
desse ativo. As Fans Tokens ajudam os clubes a melhorar a parte financeira.
Assim como nenhum elemento do marketing faz nada sozinho, não só em clubes, mas em qualquer empresa, as Fans Tokens
também precisam ter a imagem trabalhada para chegar ao consumidor de
forma clara, oferecendo algo que seja palatável e legível ao torcedor,
ou seja, as pessoas precisam entender do que se trata este ativo digital
para poder consumi-lo.
Como toda inovação, as Fans tokens ainda estão numa
fase inicial e todos nós estamos aprendendo com elas. Não podemos perder
de foco é que a tecnologia não pode ser o fim, a tecnologia é
simplesmente o meio e é a chave para o engajamento e temos que
compreender que a tecnologia pode gerar lucro, construir operações
sustentáveis, proteger a integridade da concorrência, desenvolver
multiplataformas e muito mais.
Engajar os fãs não é algo exclusivo do esporte. Pelo contrário, todas
as marcas querem encantar seus consumidores e engajá-los das mais
variadas formas. Descobrir essas formas é uma das muitas atividades de
quem trabalha com comportamento do consumidor.
Em marketing, podemos definir o engajamento do cliente como os
comportamentos espontâneos, interativos e cocriativos do consumidor,
principalmente em trocas não transacionais entre consumidor e empresa
para atingir seus objetivos individuais e sociais.
Em outro contexto, porém, podemos pensar no engajamento como um
estado de espírito motivacional relacionado à marca e dependente do
contexto de um cliente, caracterizado por níveis específicos de
atividade cognitiva, emocional e comportamental nas interações da marca.
E, nesse aspecto, surge um fator importante: como os consumidores
engajados fornecem referências e recomendações para produtos
específicos, o engajamento do cliente é um elemento-chave nas
estratégias das empresas para o desenvolvimento de soluções, de novos
produtos e retenção de clientes. É aqui que surge a ideia da
monetização.
A Startup Valeon cria as FANS TOKENS VALEON para premiar
uma enorme comunidade de consumidores que utilizam as redes sociais,
que são o nosso público-alvo, que são as pessoas que achamos que podem
realmente se beneficiar do nosso produto que é a Plataforma Comercial
Marketplace Valeon e muitas vezes não possuem o conhecimento básico de
como o nosso produto funciona.
As Fans Tokens são para aqueles que não querem
apenas ser espectadores, mas para aqueles que desejam ter um papel mais
ativo na comunidade das redes sociais.
A tokenização fornece novas maneiras inspiradoras de
classificar valor, criando novos ativos ou reinventado os tradicionais,
abrindo portas para melhoria de processos totalmente novos, fluxos de
receitas e envolvimento dos clientes com novas oportunidades.
Pensando nisso, a Startup Valeon através do seu Site, aposta na
possibilidade de trazer o consumidor que pode estar longe ou não conhece
a Valeon para perto da gente e ainda ser nosso colaborador participando
ativamente do nosso desenvolvimento, gerando transformações e tendo o
direito de fornecer conhecimentos específicos para o desenvolvimento do
Site.
Valor do Fan Token Valeon = R$ 1,00
Solicitamos a colaboração dos consumidores do Vale do Aço
para as oportunidades de influenciarem em algumas decisões do nosso
dia-a-dia e quanto maior o peso de suas opiniões, mais Fan Tokens irá
ganhar.
1 – Você pode auxiliar no desenvolvimento do nosso Site Valeon verificando alguma possibilidade de melhoria nele.
Prêmio: 50 Fan Token Valeon
2 – As Empresas, Serviços e Profissionais que desejarem
participar aderindo suas Publicidades e Propagandas ao Site Valeon terão
descontos.
Prêmio: 30% na mensalidade
3 – Sugestões de Internautas que queiram incluir ÁLBUNS DE MÚSICAS de até 150 MB NA COLEÇÃO DE MÚSICAS do Site Valeon.
Com declarações sobre Israel e Navalny, Lula deixou claro que
quer distância do Ocidente democrático. Para se projetar como líder do
Sul Global, ele escolhe bajular ditadores influentes, escreve Alexander
Busch.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou claro no fim de semana,
com duas declarações espontâneas e um silêncio aquiescente diante das
perguntas de jornalistas, onde ele atualmente situa o Brasil (e a si
mesmo) politicamente no mundo.
Primeiro ele comparou os ataques de Israel à Gaza com o Holocausto sob Hitler. Depois, recusou-se a fazer qualquer comentário sobre a morte do líder opositor russo Alexei Navalny,
sob o argumento de que a causa da morte ainda não havia sido
oficialmente determinada. A prisão da dissidente, ativista de direitos
humanos e advogada Rocío San Miguel na Venezuela também não lhe foi
digna de comentário.
Tudo isso não é novidade. Lula nunca escondeu sua simpatia aberta
pelo ditador russo Vladimir Putin e sua aversão ao presidente ucraniano
Volodimir Zelenski. Ele defende o ditador venezuelano Nicolás Maduro
como se este fosse um democrata. Também não é segredo que Lula, como
esquerdista, vê Israel de forma crítica.
Mas com a cínica comparação com o Holocausto e a defesa do regime
assassino de Putin contra opositores, Lula, mais uma vez, aumentou
consideravelmente as divisões com o Ocidente.
Lula quer distância do Ocidente democrático – no que é seguido por
grande parte do Partido dos Trabalhadores e da esquerda brasileira. Para
isso, ensaia uma aliança com regimes como Rússia, China e ditaduras no
Oriente Médio. Governos autoritários da América Latina, como Venezuela,
Cuba e Nicarágua, já podem contar de qualquer maneira com a
solidariedade dele.
Assim, Lula dá as costas a um princípio fundamental da política
externa brasileira, a uma ordem mundial multipolar e baseada em regras.
Ele ignora os pilares democráticos da Constituição brasileira e do
Ocidente, afirma Rubens Ricupero, o principal especialista em política
externa brasileira.
Lula aceita implicitamente o direito do mais forte no mundo. O ataque
à Ucrânia, a ameaça latente da China de anexar Taiwan, os ataques de
milícias apoiadas pelo Irã a Israel e ao Ocidente – o presidente do
Brasil aceita tudo isso abertamente. Ao tomar partido em conflitos,
mostra que também desistiu da tradicional política brasileira de não
intervenção.
Quem supõe que Lula tenha passado por uma mudança ideológica não leva
em conta que ele sempre foi um político pragmático. Ele sempre esteve
disposto a adaptar suas convicções quando lhe pareceu útil para chegar
ao poder ou exercê-lo.
Do ponto de vista geopolítico, as ditaduras unidas de Rússia, Irã e
China estão claramente ganhando neste momento no tabuleiro
internacional. Elas pressionam a Europa e os Estados Unidos como nunca
antes.
Ao voltar-se para os ditadores, Lula reage ao ganho de poder
internacional desses regimes, porque quer se apresentar como líder do
Sul Global. Para isso, ele aumenta a distância em relação ao Ocidente – e
bajula aqueles que mandam cada vez mais na geopolítica.
Mas a ascensão política de Lula – de líder sindical que desafiou uma
ditadura até a eleição como presidente décadas depois – só foi possível
em uma democracia. Dificilmente aquele sindicalista teria sobrevivido a
regimes como os da China ou Rússia. Ele, porém, parece ter se esquecido
disso.
Isso é decepcionante para muitos, especialmente para os atuais
opositores dos regimes em Caracas, Moscou ou Pequim, diante dos quais
Lula não está disposto a mostrar a mesma solidariedade que outrora
recebeu.
A vitória de Lula alimentou muitas esperanças, principalmente na
Europa, após os anos sombrios para a democracia sob o presidente Jair
Bolsonaro.
Lula desaponta essas expectativas com sua política externa. A
Alemanha e outros governos europeus devem ser mais cautelosos no futuro,
se quiserem contar com ele como “aliado de primeira hora”. Porque Lula é
cada vez menos isso.
—
Há mais de 30 anos, o jornalista Alexander Busch é correspondente de América do Sul. Ele trabalha para o Handelsblatt e o jornal Neue Zürcher Zeitung.
Nascido em 1963, cresceu na Venezuela e estudou economia e política em
Colônia e em Buenos Aires. Busch vive e trabalha em Salvador. É autor de
vários livros sobre o Brasil.
O texto reflete a opinião da autora, não necessariamente a da DW.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) esteve na Polícia Federal (PF) em
Brasília nesta quinta-feira, 22, mas ficou em silêncio sobre a suposta
participação em uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de
2022. Ele ficou na PF por cerca de 30 minutos. Na saída da sede da
corporação, o ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social da
Presidência e advogado do ex-presidente, Fábio Wajngarten, afirmou que
Bolsonaro não prestou depoimento por “estratégia” da defesa.
Segundo Wajngarten, a defesa do ex-chefe do Executivo não teve acesso
à íntegra dos autos da investigação e à delação premiada do ex-ajudante
de ordens da Presidência, tenente-coronel Mauro Cid.
“O presidente já saiu, fez o uso do silêncio, conforme a defesa
antecipou. Esse silêncio, quero deixar claro, não é simplesmente o uso
do exercício constitucional do silêncio, mas, uma estratégia baseada no
fato de que a defesa não teve acesso a todos os elementos por quais
estão sendo imputados ao presidente a prática de certos delitos”,
afirmou Wajngarten.
Por esse mesmo motivo, a defesa de Bolsonaro tentou adiar o
depoimento três vezes, mas o ministro do STF Alexandre de Moraes negou.
Além de Bolsonaro, o ex-ministro da Defesa e companheiro de chapa de
Bolsonaro nas eleições de 2022, general Walter Braga Netto, também já
deixou a sede da PF.
Depoimentos de Bolsonaro à PF
É a oitava vez que Bolsonaro presta depoimento na PF desde que deixou
a Presidência da República. Também não é a primeira oportunidade em que
o ex-mandatário recorre à prerrogativa de permanecer em silêncio.
Em abril do ano passado, Bolsonaro foi intimado pela PF para explicar
a sua participação no caso da venda ilegal de joias da Presidência da
República. O esquema havia sido revelado pelo Estadão no mês anterior um
mês antes. Naquele mesmo mês, voltou a dar depoimento, desta vez
explicando sua conduta em relação ao ataque aos Três Poderes, em 8 de
Janeiro.
Bolsonaro voltou à PF um mês depois, em maio, para a depor sobre o as
fraudes nos cartões de vacinação de covid-19 dele e da sua filha,
Laura. Dois meses depois, em julho, foi novamente convocado pela
corporação. Dessa vez, teve que fornecer explicações sobre uma denúncia
do senador Marcos do Val (Podemos-ES). Do Val afirmou que o então
presidente teria realizado uma reunião de teor golpista com Daniel
Silveira.
Ainda em 2023, em duas ocasiões, ele esteve na sede da corporação
para prestar esclarecimentos sobre um grupo de empresários que defendia
um golpe de Estado em mensagens de WhatsApp. A esse respeito, na segunda
vez em que foi intimado a depor, permaneceu em silêncio e entregou suas
considerações por escrito.
Investigados por golpe de Estado depõem nesta semana
Ao todo, 25 investigados na Operação Tempus Veritatis foram
convocados para prestar depoimento nesta semana. Além do ex-presidente,
mais 23 depoimentos foram marcados para esta quinta-feira para ocorrer
ao mesmo tempo, de forma a evitar a comunicação entre os interrogados.
Há ainda um depoimento marcado para esta sexta-feira, 23.
A maior parte foi agendada para a sede da Polícia Federal em
Brasília, incluindo o depoimento de Bolsonaro. A corporação reservou 16
salas para as oitivas na capital. Outras, nas superintendências da PF no
Rio de Janeiro, em São Paulo, no Paraná, em Minas Gerais, no Mato
Grosso do Sul, no Espírito Santo e no Ceará. Na lista de interrogados
desta semana, há ex-ministros e aliados próximos a Bolsonaro no período
em que ele esteve na Presidência.
Chris Blackerby passa muito tempo pensando em lixo — especificamente,
“lixo espacial” ou “detritos cósmicos”. Ele faz isso por uma boa razão:
existem mais de 9.000 satélites orbitando a Terra atualmente e, até
2030, serão cerca de 60.000. Embora a órbita da Terra seja imensa, muito
lixo pode interferir nos satélites de comunicações, informações
meteorológicas e outras notícias importantes para os habitantes
terrestres.
Com a Starlink, de Elon Musk, programada para lançar pelo menos mais
4.000 satélites nos próximos anos e a Shanghai Spacecom Satellite
começando a construção de uma constelação de 12.000 dispositivos
espaciais próprios, Blackerby, COO da startup de serviços orbitais
Astroscale, tem muito trabalho pela frente. “Quando a Astroscale
começou, quase 11 anos atrás, eu trabalhava para a NASA e pensava: ‘Quem
vai ganhar dinheiro com isso? Ninguém está pensando em satélites”,
conta.
No entanto, não são apenas os satélites ativos que representam
problemas para o tráfego espacial. Existem também os satélites
abandonados, bem como satélites destruídos. Além de restos de
lançamentos de foguetes antigos e detritos de missões espaciais.
Tudo isso faz com que alguns astrofísicos se preocupem com o cenário
teórico chamado “Efeito Kessler”, que é usado para descrever uma reação
em cadeia interminável de colisões de satélites que, com o tempo,
tornará quase impossível fazer qualquer coisa no espaço (incluindo
comunicações via satélite, previsão do tempo e GPS, sem mencionar o
sonho de Elon Musk de um dia morrer em Marte). “Todos os dias pensamos
nessa possibilidade caótica. A preocupação já começou”, disse Blackerby à
Forbes.
SÍNDROME DE KESSLER: COMO O ACÚMULO DE LIXO ESPACIAL NOS AFETA?
A corrida espacial ainda é um tópico muito atual para diversos
países. Estados Unidos, Rússia, Índia e China, por exemplo, são algumas
das nações que têm investido pesado para estar cada vez mais presentes
em operações fora da Terra. O objetivo não é apenas conseguir explorar
novos lugares no espaço, mas também estabelecer um controle militar.
De todo mundo, um problema em comum tem preocupado todas essas grandes potências: a Síndrome de Kessler.
E o que é isso? Segundo o Instituto de Astronomia da Academia Russa de
Ciências, a quantidade de detritos espaciais pode atingir quantidades
colossais nos próximos anos, o que geraria um grande problema para a
humanidade. Entenda mais sobre esse assunto nos próximos parágrafos!
Efeito dominó do lixo espacial
(Fonte: Wikimedia Commons)
A teoria da Síndrome de Kessler foi desenvolvida na década de 1970
por Donald J. Kessler, um consultor da NASA. De acordo com o
pesquisador, o volume de detritos espaciais na órbita baixa da Terra se
tornaria tão alto que objetos como satélites começariam a se chocar com o
lixo, produzindo um “efeito dominó” capaz de gerar ainda mais lixo.
À medida que o número de satélites em órbita está crescendo, diversos
outros satélites desativados vêm se acumulando. Isso aumenta
consideravelmente o risco de colisões entre o lixo espacial.
Enquanto isso, peças-chave da tecnologia espacial humana operam
atualmente nessa mesma órbita baixa — a uma distância de menos de 2 mil
quilômetros do nosso planeta —, como é o caso da Estação Espacial
Internacional (ISS) e diversos satélites importantíssimos para o nosso
cotidiano.
Caso o acúmulo de lixo atinja proporções nunca vistas antes pelos
cientistas, esse fato poderia ter consequências significativas. Exemplos
disso seriam a interrupção de voos espaciais,
a interrupção das comunicações globais ou até mesmo o enfraquecimento
da inteligência militar de algumas das maiores nações do nosso planeta.
Riscos para o futuro
(Fonte: Wikimedia Commons)
Um grande problema da Síndrome de Kessler é que ela considera a
ganância de poder do ser humano como um fator agravante para o futuro da
nossa espécie. Por exemplo, se países passassem a achar interessante
disparar e destruir satélites para atrapalhar operações de inimigos,
esses fragmentos logo conseguiriam destruir a Estação Espacial Internacional.
Há meses, a Roscosmos, que é a corporação estatal da Federação Russa
responsável por voos espaciais, tem avisado sobre esse perigo. No fim de
2022, o diretor Dmitry Rogozin chegou a dizer que o teste conduzido
pela Índia — conhecido como Missão Shakti — aumentou em 5% as chances do
lixo espacial se chocar contra a ISS.
Na época, o governo indiano planejou destruir um satélite que estava a
300 quilômetros da Terra, visto que ele estava em inatividade. O
movimento também foi duramente criticado pela NASA e causou uma
discussão global sobre política espacial muito forte. Como uma próxima
etapa, a Roscosmos planeja reunir as potências espaciais para considerar
a proibição definitiva de testes de armas antissatélite, evitando
piorar a situação atual.
BRASÍLIA – A posse de Flávio Dino como ministro do
Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta-feira, 22, mostrou um novo
capítulo da aliança entre o Palácio do Planalto e a Corte no momento em
que avançam as investigações sobre os atos golpistas de 8 de janeiro de
2023. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva compareceu à cerimônia, a
mais concorrida dos últimos tempos, que lotou o plenário e outros salões
do STF com ministros, governadores, deputados, senadores, militares e o
mundo jurídico.
Na imensa fila para cumprimentar Dino, no Salão Branco do STF, as conversas giravam sobre assuntos que iam do ato convocado por Bolsonaro para domingo, na Avenida Paulista – com uma certa preocupação sobre o tom dos discursos – a curiosidades envolvendo a atuação do novo magistrado.
Diretor-geral da PF estava na cerimônia
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, também
prestigiou a cerimônia de posse, praticamente ignorada pela oposição ao
governo. Alvo de investigações sobre desvio de dinheiro de emendas
parlamentares para obras em Vitorino Freire (MA), o ministro das
Comunicações, Juscelino Filho, estava na solenidade. O inquérito de
Juscelino – instaurado a partir de reportagens do Estadão – ficará agora sob a relatoria de Dino.
Dino foi a voz da Esplanada que mais teve embates com apoiadores de
Bolsonaro durante todo o tempo em que comandou o Ministério da Justiça.
Enfrentou bolsonaristas radicais tanto em audiências públicas no
Congresso como nas redes sociais.
“Agora ele vai falar pela caneta”, resumiu um auxiliar de Lula, sob reserva. “Cada penada vai ser uma explosão.”
Ao deixar a cerimônia, nesta quinta-feira, Dino foi assistir a uma
missa na Catedral de Brasília. Na hora das oferendas, o ministro viu que
estava sem dinheiro e foi “socorrido” pelo vice-presidente Geraldo
Alckmin, que lhe emprestou uma nota.
Dino e Alckmin são católicos fervorosos. “Após a posse de ministros
sempre há festas. Eu escolhi esta festa”, afirmou ele, numa referência à
missa.
Cercado por jornalistas, Dino disse que, ao vestir a toga, trabalhará
pelo respeito à Constituição. “O Supremo tem esse grande papel de
controle sobre os outros Poderes, e isso faz com que às vezes haja, aqui
e acolá, uma discordância, divergência, até um atrito. Mas quem conhece
a história do Direito Constitucional no mundo sabe que sempre é assim”,
destacou. “No que se refere ao plano institucional, (espero que) nós consigamos elevar mais a harmonia dos Poderes na medida do que for possível.”
O novo ministro ocupará a vaga deixada por Rosa Weber e terá assento
na Primeira Turma da Corte. Herdará 340 ações que estavam com Weber,
entre as quais um pedido de investigação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid contra Bolsonaro por incentivar aglomerações durante a pandemia.
História de RENATO MACHADO E THIAGO RESENDE • Folha de S. Paulo
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ministro das Relações Institucionais,
Alexandre Padilha (PT), afirmou nesta quinta-feira (22) que o governo
federal fechou um acordo com parlamentares e vai elaborar um calendário
para o pagamento das emendas parlamentares, para serem executadas até o
dia 30 de junho.
O acordo foi confirmado por parlamentares que participaram de uma reunião com o ministro no Palácio do Planalto.
O anúncio acontece em meio à pressão do centrão, que vem aumentando
desde o veto do presidente Lula (PT) a esse dispositivo na LDO (Lei de
Diretrizes Orçamentários). Também acontece pouco antes de encontro do
mandatário com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e líderes de
bancada.
O ministro deu entrevista a jornalistas após ter se reunido com
integrantes da CMO (Comissão Mista do Orçamento) e lideranças do
governo.
Padilha afirma que o veto será mantido oficialmente, porque há a
avaliação de que a sua derrubada iria ferir a Lei de Responsabilidade
Fiscal. No entanto, o governo fechou um acordo com esses parlamentares
para que um cronograma de emendas impositivas, que são as individuais e
de bancada, sejam pagas até 30 de junho, limite das vedações eleitorais
por conta das eleições municipais.
Ou seja, o governo aceita realizar o pagamento até o prazo, que era a
principal preocupação dos parlamentares. Por outro lado, o veto será
mantido e dessa forma o Executivo fica livre de cumprir outros
dispositivos da LDO, como por exemplo o item que obrigaria o empenho de
emendas em até 30 dias.
“Vocês sabem que a Lei de Diretrizes Orçamentárias tinha proposta de
cronograma de acelerar a execução no primeiro semestre dos recursos de
repasses a fundo da saúde e assistência social, do SUS [Sistema Único de
Saúde] e do SUAS [Sistema Único de Assistência Social]. O governo tem
concordância em acelerar essa execução. Teve um veto por conta de uma
coisa que havíamos anunciado, que é a Lei de Responsabilidade Fiscal”,
afirmou o ministro.
Padilha acrescenta que o cálculo inicial prevê que essas emendas liberadas até 30 de junho somam um total de R$ 14,5 bilhões.
“E reafirmamos para os membros da CMO que o governo vai construir um
cronograma de execução das emendas ao longo do ano como a gente sempre
faz e que quer estabelecer a prioridade absoluta do empenho e pagamento
desses valores da saúde e assistência social, fruto de emendas
individuais ou de bancada, no calendário eleitoral para que permita os
repasses desses recursos até a data limite da vedação eleitoral, que é o
dia 30 de junho”, completou.
A verba a ser repassada deve ser para custeio na área de saúde,
educação e assistência social é, geralmente, menos burocrática que obras
e grandes projetos. Por isso, costuma ser liberada antes de outros
recursos.
O relator da LDO, Danilo Forte (União Brasil-CE), que estava ao lado
do ministro no anúncio, diz que o acordo anunciado por Padilha
representa “uma vitória para o Congresso”, pois prevê que esses recursos
cheguem aos municípios ainda no primeiro semestre. Segundo ele, a
proposta anunciada é a mesma que foi aprovada pelos parlamentares no
projeto da LDO e, no final, vetada por Lula.
O governo Lula vem enfrentando grande pressão do Congresso e um dos
motivos é o veto ao calendário do pagamento das emendas. Esse cronograma
é uma peça importante neste ano, por causa das eleições municipais. As
emendas são o principal mecanismo pelo qual os parlamentares destinam
recursos para os seus redutos eleitorais.
O anúncio acontece horas antes de um encontro do presidente Lula com
Lira e lideranças da Câmara no Palácio do Planalto. O mandatário decidiu
se engajar mais na articulação política, após uma série de críticas de
parlamentares a Padilha, por conta de compromissos que não teriam sido
cumpridos.
Padilha também anunciou um encontro no dia 7 de março para discutir
os vetos de Lula à LDO, antes de que sejam votados pelo Congresso
Nacional.
“Estamos tirando uma decisão de no dia 7 de março, esse mesmo grupo,
SRI, Planejamento, Casa Civil e Fazenda, reunirmos com essa composição
da CMO para tratarmos desses vetos da LDO, quais que podem ser
modificados, se tem que modificar alguma parte do texto, se tem
concordância e esclarecimento com ele”, afirmou Padilha.
“[Isso para que] esses problemas possam ser resolvidos para quando
tiver a sessão do Congresso você eventualmente ter uma acordo sobre como
tratar esses vetos ou, eventualmente, se precisar, for necessário uma
reformulação do texto, ou uma regulamentação por decreto, que a gente
possa tratar isso”, completa.