sábado, 24 de fevereiro de 2024

FILHO DE LULA LEVA AO PAI PROBLEMAS BRASILEIROS IMPORTANTES

 

História de VINICIUS SASSINE • Folha de S. Paulo

RIO PRETO DA EVA, AM (FOLHAPRESS) – O filho caçula do presidente Lula (PT), Luis Claudio Lula da Silva, 39, costuma levar ao pai assuntos que dizem respeito a seu cotidiano desde que passou a viver na Amazônia para atuar como dirigente de futebol.

Como mostrou a Folha de S.Paulo, Luís Cláudio se aliou a um empresário sul-coreano que atua na Zona Franca de Manaus e a um prefeito da União Brasil para erguer o clube de futebol Parintins, que disputa o Campeonato Amazonense e tenta vaga na Série D do Brasileiro.

Luís Cláudio, por exemplo, levou ao pai uma defesa pela pavimentação da BR-319, que liga Manaus a Porto Velho. Nos próximos meses, o filho de Lula pretende percorrer a rodovia, filmar as condições da estrada e mostrar os vídeos ao chefe do Executivo.

“A BR-319 é imprescindível para a região. Na seca do ano passado, houve um isolamento grande”, disse à Folha de S.Paulo o filho de Lula, reverberando o discurso de políticos e empresários que fazem lobby pela rodovia.

Esse lobby ganhou força a partir da seca extrema em 2023, ano em que houve recordes de baixa dos rios, com impacto direto na navegação, a principal forma de transporte no Amazonas.

Desde que assumiu a direção de futebol do RPE Parintins, Luis Claudio se divide entre Amazonas e São Paulo.

“Eu conheço 80% dos ministros de antes [da eleição]. Tenho intimidade com [Fernando] Haddad [ministro da Fazenda], com [Alexandre] Padilha [ministro das Relações Institucionais], de tomar café”, diz o caçula de Lula.

Um dos assuntos já tratados, segundo ele, é sobre casas de apostas no futebol, com a existência de um mercado ilegal e paralelo que vem prejudicando o esporte, segundo Luis Claudio. “Converso abertamente com Haddad sobre isso. Regulamentação e cobrança por investigação devem existir, pois há brechas para corrupção com as apostas.”

A discussão sobre a BR-319 passa principalmente pelo chamado trecho do meio, entre os quilômetros 250 e 655,7 -uma extensão de 405,7 quilômetros.

Em julho de 2022, três meses antes da derrota de Jair Bolsonaro (PL) para Lula, o então presidente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), Eduardo Bim, emitiu licença prévia para pavimentação do trecho. Bim estava no cargo por indicação do hoje deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), ministro do Meio Ambiente sob Bolsonaro.

Documentos do processo de licenciamento ambiental mostram que a obra pode provocar mais grilagem de terras públicas no curso da rodovia, ampliar o desmatamento ilegal e impulsionar a exploração criminosa de madeira.

Uma vistoria feita pelo Ibama em setembro passado constatou o avanço de devastação, queimadas e ocupação de terras públicas ao longo da BR-319, com o arco de desmatamento rumo às porções central e norte do Amazonas, duas das mais preservadas da amazônia. Além disso, há 225 áreas degradadas na rodovia, antes mesmo de intervenções para pavimentação.

Manaus e região viveram ondas sucessivas de fumaça na seca extrema de 2023, em razão do desmatamento e das queimadas. Mesmo assim, políticos e empresários usaram a seca como pretexto para ampliar o lobby pela pavimentação da rodovia. O governo Lula criou um grupo para tentar acelerar o processo de licenciamento.

“Meu pai fica cercado por ministros, nem sempre ele sabe a realidade”, diz Luis Claudio. “Eu converso com ele sobre as dificuldades logísticas aqui, sobre o isolamento.”

Segundo o filho de Lula, a seca levou a escassez de alimentos e de itens como cimento em Rio Preto da Eva (AM), cidade onde está sediado o RPE Parintins, a 85 km de Manaus.

“A BR-319 é a única conexão com o restante do país. É uma obra difícil, mas tem de sair”, afirma Luis Claudio. “Meu pai quer saber mais, quer ouvir.”

Sobre o mercado de apostas no futebol, cujo funcionamento foi autorizado por uma lei de 2018, o diretor do RPE Parintins diz que existem três ou quatro “casas grandes de confiança” e que há uma infinidade de apostas clandestinas, com grupos virtuais, bicheiros e outros operadores, levando a manipulação de resultados.

“Como não tem como inibir, tem de regulamentar”, afirma Luis Claudio, que diz que toparia patrocínio de casa de apostas ao time que dirige. O governo Lula espera incrementar receita com a regulamentação do setor.

O dirigente faz críticas mais genéricas ao futebol brasileiro: está sucateado, parte devido à maneira de atuação da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). “Meu pai precisa olhar para o futebol com mais carinho.”

As conversas que mantém com integrantes do governo do pai não podem ser compreendidas como tráfico de influência, afirma Luis Claudio. “Seria se eu levasse alguma vantagem. Nunca vão ver o Luis Claudio pedir um favor.”

Ele diz ser mais recebido no mundo do futebol por ser filho de Lula, e que isso já foi o inverso, com portas fechadas no auge das ofensivas da Operação Lava Jato. O ressentimento persiste, em razão da morte da mãe, Marisa Letícia, em 2017, atribuída por ele ao que teria sido uma perseguição contra a família.

“Ser filho [de Lula] abre as portas, é claro. Mas já fechou também. O que eu preciso ter é um produto decente para entregar”, afirma o diretor do RPE Parintins, que já trabalhou como auxiliar em times como Palmeiras, São Paulo e Corinthians, além de ter estruturado uma liga de futebol americano no Brasil.

BOLSONARO VAI MOSTRAR A SUA FORÇA COM APOIADORES NA PAULISTA

História de Por Ricardo Brito • Reuters

Ex-presidente Jair Bolsonato na porta de sua casa em Brasília 22/02/2024 REUTERS/Adriano Machado

Ex-presidente Jair Bolsonato na porta de sua casa em Brasília 22/02/2024 REUTERS/Adriano Machado© Thomson Reuters

Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) – O ex-presidente Jair Bolsonaro convocou apoiadores para participar de um ato na Avenida Paulista em sua defesa, na tarde de domingo, que poderá servir como termômetro de sua atual força política, em meio ao cerco de múltiplas investigações que o envolvem e que podem, segundo os próprios aliados, levá-lo à prisão.

Bolsonaro foi alvo de uma busca e apreensão pela Polícia Federal no início do mês em uma investigação por suposta tentativa de golpe de Estado, além ser alvo de apurações como fraude em cartão de vacinas, ingresso irregular de joias sauditas no país e participação de milícias digitais para atacar adversários.

Após vários atos durante seu governo desafiando instituições e autoridades, Bolsonaro e aliados têm feito um chamamento para uma manifestação pacífica neste fim de semana, principalmente após os ataques às sedes dos Três Poderes por apoiadores do ex-presidente em 8 janeiro do ano passado.

“No domingo, às 15 horas, o nosso encontro na Paulista. Um encontro pacífico pelo nosso Estado Democrático de Direito, pela nossa liberdade, pela nossa família, pelo nosso futuro”, disse o ex-presidente em vídeo publicado nesta sexta-feira na rede social X, antigo Twitter.

Na quinta-feira, o ex-presidente permaneceu em silêncio em depoimento à PF sobre as investigações da suposta tentativa de golpe. Seu advogado e ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social, Fabio Wajngarten, disse na porta da PF que o ato de domingo poderá reunir até 700 mil pessoas em defesa de Bolsonaro, incluindo políticos simpatizantes do ex-presidente.

“Temos mais de 100 deputados, temos 3 governadores, 10, 12 a ou 15 senadores. Esperamos na Paulista mais de 500, 600, 700 mil pessoas. A expectativa é a melhor possível”, afirmou Wajngarten.

O governador paulista e ex-ministro do governo Bolsonaro, Tarcísio de Freitas (Republicanos), já confirmou presença. Com Bolsonaro inelegível até 2030, ele é apontado como um potencial sucessor do bolsonarismo para a disputa presidencial de 2026.

Bolsonaro, inclusive, vai se hospedar no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, antes de ir junto com Tarcísio ao ato, disse à Reuters uma fonte ligada ao governador.

Contudo, uma fonte ligada à família de Bolsonaro disse não acreditar que o ato vai reunir tanta gente assim, mesmo com toda a mobilização feita nas redes sociais e também pelo pastor Silas Malafaia, idealizador do evento. Ainda assim, Bolsonaro quer se manter relevante como o principal representante da direita no país.

“Ele quer tentar mostrar força para o STF e se manter viável politicamente, mesmo que seja preso”, afirmou essa fonte, comparando à situação por que Bolsonaro passa com a do presidente Luiz Inácio Lula da Silva antes de ser preso em 2018.

O atual presidente ficou 580 dias preso por condenações da Lava Jato que posteriormente foram anuladas pelo Supremo e se reabilitou politicamente, vencendo a eleição presidencial em 2022 e voltando ao comando do país pela terceira vez.

GRANDE PREOCUPAÇÃO

A mesma fonte afirmou que há uma grande preocupação de aliados de Bolsonaro sobre o evento pelo risco de alguma declaração do ex-presidente contra o Supremo Tribunal Federal motivar medidas contra ele. A torcida, segundo a fonte, é que Bolsonaro não ataque o relator de seus processos no Supremo, Alexandre de Moraes, ou outras autoridades e instituições. “Mas ele é imprevisível”, reconhece a fonte.

De fato, a PF poderá mesmo implicar, ainda mais, Bolsonaro e outros investigados por declarações que vierem a fazer no ato, segundo uma fonte da corporação envolvida diretamente nas investigações. No limite, não se descarta até mesmo uma prisão do ex-presidente, embora não haja qualquer previsão sobre isso.

Essa fonte disse, sem dar detalhes, que também haveria indícios que apontam para um “financiamento atípico” do evento, mas não poderia adiantar mais informações porque há apurações em curso.

“Se prenderem Bolsonaro antes dessa manifestação vira um caos no Brasil, se prenderem depois da manifestação, vira outro caos no Brasil”, disse o deputado bolsonarista Marco Feliciano (PL-SP), em vídeo divulgado nesta sexta-feira. “Ele não está morto, é competitivo e não pode haver injustiça.”

Questionado pela Reuters, Feliciano disse que o vídeo é uma “percepção pessoal”, não se trata de orientação alguma e que vai ao ato para ouvir Bolsonaro. Disse que essa é a estratégia que se tem no momento frente às investigações conduzidas pelo STF.

“O velho ditado é verdadeiro, quem cala consente! E nosso presidente irá falar!”, destacou ele, ao ressalvar que o público da manifestação é ordeiro e quem tentar ir com cartazes contra o STF “pode ser visto como infiltrado”.

Segundo a fonte da PF, as investigações contra Bolsonaro estão avançadas e devem ser encerradas ainda neste semestre. Após o fim das apurações da PF, caberá ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, denunciar o ex-presidente se considerar que há elementos de crimes, arquivar as investigações por falta de provas ou pedir diligências complementares.

Se denunciar, o Supremo poderia decidir se acata a acusação criminal e o torna réu, respondendo a um processo judicial, podendo, ao final da instrução, ser condenado à prisão ou inocentado das acusações.

Apesar de especulações, centrais sindicais e torcidas organizadas de times de futebol críticas a Bolsonaro não vão encabeçar um ato para fazer frente ao evento do ex-presidente no mesmo dia. Atos, se houver, poderão ser localizados e sem o apoio do comando dessas entidades.

 

JULGAMENTO DO SENADOR MORO MARCADO PARA 01 DE ABRIL

 

História de Julia Camim • Jornal Estadão

O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, ironizou a data do julgamento que pode cassar e tornar inelegível por oito anos o senador Sergio Moro (União Brasil-PR), ex-juiz da Operação Lava Jato. Após a nomeação do advogado José Rodrigo Sade para a vaga remanescente no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), o órgão marcou a primeira sessão do julgamento de Moro para o dia 1.º de abril.

A data é conhecida no Brasil como o “Dia da Mentira” e Teixeira se referiu ao senador como “Pinóquio do século” no X (ex-Twitter). “Com tantas mentiras que contou na Lava Jato, Sergio Moro acabou sendo homenageado com o julgamento para sua cassação no dia 1º de abril!”, completou o ministro em sua publicação.

https://platform.twitter.com/embed/Tweet.html?dnt=false&embedId=twitter-widget-0&features=eyJ0ZndfdGltZWxpbmVfbGlzdCI6eyJidWNrZXQiOltdLCJ2ZXJzaW9uIjpudWxsfSwidGZ3X2ZvbGxvd2VyX2NvdW50X3N1bnNldCI6eyJidWNrZXQiOnRydWUsInZlcnNpb24iOm51bGx9LCJ0ZndfdHdlZXRfZWRpdF9iYWNrZW5kIjp7ImJ1Y2tldCI6Im9uIiwidmVyc2lvbiI6bnVsbH0sInRmd19yZWZzcmNfc2Vzc2lvbiI6eyJidWNrZXQiOiJvbiIsInZlcnNpb24iOm51bGx9LCJ0ZndfZm9zbnJfc29mdF9pbnRlcnZlbnRpb25zX2VuYWJsZWQiOnsiYnVja2V0Ijoib24iLCJ2ZXJzaW9uIjpudWxsfSwidGZ3X21peGVkX21lZGlhXzE1ODk3Ijp7ImJ1Y2tldCI6InRyZWF0bWVudCIsInZlcnNpb24iOm51bGx9LCJ0ZndfZXhwZXJpbWVudHNfY29va2llX2V4cGlyYXRpb24iOnsiYnVja2V0IjoxMjA5NjAwLCJ2ZXJzaW9uIjpudWxsfSwidGZ3X3Nob3dfYmlyZHdhdGNoX3Bpdm90c19lbmFibGVkIjp7ImJ1Y2tldCI6Im9uIiwidmVyc2lvbiI6bnVsbH0sInRmd19kdXBsaWNhdGVfc2NyaWJlc190b19zZXR0aW5ncyI6eyJidWNrZXQiOiJvbiIsInZlcnNpb24iOm51bGx9LCJ0ZndfdXNlX3Byb2ZpbGVfaW1hZ2Vfc2hhcGVfZW5hYmxlZCI6eyJidWNrZXQiOiJvbiIsInZlcnNpb24iOm51bGx9LCJ0ZndfdmlkZW9faGxzX2R5bmFtaWNfbWFuaWZlc3RzXzE1MDgyIjp7ImJ1Y2tldCI6InRydWVfYml0cmF0ZSIsInZlcnNpb24iOm51bGx9LCJ0ZndfbGVnYWN5X3RpbWVsaW5lX3N1bnNldCI6eyJidWNrZXQiOnRydWUsInZlcnNpb24iOm51bGx9LCJ0ZndfdHdlZXRfZWRpdF9mcm9udGVuZCI6eyJidWNrZXQiOiJvbiIsInZlcnNpb24iOm51bGx9fQ%3D%3D&frame=false&hideCard=false&hideThread=false&id=1760982571981426981&lang=pt&origin=https%3A%2F%2Fwww.estadao.com.br%2Fpolitica%2Fpinoquio-do-seculo-ministro-de-lula-ironiza-data-de-julgamento-que-pode-cassar-moro-nprp%2F&sessionId=4f3c83881bcedc196f8599d37f544309f7a321d5&theme=light&widgetsVersion=2615f7e52b7e0%3A1702314776716&width=550px

Moro é alvo de duas ações protocoladas pelo PL, sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro, e pela federação de partidos composta por PT, PV e PCdoB. A cassação e o decreto de inelegibilidade de Moro foram pedidos pelo Ministério Público sob argumentação de que houve abuso de poder econômico durante a campanha eleitoral de 2022. O senador nega as irregularidades.-

O ex-juiz é acusado de ter causado um desequilíbrio eleitoral nas eleições para senador, quando foi eleito com 1,9 milhões de votos (33,5% dos votos válidos). Os requerentes argumentam que essa irregularidade teria acontecido desde o lançamento da sua pré-candidatura à Presidência da República, no final de 2021, que foi descartada posteriormente.

O Ministério Público considerou investimentos feitos pelo Podemos, partido que filiou Moro quando ele entrou na vida política e se lançou pré-candidato à Presidência da República. Em maio de 2022, o ex-juiz se filiou ao União Brasil após ver a diminuição das suas chances de vitória na corrida presidencial e candidatou-se oficialmente ao Senado. Os gastos na pré-campanha alcançaram a marca de R$ 2 milhões.

Senador e ex-juiz da Lava Jato, Sergio Moro pode ser cassado e ficar inelegível por oito anos Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO

Senador e ex-juiz da Lava Jato, Sergio Moro pode ser cassado e ficar inelegível por oito anos Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO© Fornecido por Estadão

O parecer do MPE, de 79 páginas, é assinado pelos procuradores eleitorais Marcelo Godoy e Eloísa Helena Machado. Eles sustentam que os gastos na pré-campanha de Moro excederam o limite razoável. O parecer lista despesas com viagens, coletivas de imprensa, assessoria de comunicação, serviços de advocacia e locação de veículos, entre outros. O documento afirma também que o uso “excessivo” de recursos comprometeu a “lisura” e a “legitimidade” da eleição.

A Procuradoria Regional do Paraná se manifestou a favor da cassação, “a fim de que se reconheça a prática de abuso do poder econômico”.

Entre os trâmites das acusações, Moro foi ouvido pelo TRE no dia 7 de dezembro. Na ocasião, negou irregularidades nos gastos de campanha, se recusou a responder às perguntas formuladas pelas partes e deu explicações apenas aos questionamentos do juiz do caso. O MPE não fez perguntas.

A tramitação do caso, no entanto, foi paralisada porque no dia 23 de janeiro o mandato do juiz titular Thiago Paiva acabou, deixando aberta uma cadeira no TRE. De acordo com o Código Eleitoral, casos que envolvem a cassação de parlamentares só podem ser apreciados com o quórum de juízes completo. Com a oficialização de Sade, o julgamento pode ser retomado.

ALIANÇA LIRA-LULA PARA A ELEIÇÃO DO FUTURO PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS

História de Denise Luna • Jornal Estadão

RIO e BRASÍLIA- O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, espera o aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para definir o candidato à sua sucessão no comando da Casa legislativa. Nesta sexta-feira, 23, Lira disse que o petista tem “todo o direito” de ter um candidato próprio, mas informou que a escolha do nome será feita a partir de diálogo entre os dois chefes de Poder. O mandato de Lira na presidência da Câmara vai até o início de 2025.

Segundo pessoas próximas a Lira, antes do Carnaval, os dois tiveram uma conversa em que Lula teria dito que não pretende se intrometer na disputa pela presidência da Câmara. Lira disse que preferia que o petista entrasse sim na articulação e que o nome a ser definido como candidato à sua sucessão tivesse tanto o aval dele como de Lula. Nessa conversa, Lira ainda falou que para não criar entraves ao governo nem acirrar uma eventual crise entre as instituições, o melhor seria um nome de consenso.

Foto:

Foto:© Fornecido por Estadão

“O presidente Lula tem a vontade dele e o direito dele de tentar fazer o sucessor dele, como eu tenho a minha pretensão, ouvindo, a todos os líderes partidários”, disse Lira, após participar de evento na Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, sobre segurança pública. E completou: “O presidente Lula sabe disso e já disse que estará junto desse projeto de acompanhar para que eu tenha o direito de fazer meu sucessor”.

Lira ainda aproveitou para mandar um recado aos petistas que planejam lançar candidatura própria para derrotar o indicado pelo deputado alagoano. Para o presidente da Câmara, se Lula pode estar junto com ele na escolha de um nome, “o PT não pensará diferente, até porque não tem motivos”. “Todos os compromissos que assumimos foram honrados. Não há nenhuma instabilidade política ou pauta-bomba econômica, muito pelo contrário”, disse Lira

Segundo Lira, na reunião da noite de quinta-feira, 22, entre líderes partidários e o presidente da Câmara dos Deputados, não houve um tema específico, mas citou exemplos como pacto federativo, a relação das dívidas dos estados e a relação com o Congresso.

Foto:

Foto:© Fornecido por Estadão

“Foi um bate-papo normal, uma conversa mais amena sem pontos específicos. O presidente conversou, como tem que fazer com os líderes partidários que representam os parlamentares”, informou. “É uma ação necessária e tem que ser rotina entre os líderes que participam da Câmara dos Deputados”, concluiu.

 

A CHEGADA IMININENTE DOS COMPUTADORES QUÂNTICOS ESTÁ EXPONDO PROBLEMAS DA CRIPTOGRAFIA

 

DigiCert – Trust Lifecycle

A tendência de digitalização em todos os setores está acelerando nossa vida cada vez mais. Previsões, como as da consultora de dados Statista, sugerem que nos próximos dez anos haverá 50 mil milhões de dispositivos conectados, analisando e gerando informação, dando origem ao boom da Internet das Coisas (IoT).

O maior desafio que enfrentaremos será aproveitar os dados gerados para colocá-los ao serviço do desenvolvimento empresarial, mas estas enormes quantidades de informação são quase impossíveis de analisar com os computadores atuais. É aqui que reside a importância da computação quântica para o futuro da indústria 4.0.

A chegada iminente da computação quântica está expondo o que os especialistas em criptografia já sabem: a criptografia está em toda parte. Quase tudo que implementa práticas modernas de segurança depende de criptografia e infraestruturas de chave pública (PKIs) para fornecer confiança digital.

Mas por que a onipresença da criptografia é importante?

Quatro palavras: computadores quânticos criptograficamente relevantes (CRQCs), máquinas poderosas o suficiente para quebrar algoritmos assimétricos tradicionais como RSA e ECC.

É uma ameaça que a criptografia pós-quântica (PQC) pode resolver, e o lançamento do primeiro rascunho de padrões PQC pelo NIST em agosto de 2023 trouxe o mundo um passo mais perto de um futuro seguro quântico.

Empregar o PQC significa que as organizações precisam identificar sua pegada digital criando um inventário de seus ativos criptográficos. É um processo que começou com as agências federais dos EUA, que foram instruídas a enviar listas de seus sistemas criptográficos mais críticos até maio de 2023. Mas muitas agências lutaram para cumprir o prazo, e só em dezembro é que um inventário de toda a agência a criptografia assimétrica estava completa.

Os desafios do governo federal revelaram as complexidades da criação de um inventário de ativos criptográficos – especialmente quando uma organização possui ativos que talvez nem soubesse que existiam. Dividimos o processo em quatro etapas para ajudá-lo a começar a planejar sua transição.

Transitando para PQC

“Quando a DigiCert se uniu ao Ponemon Institute para ver o quão preparado o mundo está para a computação quântica, aprendemos que a maioria dos líderes de TI teme que suas empresas estejam longe de estar prontas. Se você faz parte de uma organização que lida com ativos criptográficos e ainda não iniciou a transição para o PQC, veja como começar”, explica Dean Coclin, Diretor Sênior de Desenvolvimento de Negócios da DigiCert.

1. Faça um inventário de seus ativos criptográficos

A primeira etapa é começar a inventariar seus certificados, algoritmos e outros ativos criptográficos, priorizando-os com base no nível de criticidade. A partir daí, você pode determinar o que precisa ser atualizado ou substituído para garantir que seus sistemas permaneçam seguros quando a computação quântica se tornar realidade.

Ao longo do processo de inventário, você precisará fazer algumas perguntas importantes:

Quais algoritmos seus certificados estão usando atualmente?

Quem emitiu os certificados?

Quando os certificados expiram?

Quais domínios os certificados protegem?

Quais chaves assinam seu software?

A realização de um inventário completo não para por aí. Você também precisará fazer perguntas como:

O seu pacote de software ou dispositivo baixa atualizações automaticamente?

Ele se conecta a um servidor back-end?

Está associado a um site ou portal?

Esse site ou portal é operado por terceiros ou provedor de nuvem?

Se a resposta for sim, você precisará entrar em contato com cada provedor para descobrir em quem eles confiam – quais pacotes de software os provedores de seus provedores usam, quem são os provedores de back-end dos provedores e assim por diante.

Como dissemos, é um processo complexo. Mas é por isso que a hora de começar é agora – não depois que a computação quântica começar a revelar (e explorar) suas vulnerabilidades.

2. Priorize criptomoedas nas quais você precisa confiar por muito tempo

“O lugar para começar a trocar algoritmos de criptografia é com criptografia que produz assinaturas que precisam ser confiáveis por um longo tempo: pense em coisas como raízes de confiança e firmware para dispositivos de longa duração. E sim, isso significa produzir inventários detalhados de software e dispositivos e de onde vem sua criptografia”, explica Dean.

Por quê? Os invasores estão jogando um jogo longo, gravando dados criptografados como parte de uma estratégia de vigilância chamada “coletar agora, descriptografar depois”. Quando a computação quântica estiver disponível, os cibercriminosos irão descriptografá-la – e a única maneira segura de se proteger contra essa estratégia é priorizar qualquer criptografia na qual sua organização confiará no longo prazo.

3. Explore e teste as maneiras de incorporar algoritmos PQC

O NIST ainda está trabalhando para padronizar e documentar os métodos de implementação, teste e implantação segura dos novos algoritmos criptografados. Mas os implementadores de bibliotecas criptográficas e software de segurança precisam começar a integrar os algoritmos em seus produtos agora. Acomodar os algoritmos PQC selecionados exigirá algum esforço, para que sua organização possa ficar à frente explorando como incorporá-los em sua biblioteca de criptografia.

4. Torne-se criptoágil

As etapas que descrevemos até agora não são tarefas fáceis de verificar. Mas inventariar seus ativos criptográficos agora terá retorno quando a computação quântica começar a quebrar algoritmos – e embora não saibamos exatamente quando isso acontecerá, sabemos que é uma questão de quando, não se.

Após a conclusão do seu inventário, a próxima fase da transição do PQC será alcançar a criptoagilidade, que envolve visibilidade de ativos, métodos estabelecidos para implantação de tecnologias de criptografia e a capacidade de responder rapidamente quando surgirem problemas de segurança.

“Uma solução como o DigiCert®Trust Lifecycle Manager usa a descoberta, automação e gerenciamento centralizado de certificados para fornecer controle sobre seu inventário de certificados, possibilitando a substituição de ativos criptográficos desatualizados sem interrupção significativa da infraestrutura do seu sistema”, conclui Dean Coclin.

A transição para a criptografia resistente a quantum é uma tarefa significativa. Mas ao identificar e gerenciar seus ativos criptográficos, sua organização pode estabelecer as bases para um futuro digital seguro e confiável.

FANS TOKENS DA VALEON

Os Clubes de Futebol no Brasil e no Mundo estão alinhados fora de campo e estão investindo em inovação e no mercado de criptoativos, mais especificamente as Fans Tokens que são moedas digitais chamadas de CHILIZ(CHZ).

A novidade é atribuir um valor de ativo financeiro a um produto com o qual o fã cria relacionamentos e experiências com o Clube de Futebol e que antes era apenas um serviço sem valor de revenda ou de valorização desse ativo. As Fans Tokens ajudam os clubes a melhorar a parte financeira.

Assim como nenhum elemento do marketing faz nada sozinho, não só em clubes, mas em qualquer empresa, as Fans Tokens também precisam ter a imagem trabalhada para chegar ao consumidor de forma clara, oferecendo algo que seja palatável e legível ao torcedor, ou seja, as pessoas precisam entender do que se trata este ativo digital para poder consumi-lo.

Como toda inovação, as Fans tokens ainda estão numa fase inicial e todos nós estamos aprendendo com elas. Não podemos perder de foco é que a tecnologia não pode ser o fim, a tecnologia é simplesmente o meio e é a chave para o engajamento e temos que compreender que a tecnologia pode gerar lucro, construir operações sustentáveis, proteger a integridade da concorrência, desenvolver multiplataformas e muito mais.

Engajar os fãs não é algo exclusivo do esporte. Pelo contrário, todas as marcas querem encantar seus consumidores e engajá-los das mais variadas formas. Descobrir essas formas é uma das muitas atividades de quem trabalha com comportamento do consumidor.

Em marketing, podemos definir o engajamento do cliente como os comportamentos espontâneos, interativos e cocriativos do consumidor, principalmente em trocas não transacionais entre consumidor e empresa para atingir seus objetivos individuais e sociais.

Em outro contexto, porém, podemos pensar no engajamento como um estado de espírito motivacional relacionado à marca e dependente do contexto de um cliente, caracterizado por níveis específicos de atividade cognitiva, emocional e comportamental nas interações da marca. E, nesse aspecto, surge um fator importante: como os consumidores engajados fornecem referências e recomendações para produtos específicos, o engajamento do cliente é um elemento-chave nas estratégias das empresas para o desenvolvimento de soluções, de novos produtos e retenção de clientes. É aqui que surge a ideia da monetização.

A Startup Valeon cria as FANS TOKENS VALEON para premiar uma enorme comunidade de consumidores que utilizam as redes sociais, que são o nosso público-alvo, que são as pessoas que achamos que podem realmente se beneficiar do nosso produto que é a Plataforma Comercial Marketplace Valeon e muitas vezes não possuem o conhecimento básico de como o nosso produto funciona.

As Fans Tokens são para aqueles que não querem apenas ser espectadores, mas para aqueles que desejam ter um papel mais ativo na comunidade das redes sociais.

A tokenização fornece novas maneiras inspiradoras de classificar valor, criando novos ativos ou reinventado os tradicionais, abrindo portas para melhoria de processos totalmente novos, fluxos de receitas e envolvimento dos clientes com novas oportunidades.

Pensando nisso, a Startup Valeon através do seu Site, aposta na possibilidade de trazer o consumidor que pode estar longe ou não conhece a Valeon para perto da gente e ainda ser nosso colaborador participando ativamente do nosso desenvolvimento, gerando transformações e tendo o direito de fornecer conhecimentos específicos para o desenvolvimento do Site.

Valor do Fan Token Valeon = R$ 1,00

Solicitamos a colaboração dos consumidores do Vale do Aço para as oportunidades de influenciarem em algumas decisões do nosso dia-a-dia e quanto maior o peso de suas opiniões, mais Fan Tokens irá ganhar.

1 – Você pode auxiliar no desenvolvimento do nosso Site Valeon verificando alguma possibilidade de melhoria nele.

Prêmio: 50 Fan Token Valeon

2 – As Empresas, Serviços e Profissionais que desejarem participar aderindo suas Publicidades e Propagandas ao Site Valeon terão descontos.

Prêmio: 30% na mensalidade

3 – Sugestões de Internautas que queiram incluir ÁLBUNS DE MÚSICAS de até 150 MB NA COLEÇÃO DE MÚSICAS do Site Valeon.

Prêmio: 20 Fan Token Valeon

VALIDADE DAS FANS TOKENS VALEON: 06 MÊSES

IPAT/1/01/2024

Envie sua MENSAGEM por e-mail no site da Valeon

Nossos contatos: Fones: (31) 3827-2297 e (31) 98428-0590 (Wpp)

E-MAIL: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

DECLARAÇÕES DE LULA SOBRE ISRAEL E NAVALNY DEIXOU CLARO QUE ELE QUER DISTÂNCIA DO OCIDENTE

 

História de Alexander Busch • DW Brasil

Com declarações sobre Israel e Navalny, Lula deixou claro que quer distância do Ocidente democrático. Para se projetar como líder do Sul Global, ele escolhe bajular ditadores influentes, escreve Alexander Busch.

Provided by Deutsche Welle

Provided by Deutsche Welle© Adriano Machado/REUTERS

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou claro no fim de semana, com duas declarações espontâneas e um silêncio aquiescente diante das perguntas de jornalistas, onde ele atualmente situa o Brasil (e a si mesmo) politicamente no mundo.

Primeiro ele comparou os ataques de Israel à Gaza com o Holocausto sob Hitler. Depois, recusou-se a fazer qualquer comentário sobre a morte do líder opositor russo Alexei Navalny, sob o argumento de que a causa da morte ainda não havia sido oficialmente determinada. A prisão da dissidente, ativista de direitos humanos e advogada Rocío San Miguel na Venezuela também não lhe foi digna de comentário.

Tudo isso não é novidade. Lula nunca escondeu sua simpatia aberta pelo ditador russo Vladimir Putin e sua aversão ao presidente ucraniano Volodimir Zelenski. Ele defende o ditador venezuelano Nicolás Maduro como se este fosse um democrata. Também não é segredo que Lula, como esquerdista, vê Israel de forma crítica.

Mas com a cínica comparação com o Holocausto e a defesa do regime assassino de Putin contra opositores, Lula, mais uma vez, aumentou consideravelmente as divisões com o Ocidente.

Lula quer distância do Ocidente democrático – no que é seguido por grande parte do Partido dos Trabalhadores e da esquerda brasileira. Para isso, ensaia uma aliança com regimes como Rússia, China e ditaduras no Oriente Médio. Governos autoritários da América Latina, como Venezuela, Cuba e Nicarágua, já podem contar de qualquer maneira com a solidariedade dele.

Assim, Lula dá as costas a um princípio fundamental da política externa brasileira, a uma ordem mundial multipolar e baseada em regras. Ele ignora os pilares democráticos da Constituição brasileira e do Ocidente, afirma Rubens Ricupero, o principal especialista em política externa brasileira.

Lula aceita implicitamente o direito do mais forte no mundo. O ataque à Ucrânia, a ameaça latente da China de anexar Taiwan, os ataques de milícias apoiadas pelo Irã a Israel e ao Ocidente – o presidente do Brasil aceita tudo isso abertamente. Ao tomar partido em conflitos, mostra que também desistiu da tradicional política brasileira de não intervenção.

Quem supõe que Lula tenha passado por uma mudança ideológica não leva em conta que ele sempre foi um político pragmático. Ele sempre esteve disposto a adaptar suas convicções quando lhe pareceu útil para chegar ao poder ou exercê-lo.

Do ponto de vista geopolítico, as ditaduras unidas de Rússia, Irã e China estão claramente ganhando neste momento no tabuleiro internacional. Elas pressionam a Europa e os Estados Unidos como nunca antes.

Ao voltar-se para os ditadores, Lula reage ao ganho de poder internacional desses regimes, porque quer se apresentar como líder do Sul Global. Para isso, ele aumenta a distância em relação ao Ocidente – e bajula aqueles que mandam cada vez mais na geopolítica.

Mas a ascensão política de Lula – de líder sindical que desafiou uma ditadura até a eleição como presidente décadas depois – só foi possível em uma democracia. Dificilmente aquele sindicalista teria sobrevivido a regimes como os da China ou Rússia. Ele, porém, parece ter se esquecido disso.

Isso é decepcionante para muitos, especialmente para os atuais opositores dos regimes em Caracas, Moscou ou Pequim, diante dos quais Lula não está disposto a mostrar a mesma solidariedade que outrora recebeu.

A vitória de Lula alimentou muitas esperanças, principalmente na Europa, após os anos sombrios para a democracia sob o presidente Jair Bolsonaro.

Lula desaponta essas expectativas com sua política externa. A Alemanha e outros governos europeus devem ser mais cautelosos no futuro, se quiserem contar com ele como “aliado de primeira hora”. Porque Lula é cada vez menos isso.

Há mais de 30 anos, o jornalista Alexander Busch é correspondente de América do Sul. Ele trabalha para o Handelsblatt e o jornal Neue Zürcher Zeitung. Nascido em 1963, cresceu na Venezuela e estudou economia e política em Colônia e em Buenos Aires. Busch vive e trabalha em Salvador. É autor de vários livros sobre o Brasil.

O texto reflete a opinião da autora, não necessariamente a da DW.

Autor: Alexander Busch

BOLSONARO FICOU CALADO EM DEPOIMENTO NA PF

 

História de Redação • IstoÉ Dinheiro

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) esteve na Polícia Federal (PF) em Brasília nesta quinta-feira, 22, mas ficou em silêncio sobre a suposta participação em uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Ele ficou na PF por cerca de 30 minutos. Na saída da sede da corporação, o ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência e advogado do ex-presidente, Fábio Wajngarten, afirmou que Bolsonaro não prestou depoimento por “estratégia” da defesa.

Segundo Wajngarten, a defesa do ex-chefe do Executivo não teve acesso à íntegra dos autos da investigação e à delação premiada do ex-ajudante de ordens da Presidência, tenente-coronel Mauro Cid.

“O presidente já saiu, fez o uso do silêncio, conforme a defesa antecipou. Esse silêncio, quero deixar claro, não é simplesmente o uso do exercício constitucional do silêncio, mas, uma estratégia baseada no fato de que a defesa não teve acesso a todos os elementos por quais estão sendo imputados ao presidente a prática de certos delitos”, afirmou Wajngarten.

Por esse mesmo motivo, a defesa de Bolsonaro tentou adiar o depoimento três vezes, mas o ministro do STF Alexandre de Moraes negou.

Além de Bolsonaro, o ex-ministro da Defesa e companheiro de chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022, general Walter Braga Netto, também já deixou a sede da PF.

Depoimentos de Bolsonaro à PF

É a oitava vez que Bolsonaro presta depoimento na PF desde que deixou a Presidência da República. Também não é a primeira oportunidade em que o ex-mandatário recorre à prerrogativa de permanecer em silêncio.

Em abril do ano passado, Bolsonaro foi intimado pela PF para explicar a sua participação no caso da venda ilegal de joias da Presidência da República. O esquema havia sido revelado pelo Estadão no mês anterior um mês antes. Naquele mesmo mês, voltou a dar depoimento, desta vez explicando sua conduta em relação ao ataque aos Três Poderes, em 8 de Janeiro.

Bolsonaro voltou à PF um mês depois, em maio, para a depor sobre o as fraudes nos cartões de vacinação de covid-19 dele e da sua filha, Laura. Dois meses depois, em julho, foi novamente convocado pela corporação. Dessa vez, teve que fornecer explicações sobre uma denúncia do senador Marcos do Val (Podemos-ES). Do Val afirmou que o então presidente teria realizado uma reunião de teor golpista com Daniel Silveira.

Ainda em 2023, em duas ocasiões, ele esteve na sede da corporação para prestar esclarecimentos sobre um grupo de empresários que defendia um golpe de Estado em mensagens de WhatsApp. A esse respeito, na segunda vez em que foi intimado a depor, permaneceu em silêncio e entregou suas considerações por escrito.

Investigados por golpe de Estado depõem nesta semana

Ao todo, 25 investigados na Operação Tempus Veritatis foram convocados para prestar depoimento nesta semana. Além do ex-presidente, mais 23 depoimentos foram marcados para esta quinta-feira para ocorrer ao mesmo tempo, de forma a evitar a comunicação entre os interrogados. Há ainda um depoimento marcado para esta sexta-feira, 23.

A maior parte foi agendada para a sede da Polícia Federal em Brasília, incluindo o depoimento de Bolsonaro. A corporação reservou 16 salas para as oitivas na capital. Outras, nas superintendências da PF no Rio de Janeiro, em São Paulo, no Paraná, em Minas Gerais, no Mato Grosso do Sul, no Espírito Santo e no Ceará. Na lista de interrogados desta semana, há ex-ministros e aliados próximos a Bolsonaro no período em que ele esteve na Presidência.

O post Bolsonaro se cala na PF sobre tentativa de golpe; defesa alega falta de acesso ao processo apareceu primeiro em ISTOÉ DINHEIRO.

CRIAÇÃO DE FOGUETE PARA RECOLHER LIXO ESPACIAL

História de Alex Knapp • Forbes Brasil

Canva Images

Canva Images© Fornecido por Forbes Brasil

Chris Blackerby passa muito tempo pensando em lixo — especificamente, “lixo espacial” ou “detritos cósmicos”. Ele faz isso por uma boa razão: existem mais de 9.000 satélites orbitando a Terra atualmente e, até 2030, serão cerca de 60.000. Embora a órbita da Terra seja imensa, muito lixo pode interferir nos satélites de comunicações, informações meteorológicas e outras notícias importantes para os habitantes terrestres.

Com a Starlink, de Elon Musk, programada para lançar pelo menos mais 4.000 satélites nos próximos anos e a Shanghai Spacecom Satellite começando a construção de uma constelação de 12.000 dispositivos espaciais próprios, Blackerby, COO da startup de serviços orbitais Astroscale, tem muito trabalho pela frente. “Quando a Astroscale começou, quase 11 anos atrás, eu trabalhava para a NASA e pensava: ‘Quem vai ganhar dinheiro com isso? Ninguém está pensando em satélites”, conta.

No entanto, não são apenas os satélites ativos que representam problemas para o tráfego espacial. Existem também os satélites abandonados, bem como satélites destruídos. Além de restos de lançamentos de foguetes antigos e detritos de missões espaciais.

Tudo isso faz com que alguns astrofísicos se preocupem com o cenário teórico chamado “Efeito Kessler”, que é usado para descrever uma reação em cadeia interminável de colisões de satélites que, com o tempo, tornará quase impossível fazer qualquer coisa no espaço (incluindo comunicações via satélite, previsão do tempo e GPS, sem mencionar o sonho de Elon Musk de um dia morrer em Marte). “Todos os dias pensamos nessa possibilidade caótica. A preocupação já começou”, disse Blackerby à Forbes.

SÍNDROME DE KESSLER: COMO O ACÚMULO DE LIXO ESPACIAL NOS AFETA?

 PEDRO FREITAS – Mega Curioso

A corrida espacial ainda é um tópico muito atual para diversos países. Estados Unidos, Rússia, Índia e China, por exemplo, são algumas das nações que têm investido pesado para estar cada vez mais presentes em operações fora da Terra. O objetivo não é apenas conseguir explorar novos lugares no espaço, mas também estabelecer um controle militar.

De todo mundo, um problema em comum tem preocupado todas essas grandes potências: a Síndrome de Kessler. E o que é isso? Segundo o Instituto de Astronomia da Academia Russa de Ciências, a quantidade de detritos espaciais pode atingir quantidades colossais nos próximos anos, o que geraria um grande problema para a humanidade. Entenda mais sobre esse assunto nos próximos parágrafos!

Efeito dominó do lixo espacial

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

A teoria da Síndrome de Kessler foi desenvolvida na década de 1970 por Donald J. Kessler, um consultor da NASA. De acordo com o pesquisador, o volume de detritos espaciais na órbita baixa da Terra se tornaria tão alto que objetos como satélites começariam a se chocar com o lixo, produzindo um “efeito dominó” capaz de gerar ainda mais lixo.

À medida que o número de satélites em órbita está crescendo, diversos outros satélites desativados vêm se acumulando. Isso aumenta consideravelmente o risco de colisões entre o lixo espacial. Enquanto isso, peças-chave da tecnologia espacial humana operam atualmente nessa mesma órbita baixa — a uma distância de menos de 2 mil quilômetros do nosso planeta —, como é o caso da Estação Espacial Internacional (ISS) e diversos satélites importantíssimos para o nosso cotidiano. 

Caso o acúmulo de lixo atinja proporções nunca vistas antes pelos cientistas, esse fato poderia ter consequências significativas. Exemplos disso seriam a interrupção de voos espaciais, a interrupção das comunicações globais ou até mesmo o enfraquecimento da inteligência militar de algumas das maiores nações do nosso planeta.

Riscos para o futuro

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

Um grande problema da Síndrome de Kessler é que ela considera a ganância de poder do ser humano como um fator agravante para o futuro da nossa espécie. Por exemplo, se países passassem a achar interessante disparar e destruir satélites para atrapalhar operações de inimigos, esses fragmentos logo conseguiriam destruir a Estação Espacial Internacional.

Há meses, a Roscosmos, que é a corporação estatal da Federação Russa responsável por voos espaciais, tem avisado sobre esse perigo. No fim de 2022, o diretor Dmitry Rogozin chegou a dizer que o teste conduzido pela Índia — conhecido como Missão Shakti — aumentou em 5% as chances do lixo espacial se chocar contra a ISS.

Na época, o governo indiano planejou destruir um satélite que estava a 300 quilômetros da Terra, visto que ele estava em inatividade. O movimento também foi duramente criticado pela NASA e causou uma discussão global sobre política espacial muito forte. Como uma próxima etapa, a Roscosmos planeja reunir as potências espaciais para considerar a proibição definitiva de testes de armas antissatélite, evitando piorar a situação atual.

 

POSSE DE FLAVIO DINO NO STF COM A PRESENÇA DE LULA SELA ALIANÇA COM O STF

História de Vera Rosa • Jornal Estadão

BRASÍLIA – A posse de Flávio Dino como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta-feira, 22, mostrou um novo capítulo da aliança entre o Palácio do Planalto e a Corte no momento em que avançam as investigações sobre os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva compareceu à cerimônia, a mais concorrida dos últimos tempos, que lotou o plenário e outros salões do STF com ministros, governadores, deputados, senadores, militares e o mundo jurídico.

Ex-ministro da Justiça, Dino chega ao Supremo no momento em que a Corte e a Polícia Federal fecham o cerco sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro e militares de sua confiança. A cerimônia de posse ocorreu justamente no dia dos depoimentos de Bolsonaro e de outros aliados – como o presidente do PL, Valdemar Costa Neto e o ex-titular da Justiça Anderson Torres – sobre a participação deles na trama golpista.

Novo ministro do STF, Flávio Dino é amigo do presidente Lula; na foto, ele também aparece ao lado do presidente da Corte, Luís Roberto Barroso. Wilton Junior/Estadão Foto: WILTON JUNIOR

Novo ministro do STF, Flávio Dino é amigo do presidente Lula; na foto, ele também aparece ao lado do presidente da Corte, Luís Roberto Barroso. Wilton Junior/Estadão Foto: WILTON JUNIOR© Fornecido por Estadão

Na imensa fila para cumprimentar Dino, no Salão Branco do STF, as conversas giravam sobre assuntos que iam do ato convocado por Bolsonaro para domingo, na Avenida Paulista – com uma certa preocupação sobre o tom dos discursos – a curiosidades envolvendo a atuação do novo magistrado.

Diretor-geral da PF estava na cerimônia

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, também prestigiou a cerimônia de posse, praticamente ignorada pela oposição ao governo. Alvo de investigações sobre desvio de dinheiro de emendas parlamentares para obras em Vitorino Freire (MA), o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, estava na solenidade. O inquérito de Juscelino – instaurado a partir de reportagens do Estadão – ficará agora sob a relatoria de Dino.

“Nós temos de trabalhar o máximo possível pela pacificação e pela união de pessoas que pensam diferente, com o intuito de agregá-las sob a Constituição”, disse o presidente do STF, Luís Roberto Barroso. “As divergências são resolvidas com debate, e não com ofensas. O País vive um momento de recuperação da tranquilidade, da civilidade e da institucionalidade.”

Dino foi a voz da Esplanada que mais teve embates com apoiadores de Bolsonaro durante todo o tempo em que comandou o Ministério da Justiça. Enfrentou bolsonaristas radicais tanto em audiências públicas no Congresso como nas redes sociais.

“Agora ele vai falar pela caneta”, resumiu um auxiliar de Lula, sob reserva. “Cada penada vai ser uma explosão.”

Ao deixar a cerimônia, nesta quinta-feira, Dino foi assistir a uma missa na Catedral de Brasília. Na hora das oferendas, o ministro viu que estava sem dinheiro e foi “socorrido” pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, que lhe emprestou uma nota.

Dino e Alckmin são católicos fervorosos. “Após a posse de ministros sempre há festas. Eu escolhi esta festa”, afirmou ele, numa referência à missa.

Na Catedral de Brasília, o vice-presidente Geraldo Alckmin emprestou uma nota para Dino fazer sua oferta. Foto: Wilton Junior/Estadão Foto: WILTON JUNIOR

Na Catedral de Brasília, o vice-presidente Geraldo Alckmin emprestou uma nota para Dino fazer sua oferta. Foto: Wilton Junior/Estadão Foto: WILTON JUNIOR© Fornecido por Estadão

Cercado por jornalistas, Dino disse que, ao vestir a toga, trabalhará pelo respeito à Constituição. “O Supremo tem esse grande papel de controle sobre os outros Poderes, e isso faz com que às vezes haja, aqui e acolá, uma discordância, divergência, até um atrito. Mas quem conhece a história do Direito Constitucional no mundo sabe que sempre é assim”, destacou. “No que se refere ao plano institucional, (espero que) nós consigamos elevar mais a harmonia dos Poderes na medida do que for possível.”

O novo ministro ocupará a vaga deixada por Rosa Weber e terá assento na Primeira Turma da Corte. Herdará 340 ações que estavam com Weber, entre as quais um pedido de investigação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid contra Bolsonaro por incentivar aglomerações durante a pandemia.

 

O GOVERNO CEDE AO CENTRÃO E VAI LIBERAR VERBAS POLÍTICAS

História de RENATO MACHADO E THIAGO RESENDE • Folha de S. Paulo

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), afirmou nesta quinta-feira (22) que o governo federal fechou um acordo com parlamentares e vai elaborar um calendário para o pagamento das emendas parlamentares, para serem executadas até o dia 30 de junho.

O acordo foi confirmado por parlamentares que participaram de uma reunião com o ministro no Palácio do Planalto.

O anúncio acontece em meio à pressão do centrão, que vem aumentando desde o veto do presidente Lula (PT) a esse dispositivo na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentários). Também acontece pouco antes de encontro do mandatário com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e líderes de bancada.

O ministro deu entrevista a jornalistas após ter se reunido com integrantes da CMO (Comissão Mista do Orçamento) e lideranças do governo.

Padilha afirma que o veto será mantido oficialmente, porque há a avaliação de que a sua derrubada iria ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal. No entanto, o governo fechou um acordo com esses parlamentares para que um cronograma de emendas impositivas, que são as individuais e de bancada, sejam pagas até 30 de junho, limite das vedações eleitorais —por conta das eleições municipais.

Ou seja, o governo aceita realizar o pagamento até o prazo, que era a principal preocupação dos parlamentares. Por outro lado, o veto será mantido e dessa forma o Executivo fica livre de cumprir outros dispositivos da LDO, como por exemplo o item que obrigaria o empenho de emendas em até 30 dias.

“Vocês sabem que a Lei de Diretrizes Orçamentárias tinha proposta de cronograma de acelerar a execução no primeiro semestre dos recursos de repasses a fundo da saúde e assistência social, do SUS [Sistema Único de Saúde] e do SUAS [Sistema Único de Assistência Social]. O governo tem concordância em acelerar essa execução. Teve um veto por conta de uma coisa que havíamos anunciado, que é a Lei de Responsabilidade Fiscal”, afirmou o ministro.

Padilha acrescenta que o cálculo inicial prevê que essas emendas liberadas até 30 de junho somam um total de R$ 14,5 bilhões.

“E reafirmamos para os membros da CMO que o governo vai construir um cronograma de execução das emendas ao longo do ano como a gente sempre faz e que quer estabelecer a prioridade absoluta do empenho e pagamento desses valores da saúde e assistência social, fruto de emendas individuais ou de bancada, no calendário eleitoral para que permita os repasses desses recursos até a data limite da vedação eleitoral, que é o dia 30 de junho”, completou.

A verba a ser repassada deve ser para custeio na área de saúde, educação e assistência social é, geralmente, menos burocrática que obras e grandes projetos. Por isso, costuma ser liberada antes de outros recursos.

O relator da LDO, Danilo Forte (União Brasil-CE), que estava ao lado do ministro no anúncio, diz que o acordo anunciado por Padilha representa “uma vitória para o Congresso”, pois prevê que esses recursos cheguem aos municípios ainda no primeiro semestre. Segundo ele, a proposta anunciada é a mesma que foi aprovada pelos parlamentares no projeto da LDO e, no final, vetada por Lula.

O governo Lula vem enfrentando grande pressão do Congresso e um dos motivos é o veto ao calendário do pagamento das emendas. Esse cronograma é uma peça importante neste ano, por causa das eleições municipais. As emendas são o principal mecanismo pelo qual os parlamentares destinam recursos para os seus redutos eleitorais.

O anúncio acontece horas antes de um encontro do presidente Lula com Lira e lideranças da Câmara no Palácio do Planalto. O mandatário decidiu se engajar mais na articulação política, após uma série de críticas de parlamentares a Padilha, por conta de compromissos que não teriam sido cumpridos.

Padilha também anunciou um encontro no dia 7 de março para discutir os vetos de Lula à LDO, antes de que sejam votados pelo Congresso Nacional.

“Estamos tirando uma decisão de no dia 7 de março, esse mesmo grupo, SRI, Planejamento, Casa Civil e Fazenda, reunirmos com essa composição da CMO para tratarmos desses vetos da LDO, quais que podem ser modificados, se tem que modificar alguma parte do texto, se tem concordância e esclarecimento com ele”, afirmou Padilha.

“[Isso para que] esses problemas possam ser resolvidos para quando tiver a sessão do Congresso você eventualmente ter uma acordo sobre como tratar esses vetos ou, eventualmente, se precisar, for necessário uma reformulação do texto, ou uma regulamentação por decreto, que a gente possa tratar isso”, completa.

 

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...