Declaração ofensiva à memória das vítimas
do regime nazista se soma a uma sequência de falas críticas a Israel
desde o ano passado, que contraria a posição clássica da diplomacia
brasileira
O presidente do Brasil, Luiz
Inácio Lula da Silva, durante uma reunião com o chanceler da Alemanha,
Olaf Scholz, em Berlim, Alemanha Foto: Markus Schreiber / AP
Uma vez no Planalto, no entanto, Lula fez uma série de escolhas estrategicamente questionáveis: a reabilitação política do ditadorNicolás Maduro em Brasília, os acenos a Vladimir Putin após o G-20 e, agora, a evocação do Holocausto para criticar Israel.
Biden em maus lençóis
Do lado americano, a Casa Branca de Blinken e Joe Biden, enfrenta uma outra crise que também envolve a guerra em Gaza. O apoio inabalável americano a Israel provocou fortes críticas da base do Partido Democrata, sobretudo dos eleitores mais jovens,
que foram cruciais para a vitória de Biden contra Trump quatro anos
atrás. Com uma popularidade para lá de irregular, o presidente se viu
pressionado politicamente a fazer mais para conter a ofensiva israelense
em Gaza, que já matou mais de 30 mil pessoas, a maioria mulheres e
crianças.
Com a possível revanche contra Trump prometendo ser apertada,
sobretudo no colégio eleitoral, Biden anda numa linha tênue. Não pode
perder o tradicional apoio dos eleitores judeus nos EUA, mas também
precisa dos jovens para eletrizar a campanha nas ruas. Além disso, em
Estados como o Michigan, onde a disputa pode ser definida com alguns
milhares de votos, a pequena, mas aguerrida comunidade árabe pode custar
a Biden a reeleição, caso prefira ficar em casa em vez de votar em
novembro.
Com esse cenário em mente, Biden passou a pressionar o premiê de
Israel, Binyamin Netanyahu para pôr um fim à operação em Gaza, negociar a
libertação dos reféns e abrir caminho para a criação de um Estado
palestino, sem abandonar totalmente o aliado, sobretudo no envio de
armas.
Esse cenário poderia colocar em risco o acordo de paz de Camp David
entre o Cairo e Tel-Aviv, além de radicalizar um grupo gigante de civis
fragilizados nas mãos de outros grupos radicais que operam no Sinai.
Para evitar esse cenário, os americanos agora trabalham na ONU por um
cessar-fogo que impeça a invasão de Rafah.
Em meio a essas crises paralelas, o encontro entre Lula e Blinken
será marcado também por um elefante cada vez maior na sala das relações
bilaterais. Enquanto questões como o clima e relações trabalhistas
aproximam o Planalto e a Casa Branca, as relações de Lula com o eixo
Pequim-Moscou são vistas com ceticismo em Washington.
A Casa Branca sabe que precisa se reaproximar do Sul Global para
conter sobretudo a expansão chinesa. A iniciativa chinesa Cinturão e
Rota já conquistou obras em diversos países da Ásia, África e América
Latina. Washington trabalha para oferecer uma alternativa.
O tema ambiental aproxima a gestão Biden de Lula. A defesa da
democracia feita por enviados do democrata antes da transição de governo
também colaborou para afugentar qualquer aventura golpista.
O presidente do Brasil, Luiz
Inácio Lula da Silva, se encontra com o presidente dos Estados Unidos,
Joe Biden, em Nova York, Estados Unidos Foto: Jim Watson/AFP
Lula às vezes parece acreditar que o mundo de hoje é o mesmo de 2003,
onde era possível ser um ator global sem se comprometer com a potência A
ou a potência B. Mas, se seu curso estratégico for este,
antiamericanismos antiquados como a defesa de um déspota como Putin e
ataques preconceituosos contra Israel apenas afastam o Brasil de
potenciais aliados.
É possível criticar possíveis crimes de guerra de Israel em Gaza sem o golpe baixo de mencionar Adolf Hitler. Bebês palestinos em incubadoras morreram ou ficaram órfãos.
Hospitais, escolas e mesquitas foram destruídos, e a maior parte da
população civil está se deslocando internamente dentro do território
palestino conforme Israel atualiza os alvos da operação.
Parte da esquerda brasileira parece ainda estar presa a estereótipos da Guerra Fria. O Hamas e Putin têm muito pouco a ver com as pautas progressistas.
Na ânsia de se autopromover como líder
global dos ‘pobres’ contra os ‘ricos’, Lula reduziu o Itamaraty a linha
auxiliar de sua ideologia maniqueísta e de seu voluntarismo narcisista
Por Notas & Informações – Jornal Estadão
Brasília (DF), 10/03/2023 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante reunião ministerial, no Palácio do Planalto.
O presidente Lula da Silva parece ter declarado guerra ao Ocidente.
Uma guerra imaginária, claro, mas nesse delírio o petista pretende
posicionar o Brasil na vanguarda da luta contra tudo o que simboliza os
valores ocidentais – tendo como companheiros de armas um punhado de
notórias ditaduras, como China, Rússia, Irã e Venezuela.
A irresponsável declaração de Lula sobre Israel, comparando a
campanha israelense contra os terroristas do Hamas ao Holocausto, está
perfeitamente alinhada a esse empreendimento ideológico. Não foi,
portanto, fortuita nem acidental.
Lula parece empenhado em usar seu terceiro mandato para lançar-se como líder político do tal “Sul Global”, uma espécie de aggiornamento do
“Terceiro Mundo” dos tempos da guerra fria. Nessa nova ordem, as
características distintivas do Ocidente – democracia, economia de
mercado e globalização – são confrontadas por regimes autocráticos que
buscam reviver o modelo que põe o Estado e a soberania nacional em
primeiro lugar, à custa das liberdades individuais, direitos humanos e
valores universais, denunciados como armas retóricas das democracias
liberais para perpetuar sua supremacia.
No confronto Ocidente-Oriente, a geopolítica e a segurança nacional
prevalecem sobre a economia e a globalização. A geopolítica multilateral
do pós-guerra se fragmenta em arranjos insuficientes para as
necessidades de cooperação ante desafios globais, como mudanças
climáticas, pandemias, terrorismo e guerras.
O Brasil não está imune a essas incertezas, mas, comparativamente,
tem vantagens. Suas dimensões, sua democracia multiétnica e pacífica e
sua economia relativamente industrializada e diversificada o tornam uma
potência regional. Seus recursos o colocam numa posição-chave para
equacionar o tripé do desenvolvimento sustentável global: segurança
alimentar, energética e ambiental.
Nessas águas turvas e tumultuosas, sem grandes instrumentos de poder,
o País precisa, para defender interesses nacionais e promover os
globais, de sutileza, inteligência e credibilidade. Felizmente, conta
com uma tradição diplomática consagrada nos princípios constitucionais
do respeito aos direitos humanos, à democracia e à ordem baseada em
regras, e corporificada nos quadros técnicos do Itamaraty.
Mas esse capital está sendo dilapidado pela diplomacia sectária do
presidente Lula da Silva. Lula já disse que a democracia é relativa. Mas
sua política externa é definida por um princípio absoluto: a
hostilidade ao Ocidente (o “Norte”, os “ricos”) e o alinhamento
automático a tudo o que lhe é antagônico.
Sua passagem pela África foi um microcosmo desse estado de coisas.
Interesses econômicos foram tratados de forma ligeira. Em entrevista,
ele se evadiu de cobrar a Rússia e a Venezuela por sua truculência
autocrática, ao mesmo tempo que insultou judeus de todo o mundo ao
atribuir a Israel práticas comparáveis às dos nazistas.
Seja em conflitos onde o País teria força e autoridade para atuar,
como os da América Latina, seja naqueles nos quais não tem força, Lula
se alinha ao que há de mais retrógrado e autoritário. Abrindo mão de sua
neutralidade, o País se desqualifica como potencial mediador. O Brasil
poderia promover seus interesses econômicos e pontos de cooperação com a
Eurásia sem prejuízo da defesa de valores civilizacionais comuns ao
Ocidente. Mas Lula sacrifica os últimos sem nenhum ganho em relação aos
primeiros. Em sua ânsia de se autopromover como líder global dos
“pobres” contra os “ricos”, reduziu a máquina do Itamaraty a linha
auxiliar de sua ideologia maniqueísta e seu voluntarismo narcisista.
A “frente ampla democrática” propagandeada na campanha eleitoral
deveria ter sido projetada para as relações internacionais. Mas também
aqui ela se mostrou uma fantasia eivada de sectarismo ideológico –
arrastando consigo o Brasil, obliterando suas oportunidades de
integração econômica e prejudicando possibilidades de cooperação pela
promoção da paz, da democracia, dos direitos humanos e das liberdades
fundamentais que a Constituição traçou como norte da diplomacia
nacional.
Como na política uma imagem vale mais do que mil palavras, a foto da
manifestação pode mostrar que o ex-presidente não está tão isolado
quanto se imagina. Alvejado por investigações da Polícia Federal que o
jogam no centro da estratégia montada meses a fio para dar um golpe no
País, Bolsonaro convocou seus eleitores para dizer a eles que vem
sofrendo uma “implacável perseguição política”. E, obviamente, vai
aproveitar o ato para fustigar Lula e o governo.
O ex-presidente Jair Bolsonaro foi orientando a não xingar seu algoz, o ministro do STF Alexandre de Moraes. Foto: Wilton Júnior/Estadão
Ao prestar depoimento à PF nesta quinta-feira, 22, porém, o ex-presidente seguirá a orientação de advogados para ficar em silêncio. Sua
equipe jurídica também pediu que ele não xingue o ministro do Supremo
Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do caso. Não se pode
esquecer que, em 7 de Setembro de 2021, Bolsonaro chamou Moraes de
“canalha” na mesma Avenida Paulista.
No Congresso, o PL e as frentes evangélicas da Câmara e do Senado
aproveitam a “deixa” da crise diplomática com Israel para desgastar
ainda mais Lula. Na tentativa de fazer barulho, um grupo de deputados da
oposição vai protocolar nesta quarta, 21, um pedido de impeachment do
presidente. Sabe-se que a iniciativa é um jogo de cena e não vai prosperar, mas, de qualquer forma, expõe fraturas na base aliada do governo por ter a assinatura de parlamentares de partidos que comandam ministérios, como o PP, União Brasil, MDB, Republicanos e PSD.
Lula vai participar de reuniões, nesta semana, com os presidentes da
Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e
também com líderes das duas Casas. Quer acertar os ponteiros da
articulação política – que já vinham quase parando antes mesmo do tiro
no pé dado com suas declarações sobre Israel –, por causa do confronto
entre Lira e o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
Centrão cobra cada vez mais caro pelo apoio
Agora, no entanto, o Centrão vai apresentar fatura mais cara pelo
apoio ao Planalto. A maior resistência para acabar com o Programa
Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), por exemplo, vem
justamente do grupo de Lira. E o governo já admite negociar um acordo
para substituir a Medida Provisória que reonerou 17 setores da folha de
pagamentos por um projeto de lei com tramitação em regime de urgência,
como quer a Câmara.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), cobrou retratação de Lula. Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
Apesar de ser aliado do presidente, Rodrigo Pacheco também cobrou
dele um pedido de desculpas sobre a comparação entre as ações de Israel
em Gaza ao Holocausto. “(…) Entendemos que uma retratação dessa fala
seria adequada, pois o foco das lideranças mundiais deve estar na
resolução do conflito entre Israel e Palestina”, disse Pacheco. “O
governo brasileiro é mundialmente conhecido por sua diplomacia moderada,
então devemos mostrar nossa influência, nossa contribuição, para a
pacificação do conflito de modo equilibrado.”
Antes dessa crise, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB),
havia sido aconselhado a não ir ao ato em defesa de Bolsonaro, mas
decidiu ir. Nunes conta com o apoio do ex-presidente na campanha e diz
não acreditar que estar a seu lado agora tenha impacto negativo sobre
sua candidatura à reeleição.
A portas fechadas, Nunes tem lembrado até mesmo que, em 2012, Lula
apertou a mão de Paulo Maluf, à época o grande representante da direita,
para ajudar Fernando Haddad. O PT avaliou que o gesto tinha sido um
erro, mas Haddad foi eleito prefeito.
Os personagens desta temporada, porém, são muito diferentes e a
história não se repete. Mesmo assim, tudo indica que a manifestação
pró-Bolsonaro servirá para mostrar que o bolsonarismo não está morto.
Resta aos aliados de Lula torcer para que uma chuva torrencial, daquelas
de não deixar pedra, sobre pedra, caia sobre a capital paulista neste
domingo.
No encerramento de seu desempenho público o cantor Elton John escolheu essa canção de despedida.
Para mim parece uma dica reflexiva apropriada para o momento em que nos situamos.
Na estrada de tijolos amarelos os cães da sociedade uivam…
Eles, decerto, não são os pobres de cuja presença se tratará em outro ponto do caminho.
Os que reclamam são aqueles a quem os meios de comunicação dão sempre a palavra.
Acontece um desastre climático, mas quem fala não é o que entende de
clima e, sim, o que somente enxerga os efeitos econômicos do desastre
climático.
Sobram imóveis decorrentes do excesso de construção civil num
período. Do outro lado do planeta. Imóveis cuja elaboração exigiu
mão-de-obra, isto é, geraram emprego.
Mas à beira da estrada de tijolos amarelos as cassandras advertem:
não dá mais para investir em moradias populares aqui, aqui mesmo. A
margem é mínima.
E quando as ruas ficam cheias dos vira-latas não tem um centavo
fuçando por petiscos como você pelo chão, nossos porta-vozes reclamam da
sujeira que eles deixam nas ruas e ainda atacam com vis ameaças um
outro Cristo que sai para lhes dar sopa e pão. Proposta para resolver o
problema das pessoas em situação de rua é algo extremamente complexo.
Melhor deixar para depois. Ataque-se já o usuário de drogas e se retirem
todos os seus pertences sem nenhuma consideração do devido processo
legal que, esse, só vale para os cães que uivam.
A solução do problema complexo pode ser encontrada mediante apoio ao que diz: estou voltando para o meu arado.
Não e não! Impossível. Os cães, benditos possuidores, não aceitariam
o retorno de nem mesmo cinco por cento da população, antes se recusam a
devolver assim as terras ancestrais dos povos originários como a dos
quilombolas. E alguns até ironizam que, se você fizer isso, voltar
atrás, virará estátua de sal, como fora advertida a mulher de Lot, que
não acreditou na ameaça e hoje se multiplica em legião de estatuas de
sal chamadas waiãpi, apurinã, tukano, guajajara, mura e yanomami.
Eu finalmente decidi minhas mentiras futuras.
Falemos sobre mentiras passadas, presentes e do que vem para o futuro.
A mentira passada das mais divulgadas é a de que o amarelo da bandeira representa o nosso ouro.
Mentira em dúplice dimensão. O amarelo entra na bandeira porque
representa a casa imperial dos Habsburgos, à qual pertencia Leopoldina,
primeira imperatriz do Brasil. E o ouro que foi encontrado por aqui em
abundância, provavelmente não saiu das terras onde dominaram os
Habsburgos por quase trezentos anos. Decerto a Casa Imperial do
colonizador fez uso do ouro brasileiro. Portanto, no Império, o ouro era
dos Bragança, o verde da bandeira. É levaram o equivalente a dez anos
da produção anual atual do metal.
E, consoante a mentira presente, o ouro não é nosso e, sim, dos que o
extraem ilicitamente e ainda se lhes deu o poder de autodeclararem a
permissão da lavra garimpeira que não permite a apuração da origem e o
controle ambiental da atividade.
Trata-se, possivelmente, da mais amarela das lavagens de dinheiro
perpetrada pelos cães e que se infiltra nas terras indígenas mediante a
paga de sempre: os petiscos, tanto maiores quanto mais poderosos os que
deveriam vigiar o solo.
A estrada dos tijolos amarelos leva à morte dos povos originários e
quilombolas, no limite, à morte do Estado, que não consegue fazer cessar
essa gritaria da coruja que uiva na mata.
Mas sabe o que o Estado deve fazer, se não quiser morrer? Derrubará
seu avião. E destruirá tuas pistas de pouso clandestinas onde circula o
ouro que você certificou. Não seria demais que cuidasse de processar
você e te fazer cumprir a pena cabível por estar nos obrigando a dar
adeus à estrada dos tijolos amarelos.
Esperemos que mentiras futuras deixem de existir, mediante controles
eficientes da produção do tijolo amarelo, cuja extração não destrua o
ambiente, como se faz em Canaã dos Carajás, de nome e memória tão
simbólicos.
Fique, enfim, a homenagem a esse notável cantor e compositor e a reflexão que ele nos ajudou a ter sobre o tema.
Wagner Balera
Coordenador do Núcleo de Estudos de Doutrina Social, Faculdade de Direito da PUC-SP.
É Professor Titular de Direitos Humanos da Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo (PUC/SP). Coordenador do Núcleo de Direitos
Humanos da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP).
Coordenador da Revista Brasileira de Direitos Humanos. Membro da
Academia Paulista de Direito. Membro da Academia Paulista de Letras
Jurídicas. Membro da Academia Nacional de Seguros e Previdência. Membro
da Academia Brasileira de Direito da Seguridade Social. Membro da
Academia Brasileira de Direito Tributário. Advogado.
É Livre-Docente em Direito Previdenciário pela Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP). Doutorado em Direito das
Relações Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
(PUC/SP). Mestrado em Direito Tributário pela Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo (PUC/SP). Graduado em Direito pela Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP).
Presidente do IPCOM (Instituto de Previdência Complementar e Saúde Suplementar).
Bom dia. Estamos cobrindo o mais recente campo de batalha em
Gaza – bem como os Houthis, a Interpol e as histórias em quadrinhos.
Três perguntas
A batalha iminente por Rafah – uma cidade no extremo sul de Gaza,
mais distante de onde começou a invasão de Israel – encarna a dinâmica
brutal do conflito. A guerra é tanto uma operação militar contra o
Hamas, uma organização extremista que prometeu mais ataques terroristas
contra Israel, como uma crise humanitária que trouxe morte, fome e
deslocação de civis em Gaza.
A crise humanitária é clara. Durante a invasão de Gaza, que durou
quatro meses, Israel matou mais de 29 mil pessoas, muitas delas
crianças. O número de civis, em percentagem da população, está entre os mais elevados de
qualquer guerra moderna. Muitos mais habitantes de Gaza fugiram das
suas casas e lutam para encontrar comida. Um ataque a Rafah, que se
tornou um refúgio para mais de metade da população de Gaza, agravaria a
miséria.
Mas a importância militar de Rafah para o Hamas também é real, dizem
os especialistas. Em 7 de outubro, o Hamas invadiu Israel, assassinando,
agredindo sexualmente e sequestrando civis. Desde o ataque, os líderes
do Hamas recusaram-se a libertar dezenas de reféns israelitas. Com
Israel a assumir o controlo de grande parte do norte e centro de Gaza,
pelo menos alguns líderes do Hamas e as suas armas parecem estar em
túneis sob Rafah.
Duas coisas, então, são simultaneamente verdadeiras: para derrotar um
inimigo violento, Israel poderá ter de invadir Rafah. E uma invasão de
Rafah quase certamente pioraria o terrível custo civil da guerra.
No boletim informativo de hoje, examinarei três questões: O que
Israel espera conseguir ao invadir? O que pode impedir uma invasão? E
como poderá o número de civis ser reduzido se ocorrer uma invasão?
Os objetivos de Israel
Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, estabeleceu uma meta
ambiciosa: eliminar o Hamas. O objetivo também é controverso.
Alguns israelitas gostariam que o seu governo desse prioridade à
libertação de reféns. Entretanto, muitos responsáveis norte-americanos
acreditam que a eliminação do Hamas não é realista. “As operações que
matam militantes muitas vezes radicalizam outros”, observam os meus colegas Julian Barnes e Edward Wong .
Ainda assim, uma invasão de Rafah poderia debilitar o Hamas. Sem o controle de Rafah, como escreveu Yonah Jeremy Bob, correspondente militar sênior do The Jerusalem Post ,
“o Hamas perderia seus últimos grandes batalhões remanescentes, sua
última grande cidade por esconder sua liderança e reféns com escudos
humanos, e sua única maneira restante de rearmar e contrabandear armas
de fora de Gaza.”
Um sinal da importância de Rafah para o Hamas surgiu durante um ataque nocturno na semana passada, quando as forças israelitas invadiram um edifício ali e resgataram dois reféns.
Isso pode ser evitado?
O caminho mais provável para evitar uma invasão envolveria um
cessar-fogo prolongado em troca da libertação de cerca de 130 reféns que
o Hamas ainda mantém em Gaza. “Ou os nossos reféns serão devolvidos ou
expandiremos os combates até Rafah”, disse Benny Gantz, um político
centrista israelita que se juntou ao governo após os ataques de 7 de
Outubro.
Certamente existem impedimentos para um acordo. Por um lado, os
líderes do Hamas compreendem que os reféns lhes dão vantagem: os
militares de Israel poderão ser ainda mais agressivos se não restarem
reféns. Por outro lado, Netanyahu sempre pareceu mais interessado em
destruir o Hamas do que em obter a libertação dos reféns. Israel também
se recusou a libertar prisioneiros palestinos em troca dos reféns.
Ainda assim, Netanyahu enfrenta pressão interna para trazer os reféns para casa. Os líderes do Hamas, por seu lado, poderão poupar as suas próprias vidas num cessar-fogo.
Protegendo civis
Se Israel invadir, as autoridades de todo o mundo pediram-lhe que
protegesse os civis em Rafah. O presidente Biden e os líderes de muitos
outros países dizem que Israel foi insensível em relação às vidas de
civis nos primeiros quatro meses da guerra. Na semana passada, o
Tribunal Internacional de Justiça recusou-se a opor-se à invasão de
Rafah, mas reiterou a sua ordem para que Israel proteja os civis. O tribunal também ordenou que o Hamas libertasse os reféns.
Como poderão os civis de Rafah ser protegidos? Em muitas guerras, os
civis encontram segurança num país vizinho, mas o Egipto recusou-se em
grande parte a aceitar refugiados. Em vez disso, está construindo um muro perto de Rafah.
Alguns especialistas militares dizem que Israel já tomou medidas para
proteger os civis, tais como a criação de corredores humanitários que
permitem aos civis de Gaza fugir das zonas de batalha – embora
militantes disfarçados do Hamas também possam escapar. “Israel ajustou
quase tudo na sua abordagem para evacuar civis”, disse John Spencer, do
Modern War Institute em West Point. Nos últimos dois meses, o número
diário de mortos em Gaza diminuiu para cerca de 150 (incluindo combatentes e civis), segundo autoridades de Gaza, abaixo dos mais de 400 por dia em Outubro.
Mas 150 mortes diárias ainda é um número terrível, e muitos
especialistas em direitos humanos dizem que Israel poderia reduzi-lo. Em
Rafah, isso poderia envolver diversas ações: menos bombardeios aéreos; a
criação de corredores humanitários para sair de Rafah e de zonas
seguras temporárias dentro da cidade; e menos restrições à ajuda humanitária que Israel permite a entrada.
Os funcionários da administração Biden estão frustrados porque
Netanyahu não tem um plano mais claro para proteger os civis em Rafah,
de acordo com os meus colegas em Washington. Alguns congressistas
democratas argumentam que
os EUA deveriam interromper o seu fluxo de armas para Israel, a menos
que Israel dê maior prioridade à protecção dos inocentes habitantes de
Gaza.
Dentro de Rafah, muitas pessoas estão simplesmente assustadas.
“Estamos tentando conviver com as condições de guerra, mas elas são
muito difíceis”, disse Salem Baris, 55 anos, que fugiu para Rafah, à Al Jazeera .
Dez crianças de sua família usam macacões hospitalares brancos –
destinados a adultos – para se manterem aquecidos. “Espero que este
pesadelo acabe e que eu possa voltar para casa.
Todo gestor pensa em como fazer seus produtos ou serviços se destacarem e ainda gerar lucro. Esse é o sonho de todas as empresas.
Embora seja fácil de pensar, não é tão fácil de realizar. Então, o
que separa as empresas que chegam ao topo daquelas que quebram?
As empresas são bem-sucedidas ou falham por vários motivos, mas um dos motivos mais poderosos é sua vantagem competitiva.
Nesse sentido, uma cadeia de valor é um modelo que ajuda as empresas a
determinar sua vantagem competitiva e refinar suas práticas de negócios
para operar com máxima eficiência e as maiores margens de lucro
possíveis.
Continue a leitura para descobrir mais sobre a cadeia de valor, vantagens e como implantar na sua empresa.
O que é cadeia de valor?
A cadeia de valor é um modelo de negócios usado para analisar todas as atividades de uma empresa envolvidas no processo de criação de um produto ou serviço. Ou seja, desde a ideia inicial até chegar ao produto final a ser vendido.
Sendo assim, as empresas podem usar o modelo de cadeia de valor para
fortalecer sua proposta de valor e ampliar sua margem de lucro com mais
eficiência e menos custos.
O conceito de cadeia de valor foi descrito pela primeira vez em 1985
pelo professor da Harvard Business School Michael Porter, em seu livro
“Vantagem Competitiva: Criando e Sustentando um Desempenho Superior”.
Porter divide a análise da cadeia de valor em cinco atividades
primárias e quatro atividades secundárias. Essas análises juntas criam
um valor maior do que o custo de realizar essas atividades
individualmente.
De maneira geral, existem duas maneiras de melhorar o valor em uma cadeia de valor. São eles:
Aumentar o valor social de uma empresa e produtos por meio da
qualidade e da credibilidade da marca para que os consumidores comprem
mais;
Diminuir os custos de um produto e produção para incentivar os clientes a comprar mais e ampliar as margens de lucro.
Também é possível usar a análise da cadeia de valor para ajudar a
aumentar o lucro, buscando melhorias em atividades específicas nas
linhas de vendas e produção.
Ao aumentar o valor ou diminuir os custos com base na cadeia de valor
de uma empresa, cria-se uma vantagem competitiva no mercado e aprimora
as estratégias de vendas.
Levando em conta a rapidez com que as tendências mudam no mundo dos
negócios, o fato do conceito da cadeia de valor criado por Porter há
décadas atrás ainda ser usado, mostra como ele funciona e o quanto
beneficiou as empresas ao longo dos anos.
Como a cadeia de valor funciona?
A estrutura da cadeia de valor ajuda as empresas a identificar e
agrupar suas próprias funções em atividades primárias e secundárias.
Analisar essas atividades e subatividades, além dos relacionamentos
entre elas, ajuda as organizações a entendê-las como um sistema de
funções relacionadas.
Também é possível analisar individualmente cada uma para avaliar se o
resultado de cada atividade ou subatividade pode ser melhorado em
relação ao custo, tempo e esforço exigidos.
Confira como funciona as atividades primárias e secundárias da cadeia de valor:
Atividades primárias
As atividades primárias contribuem para a criação física, venda,
manutenção e suporte de um produto ou serviço. Essas atividades incluem o
seguinte:
Operações de entrada: é o gerenciamento interno de
recursos que vem de fontes externas, como fornecedores externos e outras
fontes da cadeia de suprimentos. Esses recursos externos que entram são
chamados de “insumos” e podem incluir também matérias-primas;
Operações de saída: atividades e processos que
transformam entradas em saídas, ou seja, o produto ou serviço vendido
pela empresa que é entregue para os clientes;
Logística: é a entrega das saídas para os clientes.
Esses processos podem envolver sistemas de armazenamento, coleta e
distribuição aos clientes. Isso inclui o gerenciamento de sistemas
internos, por exemplo;
Marketing e vendas: atividades
como publicidade e construção de marca, que buscam aumentar a
visibilidade, atingir um público maior e comunicar por que um consumidor
deve comprar um produto ou serviço;
Serviço: atividades como atendimento ao cliente e suporte, que reforçam um relacionamento de longo prazo com os clientes.
Como os problemas de gerenciamento costumam ser relativamente fáceis
de identificar aqui, as atividades primárias bem gerenciadas costumam
ser a vantagem de custo de uma empresa. Isso significa que a empresa
pode produzir um produto ou serviço a um custo menor do que seus
concorrentes.
Atividades secundárias
As seguintes atividades secundárias contemplam as várias atividades primárias, sendo:
Aquisição e compras: encontrar novos fornecedores,
manter relacionamentos com fornecedores, negociar preços e outras
atividades relacionadas a trazer os materiais e recursos necessários
para construir um produto ou serviço;
Gestão de Recursos Humanos: a gestão de pessoas inclui funções como contratação, treinamento, construção e manutenção de uma cultura organizacional, além de manter relacionamentos positivos com os funcionários;
Desenvolvimento de tecnologia: atividades como
pesquisa e desenvolvimento, gerenciamento de TI e segurança que
constroem e fomentam o uso da tecnologia por uma empresa;
Infraestrutura da empresa: atividades necessárias
da empresa, como jurídico, gerenciamento geral, administrativo,
contábil, financeiro, relações públicas e garantia de qualidade.
Quais os benefícios da cadeia de valor?
A estrutura da cadeia de valor permite que as empresas entendam e
analisem onde a eficiência de custo é boa ou ruim dentro da
organização.
Embora possa parecer muito trabalhoso revisar todas as atividades da
empresa para determinar sua vantagem competitiva, essa percepção faz a
diferença. Assim como KPIs e
relatórios informam suas operações e estratégias de vendas, uma análise
mais abrangente da cadeia de valor traz muitos benefícios, sendo:
Permite diagnosticar pontos de ineficácia para pensar em ações de correção;
Possibilita compreender as ligações e dependências entre as diferentes atividades e áreas do negócio;
Torna possível otimizar as atividades para maximizar a produção e minimizar as despesas organizacionais;
Potencialmente criar uma vantagem de custo sobre os concorrentes.
Como implementar a cadeia de valor?
Implementar a análise da cadeia de valor ajuda a empresa a
identificar os fatores que criam ou prejudicam a eficiência de custos em
seu modelo de negócios.
Ao passar por uma análise da cadeia de valor, as empresas devem
considerar a estrutura como um ponto de partida, e não como um processo
completo do início ao fim.
Confira alguns dos passos que as empresas podem seguir para entender suas cadeias de valor:
1. Identifique as subatividades de cada uma de suas atividades primárias
Como vimos anteriormente, as atividades diretas são atividades que
criam valor por conta própria. Por exemplo, observe a atividade
principal da logística. Uma atividade direta pode ser buscar
fornecedores de novas matérias-primas.
Já as atividades indiretas dão suporte às atividades diretas e permitem que elas funcionem sem problemas.
Olhando novamente para a atividade direta (buscar novos fornecedores
de matérias-primas) a atividade indireta para apoiá-la pode ser manter
um registro atualizado das informações de contato do fornecedor.
2. Identifique as subatividades de cada uma de suas atividades secundárias
Ao revisar as atividades secundárias, tente encontrar subatividades que também complementam as atividades principais.
Lembre-se: o objetivo das atividades secundárias é dar suporte às
atividades primárias, portanto, quando estiver procurando por
subatividades, elas devem se encaixar no suporte às primárias.
3. Encontre links entre todas as atividades
A maioria, senão todas, as ações que uma empresa realiza impactam
outros setores. É preciso identificar esses links para que
aproveitá-los.
Por exemplo, se uma empresa está escolhendo um fornecedor, vários
fatores podem afetar o processo, então é preciso se fazer perguntas
como:
Você já trabalhou com eles antes?
O que eles estão cobrando?
Onde eles estão localizados?
Quão rápido eles podem entregar as matérias-primas?
Responder a essas perguntas ajudará você a evitar ir com o fornecedor
errado. Por exemplo, você não gostaria de escolher um fornecedor com
uma distância de transporte ou trânsito mais longa. Isso impactaria
negativamente a taxa de produção, o que influencia o preço do produto.
Isso, por sua vez, afeta o público-alvo, o que impacta as vendas em
geral.
4. Descubra oportunidades para aumentar o valor ou diminuir os custos
Depois de estabelecer uma lista abrangente de links e atividades,
tente encontrar oportunidades para aumentar o valor para o cliente ou
diminuir os custos da empresa.
Este também é o momento de procurar atividades que não agregam valor
significativo, como um software desatualizado que ainda está sendo pago.
Também avalie os relacionamentos e veja quais ainda fazem sentido.
Nem todas as relações de negócios são feitas para durar, então use sua
equipe de desenvolvimento de negócios para cortar os laços que já não
trazem vantagem.
Conclusão
Dicas de otimização podem ser úteis para colocar a estratégia em
prática, mas o segredo para gerenciar sua cadeia de valor está em
utilizar um CRM.
Embora as cadeias de valor sejam úteis, elas exigem a análise e o
rastreamento de uma grande quantidade de dados em toda a empresa.
Por isso, com um software de CRM, é possível rastrear dados e
comunicações automaticamente, o que torna o processo de cadeia de valor
muito mais eficiente.
CARACTERÍSTICAS DA VALEON
Perseverança
Ser perseverante envolve não desistir dos objetivos estipulados em
razão das atividades, e assim manter consistência em suas ações. Requer
determinação e coerência com valores pessoais, e está relacionado com a
resiliência, pois em cada momento de dificuldade ao longo da vida é
necessário conseguir retornar a estados emocionais saudáveis que
permitem seguir perseverante.
Comunicação
Comunicação é a transferência de informação e significado de uma
pessoa para outra pessoa. É o processo de passar informação e
compreensão entre as pessoas. É a maneira de se relacionar com os outros
por meio de ideias, fatos, pensamentos e valores. A comunicação é o
ponto que liga os seres humanos para que eles possam compartilhar
conhecimentos e sentimentos. Ela envolve transação entre pessoas. Aquela
através da qual uma instituição comunica suas práticas, objetivos e
políticas gerenciais, visando à formação ou manutenção de imagem
positiva junto a seus públicos.
Autocuidado
Como o próprio nome diz, o autocuidado se refere ao conjunto de ações
que cada indivíduo exerce para cuidar de si e promover melhor qualidade
de vida para si mesmo. A forma de fazer isso deve estar em consonância
com os objetivos, desejos, prazeres e interesses de cada um e cada
pessoa deve buscar maneiras próprias de se cuidar.
Autonomia
Autonomia é um conceito que determina a liberdade de indivíduo em
gerir livremente a sua vida, efetuando racionalmente as suas próprias
escolhas. Neste caso, a autonomia indica uma realidade que é dirigida
por uma lei própria, que apesar de ser diferente das outras, não é
incompatível com elas.
A autonomia no trabalho é um dos fatores que impulsionam resultados dentro das empresas. Segundo uma pesquisa da Page Talent, divulgada em um portal especializado, 58% dos profissionais no Brasil têm mais facilidade para desenvolver suas tarefas quando
agem de maneira independente. Contudo, nem todas as empresas oferecem
esse atributo aos colaboradores, o que acaba afastando profissionais de
gerações mais jovens e impede a inovação dentro da companhia.
Inovação
Inovar profissionalmente envolve explorar novas oportunidades,
exercer a criatividade, buscar novas soluções. É importante que a
inovação ocorra dentro da área de atuação de um profissional, evitando
que soluções se tornem defasadas. Mas também é saudável conectar a
curiosidade com outras áreas, pois mesmo que não represente uma nova
competência usada no dia a dia, descobrir novos assuntos é uma forma
importante de ter um repertório de soluções diversificadas e atuais.
Busca por Conhecimento Tecnológico
A tecnologia tornou-se um conhecimento transversal. Compreender
aspectos tecnológicos é uma necessidade crescente para profissionais de
todas as áreas. Ressaltamos repetidamente a importância da tecnologia,
uma ideia apoiada por diversos especialistas em carreira.
Capacidade de Análise
Analisar significa observar, investigar, discernir. É uma competência
que diferencia pessoas e profissionais, muito importante para contextos
de liderança, mas também em contextos gerais. Na atualidade, em um
mundo com abundância de informações no qual o discernimento,
seletividade e foco também se tornam grandes diferenciais, a capacidade
de analisar ganha importância ainda maior.
Resiliência
É lidar com adversidades, críticas, situações de crise, pressões
(inclusive de si mesmo), e ter capacidade de retornar ao estado
emocional saudável, ou seja, retornar às condições naturais após
momentos de dificuldade. Essa é uma das qualidades mais visíveis em
líderes. O líder, mesmo colocando a sua vida em perigo, deve ter a
capacidade de manter-se fiel e com serenidade em seus objetivos.
Elon Musk anunciou que o implante cerebral recentemente instalado por
sua empresa, a Neuralink, permitiu que um paciente movimentasse o
cursor na tela de um computador apenas com o poder da mente.
“Os avanços têm sido significativos, e o paciente parece ter se
recuperado completamente, sem efeitos neurológicos adversos de que
tenhamos conhecimento”, compartilhou em um grupo na rede social X
[antigo Twitter], conforme citado pelo Metro UK. Ele então fez uma
revelação que pode transformar a maneira como interagimos usando nossa
mente.
“O paciente foi capaz de controlar um cursor na tela apenas com a mente”, revelou.
Em janeiro, o empresário já havia anunciado que a Neuralink, da qual é
cofundador, havia realizado com sucesso o primeiro implante cerebral em
um paciente, uma operação que também foi conduzida por outras empresas e
pesquisadores.
O implante, do tamanho de uma moeda, foi previamente testado no
cérebro de um macaco, que conseguiu jogar o videogame “Pong” sem a
necessidade de controle ou teclado.
História de GUILHERME BOTACINI • Folha de S. Paulo
BOA VISTA, RR (FOLHAPRESS) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) foi declarado “persona non grata” pelo governo de Binyamin
Netanyahu nesta segunda-feira (19), após comparação entre as ações de
Israel na Faixa de Gaza e o Holocausto, extermínio de judeus pela
Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial.
“Não esqueceremos nem perdoaremos”, disse o chanceler israelense,
Israel Katz. “Em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel, diga ao
presidente Lula que ele é persona non grata em Israel até que retire o
que disse”, afirmou em mensagem ao embaixador do Brasil no país.
Entenda o que a expressão significa e quais as implicações da declaração feita pelo governo de Israel para Lula.
O QUE O TERMO SIGNIFICA?
A expressão em latim é usada como manifestação de determinado Estado
de que a pessoa em questão não é bem-vinda ou aceitável ali. A
declaração não exige justificativa.
No contexto diplomático, é a maneira que um país anfitrião tem de
manifestar contrariedade quanto à presença em seu território de alguma
pessoa que integre uma missão diplomática ou representante de outro
Estado. É usada, por exemplo, para casos de diplomatas suspeitos de
espionagem ou de deslizes e infrações por integrantes de missões
consulares.
QUAL A GRAVIDADE DE UMA DECLARAÇÃO COMO ESTA?
“É grave do ponto de vista diplomático, sobretudo para um chefe de
Estado. Normalmente, persona non grata é um título que se imputa a
certos diplomatas e representantes que cometeram algum deslize ou
infração”, de acordo com Leandro Consentino, cientista político e
professor do Insper. Não há sanções civis à pessoa alvo da declaração.
NA PRÁTICA, O QUE ACONTECE COM ALGUÉM DECLARADO PERSONA NON GRATA?
Ao ser declarada assim, a pessoa recebe um prazo a partir do qual o
Estado receptor pode deixar de reconhecê-la como membro do corpo
consular ou representante diplomática. Isso significa que ela perderia
as imunidades diplomáticas a que tem direito e estaria sujeita à Justiça
do Estado em questão.
A prerrogativa de retirar uma persona non grata de determinado país é
de sua própria nação, que deve cumprir esse prazo estipulado
”razoável”, segundo a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas
(1961), sem delimitação de um período de tempo.
A DECLARAÇÃO RESULTA EM EXPULSÃO DO PAÍS?
O termo não significa expulsão, da qual os funcionários consulares
são protegidos por imunidade diplomática. “Não se confunde propriamente
com a ordem de expulsão, mas acaba tendo esse efeito, porque o país de
origem do diplomata acaba retirando aquele diplomata do território onde
ele foi declarado persona non grata”, diz Paulo Velasco, professor de
política internacional da Uerj (Universidade do Estado do Rio de
Janeiro).
HÁ RESTRIÇÕES DE VIAGEM? O QUE ACONTECE NO CASO DE LULA?
“Lula não seria impedido de entrar no país, mas a situação criaria
alguns constrangimentos para ele. Do ponto de vista prático os efeitos
são poucos, mas é uma decisão carregada de simbolismo”, afirma Velasco.
Em caso de visita, o presidente poderia não ser recebido por
autoridades de Israel, ser boicotado em eventos organizados pelo governo
ou até sofrer restrições de deslocamento interno no país, segundo
Velasco.
Também não há uma espécie de prazo para que isso termine. “O próprio
premiê de Israel deu a senha do que retiraria esse status: um pedido de
desculpa, ou Lula explicar melhor o que quis dizer”, diz Consentino, do
Insper.
Auxiliares do presidente e diplomatas, no entanto, descartam que o
petista pedirá desculpas e afirmam que a resposta à declaração será
diplomática.
A DECLARAÇÃO SOBRE LULA AFETA O ESTADO BRASILEIRO?
Não. É uma declaração de cunho pessoal, que se refere apenas à forma
como o Estado de Israel trata Lula como representante do Estado
brasileiro. Ela não significa sanções de Israel contra o Brasil ou
rompimento de relações diplomáticas.
E NO PLANO DIPLOMÁTICO?
De um ponto de vista simbólico, a declaração de Lula se torna ainda
mais delicada, segundo Consentino, quando são consideradas as relações
históricas que o Brasil mantém com Israel; o cientista político lembra
da participação do país na criação do Estado de Israel, por exemplo.
Velasco relembra rusgas recentes e antigas entre o Brasil e Israel,
nenhuma, porém, tão grave quanto a fala de Lula sobre o Holocausto,
segundo ele. “Isso provoca um abalo na relação com o Israel difícil de
ser revertido, mas também um impacto muito nocivo para a imagem do
Presidente Lula como estadista, como líder de um país importante que
tenta se colocar no mundo com protagonismo”, afirma.
“A prudência sempre deu o tom para o Brasil na sua política externa. A
fala de Lula vai na contramão disso e não atenta apenas para a relação
com Israel como Estado, mas é uma declaração polêmica perante todo o
povo judeu, inclusive aqueles que residem no Brasil”, diz Velasco.
O QUE DIZ A CONVENÇÃO QUE REGE AS RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS?
Na Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, de 1961, a
expressão compõe o artigo 9º e é vaga em termos de prazos e medidas
adicionais em torno do termo.
“O Estado acreditado [que recebe] poderá a qualquer momento, e sem
ser obrigado a justificar a sua decisão, notificar ao Estado acreditante
[que envia] que o chefe da missão ou qualquer membro do pessoal
diplomático da missão é persona non grata ou que outro membro do pessoal
da missão não é aceitável. O Estado acreditante, conforme o caso,
retirará a pessoa em questão ou dará por terminadas as suas funções na
missão. Uma pessoa poderá ser declarada non grata ou não aceitável mesmo
antes de chegar ao território do Estado acreditado”, diz o texto o
primeiro parágrafo do artigo.
“Se o Estado acreditante se recusar a cumprir, ou não cumpre dentro
de um prazo razoável, as obrigações que lhe incumbem, nos termos do
parágrafo 1 deste artigo, o Estado acreditado poderá recusar-se a
reconhecer tal pessoa como membro da missão”, lê-se no segundo e último
parágrafo sobre o assunto.
Brasil espera convencer Ocidente da importância do Sul Global
no G20, enquanto instância de governança. Entretanto reticência de Lula
em relação à Rússia e declarações recentes sobre Israel erodem relações
essenciais.
O Brasil, que exerce a presidência rotativa do G20, sediará encontros
importantes do bloco nos próximos dias. Em 21 e 22 de fevereiro, os
ministros do Exterior das maiores economias do mundo se reunirão no Rio
de Janeiro. A reunião antecede a cúpula de chefes de Estado do bloco,
marcada para novembro.
O encontro do Rio terá no centro da agenda conflitos internacionais
como as guerras na Ucrânia e em Gaza. O secretário de Estado americano,
Antony Blinken, e seu homólogo russo, Sergei Lavrov, estarão presentes.
A morte de Alexei Navalny, opositor do presidente russo, Vladimir
Putin, numa prisão da Rússia, intensificou o tensionamento entre os dois
países. O presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou na sexta-feira (16/02)
que “não existem dúvidas” sobre a responsabilidade de Putin pelo
episódio.
A expectativa é de que Lavrov tenha uma reunião bilateral no Rio com o
chanceler brasileiro, Mauro Vieira. Blinken, por sua vez, vai a
Brasília antes do encontro para uma visita ao presidente Luiz Inácio
Lula da Silva.
Postura de Lula quanto a Rússia e Israel erode relações
No domingo, o chefe de Estado brasileiro afirmou ser preciso aguardar
o avanço das investigações sobre a morte de Navalny para se posicionar
sobre o caso. “Se você julga agora que foi alguém que mandou matar, e
não foi, depois você vai [ter que] pedir desculpas”, declarou, durante
viagem à Etiópia.
Desde que Lula retornou à presidência, o governo brasileiro adota
posições geopolíticas incômodas para o Ocidente. Embora o país tenha
condenado a invasão russa nas Nações Unidas, a opção de não se aliar à
Ucrânia gerou suspeitas de leniência com Putin, parceiro do Brasil no
Brics.
Diante do agravamento da violência em Gaza, Lula endureceu suas
críticas às ações militares israelenses, que classificou como
“terrorismo de Estado”. Em janeiro, o Brasil se somou à iniciativa sul-africana de denunciar Israel pelo crime de genocídio junto à Corte Internacional de Justiça (CIJ).
Ao comentar o conflito, no domingo, o presidente brasileiro acusou Israel de
praticar “genocídio” em Gaza e comparou a situação ao período do
Holocausto. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, reagiu de
imediato nas redes sociais e convocou seu embaixador no Brasil para
consultas.
Matias Spektor, professor de Relações Internacionais da Fundação
Getúlio Vargas, comenta: “A cada vez que isso acontece, o elo do Brasil
com alguns dos seus principais parceiros é erodido. E a troco de quê,
exatamente, não é claro para mim. Existe a crença de que, quanto mais o
Sul Global se aproxima da China, mais os EUA têm que dar ao Sul Global
para impedir que se alinhe à China. Só que essa perspectiva não leva em
conta o enorme atrito que isso gera na relação entre países do Sul
Global com o Ocidente.”
Brasília considera a presidência do G20 como estratégica para
projetar o país como liderança emergente. “Assim como aconteceu no G20
da Índia, Lula também vai tentar fazer que o encontro seja um divisor de
águas no sentido de empurrar o Ocidente a fazer um reconhecimento
explícito da importância de trazer o Sul Global para dentro dessa
instância de governança que é o G20”, projeta Spektor.
Junto com o combate à fome e o enfrentamento das mudanças climáticas,
a reforma da governança global é um dos três eixos prioritários da
presidência brasileira no G20. No encontro do Rio, será o tema central.
“É preciso que tenha uma nova geopolítica na ONU. É preciso acabar
com o direito de veto dos países e é preciso que os membros do Conselho
de Segurança sejam atores pacifistas, e não atores que fomentem a
guerra”, disse Lula no domingo, em sua passagem pela Etiópia.
As instituições de governança global atuais foram criadas após a
Segunda Guerra Mundial. Em linha com outros países do Sul Global, o
governo brasileiro entende que esses mecanismos precisam ser oxigenados
com a presença de novos atores.
Medo de um retorno de Trump
Em entrevista ao jornal O Globo, o chanceler Mauro Vieira
defendeu que o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial
reduzam “condicionalidades e exigências” para emprestar dinheiro a
países em desenvolvimento. “Não digo que é para não ter regras e
entregar todos os recursos de qualquer forma, mas ter exigências
menores. Tem de haver uma adaptação à necessidade. Não se pode impor uma
receita que mata o doente.”
O professor de Relações Internacionais da Universidade de Brasília
(UnB ) Antônio Ramalho avalia que a crise do sistema de governança se
deve à negligência dos países responsáveis pela sua criação. Ele alerta
para o possível impacto negativo da eventual vitória de Donald Trump na
eleição presidencial dos Estados Unidos: “Teríamos um processo bastante
significativo na direção de implodir essa ordem. A China, por sua vez,
prefere que continue funcionando mal, porque isso aumenta os incentivos
para os países migrarem para a Rota da Seda.”
Ramalho lembra que a única reforma importante ocorrida no FMI se deu
após a criação do Brics, quando mudanças na distribuição das cotas
abriram maior espaço para países emergentes: “É preciso caminhar nessa
direção, se quisermos que essas instituições continuem a fazer sentido.
Os governos sentem falta de um espaço em que seja possível estabelecer
regras de jogo para organizar a sociedade internacional. As Nações
Unidas, a OCDE e a Europa não estão sendo capazes de fazer isso.”
Ainda haverá um novo encontro prévio à cúpula do G20: em 28 e 29 de
fevereiro, os ministros da área econômica e presidentes dos bancos
centrais se reúnem em São Paulo.
No auge do escândalo do Petrolão, quando o Partido dos Trabalhadores
liderou a maior quadrilha de assalto da história do Brasil, na noite em
que Dilma Rousseff foi flagrada tentando conceder uma espécie de “salvo
conduto” a Lula (o episódio do Bessias), o Galo jogava no Independência
pela Copa Libertadores da América.
Um pouco antes de o jogo começar, um tumulto próximo a mim me chamou a
atenção: um grupo de torcedores cercara um sujeito pálido, assustado
como uma criancinha, e o xingava de todos os modos conhecidos pela
língua portuguesa. Alguns berravam tão próximos que os perdigotos
respingavam na cara do amedrontado.
O NOME DO MOÇO
Perguntei quem era o covardão, que como uma estátua não esboçava
qualquer reação. No mínimo deveria dar um “chega pra lá” ou mesmo xingar
de volta os ofensores, mas nada. Jamais vi um homem tão medroso assim
na vida. Daí me disseram que era um deputado petista, e compreendi tudo
então. Do ato à covardia, aliás.
Bem, o “borrão” da noite era um tal Rogério Correia, de quem,
obviamente, nunca ouvira falar. Petistas conhecidos por mim, além de
Lula e Zé Dirceu, eram apenas os outros grandes criminosos do partido e
aqueles mamulengos histriônicos tipo Gleisi Hoffmann. Correia,
claramente, era um qualquer, sem expressão e, pior, frouxo.
DE NOVO O CARA
Anos depois, eis que ouço o nome do assustadiço outra vez. E, para
não variar, em um episódio de pura desonra. Dessa vez, o gatinho que mia
em público, rugiu como um leão nas redes sociais e, pegando carona na
fala antissemita do patrão (papel típico dos sabujos), reforçou a tese
abjeta contra Israel e os judeus.
Antes, porém, deixe-me relembrar alguns fatos sobre Lula: o ex-tudo
(ex-presidiário, ex-quadrilheiro, ex-corrupto e ex-lavador de dinheiro)
confessou – sim, foi ele quem disse – que assediava viúvas no sindicato
dos trabalhadores e que mentia descaradamente sobre o Brasil no
exterior. Fora o episódio do tal “menino do MEP” na prisão.
CALMA, QUE TEM MAIS
Sim, isso tudo dá uma certa dimensão de seu caráter. Mas não só: Lula
já chamou de amigo e irmão facínoras sanguinários como Nicolás Maduro e
Hugo Chávez (Venezuela), os irmãos Castro (Cuba), Mahmoud Ahmadinejad
(Irã), Muammar Al Gaddafi (Líbia), Daniel Ortega (Nicarágua) e o ladrão
dos palestinos, Yasser Arafat (OLP).
Lula, também, como sabido, foi investigado, processado e condenado em
primeira e segunda instâncias por corrupção, e teve suas penas
ratificadas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e confirmadas pelo
Supremo Tribunal Federal (STF), até que este, por motivos “estranhos”,
anulou os processos sem, contudo, jamais inocentar o bilontra.
ANTISSEMITA CRASSO
Lula odeia os judeus. Isso é fato, e não opinião. Sempre se postou
contra Israel e sempre se aliou aos grupos terroristas (OLP, Hamas e
Hezbollah) que pregam abertamente o extermínio do povo judeu. Aliás,
Lula já andou elogiando Hitler em algum momento da vida, portanto, nada
de novo esta sua mais recente campanha contra Israel.
Desde o início da guerra contra o Hamas, Lula se recusa a chamar o
grupo terrorista de… terrorista! Pior. Mente descaradamente e afirmou,
inclusive, que o Estado judeu sequestrou palestinos; assassinou
deliberadamente mulheres e crianças e que, pasmem, já matou “milhões” –
sim, milhões! – de inocentes (Gaza inteira tem 2 milhões de habitantes).
HOLOCAUSTO
Neste domingo, contudo, o pai do Ronaldinho dos Negócios (aliás, mais
uma vez os pimpolhos de Lula andam se esbaldando com dinheiro público,
notadamente aquele que “trabalha” com esportes) cruzou uma linha
inaceitável: acusou Israel de praticar com os palestinos o que Hitler
fez com os judeus.
Lula chamou Israel de nazista, ou seja, inverteu a história, acusando
os mais de 6 milhões de judeus mortos no Holocausto de assassinos.
Lula, que não assume que o Hamas prega em seu estatuto o fim de Israel e
o extermínio dos judeus, chamou de genocídio – mais uma inversão
grotesca – o contra-ataque israelense após a invasão bárbara de 7 de
outubro.
NÃO TEM CABIMENTO
Como alguém pode comparar o assassinato em massa de um povo –
planejado, deliberado e praticado pela polítca higienista de um
“supremacista”, que pretendia limpar o mundo de tudo o que não fosse
ariano -, com uma reação a um ataque bárbaro (com estupros, sequestros e
pessoas queimadas vivas) praticado por terroristas?
Pior. Como alguém pode, ainda, e depois de toda a reação
internacional contrária, manter-se na mesma posição, dobrando a aposta
no antissemitismo declarado, atirando o Brasil – outra vez! – à condição
de pária internacional, após o desastre diplomático que foi o governo
anterior? Lembrando, inclusive, que Lula criticava Bolsonaro por isso.
CORREIA É ANTISSEMITA TAMBÉM
Depois desta digressão (necessária) sobre a “alma mais honesta deff
paíff”, apenas para contextualizar o “naipe” do patrão do deputado
mineiro, retorno ao “borrão do indepa”, que, para puxar o saco de seu
dono, ratificou os termos da acusação antissemita e partiu com ainda
mais virulência sobre os judeus e Israel.
Em uma publicação no X, antigo Twitter, o tigrão da rede social – mas
tchutchuca das arquibancadas – disse que Lula colocou os pingos nos Is e
que, hahaha, o Brasil deveria romper relações diplomáticas com Israel.
Nossa, deputado, imagino o que aconteceria com os judeus se isso
acontecesse, não é? Tão poderoso o Brasil e tão frágil Israel, hehe.
SOBREVIVENTES ATACADOS
O nazismo dizimou um terço dos judeus na Europa, antes e durante a
segunda guerra mundial. Hoje, pouco mais de 15 milhões de sobreviventes e
descendentes estão espalhados pelo mundo. Pouco mais da metade vive em
Israel e luta, há décadas, pelo direito de existir. A história é pródiga
em contar quantas foram – e como foram – as inúmeras tentativas de
extermínio.
Mas Correia e Lula pregam o contrário: segundo os valentes, são os
judeus os nazistas. Atenção: gente como estes dois foi responsável
direta pelo Holocausto. Gente como estes dois é responsável direta pelo
recrudescimento do antissemitismo. Gente como estes dois atua para que
judeus voltem a ser perseguidos e, quiçá, mortos ou extintos da face da
Terra.
POLÍTICOS E JUDEUS MINEIROS
Bem, quem sou para chamar a atenção de alguém, ou de “alguéns”, sobre
um energúmeno qualquer? Mas crédulo da relevância que não tenho, faço
um apelo aos políticos de Minas e à própria comunidade judaica mineira,
para que tomem alguma providência cabível contra esse antissemita
confesso. Providência, diga-se, de ordem legal.
Sim, porque a providência que a população – legitimamente revoltada
com a roubalheira do PT – tomou no episódio do Independência não deve se
repetir, já que o moço deve sonhar até hoje com os urros e os cuspes
que levou na cara (de pau). Inclusive, não sei, pode ser que tenha
molhado as calças, coitado. Um trauma pelo qual ninguém deveria passar.
ENCERRO
Apelar ao eleitorado é perda de tempo. O brasileiro, de um modo
geral, não se importa em eleger ladrões, presidiários e afins. Também
não se importa em eleger homofóbicos e racistas, daí, eleger
antissemitas é algo perfeitamente coerente. Mas apelo, ao menos, ao
eleitor judeu: se querem votar no PT, beleza, mas em antissemitas?
Rogério Correia tem uma longa história e o Google mostra bem sua
folha corrida. Parece que andou recebendo alguns trocados de uma
mineradora investigada em CPI. Enfim. Não sou seu eleitor nem nunca
serei, portanto, quem se interessar que pesquise. De minha parte, só me
cabe chamá-lo de antissemita e lembrar que o vi se “borrando” todo no
Indepa.