O presidencialismo é vulnerável à chantagem parlamentar – um
problema não apenas brasileiro. Que tal mudar para o parlamentarismo, em
que o chefe do Executivo tem necessariamente a maioria para governar?
Arthur Lira,
o todo-poderoso chefão da Câmara dos Deputados, teve um Carnaval mais
do que especial. No Sambódromo do Rio de Janeiro, ele desfilou pela
Beija-Flor, que homenageou a cidade de Maceió, parte do “reino de Lira”.
Para isso, o prefeito maceioense, João Henrique Caldas, conhecido como
JHC, um amigo político de Lira, mandou 8 milhões de reais para a escola
de samba carioca. Parte dessa grana, segundo o prefeito (conforme
comunicado da prefeitura), viria de emendas
As emendas parlamentares são recursos aplicados conforme a vontade de
cada parlamentar, privilegiando suas bases eleitorais. E tais emendas
fazem a festa no “reino de Lira”. Para o atual ano de 2024, o Congresso
aprovou o valor recorde de 53 bilhões de reais em emendas parlamentares,
um grande aumento sobre os já bem gordos 37,3 bilhões de reais do ano
passado. O aumento do valor reflete o poder cada vez maior do Congresso
sobre o orçamento. Em nenhum outro país do mundo, os parlamentares
conseguem interferir tanto no orçamento como aqui no Brasil.
As emendas se fortaleceram em 2015, quando a fraqueza do governo
Dilma acordou a fome dos congressistas. Desde então, tal fome dos
parlamentares só aumentou. Eles sabem que o presidente Lula precisa da
cooperação do Congresso para conseguir realizar suas políticas – fato
inerente do presidencialismo brasileiro. O que culminou no mensalão do
governo Lula (2005) uma mesada paga a deputados para votarem a favor de
projetos de interesse do Poder Executivo. Hoje, o governo procura
garantir os votos de forma mais institucionalizada e legalizada.
Mas o problema, no fundo, continua o mesmo. Tanto o presidente quanto
os parlamentares foram eleitos de forma direta pelo povo. A ideia era
aplicar o sistema de freios e contrapesos, quer dizer: em uma divisão
dos poderes, um poder fiscaliza o outro. Mas, na realidade, deixa o
sistema vulnerável a bloqueios, que só se resolvem através de barganhas.
Pois o partido do presidente não tem maioria no Congresso.
Vemos um cenário semelhante atualmente na Argentina, onde o novo
presidente Javier Milei não tem uma maioria para transformar suas ideias
libertárias em leis. Partiu, portanto, para a fase 2, que é o
xingamento dos parlamentares como “traidores da pátria”. E ameaça
governar por plebiscitos. Só que eles não são vinculativos quando a
iniciativa vem do presidente e não do Congresso. Assim, Milei pode logo
virar um lame duck, ou seja, carta fora do baralho da política Argentina.
Impasse semelhante se vê nos Estados Unidos, onde partes do Partido
Republicano no Congresso bloqueiam os pacotes de ajuda financeira do
governo de Joe Biden à Ucrania, Israel, Palestina e Taiwan. Resta ao
presidente Biden apenas fazer apelos. Brasil, Argentina e Estados Unidos
– três exemplos que mostram como o presidencialismo dificulta a
capacidade do Executivo de botar em prática suas políticas.
Diferente do parlamentarismo, em que a maioria do Parlamento elege o
chefe do Executivo. Para manter o governo vivo, a maioria parlamentar
precisa prevalecer. Pois quando ela se perde, o governo cai. Assim,
garante-se que o governo tenha a maioria necessária para tocar o barco
da governabilidade.
Sei que a ideia de trocar o presidencialismo pelo parlamentarismo é
um tema antigo no Brasil, discutido e votado há trinta anos, quando uma
maioria optou pelo presidencialismo. Escuto muitas vezes que o
parlamentarismo não funcionaria no Brasil, devido à má qualidade dos
partidos, que, muitas vezes, não têm ideologia, mas seguem os lemas do
fisiologismo. Quero dizer: as trocas de favores em detrimento do bem
comum.
Se isso é verdade, me parece mais um argumento para o
parlamentarismo. Pois só a disciplina exigida para manter a base
governamental neste sistema pode enfraquecer o fisiologismo – que, no
sistema do presidencialismo, corre solto. Ou, melhor dizendo: nestes
tempos de Carnaval, samba solto na cara dos brasileiros.
Thomas Milz saiu da casa de seus pais protestantes há quase 20
anos e se mudou para o país mais católico do mundo. Tem mestrado em
Ciências Políticas e História da América Latina e, há 15 anos, trabalha
como jornalista e fotógrafo para veículos como a agência de notícias KNA
e o jornal Neue Zürcher Zeitung. É pai de uma menina nascida em 2012 em Salvador. Depois de uma década em São Paulo, mora no Rio de Janeiro há quatro anos.
O texto reflete a opinião do autor, não necessariamente a da DW.
Dois detentos escaparam de penitenciária de
Mossoró (RN) – caso inédito na rede federal; Brasil tem cinco unidades
desse tipo, que abrigam líderes de facções criminosas
Por Rariane Costa – Jornal Estadão
O Brasil tem cinco penitenciárias federais de segurança máxima. Pela primeira vez na história, uma dessas unidades, a de Mossoró (RN), registrou uma fuga: dois detentos escaparam na manhã desta quarta-feira, 14. O caso abriu a primeira crise de Ricardo Lewandowski à frente do Ministério da Justiça e da Segurança Pública – ele ordenou um pente-fino em todo o sistema.
Penitência federal de segurança máxima de Brasília (DF), localizada ao lado do complexo estadual da Papuda (27/3/2019) Foto: Jorge F/Depen
As autoridades locais também iniciaram uma operação de buscas, que
inclui varredura nas divisas do Rio Grande do Norte, aumento do
policiamento e uso da própria prisão como heliponto.
Segundo a Secretaria Nacional de Políticas Penais, entre os objetivos
dos presídios federais, criados a partir de 2006, é combater o crime
organizado, isolando suas lideranças e presos de alta periculosidade.
Distribuídas em diferentes regiões do país, as penitenciárias
federais estão em Catanduvas (PR), Campo Grande (MS), Porto Velho (RO),
Mossoró (RN) e Brasília (DF). A distribuição faz parte da estratégia de
desarticular e dificultar possíveis comunicações entre organizações
criminosas.
Dois detentos fugirão da prisão de segurança máxima de Mossoró, em Rio Grande do Norte. Foto: Presidio Federal de Mossoro/Facebook
Essas unidades abrigam, por exemplo, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado como um dos líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC) e Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, apontado como uma das lideranças do Comando Vermelho(CV). As autoridades investigam a ligação dos dois fugitivos de Mossoró com o CV.
Os detentos ficam presos em celas de 6m², sem companhia e com apenas
cama, sanitário, pia, chuveiro mesa e assento no ambiente. Visitas,
sejam de familiares, amigos ou advogados, são permitidas apenas por
parlatório ou videoconferência.
Não há, de acordo com a pasta federal, tomadas elétricas e a energia
do chuveiro e das lâmpadas são ativadas e desativadas em horários
determinados.
As restrições fazem parte de uma série de medidas que integram um
rigoroso sistema de segurança – que agora foi colocado em xeque. De
acordo com a Secretaria Nacional de Políticas Penais, os presídios
federais padronizam os protocolos de segurança nas unidades, ou seja,
todas seguem os mesmos critérios de fiscalização diária. Entre os
principais pontos estão:
Preso ser revistado todas as vezes que deixa seu dormitório;
A cela é revistada todas as vezes em que ele se retira;
O preso permanece algemado quando está em deslocamento pelo estabelecimento;
O preso não tem acesso a meios de comunicação externos;
Os procedimentos bem como os deslocamentos com o preso são realizados por, pelo menos, dois agentes;
Os procedimentos e toda a rotina da cadeia são monitorados por circuito interno de câmeras;
Agentes de inteligência da penitenciária federal monitoram o
circuito de câmeras por meio de uma espécie de “Big Brother”. As imagens
capturadas são transmitidas ao vivo para a sede da Senappen em
Brasília, onde outra equipe de inteligência também acompanha a rotina
das cinco penitenciárias.
Estão incluídos na rotina do preso ainda seis refeições e duas horas
de banho de sol por dia. Atividades educacionais e atendimentos médicos
também estão previstos conforme as necessidades de cada detento.
Os agentes levam armamento letal e menos letal; body scan, raio-x
e detector de metais para revista pessoal e material; sistemas de
vigilância por áudio e vídeo; equipamentos de segurança e de
inteligência; além de estrutura física reforçada contra tentativas de
invasão e fuga.
Ambas as doenças podem provocar febre e dor no corpo; para diagnóstico adequado, são necessários exames específicos
Por Lara Castelo – Jornal Estadão
O número de casos de covid-19 registrados
na cidade de São Paulo mais que triplicou entre a primeira semana
epidemiológica de 2024, que vai de 31 de dezembro de 2023 a 6 de janeiro
de 2024, e a sexta, que compreende o período de 4 a 10 de fevereiro de
2024. No período, de acordo com o painel interativo da Secretaria
Municipal de Saúde (SMS), o número de casos passou de 881 para 3.443.
Para o infectologista David Uip, diretor nacional de infectologia da
Rede D’Or, devem haver ainda mais casos. “Como grande parte dos testes
são feitos em casa e não são informados ao governo, os números apontados
pelos órgãos de saúde tendem a ser menores que a realidade”, esclarece.
Para a infectologista Emy Gouveia, do Hospital Albert Einstein, de
São Paulo, o aumento dos casos de covid-19 nas últimas semanas está
associado à circulação de uma nova variante do vírus no País. “A
variante JN.1 da ômicron chegou ao Brasil no final de 2023, e sempre que
há a chegada de uma nova variante, há a possibilidade de aumento de
casos”, comenta.
Com o carnaval, o cenário deve piorar em todo o Brasil, de acordo com
o infectologista Renato Grinbaum, da Sociedade Brasileira de
Infectologia (SBI). “O vírus da covid-19 é transmitido através da
exposição de fluídos respiratórios contaminados, o que é favorecido
devido às aglomerações típicas desse período”, explica.
Essa alta no número de casos de covid, contudo, não deve resultar em
uma maior ocorrência de quadros graves da doença, de acordo com
Grinbaum. “Diferente do que aconteceu durante a pandemia, hoje grande
parte da população já teve contato com o vírus e está vacinada – e
consequentemente, mais protegida”, pontua.
Casos
de covid-19 voltaram a subir no Brasil e, hoje, um dos principais
sintomas é a dor de garganta. Em caso de contaminação, é importante usar
máscaras. Foto: Adobe Stock
O que fazer se o diagnóstico de covid-19 for positivo?
Segundo a especialista do Einstein, se for circular em espaços
públicos, nesse caso é importante usar máscara cirúrgica bem acoplada ao
rosto. Também é indicado evitar entrar em contato com indivíduos com
riscos de complicações, como idosos, imunodeprimidos, pessoas com
comorbidades e gestantes.
Caso seja possível fazer o isolamento social em casa, Emy diz que o
ideal é ficar sete dias afastado. Se, ao final desse período, o paciente
não tiver febre sem o uso de antitérmicos e perceber melhora dos
sintomas respiratórios, pode sair do isolamento. Agora, se no quinto dia
a pessoa estiver sem febre há pelo menos 24 horas sem uso de
antitérmicos e perceber melhora dos sintomas, até pode sair do
isolamento, desde que faça um teste que dê negativo. Se o paciente for
considerado imunodeprimido, vale uma conversa com o médico.
Se apresentar sintomas de gravidade, como falta de ar, dor no peito e
prostração, é fundamental que o paciente procure um médico para seguir
com o tratamento adequado, segundo a especialista.
Como saber se é dengue ou covid?
A dengue é uma doença que está em disparada no Brasil. Só que alguns de seus sintomas iniciais costumam
ser semelhantes aos da covid-19, o que pode causar confusão. “Nos dois
casos, é comum sentir febre, dor no corpo e mal estar. Por isso, é
necessário que os especialistas do sistema de saúde estejam bem
preparados para realizar o diagnóstico de forma adequada”, pontua Uip.
Justamente pela similaridade de sintomas, a diferenciação entre
dengue e covid-19 é feita por avaliação do médico e exames laboratoriais
específicos, segundo Emy. Ela comenta ainda sobre a possibilidade de
uma infecção pelos dois vírus ao mesmo tempo, o que implica ainda mais a
necessidade de buscar um médico para realizar o tratamento adequado.
Em contrapartida, segundo Uip, há sintomas mais característicos
observados nos pacientes de cada doença. “Na dengue, o mais comum é
sentir uma sensação de ‘quebra de ossos’, uma dor muito forte no corpo;
já nos casos de covid-19, temos visto principalmente dor de garganta,
diferente do que acontecia na pandemia, quando predominava falta de ar”,
compara.
Para Grinbaum, outro ponto importante é que a covid-19, diferente da
dengue, costuma ocasionar sintomas respiratórios, como tosse
persistente, dor de garganta e coriza.
Confira os sintomas mais (e menos) comuns
Sintomas mais comuns da covid-19
Febre;
Cansaço;
Tosse seca.
Sintomas menos comuns da covid-19:
Perda de paladar ou olfato;
Congestão nasal;
Conjuntivite;
Dor de garganta;
Dor de cabeça;
Dores musculares;
Erupção cutânea;
Náusea ou vômito, diarreia;
Calafrio ou tonturas.
Sintomas mais comuns da dengue:
Febre alta;
Dor no corpo e nas articulações;
Dor atrás dos olhos;
Mal-estar;
Dor de cabeça;
Manchas vermelhas no corpo.
Sinais de alarme da dengue são caracterizados principalmente por:
Andreia Girardini, especialista em Pessoas e Cultura com mais de 15 anos de experiência na área
Nós colaboradores, muitas vezes criticamos nosso papel nas empresas
que atuamos e também na vida, sem entender que somos muito parecidos com
as abelhas de uma colméia.
Não fez sentido? Eu vou me explicar.
Você gosta de frutas e legumes? Se a resposta é sim, você gosta do
que as abelhas fazem. Esses e muitos outros vegetais não existiriam ou
seriam muito diferentes sem a polinização feita por esses insetos. O
café por exemplo, bebida que é paixão nacional, teria uma redução de
mais de 30% na produção. A laranja quase desapareceria.
Nem todos sabem a extensão da importância das abelhas e muitos
acreditam que sua principal função é produzir mel e produtos como
própolis e cera, mas, na realidade, sua principal atividade reside na
manutenção e no desenvolvimento da biodiversidade, além de serem
essenciais para a produção de alimentos.
Algumas plantas dependem exclusivamente de animais polinizadores para
sua reprodução, enquanto outras se beneficiam, produzindo frutos de
melhor qualidade. Estima-se que 35% da produção agrícola global e 85%
das espécies de plantas nativas dependem, em algum grau, deste trabalho.
Como criar uma cultura de feedback na sua empresa?
As abelhas são amplamente reconhecidas como as mais importantes
polinizadoras em escala global, o que é essencial para a produção de
alimentos e a manutenção da biodiversidade. Estima-se que mais de 90%
das plantas com flores dependem de polinizadores animais, e as abelhas
desempenham um papel crucial nesse processo
Por isso, eu comparo a cultura das abelhas e a de uma organização.
Cada abelha desempenha uma função específica, contribuindo para o
funcionamento harmonioso da colmeia. Ao realizar sua tarefa designada,
seja a polinização das plantas ou outras atividades, cada uma delas
compreende que sua participação é fundamental para o benefício coletivo
da comunidade. Dessa forma, ao desempenhar suas funções dentro do escopo
determinado, a colmeia como um todo experimenta os benefícios
resultantes.
Assim como as formigas, as abelhas são uns dos melhores exemplos
dentro do reino animal de criaturas com excelente habilidade para
desenvolver comunidades bem estruturadas entre si. As colmeias, vistas
como lar para cada grupo de abelhas, operam ao redor de uma rainha
enquanto o restante das abelhas voam em busca de pólen e néctar.
E assim também são as empresas, muitas vezes ao fazer o que nos é
designado, não vemos o todo, mas isso não diminui ou não deveria
diminuir o esforço de nosso trabalho. Nem sempre conseguimos enxergar o
todo, o que não significa que o nosso trabalho não seja importante. O
foco, deve ser sempre no que precisa ser executado, naquilo que fomos
contratados para fazer. Entender a estratégia e poder participar dela,
levará tempo e confiança.
Nas organizações, existem áreas diferentes que devem convergir em
prol de um único objetivo. E aí, é onde muitas vezes os problemas
aparecem. Cada área querendo puxar para si a responsabilidade da
entrega, sem entender que o todo é o mais importante.
É nessa hora que o papel do líder é essencial, ao mostrar aos
colaboradores que, o resultado do todo é mais importante, onde cada um
contribui com a sua parte para polinizar, fazer o mel, a geléia real, e
manter a colmeia viva. Deixar claro os papéis e responsabilidades e o
que se espera de cada pessoa contratada é a essência de uma organização,
que vem sendo deixada de lado por muitas organizações e RHs.
Há décadas, os cientistas têm conhecimento que com o passar dos anos,
as abelhas mudam de funções dentro de uma colmeia. Entretanto,
pesquisas recentes têm mostrado que as “etiquetas químicas” existentes
no DNA de cada espécie exercem papeis importantes na determinação do
plano de carreira de uma abelha, ou seja, para conseguirmos evoluir na
carreira, precisamos de tempo, aprender coisas novas, sem esquecer da
“task at hand”. Muitos colaboradores estão querendo pular etapas de
conhecimento, de aprendizagem e de criação de confiança, nas
organizações e na gestão.
Além da rainha e dos zangões, responsáveis pela reprodução da
colmeia, as abelhas trabalhadoras operam em dois grupos: as forrageiras e
as enfermeiras. Enquanto as primeiras são quem vai atrás de pólen,
néctar e água para a comunidade, as últimas são a grande maioria na
colmeia e trabalham para garantir a segurança da rainha e de suas crias.
Novamente aqui vemos, que, dentro de uma organização, por mais
descentralizada que seja, sempre haverá uma hierarquia, mais
participativa, menos participativa, isso depende muito da cultura que se
é criada dentro da organização, mas cada um precisa primeiramente
cumprir o seu papel.
A cultura de uma organização não se faz com turnover alto, com
pessoas saindo e entrando o tempo inteiro. Nós, colaboradores,
precisamos nos empregar por afinidade, por um grupo de trabalho
colaborativo, por um gestor que é correto, que não delega para a BP de
RH ou ao agilista a gestão de conflitos, ou a falta de entrega da
equipe.
Ouvimos muito: “ Eu não sei fazer”, “Não quero aprender”, “Contrata
alguém que faça porque o fulano é muito bom tecnicamente”. Ai ai ai,
desespero de qualquer gestor de RH! E aí, eu trago para a pauta o
trabalho comunitário. Afinal trabalhamos em equipes, em squads, em áreas
e ninguém é uma ilha, certo?
Em média, uma colméia possui uma população de 10 a 50 mil abelhas trabalhadoras.
Proporcionalmente, as forrageiras representam 30% desse grupo, mas
podem assumir uma fatia maior dependendo de alguns fatores ambientais.
Na época de floração das plantas, por exemplo, mais abelhas se
desenvolvem em forrageiras para aproveitar a oferta aumentada de
alimento.
Ou seja, precisou sair do seu escopo para ajudar um colega, mas não
está na descrição do cargo, faça! Ajudar faz bem ao ser humano, nos faz
crescer, evoluir e no pior dos cenários, você terá aprendido algo novo.
Ajude seu colega, dê ideias, seja empático! Ninguém está bem o tempo
inteiro! Se puder ser gentil, e ajudar, que assim seja.
Uma colmeia opera exclusivamente ao redor de sua abelha-rainha,
responsável por ordenar todas as outras. Sem uma abelha rainha, uma
colônia perde completamente seu ponto de referência e é possível notar
um aumento de agressividade e agitação entre as abelhas. Imagina se todo
mundo saísse dando ordem o tempo inteiro? Não seria o caos? Então sim,
volto a falar que por mais “flat” que seja uma organização, ela precisa
de hierarquia.
Precisa de métricas (que dêem lucro). Sim, vamos endereçar o elefante
na sala: empresas precisam dar lucro, assim como colmeias dependem do
mel para sobreviverem. Não estou dizendo que precisa ser “waterfall”,
nem comando e controle (aliás isso não funciona e não engaja há tempos),
mas também não podemos ir para o outro lado do espectro de que tudo
isso, que é, só querer estrategiar!
É preciso botar a mão na massa sim, fazer o trabalho operacional e tático. Afinal, a gente não ajudou a construir a estratégia?
Agora, quando uma rainha se torna muito velha ou adoece, as abelhas
enfermeiras passam a secretar uma “geleia real” rica em ácidos graxos e
proteínas, alimentando algumas larvas com esse produto. Essa dieta
estimula o crescimento de uma nova abelha-rainha, que assumirá o
controle da comunidade e restabelecerá a paz na colmeia.
O que quero mostrar com esta frase é que sim, muitas vezes, os
líderes já não cabem mais dentro de uma organização, e, cabe ao RH,
junto com as áreas parceiras que apoiam, identificar quando esta
oxigenação se faz necessária.
Cada vez mais, estamos colocando pessoas mais jovens em cadeiras de
liderança. E sim, são pessoas super competentes tecnicamente, mas que
ainda não tem gestão na sua caixa de ferramenta, como ajudamos estes
líderes? Muitas vezes eles são crucificados pela própria equipe por isso
que assim como as abelhas, acho que o talento tem que vir de dentro de
casa. Sim, aqueles programas de sucessão que o RH promove e que muita
gente acha chato.
Dar oportunidade para aqueles colaboradores que saíram da zona de
conforto, que foram se preparando para atividades que não sabiam fazer.
Que foram aprender mais do que técnica, mas a difícil arte de tocar o
coração humano, de ouvir, de fazer o sangue pulsar, de ajudar a acender a
fagulha da motivação.
De mostrar que aquele ser humano pelo qual você se tornou
responsável, não precisa somente da ajuda para uma fórmula de excel ou
ajuda com um código ou um texto. Mas que muitas vezes você líder,
empreste seu ouvido, doe seu tempo. Não estou dizendo que é fácil. Estou
dizendo que funciona!
Para chegar até a fase adulta, a abelha passa por diversas
transformações, chamadas de metamorfose, seguindo a sequência de ovo,
larva, pré-pupa, pupa e adulto. Ao todo, são 21 dias entre a postura e o
nascimento de uma abelha operária, 16 dias para a rainha e 24 dias para
o zangão. Mais uma vez a natureza nos mostra que precisamos passar por
diferentes fases dentro de uma organização.
Que precisamos cimentar o nosso trabalho. Que não dá para sair de um
estagiário para gerência, ou de um júnior para sênior em semanas, em um
ano. Tudo precisa de tempo, é isso que a natureza nos ensina, que a
nossa geração não tolera: esperar pelo tempo certo. Ter paciência.
Quando não proporcionamos uma visão clara de norte, métricas globais
da empresa, métricas de área, métricas de indivíduo, como vamos
comemorar as conquistas? Ou melhor, como saberemos se temos o que
comemorar ou lamentar?
Eu sempre questionei os gestores que trabalharam comigo sobre cada
contratação, sobre o que aquela “cadeira” que estava sendo preenchida
seria responsável por entregar e o que era esperado.
Quando o líder não sabe, ou não consegue mensurar isso, eu penso
novamente sobre a abelha rainha que já está velha para sua função.
Porque nós líderes temos que saber, e sim, é nossa obrigação.
Quando a entrega do resultado não está alinhada com a cultura da
empresa, pode ocorrer o que acontece no mundo das abelhas: um fenômeno
conhecido como enxameação, que é causado por diversos motivos, tais
como: falta de espaço para o desenvolvimento da colméia, favos velhos e
defeituosos, rainhas velhas (neste caso, duas princesas sobreviverão:
uma permanecerá na colmeia e a outra acompanhará metade do enxame para
outro local), instinto “enxameatório”. Portanto, um enxame pode se
dividir (enxameação). E isso, desestrutura a estabilidade de qualquer
organização.
Tudo começa pelo líder. E tudo passa pelo líder. Como está a liderança na sua empresa?
O que as empresas podem aprender com as abelhas
Por Andreia Girardini, especialista em Pessoas e Cultura com mais de
15 anos de experiência na área, atuou em empresas como GetNinjas,
Cargill, Energizer e Endurance International Group. É formada em
Business Management pela Kingston University e pós graduada em Gestão
Estratégica de Pessoas pela FGV, com MBA em Essencial Master Coaching
pelo Ipog.
ESCALANDO NEGÓCIOS DA VALEON
1 – Qual é o seu mercado? Qual é o tamanho dele?
O nosso mercado será atingir os 766 mil habitantes do Vale do
Aço e poder divulgar os produtos / serviços para vocês clientes,
lojistas, prestadores de serviços e profissionais autônomos e obter dos
consumidores e usuários a sua audiência.
A ValeOn atenderá a todos os nichos de mercado da região e
especialmente aos pequenos e microempresários da região que não
conseguem entrar no comércio eletrônico para usufruir dos benefícios que
ele proporciona. Pretendemos cadastrar todas as empresas locais com
CNPJ ou não e coloca-las na internet.
2 – Qual problema a sua empresa está tentando resolver? O mercado já expressou a necessidade dessa solução?
A nossa Plataforma de Compras e Vendas que ora
disponibilizamos para utilização das Empresas, Prestadores de Serviços e
Profissionais Autônomos e para a audiência é um produto inovador sem
concorrentes na região e foi projetada para atender às necessidades
locais e oferecemos condições de adesão muito mais em conta que qualquer
outro meio de comunicação.
Viemos para suprir as demandas da região no que tange a
divulgação de produtos/serviços cuja finalidade é a prestação de
serviços diferenciados para a conquista cada vez maior de mais clientes e
públicos.
O nosso diferencial está focado nas empresas da região ao
resolvermos a dor da falta de comunicação entre as empresas e seus
clientes. Essa dor é resolvida através de uma tecnologia eficiente que
permite que cada empresa / serviços tenha o seu próprio site e possa
expor os seus produtos e promoções para os seus clientes / usuários ao
utilizar a plataforma da ValeOn.
3 – Quais métodos você usará para o crescimento? O seu mercado está propício para esse tipo de crescimento?
Estratégias para o crescimento da nossa empresa
Investimento na satisfação do cliente. Fidelizar é mais barato do que atrair novos clientes.
Equilíbrio financeiro e rentabilidade.
Capital de giro, controle de fluxo de caixa e análises de rentabilidade
são termos que devem fazer parte da rotina de uma empresa que tenha o
objetivo de crescer.
Desenvolvimento de um planejamento
estratégico. Planejar-se estrategicamente é como definir com
antecedência um roteiro de viagem ao destino final.
Investimento em marketing. Sem marketing,
nem gigantes como a Coca-Cola sobreviveriam em um mercado feroz e
competitivo ao extremo.
Recrutamento e gestão de pessoas. Pessoas são sempre o maior patrimônio de uma empresa.
O mercado é um ambiente altamente volátil e competitivo. Para
conquistar o sucesso, os gestores precisam estar conectados às demandas
de consumo e preparados para respondê-las com eficiência.
Para isso, é essencial que os líderes procurem conhecer (e
entender) as preferências do cliente e as tendências em vigor. Em um
cenário em que tudo muda o tempo todo, ignorar as movimentações externas
é um equívoco geralmente fatal.
Planeje-se, portanto, para reservar um tempo dedicado ao
estudo do consumidor e (por que não?) da concorrência. Ao observar as
melhores práticas e conhecer quais têm sido os retornos, assim podemos
identificar oportunidades para melhorar nossa operação e, assim,
desenvolver a bossa empresa.
4 – Quem são seus principais concorrentes e há quanto tempo
eles estão no mercado? Quão grandes eles são comparados à sua empresa?
Descreva suas marcas.
Nossos concorrentes indiretos costumam ser sites da área,
sites de diretório e sites de mídia social. Nós não estamos apenas
competindo com outras marcas – estamos competindo com todos os sites que
desejam nos desconectar do nosso potencial comprador.
Nosso concorrente maior ainda é a comunicação offline que é
formada por meios de comunicação de massa como rádios, propagandas de
TV, revistas, outdoors, panfletos e outras mídias impressas e estão no
mercado há muito tempo, bem antes da nossa Startup Valeon.
5 – Sua empresa está bem estabelecida? Quais práticas e procedimentos são considerados parte da identidade do setor?
A nossa empresa Startup Valeon é bem estabelecida e
concentramos em objetivos financeiros e comerciais de curto prazo,
desconsideramos a concorrência recém chegada no mercado até que deixem
de ser calouros, e ignoramos as pequenas tendências de mercado até que
representem mudanças catastróficas.
“Empresas bem estabelecidas igual à Startp Valeon devemos começar a pensar como disruptores”, diz Paul Earle,
professor leitor adjunto de inovação e empreendedorismo na Kellogg
School. “Não é uma escolha. Toda a nossa existência está em risco”.
6 – Se você quiser superar seus concorrentes, será necessário escalar o seu negócio?
A escalabilidade é um conceito administrativo usado para
identificar as oportunidades de que um negócio aumente o faturamento,
sem que precise alavancar seus custos operacionais em igual medida. Ou
seja: a arte de fazer mais, com menos!
Então, podemos resumir que um empreendimento escalável é
aquele que consegue aumentar sua produtividade, alcance e receita sem
aumentar os gastos. Na maioria dos casos, a escalabilidade é atingida
por conta de boas redes de relacionamento e decisões gerenciais bem
acertadas.
Além disso, vale lembrar que um negócio escalável também
passa por uma fase de otimização, que é o conceito focado em enxugar o
funcionamento de uma empresa, examinando gastos, cortando desperdícios e
eliminando a ociosidade.
Sendo assim, a otimização acaba sendo uma etapa inevitável
até a conquista da escalabilidade. Afinal de contas, é disso que se
trata esse conceito: atingir o máximo de eficiência, aumentando clientes, vendas, projetos e afins, sem expandir os gastos da operação de maneira expressiva.
Pretendemos escalar o nosso negócio que é o site marketplace da Startup Valeon da seguinte forma:
objetivo final em alguma métrica clara, como crescimento percentual em vendas, projetos, clientes e afins;
etapas e práticas que serão tomadas ao longo do ano para alcançar a meta;
decisões acertadas na contratação de novos colaboradores;
gerenciamento de recursos focado em otimização.
Nossos contatos: Fones: (31) 3827-2297 e (31) 98428-0590 (App)
A guerra entre Israel e Hamas, o conflito na Ucrânia e as tensões
crescentes entre China e Irã preveem “uma década mais perigosa” no
mundo, alertou nesta terça-feira (13) o instituto especializado em
defesa IISS.
A edição de 2024 do balanço militar do Instituto Internacional de
Estudos Estratégicos (IISS), sediado em Londres, observa que o mundo
entrou em um “ambiente de segurança altamente volátil” no ano passado.
Esta organização acredita que a situação de instabilidade continuará e
cita também a vitória do Azerbaijão contra os separatistas armênios em
Nagorno-Karabakh ou os golpes de Estado no Níger e no Gabão.
“A atual situação de segurança militar pressagia o que provavelmente
será uma década mais perigosa, caracterizada pelo recurso acentuado por
parte de alguns à força militar para fazer valer suas exigências”,
afirma o documento.
Soma-se a isto “o desejo entre as democracias que compartilham os
mesmos valores de reforçar os laços bilaterais e multilaterais em
questão de defesa, como resposta a esta situação”.
– Conflito na Ucrânia –
No caso do conflito na Ucrânia, quase dois anos após sua
conflagração, o IISS prevê que o Exército russo perdeu cerca de 3.000
carros de combate, o mesmo número que dispunha em fevereiro de 2022.
Segundo o estudo, a Rússia compensou suas perdas recorrendo ao seu
contingente de veículos que não estavam em serviço naquele momento,
sendo forçada a privilegiar a quantidade em detrimento da qualidade.
Por outro lado, a Ucrânia tem conseguido reparar suas perdas em
equipamento militar graças à ajuda ocidental, ganhando em qualidade.
Segundo o relatório, o Exército ucraniano demonstrou “engenhosidade”, sobretudo no Mar Negro, com o uso de drones marinhos.
– Aumento de gastos militares –
Ao todo, os gastos militares no mundo aumentaram 9% no ano passado,
chegando aos US$ 2,2 trilhões (quase R$ 11 trilhões na cotação da
época), um valor sem precedentes, de acordo com o IISS, e que espera
novo aumento em 2024.
A organização explica que este fenômeno se deu, principalmente, devido à guerra na Ucrânia e às tensões em torno da China.
O relatório foi publicado no momento em que o ex-presidente dos
Estados Unidos Donald Trump, levantou a possibilidade de parar de
defender os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan)
que não pagassem suas dívidas.
De acordo com o IISS, apenas 10 dos 31 países-membros desta aliança
atlântica estão cumprindo o objetivo de dedicar 10% do Produto Interno
Bruto (PIB) ao gastos militares, embora 19 o tenham aumentado.
O relatório também observa que Rússia e China dedicam agora mais de
30% de seus gastos públicos ao setor militar, enquanto o Ocidente está
aumentando “lentamente” a sua produção de mísseis e munições, após anos
de investimentos insuficientes.
– China e Irã –
O documento afirma que a China continua a política de modernização de
suas forças estratégicas e de transformação do seu Exército em uma
“força de projeção” capaz de intervir longe das suas fronteiras.
O IISS sinaliza ainda que o Irã está cada vez mais presente em
diversas áreas de conflito, como demonstra o envio de mísseis aos
rebeldes huthis iemenitas, cujos ataques no Mar Vermelho estão afetando o
comércio mundial, bem como o fornecimento de drones à Rússia nos
combates contra a Ucrânia.
VILNIUS (Reuters) – A Rússia está se preparando para um confronto
militar com o Ocidente na próxima década, disse o Serviço de
Inteligência Estrangeira da Estônia na terça-feira.
Um número crescente de autoridades ocidentais alertou sobre uma
ameaça militar da Rússia aos países ao longo do flanco oriental da Otan,
pedindo que a Europa se prepare, rearmando-se.
O chefe do serviço de inteligência disse que a avaliação foi baseada
nos planos russos de dobrar o número de forças estacionadas ao longo de
sua fronteira com os membros da Otan, a Finlândia e os Estados Bálticos
da Estônia, Lituânia e Letônia.
“A Rússia escolheu um caminho que é um confronto de longo prazo (…) e
o Kremlin provavelmente está prevendo um possível conflito com a Otan
na próxima década”, disse Kaupo Rosin aos repórteres durante a
divulgação do relatório de ameaças à segurança nacional da Estônia.
Um ataque militar da Rússia é “altamente improvável” no curto prazo,
disse ele, em parte porque a Rússia tem que manter tropas na Ucrânia, e
continuaria improvável se o aumento das forças russas fosse igualado na
Europa.
“Se não estivermos preparados, a probabilidade (de um ataque militar
russo) será muito maior do que se não houver preparação”, acrescentou
Rosin.
A Estônia e os outros Estados Bálticos aumentaram seus gastos
militares para mais de 2% do valor de suas economias depois que a Rússia
anexou a Crimeia em 2014, e os aliados da Otan aumentaram sua presença
nesses países.
A Alemanha planeja ter 4.800 tropas prontas para o combate na região
até 2027, em seu primeiro destacamento estrangeiro permanente desde a
Segunda Guerra Mundial, e Rosin disse que a Otan e seus aliados estão se
movendo na direção certa para combater a ameaça russa.
Sobre os comentários do candidato à presidência dos EUA Donald Trump,
de que não defenderia os aliados que não gastam o suficiente em defesa,
Rosin disse: “Essas declarações nunca são úteis”.
A capacidade da Rússia de fornecer munição para suas tropas continua a
superar a da Ucrânia e, a menos que o apoio ocidental seja mantido ou
aumentado, é improvável que a Ucrânia consiga mudar a situação no campo
de batalha, acrescentou.
A educação pública brasileira costuma ser um terreno fértil de erros e
inversão de prioridades que geram atrasos e desigualdades, impondo um
horizonte sombrio para milhões de crianças e jovens. O estudo divulgado
recentemente pela Secretaria do Tesouro Nacional (Despesas por Função do Governo Geral)
reafirmou em números um desses equívocos. Mapeando dados consolidados
até 2022, constata-se que, no ensino superior, o Brasil exibe gasto no
padrão de países ricos, enquanto fica aquém em etapas da educação básica
como o ensino fundamental 2 e o ensino médio. Não difere muito nas
despesas com educação infantil e fundamental 1, mas no conjunto de
despesas gerais com a educação (4,49% do Produto Interno Bruto – PIB) o
País fica abaixo de vizinhos da América Latina e de economias avançadas.
É importante notar, de acordo com o estudo, que o Brasil vinha
ampliando sistematicamente o volume de despesas com educação entre 2010 e
2019 – de R$ 397 bilhões para R$ 520 bilhões no período, ainda que
proporcionalmente em relação ao PIB tenha sido verificada uma certa
estabilidade entre 2011 e 2018. Entre 2019 e 2021, no entanto,
iniciou-se um período de redução e, nela, a educação básica foi
especialmente atingida, graças à pandemia de covid-19 e à retração que
se verificou tanto nos governos estaduais e municipais quanto em nível
federal. O ano de 2022 inverteu a trajetória decrescente.
Essa curva não inverte o essencial: em matéria educacional, o Brasil
tem um sistema de transferência de renda e geração de oportunidade às
avessas, distorção que já vem sendo apontada há bastante tempo por
especialistas. Enquanto a uma esmagadora maioria pobre se oferta um
péssimo ensino básico público, a minoria rica tem a seu dispor boas
universidades públicas e gratuitas. Existe padrão internacional nas
escolas privadas, não faltam magníficas exceções entre as escolas
públicas da educação básica e há trágicos exemplos de má qualidade entre
universidades públicas, mas o retrato geral é desabonador, completado e
aprofundado pela defasagem do ensino técnico e profissionalizante.
Isso significa estar na contramão do que ensinam boas práticas
apontadas pela literatura especializada. A lição internacional indica
dois pilares essenciais: prioridade para a educação básica e a
qualificação de professores. No abecedário dos erros do Brasil, falha-se
em ambos.
Em setembro do ano passado, o relatório Education at a Glance,
da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE),
mostrou que desde 2010 o Brasil investe menos de um terço do que os
países ricos para cada aluno da educação básica pública: US$ 3.583 por
aluno/ano, enquanto a média entre as nações desenvolvidas é de US$
10.949. Em contrapartida, o Brasil investe no ensino superior público
quase US$ 14.800 ao ano por aluno, o mesmo valor da média da OCDE, além
de ter um dos menores porcentuais de estudantes matriculados na educação
profissional, considerando os 45 países analisados. Um ano antes, o Anuário Brasileiro da Educação Básica já apontava tendências similares.
Esse pode ser um recado particularmente útil para o presidente Lula
da Silva. As primeiras gestões lulopetistas dedicaram especial atenção à
ampliação de vagas no ensino superior, tanto pela abertura de novas
universidades públicas federais quanto pelos incentivos às universidades
particulares por meio de mecanismos como o Prouni. Lula e o PT se
mostram garbosos até hoje ao falar dos números exuberantes das gestões
anteriores, entre novos campi universitários (181), novas universidades
federais (18) e os chamados institutos federais (422). Obras e
prioridades que jamais se converterão em mudança efetiva para a vida de
crianças e adolescentes diante de uma educação básica que fracassa em
quantidade e qualidade, na atração de recursos e na gestão.
Enquanto alunos de escolas privadas têm desempenho similar ao dos
norte-americanos, a esmagadora maioria que vem da escola pública
ingressa na vida profissional só com as frágeis ferramentas do ensino
básico. Tal descompasso não é uma imposição do destino, e sim o
resultado de más escolhas públicas.
História de STÉFANIE RIGAMONTI • Folha de S. Paulo
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em viagem ao Oriente Médio, o presidente
da Petrobras, Jean Paul Prates, disse nesta terça-feira (13) que que
está construindo uma parceria com o fundo árabe Mubadala Investment
Company para que a estatal brasileira retome a operação da RLAM
(Refinaria Landulpho Alves), de Mataripe, na Bahia.
A refinaria foi privatizada e vendida aos árabes na gestão de Jair
Bolsonaro (PL), em novembro de 2021, dentro da política de
desinvestimentos da Petrobras, iniciada no governo passado. Desde que
chegou à presidência, porém, a equipe de Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
tem tentado barrar essa iniciativa.
Em publicação na X (antigo Twitter), Prates disse que se reuniu, em
Abu Dhabi, capital do Emirados Árabes Unidos, com o presidente do
conselho do Mubadala Capital, Waleed Al Mokarrab Al Muhairi, cuja equipe
gerencial e técnica tem trabalhando há meses para construir uma
parceria que visa recuperar a operação da refinaria de Mataripe.
“Acertamos que nossas equipes intensificarão os trabalhos logo após a
volta dos feriados de Carnaval com vistas a finalizar a nova
configuração societária e operacional ainda neste primeiro semestre de
2024”, disse Prates na publicação.
O presidente da Petrobras, porém, não deu mais detalhes sobre o
negócio. “Demais detalhes e andamentos atuais serão mantidos sob
confidencialidade até a finalização do processo”, declarou.
No mês passado, a Petrobras abriu uma investigação administrativa
para avaliar a venda da refinaria de Mataripe. A investigação foi uma
reação à divulgação de um relatório da CGU (Controladoria-Geral da
União), segundo o qual a venda da refinaria foi feita em uma transação
com baixo preço.
Segundo relatório da CGU, o momento da venda da refinaria ocorreu em
um cenário de “tempestade perfeita”, com pandemia de Covid-19, fraca
previsão de crescimento econômico no Brasil e queda nos preços
internacionais do petróleo impactando o preço do negócio.
Além de tratar da retomada da operação da refinaria pela Petrobras,
Prates disse que também tratou com Waleed a ampliação e o aprimoramento
do empreendimento de biocombustíveis do Mubadala no Brasil.
Como Waleed também é presidente do conselho da Waha Capital e membro
do conselho do First Abu Dhabi Bank, ambos também falaram “dos cenários
do setor de petróleo e gás, bem como os efeitos da transição energética,
seu ritmo realista e seu impacto em empresas estatais tradicionalmente
operadoras de hidrocarbonetos”, afirmou Prates.
Procurada pela Folha, a assessoria da Petrobras não se manifestou até a publicação desta reportagem.
Além de Abu Dhabi, Prates também passou desde a semana passada pela
Índia, onde participou da India Energy Week, e pelo Kwait, onde se
reuniu com o CEO da KUFPEC (Kuwait Foreign Petroleum Exploration Co.),
que abrirá uma subsidiária no Brasil, numa parceria com a Petrobras.
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O comando do Exército decidiu esperar o
término das investigações da Polícia Federal contra militares suspeitos
de envolvimento na trama golpista no fim do governo Jair Bolsonaro (PL)
para abrir processos administrativos sobre possíveis transgressões às
regras das Forças Armadas.
A mesma estratégia foi adotada em casos anteriores, como o do
tenente-coronel Mauro Cid. A espera pelos julgamentos no STF (Supremo
Tribunal Federal), se for longa, pode criar distorções na carreira dos
investigados e possibilitar promoções de suspeitos para altas patentes.
A Força afirmou, em nota, que as investigações são conduzidas pela PF, em inquérito sob sigilo no STF.
“O Exército, enquanto instituição que prima pela legalidade e pela
harmonia entre os demais entes da República, vem colaborando com as
autoridades policiais nas investigações conduzidas. As providências,
quando necessárias, serão tomadas em conformidade com as decisões
jurídicas acerca do assunto.”
A decisão de esperar o desenrolar das investigações e as decisões do
Judiciário é justificada, internamente, pela necessidade de entender se
as suspeitas levantadas pela Polícia Federal serão confirmadas no
término do inquérito.
Segundo generais ouvidos pela reportagem, abrir processos internos
contra militares alvos de buscas e apreensões sem ter acesso às provas
poderia resultar em procedimentos vazios.
O Código Penal Militar define, no artigo 99, que o militar condenado a
pena privativa de liberdade por tempo superior a dois anos deverá
perder o posto e a patente. A depender do crime, ele ainda pode ser
considerado indigno para o oficialato.
Em ambos os casos, o militar expulso das Forças Armadas será
considerado um morto fictício e parte do salário que recebia da
corporação será repassado à família a título de pensão.
Conforme o artigo 20 da lei que dispõe sobre as pensões militares (nº
3.765, de 1960), “o oficial da ativa, da reserva remunerada ou
reformado, contribuinte obrigatório da pensão militar, que perder posto e
patente deixará aos seus beneficiários a pensão militar correspondente
ao posto que possuía, com valor proporcional ao tempo de serviço”.
Enquanto os militares investigados não forem denunciados, eles podem
seguir com a contagem do tempo de serviço e têm caminho livre para
concorrer às promoções. É o caso de Mauro Cid e seu colega de turma na
Aman (Academia Militar das Agulhas Negras) Guilherme Marques Almeida,
alvo da operação da PF na última quinta-feira (8). Os dois estão na
disputa pela promoção a coronel no ciclo que se inicia em abril.
Marques Almeida era o comandante do 1º Batalhão de Operações
Psicológicas do Exército, com sede em Goiânia (GO), quando policiais
federais bateram à porta para realizar buscas contra o militar.
Ele é apontado pela investigação da Polícia Federal como um dos
integrantes do núcleo de desinformação e ataque ao sistema eleitoral que
“teria atuado, prioritariamente, na produção, divulgação e amplificação
de notícias falsas e de estudos quanto à falta de lisura das eleições
presidenciais de 2022”.
Sete militares da ativa do Exército foram alvos da operação da última
quinta-feira. Por decisão do ministro Alexandre de Moraes, os
investigados foram afastados de suas funções e devem permanecer nos
quadros da Força sem exercer nenhuma atividade, mas recebendo os
salários.
Esses militares só terão as carreiras congeladas e serão impedidos de
disputar promoções se forem denunciados pela PGR (Procuradoria-Geral da
República).
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O comando do Exército decidiu esperar o
término das investigações da Polícia Federal contra militares suspeitos
de envolvimento na trama golpista no fim do governo Jair Bolsonaro (PL)
para abrir processos administrativos sobre possíveis transgressões às
regras das Forças Armadas.
A mesma estratégia foi adotada em casos anteriores, como o do
tenente-coronel Mauro Cid. A espera pelos julgamentos no STF (Supremo
Tribunal Federal), se for longa, pode criar distorções na carreira dos
investigados e possibilitar promoções de suspeitos para altas patentes.
A Força afirmou, em nota, que as investigações são conduzidas pela PF, em inquérito sob sigilo no STF.
“O Exército, enquanto instituição que prima pela legalidade e pela
harmonia entre os demais entes da República, vem colaborando com as
autoridades policiais nas investigações conduzidas. As providências,
quando necessárias, serão tomadas em conformidade com as decisões
jurídicas acerca do assunto.”
A decisão de esperar o desenrolar das investigações e as decisões do
Judiciário é justificada, internamente, pela necessidade de entender se
as suspeitas levantadas pela Polícia Federal serão confirmadas no
término do inquérito.
Segundo generais ouvidos pela reportagem, abrir processos internos
contra militares alvos de buscas e apreensões sem ter acesso às provas
poderia resultar em procedimentos vazios.
O Código Penal Militar define, no artigo 99, que o militar condenado a
pena privativa de liberdade por tempo superior a dois anos deverá
perder o posto e a patente. A depender do crime, ele ainda pode ser
considerado indigno para o oficialato.
Em ambos os casos, o militar expulso das Forças Armadas será
considerado um morto fictício e parte do salário que recebia da
corporação será repassado à família a título de pensão.
Conforme o artigo 20 da lei que dispõe sobre as pensões militares (nº
3.765, de 1960), “o oficial da ativa, da reserva remunerada ou
reformado, contribuinte obrigatório da pensão militar, que perder posto e
patente deixará aos seus beneficiários a pensão militar correspondente
ao posto que possuía, com valor proporcional ao tempo de serviço”.
Enquanto os militares investigados não forem denunciados, eles podem
seguir com a contagem do tempo de serviço e têm caminho livre para
concorrer às promoções. É o caso de Mauro Cid e seu colega de turma na
Aman (Academia Militar das Agulhas Negras) Guilherme Marques Almeida,
alvo da operação da PF na última quinta-feira (8). Os dois estão na
disputa pela promoção a coronel no ciclo que se inicia em abril.
Marques Almeida era o comandante do 1º Batalhão de Operações
Psicológicas do Exército, com sede em Goiânia (GO), quando policiais
federais bateram à porta para realizar buscas contra o militar.
Ele é apontado pela investigação da Polícia Federal como um dos
integrantes do núcleo de desinformação e ataque ao sistema eleitoral que
“teria atuado, prioritariamente, na produção, divulgação e amplificação
de notícias falsas e de estudos quanto à falta de lisura das eleições
presidenciais de 2022”.
Sete militares da ativa do Exército foram alvos da operação da última
quinta-feira. Por decisão do ministro Alexandre de Moraes, os
investigados foram afastados de suas funções e devem permanecer nos
quadros da Força sem exercer nenhuma atividade, mas recebendo os
salários.
Esses militares só terão as carreiras congeladas e serão impedidos de
disputar promoções se forem denunciados pela PGR (Procuradoria-Geral da
República).