Categorias do funcionalismo pressionam pela criação de mais benefícios que aumentem as remunerações no fim do mês
Por Daniel Weterman – Jornal Estadão
BRASÍLIA – Não bastassem os penduricalhos que criam uma elite do
funcionalismo público, categorias pressionam por mais benefícios que
turbinem os salários no fim do mês. A movimentação pode ampliar os
gastos com esse tipo de pagamento e a desigualdade de remuneração entre
os Poderes.
O custo dos benefícios que não fazem parte do salário bruto de
juízes, procuradores e promotores foi de R$ 9,3 bilhões em 2023, de
acordo com a ONG Transparência Brasil. Na conta, não entram apenas
penduricalhos, mas todos os gastos com auxílio-moradia, compensação por
acúmulo de serviço, pagamento por dias de folga não tirada e outras
vantagens.
Uma das medidas em discussão que pode ampliar esses gastos é a volta
do quinquênio, um bônus na remuneração de juízes e procuradores pago a
cada cinco anos de serviços. O pagamento foi extinto em 2003, mas uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) quer a volta do pagamento, com impacto que varia de R$ 2 bilhões até R$ 10 bilhões por ano aos cofres públicos, a depender da extensão.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) defende a PEC. A proposta foi solicitada pelo ministro Luiz Fux,
do Supremo Tribunal Federal (STF), quando ele era presidente da Corte.
Em troca, o Senado pautaria o projeto de lei que acaba com os
supersalários no funcionalismo público. A limitação, no entanto, pode
ser neutralizada com a volta do bônus dos cinco anos.
A medida não é consenso e enfrenta resistências do governo federal,
pois pode tirar dinheiro de outras áreas. O que antes era expresso
apenas nos bastidores se tornou público. “Eu não sei se alguém já fez
essa conta. A conta é estratosférica, até porque é retroativa a todos os
aposentados. Fora as outras categorias, que vão vir na fila, não é?
Porque puxa um, ninguém segura o resto”, afirmou o líder do governo no
Senado, Jaques Wagner (PT-BA), durante um debate na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), em novembro do ano passado.
Antes mesmo da PEC, alguns tribunais autorizaram pagamentos
retroativos a juízes que começaram a carreira antes da mudança entrar em
vigor, como no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul. O Conselho da
Justiça Federal (CJF), órgão que administra e fiscaliza os tribunais
federais, restabeleceu o pagamento de parcelas vencidas em novembro de
2022. O assunto foi parar no STF, que ainda não julgou a ação.
Auditores querem aumentar valor de bônus na Receita Federal
Na fila dos próximos penduricalhos, também há o bônus por produtividade e eficiência da Receita Federal.
Os funcionários do órgão são responsáveis por acompanhar e fiscalizar o
pagamento de impostos no Brasil. Conforme a produção, podem ganhar
mais. Esse benefício representa um custo de R$ 1,1 bilhão por ano para a
União, mas pode ser aumentado. O valor é alvo de disputa entre a
categoria e o governo federal. Os servidores querem ganhar mais.
Foi sempre difícil estabelecer o que era estratégia ou fantasia na cabeça do personagem político Jair Bolsonaro. Sempre pareceu mais “sentir” do que “pensar” em como agir.
Juntou delírios (como o negacionismo da ciência) a uma por vezes
precisa avaliação da realidade política e social, como foi a descrição
que fez, no já famoso vídeo da reunião ministerial de julho de 2022, da própria vitória em 2018. “Foi uma cagada”, disse.
Ao
convocar ato para o dia 25, Bolsonaro parece querer dar o impulso
necessário para que parlamentares encampem enfrentamento ao Judiciário Foto: Felipe Rau/Estadão
De fato, é uma boa definição da excepcionalidade da conjunção de
fatores que o permitiu derrotar as engrenagens políticas, o “sistema”,
as previsões. De lá para cá, Bolsonaro parece ter acreditado que a
excepcionalidade sempre se repetiria a seu favor.
Na leitura que faz hoje da realidade política, há um componente de
cálculo a partir de fatos, e menos esperanças de que eventuais “milhões”
na Paulista no dia 25 o livrem da cadeia. O ex-presidente conta com uma
considerável corrente dentro do Congresso disposta a peitar o STF.
Por sua vez, os parlamentares ecoam em parte uma disseminada visão
crítica do Judiciário em geral e do STF em particular em amplos setores
da sociedade. Que se alastra por confissões religiosas (discussão sobre
aborto), categorias profissionais, segmentos da economia (especialmente o
agro) e talvez configure o principal elo de “conexão” das narrativas
radicais bolsonaristas com espectros mais amplos da opinião pública.
Talvez o que Bolsonaro espere do chamado às ruas seja dar ao
Congresso um tipo de “impulso popular” para seguir adiante na tramitação
de medidas voltadas para “cercar” a atividade do STF. Além, claro, de
solidificar sua imagem de “vítima”, algo que seu principal adversário
soube tão bem explorar a vida política inteira.
Figuras influentes dentro do Supremo perceberam há tempos o tipo de
armadilha política na qual a Corte acabou caindo. E têm reiterado a
necessidade de retorno à “normalidade” jurídica (qual? quando?) e de
evitar a qualquer custo a ideia de “fazer história” e conduzir a
sociedade para onde ela mesma não sabe que deveria ir.
O problema é que fazer o gênio voltar para a garrafa não depende mais
da postura individual de um ministro como Alexandre de Moraes e seus
inquéritos e investigações. O dinamismo político disso tudo é próprio e
dificilmente se controla.
O alvo é o bolsonarismo, sua principal figura política e o que
tentaram armar. Bolsonaro insiste na linha de defesa de afirmar que tudo
não passa de uma grande armação política, com o STF aliado ao atual
governo de esquerda. O problema é que milhões pensam e sentem como ele.
Participantes da pesquisa demonstram preferência por híbridos e elétricos. Foto: Envato Elements
Uma pesquisa feita pela OLX em parceria com a MindMiners, e enviada
em primeira mão ao E-Investidor, apontou que cerca de 71% dos 500
entrevistados avaliam a compra de um modelo híbrido ou elétrico em 2024
O levantamento teve 52% de participantes mulheres e 48% de homens, com pelo menos 18 anos, de todas as classes sociais
A economia com carros elétricos e híbridos é notória – esses modelos
fazem cerca de 300 a 400 quilômetros por carga, segundo Alexandre
Ripamonti, professor de finanças e economia da ESPM. Cada carga pode
custar entre R$ 30 a R$ 90, dependendo do local de abastecimento
O interesse por carros híbridos e elétricos vem crescendo no Brasil. Uma pesquisa feita pela OLX em parceria com a MindMiners, e enviada em primeira mão ao E-Investidor,
apontou que cerca de 71% dos 500 entrevistados avaliam a compra de um
modelo híbrido (abastecido tanto com eletricidade quanto combustível
comum) e/ou elétrico em 2024.
Entre estes, 14% pensam em adquirir um veículo 100% elétrico, 27%
somente híbrido e 30% considera os dois modelos. Na outra ponta, apenas
29% afirmou não ter pretensão de obter nenhuma das duas categorias. O
levantamento teve 52% de participantes mulheres e 48% de homens, com
pelo menos 18 anos, de todas as classes sociais.
De acordo com Alexandre Ripamonti, professor de finanças e economia
da ESPM, esse panorama não é uma surpresa. Isto porque, apesar de em
média 50% mais caros do que os carros à combustão, os elétricos e
híbridos tendem a promover uma grande economia ao proprietário.
Segundo Ripamonti, atualmente um carro 100% elétrico faz, em média,
de 300 a 400 quilômetros por carga. O custo de cada carga pode variar
entre R$ 30 a R$ 50, em caso de utilização de energia da própria
residência em carregador específico para a recarga, a cerca de R$ 90
para carregamento em postos de carga rápida.
Para rodar a mesma distância com um veículo à combustão, o gasto
ficaria entre R$ 166,8 e R$ 222,40, considerando o consumo médio de 10
km por litro e o preço médio do litro de gasolina no Brasil a R$ 5,56,
de acordo com dados da Petrobras.
“Entre os três modelos, mais vantajoso financeiramente é o 100%
elétrico”, afirma Ripamonti. Entretanto, a desvantagem destes carros é
de que os postos de recarga são limitados e concentrados principalmente
no Sudeste do país. Vale lembrar que, entre os respondentes da pesquisa
da OLX, cerca de 48% dos respondentes são do sudeste, 23% do nordeste,
15% do sul, 9% moram no centro oeste e 5% no norte.
“Essa rede de carregamento para carros elétricos está se expandindo
agora, mas ainda é muito restrita. Então, se você tiver um carro
elétrico e quiser ir para um lugar mais longe, terá que se programar
muito bem antes para, no caminho, saber quais são os pontos de recarga”,
diz Ripamonti.
É também preciso entender que cada marca de carro elétrico possui um
modelo de recarga específico. “De uma forma geral, isto dificulta a
recarga dos carros puramente elétricos, porque você precisa ter estações
distribuídas. A não ser que você faça percursos pequenos e tenha
condições até mesmo de abastecer em uma única cidade”, ressalta Antônio
Jorge Martins, professor de MBAs da FGV.
Por isso que o modelo híbrido parece ser mais interessante para quem
quer unir economia no dia a dia e não precisar se preocupar em depender
de postos específicos de recarga, principalmente em uma viagem mais
longa. Contudo, essa categoria é ainda mais cara do que os 100%
elétricos – o veículo híbrido mais barato do Brasil, o Hyundai Ioniq, custa R$ 149 mil. Já o elétrico mais barato, o Caoa Chery iCar, custa cerca de R$ 119,9 mil, segundo levantamento feito pelo Jornal do Carro, do Estadão.
Segundo Antônio Jorge Martins, professor de MBAs da FGV, outro ponto a
ser considerado é o custo de manutenção dos elétricos e híbridos, que
tende a ser mais elevado. O especialista ressalta que o preço de uma
bateria pode representar de 40% a 60% do preço do veículo, dependendo da
marca.
Fim do carro à combustão?
A diferença de preço de um carro híbrido ou 100% elétrico para um carro à combustão ainda é considerável. Segundo o Jornal do Carro,
o veículo comum mais barato do Brasil em 2024 é o Renault Kwid, de R$
71,1 mil. Entretanto, fatores como a economia no abastecimento estão
pesando mais na escolha dos consumidores.
“A pesquisa aponta que 66% dos entrevistados consideram a
possibilidade de pagar mais caro por um veículo híbrido ou elétrico e,
dentre os consumidores da Geração Z, chega a 73%. Isso nos leva a
concluir que, apesar dos desafios econômicos, os brasileiros preferem
investir em carro mais caro, mas que tenha combustível mais barato e
tecnologia avançada”, afirma o VP Comercial de Autos do Grupo OLX,
Flávio Passos.
Para 68% dos entrevistados, por exemplo, o consumo de combustível é o
fator mais importante na hora de escolher um carro novo. O custo de
manutenção é a segunda resposta mais citada, apontado por 66%. As
principais motivações técnicas para trocar de carro, por sua vez, são a
necessidade de um carro melhor (37%), seguido pelo fato de o veículo
estar velho (35%) e a busca por novas tecnologias (33%) – quesito que
contempla a questão dos novos carros elétricos e híbridos.
Perguntados sobre o quão mais estão dispostos a pagar, a maioria
(36%) pensa em um custo adicional de 20%, isto entre os que já têm
carros e os que não tem.
“Os fabricantes de carros à combustão estão com um enorme desafio,
que é conseguir um carro à combustão que seja mais eficiente e não polua
o meio ambiente. É um desafio tecnológico, que mudaria toda a estrutura
de produção desses carros”, afirma Ripamonti. “Mas como é uma tendência
mundial e está ligada com as metas de desenvolvimento sustentável da
ONU, eu acredito que os carros a combustão, pelo menos nos principais
mercados, Estados Unidos e Europa, tendam a diminuir muito de
quantidade.”
Se os veículos à combustão tendem a perder espaço, o aumento da
concorrência entre fabricantes de elétricos e híbridos deve fazer com
que os preços destes modelos encolham com o passar dos anos. Hoje,
existem fabricantes como a BYD, Renault, Caoa Chery, Volvo e Renault
atuando no Brasil. A expectativa é de que cada vez mais fábricas passem a
ter opções de elétricos e híbridos, especialmente as fabricantes
chinesas.
“Espera-se que agora, no início de 2024, a BYD lance um veículo
elétrico de pequeno porte e com preço da ordem de R$ 100 mil”, afirma
Jorge Martins, professor de MBAs da FGV. “ Antes mesmo do lançamento
desse novo veículo da BYD, já vejo outras montadoras reduzindo o preço
do seu veículo elétrico.”
Um sonho distante?
Apesar da preferência por elétricos e híbridos, a maior parte dos
respondentes pretende investir na compra um valor substancialmente
abaixo dos preços atuais desses carros no mercado. Entre os
entrevistados que não têm veículo e planejam comprar um, 42% pretendem
investir até R$ 30 mil. Já entre as pessoas proprietárias, a maioria
pretende investir entre R$ 31 mil e R$ 80 mil.
De acordo com a pesquisa da OLX, a modalidade de financiamento
parcial é o mais visado pelos proprietários de veículos (47%), uma vez
que podem utilizar o atual automóvel como parte do pagamento. A maior
parte desses participantes (82%) disse que pretende usar o valor da
venda para esse fim.
Entre os que ainda não têm carro, 31% preferem o financiamento
parcial, 30% pretendem pagar à vista e 29% almejam o financiamento
total.
O presidencialismo é vulnerável à chantagem parlamentar – um
problema não apenas brasileiro. Que tal mudar para o parlamentarismo, em
que o chefe do Executivo tem necessariamente a maioria para governar?
Arthur Lira,
o todo-poderoso chefão da Câmara dos Deputados, teve um Carnaval mais
do que especial. No Sambódromo do Rio de Janeiro, ele desfilou pela
Beija-Flor, que homenageou a cidade de Maceió, parte do “reino de Lira”.
Para isso, o prefeito maceioense, João Henrique Caldas, conhecido como
JHC, um amigo político de Lira, mandou 8 milhões de reais para a escola
de samba carioca. Parte dessa grana, segundo o prefeito (conforme
comunicado da prefeitura), viria de emendas
As emendas parlamentares são recursos aplicados conforme a vontade de
cada parlamentar, privilegiando suas bases eleitorais. E tais emendas
fazem a festa no “reino de Lira”. Para o atual ano de 2024, o Congresso
aprovou o valor recorde de 53 bilhões de reais em emendas parlamentares,
um grande aumento sobre os já bem gordos 37,3 bilhões de reais do ano
passado. O aumento do valor reflete o poder cada vez maior do Congresso
sobre o orçamento. Em nenhum outro país do mundo, os parlamentares
conseguem interferir tanto no orçamento como aqui no Brasil.
As emendas se fortaleceram em 2015, quando a fraqueza do governo
Dilma acordou a fome dos congressistas. Desde então, tal fome dos
parlamentares só aumentou. Eles sabem que o presidente Lula precisa da
cooperação do Congresso para conseguir realizar suas políticas – fato
inerente do presidencialismo brasileiro. O que culminou no mensalão do
governo Lula (2005) uma mesada paga a deputados para votarem a favor de
projetos de interesse do Poder Executivo. Hoje, o governo procura
garantir os votos de forma mais institucionalizada e legalizada.
Mas o problema, no fundo, continua o mesmo. Tanto o presidente quanto
os parlamentares foram eleitos de forma direta pelo povo. A ideia era
aplicar o sistema de freios e contrapesos, quer dizer: em uma divisão
dos poderes, um poder fiscaliza o outro. Mas, na realidade, deixa o
sistema vulnerável a bloqueios, que só se resolvem através de barganhas.
Pois o partido do presidente não tem maioria no Congresso.
Vemos um cenário semelhante atualmente na Argentina, onde o novo
presidente Javier Milei não tem uma maioria para transformar suas ideias
libertárias em leis. Partiu, portanto, para a fase 2, que é o
xingamento dos parlamentares como “traidores da pátria”. E ameaça
governar por plebiscitos. Só que eles não são vinculativos quando a
iniciativa vem do presidente e não do Congresso. Assim, Milei pode logo
virar um lame duck, ou seja, carta fora do baralho da política Argentina.
Impasse semelhante se vê nos Estados Unidos, onde partes do Partido
Republicano no Congresso bloqueiam os pacotes de ajuda financeira do
governo de Joe Biden à Ucrania, Israel, Palestina e Taiwan. Resta ao
presidente Biden apenas fazer apelos. Brasil, Argentina e Estados Unidos
– três exemplos que mostram como o presidencialismo dificulta a
capacidade do Executivo de botar em prática suas políticas.
Diferente do parlamentarismo, em que a maioria do Parlamento elege o
chefe do Executivo. Para manter o governo vivo, a maioria parlamentar
precisa prevalecer. Pois quando ela se perde, o governo cai. Assim,
garante-se que o governo tenha a maioria necessária para tocar o barco
da governabilidade.
Sei que a ideia de trocar o presidencialismo pelo parlamentarismo é
um tema antigo no Brasil, discutido e votado há trinta anos, quando uma
maioria optou pelo presidencialismo. Escuto muitas vezes que o
parlamentarismo não funcionaria no Brasil, devido à má qualidade dos
partidos, que, muitas vezes, não têm ideologia, mas seguem os lemas do
fisiologismo. Quero dizer: as trocas de favores em detrimento do bem
comum.
Se isso é verdade, me parece mais um argumento para o
parlamentarismo. Pois só a disciplina exigida para manter a base
governamental neste sistema pode enfraquecer o fisiologismo – que, no
sistema do presidencialismo, corre solto. Ou, melhor dizendo: nestes
tempos de Carnaval, samba solto na cara dos brasileiros.
Thomas Milz saiu da casa de seus pais protestantes há quase 20
anos e se mudou para o país mais católico do mundo. Tem mestrado em
Ciências Políticas e História da América Latina e, há 15 anos, trabalha
como jornalista e fotógrafo para veículos como a agência de notícias KNA
e o jornal Neue Zürcher Zeitung. É pai de uma menina nascida em 2012 em Salvador. Depois de uma década em São Paulo, mora no Rio de Janeiro há quatro anos.
O texto reflete a opinião do autor, não necessariamente a da DW.
Dois detentos escaparam de penitenciária de
Mossoró (RN) – caso inédito na rede federal; Brasil tem cinco unidades
desse tipo, que abrigam líderes de facções criminosas
Por Rariane Costa – Jornal Estadão
O Brasil tem cinco penitenciárias federais de segurança máxima. Pela primeira vez na história, uma dessas unidades, a de Mossoró (RN), registrou uma fuga: dois detentos escaparam na manhã desta quarta-feira, 14. O caso abriu a primeira crise de Ricardo Lewandowski à frente do Ministério da Justiça e da Segurança Pública – ele ordenou um pente-fino em todo o sistema.
Penitência federal de segurança máxima de Brasília (DF), localizada ao lado do complexo estadual da Papuda (27/3/2019) Foto: Jorge F/Depen
As autoridades locais também iniciaram uma operação de buscas, que
inclui varredura nas divisas do Rio Grande do Norte, aumento do
policiamento e uso da própria prisão como heliponto.
Segundo a Secretaria Nacional de Políticas Penais, entre os objetivos
dos presídios federais, criados a partir de 2006, é combater o crime
organizado, isolando suas lideranças e presos de alta periculosidade.
Distribuídas em diferentes regiões do país, as penitenciárias
federais estão em Catanduvas (PR), Campo Grande (MS), Porto Velho (RO),
Mossoró (RN) e Brasília (DF). A distribuição faz parte da estratégia de
desarticular e dificultar possíveis comunicações entre organizações
criminosas.
Dois detentos fugirão da prisão de segurança máxima de Mossoró, em Rio Grande do Norte. Foto: Presidio Federal de Mossoro/Facebook
Essas unidades abrigam, por exemplo, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado como um dos líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC) e Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, apontado como uma das lideranças do Comando Vermelho(CV). As autoridades investigam a ligação dos dois fugitivos de Mossoró com o CV.
Os detentos ficam presos em celas de 6m², sem companhia e com apenas
cama, sanitário, pia, chuveiro mesa e assento no ambiente. Visitas,
sejam de familiares, amigos ou advogados, são permitidas apenas por
parlatório ou videoconferência.
Não há, de acordo com a pasta federal, tomadas elétricas e a energia
do chuveiro e das lâmpadas são ativadas e desativadas em horários
determinados.
As restrições fazem parte de uma série de medidas que integram um
rigoroso sistema de segurança – que agora foi colocado em xeque. De
acordo com a Secretaria Nacional de Políticas Penais, os presídios
federais padronizam os protocolos de segurança nas unidades, ou seja,
todas seguem os mesmos critérios de fiscalização diária. Entre os
principais pontos estão:
Preso ser revistado todas as vezes que deixa seu dormitório;
A cela é revistada todas as vezes em que ele se retira;
O preso permanece algemado quando está em deslocamento pelo estabelecimento;
O preso não tem acesso a meios de comunicação externos;
Os procedimentos bem como os deslocamentos com o preso são realizados por, pelo menos, dois agentes;
Os procedimentos e toda a rotina da cadeia são monitorados por circuito interno de câmeras;
Agentes de inteligência da penitenciária federal monitoram o
circuito de câmeras por meio de uma espécie de “Big Brother”. As imagens
capturadas são transmitidas ao vivo para a sede da Senappen em
Brasília, onde outra equipe de inteligência também acompanha a rotina
das cinco penitenciárias.
Estão incluídos na rotina do preso ainda seis refeições e duas horas
de banho de sol por dia. Atividades educacionais e atendimentos médicos
também estão previstos conforme as necessidades de cada detento.
Os agentes levam armamento letal e menos letal; body scan, raio-x
e detector de metais para revista pessoal e material; sistemas de
vigilância por áudio e vídeo; equipamentos de segurança e de
inteligência; além de estrutura física reforçada contra tentativas de
invasão e fuga.
Ambas as doenças podem provocar febre e dor no corpo; para diagnóstico adequado, são necessários exames específicos
Por Lara Castelo – Jornal Estadão
O número de casos de covid-19 registrados
na cidade de São Paulo mais que triplicou entre a primeira semana
epidemiológica de 2024, que vai de 31 de dezembro de 2023 a 6 de janeiro
de 2024, e a sexta, que compreende o período de 4 a 10 de fevereiro de
2024. No período, de acordo com o painel interativo da Secretaria
Municipal de Saúde (SMS), o número de casos passou de 881 para 3.443.
Para o infectologista David Uip, diretor nacional de infectologia da
Rede D’Or, devem haver ainda mais casos. “Como grande parte dos testes
são feitos em casa e não são informados ao governo, os números apontados
pelos órgãos de saúde tendem a ser menores que a realidade”, esclarece.
Para a infectologista Emy Gouveia, do Hospital Albert Einstein, de
São Paulo, o aumento dos casos de covid-19 nas últimas semanas está
associado à circulação de uma nova variante do vírus no País. “A
variante JN.1 da ômicron chegou ao Brasil no final de 2023, e sempre que
há a chegada de uma nova variante, há a possibilidade de aumento de
casos”, comenta.
Com o carnaval, o cenário deve piorar em todo o Brasil, de acordo com
o infectologista Renato Grinbaum, da Sociedade Brasileira de
Infectologia (SBI). “O vírus da covid-19 é transmitido através da
exposição de fluídos respiratórios contaminados, o que é favorecido
devido às aglomerações típicas desse período”, explica.
Essa alta no número de casos de covid, contudo, não deve resultar em
uma maior ocorrência de quadros graves da doença, de acordo com
Grinbaum. “Diferente do que aconteceu durante a pandemia, hoje grande
parte da população já teve contato com o vírus e está vacinada – e
consequentemente, mais protegida”, pontua.
Casos
de covid-19 voltaram a subir no Brasil e, hoje, um dos principais
sintomas é a dor de garganta. Em caso de contaminação, é importante usar
máscaras. Foto: Adobe Stock
O que fazer se o diagnóstico de covid-19 for positivo?
Segundo a especialista do Einstein, se for circular em espaços
públicos, nesse caso é importante usar máscara cirúrgica bem acoplada ao
rosto. Também é indicado evitar entrar em contato com indivíduos com
riscos de complicações, como idosos, imunodeprimidos, pessoas com
comorbidades e gestantes.
Caso seja possível fazer o isolamento social em casa, Emy diz que o
ideal é ficar sete dias afastado. Se, ao final desse período, o paciente
não tiver febre sem o uso de antitérmicos e perceber melhora dos
sintomas respiratórios, pode sair do isolamento. Agora, se no quinto dia
a pessoa estiver sem febre há pelo menos 24 horas sem uso de
antitérmicos e perceber melhora dos sintomas, até pode sair do
isolamento, desde que faça um teste que dê negativo. Se o paciente for
considerado imunodeprimido, vale uma conversa com o médico.
Se apresentar sintomas de gravidade, como falta de ar, dor no peito e
prostração, é fundamental que o paciente procure um médico para seguir
com o tratamento adequado, segundo a especialista.
Como saber se é dengue ou covid?
A dengue é uma doença que está em disparada no Brasil. Só que alguns de seus sintomas iniciais costumam
ser semelhantes aos da covid-19, o que pode causar confusão. “Nos dois
casos, é comum sentir febre, dor no corpo e mal estar. Por isso, é
necessário que os especialistas do sistema de saúde estejam bem
preparados para realizar o diagnóstico de forma adequada”, pontua Uip.
Justamente pela similaridade de sintomas, a diferenciação entre
dengue e covid-19 é feita por avaliação do médico e exames laboratoriais
específicos, segundo Emy. Ela comenta ainda sobre a possibilidade de
uma infecção pelos dois vírus ao mesmo tempo, o que implica ainda mais a
necessidade de buscar um médico para realizar o tratamento adequado.
Em contrapartida, segundo Uip, há sintomas mais característicos
observados nos pacientes de cada doença. “Na dengue, o mais comum é
sentir uma sensação de ‘quebra de ossos’, uma dor muito forte no corpo;
já nos casos de covid-19, temos visto principalmente dor de garganta,
diferente do que acontecia na pandemia, quando predominava falta de ar”,
compara.
Para Grinbaum, outro ponto importante é que a covid-19, diferente da
dengue, costuma ocasionar sintomas respiratórios, como tosse
persistente, dor de garganta e coriza.
Confira os sintomas mais (e menos) comuns
Sintomas mais comuns da covid-19
Febre;
Cansaço;
Tosse seca.
Sintomas menos comuns da covid-19:
Perda de paladar ou olfato;
Congestão nasal;
Conjuntivite;
Dor de garganta;
Dor de cabeça;
Dores musculares;
Erupção cutânea;
Náusea ou vômito, diarreia;
Calafrio ou tonturas.
Sintomas mais comuns da dengue:
Febre alta;
Dor no corpo e nas articulações;
Dor atrás dos olhos;
Mal-estar;
Dor de cabeça;
Manchas vermelhas no corpo.
Sinais de alarme da dengue são caracterizados principalmente por:
Andreia Girardini, especialista em Pessoas e Cultura com mais de 15 anos de experiência na área
Nós colaboradores, muitas vezes criticamos nosso papel nas empresas
que atuamos e também na vida, sem entender que somos muito parecidos com
as abelhas de uma colméia.
Não fez sentido? Eu vou me explicar.
Você gosta de frutas e legumes? Se a resposta é sim, você gosta do
que as abelhas fazem. Esses e muitos outros vegetais não existiriam ou
seriam muito diferentes sem a polinização feita por esses insetos. O
café por exemplo, bebida que é paixão nacional, teria uma redução de
mais de 30% na produção. A laranja quase desapareceria.
Nem todos sabem a extensão da importância das abelhas e muitos
acreditam que sua principal função é produzir mel e produtos como
própolis e cera, mas, na realidade, sua principal atividade reside na
manutenção e no desenvolvimento da biodiversidade, além de serem
essenciais para a produção de alimentos.
Algumas plantas dependem exclusivamente de animais polinizadores para
sua reprodução, enquanto outras se beneficiam, produzindo frutos de
melhor qualidade. Estima-se que 35% da produção agrícola global e 85%
das espécies de plantas nativas dependem, em algum grau, deste trabalho.
Como criar uma cultura de feedback na sua empresa?
As abelhas são amplamente reconhecidas como as mais importantes
polinizadoras em escala global, o que é essencial para a produção de
alimentos e a manutenção da biodiversidade. Estima-se que mais de 90%
das plantas com flores dependem de polinizadores animais, e as abelhas
desempenham um papel crucial nesse processo
Por isso, eu comparo a cultura das abelhas e a de uma organização.
Cada abelha desempenha uma função específica, contribuindo para o
funcionamento harmonioso da colmeia. Ao realizar sua tarefa designada,
seja a polinização das plantas ou outras atividades, cada uma delas
compreende que sua participação é fundamental para o benefício coletivo
da comunidade. Dessa forma, ao desempenhar suas funções dentro do escopo
determinado, a colmeia como um todo experimenta os benefícios
resultantes.
Assim como as formigas, as abelhas são uns dos melhores exemplos
dentro do reino animal de criaturas com excelente habilidade para
desenvolver comunidades bem estruturadas entre si. As colmeias, vistas
como lar para cada grupo de abelhas, operam ao redor de uma rainha
enquanto o restante das abelhas voam em busca de pólen e néctar.
E assim também são as empresas, muitas vezes ao fazer o que nos é
designado, não vemos o todo, mas isso não diminui ou não deveria
diminuir o esforço de nosso trabalho. Nem sempre conseguimos enxergar o
todo, o que não significa que o nosso trabalho não seja importante. O
foco, deve ser sempre no que precisa ser executado, naquilo que fomos
contratados para fazer. Entender a estratégia e poder participar dela,
levará tempo e confiança.
Nas organizações, existem áreas diferentes que devem convergir em
prol de um único objetivo. E aí, é onde muitas vezes os problemas
aparecem. Cada área querendo puxar para si a responsabilidade da
entrega, sem entender que o todo é o mais importante.
É nessa hora que o papel do líder é essencial, ao mostrar aos
colaboradores que, o resultado do todo é mais importante, onde cada um
contribui com a sua parte para polinizar, fazer o mel, a geléia real, e
manter a colmeia viva. Deixar claro os papéis e responsabilidades e o
que se espera de cada pessoa contratada é a essência de uma organização,
que vem sendo deixada de lado por muitas organizações e RHs.
Há décadas, os cientistas têm conhecimento que com o passar dos anos,
as abelhas mudam de funções dentro de uma colmeia. Entretanto,
pesquisas recentes têm mostrado que as “etiquetas químicas” existentes
no DNA de cada espécie exercem papeis importantes na determinação do
plano de carreira de uma abelha, ou seja, para conseguirmos evoluir na
carreira, precisamos de tempo, aprender coisas novas, sem esquecer da
“task at hand”. Muitos colaboradores estão querendo pular etapas de
conhecimento, de aprendizagem e de criação de confiança, nas
organizações e na gestão.
Além da rainha e dos zangões, responsáveis pela reprodução da
colmeia, as abelhas trabalhadoras operam em dois grupos: as forrageiras e
as enfermeiras. Enquanto as primeiras são quem vai atrás de pólen,
néctar e água para a comunidade, as últimas são a grande maioria na
colmeia e trabalham para garantir a segurança da rainha e de suas crias.
Novamente aqui vemos, que, dentro de uma organização, por mais
descentralizada que seja, sempre haverá uma hierarquia, mais
participativa, menos participativa, isso depende muito da cultura que se
é criada dentro da organização, mas cada um precisa primeiramente
cumprir o seu papel.
A cultura de uma organização não se faz com turnover alto, com
pessoas saindo e entrando o tempo inteiro. Nós, colaboradores,
precisamos nos empregar por afinidade, por um grupo de trabalho
colaborativo, por um gestor que é correto, que não delega para a BP de
RH ou ao agilista a gestão de conflitos, ou a falta de entrega da
equipe.
Ouvimos muito: “ Eu não sei fazer”, “Não quero aprender”, “Contrata
alguém que faça porque o fulano é muito bom tecnicamente”. Ai ai ai,
desespero de qualquer gestor de RH! E aí, eu trago para a pauta o
trabalho comunitário. Afinal trabalhamos em equipes, em squads, em áreas
e ninguém é uma ilha, certo?
Em média, uma colméia possui uma população de 10 a 50 mil abelhas trabalhadoras.
Proporcionalmente, as forrageiras representam 30% desse grupo, mas
podem assumir uma fatia maior dependendo de alguns fatores ambientais.
Na época de floração das plantas, por exemplo, mais abelhas se
desenvolvem em forrageiras para aproveitar a oferta aumentada de
alimento.
Ou seja, precisou sair do seu escopo para ajudar um colega, mas não
está na descrição do cargo, faça! Ajudar faz bem ao ser humano, nos faz
crescer, evoluir e no pior dos cenários, você terá aprendido algo novo.
Ajude seu colega, dê ideias, seja empático! Ninguém está bem o tempo
inteiro! Se puder ser gentil, e ajudar, que assim seja.
Uma colmeia opera exclusivamente ao redor de sua abelha-rainha,
responsável por ordenar todas as outras. Sem uma abelha rainha, uma
colônia perde completamente seu ponto de referência e é possível notar
um aumento de agressividade e agitação entre as abelhas. Imagina se todo
mundo saísse dando ordem o tempo inteiro? Não seria o caos? Então sim,
volto a falar que por mais “flat” que seja uma organização, ela precisa
de hierarquia.
Precisa de métricas (que dêem lucro). Sim, vamos endereçar o elefante
na sala: empresas precisam dar lucro, assim como colmeias dependem do
mel para sobreviverem. Não estou dizendo que precisa ser “waterfall”,
nem comando e controle (aliás isso não funciona e não engaja há tempos),
mas também não podemos ir para o outro lado do espectro de que tudo
isso, que é, só querer estrategiar!
É preciso botar a mão na massa sim, fazer o trabalho operacional e tático. Afinal, a gente não ajudou a construir a estratégia?
Agora, quando uma rainha se torna muito velha ou adoece, as abelhas
enfermeiras passam a secretar uma “geleia real” rica em ácidos graxos e
proteínas, alimentando algumas larvas com esse produto. Essa dieta
estimula o crescimento de uma nova abelha-rainha, que assumirá o
controle da comunidade e restabelecerá a paz na colmeia.
O que quero mostrar com esta frase é que sim, muitas vezes, os
líderes já não cabem mais dentro de uma organização, e, cabe ao RH,
junto com as áreas parceiras que apoiam, identificar quando esta
oxigenação se faz necessária.
Cada vez mais, estamos colocando pessoas mais jovens em cadeiras de
liderança. E sim, são pessoas super competentes tecnicamente, mas que
ainda não tem gestão na sua caixa de ferramenta, como ajudamos estes
líderes? Muitas vezes eles são crucificados pela própria equipe por isso
que assim como as abelhas, acho que o talento tem que vir de dentro de
casa. Sim, aqueles programas de sucessão que o RH promove e que muita
gente acha chato.
Dar oportunidade para aqueles colaboradores que saíram da zona de
conforto, que foram se preparando para atividades que não sabiam fazer.
Que foram aprender mais do que técnica, mas a difícil arte de tocar o
coração humano, de ouvir, de fazer o sangue pulsar, de ajudar a acender a
fagulha da motivação.
De mostrar que aquele ser humano pelo qual você se tornou
responsável, não precisa somente da ajuda para uma fórmula de excel ou
ajuda com um código ou um texto. Mas que muitas vezes você líder,
empreste seu ouvido, doe seu tempo. Não estou dizendo que é fácil. Estou
dizendo que funciona!
Para chegar até a fase adulta, a abelha passa por diversas
transformações, chamadas de metamorfose, seguindo a sequência de ovo,
larva, pré-pupa, pupa e adulto. Ao todo, são 21 dias entre a postura e o
nascimento de uma abelha operária, 16 dias para a rainha e 24 dias para
o zangão. Mais uma vez a natureza nos mostra que precisamos passar por
diferentes fases dentro de uma organização.
Que precisamos cimentar o nosso trabalho. Que não dá para sair de um
estagiário para gerência, ou de um júnior para sênior em semanas, em um
ano. Tudo precisa de tempo, é isso que a natureza nos ensina, que a
nossa geração não tolera: esperar pelo tempo certo. Ter paciência.
Quando não proporcionamos uma visão clara de norte, métricas globais
da empresa, métricas de área, métricas de indivíduo, como vamos
comemorar as conquistas? Ou melhor, como saberemos se temos o que
comemorar ou lamentar?
Eu sempre questionei os gestores que trabalharam comigo sobre cada
contratação, sobre o que aquela “cadeira” que estava sendo preenchida
seria responsável por entregar e o que era esperado.
Quando o líder não sabe, ou não consegue mensurar isso, eu penso
novamente sobre a abelha rainha que já está velha para sua função.
Porque nós líderes temos que saber, e sim, é nossa obrigação.
Quando a entrega do resultado não está alinhada com a cultura da
empresa, pode ocorrer o que acontece no mundo das abelhas: um fenômeno
conhecido como enxameação, que é causado por diversos motivos, tais
como: falta de espaço para o desenvolvimento da colméia, favos velhos e
defeituosos, rainhas velhas (neste caso, duas princesas sobreviverão:
uma permanecerá na colmeia e a outra acompanhará metade do enxame para
outro local), instinto “enxameatório”. Portanto, um enxame pode se
dividir (enxameação). E isso, desestrutura a estabilidade de qualquer
organização.
Tudo começa pelo líder. E tudo passa pelo líder. Como está a liderança na sua empresa?
O que as empresas podem aprender com as abelhas
Por Andreia Girardini, especialista em Pessoas e Cultura com mais de
15 anos de experiência na área, atuou em empresas como GetNinjas,
Cargill, Energizer e Endurance International Group. É formada em
Business Management pela Kingston University e pós graduada em Gestão
Estratégica de Pessoas pela FGV, com MBA em Essencial Master Coaching
pelo Ipog.
ESCALANDO NEGÓCIOS DA VALEON
1 – Qual é o seu mercado? Qual é o tamanho dele?
O nosso mercado será atingir os 766 mil habitantes do Vale do
Aço e poder divulgar os produtos / serviços para vocês clientes,
lojistas, prestadores de serviços e profissionais autônomos e obter dos
consumidores e usuários a sua audiência.
A ValeOn atenderá a todos os nichos de mercado da região e
especialmente aos pequenos e microempresários da região que não
conseguem entrar no comércio eletrônico para usufruir dos benefícios que
ele proporciona. Pretendemos cadastrar todas as empresas locais com
CNPJ ou não e coloca-las na internet.
2 – Qual problema a sua empresa está tentando resolver? O mercado já expressou a necessidade dessa solução?
A nossa Plataforma de Compras e Vendas que ora
disponibilizamos para utilização das Empresas, Prestadores de Serviços e
Profissionais Autônomos e para a audiência é um produto inovador sem
concorrentes na região e foi projetada para atender às necessidades
locais e oferecemos condições de adesão muito mais em conta que qualquer
outro meio de comunicação.
Viemos para suprir as demandas da região no que tange a
divulgação de produtos/serviços cuja finalidade é a prestação de
serviços diferenciados para a conquista cada vez maior de mais clientes e
públicos.
O nosso diferencial está focado nas empresas da região ao
resolvermos a dor da falta de comunicação entre as empresas e seus
clientes. Essa dor é resolvida através de uma tecnologia eficiente que
permite que cada empresa / serviços tenha o seu próprio site e possa
expor os seus produtos e promoções para os seus clientes / usuários ao
utilizar a plataforma da ValeOn.
3 – Quais métodos você usará para o crescimento? O seu mercado está propício para esse tipo de crescimento?
Estratégias para o crescimento da nossa empresa
Investimento na satisfação do cliente. Fidelizar é mais barato do que atrair novos clientes.
Equilíbrio financeiro e rentabilidade.
Capital de giro, controle de fluxo de caixa e análises de rentabilidade
são termos que devem fazer parte da rotina de uma empresa que tenha o
objetivo de crescer.
Desenvolvimento de um planejamento
estratégico. Planejar-se estrategicamente é como definir com
antecedência um roteiro de viagem ao destino final.
Investimento em marketing. Sem marketing,
nem gigantes como a Coca-Cola sobreviveriam em um mercado feroz e
competitivo ao extremo.
Recrutamento e gestão de pessoas. Pessoas são sempre o maior patrimônio de uma empresa.
O mercado é um ambiente altamente volátil e competitivo. Para
conquistar o sucesso, os gestores precisam estar conectados às demandas
de consumo e preparados para respondê-las com eficiência.
Para isso, é essencial que os líderes procurem conhecer (e
entender) as preferências do cliente e as tendências em vigor. Em um
cenário em que tudo muda o tempo todo, ignorar as movimentações externas
é um equívoco geralmente fatal.
Planeje-se, portanto, para reservar um tempo dedicado ao
estudo do consumidor e (por que não?) da concorrência. Ao observar as
melhores práticas e conhecer quais têm sido os retornos, assim podemos
identificar oportunidades para melhorar nossa operação e, assim,
desenvolver a bossa empresa.
4 – Quem são seus principais concorrentes e há quanto tempo
eles estão no mercado? Quão grandes eles são comparados à sua empresa?
Descreva suas marcas.
Nossos concorrentes indiretos costumam ser sites da área,
sites de diretório e sites de mídia social. Nós não estamos apenas
competindo com outras marcas – estamos competindo com todos os sites que
desejam nos desconectar do nosso potencial comprador.
Nosso concorrente maior ainda é a comunicação offline que é
formada por meios de comunicação de massa como rádios, propagandas de
TV, revistas, outdoors, panfletos e outras mídias impressas e estão no
mercado há muito tempo, bem antes da nossa Startup Valeon.
5 – Sua empresa está bem estabelecida? Quais práticas e procedimentos são considerados parte da identidade do setor?
A nossa empresa Startup Valeon é bem estabelecida e
concentramos em objetivos financeiros e comerciais de curto prazo,
desconsideramos a concorrência recém chegada no mercado até que deixem
de ser calouros, e ignoramos as pequenas tendências de mercado até que
representem mudanças catastróficas.
“Empresas bem estabelecidas igual à Startp Valeon devemos começar a pensar como disruptores”, diz Paul Earle,
professor leitor adjunto de inovação e empreendedorismo na Kellogg
School. “Não é uma escolha. Toda a nossa existência está em risco”.
6 – Se você quiser superar seus concorrentes, será necessário escalar o seu negócio?
A escalabilidade é um conceito administrativo usado para
identificar as oportunidades de que um negócio aumente o faturamento,
sem que precise alavancar seus custos operacionais em igual medida. Ou
seja: a arte de fazer mais, com menos!
Então, podemos resumir que um empreendimento escalável é
aquele que consegue aumentar sua produtividade, alcance e receita sem
aumentar os gastos. Na maioria dos casos, a escalabilidade é atingida
por conta de boas redes de relacionamento e decisões gerenciais bem
acertadas.
Além disso, vale lembrar que um negócio escalável também
passa por uma fase de otimização, que é o conceito focado em enxugar o
funcionamento de uma empresa, examinando gastos, cortando desperdícios e
eliminando a ociosidade.
Sendo assim, a otimização acaba sendo uma etapa inevitável
até a conquista da escalabilidade. Afinal de contas, é disso que se
trata esse conceito: atingir o máximo de eficiência, aumentando clientes, vendas, projetos e afins, sem expandir os gastos da operação de maneira expressiva.
Pretendemos escalar o nosso negócio que é o site marketplace da Startup Valeon da seguinte forma:
objetivo final em alguma métrica clara, como crescimento percentual em vendas, projetos, clientes e afins;
etapas e práticas que serão tomadas ao longo do ano para alcançar a meta;
decisões acertadas na contratação de novos colaboradores;
gerenciamento de recursos focado em otimização.
Nossos contatos: Fones: (31) 3827-2297 e (31) 98428-0590 (App)
A guerra entre Israel e Hamas, o conflito na Ucrânia e as tensões
crescentes entre China e Irã preveem “uma década mais perigosa” no
mundo, alertou nesta terça-feira (13) o instituto especializado em
defesa IISS.
A edição de 2024 do balanço militar do Instituto Internacional de
Estudos Estratégicos (IISS), sediado em Londres, observa que o mundo
entrou em um “ambiente de segurança altamente volátil” no ano passado.
Esta organização acredita que a situação de instabilidade continuará e
cita também a vitória do Azerbaijão contra os separatistas armênios em
Nagorno-Karabakh ou os golpes de Estado no Níger e no Gabão.
“A atual situação de segurança militar pressagia o que provavelmente
será uma década mais perigosa, caracterizada pelo recurso acentuado por
parte de alguns à força militar para fazer valer suas exigências”,
afirma o documento.
Soma-se a isto “o desejo entre as democracias que compartilham os
mesmos valores de reforçar os laços bilaterais e multilaterais em
questão de defesa, como resposta a esta situação”.
– Conflito na Ucrânia –
No caso do conflito na Ucrânia, quase dois anos após sua
conflagração, o IISS prevê que o Exército russo perdeu cerca de 3.000
carros de combate, o mesmo número que dispunha em fevereiro de 2022.
Segundo o estudo, a Rússia compensou suas perdas recorrendo ao seu
contingente de veículos que não estavam em serviço naquele momento,
sendo forçada a privilegiar a quantidade em detrimento da qualidade.
Por outro lado, a Ucrânia tem conseguido reparar suas perdas em
equipamento militar graças à ajuda ocidental, ganhando em qualidade.
Segundo o relatório, o Exército ucraniano demonstrou “engenhosidade”, sobretudo no Mar Negro, com o uso de drones marinhos.
– Aumento de gastos militares –
Ao todo, os gastos militares no mundo aumentaram 9% no ano passado,
chegando aos US$ 2,2 trilhões (quase R$ 11 trilhões na cotação da
época), um valor sem precedentes, de acordo com o IISS, e que espera
novo aumento em 2024.
A organização explica que este fenômeno se deu, principalmente, devido à guerra na Ucrânia e às tensões em torno da China.
O relatório foi publicado no momento em que o ex-presidente dos
Estados Unidos Donald Trump, levantou a possibilidade de parar de
defender os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan)
que não pagassem suas dívidas.
De acordo com o IISS, apenas 10 dos 31 países-membros desta aliança
atlântica estão cumprindo o objetivo de dedicar 10% do Produto Interno
Bruto (PIB) ao gastos militares, embora 19 o tenham aumentado.
O relatório também observa que Rússia e China dedicam agora mais de
30% de seus gastos públicos ao setor militar, enquanto o Ocidente está
aumentando “lentamente” a sua produção de mísseis e munições, após anos
de investimentos insuficientes.
– China e Irã –
O documento afirma que a China continua a política de modernização de
suas forças estratégicas e de transformação do seu Exército em uma
“força de projeção” capaz de intervir longe das suas fronteiras.
O IISS sinaliza ainda que o Irã está cada vez mais presente em
diversas áreas de conflito, como demonstra o envio de mísseis aos
rebeldes huthis iemenitas, cujos ataques no Mar Vermelho estão afetando o
comércio mundial, bem como o fornecimento de drones à Rússia nos
combates contra a Ucrânia.
VILNIUS (Reuters) – A Rússia está se preparando para um confronto
militar com o Ocidente na próxima década, disse o Serviço de
Inteligência Estrangeira da Estônia na terça-feira.
Um número crescente de autoridades ocidentais alertou sobre uma
ameaça militar da Rússia aos países ao longo do flanco oriental da Otan,
pedindo que a Europa se prepare, rearmando-se.
O chefe do serviço de inteligência disse que a avaliação foi baseada
nos planos russos de dobrar o número de forças estacionadas ao longo de
sua fronteira com os membros da Otan, a Finlândia e os Estados Bálticos
da Estônia, Lituânia e Letônia.
“A Rússia escolheu um caminho que é um confronto de longo prazo (…) e
o Kremlin provavelmente está prevendo um possível conflito com a Otan
na próxima década”, disse Kaupo Rosin aos repórteres durante a
divulgação do relatório de ameaças à segurança nacional da Estônia.
Um ataque militar da Rússia é “altamente improvável” no curto prazo,
disse ele, em parte porque a Rússia tem que manter tropas na Ucrânia, e
continuaria improvável se o aumento das forças russas fosse igualado na
Europa.
“Se não estivermos preparados, a probabilidade (de um ataque militar
russo) será muito maior do que se não houver preparação”, acrescentou
Rosin.
A Estônia e os outros Estados Bálticos aumentaram seus gastos
militares para mais de 2% do valor de suas economias depois que a Rússia
anexou a Crimeia em 2014, e os aliados da Otan aumentaram sua presença
nesses países.
A Alemanha planeja ter 4.800 tropas prontas para o combate na região
até 2027, em seu primeiro destacamento estrangeiro permanente desde a
Segunda Guerra Mundial, e Rosin disse que a Otan e seus aliados estão se
movendo na direção certa para combater a ameaça russa.
Sobre os comentários do candidato à presidência dos EUA Donald Trump,
de que não defenderia os aliados que não gastam o suficiente em defesa,
Rosin disse: “Essas declarações nunca são úteis”.
A capacidade da Rússia de fornecer munição para suas tropas continua a
superar a da Ucrânia e, a menos que o apoio ocidental seja mantido ou
aumentado, é improvável que a Ucrânia consiga mudar a situação no campo
de batalha, acrescentou.
A educação pública brasileira costuma ser um terreno fértil de erros e
inversão de prioridades que geram atrasos e desigualdades, impondo um
horizonte sombrio para milhões de crianças e jovens. O estudo divulgado
recentemente pela Secretaria do Tesouro Nacional (Despesas por Função do Governo Geral)
reafirmou em números um desses equívocos. Mapeando dados consolidados
até 2022, constata-se que, no ensino superior, o Brasil exibe gasto no
padrão de países ricos, enquanto fica aquém em etapas da educação básica
como o ensino fundamental 2 e o ensino médio. Não difere muito nas
despesas com educação infantil e fundamental 1, mas no conjunto de
despesas gerais com a educação (4,49% do Produto Interno Bruto – PIB) o
País fica abaixo de vizinhos da América Latina e de economias avançadas.
É importante notar, de acordo com o estudo, que o Brasil vinha
ampliando sistematicamente o volume de despesas com educação entre 2010 e
2019 – de R$ 397 bilhões para R$ 520 bilhões no período, ainda que
proporcionalmente em relação ao PIB tenha sido verificada uma certa
estabilidade entre 2011 e 2018. Entre 2019 e 2021, no entanto,
iniciou-se um período de redução e, nela, a educação básica foi
especialmente atingida, graças à pandemia de covid-19 e à retração que
se verificou tanto nos governos estaduais e municipais quanto em nível
federal. O ano de 2022 inverteu a trajetória decrescente.
Essa curva não inverte o essencial: em matéria educacional, o Brasil
tem um sistema de transferência de renda e geração de oportunidade às
avessas, distorção que já vem sendo apontada há bastante tempo por
especialistas. Enquanto a uma esmagadora maioria pobre se oferta um
péssimo ensino básico público, a minoria rica tem a seu dispor boas
universidades públicas e gratuitas. Existe padrão internacional nas
escolas privadas, não faltam magníficas exceções entre as escolas
públicas da educação básica e há trágicos exemplos de má qualidade entre
universidades públicas, mas o retrato geral é desabonador, completado e
aprofundado pela defasagem do ensino técnico e profissionalizante.
Isso significa estar na contramão do que ensinam boas práticas
apontadas pela literatura especializada. A lição internacional indica
dois pilares essenciais: prioridade para a educação básica e a
qualificação de professores. No abecedário dos erros do Brasil, falha-se
em ambos.
Em setembro do ano passado, o relatório Education at a Glance,
da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE),
mostrou que desde 2010 o Brasil investe menos de um terço do que os
países ricos para cada aluno da educação básica pública: US$ 3.583 por
aluno/ano, enquanto a média entre as nações desenvolvidas é de US$
10.949. Em contrapartida, o Brasil investe no ensino superior público
quase US$ 14.800 ao ano por aluno, o mesmo valor da média da OCDE, além
de ter um dos menores porcentuais de estudantes matriculados na educação
profissional, considerando os 45 países analisados. Um ano antes, o Anuário Brasileiro da Educação Básica já apontava tendências similares.
Esse pode ser um recado particularmente útil para o presidente Lula
da Silva. As primeiras gestões lulopetistas dedicaram especial atenção à
ampliação de vagas no ensino superior, tanto pela abertura de novas
universidades públicas federais quanto pelos incentivos às universidades
particulares por meio de mecanismos como o Prouni. Lula e o PT se
mostram garbosos até hoje ao falar dos números exuberantes das gestões
anteriores, entre novos campi universitários (181), novas universidades
federais (18) e os chamados institutos federais (422). Obras e
prioridades que jamais se converterão em mudança efetiva para a vida de
crianças e adolescentes diante de uma educação básica que fracassa em
quantidade e qualidade, na atração de recursos e na gestão.
Enquanto alunos de escolas privadas têm desempenho similar ao dos
norte-americanos, a esmagadora maioria que vem da escola pública
ingressa na vida profissional só com as frágeis ferramentas do ensino
básico. Tal descompasso não é uma imposição do destino, e sim o
resultado de más escolhas públicas.