quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

GOVERNO LULA NÃO CONCORDA COM A VENDA DA REFINARIA VENDIDA NA GESTÃO BOLSONARO

 

História de STÉFANIE RIGAMONTI • Folha de S. Paulo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em viagem ao Oriente Médio, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse nesta terça-feira (13) que que está construindo uma parceria com o fundo árabe Mubadala Investment Company para que a estatal brasileira retome a operação da RLAM (Refinaria Landulpho Alves), de Mataripe, na Bahia.

A refinaria foi privatizada e vendida aos árabes na gestão de Jair Bolsonaro (PL), em novembro de 2021, dentro da política de desinvestimentos da Petrobras, iniciada no governo passado. Desde que chegou à presidência, porém, a equipe de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem tentado barrar essa iniciativa.

Em publicação na X (antigo Twitter), Prates disse que se reuniu, em Abu Dhabi, capital do Emirados Árabes Unidos, com o presidente do conselho do Mubadala Capital, Waleed Al Mokarrab Al Muhairi, cuja equipe gerencial e técnica tem trabalhando há meses para construir uma parceria que visa recuperar a operação da refinaria de Mataripe.

“Acertamos que nossas equipes intensificarão os trabalhos logo após a volta dos feriados de Carnaval com vistas a finalizar a nova configuração societária e operacional ainda neste primeiro semestre de 2024”, disse Prates na publicação.

O presidente da Petrobras, porém, não deu mais detalhes sobre o negócio. “Demais detalhes e andamentos atuais serão mantidos sob confidencialidade até a finalização do processo”, declarou.

No mês passado, a Petrobras abriu uma investigação administrativa para avaliar a venda da refinaria de Mataripe. A investigação foi uma reação à divulgação de um relatório da CGU (Controladoria-Geral da União), segundo o qual a venda da refinaria foi feita em uma transação com baixo preço.

Segundo relatório da CGU, o momento da venda da refinaria ocorreu em um cenário de “tempestade perfeita”, com pandemia de Covid-19, fraca previsão de crescimento econômico no Brasil e queda nos preços internacionais do petróleo impactando o preço do negócio.

Além de tratar da retomada da operação da refinaria pela Petrobras, Prates disse que também tratou com Waleed a ampliação e o aprimoramento do empreendimento de biocombustíveis do Mubadala no Brasil.

Como Waleed também é presidente do conselho da Waha Capital e membro do conselho do First Abu Dhabi Bank, ambos também falaram “dos cenários do setor de petróleo e gás, bem como os efeitos da transição energética, seu ritmo realista e seu impacto em empresas estatais tradicionalmente operadoras de hidrocarbonetos”, afirmou Prates.

Procurada pela Folha, a assessoria da Petrobras não se manifestou até a publicação desta reportagem.

Além de Abu Dhabi, Prates também passou desde a semana passada pela Índia, onde participou da India Energy Week, e pelo Kwait, onde se reuniu com o CEO da KUFPEC (Kuwait Foreign Petroleum Exploration Co.), que abrirá uma subsidiária no Brasil, numa parceria com a Petrobras.

EXÉRCITO SÓ VAI PUNIR SE A JUSTIÇA PUNIR

História de CÉZAR FEITOZA • Folha de S. Paulo

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O comando do Exército decidiu esperar o término das investigações da Polícia Federal contra militares suspeitos de envolvimento na trama golpista no fim do governo Jair Bolsonaro (PL) para abrir processos administrativos sobre possíveis transgressões às regras das Forças Armadas.

A mesma estratégia foi adotada em casos anteriores, como o do tenente-coronel Mauro Cid. A espera pelos julgamentos no STF (Supremo Tribunal Federal), se for longa, pode criar distorções na carreira dos investigados e possibilitar promoções de suspeitos para altas patentes.

A Força afirmou, em nota, que as investigações são conduzidas pela PF, em inquérito sob sigilo no STF.

“O Exército, enquanto instituição que prima pela legalidade e pela harmonia entre os demais entes da República, vem colaborando com as autoridades policiais nas investigações conduzidas. As providências, quando necessárias, serão tomadas em conformidade com as decisões jurídicas acerca do assunto.”

A decisão de esperar o desenrolar das investigações e as decisões do Judiciário é justificada, internamente, pela necessidade de entender se as suspeitas levantadas pela Polícia Federal serão confirmadas no término do inquérito.

Segundo generais ouvidos pela reportagem, abrir processos internos contra militares alvos de buscas e apreensões sem ter acesso às provas poderia resultar em procedimentos vazios.

O Código Penal Militar define, no artigo 99, que o militar condenado a pena privativa de liberdade por tempo superior a dois anos deverá perder o posto e a patente. A depender do crime, ele ainda pode ser considerado indigno para o oficialato.

Em ambos os casos, o militar expulso das Forças Armadas será considerado um morto fictício —e parte do salário que recebia da corporação será repassado à família a título de pensão.

Conforme o artigo 20 da lei que dispõe sobre as pensões militares (nº 3.765, de 1960), “o oficial da ativa, da reserva remunerada ou reformado, contribuinte obrigatório da pensão militar, que perder posto e patente deixará aos seus beneficiários a pensão militar correspondente ao posto que possuía, com valor proporcional ao tempo de serviço”.

Enquanto os militares investigados não forem denunciados, eles podem seguir com a contagem do tempo de serviço e têm caminho livre para concorrer às promoções. É o caso de Mauro Cid e seu colega de turma na Aman (Academia Militar das Agulhas Negras) Guilherme Marques Almeida, alvo da operação da PF na última quinta-feira (8). Os dois estão na disputa pela promoção a coronel no ciclo que se inicia em abril.

Marques Almeida era o comandante do 1º Batalhão de Operações Psicológicas do Exército, com sede em Goiânia (GO), quando policiais federais bateram à porta para realizar buscas contra o militar.

Ele é apontado pela investigação da Polícia Federal como um dos integrantes do núcleo de desinformação e ataque ao sistema eleitoral que “teria atuado, prioritariamente, na produção, divulgação e amplificação de notícias falsas e de ‘estudos’ quanto à falta de lisura das eleições presidenciais de 2022”.

Sete militares da ativa do Exército foram alvos da operação da última quinta-feira. Por decisão do ministro Alexandre de Moraes, os investigados foram afastados de suas funções e devem permanecer nos quadros da Força sem exercer nenhuma atividade, mas recebendo os salários.

Esses militares só terão as carreiras congeladas e serão impedidos de disputar promoções se forem denunciados pela PGR (Procuradoria-Geral da República).

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O comando do Exército decidiu esperar o término das investigações da Polícia Federal contra militares suspeitos de envolvimento na trama golpista no fim do governo Jair Bolsonaro (PL) para abrir processos administrativos sobre possíveis transgressões às regras das Forças Armadas.

A mesma estratégia foi adotada em casos anteriores, como o do tenente-coronel Mauro Cid. A espera pelos julgamentos no STF (Supremo Tribunal Federal), se for longa, pode criar distorções na carreira dos investigados e possibilitar promoções de suspeitos para altas patentes.

A Força afirmou, em nota, que as investigações são conduzidas pela PF, em inquérito sob sigilo no STF.

“O Exército, enquanto instituição que prima pela legalidade e pela harmonia entre os demais entes da República, vem colaborando com as autoridades policiais nas investigações conduzidas. As providências, quando necessárias, serão tomadas em conformidade com as decisões jurídicas acerca do assunto.”

A decisão de esperar o desenrolar das investigações e as decisões do Judiciário é justificada, internamente, pela necessidade de entender se as suspeitas levantadas pela Polícia Federal serão confirmadas no término do inquérito.

Segundo generais ouvidos pela reportagem, abrir processos internos contra militares alvos de buscas e apreensões sem ter acesso às provas poderia resultar em procedimentos vazios.

O Código Penal Militar define, no artigo 99, que o militar condenado a pena privativa de liberdade por tempo superior a dois anos deverá perder o posto e a patente. A depender do crime, ele ainda pode ser considerado indigno para o oficialato.

Em ambos os casos, o militar expulso das Forças Armadas será considerado um morto fictício —e parte do salário que recebia da corporação será repassado à família a título de pensão.

Conforme o artigo 20 da lei que dispõe sobre as pensões militares (nº 3.765, de 1960), “o oficial da ativa, da reserva remunerada ou reformado, contribuinte obrigatório da pensão militar, que perder posto e patente deixará aos seus beneficiários a pensão militar correspondente ao posto que possuía, com valor proporcional ao tempo de serviço”.

Enquanto os militares investigados não forem denunciados, eles podem seguir com a contagem do tempo de serviço e têm caminho livre para concorrer às promoções. É o caso de Mauro Cid e seu colega de turma na Aman (Academia Militar das Agulhas Negras) Guilherme Marques Almeida, alvo da operação da PF na última quinta-feira (8). Os dois estão na disputa pela promoção a coronel no ciclo que se inicia em abril.

Marques Almeida era o comandante do 1º Batalhão de Operações Psicológicas do Exército, com sede em Goiânia (GO), quando policiais federais bateram à porta para realizar buscas contra o militar.

Ele é apontado pela investigação da Polícia Federal como um dos integrantes do núcleo de desinformação e ataque ao sistema eleitoral que “teria atuado, prioritariamente, na produção, divulgação e amplificação de notícias falsas e de ‘estudos’ quanto à falta de lisura das eleições presidenciais de 2022”.

Sete militares da ativa do Exército foram alvos da operação da última quinta-feira. Por decisão do ministro Alexandre de Moraes, os investigados foram afastados de suas funções e devem permanecer nos quadros da Força sem exercer nenhuma atividade, mas recebendo os salários.

Esses militares só terão as carreiras congeladas e serão impedidos de disputar promoções se forem denunciados pela PGR (Procuradoria-Geral da República).

 

LISTA DA REALIDADE BRASILEIRA

 

SAIU A ATUALIZAÇÃO DA LISTA DA REALIDADE, PARA ACORDAR OS QUE VIVEM NO ‘PAÍS DAS MARAVILHAS’!!!…

PRESOS:

01) Anderson Torres – ex-ministro da justiça

02) Daniel Silveira – ex-deputado federal

03) Bismark – humorista, canal Hipócritas

04) Ivan Papo Reto – influencer

05) Serere – cacique

06) Gabriel Mont. – ex-vereador há + 5 meses

07) Mauro Cid – auxiliar de Bolsonaro

08) Max Guilherme – auxiliar de Bolsonaro

09) Sérgio Cordeiro – aux. de Bolsonaro

10) João Carlos – aux. de Bolsonaro

11) Ailton Gonçalves – aux. de Bolsonaro

12) Luís Marcos – aux. de Bolsonaro

13) Allan Frutuozo – jornalista

14) Divesos patriotas – 08/01/23

FORAGIDOS:

15) Wellington Macedo – jornalista

16) Allan dos Santos – jornalista, site 3° Livre

17) Adriano Castro – Ex-BBB

CASSADOS:

18) Pablo Marçal

19) Deltan Dallagnol

20) Jair Bolsonaro

DESMONETIZADOS E MULTADOS:

21) Monark

22) WALTER SOUZA BRAGA NETTO

23) CARLOS BOLSONARO

24) EDUARDO BOLSONARO

25) FLAVIO BOLSONARO

26) NIKOLAS FERREIRA

27) KIM PAIM

28) CARLA ZAMBELLI

29) GUSTAVO GAYER

30) LEANDRO RUSCHEL

31) SILVIO NAVARRO PEREJON

32) HENRIQUE DAMASCENO

33) LUCAS FERRUGEM

34) FILIPE SCHOSSLER

35) BARBARA ZAMBALDI

36) LUIZ PHILIPPE DE O. E BRAGANCA

37) PAULO EDUARDO LIMA MARTINS

38) BERNARDO PIRES KUSTER

39) ELISA BROM DE FREITAS

40) BEATRIZ KICIS DE SORDI

41) ERNANI FERNANDES B. NETO

42) THAIS RAPOSO DO AMARAL PINTO

43) ANDERSON AZEVEDO ROSSI

44) OTAVIO OSCAR FAKHOURY

45) RICARDO DE AQUINO SALLES

46) ANDRE PORCIUNCULA A. ESTEVES

47) ALEXANDRE RAMAGEM R.

48) PAULA MARISA C. DE OLIVEIRA

49) SARITA GONCALVES COELHO

50) DIEGO HENRIQUE GUEDES

51) MARCELO DE C. FRAGALI

52) JOSE PINHEIRO TOLENTINO

53) ROBERTO BEZERRA MOTTA

54) MARIO LUIS FRIAS

55) ROGER ROCHA MOREIRA

56) MICARLA ROCHA MELO

57) SILVIO GRIMALDO DE C.

58) FLAVIA FERRONATO

59) JAIRO MENDES LEAL

60) CAROLINE ROD. DE TONI

61) AUGUSTO PIRES PACHECO

62) PAULO VITOR SOUZA

63) BISMARK FABIO FUGAZZA

64) RODRIGO CONSTANTINO

65) ALEXANDRE DOS SANTOS

66) MAX GUILHERME M. DE MOURA

67) BRUNO CASTRO ENGLER

68) FLORENCIO DE ALMEIDA

69) FILIPE TOMAZELLI SABARA

70) TODO PROGRAMA PÂNICO ( Jovem Pan)

71) JUIZA LUDMILA LINS GRILO

72)RODRIGO CONSTANTINO

73) JORNALISTA OSWALDO EUSTÁQUIO

DESMONETIZADOS NO INSTAGRAM E FACEBOOK:

70) @Doprimido2

71) @MonicaMachado38

72) @PadraoAlexandre

73) @Damadeferroofic

74) @TexugoWick

75) @PATRIOTAS

76) @viniciuscfp

77) @viniciuscfpires

78) @AXELJORGE92

79) @eumesmavivi_

80) @ruirapina3

81) @rafaelbboa

82) @apropria_bia

83) @oiiuiz

84) @emb_resistencia

85) @thaispsic

86) @clauwild1

87) @dimacgarcia

88) @Fa1ryNight,

89) @Conservadora191

90) @FlviaLeo16

91) @mendesluizpaulo

92) @freu_rodrigues

93) @ViLiMiGu_Tex

94) @iaragb

95) @glovesnews

96) @alepavanellim

97) @BrazilFight

》》》POVO DE ESQUERDA《《《

SOLTOS:

01) André do Rap

02) José Dirceu

03) Sergio Cabral

04) Lula

05) Flordelis

06) Chico Rodrigues

07) Renato Duque

08) Delúbio Soares

09) João Santana

10) Paulo Roberto Costa

11) André Vargas

12) Léo Pinheiro

13) Pedro Corrêa

14) Geddel

15) Jacob Barata Filho

16) Chaaya Moghrabi

17) Anthony Garotinho

18) Daurio Speranzini JR

19) Flávio Godinho

20) Eike Batista

21) Lélis Teixeira

22) Octacilio de Monteiro

23) Claudio de Freitas

24) Marcelo Traça

25) Eneas Bueno

26) Dayse Neves

27) Rogério Onofre

28) David Augusto

29) Miguel Iskin

30) Gustavo Estellita

31) Marco Antônio de Luca

32) Sérgio Côrtes

33) Orlando Diniz

34) Milton Lyra

35) Ricardo Rodrigues

36) Marcelo Sereno

37) Carlos Pereira

38) Adeilson Telles

39) Marcelo Martins

40) Arthur Pinheiro Machado

41) Marcos Lips

42) Carlos Martins

43) Sandro Lahmann

44) Cesar Monteiro

45) Sergio da Silva

46) Hudson Braga

47) Paulo Sergio Vaz

48) Athos Albernaz

49) Rony Hamoui

50) Oswaldo Prado Sanches

51) Antonio Albernaz

52) Roberta Prata

53) Marcelo Rzezinski

54) Daurio Júnior

ENGAVETADOS:

55) Renan Calheiros

56) Aécio Neves

57) José Serra

58) Michel Temer

59) Alckmin

60) Guido Mantega

61) Rodrigo Maia

62) Gleisi Hoffmann

63) Eunício

64) Padilha

BLOQUEIO DE AJUDA À UCRÂNIA BENEFICIA A RÚSSIA

História de AFP 

O ex-presidente dos EUA Donald Trump

O ex-presidente dos EUA Donald Trump© MARIO TAMA

Joe Biden alertou, nesta terça-feira (13), os congressistas republicanos da Câmara dos Representantes que “a história será testemunha” se sabotarem a ajuda à Ucrânia aprovada pelo Senado, mas o líder da oposição replicou dizendo que sequer haverá votação.

O líder da maioria democrata no Senado dos EUA, Chuck Schumer, retorna ao seu escritório no Capitólio, em Washington, em 13 de fevereiro de 2024.

O líder da maioria democrata no Senado dos EUA, Chuck Schumer, retorna ao seu escritório no Capitólio, em Washington, em 13 de fevereiro de 2024.© Kevin Dietsch

“A história será testemunha”, disse Biden na televisão, repetindo a frase cinco vezes.

“Apoiar este projeto de lei é enfrentar Putin. Opor-se a ele é fazer o jogo de Putin”, acrescentou o democrata.

Ele também atacou seu antecessor, Donald Trump, depois que o ex-presidente disse que encorajaria a Rússia a atacar os membros da Otan que não cumprem seus compromissos financeiros com a Aliança.

“É tolo. É vergonhoso. É perigoso. É antiamericano”, disse Biden da Casa Branca.

“Quando [Trump] olha para a Otan, não vê a aliança que protege os Estados Unidos e o mundo. Ele vê uma fraude”, acrescentou. “Nenhum outro presidente em nossa história jamais se curvou a um ditador russo.”

Mas o presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, muito próximo a Trump, ignorou os alertas de Biden e disse aos jornalistas que sequer pretende permitir uma votação sobre o projeto de lei.

O presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, exigiu mudanças na política de fronteiras dos EUA antes de aprovar qualquer ajuda adicional à Ucrânia ou a outros parceiros dos EUA.

O presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, exigiu mudanças na política de fronteiras dos EUA antes de aprovar qualquer ajuda adicional à Ucrânia ou a outros parceiros dos EUA.© Brendan SMIALOWSKI

“De maneira alguma”, declarou.

Na segunda-feira, Johnson criticou o projeto de lei por “permanecer em silêncio sobre o problema mais urgente” do país, segundo ele, a crise migratória na fronteira entre os Estados Unidos e o México.

Os conservadores condicionam a adoção de fundos para Kiev a novas medidas migratórias, mas vetaram o acordo bipartidário sobre uma política mais restritiva ao qual os democratas haviam chegado com um grupo de republicanos por considerá-lo muito permissivo.

Um grupo de soldados ucranianos perto de Kiev, 3 de janeiro de 2024

Um grupo de soldados ucranianos perto de Kiev, 3 de janeiro de 2024© Anatolii Stepanov

O Senado deu luz verde a um novo pacote de 95 bilhões de dólares para Ucrânia, Israel e Taiwan, mas sua adoção depende dos partidários de Trump na câmara baixa.

– ‘O luxo de esperar’ –

“Não podemos mais nos dar ao luxo de esperar”, instou o presidente Joe Biden.

Em um ano eleitoral, o tema opõe Biden e Trump, seu provável rival nas eleições presidenciais de novembro.

Biden exige a aprovação de um pacote de US$ 60 bilhões (R$ 298 bilhões) para a Ucrânia, em guerra com a Rússia há quase dois anos. Ele acrescentou US$ 14 bilhões (R$ 70 bilhões) para Israel e fundos para Taiwan.

“Se não enfrentarmos os tiranos que pretendem conquistar ou dividir o território de seus vizinhos, as consequências para a segurança nacional dos Estados Unidos serão consideráveis. Tanto nossos aliados quanto nossos adversários tomarão nota”, insistiu Biden.

Trump se opõe ao pacote debatido no Congresso, argumentando que os Estados Unidos deveriam “parar de dar dinheiro sem esperar ser reembolsado”.

Ele afirma que, se voltar à Casa Branca, resolverá a guerra entre Rússia e Ucrânia “em 24 horas”. Mas não diz como.

– ‘Chuva de críticas’ –

No entanto, ele é quem tem a última palavra nas negociações no Congresso. Sem o apoio dos republicanos, que controlam a Câmara dos Representantes por uma margem estreita, e principalmente sem o apoio de Trump, o texto está fadado ao fracasso.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, expressou sua satisfação com o apoio do Senado.

“Para nós, na Ucrânia, a ajuda contínua dos Estados Unidos salva vidas humanas do terror russo”, enquanto “lutamos pela liberdade e pela democracia”, declarou nas redes sociais.

A continuação da ajuda militar à Ucrânia, interrompida desde o final de dezembro, depende deste texto negociado no Congresso.

Os democratas estão, em sua grande maioria, a favor.

Os republicanos estão divididos entre os partidários e os aliados de Trump, muito mais isolacionistas.

E a influência de Trump no Partido Republicano é inegável.

Na segunda-feira, o senador Lindsey Graham, até então um dos republicanos favoráveis a ajudar Kiev, anunciou que se oporia porque prefere um sistema de empréstimos “como sugerido pelo presidente Trump”.

 

A EXPERIÊNCIA DO CLIENTE É O DIFERENCIAL COMPETITIVO PARA AS MARCAS

 

Laurent Delache – CEO da Foundever no Brasil – Divulgação

Em um cenário empresarial cada vez mais competitivo, a Experiência do Cliente (CX) não apenas mantém sua relevância, mas intensifica-se como um fator estratégico crucial para as marcas em 2024. Segundo uma pesquisa da Foundever, líder global no setor, 80% dos clientes valorizam mais a experiência do que os próprios produtos e serviços, destacando a necessidade premente de um atendimento excepcional. Apenas 6% dos clientes afirmam que a experiência do cliente não desempenha nenhum papel em suas decisões de compra, sublinhando a importância dessa dimensão nas interações entre consumidores e marcas.

Ao considerar a perspectiva brasileira, destaco a importância desses dados ao afirmar que a experiência do cliente tornou-se o diferencial competitivo mais crucial para as marcas. Ignorar isso é correr o risco de perder não apenas vendas, mas a lealdade do cliente. Nesse contexto, elencamos sete desafios que as empresas devem enfrentar em 2024 para se manterem alinhadas às mudanças do mercado e superarem as expectativas dos consumidores.

Desafio 1: Identificação do cliente

Consumindo de 10% a 20% do tempo do associado, a identificação do cliente, embora fundamental, é muitas vezes negligenciada. Simplificar esse processo é crucial. A identificação é a base do CX, impactando satisfação, eficiência e custos. Inovação é crucial para garantir segurança dos dados. Devemos buscar meios eficientes, mantendo elevado padrão.

Desafio 2: Domínio e conhecimento de dados

A gestão de grandes volumes de informações é um desafio no conhecimento e crucial para atendimentos de qualidade. Enfrentamos a barreira da integração, estruturação e compartilhamento eficientes desse conhecimento. Avaliação e modernização do conteúdo, incorporação de novos canais e a criação de um ambiente de aprendizagem estimulante são essenciais.

A busca pela eficiência operacional requer equilíbrio na adoção de novas ferramentas, otimização de conteúdo existente e estímulo ao aprendizado contínuo. Essa abordagem estratégica é vital para superar o desafio da gestão de dados e garantir que a informação se traduza em eficácia operacional, promovendo uma experiência do cliente aprimorada.

Desafio 3: Criação de um relacionamento contínuo

O terceiro desafio vai em direção à evolução das expectativas dos clientes, que buscam relacionamentos contínuos com as marcas. Conversas que se estendem além de um único contato geram oportunidades de upsell e aumentam a satisfação do cliente. Em 2024, é essencial oferecer uma experiência que vá além de interações pontuais, criando laços duradouros. A continuidade nas interações não apenas impulsiona a satisfação, mas também reduz contatos repetidos. Portanto, o desafio não é apenas manter, mas aprimorar a qualidade das conversas para atender às crescentes expectativas dos consumidores.

Desafio 4: Aproveitar o potencial da IA generativa

Segundo a Foundever, a tecnologia da IA generativa revoluciona as interações, oferecendo respostas mais naturais e personalizadas. A inovação reside na capacidade de ir além das respostas padrão, melhorando significativamente a experiência do cliente. Integrar efetivamente a IA generativa é essencial para empresas que buscam destacar-se na personalização e eficiência da interação com o cliente em 2024.

Desafio 5: Integrar a imersão nas operações de atendimento ao cliente

Com apenas 13% das marcas utilizando tecnologias imersivas nas operações de atendimento, destaco sua subutilização devido a razões como conhecimento inadequado e preocupações de segurança. A imersão não apenas aprimora a compreensão do cliente, mas também aumenta as taxas de resolução. Em 2024, superar esse desafio significa explorar e adotar soluções imersivas de forma estratégica, ampliando a comunicação para além dos canais tradicionais e atendendo às crescentes expectativas dos clientes.

Desafio 6: Criar uma dinâmica de engajamento dos colaboradores

A importância de equilibrar humanos, tecnologia e organização para um atendimento excepcional ao cliente é ponderada. Em um ambiente em constante mudança, o engajamento dos colaboradores é vital. Quase 60% dos colaboradores estão psicologicamente desligados do trabalho. Esse desafio exige o apoio às competências gerenciais, incluindo liderança, habilidades gerenciais e conhecimento. Investir em ferramentas tecnológicas e uma estrutura organizacional que sustentem essas competências é essencial para enfrentar os desafios de 2024.

Desafio 7: Gerar valor com operações de atendimento ao cliente

No sétimo desafio, propomos ao mercado uma transformação na percepção das operações de atendimento. Essas operações não podem ser vistas apenas como centro de custos, mas como uma peça crucial na decisão de compra do cliente. A geração de valor envolve investir sabiamente, focar na simplicidade e adotar quatro chaves transformadoras: autonomia, velocidade de resolução, eficiência e continuidade. Transformar o atendimento ao cliente em uma unidade de geração de valor é uma estratégia indispensável para enfrentar os desafios e destacar-se em 2024.

Neste ano, a experiência do cliente passou de uma mera prioridade e se tornou um fator estratégico para as empresas. As marcas que enfrentam e superam esses desafios não apenas atendem às expectativas, mas também moldam positivamente as percepções dos clientes. A evolução constante e inovadora na experiência do consumidor é o caminho para o sucesso duradouro.

Eu e o ChatGPT sobre Divulgação Empresarial na Internet

Eu: Moysés Peruhype Carlech

Os empresários hoje fazem as suas compras de mercadorias para os atacadistas através da internet, usa-se muito pouco vendedores hoje em dia, poucas empresas anunciam os seus produtos pela internet e a maioria não. Por qual motivo isso acontece. Aqui no Vale do Aço temos o Marketplace Valeon criado para alavancar as vendas dessas empresas que não divulgam os seus produtos e através do site da valeon marketplace isso é possível por um preço bem razoável e barato. Por que não o fazem? Favor descrever esse assunto.

ChatGPT

Existem várias razões pelas quais algumas empresas podem hesitar em utilizar plataformas online, como o Valeon Marketplace, para divulgar e vender seus produtos. Algumas das razões mais comuns incluem:

Falta de Conhecimento Tecnológico:

Muitos empresários podem não estar familiarizados com a tecnologia necessária para operar uma loja online. Isso pode incluir a criação e manutenção de um site, a gestão de inventário online, e a compreensão de como lidar com transações eletrônicas.

Resistência à Mudança:

Algumas empresas têm uma cultura organizacional tradicional e são resistentes à adoção de novas tecnologias. A mudança para um modelo de negócios online pode ser vista como disruptiva e, portanto, não é implementada.

Custos Iniciais e Investimento:

Embora você mencione que o Valeon Marketplace oferece preços razoáveis, algumas empresas podem perceber a criação e manutenção de uma presença online como um investimento inicial significativo. Elas podem não estar dispostas a alocar recursos financeiros para essa transição.

Segurança e Privacidade:

Algumas empresas podem ter preocupações sobre a segurança de transações online e a privacidade dos dados do cliente. O receio de falhas de segurança pode dissuadi-las de adotar uma presença online.

Foco em Clientela Local:

Empresas que têm uma clientela local consolidada podem não ver a necessidade imediata de expandir para o mercado online. Elas podem acreditar que o modelo de negócios tradicional atende bem às demandas locais.

Falta de Conhecimento sobre Oportunidades Online:

Algumas empresas podem não estar cientes das oportunidades que a presença online pode proporcionar. A falta de educação sobre os benefícios do comércio eletrônico pode ser um obstáculo.

Concorrência com Grandes Plataformas:

Algumas empresas podem hesitar em competir com grandes plataformas de e-commerce, temendo que seus produtos se percam na concorrência com outras ofertas mais populares.

Logística e Distribuição:

A gestão da logística e da distribuição de produtos comprados online pode ser complexa para algumas empresas, especialmente aquelas que não estão preparadas para lidar com o aumento potencial na demanda.

Incentivar e educar as empresas sobre os benefícios de estar online, além de oferecer soluções acessíveis como o Valeon Marketplace, pode ajudar a superar algumas dessas barreiras e incentivar uma maior participação no comércio eletrônico.

Eu

Fale mais sobre educar os empresários a divulgarem mais os seus produtos através do site marketplace da valeon do Vale do Aço.

ChatGPT

Claro, vou abordar alguns pontos que podem ser relevantes ao educar empresários sobre a divulgação de produtos através do site marketplace da Valeon no Vale do Aço:

Consciência sobre o Potencial do Marketplace:

Destaque a importância do marketplace como um canal de vendas eficaz e acessível.

Explique como a Valeon, por ser uma plataforma consolidada na região, oferece visibilidade adicional aos produtos.

Treinamento sobre Uso da Plataforma:

Desenvolva programas de treinamento para ensinar os empresários a criar e gerenciar suas lojas virtuais na Valeon.

Inclua tutoriais práticos sobre a listagem de produtos, precificação, gestão de pedidos e interação com clientes.

Otimização de Páginas de Produtos:

Eduque sobre a importância de descrições detalhadas e imagens de alta qualidade para atrair consumidores.

Enfatize a necessidade de utilizar palavras-chave relevantes para aumentar a visibilidade nos resultados de pesquisa do site.

Estratégias de Marketing Digital:

Ensine estratégias de marketing digital específicas para o marketplace, como o uso de anúncios patrocinados na plataforma.

Explique como as redes sociais e outras ferramentas online podem ser integradas para promover produtos.

Gestão de Comentários e Avaliações:

Incentive a importância de gerenciar feedbacks dos clientes.

Demonstre como boas avaliações podem aumentar a confiança dos compradores e impulsionar as vendas.

Políticas de Atendimento ao Cliente:

Eduque sobre a importância de um excelente atendimento ao cliente.

Destaque como responder prontamente a perguntas e resolver problemas pode impactar positivamente a reputação da empresa.

Monitoramento de Métricas de Desempenho:

Ensine os empresários a utilizar as métricas fornecidas pela Valeon para avaliar o desempenho de suas lojas.

Mostre como ajustar estratégias com base em dados, como taxas de conversão e padrões de compra.

Promoção de Colaboração:

Incentive a colaboração entre empresários para promover produtos complementares.

Destaque a possibilidade de criar ofertas conjuntas ou parcerias estratégicas no marketplace.

Atualização Constante:

Ressalte a necessidade de manter as informações do negócio e dos produtos atualizadas.

Mantenha os empresários informados sobre novas funcionalidades ou ferramentas disponíveis na plataforma.

Apoio Técnico e Consultoria:

Ofereça suporte técnico contínuo para ajudar os empresários a superar desafios.

Considere a possibilidade de fornecer consultoria personalizada para otimizar a presença online de cada negócio.

Ao combinar esses elementos, os empresários estarão mais bem preparados para aproveitar ao máximo as oportunidades oferecidas pelo marketplace da Valeon no Vale do Aço.

E-Mail: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

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terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

RELATÓRIO PRODUZIDO PELO TESOURO COMPARA DESPESA DO BRASIL COM OUTROS PAÍSES E CONCLUI QUE O SISTEMA DE JUSTIÇA É TRÊS VEZES MAIOR QUE A MÉDIA DE 53 PAÍSES ANALISADOS

Relatório produzido pelo Tesouro Nacional compara a despesa do Brasil com a de outros países em diversas áreas; gasto brasileiro com o sistema de Justiça é quase três vezes maior do que a média dos 53 países analisados pelo governo

Por Weslley Galzo – Jornal Estadão

BRASÍLIA – O Poder Judiciário brasileiro concentra parte da elite do funcionalismo público, que recebe salários próximos do teto constitucional pago a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), além de diversos penduricalhos. Essas benesses são os principais fatores relacionados à despesa bilionária do Brasil com os tribunais de Justiça, que consumiram, em 2022, 1,6% do Produto Interno Bruto (PIB), de acordo com levantamento produzido pela Secretaria do Tesouro Nacional e divulgado nesta quarta-feira, 24/01/2024.

Os estudos realizados pela equipe econômica do governo federal mostram que o Brasil gasta quase três vezes mais com Justiça do que a média de 53 países, entre economias emergentes e avançadas. A média internacional de gasto com o Poder Judiciário proporcional ao PIB foi de 0,37% em 2021.

Os números registrados no Brasil destoam mesmo quando comparados com os de outras economias emergentes. Os países em desenvolvimento gastaram, em média, 0,5% do PIB com os tribunais de Justiça em 2021, enquanto as economias avançadas desembolsaram cerca de 0,3% de toda a riqueza produzida no sistema judiciário no mesmo ano.

Uma das poucas exceções de despesas elevadas com a Justiça, mas mesmo assim atrás do Brasil, é a Costa Rica. O pequeno país na América Central gastou R$ 1,54% do seu PIB em 2021 com a manutenção de tribunais.

De acordo com o relatório produzido pelo Tesouro, a maior parte do gasto discrepante do Brasil com os tribunais está relacionada ao pagamento de salários e contribuições sociais efetivas – ou seja, despesas obrigatórias. Essas obrigações orçamentárias custaram R$ 109 bilhões aos cofres públicos em 2022. Naquele mesmo ano, o gasto total com a Justiça foi de R$ 159 bilhões, dos quais apenas R$ 2,9 bilhões foram destinados a investimentos.

“Parece ter uma captura do orçamento por parte dessa elite do sistema de Justiça que tem ganhos muitos superiores comparados com outros países e também com a média do (trabalhador) brasileiro”, avaliou Juliana Sakaia, que é diretora Executiva da Transparência Brasil.

“O que a gente tem ao final das contas é um Judiciário muito elitizado que está recebendo muito às custas do contribuinte e que deveria, no mínimo, entregar o suficiente. Acabamos encontrando uma série de questionamentos a respeito do accountability (transparência) e da prestação de contas com a sociedade em relação a esses valores”, completou.

Em dezembro do ano passado, a Transparência Brasil apresentou um estudo que analisou as manobras do Poder Judiciário e do Ministério Público para criar benefícios que aumentam em até um terço os salários de juízes e procuradores. Sakai aponta que os próprios tribunais e unidades do MP criam mecanismo internos, sem a chancela do Poder Legislativo, para aumentar os ganhos de seus membros.

O relatório concluiu que as instituições que integram o sistema de Justiça “promovem dribles no teto constitucional, comprometendo a racionalidade nos gastos públicos e gerando disparidades gritantes com relação a outras categorias do funcionalismo”.

Em dezembro do ano passado, o ministro do STF Dias Toffoli cassou um acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU) que havia suspendido o pagamento de quase R$ 1 bilhão em penduricalhos a juízes federais. Em abril do mesmo ano, o Estadão revelou que o corregedor nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão, autorizou o pagamento retroativo do benefício extinto em 2006, cujo pagamento custaria os R$ 1 bilhão.

Demais gastos do Brasil na área de segurança e ordem pública seguem a média internacional

As despesas do Brasil com a Justiça foram enquadradas pelo Tesouro dentro da categoria de ordem pública e segurança, que também reuniu dados do dinheiro destinado aos serviços de polícia, proteção de incêndios, estabelecimentos prisionais, pesquisa e desenvolvimento, dentre outros.

A sede do Supremo Tribunal Federal (STF).
A sede do Supremo Tribunal Federal (STF). Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO

O levantamento indica um gasto de 3% do PIB com segurança e ordem pública, percentual superior em relação à média do grupo de economias avançadas (1,6% do PIB), como França, Alemanha, Itália e Japão, e até mesmo em relação a outros países da América Latina (2,7% do PIB), como Costa Rica e Guatemala. A média internacional é de 1,9% do PIB.

O Brasil segue a tendência do gasto mundial nas áreas definidas pelo Tesouro como ordem e segurança pública. A única exceção é Poder Judiciário, que puxa pra cima o resultado das despesas nessa categoria. O gasto com os serviços policiais, por exemplo, é 0,1 ponto porcentual menor do que nos países emergente e apenas 0,1 ponto maior do que a média internacional. Já em relação aos estabelecimentos prisionais, o Brasil segue todos os parâmetros globais de gasto de 0,2% nessa área.

O Tesouro reuniu dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da Secretaria de Orçamento Federal (SOF) e a própria Secretaria do Tesouro. Para fazer as comparações com as realidades de outros países, as fontes foram Fundo Monetário Internacional (FMI) e da Organização para Cooperação e Desenvolvimento (OCDE).

 

A BYD ULTRAPASSOU A TESLA NAS VENDAS MUNDIAIS DE CARROS ELÉTRICOS

História de Keith Bradsher • Jornal Estadão

THE NEW TORK TIMES – A BYD da China era um fabricante de baterias que tentava construir carros quando exibiu seu mais novo modelo em 2007. Os executivos americanos no salão do automóvel de Guangzhou ficaram boquiabertos com a pintura roxa irregular do carro e o mau ajuste de suas portas.

“Eles eram motivo de chacota na indústria”, disse Michael Dunne, analista da indústria automobilística chinesa.

Ninguém está rindo da BYD agora.

Vendedora e cliente de uma concessionária de automóveis BYD em Shenzhen, China, 29 de janeiro de 2024. (Gilles Sabrié/The New York Times) Foto: GILLES SABRIÉ

Vendedora e cliente de uma concessionária de automóveis BYD em Shenzhen, China, 29 de janeiro de 2024. (Gilles Sabrié/The New York Times) Foto: GILLES SABRIÉ© Fornecido por Estadão

A empresa ultrapassou a Tesla nas vendas mundiais de carros totalmente elétricos no final do ano passado. A BYD está construindo linhas de montagem no Brasil, Hungria, Tailândia e Uzbequistão e se preparando para fazê-lo na Indonésia e no México. Está expandindo rapidamente as exportações para a Europa. E a empresa está prestes a ultrapassar o Grupo Volkswagen, que inclui a Audi, como líder de mercado na China.

As vendas da BYD, mais de 80% delas na China, cresceram cerca de um milhão de carros em cada um dos últimos dois anos. A última montadora a conseguir isso em apenas um ano no mercado americano foi a General Motors – e isso foi em 1946, depois que a GM suspendeu as vendas de automóveis de passageiros durante os quatro anos anteriores por causa da Segunda Guerra Mundial.

“O crescimento da BYD é diferente de tudo que a indústria já viu em muitas décadas”, disse Matt Anderson, curador de transporte do Museu Henry Ford em Dearborn, Michigan.

A compra de um carro elétrico BYD por um cliente é comemorada em uma concessionária de automóveis em Shenzhen, China, em 29 de janeiro de 2024. (Gilles Sabrié/The New York Times) Foto: GILLES SABRIÉ

A compra de um carro elétrico BYD por um cliente é comemorada em uma concessionária de automóveis em Shenzhen, China, em 29 de janeiro de 2024. (Gilles Sabrié/The New York Times) Foto: GILLES SABRIÉ© Fornecido por Estadão

Com sede em Shenzhen, o centro da indústria eletrônica da China, a BYD mostrou como os fabricantes de automóveis chineses podem explorar o domínio do país nos produtos elétricos. Nenhuma empresa beneficiou tanto da adesão da China aos automóveis elétricos a bateria e aos automóveis elétricos a gasolina. Juntos, estes veículos representam 40% do mercado automóvel da China, o maior do mundo, e espera-se que representem mais de metade no próximo ano. Tal como a maioria dos fabricantes de automóveis chineses, a BYD não vende os seus carros na América porque as tarifas da era Trump permanecem em vigor, mas a BYD vende ônibus nos Estados Unidos.

A BYD está liderando o esforço de exportação de carros elétricos da China e está construindo rapidamente os maiores navios transportadores de automóveis do mundo para transportá-los. O primeiro dos navios, o BYD Explorer No. 1, está em sua viagem inaugural de Shenzhen com 5.000 carros elétricos a bordo e deverá chegar à Holanda em 21 de fevereiro.

A traseira de um veículo elétrico BYD ostenta o lema da empresa, 'construa seus sonhos', em uma concessionária em Shenzhen, China, em 29 de janeiro de 2024. (Gilles Sabrié/The New York Times) Foto: GILLES SABRIÉ

A traseira de um veículo elétrico BYD ostenta o lema da empresa, ‘construa seus sonhos’, em uma concessionária em Shenzhen, China, em 29 de janeiro de 2024. (Gilles Sabrié/The New York Times) Foto: GILLES SABRIÉ© Fornecido por Estadão

Investigação

Com o sucesso da China e da BYD veio mais escrutínio.

Elon Musk, presidente-executivo da Tesla, alertou sobre a força das exportações chinesas de carros elétricos em uma teleconferência de resultados da empresa em janeiro. “Francamente, penso que se não forem estabelecidas barreiras comerciais, elas irão praticamente demolir a maioria das outras empresas no mundo”, disse ele.

Os rápidos ganhos da BYD e de outros fabricantes de automóveis chineses na Europa levaram a uma investigação da União Europeia sobre os subsídios do governo chinês e poderão resultar em tarifas. Os relatórios anuais da BYD mostram um total de US$ 2,6 bilhões em assistência governamental de 2008 a 2022. E isso não inclui outra ajuda, como garantir que as empresas de táxi na cidade natal da BYD comprem apenas carros elétricos da BYD.

A BYD não quis comentar sobre subsídios.

Em um comunicado, a empresa afirmou que o BYD Explorer No. 1, o seu novo navio, “significa um marco significativo para a BYD à medida que se expande nos mercados internacionais e contribui para o desenvolvimento da indústria global de veículos de nova energia”.

A China construiu fábricas suficientes para produzir mais do dobro da quantidade de carros que o seu mercado pode comprar. Isso levou a uma guerra de preços na China, especialmente entre a BYD e a Tesla, com descontos que infligiram pesadas perdas. Um dos mais novos modelos da BYD, o subcompacto Seagull, custa menos de US$ 11 mil.

A crise imobiliária e a queda do mercado de ações estão agora tornando os consumidores chineses mais cautelosos quanto à compra de um carro. Mas os baixos custos de produção da BYD deixaram-na numa posição melhor do que a maioria dos rivais para sobreviver a qualquer longa desaceleração nas vendas e à reestruturação da indústria.

O presidente da BYD, Wang Chuanfu, fundou a empresa em 1995 para fabricar baterias para a Motorola e outras empresas de eletrônicos de consumo. Ele havia estudado na Central South University em Changsha, uma instituição de elite famosa pela pesquisa em química de baterias. Mas ele sonhava em fabricar carros.

Em 2003, a BYD comprou uma fábrica em Xi’an que fabricava carros movidos a gasolina. Mas a empresa teve problemas no início, ganhando uma reputação precoce na construção de máquinas velhas. Numa visita à fábrica em 2006, uma grande área de reparos no final da linha de montagem estava lotada de carros recém-construídos que já precisavam de mais obras.

O navio de carga BYD Explorer No.1, carregado com 5.000 veículos elétricos BYD Automotive, durante uma parada no mar de Cingapura a caminho da Holanda, em 20 de janeiro de 2024. (Ore Huiying/The New York Times) Foto: ORE HUIYING

O navio de carga BYD Explorer No.1, carregado com 5.000 veículos elétricos BYD Automotive, durante uma parada no mar de Cingapura a caminho da Holanda, em 20 de janeiro de 2024. (Ore Huiying/The New York Times) Foto: ORE HUIYING© Fornecido por Estadão

Warren Buffett

As vendas da BYD cresceram à medida que o mercado chinês disparava. Warren E. Buffett comprou uma participação de quase 10% por US$ 230 milhões em 2008, dando à BYD não apenas uma injeção de dinheiro, mas também um prestígio global. No mesmo ano, Wang prometeu começar a exportar carros elétricos a bateria para os Estados Unidos dentro de dois anos.

Mas na época os carros elétricos custavam caro para serem construídos e tinham alcance limitado, e Wang teve que abandonar seus planos de entrar no mercado americano. Numa entrevista em 2011, ele questionou sua ênfase em carros elétricos a bateria. As montadoras deveriam se concentrar em híbridos gasolina-elétricos, declarou ele. Ele acrescentou: “Ainda existe um enorme potencial no mercado chinês para carros elétricos”.

Em 2012, a produção de automóveis na China acompanhou a procura. Os compradores tornaram-se mais seletivos. As vendas de automóveis e o preço das ações da BYD despencaram à medida que as multinacionais ofereciam modelos mais elegantes. Executivos e analistas do setor questionaram se a BYD tinha futuro.

Mas Wang fez duas apostas arriscadas que valeram a pena.

Central South University, conhecida por suas pesquisas sobre baterias e onde estudou o fundador e presidente da BYD, Wang Chuanfu, em Changsha, China, em 10 de fevereiro de 2023. (Keith Bradsher/The New York Times) Foto: KEITH BRADSHER

Central South University, conhecida por suas pesquisas sobre baterias e onde estudou o fundador e presidente da BYD, Wang Chuanfu, em Changsha, China, em 10 de fevereiro de 2023. (Keith Bradsher/The New York Times) Foto: KEITH BRADSHER© Fornecido por Estadão

Em 2016, ele contratou Wolfgang Egger, um proeminente designer da Audi, que por sua vez contratou centenas de outros engenheiros automotivos com gostos ousados. Eles redesenharam completamente os modelos da BYD.

Wang também descobriu como substituir os produtos químicos padrão da indústria em baterias recarregáveis de lítio – níquel, cobalto e manganês – por ferro e fosfato mais baratos. Mas as primeiras baterias feitas com compostos químicos baratos ficaram sem energia rapidamente e tiveram que ser recarregadas mesmo após viagens curtas.

Em 2020, a BYD lançou suas baterias Blade, que preencheram a maior parte da chamada lacuna de alcance com baterias de níquel-cobalto por uma fração do que custam.

A Tesla começou a fabricar e vender um grande número de carros na China no mesmo ano, e o entusiasmo pelos carros elétricos varreu o país. A BYD estava pronta com produtos químicos de bateria baratos e os novos designs de Egger.

A Tesla também começou a usar baterias de fosfato de ferro-lítio em modelos mais baratos. A BYD ainda vende principalmente carros mais baratos e com menor autonomia, enquanto a Tesla vende principalmente carros mais caros e com maior autonomia.

Um automóvel modelo Yangwang, marca de luxo da BYD, no salão do automóvel em Xangai, China, 19 de abril de 2023. (Qilai Shen/The New York Times) Foto: QILAI SHEN

Um automóvel modelo Yangwang, marca de luxo da BYD, no salão do automóvel em Xangai, China, 19 de abril de 2023. (Qilai Shen/The New York Times) Foto: QILAI SHEN© Fornecido por Estadão

O banco suíço UBS descobriu no ano passado que um sedã elétrico hatchback BYD Seal custava 35% menos para ser fabricado do que um Volkswagen ID.3 um pouco menor, de qualidade semelhante, fabricado na Europa. A economia veio apenas parcialmente das baterias de fosfato de ferro-lítio mais baratas.

A BYD fabrica três quartos das peças do Seal. Assim como a Tesla, a BYD utiliza apenas alguns sistemas eletrônicos em cada carro. Em contrapartida, a VW terceiriza até dois terços dos seus componentes. A BYD também se beneficiou de custos laborais mais baixos na China, embora estes tenham aumentado à medida que as fábricas competem para contratar trabalhadores qualificados.

Sede da BYD, que anunciou recentemente que investiria US$ 14 bilhões em tecnologia de direção autônoma, em Shenzhen, China, em 29 de janeiro de 2024. (Gilles Sabrié/The New York Times) Foto: GILLES SABRIÉ

Sede da BYD, que anunciou recentemente que investiria US$ 14 bilhões em tecnologia de direção autônoma, em Shenzhen, China, em 29 de janeiro de 2024. (Gilles Sabrié/The New York Times) Foto: GILLES SABRIÉ© Fornecido por Estadão

Cidade murada

A BYD agora tem sua própria cidade murada em Shenzhen, uma cidade no sudeste próxima a Hong Kong. Um monotrilho estilo aeroporto transporta trabalhadores de apartamentos de empresas de 18 andares até as torres de escritórios e laboratórios de pesquisa da BYD.

Liu Qiangqiang, engenheiro do centro de Shenzhen, disse que o número de funcionários de sua equipe de desenvolvimento de automóveis quase triplicou desde que ele ingressou na empresa vindo da General Motors, há 15 meses.

“O ritmo é rápido”, disse ele.

Depois de descartar a condução autônoma há um ano, a BYD entrou em ação quando as empresas de eletrônicos de consumo Huawei e Xiaomi lançaram carros com consideráveis capacidades de condução autônoma. Wang anunciou em janeiro que a BYD tinha 4.000 engenheiros trabalhando em direção assistida, uma forma limitada de tecnologia autônoma que funciona principalmente em rodovias e grandes estradas, e investiria US$ 14 bilhões nessa tecnologia.

A BYD tem uma vantagem persistente sobre a Tesla: a decisão de Wang, em 2011, de desenvolver carros híbridos plug-in, que respondem por quase metade das vendas da BYD.

Li Jingyu, vendedor de uma concessionária BYD em Shenzhen, disse que muitas famílias compraram um híbrido como primeiro carro para que pudessem dirigir de volta às suas aldeias ancestrais no Ano Novo Lunar. A maioria das aldeias na China agora tem carregadores, disse Li, mas não o suficiente para a multidão de motoristas visitantes no Ano Novo Lunar, que começou na noite de sexta-feira.

“As pessoas estão apenas preocupadas”, disse ele, “com o tempo de espera”.

Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado por nossa equipe editorial. Saiba mais em nossa Política de IA.

 

PERSEGUIÇÃO GOLPISTA PODE IMPULSIONAR FRENTE ANTI-STF NO CONGRESSO

 

História de RENATO MACHADO, CÉZAR FEITOZA E RANIER BRAGON • Jornal Estadão

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A operação da Polícia Federal realizada na última quinta-feira (8) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados aumenta a pressão sobre o bolsonarismo, mas pode também servir de combustível para movimento no Congresso Nacional que visa diminuir o poder do STF (Supremo Tribunal Federal).

Governistas torcem para que o avanço das investigações, reforçadas com as recentes buscas, representem um xeque-mate eleitoral sobre Bolsonaro, já inelegível até 2030 devido a decisões do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que o condenaram por uso da máquina e ataques e mentiras sobre o sistema eleitoral.

Como mostrou a Folha de S.Paulo, caso seja processado e condenado pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de Direito e associação criminosa, ele pode ficar inelegível por mais de 30 anos.

A oposição mais ligada ao ex-mandatário mantém o discurso de apoio a ele e de críticas ao STF, que conduz as investigações por meio do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.

Bolsonaro e alguns aliados, incluindo militares de alta patente, foram alvos da operação da Polícia Federal que apura uma tentativa de golpe de Estado. O objetivo seria manter o então mandatário no poder, mesmo após a derrota para Lula (PT) nas eleições de 2022.

No dia seguinte à operação da semana passada, o ministro do STF retirou o sigilo sobre vídeo de uma reunião ministerial na qual o próprio Bolsonaro discute com ministros cenários golpistas três meses antes da eleição.

Presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto chegou a ser preso em flagrante durante a operação por posse ilegal de arma de fogo. Três dias depois, no sábado (8), ele deixou a superintendência da PF em Brasília sob liberdade provisória.

“A perseguição política sob o disfarce de justiça ameaça a democracia. A ação da PF contra membros do PL e da oposição é mais um ataque à nossa Constituição. É essencial que a sociedade e o Congresso se unam em defesa do reequilíbrio entre os Poderes e da retomada da normalidade democrática, frente às excepcionalidades que atentam nossa legislação”, escreveu em suas redes sociais, no dia da operação, o senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição na Casa.

Marinho também é um dos principais integrantes da frente que busca reduzir o poder do Supremo.

O Senado já aprovou uma PEC (proposta de emenda à Constituição) limitando as decisões individuais de ministros do STF, em ofensiva da oposição que contou com o apoio do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O texto está na Câmara.

“Muito mais forte [será a atuação da oposição]. Representamos um povo que está indignado. Este povo é a metade da população brasileira. Não se cala a metade de uma Nação. Nenhum recuo. Nenhum passo atrás”, afirmou à Folha a ex-ministra e senadora Damares Alves (Republicanos-DF).

O senador Cleitinho (Republicanos-MG) foi outro dos que manifestaram apoio a Bolsonaro nas redes sociais.

“Devo tudo a Deus e a vocês por estar como senador hoje, mas também devo gratidão eterna ao ex-presidente Bolsonaro. […] Faço esse texto hoje para dar meu apoio ao ex-presidente Bolsonaro. Ele pode sempre contar comigo, até o fim!”, escreveu.

A esperança da oposição é que o espírito de corpo dos parlamentares -além do receio de boa parte de se tornar alvo futuro- e a popularidade do ex-presidente falem mais alto, no fim das contas.

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por exemplo, também bateu na tecla de que o Supremo está extrapolando em suas funções. “O que a gente está vendo é um desequilíbrio total entre os Poderes”, disse em vídeo divulgado no dia da operação.

O filho do ex-presidente compartilhou ainda imagens com a legenda “quanto mais batem, mais cresce”, mostrando uma fila de apoiadores em frente à casa do pai na Vila Histórica de Mambucaba, em Angra dos Reis (RJ).

Como a Folha de S.Paulo mostrou, Bolsonaro tenta repetir nesta casa o “cercadinho do Alvorada”, que era a prática de conversar com apoiadores quase que diariamente em frente à residência oficial da Presidência, em Brasília.

Do lado governista, a aposta é que novos nomes do bolsonarismo podem ser implicados nas investigações. Políticos ressaltam também que a cúpula do Congresso Nacional até o momento deixou claro que não vai intervir na defesa dos parlamentares suspeitos de participação em discussões golpistas.

Avaliam que essa situação pode beneficiar o governo em particular no Senado, onde se formou um reduto de ex-ministros bolsonaristas e onde a frente anti-STF tem mais força.

Citam por exemplo a reação do senador e ex-vice presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS). O general da reserva conclamou, na tribuna do Senado, comandantes das Forças Armadas a não se omitirem contra a “condução arbitrária de processos ilegais”. A declaração feita no dia da operação da PF levou o PSOL a pedir ao STF a prisão preventiva de Mourão.

No dia seguinte, o ex-vice-presidente recuou e divulgou nota afirmando que “não incitou, e nem se referiu, a nenhum tipo de ruptura institucional ou golpe”.

A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), cobrou punição dos bolsonaristas.

“Mimimi de Bolsonaro falando de perseguição política é mais uma vitimização que não cola. Operação da Polícia Federal hoje é fundamental para a garantia da democracia”, afirmou a dirigente em publicação feita no X, antigo Twitter.

Integrantes da cúpula do PL também temem que o partido sofra uma desarticulação por causa das investigações da Polícia Federal. Na decisão que autorizou a operação, Moraes proibiu que os investigados, entre eles, Valdemar, Braga Netto e Bolsonaro, conversem entre si.

No Partido Liberal, Braga Netto exerce um papel relevante na definição das estratégias da sigla, reunindo-se com parlamentares semanalmente e viajando para definir as candidaturas das eleições municipais deste ano.

Segundo aliados, Braga Netto sempre atuava em interlocução com Valdemar Costa Neto. Agora, aliados do general da reserva avaliam como manter os trabalhos de coordenação executados pelo militar sem dar brecha para que a Polícia Federal suspeite de que os investigados mantêm conversas.

MUITA CONVERSA SOBRE GOLPE E POUCA PROVA E MUITA CONTROVERSA TAMBÉM

História de RENATA GALF • Folha de S. Paulo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os novos elementos de prova de atos de cunho golpista do então presidente Jair Bolsonaro (PL) e de seu entorno revelados com a Operação Tempus Veritatis da Polícia Federal na semana passada geram controvérsia sobre qual seria o enquadramento criminal das condutas ali descritas.

Segundo a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), os fatos relatados têm materialidade dos crimes de golpe de Estado e abolição do Estado democrático de Direito.

Especialistas consultados pela Folha divergiram entre si. A controvérsia gira em torno da questão de quais condutas investigadas deixam de ser atos preparatórios de um crime -não puníveis- e passam a ser uma tentativa de cometê-lo.

Entre os argumentos para a nova operação, a PF apresenta mensagens que mostram que Bolsonaro discutiu com oficiais-generais das Forças Armadas a edição de um decreto golpista. E ainda que ele chegou a pedir modificações na minuta de golpe apresentada por um auxiliar, permanecendo a determinação de prisão de Moraes, que estaria sendo monitorado, e a realização de novas eleições.

Além disso, em reunião ministerial a três meses da eleição, Bolsonaro ordenou que os membros do governo divulgassem falas sobre fraude eleitoral e exortou os presentes a traçarem uma estratégia para garantir a manutenção do governo.

Mensagens também mostram que Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, deu orientações em suas conversas sobre onde manifestantes golpistas deveriam fazer os seus atos.

Entre os entrevistados, há quem considere que tais episódios por si só já configurariam crime, na forma tentada, mesmo que os ataques de 8 de janeiro não tivessem ocorrido. Também há quem os veja como meros atos preparatórios para um crime que acabou não sendo colocado em prática.

O crime de golpe de Estado se configura quando alguém tenta depor o governo legitimamente constituído, por meio de violência ou grave ameaça.

Já o crime de abolição do Estado democrático de Direito ocorre quando alguém atua com violência ou grave ameaça para tentar impedir ou restringir o exercício dos Poderes constitucionais, como, por exemplo, o livre funcionamento do Supremo.

A lógica neste caso é que, em caso de a tentativa ser bem-sucedida, nem caberia falar em punição, porque eventual novo regime no poder não puniria a si mesmo.

Na avaliação de Davi Tangerino, advogado criminalista e professor de direito da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), as reuniões já configuram crime, ressaltando que a minuta de decreto de golpe caracterizaria grave ameaça.

“O crime é tentar abolir, ou seja, nós transformamos num crime completo a tentativa. Isso torna muito difícil a gente limpar o que é ato preparatório nesses casos”, diz ele.

Ele considera difícil dizer que não houve execução das ordens de Bolsonaro, que tudo teria se restringido a atos preparatórios, apontando por exemplo a formação dos acampamentos golpistas.

“Eu acho que o erro aqui é a gente tentar vincular a ideia de golpe apenas ao 8 de janeiro”, diz. “Ele prova toda a intenção golpista, mas ele não era o único modo de se dar um golpe.”

Já Luís Greco, professor de direito penal da Universidade Humboldt de Berlim, ao avaliar os elementos trazidos nesta nova decisão, como a reunião em que Bolsonaro teria discutido a minuta do decreto do golpe com militares, diz que não estariam configurados os crimes de golpe de Estado e de abolição do Estado democrático de Direito.

Isso porque, para ele, falta o início da execução desses tipos penais, dado que ambos exigem violência ou grave ameaça para sua configuração -entendimento que ele também aplica ao caso do monitoramento de Moraes.

“A reunião não é início da execução de violência ou de grave ameaça”, diz Greco. “Uma reunião para discutir uma estratégia de ação, isso é ato preparatório.”

Ele entende que, a princípio, as reuniões sozinhas nunca serão tentativa destes crimes, mas que, junto com outros elementos, é possível que haja essa configuração. Ele avalia, porém, que há uma complexidade em demonstrar a causalidade entre esses atos e os ataques em Brasília.

Para a advogada Tatiana Stoco, que é professora de direito e processo penal do Insper, a partir do conjunto de elementos elencados na decisão, é possível identificar uma organização criminosa montada com diferentes frentes com um plano em comum muito engessado.

“Vejo a configuração clara do crime de tentar abolir o Estado democrático de Direito. Não é só ato preparatório, já estamos com o início dessa execução”, diz ela.

Ela não entende os diferentes atos como algo isolado, mas como um conjunto de uma obra maior. “Não se iniciou ali [no 8 de janeiro] essa tentativa, se iniciou antes, com todas essas medidas objetivamente traçáveis para que eles chegassem no objetivo deles.”

O advogado criminalista Frederico Horta, professor de direito penal da Universidade Federal de Minas Gerais, considera que, sozinhas, as reuniões seriam apenas atos preparatórios e, portanto, não puníveis. “Sem o 8 de janeiro, não tem início de execução de golpe”, diz.

Entretanto, para ele, não é possível analisar as novas provas de modo desvinculado do 8 de janeiro.

Horta entende que as novas provas apontam que boa parte dos alvos da PF são no mínimo instigadores dos ataques na capital federal e que, a depender das provas contra cada um deles, podem ser enquadrados como partícipes da tentativa de golpe.

“A minuta do golpe é uma prova da intenção. Ela vincula Bolsonaro ao que aconteceu, mostrando que ele atuou como instigador doloso, quer dizer, querendo que aquela mobilização acontecesse”, afirma.

 

EXÉRCITO ANTECIPA AUMENTO DE EFETIVO NA FRONTEIRA COM VENEZUELA, COLÔMBIA, EQUADOR, PERU E BOLÍVIA

 

História de Por Ricardo Brito e Anthony Boadle – Reuters

BRASÍLIA (Reuters) – As tensões na fronteira entre Venezuela e Guiana pela região de Essequibo e a crise humanitária na Terra Indígena Yanomami levaram o Exército brasileiro a antecipar o aumento de suas forças na Amazônia em 10%, disse o comandante militar da região, general Ricardo Augusto Costa Neves, à Reuters.

Dois mil soldados adicionais se somarão aos 20 mil militares da Força que estão na região e vão ajudar o Exército a patrulhar uma fronteira de 9 mil quilômetros com Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia, em uma região de selva usada por traficantes de drogas e garimpeiros ilegais, madeireiros e contrabandistas.

“Os últimos acontecimentos aqui ao norte, nos nossos vizinhos de norte, eles simplesmente anteciparam algumas ações que nós já tínhamos previstas”, disse.

“O comandante do Exército (general Tomás Paiva) determinou que nós aumentássemos a nossa presença na Terra Indígena Yanomami. Nós teremos dois pelotões especiais de fronteira naquela região”, acrescentou Costa Neves, general de infantaria quatro estrelas, em rara entrevista.

O reforço incluirá a criação de duas bases avançadas permanentemente implantadas dentro da reserva Yanomami, nos rios Uraricoera e Mucajaí, importantes vias de acesso dos garimpeiros que invadiram o território, adiantou ele. Essas bases vão dar apoio logístico aos órgãos ambientais, indígenas e de saúde, além de reprimir atividades ilegais em uma zona de 150 quilômetros a partir da fronteira.

A disputa decorrente da reivindicação da Venezuela sobre a região rica em petróleo de Essequibo, na Guiana, já levou o Exército brasileiro a enviar mais soldados, carros blindados e artilharia para o Estado fronteiriço de Roraima, com a criação de um novo regimento.

“Nós estamos triplicando praticamente o tamanho da organização militar. Já estava previsto no planejamento estratégico do Exército, nós estamos antecipando, assim como o recebimento de material de artilharia… todos esses mecanismos estavam previstos no nosso planejamento”, afirmou Costa Neves.

Os garimpeiros trouxeram doenças, destruição da floresta tropical e violência armada para as terras isoladas dos Yanomami, na fronteira com a Venezuela, causando desnutrição e mortes. O governo declarou no ano passado uma emergência humanitária e enviou uma força-tarefa para remover cerca de 20 mil mineiros.

Mas os garimpeiros ilegais começaram a regressar depois que as Forças Armadas reduziram suas operações e não conseguiram impor uma zona de exclusão aérea para os aviões que os transportavam para pistas de aterrissagem clandestinas na selva, disseram agentes ambientais à Reuters recentemente.

SEM FRACASSO

Costa Neves, que assumiu o comando da região em maio de 2023, rejeitou críticas ao fracasso dos militares em garantir a segurança do território Yanomami no ano passado. Para ele, os números do Exército falam por si.

Segundo o comandante, houve uma redução de 80% do garimpo na região e de 90% dos voos ilícitos naquela área, cerca de 80 barcaças de dragagem foram explodidas e 22 aviões foram apreendidos ou destruídos.

As Forças Armadas distribuíram 36 mil cestas básicas, fizeram evacuação aeromédica de 206 pacientes dos 6 mil Yanomami atendidos e prenderam 165 suspeitos de crimes ambientais, disse ele. Houve ainda o transporte de 600 toneladas de alimentos e suprimentos por via aérea, que foram lançados de paraquedas às comunidades indígenas.

“O ano passado, em toda a operação emergencial, foi o maior esforço aéreo da história da Força Aérea Brasileira. Será que isso é pouco compromentimento?”, disse.

“Esses números comprovam o nosso extremo comprometimento com a atuação ali na parte da fronteira, na terra indígena de Yanomami… nenhuma missão que foi levantada ali deixou de ser cumprida pela Força Terrestre, pelas Forças Armadas”, ressaltou.

O recente retorno dos responsáveis por atividades ilegais, que chamou de “recidiva”, foi em muito menor proporção do que ocorria, afirmou o general. Ele defendeu a atuação conjunta e integrada dos órgãos brasileiros como Funai, Ibama e Polícia Federal para trazer uma solução permanente à região.

“Agora, para que nós tenhamos a certeza que esses ótimos resultados, eles se estendam ao longo do tempo, são necessárias medidas estruturantes para a consolidação delas. E é exatamente este momento que nós estamos vivendo”, disse, citando o aumento do efetivo do Exército, criação de novas bases e maior coordenação entre os órgãos envolvidos.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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