A UNRWA, que Israel acusa de estar
“totalmente infiltrada pelo Hamas”, nega conhecimento do túnel e afirma
que não ocupa sua sede desde 12 de outubro por conta da ofensiva
israelense na Faixa de Gaza
Por Redação – Jornal Estadão
JERUSALÉM -As Forças de Defesa de Israel (FDI) e o serviço de segurança interna de Israel afirmaram, neste sábado, 10, que descobriram um túnel do grupo terrorista Hamas sob a sede da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA) na Cidade de Gaza.
Este foi o maior ataque terrorista da história de Israel e o maior
contra judeus desde o Holocausto. Após o ataque, tropas israelenses
iniciaram uma ofensiva na Faixa de Gaza, com bombardeios aéreos e
invasão terrestre, que deixou mais de 28 mil palestinos mortos, segundo o
ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo Hamas.
De acordo com o Exército israelense e o Shin Bet, o serviço de
segurança interna de Israel, as operações militares na Cidade de Gaza
nas últimas semanas levaram à descoberta de uma “entrada de túnel” perto
de uma escola gerida pela agência humanitária da ONU.
Forças de Defesa de Israel (FDI) dizem ter encontrado um túnel do grupo terrorista do Hamas embaixo de uma escola da UNRWA Foto: Jack Guez/AFP
Nos últimos dez anos, o Hamas escavou na Faixa de Gaza um grande
número de túneis, nos quais Israel afirma que seus combatentes se
escondem.
Em outubro, um estudo do Modern War Institute, da academia militar
americana West Point, identificou 1.300 túneis, que abrangem mais de 500
km de corredores subterrâneos.
“A entrada levava a um túnel terrorista subterrâneo que era um
importante ativo para a inteligência militar do Hamas e passava por
baixo do prédio que serve como sede principal da UNRWA na Faixa de
Gaza”, indicaram as fontes israelenses em um comunicado.
Soldados israelenses caminham perto de um prédio da ONU na Cidade de Gaza Foto: Ariel Schalit/AP
Também acrescentaram que “as instalações da UNRWA forneciam
eletricidade para o túnel”, que tinha 700 metros de comprimento e estava
a 18 metros abaixo da terra, e que encontraram documentos e armas no
recinto da ONU, o que “confirma que os escritórios também foram usados
por terroristas do Hamas”.
Agência da ONU nega uso por terroristas
A Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA)
negou que uma de suas escolas fosse usada por terroristas do Hamas e
afirmou que retirou os funcionários de suas instalações na Cidade de
Gaza por conta da ofensiva israelense no enclave palestino.
“Não utilizamos este prédio desde que o abandonamos e não temos
conhecimento de qualquer outra atividade desenvolvida”, respondeu a
UNRWA. As acusações de Israel “merecem uma investigação independente,
impossível neste momento, já que Gaza está em uma zona de guerra ativa”,
acrescentou.
Soldados israelenses operam em uma instalação da UNRWA na Faixa de Gaza Foto: Jack Guez/AFP
Além disso, segundo Israel, cerca de 190 colaboradores da agência,
que distribui alimentos, fornece abrigo e educação aos refugiados
palestinos, teriam algum tipo de militância em grupos radicais que
promovem atos terroristas, como o Hamas e a Jihad Islâmica.
A UNRWA informou que demitiu a maioria dos funcionários supostamente
envolvidos nos ataques, e a ONU está investigando internamente as
acusações contra os funcionários demitidos. O secretário-geral da
organização, António Guterres, nomeou uma comissão independente para
avaliar a “neutralidade” da agência.
A agência depende de contribuições voluntárias. Cerca de 95% do
orçamento vem de transferências governamentais. Conforme balanços
recentes, a UNRWA teve orçamento de US$ 1,17 bilhão, em 2022. Os maiores
doadores foram países membros da União Europeia (US$ 520 milhões) e os Estados Unidos (US$ 344 milhões).
Os EUA anunciaram na sexta-feira, 9, que não vão retomar a
colaboração até que a investigação seja concluída. No início do mês, a
União Europeia decidiu manter repasses por avaliar que são essenciais
para sobrevivência dos refugiados, mas considerou as denúncias “muito
graves” e cobrou uma auditoria na agência.
“O Brasil exorta a comunidade internacional a manter e reforçar suas
contribuições para o bom funcionamento das suas atividades. Meu governo
fará aporte adicional de recursos para a agência”, afirmou Lula,
conforme discurso divulgado na sexta-feira, 9, pelo Palácio do Planalto.
“O Brasil também integra a Comissão Consultiva da Agência das Nações
Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA). As recentes denúncias
contra funcionários da UNRWA precisam ser devidamente investigadas, mas
não podem paralisá-la.”
O valor adicional a ser transferido pelo Brasil não foi divulgado. Consultados pelo Estadão,
integrantes das equipes do Palácio do Planalto, do Ministério da
Fazenda e do Ministério das Relações Exteriores disseram que ainda não
há uma cifra definida./Com informações de Felipe Frazão e AFP
Com uma infraestrutura deficiente e
debilitada, o País não deveria se dar ao luxo de dispensar investimentos
privados, mas será preciso bem mais do que retórica para atrair novas
empresas
Por Notas & Informações – Jornal Estadão
O governo quer atrair novas empresas para projetos de concessão e
Parcerias Público-Privadas (PPPs) da nova edição do Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC). O ministro da Casa Civil, Rui Costa,
disse que é preciso diversificar, uma vez que os grupos que já atuam no
País estariam sobrecarregados.
O diagnóstico do ministro não é exatamente novo. O certame para a
concessão de estradas no Paraná realizado no ano passado foi disputado
por dois fundos de investimento que já atuavam na área e no País. Já o
leilão da chamada “rodovia da morte”, em Minas Gerais, não teve
interessados.
Nas ferrovias, a opção do governo foi a de renovar os contratos de
concessão das atuais administradoras em troca da antecipação dos
investimentos. Com algumas exceções, os leilões de aeroportos também têm
registrado uma certa concentração de empresas que já haviam adquirido
outros ativos.
Com uma infraestrutura deficiente e um orçamento estrangulado, o
Brasil não deveria se dar ao luxo de dispensar os investimentos da
iniciativa privada. Porém, ao contrário do mercado financeiro, capaz de
atrair capital externo interessado no diferencial das taxas de juros, o
setor de infraestrutura ainda desperta muitas dúvidas nos investidores. E
não sem razão.
Basta lembrar o então prefeito do Rio de Janeiro Marcelo Crivella
destruindo as praças de pedágio da Linha Amarela em outubro de 2019.
Mais recentemente, após uma tempestade que deixou regiões da capital
paulista por dias sem luz, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes,
entrou em uma saga judicial demagógica para tentar rescindir o contrato
com a Enel.
Cenas e atitudes como essas ocorreram nas duas principais cidades do
País. É importante que se diga, no entanto, que atos de
irresponsabilidade nessa seara não são exclusividade dos prefeitos.
O edital de privatização do Porto de Santos chegou a ser enviado para
apreciação do Tribunal de Contas da União (TCU) no governo Bolsonaro,
mas o processo foi suspenso após a eleição do presidente Lula da Silva.
No caso da privatização da Eletrobras, aprovada pela Câmara e pelo
Senado, o governo federal, por meio de uma ação no Supremo Tribunal
Federal, tenta reverter sua perda de influência nos rumos da empresa,
materializada no menor número de assentos no Conselho de Administração.
Para dar sobrevida a estatais estaduais, o Executivo tentou passar
por cima do marco do saneamento, também aprovado pelo Congresso, por
meio de decreto, ainda que a incompetência dessas empresas em
universalizar o acesso à água e ao esgoto tratados esteja mais do que
atestada.
Como explicar essas idas e vindas, de maneira convincente, para os
investidores privados que tanto se pretende atrair? Eis o tamanho do
desafio do ministro da Casa Civil, que precisará muito mais do que
retórica para mostrar que o Brasil respeita contratos e tem segurança
jurídica, regras claras e agências reguladoras independentes. Também
será preciso dobrar a aposta em medidas que favoreçam o ambiente de
negócios.
Algo que também faria diferença nessa área seria a reconquista do
grau de investimento. Fundos de pensão estrangeiros, que
tradicionalmente investem em ativos de infraestrutura, têm limitações
para aplicar recursos em países mal avaliados pelas agências de
classificação de risco.
No caso brasileiro, a maior dúvida das agências não é a exposição ao
setor externo, mas a política fiscal. Não por acaso, ao elevar o rating
soberano do País, logo após a aprovação da histórica reforma tributária
pelo Legislativo, a agência de classificação de risco S&P enfatizou a
importância de que o País permaneça na rota do pragmatismo para criar
as bases para um crescimento econômico sustentável e perene.
Nesse sentido, a defesa do déficit zero é importante, mas
insuficiente. Como mostrou o Banco Central, a dívida bruta do País
voltou a subir pela primeira vez em três anos e atingiu 74,3% do Produto
Interno Bruto (PIB). Garantir que a curva do endividamento público pare
de crescer e atinja a estabilidade é fundamental para que o País passe a
ser visto como um destino seguro para os investidores de longo prazo.
Pesadão e emperrado, o Brasil continuará correndo no segundo ou
terceiro pelotão da economia mundial, neste ano e no próximo, segundo
projeções de entidades multilaterais, do mercado e também do governo
brasileiro. As políticas sociais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
podem favorecer o consumo e estimular a atividade em 2024 e 2025, mas
será necessário muito mais que isso para intensificar e prolongar o
crescimento. Só se expande o potencial produtivo com muito investimento
em infraestrutura, construção civil, incorporação de máquinas e
equipamentos e formação de mão de obra. Mas o País continua deficiente
em todo esse conjunto de requisitos.
Completadas mais de duas décadas, o balanço deste início de século é
pouco entusiasmante. Do ano 2000 até novembro do ano passado, a taxa
média mensal de investimento em capital físico ficou em 17,9% do Produto
Interno Bruto (PIB), segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV). A partir
de janeiro de 2015 a média caiu para 16,4%. Esse quadro indica
fragilidade do crescimento econômico e “liga um alerta para o futuro”,
comentou a pesquisadora Juliana Trece, coordenadora do Monitor do PIB-FGV.
Uma expansão sustentável em torno de 4% ao ano – mais próxima daquela
observada em outras economias emergentes – dependeria de um
investimento físico equivalente a uns 24% do PIB, segundo estimativa bem
conhecida. O recuo da inflação, claramente observado a partir do
quadrimestre final do ano passado, permitirá novos cortes de juros, como
já antecipou o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto.
Com juros menores haverá melhores condições para investimento em meios
de produção. Mas a decisão de investir dependerá também das expectativas
econômicas e políticas.
Essas expectativas serão em boa parte influenciadas pelo
relacionamento do Executivo com o Congresso. Esse relacionamento será
determinado principalmente pela habilidade política do presidente Lula e
do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Parlamentares têm-se mostrado
famintos de recursos orçamentários – obtidos por meio de emendas – para
objetivos políticos pessoais. Verbas da União deveriam, racionalmente,
ser destinadas a programas e projetos de caráter nacional, mas muitos
congressistas tendem a agir como vereadores federais.
A apropriação de dinheiro federal para objetivos paroquiais é bem
maior no Brasil do que em muitas economias desenvolvidas e emergentes,
como se observa em comparações com Estados Unidos, França, Portugal,
Turquia, Estônia e outros países. Congressistas brasileiros absorvem um
quinto das verbas livres do Orçamento, isto é, daquelas disponíveis
quando se descontam as despesas obrigatórias. A fatia controlada por
parlamentares muito raramente supera 2% dos gastos livres na maior parte
do mundo desenvolvido e emergente, segundo levantamento citado pelo Globo.
Se o Executivo federal tivesse maior controle dessas verbas, seu uso
seria provavelmente muito mais benéfico para o desenvolvimento nacional.
Além disso, haveria melhores condições para o ajuste das contas
públicas, um importante objetivo explicitado pelo ministro da Fazenda,
valorizado pelos mercados nacional e internacional e sacramentado em
lei, mas pouco presente, no dia a dia, em decisões e manifestações de
parlamentares. O Orçamento da União “pertence a todos, não apenas ao
Executivo”, disse o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL),
reagindo aos cortes de pagamentos de emendas orçamentárias pela
Presidência da República. Ele seria mais convincente se os congressistas
se ocupassem também da busca do equilíbrio financeiro do Tesouro,
tarefa exercida normalmente pelo Executivo.
Enquanto Lira critica a “burocracia técnica” e reivindica poder sobre
o Orçamento, o ministro da Fazenda tenta conciliar dois objetivos,
crescimento econômico pouco superior a 2% – talvez 2,2% ou 2,3% – e
Orçamento com déficit zero no resultado primário, isto é, sem o gasto
com juros. Contido o déficit, será mais fácil frear o endividamento do
Tesouro.
Embora modesto para o Brasil, o crescimento buscado neste ano pelo
governo é superior às taxas projetadas para o País pelo Fundo Monetário
Internacional (1,7%), pelo Banco Mundial (1,8%), pela Organização para
Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a OCDE (1,8%), e também pelo
mercado, segundo a pesquisa Focus (1,6%). Além disso, todas
essas taxas são inferiores à expansão estimada para a economia global,
de 3,1% no cenário do FMI, 2,9% no da OCDE e 2,4% na projeção do Banco
Mundial.
Projeções para a economia do Brasil têm sido geralmente erradas nos
últimos três anos, como observou o presidente do BC. O crescimento
surpreendeu em 2023 e poderá, segundo ele, surpreender de novo. São
observações animadoras, mas é preciso buscar muito mais que uma expansão
superior à estimada para 2024. O objetivo deve ser uma fase prolongada
de modernização e maior expansão. Isso vai exigir muito mais que ações
de estímulo imediato ao consumo e à produção. É hora de redescobrir o
longo prazo e o planejamento.
As conversas entre autoridades militares e civis, obtidas pela Justiça brasileira,
mostram como o impulso autoritário vira ao avesso normas corporativas,
leis nacionais e princípios morais e patrióticos. A covardia de abusar
do próprio poder para trair a vontade popular expressa livremente nas
urnas é apresentada como coragem; o apego à legalidade, como covardia.
Por isso, Nayib Bukele é a nova sensação dos autoritários e desavisados;
San Salvador, seu novo lugar de peregrinação. Em 2020, no segundo ano
de seu primeiro mandato, ele comandou a invasão da Assembleia Nacional
com apoio de militares e policiais, sentou-se na cadeira do presidente
do Parlamento, declarou-se detentor de “poder divino” e mandou aprovarem
US$ 109 milhões para seu plano de segurança.
O presidente conquistou a confiança dos militares dobrando o seu
efetivo, enchendo-os de mordomias e dando-lhes licença para matar.
Pelos índices oficiais, os homicídios por 100 mil habitantes caíram de
51 em 2018 para 3 no ano passado. O que ninguém lembra hoje é que esse
índice já vinha caindo desde 2015, quando estava em 106.
Homem
mostra capa do principal jornal de El Salvador, La Prensa, com a
manchete ‘Reeleito’ e a foto do presidente Bukele e a primeira-dama do
país comemorando a vitória nas eleições com 85% dos votos Foto: Marvin Recinos / AFP
Bukele se reelegeu no domingo com quase 85% dos votos.
O segundo colocado, Manuel Flores, teve 6%. Os números são consistentes
com uma pesquisa independente, feita pelo Centro de Estudos Cidadãos da
Universidade.
Francisco Gavidia, na qual 84% dos entrevistados disseram que Bukele era o melhor candidato e Flores, 4%.
Os pesquisadores fizeram uma pergunta carregada de viés: “Antes as
gangues espalhavam terror, agora é igual com militares e policiais?” Ao
que 86% responderam: “Não, não é igual, estamos mais seguros”. A maioria
passou no teste de sanidade: 80% disseram que a terra é esférica e 94%,
que a mudança climática é real.
O contentamento dos salvadorenhos com a segurança reconquistada é
compreensível e legítimo. Agora, eles podem andar na rua tranquilos. A
segurança lhes deu liberdade. Mas também está lhes tirando, sem que
muitos percebam. Muitos jovens mortos e presos sem direito à defesa são
inocentes.
Em maio de 2021, cinco juízes independentes da Corte Suprema foram
destituídos pelo Congresso de maioria governista. Em novembro, a Corte
decidiu que, se tirasse seis meses de licença, Bukele poderia disputar a
reeleição, vetada pela Constituição. Ele já fala em terceiro mandato,
“se o povo quiser”. O número de deputados foi reduzido para favorecer a
criação de uma super-maioria do regime. Publicitário, Bukele cunhou para
si o apelido “el dictador más cool del mundo”.
Uma lei cruel da condição humana é que, quando falta algo de
essencial, aceitamos trocar por algo igualmente essencial, que não falta
no momento. É o caso da segurança, estabilidade, justiça, dignidade e
liberdade. Mas todas são igualmente essenciais. Não é justo impor
escolhas e trocas entre elas.
É o que toda ditadura faz. No início, parece uma boa troca. Com o
passar do tempo, as pessoas percebem que caíram numa armadilha. Aí, é
tarde demais. Regimes ditatoriais não têm incentivos internos para
chegar ao fim. Nicolás Maduro convenceu Joe Biden a voltar a comprar petróleo da Venezuela em
troca da promessa de eleições justas este ano. Os EUA fizeram sua
parte. Maduro embolsou mais de US$ 1 bilhão e não permitiu que María
Corina Machado, a candidata mais competitiva, disputasse a eleição.
Na China, depois de décadas de crescimento astronômico, Xi Jinping adotou medidas para tolher as grandes empresas privadas de tecnologia,
motores da economia, por considerar que elas competiam com o Partido
Comunista em poder econômico e dados sobre os cidadãos. O resultado é a
desaceleração econômica e a explosão do desemprego entre os jovens. O
regime censura e reprime os protestos.
A eficiência das ditadura é um mito. A perda da liberdade e da dignidade é real.
Cenário brasileiro segue entre os piores,
permanecendo entre os sete que mais têm jovens que não estudam nem
trabalham; faltam políticas públicas específicas
Sem contar com políticas públicas específicas para reduzir as taxas
de jovens entre 15 e 29 anos que não estudam nem trabalham, o Brasil
está estagnado em relação à maioria dos países analisados pela
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Em
2012, os nem-nem brasileiros eram 20% dessa faixa etária, índice
que colocava o País entre os sete piores. Dez anos depois, tanto a
posição no ranking quanto o porcentual são os mesmos, mas a taxa
brasileira piorou na comparação com a da média das nações que fazem
parte da organização – o Brasil ainda não integra esse grupo, mas sua
adesão está em tramitação.
Os resultados obtidos pela Irlanda nessa década são os que mais
impressionam, fruto de um trabalho que mescla capacitação, ajuda para
obtenção de emprego e assistência financeira. Assim, o país saiu da 6ª
posição na lista dos dez com maiores índices de nem-nem para ficar entre
os sete que menos têm jovens nessa situação. A taxa passou de 21,1%
para 8,9%. Os irlandeses ainda melhoraram em relação à média das nações
que fazem parte da OCDE. Se em 2012 estavam quase seis pontos
porcentuais acima da média da organização, em 2022 passaram a ficar
quatro pontos abaixo.
ETHIENY KAREN PEREIRA FERREIRA/ESTADÃO
Um dos programas desenvolvidos por lá se chama Springboard, que
oferece cursos de qualificação para jovens em setores empresariais que
estão em crescimento ou que apresentam necessidade de mão de obra. Já o
Momentum auxilia desempregados de longo prazo a adquirirem habilidades
necessárias para a reinserção no mercado de trabalho. Por sua vez, o
Pathways to Work, do Departamento de Assuntos de Emprego e Proteção
Social, garante assistência financeira e busca capacitar os jovens
inativos. Há, ainda, projetos para oferecer estágios em organizações
parceiras e iniciativas voltadas para jovens nem-nem com deficiência.
Grécia e Espanha também conseguiram grandes reduções em suas taxas,
em torno de dez pontos porcentuais de queda. Com isso, os gregos
deixaram o posto de país com maior porcentual de nem-nem que ocupavam em
2012 e passaram à 11ª posição. E a Espanha passou do segundo para o
novo lugar. Ambos ainda estão acima da média da OCDE, mas com desvios
bem menores.
De 21,1% para 8,9% Foi a melhora na taxa de jovens nem-nem na Irlanda em uma década
O Reino Unido, por sua vez, cruzou essa fronteira e agora tem índice
de jovens que não estudam nem trabalham abaixo da média da organização.
Com apoio de um conjunto de políticas públicas, reduziu o porcentual de
nem-nem de 16,3% para 10,6% e passou do 13º país com as taxas mais altas
para o 13º com os menores índices.
Parcerias entre governo e empresas, além de programas de incentivo à
contratação de jovens, foram peças importantes para essa evolução. Esse
trabalho se intensificou com o início da pandemia. Lançado em setembro
de 2020, por exemplo, o Kickstart financiou empresas para que
contratassem jovens de 16 a 24 anos por seis meses, oferecendo colocação
para pessoas em risco de desemprego a longo prazo e que dependiam de
auxílios do governo britânico. Esses jovens passaram por capacitações
para que, ao fim do programa, estivessem treinados para ocupar um cargo
permanente.
Os beneficiários do Kickstart ganhavam do governo um salário-mínimo
semanal entre 132 libras e 260 libras, variando de acordo com a idade do
trabalhador. Já os empregadores recebiam 1.500 libras para cada emprego
criado, além da cobertura de custos de seguro e previdência social. Ao
fim do programa, em março de 2022, o saldo havia sido de 163 mil novos
empregos temporários. E a taxa de desemprego entre jovens havia atingido
o menor nível desde o início da série histórica, em 1992, segundo o
governo do Reino Unido.
O grupo de nem-nem que acaba de se formar nas escolas também recebeu
apoio: jovens de 18 e 19 anos que não encontravam empregos puderam se
inscrever em cursos de capacitação em áreas de alta empregabilidade e
nas quais faltavam profissionais. Os cursos duravam um ano e eram de
áreas de importância na economia do Reino Unido. A partir deles, jovens
puderam encontrar empregos ou se tornaram aprendizes e trainees. Para
cada formando, o governo custeou 400 libras em cursos. O programa teve
início em julho de 2020 e foi encerrado em 2023.
Outros projetos também tiveram como foco a formação de aprendizes e
trainees, mesclando experiência de trabalho com cursos de capacitação em
áreas variadas. A maior parte dos programas foi voltada para jovens até
24 anos, bem na transição entre as atividades educacionais e o mundo do
emprego.
PROBLEMA TEM CAUSAS MÚLTIPLAS NO BRASIL
A causa para os altos índices de nem-nem no País é multifacetada, mas
a falta de acesso à educação de qualidade e o desemprego estrutural
entre os jovens são os dois principais pontos, na opinião do professor
Renan de Pieri, da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da
Fundação Getulio Vargas (FGV). O especialista explica que, apesar da
universalização do ensino fundamental no Brasil, a grande taxa de evasão
no ensino médio e o baixo acesso ao ensino superior dificultam a
empregabilidade dos jovens.
“Por mais que os ganhos educacionais sejam maiores na infância, o
ensino técnico atualiza os jovens e dá a eles ferramentas para as novas
vagas que surgem em momentos de crescimento”, diz Pieri. A crise
econômica entre 2015 e 2016 e a pandemia de coronavírus agravaram os
problemas uma vez que diminuíram as oportunidades para os recém-chegados
no mercado de trabalho e exigiram novas habilidades e acesso às
ferramentas utilizadas no ensino a distância. Para Pieri, quanto mais
tempo o jovem demora para ingressar no mercado de trabalho, mais
dificuldades ele vai ter no futuro para se empregar.
“O ensino técnico atualiza os jovens e dá a eles ferramentas para as novas vagas que surgem em momentos de crescimento”
Renan de Pieri
professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV
De acordo com o especialista, a geração de empregos demanda que a
economia cresça. “Mas, para que os empregos se formalizem, é necessário
um crescimento sustentável por mais tempo. Só quando o mercado dá sinais
de mais estabilidade começamos a observar as vagas formais aparecendo,
dado que o custo demissional do trabalhador formal é bem mais alto”,
explica Pieri.
O Brasil ainda não tem política sólida para lidar com os nem-nem. A
situação pode começar a mudar, no entanto, a partir da assinatura do
Pacto Nacional pela Inclusão da Juventude, criado pelo Fundo das Nações
Unidas para a Infância (Unicef) e a Organização Internacional do
Trabalho (OIT), juntamente com o governo federal. A assinatura da
parceria ocorreu em 11 de dezembro.
ETHIENY KAREN PEREIRA FERREIRA/ESTADÃO
O QUE VEM FAZENDO O PAÍS COM A MENOR TAXA DE NEM-NEM?
Reduzir o índice de jovens de 15 a 29 anos que não estudam nem
trabalham depende da estabilidade da economia. Mas não só. Também são
necessários investimentos e políticas que sejam capazes de gerar
oportunidades e boas condições de trabalho. Essa combinação explica em
grande parte a situação da Holanda, que tem as menores taxas de nem-nem.
Em 2012, o país era o mais bem colocado nesse quesito, situação em que
se manteve em 2022.
Só que os holandeses conseguiram nesse período reduzir ainda mais seu
índice, que passou de 6,7% para 4,5%. A queda se dá há pelo menos 20
anos, quando a taxa de jovens desocupados de 15 a 29 anos era de 7,1%.
Segundo Alexander Dicks, PhD pelo Centro de Investigação para a
Educação e o Mercado de Trabalho (ROA) da Universidade de Maastricht, na
Holanda, uma das justificativas para o baixo índice de jovens que não
estão na educação, no emprego ou na formação é a economia sólida do
país. “Além disso, a Holanda tem um forte sistema de educação
profissional, práticas educacionais geralmente boas e universidades de
alta qualidade”, afirmou Dicks, em entrevista ao Estadão/Broadcast.
O sistema educacional holandês é referência e resultado do trabalho
do governo em apoiar jovens vulneráveis e limitar a evasão escolar. Até
os 16 anos o ensino é obrigatório e, por lei, até os 18 anos os jovens
devem obter um diploma qualificativo. As políticas dependem da parceria
entre vários ministérios e órgãos governamentais locais e deixaram de
focar no desemprego juvenil para melhorar as responsabilidades legais
das escolas e municípios. Os custos baixos da educação também
influenciam na permanência estudantil, além do apoio financeiro que os
alunos podem receber, inclusive aqueles que abandonam o sistema
educacional e têm entre 18 e 23 anos.
“A oferta de formação profissional pode ser considerada uma rede de
segurança para jovens que não são tão bons em tarefas cognitivas, mas
que ainda são mais do que capazes de aprender uma profissão”, diz Dicks.
Ela é padronizada e concede aos aprendizes um diploma que especifica as
habilidades aprendidas. Para o pesquisador, esse tipo de ensino é
fundamental para a inserção dos jovens no mercado de trabalho.
SITUAÇÃO DAS MULHERES É PIOR NO MUNDO TODO
Tanto países desenvolvidos quanto em desenvolvimento registram mais
mulheres do que homens entre os nem-nem. A Turquia, que aparece na
segunda posição entre os que mais têm população jovem nessa situação,
atrás apenas da África do Sul, registra a maior diferença entre os
gêneros. Trinta e nove por cento da população feminina da Turquia na
faixa etária dos 15 aos 29 anos não trabalha e nem estuda, segundo dados
de 2022. Entre os homens, a taxa é de 17,3%, uma diferença de mais de
20 pontos porcentuais. Mas esses números já estiveram mais distantes. Em
2002, quando 21,5% dos homens estavam inativos, as jovens nem-nem
somavam quase 60%.
Gerente sênior de pesquisas da Eurofound, agência europeia para a
melhoria de condições de vida e de trabalho, Eszter Sándor confirma que
essa realidade é global. “Isso ocorre porque as mulheres jovens correm
um risco maior de estar em uma situação de nem-nem em razão das
responsabilidades de cuidar dos filhos e de outros integrantes da
família que precisam de assistência”, explica a especialista. “Elas
também fazem outros trabalhos não remunerados, como o trabalho
doméstico.”
39% Da população feminina da Turquia na faixa
etária de 15 a 29 anos está no grupo dos nem-nem; país é o que tem a
maior diferença entre os gêneros
No México, o índice de mulheres inativas também é alto. Elas
representam 29,5% da população nessa faixa etária, enquanto os homens
são 9,2%. Há vinte anos, essa diferença era de 34 pontos porcentuais e,
há dez anos, de 26 pontos. Isso indica uma melhora lenta, mas constante.
Colômbia, República Tcheca, Hungria, Israel, Letônia, México, Polônia e
Eslováquia, assim como o Brasil, têm diferenças significativas entre os
números de mulheres e homens nem-nem há pelo menos dez anos.
Há também recortes raciais nessa desigualdade. No Brasil, o tempo
gasto com o trabalho doméstico é ainda maior para as mulheres negras,
como explica a professora da Universidade Federal do Espírito Santo
(UFES) Juliana Teixeira. “Por mais que todas as mulheres fiquem
sobrecarregadas, as mulheres negras são as que mais executam esse
trabalho do cuidado”, afirma. Ela ainda explica que as mulheres negras
têm uma rede de apoio menor e menos condição de terceirizar o trabalho
doméstico.
Entre as soluções para reintegrar as mulheres no ensino e no mercado
de trabalho estão ações governamentais necessárias, como ao oferecer
condições de assistência social para mães. Eszter Sándor aponta que a
taxa de nem-nem na Europa tende a diminuir quando a transição para o
emprego é acompanhada da oferta de serviços de apoio à família,
principalmente no cuidado das crianças. Essa análise faz parte de um
relatório que será lançado em breve pela agência Eurofound, da União
Europeia.
Juliana Teixeira, professora da UFES, também menciona o desafio de
adaptar os locais de trabalho e estudo, fazendo com que sejam acessíveis
para que mulheres possam levar seus filhos. “É preciso repensar os
nossos espaços para que as mulheres que cuidam de crianças possam ser
reintegradas à educação e ao emprego.”
*Gatilhos mentais vão além da psicologia e podem ajudar a fechar negócios de maneira qualificada*
Quando escutamos o termo “gatilho mental” isso nos remete a qualquer
ato ou palavra que pode despertar alguma reação imediata, benéfica ou
nociva.
Mas, no mundo dos negócios, a expressão “gatilhos mentais” pode
designar uma estratégia eficiente para que um cliente tome uma decisão
de forma mais assertiva.
Segundo estudos da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, o
grau de confiança na especificidade (isto é, o vendedor conferir dados e
ser bem específico), aumenta em 34,8% as chances de se fechar um
negócio.
“Gatilhos mentais têm viés cognitivos, que quando bem utilizados e de
maneira correta, ele ajuda a empresa a vender seus serviços de maneira
mais qualificada e rápida. Desse modo, o cliente consegue tomar a
decisão de forma mais assertiva. Vou dar um exemplo: um dado, o gatilho
da especificidade. Quanto mais específico você for naquele serviço que
você está prestando, isto é, se eu embasar minha venda em dados e
índices, mais chances eu terei de ser exitoso”, comenta o mentor em
negócios de saúde, Rogério Magalhães.
Na visão do especialista, quando conferimos dados daqueles serviços
que estamos prestando, que pode ser um exame de sangue ou outro tipo de
coleta, estamos sendo específicos.
“Quando eu falo que existem dados para aquele exame ou para aquele
serviço, eu estou sendo específico. Outro exemplo, 67% dos nossos
pacientes fazem exame mensal de hemograma para acompanhar a sua saúde.
Quando eu falo 67%, além de eu estar sendo específico, eu estou passando
um nível de confiança e de especificidade muito grande para o paciente.
E automaticamente, esse viés cognitivo, entra no seu cérebro, no
mindset, no lado emocional do cérebro, que é o seu lado esquerdo do
cérebro, e você toma a decisão de também querer fazer esse serviço”,
relata o mentor.
Isso representa que “acabamos por fechar negócios com o lado esquerdo do cérebro”.
“Quando o nosso time está preparado, quando os dados estão
disponíveis e quando sabemos utilizar esses dados de acordo com o
serviço, de acordo com a situação, de acordo com o persona, é muito mais
fácil do paciente tomar a decisão, comprar o serviço e efetivamente
fazer um exame ou procedimento”, conclui.
Gatilho da especificidade
Esse processo de gatilho da especificidade é realmente muito poderoso
para influenciar a decisão do cliente/paciente. Quando você fornece
dados específicos sobre um serviço, como a assertividade de um exame ou o
número de pessoas que realizam um determinado exame mensalmente, isso
cria confiança e credibilidade, o que pode levar a uma maior adesão aos
serviços oferecidos. É importante saber utilizar esses dados de forma
estratégica para atender às necessidades do paciente e garantir a
efetividade do serviço.
Rogério Magalhães
Bacharel em Ciências Contábeis pela Universidade Federal do Ceará, é
pós-graduado em Marketing pela FGV, em estratégia de marketing pela
Universidade de La Verne (Califórnia – Estados Unidos), e em
Administração Executiva Sênior pela UFRJ, além de especialista em vendas
e marketing pela Universidade de Berry (Flórida – Estados Unidos) e em
gestão empresarial pela Business School SP. Foi gestor comercial de
empresas multinacionais como a farmacêutica Schering Plough e gerente
comercial da Sanofi-Aventis. Tem diversas especializações em
universidades e escolas internacionais.
A importância do bom site da Valeon para o seu negócio
Moysés Peruhype Carlech
Antigamente, quando um cliente precisava de um serviço, buscava
contatos de empresas na Lista Telefônica, um catálogo que era entregue
anualmente ou comprado em bancas de jornais que listava os negócios por
áreas de atuação, ordem alfabética e região de atuação.
De certa forma, todos os concorrentes tinham as mesmas chances de
serem encontrados pelos clientes, mas existiam algumas estratégias para
que os nomes viessem listados primeiro, como criar nomes fantasia com as
primeiras letras do alfabeto.
As listas telefônicas ficaram no passado, e, na atualidade, quando um
cliente deseja procurar uma solução para sua demanda, dentre outros
recursos, ele pesquisa por informações na internet.
O site da Valeon é essencial para que sua empresa seja encontrada
pelos seus clientes e ter informações sobre a empresa e seus produtos 24
horas por dia. Criamos uma marca forte, persuasiva e, principalmente,
com identidade para ser reconhecida na internet.
Investimos nas redes sociais procurando interagir com o nosso público
através do Facebook, Google, Mozilla e Instagram. Dessa forma, os
motivos pelos quais as redes sociais ajudam a sua empresa são inúmeros
devido a possibilidade de interação constante e facilitado como o
público-alvo e também a garantia de posicionamento no segmento de
marketplaces do mercado, o que faz com que o nosso cliente sempre acha o
produto ou a empresa procurada.
A Plataforma Comercial site Marketplace da Startup Valeon está apta a
resolver os problemas e as dificuldades das empresas e dos consumidores
que andavam de há muito tempo tentando resolver, sem sucesso, e o
surgimento da Valeon possibilitou a solução desse problema de na região
do Vale do Aço não ter um Marketplace que Justamente por reunir uma
vasta gama de produtos de diferentes segmentos e o marketplace Valeon
atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao
lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não
conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa
vitrine virtual. Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de
diferentes segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e
volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de
visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e
acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual.
Quando o assunto é e-commerce, os marketplaces são algumas das
plataformas mais importantes. Eles funcionam como um verdadeiro shopping
center virtual, atraindo os consumidores para comprar produtos dos mais
diversos segmentos no mesmo ambiente. Por outro lado, também
possibilitam que pequenos lojistas encontrem uma plataforma, semelhante a
uma vitrine, para oferecer seus produtos e serviços, já contando com
diversas ferramentas. Não é à toa que eles representaram 78% do
faturamento no e-commerce brasileiro em 2020.
Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas vantagens que
são extremamente importantes para quem busca desenvolver seu e-commerce e
escalar suas vendas pela internet, pois através do nosso apoio, é
possível expandir seu ticket médio e aumentar a visibilidade da sua
marca.
Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que
tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos
potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar
empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de
escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.
CONTRATE A STARTUP VALEON PARA FAZER A DIVULGAÇÃO DA SUA EMPRESA NA INTERNET
Moysés Peruhype Carlech
Existem várias empresas especializadas no mercado para desenvolver,
gerenciar e impulsionar o seu e-commerce. A Startup Valeon é uma
consultoria que conta com a expertise dos melhores profissionais do
mercado para auxiliar a sua empresa na geração de resultados
satisfatórios para o seu negócio.
Porém, antes de pensar em contratar uma empresa para cuidar da loja online é necessário fazer algumas considerações.
Por que você deve contratar uma empresa para cuidar da sua Publicidade?
Existem diversos benefícios em se contratar uma empresa especializada
para cuidar dos seus negócios como a Startup Valeon que possui
profissionais capacitados e com experiência de mercado que podem
potencializar consideravelmente os resultados do seu e-commerce e isto
resulta em mais vendas.
Quando você deve contratar a Startup Valeon para cuidar da sua Publicidade online?
A decisão de nos contratar pode ser tomada em qualquer estágio do seu
projeto de vendas, mas, aproveitamos para tecermos algumas
considerações importantes:
Vantagens da Propaganda Online
Em pleno século XXI, em que a maioria dos usuários tem perfis
nas mídias sociais e a maior parte das pessoas está conectada 24 horas
por dia pelos smartphones, ainda existem empresários que não investem em
mídia digital.
Quando comparada às mídias tradicionais, a propaganda online é
claramente mais em conta. Na internet, é possível anunciar com pouco
dinheiro. Além disso, com a segmentação mais eficaz, o seu retorno é
mais alto, o que faz com que o investimento por conversão saia ainda
mais barato.
Diferentemente da mídia tradicional, no online, é possível modificar
uma campanha a qualquer momento. Se você quiser trocar seu anúncio em
uma data festiva, basta entrar na plataforma e realizar a mudança,
voltando para o original quando for conveniente.
Outra vantagem da propaganda online é poder acompanhar em tempo
real tudo o que acontece com o seu anúncio. Desde o momento em que a
campanha é colocada no ar, já é possível ver o número de cliques, de
visualizações e de comentários que a ela recebeu.
A mídia online possibilita que o seu consumidor se engaje com o
material postado. Diferentemente da mídia tradicional, em que não é
possível acompanhar as reações do público, com a internet, você pode ver
se a sua mensagem está agradando ou não a sua audiência.
Outra possibilidade é a comunicação de via dupla. Um anúncio
publicado em um jornal, por exemplo, apenas envia a mensagem, não
permitindo uma maior interação entre cliente e marca. Já no meio
digital, você consegue conversar com o consumidor, saber os rastros que
ele deixa e responder em tempo real, criando uma proximidade com a
empresa.
Com as vantagens da propaganda online, você pode expandir ainda mais o
seu negócio. É possível anunciar para qualquer pessoa onde quer que ela
esteja, não precisando se ater apenas à sua cidade.
Uma das principais vantagens da publicidade online, é que a mesma
permite-lhe mostrar os seus anúncios às pessoas que provavelmente estão
interessadas nos seus produtos ou serviços, e excluir aquelas que não
estão.
Além de tudo, é possível monitorizar se essas pessoas clicaram ou não nos seus anúncios, e quais as respostas aos mesmos.
A publicidade online oferece-lhe também a oportunidade de alcançar
potenciais clientes à medida que estes utilizam vários dispositivos:
computadores, portáteis, tablets e smartphones.
Vantagens do Marketplace Valeon
Uma das maiores vantagens do marketplace é a redução dos gastos com
publicidade e marketing. Afinal, a plataforma oferece um espaço para as
marcas exporem seus produtos e receberem acessos.
Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes
segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de
público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos
consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro
contato por meio dessa vitrine virtual.
Tem grande variedade de ofertas também e faz com que os clientes
queiram passar mais tempo no site e, inclusive, voltem com frequência
pela grande diversidade de produtos e pela familiaridade com o ambiente.
Afinal de contas, é muito mais prático e cômodo centralizar suas
compras em uma só plataforma, do que efetuar diversos pedidos
diferentes.
Inserir seus anúncios em um marketplace como o da Valeon significa
abrir um novo “ponto de vendas”, além do e-commerce, que a maioria das
pessoas frequenta com a intenção de comprar. Assim, angariar sua
presença no principal marketplace Valeon do Vale do Aço amplia as
chances de atrair um público interessado nos seus produtos. Em suma,
proporciona ao lojista o crescimento do negócio como um todo.
Quando o assunto é e-commerce, os marketplaces são algumas das
plataformas mais importantes. Eles funcionam como um verdadeiro shopping
center virtual, atraindo os consumidores para comprar produtos dos mais
diversos segmentos no mesmo ambiente. Por outro lado, também
possibilitam que pequenos lojistas encontrem uma plataforma, semelhante a
uma vitrine, para oferecer seus produtos e serviços, já contando com
diversas ferramentas. Não é à toa que eles representaram 78% do
faturamento no e-commerce brasileiro em 2020.
Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas vantagens que
são extremamente importantes para quem busca desenvolver seu e-commerce e
escalar suas vendas pela internet, pois através do nosso apoio, é
possível expandir seu ticket médio e aumentar a visibilidade da sua
marca.
VOCÊ CONHECE A ValeOn?
A MÁQUINA DE VENDAS ONLINE DO VALE DO AÇO
TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!
A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em
torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o
consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita
que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu
consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e
reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a
experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende
as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A
ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio,
também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para
ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser.
Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem
a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos
potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar
empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de
escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.
Apresentamos o nosso site que é uma Plataforma Comercial Marketplace
que tem um Product Market Fit adequado ao mercado do Vale do Aço,
agregando o mercado e seus consumidores em torno de uma proposta
diferenciada de fazer Publicidade e Propaganda online, de forma atrativa
e lúdica a inclusão de informações úteis e necessárias aos consumidores
como:
24/05/2017-
Brasília- DF, Brasil- Deputados discutem no Plenário da Câmara após
governo determinar reforço de tropas federais para proteger Esplanada
\rFoto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Dizem que todo mundo, quando volta de férias, está de bom humor. Essa
não parece uma realidade para quem trabalha no Congresso Nacional. No
retorno do recesso (de quase dois meses, diga-se de passagem) Arthur Lira, presidente da Câmara, já voltou atirando.
Frustrado com os vetos do governo ao Orçamento de 2024 (leia-se
derrubada das emendas parlamentares), com a MP da reoneração e com as
falas do presidente Lula sobre o papel do Legislativo na busca pelo déficit zero, o alagoano falou, em seu discurso de retorno na segunda-feira (5) que “o
Orçamento da União pertence a todos e todas e não apenas ao Executivo.
Se assim fosse, a Constituição não determinaria a necessária
participação do poder Legislativo em sua confecção e final aprovação”.
A fala de Lira estremeceu a relação entre o Legislativo e o Executivo, relação que nunca foi excelente, mas era mediada, principalmente, por Rui Costa, ministro-chefe da Casa Civil, e por Rodrigo Pacheco, presidente do Senado. O primeiro reflexo já foi sentido no dia seguinte, quando o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cancelou seu encontro com líderes da Câmara.
A reunião dele com os líderes do Senado, no entanto, foi mantida. Ao
término dela, o ministro afirmou que a agenda na Câmara foi cancelada a
pedido do deputado José Guimarães (PT-CE). Sobre as falas de Lira, disse que “está tudo bem, vai dar tudo bem”.
Mas não é exatamente esse o clima em Brasília. Deputados da base do governo dizem que a tensão com Lira foi ainda maior nos bastidores. A
aliados, o deputado que se tornou senhor do dinheiro da nação teria
dito que jamais deixaria que alguém o escanteasse para a função de
“carimbador”. Uma postura que aumentou a temperatura na já quente
Brasília e lembra muito o comportamento de outro político, também
alagoano, que já foi presidente do Congresso e era definido pelos
colegas como “bombeiro ou piromaníaco, a depender do próprio interesse”.
Alguém arriscaria o nome? Dica: é o maior inimigo de Lira.
Contas públicas 1Números de dentro
A dívida do setor público consolidado registrou alta de 2,7
pontos percentuais do PIB em 2023, atingindo 74,3% do Produto Interno
Bruto (PIB), o equivalente a R$ 8,07 trilhões, segundo dados do Banco
Central. No fechamento de 2022, a dívida bruta do setor público
estava em 71,7% do PIB, ou R$ 7,22 trilhões.Esse foi o primeiro aumento
da dívida brasileira desde 2020, ano da pandemia da Covid-19. A alta
está relacionada com a piora das contas públicas em 2023 — quando foi
registrado um déficit de R$ 249 bilhões, ou 2,29% do PIB, o terceiro
pior resultado da história em relação ao PIB. A alta também está
relacionado com as despesas com juros, que totalizaram R$ 718 bilhões em
2023, ou 6,6% do PIB, contra R$ 586 bilhões (5,8% do PIB de 2022). Mais
uma bomba para Haddad desarmar.
Contas públicas 2Números de fora
As transações correntes do balanço de pagamentos em 2023
foram deficitárias em US$ 28,6 bilhões (1,32% do PIB), ante US$ 48,3
bilhões (2,47% do PIB) em 2022. A redução de US$ 19,6 bilhões
no déficit deveu-se à ampliação de US$ 36,4 bilhões no superávit da
balança comercial e à redução de US$ 2 bilhões no déficit de serviços.
No ano de 2023, o déficit em renda primária totalizou US$ 72,4 bilhões,
28,1% acima do déficit de US$ 56,5 bilhões ocorrido em 2022. As despesas
líquidas de lucros e dividendos de investimento direto e em carteira
somaram US$ 45 bilhões em 2023, 21,5% acima dos US$ 37,1 bilhões
observados em 2022.
US$ 28,6 bidéficit 2023 no balanço de pagamentos
TecnologiaUber tem primeiro lucro desde IPO
Desde que se tornou uma empresa de capital aberto, em 2019, a Uber
não havia lucrado. O ano passado, no entanto, parece ter virado a
página. “Para a Uber, 2023 foi um ponto de inflexão, provando que podemos continuar a gerar um crescimento forte e lucrativo em escala”, disse Dara Khosrowshahi, CEO da companhia. “Nosso
público está maior e mais engajado do que nunca, com nossa plataforma
gerando uma média de quase 26 milhões de viagens diárias no ano
passado.” A receita cresceu 15% em relação a 2022, para US$ 9,936
bilhões, e o lucro líquido chegou a US$ 1,9 bilhão, contra prejuízo de
US$ 9,1 bilhões de 2022. O número de viagens também disparou,
totalizando 9,4 bilhões, alta anual de 24%.
SelicNovas quedas à frente
O Banco Central (BC) avaliou na terça-feira (6), na ata sobre a última reunião do Copom, que há elementos na economia brasileira que apontam que “a inflação ao consumidor segue a trajetória esperada de desinflação”.
Segundo o documento, “os indicadores que agregam os componentes mais
sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária estão mais próximos
da meta para a inflação que nas divulgações anteriores”. Esses movimentos, segundo o BC, permitem espaços para que as quedas na Selic continuem.
No mais recente Relatório Focus, divulgado segunda-feira (5), as
projeções para o IPCA em dezembro apontam para um índice de 3,81% e a
Selic recuando dos 11,25% atuais para 9%.
Pela primeira vez em mais de duas décadas, o México ultrapassou a China e se tornou o principal fornecedor de produtos para o mercado dos Estados Unidos.
Os números foram divulgados quarta-feira (7) pelo Departamento de
Comércio dos EUA — as exportações mexicanas subiram quase 5% entre 2022 e
2023, para US$ 475 bilhões, enquanto as vendas chinesas aos americanos
recuaram 20%, chegando a US$ 427 bilhões. A última vez em que o México
exportou aos americanos mais que Pequim foi em 2002.
Balança bate recordeIndústria da transformação carrega os números
Na quarta-feira (7), o Ministério do Desenvolvimento,
Indústria, Comércio e Serviços anunciou o resultado da balança comercial
brasileira de janeiro: superávit de US$ 6,5 bilhões. O número é recorde
para o mês desde o início da série histórica, em 1997 e ficou 18,4% acima de janeiro de 2023, quando o superávit foi de US$ 2,3 bilhões.
Brazilian business man hand and 100 US dollar bills on flag of Brazil background
(Bloomberg) — Uma década após o surgimento da Lava Jato, a investigação que abalou o Brasil continua a fazer notícia —
desta vez porque novas decisões judiciais parecem uma tentativa de
reescrever a história, minando a posição do país no combate à corrupção.
As pesquisas mostram que os brasileiros estão cada vez mais preocupados
com a corrupção, um alerta que o governo do presidente Luiz Inácio Lula
da Silva deveria levar mais a sério, dado o passado de seu partido em
grandes escândalos.
Primeiro, os fatos: O ministro José Antonio Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, ordenou esta
semana uma investigação sobre a ONG Transparência Internacional, dias
depois que a organização criticou as decisões do magistrado em casos
derivados da Lava Jato. Em setembro, o juiz havia anulado todas
as provas utilizadas para apoiar o acordo de leniência que a Odebrecht
assinou com o Ministério Público em 2016. Também na semana passada, Dias
Toffoli suspendeu pagamentos da multa de R$ 8,5 bilhões imposta à Odebrecht (agora conhecida como Novonor) depois de fazer o mesmo com
uma multa de R$ 10,3 bilhões em um outro acordo separado envolvendo a
holding dos irmãos Batista, os magnatas que controlam a gigante da carne
JBS.
As decisões são um sinal de que as grandes lições da Lava Jato correm o risco de serem logo esquecidas.
A investigação, iniciada em 2014, revelou uma rede multibilionária de
subornos e cartéis e enviou centenas de executivos e políticos
poderosos para a prisão, com repercussões que abrangem vários países. No
centro de tudo estava o juiz Sergio Moro, que liderou a cruzada
anticorrupção. O impacto foi tão grande que Moro se tornou herói
nacional. Mas sua decisão equivocada de ingressar no governo do
ex-presidente Jair Bolsonaro como ministro da Justiça no início de 2019
não só minou sua reputação, mas também levou ao colapso do caso quando
os tribunais superiores consideraram suas decisões tendenciosas e em
conluio com procuradores.
Desde então, temos assistido a uma pressão por parte dos que foram
condenados para reverter suas sentenças e suspender as multas que suas
empresas concordaram em pagar nos acordos. Isso é coerente com o
princípio do devido processo: se os juízes concluírem que as
investigações não foram conduzidas dentro da lei, é justo que os
acusados reajam às novas sentenças.
No entanto, existe o perigo de que estas decisões acabem por
persuadir a elite política e empresarial brasileira de que a Lava Jato
representa apenas um exemplo caro de impunidade. Mesmo pressupondo que
as centenas de executivos que admitiram subornos na época teriam sido
todos coagidos por promotores agressivos, seus depoimentos deram uma
visão clara da cultura de corrupção enraizada no mundo empresarial e
setor público do país. Odebrecht e Petrobras assinaram acordos com o Departamento de Justiça dos EUA, concordando em pagar multas pesadas no exterior. Empresas pediram desculpas públicas. Tudo isso aconteceu, mesmo que o processo legal tenha sido considerado contaminado.
Minha história preferida daquela época, que acompanhei de perto como
repórter radicado no Rio de Janeiro, foi o caso de Pedro Barusco, um
desconhecido executivo de terceiro escalão da Petrobras que devolveu quase
US$ 100 milhões depois de confessar subornos e fechar acordo com
promotores. Ele devolveu 100 MILHÕES DE DÓLARES, de uma hora para outra…
Além disso, estas decisões recentes surgiram no contexto de decisões
de Lula que poderiam, na melhor das hipóteses, ser caracterizadas como
controversas: sua primeira indicação para o STF foi seu advogado pessoal
e a segunda, Flávio Dino, foi até recentemente seu Ministro da Justiça e
aliado próximo. O presidente então substituiu Dino por Ricardo
Lewandowski, cujas decisões como juiz do Supremo foram fundamentais para
que Lula recuperasse a liberdade em 2019, após ser preso por Moro. Dias
Toffoli foi conselheiro legal do PT e depois nomeado para o STF durante o segundo mandato de Lula.
As manobras de Lula podem parecer compreensíveis quando se considera
que ele passou 580 dias preso injustamente e foi vítima de uma
conspiração judicial e política para impedi-lo de concorrer à
presidência em 2018. Eu entendo: Lula pode não querer se arriscar
novamente com os tribunais. Mas esses são os tipos de decisões que fazem
parecer que o ex-presidente Barack Obama sabia de alguma coisa quando
escreveu em suas memórias que Lula era “impressionante”, mas
“supostamente tinha os escrúpulos de um chefe do Tammany Hall”, uma
referência a algumas das negociatas mais infames e corruptas na política
dos EUA do século XIX e início do século XX.
Além disso, quaisquer que sejam os seus méritos legais, estas
decisões estão começando a prejudicar a credibilidade do país no combate
à corrupção. É aí que entra o caso da Transparência Internacional: o
Brasil caiu 10 posições, para o 104º lugar entre 180 países, no último Índice de Percepção de Corrupção da organização, que cobriu o primeiro ano do terceiro mandato de Lula. A ONG publicou um relatório contundente no
mês passado destacando retrocessos nas políticas do país, incluindo as
decisões de Dias Toffoli, e dizendo que a revogação em massa de
sentenças era “um rico negócio” para advogados e lobistas.
“O Brasil se tornou um cemitério de evidências do maior caso de corrupção transnacional da história”, segundo o relatório.
O tom duro e as referências pessoais no relatório podem muito bem ter
influenciado a decisão de Dias Toffoli de ordenar a investigação do
grupo por supostamente ter lidado com dinheiro dos acordos. A
organização contra-atacou, emitindo uma declaração negando irregularidades e denunciando as “retaliações injustas que enfrenta em resposta ao seu trabalho anticorrupção”.
Por enquanto, Lula parece estar surfando acima de todo esse ruído com
sua popularidade intacta, mas precisa ficar atento porque a
insatisfação dos brasileiros com o combate à corrupção é real e está
cada vez mais aguda: segundo pesquisa da AtlasIntel divulgada na
terça-feira, 58% dos brasileiros citam a corrupção como um dos
principais problemas do país, um aumento de quase 8 pontos percentuais
em relação à pesquisa anterior feita em novembro e apenas atrás do crime
e narcotráfico, que lideram a lista de preocupações com 59%.
Há uma razão pela qual os brasileiros têm tanta sede de justiça e
honestidade. O governo precisa fazer mais para melhorar a transparência e
garantir que os cidadãos confiem na Justiça e no sistema político. O
recente anúncio do ambicioso plano para revitalizar a indústria –
exatamente o tipo de política arbitrária que ajudou em parte a alimentar
a Lava Jato – será observado de perto em busca de sinais de má gestão.
Enquanto isso, o Supremo, que foi um baluarte crucial contra as
tendências autoritárias de Bolsonaro, deveria julgar as controvérsias da
Lava Jato como um órgão colegiado, e não deixando isso na mão de
ministros individuais.
Mas acima de tudo, o Brasil deveria ter um debate honesto sobre as
lições da Lava Jato: uma coisa é explorar todas as suas opções legais ou
ser libertado por motivos processuais (mesmo depois de confessar
irregularidades em vídeo). É uma coisa muito diferente tentar reescrever
completamente a história e fingir que nada aconteceu.
Poucos brasileiros aceitarão a segunda abordagem.
JP Spinetto é colunista da Bloomberg Opinion, cobrindo negócios,
assuntos econômicos e política na América Latina. Anteriormente, ele foi
chefe de economia e governo da Bloomberg News na região. Esta coluna
não reflete necessariamente a opinião do conselho editorial ou da
Bloomberg LP e de seus proprietários.
O ex-presidente Michel Temer (MDB) disse ser contra a prisão do
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após as revelações feitas pela
Operação Tempus Veritatis nesta quinta-feira, 8. Segundo Temer, não há
razão para prender Bolsonaro com as provas que vieram à tona até o
momento.
“Pelo menos pelos fatos que vieram à luz até agora, penso que não há
razão para a prisão. Há sempre a perspectiva de (uma prisão), mas a
perspectiva de depende de uma concretização de determinados fatos. E
esses, caso concretizarem, sei-lo-ão adiante”, disse Temer em entrevista
à CNN Brasil nesta quinta.
De acordo com o ex-presidente, as provas coletadas mostraram que
houve intenção e tentativa de uma ação golpista que, segundo ele, não
tiveram sucesso porque as Forças Armadas rejeitaram a aventura
antidemocrática da cúpula de Bolsonaro.
“Houve uma intenção e uma tentativa de ação. Quando eu digo tentativa
de ação foi aquele movimento que se deu em Brasília, mas de pessoas que
não tinham exata e precisamente um plano completo, porque o plano
completo é que você só tem um golpe de Estado quando as Forças Armadas
querem, e as Forças Armadas não quiseram isso”, afirmou.
O emedebista julgou como “grave” as intenções golpistas mostradas
pelo relatório da operação e se disse “surpreendido” pelos diálogos de
Bolsonaro e seus aliados. Segundo ele, o desfecho desejado pelos membros
do governo anterior era uma intervenção militar após os ataques aos
prédios públicos dos Três Poderes, em Brasília.
“Eu me surpreendi um pouco com os diálogos havidos e coletados nesse
início de investigação e com reuniões que se verificaram sem nenhuma
conclusão. Porque a conclusão, se ela fosse verdadeira, deveria ser as
Forças Armadas de acordo, o pessoal faz um movimento para invadir
prédios e etc. Em seguida, as Forças Armadas decretam uma intervenção
militar no Estado brasileiro”, disse Temer.
Investigações apontam Bolsonaro como ‘artífice’ do golpe
A operação da PF realizou 33 mandados de busca e apreensão contra
ex-ministros, militares de alta patente e ex-assessores de Bolsonaro. O
ex-presidente é suspeito de ter sido o “artífice” de um golpe de Estado
após as eleições de 2022. Ele teve o passaporte apreendido e está
proibido de deixar o País.
A PF colocou Bolsonaro como participante direto na edição de uma
“minuta golpista” que circulou entre seus aliados após o segundo turno.
Conversas encontradas no celular do tenente-coronel Mauro Cid,
ex-ajudante de ordens da Presidência, sugerem que o ex-presidente ajudou
a redigir e editar o documento.
As mensagens foram trocadas entre Cid e o general Marco Antônio
Freire Gomes, que era o então comandante do Exército, em dezembro de
2022. De acordo com o ex-ajudante de ordens, Bolsonaro “enxugou” o
texto. “Fez um decreto muito mais resumido. Algo muito mais direto,
objetivo e curto, e limitado.”
A versão inicial do rascunho previa, além de novas eleições, a prisão
de autoridades, como os ministros do STF Gilmar Mendes e Alexandre de
Moraes, e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Segundo a
PF, por sugestão de Bolsonaro, apenas a prisão de Moraes foi mantida no
documento.
Temer intermediou contato entre Bolsonaro e Moraes
No dia 5 de julho de 2022, Bolsonaro realizou uma reunião com
ministros que foi gravada e encontrada no computador de Mauro Cid pela
PF. Segundo os investigadores, o vídeo do encontro evidenciou a
“dinâmica golpista” planejada pela alta cúpula do governo passado. O
ex-presidente incentivou a sua equipe a divulgar desinformações sobre o
processo eleitoral e disse que não era o caso de o então ministro da
Defesa Paulo Sérgio Nogueira “botar tropa na rua, tocar fogo e
metralhar”.
A reunião ocorreu um mês antes de Temer virar um “conciliador” entre
Bolsonaro e Moraes, intermediando uma ligação telefônica entre os dois. O
emedebista disse que o gesto seria uma representação de “boa vontade e
grandeza” entre o Executivo e o Judiciário, que estavam tensionados após
ataques diretos do ex-presidente aos ministros do STF.