segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

NOMEAÇÕES DE MINISTROS DO CENTRÃO RENDE MUITOS VOTOS AO GOVERNO NO CONGRESSO

 

História de André Shalders e Eduardo Gayer • Jornal Estadão

As nomeações dos ministros Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos) e André Fufuca (Esportes) pouco ajudaram o governo Lula a garantir os votos das bancadas do Republicanos e do PP na Câmara dos Deputados, das quais os ministros faziam parte antes de ir para a Esplanada. Levantamento do Estadão mostra que os deputados de Republicanos e PP aumentaram a taxa de votos conforme a orientação do governo em apenas 4,4 e 8,5 pontos percentuais, respectivamente, após as nomeações dos dois, em 13 de setembro passado.

Ana Moser foi substituída por André Fufuca no Ministério do Esporte em setembro de 2023 Foto: Felipe Rau

Ana Moser foi substituída por André Fufuca no Ministério do Esporte em setembro de 2023 Foto: Felipe Rau© Fornecido por Estadão

Segundo especialistas ouvidos pela reportagem, o aumento das emendas parlamentares nos últimos anos pode ter corroído o valor dos ministérios como moeda de troca entre o governo e o Congresso. Em 2024, o montante total das emendas parlamentares atingiu novo recorde, chegando a R$ 47,8 bilhões.

Antes de cada votação em plenário, os líderes das bancadas dos partidos, do governo e da oposição “orientam” o voto dos deputados – ou seja, sugerem como eles devem votar. Os deputados podem então seguir ou não a orientação. O levantamento, feito usando os dados abertos da Câmara dos Deputados, considera apenas as votações em que houve orientação por parte do líder do governo, posto atualmente ocupado por José Guimarães (PT-CE).

Até a nomeação de Silvio Costa Filho, que substituiu o ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB), os deputados do Republicanos seguiram a orientação do líder do governo em 75,2% dos votos que deram no Plenário da Câmara em 2023. Foram 2.872 votos governistas, de 3.818 possíveis. Do dia 13 de setembro em diante, os deputados da bancada foram “governistas” em 79,6% dos votos. Uma diferença de apenas 4,4 pontos percentuais a mais no governismo.

Situação parecida aconteceu no Esporte. Antes de 13 de setembro, os deputados do Progressistas votaram com o governo em 3.119 de 4.320 ocasiões possíveis, ou 72,2% das vezes. Depois da troca da medalhista olímpica Ana Moser pelo deputado André Fufuca, foram 3.920 votos de acordo com a orientação do líder do governo em 4.856 situações, ou 80,7%. Portanto, o “governismo” na bancada do PP avançou apenas 8,5 pontos percentuais após a chegada do deputado maranhense ao ministério.

O ministro Silvio Costa Filho (Republicanos) em evento na FIESP no ano passado Foto: DIV

O ministro Silvio Costa Filho (Republicanos) em evento na FIESP no ano passado Foto: DIV© Fornecido por Estadão

As nomeações de Silvio Costa Filho e Fufuca foram precedidas de meses de negociações entre Lula e os partidos, com o objetivo de garantir mais votos para o governo no Congresso. “O que eu espero é que os ministros que fazem base do meu governo convençam as suas bancadas a votar naquilo que interessa ao povo brasileiro. E tudo o que está na Câmara para ser votado é de interesse do povo brasileiro”, disse Lula a jornalistas no dia 25 de setembro passado, ao ser questionado sobre o tema. Como mostrou o Estadão à época, ministros da “cota pessoal” dos presidentes, sem apoio partidário, duram menos no cargo. A reportagem procurou os dois ministros, mas eles preferiram não comentar.

Ao longo do ano passado, a Câmara dos Deputados votou – e aprovou – várias matérias de interesse do governo, principalmente no segundo semestre. Em junho, a Casa votou, quase no limite da perda de validade, a medida provisória que reorganizou a esplanada dos ministérios no governo Lula. Em julho, foi aprovado o projeto de lei que deu à Receita Federal o voto de desempate no CARF (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), uma espécie de “tribunal” da Receita. Em agosto, foi a vez do novo arcabouço fiscal, que substituiu o teto de gastos; e em outubro, o projeto que taxou os chamados fundos offshore. Em dezembro, o Congresso concluiu a votação da reforma tributária; aprovou a regulamentação dos sites de apostas (as chamadas “bets”), e derrubou o veto de Lula ao Marco Temporal das demarcações de terras indígenas.

Onde funcionou melhor: União Brasil

Além de Fufuca e Sílvio Costa Filho, Lula também mudou o comando do Ministério do Turismo (MTur), ao trocar a deputada Daniela Carneiro (União-RJ) por outro deputado do partido, Celso Sabino (PA), em julho. Neste caso, a estratégia funcionou um pouco melhor. Terceira maior bancada da Casa, com 59 deputados, o partido deu 2.418 votos governistas de 3.869 possíveis, antes da troca de Daniela por Celso Sabino, em 14 de julho de 2023. Ou seja, foi governista em apenas 62,5% das vezes. Após a troca, deputados da legenda votaram com o governo em 5.356 situações das 7.060 possíveis. Ou seja, 75,8%. Neste caso, o “governismo” subiu 13,3 pontos percentuais.

A substituição de Daniela por Celso Sabino se deu após desentendimento dela e de seu marido, o prefeito de Belford Roxo, Wagner Carneiro, o Waguinho (Republicanos), com o comando do União Brasil. Em abril de 2023, ela chegou a pedir desfiliação da legenda, alegando sofrer perseguição política da parte do comando do partido, mas a saída acabou não se concretizando. À época, a troca no ministério do Turismo foi vista como uma forma de garantir maior apoio da bancada do partido para a votação de pautas econômicas de interesse do governo.

O ministro do Turismo, Celso Sabino (União Brasil) Foto: Bruno Spada / Agência Câmara

O ministro do Turismo, Celso Sabino (União Brasil) Foto: Bruno Spada / Agência Câmara© Fornecido por Estadão

O União Brasil tem ainda outros dois ministros na Esplanada lulista: Juscelino Filho, no Ministério das Comunicações; e Waldez Góes, no Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR). Este último não é filiado ao partido, mas foi indicado como parte da cota do senador Davi Alcolumbre (União-AP). Mesmo com três ministros, o partido costuma entregar menos votos para o governo que as demais legendas representadas na Esplanada, em relação ao tamanho da bancada.

Ex-ministro da Educação no governo de Michel Temer (MDB), Mendonça Filho (União-PE) integra o União Brasil e é, ao mesmo tempo, vice-líder da Oposição na Câmara. Segundo ele, a legenda sempre deixou claro para o Planalto que tem uma ala não governista.

“O partido tem hoje uma maioria que dá suporte ao governo (…), e tem uma minoria de dez a quinze deputados, variando com o tema, que é mais oposicionista. Mas esse grupo que dá apoio constitui uma parcela expressiva, diante da base oficial do governo. Se você excluir os 10 a 15 oposicionistas, e olhar só os que estão com o governo, mesmo assim é um grupo maior que qualquer outro partido da base, à exceção do PT”, diz ele. Mendonça diz ainda que Celso Sabino é “muito bem quisto” na bancada, o que contribui para a capacidade de trazer votos para o governo.

Ao Estadão, Celso Sabino diz que a bancada do União Brasil sentia ter pouco acesso ao governo antes da chegada dele. “Em meados de maio (de 2023), a bancada do partido na Câmara ressentia-se de ter representação mais próxima do governo para demandas regionais. Foi nesse momento que a bancada fez a sugestão do meu nome (para o MTUR). O presidente (Lula) acatou e estamos aqui hoje. Mas dizer que o União Brasil não tem contribuído com o governo do presidente Lula não é uma afirmação muito correta, porque a gente já vinha antes e tem mantido esse patamar de votação nominal”, diz ele.

Emendas diminuíram importância de ministérios, diz especialista

Para a cientista política Mariana Batista, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a baixa capacidade dos ministros em trazer votos para o governo está relacionada ao “empoderamento” dos congressistas nos últimos anos, principalmente por causa das emendas parlamentares. Nos últimos anos, o montante das emendas aumentou significativamente, chegando a R$ 47,8 bilhões em 2024. Além disso, parte delas é “impositivo”, ou seja, o governo é obrigado a pagar.

Segundo Mariana, estas mudanças “fizeram com que o valor de ganhar um ministério diminuísse quando comparados aos dois primeiros governos Lula”. “O processo se tornou mais descentralizado, diminuindo a efetividade da entrega de ministérios como um acordo com o partido como um coletivo coeso”, diz ela.

A atuação individual de cada ministro também é importante, diz a professora da UFPE. Para ser efetivo, o dirigente precisa ser percebido como um líder dentro da bancada. “O que temos visto é a indicação de ministros que têm alguma vinculação com políticos próximos ao presidente. Então mesmo sendo filiado a um determinado partido, muitas vezes esse ministro não é reconhecido como tal, não é um ‘representante do partido’, ou não tem capacidade de liderança”, diz ela, que pesquisa o funcionamento do presidencialismo de coalizão brasileiro e a alocação dos ministérios nos diferentes governos.

“O que aconteceu depois de 2015 foi uma redução do valor desses ministérios no estabelecimento desse acordo entre o presidente da República e o partido político (…). Os partidos, e os parlamentares individualmente, alcançaram maior autonomia e passaram a ter acesso aos recursos (que eram) normalmente intermediados pelos ministros, como dinheiro para suas bases eleitorais”, diz a professora da UFPE. “Então sim, as emendas e o fato das emendas terem se tornado impositivas diminuiu a importância dos ministérios como detentores do monopólio sobre a alocação desses recursos, e dos ministros como intermediadores”, diz ela.

O ministro da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Alexandre Padilha Foto: GIL FERREIRA

O ministro da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Alexandre Padilha Foto: GIL FERREIRA© Fornecido por Estadão

O analista político Cristiano Noronha lembra que deputados muitas vezes são eleitos em alianças locais que não seguem a mesma lógica nacional. Um determinado congressista pode se considerar de oposição ao governo, mesmo que nacionalmente seu partido ocupe um ministério. “Então, é por isso que quando a gente olha o nível de adesão de várias legendas ao governo, nenhuma delas garante 100% de apoio. Essa taxa varia. Mas, se eventualmente, o governo não chamasse essas legendas para fazer parte, concedendo esses ministérios, ele não teria nem sequer esses 70% ou 60% (dos votos). Poderia ter bem menos que isso”, explica ele, que é vice-presidente da consultoria política Arko Advice.

Os dados sobre as votações foram compilados pela reportagem usando a estrutura de dados abertos da Câmara. Foram consideradas apenas as votações em plenário nas quais houve orientação do líder do governo (sim ou não). Apesar de ser útil para proporcionar uma visão geral do comportamento das bancadas, este tipo de dado possui a limitação de equiparar votações cruciais com outras, menos importantes, como as de créditos orçamentários, e que tendem a ocorrer praticamente em consenso.

SRI: apoio aumentou de 11 a 17 pontos após agosto

Procurada, a Secretaria de Relações Institucionais (SRI), responsável pela articulação política do governo, disse avaliar que a chegada dos ministros ajudou a trazer votos na Câmara. Usando o dia 1º de agosto como data de corte, a pasta chefiada pelo ministro Alexandre Padilha calcula que a vinda dos ministros tenha ampliado a taxa de “governismo” dos partidos em 11,3 pontos percentuais (União Brasil); 15,1 pontos (Progressistas) e 17,3 pontos (Republicanos).

A pasta adota o mês de agosto para os três partidos porque considera que os parlamentares mudaram seu comportamento depois da fala de Alexandre Padilha anunciando Fufuca e Silvio Costa Filho, em 04 de agosto. Já o levantamento do Estadão usou as datas das nomeações: 13 de setembro para Silvio e Fufuca; e 14 de julho para Silvio Costa.

“A entrada dos deputados Celso Sabino (União Brasil), André Fufuca (PP), e Silvio Costa (Republicanos) no governo foi fundamental para garantir a votação da agenda econômica, e a recriação dos programas sociais, além de questões importantes como a condução dos trabalhos na CPMI do 8 de janeiro, e da tentativa de criminalizar MST”, disse a pasta, em nota. “Com a chegada deles, temos três lideranças políticas que defendem o governo do presidente Lula em todo o Brasil, inclusive em segmentos econômicos importantes para o país”, diz o texto.

ALTERAÇÕES DO GOVERNO NO MEI E NO SIMPLES

 

História de Redação • Catraca Livre

Mutirão no Desenrola vai negociar dívidas de até R$ 20 mil; veja quando

Mutirão no Desenrola vai negociar dívidas de até R$ 20 mil; veja quando© Agência Brasil/Marcello Casal Jr

Se você é Microempreendedor Individual (MEI), não esqueça: o prazo para declarar o quanto faturou em 2023 à Receita Federal vai até 31 de maio. É na Declaração Anual do Simples Nacional que você precisa informar esses valores.

MEI: Veja o passo a passo para fazer a declaração do faturamento de 2023

MEI: Veja o passo a passo para fazer a declaração do faturamento de 2023© Istock/Weekend Images Inc.

Créditos: Istock/Weekend Images Inc.

Se deixar de entregar essa declaração, fica sujeito a uma multa de, no mínimo, R$ 50. E, se não pagar os impostos devidos, a multa pode chegar a 20% desse valor. A penalidade é cobrada quando você paga o documento atrasado.

Ao preencher a declaração, não se esqueça de incluir os valores de todas as suas vendas e serviços prestados. Também, se contratou um funcionário, não ultrapasse o limite permitido para a categoria.

Fique atento: se não cumprir com essa obrigação, seu Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) fica irregular. E isso pode dificultar conseguir crédito em bancos.

O limite de faturamento anual para este ano é de R$ 81.000, ou proporcional ao tempo que você está aberto. O governo sugere considerar uma receita de R$ 6.750 por mês.

Um exemplo prático: se você abriu seu MEI em maio de 2023 e ficou na categoria por 8 meses, o limite de faturamento até o final do ano é de R$ 54.000. Não perca o prazo e evite problemas!

Passo a passo para entregar a declaração do MEI:

O DAS fica disponível no Portal do Empreendedor, do governo federal. Ao entrar na página, o cidadão deve seguir o tutorial abaixo:

  1. selecionar a opção “Declaração Anual de Faturamento – Dasn-Simei“;
  2. inserir o CNPJ da empresa;
  3. irá visualizar 2 tipos de declaração: “original” e “retificadora”;
  4. selecionar “original” e clicar em “2023”;
  5. acessar o campo “valor da receita bruta total”;
  6. informe os valores referentes às atividades desenvolvidas de comércio, indústria e os serviços de transporte intermunicipal e interestadual;
  7. finalizar o atendimento e imprimir o comprovante, se quiser.

Segundo o Sebrae, o processo de declaração do faturamento anual é “simplificado e torna todo o processo menos burocrático”.

Simples Nacional anuncia atualização no DAS-MEI

Empreendedores Individuais devem ficar atentos às mudanças no boleto do DAS-ME

Por: Redação Catraca Livre

MEI: Confira as novas regras para a categoria

Créditos: Istock/JLco – Julia Amaral

MEI: Confira as novas regras para a categoria

O Simples Nacional anunciou uma atualização no boleto do DAS-MEI (Documento de Arrecadação do Simples – Micro Empreendedor Individual), com um novo valor que reflete o reajuste do salário mínimo nacional.

Essa mudança afeta diretamente a contribuição previdenciária dos Microempreendedores Individuais (MEI), e é essencial compreender as alterações para garantir o correto cumprimento das obrigações fiscais.

Novo valor do boleto do DAS-MEI em 2024

O boleto do DAS-MEI compreende todos os impostos necessários para manter a empresa aberta, além da contribuição ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

O reajuste anual está atrelado ao salário mínimo nacional, o que implica no aumento da contribuição previdenciária. Os valores permanecem inalterados para outras tributações, mas o recolhimento previdenciário sofre ajustes conforme o salário mínimo nacional é atualizado.

Valores atualizados a partir de fevereiro de 2024

  • Empresas do setor de Comércio e Indústria: R$ 70,60 (INSS + ICMS);
  • Empresas do setor de Serviços: R$ 71,10 (INSS + ISS);
  • Empresas do setor Comércio e Serviços: R$ 76,60 (INSS + ICMS/ISS);
  • MEI Caminhoneiro: entre R$ 169,44 e R$ 175,44 (INSS + ICMS + ISS).

Esses valores representam o pagamento de 5% do salário mínimo para o INSS, considerando R$ 1.412,00 como salário mínimo nacional em 2024. Os caminhoneiros MEI, que contribuem com 12% do piso nacional ao INSS, terão um novo valor de R$ 169,44.

Emissão do boleto do DAS-MEI atualizado

Os sistemas do Simples Nacional já foram atualizados com os novos valores, permitindo que empreendedores emitam o boleto do DAS-MEI com as quantias reajustadas.

No entanto, é importante ressaltar que o vencimento está marcado para fevereiro de 2024. Para emitir o boleto atualizado, siga os passos:

  • Acesse o Portal do Empreendedor e clique em “Já sou MEI”;
  • Escolha “Pagamento de contribuição mensal”;
  • Selecione “Boleto de pagamento”;
  • Informe o número do seu CNPJ;
  • Clique em “Emitir guia de pagamento” e selecione “2024”;
  • Escolha o período de apuração e “Emitir DAS”.

VACINA DA DENGUE DO BUTANTAN AGUARDA APROVAÇÃO DA ANVISA

 

História de Redação • Catraca Livre

São Paulo - Fachada do centro de pesquisa biológica Instituto Butantan, no bairro do Butantã, zona oeste da capital.

São Paulo – Fachada do centro de pesquisa biológica Instituto Butantan, no bairro do Butantã, zona oeste da capital.© Rovena Rosa/Agência Brasil

O Instituto Butantan divulgou na revista científica New England Journal of Medicine os resultados iniciais do ensaio clínico da fase 3 da vacina contra a dengue. O imunizante, composto por quatro vírus atenuados e administrado em dose única, demonstrou uma eficácia de 79,6%, prevenindo a doença ao longo de dois anos.

Anvisa alerta clínicas sobre reações da nova vacina contra dengue

Anvisa alerta clínicas sobre reações da nova vacina contra dengue© iSTock

A proteção estendeu-se tanto a indivíduos previamente infectados quanto àqueles sem histórico de infecção.

A publicação do estudo não apenas traz uma luz de esperança no cenário epidemiológico, mas também fortalece as perspectivas de aprovação da vacina pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Os dados detalhados sobre a eficácia da vacina foram revelados no final do ano passado, apresentando uma nova abordagem no enfrentamento da dengue, que se intensifica no Brasil.

O ensaio abrangeu um período de dois anos, acompanhando 16.235 voluntários de todas as idades (de 2 a 59 anos) em 16 centros de pesquisa em todo o Brasil. Iniciado em 2016, o estudo continuará até que todos os participantes completem cinco anos de acompanhamento.

dengue

dengue© RolfAasa/istock

Os resultados indicam uma eficácia generalizada, com destaque para a proteção de 90% em adultos de 18 a 59 anos, 77,8% dos 7 aos 17 anos e 80,1% em crianças de 2 a 6 anos.

Segundo divulgado pelo Portal do Governo, para aqueles com anticorpos pré-existentes para a dengue, a proteção alcançou 89,2%, enquanto a eficácia foi de 73,6% em indivíduos sem exposição prévia ao vírus.

Importante ressaltar que o perfil de segurança da vacina foi consistente em ambos os grupos, representando uma vantagem em relação às opções disponíveis no mercado privado, indicadas preferencialmente para pessoas com histórico de infecção.

Dengue no Brasil

Nas primeiras quatro semanas de 2024, o país registrou 217.841 casos prováveis da doença, com 15 mortes confirmadas e 149 em investigação. O ano de 2023 acumulou 1,6 milhão de casos até novembro, conforme dados do Ministério da Saúde.

A dengue está entre as doenças virais transmitidas por mosquitos mais comuns em todo o mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), é endêmica em mais de 100 países e causa cerca de 390 milhões de infecções a cada ano.

Embora muitas infecções sejam assintomáticas ou produzam apenas doenças leves, a dengue pode ocasionalmente causar doenças mais graves e até morte.

*Com informações do Portal do Governo.

O BRASIL TEM UM ECOSSISTEMA DE CORRUPÇÃO

História de Notas & Informações • Jornal Estadão

Segundo o Índice de Percepção da Corrupção (IPC) da Transparência Internacional, em 2023 o Brasil caiu 10 posições, ficando na 104.ª colocação entre 180 países, com 36 pontos, abaixo da média global (43), da das Américas (43) e da dos Brics (40), bem abaixo das do G-20 (53) e da OCDE (66) e também da sua melhor pontuação na série histórica, 43, em 2012. Tais “pontos” e “colocações” devem ser tomados com ressalvas. Afinal, trata-se de um índice de “percepção”, mensurado em enquetes com especialistas, acadêmicos e empresários.

O resultado parece paradoxal. Após os dois grandes escândalos recentes, o mensalão e o petrolão, não houve indícios de esquemas dessa magnitude. O Supremo Tribunal Federal (STF) erradicou um dos grandes canais de abastecimento desses esquemas, o financiamento de campanhas por empresas, e o Congresso aprovou novos mecanismos de controle sobre a interferência política em estatais ou autarquias.

Não obstante, a percepção registrada pela Transparência Internacional talvez reflita uma sensação de insegurança sobre a governança da coisa pública e da aplicação dos princípios de administração: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

Parte dessa sensação talvez decorra da ressaca pós-Lava Jato. Passada a euforia, as arbitrariedades verificadas no devido processo legal e o ingresso dos protagonistas da operação na política geraram em parte da população um ceticismo sobre sua idoneidade. Após validarem a operação no início, as instâncias judiciais ativaram um processo de desconstrução generalizada, que culminou com decisões monocráticas no STF suspendendo provas e multas a réus confessos, o que lançou as piores suspeitas sobre a Corte, como se fosse órgão instável, imparcial e submisso a ventos políticos e lobbies corporativos.

Apesar dos marcos legais recentes e de não se terem verificado grandes escândalos, há uma sensação de que a corrupção, se não no sentido estrito de desvio de dinheiro público para bolsos privados, no sentido amplo da corrupção moral e cívica, nas formas do patrimonialismo, do clientelismo, do corporativismo, está sendo institucionalizada.

É um fenômeno curioso que, concomitantemente à percepção de aumento da corrupção sugerida no IPC, haja uma profusão de libelos acalorados em favor da ética nas instâncias do poder. Agitando a bandeira da “lei e da ordem”, o governo de Jair Bolsonaro debilitou órgãos de controle, ocultou dados públicos, disseminou desinformação. Sob a bandeira da “justiça social”, o governo lulopetista também manobra para debilitar mecanismos de controle e reeditar, sob o manto “desenvolvimentista”, o aparelhamento do Estado que criou um ambiente fértil a desvios de recursos e ao uso da máquina estatal para fins privados.

A cada ano aumenta a provisão de emendas parlamentares distribuídas de maneira opaca, paroquiana e arbitrária, corrompendo a governabilidade e o Orçamento público e criando condições para uma corrupção miúda e pulverizada. Fundos partidários e eleitorais crescem exponencialmente, desequilibrando a competição democrática em favor daqueles instalados no poder.

Em nome da defesa do Estado Democrático de Direito, a Justiça lança mão de heterodoxias processuais, como os inquéritos sigilosos e intermináveis do STF. O fenômeno recente e agudo de um Judiciário politizado se sobrepõe à doença crônica de uma magistratura habituada a acumular escandalosos privilégios.

Some-se a tudo isso a profusão de indícios de infiltração do crime organizado no mercado legal e no Estado.

O IPC não mensura (e nem pretende mensurar) o estado objetivo e quantitativo da corrupção, em sentido estrito, no Brasil. Talvez ela tenha diminuído. Talvez tenha aumentado e esteja escamoteada sob disfarces mais sofisticados. Mas é possível que a percepção registrada no IPC reflita o desamparo do cidadão ante um estado de coisas ainda mais grave, do qual a corrupção criminal é só uma consequência: a corrupção (corrosão, erosão, degradação ou deterioração, como queiram) dos pilares do Estado de Direito.

 

FUNGOS E A SUA IMPORTÂNCIA

História de Equipe eCycle • eCycle

O que são fungos e qual sua importância?

O que são fungos e qual sua importância?© Fornecido por eCycle

Os fungos são organismos pertencentes ao reino Fungi estudados pela micologia, uma especialidade da biologia. São mais de 144 mil espécies, entre elas, leveduras, bolores e cogumelos.

Apesar de alguns se parecerem com plantas, os fungos não são plantas. Enquanto as plantas produzem seu próprio alimento por meio da fotossíntese, os fungos precisam obter seu alimento de outras fontes, sejam elas vivas ou mortas.

Ainda que não preparem seu próprio alimento, os fungos também não se movem, mas estão em quase todos lugares, incluindo o ar, os alimentos, o solo, ambientes aquáticos e as plantas ao nosso redor. Além disso, eles são muito importantes para o equilíbrio da natureza, pois fazem parte do ciclo de nutrientes dos ecossistemas.

Características dos fungos

Há muitas espécies de fungos com hábitos e características amplamente diversos. Ainda assim, há alguns pontos em comum entre elas, como a parede celular.

Todos os fungos possuem células bem organizadas, ou seja, são eucariotas, assim como plantas e animais. O DNA é encapsulado em uma estrutura central chamada núcleo. E eles também possuem organelas que executam várias funções dedicadas, como produzir energia e transportar proteínas.

Os fungos podem ser constituídos por uma única célula. As leveduras são exemplos de fungos unicelulares. Há algumas espécies que são multicelulares, com células que se unem em fileiras se assemelhando a galhos de árvores. Cada estrutura ramificada individual é chamada de hifa. Várias hifas se unem para formar o micélio, que constitui o corpo do fungo.

Nutrição

Assim como outros seres vivos, eles só podem crescer se tiverem comida, água e oxigênio. Em relação à alimentação, eles não realizam fotossíntese, são seres heterótrofos e precisam procurar seu alimento. Para isso, eles absorvem nutrientes de várias substâncias orgânicas ao seu redor.

Quando encontram alimentos, eles despejam suas enzimas e a digestão ocorre fora de seu corpo. Essas enzimas são secretadas das pontas das hifas e são responsáveis pela capacidade dos fungos de se desenvolverem em diversos ambientes.

Reprodução dos fungos

Os fungos fazem reprodução sexuada ou assexuada. Nos dois processos podem ser gerados esporos, células especiais que, quando liberadas em um ambiente adequado, podem dar origem a um novo corpo fúngico.

Esses esporos podem ser transportados para novos ambientes por meio do ar ou da água. Quando esses organismos apresentam reprodução assexuada, ocorre a mitose, um processo em que a célula fúngica se divide e produz cópias genéticas idênticas de si mesma.

Em fungos unicelulares, esse processo também é chamado de brotamento, pois um pequeno ramo ou botão emerge da célula-mãe, crescendo lentamente.

A reprodução sexual produz esporos por meiose. Nesse caso, esporos são liberados, germinam em micélios semelhantes a árvores e estão prontos para o “acasalamento”. Um micélio entra em contato com o outro e, então, os dois formam um micélio secundário.

Classificação 

Geralmente, eles são classificados em quatro grupos:

  • Chytridiomycota (quitrídeos);
  • Zygomycota (bolores de pão e mofo);
  • Ascomycota (leveduras);
  • Basidiomycota (cogumelos comestíveis, como o champignon, e decompositores como os orelhas-de-pau).

Esses organismos também podem ser classificados de acordo com suas fontes de alimentos. Aqueles que se alimentam da matéria orgânica de organismos mortos, ajudando na decomposição, são chamados de saprófitos.

Os organismos que obtêm o sustento através de um hospedeiro vivo, mas sem prejudicá-lo, são chamados de simbiontes ou mutualistas, por exemplo, os liquens. Por outro lado, alguns fungos são parasitas, pois se alimentam de um hospedeiro e o prejudicam.

Quais são os principais tipos de fungos?

Leveduras

Leveduras são microorganismos que podem viver como unicelulares ou em uma forma multicelular com hifas. Elas são encontradas em uma variedade de ambientes, inclusive vivendo dentro e sobre plantas e animais.

As leveduras são capazes de metabolizar carboidratos em álcool e dióxido de carbono. Por isso, são usadas na produção de bebidas e outros alimentos. A fermentação de carboidratos por leveduras é utilizada, por exemplo, para os pães, cerveja e vinho.

Bolores

Os bolores pertencem ao grupo de fungos chamados zigomicetos. Eles crescem rápido e são responsáveis pela deterioração de muitos alimentos, como pães, frutas e produtos lácteos. As hifas septadas se espalham por uma fonte de alimento e penetram na comida, absorvendo os nutrientes.

Líquens

Um líquen é formado por uma relação entre um fungo e muitos organismos fotossintéticos, isto é, uma relação simbiótica, caracterizada por acontecer entre indivíduos de diferentes espécies.

Micorrizas

As micorrizas são microorganismos que vivem em estreita associação com as raízes das plantas e as ajudam a absorver mais nutrientes. As hifas desses fungos crescem até as raízes das plantas e se ramificam em uma rede extremamente fina de hifas que são capazes de absorver mais nutrientes para seu volume.

Estima-se que mais de 90% das espécies de plantas tenham relação com micorrizas. Se houver falta dessas populações de fungos no solo, muitas plantas podem ter dificuldade de sobrevivência.

Doenças causadas por fungos

Alguns organismos podem causar doenças. Normalmente, ações como andar descalço, compartilhar objetos pessoais e enxugar a pele inadequadamente podem favorecer o desenvolvimento dos fungos na pele. Essas são algumas doenças fúngicas:

Micose

A micose é uma infecção fúngica da pele que pode afetar o couro cabeludo, pés, virilha, barba, braços, costas e outras áreas. Ela pode ser causada por três tipos de fungos chamados de trichophytonmicrosporum e epidermophyton.

É possível que esses fungos possam viver por um período prolongado como esporos no solo e humanos e animais podem contrair micose após contato direto com esse solo. O tratamento pode envolver medicamentos tópicos ou orais.

Fungo da candidíase

A candidíase é o caso de uma infecção causada pela proliferação exagerada do fungo Candida albicans. Esse fungo existe naturalmente no corpo humano em pequenas quantidades e auxilia na absorção de nutrientes e na digestão.

Quando a Candida se reproduz de modo descontrolado, os sintomas típicos da candidíase podem aparecer, especialmente em pessoas com o sistema imunológico fraco, que são mais sensíveis a alterações no organismo. Normalmente, o tratamento é feito com o uso de remédios, pomadas ou solução e uma dieta adaptada.

Histoplasmose

Essa é uma doença fúngica que atinge principalmente o pulmão. Ela é causada pelo fungo Histoplasma capsulatum encontrado nas fezes de morcegos e pássaros. Geralmente é transmitida por inalação de esporos do fungo presentes no ar. Em casos graves, o tratamento envolve medicamentos antifúngicos.

Fungo comestível

As espécies de fungos são amplamente variadas. Enquanto alguns fungos podem ser prejudiciais, há outros que são comestíveis e inclusive benéficos à saúde.

Alguns cogumelos são fungos comestíveis ricos em nutrientes, proteínas, vitaminas e minerais importantes, como vitamina C, vitamina B6, magnésio, fósforo, potássio, cobre, folato e zinco. Alguns deles são:

Importância dos fungos

Assim como outros diversos seres vivos, os fungos são fundamentais para o equilíbrio de ecossistemas. Eles auxiliam no crescimento e saúde das árvores, atuam na decomposição, podem ser usados como biopesticidas, fazem parte do processo de compostagem, atuam como fonte de alimentos e dão origem a outros produtos alimentícios.

Além disso, diversas descobertas científicas foram feitas usando os fungos. Segundo estudiosos, os micélios podem salvar o mundo. De acordo com a ONU, alguns fungos podem ajudar até mesmo no combate à poluição por plásticos.

 

O PROBLEMA DO GOVERNO LULA É A RELAÇÃO COM LIRA

Presidente quer tirar articulador politico do Planalto da linha de tiro do líder do Centrão e escala Rui Costa para negociações

Por Vera Rosa – Jornal Estadão

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anda preocupado com as votações e o clima de acirramento dos ânimos no Congresso, mas não vai ceder à pressão para trocar o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Lula está disposto a enfrentar o presidente da Câmara, Arthur Lira (PL-AL), que ameaça segurar iniciativas de interesse do Palácio do Planalto enquanto o governo não mudar o seu articulador político.

O Congresso retoma os trabalhos legislativos nesta segunda-feira, 5, na esteira do escândalo que revelou um esquema ilegal de espionagem da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), e o escalado por Lula para ler a mensagem presidencial com as prioridades do Executivo para 2024 é o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa.

Lira e Padilha não se falam mais: presidente da Câmara quer a cabeça do articulador político do governo Lula. Foto: Wilton Junior/Estadão.

Embora seja praxe que a Casa Civil execute essa tarefa, Lula quer dar cada vez mais visibilidade a Costa e tirar Padilha da linha de tiro das negociações com Lira. Os dois nem se falam mais.

Nos últimos dias, para deixar registrada a sua insatisfação, o presidente da Câmara faltou à sessão de abertura do ano judiciário, à posse do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e ao ato Democracia Inabalada, que marcou um ano da tentativa de golpe no País, em 8 de janeiro.

Centrão nunca desistiu da luta para ocupar cadeira de Nísia

O Planalto avalia que Lira, expoente do Centrão, nunca está satisfeito com nada. Agora, na lista das cobranças consta a demora para a liberação dos recursos de emendas parlamentares por parte do Ministério da Saúde. Lira culpa Padilha, padrinho da titular da Saúde, Nísia Trindade, por bloquear as verbas. Além disso, o Centrão nunca desistiu de lutar para ocupar a cadeira de Nísia.

Lula quer que, a partir de agora, as conversas com Lira sejam encaminhadas por Costa. Nesse arranjo, Padilha fica, ao menos por enquanto, com o “varejo” das tratativas com os líderes dos partidos. Mas o presidente e o deputado também devem se reunir ainda neste mês para discutir a relação. No Senado, Lula tem se aproximado do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), nome que pretende apoiar na disputa para o governo de Minas, em 2026.

O problema do modelo planejado por Lula é que Rui Costa não tem jogo de cintura política. A relação dele com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também não é boa. Padilha, ao contrário, compõe o time dos defensores de Haddad no governo e no PT. De qualquer forma, o presidente precisa de um interlocutor com Lira e, além do titular da Fazenda – que conversa com ele e já teve alguns embates ali –, vai testar Costa nesse jogo.

 

A TENDÊNCIA É QUE AS INTELIGÊNCIAS ARTIFICIAIS ESTEJAM CADA VEZ MAIS PRESENTES EM NOSSO COTIDIANO

 

*Lucas Galvão – CEO da Trust Governance, especialista em Cibersegurança, Governança Corporativa e Desenvolvimento de Lideranças

A Inteligência Artificial (IA) tem se tornado uma parte integral de nossas vidas, com aplicações que vão desde assistentes virtuais em nossos smartphones até sistemas de reconhecimento facial e veículos autônomos. À medida que a IA avança e se torna mais onipresente, a questão da segurança e, em particular, da privacidade, surge como uma preocupação para muitas pessoas.

A tendência é que as Inteligências Artificiais estejam cada vez mais presentes em nosso cotidiano. Para se ter uma ideia, uma pesquisa feita pela PWC este ano, aponta que o mercado de IAs deve contribuir em cerca de 15.7 trilhões de dólares para a economia global em 2030. Com essa presença constante, é natural que surjam preocupações relacionadas à regulamentação e controle dessa tecnologia.

Navegando na complexidade da IA: privacidade na relação organizacional, humana e artificial

A IA tem transformado profundamente a maneira como coletamos, processamos e compartilhamos informações. Com a capacidade de analisar grandes volumes de dados, ela é usada para personalizar experiências de usuário, melhorar a eficiência de processos e tomar decisões mais precisas. No entanto, essa coleta e análise de dados também geram preocupações significativas sobre a privacidade.

Algoritmos de IA podem rastrear nossos comportamentos online, preferências de consumo e até mesmo prever nossas próximas ações com base em dados coletados. Essa capacidade de previsão levanta questões sobre até que ponto a IA pode invadir nossa esfera privada e moldar nossas escolhas de maneira sutil.

Portanto, o equilíbrio entre a conveniência oferecida pela IA e a necessidade de proteger a privacidade do indivíduo é um dos desafios mais prementes quando se trata do impacto da IA na privacidade.

A Relação Organizacional

No ambiente empresarial, a IA desempenha um papel cada vez mais importante na coleta e análise de dados. Organizações podem utilizar sistemas de IA para otimizar processos, personalizar a experiência do cliente e tomar decisões informadas. Isso pode incluir a análise de dados de clientes que, muitas vezes, contêm informações pessoais sensíveis.

Como resultado, surgem preocupações sobre como as empresas coletam e usam esses dados. A falta de transparência e medidas de segurança inadequadas podem levar a violações de privacidade, como vazamento de dados e uso indevido.

Para construir uma relação organizacional segura e baseada na confiança, as empresas devem adotar políticas claras de privacidade, obter o consentimento informado dos clientes e investir em medidas de segurança robustas para proteger os dados dos usuários.

A Relação Humana

Além do impacto nas organizações, a Inteligência Artificial também afeta as relações interpessoais e a privacidade. A proliferação de dispositivos equipados com IA em nossas casas, locais de trabalho e vidas cotidianas levanta preocupações sobre a segurança de nossas conversas e atividades pessoais.

Assistentes virtuais, como a Alexa ou o Google Assistant, muitas vezes estão sempre ouvindo em busca de comandos ou solicitações, o que gera receios sobre a privacidade de nossas conversas.

Além disso, sistemas de vigilância com reconhecimento facial podem ser usados para monitorar nossas atividades públicas, levantando preocupações sobre o potencial para vigilância em massa. Garantir a privacidade na relação humana no contexto da IA envolve equilibrar a conveniência dos dispositivos com a proteção dos direitos individuais, exigindo regulamentações e práticas de segurança claras.

O Equilíbrio Entre Benefícios e Riscos

Embora a IA apresente desafios à privacidade, também oferece oportunidades para protegê-la. Tecnologias de IA, como algoritmos de criptografia e aprendizado federado, podem ajudar a manter os dados privados, mesmo quando estão sendo processados por sistemas de IA. Regulamentações de privacidade, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), estabelecem regras para o uso responsável dos dados pessoais.

É importante lembrar que a IA, por si só, não é boa nem má. Sua segurança e privacidade dependem de como é projetada, implantada e regulamentada. À medida que exploramos as complexidades da IA e sua relação com a segurança e a privacidade, é crucial que avancemos com responsabilidade, tomando medidas para equilibrar os benefícios da IA com a necessidade de proteger nossos direitos individuais.

Podemos nos sentir seguros com a Inteligência Artificial, desde que estejamos cientes dos riscos e tomemos medidas adequadas para mitigá-los.

A privacidade na relação organizacional, humana e artificial é um desafio em constante evolução, mas com a conscientização e ação adequada, podemos colher os benefícios da IA sem comprometer nossos valores e direitos fundamentais.

A segurança na era da IA é um compromisso que devemos continuar a perseguir.

Por que você está ignorando a ferramenta de vendas mais poderosa do mundo?

Guilherme Dias – Diretor de Comunicação e Marketing da Associação Comercial, Empresarial e Industrial de Ponta Grossa (ACIPG)

Eu vejo todos os dias o anunciante separando seus R$ 10.000,00 pra fazer uma campanha no rádio, R$ 3.000,00 para sair em uma revista local, pelo menos R$ 9.000,00 para fazer uns 3 pontos de mídia exterior, mas na hora de tirar o escorpião do bolso pra comprar mídia online, qualquer “milão” é “caro demais”.

Eu sinceramente não sei de onde veio este mito de que fazer anúncios na internet merece menos atenção financeira do que outros meios. A lógica deveria ser justamente a inversa.

Nenhum outro tipo de mídia retém tanta atenção do público comprador como na internet.

O Brasil é o terceiro país do mundo onde as pessoas mais ficam conectadas, passando mais de 10 horas por dia online (DEZ HORAS POR DIA!).

Ficamos atrás apenas de África do Sul e Filipinas.

Qual outra mídia prende a atenção das pessoas por DEZ HORAS?

Qual outra mídia pode colocar sua marca literalmente na mão do seu cliente ideal?

Qual outra mídia pode colocar sua marca na mão do seu cliente no EXATO momento que ele está propenso a fazer uma compra?

Qual outra mídia pode rastrear, seguir o seu cliente de acordo com os hábitos de consumo dele?

Qual outra mídia pode segmentar um anúncio de acordo com os interesses, medos, desejos, ações, intenções…

Qual outra mídia pode oferecer um contato com seu cliente ideal 24 horas por dia, 7 dias por semana?

Absolutamente nenhuma além da internet.

E agora, me conta…qual o motivo da internet receber menos investimento comparado à mídia tradicional?

Marketing Digital é barato, mas não é de graça.

Vamos fazer uma conta de padaria:

Quanto custa imprimir 1.000 flyers (folhetos) e distribuir no sinal?

Papel couchè brilho 90g 4×4 cores, em gráfica de internet (qualidade bem meia boca), com frete sai em torno de R$ 250,00.

Para a distribuição, você não vai encontrar quem faça por menos de R$ 70 a diária.

Você não tem a garantia de entrega. Já ví muito “panfleteiro” jogando metade do material no bueiro, ou entregando 2 de uma vez só em cada carro. Mas vamos tirar essa margem da conta.

Estamos falando de R$ 320 para 1 mil impactos.

Hoje estava otimizando uma campanha de Instagram, da minha conta pessoal, e o meu CPM (custo por mil impressões) estava girando em torno de R$ 5,51.

Ou seja cerca de 1,72% do valor de uma ação de rua com flyer.

Essa lógica pode ser aplicada a qualquer meio de comunicação tradicional, seja rádio, tv, outdoor, busdoor…

E a conta também deve ser levada em consideração além dos anúncios de Google, LinekedIN, Facebook, Instagram e TikTok.

Banners em portais e publieditoriais, este último ainda pouco explorado por pequenos e médios anunciantes, também apresentam números disparados na frente do marketing tradicional.

Então, quando você se perguntar se está tendo ou não resultados com mídia online, pense nessa continha.

Marketing digital, em comparação, é barato sim, mas será que você deveria deixar a menor faixa de verba do seu orçamento de marketing para o meio de vendas MAIS PODEROSO QUE EXISTE?

Deixo a reflexão.

Preferências de Publicidade e Propaganda

Moysés Peruhype Carlech – Fábio Maciel – Mercado Pago

Você empresário, quando pensa e necessita de fazer algum anúncio para divulgar a sua empresa, um produto ou fazer uma promoção, qual ou quais veículos de propaganda você tem preferência?

Na minha região do Vale do Aço, percebo que a grande preferência das empresas para as suas propagandas é preferencialmente o rádio e outros meios como outdoors, jornais e revistas de pouca procura.

Vantagens da Propaganda no Rádio Offline

Em tempos de internet é normal se perguntar se propaganda em rádio funciona, mas por mais curioso que isso possa parecer para você, essa ainda é uma ferramenta de publicidade eficaz para alguns públicos.

É claro que não se escuta rádio como há alguns anos atrás, mas ainda existe sim um grande público fiel a esse setor. Se o seu serviço ou produto tiver como alvo essas pessoas, fazer uma propaganda em rádio funciona bem demais!

De nada adianta fazer um comercial e esperar que no dia seguinte suas vendas tripliquem. Você precisa ter um objetivo bem definido e entender que este é um processo de médio e longo prazo. Ou seja, você precisará entrar na mente das pessoas de forma positiva para, depois sim, concretizar suas vendas.

Desvantagens da Propaganda no Rádio Offline

Ao contrário da televisão, não há elementos visuais no rádio, o que costuma ser considerado uma das maiores desvantagens da propaganda no rádio. Frequentemente, os rádios também são usados ​​como ruído de fundo, e os ouvintes nem sempre prestam atenção aos anúncios. Eles também podem mudar de estação quando houver anúncios. Além disso, o ouvinte geralmente não consegue voltar a um anúncio de rádio e ouvi-lo quando quiser. Certos intervalos de tempo também são mais eficazes ao usar publicidade de rádio, mas normalmente há um número limitado,

A propaganda na rádio pode variar muito de rádio para rádio e cidade para cidade. Na minha cidade de Ipatinga por exemplo uma campanha de marketing que dure o mês todo pode custar em média 3-4 mil reais por mês.

Vantagens da Propaganda Online

Em pleno século XXI, em que a maioria dos usuários tem perfis nas mídias sociais e a maior parte das pessoas está conectada 24 horas por dia pelos smartphones, ainda existem empresários que não investem em mídia digital.

Quando comparada às mídias tradicionais, a propaganda online é claramente mais em conta. Na internet, é possível anunciar com pouco dinheiro. Além disso, com a segmentação mais eficaz, o seu retorno é mais alto, o que faz com que o investimento por conversão saia ainda mais barato.

Diferentemente da mídia tradicional, no online, é possível modificar uma campanha a qualquer momento. Se você quiser trocar seu anúncio em uma data festiva, basta entrar na plataforma e realizar a mudança, voltando para o original quando for conveniente.

Outra vantagem da propaganda online é poder acompanhar em tempo real tudo o que acontece com o seu anúncio. Desde o momento em que a campanha é colocada no ar, já é possível ver o número de cliques, de visualizações e de comentários que a ela recebeu.

A mídia online possibilita que o seu consumidor se engaje com o material postado. Diferentemente da mídia tradicional, em que não é possível acompanhar as reações do público, com a internet, você pode ver se a sua mensagem está agradando ou não a sua audiência.

Outra possibilidade é a comunicação de via dupla. Um anúncio publicado em um jornal, por exemplo, apenas envia a mensagem, não permitindo uma maior interação entre cliente e marca. Já no meio digital, você consegue conversar com o consumidor, saber os rastros que ele deixa e responder em tempo real, criando uma proximidade com a empresa.

Com as vantagens da propaganda online, você pode expandir ainda mais o seu negócio. É possível anunciar para qualquer pessoa onde quer que ela esteja, não precisando se ater apenas à sua cidade.

Uma das principais vantagens da publicidade online, é que a mesma permite-lhe mostrar os seus anúncios às pessoas que provavelmente estão interessadas nos seus produtos ou serviços, e excluir aquelas que não estão.

Além de tudo, é possível monitorizar se essas pessoas clicaram ou não nos seus anúncios, e quais as respostas aos mesmos.

A publicidade online oferece-lhe também a oportunidade de alcançar potenciais clientes à medida que estes utilizam vários dispositivos: computadores, portáteis, tablets e smartphones.

Vantagens do Marketplace Valeon

Uma das maiores vantagens do marketplace é a redução dos gastos com publicidade e marketing. Afinal, a plataforma oferece um espaço para as marcas exporem seus produtos e receberem acessos.

Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual. 

Tem grande variedade de ofertas também e faz com que os clientes queiram passar mais tempo no site e, inclusive, voltem com frequência pela grande diversidade de produtos e pela familiaridade com o ambiente. Afinal de contas, é muito mais prático e cômodo centralizar suas compras em uma só plataforma, do que efetuar diversos pedidos diferentes.

Inserir seus anúncios em um marketplace como o da Valeon significa abrir um novo “ponto de vendas”, além do e-commerce, que a maioria das pessoas frequenta com a intenção de comprar. Assim, angariar sua presença no principal marketplace Valeon do Vale do Aço amplia as chances de atrair um público interessado nos seus produtos. Em suma, proporciona ao lojista o crescimento do negócio como um todo.

Quando o assunto é e-commerce, os marketplaces são algumas das plataformas mais importantes. Eles funcionam como um verdadeiro shopping center virtual, atraindo os consumidores para comprar produtos dos mais diversos segmentos no mesmo ambiente. Por outro lado, também possibilitam que pequenos lojistas encontrem uma plataforma, semelhante a uma vitrine, para oferecer seus produtos e serviços, já contando com diversas ferramentas. Não é à toa que eles representaram 78% do faturamento no e-commerce brasileiro em 2020. 

Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas vantagens que são extremamente importantes para quem busca desenvolver seu e-commerce e escalar suas vendas pela internet, pois através do nosso apoio, é possível expandir seu ticket médio e aumentar a visibilidade da sua marca.

VOCÊ CONHECE A ValeOn?

A MÁQUINA DE VENDAS ONLINE DO VALE DO AÇO

TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!

A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

Apresentamos o nosso site que é uma Plataforma Comercial Marketplace que tem um Product Market Fit adequado ao mercado do Vale do Aço, agregando o mercado e seus consumidores em torno de uma proposta diferenciada de fazer Publicidade e Propaganda online, de forma atrativa e lúdica a inclusão de informações úteis e necessárias aos consumidores como:

  • Publicidade e Propaganda de várias Categorias de Empresas e Serviços;
  • Informações detalhadas dos Shoppings de Ipatinga;
  • Elaboração e formação de coletâneas de informações sobre o Turismo da nossa região;
  • Publicidade e Propaganda das Empresas das 27 cidades do Vale do Aço, destacando: Ipatinga, Cel. Fabriciano, Timóteo, Caratinga e Santana do Paraíso;
  • Ofertas dos Supermercados de Ipatinga;
  • Ofertas de Revendedores de Veículos Usados de Ipatinga;
  • Notícias da região e do mundo;
  • Play LIst Valeon com músicas de primeira qualidade e Emissoras de Rádio do Brasil e da região;
  • Publicidade e Propaganda das Empresas e dos seus produtos em cada cidade da região do Vale do Aço;
  • Fazemos métricas diárias e mensais de cada consulta às empresas e seus produtos.

domingo, 4 de fevereiro de 2024

HARMONIA APARENTE ENTRE OS TRÊS PODERES NA VOLTA DO JUDICIÁRIO

História de Notas & Informações • Jornal Estadão

Com gestos simbólicos, afagos mútuos e celebração entusiasmada da democracia, a abertura dos trabalhos do Poder Judiciário e a posse de Ricardo Lewandowski como ministro da Justiça, na última quinta-feira, reafirmaram a aliança entre o governo do presidente Lula da Silva e o Supremo Tribunal Federal (STF), com a chancela do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Houve um notável esforço para caracterizar esse movimento político articulado por Lula como “harmonia entre os Poderes”. Na prática, até as poltronas reformadas do Supremo sabem que Lula busca nos ministros togados o apoio que lhe falta no Congresso – sobretudo na Câmara, cujo presidente, Arthur Lira, sintomaticamente faltou à pajelança de Lula, Pacheco e ministros do STF.

É compreensível que, oficialmente, Lula, Pacheco e o presidente do Supremo, ministro Luís Roberto Barroso, se regozijem de uma convivência civilizada e respeitosa e da ausência de uma crise institucional. “Felizmente, não preciso gastar muito tempo nem energia falando de democracia, porque as instituições funcionam na mais plena normalidade, com convivência harmoniosa e pacífica de todos”, afirmou Barroso no primeiro discurso do ano no plenário do STF. Ao presidente do Senado, emendou: “Somos imunes a intrigas”. Pacheco, por sua vez, afirmou que nenhuma instituição tem o “monopólio da defesa da democracia no Brasil”.

Depois, na posse de Lewandowski no Ministério da Justiça, Lula qualificou como “demonstração de afeto” a presença ali de quase todos os ministros do Supremo – gesto natural depois que o petista demonstrou todo o seu afeto pelo Supremo ao nomear um de seus ex-integrantes para a Justiça, ao mesmo tempo que colocou no Supremo seu ex-ministro da Justiça, Flávio Dino.

A estratégia de Lula, portanto, parece funcionar, mas está claro que a insatisfação por parte de Arthur Lira tem todos os elementos de algo mais grave em curso. Não foi a sua primeira ausência num grande ato em que se aproveita para celebrar a aliança e a harmonia entre os Poderes. Na solenidade que marcou o primeiro aniversário do 8 de Janeiro – aquela que acabou se transformando num festejo petista, liderado por Lula –, Lira foi também a ausência mais sentida, juntamente com alguns governadores oposicionistas. Sua queixa ganhou eco em muitos parlamentares e vem de longe: tem origem nas tensas disputas com o Executivo pela captura do Orçamento federal, na insatisfação com os vetos às emendas de comissão e na medida provisória de reoneração da folha de pagamento. Ademais, os ruídos gerados com a excessiva politização do Supremo também provocaram nos últimos meses diversas tentativas de desfazer decisões da Corte – e vice-versa.

Os últimos anos deram ao STF um papel inédito no arranjo institucional brasileiro, transformando a Corte numa arena política e, na prática, fiadora da governabilidade. O Supremo expandiu gradualmente suas prerrogativas para exercer simultaneamente os papéis de intérprete da Constituição e ator legislativo. Na prática e nos discursos, mergulhou sistematicamente em querelas políticas, das quais deveria manter prudente distanciamento. O círculo se completou com a estratégia lulopetista de recorrer à Corte como braço zeloso de sua própria sustentação política, devido a uma coalizão desarrumada e descontente, às dificuldades nada triviais de articulação política com o Congresso e à vocação presidencial para repetir um dos vícios do bolsonarismo que os petistas tanto criticaram: enxergar as instituições como extensão do presidente e de suas ideias e exercer o poder com base em relações de amizade e proximidade.

Tudo somado, convém perguntar se, afinal, as instituições estão funcionando de fato tão bem como Lula, Barroso e Pacheco destacaram com tanta ênfase. A celebração, repita-se, pode até ser justificável na cena pública. Mas no mundo real as tensões existentes deveriam receber atenção especial. As ausências do presidente da Câmara podem unir argumentos aceitáveis e outros questionáveis, mas objetivamente revelam uma crise. Na tal harmonia entre os Poderes, há quem esteja tocando em outro diapasão.

 

PARADOXO DE LULA É SER POTÊNCIA AMBIENTAL E AO MESMO TEMPO SER POTÊNCIA PETROLEIRA

 

História de admin3 • IstoÉ

Ao mesmo tempo em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se vangloria de liderar a luta ambiental com uma redução drástica do desmatamento na Amazônia, a extração de petróleo no Brasil, nono produtor mundial, não para de aumentar.

Ambientalistas condenam este paradoxo, à margem do que a comunidade internacional acordou na COP28, a conferência climática da ONU, em dezembro: um chamado a abandonar progressivamente os combustíveis fósseis, principal causa das emissões de gases de efeito estufa.

Além disso, durante esta cúpula em Dubai, o Brasil anunciou que vai entrar na Organização de Países Exportadores de Petróleo ampliada (OPEP+), formada por 23 países produtores da commodity.

Na ocasião, a rede Climate Action Network International concedeu ao Brasil o prêmio irônico “Fóssil do dia”, por ter “confundido produção de petróleo com liderança climática”.

“O Brasil não pode ser, ao mesmo tempo, um líder climático e um petro-Estado. São condições incompatíveis”, criticou, em declarações à AFP, Suely Araújo, coordenadora de políticas públicas da rede de organizações ambientalistas Observatório do Clima.

– Recordes petroleiros –

Ao voltar ao poder há três meses, Lula prometeu acabar com o desmatamento ilegal no Brasil até 2030.

Em seu primeiro ano de mandato, a derrubada de árvores diminuiu 50% na Amazônia, maior floresta tropical do planeta e considerada estratégica na luta contra o aquecimento global por sua capacidade de absorver CO2.

O Brasil também se ofereceu para sediar a cúpula climática COP30, em 2025, que será realizada simbolicamente em Belém do Pará, em plena Amazônia.

Mas, ao mesmo tempo, o país, que é o primeiro produtor latino-americano de petróleo, pisou no acelerador e registrou vários recordes mensais no ano passado.

O último, em novembro, quando produziu 3,678 milhões de barris diários (mbd), e espera alcançar 5,4 mbd em 2029, segundo o ministério de Minas e Energia.

Este número poderia tornar o Brasil o quarto produtor mundial em cinco anos, segundo as expectativas do governo.

“O mundo deveria estar agradecido ao Brasil por ser um provedor confiável” de petróleo, disse esta semana, durante visita ao país o diretor da Agência Internacional de Energia, Fatih Birol.

O Brasil injeta no mercado cerca de 3% da oferta mundial de petróleo cru, segundo Birol.

O país tem reservas comprovadas de 14,856 bilhões de barris e um total de 26,922 bilhões de barris, incluindo as possíveis e prováveis, segundo o último boletim anual da Agência Nacional de Petróleo.

Lula defende, ainda, a exploração pela Petrobras de petróleo perto da foz do rio Amazonas, um projeto polêmico ao qual se opõe a ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva, por seu impacto ambiental.

– Transição energética –

O peso da indústria petroleira no PIB da economia brasileira, a maior da América Latina, é inquestionável, representando cerca de 13% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo o economista Igor Barenboim, ex-secretário adjunto de Política Econômica do Ministério da Economia (2015-2016).

“Particularmente os recursos da exportação”, cerca de um terço da produção petroleira, “são chave para impulsionar o crescimento”, afirma.

As vendas de petróleo e derivados somaram 42,5 bilhões de dólares em 2023 (cerca de R$ 205 bilhões, em cotação da época).

O petróleo garante recursos ao Estado para financiar, por exemplo, políticas sociais, atenuando o impacto nas metas fiscais.

O governo se comprometeu a alcançar o déficit zero em 2024.

Lula, que em seus primeiros dois mandatos (2003-2010) financiou programas em benefício das classes populares apoiado no ‘boom’ de matérias-primas, defende que os recursos do petróleo são necessários para financiar a transição energética.

Preparar-se para abandonar os combustíveis fósseis significa “aproveitar o dinheiro” que os países “lucram [com o petróleo] para fazer investimento para que os continentes como o africano e a América Latina possam produzir os combustíveis renováveis que precisam”, disse o presidente em dezembro ao defender a entrada do Brasil na OPEP+.

– Olhar para o passado é um “erro” –

Para os ambientalistas, apostar no petróleo é coisa do passado.

“O erro está na opção de querer gerar renda com exportação [de petróleo], tendo o olhar para o passado e desconsiderando a gravidade da crise climática”, diz Araújo.

Enrico Marone, porta-voz de Oceanos do Greenpeace Brasil, critica os projetos de novas explorações: “Os campos petrolíferos do pré-sal em atividade ainda têm uma vida útil de 11 ou 12 anos e garantem os recursos de produção para apoiar essa transição energética”.

A matriz energética no Brasil provém em 47,4% de energias renováveis – mais que o triplo da média mundial, que é de 15% -, segundo a Empresa de Pesquisa Energética, vinculada ao Ministério de Minas e Energia.

CANAL DE TV DO PT PODE SER BARRADO PELA AGU

História de LUCAS BORGES TEIXEIRA • Folha de S. Paulo

BRASÍLIA, DF (UOL/FOLHAPRESS) – A AGU (Advocacia-Geral da União) recomendou ao Ministério das Comunicações negar o pedido do PT para ter canais de TV e rádio para “evitar desequilíbrio nas disputas eleitorais”.

O PT pediu ao governo autorização para concessão para de canais de TV e rádio abertos em junho do ano passado. O pedido foi negado no último dia 26 pelo Ministério das Comunicações, comandado por Juscelino Filho.

A pasta se baseou em um parecer da AGU que recomenda a vedação. O documento, ao qual a reportagem do UOL teve acesso, cita decisões do STF (Supremo Tribunal Federal) contrárias à liberação e pontua que uma rede de comunicação desnivelaria a disputa eleitoral.

O propósito da proibição parece ser o de evitar um desequilíbrio nas disputas eleitorais ou ainda o de garantir mais pluralidade de visões políticas na programação das emissoras de rádio ou televisão. Esses dois objetivos restariam frustrados caso se permitisse o deferimento de outorga de radiodifusão a uma fundação vinculada a um partido político.

Em nota técnica, o ministério argumenta que “o serviço [de comunicação] só pode ser executado por fundações e associações comunitárias, sem fins lucrativos”.

“É expressamente vedado que a entidade prestadora do serviço de Radcom [radiodifusão comunitária] se subordine ou se sujeite à gerência, à administração, ao domínio, ao comando ou à orientação de qualquer outra entidade, mediante compromissos ou relações político partidários”, diz o texto.

O PT diz querer um canal de comunicação para “difundir ideias e propostas de militância”. No pedido, o partido mencionava a intenção de construir conteúdos com “pedagogia de participação político-partidária” que iriam “para além do ato de votar” e argumentava que havia 49 canais vagos pelo país com possibilidade de concessão.

À imprensa a pasta afirmou que “não houve nenhum tipo de pressão política”. “A decisão foi estritamente técnica, com base nos critérios da legislação vigente”, disse o ministério, por meio de nota.

O partido deve recorrer. Em declaração à CNN Brasil, o secretário de Comunicação do PT, deputado federal Jilmar Tatto (PT-SP), criticou a decisão e o ministro Juscelino Filho: “É o que dá colocar bolsonarista como diretor do Ministério das Comunicações”, afirmou.

Como mostrou a Folha na época, o pedido dos espaços de radiodifusão foi assinado pela presidente do partido, Gleisi Hoffmann, e por Tatto. No documento, a legenda solicita que lhe sejam alocadas concessões que estejam vagas, ou seja, já existentes, mas não utilizadas no momento.

Caso o ministério atenda ao pedido, o PT será o primeiro partido brasileiro a contar com seus próprios canais de rádio e TV.

O partido argumentou, em ofício enviado a Juscelino Filho, que as razões principais para fazer a reivindicação são aumentar a prestação de contas de suas atividades para a população e ajudar na difusão da participação política.

“Um canal de comunicação próprio do Partido dos Trabalhadores possibilitaria o cumprimento de um dever constitucional, legal e estatutário, oportunizando uma participação política para além do simples ato de votar, adotando-se uma verdadeira pedagogia de participação político-partidária”, afirmou o pedido.

O documento lista 49 canais em diversos estados que estavam vagos e poderiam ser disponibilizados pelo ministério.

Concessões de canais de rádio e TV são atos da Presidência da República, segundo a Constituição, mediante uma série de critérios, como publicação de edital e ter 70% do capital nas mãos de brasileiros.

O PT argumenta que não há nada na legislação que impeça um partido político de pleitear um canal. “Observa-se que a concessão de serviços de telecomunicações de rádio/TV a partidos políticos não encontra óbice legislativo expresso”, diz.

O PT tem já uma estrutura expressiva de comunicação baseada em meios digitais, que cresceu nos últimos anos, além de ter direito a propaganda na TV, de acordo com a lei. O partido diz, no entanto, que esses meios são insuficientes.

“A comunicação por canal partidário específico possibilitaria a justa prestação de informação uma vez que os partidos políticos são indissociavelmente vinculados à educação política, ao incentivo da participação política e à contínua comunicação com os cidadãos”, afirma.

 

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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