domingo, 24 de dezembro de 2023

GERALDO ALCKMIM O EQUILIBRISTA

História por Vera Rosa  • Jornl Estadão

O vice-presidente eleito e coordenador da Transição, Geraldo Alckmin, apresentou em coletiva nomes que comporão os grupos técnicos da transição

BRASÍLIA – Um caderno universitário de 200 folhas, ao lado de relatórios, programas de governo e um gráfico sobre o declínio da produtividade no Brasil, dos anos 70 até 2019, desperta interesse no Bloco J da Esplanada dos Ministérios. O que mais chama a atenção na gabinete do 6.º andar, porém, não é propriamente o conteúdo daquelas páginas – presas na lateral por um feixe de mola –, mas, sim, a sua capa, decorada com a inscrição SFC.

Torcedor fanático do Santos Futebol Clube, o dono do caderno é o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Ex-governador de São Paulo, Alckmin afirma estar “super feliz” na equipe de Luiz Inácio Lula da Silva e não dá pistas sobre planos políticos para 2026. Quer ser vice novamente, vai concorrer a presidente, ao Palácio dos Bandeirantes ou ao Senado?

Dono do caderno com o brasão do Santos, Alckmin prevê revanche: “O Peixe vai nadar.” Foto: Cadu Gomes / VPR© Fornecido por Estadão

“O futuro a Deus pertence”, disse ele ao Estadão, no domingo, 17, apressado para ir ao encontro do presidente do PSB, Carlos Siqueira, numa padaria de Brasília. Mas, antes de entrar no elevador, voltou para dar um diagnóstico. “Há dois ansiosos na vida: os políticos e as jor-na-lis-tas”, emendou, como se separasse as sílabas.

Sem querer tratar de 2026, Alckmin já começou a planejar como será 2024. Na capital paulista, promete subir no palanque de Tabata Amaral (PSB) à Prefeitura, mas, para fazer um aceno à esquerda, chama Guilherme Boulos (PSOL), o candidato do PSOL apoiado pelo PT, de “companheiro Boulos”.

Além disso, ele também providenciou outro caderno de 200 folhas, com o mesmo brasão do SFC, para acompanhá-lo no ano eleitoral. O surrado exemplar, usado desde janeiro, quase não tem espaço para as últimas anotações.

Há naquelas linhas muitos números e lembretes de todo tipo. O aumento de 243% no crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para exportação está registrado em um canto.

Programas que serão lançados em breve, como plano indústria e Mover, e a meta de reduzir de oito para dois anos, até 2026, o tempo de decisão sobre pedidos de marcas e patentes também ocupam lugar de destaque no caderno. Existe, ainda, uma penca de problemas a resolver, como o impacto da importação do leite na produção nacional.

Diante de tantas informações é preciso um método de trabalho. “Eu sempre faço uma recapitulação dos assuntos, daquilo que tenho de ver na semana, porque senão a coisa importante fica para trás”, contou o vice-presidente, que às vezes substitui o almoço por paçocas. “Depois de um mês, olho o que escrevi de novo, para não escapar nada.”

Nem mesmo a debacle futebolística prevista pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, foi suficiente para convencer Alckmin a comprar um caderno com outra capa. Na primeira vez que o visitou no ministério, no início deste ano, Teixeira não conteve a curiosidade. “Por que o senhor usa esse cadernão?”, disparou.

Ao ouvir que ele anotava ali tudo o que considerava relevante, para memorizar melhor, o ministro aproveitou a deixa. “O perigo é esse caderno cair…”, provocou Teixeira, corintiano roxo.

No último dia 6, pela primeira vez na história, o Santos foi rebaixado para a Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro. O vice se lembrou do trágico prognóstico feito pelo colega petista, mas disse ter esperança na revanche. “O Peixe vai nadar”, previu.

De ‘picolé de chuchu’ a ‘guerreiro do povo brasileiro’

Adversário do PT até formar a inusitada dobradinha com Lula, em 2022, Alckmin surpreendeu seus antigos parceiros ao virar a chave política. Saiu do PSDB após 33 anos de filiação e uma temporada de embates nas fileiras tucanas, aposentou o apelido de “picolé de chuchu” e se transformou em um showman nas redes sociais.

Agora, o homem que já assumiu 11 vezes a Presidência da República – sem nunca sentar na cadeira ocupada por Lula – apela até mesmo para o “latinório” em sua incursão pelo ciberespaço. “Fui coroinha no tempo do latim”, lembra. “E quem me elegeu foram os jovens. Com 24 anos, fui prefeito de Pindamonhangaba, pelo Manda Brasa, MDB. Só que o tempo passa, né?”

Médico anestesista, o Dr. Geraldo que aparece nas plataformas digitais gosta de encaixar um princípio da medicina nas conversas, principalmente quando fala sobre o desafio do Brasil para 2024.

“Sublata causa, tollitur effectus (Suprima a causa que o efeito cessa)”, receita o vice, para quem a reforma tributária vai reduzir o custo Brasil e ajudar a enfrentar as causas da baixa produtividade. No ministério comandado pelo ex-governador de São Paulo, a palavra de ordem para gerar emprego e renda é “neoindustrialização”.

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Por falar em “neo”, a metamorfose de Alckmin começou antes mesmo da posse, com suas meias coloridas, salpicadas de flamingos, petit pois e listras. Prosseguiu em seus “diálogos” nos balões de história em quadrinhos com personagens como Harry Potter, Hulk e até Carmen Miranda. É naquele mundo virtual que ele tenta “traduzir” temas áridos da economia e fazer propaganda do governo para o público jovem.

“Dr. Geraldo, que ano!”, exclama Paul McCartney numa montagem postada pelo vice, no último dia 18. “Sir Paul, o melhor está por vir. A música não para!”, avisa Alckmin, como se fosse um DJ mexendo nos botões de uma mesa de som.

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No Congresso, porém, até parlamentares de partidos aliados do governo dizem que o vice atua numa espécie de campo minado, sem se posicionar sobre determinados temas para não se indispor com Lula nem com o PT.

“Ele parece que está sempre pisando em ovos: não é arestoso nem espinhento”, definiu o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ). “Mas o lado ‘picolé de chuchu’ dele ajuda e, com esse jeito afável, conquistou o pessoal da esquerda.”

A discrição de Alckmin guarda semelhança com a do autor da frase “Tudo pode acontecer, inclusive nada”, que marcou a transição da ditadura militar para a Nova República. “O estilo do Alckmin é o mesmo daquele de Marco Maciel”, resumiu o deputado Mendonça Filho (União Brasil-PE), numa referência ao vice de Fernando Henrique Cardoso nos dois mandatos.

Alckmin é a favor, por exemplo, da divisão do Ministério da Justiça e da Segurança Pública. Mas, desde que o tema virou uma queda de braço dentro do governo, na esteira da indicação do ministro Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal (STF), preferiu aguardar a decisão do presidente.

Alckmin com Lula durante a última reunião ministerial do ano, na quarta-feira: nada de pensamento único Foto: Wilton Junior/Estadão© Fornecido por Estadão

A todos com quem conversa, Alckmin é só elogios a Lula e diz que ele tem arbitrado com eficiência as diferenças de opinião na equipe. “É bom não ter pensamento único”, avalia. Seus amigos na Esplanada são o ministro do Empreendedorismo, Márcio França – que foi vice quando ele era governador –, e o titular da Fazenda, Fernando Haddad.

Na noite de 8 de dezembro, Alckmin foi o convidado de honra da Conferência Eleitoral do PT, em Brasília. Sentou-se numa poltrona branca, perto de Lula e da presidente do partido, Gleisi Hoffmann.

Os termômetros marcavam 32 graus quando terminou o ato político. Cercado por petistas, o vice passou meia hora tirando selfie – ou retrato, como costuma dizer – com os novos companheiros. Foi chamado ali de “guerreiro do povo brasileiro”.

O auditório onde ocorreu a Conferência do PT leva justamente o nome de Ulysses Guimarães, deputado do MDB que presidiu a Assembleia Constituinte e sempre é citado por Alckmin para explicar sua aproximação com Lula.

“Doutor Ulysses dizia: ‘Não se faz política com o fígado, guardando o ressentimento na geladeira. A Pátria não é capanga de idiossincrasias pessoais’”, afirmou o vice ao Estadão.

Não foi bem o que ele assistiu na quarta-feira, 20, quando acompanhou Lula ao Congresso para a cerimônia de promulgação da reforma tributária. O presidente foi recebido com vaias e aplausos. De um lado, petistas gritavam “Lula, guerreiro do povo brasileiro”. Do outro, bolsonaristas puxavam o coro de “Lula, cachaceiro, devolve o meu dinheiro”.

Sem esconder a ironia, Alckmin sempre se refere a Jair Bolsonaro como “éx-presidente”, pronunciando o “e” como se tivesse acento agudo. “O ‘éx’-presidente chegou ao cúmulo de baixar B-13 para B-10?, criticou ele, ao mencionar decisão de 2021 do governo Bolsonaro para reduzir o porcentual de mistura obrigatória do biodiesel no óleo diesel.

Hoje em dia, um dos assuntos favoritos de Alckmin é o hidrogênio verde. “Você sabia que nós respiramos 16 vezes por minuto?”, indagou o ministro da Indústria e Comércio, puxando e soltando o ar, pausadamente. “Então, todo ser humano, 16 vezes por minuto, está consumindo oxigênio e pondo gás carbônico no ar”. E concluiu: “Opa, precisamos descarbonizar!”

A explicação foi dada por ele, um ex-professor de Química Orgânica, ao lançar a pedra fundamental dos projetos de usinas de amônia e hidrogênio verde em Parnaíba (PI), no último dia 15.

Nos bastidores do Planalto há quem diga que Alckmin pode substituir o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, na reforma da equipe planejada por Lula. Questionado, Múcio abriu um sorriso. “É um homem experiente, respeitado. As Forças Armadas estariam com um excelente ministro. Melhor, impossível”, elogiou.

Se depender do “cotado”, no entanto, ele fica onde está, contando os seus “causos” e fazendo pegadinhas.

“Qual é o lugar mais bonito do Equador?”, perguntou o vice a repórteres, em 21 de novembro, após prestigiar o lançamento do livro Uma Cidade na Luta pela Vida, de autoria do prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT). Em seguida, ele mesmo deu uma dica. “Ilha de Ga, ilha de Ga, ilha de Ga…”, insistiu. Como ninguém respondeu, teve de completar sozinho: “Ilha de Galápagos”.

Galápagos entrou naquela conversa porque Alckmin falava do Equador, confirmando que iria participar dois dias depois, em 23 de novembro, da posse do presidente Daniel Noboa, a pedido de Lula.

A pergunta que sempre incomodou o candidato

Antes, ao citar suas duas derrotas em campanhas presidenciais – a mais dolorida foi em 2018, quando amargou o quarto lugar e o pior desempenho da história do PSDB –, revelou aos jornalistas que tinha o sonho de ser repórter. O motivo? “Eu queria fazer uma pergunta ao candidato: por que não decola?”, brincou.

Lu Alckmin diz que o marido sempre foi assim. “Sou casada com ele há mais de 43 anos e vivo pedindo: ‘Conta aquela piada do papagaio. Agora, conta aquela outra…’. Adoro. Se eu for contar, ninguém dá risada. Mas ele sabe contar”.

Lu Alckmin diz que sempre recorre ao marido para as piadas: “Se eu for contar, ninguém dá risada.” Foto: @LuAlckmin via Instagram© Fornecido por Estadão

Foi da segunda-dama da República a ideia de vestir Alckmin com meias divertidas. “A Lu é modernosa”, descreveu o vice. “Ele é todo sério. Então, pelo menos a meia é diferente…”, justificou ela.

Uma dessas peças foi parar nos pés da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja. É que, em junho, Alckmin havia dado de presente para Lula dois pares de meia: um com o boi-bumbá Garantido e outro com o Caprichoso.

Como a dupla participa de uma ferrenha disputa no Festival Folclórico de Parintins (AM), Lula não quis tomar partido. Janja, porém, seguiu o conselho de Alckmin e usou um pé do Garantido e outro, do Caprichoso.

No governo, Alckmin também se equilibra com um pé aqui e outro lá: entre o ministério e a vice-presidência; entre o PT e seus antigos eleitores tucanos, mais conservadores; entre o hidrogênio verde e o agronegócio. Despacha até sábado e domingo de manhã, com pausa para café, muitas vezes na rodoviária de Brasília.

“É bom e barato”, recomenda. Foi lá que ele levou o economista Jânio Quadros Neto para tomar um cafezinho no dia 7 de novembro, quando completou 71 anos. Mas a lista de preferências de Alckmin não se resume à rodoviária e, vez ou outra, inclui padarias com sotaque francês. “Só que aí quem convida é que paga, né?”, explica.

 

LIBERDADE NAS UNIVERSIDADES

História por Notas & Informações  • Jornal Estadão

Se Israel é ou não a “luz das nações”, como diz a Bíblia, ao menos está ajudando a lançar luz em uma zona densamente obscurecida da cultura moderna: a liberdade de expressão nas universidades, especialmente nas norte-americanas, epicentro de uma epidemia de intolerância e segregação que se alastra pelo ambiente acadêmico das nações democráticas, e de lá para suas instituições e corporações.

Após uma onda de virulentos protestos antissemistas e pró-jihadistas nos campi americanos, as presidentes de Harvard, MIT e Pensilvânia – três das oito universidades do clube de elite da Ivy League – foram convocadas a depor no Congresso. Perguntadas se conclamar o genocídio de judeus é permitido por seus códigos de conduta, as três responderam: depende do contexto.

A resposta está em linha com o direito americano. Por mais incômodo que seja a muitas pessoas, a liberdade de expressão nos EUA é um direito quase absoluto. Ao contrário de várias outras democracias, “discursos de ódio” são protegidos pela Constituição. As exceções não só dependem do contexto, como este contexto é extremamente limitado: apenas se o discurso em questão for “dirigido a incitar ou produzir uma ação iminentemente ilegal” ou se representar um “perigo claro e imediato”, como gritar “fogo!” no cinema. Isso vale até para o pior dos crimes: o genocídio. Num caso clássico, a Suprema Corte autorizou passeatas neonazista.

Universidades públicas não podem se desviar dos parâmetros maximalistas da Constituição. As privadas podem estabelecer seus códigos de conduta. O problema é que, dada a hiper-representação de esquerda nos quadros universitários, esses códigos têm sido empregados para reprimir dissidências da ortodoxia progressista.

Nove em dez acadêmicos americanos são de esquerda. Nas faculdades de humanas a desproporção é muito maior. A maioria dos alunos também é progressista.

Poucas coisas contribuíram mais para a associação nos EUA do termo liberal ao progressismo que os protestos estudantis pela liberdade de expressão nos anos 70. Hoje é o inverso. Esquerdistas iliberais exigem das diretorias cursos compulsórios de teorias identitárias, a exclusão do currículo de livros que supostamente ferem sensibilidades de minorias, a seleção de alunos condicionada a confissões de fé no credo da “Diversidade e Inclusão” e a contratação de professores não brancos ou homossexuais. Discursos ofensivos ou só incômodos são equiparados à “violência”. Essa cultura tóxica não só está asfixiando a livre investigação, como está gestando jovens autoritários e paranoicos. Transtornos de ansiedade e depressão estão escalando na Geração Z.

Qualquer discordância dos dogmas sacramentados pelos cardeais das teorias críticas de raça, gênero e sexualidade é anatematizada como “racismo”, “misoginia” ou “homofobia”. De 250 universidades avaliadas pela Fundação para os Direitos Individuais e de Expressão, Harvard e Pensilvânia foram consideradas as mais hostis à liberdade de expressão, com base em casos de palestras canceladas e professores castigados ou expulsos.

A prevaricação das presidentes das universidades da Ivy League no Congresso expôs sua hipocrisia e seu padrão de dois pesos e duas medidas. Se um discurso contraria o mandarinato progressista (digamos, criticando critérios de seleção raciais, afirmando que o sexo é binário ou, pior, errando um pronome), deve ser imediatamente combatido, mas se pede o extermínio de “brancos”, “opressores” e “colonizadores”, que é como os fanáticos entendem os israelenses, então a liberdade de expressão passa a ser absoluta.

A cultura do cancelamento é o cancelamento da cultura, ao menos da cultura democrática, alicerçada no pluralismo de ideias e dinamizada pelo livre debate. As universidades deveriam ser os santuários desses princípios e laboratórios para experimentá-los até seus limites. Mas se tornaram o oposto. Que nas usinas do autoritarismo da “nova esquerda” tenha se instalado uma controvérsia sobre a politização acadêmica é um sinal dos tempos de que a sociedade talvez esteja madura para superar a cultura do cancelamento.

 

ECONOMIA É SOBRE BEM-ESTAR

 

História por editora3  • IstoÉ Dinheiro

Durante meu PhD na University of Southern California (USC) tive a oportunidade de ter sido monitora (teaching assistant) em cursos da graduação de um dos maiores especialistas em Happiness Economics no mundo, Richard Easterlin. Seus ensinamentos foram, e continuam sendo, fundamentais para mim. Easterlin está próximo de completar 100 anos e em 2021 lançou seu último livro sobre happiness. Neste período de festas achei que caberia abordar felicidade e economia e, assim, sintetizo suas opiniões mais importantes expressas nesta obra mais recente, An Economist’s Lessons on Happiness.

Easterlin explica que economia é sobre bem-estar. No século 19, quando a teoria econômica foi criada, a relevância de happiness não era um ponto. Happiness estava no centro da nova disciplina. E o bem-estar das pessoas era a preocupação primordial da nova ciência. Economistas da escola clássica como David Ricardo (1772-1823), James Mill (1773-1836), seu filho primogênito, John Stuart Mill (1806-1873), e Jeremy Bentham (1748-1832) mostraram que as ações estão corretas quando promovem felicidade. E erradas quando produzem o inverso.

O grande desvio de rota ocorreu no início do século 20. Happiness foi descartada sumariamente, e levou junto o ser humano. O foco prioritário passou a ser a produção, a distribuição e o consumo de bens. As pessoas passaram a ser reduzidas a ‘fatores de produção’. O bem-estar, se mencionado, era simplesmente assumido com a oferta per capita de bens. Foi assim até o começo deste milênio, quando emergiu a Economia da Felicidade (The Economics of Happiness), com métricas e medidas de felicidade.

O mais recente livro de Easterlin é escrito como uma série de perguntas e respostas e sintetiza um dos cursos que ele ainda oferece a alunos da graduação. O livro tem 16 capítulos curtos agrupados em quatro partes. A Parte 1 concentra-se na pergunta “Como posso aumentar minha felicidade?” A Parte 2 aborda a questão “O governo pode aumentar a felicidade das pessoas? E, se assim for, deveria tentar aumentar a felicidade?” A Parte 3 aborda uma série de questões auxiliares relacionadas à felicidade, enquanto a Parte 4 coloca o tópico em um contexto histórico.Há duas grandes mensagens no livro. Uma abrange o estudo da economia; a outra diz respeito aos principais determinantes da felicidade para as pessoas. A primeira mensagem central é que a economia é — ou deveria ser — sobre “as pessoas e o seu bem-estar”.

De modo análogo a Bentham, Mill, Francis Y. Edgeworth (1845-1926) e outros economistas clássicos, a economia de Easterlin trata a “utilidade” das pessoas, o seu prazer e a sua dor. Ao realizar análises sobre o tema, é legítimo confiar na medida subjetiva de qualquer pessoa sobre seu próprio bem-estar. Essa abordagem contrasta com o que foi a economia ao longo do século 20, em que se concentrava na tomada de decisões das pessoas com base nas escolhas observadas (suas preferências). A segunda mensagem central do livro é que a felicidade das pessoas é determinada por três principais fatores: preocupações econômicas, circunstâncias familiares e saúde. Easterlin mostra que eles são fundamentais em qualquer cultura e país. É um insight importante quando consideramos o bem-estar em face às políticas públicas, tanto entre países como dentro de sociedades multiculturais.

Easterlin enfatiza as comparações inter e intrapessoal. E criou o chamado Easterlin Paradox — pelo qual explica que rendimentos elevados têm correlação positiva com felicidade, mas, a longo prazo, tal correlação não é mantida. Além disso, mostrou que a média do nível de felicidade reportada não acompanhava estritamente o aumento do rendimento nacional per capita, pelo menos para países com rendimentos suficientes para satisfazer necessidades básicas. Da mesma forma, embora o rendimento per capita tenha aumentado constantemente nos Estados Unidos entre 1946 e 1970, a média da felicidade reportada não apresentou nenhuma tendência de longo prazo e declinou entre 1960 e 1970.

Outro aspecto interessante é a discussão do psicólogo Hadley Cantril (1906-1969) e a sua Escala, composta pela figura de uma escada de dez degraus (com 11 números, de zero a dez). A obra é rica em exemplos, e cada leitor irá tirar suas próprias conclusões. O livro de Easterlin é o presente ideal para todos que querem entender um pouco mais a nova área e saber como e por que Richard Easterlin teve uma vida dedicada a fundar e expandir esse novo ramo da economia. Que todos sejamos mais felizes em 2024!

*VITORIA SADDI é estrategista da SM Futures. Dirigiu a mesa de derivativos do JP Morgan e foi economista-chefe do Roubini Global Economics, Citibank, Salomon Brothers e Queluz Asset, em Londres, Nova York e São Paulo. Também foi professora na California State University, na University of Southern California e no Insper. É PhD em economia pela University of Southern California.

CONGRESSO FECHA O ANO COM BOAS REALIZAÇÕES

 

História por admin3  • IstoÉ Dinheiro

Plenário da Câmara dos Deputados durante sessão solene do Congresso Nacional destinada a dar posse ao presidente e ao vice-presidente da República. Mesa (E/D): 1º secretário da Mesa do Congresso, deputado Luciano Bivar (União-PE); presidente da Câmara dos Deputados, deputado Arthur Lira (PP-AL); presidente da República eleito, Luiz Inácio Lula da Silva em discurso; presidente do Senado Federal, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Foto: Roque de Sá/Agência Senado

Empoderado na relação com o Executivo, o Congresso mais conservador da história se voltou para a agenda econômica e procurou afastar-se da polarização entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no seu primeiro ano. Mesmo com uma Casa composta majoritariamente por integrantes que se definem como conservadores e com o clima acirrado na maior parte do tempo, o que garantiu muitos cliques nas redes sociais, propostas ideológicas não dominaram a agenda nem prosperaram.

Foi nesse caminho que o Legislativo conseguiu aprovar a primeira reforma tributária após a redemocratização. Lula retomou a política do toma lá, dá cá implementada nas gestões petistas e entregou ministérios com “porteira fechada” ao Centrão, dando liberdade ao partido do ministro para nomear todos os cargos na pasta, além de liberar R$ 32,7 bilhões em emendas para garantir aprovações relevantes. A fórmula foi a saída para um governo que não fez maioria no Congresso.

“Podemos entender este ano assim: o governo enfrentou dificuldades, teve que ceder e negociar muito mais do que imaginava para aprovar suas pautas principais”, resume Mendonça Filho (União-PE), que foi ministro da Educação de Michel Temer, governador de Pernambuco e exerce o quarto mandato de deputado. A votação de matérias econômicas, segundo ele, se deu nesse contexto porque são temas que fogem do debate ideológico. “Quando você vem com matérias de cunho econômico diminui muito o poder de influência do governo”, afirma.

Conquista

A maior conquista do Congresso ocorreu em 15 de dezembro, quando a Casa enfim aprovou a Proposta de Emenda à Constituição da reforma tributária, em primeiro turno. A cerimônia de promulgação, no dia 20, foi praticamente o ato de encerramento das atividades de todos os Poderes no ano.

Além dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, Lula e ministros estiveram na solenidade, no plenário da Câmara e marcada por uma confusão entre deputados de oposição e o vice-presidente do PT, Washington Quaquá, que esbofeteou um parlamentar no rosto. Tudo postado nas redes sociais.

Lira foi um dos principais patrocinadores da aprovação da reforma, após ter ajudado a paralisá-la no governo Bolsonaro. O ex-presidente foi contra a reforma aprovada e Lula pouco falou sobre ela na tramitação. A estratégia do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e de lideranças do Legislativo foi carimbar a reforma com uma “pauta do País, e não de governo”.

“Acho que o governo conseguiu, desde a PEC da Transição, arcabouço e reforma tributária, traçar todo o sustentáculo de responsabilidade fiscal para o Brasil. Foi um primeiro ano extremamente positivo”, comemora o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA).

A articulação com o PP, União Brasil, PSD, Republicanos e MDB, todos acolhidos em ministérios, assegurou as principais conquistas para Lula, mas também acendeu os principais alertas.

Esse grupo aprovou a reforma tributária e o arcabouço fiscal, mas derrubou vetos de Lula à desoneração da folha salarial e ao marco temporal – pelo qual uma terra indígena só poderia ser demarcada com a comprovação de que os indígenas estavam no local requerido na data da promulgação da Constituição, de 1988. Também contrariou o PT na segurança pública.

“O Congresso foi indispensável para a reconstrução nacional. O governo teve reveses do ponto de vista político, como no caso do marco temporal. Mas isso não atrapalhou o curso das medidas que consideramos indispensáveis para a reconstrução nacional”, avalia Randolfe Rodrigues (AP), líder do governo no Congresso Nacional.

Recado

No diagnóstico da oposição, o Congresso deu o recado de que não irá aceitar pautas “esquerdistas”. “O papel exercido pelo Parlamento foi positivo. Ele serviu de freio a pautas que seguiriam caminho contrário ao pensamento do Parlamento”, disse Marcos Rogério (PL-RO), relator do marco temporal.

Ao longo do ano – sobretudo no começo do primeiro semestre – o Centrão reclamou da articulação do governo, do diálogo com ministros como Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Rui Costa (Casa Civil) e da falta de distribuição em cargos em estatais e autarquias, o que levou a derrotas e acendeu o alerta no Planalto.

É a primeira vez que Lula enfrentava uma oposição barulhenta, constituída majoritariamente por bolsonaristas. O primeiro pedido de impeachment do presidente já foi protocolado no dia 26 de janeiro – antes mesmo dos novos deputados terem sido empossados na Câmara – por um deputado do PL, Ubiratan Sanderson (RS). Ele pedia o afastamento de Lula por declarar que o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff teria sido um “golpe”.

Rafael Cortez, analista político e sócio da Tendências Consultoria, diz acreditar que o impeachment de Dilma, em 2016, ainda repercute no PT e causa preocupações no partido para não repetir o passado. “Há hoje, no PT, um senso de urgência, uma insegurança em relação a cenários de um poder mais dividido, que resultou no impeachment de Dilma”, diz.

Como resultado, analisa Cortez, o PT acaba tendo que assumir mais custos para aprovar projetos próprios ou apoiar propostas mais à esquerda. “A vida da esquerda é mais difícil nesse sistema dividido, em que os presidentes das Casas legislativas não necessariamente são aliados do chefe do Executivo. Isso gera um custo maior”, afirma.

Uma análise do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP) define o atual Congresso como conservador, em relação aos valores; liberal, em relação à economia; fiscalista, do ponto de vista de gestão; e potencialmente refratário aos direitos humanos e ao meio ambiente. Segundo o Diap, são 332 deputados de direita ou centro-direita, o equivalente a 64% da composição da Casa. No Senado, o porcentual chega a 69%, com 56 senadores desse perfil.

Falta de apoio em maio escancarou o risco de um novo impeachment

O mês de maio foi um dos mais dramáticos no Congresso em 2023 para o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Logo no dia 3, a Câmara aprovou, por 295 a 136, um projeto de decreto legislativo (PDL) que derrubou parte dos decretos que alteravam as regras de saneamento, editados em abril por Lula.

O placar mostrou ao governo a falta de apoio no Parlamento e o risco de ver um processo de impeachment prosperar. Para isso, são necessários 342 votos, 50 a mais do que o registrado na votação do saneamento. “Essas derrotas foram alertando o governo e acendendo a luz amarela para melhorar essa interlocução”, diz o deputado Marangoni (União-SP).

Ele foi o relator da Medida Provisória (MP) que recriou o Minha Casa, Minha Vida e, àquele período, tinha queixas de diálogo, em especial, com Rui Costa, ministro da Casa Civil. “Vejo que foi o ano de ajuste dessa nova legislatura frente a essa nova realidade de governo.” A partir disso, Lula faria novas acomodações em ministérios, acolhendo indicações do Centrão, e usaria o repasse de emendas dias antes de votações importantes para assegurar adesões.

FILME SUNSHINE É UM DOS MELHORES FILMES DE FICÇÃO

 

História por Marco Rigobelli  • AdoroCinema

Sunshine 2007 Real : Danny Boyle Cillian Murphy COLLECTION CHRISTOPHEL

Sunshine – Alerta Solar Trailer OriginalDesativar mudo

Em 2007, o gênero de ficção científica era dominado por séries de TV que migraram para o cinema, como Jornada nas Estrelas: Nêmesis e o subestimado Serenity.

Mas então veio o diretor de Quem Quer Ser um Milionário?Danny Boyle, e entregou uma história que ninguém tinha feito nas telonas. Um serial killer está atacando uma nave espacial – e o sol cruelmente lindo é onipresente no fundo. Um thriller psicológico de ficção científica tão bom quanto impiedoso chamado Sunshine: Alerta Solar.

Sobre o que é Sunshine: Alerta Solar?

50 anos no futuro: o sol está morrendo, a Terra já sofre os efeitos do inverno eterno. A primeira tentativa de reiniciar o motor solar com uma enorme explosão nuclear falhou. Não há vestígios da nave Icarus I e sua tripulação. Agora, sob a liderança de Kaneda (Hiroyuki Sanada), uma segunda equipe está em movimento com as reservas explosivas restantes da Terra para aproveitar a última chance de sobrevivência da humanidade.

Pouco antes de seu destino, a tripulação recebe uma mensagem de rádio da Icarus I. Agora o físico Capa (Cillian Murphy) não tem mais opções. Ele tem que decidir se seria melhor tentar com uma bomba conforme planejado, ou se seria melhor voar até a Icarus I e assim dobrar o poder explosivo…

Um clássico esquecido?

Ainda não se sabe se Sunshine realmente conseguirá se tornar um clássico da ficção científica um dia, ou se terá que sobreviver nas próximas décadas como uma joia cinematográfica injustamente esquecida.

Um dos melhores filmes de ficção científica de todos os tempos – impiedosamente cruel e belo© Fornecido por Adorocinema

Para mim, Danny Boyle e seu thriller psicológico no espaço mereciam o status de clássico! O mentor desta vez renuncia conscientemente ao seu estilo febril e rapidamente editado de dias anteriores, com suas imagens espaciais tão espetaculares raramente vistas, cada uma das quais passaria por uma obra de arte, é sua produção mais forte até o momento, bem-sucedida em seu carreira.

As fotos deslumbrantes do sol poente nunca se tornam um fim em si mesmas, mas, apesar de sua beleza infinita, sempre sustentam a atmosfera ameaçadora a bordo da Icarus II.

Podem te ouvir se gritar no espaço

Sunshine não apenas parece impiedoso e bom, também é emocionante desde o início. Mas assim que a Icarus II atraca na aparentemente abandonada Icarus I, não só a intensidade aumenta significativamente, como também é adicionado um novo nível narrativo:

A bordo do segundo ônibus espacial, tudo indica que a tripulação abortou a missão por motivos religiosos. Mas quem acredita que “Sunshine” se desenvolveria na direção espiritual de um 2001: Uma Odisséia no Espaço dificilmente poderia estar mais errado…

Danny Boyle mantém consistentemente seu estilo de suspense duro e não usa referências religiosas para elementos metafóricos ou filosóficos, mas tortura seu já tenso público com interlúdios de terror bem cronometrados, irritando o espectador em um sentido positivo! Algo entre Alien Pânico.

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AVIÃO ESPACIAL CHINES COLOCOU 6 SATÉLITES MISTERIOSOS EM ÓRBITA

 

História por Viny Mathias  • IGN Brasil

Dança de aviões espaciais entre os Estados Unidos e a China. A Força Aérea dos EUA estava pronta para lançar o X-37B a bordo de um foguete Falcon Heavy, mas o voo foi adiado para 28 de dezembro. Por sua vez, a China lançou a aeronave Shenlong em 14 de dezembro. Quatro dias depois, a nave colocou em órbita seis objetos desconhecidos.

A “piada” com Dragon Ball foi praticamente inevitável – para ficar perfeita só faltou serem sete objetos (em referência às sete esferas) em vez dos seis. De qualquer jeito, Shenlong (que significa Dragão Divino) é um avião espacial chinês não-tripulado “secreto”. Pouco se sabe sobre essa “versão chinesa” do X-37B, que foi fotografada em 2007 a bordo de um bombardeiro H-6.

Shenlong tem uma envergadura de cerca de oito metros, está equipado com um sistema de propulsão concebido especificamente para condições de vácuo e já voou três vezes, incluindo uma segunda missão recorde de 276 dias em órbita e este último voo, começado no dia 14 de dezembro.

Shenlong fotografado em um bombardeiro H-6 (Imagem: Chinese State Media/via OVD)© Fornecido por IGN Brasil

Seis cargas misteriosas em órbita

Quatro dias depois de decolar a bordo de um foguete, o avião espacial chinês Shenlong parece ter colocado seis objetos em órbitasegundo o portal Space.com. Designados OBJETO A, B, C, D, E e F, pelo menos um deles (A) está emitindo sinais modulados com pequena quantidade de dados.

O radioastrônomo Scott Tilley também detectou sinais de banda S vindos dos objetos D e E. Eles são marcadores de posição intermitentes que se repetem de forma muito fugaz. “Foram necessários dias de observações de antenas parabólicas para obter estes dados”, explica Tilley. “D e E estão em órbitas bastante elípticas, enquanto A está numa órbita quase circular. Nos próximos dias, haverá aproximações próximas entre estes objetos no seu perigeu”.

O que seriam esses objetos secretos?

Um dos objetos detectados (B ou E, segundo Tilley) poderia ser o próprio avião espacial, enquanto o OBJETO A poderia ser seu ‘ala’ ou companheiro principal. Não é a primeira vez que Shenlong é lançado com um companheiro misterioso que envia dados para a Terra, mas desta vez os sinais são mais efêmeros.

Em missões anteriores especulou-se que esses objetos poderiam ser módulos de serviço, modelos de teste para praticar a inserção de cargas úteis em órbita ou pequenos satélites usados ​​para monitorar o veículo espacial. Porém, isso não é exclusividade da China.

Lançar objetos em órbita não é nada que os Estados Unidos já não tenham feito antes. O Pentágono utilizou várias vezes o seu avião espacial X-37B para lançar satélites (cuja órbita nem sempre foi registada, conforme exigido pelo Gabinete das Nações Unidas para Assuntos do Espaço Exterior).

Equipadas com um compartimento de carga do tamanho de uma picape, as duas unidades operacionais X-37B lançaram vários satélites e uma nave de teste menor projetada para ser operada a partir do solo por cadetes da Força Aérea.

Estados Unidos também já usaram seu avião espacial para lançar objetos “secretos” na órbita da Terra (Imagem: US Space Force)© Fornecido por IGN Brasil

Coincidência no tempo das duas missões

A Força Espacial e a Força Aérea dos EUA estão esperando para lançar o X-37B a bordo de um Falcon Heavy. É o foguete mais poderoso da SpaceX, por isso acredita-se que o avião militar voará em uma órbita altamente elíptica, com um apogeu muito alto que poderá aproximá-lo de satélites geoestacionários.

O Chefe de Operações da Força Espacial, Chance Saltzmandisse em uma conferência anteriormente que o lançamento simultâneo dos dois aviões espaciais provavelmente não é coincidência. “Estes são dois dos objetos mais frequentemente observados em órbita, provavelmente não é uma coincidência que a China esteja tentando nos igualar no tempo e na sequência disso”, disse ele.

STEVE JOBS TRAPACEOU NA APRESENTAÇÃO DO IPHONE

 

História por Viny Mathias  • IGN Brasil

Existem todos os tipos de histórias sobre Steve Jobs, como quando colocou mais de 80 mil almofadas da Apple no estádio de um Super Bowl. O homem que é considerado o pai do iPhone e um visionário tinha muitas peculiaridades – e, acima de tudo, mente própria.

Jobs era um mestre em apresentações e até mandou a plateia desligar o Wi-Fi quando apresentou o iPhone 4. É por isso que não é surpreendente que ele tenha “trapaceado” durante a aparição na primeira demonstração do iPhone em 2007. O portal Yahoo Finance contou essa história.

Steve Jobs trapaceou na primeira demonstração do iPhone e convenceu o mundo a adotar Apple© Fornecido por IGN Brasil

O iPhone nem estava pronto ainda

Não há dúvida de que o aparelho tinha um conceito inovador, mas o iPhone 1 ainda não estava pronto para o público. Jobs, portanto, fez uma apresentação que era mais uma ilusão artística do que uma demonstração real do que o aparelho seria capaz.

Além disso, Steve Jobs insistiu em uma demonstração ao vivo e não previamente gravada em vídeo, como era habitual no Vale do Silício – ou seja, mais motivo para a equipe ficar nervosa. Então eles desenvolveram um roteiro meticuloso para evitar qualquer mau funcionamento ou algo errado durante a apresentação.

No entanto, eles não contavam com a sagacidade de Steve Jobs.

Foi assim que Steve Jobs “trapaceou”

Houve dois problemas principais com o iPhone que Steve Jobs tentou encobrir através de engano deliberado. Primeiramente o aparelho tinha pouca memória: eram apenas 128 megabytes, insuficiente para aplicativos inacabados e que exigiam muitos recursos.

É por isso que Steve Jobs trocava secretamente de dispositivos no palco durante a apresentação para gerenciar os requisitos de armazenamento e não mostrar quais eram os coletores de dados dos aplicativos.

Outro problema era o sinal fraco. É claro que ficaria feio se a intensidade do sinal flutuasse durante a demonstração. É por isso que Jobs exigia que os iPhones sempre exibissem a intensidade total do sinal.

Funcionou?

Steve Jobs ensaiou para a apresentação durante cinco dias. Você pode conferir o vídeo completo abaixo com 1 hora e 19 minutos do evento do iPhone 1.

https://youtube.com/watch?v=VQKMoT-6XSg%3Fautoplay%3D0%26mute%3D1%26enablejsapi%3D1

Apesar do alto risco de falhas técnicas, Jobs conseguiu concluir o show sem problemas significativos. Isto ainda é visto como um milagre pelos envolvidos até hoje, considerando os desafios do desenvolvimento nos bastidores.

Os engenheiros tiveram que assinar diversos acordos de sigilo e trabalharam em áreas de alta segurança da Apple para que nenhuma informação vazasse. Segundo a fonte do Yahoo, eles nem acreditavam internamente que o aparelho seria um sucesso.

Esse ambiente gerou uma situação de alta tensão em que engenheiros e gerentes supostamente se embriagaram durante a apresentação, sabendo muito bem que o aparelho era frágil e “cheio de erros”

A SOBERANIA DIGITAL É UMA QUESTÃO DE GOVERFNANÇA QUE IMPACTA NA SEGURNÇA CIBERNÉTICA E NA RESILÊNCIA DAS ORGANIZAÇÕES

Por José Ricardo Maia Moraes – CTO da Neotel.

Soberania refere-se ao controle e regulação dos dados pessoais, sensíveis e confidenciais de uma organização pública ou privada. Além da soberania de dados, a soberania digital engloba a infraestrutura e as tecnologias para lidar e processar dados, incluindo internet, telecomunicações, plataformas etc. Sem controle sobre essas tecnologias, uma organização será incapaz de proteger sua infraestrutura digital de ameaças cibernéticas. Assim, a soberania digital é uma questão de governança que impacta não apenas a segurança cibernética, mas também a resiliência das organizações dos setores público e privado.

Por que a soberania digital é importante?

Esse tema é importante pois ajuda a garantir que uma organização ou nação regule sua própria infraestrutura e proteja a privacidade e a segurança dos dados. Sem esses conceitos, ficam à mercê de provedores de serviço e governos estrangeiros, que poderiam acessar e controlar informações confidenciais.

Isso é crucial para organizações que operam além das fronteiras e/ou dependem de provedores de serviços internacionais. Cumprir as leis de proteção de dados de cada país pode ser uma tarefa complexa e desafiadora e entender os conceitos de soberania ajudará as organizações a navegar nesse cenário regulatório complexo.

O Fórum Econômico Mundial estima que 92% de todos os dados no mundo ocidental são armazenados em servidores de empresas norte-americanas criando uma situação de elevada dependência. Os desafios impactam diretamente o setor de serviços em nuvem que consumirá mais de US$1,3 trilhão até 2025.

Marco Legal e Legislação

O desafio da soberania digital é reforçado pelas diferenças entre os marcos legais de privacidade e leis em diferentes regiões. A divergência UE-EUA é um bom exemplo, a GDPR descreve requisitos para a proteção da privacidade de seus cidadãos enquanto a FISA 702 dá às agências americanas o poder de intimar os dados de pessoas não americanas.

Existem em todo mundo diferentes iniciativas para promover a soberania digital como na Europa (GAIA-X), Austrália, Índia, Japão (Cloud Confidence) e Itália (National Cloud Hub).

Pilares da soberania digital

Organizações que utilizam nuvens públicas devem aplicar a soberania de dados (quem, onde e como tem acesso), soberania operacional (quem opera, visibilidade e controle sobre as operações do provedor) e soberania técnica (quem projeta os sistemas, para obter independência do software do provedor).

Requisitos

A soberania digital requer operações específicas de segurança em nuvem para garantir residência (restringir a localização ou acesso a uma determinada região), controle (SecOps de nuvem incluindo controles de reforço de soberania) e suporte (suporte local a partir de uma determinada região).

Tecnologias de reforço

Dizem respeito a medidas técnicas e organizacionais para impor o nível de responsabilidades compartilhadas de dados, identidade e resiliência operacional. A sigla BYO (Bring Your Own) é utilizada para gestão de chaves (BYO-KMS), criptografia (BYO-ENC) e identidade (BYO-IAM).

Parceiros tecnológicos

Os princípios e práticas de soberania digital se tornarão cada vez mais complexos. Para se preparar, as organizações precisam classificar dados e uma estratégia multi-cloud para proteger o fluxo de dados em diferentes ambientes e garantir a continuidade dos negócios. Para tanto, devem buscar parceiros tecnológicos para descobrir (onde estão e o que são os dados), proteger (criptografia para dados em repouso, em trânsito e dados em uso) e controlar (chaves criptográficas na nuvem sob o controle provedor de serviços são uma clara ameaça à soberania).

O parceiro tecnológico deve possuir relacionamento e soluções nativas nos provedores de nuvem para integrar, co-inovar ou até mesmo co-desenvolver tecnologias ou serviços que implementam ou melhoram a soberania digital.

A Startup Valeon reinventa o seu negócio

Enquanto a luta por preservar vidas continua à toda, empreendedores e gestores de diferentes áreas buscam formas de reinventar seus negócios para mitigar o impacto econômico da pandemia.

São momentos como este, que nos forçam a parar e repensar os negócios, são oportunidades para revermos o foco das nossas atividades.

Os negócios certamente devem estar atentos ao comportamento das pessoas. São esses comportamentos que ditam novas tendências de consumo e, por consequência, apontam caminhos para que as empresas possam se adaptar. Algumas tendências que já vinham impactando os negócios foram aceleradas, como a presença da tecnologia como forma de vender e se relacionar com clientes, a busca do cliente por comodidade, personalização e canais diferenciados para acessar os produtos e serviços.

Com a queda na movimentação de consumidores e a ascensão do comércio pela internet, a solução para retomar as vendas nos comércios passa pelo digital.

Para ajudar as vendas nos comércios a migrar a operação mais rapidamente para o digital, lançamos a Plataforma Comercial Valeon. Ela é uma plataforma de vendas para centros comerciais que permite conectar diretamente lojistas a consumidores por meio de um marketplace exclusivo para o seu comércio.

Por um valor bastante acessível, é possível ter esse canal de vendas on-line com até mais de 300 lojas virtuais, em que cada uma poderá adicionar quantas ofertas e produtos quiser.

Nossa Plataforma Comercial é dividida basicamente em página principal, páginas cidade e página empresas além de outras informações importantes como: notícias, ofertas, propagandas de supermercados e veículos e conexão com os sites das empresas, um mix de informações bem completo para a nossa região do Vale do Aço.

Destacamos também, que o nosso site: https://valedoacoonline.com.br/ já foi visto até o momento por mais de 226.000 pessoas e o outro site Valeon notícias: https://valeonnoticias.com.br/ também tem sido visto por mais de 5.800.000 de pessoas, valores significativos de audiência para uma iniciativa de apenas três anos. Todos esses sites contêm propagandas e divulgações preferenciais para a sua empresa.

Temos a plena certeza que o site da Startup Valeon, por ser inédito, traz vantagens econômicas para a sua empresa e pode contar com a Startup Valeon que tem uma grande penetração no mercado consumidor da região capaz de alavancar as suas vendas.

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Fones: (31) 98428-0590 / (31) 3827-2297

sábado, 23 de dezembro de 2023

GOVERNO LULA FECHA 2023 COM DÉFICIT DE 130 BILHÕES SÓ PARA ARRUMAR A CASA

Jetss

O valor já estava previsto no Orçamento enviado pelo governo anterior, do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O valor já estava previsto no Orçamento enviado pelo governo anterior, do ex-presidente Jair Bolsonaro.©Foto: Metrópoles

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (22) que o governo Lula deverá fechar o ano de 2023 com déficit fiscal de R$ 130 bilhões. 

Haddad disse que o governo enviou ao Congresso uma série de projetos de lei e medidas provisórias para fechar as contas. “Isso não é habitual”, ressaltou.

“O déficit estimado para o ano de 2023, feito pelo governo anterior, já estava em torno de R$ 130 bilhões”, disse Haddad. “É preciso registrar esse fato porque isso é um dado da realidade.”

Haddad também afirmou que o déficit de R$ 130 bilhões inclui o pagamento de quase R$ 20 bilhões para estados e municípios. Esse valor é referente à recomposição de R$ 27 bilhões do ICMS, que foi perdido por estados e municípios com a redução da alíquota que aconteceu entre junho e dezembro do ano passado.

A meta máxima estabelecida para 2023 é de déficit de R$ 213,6 bilhões (2% do PIB). Portanto, o resultado deverá ficar abaixo da meta.

Extraoficialmente, a equipe econômica trabalhava com um cenário de déficit fiscal inferior, próximo dos R$ 100 bilhões (1% do PIB). Haddad vinha dizendo que iria perseguir esse número, o que não foi possível, revela ele agora.

A partir de 2024, a meta da equipe econômica é de déficit zero. “Vamos buscar essa meta, porque ela é importante para o país”, reforçou Haddad nesta sexta.

 

A TRANSPARÊNCIA INTERNACIONAL CRITICA O MINISTRO TOFFOLI POR TER PERDOADO A DÍVIDA DE 10,3 BILHÕES DA J&f

História por admin3  • IstoÉ Dinheiro

O presidente da Transparência Internacional François Valérian afirmou nesta sexta-feira, 22, que a decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, de suspender multa de R$ 10,3 bilhões do acordo de leniência da J&F foi baseada em ‘falsas alegações’. A organização anticorrupção atribui ao grupo ‘acusações infundadas e o assédio judicial’ na tentativa de enterrar um dos maiores acordos de leniência já negociados com o Ministério Público Federal.

A Transparência Internacional alega que a J&F tem usado a ‘disseminação de desinformação’ sobre a organização ‘para escapar de sanções criminais e administrativas por grandes esquemas de corrupção que confessou tanto no Brasil quanto nos EUA’. A reportagem entrou em contato com a empresa e o gabinete do ministro do STF, que ainda não se manifestaram.

“Apesar de se comprometer publicamente e perante as autoridades judiciais no Brasil e nos EUA a descontinuar suas atividades criminosas e a adotar elevados padrões éticos, a J&F continua a apresentar informações falsas ao Supremo Tribunal Federal do Brasil. É desconcertante que a decisão do Supremo, que suspendeu uma multa de US$ 2,01 bilhões à J&F, com base em tais informações, tenha sido emitida por um único juiz num processo sigiloso”, afirmou a entidade em nota.

A Transparência Internacional foi citada em diferentes momentos do pedido da J&F para suspensão da multa do acordo de leniência. O grupo narrou ‘relações nebulosas travadas’ entre expoentes da Operação Lava Jato e a organização com o suposto ‘desvirtuamento de instrumentos legais de combate à corrupção para criar um verdadeiro esquema de pressão e achaque’ contra a empresa.

Em reação ao fato de Toffoli ter acolhido o pedido da J&F e suspendido a multa da leniência fechada com o MPF, o presidente da Transparência Internacional atribuiu ‘comportamento desonesto’ do grupo e de sua principal empresa, a JBS.

Segundo Valerian, a conduta da J&F no Brasil ‘revela como a impunidade pode favorecer o mau comportamento de uma empresa, especialmente uma com histórico de grande corrupção e graves crimes ambientais na Amazônia’.

“(A decisão de Toffoli) Levanta preocupações de que o comportamento desonesto da J&F e de sua principal empresa, a JBS, persistirão, impactando os direitos das pessoas e o meio ambiente no Brasil e no mundo. As autoridades brasileiras e internacionais, os investidores e a sociedade civil devem tomar medidas decisivas para evitar isso”, ponderou.

COM A PALAVRA, A J&F E TOFFOLI

Até a publicação deste texto, a reportagem entrou em contato com a empresa e o gabinete do ministro do STF, mas sem sucesso. O espaço está aberto para manifestações.

 

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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