sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

OS ESTADOS UNIDOS PODEM CRIAR UMA BASE MILITAR NA AMAZÔNIA DEVIDO CRISE DE ESSEQUIBO

 

História por Leandro Prazeres – Enviado da BBC News Brasil ao Rio de Janeiro  

O Comando Sul das Forças Armadas norte-americanas anunciou que vai realizar exercícios militares em parceria com as Forças de Defesa da Guiana© Getty Images

crise em torno da região de Essequibo, disputada pela Venezuela e pela Guiana, parece ter reacendido um antigo temor comum à direita e à esquerda no Brasil: a presença de tropas norte-americanas em plena floresta amazônica.

A preocupação ganhou novo impulso nesta quinta-feira (07/12) depois que o Comando Sul das Forças Armadas norte-americanas anunciou que irá realizar exercícios militares em parceria com as Forças de Defesa da Guiana.

No Brasil, o principal assessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assuntos internacionais, o embaixador Celso Amorim, disse que seu principal temor com a escalada da crise entre Guiana e Venezuela é que ela sirva de pretexto para a presença de militares estrangeiros na Amazônia.

“O que eu temo mais, pra falar a verdade, é que você crie precedentes até para ter bases e tropas estrangeiras na região. Não estamos falando de uma região qualquer. Estamos falando da Amazônia, que é sempre objeto de muita preocupação de nossa parte. Essa é a nossa preocupação maior”, disse Celso Amorim em entrevista ao Canal Meio.

Exercícios militares envolvendo norte-americanos na Amazônia não são novidade. Em novembro deste ano, por exemplo, 294 militares do país desembarcaram no Brasil para um treinamento na selva amazônica. A diferença, agora, é que os norte-americanos chegarão à Guiana em meio a uma crise geopolítica entre o país e a Venezuela.

Os dois países disputam há mais de um século Essequibo, uma área de mais de 160 mil km² (pouco maior que o Estado do Ceará) rica em minérios como ouro e diamante, além de petróleo. Nos últimos meses, as tensões aumentaram depois que a Venezuela realizou um referendo sobre a criação de um novo Estado na área em disputa. Essequibo corresponde a 70% do território da Guiana.

A Corte Internacional de Justiça (CIJ), provocada pelo governo guianense, emitiu uma sentença determinando que a Venezuela não poderia tomar medidas para incorporar Essequibo ao seu território. O regime de Nicolás Maduro, no entanto, anunciou não reconhecer a legitimidade da Corte para resolver a disputa.

Essequibo: por que crise ressuscita temor do Brasil sobre base dos EUA na Amazônia© BBC

Após o referendo, o presidente Nicolás Maduro indicou um governador para o Estado que pretende criar e anunciou a emissão de licenças para exploração de petróleo na costa de Essequibo.

Como resposta, o presidente da Guiana, Mohamed Irfaan Ali, pediu auxílio da Organização das Nações Unidas (ONU) e fez contato com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, na quarta-feira (06/12).

Em comunicado, o Departamento de Estado anunciou que daria suporte “inabalável” à soberania da Guiana. No dia seguinte, o Comando Sul dos Estados Unidos divulgou que realizaria exercícios em parceria com militares da Guiana. Segundo o comando, os exercícios consistem em “operações de voo” dentro território guianense.

Em nota sobre o assunto, a Embaixada dos Estados Unidos na Guiana disse que o Comando Sul “continuará a sua colaboração com o FDG (Forças de Defesa da Guiana) nas áreas de preparação para desastres, segurança aérea e marítima e combate às organizações criminosas transnacionais” e que “os EUA continuarão o seu compromisso como parceiro de segurança confiável da Guiana”.

O anúncio gerou reações na Venezuela. O ministro da Defesa do país, Vladimir Padrino, chamou os exercícios de “provocação”.

“Esta infeliz provocação dos Estados Unidos em favor dos pretorianos da ExxonMobil na Guiana é outro passo na direção incorreta. Advertimos que não nos desviarão de nossas futuras ações pela recuperação de Essequibo. Não se equivoquem. Viva à Venezuela”, disse Padrino em uma postagem em suas redes sociais.

Preocupação histórica

‘O que eu temo mais, pra falar a verdade, é que você crie precedentes até para ter bases e tropas estrangeiras na região, afirmou Celso Amorim sobre a situação de Essequibo© Getty Images

A preocupação de que a Amazônia seja alvo da atuação de tropas estrangeiras é antiga. Desde o processo de colonização, fortificações portuguesas foram erguidas em diversos pontos da região para evitar o avanço de invasores.

Mais recentemente, essa preocupação se transformou em um dos elementos que une militantes tanto da esquerda quanto da direita brasileira. O principal temor se dá pelo tamanho do poderio bélico norte-americano.

De acordo com o Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (Sipri, na sigla em inglês), em 2022, os Estados Unidos foram responsáveis pelo maior gasto militar do mundo, com U$$ 877 bilhões, o equivalente a 39% de todas as despesas militares no planeta.

Durante a ditadura militar (1964-1985), por exemplo, o temor de que a região pudesse ser alvo de algum tipo de intervenção estrangeira foi usado como principal motivo para a criação de projetos de ocupação dali entre os anos 1960 e 1980.

Também foi nesta época que as Forças Armadas brasileiras reforçaram e criaram instalações militares em pontos da fronteira norte do país.

O slogan usado pelo regime, na época, era “integrar para não entregar”.

O medo era de que a suposta cobiça internacional pela região pudesse levar a ações de ocupação estrangeira. A Amazônia é responsável por 45% de toda água doce do planeta, além de abrigar a maior floresta tropical do planeta. É uma área rica em biodiversidade e minerais e metais preciosos.

Na época, a preocupação dos militares era tanto com uma possível ocupação da região por alguma superpotência quanto com a ação de grupos contrários ao regime, como a Guerrilha do Araguaia.

Entre 1972 e 1974, um grupo de militantes de esquerda se instalou no interior do Pará com o objetivo de organizar uma guerrilha rural para derrubar a ditadura. O grupo foi derrotado por tropas do Exército.

No final da primeira década dos anos 2000, setores da esquerda brasileira demonstraram preocupação com um acordo firmado entre os governos dos Estados Unidos e da Colômbia, o qual previa a instalação de sete bases militares norte-americanas no país sul-americano.

Em 2010, o acordo foi considerado inconstitucional pela Justiça colombiana.

Para a doutora em Relações Internacionais e professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Carol Pedroso, a crise entre Venezuela e Guiana “ressuscitou” o temor da presença norte-americana na Amazônia.

“Essa crise ressuscita totalmente esse temor que é uma preocupação do Brasil e de outros países como a Colômbia, que mal concluiu seus processos de paz e que hoje é governada por uma liderança que tem relativa proximidade com Maduro”, disse a professora à BBC News Brasil em menção aos acordos de paz entre o governo colombiano, liderado pelo presidente Gustavo Petro, e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Preocupação com presença militar estrangeira na Amazônia une esquerda e direita brasileira© Getty Images

Para o diretor para as Américas da consultoria Eurasia Group, Christopher Garmam, o governo brasileiro vê com desconfiança as ações militares norte-americanas na América do Sul.

“Esse tipo de movimento preocupa o governo brasileiro, que tem deixado muito claro que não vê esse tipo de ação como algo construtivo e vê como uma ingerência indevida na região”, disse Garmam.

O analista, no entanto, diz acreditar que os exercícios anunciados na quinta-feira pelo governo norte-americano não indicariam uma tendência.

“Essa ação do governo tende a ficar mais restrita e não deverá se converter em uma intervenção na América do Sul ou na Amazônia”, afirmou.

Para o professor aposentado de Relações Internacionais e ex-representante da Organização dos Estados Americanos (OEA) no Haiti Ricardo Seitenfus, a chegada dos norte-americanos à região teria sido provocada pela postura do Brasil em relação às ações de Maduro. Segundo ele, o Brasil deveria ter sido mais contundente em condenar os movimentos do regime venezuelano.

“O silêncio ensurdecedor do governo brasileiro obriga os aliados da Guiana a agir. Agora, Washington e logo adiante Londres virão proteger a soberania e a integridade territorial da Guiana. Isso se deve a negligência culposa do Brasil”, disse Seitenfus à BBC News Brasil.

Liderança em xeque?

Os analistas consultados pela BBC News Brasil afirmaram que, até o momento, a liderança brasileira na região não estaria afetada pela crise em Essequibo e pelo envolvimento dos norte-americanos.

“Parece que Celso Amorim e outros diplomatas tentam usar a sua influência para pedir calma. Se Maduro vai ouvir é outra história, mas penso que a oposição do governo brasileiro [às ações de Maduro] torna ainda menos provável uma invasão venezuelana. Aparentemente, qualquer invasão teria que passar pelo território brasileiro e não vejo nenhuma circunstância em que isso aconteceria”, disse à BBC News Brasil o brasilianista e editor-chefe da revista Americas Quarterly, Brian Winter.

“Evidentemente, quando há exercícios militares americanos na região, isso é desconfortável para o Brasil. Ao mesmo tempo, a posição americana não diverge da posição brasileira na região. O Brasil acelerou planos militares no Norte do país em meio a essa crise. Isso é um sinal forte à Venezuela de que não vão aceitar tropas atravessando o país para invadir a Guiana”, disse Christopher Garmam.

“Esse episódio não coloca em xeque a liderança do Brasil, mas é, sim, um grande desafio. Eu diria que é um grande teste. […] Historicamente, o país consegue ser um ator relevante em contendas na América do Sul, e em se tratando de um conflito que pode envolver o nosso território, creio que vamos utilizar todas as ferramentas diplomáticas disponíveis para evitar a escalada das tensões”, disse Carol Pedroso.

A tentativa de diminuir as tensões entre os dois países fez com que o presidente Lula oferecesse o Brasil para sediar futuras conversas entre a Guiana e a Venezuela. A oferta foi feita durante o fechamento da 63ª Cúpula do Mercosul, no Rio de Janeiro, na quinta-feira.

Nas últimas semanas, Lula vinha fazendo movimentos nos bastidores para reduzir a temperatura da crise. Um deles foi enviar Celso Amorim a Caracas para conversar com Nicolás Maduro.

Na quinta-feira, Lula mencionou a crise dizendo que a região não precisaria de uma guerra.

“Eu gostaria de dizer que nós vamos tratar [o assunto] com muito carinho, porque se tem uma coisa que nós não queremos aqui na América do Sul é guerra. Não precisamos de guerra, não precisamos de conflito. O que precisamos é construir a paz, porque somente com muita paz a gente pode desenvolver nosso país”, disse Lula.

PT CRITICA O CENTRÃO QUE SE ALIOU COM O GOVERNO EM TROCA DE VOTOS NO CONGRESSO

 

Resolução política será aprovada nesta sexta-feira, em reunião do Diretório Nacional do partido; Lewandowski é o nome mais cotado para comandar Ministério da Justiça

Por Vera Rosa – Jornal Estadão

BRASÍLIA – A cúpula do PT vai aprovar nesta sexta-feira, 8, uma resolução política na qual critica a influência “desmedida” do Centrão sobre o governo Lula e o Legislativo, ataca o chamado “austericídio fiscal” e diz que temas como segurança pública e papel das Forças Armadas não podem ser tratados como “tabus”. Embora faça uma avaliação positiva do primeiro ano de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PT prega a alteração, com urgência, da correlação de forças que domina o cenário político nesse terceiro mandato.

A proposta de resolução, apresentada pela corrente Construindo um Novo Brasil (CNB) – majoritária no PT – ainda pode receber emendas e sofrer ajustes na reunião do Diretório Nacional. O encontro ocorrerá nesta sexta, pouco antes de Lula, o principal integrante da CNB, abrir a Conferência Eleitoral do partido.

Com o texto, o PT marca posição no momento em que Lula discute mudanças nos ministérios. O Centrão selou aliança com o governo em setembro, quando André Fufuca (PP) substituiu Ana Moser em Esporte e Sílvio Costa Filho (Republicanos) entrou no lugar de Márcio França (PSB) em Portos e Aeroportos. O acordo em troca de votos no Congresso foi articulado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

"Meu relacionamento com o presidente é respeitoso e cordial", diz Lewandowski.
“Meu relacionamento com o presidente é respeitoso e cordial”, diz Lewandowski. Foto: Dida Sampaio/Estadão

Agora, a próxima mexida na equipe será no Ministério da Justiça. Como mostrou o Estadão, o nome mais cotado para substituir o titular da pasta, Flávio Dino, é o de Ricardo Lewandowski. Dino foi indicado por Lula para ocupar uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF) e passará por sabatina no Senado, no próximo dia 13. Lewandowski já presidiu o Supremo e deixou a Corte em abril.

“Meu relacionamento com o presidente Lula é respeitoso e cordial. Fico lisonjeado com a lembrança do meu nome, mas, de fato, tudo é mera especulação, por enquanto. Não tive essa conversa com o presidente”, disse Lewandowski ao Estadão. O magistrado aposentado desembarcou no Brasil nesta quinta-feira, 7, após viajar com o presidente para o Oriente Médio e a Alemanha.

Lula só anunciará o novo titular da Justiça após Dino passar pela sabatina no Senado. Ele tratou do assunto com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, durante encontro no Rio, onde nesta quinta participou do Cúpula do Mercosul.

Gleisi fica no comando do PT até eleições

A intenção do presidente é fazer uma reforma ministerial mais ampla só no ano que vem, até abril, quando quem for disputar eleições municipais deve entregar os cargos. Lula pretende deixar Gleisi no comando do PT até o fim de 2024 para não abrir uma disputa interna pela cadeira nem mexer na direção do partido em uma época de eleições municipais. Depois dessa etapa, porém, ela seria puxada para o primeiro escalão do governo.

Gleisi é uma das vozes mais fortes contra o movimento feito pelo Centrão para pressionar o Palácio do Planalto a ceder cargos e aumentar as emendas parlamentares destinadas ao grupo.

Lula quer deixar Gleisi no comando do PT até eleições municipais de 2024.
Lula quer deixar Gleisi no comando do PT até eleições municipais de 2024. Foto: Adriano Machado/Reuters

“As forças conservadoras e fisiológicas do chamado Centrão, fortalecido pela absurda norma do orçamento impositivo num regime presidencialista, exercem influência desmedida sobre o Legislativo e o Executivo, atrasando, constrangendo e até tentando deformar a agenda política vitoriosa na eleição presidencial”, diz a proposta de resolução apresentada pela tendência CNB e obtida pelo Estadão. “(…) É urgente, no entanto, nos organizarmos politicamente para alterar esta correlação de forças, o que só se dará pela conscientização e mobilização daqueles e daquelas que representamos e defendemos.”

Em outro trecho do documento, há alfinetadas na direção do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ao destacar que o país ainda tem reservas internacionais de US$ 350 bilhões, o texto do PT diz que não faz sentido, neste cenário, “a pressão por arrocho fiscal exercida pelo comando do BC, rentistas e seus porta-vozes na mídia e no mercado”.

Apesar de não citar a meta de déficit zero estabelecida para as contas públicas de 2024, a resolução que passará pelo crivo do Diretório Nacional não deixa dúvidas sobre a discordância em relação à proposta do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

“O Brasil precisa se libertar, urgentemente, da ditadura do BC ‘independente’ e do austericídio fiscal, ou não teremos como responder às necessidades do país”, sustenta o documento.

‘Companheiro Haddad’ entra e sai do texto

A primeira versão do texto da CNB, à qual o Estadão teve acesso, fazia até um elogio a Haddad. Dizia que “graças à credibilidade de Lula e à política econômica coordenada pelo companheiro Fernando Haddad, temos inflação cadente e sob controle, desemprego em queda, rendimento da população em alta e contas públicas equilibradas”.

O início da frase, porém, foi substituído por “Graças à credibilidade de Lula e apesar do BC de Campos Neto (…)”. A última versão será votada nesta sexta-feira.

A autonomia do Banco Central é ironizada pelos petistas quando o texto se refere implicitamente à desaceleração do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre.

“O PIB só não foi maior por causa da deletéria política de juros do Banco Central ‘independente’”, diz a proposta de resolução. “Indicado por Jair Bolsonaro e pelo igualmente deletério ex-ministro Paulo Guedes, o ainda presidente do BC, Roberto Campos Neto, mantém com seus diretores a maior taxa de juros do planeta, sem que haja nenhuma justificativa plausível para essa barbaridade.”

No diagnóstico do partido, a política de juros “sobrevive como um prolongamento do governo anterior”, sabotando o crescimento da economia.

Petistas defendem Múcio fora da Defesa

Ao dar a largada para a pré-campanha de 2024, o PT também assinala que travará um duro embate com a extrema-direita nas eleições municipais. Afirma que, a partir dessas disputas, será possível “organizar e consolidar a base popular necessária para mudar a correlação de forças políticas e mudar o Brasil”.

O documento menciona os atos golpistas de 8 de janeiro e diz que isso foi a “segunda derrota dos extremistas antidemocráticos”, após o revés nas eleições. “O fato de eles permanecerem mobilizados contra o país, quase um ano depois, impõe a necessidade de responsabilizar e punir, de maneira firme e pedagógica, os comandantes políticos do golpismo, civis ou militares, a começar por Jair Bolsonaro, para que nunca mais voltem a ameaçar a democracia”.

A referência ao ex-presidente, tratado como “um adversário sem escrúpulos”, permeia o texto. Para o PT, Bolsonaro se associou a “comandantes militares desonrados”, com o objetivo de “ameaçar e contestar” o processo eleitoral.

A certa altura, o partido cita o fato de Lula ter revogado “atos criminosos de Bolsonaro”, que liberavam a venda e a posse de armas. Mais adiante, diz ser preciso investir em uma “estratégia de comunicação política” para denunciar fake news.

“É tarefa do PT, de nossos dirigentes e militantes, seguir incidindo sobre a elaboração e implantação de políticas públicas em todos os setores, inclusive sobre temas como Segurança Pública e o papel das Forças Armadas, que não devemos tratar como tabus”, afirma o texto.

Em conversas reservadas, dirigentes do PT avaliam que o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, atua como um “braço dos militares contra o poder civil” e defendem a mudança do currículo adotado nas escolas de formação de oficiais, considerado “pró-ditadura”. A opinião consta de uma texto divulgado como contribuição ao debate do Diretório Nacional por Valter Pomar, da Articulação de Esquerda, e tem o apoio da maior parte da cúpula do PT, que defende a saída de Múcio.

A criação do Ministério da Segurança Pública, área que hoje está subordinado à Justiça, consta do programa de governo de Lula desde 2002. Quando Dino foi escolhido para comandar a Justiça, no entanto, convenceu o presidente eleito de que essa divisão seria ruim porque o ministro perderia força e ficaria como uma espécie de “rainha da Inglaterra”, se não pudesse comandar a Polícia Federal.

MORO DISSE QUE O PROCESSO DE CASSAÇÃO CONTRA ELE É CASTELO DE CARTAS

Senador foi ouvido pela Justiça Eleitoral do Paraná nesta quinta-7, sobre gastos na campanha de 2022

Blog do Fausto Macedo

Por Rayssa Motta – Jornal Estadão

O senador Sergio Moro (União-PR) foi ouvido nesta quinta-feira, 7, pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) na ação que pode levar à cassação do seu mandato. Ele negou irregularidades nos gastos de campanha.

Estadão apurou que o senador se recusou a responder às perguntas formuladas pelas partes e deu explicações apenas aos questionamentos do juiz do caso (veja abaixo). O Ministério Público Eleitoral não fez perguntas.

A coligação Federação Brasil da Esperança (PTPCdoB e PV), que move uma das ações, preparou mais de 200 questionamentos. Moro não era obrigado a comparecer ao depoimento nem a responder às indagações.

Ao deixar o prédio da Justiça Eleitoral, o senador falou com a imprensa e reiterou que todos os seus gastos de campanha foram declarados e respeitaram a legislação. “O que você tem é um monte de nada, um grande castelo de cartas que nós começamos a desmontar hoje”, afirmou.

https://youtube.com/watch?v=rWrJOzAL4sE%3Ffeature%3Doembed

Transferência do Podemos para o União Brasil

O senador foi questionado sobre a desfiliação do Podemos e a transferência para o União Brasil. O Podemos foi o primeiro partido a filiar Moro quando o ex-juiz entrou oficialmente na vida político-partidária. Ele migrou ao União Brasil, após ver derreterem suas chances de vitória na corrida presidencial, para lançar candidatura ao Senado. Moro rivalizou e venceu o ex-senador Álvaro Dias, um dos idealizadores de sua campanha.

O ex-juiz da Operação Lava Jato afirmou que a transferência causou um “grande desgaste político”, mas que ficou sem alternativa no Podemos.

“Foi uma decisão muito difícil, porque eu sabia que seria acusado pelo Podemos de ter violado o acordado, mas no fundo quem retirou a possibilidade de candidatura presidencial foram eles. Para mim foi muito pesado, porque muita gente que me apoiava começou a criticar”, narrou.

Moro também negou que a pré-candidatura a presidente tenha impulsionado sua campanha ao Senado e que o movimento tenha sido premediato. “Eu já era sobejamente conhecido no Paraná ou no Brasil inteiro sem uma pré-candidatura presidencial”, afirmou.

Sergio Moro se filiou primeiro ao Podemos para lançar candidatura a presidente e, ao ficar sem apoio no partido, pediu transferência ao União Brasil, por onde saiu senador.
Sergio Moro se filiou primeiro ao Podemos para lançar candidatura a presidente e, ao ficar sem apoio no partido, pediu transferência ao União Brasil, por onde saiu senador. Foto: Dida Sampaio/Estadão

Contratação de suplente para serviços jurídicos

O senador também foi questionado sobre a contratação do advogado Luis Felipe Cunha, seu suplente, para prestar assessoria jurídica ao União Brasil. Mesmo sem experiência em Direito Eleitoral, o advogado recebeu R$ 1 milhão do partido.

Moro negou caixa dois e afirmou que os serviços foram prestados não só para ele, mas também para outros pré-candidatos e ao próprio partido. “Era importante para mim ter, dentre as pessoas que prestavam serviços jurídicos, alguém de confiança”, justificou o senador. “Além do que, serviços jurídicos não se traduzem em voto. Isso não me trouxe nenhuma vantagem competitiva.”

O ex-juiz afirmou ainda que o advogado foi escolhido para ser seu suplente porque os dois mantém amizade há vinte anos. “Essa é outra sugestão, a meu ver leviana, de que teria havido uma espécie de venda da vaga. Isso é absolutamente ofensivo, sem provas. É um grande amigo pessoal meu e não recebi um tostão de Luis Felipe ou de qualquer pessoa.”

Federação Brasil da Esperança e PL pedem cassação de Moro; senador diz que todos os gastos de campanha respeitaram a legislação.
Federação Brasil da Esperança e PL pedem cassação de Moro; senador diz que todos os gastos de campanha respeitaram a legislação. Foto: ALEX SILVA/ESTADÃO

Futuro do mandato

Moro enfrenta duas ações na Justiça Eleitoral, que o acusam de abuso de poder econômico, abuso de poder político e uso indevido de meios de comunicação na campanha ao Senado.

Um dos processos é movido pelo diretório estadual do PL, com aval do presidente nacional da sigla, Valdemar Costa Neto. O PL é o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, a quem Moro se aliou na campanha de 2022 contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Eles estavam rompidos desde que o ex-juiz deixou o cargo de ministro da Justiça acusando Bolsonaro de tentar interferir na Polícia Federal para blindar aliados de investigações. A segunda ação é movida pela Federação Brasil da Esperança.

Os partidos questionam gastos na pré-campanha, quando Moro ainda estava filiado ao Podemos, e na campanha, quando o senador migrou para o União Brasil. São despesas como compra de carro blindado, compra de celular, evento partidário e viagem. As campanhas no Brasil são financiadas com recursos públicos do Fundo Eleitoral, que é repassado aos partidos para custear as candidaturas.

“O que me deixa profundamente ofendido, violado até neste aspecto, é quando as partes alegam que gastos com segurança deveriam ser considerados para a cassação do meu mandato”, reagiu nesta quinta ao deixar o TRE. “Andar de carro blindado e andar com segurança não traz nenhuma vantagem em eleições.”

Moro justificou que o reforço na segurança foi colocado como condição na negociação com os partidos para lançar candidatura. Disse ainda que a atuação na Operação Lava Jato e no Ministério da Justiça o colocaram como alvo. A Polícia Federal descobriu, em março, um plano do Primeiro Comando da Capital (PCC) para sequestrar e matar o senador.

“Eu fui juiz da Lava Jato, vim ao Brasil para uma eleição altamente polarizada, na qual um candidato no passado chegou até a ser esfaqueado”, justificou. “Além disso, meu trabalho como ministro da Justiça, que nós fomos para cima do crime organizado, exigia. E nós sabíamos que havia um risco de sofrermos atentado, como existe até hoje e como depois até se confirmou.”

O senador também está na mira do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Como mostrou o Estadão, ao mandar investigar o ex-juiz, o ministro Luis Felipe Salomão, corregedor nacional do CNJ, começa a pavimentar o caminho para uma possível cassação do mandato, com base no mesmo precedente que deixou Deltan Dallagnol inelegível.

O Conselho Nacional de Justiça vai investigar se Sergio Moro usou a magistratura com fins político-partidários e se cometeu irregularidades na gestão das multas dos acordos de delação e leniência homologados na Lava Jato.

 

BANCO CENTRAL PUBLICA REGRAS DO PIX AUTOMÁTICO

História por Sandra Manfrini  • Jornal Estadão

BRASÍLIA – O Banco Central publicou nesta quinta-feira, 7, as regras de funcionamento do Pix Automático, estabelecendo procedimentos operacionais. O Pix Automático é uma nova função que permitirá pagamentos recorrentes pelo Pix, que funciona como um tipo de débito em conta, para pagamentos de faturas como conta de luz, água, telefone, mensalidades escolares, assinaturas de streaming, entre outros.

Segundo o BC, a oferta do Pix Automático aos usuários pagadores será obrigatória pelos participantes do Pix. “Os participantes que não forem aprovados nos testes homologatórios e não disponibilizarem o Pix Automático a seus usuários no lançamento do serviço, a ocorrer em 28 de outubro de 2024, serão multados por dia de atraso na oferta (limitado a 60 dias).”

Segundo o BC, o Pix Automático foi desenhado de forma flexível e parametrizável, podendo ser utilizado como forma de recebimento por grande variedade de empresas, de diversos tamanhos e setores de atuação.

Para o pagador, a modalidade trará mais comodidade, oferecendo alternativa de pagamento recorrente sem fricções. “Mediante autorização prévia, dada no ambiente seguro da conta pelo próprio celular, o usuário permitirá os débitos periódicos de forma automática, sem a necessidade de autenticação a cada transação.”

Pix Automático tem potencial para aumentar a eficiência, diminuir os custos dos procedimentos de cobrança e reduzir inadimplência, segundo o BC Foto: Dida Sampaio / Estadão© Fornecido por Estadão

Segundo o BC, para o usuário a receber, o Pix Automático tem potencial para aumentar a eficiência, diminuir os custos dos procedimentos de cobrança e reduzir inadimplência.

“A redução de custos é esperada, pois a operação independe de convênios bilaterais, como ocorre atualmente no débito em conta, e utiliza a infraestrutura já criada para o funcionamento do Pix. Além disso, os procedimentos operacionais serão padronizados pela autoridade monetária, o que facilita a implantação e aumenta a competição”, destaca o BC.

Entre as regras gerais de funcionamento dessa nova modalidade, estão a especificação de jornadas para autorização prévia; normas para o cancelamento da autorização; regras para a rejeição e para a liquidação da transação; funcionalidades a serem disponibilizadas ao usuário pagador e ao usuário recebedor; regras de devolução e responsabilização em caso de erro; limite diário para as transações relacionadas ao produto, entre outras.

A resolução publicada nesta quinta pelo BC trata também das regras relativas ao Pix Agendado, que tem o objetivo de aprimorar a prestação de serviço. A principal alteração, segundo o BC, é que a funcionalidade de recorrência, atualmente facultativa, passará a ser obrigatória a partir de outubro de 2024.

“Embora ambos atendam a casos de uso relacionados a pagamentos periódicos, Pix Automático e Pix Agendado recorrente possuem diferenças que os tornam complementares. No Pix Automático, as instruções de pagamento são sempre fornecidas pelo usuário recebedor, que deverá ser necessariamente pessoa jurídica, mediante autorização prévia do usuário pagador. Por sua vez, no Pix Agendado recorrente, as instruções de pagamento são sempre fornecidas pelo próprio usuário pagador, que poderá ter como destinatário pessoa física ou pessoa jurídica.”

O BC fez ainda ajustes para uniformizar procedimentos operacionais, como uso do canal secundário de liquidação, definição do horário para envio das ordens de pagamento, horário limite para cancelamento da transação, entre outros. As resoluções foram publicadas no BC Correio.

 

TODOS CONTRA A TAXA DE REDE, QUEREMOS UMA INTERNET LIVRE E NEUTRA

 

História por Redação  • Jornal Estadão

Aliança pela Internet Aberta, movimento formado por associações e empresas de diversos tamanhos e setores, foi lançada na quarta-feira, 6, em Brasília. O grupo é contrário à chamada taxa de rede (network fee) no Brasil, que pode ser criada para subsidiar parte dos custos da infraestrutura da internet, e defende “o direito à internet livre e neutra”.

A proposta de criação de uma taxa de rede é defendida por grandes empresas do setor de telecomunicações. Esse valor deveria, segundo a ideia, ser pago por provedoras de conteúdo e serviços que usam tráfego de dados.

“A internet neutra é um direito conquistado pelos brasileiros desde o Marco Civil da Internet de 2014. Nascemos em 2023 para ajudar o Brasil a fazer um debate moderno e conectado à experiência internacional por uma internet livre e sem pedágios”, diz a Aliança em seu site oficial. O grupo tem como diretor-executivo o ex-deputado Alessandro Molon, relator do Marco Civil da Internet.

Para as entidades, a proposta da taxa ocorre para compensar o volume menor que o esperado de retorno das grandes empresas de telecomunicações. Segundo eles, não se trata de uma iniciativa baseada em evidências, mas de natureza comercial. A aliança ainda pontua que a taxa de rede já foi problemática na Europa, “onde a ideia foi requentada e é novamente contestada por quase todos os atores, inclusive o regulador das telecomunicações”, segundo o folheto do grupo.

O AGILE MARKETING VEIO PARA COLOCAR AS EQUIPES DE MARKETING NA ERA DIGITAL

Camila Casarotto – rockcontent

Agile Marketing é a adaptação das metodologias ágeis, nascidas no universo do desenvolvimento de softwares, para a área de marketing. Trata-se de um conjunto de valores, princípios e ações que tornam as estratégias mais eficientes e adaptáveis às mudanças do mercado.

Você ainda trabalha com planos anuais de marketing? E ainda realiza reuniões sem fim que poderiam ser substituídas por emails? Então, está na hora de conhecer o Agile Marketing e se adaptar aos novos tempos.

Nesta época em que vivemos, mudanças são rápidas e constantes. Não dá mais para esperar um ano inteiro para rever as estratégias de marketing. Não dá mais para perder horas em reuniões improdutivas.

O Agile Marketing, portanto, veio para colocar as equipes de marketing na era digital. Adaptada da área de desenvolvimento, essa metodologia ágil faz com que as empresas respondam rapidamente às mudanças do mercado, de forma colaborativa e focada no consumidor.

Agora, você vai conhecer tudo sobre o Agile Marketing, por que vale a pena adotar essa metodologia e como ela funciona. Vamos lá?

O que é Agile Marketing

Quais são os fundamentos do Agile Marketing

Por que adotar o Agile Marketing

Frameworks de Agile Marketing

Como funciona na prática

Ferramentas auxiliares para o Agile Marketing

O que é Agile Marketing?

Agile Marketing é uma metodologia ágil de gestão de projetos que utiliza ciclos curtos de trabalho, com uma abordagem iterativa e incremental, para gerar melhorias contínuas nas estratégias de marketing.

A proposta é não ficar parado no tempo diante das mudanças de mercado e das respostas dos consumidores às estratégias, que acontecem hoje de maneira constante e acelerada. O marketing precisa agir mais rapidamente.

Para isso, a metodologia provoca algumas transformações nas equipes de marketing.

Se elas querem ser ágeis, precisam ser mais colaborativas e ter mais flexibilidade;

Se querem responder rapidamente ao mercado, precisam estar sempre focadas no consumidor;

Se querem ter melhorias contínuas, precisam planejar e avaliar as estratégias em períodos mais curtos.

Com esse conjunto de mudanças, o marketing consegue se tornar mais produtivo, maximizar a eficiência e melhorar as entregas. Consequentemente, consegue também entrar na velocidade da transformação digital pelas quais as empresas estão passando atualmente.

Origem do Agile Marketing

As metodologias ágeis (também conhecidas simplesmente como “agile”) nasceram na área de desenvolvimento de softwares, com o objetivo de criar produtos melhores e mais rapidamente.

Hoje elas já foram adaptadas para diversas indústrias e setores, como construção, educação, finanças e, é claro, marketing.

Mas se engana quem pensa que agile é um assunto recente. Lá em 1970, os desenvolvedores já estavam preocupados com seus processos de trabalho. Naquele ano, Winston Royce, cientista da computação, publicou um artigo sobre o desenvolvimento de grandes softwares.

Para o autor, eles deveriam ser criados em etapas sequenciais de desenvolvimento, o que futuramente seria nomeado de metodologia “waterfall” (ou “cascata”). Essa é a metodologia mais usada pelas empresas, não só no desenvolvimento de softwares, mas também no marketing e outras áreas.

Porém, o próprio autor reconhece as limitações dessa metodologia e propõe que o desenvolvimento dê passos para frente e para trás até chegar ao objetivo final com a melhor entrega. Assim foram lançadas as bases do agile.

Modelo ágil

Muitas discussões aconteceram a partir desse estudo. Mas foi em 2001, diante do início da era digital, que um grupo de profissionais de tecnologia buscou consolidar a metodologia ágil no mercado.

Naquele ano, eles lançaram o Agile Manifesto, que se tornou uma bíblia para os evangelizadores da metodologia ágil. Esse manifesto traz um conjunto de 4 valores e 12 princípios para o desenvolvimento ágil de software. Os quatro valores são os seguintes:

Indivíduos e interações mais que processos e ferramentas;

Software em funcionamento mais que documentação abrangente;

Colaboração com o cliente mais que negociação de contratos;

Responder às mudanças mais que seguir um plano.

Embora percebam o valor que há nos itens à direita, os profissionais que adotam o desenvolvimento ágil passam a valorizar mais os elementos à esquerda.

Além disso, há também os 12 princípios do desenvolvimento de software ágil. Eles podem ser resumidos assim:

Priorizar a satisfação do cliente com entregas rápidas e contínuas;

Aceitar mudanças em qualquer estágio do processo, mesmo que tardiamente;

Entregar softwares com mais frequência e na menor escala de tempo;

Alinhar gestores e desenvolvedores diariamente durante todo o projeto;

Oferecer ambiente, suporte e confiança para manter a equipe motivada;

Conversar com e entre a equipe de perto, presencialmente, cara a cara;

Entender o funcionamento dos softwares como principal medida de progresso;

Manter um ritmo de desenvolvimento constante e contínuo;

Ter atenção contínua à excelência técnica e ao bom design para ter mais agilidade;

Simplificar para ter mais eficiência;

Proporcionar autonomia para as equipes se organizarem;

Avaliar a efetividade em intervalos regulares para ajustar o projeto.

Esses princípios, portanto, norteiam a metodologia ágil no desenvolvimento de softwares. Mas cada indústria que absorve o agile precisa adaptar esses valores e princípios ao seu contexto.

Quais são os fundamentos do Agile Marketing?

A partir do Agile Manifesto, a metodologia ágil se espalhou pelos departamentos de desenvolvimento de softwares e de TI. Porém, os outros setores compreenderam que aquela metodologia poderia se adaptar aos seus contextos e trazer ganhos de agilidade, produtividade e eficiência.

Então, foi a vez dos profissionais de marketing criarem o seu manifesto. Em 2012, o evento SprintZero reuniu profissionais de marketing em São Francisco (EUA), que documentaram os valores fundantes de uma metodologia ágil para o marketing. Assim surgiu o Agile Marketing Manifesto.

Embora não seja tão consagrado quanto o original, esse manifesto serve como um norteador para as empresas e profissionais que quiserem adotar essa metodologia. Ele traz 7 valores e 10 princípios para a adoção da metodologia ágil no marketing.

Vamos nos aprofundar agora em cada um dos 7 valores do Agile Marketing. Eles podem parecer simples, mas provocam transformações profundas na forma tradicional de fazer marketing. Vamos a eles:

Validar aprendizado mais que seguir opiniões e convenções

No evento SprintZero, esse foi o valor mais votado pelos participantes, que queriam deixar claro o caráter não-linear do Agile Marketing. Essa metodologia consiste em um processo circular e constante de validação do aprendizado por meio das etapas de implementar-mensurar-aprender.

Assim, em vez de basear as decisões em convenções do mercado ou em opiniões de quem tem mais poder na hierarquia, essa metodologia trabalha com dados, testes e experimentações.

Esquema metodologia ágil

Colaboração centrada no consumidor mais que isolamento e hierarquia

O Agile Marketing prevê que as equipes trabalhem em colaboração e com foco nas necessidades do consumidor.

Nesse modelo de trabalho, o conhecimento é compartilhado entre a equipe e com outros departamentos (vendas, TI etc.) e as tomadas de decisão são conjuntas, sempre de olho nas demandas do cliente.

No marketing tradicional, por outro lado, podem ocorrer dois problemas: a criação de silos, que isolam o conhecimento e geram uma guerra departamental, e o cumprimento rígido de hierarquias, que burocratizam a comunicação e a tomada de decisões. O marketing ágil quer flexibilizar essas estruturas.

Campanhas adaptativas e iterativas mais que grandes campanhas lineares

O marketing costuma criar campanhas publicidade sob o modelo de desenvolvimento linear (waterfall ou cascata, como vimos antes). O problema é que elas levam um grande orçamento para ficarem no mercado por um longo tempo, sem a previsão de adaptações e correções.

O Agile Marketing, então, propõe uma abordagem não-linear e iterativa, que comece com uma pequena estratégia. O marketing deve implementá-la, aprender com o seu sucesso ou fracasso, ajustar, lançar de novo e continuar aprendendo para aprimorar a estratégia.

O processo de descoberta do consumidor mais que previsões estáticas

As pesquisas de mercado subsidiam o conhecimento sobre o cliente no marketing tradicional. Porém, consumidores são imprevisíveis e podem se comportar de maneiras que as pesquisas não indicam. Por isso, o entendimento sobre o cliente é um trabalho árduo e contínuo.

No Agile Marketing, o aprendizado sobre o consumidor é um processo de descoberta. Ao longo da criação de projetos, é preciso acompanhar os comportamentos, mensurar as respostas às estratégias e aprimorar esse conhecimento. Mais uma vez, o aprendizado cumpre um processo não-linear.

Planejamento flexível mais que planejamento rígido

Agile Marketing exige flexibilidade. Se não, como a empresa vai se adaptar às mudanças do mercado e às respostas dos consumidores às suas estratégias?

Para explicar isso, o manifesto faz uma comparação com uma guerra: assim como planos de batalha não sobrevivem ao contato com o inimigo, planos de marketing também não resistem ao contato com o mercado — uma realidade de mudanças constantes e aceleradas.

Portanto, aquele planejamento anual de 30 páginas não faz sentido em um marketing ágil que se adapta à realidade. No Agile Marketing, ciclos curtos de trabalho demandam um planejamento mais rápido e objetivo, que se adapte ao mercado e permita aprimorar a estratégia continuamente.

Responder às mudanças mais que seguir um plano

Perceba que esse valor é igual ao que o manifesto ágil original traz. Responder às mudanças é necessário tanto no desenvolvimento de softwares quanto no marketing. Afinal, vivemos em um mercado dinâmico, com comportamentos e jornadas de compra imprevisíveis.

Portanto, em vez de seguir o plano de marketing cegamente, o Agile Marketing vê mudanças como parte do processo e como oportunidade para melhorar as estratégias.

Não importa se essa mudança vai alterar todo o planejamento — o importante é se adaptar ao mercado e ganhar vantagem competitiva.

Pequenos experimentos mais que grandes apostas

Imagine que marketing da sua empresa leva meses para planejar uma grande campanha, envolve vários colaboradores no time e dedica boa parte do orçamento anual a ela.

Ao lançar a campanha, porém, o público não adere à abordagem. Se você deixar para avaliar e ajustar a campanha só daqui a um mês, como previsto no planejamento, pode ser tarde demais…

Em vez disso, o marketing ágil propõe que a equipe faça pequenos experimentos em períodos mais curtos. A intenção é provar seu sucesso ou fracasso rapidamente, logo fazer os ajustes e assim melhorar a estratégia sucessivamente para alcançar os melhores resultados.

Esquema experimentos na metodologia ágil

Além desses valores, o manifesto traz também 10 princípios para o Agile Marketing. Embora não tenham sido votados no evento SprintZero, eles foram propostos pelos profissionais envolvidos e também ajudam a nortear o marketing ágil. Eles podem ser traduzidos e resumidos assim:

Priorizar a satisfação do cliente com entregas rápidas e contínuas para resolver problemas;

Abraçar as mudanças e responder rapidamente a elas como fonte de vantagem competitiva;

Entregar programas de marketing com mais frequência, de algumas semanas a alguns meses, de preferência na menor escala de tempo;

Alinhar o marketing com gerência, vendas e desenvolvimento;

Oferecer ambiente, suporte e confiança para manter a equipe motivada;

Entender o aprendizado (implementar-mensurar-aprender) como principal medida de progresso;

Manter um ritmo de desenvolvimento constante e contínuo;

Aceitar o fracasso e o aprendizado com as falhas;

Ter atenção contínua aos fundamentos de marketing e ao design para aumentar a agilidade;

Simplificar para ter mais eficiência.

Por que adotar o Agile Marketing?

Agora que você já conhece melhor o conceito, vamos entender por que o Agile Marketing vale a pena.

Certamente não é uma mudança da noite para o dia — adotar o Agile Marketing exige transformações de posturas, mentalidades e formas de organização no seu negócio. Mas certamente você vai perceber as vantagens desse processo.

Estas são as principais:

Aumenta a produtividade

O Agile Marketing permite que a equipe alcance mais resultados em menos tempo. Isso se chama produtividade. De acordo com o relatório The State of Agile Marketing, aumentar a produtividade é o principal motivo para adotar o marketing ágil.

Com agilidade nos processos, não se perde mais tempo com reuniões improdutivas ou com projetos que não miram na satisfação do consumidor. A dedicação é total para as soluções que trazem resultados para o negócio.

Motivos para a adoção do Agile Marketing

Fonte: The State of Agile Marketing

Traz eficiência

Eficiência consiste em fazer as coisas da melhor maneira. É isso que o Agile Marketing traz para as estratégias: com pequenos experimentos e campanhas iterativas, você consegue identificar falhas e oportunidades de melhoria antes de ganhar o mercado. Assim, é possível chegar aos resultados sem desperdício de recursos.

Mantém o foco no consumidor

Muitas vezes o marketing tradicional olha mais para a marca e os seus produtos do que para o mercado. Porém, temos consumidores cada vez mais informados e exigentes, então é preciso atender às suas demandas e entregar valor a eles.

O Agile Marketing, então, mantém o foco total no consumidor durante todo o processo de criação de campanhas. A maneira como eles respondem às estratégias é o que direciona os ajustes e investimentos futuros, com um caráter de melhoria contínua.

Adapta-se às mudanças

O Agile Marketing abraça as inevitáveis mudanças do mercado. Em vez de fazer planos para 6 meses ou 1 ano, como no marketing tradicional, as equipes ágeis preparam planos flexíveis que podem se adaptar a qualquer momento.

Assim, em vez de ignorar as mudanças ou enxergá-las como problemas, o Agile Marketing procura as oportunidades do cenário para mudar prioridades e adaptar as campanhas rapidamente.

Aumenta o alinhamento da equipe

Equipes ágeis se reúnem constantemente para rever os planos, compartilhar as atividades, fazer testes e mensurar resultados. São reuniões rápidas, geralmente diárias, para manter a equipe alinhada entre si e com as outras áreas da empresa.

Dessa maneira, o marketing ganha transparência, a comunicação interna melhora e o projeto tem melhor visibilidade entre todos.

Fomenta a inovação

Inovação exige agilidade. Ideias, campanhas e produtos inovadores não surgem em estruturadas rígidas e hierarquizadas, nem podem ficar presos em processos burocráticos de aprovação e tomada de decisão.

Para inovar, é preciso ter colaboração, autonomia, foco no consumidor e rápida adaptação ao mercado — tudo o que o Agile Marketing traz.

Colabora para a transformação digital

A transformação digital também exige agilidade. Quando se fala nesse processo, não estamos falando apenas de ferramentas ou tecnologia.

Estamos falando de uma transformação que insira a empresa na velocidade da era digital. Com as metodologias ágeis, portanto, a empresa entra nesse ritmo.

Frameworks de Agile Marketing

Frameworks de Agile Marketing são modelos de trabalho que permitem aplicar e gerenciar a metodologia ágil na prática.

Eles têm o papel de organizar a estrutura e as atividades do marketing para garantir agilidade em um ambiente que costuma ser caótico, com prazos estourados, ideias em profusão e comunicação ruidosa.

Os frameworks que são usados no marketing derivam daqueles usados no desenvolvimento de softwares. Observe como funciona na prática e como você pode adaptar ao seu departamento de marketing:

Scrum

Scrum talvez seja o framework mais conhecido e usado nas metodologias ágeis. As equipes Scrum trabalham com ciclos curtos de 1 a 4 semanas (chamados de sprints) em que os feedbacks do mercado são usados para aprimorar campanhas e produtos.

Uma das prioridades do Scrum é a colaboração. A metodologia prevê encontros diários (chamados de stand up) para compartilhar as atividades de cada membro, o que gera transparência e melhora a comunicação.

Além disso, os profissionais de marketing trabalham em times dedicados e integrados, não apenas entre si, mas também com outros setores.

Para organizar esse trabalho, a equipe é dividida em três diferentes papéis:

Product owner (profissional que tem a visão geral da campanha ou produto para direcionar cada sprint);

Membros do time (equipe de 5 a 9 profissionais multidisciplinares);

Scrum Master (profissional especializado na metodologia e focado no processo).

Além disso, a metodologia Scrum costuma usar ferramentas visuais para facilitar o acompanhamento das atividades por todos os membros. Basicamente, são usados os seguintes recursos:

Product backlog (lista as ambições da equipe e como pretende chegar lá);

Sprint backlog (lista os projetos e prazos que precisam ser cumpridos a cada sprint);

Scrum board (mostra as atividades de cada membro e o seu status atual no sprint).

Então, na prática, são realizados quatro tipos de reunião em cada sprint durante o processo de criação de uma campanha ou produto. Assim, elas compõem um processo iterativo baseado em feedbacks, em que os objetivos vão sendo alcançados passo a passo. São elas:

Sprint planning (define os objetivos do sprint e seus responsáveis);

Stand up meetings (verificam se as atividades estão de acordo com o planejamento);

Review (entrega os resultados do sprint e os feedbacks da equipe e do mercado);

Retrospectiva (avalia o processo e como pode melhorar no próximo sprint).

Talvez você já tivesse escutado algumas dessas palavras, mas não sabia o que significavam, não é? Pronto, agora você já sabe os principais métodos e conceitos do Scrum para adaptar ao seu negócio.

Kanban

Kanban é uma metodologia visual de gestão de processos. Essa palavra tem origem japonesa e pode ser traduzida como “painel”.

Esse painel consiste em um quadro (conhecido como Kanban Board) que permite facilmente visualizar todo o fluxo de trabalho. Para muitas empresas que já utilizam esse método, ele consiste em um quadro de post-its na parede ou de cards online.

Esse quadro é o que a torna simples e acessível. Ele é dividido em colunas que representam os passos de um projeto. No Marketing de Conteúdo, por exemplo, ele poderia se dividir em pesquisa, planejamento, redação, design, edição, revisão, promoção, mensuração e otimização.

Em um modelo simples, poderia ser dividido apenas em:

A fazer;

Em progresso;

Finalizado.

Para cada passo, o quadro deve informar as tarefas necessárias e os responsáveis por elas. À medida que as tarefas mudarem de status, elas são movidas pelo quadro, da esquerda para a direita.

O quadro pode ainda incluir um backlog de tarefas que ainda não estão prontas para serem trabalhadas (em alguns casos, funciona como um brainstorm).

Dessa forma, o Kanban oferece uma visão dinâmica do todo, permite gerenciar facilmente as tarefas, proporciona transparência para toda a equipe e ainda ajuda a manter o foco nas prioridades.

Além disso, o quadro elimina a necessidade de várias reuniões que serviriam apenas para atualizar a equipe sobre o andamento das atividades.

Mas Kanban não é apenas um quadro de tarefas. Kanban é uma metodologia ágil que vai além da ferramenta e pressupõe um fluxo contínuo de trabalho, autonomia e comprometimento dos colaboradores e adaptação às mudanças a qualquer momento.

Portanto, é diferente do Scrum, que é feito de sprints regulares, papéis pré-definidos e adaptações somente ao final dos sprints. Por ser mais simples, muitas vezes o Kanban é o primeiro passo das empresas nas metodologias ágeis.

Scrumban

Scrumban, como o nome pressupõe, é uma combinação das metodologias Scrum e Kanban. Em geral, consiste na adoção dos passos e conceitos do Scrum com a metodologia visual do Kanban.

Assim, o quadro de tarefas é usado para visualizar as tarefas de cada sprint, de maneira que os times tenham uma visão ampla e simplificada do andamento do projeto.

Cabe à empresa, então, definir como organizar os times e se há papéis pré-definidos (como o product owner e o scrum master).

Quem utiliza o Scrumban geralmente quer ter um pouco mais de flexibilidade na adoção do Scrum ou está em transição de uma metodologia ágil menos madura para uma mais madura.

Lean

Lean é um framework de metodologia ágil focado em simplificar processos. A palavra “lean” pode ser traduzida como “enxuto”, o que ajuda a entender a proposta da metodologia: tornar os processos mais enxutos para usar apenas o tempo e os recursos necessários.

O Lean é indicado para empresas e projetos pequenos e mais objetivos. Não por acaso, ganhou força no universo das startups, que têm equipes enxutas e recursos escassos e precisam escalar o seu negócio rapidamente.

Para isso, a metodologia pressupõe a eliminação de desperdícios e redução na complexidade das tarefas, sem perder a qualidade e o foco na satisfação do consumidor. A mentalidade aqui é agir rapidamente, iterar com frequência e entregar valor.

Isso deve acontecer por meio do processo constante de validação do aprendizado que explicamos antes — implementar-mensurar-aprender —, sem medo dos fracassos. Reuniões rápidas de feedback ajudam a alinhar a equipe e aprimorar os processos.

Dessa maneira, o Lean se adapta rapidamente às respostas do mercado e facilita a inovação.

Como funciona o Agile Marketing na prática

Na prática, a maioria das empresas adota modelos híbridos. Segundo o relatório The State of Agile Marketing, 54% dos profissionais de marketing ágil usam alguma combinação entre os frameworks.

Scrumban é um exemplo, mas existem outros modelos híbridos. Você também pode combinar Scrum e Lean, Kanban e Lean ou até utilizar um pouco dos três frameworks principais. O que importa é adaptar à sua realidade.

Equipe

Você já começa a adaptar o framework quando pensa no tamanho da sua equipe. O Scrum, por exemplo, diz que os times devem ter no máximo 9 pessoas — então, você decide se usa um framework mais flexível ou adapta o tamanho da equipe envolvida.

Esse time deve ser formado por profissionais multifuncionais e auto-organizados, que serão responsáveis pelas entregas ao final de cada sprint do Scrum ou de cada etapa do Kanban.

Além disso, no Scrum, você também deve definir um Product Owner e um Scrum Master. Mas, se optar por um modelo híbrido, esses papéis não precisam ser pré-definidos. Geralmente eles são exercidos pelo gerente de marketing ou até pelo dono do negócio.

No Agile Marketing, o P.O. pode ser um Marketing Owner, ou seja, aquele profissional que tem uma visão clara da estratégia. É ele quem define o product backlog (ou marketing backlog) e o sprint backlog, com as prioridades e entregas desejadas.

Se houver um bom alinhamento, os backlogs podem ser criados em conjunto na reunião de sprint planning.

Já o Scrum Master é o braço direito do Marketing Owner. É ele quem entende mais sobre o framework, busca as melhores alternativas e mantém a equipe engajada no processo.

Sprints

Na criação de uma campanha de Google Ads, por exemplo, o product backlog pode trazer tarefas como a criação dos anúncios e da landing page. Já um sprint backlog pode definir a pesquisa de público-alvo, a criação do texto e do layout da página como principais entregas.

Então, ao longo do sprint, o time vai executar as ações incluídas no sprint backlog para atingir os objetivos definidos pelo Marketing Owner. Não há uma regra, mas os sprints podem durar uma semana, 15 dias, no máximo um mês.

Nas reuniões de stand up diárias, a equipe compartilha o andamento das suas atividades junto ao Scrum Board (ou pelo Kanban Board, conforme a sua opção). Nesse momento, cabe ao Scrum Master eliminar barreiras e colocar a equipe no caminho das entregas do sprint.

Então, ao final do sprint, é realizado o review, que levanta os feedbacks do mercado e possíveis adaptações à campanha. Se o texto do anúncio não teve um bom feedback, por exemplo, ele pode entrar no backlog do próximo sprint.

Depois disso, ainda é realizada a retrospectiva, uma reunião que proporciona a autoavaliação da equipe e de cada membro e gera um plano de melhorias para o próximo sprint. Perceba, então, como o processo adota uma mentalidade de melhoria contínua para gerar as melhores entregas.

Perceba também que os frameworks não são rígidos, nem funcionam da mesma forma para todo mundo. Eles devem ser usados como for melhor para a sua equipe, o tamanho do negócio, a sua cultura organizacional e o momento da sua empresa. É por isso que muitas empresas mesclam as propostas.

Além disso, ao conhecer os frameworks de Agile Marketing, perceba que a metodologia não pode ficar só no discurso da gestão do marketing, nem se limitar ao uso de ferramentas avulsas ou de quadros de post-its no escritório. É preciso adotar métodos que viabilizem a sua aplicação prática no fluxo completo do marketing.

Ferramentas auxiliares para o Agile Marketing

Falamos antes sobre o quadro de post-its, não é? Essa ferramenta costuma ser bastante usada pelas empresas (mesmo por aquelas que sequer sabem o que é Kanban ou metodologias ágeis…). Ela é muito simples e visual, por isso faz bastante sucesso.

Mas essa não é a única ferramenta que você pode usar no Agile Marketing. Uma vez que o quadro de post-its é um recurso físico, ele exige um acompanhamento presencial.

Porém, a adoção do home office por muitas empresas e a mobilidade dos colaboradores demandam ferramentas online que permitam a visualização e a colaboração remotas.

Então, vamos citar agora algumas ferramentas digitais que vão ajudar você a implementar as metodologias ágeis e controlar os projetos de marketing de maneira mais inteligente. Confira

Studio kanban

Studio é uma ferramenta que ajuda a gerenciar projetos de maneira visual e colaborativa. Amplamente usada por agências, a ferramenta . é extremamente completa e ainda atende equipes de marketing in-house.

Com opções de visualização no modelo Kanban, o Studio permite que você crie e visualize projetos e tarefas suas ou de toda a equipe, de modo que seja possível integrar a sua estratégia , preenchendo gaps de comunicação e alinhamento que possam vir a ocorrer.

Você pode convidar todos os colaboradores que participam do projeto, de maneira que possam visualizar o andamento e movimentar os cards conforme mudarem o status das tarefas.

A ferramenta permite ainda adicionar observações aos cards, definir prazos de entrega, criar briefings, anexar documentos entre outros recursos.

Planilhas do Google

Google Sheets

Planilhas são a solução para diferentes áreas de trabalho. Elas servem também para o Agile Marketing, se você quiser fazer a gestão do projeto de maneira mais rudimentar, mas totalmente customizada.

Para fazer isso, prefira o Google Sheets (ou Planilhas do Google), que armazena os arquivos na nuvem e permite compartilhar com a equipe. Lá você pode criar um Scrum ou Kanban Board para visualizar as atividades de cada membro e o andamento do projeto como um todo.

Slack

O Slack é uma ferramenta de comunicação que pode ajudar muito no Agile Marketing. Afinal, quem trabalha nesse setor sabe como as conversas podem ficar confusas em trocas de emails ou mensagens por WhatsApp.

A proposta do Slack, então, é organizar a comunicação entre equipes de trabalho com uma ferramenta profissional. A ferramenta agrupa todas as mensagens em um só lugar, armazena o histórico e permite criar canais para diferentes projetos e setores.

Armazenamento na nuvem

Um trabalho colaborativo só é possível se os dados, arquivos e documentos forem facilmente compartilhados entre os integrantes da equipe, mesmo se estiverem à distância.

Se antes isso só era possível com o uso de disquetes (!) e pendrives, hoje existem os softwares de armazenamento na nuvem, como Google Drive, Dropbox e OneDrive.

Eles permitem criar pastas e arquivos compartilhados e trabalhar em conjunto em tempo real. Além disso, podem ser integrados com outros programas, como o Trello e o Slack. Dessa maneira, o trabalho ganha qualidade e agilidade.

Agora, perceba que o Agile Marketing vai muito além das ferramentas, que talvez você até já use mesmo sem ainda saber o que é uma metodologia ágil. Mas agora você já sabe o que é e como funciona.

Está claro que o Agile Marketing é uma metodologia de trabalho que exige mudanças de cultura, mentalidade e procedimentos. É preciso entender a fundo, escolher o framework mais adequado ao seu negócio e envolver a equipe nessas mudanças.

Não é uma transformação que acontece de uma hora para outra, mas em pouco tempo você pode perceber o impacto na agilidade do marketing em responder à realidade do mercado.

ESCALANDO NEGÓCIOS DA VALEON

1 – Qual é o seu mercado? Qual é o tamanho dele?

O nosso mercado será atingir os 766 mil habitantes do Vale do Aço e poder divulgar os produtos / serviços para vocês clientes, lojistas, prestadores de serviços e profissionais autônomos e obter dos consumidores e usuários a sua audiência.

A ValeOn atenderá a todos os nichos de mercado da região e especialmente aos pequenos e microempresários da região que não conseguem entrar no comércio eletrônico para usufruir dos benefícios que ele proporciona. Pretendemos cadastrar todas as empresas locais com CNPJ ou não e coloca-las na internet.

2 – Qual problema a sua empresa está tentando resolver? O mercado já expressou a necessidade dessa solução?

A nossa Plataforma de Compras e Vendas que ora disponibilizamos para utilização das Empresas, Prestadores de Serviços e Profissionais Autônomos e para a audiência é um produto inovador sem concorrentes na região e foi projetada para atender às necessidades locais e oferecemos condições de adesão muito mais em conta que qualquer outro meio de comunicação.

Viemos para suprir as demandas da região no que tange a divulgação de produtos/serviços cuja finalidade é a prestação de serviços diferenciados para a conquista cada vez maior de mais clientes e públicos.

O nosso diferencial está focado nas empresas da região ao resolvermos a dor da falta de comunicação entre as empresas e seus clientes. Essa dor é resolvida através de uma tecnologia eficiente que permite que cada empresa / serviços tenha o seu próprio site e possa expor os seus produtos e promoções para os seus clientes / usuários ao utilizar a plataforma da ValeOn.

3 – Quais métodos você usará para o crescimento? O seu mercado está propício para esse tipo de crescimento?

Estratégias para o crescimento da nossa empresa

  1. Investimento na satisfação do cliente. Fidelizar é mais barato do que atrair novos clientes.
  2. Equilíbrio financeiro e rentabilidade. Capital de giro, controle de fluxo de caixa e análises de rentabilidade são termos que devem fazer parte da rotina de uma empresa que tenha o objetivo de crescer.
  3. Desenvolvimento de um planejamento estratégico. Planejar-se estrategicamente é como definir com antecedência um roteiro de viagem ao destino final.
  4. Investimento em marketing. Sem marketing, nem gigantes como a Coca-Cola sobreviveriam em um mercado feroz e competitivo ao extremo.
  5. Recrutamento e gestão de pessoas. Pessoas são sempre o maior patrimônio de uma empresa.

O mercado é um ambiente altamente volátil e competitivo. Para conquistar o sucesso, os gestores precisam estar conectados às demandas de consumo e preparados para respondê-las com eficiência.

Para isso, é essencial que os líderes procurem conhecer (e entender) as preferências do cliente e as tendências em vigor. Em um cenário em que tudo muda o tempo todo, ignorar as movimentações externas é um equívoco geralmente fatal.

Planeje-se, portanto, para reservar um tempo dedicado ao estudo do consumidor e (por que não?) da concorrência. Ao observar as melhores práticas e conhecer quais têm sido os retornos, assim podemos identificar oportunidades para melhorar nossa operação e, assim, desenvolver a bossa empresa.

4 – Quem são seus principais concorrentes e há quanto tempo eles estão no mercado? Quão grandes eles são comparados à sua empresa? Descreva suas marcas.

Nossos concorrentes indiretos costumam ser sites da área, sites de diretório e sites de mídia social. Nós não estamos apenas competindo com outras marcas – estamos competindo com todos os sites que desejam nos desconectar do nosso potencial comprador.

Nosso concorrente maior ainda é a comunicação offline que é formada por meios de comunicação de massa como rádios, propagandas de TV, revistas, outdoors, panfletos e outras mídias impressas e estão no mercado há muito tempo, bem antes da nossa Startup Valeon.

5 – Sua empresa está bem estabelecida? Quais práticas e procedimentos são considerados parte da identidade do setor?

A nossa empresa Startup Valeon é bem estabelecida e concentramos em objetivos financeiros e comerciais de curto prazo, desconsideramos a concorrência recém chegada no mercado até que deixem de ser calouros, e ignoramos as pequenas tendências de mercado até que representem mudanças catastróficas.

“Empresas bem estabelecidas igual à Startp Valeon devemos começar a pensar como disruptores”, diz Paul Earle, professor leitor adjunto de inovação e empreendedorismo na Kellogg School. “Não é uma escolha. Toda a nossa existência está em risco”.

6 – Se você quiser superar seus concorrentes, será necessário escalar o seu negócio?

A escalabilidade é um conceito administrativo usado para identificar as oportunidades de que um negócio aumente o faturamento, sem que precise alavancar seus custos operacionais em igual medida. Ou seja: a arte de fazer mais, com menos!

Então, podemos resumir que um empreendimento escalável é aquele que consegue aumentar sua produtividade, alcance e receita sem aumentar os gastos. Na maioria dos casos, a escalabilidade é atingida por conta de boas redes de relacionamento e decisões gerenciais bem acertadas.

Além disso, vale lembrar que um negócio escalável também passa por uma fase de otimização, que é o conceito focado em enxugar o funcionamento de uma empresa, examinando gastos, cortando desperdícios e eliminando a ociosidade.

Sendo assim, a otimização acaba sendo uma etapa inevitável até a conquista da escalabilidade. Afinal de contas, é disso que se trata esse conceito: atingir o máximo de eficiência, aumentando clientes, vendas, projetos e afins, sem expandir os gastos da operação de maneira expressiva.

Pretendemos escalar o nosso negócio que é o site marketplace da Startup Valeon da seguinte forma:

  • objetivo final em alguma métrica clara, como crescimento percentual em vendas, projetos, clientes e afins;
  • etapas e práticas que serão tomadas ao longo do ano para alcançar a meta;
  • decisões acertadas na contratação de novos colaboradores;
  • gerenciamento de recursos focado em otimização.

 

quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

MADURO QUER MESMO INVADIR A GUIANA E PRECISA AS SUAS TROPAS MILITARES PASSAR PELO BRASIL

História por IGOR GIELOW  • Folha de S. Paulo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, decidiu subir o tom de sua retórica acerca do território que pretende tomar da Guiana, a região de Essequibo, após o plebiscito que convocou sobre o tema ser um fracasso de público.

Com isso, visa galvanizar apoio doméstico e cria um problema regional maior, que afeta seu aliado Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Na terça (5), Maduro apresentou o que considera o novo mapa de seu país, amputando 70% do território do país vizinho, anunciou concessões petrolíferas em terras que não tem e nomeou um general para assumir um posto fronteiriço como “única autoridade” da região.

No processo, todo ele ao arrepio da lei internacional, esqueceu de falar sobre os moradores de Essequibo, cerca de 120 mil pessoas, e reservou os apupos de praxe contra os Estados Unidos, apontados como potência colonial porque a americana ExxonMobil explora desde 2019 os campos de petróleo da região disputada desde o século 19.

Com tudo isso, Maduro tenta mascarar o fato de que apenas 50,7% dos 20,7 milhões aptos a votar no plebiscito do domingo (3) apareceram, isso segundo o governo. A oposição aponta que o número pode ser bem menor.

O ditador pode se gabar de que 96% disseram sim, na média, às cinco perguntas direcionadas por Caracas para justificar a anexação de Essequibo e refutar a jurisdição da disputa na Corte Internacional de Justiça, conforme diz a ONU. Isso aconteceria mesmo se María Corina Machado, a por ora inelegível líder da oposição, estivesse no poder. Essequibo está para a Venezuela assim como as ilhas Malvinas estão para a Argentina.

Maduro brinca assim de general Leopoldo Galtieri, ditador argentino que resolveu tentar salvar seu regime invadindo e ocupando o arquipélago do Reino Unido em 1982. O discípulo de Hugo Chávez (1954-2013) alimenta fama de fanfarrão, mas conhece o resultado daquela aventura, derrota e implosão da junta militar em Buenos Aires.

Com 123 mil militares e Forças Armadas bem equipadas para o padrão regional, embora nada se saiba sobre seu índice de operacionalidade, a Venezuela no papel venceria qualquer guerra contra a Guiana, que tem meros 3.400 homens, caso não houvesse intervenção externa.

Mas teria de fazê-lo pelo mar e ar, o que é bem difícil, já que por terra teria de passar pelo Brasil porque Essequibo é no geral uma floresta impenetrável. E isso implicaria uma guerra com Lula.

Com dois grupos de porta-aviões em torno do Oriente Médio para dissuadir o Irã e seus prepostos de intervir na guerra Israel-Hamas, os EUA têm demonstrado renovado apetite por mostrar força militar quando necessário —com limites a depender do rival, como o conflito na Ucrânia prova, claro.

Assim, apoio ainda que simbólico à Guiana é algo relativamente simples, mas o governo de Joe Biden parece ter optado pela via diplomática, com a sinalização dada na terça pela Casa Branca de que segue “engajado” em conversas sobre as sanções sobre a Venezuela, aliás o maior aliado regional da rival Rússia.

Seguirá sendo assim enquanto Maduro restringir suas bravatas ao que elas são hoje, inclusive no campo econômico e operacional: o país até recuperou parte de sua produção de petróleo, para 750 mil barris/dia, ante metade disso em 2020, mas está longe dos 3 milhões de barris/dia dos anos 1990.

Qualquer passo que ameace diretamente a operação da ExxonMobil em Essequibo por via militar poderá gerar uma reação americana —diferentemente das nacionalizações forçadas feitas por Chávez nos anos 2000 e do que diz Maduro, Essequibo é da Guiana.

É um xadrez complexo, que mira a manutenção do status quo da ditadura na eleição presidencial de cartas marcadas de 2024, em que por ora a oposição está barrada de concorrer. No meio do tiroteio está Lula, que passou as duas últimas décadas defendendo o chavismo.

A última coisa que o petista precisa é mais um constrangimento na política externa, a área em que prometia se destacar dada a terra arrasada legada por Jair Bolsonaro (PL). Se levou o país de volta a fóruns internacionais, Lula acumula tropeços, coroados pela missão impossível de defender agendas ambientais e namorar a Opep ao mesmo tempo.

Nos mandatos anteriores, Lula toureava o voluntarismo de Chávez e servia de contraponto moderado na região. Agora, Maduro é visto como mais imprevisível pela diplomacia e pelos militares brasileiros, e o Brasil já é afetado pelo influxo diário de 400 refugiados venezuelanos em Roraima.

Assim, o Itamaraty põe panos quentes na crise, enquanto a Defesa usa um aumento mínimo de contingente já previsto em Roraima como sinal político de que está de olho na situação. Se ela desandar por algum motivo, contudo, o amor professado pelo PT e pelo Planalto será posto à prova publicamente.

 

LULA QUER GASTAR LOGO OS 16 BILHÕES TOMADOS DE EMPRÉSTIMOS CAPTADOS

História por NICOLA PAMPLONA  • Folha de S. Paulo

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quarta-feira (6), que seu governo não tem mais tempo a esperar e não pode ficar só constatando que não tem dinheiro. “A nossa obrigação é arrumar dinheiro e fazer esse PIB crescer.”

Lula discursou em evento de assinatura de contrato financiamento do NDB (Novo Banco do Desenvolvimento) ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e reforçou defesa de atuação mais forte do banco estatal de fomento.

O banco tenta reduzir o ritmo de devolução de empréstimos ao Tesouro para ter mais recursos para emprestar. Em outra frente, o governo tem dificuldades no Congresso com o Orçamento para 2024 e a meta de déficit zero.

“Se o BNDES não tem dinheiro, a gente vai ter que ir conversar com o [ministro da Fazenda, Fernando] Haddad”, afirmou. “Temos uma missão de fazer esse país voltar a crescer e, para crescer, o BNDES é uma peça importante.”

O presidente afirmou que o Tesouro “não pode ficar com “um trilhão e não sei quanto, dois trilhões guardados enquanto o BNDES fica comendo pão seco sem mortadela”.

BNDES e NDB anunciaram a captação de US$ 1,7 bilhão (R$ 8,5 bilhões) para financiar projetos de combate às mudanças climáticas e de investimentos em infraestrutura sustentável. As captações têm garantia soberana da União.

No primeiro caso, o banco reservará US$ 500 milhões (R$ 2,5 bilhões) para projetos em áreas como mobilidade urbana sustentável, resíduos sólidos, energias renováveis, equipamentos eficientes, cidades sustentáveis e florestas nativas.

No segundo, será US$ 1,2 bilhão (R$ 6 bilhões) para projetos de energia renovável, transporte e logística, saneamento, mobilidade urbana, tecnologias da informação e comunicação e infraestrutura social, com foco em educação e saúde.

Esse montante, disse o presidente do BNDES, Aloízio Mercadante, será destinado principalmente a projetos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). “Não há como enfrentar crise climática, as exigências dos novos tempos, sem os bancos públicos”, afirmou.

 

OS ESTADOS UNIDOS MANDAM RECADO PARA MADURO DA VENEZUELA NÃO INVADIR ESSEQUIBO NA GUIANA

 

Folha de S. Paulo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O governo dos Estados Unidos reiterou nesta quarta (6) sua oposição a um conflito militar ou episódios de violência na crise entre Venezuela e Guiana. A mensagem soa como recado ao ditador Nicolás Maduro, que na véspera anunciou medidas burocráticas para anexação e exploração do território de Essequibo.

Numa tentativa de arrefecer a crise, os chanceleres da Venezuela, Yván Gil, e da Guiana, Hugh Todd, conversaram por telefone sobre Essequibo, território rico em petróleo reivindicado por Caracas. Foi o primeiro diálogo entre as partes desde a escalada da disputa. As partes teriam concordado em “manter os canais de comunicação abertos” e manifestado a “necessidade de deter as ações que possam agravar a controvérsia”, segundo comunicado do regime venezuelano.

Autoridades vêm manifestando o temor de que o plebiscito organizado pelo regime venezuelano no domingo (3) dê a Maduro o ímpeto de invadir o vizinho, ainda que especialistas afirmem que essa possibilidade é pequena. Na votação, 96% dos eleitores do país se manifestaram a favor da criação de uma nova província em Essequibo, além da concessão de nacionalidade aos 125 mil habitantes da região.

“A parte venezuelana aproveitou para atualizar o governo da Guiana sobre a participação avassaladora que a consulta popular teve, gerando um mandato inapelável”, acrescentou a nota divulgada pelo regime.

O plebiscito serviu de base para Maduro dar o passo inicial para a exploração do território em disputa. Na terça (3), o ditador ordenou que a petroleira estatal PDVSA conceda licenças para a “extração imediata” de recursos naturais na região. “Que procedamos imediatamente à concessão de licenças operacionais para a exploração de petróleo, gás e minas em toda a área”, disse ele à Assembleia Nacional.

A nova lei ainda permitiria a anexação de Essequibo a despeito da recomendação feita pela Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia, para que o regime venezuelano se abstenha de “qualquer ação que modifique a situação vigente”.

O líder guianense, Irfaan Ali, descreveu as medidas como “uma ameaça direta” e advertiu que recorrerá ao Conselho de Segurança da ONU para denunciar a situação. Também disse que as Forças Armadas do país estão em “alerta” e em contato com “parceiros” internacionais, incluindo os Estados Unidos.

Caracas argumenta que a fronteira venezuelana deve ser estabelecida com base no rio Essequibo, como foi no século 18. Também menciona o acordo de Genebra, assinado em 1966, antes da independência da Guiana, que estabelecia as bases para uma solução negociada e anulava um laudo de 1899 que fixou os limites atuais.

A Guiana defende este laudo e pede que seja ratificado pela Corte Internacional de Justiça em Haia, cuja jurisdição Caracas não reconhece.

LULA JÁ NÃO GOVERNA. É GOVERNADO PELAS REDES SOCIAIS

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