A preocupação ganhou novo impulso nesta quinta-feira (07/12) depois que o Comando Sul das Forças Armadas norte-americanas anunciou que irá realizar exercícios militares em parceria com as Forças de Defesa da Guiana.
No Brasil,
o principal assessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para
assuntos internacionais, o embaixador Celso Amorim, disse que seu
principal temor com a escalada da crise entre Guiana e Venezuela é que
ela sirva de pretexto para a presença de militares estrangeiros na
Amazônia.
“O que eu temo mais, pra falar a verdade, é que você crie precedentes
até para ter bases e tropas estrangeiras na região. Não estamos falando
de uma região qualquer. Estamos falando da Amazônia, que é sempre
objeto de muita preocupação de nossa parte. Essa é a nossa preocupação
maior”, disse Celso Amorim em entrevista ao Canal Meio.
Exercícios militares envolvendo norte-americanos na Amazônia não são
novidade. Em novembro deste ano, por exemplo, 294 militares do país
desembarcaram no Brasil para um treinamento na selva amazônica. A
diferença, agora, é que os norte-americanos chegarão à Guiana em meio a
uma crise geopolítica entre o país e a Venezuela.
Os dois países disputam há mais de um século Essequibo, uma área de
mais de 160 mil km² (pouco maior que o Estado do Ceará) rica em minérios
como ouro e diamante, além de petróleo. Nos últimos meses, as tensões
aumentaram depois que a Venezuela realizou um referendo sobre a criação
de um novo Estado na área em disputa. Essequibo corresponde a 70% do
território da Guiana.
A Corte Internacional de Justiça (CIJ), provocada pelo governo
guianense, emitiu uma sentença determinando que a Venezuela não poderia
tomar medidas para incorporar Essequibo ao seu território. O regime de
Nicolás Maduro, no entanto, anunciou não reconhecer a legitimidade da
Corte para resolver a disputa.
Após o referendo, o presidente Nicolás Maduro indicou um governador
para o Estado que pretende criar e anunciou a emissão de licenças para
exploração de petróleo na costa de Essequibo.
Como resposta, o presidente da Guiana, Mohamed Irfaan Ali, pediu
auxílio da Organização das Nações Unidas (ONU) e fez contato com o
secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, na quarta-feira
(06/12).
Em comunicado, o Departamento de Estado anunciou que daria suporte
“inabalável” à soberania da Guiana. No dia seguinte, o Comando Sul dos
Estados Unidos divulgou que realizaria exercícios em parceria com
militares da Guiana. Segundo o comando, os exercícios consistem em
“operações de voo” dentro território guianense.
Em nota sobre o assunto, a Embaixada dos Estados Unidos na Guiana
disse que o Comando Sul “continuará a sua colaboração com o FDG (Forças
de Defesa da Guiana) nas áreas de preparação para desastres, segurança
aérea e marítima e combate às organizações criminosas transnacionais” e
que “os EUA continuarão o seu compromisso como parceiro de segurança
confiável da Guiana”.
O anúncio gerou reações na Venezuela. O ministro da Defesa do país, Vladimir Padrino, chamou os exercícios de “provocação”.
“Esta infeliz provocação dos Estados Unidos em favor dos pretorianos
da ExxonMobil na Guiana é outro passo na direção incorreta. Advertimos
que não nos desviarão de nossas futuras ações pela recuperação de
Essequibo. Não se equivoquem. Viva à Venezuela”, disse Padrino em uma
postagem em suas redes sociais.
A preocupação de que a Amazônia seja alvo da atuação de tropas
estrangeiras é antiga. Desde o processo de colonização, fortificações
portuguesas foram erguidas em diversos pontos da região para evitar o
avanço de invasores.
Mais recentemente, essa preocupação se transformou em um dos
elementos que une militantes tanto da esquerda quanto da direita
brasileira. O principal temor se dá pelo tamanho do poderio bélico
norte-americano.
De acordo com o Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de
Estocolmo (Sipri, na sigla em inglês), em 2022, os Estados Unidos foram
responsáveis pelo maior gasto militar do mundo, com U$$ 877 bilhões, o
equivalente a 39% de todas as despesas militares no planeta.
Durante a ditadura militar (1964-1985), por exemplo, o temor de que a
região pudesse ser alvo de algum tipo de intervenção estrangeira foi
usado como principal motivo para a criação de projetos de ocupação dali
entre os anos 1960 e 1980.
Também foi nesta época que as Forças Armadas brasileiras reforçaram e
criaram instalações militares em pontos da fronteira norte do país.
O slogan usado pelo regime, na época, era “integrar para não entregar”.
O medo era de que a suposta cobiça internacional pela região pudesse
levar a ações de ocupação estrangeira. A Amazônia é responsável por 45%
de toda água doce do planeta, além de abrigar a maior floresta tropical
do planeta. É uma área rica em biodiversidade e minerais e metais
preciosos.
Na época, a preocupação dos militares era tanto com uma possível
ocupação da região por alguma superpotência quanto com a ação de grupos
contrários ao regime, como a Guerrilha do Araguaia.
Entre 1972 e 1974, um grupo de militantes de esquerda se instalou no
interior do Pará com o objetivo de organizar uma guerrilha rural para
derrubar a ditadura. O grupo foi derrotado por tropas do Exército.
No final da primeira década dos anos 2000, setores da esquerda
brasileira demonstraram preocupação com um acordo firmado entre os
governos dos Estados Unidos e da Colômbia, o qual previa a instalação de
sete bases militares norte-americanas no país sul-americano.
Em 2010, o acordo foi considerado inconstitucional pela Justiça colombiana.
Para a doutora em Relações Internacionais e professora da
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Carol Pedroso, a crise entre
Venezuela e Guiana “ressuscitou” o temor da presença norte-americana na
Amazônia.
“Essa crise ressuscita totalmente esse temor que é uma preocupação do
Brasil e de outros países como a Colômbia, que mal concluiu seus
processos de paz e que hoje é governada por uma liderança que tem
relativa proximidade com Maduro”, disse a professora à BBC News Brasil
em menção aos acordos de paz entre o governo colombiano, liderado pelo
presidente Gustavo Petro, e as Forças Armadas Revolucionárias da
Colômbia (Farc).
Para o diretor para as Américas da consultoria Eurasia Group,
Christopher Garmam, o governo brasileiro vê com desconfiança as ações
militares norte-americanas na América do Sul.
“Esse tipo de movimento preocupa o governo brasileiro, que tem
deixado muito claro que não vê esse tipo de ação como algo construtivo e
vê como uma ingerência indevida na região”, disse Garmam.
O analista, no entanto, diz acreditar que os exercícios anunciados na
quinta-feira pelo governo norte-americano não indicariam uma tendência.
“Essa ação do governo tende a ficar mais restrita e não deverá se
converter em uma intervenção na América do Sul ou na Amazônia”, afirmou.
Para o professor aposentado de Relações Internacionais e
ex-representante da Organização dos Estados Americanos (OEA) no Haiti
Ricardo Seitenfus, a chegada dos norte-americanos à região teria sido
provocada pela postura do Brasil em relação às ações de Maduro. Segundo
ele, o Brasil deveria ter sido mais contundente em condenar os
movimentos do regime venezuelano.
“O silêncio ensurdecedor do governo brasileiro obriga os aliados da
Guiana a agir. Agora, Washington e logo adiante Londres virão proteger a
soberania e a integridade territorial da Guiana. Isso se deve a
negligência culposa do Brasil”, disse Seitenfus à BBC News Brasil.
Liderança em xeque?
Os analistas consultados pela BBC News Brasil afirmaram que, até o
momento, a liderança brasileira na região não estaria afetada pela crise
em Essequibo e pelo envolvimento dos norte-americanos.
“Parece que Celso Amorim e outros diplomatas tentam usar a sua
influência para pedir calma. Se Maduro vai ouvir é outra história, mas
penso que a oposição do governo brasileiro [às ações de Maduro] torna
ainda menos provável uma invasão venezuelana. Aparentemente, qualquer
invasão teria que passar pelo território brasileiro e não vejo nenhuma
circunstância em que isso aconteceria”, disse à BBC News Brasil o
brasilianista e editor-chefe da revista Americas Quarterly, Brian
Winter.
“Evidentemente, quando há exercícios militares americanos na região,
isso é desconfortável para o Brasil. Ao mesmo tempo, a posição americana
não diverge da posição brasileira na região. O Brasil acelerou planos
militares no Norte do país em meio a essa crise. Isso é um sinal forte à
Venezuela de que não vão aceitar tropas atravessando o país para
invadir a Guiana”, disse Christopher Garmam.
“Esse episódio não coloca em xeque a liderança do Brasil, mas é, sim,
um grande desafio. Eu diria que é um grande teste. […] Historicamente, o
país consegue ser um ator relevante em contendas na América do Sul, e
em se tratando de um conflito que pode envolver o nosso território,
creio que vamos utilizar todas as ferramentas diplomáticas disponíveis
para evitar a escalada das tensões”, disse Carol Pedroso.
A tentativa de diminuir as tensões entre os dois países fez com que o
presidente Lula oferecesse o Brasil para sediar futuras conversas entre
a Guiana e a Venezuela. A oferta foi feita durante o fechamento da 63ª
Cúpula do Mercosul, no Rio de Janeiro, na quinta-feira.
Nas últimas semanas, Lula vinha fazendo movimentos nos bastidores
para reduzir a temperatura da crise. Um deles foi enviar Celso Amorim a
Caracas para conversar com Nicolás Maduro.
Na quinta-feira, Lula mencionou a crise dizendo que a região não precisaria de uma guerra.
“Eu gostaria de dizer que nós vamos tratar [o assunto] com muito
carinho, porque se tem uma coisa que nós não queremos aqui na América do
Sul é guerra. Não precisamos de guerra, não precisamos de conflito. O
que precisamos é construir a paz, porque somente com muita paz a gente
pode desenvolver nosso país”, disse Lula.
Resolução política será aprovada nesta
sexta-feira, em reunião do Diretório Nacional do partido; Lewandowski é o
nome mais cotado para comandar Ministério da Justiça
Por Vera Rosa – Jornal Estadão
BRASÍLIA – A cúpula do PT vai aprovar nesta sexta-feira, 8, uma
resolução política na qual critica a influência “desmedida” do Centrão
sobre o governo Lula e o Legislativo, ataca o chamado “austericídio
fiscal” e diz que temas como segurança pública e papel das Forças
Armadas não podem ser tratados como “tabus”. Embora faça uma avaliação
positiva do primeiro ano de governo do presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, o PT prega a alteração, com urgência, da correlação de forças que
domina o cenário político nesse terceiro mandato.
A proposta de resolução, apresentada pela corrente Construindo um
Novo Brasil (CNB) – majoritária no PT – ainda pode receber emendas e
sofrer ajustes na reunião do Diretório Nacional. O encontro ocorrerá
nesta sexta, pouco antes de Lula, o principal integrante da CNB, abrir
a Conferência Eleitoral do partido.
Agora, a próxima mexida na equipe será no Ministério da Justiça. Como mostrou o Estadão,
o nome mais cotado para substituir o titular da pasta, Flávio Dino, é o
de Ricardo Lewandowski. Dino foi indicado por Lula para ocupar uma
cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF) e passará por sabatina no
Senado, no próximo dia 13. Lewandowski já presidiu o Supremo e deixou a
Corte em abril.
“Meu relacionamento com o presidente Lula é respeitoso e cordial.
Fico lisonjeado com a lembrança do meu nome, mas, de fato, tudo é mera
especulação, por enquanto. Não tive essa conversa com o presidente”,
disse Lewandowski ao Estadão. O magistrado aposentado desembarcou no Brasil nesta quinta-feira, 7, após viajar com o presidente para o Oriente Médio e a Alemanha.
Lula só anunciará o novo titular da Justiça após Dino passar pela
sabatina no Senado. Ele tratou do assunto com a presidente do PT, Gleisi
Hoffmann, durante encontro no Rio, onde nesta quinta participou do
Cúpula do Mercosul.
Gleisi fica no comando do PT até eleições
A intenção do presidente é fazer uma reforma ministerial mais ampla
só no ano que vem, até abril, quando quem for disputar eleições
municipais deve entregar os cargos. Lula pretende deixar Gleisi no
comando do PT até o fim de 2024 para não abrir uma disputa interna pela
cadeira nem mexer na direção do partido em uma época de eleições
municipais. Depois dessa etapa, porém, ela seria puxada para o primeiro
escalão do governo.
“As forças conservadoras e fisiológicas do chamado Centrão,
fortalecido pela absurda norma do orçamento impositivo num regime
presidencialista, exercem influência desmedida sobre o Legislativo e o
Executivo, atrasando, constrangendo e até tentando deformar a agenda
política vitoriosa na eleição presidencial”, diz a proposta de resolução
apresentada pela tendência CNB e obtida pelo Estadão.
“(…) É urgente, no entanto, nos organizarmos politicamente para alterar
esta correlação de forças, o que só se dará pela conscientização e
mobilização daqueles e daquelas que representamos e defendemos.”
Em outro trecho do documento, há alfinetadas na direção do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ao
destacar que o país ainda tem reservas internacionais de US$ 350
bilhões, o texto do PT diz que não faz sentido, neste cenário, “a
pressão por arrocho fiscal exercida pelo comando do BC, rentistas e seus
porta-vozes na mídia e no mercado”.
Apesar de não citar a meta de déficit zero estabelecida para as
contas públicas de 2024, a resolução que passará pelo crivo do Diretório
Nacional não deixa dúvidas sobre a discordância em relação à proposta
do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
“O Brasil precisa se libertar, urgentemente, da ditadura do BC
‘independente’ e do austericídio fiscal, ou não teremos como responder
às necessidades do país”, sustenta o documento.
‘Companheiro Haddad’ entra e sai do texto
A primeira versão do texto da CNB, à qual o Estadão teve acesso, fazia até um elogio a Haddad. Dizia que “graças à credibilidade de Lula e à política econômica coordenada pelo companheiro Fernando Haddad, temos inflação cadente e sob controle, desemprego em queda, rendimento da população em alta e contas públicas equilibradas”.
O início da frase, porém, foi substituído por “Graças à credibilidade de Lula e apesar do BC de Campos Neto (…)”. A última versão será votada nesta sexta-feira.
A autonomia do Banco Central é ironizada pelos petistas quando o
texto se refere implicitamente à desaceleração do Produto Interno Bruto
(PIB) do terceiro trimestre.
“O PIB só não foi maior por causa da deletéria política de juros do
Banco Central ‘independente’”, diz a proposta de resolução. “Indicado
por Jair Bolsonaro e pelo igualmente deletério ex-ministro Paulo Guedes,
o ainda presidente do BC, Roberto Campos Neto, mantém com seus
diretores a maior taxa de juros do planeta, sem que haja nenhuma
justificativa plausível para essa barbaridade.”
No diagnóstico do partido, a política de juros “sobrevive como um
prolongamento do governo anterior”, sabotando o crescimento da economia.
Petistas defendem Múcio fora da Defesa
Ao dar a largada para a pré-campanha de 2024, o PT também assinala
que travará um duro embate com a extrema-direita nas eleições
municipais. Afirma que, a partir dessas disputas, será possível
“organizar e consolidar a base popular necessária para mudar a
correlação de forças políticas e mudar o Brasil”.
O documento menciona os atos golpistas de 8 de janeiro e diz que isso
foi a “segunda derrota dos extremistas antidemocráticos”, após o revés
nas eleições. “O fato de eles permanecerem mobilizados contra o país,
quase um ano depois, impõe a necessidade de responsabilizar e punir, de
maneira firme e pedagógica, os comandantes políticos do golpismo, civis
ou militares, a começar por Jair Bolsonaro, para que nunca mais voltem a
ameaçar a democracia”.
A referência ao ex-presidente, tratado como “um adversário sem
escrúpulos”, permeia o texto. Para o PT, Bolsonaro se associou a
“comandantes militares desonrados”, com o objetivo de “ameaçar e
contestar” o processo eleitoral.
A certa altura, o partido cita o fato de Lula ter revogado “atos
criminosos de Bolsonaro”, que liberavam a venda e a posse de armas. Mais
adiante, diz ser preciso investir em uma “estratégia de comunicação
política” para denunciar fake news.
“É tarefa do PT, de nossos dirigentes e militantes, seguir incidindo
sobre a elaboração e implantação de políticas públicas em todos os
setores, inclusive sobre temas como Segurança Pública e o papel das
Forças Armadas, que não devemos tratar como tabus”, afirma o texto.
Em conversas reservadas, dirigentes do PT avaliam que o ministro da
Defesa, José Múcio Monteiro, atua como um “braço dos militares contra o
poder civil” e defendem a mudança do currículo adotado nas escolas de
formação de oficiais, considerado “pró-ditadura”. A opinião consta de
uma texto divulgado como contribuição ao debate do Diretório Nacional
por Valter Pomar, da Articulação de Esquerda, e tem o apoio da maior parte da cúpula do PT, que defende a saída de Múcio.
A criação do Ministério da Segurança Pública, área que hoje está
subordinado à Justiça, consta do programa de governo de Lula desde 2002.
Quando Dino foi escolhido para comandar a Justiça, no entanto,
convenceu o presidente eleito de que essa divisão seria ruim porque o
ministro perderia força e ficaria como uma espécie de “rainha da
Inglaterra”, se não pudesse comandar a Polícia Federal.
O Estadão apurou que o senador se recusou a
responder às perguntas formuladas pelas partes e deu explicações apenas
aos questionamentos do juiz do caso (veja abaixo). O Ministério Público Eleitoral não fez perguntas.
A coligação Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV),
que move uma das ações, preparou mais de 200 questionamentos. Moro não
era obrigado a comparecer ao depoimento nem a responder às indagações.
Ao deixar o prédio da Justiça Eleitoral, o senador falou com a
imprensa e reiterou que todos os seus gastos de campanha foram
declarados e respeitaram a legislação. “O que você tem é um monte de
nada, um grande castelo de cartas que nós começamos a desmontar hoje”,
afirmou.
Transferência do Podemos para o União Brasil
O senador foi questionado sobre a desfiliação do Podemos e a transferência para o União Brasil.
O Podemos foi o primeiro partido a filiar Moro quando o ex-juiz entrou
oficialmente na vida político-partidária. Ele migrou ao União Brasil,
após ver derreterem suas chances de vitória na corrida presidencial,
para lançar candidatura ao Senado. Moro rivalizou e venceu o ex-senador
Álvaro Dias, um dos idealizadores de sua campanha.
O ex-juiz da Operação Lava Jato afirmou que a transferência causou um “grande desgaste político”, mas que ficou sem alternativa no Podemos.
“Foi uma decisão muito difícil, porque eu sabia que seria acusado
pelo Podemos de ter violado o acordado, mas no fundo quem retirou a
possibilidade de candidatura presidencial foram eles. Para mim foi muito
pesado, porque muita gente que me apoiava começou a criticar”, narrou.
Moro também negou que a pré-candidatura a presidente tenha
impulsionado sua campanha ao Senado e que o movimento tenha sido
premediato. “Eu já era sobejamente conhecido no Paraná ou no Brasil
inteiro sem uma pré-candidatura presidencial”, afirmou.
Contratação de suplente para serviços jurídicos
O senador também foi questionado sobre a contratação do advogado Luis
Felipe Cunha, seu suplente, para prestar assessoria jurídica ao União
Brasil. Mesmo sem experiência em Direito Eleitoral, o advogado recebeu
R$ 1 milhão do partido.
Moro negou caixa dois e afirmou que os serviços foram prestados não
só para ele, mas também para outros pré-candidatos e ao próprio partido.
“Era importante para mim ter, dentre as pessoas que prestavam serviços
jurídicos, alguém de confiança”, justificou o senador. “Além do que,
serviços jurídicos não se traduzem em voto. Isso não me trouxe nenhuma
vantagem competitiva.”
O ex-juiz afirmou ainda que o advogado foi escolhido para ser seu
suplente porque os dois mantém amizade há vinte anos. “Essa é outra
sugestão, a meu ver leviana, de que teria havido uma espécie de venda da
vaga. Isso é absolutamente ofensivo, sem provas. É um grande amigo
pessoal meu e não recebi um tostão de Luis Felipe ou de qualquer
pessoa.”
Futuro do mandato
Moro enfrenta duas ações na Justiça Eleitoral, que o acusam de abuso
de poder econômico, abuso de poder político e uso indevido de meios de
comunicação na campanha ao Senado.
Um dos processos é movido pelo diretório estadual do PL, com aval do presidente nacional da sigla, Valdemar Costa Neto. O PL é o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, a quem Moro se aliou na campanha de 2022 contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Eles estavam rompidos desde que o ex-juiz deixou o cargo de ministro da
Justiça acusando Bolsonaro de tentar interferir na Polícia Federal para
blindar aliados de investigações. A segunda ação é movida pela
Federação Brasil da Esperança.
Os partidos questionam gastos na pré-campanha, quando Moro ainda
estava filiado ao Podemos, e na campanha, quando o senador migrou para o
União Brasil. São despesas como compra de carro blindado, compra de
celular, evento partidário e viagem. As campanhas no Brasil são
financiadas com recursos públicos do Fundo Eleitoral, que é repassado
aos partidos para custear as candidaturas.
“O que me deixa profundamente ofendido, violado até neste aspecto, é
quando as partes alegam que gastos com segurança deveriam ser
considerados para a cassação do meu mandato”, reagiu nesta quinta ao
deixar o TRE. “Andar de carro blindado e andar com segurança não traz
nenhuma vantagem em eleições.”
Moro justificou que o reforço na segurança foi colocado como condição
na negociação com os partidos para lançar candidatura. Disse ainda que a
atuação na Operação Lava Jato e no Ministério da Justiça o colocaram
como alvo. A Polícia Federal descobriu, em março, um plano do Primeiro Comando da Capital (PCC) para sequestrar e matar o senador.
“Eu fui juiz da Lava Jato, vim ao Brasil para uma eleição altamente
polarizada, na qual um candidato no passado chegou até a ser
esfaqueado”, justificou. “Além disso, meu trabalho como ministro da
Justiça, que nós fomos para cima do crime organizado, exigia. E nós
sabíamos que havia um risco de sofrermos atentado, como existe até hoje e
como depois até se confirmou.”
BRASÍLIA – O Banco Centralpublicou
nesta quinta-feira, 7, as regras de funcionamento do Pix Automático,
estabelecendo procedimentos operacionais. O Pix Automático é uma nova
função que permitirá pagamentos recorrentes pelo Pix,
que funciona como um tipo de débito em conta, para pagamentos de
faturas como conta de luz, água, telefone, mensalidades escolares,
assinaturas de streaming, entre outros.
Segundo o BC, a oferta do Pix Automático aos usuários pagadores será
obrigatória pelos participantes do Pix. “Os participantes que não forem
aprovados nos testes homologatórios e não disponibilizarem o Pix
Automático a seus usuários no lançamento do serviço, a ocorrer em 28 de
outubro de 2024, serão multados por dia de atraso na oferta (limitado a 60 dias).”
Segundo o BC, o Pix Automático foi desenhado de forma flexível e
parametrizável, podendo ser utilizado como forma de recebimento por
grande variedade de empresas, de diversos tamanhos e setores de atuação.
Para o pagador, a modalidade trará mais comodidade, oferecendo
alternativa de pagamento recorrente sem fricções. “Mediante autorização
prévia, dada no ambiente seguro da conta pelo próprio celular, o usuário
permitirá os débitos periódicos de forma automática, sem a necessidade
de autenticação a cada transação.”
Segundo o BC, para o usuário a receber, o Pix Automático tem
potencial para aumentar a eficiência, diminuir os custos dos
procedimentos de cobrança e reduzir inadimplência.
“A redução de custos é esperada, pois a operação independe de
convênios bilaterais, como ocorre atualmente no débito em conta, e
utiliza a infraestrutura já criada para o funcionamento do Pix. Além
disso, os procedimentos operacionais serão padronizados pela autoridade
monetária, o que facilita a implantação e aumenta a competição”, destaca
o BC.
Entre as regras gerais de funcionamento dessa nova modalidade, estão a
especificação de jornadas para autorização prévia; normas para o
cancelamento da autorização; regras para a rejeição e para a liquidação
da transação; funcionalidades a serem disponibilizadas ao usuário
pagador e ao usuário recebedor; regras de devolução e responsabilização
em caso de erro; limite diário para as transações relacionadas ao
produto, entre outras.
A resolução publicada nesta quinta pelo BC trata também das regras
relativas ao Pix Agendado, que tem o objetivo de aprimorar a prestação
de serviço. A principal alteração, segundo o BC, é que a funcionalidade
de recorrência, atualmente facultativa, passará a ser obrigatória a
partir de outubro de 2024.
“Embora ambos atendam a casos de uso relacionados a pagamentos
periódicos, Pix Automático e Pix Agendado recorrente possuem diferenças
que os tornam complementares. No Pix Automático, as instruções de
pagamento são sempre fornecidas pelo usuário recebedor, que deverá ser
necessariamente pessoa jurídica, mediante autorização prévia do usuário
pagador. Por sua vez, no Pix Agendado recorrente, as instruções de
pagamento são sempre fornecidas pelo próprio usuário pagador, que poderá
ter como destinatário pessoa física ou pessoa jurídica.”
O BC fez ainda ajustes para uniformizar procedimentos operacionais,
como uso do canal secundário de liquidação, definição do horário para
envio das ordens de pagamento, horário limite para cancelamento da
transação, entre outros. As resoluções foram publicadas no BC Correio.
A Aliança pela Internet Aberta, movimento formado
por associações e empresas de diversos tamanhos e setores, foi lançada
na quarta-feira, 6, em Brasília. O grupo é contrário à chamada taxa de
rede (network fee) no Brasil, que pode ser criada para subsidiar parte
dos custos da infraestrutura da internet, e defende “o direito à internet livre e neutra”.
A proposta de criação de uma taxa de rede é defendida por grandes
empresas do setor de telecomunicações. Esse valor deveria, segundo a
ideia, ser pago por provedoras de conteúdo e serviços que usam tráfego
de dados.
“A internet neutra é um direito conquistado pelos brasileiros desde o
Marco Civil da Internet de 2014. Nascemos em 2023 para ajudar o Brasil a
fazer um debate moderno e conectado à experiência internacional por uma
internet livre e sem pedágios”, diz a Aliança em seu site oficial. O
grupo tem como diretor-executivo o ex-deputado Alessandro Molon, relator
do Marco Civil da Internet.
Para as entidades, a proposta da taxa ocorre para compensar o volume
menor que o esperado de retorno das grandes empresas de
telecomunicações. Segundo eles, não se trata de uma iniciativa baseada
em evidências, mas de natureza comercial. A aliança ainda pontua que a
taxa de rede já foi problemática na Europa, “onde a ideia foi requentada
e é novamente contestada por quase todos os atores, inclusive o
regulador das telecomunicações”, segundo o folheto do grupo.
Agile Marketing é a adaptação das metodologias ágeis, nascidas no
universo do desenvolvimento de softwares, para a área de marketing.
Trata-se de um conjunto de valores, princípios e ações que tornam as
estratégias mais eficientes e adaptáveis às mudanças do mercado.
Você ainda trabalha com planos anuais de marketing? E ainda realiza
reuniões sem fim que poderiam ser substituídas por emails? Então, está
na hora de conhecer o Agile Marketing e se adaptar aos novos tempos.
Nesta época em que vivemos, mudanças são rápidas e constantes. Não dá
mais para esperar um ano inteiro para rever as estratégias de
marketing. Não dá mais para perder horas em reuniões improdutivas.
O Agile Marketing, portanto, veio para colocar as equipes de
marketing na era digital. Adaptada da área de desenvolvimento, essa
metodologia ágil faz com que as empresas respondam rapidamente às
mudanças do mercado, de forma colaborativa e focada no consumidor.
Agora, você vai conhecer tudo sobre o Agile Marketing, por que vale a
pena adotar essa metodologia e como ela funciona. Vamos lá?
O que é Agile Marketing
Quais são os fundamentos do Agile Marketing
Por que adotar o Agile Marketing
Frameworks de Agile Marketing
Como funciona na prática
Ferramentas auxiliares para o Agile Marketing
O que é Agile Marketing?
Agile Marketing é uma metodologia ágil de gestão de projetos que
utiliza ciclos curtos de trabalho, com uma abordagem iterativa e
incremental, para gerar melhorias contínuas nas estratégias de
marketing.
A proposta é não ficar parado no tempo diante das mudanças de mercado
e das respostas dos consumidores às estratégias, que acontecem hoje de
maneira constante e acelerada. O marketing precisa agir mais
rapidamente.
Para isso, a metodologia provoca algumas transformações nas equipes de marketing.
Se elas querem ser ágeis, precisam ser mais colaborativas e ter mais flexibilidade;
Se querem responder rapidamente ao mercado, precisam estar sempre focadas no consumidor;
Se querem ter melhorias contínuas, precisam planejar e avaliar as estratégias em períodos mais curtos.
Com esse conjunto de mudanças, o marketing consegue se tornar mais
produtivo, maximizar a eficiência e melhorar as entregas.
Consequentemente, consegue também entrar na velocidade da transformação
digital pelas quais as empresas estão passando atualmente.
Origem do Agile Marketing
As metodologias ágeis (também conhecidas simplesmente como “agile”)
nasceram na área de desenvolvimento de softwares, com o objetivo de
criar produtos melhores e mais rapidamente.
Hoje elas já foram adaptadas para diversas indústrias e setores, como construção, educação, finanças e, é claro, marketing.
Mas se engana quem pensa que agile é um assunto recente. Lá em 1970,
os desenvolvedores já estavam preocupados com seus processos de
trabalho. Naquele ano, Winston Royce, cientista da computação, publicou
um artigo sobre o desenvolvimento de grandes softwares.
Para o autor, eles deveriam ser criados em etapas sequenciais de
desenvolvimento, o que futuramente seria nomeado de metodologia
“waterfall” (ou “cascata”). Essa é a metodologia mais usada pelas
empresas, não só no desenvolvimento de softwares, mas também no
marketing e outras áreas.
Porém, o próprio autor reconhece as limitações dessa metodologia e
propõe que o desenvolvimento dê passos para frente e para trás até
chegar ao objetivo final com a melhor entrega. Assim foram lançadas as
bases do agile.
Modelo ágil
Muitas discussões aconteceram a partir desse estudo. Mas foi em 2001,
diante do início da era digital, que um grupo de profissionais de
tecnologia buscou consolidar a metodologia ágil no mercado.
Naquele ano, eles lançaram o Agile Manifesto, que se tornou uma
bíblia para os evangelizadores da metodologia ágil. Esse manifesto traz
um conjunto de 4 valores e 12 princípios para o desenvolvimento ágil de
software. Os quatro valores são os seguintes:
Indivíduos e interações mais que processos e ferramentas;
Software em funcionamento mais que documentação abrangente;
Colaboração com o cliente mais que negociação de contratos;
Responder às mudanças mais que seguir um plano.
Embora percebam o valor que há nos itens à direita, os profissionais
que adotam o desenvolvimento ágil passam a valorizar mais os elementos à
esquerda.
Além disso, há também os 12 princípios do desenvolvimento de software ágil. Eles podem ser resumidos assim:
Priorizar a satisfação do cliente com entregas rápidas e contínuas;
Aceitar mudanças em qualquer estágio do processo, mesmo que tardiamente;
Entregar softwares com mais frequência e na menor escala de tempo;
Alinhar gestores e desenvolvedores diariamente durante todo o projeto;
Oferecer ambiente, suporte e confiança para manter a equipe motivada;
Conversar com e entre a equipe de perto, presencialmente, cara a cara;
Entender o funcionamento dos softwares como principal medida de progresso;
Manter um ritmo de desenvolvimento constante e contínuo;
Ter atenção contínua à excelência técnica e ao bom design para ter mais agilidade;
Simplificar para ter mais eficiência;
Proporcionar autonomia para as equipes se organizarem;
Avaliar a efetividade em intervalos regulares para ajustar o projeto.
Esses princípios, portanto, norteiam a metodologia ágil no
desenvolvimento de softwares. Mas cada indústria que absorve o agile
precisa adaptar esses valores e princípios ao seu contexto.
Quais são os fundamentos do Agile Marketing?
A partir do Agile Manifesto, a metodologia ágil se espalhou pelos
departamentos de desenvolvimento de softwares e de TI. Porém, os outros
setores compreenderam que aquela metodologia poderia se adaptar aos seus
contextos e trazer ganhos de agilidade, produtividade e eficiência.
Então, foi a vez dos profissionais de marketing criarem o seu
manifesto. Em 2012, o evento SprintZero reuniu profissionais de
marketing em São Francisco (EUA), que documentaram os valores fundantes
de uma metodologia ágil para o marketing. Assim surgiu o Agile Marketing
Manifesto.
Embora não seja tão consagrado quanto o original, esse manifesto
serve como um norteador para as empresas e profissionais que quiserem
adotar essa metodologia. Ele traz 7 valores e 10 princípios para a
adoção da metodologia ágil no marketing.
Vamos nos aprofundar agora em cada um dos 7 valores do Agile
Marketing. Eles podem parecer simples, mas provocam transformações
profundas na forma tradicional de fazer marketing. Vamos a eles:
Validar aprendizado mais que seguir opiniões e convenções
No evento SprintZero, esse foi o valor mais votado
pelos participantes, que queriam deixar claro o caráter não-linear do
Agile Marketing. Essa metodologia consiste em um processo circular e
constante de validação do aprendizado por meio das etapas de
implementar-mensurar-aprender.
Assim, em vez de basear as decisões em convenções do mercado ou em
opiniões de quem tem mais poder na hierarquia, essa metodologia trabalha
com dados, testes e experimentações.
Esquema metodologia ágil
Colaboração centrada no consumidor mais que isolamento e hierarquia
O Agile Marketing prevê que as equipes trabalhem em colaboração e com foco nas necessidades do consumidor.
Nesse modelo de trabalho, o conhecimento é compartilhado entre a
equipe e com outros departamentos (vendas, TI etc.) e as tomadas de
decisão são conjuntas, sempre de olho nas demandas do cliente.
No marketing tradicional, por outro lado, podem ocorrer dois
problemas: a criação de silos, que isolam o conhecimento e geram uma
guerra departamental, e o cumprimento rígido de hierarquias, que
burocratizam a comunicação e a tomada de decisões. O marketing ágil quer
flexibilizar essas estruturas.
Campanhas adaptativas e iterativas mais que grandes campanhas lineares
O marketing costuma criar campanhas publicidade sob o modelo de
desenvolvimento linear (waterfall ou cascata, como vimos antes). O
problema é que elas levam um grande orçamento para ficarem no mercado
por um longo tempo, sem a previsão de adaptações e correções.
O Agile Marketing, então, propõe uma abordagem não-linear e
iterativa, que comece com uma pequena estratégia. O marketing deve
implementá-la, aprender com o seu sucesso ou fracasso, ajustar, lançar
de novo e continuar aprendendo para aprimorar a estratégia.
O processo de descoberta do consumidor mais que previsões estáticas
As pesquisas de mercado subsidiam o conhecimento sobre o cliente no
marketing tradicional. Porém, consumidores são imprevisíveis e podem se
comportar de maneiras que as pesquisas não indicam. Por isso, o
entendimento sobre o cliente é um trabalho árduo e contínuo.
No Agile Marketing, o aprendizado sobre o consumidor é um processo de
descoberta. Ao longo da criação de projetos, é preciso acompanhar os
comportamentos, mensurar as respostas às estratégias e aprimorar esse
conhecimento. Mais uma vez, o aprendizado cumpre um processo não-linear.
Planejamento flexível mais que planejamento rígido
Agile Marketing exige flexibilidade. Se não, como a empresa vai se
adaptar às mudanças do mercado e às respostas dos consumidores às suas
estratégias?
Para explicar isso, o manifesto faz uma comparação com uma guerra:
assim como planos de batalha não sobrevivem ao contato com o inimigo,
planos de marketing também não resistem ao contato com o mercado — uma
realidade de mudanças constantes e aceleradas.
Portanto, aquele planejamento anual de 30 páginas não faz sentido em
um marketing ágil que se adapta à realidade. No Agile Marketing, ciclos
curtos de trabalho demandam um planejamento mais rápido e objetivo, que
se adapte ao mercado e permita aprimorar a estratégia continuamente.
Responder às mudanças mais que seguir um plano
Perceba que esse valor é igual ao que o manifesto ágil original traz.
Responder às mudanças é necessário tanto no desenvolvimento de
softwares quanto no marketing. Afinal, vivemos em um mercado dinâmico,
com comportamentos e jornadas de compra imprevisíveis.
Portanto, em vez de seguir o plano de marketing cegamente, o Agile
Marketing vê mudanças como parte do processo e como oportunidade para
melhorar as estratégias.
Não importa se essa mudança vai alterar todo o planejamento — o
importante é se adaptar ao mercado e ganhar vantagem competitiva.
Pequenos experimentos mais que grandes apostas
Imagine que marketing da sua empresa leva meses para planejar uma
grande campanha, envolve vários colaboradores no time e dedica boa parte
do orçamento anual a ela.
Ao lançar a campanha, porém, o público não adere à abordagem. Se você
deixar para avaliar e ajustar a campanha só daqui a um mês, como
previsto no planejamento, pode ser tarde demais…
Em vez disso, o marketing ágil propõe que a equipe faça pequenos
experimentos em períodos mais curtos. A intenção é provar seu sucesso ou
fracasso rapidamente, logo fazer os ajustes e assim melhorar a
estratégia sucessivamente para alcançar os melhores resultados.
Esquema experimentos na metodologia ágil
Além desses valores, o manifesto traz também 10 princípios para o
Agile Marketing. Embora não tenham sido votados no evento SprintZero,
eles foram propostos pelos profissionais envolvidos e também ajudam a
nortear o marketing ágil. Eles podem ser traduzidos e resumidos assim:
Priorizar a satisfação do cliente com entregas rápidas e contínuas para resolver problemas;
Abraçar as mudanças e responder rapidamente a elas como fonte de vantagem competitiva;
Entregar programas de marketing com mais frequência, de algumas semanas a alguns meses, de preferência na menor escala de tempo;
Alinhar o marketing com gerência, vendas e desenvolvimento;
Oferecer ambiente, suporte e confiança para manter a equipe motivada;
Entender o aprendizado (implementar-mensurar-aprender) como principal medida de progresso;
Manter um ritmo de desenvolvimento constante e contínuo;
Aceitar o fracasso e o aprendizado com as falhas;
Ter atenção contínua aos fundamentos de marketing e ao design para aumentar a agilidade;
Simplificar para ter mais eficiência.
Por que adotar o Agile Marketing?
Agora que você já conhece melhor o conceito, vamos entender por que o Agile Marketing vale a pena.
Certamente não é uma mudança da noite para o dia — adotar o Agile
Marketing exige transformações de posturas, mentalidades e formas de
organização no seu negócio. Mas certamente você vai perceber as
vantagens desse processo.
Estas são as principais:
Aumenta a produtividade
O Agile Marketing permite que a equipe alcance mais resultados em
menos tempo. Isso se chama produtividade. De acordo com o relatório The
State of Agile Marketing, aumentar a produtividade é o principal motivo
para adotar o marketing ágil.
Com agilidade nos processos, não se perde mais tempo com reuniões
improdutivas ou com projetos que não miram na satisfação do consumidor. A
dedicação é total para as soluções que trazem resultados para o
negócio.
Motivos para a adoção do Agile Marketing
Fonte: The State of Agile Marketing
Traz eficiência
Eficiência consiste em fazer as coisas da melhor maneira. É isso que o
Agile Marketing traz para as estratégias: com pequenos experimentos e
campanhas iterativas, você consegue identificar falhas e oportunidades
de melhoria antes de ganhar o mercado. Assim, é possível chegar aos
resultados sem desperdício de recursos.
Mantém o foco no consumidor
Muitas vezes o marketing tradicional olha mais para a marca e os seus
produtos do que para o mercado. Porém, temos consumidores cada vez mais
informados e exigentes, então é preciso atender às suas demandas e
entregar valor a eles.
O Agile Marketing, então, mantém o foco total no consumidor durante
todo o processo de criação de campanhas. A maneira como eles respondem
às estratégias é o que direciona os ajustes e investimentos futuros, com
um caráter de melhoria contínua.
Adapta-se às mudanças
O Agile Marketing abraça as inevitáveis mudanças do mercado. Em vez
de fazer planos para 6 meses ou 1 ano, como no marketing tradicional, as
equipes ágeis preparam planos flexíveis que podem se adaptar a qualquer
momento.
Assim, em vez de ignorar as mudanças ou enxergá-las como problemas, o
Agile Marketing procura as oportunidades do cenário para mudar
prioridades e adaptar as campanhas rapidamente.
Aumenta o alinhamento da equipe
Equipes ágeis se reúnem constantemente para rever os planos,
compartilhar as atividades, fazer testes e mensurar resultados. São
reuniões rápidas, geralmente diárias, para manter a equipe alinhada
entre si e com as outras áreas da empresa.
Dessa maneira, o marketing ganha transparência, a comunicação interna melhora e o projeto tem melhor visibilidade entre todos.
Fomenta a inovação
Inovação exige agilidade. Ideias, campanhas e produtos inovadores não
surgem em estruturadas rígidas e hierarquizadas, nem podem ficar presos
em processos burocráticos de aprovação e tomada de decisão.
Para inovar, é preciso ter colaboração, autonomia, foco no consumidor
e rápida adaptação ao mercado — tudo o que o Agile Marketing traz.
Colabora para a transformação digital
A transformação digital também exige agilidade. Quando se fala nesse
processo, não estamos falando apenas de ferramentas ou tecnologia.
Estamos falando de uma transformação que insira a empresa na
velocidade da era digital. Com as metodologias ágeis, portanto, a
empresa entra nesse ritmo.
Frameworks de Agile Marketing
Frameworks de Agile Marketing são modelos de trabalho que permitem aplicar e gerenciar a metodologia ágil na prática.
Eles têm o papel de organizar a estrutura e as atividades do
marketing para garantir agilidade em um ambiente que costuma ser
caótico, com prazos estourados, ideias em profusão e comunicação
ruidosa.
Os frameworks que são usados no marketing derivam daqueles usados no
desenvolvimento de softwares. Observe como funciona na prática e como
você pode adaptar ao seu departamento de marketing:
Scrum
Scrum talvez seja o framework mais conhecido e usado nas metodologias
ágeis. As equipes Scrum trabalham com ciclos curtos de 1 a 4 semanas
(chamados de sprints) em que os feedbacks do mercado são usados para
aprimorar campanhas e produtos.
Uma das prioridades do Scrum é a colaboração. A metodologia prevê
encontros diários (chamados de stand up) para compartilhar as atividades
de cada membro, o que gera transparência e melhora a comunicação.
Além disso, os profissionais de marketing trabalham em times
dedicados e integrados, não apenas entre si, mas também com outros
setores.
Para organizar esse trabalho, a equipe é dividida em três diferentes papéis:
Product owner (profissional que tem a visão geral da campanha ou produto para direcionar cada sprint);
Membros do time (equipe de 5 a 9 profissionais multidisciplinares);
Scrum Master (profissional especializado na metodologia e focado no processo).
Além disso, a metodologia Scrum costuma usar ferramentas visuais para
facilitar o acompanhamento das atividades por todos os membros.
Basicamente, são usados os seguintes recursos:
Product backlog (lista as ambições da equipe e como pretende chegar lá);
Sprint backlog (lista os projetos e prazos que precisam ser cumpridos a cada sprint);
Scrum board (mostra as atividades de cada membro e o seu status atual no sprint).
Então, na prática, são realizados quatro tipos de reunião em cada
sprint durante o processo de criação de uma campanha ou produto. Assim,
elas compõem um processo iterativo baseado em feedbacks, em que os
objetivos vão sendo alcançados passo a passo. São elas:
Sprint planning (define os objetivos do sprint e seus responsáveis);
Stand up meetings (verificam se as atividades estão de acordo com o planejamento);
Review (entrega os resultados do sprint e os feedbacks da equipe e do mercado);
Retrospectiva (avalia o processo e como pode melhorar no próximo sprint).
Talvez você já tivesse escutado algumas dessas palavras, mas não
sabia o que significavam, não é? Pronto, agora você já sabe os
principais métodos e conceitos do Scrum para adaptar ao seu negócio.
Kanban
Kanban é uma metodologia visual de gestão de processos. Essa palavra tem origem japonesa e pode ser traduzida como “painel”.
Esse painel consiste em um quadro (conhecido como Kanban Board) que
permite facilmente visualizar todo o fluxo de trabalho. Para muitas
empresas que já utilizam esse método, ele consiste em um quadro de
post-its na parede ou de cards online.
Esse quadro é o que a torna simples e acessível. Ele é dividido em
colunas que representam os passos de um projeto. No Marketing de
Conteúdo, por exemplo, ele poderia se dividir em pesquisa, planejamento,
redação, design, edição, revisão, promoção, mensuração e otimização.
Em um modelo simples, poderia ser dividido apenas em:
A fazer;
Em progresso;
Finalizado.
Para cada passo, o quadro deve informar as tarefas necessárias e os
responsáveis por elas. À medida que as tarefas mudarem de status, elas
são movidas pelo quadro, da esquerda para a direita.
O quadro pode ainda incluir um backlog de tarefas que ainda não estão
prontas para serem trabalhadas (em alguns casos, funciona como um
brainstorm).
Dessa forma, o Kanban oferece uma visão dinâmica do todo, permite
gerenciar facilmente as tarefas, proporciona transparência para toda a
equipe e ainda ajuda a manter o foco nas prioridades.
Além disso, o quadro elimina a necessidade de várias reuniões que
serviriam apenas para atualizar a equipe sobre o andamento das
atividades.
Mas Kanban não é apenas um quadro de tarefas. Kanban é uma
metodologia ágil que vai além da ferramenta e pressupõe um fluxo
contínuo de trabalho, autonomia e comprometimento dos colaboradores e
adaptação às mudanças a qualquer momento.
Portanto, é diferente do Scrum, que é feito de sprints regulares,
papéis pré-definidos e adaptações somente ao final dos sprints. Por ser
mais simples, muitas vezes o Kanban é o primeiro passo das empresas nas
metodologias ágeis.
Scrumban
Scrumban, como o nome pressupõe, é uma combinação das metodologias
Scrum e Kanban. Em geral, consiste na adoção dos passos e conceitos do
Scrum com a metodologia visual do Kanban.
Assim, o quadro de tarefas é usado para visualizar as tarefas de cada
sprint, de maneira que os times tenham uma visão ampla e simplificada
do andamento do projeto.
Cabe à empresa, então, definir como organizar os times e se há papéis pré-definidos (como o product owner e o scrum master).
Quem utiliza o Scrumban geralmente quer ter um pouco mais de
flexibilidade na adoção do Scrum ou está em transição de uma metodologia
ágil menos madura para uma mais madura.
Lean
Lean é um framework de metodologia ágil focado em simplificar
processos. A palavra “lean” pode ser traduzida como “enxuto”, o que
ajuda a entender a proposta da metodologia: tornar os processos mais
enxutos para usar apenas o tempo e os recursos necessários.
O Lean é indicado para empresas e projetos pequenos e mais objetivos.
Não por acaso, ganhou força no universo das startups, que têm equipes
enxutas e recursos escassos e precisam escalar o seu negócio
rapidamente.
Para isso, a metodologia pressupõe a eliminação de desperdícios e
redução na complexidade das tarefas, sem perder a qualidade e o foco na
satisfação do consumidor. A mentalidade aqui é agir rapidamente, iterar
com frequência e entregar valor.
Isso deve acontecer por meio do processo constante de validação do
aprendizado que explicamos antes — implementar-mensurar-aprender —, sem
medo dos fracassos. Reuniões rápidas de feedback ajudam a alinhar a
equipe e aprimorar os processos.
Dessa maneira, o Lean se adapta rapidamente às respostas do mercado e facilita a inovação.
Como funciona o Agile Marketing na prática
Na prática, a maioria das empresas adota modelos híbridos. Segundo o
relatório The State of Agile Marketing, 54% dos profissionais de
marketing ágil usam alguma combinação entre os frameworks.
Scrumban é um exemplo, mas existem outros modelos híbridos. Você
também pode combinar Scrum e Lean, Kanban e Lean ou até utilizar um
pouco dos três frameworks principais. O que importa é adaptar à sua
realidade.
Equipe
Você já começa a adaptar o framework quando pensa no tamanho da sua
equipe. O Scrum, por exemplo, diz que os times devem ter no máximo 9
pessoas — então, você decide se usa um framework mais flexível ou adapta
o tamanho da equipe envolvida.
Esse time deve ser formado por profissionais multifuncionais e
auto-organizados, que serão responsáveis pelas entregas ao final de cada
sprint do Scrum ou de cada etapa do Kanban.
Além disso, no Scrum, você também deve definir um Product Owner e um
Scrum Master. Mas, se optar por um modelo híbrido, esses papéis não
precisam ser pré-definidos. Geralmente eles são exercidos pelo gerente
de marketing ou até pelo dono do negócio.
No Agile Marketing, o P.O. pode ser um Marketing Owner, ou seja,
aquele profissional que tem uma visão clara da estratégia. É ele quem
define o product backlog (ou marketing backlog) e o sprint backlog, com
as prioridades e entregas desejadas.
Se houver um bom alinhamento, os backlogs podem ser criados em conjunto na reunião de sprint planning.
Já o Scrum Master é o braço direito do Marketing Owner. É ele quem
entende mais sobre o framework, busca as melhores alternativas e mantém a
equipe engajada no processo.
Sprints
Na criação de uma campanha de Google Ads, por exemplo, o product
backlog pode trazer tarefas como a criação dos anúncios e da landing
page. Já um sprint backlog pode definir a pesquisa de público-alvo, a
criação do texto e do layout da página como principais entregas.
Então, ao longo do sprint, o time vai executar as ações incluídas no
sprint backlog para atingir os objetivos definidos pelo Marketing Owner.
Não há uma regra, mas os sprints podem durar uma semana, 15 dias, no
máximo um mês.
Nas reuniões de stand up diárias, a equipe compartilha o andamento
das suas atividades junto ao Scrum Board (ou pelo Kanban Board, conforme
a sua opção). Nesse momento, cabe ao Scrum Master eliminar barreiras e
colocar a equipe no caminho das entregas do sprint.
Então, ao final do sprint, é realizado o review, que levanta os
feedbacks do mercado e possíveis adaptações à campanha. Se o texto do
anúncio não teve um bom feedback, por exemplo, ele pode entrar no
backlog do próximo sprint.
Depois disso, ainda é realizada a retrospectiva, uma reunião que
proporciona a autoavaliação da equipe e de cada membro e gera um plano
de melhorias para o próximo sprint. Perceba, então, como o processo
adota uma mentalidade de melhoria contínua para gerar as melhores
entregas.
Perceba também que os frameworks não são rígidos, nem funcionam da
mesma forma para todo mundo. Eles devem ser usados como for melhor para a
sua equipe, o tamanho do negócio, a sua cultura organizacional e o
momento da sua empresa. É por isso que muitas empresas mesclam as
propostas.
Além disso, ao conhecer os frameworks de Agile Marketing, perceba que
a metodologia não pode ficar só no discurso da gestão do marketing, nem
se limitar ao uso de ferramentas avulsas ou de quadros de post-its no
escritório. É preciso adotar métodos que viabilizem a sua aplicação
prática no fluxo completo do marketing.
Ferramentas auxiliares para o Agile Marketing
Falamos antes sobre o quadro de post-its, não é? Essa ferramenta
costuma ser bastante usada pelas empresas (mesmo por aquelas que sequer
sabem o que é Kanban ou metodologias ágeis…). Ela é muito simples e
visual, por isso faz bastante sucesso.
Mas essa não é a única ferramenta que você pode usar no Agile
Marketing. Uma vez que o quadro de post-its é um recurso físico, ele
exige um acompanhamento presencial.
Porém, a adoção do home office por muitas empresas e a mobilidade dos
colaboradores demandam ferramentas online que permitam a visualização e
a colaboração remotas.
Então, vamos citar agora algumas ferramentas digitais que vão ajudar
você a implementar as metodologias ágeis e controlar os projetos de
marketing de maneira mais inteligente. Confira
Studio kanban
Studio é uma ferramenta que ajuda a gerenciar projetos de maneira
visual e colaborativa. Amplamente usada por agências, a ferramenta . é
extremamente completa e ainda atende equipes de marketing in-house.
Com opções de visualização no modelo Kanban, o Studio permite que
você crie e visualize projetos e tarefas suas ou de toda a equipe, de
modo que seja possível integrar a sua estratégia , preenchendo gaps de
comunicação e alinhamento que possam vir a ocorrer.
Você pode convidar todos os colaboradores que participam do projeto,
de maneira que possam visualizar o andamento e movimentar os cards
conforme mudarem o status das tarefas.
A ferramenta permite ainda adicionar observações aos cards, definir
prazos de entrega, criar briefings, anexar documentos entre outros
recursos.
Planilhas do Google
Google Sheets
Planilhas são a solução para diferentes áreas de trabalho. Elas
servem também para o Agile Marketing, se você quiser fazer a gestão do
projeto de maneira mais rudimentar, mas totalmente customizada.
Para fazer isso, prefira o Google Sheets (ou Planilhas do Google),
que armazena os arquivos na nuvem e permite compartilhar com a equipe.
Lá você pode criar um Scrum ou Kanban Board para visualizar as
atividades de cada membro e o andamento do projeto como um todo.
Slack
O Slack é uma ferramenta de comunicação que pode ajudar muito no
Agile Marketing. Afinal, quem trabalha nesse setor sabe como as
conversas podem ficar confusas em trocas de emails ou mensagens por
WhatsApp.
A proposta do Slack, então, é organizar a comunicação entre equipes
de trabalho com uma ferramenta profissional. A ferramenta agrupa todas
as mensagens em um só lugar, armazena o histórico e permite criar canais
para diferentes projetos e setores.
Armazenamento na nuvem
Um trabalho colaborativo só é possível se os dados, arquivos e
documentos forem facilmente compartilhados entre os integrantes da
equipe, mesmo se estiverem à distância.
Se antes isso só era possível com o uso de disquetes (!) e pendrives,
hoje existem os softwares de armazenamento na nuvem, como Google Drive,
Dropbox e OneDrive.
Eles permitem criar pastas e arquivos compartilhados e trabalhar em
conjunto em tempo real. Além disso, podem ser integrados com outros
programas, como o Trello e o Slack. Dessa maneira, o trabalho ganha
qualidade e agilidade.
Agora, perceba que o Agile Marketing vai muito além das ferramentas,
que talvez você até já use mesmo sem ainda saber o que é uma metodologia
ágil. Mas agora você já sabe o que é e como funciona.
Está claro que o Agile Marketing é uma metodologia de trabalho que
exige mudanças de cultura, mentalidade e procedimentos. É preciso
entender a fundo, escolher o framework mais adequado ao seu negócio e
envolver a equipe nessas mudanças.
Não é uma transformação que acontece de uma hora para outra, mas em
pouco tempo você pode perceber o impacto na agilidade do marketing em
responder à realidade do mercado.
ESCALANDO NEGÓCIOS DA VALEON
1 – Qual é o seu mercado? Qual é o tamanho dele?
O nosso mercado será atingir os 766 mil habitantes do Vale do
Aço e poder divulgar os produtos / serviços para vocês clientes,
lojistas, prestadores de serviços e profissionais autônomos e obter dos
consumidores e usuários a sua audiência.
A ValeOn atenderá a todos os nichos de mercado da região e
especialmente aos pequenos e microempresários da região que não
conseguem entrar no comércio eletrônico para usufruir dos benefícios que
ele proporciona. Pretendemos cadastrar todas as empresas locais com
CNPJ ou não e coloca-las na internet.
2 – Qual problema a sua empresa está tentando resolver? O mercado já expressou a necessidade dessa solução?
A nossa Plataforma de Compras e Vendas que ora
disponibilizamos para utilização das Empresas, Prestadores de Serviços e
Profissionais Autônomos e para a audiência é um produto inovador sem
concorrentes na região e foi projetada para atender às necessidades
locais e oferecemos condições de adesão muito mais em conta que qualquer
outro meio de comunicação.
Viemos para suprir as demandas da região no que tange a
divulgação de produtos/serviços cuja finalidade é a prestação de
serviços diferenciados para a conquista cada vez maior de mais clientes e
públicos.
O nosso diferencial está focado nas empresas da região ao
resolvermos a dor da falta de comunicação entre as empresas e seus
clientes. Essa dor é resolvida através de uma tecnologia eficiente que
permite que cada empresa / serviços tenha o seu próprio site e possa
expor os seus produtos e promoções para os seus clientes / usuários ao
utilizar a plataforma da ValeOn.
3 – Quais métodos você usará para o crescimento? O seu mercado está propício para esse tipo de crescimento?
Estratégias para o crescimento da nossa empresa
Investimento na satisfação do cliente. Fidelizar é mais barato do que atrair novos clientes.
Equilíbrio financeiro e rentabilidade.
Capital de giro, controle de fluxo de caixa e análises de rentabilidade
são termos que devem fazer parte da rotina de uma empresa que tenha o
objetivo de crescer.
Desenvolvimento de um planejamento
estratégico. Planejar-se estrategicamente é como definir com
antecedência um roteiro de viagem ao destino final.
Investimento em marketing. Sem marketing,
nem gigantes como a Coca-Cola sobreviveriam em um mercado feroz e
competitivo ao extremo.
Recrutamento e gestão de pessoas. Pessoas são sempre o maior patrimônio de uma empresa.
O mercado é um ambiente altamente volátil e competitivo. Para
conquistar o sucesso, os gestores precisam estar conectados às demandas
de consumo e preparados para respondê-las com eficiência.
Para isso, é essencial que os líderes procurem conhecer (e
entender) as preferências do cliente e as tendências em vigor. Em um
cenário em que tudo muda o tempo todo, ignorar as movimentações externas
é um equívoco geralmente fatal.
Planeje-se, portanto, para reservar um tempo dedicado ao
estudo do consumidor e (por que não?) da concorrência. Ao observar as
melhores práticas e conhecer quais têm sido os retornos, assim podemos
identificar oportunidades para melhorar nossa operação e, assim,
desenvolver a bossa empresa.
4 – Quem são seus principais concorrentes e há quanto tempo
eles estão no mercado? Quão grandes eles são comparados à sua empresa?
Descreva suas marcas.
Nossos concorrentes indiretos costumam ser sites da área,
sites de diretório e sites de mídia social. Nós não estamos apenas
competindo com outras marcas – estamos competindo com todos os sites que
desejam nos desconectar do nosso potencial comprador.
Nosso concorrente maior ainda é a comunicação offline que é
formada por meios de comunicação de massa como rádios, propagandas de
TV, revistas, outdoors, panfletos e outras mídias impressas e estão no
mercado há muito tempo, bem antes da nossa Startup Valeon.
5 – Sua empresa está bem estabelecida? Quais práticas e procedimentos são considerados parte da identidade do setor?
A nossa empresa Startup Valeon é bem estabelecida e
concentramos em objetivos financeiros e comerciais de curto prazo,
desconsideramos a concorrência recém chegada no mercado até que deixem
de ser calouros, e ignoramos as pequenas tendências de mercado até que
representem mudanças catastróficas.
“Empresas bem estabelecidas igual à Startp Valeon devemos começar a pensar como disruptores”, diz Paul Earle,
professor leitor adjunto de inovação e empreendedorismo na Kellogg
School. “Não é uma escolha. Toda a nossa existência está em risco”.
6 – Se você quiser superar seus concorrentes, será necessário escalar o seu negócio?
A escalabilidade é um conceito administrativo usado para
identificar as oportunidades de que um negócio aumente o faturamento,
sem que precise alavancar seus custos operacionais em igual medida. Ou
seja: a arte de fazer mais, com menos!
Então, podemos resumir que um empreendimento escalável é
aquele que consegue aumentar sua produtividade, alcance e receita sem
aumentar os gastos. Na maioria dos casos, a escalabilidade é atingida
por conta de boas redes de relacionamento e decisões gerenciais bem
acertadas.
Além disso, vale lembrar que um negócio escalável também
passa por uma fase de otimização, que é o conceito focado em enxugar o
funcionamento de uma empresa, examinando gastos, cortando desperdícios e
eliminando a ociosidade.
Sendo assim, a otimização acaba sendo uma etapa inevitável
até a conquista da escalabilidade. Afinal de contas, é disso que se
trata esse conceito: atingir o máximo de eficiência, aumentando clientes, vendas, projetos e afins, sem expandir os gastos da operação de maneira expressiva.
Pretendemos escalar o nosso negócio que é o site marketplace da Startup Valeon da seguinte forma:
objetivo final em alguma métrica clara, como crescimento percentual em vendas, projetos, clientes e afins;
etapas e práticas que serão tomadas ao longo do ano para alcançar a meta;
decisões acertadas na contratação de novos colaboradores;
gerenciamento de recursos focado em otimização.
Nossos contatos: Fones: (31) 3827-2297 e (31) 98428-0590 (App)
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro,
decidiu subir o tom de sua retórica acerca do território que pretende
tomar da Guiana, a região de Essequibo, após o plebiscito que convocou
sobre o tema ser um fracasso de público.
Com isso, visa galvanizar apoio doméstico e cria um problema regional
maior, que afeta seu aliado Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Na terça (5), Maduro apresentou o que considera o novo mapa de seu
país, amputando 70% do território do país vizinho, anunciou concessões
petrolíferas em terras que não tem e nomeou um general para assumir um
posto fronteiriço como “única autoridade” da região.
No processo, todo ele ao arrepio da lei internacional, esqueceu de
falar sobre os moradores de Essequibo, cerca de 120 mil pessoas, e
reservou os apupos de praxe contra os Estados Unidos, apontados como
potência colonial porque a americana ExxonMobil explora desde 2019 os
campos de petróleo da região disputada desde o século 19.
Com tudo isso, Maduro tenta mascarar o fato de que apenas 50,7% dos
20,7 milhões aptos a votar no plebiscito do domingo (3) apareceram, isso
segundo o governo. A oposição aponta que o número pode ser bem menor.
O ditador pode se gabar de que 96% disseram sim, na média, às cinco
perguntas direcionadas por Caracas para justificar a anexação de
Essequibo e refutar a jurisdição da disputa na Corte Internacional de
Justiça, conforme diz a ONU. Isso aconteceria mesmo se María Corina
Machado, a por ora inelegível líder da oposição, estivesse no poder.
Essequibo está para a Venezuela assim como as ilhas Malvinas estão para a
Argentina.
Maduro brinca assim de general Leopoldo Galtieri, ditador argentino
que resolveu tentar salvar seu regime invadindo e ocupando o arquipélago
do Reino Unido em 1982. O discípulo de Hugo Chávez (1954-2013) alimenta
fama de fanfarrão, mas conhece o resultado daquela aventura, derrota e
implosão da junta militar em Buenos Aires.
Com 123 mil militares e Forças Armadas bem equipadas para o padrão
regional, embora nada se saiba sobre seu índice de operacionalidade, a
Venezuela no papel venceria qualquer guerra contra a Guiana, que tem
meros 3.400 homens, caso não houvesse intervenção externa.
Mas teria de fazê-lo pelo mar e ar, o que é bem difícil, já que por
terra teria de passar pelo Brasil porque Essequibo é no geral uma
floresta impenetrável. E isso implicaria uma guerra com Lula.
Com dois grupos de porta-aviões em torno do Oriente Médio para
dissuadir o Irã e seus prepostos de intervir na guerra Israel-Hamas, os
EUA têm demonstrado renovado apetite por mostrar força militar quando
necessário com limites a depender do rival, como o conflito na Ucrânia
prova, claro.
Assim, apoio ainda que simbólico à Guiana é algo relativamente
simples, mas o governo de Joe Biden parece ter optado pela via
diplomática, com a sinalização dada na terça pela Casa Branca de que
segue “engajado” em conversas sobre as sanções sobre a Venezuela, aliás o
maior aliado regional da rival Rússia.
Seguirá sendo assim enquanto Maduro restringir suas bravatas ao que
elas são hoje, inclusive no campo econômico e operacional: o país até
recuperou parte de sua produção de petróleo, para 750 mil barris/dia,
ante metade disso em 2020, mas está longe dos 3 milhões de barris/dia
dos anos 1990.
Qualquer passo que ameace diretamente a operação da ExxonMobil em
Essequibo por via militar poderá gerar uma reação americana
diferentemente das nacionalizações forçadas feitas por Chávez nos anos
2000 e do que diz Maduro, Essequibo é da Guiana.
É um xadrez complexo, que mira a manutenção do status quo da ditadura
na eleição presidencial de cartas marcadas de 2024, em que por ora a
oposição está barrada de concorrer. No meio do tiroteio está Lula, que
passou as duas últimas décadas defendendo o chavismo.
A última coisa que o petista precisa é mais um constrangimento na
política externa, a área em que prometia se destacar dada a terra
arrasada legada por Jair Bolsonaro (PL). Se levou o país de volta a
fóruns internacionais, Lula acumula tropeços, coroados pela missão
impossível de defender agendas ambientais e namorar a Opep ao mesmo
tempo.
Nos mandatos anteriores, Lula toureava o voluntarismo de Chávez e
servia de contraponto moderado na região. Agora, Maduro é visto como
mais imprevisível pela diplomacia e pelos militares brasileiros, e o
Brasil já é afetado pelo influxo diário de 400 refugiados venezuelanos
em Roraima.
Assim, o Itamaraty põe panos quentes na crise, enquanto a Defesa usa
um aumento mínimo de contingente já previsto em Roraima como sinal
político de que está de olho na situação. Se ela desandar por algum
motivo, contudo, o amor professado pelo PT e pelo Planalto será posto à
prova publicamente.
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT) afirmou, nesta quarta-feira (6), que seu governo não tem mais
tempo a esperar e não pode ficar só constatando que não tem dinheiro.
“A nossa obrigação é arrumar dinheiro e fazer esse PIB crescer.”
Lula discursou em evento de assinatura de contrato financiamento do
NDB (Novo Banco do Desenvolvimento) ao BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social) e reforçou defesa de atuação mais
forte do banco estatal de fomento.
O banco tenta reduzir o ritmo de devolução de empréstimos ao Tesouro
para ter mais recursos para emprestar. Em outra frente, o governo tem
dificuldades no Congresso com o Orçamento para 2024 e a meta de déficit
zero.
“Se o BNDES não tem dinheiro, a gente vai ter que ir conversar com o
[ministro da Fazenda, Fernando] Haddad”, afirmou. “Temos uma missão de
fazer esse país voltar a crescer e, para crescer, o BNDES é uma peça
importante.”
O presidente afirmou que o Tesouro “não pode ficar com “um trilhão e
não sei quanto, dois trilhões guardados enquanto o BNDES fica comendo
pão seco sem mortadela”.
BNDES e NDB anunciaram a captação de US$ 1,7 bilhão (R$ 8,5 bilhões)
para financiar projetos de combate às mudanças climáticas e de
investimentos em infraestrutura sustentável. As captações têm garantia
soberana da União.
No primeiro caso, o banco reservará US$ 500 milhões (R$ 2,5 bilhões)
para projetos em áreas como mobilidade urbana sustentável, resíduos
sólidos, energias renováveis, equipamentos eficientes, cidades
sustentáveis e florestas nativas.
No segundo, será US$ 1,2 bilhão (R$ 6 bilhões) para projetos de
energia renovável, transporte e logística, saneamento, mobilidade
urbana, tecnologias da informação e comunicação e infraestrutura social,
com foco em educação e saúde.
Esse montante, disse o presidente do BNDES, Aloízio Mercadante, será
destinado principalmente a projetos do PAC (Programa de Aceleração do
Crescimento). “Não há como enfrentar crise climática, as exigências dos
novos tempos, sem os bancos públicos”, afirmou.
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O governo dos Estados Unidos reiterou
nesta quarta (6) sua oposição a um conflito militar ou episódios de
violência na crise entre Venezuela e Guiana. A mensagem soa como recado
ao ditador Nicolás Maduro, que na véspera anunciou medidas burocráticas
para anexação e exploração do território de Essequibo.
Numa tentativa de arrefecer a crise, os chanceleres da Venezuela,
Yván Gil, e da Guiana, Hugh Todd, conversaram por telefone sobre
Essequibo, território rico em petróleo reivindicado por Caracas. Foi o
primeiro diálogo entre as partes desde a escalada da disputa. As partes
teriam concordado em “manter os canais de comunicação abertos” e
manifestado a “necessidade de deter as ações que possam agravar a
controvérsia”, segundo comunicado do regime venezuelano.
Autoridades vêm manifestando o temor de que o plebiscito organizado
pelo regime venezuelano no domingo (3) dê a Maduro o ímpeto de invadir o
vizinho, ainda que especialistas afirmem que essa possibilidade é
pequena. Na votação, 96% dos eleitores do país se manifestaram a favor
da criação de uma nova província em Essequibo, além da concessão de
nacionalidade aos 125 mil habitantes da região.
“A parte venezuelana aproveitou para atualizar o governo da Guiana
sobre a participação avassaladora que a consulta popular teve, gerando
um mandato inapelável”, acrescentou a nota divulgada pelo regime.
O plebiscito serviu de base para Maduro dar o passo inicial para a
exploração do território em disputa. Na terça (3), o ditador ordenou que
a petroleira estatal PDVSA conceda licenças para a “extração imediata”
de recursos naturais na região. “Que procedamos imediatamente à
concessão de licenças operacionais para a exploração de petróleo, gás e
minas em toda a área”, disse ele à Assembleia Nacional.
A nova lei ainda permitiria a anexação de Essequibo a despeito da
recomendação feita pela Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia,
para que o regime venezuelano se abstenha de “qualquer ação que
modifique a situação vigente”.
O líder guianense, Irfaan Ali, descreveu as medidas como “uma ameaça
direta” e advertiu que recorrerá ao Conselho de Segurança da ONU para
denunciar a situação. Também disse que as Forças Armadas do país estão
em “alerta” e em contato com “parceiros” internacionais, incluindo os
Estados Unidos.
Caracas argumenta que a fronteira venezuelana deve ser estabelecida
com base no rio Essequibo, como foi no século 18. Também menciona o
acordo de Genebra, assinado em 1966, antes da independência da Guiana,
que estabelecia as bases para uma solução negociada e anulava um laudo
de 1899 que fixou os limites atuais.
A Guiana defende este laudo e pede que seja ratificado pela Corte
Internacional de Justiça em Haia, cuja jurisdição Caracas não reconhece.