sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

O AGILE MARKETING VEIO PARA COLOCAR AS EQUIPES DE MARKETING NA ERA DIGITAL

Camila Casarotto – rockcontent

Agile Marketing é a adaptação das metodologias ágeis, nascidas no universo do desenvolvimento de softwares, para a área de marketing. Trata-se de um conjunto de valores, princípios e ações que tornam as estratégias mais eficientes e adaptáveis às mudanças do mercado.

Você ainda trabalha com planos anuais de marketing? E ainda realiza reuniões sem fim que poderiam ser substituídas por emails? Então, está na hora de conhecer o Agile Marketing e se adaptar aos novos tempos.

Nesta época em que vivemos, mudanças são rápidas e constantes. Não dá mais para esperar um ano inteiro para rever as estratégias de marketing. Não dá mais para perder horas em reuniões improdutivas.

O Agile Marketing, portanto, veio para colocar as equipes de marketing na era digital. Adaptada da área de desenvolvimento, essa metodologia ágil faz com que as empresas respondam rapidamente às mudanças do mercado, de forma colaborativa e focada no consumidor.

Agora, você vai conhecer tudo sobre o Agile Marketing, por que vale a pena adotar essa metodologia e como ela funciona. Vamos lá?

O que é Agile Marketing

Quais são os fundamentos do Agile Marketing

Por que adotar o Agile Marketing

Frameworks de Agile Marketing

Como funciona na prática

Ferramentas auxiliares para o Agile Marketing

O que é Agile Marketing?

Agile Marketing é uma metodologia ágil de gestão de projetos que utiliza ciclos curtos de trabalho, com uma abordagem iterativa e incremental, para gerar melhorias contínuas nas estratégias de marketing.

A proposta é não ficar parado no tempo diante das mudanças de mercado e das respostas dos consumidores às estratégias, que acontecem hoje de maneira constante e acelerada. O marketing precisa agir mais rapidamente.

Para isso, a metodologia provoca algumas transformações nas equipes de marketing.

Se elas querem ser ágeis, precisam ser mais colaborativas e ter mais flexibilidade;

Se querem responder rapidamente ao mercado, precisam estar sempre focadas no consumidor;

Se querem ter melhorias contínuas, precisam planejar e avaliar as estratégias em períodos mais curtos.

Com esse conjunto de mudanças, o marketing consegue se tornar mais produtivo, maximizar a eficiência e melhorar as entregas. Consequentemente, consegue também entrar na velocidade da transformação digital pelas quais as empresas estão passando atualmente.

Origem do Agile Marketing

As metodologias ágeis (também conhecidas simplesmente como “agile”) nasceram na área de desenvolvimento de softwares, com o objetivo de criar produtos melhores e mais rapidamente.

Hoje elas já foram adaptadas para diversas indústrias e setores, como construção, educação, finanças e, é claro, marketing.

Mas se engana quem pensa que agile é um assunto recente. Lá em 1970, os desenvolvedores já estavam preocupados com seus processos de trabalho. Naquele ano, Winston Royce, cientista da computação, publicou um artigo sobre o desenvolvimento de grandes softwares.

Para o autor, eles deveriam ser criados em etapas sequenciais de desenvolvimento, o que futuramente seria nomeado de metodologia “waterfall” (ou “cascata”). Essa é a metodologia mais usada pelas empresas, não só no desenvolvimento de softwares, mas também no marketing e outras áreas.

Porém, o próprio autor reconhece as limitações dessa metodologia e propõe que o desenvolvimento dê passos para frente e para trás até chegar ao objetivo final com a melhor entrega. Assim foram lançadas as bases do agile.

Modelo ágil

Muitas discussões aconteceram a partir desse estudo. Mas foi em 2001, diante do início da era digital, que um grupo de profissionais de tecnologia buscou consolidar a metodologia ágil no mercado.

Naquele ano, eles lançaram o Agile Manifesto, que se tornou uma bíblia para os evangelizadores da metodologia ágil. Esse manifesto traz um conjunto de 4 valores e 12 princípios para o desenvolvimento ágil de software. Os quatro valores são os seguintes:

Indivíduos e interações mais que processos e ferramentas;

Software em funcionamento mais que documentação abrangente;

Colaboração com o cliente mais que negociação de contratos;

Responder às mudanças mais que seguir um plano.

Embora percebam o valor que há nos itens à direita, os profissionais que adotam o desenvolvimento ágil passam a valorizar mais os elementos à esquerda.

Além disso, há também os 12 princípios do desenvolvimento de software ágil. Eles podem ser resumidos assim:

Priorizar a satisfação do cliente com entregas rápidas e contínuas;

Aceitar mudanças em qualquer estágio do processo, mesmo que tardiamente;

Entregar softwares com mais frequência e na menor escala de tempo;

Alinhar gestores e desenvolvedores diariamente durante todo o projeto;

Oferecer ambiente, suporte e confiança para manter a equipe motivada;

Conversar com e entre a equipe de perto, presencialmente, cara a cara;

Entender o funcionamento dos softwares como principal medida de progresso;

Manter um ritmo de desenvolvimento constante e contínuo;

Ter atenção contínua à excelência técnica e ao bom design para ter mais agilidade;

Simplificar para ter mais eficiência;

Proporcionar autonomia para as equipes se organizarem;

Avaliar a efetividade em intervalos regulares para ajustar o projeto.

Esses princípios, portanto, norteiam a metodologia ágil no desenvolvimento de softwares. Mas cada indústria que absorve o agile precisa adaptar esses valores e princípios ao seu contexto.

Quais são os fundamentos do Agile Marketing?

A partir do Agile Manifesto, a metodologia ágil se espalhou pelos departamentos de desenvolvimento de softwares e de TI. Porém, os outros setores compreenderam que aquela metodologia poderia se adaptar aos seus contextos e trazer ganhos de agilidade, produtividade e eficiência.

Então, foi a vez dos profissionais de marketing criarem o seu manifesto. Em 2012, o evento SprintZero reuniu profissionais de marketing em São Francisco (EUA), que documentaram os valores fundantes de uma metodologia ágil para o marketing. Assim surgiu o Agile Marketing Manifesto.

Embora não seja tão consagrado quanto o original, esse manifesto serve como um norteador para as empresas e profissionais que quiserem adotar essa metodologia. Ele traz 7 valores e 10 princípios para a adoção da metodologia ágil no marketing.

Vamos nos aprofundar agora em cada um dos 7 valores do Agile Marketing. Eles podem parecer simples, mas provocam transformações profundas na forma tradicional de fazer marketing. Vamos a eles:

Validar aprendizado mais que seguir opiniões e convenções

No evento SprintZero, esse foi o valor mais votado pelos participantes, que queriam deixar claro o caráter não-linear do Agile Marketing. Essa metodologia consiste em um processo circular e constante de validação do aprendizado por meio das etapas de implementar-mensurar-aprender.

Assim, em vez de basear as decisões em convenções do mercado ou em opiniões de quem tem mais poder na hierarquia, essa metodologia trabalha com dados, testes e experimentações.

Esquema metodologia ágil

Colaboração centrada no consumidor mais que isolamento e hierarquia

O Agile Marketing prevê que as equipes trabalhem em colaboração e com foco nas necessidades do consumidor.

Nesse modelo de trabalho, o conhecimento é compartilhado entre a equipe e com outros departamentos (vendas, TI etc.) e as tomadas de decisão são conjuntas, sempre de olho nas demandas do cliente.

No marketing tradicional, por outro lado, podem ocorrer dois problemas: a criação de silos, que isolam o conhecimento e geram uma guerra departamental, e o cumprimento rígido de hierarquias, que burocratizam a comunicação e a tomada de decisões. O marketing ágil quer flexibilizar essas estruturas.

Campanhas adaptativas e iterativas mais que grandes campanhas lineares

O marketing costuma criar campanhas publicidade sob o modelo de desenvolvimento linear (waterfall ou cascata, como vimos antes). O problema é que elas levam um grande orçamento para ficarem no mercado por um longo tempo, sem a previsão de adaptações e correções.

O Agile Marketing, então, propõe uma abordagem não-linear e iterativa, que comece com uma pequena estratégia. O marketing deve implementá-la, aprender com o seu sucesso ou fracasso, ajustar, lançar de novo e continuar aprendendo para aprimorar a estratégia.

O processo de descoberta do consumidor mais que previsões estáticas

As pesquisas de mercado subsidiam o conhecimento sobre o cliente no marketing tradicional. Porém, consumidores são imprevisíveis e podem se comportar de maneiras que as pesquisas não indicam. Por isso, o entendimento sobre o cliente é um trabalho árduo e contínuo.

No Agile Marketing, o aprendizado sobre o consumidor é um processo de descoberta. Ao longo da criação de projetos, é preciso acompanhar os comportamentos, mensurar as respostas às estratégias e aprimorar esse conhecimento. Mais uma vez, o aprendizado cumpre um processo não-linear.

Planejamento flexível mais que planejamento rígido

Agile Marketing exige flexibilidade. Se não, como a empresa vai se adaptar às mudanças do mercado e às respostas dos consumidores às suas estratégias?

Para explicar isso, o manifesto faz uma comparação com uma guerra: assim como planos de batalha não sobrevivem ao contato com o inimigo, planos de marketing também não resistem ao contato com o mercado — uma realidade de mudanças constantes e aceleradas.

Portanto, aquele planejamento anual de 30 páginas não faz sentido em um marketing ágil que se adapta à realidade. No Agile Marketing, ciclos curtos de trabalho demandam um planejamento mais rápido e objetivo, que se adapte ao mercado e permita aprimorar a estratégia continuamente.

Responder às mudanças mais que seguir um plano

Perceba que esse valor é igual ao que o manifesto ágil original traz. Responder às mudanças é necessário tanto no desenvolvimento de softwares quanto no marketing. Afinal, vivemos em um mercado dinâmico, com comportamentos e jornadas de compra imprevisíveis.

Portanto, em vez de seguir o plano de marketing cegamente, o Agile Marketing vê mudanças como parte do processo e como oportunidade para melhorar as estratégias.

Não importa se essa mudança vai alterar todo o planejamento — o importante é se adaptar ao mercado e ganhar vantagem competitiva.

Pequenos experimentos mais que grandes apostas

Imagine que marketing da sua empresa leva meses para planejar uma grande campanha, envolve vários colaboradores no time e dedica boa parte do orçamento anual a ela.

Ao lançar a campanha, porém, o público não adere à abordagem. Se você deixar para avaliar e ajustar a campanha só daqui a um mês, como previsto no planejamento, pode ser tarde demais…

Em vez disso, o marketing ágil propõe que a equipe faça pequenos experimentos em períodos mais curtos. A intenção é provar seu sucesso ou fracasso rapidamente, logo fazer os ajustes e assim melhorar a estratégia sucessivamente para alcançar os melhores resultados.

Esquema experimentos na metodologia ágil

Além desses valores, o manifesto traz também 10 princípios para o Agile Marketing. Embora não tenham sido votados no evento SprintZero, eles foram propostos pelos profissionais envolvidos e também ajudam a nortear o marketing ágil. Eles podem ser traduzidos e resumidos assim:

Priorizar a satisfação do cliente com entregas rápidas e contínuas para resolver problemas;

Abraçar as mudanças e responder rapidamente a elas como fonte de vantagem competitiva;

Entregar programas de marketing com mais frequência, de algumas semanas a alguns meses, de preferência na menor escala de tempo;

Alinhar o marketing com gerência, vendas e desenvolvimento;

Oferecer ambiente, suporte e confiança para manter a equipe motivada;

Entender o aprendizado (implementar-mensurar-aprender) como principal medida de progresso;

Manter um ritmo de desenvolvimento constante e contínuo;

Aceitar o fracasso e o aprendizado com as falhas;

Ter atenção contínua aos fundamentos de marketing e ao design para aumentar a agilidade;

Simplificar para ter mais eficiência.

Por que adotar o Agile Marketing?

Agora que você já conhece melhor o conceito, vamos entender por que o Agile Marketing vale a pena.

Certamente não é uma mudança da noite para o dia — adotar o Agile Marketing exige transformações de posturas, mentalidades e formas de organização no seu negócio. Mas certamente você vai perceber as vantagens desse processo.

Estas são as principais:

Aumenta a produtividade

O Agile Marketing permite que a equipe alcance mais resultados em menos tempo. Isso se chama produtividade. De acordo com o relatório The State of Agile Marketing, aumentar a produtividade é o principal motivo para adotar o marketing ágil.

Com agilidade nos processos, não se perde mais tempo com reuniões improdutivas ou com projetos que não miram na satisfação do consumidor. A dedicação é total para as soluções que trazem resultados para o negócio.

Motivos para a adoção do Agile Marketing

Fonte: The State of Agile Marketing

Traz eficiência

Eficiência consiste em fazer as coisas da melhor maneira. É isso que o Agile Marketing traz para as estratégias: com pequenos experimentos e campanhas iterativas, você consegue identificar falhas e oportunidades de melhoria antes de ganhar o mercado. Assim, é possível chegar aos resultados sem desperdício de recursos.

Mantém o foco no consumidor

Muitas vezes o marketing tradicional olha mais para a marca e os seus produtos do que para o mercado. Porém, temos consumidores cada vez mais informados e exigentes, então é preciso atender às suas demandas e entregar valor a eles.

O Agile Marketing, então, mantém o foco total no consumidor durante todo o processo de criação de campanhas. A maneira como eles respondem às estratégias é o que direciona os ajustes e investimentos futuros, com um caráter de melhoria contínua.

Adapta-se às mudanças

O Agile Marketing abraça as inevitáveis mudanças do mercado. Em vez de fazer planos para 6 meses ou 1 ano, como no marketing tradicional, as equipes ágeis preparam planos flexíveis que podem se adaptar a qualquer momento.

Assim, em vez de ignorar as mudanças ou enxergá-las como problemas, o Agile Marketing procura as oportunidades do cenário para mudar prioridades e adaptar as campanhas rapidamente.

Aumenta o alinhamento da equipe

Equipes ágeis se reúnem constantemente para rever os planos, compartilhar as atividades, fazer testes e mensurar resultados. São reuniões rápidas, geralmente diárias, para manter a equipe alinhada entre si e com as outras áreas da empresa.

Dessa maneira, o marketing ganha transparência, a comunicação interna melhora e o projeto tem melhor visibilidade entre todos.

Fomenta a inovação

Inovação exige agilidade. Ideias, campanhas e produtos inovadores não surgem em estruturadas rígidas e hierarquizadas, nem podem ficar presos em processos burocráticos de aprovação e tomada de decisão.

Para inovar, é preciso ter colaboração, autonomia, foco no consumidor e rápida adaptação ao mercado — tudo o que o Agile Marketing traz.

Colabora para a transformação digital

A transformação digital também exige agilidade. Quando se fala nesse processo, não estamos falando apenas de ferramentas ou tecnologia.

Estamos falando de uma transformação que insira a empresa na velocidade da era digital. Com as metodologias ágeis, portanto, a empresa entra nesse ritmo.

Frameworks de Agile Marketing

Frameworks de Agile Marketing são modelos de trabalho que permitem aplicar e gerenciar a metodologia ágil na prática.

Eles têm o papel de organizar a estrutura e as atividades do marketing para garantir agilidade em um ambiente que costuma ser caótico, com prazos estourados, ideias em profusão e comunicação ruidosa.

Os frameworks que são usados no marketing derivam daqueles usados no desenvolvimento de softwares. Observe como funciona na prática e como você pode adaptar ao seu departamento de marketing:

Scrum

Scrum talvez seja o framework mais conhecido e usado nas metodologias ágeis. As equipes Scrum trabalham com ciclos curtos de 1 a 4 semanas (chamados de sprints) em que os feedbacks do mercado são usados para aprimorar campanhas e produtos.

Uma das prioridades do Scrum é a colaboração. A metodologia prevê encontros diários (chamados de stand up) para compartilhar as atividades de cada membro, o que gera transparência e melhora a comunicação.

Além disso, os profissionais de marketing trabalham em times dedicados e integrados, não apenas entre si, mas também com outros setores.

Para organizar esse trabalho, a equipe é dividida em três diferentes papéis:

Product owner (profissional que tem a visão geral da campanha ou produto para direcionar cada sprint);

Membros do time (equipe de 5 a 9 profissionais multidisciplinares);

Scrum Master (profissional especializado na metodologia e focado no processo).

Além disso, a metodologia Scrum costuma usar ferramentas visuais para facilitar o acompanhamento das atividades por todos os membros. Basicamente, são usados os seguintes recursos:

Product backlog (lista as ambições da equipe e como pretende chegar lá);

Sprint backlog (lista os projetos e prazos que precisam ser cumpridos a cada sprint);

Scrum board (mostra as atividades de cada membro e o seu status atual no sprint).

Então, na prática, são realizados quatro tipos de reunião em cada sprint durante o processo de criação de uma campanha ou produto. Assim, elas compõem um processo iterativo baseado em feedbacks, em que os objetivos vão sendo alcançados passo a passo. São elas:

Sprint planning (define os objetivos do sprint e seus responsáveis);

Stand up meetings (verificam se as atividades estão de acordo com o planejamento);

Review (entrega os resultados do sprint e os feedbacks da equipe e do mercado);

Retrospectiva (avalia o processo e como pode melhorar no próximo sprint).

Talvez você já tivesse escutado algumas dessas palavras, mas não sabia o que significavam, não é? Pronto, agora você já sabe os principais métodos e conceitos do Scrum para adaptar ao seu negócio.

Kanban

Kanban é uma metodologia visual de gestão de processos. Essa palavra tem origem japonesa e pode ser traduzida como “painel”.

Esse painel consiste em um quadro (conhecido como Kanban Board) que permite facilmente visualizar todo o fluxo de trabalho. Para muitas empresas que já utilizam esse método, ele consiste em um quadro de post-its na parede ou de cards online.

Esse quadro é o que a torna simples e acessível. Ele é dividido em colunas que representam os passos de um projeto. No Marketing de Conteúdo, por exemplo, ele poderia se dividir em pesquisa, planejamento, redação, design, edição, revisão, promoção, mensuração e otimização.

Em um modelo simples, poderia ser dividido apenas em:

A fazer;

Em progresso;

Finalizado.

Para cada passo, o quadro deve informar as tarefas necessárias e os responsáveis por elas. À medida que as tarefas mudarem de status, elas são movidas pelo quadro, da esquerda para a direita.

O quadro pode ainda incluir um backlog de tarefas que ainda não estão prontas para serem trabalhadas (em alguns casos, funciona como um brainstorm).

Dessa forma, o Kanban oferece uma visão dinâmica do todo, permite gerenciar facilmente as tarefas, proporciona transparência para toda a equipe e ainda ajuda a manter o foco nas prioridades.

Além disso, o quadro elimina a necessidade de várias reuniões que serviriam apenas para atualizar a equipe sobre o andamento das atividades.

Mas Kanban não é apenas um quadro de tarefas. Kanban é uma metodologia ágil que vai além da ferramenta e pressupõe um fluxo contínuo de trabalho, autonomia e comprometimento dos colaboradores e adaptação às mudanças a qualquer momento.

Portanto, é diferente do Scrum, que é feito de sprints regulares, papéis pré-definidos e adaptações somente ao final dos sprints. Por ser mais simples, muitas vezes o Kanban é o primeiro passo das empresas nas metodologias ágeis.

Scrumban

Scrumban, como o nome pressupõe, é uma combinação das metodologias Scrum e Kanban. Em geral, consiste na adoção dos passos e conceitos do Scrum com a metodologia visual do Kanban.

Assim, o quadro de tarefas é usado para visualizar as tarefas de cada sprint, de maneira que os times tenham uma visão ampla e simplificada do andamento do projeto.

Cabe à empresa, então, definir como organizar os times e se há papéis pré-definidos (como o product owner e o scrum master).

Quem utiliza o Scrumban geralmente quer ter um pouco mais de flexibilidade na adoção do Scrum ou está em transição de uma metodologia ágil menos madura para uma mais madura.

Lean

Lean é um framework de metodologia ágil focado em simplificar processos. A palavra “lean” pode ser traduzida como “enxuto”, o que ajuda a entender a proposta da metodologia: tornar os processos mais enxutos para usar apenas o tempo e os recursos necessários.

O Lean é indicado para empresas e projetos pequenos e mais objetivos. Não por acaso, ganhou força no universo das startups, que têm equipes enxutas e recursos escassos e precisam escalar o seu negócio rapidamente.

Para isso, a metodologia pressupõe a eliminação de desperdícios e redução na complexidade das tarefas, sem perder a qualidade e o foco na satisfação do consumidor. A mentalidade aqui é agir rapidamente, iterar com frequência e entregar valor.

Isso deve acontecer por meio do processo constante de validação do aprendizado que explicamos antes — implementar-mensurar-aprender —, sem medo dos fracassos. Reuniões rápidas de feedback ajudam a alinhar a equipe e aprimorar os processos.

Dessa maneira, o Lean se adapta rapidamente às respostas do mercado e facilita a inovação.

Como funciona o Agile Marketing na prática

Na prática, a maioria das empresas adota modelos híbridos. Segundo o relatório The State of Agile Marketing, 54% dos profissionais de marketing ágil usam alguma combinação entre os frameworks.

Scrumban é um exemplo, mas existem outros modelos híbridos. Você também pode combinar Scrum e Lean, Kanban e Lean ou até utilizar um pouco dos três frameworks principais. O que importa é adaptar à sua realidade.

Equipe

Você já começa a adaptar o framework quando pensa no tamanho da sua equipe. O Scrum, por exemplo, diz que os times devem ter no máximo 9 pessoas — então, você decide se usa um framework mais flexível ou adapta o tamanho da equipe envolvida.

Esse time deve ser formado por profissionais multifuncionais e auto-organizados, que serão responsáveis pelas entregas ao final de cada sprint do Scrum ou de cada etapa do Kanban.

Além disso, no Scrum, você também deve definir um Product Owner e um Scrum Master. Mas, se optar por um modelo híbrido, esses papéis não precisam ser pré-definidos. Geralmente eles são exercidos pelo gerente de marketing ou até pelo dono do negócio.

No Agile Marketing, o P.O. pode ser um Marketing Owner, ou seja, aquele profissional que tem uma visão clara da estratégia. É ele quem define o product backlog (ou marketing backlog) e o sprint backlog, com as prioridades e entregas desejadas.

Se houver um bom alinhamento, os backlogs podem ser criados em conjunto na reunião de sprint planning.

Já o Scrum Master é o braço direito do Marketing Owner. É ele quem entende mais sobre o framework, busca as melhores alternativas e mantém a equipe engajada no processo.

Sprints

Na criação de uma campanha de Google Ads, por exemplo, o product backlog pode trazer tarefas como a criação dos anúncios e da landing page. Já um sprint backlog pode definir a pesquisa de público-alvo, a criação do texto e do layout da página como principais entregas.

Então, ao longo do sprint, o time vai executar as ações incluídas no sprint backlog para atingir os objetivos definidos pelo Marketing Owner. Não há uma regra, mas os sprints podem durar uma semana, 15 dias, no máximo um mês.

Nas reuniões de stand up diárias, a equipe compartilha o andamento das suas atividades junto ao Scrum Board (ou pelo Kanban Board, conforme a sua opção). Nesse momento, cabe ao Scrum Master eliminar barreiras e colocar a equipe no caminho das entregas do sprint.

Então, ao final do sprint, é realizado o review, que levanta os feedbacks do mercado e possíveis adaptações à campanha. Se o texto do anúncio não teve um bom feedback, por exemplo, ele pode entrar no backlog do próximo sprint.

Depois disso, ainda é realizada a retrospectiva, uma reunião que proporciona a autoavaliação da equipe e de cada membro e gera um plano de melhorias para o próximo sprint. Perceba, então, como o processo adota uma mentalidade de melhoria contínua para gerar as melhores entregas.

Perceba também que os frameworks não são rígidos, nem funcionam da mesma forma para todo mundo. Eles devem ser usados como for melhor para a sua equipe, o tamanho do negócio, a sua cultura organizacional e o momento da sua empresa. É por isso que muitas empresas mesclam as propostas.

Além disso, ao conhecer os frameworks de Agile Marketing, perceba que a metodologia não pode ficar só no discurso da gestão do marketing, nem se limitar ao uso de ferramentas avulsas ou de quadros de post-its no escritório. É preciso adotar métodos que viabilizem a sua aplicação prática no fluxo completo do marketing.

Ferramentas auxiliares para o Agile Marketing

Falamos antes sobre o quadro de post-its, não é? Essa ferramenta costuma ser bastante usada pelas empresas (mesmo por aquelas que sequer sabem o que é Kanban ou metodologias ágeis…). Ela é muito simples e visual, por isso faz bastante sucesso.

Mas essa não é a única ferramenta que você pode usar no Agile Marketing. Uma vez que o quadro de post-its é um recurso físico, ele exige um acompanhamento presencial.

Porém, a adoção do home office por muitas empresas e a mobilidade dos colaboradores demandam ferramentas online que permitam a visualização e a colaboração remotas.

Então, vamos citar agora algumas ferramentas digitais que vão ajudar você a implementar as metodologias ágeis e controlar os projetos de marketing de maneira mais inteligente. Confira

Studio kanban

Studio é uma ferramenta que ajuda a gerenciar projetos de maneira visual e colaborativa. Amplamente usada por agências, a ferramenta . é extremamente completa e ainda atende equipes de marketing in-house.

Com opções de visualização no modelo Kanban, o Studio permite que você crie e visualize projetos e tarefas suas ou de toda a equipe, de modo que seja possível integrar a sua estratégia , preenchendo gaps de comunicação e alinhamento que possam vir a ocorrer.

Você pode convidar todos os colaboradores que participam do projeto, de maneira que possam visualizar o andamento e movimentar os cards conforme mudarem o status das tarefas.

A ferramenta permite ainda adicionar observações aos cards, definir prazos de entrega, criar briefings, anexar documentos entre outros recursos.

Planilhas do Google

Google Sheets

Planilhas são a solução para diferentes áreas de trabalho. Elas servem também para o Agile Marketing, se você quiser fazer a gestão do projeto de maneira mais rudimentar, mas totalmente customizada.

Para fazer isso, prefira o Google Sheets (ou Planilhas do Google), que armazena os arquivos na nuvem e permite compartilhar com a equipe. Lá você pode criar um Scrum ou Kanban Board para visualizar as atividades de cada membro e o andamento do projeto como um todo.

Slack

O Slack é uma ferramenta de comunicação que pode ajudar muito no Agile Marketing. Afinal, quem trabalha nesse setor sabe como as conversas podem ficar confusas em trocas de emails ou mensagens por WhatsApp.

A proposta do Slack, então, é organizar a comunicação entre equipes de trabalho com uma ferramenta profissional. A ferramenta agrupa todas as mensagens em um só lugar, armazena o histórico e permite criar canais para diferentes projetos e setores.

Armazenamento na nuvem

Um trabalho colaborativo só é possível se os dados, arquivos e documentos forem facilmente compartilhados entre os integrantes da equipe, mesmo se estiverem à distância.

Se antes isso só era possível com o uso de disquetes (!) e pendrives, hoje existem os softwares de armazenamento na nuvem, como Google Drive, Dropbox e OneDrive.

Eles permitem criar pastas e arquivos compartilhados e trabalhar em conjunto em tempo real. Além disso, podem ser integrados com outros programas, como o Trello e o Slack. Dessa maneira, o trabalho ganha qualidade e agilidade.

Agora, perceba que o Agile Marketing vai muito além das ferramentas, que talvez você até já use mesmo sem ainda saber o que é uma metodologia ágil. Mas agora você já sabe o que é e como funciona.

Está claro que o Agile Marketing é uma metodologia de trabalho que exige mudanças de cultura, mentalidade e procedimentos. É preciso entender a fundo, escolher o framework mais adequado ao seu negócio e envolver a equipe nessas mudanças.

Não é uma transformação que acontece de uma hora para outra, mas em pouco tempo você pode perceber o impacto na agilidade do marketing em responder à realidade do mercado.

ESCALANDO NEGÓCIOS DA VALEON

1 – Qual é o seu mercado? Qual é o tamanho dele?

O nosso mercado será atingir os 766 mil habitantes do Vale do Aço e poder divulgar os produtos / serviços para vocês clientes, lojistas, prestadores de serviços e profissionais autônomos e obter dos consumidores e usuários a sua audiência.

A ValeOn atenderá a todos os nichos de mercado da região e especialmente aos pequenos e microempresários da região que não conseguem entrar no comércio eletrônico para usufruir dos benefícios que ele proporciona. Pretendemos cadastrar todas as empresas locais com CNPJ ou não e coloca-las na internet.

2 – Qual problema a sua empresa está tentando resolver? O mercado já expressou a necessidade dessa solução?

A nossa Plataforma de Compras e Vendas que ora disponibilizamos para utilização das Empresas, Prestadores de Serviços e Profissionais Autônomos e para a audiência é um produto inovador sem concorrentes na região e foi projetada para atender às necessidades locais e oferecemos condições de adesão muito mais em conta que qualquer outro meio de comunicação.

Viemos para suprir as demandas da região no que tange a divulgação de produtos/serviços cuja finalidade é a prestação de serviços diferenciados para a conquista cada vez maior de mais clientes e públicos.

O nosso diferencial está focado nas empresas da região ao resolvermos a dor da falta de comunicação entre as empresas e seus clientes. Essa dor é resolvida através de uma tecnologia eficiente que permite que cada empresa / serviços tenha o seu próprio site e possa expor os seus produtos e promoções para os seus clientes / usuários ao utilizar a plataforma da ValeOn.

3 – Quais métodos você usará para o crescimento? O seu mercado está propício para esse tipo de crescimento?

Estratégias para o crescimento da nossa empresa

  1. Investimento na satisfação do cliente. Fidelizar é mais barato do que atrair novos clientes.
  2. Equilíbrio financeiro e rentabilidade. Capital de giro, controle de fluxo de caixa e análises de rentabilidade são termos que devem fazer parte da rotina de uma empresa que tenha o objetivo de crescer.
  3. Desenvolvimento de um planejamento estratégico. Planejar-se estrategicamente é como definir com antecedência um roteiro de viagem ao destino final.
  4. Investimento em marketing. Sem marketing, nem gigantes como a Coca-Cola sobreviveriam em um mercado feroz e competitivo ao extremo.
  5. Recrutamento e gestão de pessoas. Pessoas são sempre o maior patrimônio de uma empresa.

O mercado é um ambiente altamente volátil e competitivo. Para conquistar o sucesso, os gestores precisam estar conectados às demandas de consumo e preparados para respondê-las com eficiência.

Para isso, é essencial que os líderes procurem conhecer (e entender) as preferências do cliente e as tendências em vigor. Em um cenário em que tudo muda o tempo todo, ignorar as movimentações externas é um equívoco geralmente fatal.

Planeje-se, portanto, para reservar um tempo dedicado ao estudo do consumidor e (por que não?) da concorrência. Ao observar as melhores práticas e conhecer quais têm sido os retornos, assim podemos identificar oportunidades para melhorar nossa operação e, assim, desenvolver a bossa empresa.

4 – Quem são seus principais concorrentes e há quanto tempo eles estão no mercado? Quão grandes eles são comparados à sua empresa? Descreva suas marcas.

Nossos concorrentes indiretos costumam ser sites da área, sites de diretório e sites de mídia social. Nós não estamos apenas competindo com outras marcas – estamos competindo com todos os sites que desejam nos desconectar do nosso potencial comprador.

Nosso concorrente maior ainda é a comunicação offline que é formada por meios de comunicação de massa como rádios, propagandas de TV, revistas, outdoors, panfletos e outras mídias impressas e estão no mercado há muito tempo, bem antes da nossa Startup Valeon.

5 – Sua empresa está bem estabelecida? Quais práticas e procedimentos são considerados parte da identidade do setor?

A nossa empresa Startup Valeon é bem estabelecida e concentramos em objetivos financeiros e comerciais de curto prazo, desconsideramos a concorrência recém chegada no mercado até que deixem de ser calouros, e ignoramos as pequenas tendências de mercado até que representem mudanças catastróficas.

“Empresas bem estabelecidas igual à Startp Valeon devemos começar a pensar como disruptores”, diz Paul Earle, professor leitor adjunto de inovação e empreendedorismo na Kellogg School. “Não é uma escolha. Toda a nossa existência está em risco”.

6 – Se você quiser superar seus concorrentes, será necessário escalar o seu negócio?

A escalabilidade é um conceito administrativo usado para identificar as oportunidades de que um negócio aumente o faturamento, sem que precise alavancar seus custos operacionais em igual medida. Ou seja: a arte de fazer mais, com menos!

Então, podemos resumir que um empreendimento escalável é aquele que consegue aumentar sua produtividade, alcance e receita sem aumentar os gastos. Na maioria dos casos, a escalabilidade é atingida por conta de boas redes de relacionamento e decisões gerenciais bem acertadas.

Além disso, vale lembrar que um negócio escalável também passa por uma fase de otimização, que é o conceito focado em enxugar o funcionamento de uma empresa, examinando gastos, cortando desperdícios e eliminando a ociosidade.

Sendo assim, a otimização acaba sendo uma etapa inevitável até a conquista da escalabilidade. Afinal de contas, é disso que se trata esse conceito: atingir o máximo de eficiência, aumentando clientes, vendas, projetos e afins, sem expandir os gastos da operação de maneira expressiva.

Pretendemos escalar o nosso negócio que é o site marketplace da Startup Valeon da seguinte forma:

  • objetivo final em alguma métrica clara, como crescimento percentual em vendas, projetos, clientes e afins;
  • etapas e práticas que serão tomadas ao longo do ano para alcançar a meta;
  • decisões acertadas na contratação de novos colaboradores;
  • gerenciamento de recursos focado em otimização.

 

quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

MADURO QUER MESMO INVADIR A GUIANA E PRECISA AS SUAS TROPAS MILITARES PASSAR PELO BRASIL

História por IGOR GIELOW  • Folha de S. Paulo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, decidiu subir o tom de sua retórica acerca do território que pretende tomar da Guiana, a região de Essequibo, após o plebiscito que convocou sobre o tema ser um fracasso de público.

Com isso, visa galvanizar apoio doméstico e cria um problema regional maior, que afeta seu aliado Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Na terça (5), Maduro apresentou o que considera o novo mapa de seu país, amputando 70% do território do país vizinho, anunciou concessões petrolíferas em terras que não tem e nomeou um general para assumir um posto fronteiriço como “única autoridade” da região.

No processo, todo ele ao arrepio da lei internacional, esqueceu de falar sobre os moradores de Essequibo, cerca de 120 mil pessoas, e reservou os apupos de praxe contra os Estados Unidos, apontados como potência colonial porque a americana ExxonMobil explora desde 2019 os campos de petróleo da região disputada desde o século 19.

Com tudo isso, Maduro tenta mascarar o fato de que apenas 50,7% dos 20,7 milhões aptos a votar no plebiscito do domingo (3) apareceram, isso segundo o governo. A oposição aponta que o número pode ser bem menor.

O ditador pode se gabar de que 96% disseram sim, na média, às cinco perguntas direcionadas por Caracas para justificar a anexação de Essequibo e refutar a jurisdição da disputa na Corte Internacional de Justiça, conforme diz a ONU. Isso aconteceria mesmo se María Corina Machado, a por ora inelegível líder da oposição, estivesse no poder. Essequibo está para a Venezuela assim como as ilhas Malvinas estão para a Argentina.

Maduro brinca assim de general Leopoldo Galtieri, ditador argentino que resolveu tentar salvar seu regime invadindo e ocupando o arquipélago do Reino Unido em 1982. O discípulo de Hugo Chávez (1954-2013) alimenta fama de fanfarrão, mas conhece o resultado daquela aventura, derrota e implosão da junta militar em Buenos Aires.

Com 123 mil militares e Forças Armadas bem equipadas para o padrão regional, embora nada se saiba sobre seu índice de operacionalidade, a Venezuela no papel venceria qualquer guerra contra a Guiana, que tem meros 3.400 homens, caso não houvesse intervenção externa.

Mas teria de fazê-lo pelo mar e ar, o que é bem difícil, já que por terra teria de passar pelo Brasil porque Essequibo é no geral uma floresta impenetrável. E isso implicaria uma guerra com Lula.

Com dois grupos de porta-aviões em torno do Oriente Médio para dissuadir o Irã e seus prepostos de intervir na guerra Israel-Hamas, os EUA têm demonstrado renovado apetite por mostrar força militar quando necessário —com limites a depender do rival, como o conflito na Ucrânia prova, claro.

Assim, apoio ainda que simbólico à Guiana é algo relativamente simples, mas o governo de Joe Biden parece ter optado pela via diplomática, com a sinalização dada na terça pela Casa Branca de que segue “engajado” em conversas sobre as sanções sobre a Venezuela, aliás o maior aliado regional da rival Rússia.

Seguirá sendo assim enquanto Maduro restringir suas bravatas ao que elas são hoje, inclusive no campo econômico e operacional: o país até recuperou parte de sua produção de petróleo, para 750 mil barris/dia, ante metade disso em 2020, mas está longe dos 3 milhões de barris/dia dos anos 1990.

Qualquer passo que ameace diretamente a operação da ExxonMobil em Essequibo por via militar poderá gerar uma reação americana —diferentemente das nacionalizações forçadas feitas por Chávez nos anos 2000 e do que diz Maduro, Essequibo é da Guiana.

É um xadrez complexo, que mira a manutenção do status quo da ditadura na eleição presidencial de cartas marcadas de 2024, em que por ora a oposição está barrada de concorrer. No meio do tiroteio está Lula, que passou as duas últimas décadas defendendo o chavismo.

A última coisa que o petista precisa é mais um constrangimento na política externa, a área em que prometia se destacar dada a terra arrasada legada por Jair Bolsonaro (PL). Se levou o país de volta a fóruns internacionais, Lula acumula tropeços, coroados pela missão impossível de defender agendas ambientais e namorar a Opep ao mesmo tempo.

Nos mandatos anteriores, Lula toureava o voluntarismo de Chávez e servia de contraponto moderado na região. Agora, Maduro é visto como mais imprevisível pela diplomacia e pelos militares brasileiros, e o Brasil já é afetado pelo influxo diário de 400 refugiados venezuelanos em Roraima.

Assim, o Itamaraty põe panos quentes na crise, enquanto a Defesa usa um aumento mínimo de contingente já previsto em Roraima como sinal político de que está de olho na situação. Se ela desandar por algum motivo, contudo, o amor professado pelo PT e pelo Planalto será posto à prova publicamente.

 

LULA QUER GASTAR LOGO OS 16 BILHÕES TOMADOS DE EMPRÉSTIMOS CAPTADOS

História por NICOLA PAMPLONA  • Folha de S. Paulo

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quarta-feira (6), que seu governo não tem mais tempo a esperar e não pode ficar só constatando que não tem dinheiro. “A nossa obrigação é arrumar dinheiro e fazer esse PIB crescer.”

Lula discursou em evento de assinatura de contrato financiamento do NDB (Novo Banco do Desenvolvimento) ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e reforçou defesa de atuação mais forte do banco estatal de fomento.

O banco tenta reduzir o ritmo de devolução de empréstimos ao Tesouro para ter mais recursos para emprestar. Em outra frente, o governo tem dificuldades no Congresso com o Orçamento para 2024 e a meta de déficit zero.

“Se o BNDES não tem dinheiro, a gente vai ter que ir conversar com o [ministro da Fazenda, Fernando] Haddad”, afirmou. “Temos uma missão de fazer esse país voltar a crescer e, para crescer, o BNDES é uma peça importante.”

O presidente afirmou que o Tesouro “não pode ficar com “um trilhão e não sei quanto, dois trilhões guardados enquanto o BNDES fica comendo pão seco sem mortadela”.

BNDES e NDB anunciaram a captação de US$ 1,7 bilhão (R$ 8,5 bilhões) para financiar projetos de combate às mudanças climáticas e de investimentos em infraestrutura sustentável. As captações têm garantia soberana da União.

No primeiro caso, o banco reservará US$ 500 milhões (R$ 2,5 bilhões) para projetos em áreas como mobilidade urbana sustentável, resíduos sólidos, energias renováveis, equipamentos eficientes, cidades sustentáveis e florestas nativas.

No segundo, será US$ 1,2 bilhão (R$ 6 bilhões) para projetos de energia renovável, transporte e logística, saneamento, mobilidade urbana, tecnologias da informação e comunicação e infraestrutura social, com foco em educação e saúde.

Esse montante, disse o presidente do BNDES, Aloízio Mercadante, será destinado principalmente a projetos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). “Não há como enfrentar crise climática, as exigências dos novos tempos, sem os bancos públicos”, afirmou.

 

OS ESTADOS UNIDOS MANDAM RECADO PARA MADURO DA VENEZUELA NÃO INVADIR ESSEQUIBO NA GUIANA

 

Folha de S. Paulo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O governo dos Estados Unidos reiterou nesta quarta (6) sua oposição a um conflito militar ou episódios de violência na crise entre Venezuela e Guiana. A mensagem soa como recado ao ditador Nicolás Maduro, que na véspera anunciou medidas burocráticas para anexação e exploração do território de Essequibo.

Numa tentativa de arrefecer a crise, os chanceleres da Venezuela, Yván Gil, e da Guiana, Hugh Todd, conversaram por telefone sobre Essequibo, território rico em petróleo reivindicado por Caracas. Foi o primeiro diálogo entre as partes desde a escalada da disputa. As partes teriam concordado em “manter os canais de comunicação abertos” e manifestado a “necessidade de deter as ações que possam agravar a controvérsia”, segundo comunicado do regime venezuelano.

Autoridades vêm manifestando o temor de que o plebiscito organizado pelo regime venezuelano no domingo (3) dê a Maduro o ímpeto de invadir o vizinho, ainda que especialistas afirmem que essa possibilidade é pequena. Na votação, 96% dos eleitores do país se manifestaram a favor da criação de uma nova província em Essequibo, além da concessão de nacionalidade aos 125 mil habitantes da região.

“A parte venezuelana aproveitou para atualizar o governo da Guiana sobre a participação avassaladora que a consulta popular teve, gerando um mandato inapelável”, acrescentou a nota divulgada pelo regime.

O plebiscito serviu de base para Maduro dar o passo inicial para a exploração do território em disputa. Na terça (3), o ditador ordenou que a petroleira estatal PDVSA conceda licenças para a “extração imediata” de recursos naturais na região. “Que procedamos imediatamente à concessão de licenças operacionais para a exploração de petróleo, gás e minas em toda a área”, disse ele à Assembleia Nacional.

A nova lei ainda permitiria a anexação de Essequibo a despeito da recomendação feita pela Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia, para que o regime venezuelano se abstenha de “qualquer ação que modifique a situação vigente”.

O líder guianense, Irfaan Ali, descreveu as medidas como “uma ameaça direta” e advertiu que recorrerá ao Conselho de Segurança da ONU para denunciar a situação. Também disse que as Forças Armadas do país estão em “alerta” e em contato com “parceiros” internacionais, incluindo os Estados Unidos.

Caracas argumenta que a fronteira venezuelana deve ser estabelecida com base no rio Essequibo, como foi no século 18. Também menciona o acordo de Genebra, assinado em 1966, antes da independência da Guiana, que estabelecia as bases para uma solução negociada e anulava um laudo de 1899 que fixou os limites atuais.

A Guiana defende este laudo e pede que seja ratificado pela Corte Internacional de Justiça em Haia, cuja jurisdição Caracas não reconhece.

CRISE ENTRE O STF E A JUSTIÇA DO TRBALHO

História por Weslley Galzo  • Jornal Estadão

fachada STF

BRASÍLIA – O Supremo Tribunal Federal (STF) enfrenta atualmente “crises institucionais” em diferentes flancos, dentro e fora do Poder Judiciário. Uma das quedas de braço é com a Justiça do Trabalho. Parte dos ministros acusa os juízes trabalhistas de “desrespeito” à jurisprudência da Suprema Corte, o que, segundo eles, tem produzido “insegurança jurídica” em julgamentos relacionados a temas como uberização, terceirização e pejotização.

No mais recente episódio do conflito , o STF determinou que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) produza um levantamento “das reiteradas decisões de descumprimento do que tem decidido esta Corte”.

Como revelou o Estadão, mais da metade das reclamações enviadas ao STF neste ano tratam de questões relacionadas ao direito trabalhista. A Corte virou uma frequente instância de recurso para tentar impor limites ou mesmo corrigir decisões proferidas pela Justiça do Trabalho. Em geral, essa ações apontam que a Justiça especializada estaria desviando-se do cumprimento da reforma trabalhista.

De janeiro a novembro deste ano, o Supremo recebeu 6.148 reclamações – um tipo de ação que pode derrubar despachos ou atos administrativos que violem súmulas vinculantes. Dessas, 3.334 são relacionadas ao direito do trabalho. O levantamento realizado pelo Estadão mostra que o tema já equivale a 54% das reclamações que chegam ao STF. Esse índice subiu pelo segundo ano seguido. Em 2018, no ano posterior à reforma, essas reclamações contra decisões do TST no STF somavam 41%.

Fachada do Tribunal Superior do Trabalho. Foto: Conselho Nacional de Justiça© Fornecido por Estadão

O CNJ informou à reportagem que ainda não foi oficiado pelo STF. “Há de se aguardar conhecimento sobre o teor do ofício, a fim de que se adotem as medidas cabíveis e solicitadas a este Conselho”, argumentou.

O Conselho, porém, não respondeu quais sanções poderiam ser aplicadas caso se constate descumprimento de jurisprudência por juízes trabalhistas, tampouco como pretende agir para pacificar a relação entre os dois ramos do Judiciário.

A presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Luciana Conforti, se disse “bastante preocupada e surpresa” com a provocação do CNJ pelo STF. De acordo com ela, a situação envolvendo os juízes trabalhistas não é um caso de “infração disciplinar”, portanto estaria fora da alçada do CNJ.

“Não há descumprimento deliberado pela Justiça do Trabalho. O que nós vemos é que há uma divergência de interpretação sobre o que está coberto pelo precedente da terceirização, que é o que tem sido citado nos julgamentos”, disse a presidente.

Ministros criticam a Justiça do Trabalho e querem resolver questões trabalhista em julgamento no plenário

Na última quarta-feira, 5, a Primeira Turma do STF derrubou uma decisão do Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais (TRT-MG) que reconhecia vínculo empregatício entre entre um trabalhador e o aplicativo Cabify. A sessão foi marcada por duras críticas dos ministros aos juízes trabalhistas por violarem a jurisprudência da Suprema Corte e criar “insegurança jurídica” em julgamentos relacionados a relações de trabalho e uberização.

O ministro Alexandre de Moraes, que preside a Primeira Turma e é relator do caso, afirmou que o posicionamento do STF tem sido “desrespeitado” pelos tribunais e magistrados trabalhistas.

“Vamos àquela discussão da reiterada desobediência, do reiterado descumprimento, pela Justiça do Trabalho, das decisões do Supremo Tribunal Federal”, criticou Moraes. “A questão de teoricamente, ideologicamente, academicamente não concordar não justifica a insegurança jurídica que diversas decisões vêm gerando.”

A presidente da Anamatra argumenta, por sua vez, que a divergência reside no fato de os ministros interpretarem que a chamada “pejotização” – processo em que os trabalhadores atuam como empresas individuais – está inserida no precedente que trata da terceirização. Essas são as principais reclamações que têm chegado à Corte. Ainda de acordo com a presidente, os próprios ministros do STF divergem sobre que tipo de reclamação relacionada à Justiça do Trabalho pode ser aceita.

As ações relacionadas à Justiça do Trabalho estavam restritas, até então, às duas Turmas do STF. Com a escalada da crise, Moraes solicitou que uma outra ação sob sua relatoria seja julgado no plenário do tribunal. O processo envolve o reconhecimento de vínculo de emprego entre um entregador e o aplicativo Rappi pela Justiça do Trabalho.

Os posicionamentos dos ministros até o momento indicam que a maioria do STF é contrária à atuação dos juízes trabalhistas. No caso envolvendo o Cabify houve unanimidade à favor da empresa. Além de Moraes, votaram contra o reconhecimento de vínculo de trabalho os ministros Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. Na Segunda Turma, o decano Gilmar Mendes já havia feito críticas ao Tribunal Superior do Trabalho (TST), que, segundo ele, “tem colocado alguns entraves em opções políticas chanceladas pelo Executivo e pelo Legislativo”.

O único ministro que tem tido repetidos posicionamentos no sentido de validar as decisões da Justiça do Trabalho pró-empregador é Edson Fachin, que integra a Segunda Turma.

A presidente da Anamatra defende que, com a chegada do caso ao plenário do STF, os ministros convoquem audiências públicas e entidades representativas para discutir os limites do que pode ou não ser reconhecido como vínculo de emprego em relações pejotizadas, uberizadas e terceirizadas.

Especialistas veem cenário de divergências e tentativa dos juízes trabalhistas de não se enquadrar na jurisprudência do STF

O ministro Ives Gandra Filho, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), avalia que os juízes da Justiça do Trabalho utilizam a tese de “distinção” para não seguir a jurisprudência do STF em julgamentos que tratam de vínculo empregatício. Essa teoria é usada para alegar que o caso em questão é diferente daqueles que se enquadram no entendimento da Suprema Corte, o que permitiria interpretações divergentes. Gandra argumenta, porém, que a aplicação desse argumento, por ser ampla, dificulta a responsabilização dos juízes

“No fundo é o que os ministros do Supremo estão falando. Você tem uma visão do direito, nós estamos num sistema Judiciário de precedentes e as Cortes que estão abaixo do Supremo tem que seguir o que o Supremo estabeleceu como tese, e está havendo resistência. A gente tem que seguir o Supremo por disciplina judiciária e ressalvar entendimento”, afirmou.

Para João Guilherme Vargas, que é consultor de sindicatos de trabalhadores, “há uma dinâmica de divergências” entre os dois ramos da Justiça que precisa ser resolvida. Ele argumenta que, em vez de acirrar a disputa, é necessário que o movimento sindical organize os trabalhadores de aplicativos para que possam ser ouvidos pelos dois lados.

 

ZEMA RECLAMA DA FALTA DE INTERESSE DO GOVERNO LULA DE RESOLVER A DÍVIDA DE MINAS

 

História por Ricardo Corrêa  • Jornal Estadão

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), voltaram a trocar farpas nesta quarta-feira, 6, em meio aos debates sobre a solução para a dívida de R$ 165 bilhões de Minas Gerais com a União. O assunto se tornou arena de disputa política em meio às dificuldades de interlocução do governador com o governo Lula e à intenção de Pacheco de se candidatar ao governo mineiro em 2026.

Pela manhã, em visita a instalações de um sistema de wi-fi de escolas municipais, em Belo Horizonte, Zema cutucou a solução proposta por Pacheco, que inclui a federalização de estatais mineiras, como Cemig, de energia, Copasa, de saneamento, e Codemig, de extração de nióbio, e um novo Refis para Estados com descontos para pagamentos à vista.

Após início das conversas entre Pacheco e o governo para tratar da dívida do Estado, governador de Minas Gerais, Romeu Zema, afiremou que só viu ‘falação’ até agora. FOTO ALEX SILVA/ESTADAO Foto: Alex Silva/Estadão© Fornecido por Estadão

“Toda alternativa é bem-vinda, mas a proposta do presidente do Congresso precisa ser apreciada pelo Ministério da Fazenda, pela Secretaria do Tesouro Nacional, e, até agora, ninguém apreciou. Então, ficou na falação até agora. Não teve nenhuma ação efetiva por parte do governo federal”, disparou o governador de Minas.

Não demorou para que Pacheco reagisse em nota, dizendo que está tentando fazer o que o governador não conseguiu em cinco anos no comando do Estado. Segundo ele, uma conversa com o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, será feita nesta quinta-feira, 7.

“As ações possíveis, neste momento, estão sendo feitas. Amanhã, por exemplo, terei reunião com o ministro Fernando Haddad. Mais um passo importante no caminho da solução da dívida. Quero ajudar o governador a resolver o maior problema do governo dele. Mas o governador não pode querer para ontem algo que ele não conseguiu resolver em cinco anos. Há regras, negociações e um caminho para isso. Tudo ao seu tempo”, diz a nota divulgada por Pacheco.

Presidente do Senado, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) tem se reunido com integrantes do governo Lula para apresentar uma proposta para solucionar as dívidas do estado de Minas Gerais. FOTO: Roque de Sá/Agencia Senado Foto: Roque de Sá/Agencia Senado© Fornecido por Estadão

Também nesta quarta-feira, 6, Zema informou que o governo do Estado, em conjunto com a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), está pedindo ao Supremo Tribunal Federal (STF) a extensão de prazo para que o governo volte a pagar dívida. A decisão atual obriga a retomada do pagamento das parcelas a partir de 20 de dezembro.

A proposta de Zema apresentada ao Tesouro e à ALMG, e rechaçada por Pacheco, propõe a privatização da Codemig, a proibição de concursos e a concessão de apenas duas recomposições inflacionárias, de 3% cada, nos próximos nove anos. A proposta, porém, enfrenta forte resistência do funcionalismo e do governo federal.

SERVIDORES DO IBAMA SINALIZAM PARALIZAÇÃO DAS ATIVIDADES DE CAMPO

 

História por ANA CAROLINA AMARAL, JOÃO GABRIEL E PHILLIPPE WATANABE  • Folha de S. Paulo

DUBAI, EMIRADOS ÁRABES UNIDOS, BRASÍLIA, DF E SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Servidores de carreira do Ibama e do ICMBio, principais órgãos de controle ambiental do Ministério do Meio Ambiente, publicaram uma carta na terça-feira (5) acusando o governo Lula (PT) de deslealdade.

Assinado por 1.562 servidores dos dois órgãos, o documento sinaliza uma paralisação das atividades de campo. “Orientamos cada servidor a compreender o contexto, estar pronto para a luta, recusar chamados ao ‘voluntarismo’ da autarquia e focar nas formalidades burocráticas”, diz o texto.

Em crítica à desestruturação dos dois órgãos, a carta aponta baixo número de servidores, defasagem salarial e alta rotatividade de pessoal. Os signatários afirmam que os resultados destacados na COP28 (conferência do clima da ONU, que acontece até o próximo dia 12, em Dubai) só foram possíveis por conta da dedicação dos servidores.

O Ibama, por sua vez, diz que o texto é “inadequado”, ainda que a falta de pessoal seja um problema.

Na visão da carta, os funcionários têm se engajado de forma voluntária em atividades que vão além das capacidades oferecidas pelo governo.

“Mesmo após os ataques sofridos pelos servidores ambientais no governo anterior, que colocaram a proteção ambiental no centro do debate eleitoral em 2022, e a atuação decisiva do Ibama e ICMBio na queda de 49,7% no desmatamento da amazônia, o governo Lula permanece inerte”, diz o texto.

Embora a divulgação da carta mire a COP28 -onde o governo federal divulga resultados do combate ao desmatamento-, a demanda dos servidores não ganhou repercussão nos eventos brasileiros dentro da cúpula nem nos corredores da conferência.

À reportagem, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, reconheceu a desestruturação do órgão, que, segundo ele, passou de 6.200 servidores para um quadro atual de 2.500 -desses 1.000 devem se aposentar nos próximos três anos.

No entanto, Agostinho reprovou o tom da carta. “Achei o linguajar impróprio. Não precisava ter uma carta tão dura neste momento em que o Brasil vem sendo tão bem recebido [na COP28] por uma série de esforços que vem fazendo”, disse.

Questionado sobre qual o projeto do governo para a reestruturação dos órgãos, o presidente do Ibama não deu detalhes da negociação com o Ministério da Gestão sobre a valorização das carreiras ambientais e a abertura de concursos -projetos que dependem ainda da aprovação do orçamento para o Ministério do Meio Ambiente no próximo ano.

Segundo Agostinho, o presidente Lula afirmou em reunião recente com ele e com a ministra Marina Silva (Meio Ambiente) que priorizaria a valorização dos servidores e a realização de concurso do Ibama.

“Espero que essa sinalização de paralisação da carta não aconteça. Não houve no governo passado, não faz sentido ter agora”, completou Agostinho.

SERVIDORES FALAM EM ‘DESCASO’ NAS NEGOCIAÇÕES

A reportagem teve acesso a um ofício que a Ascema (Associação Nacional de Servidores do Meio Ambiente) afirma ter enviado ao governo Lula cobrando a retomada da mesa de negociação para a reestruturação do plano de carreira para o setor.

O ofício tem data de 30 de novembro, primeiro dia da COP28. A conferência nos Emirados Árabes é citada no documento que foi enviado aos ministros Esther Dweck (Gestão), Rui Costa (Casa Civil) e Marina Silva (Meio Ambiente), e aos presidentes do Ibama e do ICMBio (Mauro Pires).

A data do ofício foi próxima às de viagens dos ministros em questão. Marina Silva viajou para a COP no dia 29; no dia 30, Dweck também estava em Dubai; também no dia 30, Costa estava no Catar.

“Os servidores desta carreira desempenharam um papel crucial na obtenção de resultados ambientais expressivos para o Brasil no ano de 2023”, escreveram, destacando que os avanços ocorreram “sem grandes investimentos, mudanças estruturais significativas ou aumento de recursos humanos e financeiros”.

Os servidores se incomodam pela questão da valorização dos servidores ambientais não ter evoluído, com somente uma reunião de negociação durante o ano. O ofício exige uma segunda reunião ainda em 2023. Há o temor de que, com a demora, qualquer modificação fique só para 2025.

Ainda segundo o documento dirigido à gestão Lula, o prazo inicial que o governo tinha estimado para apresentar um posicionamento sobre o tema se encerrou no início de novembro, e os servidores não foram chamados para conversar.

O texto classifica o atraso de um “descaso do governo”. “Falha em responder a esta demanda será vista como um desrespeito não apenas aos servidores que representamos, mas também ao compromisso do Brasil com as questões ambientais globais”, encerra o texto.

A reportagem procurou o Ministério do Meio Ambiente, a Casa Civil e o MGI (Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos).

A Casa Civil afirmou somente que a questão está sendo tratada pelo MGI.

JUSTICEIROS DE COPACABANA PODEM SER PUNIDOS

História por BRUNO LUCCA  • Folha de S. Paulo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O grupo organizado por moradores de Copacabana e Botafogo, na zona sul do Rio de Janeiro, para agredir jovens apontados como ladrões no bairro é criminoso, avaliam especialistas ouvidos pela reportagem.

Vídeos das ações circulam nas redes sociais desde o início desta semana.

Autointitulado “justiceiros”, o bando surgiu em meio à crise de segurança na região. Casos de assaltos violentos foram registrados em profusão nas últimas semanas.

Um chamamento ao grupo de moradores de Copacabana e Botafogo circula nas redes sociais. Em postagem, organizadores dizem que a proposta é mostrar quem manda no bairro, não causar medo ou insegurança.

Para Daniel Hirata, do Núcleo Estudos da Cidadania, Conflito e Violência Urbana da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro, a atitude dos moradores cariocas reflete a fragilidade do sistema de segurança pública da capital. “Uma Justiça criminal falha é brecha para formas privadas de resolução de conflitos. No Rio, isso é exemplificado pelos massacres promovidos por milicianos”, diz o especialista.

O poder paralelo mata por crer na rápida higienização social daqueles considerados perigosos, avalia Hirata. “A mesma lógica vale para os moradores de Copacabana e Botafogo. Eles desdenham do sistema penal e exaltam a violência como resolução mais viável. Por isso, também devem ser julgados como contraventores. Parece anedótico, mas é grave”, continua.

Em nota, a Polícia Civil afirma ter conhecimento da situação e realizar diligências para identificar os envolvidos e esclarecer os fatos.

Thiago Bottino, professor de direito penal na FGV (Fundação Getúlio Vargas), diz haver outro perigo na ação do grupo: a possibilidade abordagem baseada em preconceitos.

“Se a polícia comete erros, imagine moradores de um bairro nobre”, declara. Em nenhuma situação, é plausível ter civis perseguindo, julgando e condenando. Essa função é do Estado, e quem não aceita isso está cometendo um crime”, declara ele. A ocorrência de agressão é agravante, completa.

Segundo advogados, a ação é ilegal. “O ato de fazer justiçamento com as próprias mãos é considerado como crime de exercício arbitrário das próprias razões, previsto no artigo 345 do Código Penal”, disse o criminalista Reinaldo dos Santos de Almeida.

Ainda de acordo com ele, “a detenção para o crime varia de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à violência utilizada, como ameaça, lesão corporal ou homicídio tentado ou consumado, por exemplo”.

O Código Penal prevê reclusão de 4 a 12 anos pelo cometimento de lesão corporal, por exemplo.

O também criminalista Carlos Fernando Maggiolo diz que quem participa dessas ações pode ser enquadrado em associação criminosa, com pena de até três anos de prisão. “Como os encontros dos justiceiros são marcados através das redes sociais, fica fácil para a acusação provar a associação. Além disso, podem responder por lesão corporal, constrangimento ilegal, ameaça e até homicídio, se houver morte decorrente dessas ações”, disse.

 

O MARKETING ANALÍTICO É UMA ESTRATÉGIA DAS EMPRESAS DAS EMPRESAS PARA EVITAR PREJUÍZOS

 

Por Sebrae Alagoas

Dentro de uma empresa, as decisões precisam ser tomadas com o máximo de precisão. Afinal, mesmo um pequeno erro pode trazer grandes prejuízos. Por isso, é muito importante adotar estratégias como o marketing analítico.

Por meio dele, fica mais fácil fazer escolhas que levam a resultados cada vez melhores, já que são baseadas em evidências e não apenas em intuições. Neste artigo, você vai entender o que é o marketing analítico, como funciona, seus benefícios e de que maneira aplicar no seu negócio. Confira!

O que é Marketing Analítico?

O Marketing Analítico é uma disciplina do marketing que trabalha com dados para orientar a tomada de decisão. Seu objetivo é fornecer um embasamento preciso para nortear as ações e escolhas, considerando fatos concretos.

Tudo começa com um rastreamento de dados que permite entender como o público está reagindo às estratégias atuais. Por exemplo, quantas pessoas viram um anúncio e fizeram compras a partir dele, como estão as interações nas redes sociais, no site ou no aplicativo e assim por diante.

Esses dados são coletados de forma manual ou através de ferramentas tecnológicas e, em seguida, analisados e utilizados para construção de padrões e tendências de comportamento.

Quais são as características do Marketing Analítico?

O Marketing Analítico tem como principal característica apresentar um cenário completo para quem aplica essa estratégia. Ele permite observar a situação no passado, analisar o presente e fazer previsões.

Ao coletar, analisar e cuidar os dados passados e presentes, entendemos os padrões de comportamento e de consumo do público. Assim, é possível identificar tendências para o futuro e traçar estratégias alinhadas a essa realidade.

Esse tipo de marketing está muito ligado ao conceito de Big Data e possibilita explorar uma infinidade de dados, tanto do público quanto do mercado e dos concorrentes. Logo, a empresa que sabe aplicá-lo e consegue fazer um bom tratamento de dados tem um material valioso para desenvolver diferenciais.

Quais são os benefícios desse tipo de marketing?

O Marketing Analítico traz uma série de benefícios que se tornam diferenciais nas tomadas de decisão. Afinal, como explicamos, elas se tornam mais precisas e deixam de ser baseadas em intuições e “achismos”.

Algumas das vantagens que você pode alcançar são:

maior compreensão do público e do seu comportamento;

geração de novas oportunidades;

otimização das estratégias implementadas;

quantificação do retorno do investimento;

foco maior nos objetivos da empresa;

monitoramento do mercado e dos concorrentes;

redução de custos com ações e estratégias;

maior previsibilidade.

Como analisar dados de marketing?

Primeiro, é preciso definir um objetivo. Você precisa ter em mente aquilo que deseja compreender e analisar para rastrear e coletar os dados. O ideal é que essa coleta seja orientada por KPIs, que são as métricas relacionadas ao objetivo que você estabeleceu. Por exemplo:

taxas de clique;

posição na SERP;

tráfego orgânico;

número de visitantes;

custo de aquisição de cliente;

engajamento em redes sociais.

Depois, é preciso trabalhar esses dados para que eles possam ser visualizados, como em tabelas, gráficos ou mapas. Para fazer isso, são utilizadas ferramentas como Google Analytics ou um sistema CRM.

Uma vez que você tem esses dados de forma visual, pode fazer o tratamento, o cruzamento e a segmentação deles para entender os padrões e as tendências. É assim que vai extrair insights para suas próximas estratégias.

Como aplicar o Marketing Analítico na empresa?

Não resta dúvida de que o Marketing Analítico é fundamental para o sucesso do seu negócio. Mas como ele pode ser colocado em prática? Veja a seguir algumas dicas.

Defina um objetivo a ser alcançado;

Configure o rastreamento de dados com estratégias como parâmetros UTM, gerenciador de tags e pixels de rastreamento;

Adote uma boa ferramenta para armazenar e processar os dados;

Estabeleça métricas com base nos objetivos desejados;

Foque somente nos dados mais importantes para o seu negócio;

Faça comparativos e cruzamentos para entender o cenário do seu negócio;

Identifique a oportunidade e faça mudanças imediatas nas estratégias;

Continue coletando os dados para fazer comparativos da estratégia atual com a antiga;

Faça o monitoramento constante.

A competitividade do mercado e as exigências do consumidor não deixam espaço para tentativas vagas. É importante que suas decisões sejam precisas. Explore as possibilidades do marketing analítico para gerar boas oportunidades e entregar aquilo que o seu público espera.

Marketplaces em alta: o sucesso no mercado

Tiago Sanches, gerente comercial da Total IP

Certas estratégias são cruciais para alavancar as vendas e isso começa com o primeiro contato

Marketplaces são uma tendência no e-commerce. Isso porque, os benefícios existem tanto para quem tem seu próprio ambiente, quanto para os sellers, os quais vendem nas plataformas de outros empreendedores. Entretanto, apesar dessa alta, é fundamental as organizações se prepararem da melhor forma para receberem seus grupos alvo, independentemente da época do ano. Isso inclui uma elaboração iniciada pelo atendimento.

O que são marketplaces e qual a sua realidade no mercado?

Esse conceito se remete a uma noção mais coletiva de vendas on-line. Nessa plataforma, diferentes lojas podem anunciar seus artigos, dando ao cliente um leque de opções. Desse jeito, trata-se de uma rede cujos vendedores podem fazer suas ofertas dentro da mesma página. Ou seja, é como um shopping center virtual cujos visitantes têm acesso a vários estabelecimentos. Sites como Mercado Livre, Magalu, Americanas, Amazon e a Valeon são ótimos exemplos, inclusive, de acordo com o último relatório Webshoppers, 84% dos empreendedores brasileiros possuem canais ativos em ambientes como esses.

Conforme a ChannelAdvisor, na China, esse tipo de comércio já representa 90% do faturamento do varejo on-line e, nos EUA, 33%. Já no Brasil, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), o crescimento do setor em 2021 foi de 19%.

Principalmente em temporadas de forte atividade, como o Natal, Dia dos Namorados, das Mães e dos Pais, as movimentações tendem a ser significativas. O Dia do Consumidor, por exemplo, em 2022, chegou a um faturamento de R$ 722 milhões, com elevação de 22% em comparação a 2021, de acordo com dados da Neotrust. Contudo, para, de fato, chamar a atenção dos fregueses, apenas preços atrativos e propagandas não são o suficiente, é preciso oferecer uma experiência completa. “Para deixar uma marca positiva é necessário garantir um primeiro contato excelente, indo até o pós-venda. Os responsáveis por esse tipo de negócio tendem a pensar só no produto final entregue, mas toda interação importa”, explica Tiago Sanches, gerente comercial da Total IP.

Um destaque em meio à concorrência é fundamental

Ciente de como apenas qualidade final não é o suficiente, diversos quesitos tendem a ajudar uma empresa a se destacar em meio a tanta concorrência. Logo, diferentes fatores influenciam a posição ocupada nas buscas, seja preço, custo do frete, avaliações, etc. Além disso, é imprescindível identificar como chamar a atenção em detrimento de sellers ocupando o mesmo espaço. Nesse contexto, conhecimento nunca é demais para descobrir como planejar condições visando se sobressair.

Outra questão importante diz respeito aos parceiros mantidos por perto e a estrutura do negócio em geral. Para a quantidade de vendas alcançadas por um programa como esse, investir na atração de indivíduos para promover suas corporações lá dentro, diversificando e ampliando o portfólio torna tudo mais robusto. Além disso, deve haver uma atenção especial à otimização das operações.

Todavia, de nada adianta tomar cuidado com tudo isso e não promover uma boa gestão operacional. Dentre diversos benefícios, a transformação de um e-commerce em um marketplace proporciona ganho de escala das demandas. A partir desse ponto é crucial redobrar a cautela com estratégias adotadas no local omnichannel. Uma administração eficiente é o meio para a criação de modelos de vivência da persona para ela ter uma boa prática nessa aquisição. “Hoje em dia, uma pessoa transita por diferentes pontos de contato. É relevante, então, conseguir alcançar o preciso da melhor forma e naquele momento, assim, há grandes chances de fidelizar”, comenta o especialista.

Dicas para se sair bem no mercado

Antes de tudo é sempre interessante se colocar no lugar dos frequentadores, pois, somente conhecendo bem eles é viável proporcionar oportunidades e elementos favoráveis. Em circunstâncias assim, um bom levantamento de dados para analisar as dores e as necessidades é uma excelente alternativa, tendo em vista como, por meio dessas informações, é fácil identificar qual a busca e como agradar.

No entanto, o ditado é real e, de fato, a primeira impressão fica. Logo, a assistência inicial desse sujeito deve ser levada em consideração de forma primordial. Como anda o seu atendimento? Quais as abordagens utilizadas para lidar com esses interessados? Independentemente de qual seja, a Startup Valeon consegue auxiliar, incrementar e melhorar qualquer estratégia de forma inovadora.

A tecnologia de robôs tem sido cada vez mais utilizada em diversas esferas do cotidiano da população. No geral, essa indústria está em crescimento, de acordo com a VDMA (Associação Alemã de Fabricantes de Máquinas e Instalações Industriais), as vendas do setor aumentaram em 13% em 2022. Nos primeiros quatro meses, os pedidos recebidos foram elevados em 38%, também em relação ao ano anterior, na Alemanha.

Em todo o mundo, já existem mais de três milhões deles operando em fábricas e pelo menos US$ 13,2 bilhões foram gastos nos últimos anos em novas instalações utilizando esse tipo de modernização. Pelo menos 76% desses investimentos foram feitos por cinco países: China, Japão, Estados Unidos, Coreia do Sul e Alemanha. As indústrias automotiva, elétrica, eletrônica e metálica se destacam nesse uso em seus parques industriais. Porém, no caso do apoio ao consumidor esse artifício também não poderia ficar de fora. Com a Startup Valeon isso é possível para todos os âmbitos. “Nós enxergamos essa assistência como parte do processo de conquista e a colocamos como um pilar principal para os nossos usuários.

Dessa maneira, a firma oferece serviços baseados na aprimoração desse suporte para as companhias parceiras, seja com os tão comentados robôs, responsáveis por atender chamadas e responder mensagens automaticamente, ou com outras ferramentas. Ao todo, há uma flexibilidade sem igual para atender a todo tipo de instituição, com humanos, chat, voz, redes sociais e WhatsApp, o propósito é aumentar os resultados e promover atualização constante.

O que é marketplace e por que investir nessa plataforma

ÚnicaPropaganda e Moysés Peruhype Carlech

Milhares de internautas utilizam o marketplace diariamente para fazer compras virtuais. Mas muitos ainda desconhecem seu conceito e como ele funciona na compra e venda de produtos.

Afinal, o que é marketplace?

O marketplace é um modelo de negócio online que pode ter seu funcionamento comparado ao de um shopping center.

Ao entrar em um shopping com a intenção de comprar um produto específico, você encontra dezenas de lojas, o que lhe permite pesquisar as opções e os preços disponibilizados por cada uma delas. Além de comprar o que você planejou inicialmente, também é possível consumir outros produtos, de diferentes lojas, marcas e segmentos.

Leve isso ao mundo virtual e você entenderá o conceito de marketplace: um lugar que reúne produtos de diversas lojas, marcas e segmentos. A diferença é que no ambiente virtual é mais fácil buscar produtos, e existe a facilidade de comprar todos eles com um pagamento unificado.

Os principais marketplaces do Brasil

A Amazon foi a primeira a popularizar esse modelo de negócio pelo mundo, e até hoje é a maior referência no assunto

No Brasil, o marketplace teve início em 2012. Quem tornou a plataforma mais conhecida foi a CNova, responsável pelas operações digitais da Casas Bahia, Extra, Ponto Frio, entre outras lojas.

Hoje, alguns nomes conhecidos no marketplace B2C são: Americanas, Magazine Luiza, Netshoes, Shoptime, Submarino e Walmart. No modelo C2C, estão nomes como Mercado Livre e OLX. Conheça os resultados de algumas dessas e de outras lojas no comércio eletrônico brasileiro.

Aqui no Vale do Aço temos o marketplace da Startup Valeon que é uma Plataforma Comercial de divulgação de Empresas, Serviços e Profissionais Liberais que surgiu para revolucionar o comércio do Vale do Aço através de sua divulgação online.

Como escolher o marketplace ideal para sua loja

Para ingressar em um marketplace, é preciso cadastrar sua loja, definir os produtos que serão vendidos e iniciar a divulgação. Mas é fundamental levar em consideração alguns pontos importantes antes de decidir onde incluir sua marca:

Forma de cobrança: cada marketplace possui seu modelo de comissão sobre as vendas realizadas, que pode variar de 9,5% a 30%. O que determina isso é a menor ou maior visibilidade que o fornecedor atribuirá a seus produtos. Ou seja, o lojista que quer obter mais anúncios para seus produtos e as melhores posições em pesquisas pagará uma comissão maior.

Na Startup Valeon não cobramos comissão e sim uma pequena mensalidade para a divulgação de seus anúncios.

Público-alvo: ao definir onde cadastrar sua loja, é essencial identificar em quais marketplaces o seu público está mais presente.

Garantimos que na Valeon seu público alvo estará presente.

Concorrentes: avalie também quais são as lojas do mesmo segmento que já fazem parte da plataforma e se os seus produtos têm potencial para competir com os ofertados por elas.

Felizmente não temos concorrentes e disponibilizamos para você cliente e consumidores o melhor marketplace que possa existir.

Reputação: para um marketplace obter tráfego e melhorar seus resultados em vendas precisa contar com parceiros que cumpram suas promessas e atendam aos compradores conforme o esperado. Atrasos na entrega, produtos com qualidade inferior à prometida e atendimento ineficiente são fatores que afastam os usuários que costumam comprar naquele ambiente virtual. Ao ingressar em um marketplace, certifique-se de que a sua loja irá contribuir com a boa reputação da plataforma e pesquise as opiniões de compradores referentes às outras lojas já cadastradas.

Temos uma ótima reputação junto ao mercado e consumidores devido a seriedade que conduzimos o nosso negócio.

Vantagens do marketplace

A plataforma da Valeon oferece vantagens para todos os envolvidos no comércio eletrônico. Confira abaixo algumas delas.

Para o consumidor

Encontrar produtos de diversos segmentos e preços competitivos em um único ambiente;

Efetuar o pagamento pelos produtos de diferentes lojistas em uma única transação.

Para o lojista

Ingressar em um comércio eletrônico bem visitado e com credibilidade, o que eleva a visibilidade de seus produtos;

Fazer parte de uma estrutura completa de atendimento e operação de vendas com um menor investimento, considerando que não será necessário pagar um custo fixo básico, como aconteceria no caso de investir na abertura de uma loja física ou online.

Provas de Benefícios que o nosso site produz e proporciona:

• Fazemos muito mais que aumentar as suas vendas com a utilização das nossas ferramentas de marketing;

• Atraímos visualmente mais clientes;

• Somos mais dinâmicos;

• Somos mais assertivos nas recomendações dos produtos e promoções;

• O nosso site é otimizado para aproveitar todos os visitantes;

• Proporcionamos aumento do tráfego orgânico.

• Fazemos vários investimentos em marketing como anúncios em buscadores, redes sociais e em várias publicidades online para impulsionar o potencial das lojas inscritas no nosso site e aumentar as suas vendas.

Para o Marketplace

Dispor de uma ampla variedade de produtos em sua vitrine virtual, atraindo ainda mais visitantes;

Conquistar credibilidade ao ser reconhecido como um e-commerce que reúne os produtos que os consumidores buscam, o que contribui até mesmo para fidelizar clientes.

Temos nos dedicado com muito afinco em melhorar e proporcionar aos que visitam o Site uma boa avaliação do nosso canal procurando captar e entender o comportamento dos consumidores o que nos ajuda a incrementar as melhorias e campanhas de marketing que realizamos.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

O BAIXO DESEMPENHO NA MATÉRIA MATEMÁTICA DOS ALUNOS DO BRASIL SEMPRE ESTEVE PRESENTE NO PISA

 

História por CLAUDINEI QUEIROZ  • Folha de S. Paulo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O resultado do Pisa 2022 (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), divulgado nesta terça-feira (5), destaca que apenas 1% dos alunos brasileiros teve nota 5 ou 6 em matemática, consideradas ideais. Singapura, o líder do ranking, possui 41% de estudantes nessa faixa, e a média da OCDE, entidade que reúne os países ricos e organiza a prova, é 9%.

Dos 10.798 brasileiros de 599 escolas que fizeram o teste internacional, 27% tiveram pelo menos o nível 2 de proficiência, contra 69% da média da OCDE e 85% dos países de melhor ensino. Portanto, 73% ficaram abaixo do nível mínimo, necessário para usar os conceitos matemáticos para resolver problemas cotidianos.

Especialistas ouvidos pela reportagem destacam que a pandemia de Covid-19 acabou influenciando negativamente um cenário já caótico do sistema educacional público, principalmente, no ensino da matemática. Para eles, os números mostram a defasagem histórica em uma área vista como difícil de aprender.

O baixo desempenho na matéria sempre esteve presente nas pesquisas do Pisa, aponta Ya Jen Chang, presidente do Instituto Sidarta, instituição sem fins lucrativos que tem como objetivo contribuir para alterar as políticas públicas educacionais. “A verdade é que esse problema se arrasta há pelo menos 20 anos. Desde o primeiro Pisa, os dados já mostravam que 70% dos alunos estavam abaixo do nível 2.”

“Vários fatores agravaram esse efeito. Em primeiro lugar, temos uma quantidade enorme de estudantes em más condições socioeconômicas que foram muito afetados pela pandemia”, diz Marcelo Viana, diretor-geral do Impa (Instituto de Matemática Pura e Aplicada). “Outro aspecto é a fragilidade do nosso sistema educacional da rede pública. Mal ou bem, nossas escolas privadas em poucos meses já estavam oferecendo alternativas para os estudantes. Mas as públicas tiveram muita dificuldade.”

Ernesto Martins Faria, diretor-fundador do Iede (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional), concorda com essa tese, mas destaca que a queda de desempenho já era esperada no país.

“Essa queda se concentrou em alunos de melhor desempenho, de pelo menos nível 3, em relação a 2018. O que percebemos é que o Brasil ia mal em matemática e quem mais sofreu é o perfil de alunos que tinha bom desempenho em 2018, o que era esperado. Eles eram muito dependentes do sistema educacional. Sem ensino presencial, era esperado que em habilidades mais complexas eles iam sofrer ainda mais”, afirma Faria, apontando um fator a se comemorar.

“Um detalhe relativamente positivo é que a gente não piorou tanto, a queda não foi tão grande quanto poderia ser. De alguma forma, o sistema conseguiu controlar defasagens extremas. As habilidades extremamente básicas a gente conseguiu manter no patamar de 2018.”

Para Chang, mitos como os de que existem pessoas de “exatas” e outras de “humanas” e de que para aprender matemática é preciso nascer com o “dom” atrapalham o avanço na área. Ele explica que estudos científicos sobre a neuroplasticidade do cérebro já comprovaram que não existe o “cérebro matemático”. “Todos são capazes de aprender matemática em altos níveis.”

“Ou seja, o problema não está nas pessoas, mas sim na forma como estamos ensinando a disciplina. Existem formas que já vêm sendo aplicadas no Brasil e que têm resultados comprovados por conectar alunos e educadores às suas reais identidades matemáticas”, diz Chang.

“Matemática não é memorizar fórmulas e procedimentos infinitos. Será preciso resgatar o sentido dessa ciência dos padrões e, para muitos, também superar o medo e o trauma da disciplina para abrir o caminho para aprendizagem que faça sentido para todos.”

Para melhorar o ensino da matemática no país, tanto Marcelo Viana quanto Ernesto Faria afirmam ser necessário encontrar soluções pedagógicas tanto nas escolas brasileiras que se destacam, sejam públicas ou privadas, quanto nos países líderes do ranking Pisa.

“As escolas públicas brasileiras que vão bem ainda estão muito longe do desejável. O problema é que muitas vezes a aula de uma série é focada em séries anteriores e os alunos já chegam com defasagem muito grande. Os alunos com alto desempenho não podem estar em uma aula que já sabem a matéria, têm de estar em aula mais complexa. E o aluno de desempenho mais baixo tem de estar em aulas de reforço”, diz Faria.

Essa defasagem fica mais clara quando é comparada às demais disciplinas, afirma Viana. “Todos os dados da matemática vão piorando durante o processo escolar, mesmo na comparação com a língua portuguesa. O percentual de alunos que terminam os ciclos com desempenho satisfatório vai diminuindo. O desempenho matemático é só de 12% nos que terminam o ensino médio. A meu ver, isso aponta o dedo para um elemento que é fundamental que é o ensino médio.”

Além de buscar estratégias pedagógicas que funcionam e melhorar a infraestrutura de nossas escolas, o primordial para os especialistas é o governo investir tanto na formação quanto na valorização do professor. Como mostrou a Folha de S.Paulo em maio, os cursos de licenciatura nas áreas de exatas têm taxas de desistência em torno de 70%, bem superiores à média geral do sistema universitário.

“Não adianta alta tecnologia na sala de aula se o professor não souber usar. É importante dar ao professor uma formação que o capacite a fazer isso. Vem junto da valorização, que significa salário, mas quando a gente olha nas unidades da federação, o salário não garante que o desempenho vai ser melhor”, diz Viana.

“O Brasil já provou que pode produzir matemáticos de excelência e professores, também. Temos medalhista Fields. Nós podemos fazer, mas temos de nos inspirar nos bons exemplos, nas escolas municipais e estaduais que dão certo para replicar.”

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...