Resultado de plebiscito a favor da anexação
de Essequibo eleva o temor de conflito militar entre as duas nações;
campanha seria complexa e colocaria em risco a ditadura de Nicolas
Maduro em caso de derrota
Por Luiz Henrique Gomes – Jornal Estadão
A escolha da Venezuela a favor da anexação de Essequibo, área rica em petróleo que corresponde a 70% do território da Guiana,
elevou a crise e o temor de um conflito militar entre as duas nações.
Apesar de desiguais em poder bélico, com a vantagem para a Venezuela,
circunstâncias como a geografia da região e a chance de auxílio
americano à Guiana aumentam os riscos para Caracas. E, em caso de uma
derrota, a ditadura de Nicolás Maduro estaria ameaçada.
A começar pela separação entre teoria e prática. No papel, as Forças
Armadas da Venezuela têm uma capacidade militar considerável na região.
Segundo o Anuário Militar de 2023 do Instituto Internacional de Estudos
Estratégicos (IISS, de Londres), são 123 mil militares na ativa, mais
220 mil paramilitares e equipamentos obtidos da Rússia e da China, duas
potências militares globais. Não se sabe, no entanto, se a prática
reflete a teoria.
Na análise do professor da ESPM e pesquisador em segurança
internacional, Gunther Rudzit, dois aspectos internos colocam a
capacidade militar da Venezuela em xeque: a contínua crise econômica do
país, que comprometem o uso dos equipamentos; e a atuação militar no
governo desde à chegada de Hugo Chávez (1999), que tornou as forças do país mais objetos de sustentação de poder do que de defesa.
Sobre o primeiro aspecto, Rudzit relembra os relatos que indicavam
que apenas 2 da frota de 24 caças Sukhoi Su-30, de fabricação russa,
estavam aptos para voar três anos atrás. “Ter no papel não significa que
eles estejam em condições de combate. Eu tenho muitas dúvidas nessa
prontidão operacional desses números que a Venezuela”, afirmou.
Sobre o segundo, o analista destaca o aumento no número de generais
no Exército Nacional da Venezuela desde o primeiro governo chavista até o
atual, como exemplo de transformação da força. Eram mil generais em
2019. O Brasil, em comparação, possui 175. “Os militares deixaram de ser
forças armadas clássicas para participar do governo e ter privilégios,
em controle de cargos e empresas. Não é possível afirmar que haja uma
experiência em campo”, disse.
Mesmo com essas particularidades, uma comparação com a Guiana coloca a
Venezuela em vantagem militar. O país de 750 mil habitantes conta com
apenas 3,4 mil soldados, dos quais metade estão em funções na segurança
pública. Ou seja, são policiais, sem treinamento de combate. O país
também tem poucos equipamentos militares. São seis blindados brasileiros
Cascavel-EE9, fabricados pela extinta Engesa em 1984.
Mas, antes de ser dada como vencida, a Guiana tem a seu favor outros fatores.Circunstâncias não-militares e externas
Uma invasão militar venezuelana para a tomada de Essequibo
significaria adentrar na selva tropical densa que domina a região. É
unanimidade entre analistas que geografias do tipo tornam quase
impossível o uso de equipamentos basilares para a tomada de territórios,
como veículos blindados. Uma alternativa seria adentrar no território
brasileiro e seguir até Georgetown, a capital da Guiana, mas essa é uma
possibilidade remota.
Maduro teria a alternativa de um ataque aerotransportado aos centros
urbanos da Guiana e um desembarque anfíbio pelo Caribe. Em teoria, tem
equipamentos para isso. Mas aí está outra circunstância a ser colocada
na balança: a chance de ajuda dos EUA. Essequibo tem uma forte presença
de empresas estrangeiras a explorar o petróleo, com a americana
ExxonMobil sendo a mais atuante
Os militares americanos e guianenses se reuniram nos dias 27 e 28 de
novembro, vésperas do plebiscito da Venezuela, para “discutir os
próximos compromissos para incluir sessões de planejamento estratégico e
processos para melhorar a prontidão militar e as capacidades de ambos
os países para responder a ameaças à segurança”, de acordo com nota da
embaixada americana em Guiana.
O quanto os americanos estão dispostos a enviar tropas para ajudar a
Guiana é algo que não se sabe. Mas, segundo o analista Gunther Rudzit, a
ajuda externa é uma carta que a Venezuela não possui. A Rússia, sua
principal aliança militar, está envolvida por completo na invasão à Ucrânia. “É algo que precisa ser considerado quando se pensa no conflito por todas as partes, sem dúvidas”, disse.
Riscos reais de guerra declarada
As circunstâncias relacionadas à Essequibo levantam a pergunta se
existe chance ou não de guerra entre os dois países. “Sempre existe o
risco de guerra, principalmente quando falamos de uma ditadura, como é o
caso da Venezuela. A democracia tem pesos e contrapesos que limitam
essa capacidade de entrar em guerra, apesar de não significar que são
pacíficas”, declarou Rudzit.
O analista acha mais provável, no entanto, que a agenda em torno da
região esteja mais ligada a mobilizar sentimentos nacionalistas nas
vésperas da eleição e conquistar apoio interno. Não é raro que isso
aconteça: a Guerra das Malvinas é exemplo histórico na Argentina.
Nas vésperas da invasão às ilhas de propriedade britânica, em 1982, a
ditadura argentina sofria os maiores protestos contrários a ela. Ao
invadir e entrar em guerra com o Reino Unido, a população argentina se
uniu e protestos a favor da Argentina, e, como consequência, do governo,
começaram a aparecer.
Mas a guerra foi perdida pela Argentina e no ano seguinte a ditadura
caiu. O exemplo, disse Rudzit, pode ser mais um alerta para Nicolás
Maduro. “A derrota das Malvinas enfraqueceu a ditadura da Argentina.
Derrotas militares abalam o poder. A Venezuela corre o mesmo risco,
considerando a forte presença militar como sustentação de sua ditadura”,
concluiu.
Singapura aumenta seu litoral na contramão do mundo: entenda como
Achei interessante quando vi uma matéria sobre um pequeno país que
está fazendo o oposto do mundo. Enquanto a maioria dos países à
beira-mar perde terreno para a erosão, acirrada por eventos extremos e
aumento do nível do mar, Singapura está aumentando o seu. Situada no
Sudeste Asiático, a cidade-Estado tem uma área pequena, cerca de 618 km²
de extensão, na maior ilha da península da Malásia, entre a Tailândia e
Indonésia. E, além do feito de produzir milionários em série, é o único
país até agora a conseguir aumentar seu território ‘alargando’ o
litoral. Como é possível? Quem explica é a Bloomberg.
A luta contra os elementos para economizar US$ 50 bilhões em imóveis
Antes de mais nada, alguns dados sobre como este país, sem recursos
naturais e que só conseguiu sua independência do Império Britânico em
1965, logrou ser hoje uma potência econômica.
Saiba que desde a independência Singapura cresce a uma média de 7,5%
ao ano. Seu PIB per capita é 3,5 vezes maior do que o da Malásia, 2,2
vezes maior que o do Reino Unido e 6,6 vezes maior do que o do Brasil.⠀
Lee Kuan Yew, primeiro-ministro que governou desde a independência
até 1990, dá a receita: “Abandonamos o modelo de industrialização
baseado no protecionismo. Enquanto a maioria dos países do Terceiro
Mundo denunciava a exploração das multinacionais ocidentais, nós as
convidamos para ir a Singapura. Conseguimos crescimento, tecnologia e
conhecimento científico. Estes predicados dispararam nossa produtividade
de uma maneira mais intensa e acelerada do que qualquer outra política
econômica alternativa poderia ter feito.”
Não resisto em chamar a atenção para o Brasil estatizante de Lula da Silva. De acordo com o site Heritage,
‘A pontuação de liberdade econômica de Singapura é de 83,9, tornando a
sua economia a 1ª mais livre no índice de 2023. Enquanto isso, no mesmo
período, a pontuação do Brasil é de 53,5, ou o 127º lugar.
A façanha mais recente
Posto isto, vamos à mais recente façanha. De acordo com a Bloomberg,
desde que conquistou a independência, Singapura tem batalhado para
aumentar seu território, centímetro por centímetro, com muita
dificuldade. Na ponta da península da Malásia, essa cidade-estado foi
juntando areia pra expandir a beira do mar e ganhar terra do oceano.
Nesse tempo, Singapura cresceu em tamanho, ficando um quarto maior e
ganhando mais do que o dobro do tamanho de Manhattan. E ainda querem
mais: planejam crescer mais 4% até 2030. Isso é incrível, especialmente
considerando que muitas outras áreas costeiras estão encolhendo por
causa das mudanças climáticas.
“Não pretendemos perder permanentemente nenhum centímetro de terra”
A afirmação é de Ho Chai Teck, vice-diretor da PUB, a
agência governamental que coordena o esforço para salvar a costa.
“Singapura construirá uma linha contínua de defesa ao longo da costa.
Isso é algo que levamos muito a sério” (é triste saber que Marina Silva permite acontecer o contrário).
Só para ter uma ideia, saiba que quase um terço do país está a menos de 5 metros acima do nível do mar! E olha só, segundo a Bloomberg,
algumas das propriedades mais caras estão em áreas vulneráveis, tipo os
arranha-céus em Marina Bay, conhecida por seu luxuoso shopping center e
cassino, e as torres que abrigam bancos gigantes.
A Bloomberg estima, com base em dados da empresa de imóveis
CBRE Group Inc., que as propriedades de alto padrão na cidade valem
incríveis US$ 50 bilhões! E o professor Benjamin Horton, da Universidade
Tecnológica de Nanyang em Singapura, explicou à agência de notícias:
“O valor real de cada metro quadrado é extraordinário. Este é um país
mais suscetível à subida do nível do mar do que praticamente qualquer
país do mundo.”
Desse modo, em 2019, o primeiro-ministro Lee Hsien Loong disse que
Singapura precisaria gastar 100 bilhões de dólares (de Singapura) nos
próximos 100 anos para se proteger contra a subida do nível do mar.
Desde então, o governo destinou 5 bilhões de dólares (de Singapura) para
um fundo de proteção costeira e contra inundações.
Um dia de passeio de bicicleta pelos caminhos costeiros de Singapura, diz a Bloomberg, irá
levá-lo a passar por arranha-céus brilhantes e represas pitorescas,
praias e manguezais – cenas diversas que deixam claro como o país deve
adaptar cuidadosamente a sua abordagem.
A Marina Barrage
Uma das soluções é uma barragem chamada Marina Barrage (vale visitar o site da barragem). No interior, sete bombas gigantes drenam o excesso de água para o mar durante a maré alta e chuvas extremas.
Hoje em dia, cerca de 70% da costa de Singapura já tem barreiras
feitas pelo homem para proteção. Mas, com o aumento das tempestades
tropicais e a elevação do nível do mar, eles vão precisar reforçar e
melhorar essas defesas.
“Temos que olhar para isto de uma forma muito dinâmica”, disse Grace
Fu, ministra da sustentabilidade e do ambiente (Acorda, Marina!), num
evento de lançamento de um novo instituto de proteção costeira e contra
inundações.
A Bloomberg diz que outras coisas que podem fazer são
aumentar a altura dos diques nos reservatórios à beira-mar, usar
comportas de maré que bloqueiam a água e criar mais aterros.
As empresas também estão fazendo sua parte. A imobiliária City
Developments Ltd. colocou barreiras e sensores de nível de água no hotel
St. Regis Singapore, no shopping Palais Renaissance e no arranha-céu
Republic Plaza.
A importância dada ao manguezal (desprezado no Brasil) em Singapura
Na Reserva Sungei Buloh Wetland, as raízes dos manguezais têm todos
os tipos de configurações. As árvores tropicais florescem nas águas
salgadas das marés. Suas grossas raízes e troncos acima do solo quebram
as ondas e retêm sedimentos – formando uma barreira natural à elevação
do nível do mar.
Para proteger as praias direito, os manguezais precisariam ser bem
extensos, com centenas de metros. Em Singapura, eles conseguem reduzir a
altura das ondas de tempestade em mais de 75%. E, ainda por cima, essas
florestas de mangue capturam até quatro vezes mais carbono do que as florestas tropicais (viu, Marina?).
O país trabalha em conjunto com as universidades que estudam o problema e sugerem soluções, como mostra o artigo Mangroves, a crown jewel of Singapore’s coastline (Manguezais, joia da coroa do litoral), da Universidade Nacional de Singapura.
Só que os manguezais sozinhos não dão conta do recado. Singapura está
pensando em usar as árvores junto com outras barreiras, tipo
revestimentos feitos de pedra ou concreto. Eles estão testando essa
combinação no Parque Natural Costeiro de Kranji, perto da reserva de
zonas úmidas, e na ilha Pulau Hantu, na costa sul.
Singapura incentiva o crescimento de mais mangais
Os paredões e revestimentos existentes em Singapura não limitam uma
solução natural. Singapura incentiva o crescimento de mais habitats de
mangais, diz Daisuke Taira, investigador de mangues do Centro de
Soluções Climáticas Baseadas na Natureza da Universidade Nacional de
Singapura.
Em Pulau Tekong, que é uma ilha no nordeste de Singapura, eles estão
usando máquinas enormes. Os trabalhadores estão lá, firmando o solo e
instalando uma rede de drenos e bombas que foram planejadas
meticulosamente.
O equipamento coleta e canaliza a água da chuva para um lago. O
excesso, então, é bombeado para o oceano. Este sistema, juntamente com
os muros marítimos, e manguezais, permite a Singapura fazer algo
extraordinário: recuperar terras que estão abaixo do nível do mar.
No fim das contas, é uma combinação de decisões políticas, ciência e
investimentos bem-feitos na hora certa. Singapura largou na frente, e
hoje dá exemplo. Enquanto isso, nos últimos quatro anos, muitos
manguezais no Brasil foram aterrados por prefeitos sem noção, com apoio
total da ganância imobiliária e conivência do governo.
Singapura e o ensino
Acorda Brasil!
O que faz do sistema educativo de Singapura um dos melhores do mundo?
Andreia Lobo – Jornalista – Escola Virtual
A valorização do trabalho docente, a
formação inicial e contínua e a liderança educacional estão
frequentemente na base do sucesso escolar dos alunos em Singapura.
Com uma população a rondar os cinco milhões, metade da portuguesa, e
uma área oficial de 699 km² (Portugal tem 92 152 km²), Singapura é um
dos países mais ricos do mundo. O seu sistema educativo ganhou
visibilidade pelos resultados obtidos pelos alunos nas principais
avaliações internacionais.
Na edição de 2003 do Trends in International Mathematics and Science
Study (TIMSS), 90% dos alunos do 4.º e do 8.º ano pontuaram acima da
média internacional em matemática e ciências. Já nos resultados dos
testes do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) de 2015 e
2018, os jovens de 15 anos superaram a média obtida pelos 72 países
participantes. Isto, pontuando em média 13% acima em leitura e 16% em
matemática e 11% em ciência.
A valorização do trabalho docente, a transformação operada ao nível
da formação inicial e a ênfase na liderança educacional são
frequentemente apontadas como a chave para o sucesso dos alunos. Embora o
inglês seja a língua de instrução oficial, o mandarim, o malaio e o
tâmil – línguas maternas – são também ensinadas nas escolas.
Um professor em início de carreira ganha o mesmo que um contabilista
ou um engenheiro civil. Os estudantes que estão nos cursos de formação
de professores não pagam propinas. Os estágios são remunerados. O
Ministério da Educação fornece aos futuros docentes apoios para a compra
de livros e de portáteis e aos professores já em funções concede bolsas
para formação contínua, dentro e fora do país e licenças sabáticas. Os
graduados na área de ensino têm colocação assegurada, no final do curso.
“As políticas que atraem jovens para a profissão são as mesmas que
mantém os professores na profissão”, lê-se no relatório “Empowered
educators: How high-performing systems shape teaching quality around the
world”, do National Center on Education and the Economy e que serve de
base a este artigo. Outro fator contribui para tornar a profissão
atrativa: “Os professores gozam de um estatuto social elevado e são
muito respeitados pelo público em geral.”
Lecionar antes do curso
Em Singapura, existe apenas uma instituição responsável pela formação
inicial de professores. O processo de candidatura ao National Institute
of Education (NIE) é altamente seletivo. Em termos académicos, os
candidatos são selecionados entre um terço dos melhores da sua faixa
etária e pode ser-lhes pedido um teste adicional de proficiência em
inglês.
Os currículos dos estudantes são vistos à lupa. Cursos e
qualificações específicas são valorizados. De seguida, explicam os
autores do relatório, “uma lista curta de candidatos é entrevistada por
reitores experientes que avaliam a apetência para o ensino, as
competências comunicacionais e a paixão pela educação”. Um em cada três
dos pré-selecionados passa na entrevista.
Para muitos dos candidatos a professores, o treino para lecionar
começa antes do ingresso nos cursos de formação inicial. É-lhes
requisitada a frequência num programa de introdução ao curso de
professor, ministrado pela Academia de Professores de Singapura (AST, em
sigla inglesa). É uma forma de os candidatos se conectarem com a
experiência da docência antes de começarem a estudar para ser professor.
Os conteúdos desenvolvidos incluem o planeamento de aulas, a avaliação
das aprendizagens, gestão da sala de aula, introdução às tecnologias e
educação e cidadania. Finalizado o treino na Academia de Professores
de Singapura, os candidatos passam alguns meses em escolas, como
estagiários contratados. O objetivo é, novamente, proporcionar aos
candidatos uma experiência real que lhes permita enquadrar as futuras
aprendizagens no NIE. Se o estudante for considerado apto para ingressar
na profissão docente e continuar comprometido a estudar para tal pode
inscrever-se no NIE e avançar com a formação inicial de professor.
Durante o curso de formação inicial, os futuros professores são
avaliados pelo NIE. Mostrando falta de atitude, apetência ou
personalidade para serem professores (por norma, um número pequeno) são
aconselhados a abandonar o programa. Todo o trabalho é pago. Os
candidatos recebem um salário mensal do Ministério da Educação, desde o
começo do treino para a docência, pré-requisito para o ingresso na
formação inicial.
Colocação garantida
Depois da graduação nos cursos de formação inicial, os
recém-diplomados têm de trabalhar três a quatro anos como docentes. O
emprego é garantido. As escolas recebem a garantia de que os novos
professores estão bem preparados e foram especificamente selecionados
para satisfazer as suas necessidades.
A colocação nas escolas é centralizada e da responsabilidade do
Ministério da Educação. Acontece anualmente para todos os professores
com pelo menos dois anos de serviço completo na sua primeira colocação.
Os diretores das escolas têm autonomia para identificar, noutros
estabelecimentos de ensino, candidatos adequados ao seu projeto
educativo. Mas, a “transferência” tem de ser consentida pela direção das
escolas onde os professores estão colocados.
Além de ser responsável pela formação inicial de professores, o NIE
ministra formação em contexto de trabalho, programas de graduação,
formação contínua para professores líderes e diretores de departamentos,
vice-diretores e diretores.
Muita prática pedagógica
A formação inicial de professores baseia-se muito na experiência
letiva. Consoante o programa seja uma graduação (de quatro anos) ou uma
pós-graduação (de 16 meses), a componente prática varia entre 22 e 10
semanas. Estas práticas – Experiência Escolar, Assistência de Ensino e
Práticas de Ensino 1 e 2 –, garantem os autores do relatório, “servem
como um recurso crítico para as discussões e reflexões dos
alunos-professores em cursos no NIE e são úteis para aprofundar a sua
compreensão da teoria e da prática”.
A Experiência Escolar inicia-se no final do primeiro ano de formação
inicial. O estudante é colocado uma semana numa escola primária (do 1º
ao 6.º ano) e outra numa escola secundária (do 7º ao 12º ano). Cabe-lhe,
durante esse período, recolher dados de observações e usar aquando do
regresso ao curso. Já o estágio final (Práticas de Ensino 2) tem a
duração de 10 semanas tanto nos cursos de quatro anos, como nos de 16
meses. O objetivo do estágio é permitir aos estudantes-professores
adquirir as competências necessárias para o início da carreira.
Indução e formação contínua
Quando acabam o curso de formação inicial, os novos professores
passam por um período de indução. Este programa de dois anos é gerido
pelo Ministério da Educação e desenhado para atender às necessidades da
escola. Quando completam o terceiro ano de serviço, os professores
iniciantes, passam a ser considerados experientes. Durante o período de
indução, é-lhes atribuído 80% da carga de trabalho de um professor
experiente. Esta redução destina-se a assegurar que os iniciantes têm
tempo adicional para planear aulas, participar nas atividades de
acolhimento, observar outros professores e receber mentoria. Todo o seu
trabalho é sujeito a uma avaliação. Atingir a categoria de professor
experiente equivale a ganhar estabilidade profissional.
A ideia de que os professores precisam de formação contínua está
“institucionalizada” nas escolas. Todos os professores têm direito a 100
horas anuais remuneradas para frequentar cursos, ações e atividades.
Cada escola tem um professor responsável pelo desenvolvimento
profissional do corpo docente. Cabe-lhe, mediante as necessidades da
escola e em parceria com os vários departamentos disciplinares, traçar o
plano de desenvolvimento que auxilia a escola a atingir os seus
objetivos. As escolas põem ainda em prática ações menos formais de
formação: atividades ou seminários de partilha de experiência letiva.
A liderança é vista como a força motriz das escolas. Por essa razão, o
Ministério da Educação presta muita atenção e disponibiliza muitos
recursos para identificar líderes escolares. Todos os diretores e
coordenadores de departamento recebem formação na área da liderança,
subsidiada pelo Governo, antes de assumirem esses cargos. Anualmente, os
professores são avaliados pelas competências de liderança e de ensino.
As avaliações são revistas pelo ministério, juntamente com os diretores
das escolas. E é através deste processo que o sistema educativo
reconhece e premeia os melhores professores.
Data Driven diz respeito a ter uma base sólida para tomar decisões,
deixando de lado suposições. Ou seja, significa o futuro dos negócios
orientado a dados.
Tomar decisões eficientes é essencial para alcançar bons resultados
nos negócios. Por isso, é imprescindível ter uma base sólida na hora de
fazer algumas escolhas. A cultura Data Driven surge para auxiliar nesse
processo.
Essa metodologia inovadora visa a utilização de dados e inteligência
de negócios para tomar decisões estratégicas nas empresas. Tudo isso com
base em inteligência de mercado e processos otimizados de coleta e
análise de dados.
Assim, produzir conteúdos embasados nesse conhecimento e tomar
decisões orientadas por esses dados, é o que conceitua o termo Data
Driven.
Quer saber como aplicar essa nova cultura em seus negócios? Então
siga esta leitura e descubra como transformar dados em conhecimento,
gerando uma base sólida para tomar decisões na sua empresa.
O que é cultura Data Driven?
Como já falamos anteriormente, usar dados como o centro das decisões
corporativas é o que define a cultura Data Driven. Empresas que
planejam, executam e gerenciam com base em dados reais, são consideradas
organizações que adotam essa cultura.
Algumas empresas já estão apostando nessa inovação, realizando
pesquisas de mercado e adequando estruturas, com o objetivo de
fundamentar ações com base em informações e conhecimentos coletados.
A ideia é utilizar uma análise computacional que levante um grande
volume de dados, o Big Data, e utilizar estas informações na solução de
problemas e na obtenção de novas soluções para o seu negócio.
É preciso conseguir extrair, analisar e transformar estes dados
coletados em informações, conhecimento e riqueza, caso você queira
adotar este modelo na sua empresa e fazer parte dessa transformação
digital.
Assim, para que a cultura Data Driven seja possível na gestão
empresarial, é preciso estabelecer métodos de coleta e análise de dados
eficientes, como: Business Intelligence, Business Analytics e Big Data,
consideradas tecnologias de ponta nesse ramo.
Com esse modelo de gestão, sua empresa será capaz de organizar
informações reais e fazer planejamentos, otimizando o atendimento aos
clientes e visando alcançar maior satisfação e fidelização.
Além disso, ao converter dados em sucesso para empresa, as
organizações também crescem mais rápido, saindo à frente da
concorrência.
Como aplicar aos negócios
Existem diversas maneiras de fazer parte dessa cultura
transformadora. Apostar em tecnologias de ponta, como as que citamos
anteriormente, é o primeiro passo para alcançar o caminho do sucesso no
seu negócio.
Mas, além dessas, existem também outros elementos que podem
contribuir na aplicação da cultura Data Driven na sua empresa. Confira
mais algumas dicas:
Tenha boas práticas de coleta e análise de dados. Investir em
tecnologia é essencial para uma boa aplicação. Aposte em um sistema
tecnológico que seja capaz de captar informações de modo sistemático,
organizado, automatizado e rotineiro.
Defina o público alvo que a sua empresa quer atingir. Análises
qualificadas e efetivas necessitam de público-alvo bem definido. Essa
delimitação é muito importante para o processo de pesquisa e
planejamento.
Tenha uma equipe de colaboradores engajada na cultura Data Driven.
Certifique-se que o seu time esteja preparado para fazer a estratégia
dar certo e alcançar o sucesso do negócio.
Planeje suas ações. Definir objetivos, estabelecer prazos e
especificar os tipos de dados que serão coletados e de que forma serão
armazenados, é indispensável.
Por fim, não deixe de transformar sua coleta em ideias e decisões
criativas. Essas soluções podem ser o que faltava para o seu negócio
alcançar um diferencial no mercado.
Afinal, o objetivo da cultura Data Driven é justamente ser esse subsídio para uma tomada de decisões mais segura e precisa.
Descubra o Marketplace Valeon do Vale do Aço: Um Hub de Empresas, Notícias e Diversão para Empreendedores
Moysés Peruhype Carlech – ChatGPT
O Vale do Aço é uma região próspera e empreendedora, conhecida por
sua indústria siderúrgica e seu ambiente de negócios dinâmico. Agora
imagine ter um único local onde você pode encontrar todas as informações
e recursos necessários para ter sucesso nesse ambiente competitivo.
Bem-vindo ao Marketplace Valeon do Vale do Aço – um hub online que
engloba empresas, notícias, diversão e empreendedorismo, oferecendo uma
plataforma única para empresários e gerando leads valiosos.
Um ecossistema empresarial abrangente:
O Marketplace Valeon do Vale do Aço reúne empresas locais de diversos
setores em um só lugar. Com uma interface intuitiva, os usuários podem
facilmente encontrar e se conectar com fornecedores, parceiros
comerciais e clientes potenciais na região. A plataforma oferece uma
ampla gama de categorias de negócios, desde indústrias tradicionais até
empresas inovadoras, garantindo que todos os empreendedores encontrem as
oportunidades certas para expandir seus negócios.
Notícias e insights atualizados:
Além de ser um diretório empresarial, o Marketplace Valeon do Vale do
Aço também oferece um fluxo contínuo de notícias e insights relevantes
para os empresários da região. Através de parcerias com veículos de
comunicação locais e especialistas em negócios, a plataforma mantém os
usuários informados sobre as últimas tendências, oportunidades de
mercado, mudanças regulatórias e eventos relevantes. Essas informações
valiosas ajudam os empresários a tomar decisões informadas e a se
manterem à frente da concorrência.
Diversão e engajamento:
Sabemos que a vida empresarial não é só trabalho. O Marketplace
Valeon do Vale do Aço também oferece uma seção de entretenimento e
lazer, onde os usuários podem descobrir eventos locais, pontos
turísticos, restaurantes e muito mais. Essa abordagem holística permite
que os empresários equilibrem o trabalho e a diversão, criando uma
comunidade unida e fortalecendo os laços na região.
Foco no empreendedorismo:
O Marketplace Valeon do Vale do Aço é uma plataforma que nutre o
espírito empreendedor. Além de fornecer informações e recursos valiosos,
também oferece orientação e suporte para os empresários que desejam
iniciar seus próprios negócios. Com seções dedicadas a tutoriais,
estudos de caso inspiradores e conselhos de especialistas, o marketplace
incentiva e capacita os empreendedores a alcançarem seus objetivos.
Geração de leads para os empresários:
Uma das maiores vantagens do Marketplace Valeon do Vale do Aço é a
capacidade de gerar leads qualificados para os empresários. Com um
público-alvo altamente segmentado, a plataforma oferece a oportunidade
de se conectar diretamente com potenciais clientes interessados nos
produtos e serviços oferecidos pelas empresas cadastradas. Isso
significa que os empresários podem aumentar sua visibilidade, expandir
sua base de clientes e impulsionar suas vendas de forma eficiente.
Conclusão:
O Vale do Aço é uma região cheia de oportunidades e empreendedorismo,
e o Marketplace Valeon do Vale do Aço se torna um recurso indispensável
para os empresários locais. Ao oferecer um ecossistema empresarial
abrangente, notícias atualizadas, diversão, suporte ao empreendedorismo e
a geração de leads qualificados, o Marketplace Valeon se destaca como
uma ferramenta poderosa para impulsionar os negócios na região. Não
perca a chance de fazer parte dessa comunidade dinâmica e descubra o
poder do Marketplace Valeon do Vale do Aço para o seu sucesso
empresarial.
A STARTUP VALEON OFERECE SEUS SERVIÇOS AOS EMPRESÁRIOS DO VALE DO AÇO
Moysés Peruhype Carlech
A Startup Valeon, um site marketplace de Ipatinga-MG, que faz
divulgação de todas as empresas da região do Vale do Aço, chama a
atenção para as seguintes questões:
• O comércio eletrônico vendeu mais de 260 bilhões em 2021 e superou
pela primeira vez os shopping centers, que faturou mais de 175 bilhões.
• Estima-se que mais de 35 bilhões de vendas dos shoppings foram migradas
para o online, um sintoma da inadequação do canal ao crescimento digital.
• Ou seja, não existe mais a possibilidade de se trabalhar apenas no offline.
• É hora de migrar para o digital de maneira inteligente, estratégica e intensiva.
• Investir em sistemas inovadores permitirá que o seu negócio se
expanda, seja através de mobilidade, geolocalização, comunicação,
vendas, etc.
• Temas importantes para discussão dos Shoppings Centers e do Comércio em Geral:
a) Digitalização dos Lojistas;
b) Apoio aos lojistas;
c) Captura e gestão de dados;
d) Arquitetura de experiências;
e) Contribuição maior da área Mall e mídia;
f) Evolução do tenant mix;
g) Propósito, sustentabilidade, diversidade e inclusão;
h) O impacto do universo digital e das novas tecnologias no setor varejista;
i) Convergência do varejo físico e online;
j) Criação de ambientes flexíveis para atrair clientes mais jovens;
k) Aceleração de colaboração entre +varejistas e shoppings;
l) Incorporação da ideia de pontos de distribuição;
m) Surgimento de um cenário mais favorável ao investimento.
Vantagens competitivas da Startup Valeon:
• Toda Startup quando entra no mercado possui o sonho de se tornar
rapidamente reconhecida e desenvolvida no seu ramo de atuação e a
Startup Valeon não foge disso, fazem dois anos que estamos batalhando
para conquistarmos esse mercado aqui do Vale do Aço.
• Essa ascensão fica mais fácil de ser alcançada quando podemos
contar com apoio dos parceiros já consolidados no mercado e que estejam
dispostos a investir na execução de nossas ideias e a escolha desses
parceiros para nós está na preferência dos empresários aqui do Vale do
Aço para os nossos serviços.
• Parcerias nesse sentido têm se tornado cada vez mais comuns, pois
são capazes de proporcionar vantagens recíprocas aos envolvidos.
• A Startup Valeon é inovadora e focada em produzir soluções em tecnologia e estamos diariamente à procura do inédito.
• O Site desenvolvido pela Startup Valeon, focou nas necessidades do
mercado e na falta de um Marketplace para resolver alguns problemas
desse mercado e em especial viemos para ser mais um complemento na
divulgação de suas Empresas e durante esses dois anos de nosso
funcionamento procuramos preencher as lacunas do mercado com tecnologia,
inovação com soluções tecnológicas que facilitam a rotina dessa grande
empresa. Temos a missão de surpreender constantemente, antecipar
tendências, inovar. Precisamos estar em constante evolução para nos
manter alinhados com os desejos do consumidor. Por isso, pensamos em
como fazer a diferença buscando estar sempre um passo à frente.
• Temos a plena certeza que estamos solucionando vários problemas de
divulgação de suas empresas e bem como contribuindo com o seu
faturamento através da nossa grande audiência e de muitos acessos ao
site (https://valedoacoonline.com.br/) que completou ter mais de 100.000 acessos.
Provas de Benefícios que o nosso site produz e proporciona:
• Fazemos muito mais que aumentar as suas vendas com a utilização das nossas ferramentas de marketing;
• Atraímos visualmente mais clientes;
• Somos mais dinâmicos;
• Somos mais assertivos nas recomendações dos produtos e promoções;
• O nosso site é otimizado para aproveitar todos os visitantes;
• Proporcionamos aumento do tráfego orgânico.
• Fazemos vários investimentos em marketing como anúncios em
buscadores, redes sociais e em várias publicidades online para
impulsionar o potencial das lojas inscritas no nosso site e aumentar as
suas vendas.
Proposta:
Nós da Startup Valeon, oferecemos para continuar a divulgação de suas
Empresas na nossa máquina de vendas, continuando as atividades de
divulgação e propaganda com preços bem competitivos, bem menores do que
os valores propostos pelos nossos concorrentes offlines.
Pretendemos ainda, fazer uma página no site da Valeon para cada
empresa contendo: fotos, endereços, produtos, promoções, endereços,
telefone, WhatsApp, etc.
O site da Valeon é uma HOMENAGEM AO VALE DO AÇO e esperamos que seja
também uma SURPRESA para os lojistas dessa nossa região do Vale do Aço.
A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar
ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o
consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita
que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu
consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e
reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a
experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende
as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A
ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio,
também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para
ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser.
Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem
a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos
potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar
empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de
escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.
A Startup Valeon um marketplace aqui do Vale do Aço volta a
oferecer novamente os seus serviços de prestação de serviços de
divulgação de suas empresas no nosso site que é uma Plataforma
Comercial, o que aliás, já estamos fazendo há algum tempo, por nossa
livre e espontânea vontade, e desejamos que essa parceria com a sua
empresa seja oficializada.
A exemplo de outras empresas pelo país, elas estão levando
para o ambiente virtual as suas lojas em operações que reúnem as
melhores marcas do varejo e um mix de opções.
O objetivo desse projeto é facilitar esse relacionamento com o
cliente, facilitando a compra virtual e oferecer mais um canal de
compra, que se tornou ainda mais relevante após a pandemia.
Um dos pontos focais dessa nossa proposta é o lojista que
pode tirar o máximo de possibilidade de venda por meio da nossa
plataforma. A começar pela nossa taxa de remuneração da operação que é
muito abaixo do valor praticado pelo mercado.
Vamos agora, enumerar uma série de vantagens competitivas que oferecemos na nossa Plataforma Comercial Valeon:
O Site Valeon é bem elaborado, com layout diferenciado e único, tem bom market fit que agrada ao mercado e aos clientes.
A Plataforma Valeon tem imagens diferenciadas com separação
das lojas por categorias, com a descrição dos produtos e acesso ao site
de cada loja, tudo isso numa vitrine virtual que possibilita a
comunicação dos clientes com as lojas.
Não se trata da digitalização da compra nas lojas e sim
trata-se da integração dos ambientes online e offline na jornada da
compra.
No país, as lojas online, que também contam com lojas
físicas, cresceram três vezes mais que as puramente virtuais e com
relação às retiradas, estudos demonstram que 67% dos consumidores que
compram online preferem retirar o produto em lojas físicas.
O número de visitantes do Site da Valeon (https://valedoacoonline.com.br/) tem crescido exponencialmente, até o momento, temos mais de 222.000 visitantes e o site (https://valeonnoticias.com.br/) também nosso tem mais de 5.800.000 de visitantes.
O site Valeon oferece ao consumidor a oportunidade de
comprar da sua loja favorita pelo smartphone ou computador, em casa, e
ainda poder retirar ou receber o pedido com rapidez.
A Plataforma Comercial da Valeon difere dos outros
marketplaces por oferecer além da exposição das empresas, seus produtos e
promoções, tem outras formas de atrair a atenção dos internautas como:
empresas, serviços, turismo, cinemas e diversão no Shopping, ofertas de
produtos dos supermercados, revenda de veículos usados, notícias locais
do Brasil e do Mundo, diversão de músicas, rádios e Gossip.
Nós somos a mudança, não somos ainda uma empresa tradicional. Crescemos
tantas vezes ao longo do ano, que mal conseguimos contar. Nossa
história ainda é curta, mas sabemos que ela está apenas começando.
Afinal, espera-se tudo de uma startup que costuma triplicar seu crescimento, não é?
Colocamos todo esse potencial criativo para a decisão dos senhores donos das empresas e os consumidores.
O Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF),
decidiu suspender o julgamento sobre a chamada “revisão da vida toda”
de aposentadorias pagas pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
O julgamento em plenário virtual analisava
os embargos de declaração protocolados pelo INSS, mas Moraes, que é o
relator, pediu destaque do processo. Dessa forma, a análise foi suspensa
e o caso deverá começar do zero no plenário físico da Corte.
Em dezembro de 2022, o Supremo validou a revisão da vida toda e
permitiu que aposentados possam pedir o recálculo do benefício com base
em todas as contribuições feitas ao longo da vida. Antes da decisão, a
revisão não estava reconhecida.
O que significa a “revisão da vida toda”?
A “revisão da vida toda” é um termo se refere à possibilidade de
recálculo do valor da aposentadoria. Isso ocorre com base em todas as
contribuições do trabalhador, mesmo as realizadas antes de julho de
1994. Nessa época, começou a vigorar o Plano Real, e as contribuições
anteriores acabaram sendo ignoradas no cálculo da aposentadoria.
Após o reconhecimento do STF, o INSS, que quer considerar apenas as
contribuições a partir de 1994, entrou com um recurso para restringir os
efeitos da decisão.
Agora, a revisão do STF está sendo analisada em resposta aos embargos
apresentados pela autarquia. No momento, a decisão está pendente devido
ao pedido de destaque feito pelo ministro Alexandre de Moraes, na
sexta-feira, 1º, que optou por levar o caso à análise no plenário
físico.
Na prática, isso significa que o processo será reinicializado e todos os temas serão discutidos novamente no plenário físico.
Quem pode pedir revisão do benefício?
A decisão afetará diretamente aqueles que passaram a receber o
benefício entre novembro de 1999 e 12 de novembro de 2019, e que
contribuíram antes de julho de 1994.
O STF observou que o beneficiário pode optar pelo critério de cálculo
que renda o maior valor mensal, cabendo ao aposentado avaliar se a
revisão da vida toda pode aumentar ou não o benefício.
Antes da interrupção proposta pelo ministro Moraes, o plenário do STF
apresentava um placar de quatro votos para modular os efeitos da
decisão. E três em defesa do pedido do INSS para anular a decisão do
STJ.
Quais são as opiniões divergentes entre os ministros?
As opiniões dos ministros sobre
esse caso são diversas. Por exemplo, Moraes acredita que a decisão que
permitiu o recálculo dos pagamentos não deve ser aplicada
retroativamente e não abrange benefícios extintos e parcelas já pagas.
Outros ministros, como Rosa Weber, Edson Fachin e Cármen Lúcia,
discordam de Moraes. Eles defendem que a decisão do STF deve ter como
marco o dia 17 de dezembro de 2019, quando o STJ reconheceu o direito à
revisão da vida toda.
No entanto, há uma outra linha de divergência aberta pelo ministro
Cristiano Zanin. Ele concorda com a necessidade da modulação, mas
acredita que o caso deve voltar ao STJ para novo julgamento.
E agora, qual o próximo passo?
Após a interrupção, ainda não há uma data prevista para a análise dos embargos no plenário físico do Supremo Tribunal Federal.
Apenas os votos dos ministros aposentados estarão sendo aproveitados
no novo julgamento, enquanto os demais poderão mudar seu entendimento.
Não é por acaso, leitor ou leitora, que não
se conseguiu fechar esse acordo durante mais de duas décadas de
tentativas. Os europeus sempre foram, e continuam, muito resistentes a
aceitar uma negociação minimamente equilibrada e insistem, além disso,
em cláusulas intrusivas que cerceiam as políticas de desenvolvimento.
Por Paulo Nogueira Batista Jr – de Brasília
As negociações entre União Europeia e Mercosul para um acordo
econômico abrangente estão entrando no que parece ser a reta final, com
negociadores do Itamaraty e do Ministério do Desenvolvimento e da
Indústria ansiosos para chegar a um acerto. O presidente Lula tem
declarado que quer fechar com os europeus até 7 de dezembro, data em que
ele passa a presidência do Mercosul para o Paraguai, mas acrescentou
que se não resolver a questão até lá abandonará negociações que já levam
mais de 20 anos. Espero que elas sejam realmente abandonadas e saiam de
pauta. Vou explicar por quê.
Não é por acaso, leitor ou leitora, que não se conseguiu fechar esse
acordo durante mais de duas décadas de tentativas. Os europeus sempre
foram, e continuam, muito resistentes a aceitar uma negociação
minimamente equilibrada e insistem, além disso, em cláusulas intrusivas
que cerceiam as políticas de desenvolvimento. Nem mesmo o governo
Fernando Henrique Cardoso, nem mesmo o governo Temer, ambos de
inclinação liberal e entreguista, conseguiram concluir essa negociação.
Foi preciso a presença de Bolsonaro e Macri para que ocorresse a
rendição total e se fechasse, em 2019, um acordo escandalosamente
desigual.
O que fazem então os negociadores do governo Lula em 2023? Cometem o
erro palmar de retomar as negociações com os europeus aceitando como
ponto de partida a herança de Bolsonaro. Colocaram-se, assim, na posição
de pedintes de ajustes a um péssimo acordo. Acabaram levantando poucos
pontos relevantes, com ambição limitada, não tocando na essência
neoliberal do que foi aceito por Bolsonaro.
Nesse pé estamos. São tão limitados os pontos levantados pelos
negociadores do governo Lula que mesmo se fossem aceitos integralmente
pela parte europeia não resultariam em algo minimamente aceitável.
Essência neoliberal do acordo
Qual a essência do acordo? A abertura quase total do mercado
brasileiro, via eliminação dos impostos de importação, a uma
concorrência desigual com corporações e outras empresas europeias que
têm, regra geral, superioridade tecnológica, maior escala de produção,
acesso a crédito em condições mais favoráveis, entre outras vantagens.
Empresas que, ademais, contam com subvenções dos seus Estados, que
dispõem de grande capacidade financeira para apoiar suas empresas
industriais, de serviços e agrícolas.
As empresas brasileiras, por seu lado, sofrem com o conjunto de
fatores adversos conhecidos como “custo Brasil”, juros
extraordinariamente elevados, crédito escasso, instabilidade cambial e
períodos recorrentes de apreciação da moeda, deficiências de
infraestrutura e logística. As tarifas de importação, suprimidas por
esse acordo, são uma compensação apenas parcial pelos vários fatores que
minam a competitividade sistêmica da economia brasileira e suas
empresas.
A indústria e a agricultura familiar seriam as grandes
derrotadas. Não é à toa que as entidades que representam agricultores
familiares se posicionam contra esse acordo. Um dos seus principais
problemas reside no fato de liberalizar quase completamente o comércio
daquilo que é produzido pelos agricultores familiares brasileiros,
inclusive o comércio daqueles bens que permitem um mínimo de agregação
de valor no campo. Isso fatalmente prejudicará a produção e o emprego na
área rural. Os pequenos agricultores ficarão submetidos à concorrência
desimpedida com importações de produtos europeus produzidos, não raro,
com o apoio de altos subsídios governamentais. Toda essa parte do acordo
herdado do governo Bolsonaro não foi questionada pelos negociadores do
governo Lula.
Há muitos motivos para inquietação com essa negociação malconduzida.
Um aspecto pouco conhecido é que o acordo com a União Europeia constitui
a porta de entrada para outros acordos do mesmo tipo, prontos ou quase
prontos, e que apenas aguardam a finalização dos entendimentos com os
europeus, os acordos com o Canadá, com a Associação Europeia de Livre
Comércio, EFTA, com Singapura e com a Coreia do Sul, todos no formato do
acordo com a União Europeia, inspirado por sua vez na Alca, que
rejeitamos ainda no primeiro governo Lula. Ressalte-se, ademais, que,
dificilmente Estados Unidos, Japão e China, entre outros, ficarão
assistindo a isso passivamente. Vão pressionar, cedo ou tarde, pelas
mesmas concessões que foram feitas aos europeus – tanto mais que ficará
evidente para todos que os europeus as obtiveram sem fazer concessões
minimamente significativas ao Mercosul.
A economia brasileira estará amarrada numa teia de acordos
neoliberais ultrapassados, que obedecem a doutrinas de liberalização
nunca praticadas pelos países desenvolvidos e pelos países emergentes
bem-sucedidos, como a China, mas exportadas para países incautos do
mundo em desenvolvimento. Hoje em dia, são doutrinas ainda menos
aceitas, uma vez que todos os principais países desenvolvidos estão
buscando a reindustrialização, a internalização de cadeias produtivas e
protegendo a produção em solo nacional ou regional.
O que ganhamos, afinal, com esse acordo?
A pergunta que não quer calar é a seguinte: o que ganha o Brasil se
esse acordo vier a ser concluído? Acesso adicional para nossas
exportações? Muito pouco, quase nada. Algumas das principais commodities que
exportamos (café em grão, soja, petróleo, entre outros) já não
enfrentam barreiras na União Europeia. As cotas oferecidas para alguns
outros produtos agropecuários em que somos competitivos (como carne
bovina, açúcar e arroz) são pequenas e insuficientes (inferiores ou
próximas às exportações atuais); outras são inócuas (dizem respeito a
produtos nos quais a capacidade de concorrência europeia dificilmente
daria espaço para a produção brasileira, como é o caso da carne suína).
Quanto a nossas exportações industriais, a redução das tarifas de
importação europeias, prevista no acordo, é residual, uma vez que a
tarifa média europeia já é muito baixa, em virtude das tarifas
consolidadas na OMC e regimes de preferência.
Será que aumentariam os investimentos europeus aqui? Nunca precisamos
desse tipo de acordo para sermos o maior receptor de investimento
direto da América Latina e um dos maiores do mundo. O acordo com os
europeus tende inclusive a reduzir investimentos ou provocar
desinvestimentos no Brasil. Para que investir aqui se eles poderão
abastecer o mercado brasileiro a partir das suas matrizes, livres de
barreiras tarifárias?
Não se alegue que as associações e os sindicatos empresariais da
indústria estão a favor do acordo e que, por isso, não haveria motivo
para se preocupar com seus efeitos sobre o setor. As pessoas que
comandam e estão representadas nesses sindicatos industriais são em sua
maioria industriais fictícios. Alguns são donos ou executivos de
maquiladoras que importam produtos e peças industriais e se limitam à
montagem com baixa agregação de valor e baixa geração de empregos. Ou
pior: são meros importadores que usam suas estruturas de comercialização
para colocar no mercado interno os produtos que recebem do exterior. Ou
são financistas que dependem mais da receita financeira do que da
operacional. Outros são meros burocratas de sindicatos patronais, que
fazem carreira nessas entidades e têm pouco ou nenhum peso real em
termos empresariais. Além disso, têm forte presença nessas entidades
patronais representantes de subsidiárias e filiais de empresas
estrangeiras, que obedecem, em última análise, à estratégia da matriz.
Já os pequenos e médios empresários brasileiros, da indústria e da
agricultura, responsáveis por grande parte da produção e do emprego, não
são efetivamente representados por essas entidades.
Para agravar o quadro criado pelo acordo com os europeus, ficaríamos
também limitados na possibilidade de controlar e tributar as exportações
– algo que pode ser necessário por vários motivos, inclusive de
segurança, de desenvolvimento da economia e de proteção de interesses
estratégicos. Com poucas exceções, o acordo proíbe restrições
quantitativas à exportação. E, no seu formato original, proibia impostos
sobre exportações. Pelo que sei, os negociadores brasileiros estão
tentando obter dos europeus a concordância para a possibilidade de
tributar alguns minerais críticos. Se a lista for pequena vai apenas
arranhar o problema. Se for uma lista taxativa, não resolve. Com o
rápido desenvolvimento da tecnologia, o mineral que será crítico amanhã,
não é percebido como crítico hoje.
Veja-se a que ponto chegamos! Não temos atualmente qualquer limitação
legal para usar o instrumento de tributação de exportações. Mas agora
ficamos reduzidos à posição de pedir aos europeus a possiblidade de
algumas exceções à proibição de tributar. Em troca de quê? De novo, é a
pergunta que não quer calar.
Hora de abandonar uma negociação perigosa
Desde o início do ano, o que está sendo feito pelos negociadores brasileiros é apenas dammage control (controle
de danos), e mesmo assim muito incompleto. A equipe negociadora inclui
técnicos e diplomatas empenhados em chegar a um resultado e dominados,
em sua maior parte, por uma orientação liberalizante completamente
anacrônica. Deixam muito a desejar, para não usar palavras mais fortes.
Agora, com a eleição de Milei, surgiu mais um argumento frágil (para
dizer o mínimo), o de que a não conclusão de um acordo com os europeus
poderia levar à saída da Argentina e ao fim do Mercosul. Ora, campanha é
campanha, governo é governo. Muitas bravatas de campanha estão sendo e
serão abandonadas por Milei. Há muitos interesses empresariais
argentinos que seriam fortemente prejudicados pela saída do país do
Mercosul, inclusive importantes financiadores da campanha de Milei. Pelo
que sei, não há apoio no Congresso argentino para tirar o país do
Mercosul; se governo tentar, será provavelmente derrotado. O presidente
eleito já está moderando seu discurso, nesse e em vários outros pontos
em que prevaleceram teses estapafúrdias durante a campanha eleitoral.
Portanto, esse suposto risco para o Mercosul é história para assustar
criancinha.
E mesmo na hipótese altamente improvável de que a Argentina viesse a
romper com o Mercosul, isso seria motivo para o Brasil se engajar um
acordo nocivo com os europeus?
Francamente, não consigo entender como esse acordo ainda está em
pauta. Já teríamos de ter feito o que recentemente fez a Austrália, que
abandonou negociações semelhantes em razão da intransigência dos
europeus. Enquanto a Austrália age com soberania, o Brasil vacila diante
da União Europeia.
Paulo Nogueira Batista Jr., é economista, foi
vice-presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, estabelecido pelos
BRICS em Xangai, de 2015 a 2017, e diretor executivo no FMI pelo Brasil e
mais dez países em Washington, de 2007 a 2015.
As opiniões aqui expostas não representam necessariamente a opinião do Correio do Brasil
A Secretaria de Controle Externo da Governança, Inovação e
Transformação Digital do Estado do Tribunal de Contas da União deu
parecer favorável a uma das representações que apontam irregularidades
no caso das joias sauditas – revelado pelo Estadão.
A sugestão da área técnica da Corte, que ainda será analisada pelos
ministros, é para que o ex-presidente Jair Bolsonaro entregue à
Presidência os bens que ganhou enquanto chefe de Estado e manteve após a
derrota nas eleições 2022.
O auditor Wanderley Lopes da Mota apontou que tanto os bens
apreendidos pela Receita Federal – o conjunto de joias Chopard e uma
estátua de cavalo ornamental dados ao governo pelo Reino da Arábia
Saudita -, assim como o conjunto de armas que estava em posse de
Bolsonaro – um fuzil com dois carregadores e uma pistola com dois
carregadores dados ao ex-presidente pelo governo dos Emirados Árabes
Unidos – são presentes ofertados à República Federativa do Brasil.
Ainda de acordo com a área técnica do TCU, os itens confiscados pela
Receita no final do ano passado, são bens públicos da União, ‘ainda que
pendentes da devida incorporação pela Presidência da República’.
O documento ainda aponta que outros bens, entregues por Bolsonaro à
Caixa por ordem do TCU, tem características de bens públicos, ‘razão
pela qual sua destinação ao acervo documental privado do ex-presidente
deve ser revista’.
O principal encaminhamento proposto pela área técnica do TCU é para
que a Corte determine a Bolsonaro que ‘entregue à Presidência da
Republica todos os itens de seu acervo documental privado bem como os
objetos recebidos a título de presentes em função da condição de
Presidente que não foram devidamente registrados’. Caberá ao governo
avaliar a correta destinação dos itens.
Da mesma maneira, outras instituições em posse de itens presenteados
durante o governo – a Receita, a Caixa e a Polícia Federal (em posse das
armas que estavam com Bolsonaro) – encaminhem os objetos também à
Presidência.
Apesar das determinações quanto ao destino dos bens, o documento não
menciona qualquer responsabilização de envolvidos no caso, como o
ex-presidente, beneficiário das supostas irregularidades.
Desde o fim do orçamento secreto, o Legislativo se movimenta para
encontrar formas de reconquistar o poder que tinha no governo Bolsonaro.
Com as emendas de relator, esquema revelado pelo Estadão, para obter apoio a seus projetos, o Executivo cedeu o controle e a distribuição de parte do Orçamento à cúpula do Legislativo.
O maior problema do orçamento secreto era a completa opacidade sobre a
autoria das indicações, que nunca foram uma escolha do relator. Foi por
isso – por violar os princípios constitucionais da transparência,
impessoalidade, moralidade e publicidade – que o Supremo Tribunal
Federal (STF) reconheceu a inconstitucionalidade das emendas do tipo
RP-9. O STF, portanto, acertou em derrubar o orçamento secreto e em não
declarar que as demais emendas eram inconstitucionais.
Como já dissemos neste espaço, as emendas parlamentares são parte do
jogo democrático e um dos vários instrumentos de construção de
governabilidade. Se alinhadas a políticas públicas nas mais diversas
áreas, elas privilegiam os parlamentares que integram a base e podem ser
um ganha-ganha para o Executivo e o Legislativo. Cerrar fileiras com a
oposição costumava ser uma decisão de alto custo e que exigia muita
convicção.
Em 2015, isso começou a mudar. Foi quando o Congresso tornou
impositivas as emendas individuais e garantiu uma verba para cada
deputado e senador, independentemente de seu posicionamento. Desde
então, os vários tipos de emendas ocupam espaço cada vez maior no
Orçamento. Em 2014, elas totalizaram R$ 8,7 bilhões; neste ano, chegaram
a R$ 35,8 bilhões. O Congresso não quer abrir mão delas, o Executivo
não tem tido conforto para aprovar seus projetos e a sociedade não tem
visto o resultado das políticas públicas.
Ainda assim, os parlamentares não desistiram de criar alternativas
para resgatar o orçamento secreto. O relator da Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO), Danilo Forte (União-CE), tentou criar a emenda de
liderança, que ficaria sob o comando dos líderes partidários, mas
recuou.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), prefere ampliar as
emendas de comissão, tornar seu pagamento obrigatório e criar um
calendário para sua execução. Uma reportagem do Estadão mostrou
que o parlamentar defende ampliar o espaço que cabe às emendas das
Mesas Diretoras da Câmara e do Senado. Como na Câmara a Mesa é presidida
pelo próprio Lira, isso pode fazer delas um retrofit do orçamento secreto.
O avanço das emendas teve outro efeito colateral e reduziu a
autoridade que os líderes partidários tinham sobre suas bancadas.
Parlamentares se sentem livres para ignorar as orientações de suas
lideranças. Não seria um problema se as eleições legislativas não
adotassem o sistema proporcional, no qual o mandato não pertence ao
político, mas pertence ao partido.
Eventualmente, a emenda de liderança poderia ser um modelo de
transição para recolocar algumas coisas em seu devido lugar. Se bem
utilizada, ela poderia resgatar o papel dos partidos, reorganizar as
bancadas, facilitar negociações para a formação de uma base para o
governo e favorecer a atuação de uma oposição responsável e
programática.
Para que isso funcionasse, tal emenda teria de ser discricionária e
premiar apenas quem efetivamente votasse de acordo com a orientação de
seu líder partidário – seja a favor ou contra o governo. Aos partidos,
certamente não é positivo lidar com parlamentares insubordinados.
Em paralelo, seria mais do que desejável que se reduzisse o espaço de
outros tipos de emenda, mas dentro de uma lógica bastante realista. O
Congresso não aceitará retomar os patamares anteriores a 2015, e o
Executivo terá de aceitar essa realidade.
É inegável, portanto, que as emendas parlamentares têm sido
desvirtuadas no tamanho e na forma, o que sinaliza um certo esgotamento.
É preciso questionar a quem interessa o modelo atual de distribuição
desses recursos. Pode parecer que essa barganha sem limites e sem
contrapartidas favorece todos os deputados e senadores. Mas quem tem
ganhado, de fato, são as presidências da Câmara e do Senado.
DUBAI, EMIRADOS ÁRABES UNIDOS (FOLHAPRESS) – O Brasil recebeu na
tarde desta segunda (4), em Dubai, o antiprêmio Fóssil do Dia por causa
do anúncio de sua entrada no cartel do petróleo Opep+. O prêmio é
distribuído pela ONG Climate Action Network (CAN) para o país que
anunciou a pior medida em relação à luta contra a crise climática nos
dias anteriores da conferência do clima.
“O Brasil é o vencedor do dia por aparentemente confundir produção de
petróleo com liderança ambiental”, afirmou a CAN no anúncio oficial e
repleto de ironias, realizado na entrada do Expo City Dubai, onde
acontece a COP28, nos Emirados Árabes Unidos.
Citando o ministro de Minas e Energia, o texto diz que “Alexandre
Silveira considerou estranhamente apropriado anunciar a entrada do
Brasil na Opep+ no primeiro dia da conferência do clima”. Em seguida,
acrescenta que o pensamento do ministro brasileiro segue uma “lógica
distorcida”.
O prêmio foi recebido por Paulo Galvão, um membro da Engajamundo, ONG
jovem que faz parte da rede mundial da CAN. A entrega, feito pelo
ativista Kevin Buckland, vestido de esqueleto, contou a participação de
outro membro, que dançava e vaiava vestido como o fóssil de um
dinossauro.
A taça traz o crânio de um tiranossauro em metal e o logotipo do
prêmio gozador é inspirado no do filme “Jurassic Park – Parque dos
Dinossauros” (1993), de Steven Spielberg.
O Fóssil do Dia existe desde 1999 e atualmente é entregue diariamente
durante as COPs. Nesta segunda-feira, cerca de 200 membros votaram pelo
pior país e cerca de 60 desses escolheram o Brasil como “vencedor”.
Antes, a África do Sul recebeu a menção honrosa do dia, devido à
“recente decisão de expandir operações em minas de carvão, violando seus
compromissos de reduzir emissões de gases”.
“Brasil, nós não queremos fazer um tour em campos de petróleo quando
estivermos em Belém em 2025 [na COP30]. E, se vocês querem se juntar a
um clube, talvez nós possamos sugerir que sigam o exemplo de sua vizinha
Colômbia, assinando o tratado de não proliferação de combustíveis
fósseis, em vez da Opep+”, finalizou o texto da CAN.
Diversas organizações repercutiram o antiprêmio. Claudio Angelo,
coordenador de política climática do Observatório do Clima, disse que
“ao reduzir o desmatamento em 22% em apenas 11 meses no cargo, o
presidente Lula deu uma das contribuições mais significativas para
mitigar o aquecimento global em 2023. Porém, com um grande poder vem uma
grande responsabilidade. Não se pode liderar o Sul Global contra a
crise climática investindo no produto que a provoca.”
“O Greenpeace Brasil considera inaceitável que o mesmo país que diz
defender a meta de limitar o aquecimento global em 1.5 graus, agora
queira se alinhar ao grupo dos maiores produtores de petróleo do mundo”,
falou Leandro Ramos, diretor de programas do Greenpeace Brasil.
Para Alexandre Prado, de mudanças climáticas do WWF-Brasil, “a
premiação deixa claro que a imagem do Brasil não está tão boa como
esperado e é um sinal de alerta para todo o mundo sobre o real
comprometimento do país que sediará a COP30, quando todos os países
deverão apresentar novos compromissos de corte nas emissões. O mundo
todo olhava para o Brasil com esperança de ter um novo líder climático e
a turnê petroleira que o governo fez a caminho de Dubai foi um duro
golpe nessa esperança”.
“O Brasil veio à COP28 para recuperar sua credibilidade e se
posicionar como liderança climática global. Nossos negociadores estão
defendendo com unhas e dentes o objetivo de limitar a temperatura em 1.5
grau. Mas queimaram nosso filme com o combo de leilões de mais de 600
blocos de petróleo, a entrada na Opep+ e potencial anulação dos
resultados de mitigação de florestas pela exploração fóssil”, afirmou
Natalie Unterstell, presidente do Instituto Talanoa.
Mestrado em Química de Produtos Naturais e Farmacognosia,
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) (Formou-se em 2011/31 de
jul.
O que é ressonância magnética?
A Ressonância Magnética é uma técnica analítica que se baseia no uso
de um forte campo magnético a atuar em determinados átomos de um
analito, na qual a “leitura” é feita no comprimento das ondas de rádio e
por isso constitui uma técnica com muitas vantagens. Embora seja muito
mais conhecida ao público pelos exames de imagem em rotinas médicas que
investigam certas patologias e/ou anormalidades fisiológicas, neste caso
constituindo a chamada MRI (Magnetic Resonance Imaging), cabe
esclarecer aqui que seu princípio há muito é usado em outros setores
analíticos, especialmente em Química Orgânica aonde temos a Ressonância
Magnética de Prótons/Hidrogênio (RMN H) e a Ressonância Magnética de
Carbono (RMN C) – ambas ferramentas importantíssimas na elucidação
estrutural das moléculas e em outros contextos analíticos.
No escopo da análise médica, a Ressonância Magnética é realizada com
um equipamento tubular, na qual o corpo humano é inserido e visualizado
em fatias/cortes transversais. Por isso inclusive que muitos pacientes
ficam traumatizados durante a análise, especialmente quem possui
tendências claustrofóbicas, já que ficam deitados enquanto “entram” no
equipamento para a leitura pela campo magnético – o que por si só já
alerta ser incoveniente aos portadores de marcapasso e próteses
metálicas, bem como ninguém deve estar no ambiente portando algum objeto
metálico. Mas voltando ao mecanismo deste exame na geração de imagens
para diagnósticos, de uma forma simplista o que ocorre é se basear no
alinhamento dos prótons dos átomos de hidrogênio que ocorrem nas
moléculas de água e/ou gorduras no corpo humano e disto a leitura de seu
quantitativo, alinhamento ante os pulsos eletromagnéticos e o tempo de
resposta, que são analisados através de algoritmos nos equipamento
computadorizado. Da interpretação destes resultados (tecnicamente
chamados de Transformação de Fourier e FID – Free Induction Decay) é que
as imagens são geradas e então analisadas por um médico especialista,
donde pode notar certos comportamentos histológicos ante os quadros de
tumores, infecções e outras patologias sob investigação.
Em situações usuais, os prótons do átomo de hidrogênio giram em um
eixo próprio (chamado de spin), mas que é aleatório em um meio aquoso
(figura de cima). Sob os pulsos eletromagnéticos da ressonância
magnética eles são alinhados em um momento (figura do meio) e este
efeito é analisado por um algoritmo. Por fim as informações são
convertidas em imagens, como as da figura debaixo que elucidam a bexiga
(bladder), a epífise do fêmur direito (right femoral head) e o tecido
gorduroso subcutâneo (subcutaneous fat). (Fonte das imagens: Magnetic
resonance imaging, BMJ. (2002); 324 (7328): 35. doi:
10.1136/bmj.324.7328.35)
Já no âmbito da Química Analítica a Ressonância Magnética gera um
status alterado momentâneo em prótons de hidrogênio ou ainda em átomos
de carbono, na qual seu comportamento na molécula em que integram gera
diferentes tipos de sinal e assim pode-se ir “montando” uma molécula em
questão. É por isso que esta técnica analítica é uma, junto com o
Infravermelho (IV), Ultravioleta (UV) e a Espectrometria de Massas (EM),
que permite identificar uma molécula e avaliar certas propriedades que
tenha.
Se alguém desejar saber mais detalhes sobre os princípios da
Ressonância Magnética, eu recomendo a leitura do artigo supra citado e
deste aqui:
Magnetic Resonance Imaging: Principles and Techniques: Lessons for
Clinicians, J Clin Exp Hepatol. (2015); 5(3): 246–255. doi:
10.1016/j.jceh.2015.08.001
A deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC)
irá protocolar um projeto para mudar o regimento interno da Câmara dos
Deputados e impedir votações de última hora no plenário da Casa Baixa A
decisão da congressista se deu depois de sessão realizada na madrugada
de 5ª feira (30.nov), quando foi aprovado texto que reduz transparência
em licitações. A informação foi confirmada ao Poder360.
Pelo PCR (projeto de resolução), os líderes partidários poderão pedir
a retirada de projetos que não tenha sido incluídos na pauta da Ordem
do Dia –fase em que são discutidas e votadas os textos– e comunicada aos
gabinetes com antecedência mínima de 24 horas do início das
deliberações.
No documento, Zanatta justifica que “recentemente tem visto acontecimentos lamentáveis”, com a votação de “projetos relevantes” com o plenário esvaziado e sem que os deputados pudessem ler o conteúdo dos textos.
Na madrugada de 5ª feira (30.nov), os deputados aprovaram um projeto que flexibiliza licitações. O texto permite os governos federal, estadual e municipal realizarem uma disputa “fechada” de
licitações para obras e serviços de engenharia. O texto entrou na pauta
depois que os congressistas aprovaram um requerimento para incluí-lo “automaticamente” na Ordem do Dia.
Na ocasião, Zanatta disse que o projeto foi incluído para votação sem
que os deputados pudessem ler o conteúdo a tempo, e descreveu, em tom
de ironia, uma receita de “sobremesa” durante fala na tribuna.
“Se não importa o que está escrito, se não for para lermos, eu
quero ler aqui uma receita de uma sobremesa que eu gosto muito de fazer
em casa quando eu estou de folga com a minha filha, de 4 anos”, disse. “Isto aqui é um protesto. O nome da sobremesa é Delícia de Uva”, afirmou.
ENCERRAMENTO DE SESSÃO
No projeto, Zanatta também quer alterar regras que tratam do
encerramento de sessões da Câmara. Hoje, elas podem ser encerradas antes
do horário previsto quando houver menos de 1/10 do número total de
deputados, tumulto grave, falecimento de congressistas ou de chefe de um
dos Poderes e decreto de luto oficial.
A deputada santa-catarinense quer que as normas de presença se
enquadrem para deputados que estejam fisicamente no plenário, sem
considerar os casos em que tenham registrado presença, deixado o local e
votado de forma eletrônica.
Esta reportagem foi produzida pela estagiária de jornalismo Maria
Laura Giuliani sob a supervisão da editora-assistente Isadora Albernaz