quinta-feira, 30 de novembro de 2023

TROCA DE CONHECIMENTOS E EXPERIÊNCIAS É FUNDAMENTAL PARA FORTALECER LAÇOS E NEGOCIAÇÕES

 

Regina Lobato – Bruno Avelar – CVO (Chief Visionary Officer)

Business team celebrating a good job in the modern office

O network é a base do sucesso de qualquer negócio. A arte do networking é poder construir uma rede de contatos que possa potencializar oportunidades através de relacionamentos. Segundo o empresário Bruno Avelar, especialista no assunto, a troca de conhecimentos e experiências é fundamental, seja para fortalecer laços, estreitar negociações ou se destacar no mercado.

“Conviver com pessoas de diferentes segmentos e que possam influenciar nas suas conexões é uma forma de aprimorar o crescimento interpessoal e se aproximar dos seus objetivos profissionais. Independentemente do segmento, o networking traz inúmeros benefícios e um grande reconhecimento. Já é de conhecimento comum que ser bem sucedido na área escolhida está diretamente ligado aos relacionamentos cultivados dentro e fora do ambiente de trabalho. Ter uma boa rede de contatos não é uma opção, é indispensável. Sem relacionamentos, não existe negócio”, diz Avelar.

O empreendedor, que é CVO (Chief Visionary Officer) de diversas empresas e criador do ‘O Poder do Network’, separou 5 dicas fundamentais para ajudar quem ainda não tem uma rede sólida de relacionamentos.

1. Pague o preço para estar onde os melhores estão

São nos ambientes mais restritos que você fará as melhores conexões e neste momento sua postura e comportamento serão fundamentais para que isso aconteça. Você já deve ter percebido que muitas pessoas conseguem empregos e oportunidades porque fizeram um bom trabalho e foram reconhecidas.

A famosa “indicação” é algo comum quando se tem uma rede de contatos sólida, com uma base que é nutrida constantemente, sempre atrelado a um bom trabalho, claro.

2. Saiba que existem modos de tratar suas conexões

Pessoas que buscam apenas se relacionar a qualquer custo, priorizando a quantidade em detrimento à qualidade, acabam agindo da forma oposta ao que é recomendado. Network é um dom que precisa ser moldado, de modo que não prejudique sua reputação.

3. Deixe a vergonha de lado e inspire confiança

É muito comum, também, se sentir inseguro demais para criar vínculos com outros profissionais. Se você não confia em si mesmo, como outros irão? Descubra o que a pessoa que você quer se conectar gosta e com quem ela convive.

4. Estude e aprenda a se comunicar melhor

Inicialmente, a criação de laços deve ser feita de forma espontânea. Não se deve se aproximar de alguém apenas esperando receber algo em troca. O ideal é que você crie e mantenha seus relacionamentos de forma natural e que tenha interações constantes, não apenas quando tiver necessidade de algo que possam fornecer.

Relacionamento é sobre dar, e não pedir. O retorno vem automaticamente e a sabedoria do network está na paciência de esperar a maturação do relacionamento. Você não planta uma árvore hoje e colhe frutos no dia seguinte.

A probabilidade de que a pessoa se lembre de você, e, mais importante, do que você faz, é muito grande se você puder inspirar confiança e amizades recíprocas.

5. Procure estar no lugar certo, na hora certa

Você precisa saber o porquê, como e o que. Onde estar, quando estar e com quem estar. Manter um bom relacionamento com a rede de contatos que você construiu é uma ação que deve ser priorizada todos os dias. Com a internet e as redes sociais se tornou ainda mais simples fortalecer seus laços e sua marca pessoal.

Parece ingênuo, de início, atrelar o segredo do sucesso às pessoas que convivemos. Mas é uma realidade fortíssima. Valorize os contatos em que pode confiar, e o seu sucesso será sem limites. Assim, alcançar seus objetivos pessoais e profissionais será apenas uma questão de tempo.

Mindset correto é o que vai fazer você alcançar (ou não) o sucesso

Junior Borneli, co-fundador do StartSe

Mulher negra e sorridente segurando um IPad e olhando para frente (Fonte: Getty Images)

Mindset é a sua programação mental, é como você encara tudo que está ao teu redor

Mindset. Você já ouviu essa palavinha algumas vezes aqui no StartSe. Ela é importante, talvez uma das coisas mais importantes para “chegar lá” (seja lá onde for que você quiser chegar).

É sua habilidade de pensar o que você precisa para ter sucesso. E como a maioria das coisas que você possui dentro de você, ela é uma espécie de programação do seu ser. Tanto que é possível que você adquira outro mindset durante a vida, convivendo com as pessoas corretas, conhecendo culturas diferentes.

Algumas pessoas dizem que é isso das pessoas que faz o Vale do Silício ser a região mais inovadora do mundo. Eu, pessoalmente, não duvido. Fato é: você precisa de ter a cabeça no lugar certo, pois a diferença entre um mindset vencedor e um perdedor é o principal fator entre fracasso e sucesso.

Para isso, é importante você começar do ponto inicial: um objetivo. “Todo empreendedor precisa ter um objetivo. Acordar todos os dias e manter-se firme no propósito de fazer o máximo possível para chegar lá é fundamental”, diz Junior Borneli, co-fundador do StartSe e uma das pessoas mais entendidas de mindset no ecossistema brasileiro.

De lá, é importante você fazer o máximo que puder e não perder o foco, mantendo-se firme. “Não importa se no final do dia deu tudo certo ou errado. O importante é ter a certeza de que você fez tudo o que foi possível para o melhor resultado”, avisa.

Com a atitude certa, é capaz que você sempre consiga canalizar as coisas como positivas. “Você sempre tem duas formas de olhar um a mesma situação: aquela em que você se coloca como um derrotado e a outra onde você vê os desafios como oportunidades. Escolha sempre o melhor lado das coisas, isso fará com que sua jornada seja mais leve”, alerta o empreendedor.

Esses tipo de sentimento abre espaço para uma característica importantíssima dos principais empreendedores: saber lidar com grandes adversidades. “Um ponto em comum na maioria os empreendedores de sucesso é a superação”, destaca Junior Borneli.

Saber lidar com essas adversidades vai impedir que você pare no primeiro problema (ou falência) que aparecer na sua frente. “São muito comuns as histórias de grandes empresários que faliram várias vezes, receberam diversos ‘nãos’ e só venceram porque foram persistentes”, afirma.

É importante ter esse mindset resiliente, pois, nem sempre tudo será fácil para você – na verdade, quase nunca será. “Empreender é, na maior parte do tempo, algo muito doloroso. Até conseguir algum resultado expressivo o empreendedor passa por muitos perrengues. A imensa maioria fica pelo caminho”, diz.

É como uma luta de boxe, onde muitas vezes, para ganhar, você terá que apanhar e apanhar e apanhar até conseguir desferir o golpe (ou a sequência) certo. “Na minha opinião, não há melhor frase que defina a trajetória de um empreendedor de sucesso do que aquela dita por Rocky Balboa, no cinema: ‘não importa o quanto você bate, mas sim o quanto aguenta apanhar e continuar. É assim que se ganha’”, ilustra.

O problema talvez seja que alguns aspectos do empreendedorismo tenham glamour demais. “Empreender não é simplesmente ter uma mesa com super-heróis e uma parede cheia de post-its coloridos. Você vive numa espécie de montanha russa de emoções, onde de manhã você é ‘o cara’ e à tarde não tem dinheiro pro café”, salienta.

Vale a pena, porém, perseverar neste caminho. “Para aqueles que são persistentes e têm foco, a jornada será difícil, mas o retorno fará valer a pena!,” destaca o empreendedor.

DERROTA TAMBÉM ENSINA

Um ponto importante do sucesso é saber lidar com o fracasso e, de lá, tomar algumas lições para sair mais forte ainda. “Toda derrota nos ensina algumas lições e assim nos tornamos mais fortes a cada nova tentativa. A cultura do fracasso, aqui no Brasil, é muito diferente dos Estados Unidos”, afirma Junior.

No Vale do Silício, falhar é encarado algo bom, na verdade – e aumenta suas chances de sucesso futuro. “Por lá, empreendedor que já falhou tem mais chances de receber investimentos porque mostrou capacidade de reação e aprendeu com os erros”, conta o empreendedor.

Mas ao pensar sobre fracasso, você precisa ter o filtro correto para não deixar a ideia escapar. “Encarar os erros como ensinamentos e entender que falhar é parte do jogo torna as coisas mais fáceis e suportáveis”, salienta.

Foco é a palavra de ordem para você conseguir alcançar os objetivos traçados no caminho, mesmo que em alguns momentos pareça que está tudo dando errado. “Por fim, buscar o equilíbrio mental e o foco são fundamentais. Nas vitórias, tendemos a nos render à vaidade e ao orgulho. E nas derrotas nos entregamos ao desânimo e a depressão. Mentalize seus objetivos, foque nos caminhos que vão leva-lo até eles e siga firme em frente”, afirma.

É importante que você tenha noção de que para ser uma exceção, você não pode pensar da maneira comodista que a maior parte das pessoas. “Se você quer chegar onde poucos chegaram, precisará fazer o que poucos têm coragem e disposição para fazer”, completa.

                   O “não” do cliente a uma proposta. Por quê?                  

Moysés Peruhype Carlech

Fiquei pensando e ao mesmo tempo preocupado com o seu “não”, sem nenhuma explicação, à nossa proposta de divulgação da sua loja e de resto todas as lojas dessa cidade no Site da nossa Plataforma Comercial da Startup Valeon.

Esse “não” quer dizer, estou cheio de compromissos para fazer pagamentos mensais, não estou faturando o suficiente para cobrir as minhas despesas, a minha loja está vendendo pouco e ainda me vem mais uma “despesa” de publicidade da Startup Valeon?

Pergunto: como vou comprar na sua loja? Se não sei qual é a sua localização aí no seu domicílio? Quais os produtos que você comercializa? Se tem preços competitivos? Qual a sua interação online com os seus clientes? Qual o seu telefone de contato? Qual é o seu WhatsApp?

Hoje em dia, os compradores não têm tempo suficiente para ficarem passeando pelos Bairros e Centros da Cidade, vendo loja por loja e depois fazendo a decisão de compra, como antigamente.

A pandemia do Covid-19 trouxe consigo muitas mudanças ao mundo dos negócios. Os empresários precisaram lutar e se adaptar para sobreviver a um momento tão delicado como esse. Para muitos, vender em Marketplace como o da Startup Valeon se mostrou uma saída lucrativa para enfrentar a crise. Com o fechamento do comércio durante as medidas de isolamento social da pandemia, muitos consumidores adotaram novos hábitos para poder continuar efetuando suas compras. Em vez de andar pelos corredores dos shoppings centers, bairros e centros da cidade, durante a crise maior da pandemia, os consumidores passaram a navegar por lojas virtuais como a Plataforma Comercial Valeon. Mesmo aqueles que tinham receio de comprar online, se viram obrigados a enfrentar essa barreira. Se os consumidores estão na internet, é onde seu negócio também precisa estar para sobreviver à crise e continuar prosperando.

É importante você divulgar a sua loja na internet com a ajuda do Site da Startup Valeon, que no caso não é uma despesa a mais e sim um investimento para alavancar as suas vendas. Desse modo, o seu processo de vendas fica muito mais profissional, automatizado e eficiente.  Além disso, é possível a captação de potenciais compradores e aumentar o engajamento dos seus clientes.

Não adianta pensar dessa forma: “Eu faço assim há anos e deu certo, porque eu deveria fazer diferente? Eu sei o que preciso fazer”. – Se você ainda pensa assim, essa forma de pensar pode representar um grande obstáculo para o crescimento do seu negócio, porque o que trouxe você até aqui é o que você já sabe e não será o que levará você para o próximo nível de transformação.

O que funcionava antes não necessariamente funcionará no futuro, porque o contesto está mudando cada vez mais rápido, as formas como os negócios estão acontecendo são diferentes, os comportamentos dos consumidores está se alterando, sem contar que estão surgindo novas tecnologias, como a da Startup Valeon, que vão deixar para trás tudo aquilo que é ineficiente.

Aqui, na Startup Valeon, nós sempre questionamos as formas de pensar e nunca estamos totalmente satisfeitos com o que sabemos justamente por entender que precisamos estar sempre dispostos a conhecer e aprender com o novo, porque ele será capaz de nos levar para onde queremos estar.

Mas, para isso acontecer, você precisa estar disposto a absorver novas formas de pensar também e não ficar amarrado só ao que você já sabe.

Se este for seu caso, convido você a realizar seu novo começo por meio da nossa forma de anunciar e propagar a sua empresa na internet.

Todos eles foram idealizados para você ver o seu negócio e a sua carreira de uma forma completamente diferente, possibilitando levar você para o próximo nível.

Aproveite essa oportunidade para promover a sua próxima transformação de vendas através do nosso site.

Então, espero que o seu “não” seja uma provocação dizendo para nós da Startup Valeon – “convença-me”.

E-Mail: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

Fones: (31) 98428-0590 / (31) 3827-2297

quarta-feira, 29 de novembro de 2023

PL DO BNDES SERÁ DERRUBADO PELA OPOSIÇÃO

História por Sarah Peres  • Poder360

A oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) da Câmara afirma que atuará para impedir que o PL 5.719 de 2023 avance na Casa Baixa. A proposta enviada pelo Executivo visa a permitir que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) volte a financiar obras e serviços prestados por empresas brasileiras no exterior. Eis a íntegra (PDF – 148 kB).

Congressistas da oposição ouvidos pelo Poder360 afirmam que o Executivo irá encarar resistência na Câmara para a aprovação do texto. Também visam, como manobra, tentar votar a PEC 3 de 2023, do deputado Mendonça Filho (União Brasil-PE), que define a competência do Congresso para autorizar empréstimos de instituições financeiras públicas para outros países.

O líder da oposição na Casa Baixa, deputado Carlos Jordy (PL-RJ), disse não crer que o projeto de lei “tenha força para ser aprovado no Congresso Nacional”, pois seria um “escárnio com o erário público e com o povo brasileiro”.

“Mesmo dizendo que países inadimplentes não poderiam ser beneficiados com o projeto, há a possibilidade de que possam renegociar formalmente a dívida e assim poderiam receber investimentos do BNDES”, declarou o congressista.

O trecho citado por Jordy está presente no texto do PL. Lê-se: “É proibida, nos financiamentos à exportação de serviços, a concessão de novas operações de crédito entre o BNDES e as pessoas jurídicas de direito público externo inadimplentes com a República Federativa do Brasil, exceto nas hipóteses em que houver a formalização da renegociação da dívida.

Pessoas jurídicas de direito público são países, integrantes de uma federação ou seus respectivos órgãos. Atualmente, 3 nações são devedoras do BNDES: Venezuela, Cuba e Moçambique (leia mais abaixo).

“O projeto vai totalmente na contramão do bom senso e do que pede a população, que é transparência e limitação às transferências de recursos para outros países. Vamos trabalhar pela aprovação da PEC 3 de 2023 para garantir isto”, afirmou o líder da oposição.

O deputado Kim Kataguiri (União Brasil-SP), que foi vice-presidente da CPI do BNDES, em 2019, disse durante a comissão que pôde “constatar que esses empréstimos do banco para o exterior só serviram para exportar corrupção, para enviar dinheiro público do Brasil para empreiteiras corruptas e também para ditaduras aliadas do petismo”.

“Eu, pessoalmente, vou obstruir. Vou apresentar todos os requerimentos de obstrução e a oposição vai se posicionar de maneira contrária, não tenho a menor dúvida disso”, declarou o congressista.

Kataguiri disse também que esse ano “quase foi aprovada a admissibilidade” da PEC 3 de 2023 que submete os empréstimos de instituições públicas ao Congresso Nacional. Afirmou que continuará apoiando a proposta.

“Acredito, sim, que o governo terá muita dificuldade de emplacar a volta do financiamento dessas obras que posteriormente, tanto na CPI do BNDES, como na Lava Jato, se demonstraram gargalos de corrupção”, afirmou.

Kataguiri ainda disse que a proposta de retomada da modalidade de crédito pelo BNDES é “uma prática nefasta” do governo Lula.

MODALIDADE SUSPENSA

A modalidade de crédito do BNDES foi suspensa em 2016, depois que construtoras brasileiras beneficiadas pela medida passaram a ser investigadas na operação Lava Jato. Antes da interrupção, a linha de crédito financiou obras controversas. Entre elas, o metrô de Caracas, na Venezuela, e o Porto de Mariel, em Cuba.

O texto que quer retomar essa modalidade foi enviado pelo Planalto no momento em que a Câmara dos Deputados analisa uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que busca dar aos congressistas o poder de vetar operações realizadas no exterior.

O BNDES discutiu o conteúdo da proposta com o TCU (Tribunal de Contas da União). A Corte teria sugerido um artigo para “blindar” o Planalto de críticas ou de tomar calotes.

Em um dos trechos, lê-se: “É proibida, nos financiamentos à exportação de serviços, a concessão de novas operações de crédito entre o BNDES e as pessoas jurídicas de direito público externo inadimplentes com a República Federativa do Brasil, exceto nas hipóteses em que houver a formalização da renegociação da dívida.

Pessoas jurídicas de direito público são países, integrantes de uma federação ou seus respectivos órgãos.

Dados do BNDES mostram que 3 países acumulam dívidas de US$ 1,16 bilhão no acumulado até setembro de 2023:

  • Venezuela – US$ 762 milhões;
  • Cuba – US$ 273 milhões;
  • Moçambique – US$ 122 milhões.

Outros US$ 463 milhões estão por vencer desses países.

A única exceção ao que determina o projeto é caso haja a renegociação formal da dívida pendente. O texto prevê medidas de transparência e autoriza o BNDES a criar subsidiárias no Brasil.

O governo brasileiro quer que o BNDES financie a construção do gasoduto Néstor Kirchner, na Argentina. Lula disse, em 26 de junho, estar “muito satisfeito” com a perspectiva “positiva” de o financiamento ocorrer.

Fico muito satisfeito com as perspectivas positivas de financiamento do BNDES à exportação de produtos para a construção do gasoduto Presidente Néstor Kirchner. Estamos trabalhando na criação de uma linha de financiamento abrangente das exportações brasileiras para a Argentina”, declarou o presidente na época.

 

ROMBO NAS CONTAS PÚBLICAS DE R$ 75 BILHÕES EM 2023

 

História por Houldine Nascimento  • Poder360

O governo registrou rombo de R$ 75,1 bilhões nas contas públicas no acumulado de janeiro a outubro de 2023 em valores nominais. O resultado é o pior desde 2017 ao seguir o mesmo critério, quando houve deficit de R$ 104,5 bilhões.

Ao considerar o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), o rombo é de R$ 74,6 bilhões no acumulado de janeiro a outubro deste ano. É o pior saldo desde 2019, quando atingiu deficit de R$ 81,9 bilhões.

Os dados são do Tesouro Nacional. Eis a íntegra da apresentação (PDF – 997 kB).

Eis a trajetória do resultado primário de janeiro a outubro de 2023:

Contas públicas apresentam rombo de R$ 75 bilhões em 2023© Fornecido por Poder360

O saldo primário é formado pela subtração de receitas contra despesas, sem contar com o pagamento dos juros da dívida.

Em janeiro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comprometeu-se com um deficit primário de R$ 100 bilhões, ou 1% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2023.

O governo, no entanto, piorou a projeção para o resultado primário deste ano. O rombo estimado para 2023 passou de R$ 141,4 bilhões (1,3% do PIB) em setembro para R$ 177,4 bilhões em novembro (1,7% do PIB).

A secretária adjunta do Tesouro, Viviane Varga, disse nesta 3ª (28.nov) não ver “dinâmica explosiva” na trajetória das contas públicas. Em entrevista a jornalistas, ela afirmou que a nova regra fiscal “aponta” para uma “trajetória de estabilização”.

SUPERAVIT EM OUTUBRO

O governo federal registrou superavit de R$ 18,3 bilhões em outubro de 2023. O resultado é inferior ao obtido no mês em 2022 e em 2021, quando houve saldo positivo de R$ 32,1 bilhões e R$ 31,8 bilhões, respectivamente, em termos reais –quando considera o IPCA.

Viviane Varga afirmou que o resultado foi “acima do esperado” pelo mercado financeiro. As projeções obtidas pelo Poder360 variavam de superavit de R$ 11,9 bilhões a R$ 18,3 bilhões.

Contas públicas apresentam rombo de R$ 75 bilhões em 2023© Fornecido por Poder360

ESTADOS UNIDOS APOIAM A POLÍTICA DE MILEI NA ARGENTINA

 

História por AFP  

O presidente eleito argentino Javier Milei (D) deixa o Edifício de Escritórios Executivos Eisenhower, no complexo da Casa Branca, em Washington, em 28 de novembro de 2023© Mandel NGAN

O presidente eleito da Argentina, o ultraliberal Javier Milei, deixou Washington na terça-feira (28) com uma impressão “muito boa” do governo do democrata Joe Biden, que lhe estendeu as mãos com base em “prioridades compartilhadas”, incluindo a “energia limpa” e a “defesa dos direitos humanos”.

Em seu segundo dia nos Estados Unidos, Milei esteve na Casa Branca para um primeiro contato com colaboradores de máxima confiança de Biden, que viajou para Atlanta para o funeral da ex-primeira-dama Rosalynn Carter.

O presidente eleito e uma equipe reduzida conversaram com Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional; com Juan González, principal conselheiro presidencial para a América Latina; com o subsecretário de Estado para Assuntos do Hemisfério Ocidental, Brian Nichols, e com o embaixador dos Estados Unidos na Argentina, Marc Stanley.

Milei partilhou com eles “sua visão sobre a agenda geopolítica internacional alinhada com o Ocidente e a sua defesa dos valores da liberdade”, informou seu gabinete em um comunicado publicado na rede social X.

A reunião lhe causou uma impressão “muito boa”, declararam à AFP fontes de seu partido, A Liberdade Avança, que pediram anonimato.

Sullivan felicitou Milei novamente por sua vitória eleitoral e se comprometeu “a prosseguir com a cooperação” bilateral estreita, segundo um comunicado divulgado pela Casa Branca durante a noite.

O influente conselheiro afirmou que se reuniu com Milei “para discutir a importância de seguir construindo a relação sólida entre os Estados Unidos e a Argentina em temas econômicos e nas prioridades compartilhadas, como o investimento em tecnologia e energia limpa, a defesa dos direitos humanos e defesa das democracias em todo o mundo”.

Uma forma diplomática de mencionar dois temas: o aquecimento global, essencial na agenda de Biden e questionado por Milei, e os direitos humanos, depois que o presidente eleito da Argentina, de 53 anos, questionou o número de desaparecidos durante a ditadura em seu país.

Milei viajou aos Estados Unidos para abrir portas e o fez pelas mãos do embaixador Stanley, com a esperança de converter o país norte-americano em seu principal aliado e marcar distâncias com China e Rússia.

Pelo que se sabe, não houve encontros com membros do Partido Republicano nem com o ex-presidente Donald Trump, com quem Milei se dá muito bem e é frequentemente comparado.

Da Casa Branca, ele seguiu para o aeroporto para retornar à Argentina, sem se reunir com a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) Kristalina Georgieva, com quem falou na sexta-feira por videoconferência.

Seu chefe de gabinete Nicolás Posse e Luis Caputo, cotado como futuro ministro da Economia argentino, permaneceram nos Estados Unidos para uma reunião a nível técnico no FMI liderada pela número dois da organização, Gita Gopinath. Pela manhã, mantiveram outro encontro com funcionários do Departamento do Tesouro americano.

A Argentina tem que saldar um empréstimo de 44 bilhões de dólares (cerca de R$ 215 bilhões na cotação atual), em meio à sua pior crise econômica em duas décadas, com inflação de 140% e 40% da população na linha de pobreza. 

– ‘Desafios complexos’ –

“Debateram os desafios complexos que o país enfrenta e os planos para fortalecer urgentemente a estabilidade e assentar as bases de um crescimento mais sustentável”, informaram fontes oficiais do FMI.

“Ambas as equipes vão continuar colaborando estreitamente no futuro”, acrescentaram.

A equipe de Milei espera que a relação com o Fundo seja fluida, dado que o presidente eleito, que se autodefine como anarcocapitalista, não teme os cortes de gastos.

O novo presidente propõe privatizar boa parte das empresas estatais e prometeu cortar os gastos públicos, inclusive mais do que pede o FMI.

Este “outsider” da política que tem aversão ao que chama de “casta”, a elite política tradicional, advertiu que vai tomar decisões “difíceis” quando assumir o cargo em 10 de dezembro. 

De cara, a Argentina precisa de recursos para fazer frente ao último vencimento do ano. 

Para isso, teria que passar na análise regular do Fundo para averiguar se o país cumpre as condições fiscais e de reservas. O problema é que os números não batem. Milei também pode optar por repensar o programa de crédito com o FMI.

Enquanto isso, continuam as gestões para definir o governo que moldará a nova Argentina.

O último nome confirmado é o de Eduardo Rodríguez Chirillo, que estará à frente da pasta de Energia, segundo confirmou o gabinete de Milei em comunicado.

A primeira viagem aos Estados Unidos de Milei como presidente eleito começou na segunda-feira em Nova York, onde ele almoçou com o ex-presidente democrata Bill Clinton.

Antes, usando um kipá, visitou o túmulo do rabino de Lubavitch na metrópole dos arranha-céus. Um ato simbólico para o político argentino, de religião católica, mas muito interessado no judaísmo e a estreitar laços com Israel.

ESTOQUE DOS PRECATÓRIOS SERÃO QUITADOS SEM VIOLAR AS REGRAS FISCAIS

 

História por Notas & Informações  • Jornal Estadão

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para autorizar o governo a quitar o estoque de precatórios atrasados sem violar as regras fiscais. O julgamento ainda não foi concluído, mas a maioria dos ministros acompanhou o voto do relator, Luiz Fux, para quem o limite anual para saldar esses compromissos é inconstitucional.

A origem desse imbróglio foi a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 23/2021, instrumento utilizado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para abrir espaço para um festival de medidas populistas às vésperas da eleição.

Antes mesmo da apresentação da PEC, quando o então ministro da Economia, Paulo Guedes, comparou o volume dessas dívidas a um “meteoro”, este jornal já acusava o calote, único nome possível para designar o plano que começava a ser desenhado.

Para piorar, o calote daria origem a uma bola de neve de R$ 250 bilhões para 2027, soma dos valores represados de 2022 a 2026. Se nada fosse feito até lá, a dívida ocuparia todo o espaço das despesas discricionárias daquele ano e implodiria de vez o orçamento.

Aproveitando-se de duas Ações Diretas de Inconstitucionalidade (Adin) apresentadas ao Supremo, o governo Lula se antecipou à provável derrota. Em petição ao STF, a Advocacia-Geral da União (AGU) reconheceu a inconstitucionalidade da medida e pediu a abertura de R$ 95 bilhões em créditos extraordinários para assim quitar o estoque acumulado.

A tese, ao que tudo indica, será aceita pelo STF – e não apenas até 2024, como queria o governo, mas até 2026. Considerando as alternativas, esta parece ser a solução menos ruim. O ideal, e o correto, seria acomodar esses gastos dentro do Orçamento, contabilizar a dívida no limite de despesas e considerá-la na apuração da meta fiscal.

Chama a atenção, no entanto, a generosa interpretação que Fux deu ao julgar a PEC dos precatórios. Ignorando o contexto político em que a proposta foi apresentada, o ministro a considerou “medida proporcional e razoável para que o poder público pudesse enfrentar a situação decorrente de uma pandemia mundial em 2022?, configurando-se como “providência fora de esquadro” apenas em 2023.

Ora, todos sabem que a intenção da PEC nunca foi enfrentar a emergência sanitária, mas somente atender aos interesses de um presidente que se candidataria à reeleição.

O STF, no entanto, pretende impor limites ao acordo proposto pelo governo. Em seu voto, Fux recusou a possibilidade de segregar as parcelas dos precatórios – ideia que resultaria em nova manobra contábil para facilitar o cumprimento das metas fiscais. Assim, principal, juros e correção monetária continuam a ser classificados como despesa primária, como manda a contabilidade pública e os padrões internacionais seguidos pelo Banco Central (BC).

Em tempos tão estranhos, o fim do calote institucionalizado e a rejeição ao retorno da contabilidade criativa certamente são algo a comemorar. Mas não deixa de ser estarrecedor que a PEC dos precatórios tenha sido tão facilmente aprovada pelo Congresso – e, pior, que uma parte dela tenha sido avalizada pelo STF.

MINISTRO DE LULA FAVORECE AMIGO AO DISTRIBUIR 31 RETRANSMISSORAS DE TV

 

História por Vinícius Valfré, Julia Affonso e Daniel Weterman  • Jornal Estadão

BRASÍLIA – O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, concedeu 31 retransmissoras de televisão para um mesmo empresário da sua base política no Maranhão. Nenhuma outra emissora no País teve tantos pedidos do mesmo tipo atendidos neste ano, aponta levantamento exclusivo do Estadão. Todos foram aprovados a jato, num período entre cinco a oito meses.

A TV Difusora pertence ao advogado Willer Tomaz de Souza, compadre do senador Weverton Rocha (PDT-MA), aliado de primeira hora do ministro. O responsável no Ministério das Comunicações pela área que dá aval aos pedidos é ex-sócio do dono da TV. Juscelino diz que agiu com base em critérios técnicos e nega ter beneficiado os aliados (Leia mais abaixo).

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manteve Juscelino Filho no cargo após as revelações sobre maus uso do dinheiro público pelo ministro. Foto: WILTON JUNIOR© Fornecido por Estadão

Na prática, as autorizações concedidas pelo ministro aumentam a influência da emissora no Maranhão, ampliam o valor comercial da empresa e permitem maior arrecadação com publicidade. As outorgas são dadas pelo governo sem custos, mas podem ser negociadas em um mercado paralelo por empresários. Dependendo do local onde a retransmissora está instalada pode valer milhões de reais.

O negócio se torna ainda mais interessante para o grupo porque, das 31 solicitações de retransmissão atendidas pelo ministro, 27 são para cidades localizadas na Amazônia Legal. A legislação permite que um canal nesta região não só reproduza os programas da “emissora-mãe”, mas também tenha conteúdos informativos e publicitários locais, o que torna o negócio rentável.

Em outra frente, a ampliação do sinal da Difusora pelo Maranhão pode ajudar o ministro e políticos aliados a fazerem propaganda de suas ações. Em janeiro, o ministro nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi retratado pela emissora como “nosso querido Juscelino Filho”. “A TV Difusora está sempre de portas abertas. Qualquer informação que o Ministério queira divulgar, é só entrar em contato conosco, que nós estamos à disposição”, afirmou o apresentador.

Reportagens do Estadão revelaram que o ministro direcionou dinheiro do orçamento secreto para pavimentar a estrada que passa em frente a fazendas dele e da família em Vitorino Freire (MA) e usou avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para acompanhar um leilão de cavalos em São Paulo.

Após a reportagem revelar a emenda para beneficiar a fazenda, a Polícia Federal deflagrou uma operação para apurar fraudes em licitações, lavagem de dinheiro e desvio de verbas federais. Juscelino Filho é um dos investigados e teve os bens bloqueados. O ministro também devolveu aos cofres públicos o dinheiro recebido irregularmente para ir a leilões de cavalo.

Ministério das Comunicações beneficiou TV maranhense

Durante duas semanas, o Estadão identificou todas as autorizações de serviço de retransmissão de TV, em caráter primário e secundário, concedidas por Juscelino em 2023. As medidas que beneficiaram a emissora do grupo do ministro e de Weverton tramitaram por um período entre cinco a oito meses. Enquanto isso, há pedidos protocolados entre 2019 e 2022 aguardando deliberação, em diferentes fases. O Estadão conversou com advogados, engenheiros e consultores da área. Todos foram unânimes em apontar que a tramitação dos processos é lenta e sujeita a influência política.

Ministro das Comunicações no governo de Fernando Henrique Cardoso, Juarez Quadros afirma que a liberação de outorgas de retransmissão de TV é um ato “altamente discricionário”, apesar da necessidade de cumprimento de requisitos técnicos. Ele considera que as outorgas são influenciadas por aspectos políticos.

“Depende muito da orientação política de plantão. Ou seja, não é uma licitação em que alguém ganha por preço ou avaliação de condições técnicas. É a vontade do governo de plantão de liberar ou não, desde que esteja em conformidade com toda a regulação. O critério não é um critério muito técnico. É um critério mais político”, frisou.

Em tuíte, Willer Tomaz confirma que é amigo de Flávio Bolsonaro e de Weverton Rocha. O senador pedetista é aliado do ministro Juscelino Filho e tem influência na pasta das Comunicações Foto: Reprodução/Twitter© Fornecido por Estadão

O ex-ministro afirmou também que é comum uma maior quantidade de demandas da região do chefe da pasta. Contudo, pontuou que cabe ao ministério equilibrar as liberações. Segundo ele, quando chefiou o ministério, no início dos anos 2000, essa era uma orientação pessoal de FHC.

“Quando a autoridade é de um determinado estado, a demanda daquele estado se apresenta diante da autoridade de plantão. Mesmo sendo paraense, eu tratava de equilibrar isso para não ficar dando atenção a um determinado grupo, a um determinado estado. A orientação do próprio presidente da República era atender a todos desde que dentro da legislação fosse possível. Evitávamos concentrações”, comentou.

Os 31 municípios para onde a TV Difusora poderá ser retransmitida a partir de portarias do atual ministro somam cerca de 418 mil habitantes. Para efeito comparativo, Juscelino Filho foi eleito deputado federal com 142.419 votos. A candidata à Câmara mais votada pelos maranhenses foi Detinha (PL), com 161.206. O menos votado, Márcio Honaiser (PDT), teve 54.547.

Ex-senador diz que arrendou TV para aliado de Juscelino

A Difusora é a primeira emissora de TV do Maranhão. Fundada na década de 1960, já foi comandada pela família do ex-senador Edison Lobão (MDB-MA). O filho do ex-parlamentar, o ex-senador Edinho Lobão, contou ao Estadão que arrendou a rede para Weverton, em 2016, e depois a vendeu a Willer Tomaz, compadre do parlamentar.

“Depois de alguns eventos que ocorreram em São Luís, ele (Weverton) perdeu a capacidade de arrendamento e a emissora acabou sendo vendida para um amigo dele (Willer Tomaz)”, relatou.

Weverton Rocha é braço direito de Juscelino Filho e um dos padrinhos de sua indicação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ao Estadão, o senador afirmou que “a informação de arrendamento é equívoco”. “Eu nunca arrendei a Difusora”, afirmou. A Constituição impede deputados e senadores de terem rádio e TV.

Willer Tomaz já foi descrito pela emissora como “acionista” do grupo, em abril deste ano, e como presidente do Conselho do Sistema Difusora, em setembro de 2021. Na Receita Federal, a Difusora está sob controle da irmã de Tomaz, a cirurgiã-dentista e auxiliar em saúde bucal Christine Tomaz de Souza, e da empresa Difusora Comunicação S/A.

A TV Difusora endereçou os pedidos de retransmissão de televisão ao Departamento de Radiodifusão Privada, comandado pelo advogado Antonio Malva Neto – ex-sócio de Willer Tomaz. Foto: Reprodução/Anatel© Fornecido por Estadão

A dentista Christine Tomaz de Souza, irmã do advogado Willer Tomaz, assinou pedidos de retransmissão da TV Difusora. Foto: Reprodução/Anatel© Fornecido por Estadão

Estadão identificou que a irmã do advogado assinou de próprio punho ao menos sete pedidos de retransmissão da Difusora enviados ao Ministério das Comunicações neste ano. A solicitação foi endereçada às áreas competentes da pasta, dentre elas, o Departamento de Radiodifusão Privada.

Como revelou o Estadãoo departamento é comandado por um ex-sócio de Willer Tomaz, o advogado Antonio Malva Neto. Ele foi nomeado por Juscelino Filho para a diretoria de radiodifusão privada em fevereiro. Malva Neto já foi assessor parlamentar do senador Weverton Rocha e não tem a radiodifusão como especialidade jurídica.

Pelo departamento de Malva Neto passam todos os pedidos de retransmissão de emissoras privadas. Notas técnicas do ministério obtidas pelo Estadão identificam o advogado como a pessoa que aprova as solicitações das emissoras privadas.

Willer Tomaz é um advogado que está entranhado no poder em Brasília e mantém amizades com políticos de diferentes espectros políticos. Além de Weverton, é amigo do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) – para quem também advoga.

Em julho, Tomaz embarcou em um cruzeiro, no navio do cantor Wesley Safadão, rumo às Bahamas. Passageiros filmaram o advogado assistindo a um show, ao lado de Lira, Weverton e as respectivas mulheres, ao som da música “Ar Condicionado no 15?.

O que dizem o ministério e a TV Difusora

O Ministério das Comunicações afirmou que “os processos da TV Difusora foram analisados junto com tantos outros” e que, por se tratar de um “canal de rede exclusiva”, é possível um “tratamento mais célere por ausência de concorrência”. Contudo, as liberações foram para os canais 38, 39, 41 e 42. Segundo a portaria 7.770, de dezembro de 2022, a Difusora só tem rede no canal 38 do Maranhão.

Uma das portarias de Juscelino Filho para dar outorga de retransmissão de canal de TV para emissora ligada ao seu grupo político. Decisão permite usar o canal 39 no Maranhão. Foto: Reprodução/Diário Oficial© Fornecido por Estadão

A pasta de Juscelino informou ainda que existem 9.650 pedidos em tramitação. “Cabe destacar que as análises dos processos de radiodifusão são sempre pautadas em critérios técnicos analisados por servidores do ministério. Apenas após a rigorosa análise técnica, o processo é enviado para despacho do ministro permitindo-o decidir com tranquilidade sobre os processos já aprovados por sua equipe técnica da Secretaria de Comunicação Social Eletrônica”, diz a pasta.

O CEO da TV Difusora, Leo Felipe, disse que o papel da emissora é a meta é “promover a maior integração possível dos municípios maranhenses” e “cobrir 100% do território”.

Ele também ressaltou que as entrevistas concedidas pelo ministro para a emissora se deram “dentro do âmbito ético do bom jornalismo, dentro do acompanhamento da agenda local, e com ampla cobertura de todos os veículos de comunicação locais, incluindo os nossos concorrentes diretos”.

O advogado Willer Tomaz afirmou que as perguntas feitas a ele deveriam ser “respondidas pelos órgãos competentes, a quem cabe atuar no processo de todas as outorgas realizadas no Brasil”.

GESTORES BRASILEIROS LIDERAM SOB UMA PERSPECTIVA MAIS CONSERVADORA

Roberto Affonso Santos 

Dados da Hogan Assessments mostram que gestores preferem segurança e estabilidade, evitam riscos e têm resistência à mudança

Ao contrário do senso comum, gestores brasileiros costumam liderar sob uma perspectiva mais conservadora – e com bem menos carisma do que se imagina. Esses são os resultados do estudo “Personalidade dos Líderes Brasileiros”, desenvolvido pela Hogan Assessments, em parceria com a Ateliê RH, sua distribuidora no Brasil.

Uma das maiores editoras de testes de personalidade do mundo e utilizada por mais de 300 empresas da lista das 500 Maiores Empresas da Forbes, a Hogan Assessments atende o mercado brasileiro desde 2003, ano em que a Ateliê RH passou a representar a empresa no país. De lá pra cá, as maiores empresas em atuação no Brasil já utilizaram os testes da Hogan para avaliação, seleção e desenvolvimento de pessoas.

“O senso comum de que os líderes brasileiros são flexíveis e adaptáveis não é confirmado pelo nosso levantamento. E, apesar da fama de mais extrovertidos e expressivos, nossos dados indicam que a força de trabalho e os gestores são menos propensos a criar vínculos em comparação com os globais”, explicou Roberto Santos, Sócio-diretor da Ateliê RH.

A pesquisa foi feita a partir de uma mostra global de 19.970 gestores – e um recorte brasileiro de cerca de 388 gestores.

Perfil conservador

Talvez o traço de personalidade mais surpreendente apontado pela pesquisa tenha sido a característica mais conservadora da liderança brasileira. “Em geral, os gestores preferem segurança e estabilidade, evitam riscos, seguem regras, têm resistência à mudança e são menos imaginativos do que os gestores globais”, explica Santos.

“Curiosamente, apesar de nossa reputação de sermos divertidos para trabalhar e amantes de carnaval e samba”, nossos dados mostram que os gestores brasileiros são menos hedonistas que líderes de outros países. Esse é um outro estereótipo que diverge bastante do que achamos de nós mesmos, e até mesmo do que o resto do mundo pensa de nós”, aponta o executivo.

Nessa linha, a pesquisa também apontou um outro dado que conflita totalmente com o senso comum de que brasileiros são bons em se comunicar: por incrível que pareça, gestores de outros países são mais carismáticos e charmosos que os brasileiros. Apesar disso, os brasileiros são mais empáticos e colaborativos que a média global, e frequentemente demonstram preocupação com as necessidades e emoções de seus funcionários, além de serem ouvintes ativos.

Se por um lado os gestores brasileiros exibem esse traço empático, por outro, o excesso de preocupação com valores tradicionais e regras –outro traço apontado pela pesquisa – mostra que esses líderes têm extrema dificuldade em flexibilizar valores diante de outros, levando a vieses inconscientes que impedem a formação de uma cultura inclusiva.

“Paternalista Prepotente”

Na comparação do perfil dos gestores brasileiros com o dos gestores de outros países, os líderes nacionais tendem a ser menos ambiciosos e orientados para o poder – embora privilegiem a estabilidade em suas questões financeiras em maior grau que a média global.

Sob estresse, os brasileiros são mais ousados, o que pode levar a um comportamento marcado pela arrogância e prepotência em comparação com a média global. “Essa característica, combinada a uma maior sensibilidade interpessoal, pode trazer à tona um perfil de líder paternalista prepotente em períodos de maior tensão”, explica Santos.

“Estes dados apontam para a importância de se apoiar em instrumentos de avaliação com validade científica comprovada em decisões sobre pessoas, em vez de baseá-las em avaliações subjetivas contaminadas por estereótipos que não se comprovam empiricamente” diz o executivo.

A metodologia Hogan é baseada na avaliação da personalidade no dia a dia e sob estresse, motivações, valores e estilo cognitivo, sendo utilizada em mais de 57 países. “Os testes de personalidade da Hogan são baseados em décadas de pesquisas sobre a psicologia e a mensuração da personalidade e eles têm sido validados em relação a critérios externos, incluindo avaliação de desempenho no trabalho e avaliações por colegas”, finaliza o especialista.

 

PLANTIO DE ARROZ PRÉ-GERMINADO EM SANTA CATARINA

Monique Amboni

Forma de plantio utilizada nos solos do Estado requer cuidado e conhecimento para que os grãos destinados aos consumidores sejam de alta qualidade

Por mais que seja um pequeno grão que acompanha o prato de vários brasileiros, para que o arroz chegue da melhor forma aos consumidores espalhados em todo país, os agricultores precisam dominar as técnicas de plantio e cultivo. Em Santa Catarina, o método adotado e que também distingue o cereal cultivado no Estado, do de outras localidades, é o pré-germinado. Com ele, o arroz plantado cresce com grandes quantidades de nutrientes e vitaminas essenciais para a saúde humana.

O cultivo de arroz em Santa Catarina começou há mais de 100 anos, juntamente com os imigrantes europeus. Décadas depois, com a promulgação da Lei Nº 86.146 em 1981, foi criado o Programa Nacional para Aproveitamento de Várzeas Irrigáveis, conhecido como Provárzeas Nacional. A iniciativa teve como objetivo dar uma melhor utilização para as áreas úmidas das beiras de rios e, no Estado, a cultura que mais se adaptou foi o arroz.

Neste cenário, como já existiam estudos anteriores sobre o sistema irrigado pré-germinado, com o Provárzeas, os solos foram nivelados para receber a modalidade de cultivo. Atualmente, segundo dados da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), 85% dos solos catarinenses utilizam o sistema de arroz irrigado nos 147 mil hectares de terras disponibilizados.

A base para o plantio

O sistema do arroz irrigado ganha força e destaque entre os agricultores devido à sua capacidade de se adaptar a solos úmidos, um aspecto que prevalece no clima subtropical da região Sul do Brasil. Além disso, o sistema apresenta alta produtividade, o que é uma das principais vantagens da semeadura. Ao ser cultivada em uma lâmina d’água, as sementes estão preparadas para germinar, garantindo uma colheita bem-sucedida.

E para que a germinação ocorra, o grão é levado a um encharcamento – ficando submerso na água – de 24 a 30 horas, dependendo da temperatura ambiente. Depois de retirá-lo deste processo, ele fica em repouso por 24 a 48 horas até brotar. “Quando semeamos na arrozeira, no terreno, a semente já está germinando e, por isso, pode se desenvolver dentro d’água, enquanto as sementes das plantas daninhas, não. Isso permite o melhor manejo dos arrozais, aumentando a produtividade, pois reduz a competição com o arroz, que pode se desenvolver plenamente”, explica o engenheiro agrônomo e coordenador estadual do programa Grãos da Epagri, Douglas George de Oliveira.

Na visão do presidente do SindArroz-SC, Walmir Rampinelli, o arroz de Santa Catarina é aceito em todas as partes do mundo, principalmente, pela qualidade e tratamento. “Além de ser um alicerce para a economia, temos a Epagri que nos ajuda no desenvolvimento de novas cultivares que tem o potencial de produção muito forte. São todos esses fatores combinados, que dão a Santa Catarina o título de maior produtividade”, enfatiza.

O arroz catarinense se destaca no cenário nacional, devido à qualidade e pelo emprego de uma técnica especial de beneficiamento: a parboilização. O desenvolvimento de variedades especiais e também de tecnologias industriais de preparo do grão faz com que o produto catarinense seja reconhecido como o melhor arroz parboilizado, trazendo reconhecimento e abrindo mercados.

Preparo inicial do solo

Seguindo o contexto do Provárzeas Nacional, os produtores começam a fazer as preparações das terras com o auxílio da Epagri, para deixar os solos em nivelamento zero. “Essa fase da sistematização acontece uma vez só, e depois de pronta, é preparada todos os anos para semear o arroz. Então, no pré-geminado, enche-se a lavoura de água para semear, e com um equipamento, é realizado o revolvimento do solo, formando uma lama viscosa. Posteriormente, é feito o alisamento para deixar a terra bem nivelada, para que a água fique por cima, mantendo a essência do sistema utilizado”, complementa Oliveira.

Em relação às práticas aplicadas pelos agricultores, a principal é a forma de semear em lanço, em que a semeadeira joga o grão germinado de forma não linear para facilitar o crescimento. Para Rampinelli, o diferencial do plantio catarinense é a forma do preparo da terra, uma vez que os agricultores manuseiam as pequenas plantações com carinho, podendo olhar para cada pequeno detalhe com muito cuidado e, com isso, fazendo com que os campos tenham muita uniformidade e desempenho em cada metro quadrado.

Processo de beneficiamento nas indústrias

Finalizado este processo de manejo e cuidado do grão, após cultivado e colhido, ele é encaminhado para o beneficiamento nas indústrias. A carga com a matéria prima, após coletada a amostra, é enviada para balança e registro de peso. No tombador ou moega, de forma automática, o arroz é descarregado, passando pelo processo de peneiras para retirar as impurezas.

Como o grão colhido chega à indústria de forma úmida, ele passa pelos secadores contínuos para retirar a umidade excessiva e, por consequência, não comprometer sua qualidade. Por um período mínimo de amadurecimento de 20 a 30 dias, a matéria-prima recebe o processo de aeração de forma automática, por meio de aeradores.

Tanto a fase de cultivo, quanto a de beneficiamento são de grande importância para a cadeia produtiva do arroz. “Após o zelo dos agricultores, as indústrias preparam o cereal para que ele chegue com a melhor qualidade possível nas prateleiras dos supermercados. O empenho dessas duas frentes é que faz com que a produção catarinense seja destaque a nível internacional”, enfatiza o presidente do SindArroz-SC.

 

MICROSOFT CHEGOU AO SEU MAIOR VALUATION DA HISTÓRIA DEPOIS DA CONTRATAÇÃO DE SAM ALTMAN

 ndedorismo

Microsoft alcança seu maior valuation depois de anunciar a contratação de Sam Altman

Byvaleon

Nov 29, 2023

Junior Borneli – Founder da StartSe – Redação de Priscila Antunes

Depois de diminuir o valor da bolsa da Microsoft com a demissão de Altman da Open AI, os números viraram. Entenda!

Satya Nadella (Foto: Getty Images)

E tome mais um recorde!

A Microsoft chegou ao seu maior valuation da história. Esse marco veio depois do anúncio da contratação de Sam Altman, ex-CEO da OpenAI, numa grande reviravolta.

Na sexta-feira passada, divulgamos que a Microsoft havia atingido seu topo de valorização: US$ 2,68 trilhões.

Com todas as movimentações dos últimos dias, o número mudou. O valor de mercado da empresa bateu US$ 2,81 trilhões, muito perto do valor de mercado da Apple, que é a empresa mais valiosa do mundo.

Inclusive, a empresa fundada por Steve Jobs bateu US$ 3 trilhões hoje, voltando a ultrapassar essa barreira icônica de valor de mercado.

Agora, veja: a importância da Inteligência Artificial nos negócios da Microsoft continua firme e forte.

A demissão de Sam Altman da OpenAI, abalou não apenas o mercado de tecnologia, mas o presidente da empresa, Greg Brockman. Ele chegou a divulgar no X, antigo Twitter, que após ser destituído do cargo de conselheiro e apenas avisado sobre a demissão de Altman, também pediu seu desligamento.

E trazendo essas figuras para dentro, Satya deixa clara sua jogada em tornar a frente de pesquisa em IA cada vez mais avançada.

Essa história está só no começo…

POR QUE IMPORTA?

Fato é: o desligamento de Sam Altman da Open AI pegou todos de surpresa. E movimentações como essa só mostram como o mercado está cada vez mais acelerado e não há tempo a perder quando o assunto é Inteligência Artificial.

LEITURA RECOMENDADA

Agora, é a sua vez. Fique por dentro das principais tendências e novidades no mundo da Inteligência Artificial para carreira e negócios – direto dos polos mundiais da inovação. Conheça o AI Global e saiba como.

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terça-feira, 28 de novembro de 2023

O QUE ESPERAR DA COP 28

 

História por admin3 • Revista Planeta

Ao fim de um ano que caminha para ser o mais quente já registrado, justamente um país produtor de petróleo vai ser o anfitrião da cúpula anual da ONU que tenta reverter a catástrofe ambiental.A cúpula anual das Nações Unidas para tentar reverter a catástrofe ambiental, a COP28, começa esta semana em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos (EAU).

A escolha do país, que é rico em petróleo, para sediar o evento se mostrou controversa, assim como a decisão de escolher Sultan Ahmed al-Jaber, ministro da Indústria e Tecnologias Avançadas e presidente-executivo da petrolífera Abu Dhabi National Oil Company, para presidi-lo.

Líderes globais aprovaram a escolha do presidente de uma estatal petrolífera – o enviado americano do clima, John Kerry, até mesmo disse se tratar de uma “tremenda escolha” –, mas ativistas e legisladores disseram que ela equivale a colocar um “vendedor de armas para liderar conversações de paz”.

Mais de 130 legisladores da União Europeia e dos Estados Unidos assinaram uma carta aberta afirmando que, com a escolha, “corre-se o risco de minar as negociações”.

A ativista sueca Greta Thunberg, que chamou as COPs de “máquinas de greenwashing” cujo resultado é mero “blá-blá-blá”, afirmou que a escolha é “completamente ridícula” e “mostra muito claramente” a falta de ambição de cúpulas que “não têm como conduzir a uma redução drástica das emissões”.

Kerry, porém, declarou à agência de notícias AP que “Sultan al-Jaber é uma tremenda escolha porque ele é o chefe da empresa, e essa empresa sabe que precisa fazer uma transição”.

Os debates na COP28 abrangerão desde o combate às emissões agrícolas e a segurança alimentar até maneiras de os países se adaptarem aos extremos climáticos em meio ao aquecimento do planeta, causado sobretudo pela queima de combustíveis fósseis, como o petróleo.

Porém, três questões-chave deverão dominar as conversações: o financiamento para a adaptação dos países vulneráveis, os compromissos de redução das emissões e a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis.

O polêmico fundo que divide países ricos e pobres

Um fundo de “perdas e danos” para países de baixa renda atingidos por condições climáticas extremas há muito tempo enfrenta a resistência de nações ricas altamente poluentes que temem o tamanho da conta.

Um estudo de 2018 estimou que as alterações climáticas poderão causar prejuízos entre 290 bilhões e 580 bilhões de dólares às nações vulneráveis até 2030.

Os países em desenvolvimento mais vulneráveis às consequências do aquecimento global pouco contribuíram com as emissões de combustíveis fósseis que causaram as alterações climáticas, argumenta o chefe de estratégia política global da rede ambientalista Climate Action Network (CAN), Harjeet Singh.

 “Quem tem a maior responsabilidade? São os países ricos que colocaram na atmosfera quase 80% das emissões de gases de efeito estufa, os responsáveis pela crise climática.”

Apesar da resistência, no ano passado, na COP27, os negociadores alcançaram um grande avanço ao concordar em estabelecer um fundo que ajudaria os países em desenvolvimento a se recuperar de desastres climáticos.

Agora, em Dubai, os negociadores buscarão chegar a um consenso sobre detalhes mais delicados, como quais países poderão fazer uso desse fundo, como ele será administrado e sobretudo quem vai pagar e quanto.

Já antes das conversações, um comitê de transição composto por representantes de países desenvolvidos e em desenvolvimento elaborou recomendações para responder a essas questões.

Os debates altamente acirrados fracassaram várias vezes até que se chegasse a um acordo provisório que propõe o Banco Mundial como acolhedor do fundo, o que é visto como uma grande concessão por parte das nações em desenvolvimento, já que estas temem que a instituição eleve a influência das nações ricas.

O comitê também recomendou descartar a controversa ideia de tornar os pagamentos ao fundo juridicamente vinculativos, em vez disso instando os países desenvolvidos a contribuírem para o fundo.

“Estamos extremamente preocupados porque não achamos essas recomendações muito fortes, em particular na responsabilização dos países desenvolvidos pelo pagamento das perdas e danos”, disse Singh.

Primeiro balanço do que os países fizeram

Quase 200 governos assinaram o histórico Acordo de Paris, de 2015, um tratado juridicamente vinculativo com o objetivo de manter o aumento da temperatura média global bem abaixo de 2ºC em comparação com os níveis pré-industriais.

A temperatura global média já aumentou 1,2ºC, com 2023 a caminho de ser o ano mais quente já registrado. Segundo as Nações Unidas, no atual ritmo o planeta caminha para um aquecimento entre 2,5°C e 2,9°C até o fim do século.

Este ano, a COP fará o primeiro “balanço global”, uma revisão dos progressos feitos por cada país na redução das suas emissões para cumprir o compromisso de aquecimento. “Trata-se de observar o que foi alcançado, onde estão as lacunas e o que ainda precisa ser feito”, explica Singh. “É um processo para se adequar às descobertas científicas.”

O balanço, que começou em 2021, envolve o recolhimento e análise de dados sobre os planos de ação climática dos governos, os cortes de emissões e os esforços de adaptação. Tudo isso foi incluído num relatório da ONU publicado em setembro com um grave alerta: os países estão muito fora do caminho, e o prazo que resta para garantir um “planeta habitável está se encerrando rapidamente”.

Na COP28, países e empresas terão de se comprometer com uma descarbonização imediata para melhorar seu balanço, afirma o relatório. Elevar os esforços para reduzir as emissões estará no topo da agenda.

Perda de credibilidade

Embora os governos dos países saibam há muito tempo que estão causando as alterações climáticas através da queima de carvão, petróleo e gás, muitos não têm a menor intenção de interromper o uso desses combustíveis.

Na verdade, um novo relatório da ONU afirmou que os principais produtores de petróleo, gás e carvão estão até mesmo planejando a expansão da produção, o que coloca “o futuro da humanidade em questão”.

Os negociadores da COP nunca se comprometeram oficialmente com o fim do uso de combustíveis fósseis. Estes só foram mencionados pela primeira vez em decisões oficiais na COP26, em Glasgow, quando os governos concordaram em “reduzir gradualmente” o carvão, evitando uma eliminação total.

Mesmo após esse compromisso, a quantidade de carvão queimado continuou a aumentar. No ano passado, os negociadores não conseguiram chegar a um consenso sobre a eliminação progressiva de todos os combustíveis fósseis, apesar de uma coligação de cerca de 80 países ter pressionado por isso.

Ainda assim, alguns ativistas estão otimistas de que as novas recomendações do relatório de balanço global de setembro colocarão a questão na agenda da COP28. O relatório da ONU apelou ao aumento do uso das “energias renováveis à medida em que se elimine gradualmente todos os combustíveis fósseis”.

O ativista Romain Ioualalen, da ONG Oil Change International, comenta que isso mostra como o foco do debate mudou nesse tópico. “Ainda alguns anos atrás era impensável ter uma decisão sobre a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis na COP devido à influência dos países produtores de petróleo e gás”, diz.

É bastante provável que também em Dubai haja uma forte resistência a essa eliminação por parte dos países produtores de petróleo e gás, como os EAU, anfitriões da COP28.

A ministra do Meio Ambiente do país, Mariam Almheiri, disse à agência de notícias Reuters que tal medida prejudicaria os países produtores, que dependem de combustíveis fósseis para obter receitas.

Porém, não chegar a um acordo sobre a eliminação progressiva prejudicará a credibilidade da cúpula, disse Ioualalen. “As pessoas vão começar a fazer perguntas sobre por que ainda nos reunimos se não conseguimos chegar a um acordo sobre o que está por trás do problema que estamos tentando resolver”, disse ele. “Isso também seria um sinal à indústria do petróleo e do gás de que os governos não levam a transição energética a sério.”

Apesar de tudo isso, Ioualalen e outros ativistas afirmam que a cúpula vale a pena. “Não há nenhum outro processo no espaço diplomático no qual um país de 50 mil ou 100 mil habitantes pode enfrentar os Estados Unidos e a China e acusá-los pela sua falta de ambição em matéria de alterações climáticas”, diz Ioualalen. “É um processo defeituoso, mas ainda assim extremamente precioso.”

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