domingo, 26 de novembro de 2023

ISRAEL QUER FAZER NO SUL DE GAZA A MESMA COISA QUE FEZ NO NORTE DESTRUIU TUDO

 

História por Paul Adams – BBC News Brasil

Civis e equipes de resgate palestinas vasculham os escombros dos edifícios destruídos durante os ataques aéreos israelenses no sul da Faixa de Gaza, especialmente em Khan Yunis, Gaza, em 4 de novembro de 2023© Getty Images

A campanha militar de Israel na Cidade de Gaza provavelmente está em suas etapas finais.

trégua, negociada para permitir a libertação de reféns israelenses e prisioneiros palestinos, atrasará as ações Forças de Defesa de Israel em qualquer lugar de quatro a nove dias, dependendo de quantos reféns o Hamas decidir libertar.

Quando isso terminar, os especialistas israelenses esperam que a batalha pelo controle da Cidade de Gaza seja retomada e dure mais entre uma semana e dez dias.

Mas o que acontecerá quando as forças militares israelenses voltarem sua atenção para o sul da Faixa de Gaza, como o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu indicou que elas farão?

Israel prometeu destruir o Hamas onde quer que ele esteja. Acredita-se que os líderes mais importantes do grupo, Yayha Sinwar e Mohammed Deif, estejam em algum lugar do sul, juntamente com milhares de combatentes e, provavelmente, um número significativo de reféns israelenses.

Se Israel decidir fazer no sul o que já fez no norte, a boa vontade ocidental – especialmente a americana – começará a se esgotar?

As chuvas do início do inverno causaram inundações© Getty Images

Com a maioria dos cerca de 2,2 milhões de habitantes da Faixa de Gaza agora aglomerados nos dois terços ao sul da região, muitos deles desabrigados e traumatizados, estaria se aproximando um desastre humanitário ainda maior?

Uma das últimas gotas d’água pode ser a visão de centenas de civis palestinos, aglomerados em barracas, entre os campos arenosos de um lugar chamado al-Mawasi.

De acordo com a agência de ajuda da ONU para os palestinos (Unrwa), quase 1,7 milhão de pessoas foram deslocadas em toda a Faixa de Gaza desde 7 de outubro. A maioria delas está no sul, vivendo em abrigos superlotados.

Autoridades da ONU falam de condições já desesperadoras, com dezenas de milhares de pessoas se abrigando em escolas, hospitais e, em alguns casos, barracas.

Acampamento em Khan Yunis, sul da Faixa de Gaza© Reuters

As chuvas de inverno já causaram inundações, aumentando o sofrimento.

Por várias semanas, autoridades israelenses têm falado sobre uma solução – uma chamada “área segura” em al-Mawasi, uma estreita faixa de terra principalmente agrícola ao longo da costa do Mediterrâneo, perto da fronteira com o Egito.

Na semana passada, panfletos lançados sobre a cidade vizinha de Khan Yunis alertaram sobre ataques aéreos iminentes e disseram às pessoas para se mudarem para o oeste, em direção ao mar.

Em uma postagem nas redes sociais na quinta-feira, Avichay Adraee, porta-voz das IDF para a mídia árabe, disse aos gazenses que al-Mawasi proporcionaria “condições adequadas para proteger seus entes queridos”.

Mas quão realista é esperar que mais de dois milhões de pessoas se abriguem lá enquanto a guerra continua nas proximidades? E quão “adequadas” são realmente as condições em al-Mawasi?

O mapa mostra uma colcha de retalhos de campos, estufas e casas esparsas. Embora seja difícil ter certeza, a área definida por Israel tem cerca de 2,5 km de largura, em sua parte mais larga, e pouco mais de 4 km de comprimento.

Michael Milshtein, ex-conselheiro de assuntos palestinos da Coordenação de Atividades Governamentais nos Territórios de Israel (COGAT), a chama de “um lugar bonito e frutífero, mas bastante pequeno”.

As agências humanitárias têm uma visão menos generosa.

“É um pedaço minúsculo de terra”, diz Juliette Touma, diretora de comunicações da Unrwa. “Não há nada lá. São apenas dunas de areia e palmeiras.”

Qualquer tentativa de acomodar centenas de milhares de pessoas deslocadas em uma área aparentemente carente de infraestrutura essencial – não há hospitais – apresentará à ONU um desafio humanitário colossal, incluindo a criação de abrigos de emergência, provavelmente tendas.

É também um desafio moral com profunda ressonância histórica – grande parte da população de Gaza é descendente de refugiados que viveram em tendas após sua expulsão de Israel em 1948.

A Faixa de Gaza já abriga oito campos de refugiados, que ao longo das décadas se transformaram em cidades movimentadas e superlotadas. A ONU não quer ser responsável por criar mais um campo.

Autoridades israelenses dizem que caberá às agências humanitárias garantir que a ajuda chegue a al-Mawasi a partir da passagem de Rafah, a mais de 10 km de distância. Eles não disseram como isso funcionará na prática.

Funcionários dos EUA estão tentando negociar com Israel sobre áreas seguras adicionais, possivelmente incluindo uma em Dahaniya, na extremidade sul da Faixa de Gaza.

Nos termos do acordo de liberação de reféns, que entrou em vigor na sexta-feira, Israel também deverá permitir a entrada diária de 200 caminhões de ajuda em Gaza, muito mais do que nas últimas semanas.

Mas em 16 de novembro, uma declaração dos chefes de 18 agências da ONU e ONGs envolvidas na prestação de assistência a civis palestinos pareceu rejeitar completamente os planos de Israel.

“Não participaremos do estabelecimento de qualquer ‘zona segura’ em Gaza que seja criada sem o acordo de todas as partes”, disse.

Funcionários da ONU dizem que as partes incluem Israel, Hamas e a Autoridade Palestina, sediada na Cisjordânia.

Sem mencionar al-Mawasi pelo nome, a declaração de 16 de novembro alertou que as propostas unilaterais de Israel poderiam colocar muitas vidas em risco.

Um dos signatários, Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, chamou os planos de “receita para o desastre”.

Fim de trégua deve marcar início de fase decisiva da guerra Israel-Hamas© AFP

“Tentar enfiar tantas pessoas em uma área tão pequena, com infraestrutura e serviços tão limitados”, disse ele, “aumentará significativamente os riscos para a saúde das pessoas que já estão à beira do colapso.”

Autoridades israelenses culpam o Hamas e parecem não se incomodar com os perigos. Dizem que al-Mawasi é a única área que as forças israelenses se comprometeram a não atacar.

“Vai ser terrível. Mas eles vão sobreviver”, diz o tenente-coronel Richard Hecht, porta-voz das IDF.

Para Israel, é uma questão de necessidade militar. Assim como o Hamas estava infiltrado na Cidade de Gaza, afirmam, o grupo tem infraestrutura e combatentes em Khan Yunis e Rafah. Remover a população civil antes de um ataque, argumentam os israelenses, é a maneira humanitária de promover a tarefa de derrotar o Hamas.

“As pessoas em Israel não gostam da situação em que as pessoas em Gaza estão em al-Mawasi, sob a chuva do inverno, que está chegando”, diz o general da reserva Yaacov Amidror, ex-conselheiro de segurança nacional de Israel. “Mas qual é a alternativa? Se alguém tiver uma ideia de como destruir o Hamas sem isso, por favor nos conte.”

Tempestade em Khan Yunis© ANADOLU

A perspectiva de meses adicionais de sofrimento, agravada pela superlotação e pelas duras condições do inverno, certamente contribuirá para o crescente desconforto internacional com a condução da campanha militar de Israel em Gaza.

“Realizar uma nova grande operação terrestre naquela área corre o risco de causar baixas e deslocamento de civis em uma escala que ameaçará minar a simpatia internacional por Israel,” disse-me um oficial ocidental, falando sob rigorosa condição de anonimato.

“É uma questão de quanto tempo a paciência ocidental vai durar.”

O governo Netanyahu sabe que pode contar com reservas sem precedentes de boa vontade ocidental, após as horríveis atrocidades perpetradas pelo Hamas em 7 de outubro.

Mas os oficiais israelenses também sabem que essas reservas não são infinitas e que os apelos internacionais por contenção provavelmente se tornarão mais intensos quando a trégua de reféns chegar ao fim e Israel retomar sua campanha militar.

“Minha esperança é que a pressão internacional após o fim da trégua não impeça isso”, diz Eyal Hulata, que liderou o Conselho de Segurança Nacional de Israel de 2021 a 2023.

“Minha esperança é que o governo do primeiro-ministro Netanyahu não ceda à pressão com isso. Isso é o que os cidadãos de Israel esperam de seus líderes.”

Com o inverno se aproximando, Israel se preparando para a próxima fase decisiva de sua campanha e sem acordo sobre como lidar com a população civil, a longa agonia de Gaza parece destinada a continuar. Talvez até piorar.

QUANDO EXISTEM QUEIXAS À CONDUÇÃO DA POLÍTICA PELO GOVERNO LULA SEMPRE ALEGA QUE NÃO SABIA

 

História por Weslley Galzo  • Jornal Estadão

BRASÍLIA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entrou em campo na última quinta-feira, 23, para estancar a crise com o Supremo Tribunal Federal (STF) após o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), votar com a oposição a favor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que restringe poderes dos ministros da Corte. Lula disse aos magistrados que “não sabia” das intenções de seu homem de confiança no Senado. Não foi o primeiro episódio, no entanto, em que Lula alegou desconhecimento para contornar queixas à condução da política pelo Palácio do Planalto.

Voto do líder do governo

Ao explicar a ministros do STF o voto de Jaques Wagner, Lula disse que “não sabia” que aquela seria a posição do líder do governo no Senado. Wagner votou a favor da PEC que restringe decisões individuais de ministros do STF, contrariando a bancada do PT no Senado. Além disso, convenceu os senadores baianos Otto Alencar e Angelo Coronel, ambos do PSD, a também apoiar a proposta. O voto de Wagner foi considerado uma “traição” por ministros do Supremo.

Imagens do 8 de Janeiro

Quando o governo enfrentou sua primeira crise, no início deste ano, com o vazamento de gravações que mostravam o então ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Gonçalves Dias interagindo com invasores do Palácio do Planalto, em 8 de janeiro, Lula disse que “não sabia” da existência daquelas imagens.

Lula diz que “nem um pai de família” tem como saber de tudo Foto: Wilton Júnior/Estadão© Fornecido por Estadão

O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, foi um dos primeiros a negar que Lula conhecesse aquelas gravações.

“O presidente Lula solicitou, após os atos, acesso às imagens. As imagens que o presidente teve acesso e assistiu naquela semana não têm essas cenas (do então ministro G. Dias dentro do Palácio do Planalto)”, disse Pimenta.

Tribunal Penal Internacional

Em setembro, durante a cúpula do G-20 na Índia, Lula disse que “não sabia” da existência do Tribunal Penal Internacional (TPI), mesmo já tendo defendido que o órgão julgasse o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por genocídio na condução da crise de Covid-19.

A alegação de desconhecimento da Corte responsável por julgar crimes contra a humanidade foi feita para defender a participação do presidente da Rússia, Vladimir Putin, na próxima reunião do G-20, no Brasil. Putin enfrenta, porém, um mandato de prisão internacional por crimes praticados na guerra contra a Ucrânia, o que obrigaria as autoridades locais a detê-lo logo que ele desembarcasse no País.

Exclusão de candidatos na Venezuela

Lula afirmou durante a cúpula de líderes do Mercosul – realizada em julho, na Argentina – que não conhecia os detalhes sobre a exclusão de candidatos opositores nas eleições da Venezuela. O país governado por Nicolás Maduro é aliado do governo.

“Em relação à Venezuela, todos os problemas que a gente tiver de democracia, a gente não se esconde, a gente enfrenta. Não conheço os pormenores dos problemas com os candidatos, mas pretendo conhecer”, disse Lula ao comentar as eleições no país vizinho.

Fundo Constitucional do DF

O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) se reuniu em junho com o presidente para discutir a retirada do Fundo Constitucional do Distrito Federal da proposta de arcabouço fiscal apresentada pelo Ministério da Fazenda. De acordo com Izalci, Lula não sabia que uma emenda havia sido apresentada para manter o fundo no texto final da proposta a ser votada na Câmara. Apesar da ampla cobertura da imprensa sobre o tema, o presidente disse ao senador que só tomou conhecimento da pauta após o alerta feito por ele.

Governos passados: mensalão

Nos dois primeiros governos de Lula, alguns episódios de “desconhecimento” do petista também ficaram marcados. Quando o escândalo do mensalão veio à tona, em 2005, por exemplo, uma das primeira declarações do presidente foi de que “não sabia” nada. Depois, alegou que havia sido “traído”. Em outubro de 2006, ao participar do programa Roda Viva, da TV Cultura, e ser questionado sobre o fato de se mostrar sempre “surpreendido” com os escândalos, Lula disse que “nem um presidente, nem um pai de família tem como saber de tudo”.

PETROBRAS HOJE É UMA PETROLEIRA PETISTA FINANCIADORA DE UM PROJETO POLÍTICO

História por Notas & Informações  • Jornal Estadão

O primeiro plano de investimentos da Petrobras do terceiro mandato de Lula da Silva concentrou atenções nos últimos dias não apenas pela definição de negócios de uma das empresas mais relevantes da bolsa de valores nacional, a B3. O interesse pairava, sobretudo, no que representa o retorno da “petroleira petista” diante dos sinais emitidos que, invariavelmente, conduzem à utilização da companhia como financiadora de um projeto de poder. Basta atentar para o peso dos 47 projetos da Petrobras no tal “Novo PAC” de Lula.

Os US$ 102 bilhões do planejamento estratégico para o período 2023-2028 indicam o novo rumo. Além dos investimentos já aprovados e dos outros em análise, a cifra astronômica reincorpora bens que estavam à venda, como a refinaria construída em Pernambuco no segundo governo Lula, uma das mais caras do mundo, embora com capacidade bem inferior à de seus pares. Também foi contemplada nesse orçamento a decisão de reinvestir em áreas das quais havia decidido se afastar, como petroquímica e fertilizantes, como quer Lula.

A “voz do dono”, representada na Petrobras pela parcela de 36,6% do capital em poder da União, transmite um discurso há muito ultrapassado, mas que torna a interferir na empresa. Nos dois primeiros mandatos petistas, o uso da Petrobras como instrumento de política pública foi tão patente que seu plano de investimentos passou a detalhar os efeitos macroeconômicos esperados.

Não à toa, o presidente da companhia, Jean-Paul Prates – que esteve na corda bamba nos últimos dias e por ora conseguiu esquivar-se da artilharia dos ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Rui Costa (Casa Civil) –, diz que a Petrobras vai criar 280 mil empregos. Levando em conta que o número de funcionários não chega a 40 mil, é mais do que evidente que ele se refere a obras que a empresa vai assumir em prol de um projeto de governo.

Lula tem pressa em reeditar situações que lhe renderam imagens célebres. Quer aparecer, no pátio de algum estaleiro reativado à custa de subvenções do governo, cercado por trabalhadores; descer de helicóptero no prédio-sede da Petrobras para anunciar a descoberta de uma nova e promissora fronteira exploratória e anunciar que todos os campos serão da petroleira nacional, como fez com o pré-sal; posar com as mãos lambuzadas do óleo das novas reservas; batizar navios, ainda que não totalmente finalizados, como fez em 2010, ano de campanha presidencial. Cenas que espera converter em votos.

Mas não há como esquecer o que veio depois das fotos que ilustraram campanhas petistas. Navios com inúmeros problemas técnicos e encarecidos pelo modelo de uma indústria sem expertise para enfrentar a concorrência externa; um vácuo de ofertas nos leilões de petróleo que resultou em imenso atraso na produção de petróleo no País; e empresas que haviam sido alçadas de forma artificial à condição de grandes fornecedoras e que acabaram quebrando.

E, por óbvio, o “petrolão”. Não há como esquecer as revelações de empresários acuados que desvendaram o impressionante esquema de propinas que acompanhava as obras e os projetos eleitoreiros. Não é possível que esse mesmo modelo temerário possa ser ressuscitado, sem mais nem menos, como se nada tivesse acontecido.

A reativação da indústria local, a geração de empregos e o investimento na economia nacional são medidas sempre bem-vindas, desde que com o devido planejamento e responsabilidade. O histórico da Petrobras petista não autoriza otimismo.

Uma das decisões da Petrobras que causaram celeuma em Brasília foi a duplicação de investimentos em transição energética. Serão mais de US$ 5 bilhões aplicados em energia solar, eólica, captura de carbono e projetos de hidrogênio, com retorno só para daqui a uns dez anos, em outro governo. Daí a insatisfação do Planalto.

Esse é o padrão do populismo lulopetista, que se diferencia do populismo bolsonarista apenas no nome e na cor da bandeira, mas ambos com a mesma ambição descarada de usar a Petrobras para reduzir a inflação, custear obras públicas e ganhar eleições.

 

NÔMADES DIGITAIS SÃO PESSOAS QUE TRABALHAM EM QUALQUER LUGAR DO MUNDO POR PERÍODOS CURTOS

 

Sabrina Bezerra – Jornalista – StartSE

Levantamento feito pela Nomad List, base de dados de trabalhadores remotos, descobriu que a Ásia é a parte do mundo onde a presença de nômades digitais mais cresce na atualidade.

Você está pensando em implementar no negócio uma cultura de nomadismo digital? Em que as pessoas trabalham qualquer lugar do mundo por períodos curtos, conhecem novas culturas, exploram diferentes cidades e países ― e traz resultados positivos para a empresa?

Pois essa é uma das tendências do mercado de trabalho. Para você ter uma ideia:

Estima-se que 35 milhões de trabalhadores no mundo tenham o perfil de nômade digital.

E deve alcançar o marco de 1 bilhão até 2035, segundo o relatório Global de Tendências Migratórias 2022 da Fragomen.

MAIS SOBRE O ASSUNTO

Nômade digital: o que é, como ganha dinheiro e quais são as melhores cidades para trabalhar

5 dicas e ferramentas para se tornar um nômade digital

4 dicas para contratar um nômade digital

Nômades digitais: por que contratá-los?

ONDE VIVER COMO NÔMADE DIGITAL?

Um levantamento feito pela Nomad List, base de dados de trabalhadores remotos, descobriu que a Ásia é a parte do mundo onde a presença de nômades digitais mais cresce na atualidade.

Entre as 10 cidades com a maior alta, nove estão no continente.

Para chegar ao resultado, analisou cerca de 300 mil check-ins na sua base nos últimos anos.

Em primeiro lugar, está Tóquio (Japão). A cidade apresentou um aumento de 67% no número de nômades digitais de 2018 a 2022. Para você ter uma ideia, teve uma uma alta de 369% só no ano passado.

Detalhe: se você está pensando em adotar esse estilo de vida, neste artigo que escrevi há um tempo, mas continua atual, você confere no detalhe o que é nômade digital, quais são os benefícios e os desafios e como se ganha dinheiro.

Veja a lista das regiões que mais procuradas pelos nômades digitais:

1 – Tóquio (Japão)

2 – Da Nang (Vietnã)

3 – Seul (Coreia do Sul)

4 – Kuala Lumpur (Malásia)

5 – Penang (Malásia)

6 – Montevidéu (Uruguai)

7 – Manila (Filipinas)

8 – Hanói (Vietnã)

9 – Ho Chi Minh (Vietnã)

10 – Delhi (Índia)

Agora, quando o assunto é o top 10 de cidades com crescimento mais consistente nos últimos 5 anos é (Brasil está na lista):

1 – Tirana (Albânia)

2 – Florianópolis (Brasil)

3 – Ljubljana (Eslovênia)

4- Varsóvia (Polônia)

5 – Zurique (Suíça)

6 – Riga (Letônia)

7 – Mumbai (Índia)

8 – São Paulo (Brasil)

9 – Oslo (Noruega)

10 – Phuket (Tailândia)

POR QUE IMPORTA?

É importante ficar de olho em novos movimentos do mercado de trabalho, pois, mesmo que você não queira fazer parte dele, é muito provável que alguém do seu time faça.

Por exemplo, caso alguém do seu time seja nômade digital, você deve encontrar maneiras eficazes de se comunicar com essa pessoa, que pode estar em diferentes fusos horários e ter acesso limitado à internet.

Além disso, você precisa fornecer ferramentas e recursos que os nômades digitais precisam para trabalhar com eficiência, como software de comunicação e colaboração e equipamentos de escritório.

Descubra o Marketplace Valeon do Vale do Aço: Um Hub de Empresas, Notícias e Diversão para Empreendedores

Moysés Peruhype Carlech – ChatGPT

O Vale do Aço é uma região próspera e empreendedora, conhecida por sua indústria siderúrgica e seu ambiente de negócios dinâmico. Agora imagine ter um único local onde você pode encontrar todas as informações e recursos necessários para ter sucesso nesse ambiente competitivo. Bem-vindo ao Marketplace Valeon do Vale do Aço – um hub online que engloba empresas, notícias, diversão e empreendedorismo, oferecendo uma plataforma única para empresários e gerando leads valiosos.

Um ecossistema empresarial abrangente:

O Marketplace Valeon do Vale do Aço reúne empresas locais de diversos setores em um só lugar. Com uma interface intuitiva, os usuários podem facilmente encontrar e se conectar com fornecedores, parceiros comerciais e clientes potenciais na região. A plataforma oferece uma ampla gama de categorias de negócios, desde indústrias tradicionais até empresas inovadoras, garantindo que todos os empreendedores encontrem as oportunidades certas para expandir seus negócios.

Notícias e insights atualizados:

Além de ser um diretório empresarial, o Marketplace Valeon do Vale do Aço também oferece um fluxo contínuo de notícias e insights relevantes para os empresários da região. Através de parcerias com veículos de comunicação locais e especialistas em negócios, a plataforma mantém os usuários informados sobre as últimas tendências, oportunidades de mercado, mudanças regulatórias e eventos relevantes. Essas informações valiosas ajudam os empresários a tomar decisões informadas e a se manterem à frente da concorrência.

Diversão e engajamento:

Sabemos que a vida empresarial não é só trabalho. O Marketplace Valeon do Vale do Aço também oferece uma seção de entretenimento e lazer, onde os usuários podem descobrir eventos locais, pontos turísticos, restaurantes e muito mais. Essa abordagem holística permite que os empresários equilibrem o trabalho e a diversão, criando uma comunidade unida e fortalecendo os laços na região.

Foco no empreendedorismo:

O Marketplace Valeon do Vale do Aço é uma plataforma que nutre o espírito empreendedor. Além de fornecer informações e recursos valiosos, também oferece orientação e suporte para os empresários que desejam iniciar seus próprios negócios. Com seções dedicadas a tutoriais, estudos de caso inspiradores e conselhos de especialistas, o marketplace incentiva e capacita os empreendedores a alcançarem seus objetivos.

Geração de leads para os empresários:

Uma das maiores vantagens do Marketplace Valeon do Vale do Aço é a capacidade de gerar leads qualificados para os empresários. Com um público-alvo altamente segmentado, a plataforma oferece a oportunidade de se conectar diretamente com potenciais clientes interessados nos produtos e serviços oferecidos pelas empresas cadastradas. Isso significa que os empresários podem aumentar sua visibilidade, expandir sua base de clientes e impulsionar suas vendas de forma eficiente.

Conclusão:

O Vale do Aço é uma região cheia de oportunidades e empreendedorismo, e o Marketplace Valeon do Vale do Aço se torna um recurso indispensável para os empresários locais. Ao oferecer um ecossistema empresarial abrangente, notícias atualizadas, diversão, suporte ao empreendedorismo e a geração de leads qualificados, o Marketplace Valeon se destaca como uma ferramenta poderosa para impulsionar os negócios na região. Não perca a chance de fazer parte dessa comunidade dinâmica e descubra o poder do Marketplace Valeon do Vale do Aço para o seu sucesso empresarial.

A STARTUP VALEON OFERECE SEUS SERVIÇOS AOS EMPRESÁRIOS DO VALE DO AÇO

Moysés Peruhype Carlech

A Startup Valeon, um site marketplace de Ipatinga-MG, que faz divulgação de todas as empresas da região do Vale do Aço, chama a atenção para as seguintes questões:

• O comércio eletrônico vendeu mais de 260 bilhões em 2021 e superou pela primeira vez os shopping centers, que faturou mais de 175 bilhões.

• Estima-se que mais de 35 bilhões de vendas dos shoppings foram migradas

para o online, um sintoma da inadequação do canal ao crescimento digital.

• Ou seja, não existe mais a possibilidade de se trabalhar apenas no offline.

• É hora de migrar para o digital de maneira inteligente, estratégica e intensiva.

• Investir em sistemas inovadores permitirá que o seu negócio se expanda, seja através de mobilidade, geolocalização, comunicação, vendas, etc.

• Temas importantes para discussão dos Shoppings Centers e do Comércio em Geral:

a) Digitalização dos Lojistas;

b) Apoio aos lojistas;

c) Captura e gestão de dados;

d) Arquitetura de experiências;

e) Contribuição maior da área Mall e mídia;

f) Evolução do tenant mix;

g) Propósito, sustentabilidade, diversidade e inclusão;

h) O impacto do universo digital e das novas tecnologias no setor varejista;

i) Convergência do varejo físico e online;

j) Criação de ambientes flexíveis para atrair clientes mais jovens;

k) Aceleração de colaboração entre +varejistas e shoppings;

l) Incorporação da ideia de pontos de distribuição;

m) Surgimento de um cenário mais favorável ao investimento.

Vantagens competitivas da Startup Valeon:

• Toda Startup quando entra no mercado possui o sonho de se tornar rapidamente reconhecida e desenvolvida no seu ramo de atuação e a Startup Valeon não foge disso, fazem dois anos que estamos batalhando para conquistarmos esse mercado aqui do Vale do Aço.

• Essa ascensão fica mais fácil de ser alcançada quando podemos contar com apoio dos parceiros já consolidados no mercado e que estejam dispostos a investir na execução de nossas ideias e a escolha desses parceiros para nós está na preferência dos empresários aqui do Vale do Aço para os nossos serviços.

• Parcerias nesse sentido têm se tornado cada vez mais comuns, pois são capazes de proporcionar vantagens recíprocas aos envolvidos.

• A Startup Valeon é inovadora e focada em produzir soluções em tecnologia e estamos diariamente à procura do inédito.

• O Site desenvolvido pela Startup Valeon, focou nas necessidades do mercado e na falta de um Marketplace para resolver alguns problemas desse mercado e em especial viemos para ser mais um complemento na divulgação de suas Empresas e durante esses dois anos de nosso funcionamento procuramos preencher as lacunas do mercado com tecnologia, inovação com soluções tecnológicas que facilitam a rotina dessa grande empresa. Temos a missão de surpreender constantemente, antecipar tendências, inovar. Precisamos estar em constante evolução para nos manter alinhados com os desejos do consumidor. Por isso, pensamos em como fazer a diferença buscando estar sempre um passo à frente.

• Temos a plena certeza que estamos solucionando vários problemas de divulgação de suas empresas e bem como contribuindo com o seu faturamento através da nossa grande audiência e de muitos acessos ao site (https://valedoacoonline.com.br/) que completou ter mais de 100.000 acessos.

Provas de Benefícios que o nosso site produz e proporciona:

• Fazemos muito mais que aumentar as suas vendas com a utilização das nossas ferramentas de marketing;

• Atraímos visualmente mais clientes;

• Somos mais dinâmicos;

• Somos mais assertivos nas recomendações dos produtos e promoções;

• O nosso site é otimizado para aproveitar todos os visitantes;

• Proporcionamos aumento do tráfego orgânico.

• Fazemos vários investimentos em marketing como anúncios em buscadores, redes sociais e em várias publicidades online para impulsionar o potencial das lojas inscritas no nosso site e aumentar as suas vendas.

Proposta:

Nós da Startup Valeon, oferecemos para continuar a divulgação de suas Empresas na nossa máquina de vendas, continuando as atividades de divulgação e propaganda com preços bem competitivos, bem menores do que os valores propostos pelos nossos concorrentes offlines.

Pretendemos ainda, fazer uma página no site da Valeon para cada empresa contendo: fotos, endereços, produtos, promoções, endereços, telefone, WhatsApp, etc.

O site da Valeon é uma HOMENAGEM AO VALE DO AÇO e esperamos que seja também uma SURPRESA para os lojistas dessa nossa região do Vale do Aço.

VOCÊ CONHECE A ValeOn?

A MÁQUINA DE VENDAS ONLINE DO VALE DO AÇO

TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!

A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

A Startup Valeon um marketplace aqui do Vale do Aço volta a oferecer novamente os seus serviços de prestação de serviços de divulgação de suas empresas no nosso site que é uma Plataforma Comercial, o que aliás, já estamos fazendo há algum tempo, por nossa livre e espontânea vontade, e desejamos que essa parceria com a sua empresa seja oficializada.

A exemplo de outras empresas pelo país, elas estão levando para o ambiente virtual as suas lojas em operações que reúnem as melhores marcas do varejo e um mix de opções.

O objetivo desse projeto é facilitar esse relacionamento com o cliente, facilitando a compra virtual e oferecer mais um canal de compra, que se tornou ainda mais relevante após a pandemia.

Um dos pontos focais dessa nossa proposta é o lojista que pode tirar o máximo de possibilidade de venda por meio da nossa plataforma. A começar pela nossa taxa de remuneração da operação que é muito abaixo do valor praticado pelo mercado.

Vamos agora, enumerar uma série de vantagens competitivas que oferecemos na nossa Plataforma Comercial Valeon:

  • O Site Valeon é bem elaborado, com layout diferenciado e único, tem bom market fit que agrada ao mercado e aos clientes.
  • A Plataforma Valeon tem imagens diferenciadas com separação das lojas por categorias, com a descrição dos produtos e acesso ao site de cada loja, tudo isso numa vitrine virtual que possibilita a comunicação dos clientes com as lojas.
  • Não se trata da digitalização da compra nas lojas e sim trata-se da integração dos ambientes online e offline na jornada da compra.
  • No país, as lojas online, que também contam com lojas físicas, cresceram três vezes mais que as puramente virtuais e com relação às retiradas, estudos demonstram que 67% dos consumidores que compram online preferem retirar o produto em lojas físicas.
  • O número de visitantes do Site da Valeon (https://valedoacoonline.com.br/)  tem crescido exponencialmente, até o momento, temos mais de 225.000 visitantes e o site (https://valeonnoticias.com.br/) também nosso tem mais de 5.900.000 de visitantes.
  • O site Valeon oferece ao consumidor a oportunidade de comprar da sua loja favorita pelo smartphone ou computador, em casa, e ainda poder retirar ou receber o pedido com rapidez.
  • A Plataforma Comercial da Valeon difere dos outros marketplaces por oferecer além da exposição das empresas, seus produtos e promoções, tem outras formas de atrair a atenção dos internautas como: empresas, serviços, turismo, cinemas e diversão no Shopping, ofertas de produtos dos supermercados, revenda de veículos usados, notícias locais do Brasil e do Mundo, diversão de músicas, rádios e Gossip.

                                                                                                                                                                   Nós somos a mudança, não somos ainda uma empresa tradicional. Crescemos tantas vezes ao longo do ano, que mal conseguimos contar. Nossa história ainda é curta, mas sabemos que ela está apenas começando.

Afinal, espera-se tudo de uma startup que costuma triplicar seu crescimento, não é?

Colocamos todo esse potencial criativo para a decisão dos senhores donos das empresas e os consumidores.

E-Mail: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

Fones: (31) 98428-0590 / (31) 3827-2297

sábado, 25 de novembro de 2023

LIRA VAI SEGURAR PEC QUE LIMITA PODERES DO STF NA CÂMARA DOS DEPUTADOS

 

História por Vera Rosa  • Jornal Estadão

BRASÍLIA – Aprovada pelo Senado, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita os poderes do Supremo Tribunal Federal (STF) ficará parada na Câmara pelo menos até fevereiro de 2024, quando termina o recesso parlamentar. Em conversas reservadas, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse não haver tempo hábil para a Casa apreciar a PEC neste ano.

A justificativa oficial é de que a pauta da Câmara está carregada com votações de projetos da agenda econômica do governo Lula, que incluem a reforma tributária e a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

Foto:© Fornecido por Estadão

Falta menos de um mês para o recesso no Congresso, que começa em 22 de dezembro. A PEC que passou pelo crivo do Senado e provocou revolta no Supremo chegará à Câmara na semana que vem. De 4 a 10 de dezembro Lira estará em Dubai, nos Emirados Árabes, onde participará da 28ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-28).

O presidente da Câmara tem dito que a proposta produzida para restringir decisões individuais de ministros do Supremo não é prioridade e terá um rito de tramitação normal. Na prática, porém, seus aliados admitem que Lira dificilmente entrará em confronto com o Supremo.

Em setembro, o ministro Gilmar Mendes, decano do STF, anulou provas obtidas pela Polícia Federal referentes a compras de kits de robótica com dinheiro público, em Alagoas.

De acordo com as investigações da PF, que duraram oito meses, as compras envolviam empresários ligados a Lira, um assessor próximo, operadores e “laranjas”. Antes, em julho, Gilmar já havia descartado todas as acusações que atingiam o presidente da Câmara nesse caso.

A aprovação da PEC foi vista pelo Supremo como uma “afronta”, além de uma retaliação do bolsonarismo. Ministros da Corte, como o próprio Gilmar, temem que o sinal dado pelo Senado abra brecha para um retrocesso democrático, que contemplaria propostas como o impeachment de magistrados e até mesmo a derrubada de decisões do tribunal.

“Nenhuma instituição tem o monopólio da defesa da democracia no Brasil”, reagiu o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Gilmar, por sua vez, disse que o STF não aceitará “intimidações” de quem quer que seja. ”Esta Casa não é composta por covardes”, afirmou o ministro. “Esta Corte não haverá de se submeter ao tacão autoritário, venha de onde vier, ainda que escamoteado pela pseudo-representação de maiorias eventuais.”

Estadão apurou que, apesar de ganhar tempo, Lira será pressionado pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e também pelas bancadas da bala e dos evangélicos a levar ao plenário a PEC que limita poderes do Supremo. Somente a a FPA, por exemplo, reúne 303 deputados e 50 senadores e há tempos está em rota de colisão com o Supremo, como ficou evidente na votação do marco temporal das terras indígenas.

Embora não possa ser reeleito para o comando da Câmara, em 2025, Lira quer emplacar um sucessor e precisa do apoio de seus pares. A eleição que escolherá a nova cúpula do Congresso está longe, mas a campanha já começou.

“Eu confio que Arthur Lira pautará e levará essa PEC ao plenário. Se ele precisar de mim para presidir sessões, estou à disposição”, disse o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), vice-presidente da Câmara e defensor da proposta que restringe decisões individuais de ministros do Supremo. “Não é possível que, num Estado Democrático de Direito, ministros do STF façam as ameaças que fizeram ao Parlamento”, completou o deputado, que integra a bancada evangélica.

SERVIÇOS DE SANEAMENTO JÁ PRIVATIZADOS VOLTAM ÀS MÃOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

História por THIAGO BETHÔNICO  • Folha de S. Paulo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Nas últimas décadas, serviços de saneamento em centenas de cidades voltaram às mãos da administração pública após serem concedidos à iniciativa privada. Casos de reestatização já ocorreram em Berlim, Paris e Buenos Aires, e agora viraram munição para quem é contra privatizar a Sabesp.

Opositores do projeto -que foi enviado à Assembleia Legislativa no último dia 17- usam os episódios para dizer que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) está colocando São Paulo na contramão do mundo. O argumento, porém, divide especialistas.

Enquanto alguns analistas afirmam que as reestatizações ilustram o fracasso do processo de privatização, outros avaliam que os episódios estão longe de indicar uma tendência. Na verdade, dizem, parte relevante dos casos sugere que a missão foi cumprida com sucesso, já que o contrato foi executado do início ao fim.

Os serviços de água lideram a lista de reestatizações nos últimos anos, de acordo com a base de dados internacional Public Services. Foram 393 casos de 1992 para cá. Em seguida aparecem os setores de energia (385), serviços de saúde (276) e comunicação (199).

Considerando empresas como a Sabesp -que executam a distribuição de água potável e tratamento de esgoto- foram pelo menos 227 casos de devolução à administração pública desde 1998.

Os motivos indicados para a reestatização são diversos: fim de contrato, quebra de cláusulas contratuais, desistência ou falência das empresas privadas, entre outros.

A Public Services, responsável pelo levantamento, é uma iniciativa criada a partir de parceria do Transnational Institute (TNI), sediado em Amsterdam, com a Universidade de Glasgow (Escócia).

De acordo com o grupo, os dados coletados são resultado de esforços de diversas organizações, investigadores e sindicatos. Todas as contribuições são revistas e verificadas de forma independente pela equipe de investigadores.

A reportagem questionou a iniciativa sobre quantas privatizações ocorreram no setor neste mesmo período. Por email, Franziska Paul, pesquisadora associada da Universidade de Glasgow, disse que o projeto foca apenas os casos de reestatização. No entanto, destacou que elas “acontecem paralelamente a uma tendência contínua de privatização”.

O levantamento inclui dois casos do Brasil. Um deles é o de Tocantins, que em 1998 privatizou a Saneatins. Em 2010, o governo estadual criou uma autarquia para a prestação de serviços de saneamento básico, que assumiu a operação de 78 municípios, enquanto a Saneatins manteve 47.

Outro caso brasileiro citado é o de Itu (SP), que teve os serviços privatizados em 2007 e remunicipalizados dez anos depois.

Dos 227 casos de reestatização relatados pela instituição, 93 ocorreram por não-renovação do contrato com o prestador privado. Pelo menos 51 episódios foram motivados por custo-benefício ou problemas com a qualidade do serviço.

Rubens Naves, advogado e autor do livro “Saneamento para Todos”, diz que houve uma aceleração da privatização do saneamento pelo mundo a partir do modelo que Margaret Thatcher implementou na Inglaterra nos anos 1980, sob o slogan de que isso resolveria boa parte dos problemas na área da infraestrutura.

“Ao longo do tempo, ficou demonstrado que isso foi uma falácia, um pensamento mágico vendido como uma solução”, diz.

Para o especialista, o processo de privatização tem limites. Um deles é que a iniciativa privada se interessa pelos locais com maior rentabilidade, que são responsáveis por financiar os municípios deficitários ou menos atrativos -o chamado investimento cruzado.

“Você não pode simplesmente fazer a privatização do filé mignon, das regiões mais lucrativas”, afirma.

É o que também pensa Haneron Victor, coordenador de assuntos jurídicos do Ondas (Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento).

Segundo ele, os episódios pelo mundo têm vários elementos em comum, como aumento de tarifas, diminuição do controle social quando comparado com o serviço público, e o não cumprimento de metas -de expansão da infraestrutura, por exemplo. “Esses motivos que mundialmente impulsionaram o fenômeno da reestatização”, afirma.

Gesner Oliveira, professor da FGV (Fundação Getulio Vargas) e ex-presidente da Sabesp, faz outra avaliação. Para ele, não há uma tendência global, mas um conjunto de episódios heterogêneos.

Em estudo de 2018, o professor analisou 235 casos de remunicipalização pelo mundo e constatou que, em 105, o contrato simplesmente expirou.

“Isso é relativamente normal. [O poder público] tem um desafio de investimento e chama o setor privado para fazer”, diz. “Quando você privatiza, não necessariamente faz para o resto da vida. Faz por um longo período com o objetivo de montar a rede de água e esgoto. Depois, pode optar por reassumir o serviço”, acrescenta.

Ele diz que também há casos de reestatização em que o setor privado optou por devolver o ativo após problemas no cumprimento do contrato pelo poder público.

Um dos casos emblemáticos, segundo ele, é o de Buenos Aires. “Foi feito um congelamento de preço completamente insustentável, o que inviabilizou a execução”, afirma.

No entanto, há quem veja o caso argentino de outra forma. O estudo que o Governo de São Paulo contratou sobre a viabilidade da privatização da Sabesp avaliou os fracassos de experiências internacionais. O de Buenos Aires foi um deles.

O documento do IFC (International Finance Corporation) relata que a privatização do saneamento na Argentina teve início em 1992, sob a administração de Carlos Menem, como parte de um dos mais extensos programas de privatização do mundo.

Mas, além do congelamento tarifário adotado pelo governo após a crise de 2001, o estudo aponta para outros problemas, como: falhas regulatórias, aumento da tarifa atrelado ao dólar, e descumprimento das metas estipuladas em contrato -como as de expansão do acesso, investimentos e qualidade do serviço.

O documento do IFC ainda fala sobre as experiências de reestatização da França, Inglaterra e Alemanha.

Em entrevista à Folha de S.Paulo em agosto deste ano, Natália Resende, secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do estado de São Paulo, disse que os problemas das privatizações em outros países podem ser evitados no processo da Sabesp.

Em Paris, por exemplo, ela atribui o fracasso da reestatização a um fatiamento do ativo por localidade geográfica e por serviço, o que reduziu a escala operacional.

Na Inglaterra, disse que houve pouca preocupação com o estabelecimento de metas e indicadores para as companhias privadas. Já em Berlim, Resende mencionou a remuneração fixa que o governo definiu para o parceiro privado, o que não seria um “incentivo adequado”.

“Nós pegamos todos os exemplos, sejam bons, sejam ruins, para estudar o que precisamos trazer de bom e criar as vacinas para o que já aconteceu, como a questão da tarifa. Nós analisamos e chegamos à conclusão de que de fato conseguiríamos aumentar e antecipar investimentos”, disse durante apresentação do projeto de lei da privatização da Sabesp.

A avaliação da secretária é parecida com a de Gesner Oliveira. Para ele, eventuais obstáculos podem ser superados com regulação e modelagem.

“Eu diria que esses casos [de reestatização] pelo mundo não indicam tendência nenhuma. Se há algumas lições a serem aprendidas, são lições de que o contrato precisa ser respeitado, que o populismo tarifário mata o serviço”, afirma.

Haneron Victor, do Ondas, pondera que os casos de reestatização não significam que o saneamento é um setor que só funciona na mão da administração estatal. “Nós temos prestadores públicos com excelência, assim como nós temos também prestadores privados com excelência. Isso não é uma sentença de morte para um ou para outro.”

No entanto, ele diz que, no Brasil, a regra tem sido precarização de serviços, aumento de tarifa ou descumprimento de metas -citando os exemplos de Manaus, Campo Grande (MS) e Rio de Janeiro. Victor ainda critica os casos de reestatização, como o de Tocantins.

“A empresa privada renunciou todas as concessões que eram deficitárias e ficou com o filé mignon. Deixou a carne de pescoço para o estado.”

Sobre a promessa do governo de São Paulo de criar mecanismos para evitar problemas vistos de outros países, Naves pondera que isso contrasta com o ritmo de urgência que Tarcísio vem impondo ao trâmite do projeto de lei.

“Esses elementos precisam de uma discussão amadurecida, com segmentos técnicos. Você não pode atropelar uma discussão sob a alegação de que nós temos elementos para resolver. Acho que está havendo um açodamento, é imprópria essa forma de discutir uma questão tão séria.”

 

SENADO TEM NOVAS PROPOSTAS PARA INTERFERIR NO STF

 

História por Isabella Alonso Panho  • Jornal Estadão

Depois da aprovar uma proposta de emenda à Constituição que limita os poderes do ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o Senado pode avançar em outro tema que interfere no funcionamento da Corte. Há três propostas de criação de mandato fixo para os ministros tramitando na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa.

Essas três PECs foram apresentadas pelos senadores Plínio Valério (PSDB-AM), Angelo Coronel (PSD-BA) e Flavio Arns (PSB-PR). Elas estão sendo analisadas de forma separada e ainda não têm relator designado. No entanto, as negociações para colocá-las em pauta foram aquecidas por causa do clima pouco amistoso entre Congresso e Supremo.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), já disse que é a favor da discussão sobre mandato para os ministros do Supremo Foto: Roque de Sá/Agência Senado© Fornecido por Estadão

Valério, autor da PEC mais antiga em tramitação, disse ao Estadão que em breve a proposta deve ter um relator – a expectativa é de que um nome seja apontado na próxima semana. A senadora Tereza Cristina (PP-MS) foi cotada para a função, mas ainda não se posicionou. O tucano acredita, porém, que a PEC não deve ser votada em 2023.

Na avaliação dele, a reação dos ministros do Supremo durante a sessão desta quinta-feira, 23, “foi a melhor coisa que poderia ter acontecido”. O presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, e o decano, Gilmar Mendes, criticaram a PEC que limita as decisões dos ministros da Corte. Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, disse que vai segurar a votação pelo menos até 2024.

“Esta Corte não haverá de se submeter ao tacão autoritário, venha de onde vier, ainda que escamoteado pela pseudo-representação de maiorias eventuais”, disse Gilmar. Para Valério, essas falas “escancararam de vez que eles (os ministros do STF) não respeitam mais nada. Estamos na obrigação moral de sustentar apoio total ao presidente Pacheco”.

O senador Plínio Valério (PSDB-AM) é autor de uma das três PECs em tramitação na CCJ do Senado Foto: Geraldo Magela/Agência Senado© Fornecido por Estadão

No começo de outubro, o presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG) defendeu a discussão do mandato para ministros do Supremo durante uma entrevista. Ele foi rebatido diretamente pelo decano da Corte, que chamou de “comovente” a iniciativa dos parlamentares.

Angelo Coronel, autor de outra das três PECs que estão na CCJ do Senado, diz que tem se articulado para fazer sua proposta andar. Ele nega os conflitos entre Congresso e Supremo. “A harmonia vai reinar. Só não pode nenhum Poder ser subserviente ao outro”, afirmou.

“Considero a CCJ como se fosse um microcosmos do plenário”, disse Arns, proponente de outra PEC sobre o tema, ao Estadão. O senador acredita que a proposta pode ser aprovada nas duas instâncias do Senado, mas não este ano. Ele avalia que o clima de discussão da proposta é “favorável” e permitirá ao STF “estabelecer uma conexão mais dinâmica e sinérgica com os valores e costumes que regem nossa sociedade”.

PECs flexibilizam a vitaliciedade, um dos princípios da magistratura

Já foram protocolados seis projetos no Senado e 41 na Câmara sobre a atuação do STF, mas poucos foram para frente. A etapa da CCJ é fundamental no processo legislativo, pois é o momento em que se analisa a constitucionalidade da PEC. Se passar nessa comissão, a proposta fica pronta para ser analisada no plenário.

O decano do Supremo, Gilmar Mendes, criticou nesta quinta-feira, 23, durante uma sessão da Corte, a PEC que reduz os poderes de decisões monocráticas dos ministros Foto: WERTHER© Fornecido por Estadão

Hoje, os ministros do STF têm vitaliciedade: depois que tomam posse, só deixam o Tribunal com a aposentadoria e têm direito a continuar usando o título de ministro até o final da vida. Essa é uma das garantias que a Lei Orgânica da Magistratura dá a todos os magistrados do País.

As PECs que estão no Senado mudam essa regra. Em caso de aprovação do tema, os próximos ministros ficarão por um tempo determinado da Corte. Encerrado o mandato, voltarão para as funções que tinham antes.

Senado e Supremo vivem momento de atrito

Há um incômodo entre os parlamentares pelo que eles interpretam como “invasões” da Corte ao trabalho do Legislativo, em decisões de temas sensíveis para a sociedade, como descriminalização do porte de drogas para consumo pessoal, aborto e demarcação das terras indígenas.

Todos esses temas estiveram na pauta do STF neste ano. No caso do marco temporal, o projeto de lei foi aprovado a toque de caixa e com ampla maioria na Câmara dos Deputados. No Senado, Pacheco prometeu uma apreciação minuciosa, mas, antes da análise, o Supremo declarou a inconstitucionalidade da tese.

Decisão do Supremo sobre o marco temporal das terras indígenas foi o estopim do atrito com o Senado Foto: Carlos Moura/STF© Fornecido por Estadão

A medida esvaziou a discussão no Senado, que havia se colocado à disposição do governo para trabalhar sobre o projeto de lei do marco temporal – que contraria os interesses da gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No entanto, a Casa aprovou o projeto de lei uma semana depois. A maior parte do texto foi vetada pelo presidente e a análise dos vetos está na pauta do Congresso Nacional.

O que dizem as três PECs que estão na CCJ?

  • PEC nº 16/2019, do senador Plínio Valério (PSDB-AM)

A proposta do senador amazonense fixa um mandato de oito anos para os ministros do Supremo e também estabelece um prazo de 30 dias para o presidente da República indicar uma nova pessoa quando algum dos magistrados se aposentar.

Hoje, não existe nenhuma previsão legal sobre isso. A cadeira da ministra Rosa Weber, última a deixar o Tribunal, está vaga desde o final de setembro. Antes disso, foram quase dois meses entre a aposentadoria de Ricardo Lewandowski e a indicação do seu sucessor, Cristiano Zanin.

A cadeira de Rosa Weber está vaga desde o final de setembro. Constituição não dá prazo para que Lula faça indicação Foto: WILTON JUNIOR© Fornecido por Estadão

  • PEC nº 77/2019, do senador Angelo Coronel (PSD-BA)

Essa segunda PEC é mais abrangente. Além do mandato de oito anos, o senador baiano sugere que toda a forma de escolha de ministros dos tribunais superiores seja alterada. De acordo com essa PEC, os parlamentares poderiam escolher e votar para emplacar seus candidatos nas Cortes – e não apenas decidirem se aceitam ou não as indicações do presidente da República.

  • PEC nº 51/2023, do senador Flavio Arns (PSB-PR)

A mais recente dessas três PEC é de outubro deste ano. Ela sugere um mandato mais longo, de 15 anos, mas propõe uma quarentena para quem estiver em algumas funções públicas.

De acordo com o texto da proposta, quem foi procurador-geral da República, defensor público federal, ministro de Estado ou diretor de algum órgão da administração pública nos últimos três anos fica impedido de assumir uma cadeira no Supremo Tribunal Federal.

EMPRESA DO MINISTRO DO GOVERNO ENVOLVIDA EM PROPINA

História por FLÁVIO FERREIRA, MATEUS VARGAS E ERNESTO BATISTA  • Folha de S. Paulo

SÃO PAULO, SP, BRASÍLIA, DF, E SÃO LUÍS, MA (FOLHAPRESS) – A falta de uma sede tradicional para uma empreiteira, a ausência de funcionários registrados, dívidas com bancos públicos e a concentração de obras em uma única cidade reforçam as suspeitas da Polícia Federal de que a empresa Arco Construções tenha sido usada em um esquema de corrupção com benefício a Juscelino Filho (União Brasil-MA), atual ministro das Comunicações do governo Lula.

A reportagem da Folha de S.Paulo percorreu endereços da Arco apontados em documentos oficiais e ações de cobrança e realizou levantamentos em registros públicos de cartórios e licitações disponíveis no site do Tribunal de Contas do Maranhão.

O quadro encontrado é de situações fora do comum a uma construtora em operação regular.

As suspeitas se referem à atuação de Juscelino como deputado federal. Procurada, a defesa do ministro repetiu afirmações já apresentadas à Folha de S.Paulo anteriormente dizendo que são “absurdas as ilações de que Juscelino tenha tido qualquer proveito pessoal com sua atividade parlamentar”.

Os advogados também negam que a Arco tenha ligações com Juscelino.

“Trata-se de mais um ataque na tentativa de criminalizar as emendas parlamentares, um instrumento legítimo e democrático do Congresso Nacional, enquanto não há absolutamente nada que desabone a atuação de Juscelino Filho no Ministério das Comunicações”, afirma a nota assinada pelos advogados Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Vello

O advogado da Arco também negou irregularidades e disse que a empresa não pertence ao ministro.

A Arco entrou no radar da PF após investigações sobre outra empreiteira suspeita de favorecer Juscelino, a Construservice.

As apurações da PF sobre a atuação da Construservice em contratos da estatal Codevasf tiveram origem em reportagens da Folha de S.Paulo publicadas em maio de 2022. O jornal revelou que a empreiteira havia obtido a vice-liderança em licitações da estatal federal Codevasf apesar dos indícios de crimes de seu suposto dono de fato, o empresário Eduardo José Costa Barros, conhecido como Eduardo DP.

Antes disso, a PF já investigava suspeitas de outro esquema que o envolvia com verbas do Ministério da Educação. Ela deflagrou a primeira fase da operação Odoacro, com foco na Codevasf, em julho do ano passado.

Em São Luís (MA), como constatou a reportagem nesta semana, no local onde deveria estar a sede da Arco há uma placa de uma firma chamada Triunfo. Quando a reportagem esteve no local, à tarde, a porta estava fechada. Em outro endereço, em casa no bairro Parque dos Nobres, ninguém atendeu, e o imóvel estava fechado.

De acordo com a PF, antes da deflagração da operação policial não havia registro oficial de empregados no quadro da empreiteira.

Na Justiça do Maranhão, a Arco é ré em processos promovidos por bancos públicos e privados. A maior dívida é com o Banco do Nordeste, no valor de R$ 1,25 milhão. A Caixa Econômica também foi ao Judiciário contra a Arco para cobrar ao todo R$ 250 mil, em duas ações.

Na causa mais recente, protocolada em setembro, a União Federal pediu o bloqueio de bens da empreiteira para assegurar o pagamento de uma dívida de R$ 72 mil que está sendo cobrada em uma execução fiscal.

Quanto à operação da Arco no estado, os registros disponibilizados no site do Tribunal de Contas do Maranhão mostram apenas contratos da empreiteira na cidade de Vitorino Freire, que tem como prefeita Luanna Resende, irmã de Juscelino Filho.

São nove contratos para pavimentação, construção de praças, de uma escola e aluguel de maquinário pesado na cidade reduto da família de Juscelino. O ano de criação da empreiteira, 2015, coincide com o de seu primeiro mandato como deputado federal.

Nesse início, a firma teve como proprietária Lia Candida Parente Santana, que viria a ser assessora parlamentar de Juscelino de 2017 a 2018, e agora tem como dono o marido dela, Antonio Tito Salem Soares, que segundo a PF é testa de ferro do ministro.

Chama a atenção o fato de o capital da empresa ter sido formado no começo com imóveis na cidade de Codó, interior do Maranhão, apesar de a companhia ter sua sede registrada na capital, São Luís. Em Codó fica a empreiteira Construservice, apontada pela PF como integrante do suposto esquema de corrupção.

Mensagens de celular obtidas pela PF mostram que, em 26 de março de 2019, Juscelino Filho enviou ao sócio oculto da Construservice o contato de Antonio Tito. Na sequência, o então deputado mandou três mensagens a Eduardo DP citando pagamentos e valores.

Os textos afirmam: “1° PAGAMENTO R$ 194.962.20”, “2° PAGAMENTO R$ 400.370,62” e “Somando o 1º e 2º Pagamentos dá um total de R$ 595.332,82 Falta pagar da *NF n° 060* R$149.483.92*”.

Para a PF, as mensagens indicam pedidos de cobrança de serviço de terraplanagem.

O sócio da Arco também encaminhou dados da conta bancária da empresa. A PF afirma que encontrou comprovante de transferência de R$ 63 mil de Rodrigo Casanova, dono formal da Construservice, para a empresa que seria de Juscelino.

A PF afirma que as mensagens levantam duas hipóteses sobre os pagamentos para a Arco. Uma das linhas de apuração é a de que a empresa realizou serviços de terraplanagem em obras que deveriam ter sido executadas pela Construservice.

“Isto é, Juscelino Filho utiliza o dinheiro proveniente de emendas parlamentares para contratar uma empresa que de fato lhe pertence para executar as obras”, diz a PF.

A outra suspeita é a de que “terraplanagem” é apenas um código utilizado pelos suspeitos para se referir a valores que deveriam ser pagos pela Construservice para a Arco como propina.

“Diante de todo o exposto, resta cristalina a relação criminosa pactuada entre Juscelino Filho e Eduardo DP, que conta com outros comparsas como intermediários e executores, imprescindíveis para a perpetração dos crimes”, afirma a PF.

Advogado diz que empresa cumpre a lei e não tem ministro como dono

O advogado da Arco, Gustavo Belfort, afirmou que a empreiteira tem operação em conformidade com lei e não pertence ao ministro Juscelino Filho.

Quanto à falta de funcionários registrados, o advogado disse que a construtora costuma realizar suas obras com o emprego de terceirizações.

De acordo com Belfort, a empreiteira teve contratos com outros municípios do Maranhão além de Vitorino Freire, mas não soube indicar quais seriam eles.

O advogado acrescentou que, antes de assinar contratos com o poder público, a empresa teve um histórico de obras privadas, principalmente a construção de casas para revenda.

Em relação às cobranças na Justiça, o advogado afirmou que a Arco tem créditos de obras públicas que deixaram de ser repassados e acabou tendo que interromper pagamentos a seus credores.

A Folha de S.Paulo pediu ao advogado contato com o dono formal da Arco, Antonio Tito Salem Soares, mas o investigado pela PF não falou ao jornal.

 

DISPUTA VENEZUELA E GUIANA POR REGIÃO RICA EM PETRÓLEO

 

História por AFP  

Um homem vota no referendo consultivo sobre a soberania da Venezuela sobre Essequibo, em 19 de novembro de 2023, em Caracas© Federico Parra

Uma gigantesca bandeira de Guiana foi hasteada nesta sexta-feira (24) na região do Essequibo, um território disputado pela Venezuela, em uma cerimônia que contou com a presença do presidente Irfaan Ali, em meio a denúncias de provocação por parte do mandatário venezuelano, Nicolás Maduro.

Na noite anterior, Ali esteve com militares no Essequibo, um território de 160.000 km² rico em petróleo e recursos naturais, onde Georgetown planeja estabelecer bases militares com apoio estrangeiro.

Na montanha de Pakarampa, a poucos quilômetros do estado venezuelano de Bolívar, Ali participou do hasteamento da “Ponta da Flecha Dourada”, como é conhecida a bandeira do país, ao lado de oficiais e, em seguida, recitou o “Juramento de Lealdade” nacional, conforme mostrado em um vídeo publicado por seu partido.

O rio Essequibo, a fronteira natural reivindicada pela Venezuela e que é controlada pela Guiana© Patrick FORT

Duas equipes do Departamento de Defesa americano têm prevista uma visita à Guiana na próxima semana em meio à controvérsia limítrofe, que remonta a mais de um século, mas se intensificou nos últimos meses.

A Guiana apela para uma sentença arbitral de 1899 que estabeleceu as fronteiras atuais, enquanto a Venezuela reivindica o Acordo de Genebra, assinado em 1966 com o Reino Unido antes da independência da Guiana, que anulou a sentença e estabeleceu bases para uma solução negociada.

A disputa se intensificou com a descoberta de reservas de petróleo na região e as negociações da Guiana com a gigante energética americana ExxonMobil para sua exploração.

– ‘Fantoche provocador da ExxonMobil’ –

Funcionários do alto escalão venezuelano costumam classificar Ali como um “fantoche” da ExxonMobil.

“Estamos nesse momento na união nacional pela recuperação da Guayana Esequiba, para parar os abusos da ExxonMobil, para para os abusos do presidente de Guiana (…), fantoche provocador da ExxonMobil, para parar os abusos pretendidos pelo Comando Sul dos Estados Unidos”, disse nesta sexta-feira Maduro em um ato transmitido pela emissora estatal.

“Vejo lá, no território que estamos reivindicando, um presidente se uniformizando em campanha militar, o vimos ontem também em uma localidade chamada Kaikan, ali perto da ilha venezuelana e da base militar de Anacoco na fronteira, provocando”, disse mais cedo o ministro da Defesa venezuelano, general Vladimir Padrino.

“Com esses estilos e formas de ‘valentão de bairro’, não vamos resolver essa questão, essa disputa, não é assim”, continuou Padrino em um evento oficial. “Não é assim, convocando o Comando Sul para estabelecer uma base de operações nesse território, não é assim, não é com essa arrogância.”

– ‘Proteger o interesse nacional’ –

A Venezuela convocou um referendo para 3 de dezembro, no qual perguntará a seus cidadãos se apoiam a concessão de nacionalidade aos 125.000 habitantes da região em disputa e a criação de uma nova província venezuelana chamada “Guayana Esequiba”.

“Será um voto de união nacional, cada voto será um voto pela paz da Venezuela”, disse o presidente venezuelano Nicolás Maduro em uma ligação telefônica para um evento sobre o Essequibo no estado de Zulia (oeste).

A Guiana rejeitou a consulta, que Ali classificou como “uma ameaça à paz na América Latina e no Caribe”.

O vice-presidente da Guiana, Bharrat Jagdeo, anunciou na quinta-feira reuniões com oficiais americanos e, “em seguida, várias visitas em dezembro e uma representação de alto nível”.

“Nunca estivemos interessados em bases militares, mas temos que proteger nosso interesse nacional”, declarou Jagdeo. “Estamos interessados em manter a paz em nosso país e em nossas fronteiras, mas temos trabalhado com nossos aliados para garantir um plano para todas as eventualidades.”

“Todas as opções disponíveis serão aproveitadas”, acrescentou.

Os Estados Unidos lideraram exercícios militares em julho na Guiana, com a participação de mais de 1.500 militares de 20 países.

No entanto, o vice-presidente disse que o governo da Guiana espera que a disputa com a vizinha Venezuela possa ser resolvida na Corte Internacional de Justiça (CIJ), cuja jurisdição Caracas não reconhece no caso do Essequibo.

“Digo aos líderes da República Cooperativa da Guiana, isso se resolve como disse o presidente Nicolás Maduro: com diálogo, com diplomacia, conversando, chegando a um acordo satisfatório para ambas as partes, como estabelece o Acordo de Genebra”, insistiu Padrino.

GOVERNO LULA ESCOLHEU SEU INIMIGO NÚMERO UM AS BIG TECHS

  Big Techs ...