Uma auditoria realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para
avaliar o processo de cadastramento de famílias de baixa renda no
Cadastro Único (CadÚnico) mostrou inconsistências nos dados de uma a
cada cinco unidades familiares. O cadastro é uma prerrogativa para que
quem necessita de programas de auxílio do Governo possa recebê-los, como
é o caso do Bolsa Família.
Essa conclusão, segundo o relatório, aponta para a estimativa de que
R$ 14,24 bilhões em pagamentos tenham ocorrido fora dos critérios de
elegibilidade entre janeiro e maio de 2023. De junho até dezembro, há o
potencial de outros R$ 19,94 bilhões serem pagos a famílias que não
estão cumprindo todos os requisitos para o recebimento, considerando o
valor mínimo de R$ 600 mensais distribuídos pelo programa.
O relatório mostrou que foram encontradas inconsistências nos dados
relativos às rendas de 40,3% das famílias e nas informações sobre
composição familiar de 33,4% do total da amostra estatisticamente
representativa de 2.662 famílias, localizadas em 1.517 municípios. Para a
amostra, foram selecionadas famílias entre as pouco mais de 21 milhões
que recebiam o auxílio em dezembro de 2022, na época chamado de Auxílio Brasil.
A auditoria envolveu verificações domiciliares, feitas por agentes
municipais, que comprovaram as divergências entre os cadastros e a
realidade, além da comparação entre dados do CadÚnico e do banco de
dados da Administração Pública.
As principais inconsistências referentes à renda tiveram a ver com
autodeclarações em que o rendimento da família era inferior às despesas.
O relatório aponta que isso pode ter a ver com a informalidade, que é
uma situação comum no País e gera dificuldades para o cálculo e o
registro da renda. “As rendas familiares podem sofrer diversas
alterações em curtos espaços de tempo, e nem sempre são atualizadas no
CadÚnico”, consta em um trecho.
A auditoria teve relatoria do ministro Walton Alencar Rodrigues e
verificou os dados da Secretaria de Avaliação, Gestão da Informação e
Cadastro Único (Sagicad) do Ministério do Desenvolvimento e Assistência
Social, Família e Combate à Fome (MDS).
O TCU deu o prazo de final de 2024 ao MDS para resolver as
divergências em seus bancos de dados. O tribunal também cobra que sejam
tomadas medidas de controle para que os erros não voltem a acontecer.
Com temas relevantes para a economia no
Judiciário e no Congresso, Executivo queria se manter neutro, ou parecer
neutro, equilibrando-se entre dois lados, mas não conseguiu
Por Eliane Cantanhêde – Jornal Estadão
O que era um mal estar entre o Senado e o Supremo Tribunal Federal acabou se transformando numa crise entre os Três Poderes, com o Palácio do Planalto contra a parede, tendo de dar explicações e
transbordando desconfiança para os dois lados. Mais uma vez, como no
caso da âncora fiscal, do déficit zero e das pressões políticas sobre a
Petrobras, destaca-se um personagem do centro do poder: Rui Costa, chefe da Casa Civil, unha e carne com Jaques Wagner, o líder do governo que, surpreendentemente, votou contra o Supremo.
Em telefonema para Wagner, o ministro do STF Gilmar Mendes reclamou,
irritado: “Ou foi coisa de gênio ou de idiota”. Ou deu certo o PT ir
para um lado e o líder do governo para o outro, ficando bem com todos,
ou foi um desastre (ou uma “idiotice”), porque desagradou todo mundo.
Como fato concreto, quem deu a vitória à PEC e a derrota ao STF foram Wagner e o PSD — da Bahia.
Depois do caldo entornado, Wagner pediu desculpas e aguentou o tranco,
levando a culpa sozinho e bronca até da presidente do PT, Gleisi
Hoffmann. No dia seguinte à votação, os ministros do STF estavam no
ataque e o PT e o governo, desconcertados e na defensiva. Detalhe: há
decisões monocráticas “do bem” e “do mal”. Algumas foram decisivas para
evitar ainda mais mortes na pandemia e, outras, para livrar a cara de
muito político importante — que agora vota contra o instrumento que o
beneficiou.
Parece óbvio que a Proposta de Emenda Constitucional (PEC), que foi
aprovada pelo Senado e interfere na atuação dos ministros do Supremo,
não tem efeitos práticos, só políticos. Depois de deixar de lado os
pedidos de vista na Corte, o texto manteve a intervenção nas decisões
monocráticas, tomadas por apenas um ministro. Os dois pontos, porém, já
foram alvo de medidas internas do Supremo, logo, eram desnecessários, e a
PEC foi só uma provocação.
O ataque partiu da bancada bolsonarista, que não engole o fato de o
Supremo ter sido o líder da resistência a um golpe de Estado e ser
inclemente com os culpados. Aderiu imediatamente ao ataque à bancada
conservadora, que não aceita a derrubada do Marco Temporal para terras
indígenas nem a pauta de vanguarda da Corte em questões como aborto e
porte de pequenas quantidades de maconha. Assim, a dona da PEC é a
direita parlamentar, unindo bolsonaristas e conservadores não
bolsonaristas.
E o que o governo Lula tinha a ver com isso? O governo depende dos
dois lados, com temas relevantes para a economia no Judiciário, como
precatórios, e no Congresso, como reforma tributária e taxação de
offshores, fundos especiais e apostas esportivas. Queria se manter
neutro, ou parecer neutro, equilibrando-se entre dois lados de uma
guerra que não era sua. Não conseguiu.
O voto do líder Jaques Wagner, a favor da PEC, foi recebido pela
Corte como uma “traição rasteira”, não de Wagner, mas de seu parceiro
Rui Costa (PT-BA), do Planalto e do próprio Lula. O líder jura que foi
um voto “pessoal” e Costa, que ele e Lula não sabiam. “Çei…”, ironizou
um ministro da corte pelo WhatsApp.
O recado é duro: se Wagner não sair ou não for saído da liderança,
rompe-se a ponte entre Supremo e Planalto — que, apesar da gritaria
bolsonarista, sempre houve, inclusive no governo de Jair Bolsonaro, e
sempre haverá.
E, se Rui Costa e Wagner estão no centro da fogueira, o presidente do
Senado, Rodrigo Pacheco, é apontado como padrinho da PEC, e o ministro
da Fazenda, Fernando Haddad, a grande vítima. Aumentar receita e cortar
gastos pode ficar ainda mais difícil. E com o déficit já aumentando R$
36 bilhões…
Autoavaliação do empreendedor, análise de
mercado e financeira são pontos fundamentais para traçar um plano de
negócio que dê segurança no início de um novo empreendimento.
Por João Scheller – Jornal Estadão
Muito se fala na necessidade de o pequeno empresário ter um plano de
negócio bem definido antes de começar a empreender. Mas, afinal de
contas, o que é esse plano e para que ele serve?
Em resumo, trata-se de um documento para organizar os planos da empresa e definir metas e objetivos.
“Plano de negócio é planejamento. É o que eu preciso saber para sair
de uma situação presente A e chegar a uma situação futura B”, explica
Enio Pinto, consultor de negócios do Sebrae nacional.
Em linhas gerais, o plano de negócio deve conter alguns pontos fundamentais:
Autoavaliação do empreendedor
Análise de mercado
Análise financeira
Dentro destes três pontos, algumas perguntas e definições vão ser
fundamentais para analisar a viabilidade do negócio, fazer adaptações no
planejamento e, eventualmente, mudá-lo completamente.
1. Autoavaliação
A autoavaliação é importante para o empreendedor compreender se seu
perfil está de acordo com o que é necessário para empreender e,
especialmente, com o modelo de negócio que deseja seguir.
“A empresa, especialmente no começo, vai ser o próprio empreendedor. É
preciso saber se ele tem um perfil para isso”, afirma Enio Pinto,
gerente de relacionamento com o cliente do Sebrae nacional.
Ele recomenda que o candidato a empreendedor observe se é uma pessoa
propensa a correr riscos, tem uma boa rede de contatos, sabe estabelecer
metas e se tem foco em qualidade. Preenchendo a maior parte desses
requisitos, é possível perceber se a pessoa tem um perfil para
empreender ou não, avalia.
“Você pode ter um perfil muito mais voltado para cumprir tarefas e se
encaixar melhor como empregado. Se for o caso, o plano já acaba aí”,
explica o especialista.
2. Análise de mercado
O empreendedor deve analisar três pontos que podem ajudá-lo a
compreender o mercado onde a empresa irá se inserir e a traçar (ou
modificar) estratégias antes de enfrentar as dificuldades no dia a dia.
A. Mercado fornecedor
É preciso compreender quem serão os consumidores dos produtos ou
serviços que o seu negócio irá oferecer. Além disso, é preciso entender
se a logística das operações é compatível com a realidade local.
“Devo me perguntar se tenho fornecedores de qualidade que me atendam
como eu preciso. Só vende bem quem compra bem”, diz Enio Pinto.
B. Mercado concorrente
Neste ponto, o empreendedor deve analisar quem já está no mercado e
oferece serviços ou produtos similares ao que ele deseja oferecer. É
importante avaliar os pontos fortes e fracos desses concorrentes para
ter uma análise aprofundada do mercado que será disputado.
Nesse caso, o ponto fraco dos concorrentes poderá se tornar o diferencial de mercado da nova empresa.
“Eu posso ainda perceber que quem está estabelecido já tem um nível
de vanguarda tão grande, que impede novos entrantes no mercado”, declara
o especialista. Nesse caso, caberia uma avaliação da viabilidade do
novo negócio naquele mercado.
C. Mercado consumidor
Ao analisar os consumidores, é fundamental compreender quem será o
seu cliente e definir um perfil médio dessa pessoa. Este perfil, chamado
de persona, é fundamental para compreender o que poderia mudar e quais os pontos em aberto na estratégia.
É fundamental entender gostos, hábitos de consumo, preferências
preponderantes e a maneira como a persona interage com a empresa. Isso
permite compreender o seu público.
“Assim você vai se preparando para os problemas que só irá perceber operando”, explica o especialista.
3. Análise financeira
A análise financeira é outro detalhe fundamental a ser analisado
durante a criação de um plano de negócios. É nesse momento que o futuro
empreendedor pode visualizar os custos que terá com o novo negócio e
qual será a fonte de custeio destes gastos.
É importante analisar dois pontos:
A. Fluxo financeiro
Nessa etapa, devem ser projetados os custos de operação do negócio,
como aluguel, compras e pagamentos de funcionários, por exemplo. Além
disso, deve-se reservar uma quantia, chamada de pró-labore, que diz
respeito ao “salário” recebido pelo empreendedor.
É um ponto de extrema importância para não se confundirem as finanças da empresa com a do empreendedor.
Além disso, é fundamental, durante a análise de fluxo financeiro,
considerar se os custos de operação do negócio são menores do que os
ganhos, para confirmar a viabilidade da empresa.
“Se o empreendedor constatar a viabilidade financeira, deve então analisar a viabilidade de investimento”, diz Enio Pinto.
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B. Fluxo de investimento
Essa etapa consiste em avaliar o quanto há para investir no novo
negócio, incluindo o montante para dar viabilidade a toda a operação,
incluindo o dinheiro reservado para capital de giro.
A grosso modo, esse é o dinheiro reservado para o período entre a
compra da mercadoria e o recebimento do pagamento. “Este período a
descoberto – quando é necessário ter recursos ou financiamento – é o
chamado capital de giro”, explica Enio Pinto.
“Quando sei o montante de investimento necessário, vejo se terei o
dinheiro ou se terei que pegar empréstimo com o banco ou com um sócio”,
afirma.
O consultor explica ser comum que, durante o processo de criação do
plano de negócios, mudanças estratégicas ou reformulações mais drásticas
tenham de ser feitas.
A ideia, segundo ele, é exatamente essa: que o empreendedor se
previna de problemas, fazendo um planejamento detalhado de suas
operações futuras.
Modelos de plano de negócios para diferentes tipos de
estabelecimento, como padarias, lojas de roupa ou açougues, estão
disponíveis em sites como o do Sebrae e podem ser usados como molde para a produção de seu próprio plano.
Gmail e botão curtir do Facebook são dois exemplos dos projetos de
pessoas intraempreendedoras. Entenda o que é, quais são os tipos e como
se tornar uma pessoa que tem perfil empreendedor na empresa!
Duas mulheres intraempreendedoras conversando no escritório (Foto: Hinterhaus Productions via Getty Images)
Sábado (19/11) foi o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino. Mas,
caso você tenha o perfil de uma pessoa empreendedora, mas não queira
sair da empresa em que trabalha, não se preocupe. Você pode fazer parte
do grupo de pessoas intraempreendedoras. Vamos lá?
O que é intraempreendedorismo?
Quais são os tipos de intraempreendedorismo que existem?
Como se tornar uma pessoa intraempreendedora?
O QUE É INTRAEMPREENDEDORISMO?
Intraempreendedorismo nada mais é do que a habilidade de empreender
dentro de uma empresa. Na prática, é quando as pessoas — que têm perfil
empreendedor — criam um produto ou solução inovadora para o negócio.
A prática, além de oferecer um ambiente mais colaborativo e horizontal, é responsável pelo sucesso ou fracasso da companhia.
“Atualmente, o intraempreendedor é um dos mais importantes recursos
nas empresas de alta competitividade”, diz o Sebrae. Assim, se você tem
essa habilidade, está um passo à frente na carreira. Se não tem, vale a
pena desenvolvê-la.
Empreendedorismo feminino (Foto: Pexels)
QUAIS TIPOS DE INTRAEMPREENDEDORISMO EXISTEM?
De acordo com o Sebrae, dois tipos de empreendedorismo. “O de valor agregado e o spin-off”, diz.
Valor agregado: está relacionado ao core do negócio.
Por exemplo, é quando algum projeto ou solução é desenvolvido de acordo
com as necessidades do público-alvo. Seria uma melhoria de um
determinado setor, com o objetivo de fazê-lo crescer.
Spin-off: é quando as ideias são desenvolvidas com
um olhar externo, algo novo do mercado que, de alguma forma, agregue
valor para o negócio. Para você ter uma noção, o Gmail, do Google, é
fruto de um projeto de intraempreendedorismo. O botão do Facebook
também.
Agora, já pensou você colocando no perfil no LinkedIn um baita
projeto que trouxe ótimos resultados para a sua empresa? Demais, né?
MAIS SOBRE O ASSUNTO
Como as soft skills e as hard skills podem definir sua carreira
5 lições que todo empreendedor deve aprender com Sam Walton, fundador do Walmart
Por que o empreendedorismo é tão importante?
COMO SE TORNAR UMA PESSOA INTRAEMPREENDEDORA?
Não tenha medo. A executiva da Microsoft Paula Silva, orienta que
você fale para a liderança sobre a ideia que você tem para criar um novo
produto ou uma nova solução para a empresa.
Mesmo que já exista todo um mecanismo dentro da companhia e que traga
resultados, é interessante você expor as suas ideias porque traz outros
pontos de vista, outra vivência, outro background para o negócio.
“Talvez as pessoas que estão ali ainda não tiveram e não conseguiram
pensar a respeito disso, por conta desse próprio processo, desse próprio
sistema. Então, fale. Escolha um ou dois cases onde você queira aplicar
esse processo e compartilhe”, diz Paula.
Além disso, as soft skills — chamadas habilidades comportamentais —
como criatividade, proatividade e curiosidade também são importantes.
Neste artigo, você entende mais o que são as soft skills e como
desenvolvê-las.
Cada vez mais carreiras estão sendo impactadas por essas e outras
exigências do mercado. Se capacitar para essas transformações com
agilidade pode ser a diferença entre você ser uma profissional de
destaque e bem remunerada, ou ficar fora do jogo.
Mindset correto é o que vai fazer você alcançar (ou não) o sucesso
Junior Borneli, co-fundador do StartSe
Mulher negra e sorridente segurando um IPad e olhando para frente (Fonte: Getty Images)
Mindset é a sua programação mental, é como você encara tudo que está ao teu redor
Mindset. Você já ouviu essa palavinha algumas vezes aqui no StartSe.
Ela é importante, talvez uma das coisas mais importantes para “chegar
lá” (seja lá onde for que você quiser chegar).
É sua habilidade de pensar o que você precisa para ter sucesso. E
como a maioria das coisas que você possui dentro de você, ela é uma
espécie de programação do seu ser. Tanto que é possível que você adquira
outro mindset durante a vida, convivendo com as pessoas corretas,
conhecendo culturas diferentes.
Algumas pessoas dizem que é isso das pessoas que faz o Vale do
Silício ser a região mais inovadora do mundo. Eu, pessoalmente, não
duvido. Fato é: você precisa de ter a cabeça no lugar certo, pois a
diferença entre um mindset vencedor e um perdedor é o principal fator
entre fracasso e sucesso.
Para isso, é importante você começar do ponto inicial: um objetivo.
“Todo empreendedor precisa ter um objetivo. Acordar todos os dias e
manter-se firme no propósito de fazer o máximo possível para chegar lá é
fundamental”, diz Junior Borneli, co-fundador do StartSe e uma das
pessoas mais entendidas de mindset no ecossistema brasileiro.
De lá, é importante você fazer o máximo que puder e não perder o
foco, mantendo-se firme. “Não importa se no final do dia deu tudo certo
ou errado. O importante é ter a certeza de que você fez tudo o que foi
possível para o melhor resultado”, avisa.
Com a atitude certa, é capaz que você sempre consiga canalizar as
coisas como positivas. “Você sempre tem duas formas de olhar um a mesma
situação: aquela em que você se coloca como um derrotado e a outra onde
você vê os desafios como oportunidades. Escolha sempre o melhor lado das
coisas, isso fará com que sua jornada seja mais leve”, alerta o
empreendedor.
Esses tipo de sentimento abre espaço para uma característica
importantíssima dos principais empreendedores: saber lidar com grandes
adversidades. “Um ponto em comum na maioria os empreendedores de sucesso
é a superação”, destaca Junior Borneli.
Saber lidar com essas adversidades vai impedir que você pare no
primeiro problema (ou falência) que aparecer na sua frente. “São muito
comuns as histórias de grandes empresários que faliram várias vezes,
receberam diversos ‘nãos’ e só venceram porque foram persistentes”,
afirma.
É importante ter esse mindset resiliente, pois, nem sempre tudo será
fácil para você – na verdade, quase nunca será. “Empreender é, na maior
parte do tempo, algo muito doloroso. Até conseguir algum resultado
expressivo o empreendedor passa por muitos perrengues. A imensa maioria
fica pelo caminho”, diz.
É como uma luta de boxe, onde muitas vezes, para ganhar, você terá
que apanhar e apanhar e apanhar até conseguir desferir o golpe (ou a
sequência) certo. “Na minha opinião, não há melhor frase que defina a
trajetória de um empreendedor de sucesso do que aquela dita por Rocky
Balboa, no cinema: ‘não importa o quanto você bate, mas sim o quanto
aguenta apanhar e continuar. É assim que se ganha’”, ilustra.
O problema talvez seja que alguns aspectos do empreendedorismo tenham
glamour demais. “Empreender não é simplesmente ter uma mesa com
super-heróis e uma parede cheia de post-its coloridos. Você vive numa
espécie de montanha russa de emoções, onde de manhã você é ‘o cara’ e à
tarde não tem dinheiro pro café”, salienta.
Vale a pena, porém, perseverar neste caminho. “Para aqueles que são
persistentes e têm foco, a jornada será difícil, mas o retorno fará
valer a pena!,” destaca o empreendedor.
DERROTA TAMBÉM ENSINA
Um ponto importante do sucesso é saber lidar com o fracasso e, de lá,
tomar algumas lições para sair mais forte ainda. “Toda derrota nos
ensina algumas lições e assim nos tornamos mais fortes a cada nova
tentativa. A cultura do fracasso, aqui no Brasil, é muito diferente dos
Estados Unidos”, afirma Junior.
No Vale do Silício, falhar é encarado algo bom, na verdade – e
aumenta suas chances de sucesso futuro. “Por lá, empreendedor que já
falhou tem mais chances de receber investimentos porque mostrou
capacidade de reação e aprendeu com os erros”, conta o empreendedor.
Mas ao pensar sobre fracasso, você precisa ter o filtro correto para
não deixar a ideia escapar. “Encarar os erros como ensinamentos e
entender que falhar é parte do jogo torna as coisas mais fáceis e
suportáveis”, salienta.
Foco é a palavra de ordem para você conseguir alcançar os objetivos
traçados no caminho, mesmo que em alguns momentos pareça que está tudo
dando errado. “Por fim, buscar o equilíbrio mental e o foco são
fundamentais. Nas vitórias, tendemos a nos render à vaidade e ao
orgulho. E nas derrotas nos entregamos ao desânimo e a depressão.
Mentalize seus objetivos, foque nos caminhos que vão leva-lo até eles e
siga firme em frente”, afirma.
É importante que você tenha noção de que para ser uma exceção, você
não pode pensar da maneira comodista que a maior parte das pessoas. “Se
você quer chegar onde poucos chegaram, precisará fazer o que poucos têm
coragem e disposição para fazer”, completa.
O “não” do cliente a uma proposta. Por quê?
Moysés Peruhype Carlech
Fiquei pensando e ao mesmo tempo preocupado com o seu “não”,
sem nenhuma explicação, à nossa proposta de divulgação da sua loja e de
resto todas as lojas dessa cidade no Site da nossa Plataforma Comercial
da Startup Valeon.
Esse “não” quer dizer, estou cheio de compromissos para fazer
pagamentos mensais, não estou faturando o suficiente para cobrir as
minhas despesas, a minha loja está vendendo pouco e ainda me vem mais
uma “despesa” de publicidade da Startup Valeon?
Pergunto: como vou comprar na sua loja? Se não sei qual é a
sua localização aí no seu domicílio? Quais os produtos que você
comercializa? Se tem preços competitivos? Qual a sua interação online
com os seus clientes? Qual o seu telefone de contato? Qual é o seu
WhatsApp?
Hoje em dia, os compradores não têm tempo suficiente para
ficarem passeando pelos Bairros e Centros da Cidade, vendo loja por loja
e depois fazendo a decisão de compra, como antigamente.
A pandemia do Covid-19 trouxe consigo muitas mudanças ao
mundo dos negócios. Os empresários precisaram lutar e se adaptar para
sobreviver a um momento tão delicado como esse. Para muitos, vender em
Marketplace como o da Startup Valeon se mostrou uma saída lucrativa para
enfrentar a crise. Com o fechamento do comércio durante as medidas de
isolamento social da pandemia, muitos consumidores adotaram novos
hábitos para poder continuar efetuando suas compras. Em vez de andar
pelos corredores dos shoppings centers, bairros e centros da cidade,
durante a crise maior da pandemia, os consumidores passaram a navegar
por lojas virtuais como a Plataforma Comercial Valeon. Mesmo aqueles que
tinham receio de comprar online, se viram obrigados a enfrentar essa
barreira. Se os consumidores estão na internet, é onde seu negócio
também precisa estar para sobreviver à crise e continuar prosperando.
É importante você divulgar a sua loja na internet com a ajuda
do Site da Startup Valeon, que no caso não é uma despesa a mais e sim
um investimento para alavancar as suas vendas. Desse modo, o seu
processo de vendas fica muito mais profissional, automatizado e
eficiente. Além disso, é possível a captação de potenciais compradores e
aumentar o engajamento dos seus clientes.
Não adianta pensar dessa forma: “Eu faço assim há anos e deu
certo, porque eu deveria fazer diferente? Eu sei o que preciso fazer”. –
Se você ainda pensa assim, essa forma de pensar pode representar um
grande obstáculo para o crescimento do seu negócio, porque o que trouxe
você até aqui é o que você já sabe e não será o que levará você para o
próximo nível de transformação.
O que funcionava antes não necessariamente funcionará no
futuro, porque o contesto está mudando cada vez mais rápido, as formas
como os negócios estão acontecendo são diferentes, os comportamentos dos
consumidores está se alterando, sem contar que estão surgindo novas
tecnologias, como a da Startup Valeon, que vão deixar para trás tudo
aquilo que é ineficiente.
Aqui, na Startup Valeon, nós sempre questionamos as formas de
pensar e nunca estamos totalmente satisfeitos com o que sabemos
justamente por entender que precisamos estar sempre dispostos a conhecer
e aprender com o novo, porque ele será capaz de nos levar para onde
queremos estar.
Mas, para isso acontecer, você precisa estar disposto a
absorver novas formas de pensar também e não ficar amarrado só ao que
você já sabe.
Se este for seu caso, convido você a realizar seu novo começo
por meio da nossa forma de anunciar e propagar a sua empresa na
internet.
Todos eles foram idealizados para você ver o seu negócio e a
sua carreira de uma forma completamente diferente, possibilitando levar
você para o próximo nível.
Aproveite essa oportunidade para promover a sua próxima transformação de vendas através do nosso site.
Então, espero que o seu “não” seja uma provocação dizendo para nós da Startup Valeon – “convença-me”.
História por JOÃO GABRIEL E JULIA CHAIB • Folha de S. Paulo
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A PEC (Proposta de Emenda à Constituição)
que restringe as decisões monocráticas do STF (Supremo Tribunal
Federal) teve em seu favor o voto do líder do governo Lula no Senado,
Jaques Wagner (PT-BA).
Já o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e o
ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), votaram contra –este
último deixou o cargo no Executivo e reassumiu o mandato
temporariamente, por isso conseguiu participar.
No total, tanto no primeiro quanto no segundo turno, o texto foi
aprovado por 52 parlamentares, contra 18 votos contrários e nenhuma
abstenção.
Só PT e MDB, entre os partidos, orientaram voto contra a PEC; PSB e
PSD liberaram suas bancadas. Todas as outras siglas foram favoráveis, e o
governo não marcou posição para sua bancada.
Dentre os nomes que se posicionaram contra a proposta, apenas Romário
(PL-RJ) e Leila Barros (PDT-DF) não são do PT, MDB, PSD ou PSB.
Jaques Wagner, líder do governo, afirmou que decidiu se opor à
posição de seu próprio partido após as mudanças feitas na PEC que
amenizaram sua redação.
“Eu me orgulho de ter participado de um movimento no sentido de
minimizar ou diminuir as diferenças que poderiam incomodar ou serem
interpretadas equivocadamente como uma intromissão do Legislativo na
corte superior”, afirmou.
O líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues, foi contra a
proposta e fez um longo discurso, no qual lembrou o papel do STF contra
manifestantes golpistas do 8 de janeiro.
“Não há outra definição para ela [a proposta]. Ela é uma reação a
sobretudo ao papel histórico que o Supremo Tribunal Federal cumpriu”,
afirmou.
Ele citou o cantor e compositor Chico Buarque e disse que o Congresso
pode se debruçar sobre os outros Poderes, mas que, neste momento, tal
movimentação vai contra a mobilização contra o bolsonarismo.
“Não posso colocar a minha digital e, me permita, também não pode ser
colocada a digital do governo do presidente Lula [a favor da PEC],
sobretudo porque o governo do presidente Lula foi resultado de uma
frente ampla de brasileiros para evitar o pior”, afirmou.
Ele ainda fez uma referência à atuação do STF e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, no combate aos golpistas.
“Nos últimos quatro anos, a democracia brasileira esteve por um fio.
Dentro da institucionalidade democrática, poucos foram aqueles que se
levantaram para impedir que a ruptura do tecido democrático fosse
concretizada. Poucos se levantaram para impedir o avanço das ameaças às
instituições democráticas”, disse, se dirigindo diretamente a Pacheco.
Já Carlos Fávaro esteve no Senado desde a manhã e também acompanhou a
votação do projeto de lei dos agrotóxicos. Ficou para a sessão do
plenário e votou contra a proposta.
Os partidos que fazem parte da base do governo ou que se declaram
independentes, embora tenham integrantes como ministros na Esplanada
(como União Brasil, Republicanos e PP), deram ao menos 31 votos na
sessão.
Aqueles considerados da base mais fiel desde o início da gestão Lula,
como Rede, PSB, MDB, PSD e PDT, deram 15 votos a favor e 16 contra a
proposta.
Outros 10 senadores faltaram à sessão, o que também pode ser encarado
como uma forma de o senador se contrapor à PEC, mas evitar se
posicionar.
O partido que mais registrou divisões foi o próprio PSD, de Pacheco, e
o MDB. No primeiro, foram registrados 7 votos a favor da PEC, 4 contra e
3 ausências. Já no segundo, houve 4 senadores que apoiaram a proposta, 3
que votaram pela derrubada e 4 que faltaram.
No PT, o único que votou a favor da PEC foi justamente Jaques Wagner; os outros 7 optaram por reprovar a proposta.
A ofensiva contra o STF sempre foi uma pauta de senadores aliados a
Jair Bolsonaro (PL), mas ganhou tração justamente a partir de uma
articulação entre o Senado e a oposição na Câmara, impulsionada pela
bancada ruralista, a mais forte do Congresso no momento.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) já chegou a pedir o microfone do
plenário para “fazer público esse agradecimento mais uma vez a vossa
excelência, o presidente Rodrigo Pacheco”.
“Isso é uma questão muito mais ampla que qualquer interesse
eleitoral, meu ou de qualquer outro”, rebateu Pacheco, após ser
questionado pela reportagem.
Alcolumbre é um dos possíveis candidatos à presidência do Senado em 2025.
Seis Estados das Regiões Sul e Sudeste anunciaram nesta semana que
vão propor, às suas respectivas Assembleias Legislativas, o aumento da
alíquota modal do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
(ICMS) para 19,5%. Segundo carta divulgada pelos secretários estaduais
de Fazenda de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais,
Paraná e Rio Grande do Sul, a medida seria uma reação à reforma
tributária sobre o consumo, que, segundo eles, reduzirá a autonomia dos
entes federativos.
“Nesse sentido”, diz o documento, “a arrecadação dos Estados com o
ICMS nos próximos 5 anos condicionará, em significativa medida, as suas
receitas tributárias nos 50 anos subsequentes, configurando-se um forte
incentivo para que aumentem a sua arrecadação entre 2024 e 2028, por
exemplo, mediante a realização de programas de recuperação de créditos
tributários ou aumentos de alíquotas modais de ICMS.”
É interessante observar o argumento tortuoso a que os secretários
recorrem para justificar o aumento do imposto. Verdadeiros estadistas,
estariam muito preocupados com a arrecadação que legarão aos Estados
quando o ICMS for extinto e substituído pelo futuro Imposto sobre Bens e
Serviços (IBS). Veem-se, portanto, obrigados a elevar os impostos agora
para defender as futuras gerações desse possível ataque às contas
públicas que pode vir a se materializar de 2033 a 2078.
É evidente que se trata de desculpa esfarrapada para aumentar
tributos e gastar o dinheiro arrecadado desde já. Esse movimento era
mais do que previsível. Mas a motivação desse ato não é a reforma
tributária, que, por sinal, ainda nem entrou em vigor.
São as Leis Complementares 192 e 194, que alteraram a legislação do
ICMS e impuseram um teto nas alíquotas aplicadas sobre combustíveis,
energia e telecomunicações – historicamente a maior fonte de arrecadação
dos Estados. Aprovadas no ano passado pela Câmara e pelo Senado, elas
foram fruto da pressão do ex-presidente Jair Bolsonaro para baixar os
preços dos combustíveis poucos meses antes da eleição.
A carta dos secretários estaduais de Fazenda até menciona esse
contexto, mas de forma lateral. Sem culpar Bolsonaro e o Congresso, o
documento cita uma “decisão federal alheia à vontade dos Estados” que
promoveu “substantivas alterações na legislação do ICMS, as quais
reduziram a sua capacidade de gerar receitas aos Estados”. “Tal
intervenção provocou uma expressiva e insustentável redução das receitas
tributárias estaduais”, afirma a carta.
À época em que as leis foram submetidas a votação no Legislativo, não
se viu qualquer mobilização por parte dos governadores para barrar a
medida. Pudera: Cláudio Castro, Renato Casagrande, Romeu Zema, Ratinho
Jr. e Eduardo Leite ainda não disputariam a reeleição. O único que ainda
não ocupava o cargo era Tarcísio de Freitas, mas já se sabia que o
ministro da Infraestrutura de Bolsonaro seria candidato ao governo de
São Paulo.
Naquele momento, todos optaram pelo silêncio. Não era hora de testar o
humor do eleitorado e opor-se à redução de impostos, mas de aprovar
reajustes salariais para o funcionalismo, realizar concursos públicos e
afrouxar os gastos. A conta finalmente chegou. Nos primeiros seis meses
deste ano, a arrecadação caiu 8,73% em termos reais, segundo o Conselho
Nacional de Política Fazendária (Confaz) do Ministério da Fazenda.
Saliente-se que os governadores do Sul e Sudeste não foram os únicos a adotar a medida. Segundo o Estadão,
17 Estados já elevaram as alíquotas modais de ICMS desde o fim do ano
passado. A diferença é que eles não culparam a reforma tributária por
seus atos.
É cômodo, mas falso, responsabilizar a reforma tributária pelo
aumento dos impostos. É fácil para os governadores se esconderem atrás
de uma carta assinada por seus secretários estaduais de Fazenda para se
livrarem dos danos causados por uma decisão impopular.
Mas a medida anunciada nesta semana é mera consequência da omissão
destes mesmos Estados no ano passado, quando as propostas foram
discutidas e aprovadas sem qualquer resistência. Estão, agora, colhendo o
que plantaram.
BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) – Acuado diante de uma ofensiva em
Minas tanto do presidente Lula como de Rodrigo Pacheco, presidente do
Senado, o governador Romeu Zema (Novo) mudou sua estratégia de embate e
decidiu tomar a frente nas negociações da dívida de R$ 161 bilhões do
estado com a União.
As discussões sobre o tema vinham sendo tocadas por secretários do
governo mineiro, entre os quais Gustavo Barbosa (Fazenda) em viagens a
Brasília para reuniões com integrantes da equipe econômica do governo
federal. O vice-governador, Professor Mateus (Novo), também participava
das negociações.
Um fator político, porém, deixou Zema sem alternativa e o obrigou a
assumir as conversas. Pacheco (PSD), que tem sido colocado como possível
candidato ao Governo de Minas, iniciou articulações diretamente com
Lula de propostas alternativas para o pagamento da dívida do estado.
Em 2026, Zema deve indicar o nome de algum aliado para a sua sucessão
no estado, que disputaria contra Pacheco, e pode concorrer ao Palácio
do Planalto em uma eleição que pode ter Lula como candidato à reeleição.
Zema, que apoiou Jair Bolsonaro (PL) em 2022, atua na oposição ao
governo petista.
Sobre a dívida mineira, até o momento o caminho para o acerto seria o
RRF (Regime de Recuperação Fiscal), que permite o escalonamento do
passivo.
Nesta terça (21), Pacheco se reuniu em Brasília com Lula e o ministro
Fernando Haddad (Fazenda) para entregar as propostas. Tanto Lula como
Haddad criticaram o governador Zema, com direito a publicação de vídeo.
“Estou na Presidência há dez meses. Eu ouço o Haddad falar de vez em
quando que tem tentado discutir as dívidas dos estados com os
governadores, e aí é importante lembrar que o governador de Minas Gerais
não compareceu em nenhuma reunião. Ele mandou o vice”, diz Lula, na
gravação.
Haddad foi na mesma linha. “Vamos nos dedicar a isso [estudar as
propostas]. Vamos fazer as contas devidas. Mas o melhor de tudo é a
iniciativa. Vim resolver o problema, enfrentá-lo de forma definitiva,
isso é que para nós é uma coisa válida”, afirma o ministro no mesmo
vídeo.
Também participaram do encontro o ministro da Casa Civil, Rui Costa,
das Minas e Energia, Alexandre Silveira, que também é de Minas, e o
presidente da Assembleia Legislativa, Tadeu Leite (MDB).
A presença de Leite é outro motivo de preocupação para Zema. Pelo
cargo, o parlamentar tem influência na pauta da Casa, onde tramita
atualmente o projeto de lei que autoriza o estado a aderir ao Regime de
Recuperação Fiscal.
Na quinta (16), Pacheco já tinha se reunido em Brasília com o
presidente da Assembleia mineira, quando anunciou que faria a entrega a
Lula da proposta alternativa para a dívida de Minas.
Duas das propostas alternativas apresentadas a Lula são um baque para
Zema e, se aceitas, acabam com dois de seus principais projetos de
segundo mandato.
Uma é a federalização da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais)
para abatimento no valor da dívida. Zema nunca escondeu que um de seus
principais projetos é a privatização da estatal.
A outra é o uso de pelo menos parte dos recursos da repactuação do
acordo da tragédia de Mariana também no abatimento da dívida. Zema quer
utilizar o dinheiro para obras em todo o estado.
E aqui já há um ponto de atrito de Zema com o governo Lula. A
intenção do Palácio do Planalto, ao menos até o momento, é usar todo o
recurso do acordo exclusivamente nos municípios ao longo do Rio Doce, em
Minas e no Espírito Santo, região atingida pela tragédia.
Na semana passada, quando Pacheco se encontrou com o presidente da
Assembleia, Zema estava em viagem à Ásia. Já nesta segunda (20), o
governador desembarcou na capital federal e se encontrou com o ministro
da Casa Civil, Rui Costa (PT-BA).
“O objetivo do encontro foi debater especificidades da dívida de Minas Gerais com a União”, afirmou em nota o governo mineiro.
O mesmo texto disse que uma nova reunião seria marcada ainda nesta
semana “para dar sequências às discussões”, desta vez, com o ministro
Fernando Haddad, o que deve ocorrer nesta quarta (22).
Sobre sua alegada ausência para discutir a dívida, o que foi citado
em vídeo por Lula, o governo estadual diz que Zema esteve em Brasília
uma vez para debater o assunto, em reunião com outros governadores. “Em
maio, o governador esteve com o ministro Haddad e demais governadores
para discutir o tema”, afirma o comunicado.
A agenda de Zema na capital federal inclui ainda encontro com Pacheco juntamente com o presidente da Assembleia de Minas.
A principal crítica do grupo político de Pacheco em Minas em relação
ao RRF é que os termos prejudicam os servidores públicos, diminuindo a
possibilidade de reajustes e impactando promoções. Este impacto é negado
por três secretários de Zema. A de Planejamento e Gestão, Luísa
Barreto, o da Fazenda, Gustavo Barbosa e o de Governo, Gustavo
Valadares.
Conforme prazo estabelecido pelo STF (Supremo Tribunal Federal),
Minas Gerais tem que aderir ao regime até 20 de dezembro. Caso
contrário, terá que pagar, de imediato, R$ 18 bilhões da dívida. Com a
aprovação, esse valor cai para R$ 4 bilhões.
O projeto que autoriza o estado a aderir ao RRF está tramitando na
Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária da Assembleia, a
última antes da votação em plenário.
BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) – Aos líderes mundiais que
insultou quando candidato, Javier Milei agora agradece enquanto
presidente eleito. O ultraliberal argentino disse “obrigado” a uma lista
de personalidades globais que lhe felicitaram pela vitória no pleito do
último domingo (19), entre elas gente a quem ele já fez críticas no
passado.
“Agradeço a cada um dos líderes mundiais que entraram em contato
comigo para parabenizar nossa equipe e expressar seus bons votos para o
futuro da Argentina”, escreveu nesta quarta (22) o direitista nas redes
sociais, marcando 22 nomes, entre presidentes e diretores de órgãos como
o FMI (Fundo Monetário Internacional).
O primeiro e mais notório deles é o também argentino papa Francisco, a
quem ele já chamou de “representante do mal na terra”. Mas há também o
líder chileno de esquerda, Gabriel Boric, que caracterizou como
“esquerdista” e “empobrecedor” no passado, e o francês Emmanuel Macron, a
quem já se referiu pejorativamente como “progre” (progressista).
Outro a que ele agradeceu depois foi o americano Joe Biden, que o
cumprimentou durante a tarde em uma ligação de cerca de 10 minutos onde
os dois “discutiram a importância de continuar a fortalecer a relação
entre os EUA e a Argentina”. O ultraliberal disse em maio à CNN que o
democrata é um “socialista moderado, mas é socialista”.
A declaração foi dada ao jornalista argentino Andrés Oppenheimer, que
lhe perguntou o que ele considerava socialismo. “Para mim, qualquer um
que tenha um perfil onde coloque o coletivo à frente do individual entra
na categoria de socialista […] O Partido Democrata tem um perfil,
digamos, socialista da nossa perspectiva”, afirmou.
Já Lula (PT) não conversou nem foi citado por Milei até aqui. No dia
das eleições, o brasileiro reconheceu rapidamente a vitória e deu
parabéns “às instituições e ao povo argentino”, mas não citou seu nome. O
ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta (PT-RS), afirmou
que Lula só deveria ir à posse se recebesse um pedido de desculpas pelas
acusações de Milei durante a campanha.
Após uma conversa de 8 minutos por telefone na terça (21), o papa
Francisco agora ganhou um “agradecimento especial” e foi chamado de “Sua
Santidade” por Milei, que o convidou a visitar a Argentina. Um
tratamento bastante diferente em relação a dois meses atrás, quando
disse que Jorge Bergoglio tinha “afinidade com comunistas assassinos”.
“O papa joga politicamente, tem uma forte interferência política e
demonstrou, além disso, uma grande afinidade com ditadores como [o
cubano Raúl] Castro ou [o venezuelano Nicolás] Maduro. Ou seja, está do
lado de ditaduras sangrentas”, acusou Milei em entrevista ao jornalista
americano conservador Tucker Carlson um mês depois de ganhar as eleições
primárias e se tornar favorito.
“Na verdade, não os condena e é bastante condescendente também com a
ditadura venezuelana. Ele é condescendente com todos os de esquerda,
mesmo que sejam verdadeiros assassinos. Além disso, é alguém que
considera a justiça social como um elemento central, e isso é muito
complicado”, afirmou na época, após diversos outros insultos no passado.
O chileno Boric, a quem ele agora expressou gratidão, também foi
duramente criticado em julho deste ano num evento promovido pelo
ativista liberal Axel Kaiser, em Santiago.
“Entre esquerdistas se unem, ou seja, entre empobrecedores se unem.
E, assim como esperamos exterminar a praga kirchnerista, na verdade,
toda a praga socialista que assola a Argentina por mais de cem anos,
espero que vocês tenham a sorte e a altura para se livrarem também desse
empobrecedor do Boric”, discursou Milei na ocasião.
Macron foi outro que não escapou. Em junho de 2022, quando a Suprema
Corte dos EUA suspendeu o direito constitucional ao aborto, o francês
publicou: “O aborto é um direito fundamental para todas as mulheres.
Deve ser protegido. Quero expressar minha solidariedade às mulheres
cujas liberdades estão sendo minadas pela Suprema Corte dos Estados
Unidos”.
Milei, já em campanha pela Presidência, respondeu ao tuíte. “Aqui
outro progre… Contra a vida, contra a biologia, contra a matemática,
contra a lógica, contra o liberalismo. Para não falar do respeito às
instituições, especialmente às de outros países… Com líderes assim, é um
milagre que o planeta ainda exista”, escreveu.
Na lista de agradecimentos está ainda Narendra Modi,
primeiro-ministro da Índia, o qual o argentino não criticou diretamente,
mas que entra no pacote de críticas ao Brics, bloco que o país integra
junto ao Brasil, Rússia, China e África do Sul.
“Nosso alinhamento geopolítico é com os Estados Unidos e Israel. Essa
é a nossa política internacional. Nós não vamos nos alinhar com
comunistas”, afirmou Milei em agosto, quando o atual presidente
peronista Alberto Fernández anunciou que aceitaria o convite recebido
para entrar no grupo.
Israel e o Hamas fizeram um acordo de troca de prisioneiros e reféns, além de uma pausa de quatro dias nos combates na Faixa de Gaza.
Segundo informações obtidas pela BBC, a suspensão dos conflitos
começará às 10h (às 5h no horário de Brasília) de quinta-feira (23/11),
enquanto a troca de prisioneiros ocorrerá por volta do meio-dia.
Israel divulgou uma lista de 300 palestinos que poderiam ser
libertados. A maioria tem 17 ou 18 anos, variando a idade geral entre 14
e 59 anos. Segundo foi informado, 274 dos detidos são homens.
A lista foi publicada devido a uma formalidade em Israel. Antes de qualquer libertação de prisioneiros, os cidadãos israelenses devem ter 24 horas para entrar com um recurso na Suprema Corte israelense.
Na primeira fase, prevista para começar na quinta, o Hamas libertará um total de 50 mulheres e crianças reféns, num grupo de 12 pessoas por dia.
Israel libertará, então, 150 palestinos. Em seguida, Israel se
comprometeu a libertar “até” mais 150 palestinos detidos se “até” mais
50 reféns forem libertados de Gaza.
O Hamas, grupo classificado como terrorista pela União Europeia, o
Reino Unido e os Estados Unidos, matou mais de 1.200 pessoas e fez mais
de 200 reféns em Gaza desde o dia 7 de outubro, segundo as autoridades
israelenses.
Desde então, mais de 14 mil palestinos que viviam na Faixa de Gaza
foram mortos em ataques aéreos israelenses e numa invasão terrestre,
segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.
Israel também listou os crimes ou supostos crimes dos 300 prisioneiros palestinos que poderiam ser libertados.
Eles incluem tentativa de homicídio, ataques com bombas, confecção de
objetos explosivos ou incendiários, lançamento de pedras, contato com
uma organização hostil, lesões corporais graves e incêndio criminoso por
motivos nacionalistas.
Ao contrário das trocas anteriores de prisioneiros, nenhuma das
pessoas que constavam na lista foi condenada pelo assassinato de
israelenses.
A troca de maior visibilidade ocorreu em outubro de 2011, quando o
soldado israelense Gilad Shalit foi libertado após cinco anos de
cativeiro do Hamas. Ele foi trocado por 1.027 prisioneiros palestinos
como parte do acordo entre Israel e o grupo palestino.
Alguns dos prisioneiros libertados foram condenados por homicídio,
incluindo Yahya Sinwar, líder do Hamas na Faixa de Gaza, e um dos
apontados por Israel por idealizar o ataque de 7 de outubro.
Outra grande troca ocorreu em janeiro de 2004, quando Israel libertou
436 prisioneiros palestinos e outros árabes, num acordo com o grupo
Hezbollah, apoiado pelo Irã e com sede no Líbano.
Isso facilitou o retorno de Elhanan Tannenbaum, um empresário israelense, e dos restos mortais de três soldados israelenses.
A população carcerária palestina de Israel está aumentando, com um
total de 7.000 palestinos presos em cadeias geridas por Israel, segundo a
Addameer, uma organização palestina de direitos humanos.
Isso inclui 80 mulheres e 200 crianças menores de 18 anos.
A organização não-governamental afirma que mais de 3.000 palestinos
foram presos desde o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro.
Israel rotulou a Addameer como uma organização “terrorista” em 2021,
junto com outros cinco grupos palestinos de direitos civis. A ONU e
grupos internacionais de direitos humanos rejeitam essa designação.
No final de setembro de 2023, o Serviço Prisional de Israel (IPS, na
sigla em inglês) mantinha 146 menores palestinos detidos ou presos por
motivos que definiu como “segurança”, segundo a organização israelense
de direitos humanos B’Tselem.
Ao mesmo tempo, o IPS também detinha 34 menores palestinos por estarem ilegalmente em Israel, acrescentou.
O Clube dos Prisioneiros Palestinos, uma organização independente de
direitos palestinos, afirma que seis detentos morreram nas prisões
israelenses desde o ataque do Hamas, com cinco dos presos mortos depois
de 7 de outubro.
Sem acusação formal ou julgamento
Israel também tem um sistema chamado “detenção administrativa”, no
qual uma pessoa pode ser detida sem receber informações sobre as
acusações que enfrenta ou ser submetida a julgamento. Esses casos
envolvem principalmente palestinos.
No dia 1º de novembro, de acordo com a organização israelense de
direitos humanos HaMoked, havia 2.070 palestinos detidos
administrativamente em Israel. Estima-se que esse número era de 1.319
quando ocorreu o ataque do Hamas.
Jessica Montell, diretora-executiva da HaMoked, apoia o acordo.
“Manter pessoas reféns é em si ilegal, um crime de guerra, e o Hamas
deveria libertar todos os reféns incondicionalmente” disse ela num
comunicado. “Mas é apropriado que Israel liberte prisioneiros e detidos
para alcançar este objetivo.”
Ela também disse que mulheres e crianças palestinas mantidas em
detenção administrativa serão libertadas como parte do acordo
Israel-Hamas.
“Essas pessoas também deveriam ter sido libertadas
incondicionalmente. Portanto, um acordo para libertar reféns israelenses
e os palestinos detidos administrativamente é duplamente bem-vindo.”
As Nações Unidas têm sido altamente críticas a Israel ao longo dos
anos. A organização afirma que gerações de palestinos suportaram
“privação arbitrária de liberdade generalizada e sistemática” sob a
“ocupação israelense”.
“Desde 1967, mais de 800 mil palestinos, incluindo crianças , foram
detidos com base numa série de regras autoritárias promulgadas,
aplicadas e julgadas pelos militares israelenses”, afirmou um relatório
da Relatora Especial para os Territórios Ocupados Palestinos desde 1967,
Francesca Albanese, publicado em junho de 2023.
Ela disse que não foi autorizada a visitar a Cisjordânia ocupada, mas
viajou para a Jordânia e conduziu entrevistas remotamente durante seis
meses.
Israel rejeitou as suas conclusões e disse que o seu mandato foi
criado com o único propósito de “discriminar Israel e os israelenses”.
A ONU e a Save the Children, uma organização não governamental,
afirmam que entre 500 e 700 crianças palestinas entram todos os anos no
sistema de detenção militar israelenses.
Um laudo preliminar apontou queAna Clara Benevides, de 23 anos, fã que morreu durante o primeiro show da cantora Taylor Swift, no Estádio Nilton Santos, o Engenhão, no Rio de Janeiro, teve hemorragia pulmonar.
No entanto, o quadro não pode ser considerado como a causa da morte da
jovem. Novos exames foram realizados e a previsão é que a entrega dos
resultados aconteça em 30 dias.
Ana Clara teve uma parada cardiorrespiratória e não resistiu.
Ela foi socorrida pela equipe de resgate na grade em frente ao palco,
antes do show da artista ter início na noite de sexta-feira, 17. A
suspeita é de que a morte tenha sido ocasionada pela forte onda de calor
que atingiu a capital fluminense. No dia, a sensação térmica ficou
próxima aos 60 ºC. A artista inclusive interrompeu o show algumas vezes para entregar água aos fãs.
“A hemorragia pulmonar é um diagnóstico que pode ter
múltiplas causas. Em geral, está associada a doenças prévias. É muito
raro uma pessoa saudável ter uma hemorragia pulmonar somente pela
exposição prolongada ao calor. Pode acontecer, mas é muito raro”, afirma
Marcelo Ferraz Sampaio, cardiologista da BP – A Beneficência Portuguesa
de São Paulo.
É uma síndrome de sangramento pulmonar recorrente ou persistente, que
pode ser causada por diversos fatores. Ela provoca um acúmulo de sangue
nos alvéolos, o que pode interromper as trocas gasosas.
Quais os fatores de risco para a hemorragia pulmonar?
O problema pode ter várias causas. Pode acontecer pela presença de
doenças prévias, como doenças autoimunes e renais. Doenças cardiológicas
(como estenose mitral) e doenças do sangue (os chamados distúrbios de
coagulação) também podem favorecer esse quadro.
“O uso de medicamentos anticoagulantes, antiarrítmicos e drogas
quimioterápicas, a presença de condições próprias do pulmão, além da
presença de infecções ativas, e não somente na parte respiratória, podem
dar essa hemorragia pulmonar”, acrescenta o cardiologista. Ainda
segundo ele, outros pontos de atenção são traumas e tosse excessiva.
“Neste último caso, tem um detalhe: a desidratação é capaz de levar ao
excesso de tosse, que, por sua vez, pode ocasionar a ruptura de algum
determinado vaso e provocar a hemorragia pulmonar”, aponta o médico.
Quais são os principais sintomas da hemorragia pulmonar?
Sintomas respiratórios, como tosse persistente e falta de ar;
Dor no tórax;
Queda da pressão arterial;
Palidez, por causa de anemia aguda;
Desmaio;
Queda de oxigenação.
“Tudo depende ainda da magnitude e da quantidade da hemorragia. Se é
uma hemorragia leve, moderada ou severa, ela pode provocar mais ou menos
sintomas”, observa o especialista.
A exposição prolongada ao calor pode levar à morte?
Certamente a exposição prolongada ao calor pode levar a consequências
perigosas, inclusive à morte. “Temos determinados estados evolutivos
que começam com a queda da pressão, alteração dos batimentos cardíacos,
desidratação, fraqueza e exaustão pelo calor, chegando até a desmaios e
morte”, comenta o cardiologista. Mas ele frisa que tudo depende muito do
tempo de exposição, da temperatura, da umidade e da presença de
condições de saúde prévias da pessoa.
O que é a complicação conhecida como heatstroke, relacionada ao calor?
São complicações neurológicas que ocorrem devido a temperaturas
extremas, quando mecanismos compensatórios que nosso corpo lança para
lidar com a situação se esgotam, levando a uma dificuldade de eliminar o
calor e ao aumento da temperatura do corpo. “Esse heatstroke tem várias
fases. Em um momento inicial, às vezes temos uma alteração cognitiva
leve ou alteração sensorial, com confusão mental ou sensação de
sonolência ou fraqueza”, disse o cardiologista da BP.
Quando o organismo se mostra incapaz de manter uma temperatura corpórea de, em média, 37ºC,
as alterações neurológicas vão aumentando. Em geral, o heatstroke
acontece em situações associadas a esforços excessivos realizados em
climas e condições externas muito quentes e úmidas, mas também pode
acontecer independentemente do esforço.
“Quando a temperatura chega perto dos 40ºC, pode
provocar o que chamamos de insolação, que já é uma fase mais importante
do heatstroke, com possível piora da confusão mental, além de aumento de
risco de convulsões, perda da consciência, falência de vários órgãos e
evolução para o coma e até mesmo morte, se a temperatura chegar ou
passar dos 40ºC”, explica Sampaio.
Algumas condições próprias das pessoas podem favorecer esse grave
quadro, como obesidade, uso de certos remédios (como diuréticos) e estar
nos extremos das idades, ou seja, ser bebê ou idoso.
A hemorragia pulmonar pode acontecer por causa da massagem cardíaca?
“Uma massagem cardíaca pode ter relação com uma hemorragia se a
técnica não for apropriada ou feita por pessoas que não sabem exatamente
conduzi-la de forma efetiva. Uma massagem prolongada também pode
provocar (a hemorragia pulmonar)”, avalia o cardiologista da BP.