sábado, 11 de novembro de 2023

EMPRESA ALEGAM NÃO INVESTIR EM CABEAMENTO SUBTERRÂNEO DE ELETRICIDADE DEVIDO ALTO CUSTO

História por admin3  • IstoÉ Dinheiro

Para especialistas ouvidos pela DW, alto custo, território extenso e pouca visão de longo prazo impedem país de investir em cabos subterrâneos. Crise climática, porém, deve tornar infraestrutura cada vez mais necessária.Quem caminha pelas ruas das cidades brasileiras, depara-se com um emaranhado de fios em postes de eletricidade. Mais do que gerar uma paisagem urbana poluída, a fiação aérea causa acidentes, atrapalha a arborização e é responsável pela instabilidade nos serviços de energia, que ficam sujeitos às condições climáticas.

O recente temporal de 3 de novembro em São Paulo, que matou ao menos oito pessoas, derrubou postes e árvores e deixou moradores sem eletricidade por até cinco dias, evidenciou mais uma vez o tamanho do problema. E cientistas alertam: eventos climáticos extremos como esse vão se tornar cada vez mais frequentes, o que traz à tona o debate sobre a forma como as cidades vão resistir a eles.

No Brasil, a fiação subterrânea corresponde a menos de 1% da malha elétrica. Os exemplos são bastante pontuais, presentes na maioria da vezes apenas em algumas avenidas importantes e centros históricos. Estima-se que no Rio de Janeiro o percentual seja de 11%, em Belo Horizonte, de 2%, em Porto Alegre, de 9%, e em São Paulo, de apenas 0,3%.

Para especialistas ouvidos pela DW, os principais motivos para que o Brasil não invista em fiação elétrica subterrânea são o alto custo dessa infraestrutura e a grande dimensão do país.

“A lógica das distribuidoras é que não compensa investir, já que apenas eventualmente tem um tufão, um temporal. Mas os prejuízos dos sinistros climáticos vão ser mais intensos e frequentes, isso vai trazer um custo tão alto, que logo o investimento em fiação subterrânea será mais urgente”, destaca Nivalde Castro, coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

De acordo com ele, a Enel, que opera boa parte da rede da capital paulista, faz investimentos na sua infraestrutura tendo como parâmetro ventos máximos de 80kmh.

“Nesse último temporal, o vento chegou a 115kmh, e a previsão era de apenas 55kmh”, explica o professor, que acredita que essas “surpresas” podem ficar cada vez mais comuns. “Será que esse novo paradigma climático não exige uma revisão dos parâmetros técnicos das cidades?”, questiona.

Quais são as barreiras?

Especialistas apontam que o custo para instalar redes subterrâneas é cerca de 10 vezes maior do que o custo de instalação das aéreas. Existem despesas com obras que envolvem abertura de valas, construção de poços de inspeção e recomposição de calçadas. Além disso, os materiais utilizados na rede subterrânea têm custo maior, já que o cabeamento deve ser revestido e impermeável.

Para Nivalde Castro, o que impede o Brasil de adotar o modelo é o fato de ser um país em desenvolvimento, com um território de grandes dimensões e uma alta densidade demográfica.

“É um investimento muito alto. Até em países ricos, como EUA e Japão, boa parte da rede é aérea. Nossas cidades crescem rápido, não são como as europeias”, aponta.

A principal dificuldade é que, da forma como essas empresas operam, o alto custo poderia ser passado ao consumidor.

“Quando faço um investimento, ele entra na tarifa do consumidor quase imediatamente. A Aneel [Agência Nacional de Energia Elétrica] estabelece inclusive um limite permitido de investimento, o chamado investimento prudente. A tarifa subiria muito e a amortização seria longa, geraria problema de inadimplência, furto, protestos”, observa o professor. “Acredito que a melhor solução seria cobrar tarifas diferenciadas, em função da qualidade do atendimento. Onde houver investimento em [rede] subterrânea, a tarifa tem de ser maior, para não criar subsídio cruzado”, acrescenta.

Já para Roberto D’Araujo, engenheiro elétrico e diretor do Instituto de Desenvolvimento Estratégico do Setor Energético (ILUMINA), apesar do investimento inicial ser alto, as despesas futuras diminuiriam.

“Na fiação subterrânea, a manutenção é muito mais barata. O problema é a visão de curto prazo das empresas privadas”, defende.

Desafio do trabalho conjunto

Especialistas destacam que, para uma migração à fiação subterrânea, seria necessário a interlocução entre vários setores, e não apenas o energético. No Brasil, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) é o órgão que coordena as concessões às distribuidoras, define normas para o setor e fiscaliza as empresas durante os contratos. Já a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) regula as empresas de telecomunicação.

“É preciso convencer empresas de telecomunicações para que elas participem também, é um projeto de cidade, não se trata de projeto exclusivamente da distribuidora. Estamos numa situação muito complicada”, destaca Roberto D’Araujo.

Além disso, os projetos na área teriam de começar aos poucos, tendo em vista regiões de maior densidade. O fato de o país não ter investido nessa infraestrutura no passado, deixa a situação ainda mais desafiadora. Nas atuais cidades brasileiras, o custo de uma migração total seria exorbitante, justificam as concessionárias de energia.

“Esse é um argumento que as empresas usam, calculam toda a rede e apresentam um custo de vários bilhões, mas é viável se feito aos poucos”, defende o coordenador do ILUMINA.

A Prefeitura de São Paulo disse essa semana que estima que, somente para o enterramento dos fios na região central da cidade, seriam necessário R$ 20 bilhões.

Em 2017, o ex-prefeito de São Paulo João Doria (PSDB) fez um acordo com a AES Eletropaulo e as empresas de telefonia e internet da capital paulista para implementar um programa de enterramento de fios. A iniciativa se manteve sob o governo de Ricardo Nunes (MDB), mas apenas 37 dos quase 65 quilômetros que haviam sido estipulados como meta foram concluídos.

Também em São Paulo, em 2005, uma lei municipal estabeleceu que as concessionárias de energia e outros serviços via cabo enterrassem por conta própria 250 quilômetros de rede por ano. A Justiça, porém, entendeu que o município não tem competência para legislar sobre o assunto, já que a concessão do serviço de distribuição de energia é federal.

Em Porto Alegre, uma lei sancionada pelo prefeito Sebastião Melo neste ano estabelece o cabeamento subterrâneo até 2038. Especialistas veem a meta com ceticismo, já que projetos concretos de transição para fiação subterrânea são praticamente ausentes em todo país.

Melhorias no sistema já existente

Mas se os custos de uma rede subterrânea são altíssimos, o que pode ser feito para melhorar a situação do país e evitar um novo apagão devido a um temporal?

Para Roberto D’Araujo é preciso organizar as instalações aéreas existentes, separar a mistura de cabos de eletricidade com cabos de telecomunicação e combater irregularidades. “Muitas cidades nos EUA não tem fiação enterrada. Mas você olha pra cima, existe uma arrumação, existe uma distância muito grande da tensão de distribuição e dos cabos de telecomunicação. Poderiam ser colocados postes mais altos para separar diferentes fiações”, argumenta.

Além disso, é necessário melhorar a condição dos postes e dos próprios fios, que muitas vezes estão “descampados”, causando piques de luz e sendo um risco à vida das pessoas que se aproximam. “As empresas de telecomunicações pagam um aluguel às distribuidoras. essa receita deveria ser investida na melhoria da rede, não é uma taxa que cobram do consumidor”, aponta Araujo.

A podagem das árvores é outra questão. O especialista explica que, se feita de maneira correta, ela diminui os riscos de queda em caso de temporais.

“A podagem só pode ser feita com presença da distribuidora, pelo risco da fiação. Então a distribuidora também tem responsabilidade sobre isso”.

O especialista defende ainda que o principal problema é a falta de fiscalização e de aplicação correta de multas, que poderiam servir de recursos para realizar investimentos de melhoria.

“A agência reguladora não fiscaliza de forma eficiente. Só uma melhoria na arrumação dos postes e nas árvores já faria uma grande diferença”, conclui.

O post Por que o Brasil não investe em fiação elétrica subterrânea? apareceu primeiro em ISTOÉ DINHEIRO.

 

MAGNO MALTA DIZ QUE A APROVAÇÃO DA REFORMA TRIBUTÁRIA NO SENADO SERÁ O APOCALIPSE DO BRASIL

 

História por Sarah Peres  • 

O senador Magno Malta (PL-ES) afirmou que o Senado votou “o apocalipse do Brasil”, em referência à aprovação em 2 turnos da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da reforma tributária na 4ª feira (8.nov.2023). O placar da PEC 45 de 2019 no 1º e 2º turno foi de 53 votos.

“A chamada reforma tributária é um compêndio comunista, que tem ligações com todas as pautas do Ministério da Saúde, do Ministério da Justiça e com todas as sandices que são ditas pelo ministro da Casa CivilRui Costa, que defende o tráfico e sua pluralidade”, disse.

As falas do congressista foram em sessão solene na Ales (Assembleia Legislativa do Espírito Santo). Malta acompanhou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que recebeu duas homenagens na Casa nesta 6ª feira (10.nov).

O senador disse que congressistas que “se diziam de oposição” ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os quais se elegeram pelo lema “Deus, pátria e família”, votaram a favor da tributária.

“Essa oposição [ao governo] que o povo tanto sonhava no Senado, votou a favor […] Por puro interesse pessoal, a fim de ganhar cargo”, afirmou.

Magno Malta também falou que, com a aprovação da reforma tributária, o “cerco ideológico se fechou”.

“Criaram o chamado Conselho Federativo, em que todo dinheiro arrecadado pelos municípios, desde o IPTU [Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana], vai para Brasília. E aí, quem for amigo do rei, ganha uma barra de ouro. Quem não for, ganha uma cesta básica”, disse.

Além disso, o congressista afirmou que “o poder central comunista poderá controlar a todos” por meio da PEC e que “o povo viverá como Cuba. Haverá uma casta privilegiada, a da esquerda”.

Em seu discurso, Bolsonaro também criticou a aprovação da tributária e o governo de Lula. Disse que senadores os quais “se elegeram de verde e amarelo” votaram com o PT.

Entre aliados do ex-presidente, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) votou a favor do texto, segundo ele, “por coerência”. O presidente do PP nacional e ex-ministro da Casa Civil durante a gestão Bolsonaro é um dos críticos mais acerbos do governo Lula, mas, na prática, não causa problemas ao Planalto.

SINDICATOS COBRAM CONTRIBUIÇÃO SINDICAL ABUSIVAS E DIFICULTAM O DIREITO DE RECUSA DO TRABALHADOR

 

História por DOUGLAS GAVRAS  • Folha de S. Paulo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O TST (Tribunal Superior do Trabalho) derrubou uma contribuição assistencial para um sindicato após decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) liberar a cobrança de não associados.

A 8ª Turma da corte trabalhista, no dia 25 de outubro, usou trecho da decisão do tribunal constitucional e rejeitou a imposição da taxa por não haver o direito de recusa ao pagamento.

Em setembro deste ano, o STF mudou sua própria jurisprudência e autorizou a cobrança de contribuição assistencial de não sindicalizados, desde que assegurado o chamado direito de oposição.

Desde então, como mostrou a Folha de S.Paulo, sindicatos têm adotado práticas consideradas abusivas ao exigir o pagamento de taxas e dificultado a recusa ao pagamento.

No caso concreto, que envolve uma empresa e um sindicato do setor de construção, ministros do TST, por unanimidade, afirmam que a cobrança de um não associado, sem o direito de recusa, “fere a liberdade de associação e sindicalização”.

O sindicato queria cobrar dos empregados sem o direito de oposição, e uma empresa pediu para que essa cobrança fosse barrada. A empresa sustenta que a cobrança de “contribuição confederativa e associativa” de empregados não sindicalizados fere a liberdade de associação e sindicalização.

O processo foi relatado por Sérgio Pinto Martins. Trata-se de recurso de uma companhia que atua na produção de concreto, com filial em Gramado (RS), contra um sindicato local.

O ministro concorda com o argumento da empresa de que a cobrança sem direito de oposição da taxa leva à “violação de entendimento vinculante do STF”.

No chamado Tema 935, o Supremo estabeleceu, em repercussão geral —com validade para todos os sindicatos, de trabalhadores e patronais—, que “é constitucional a instituição, por acordo ou convenção coletivos, de contribuições assistenciais a serem impostas a todos os empregados da categoria, ainda que não sindicalizados, desde que assegurado o direito de oposição”.

A regra, no entanto, foi desrespeitada. Com isso, a 8ª Turma condenou o sindicato ao pagamento de honorários advocatícios no percentual de 15% sobre o valor da causa, o equivalente a R$ 545,80.

Para o advogado e consultor trabalhista Ricardo Calcini, abre-se um precedente que pode ser aplicado a outras contribuições assistenciais devidas por empregados que não tiverem a oportunidade de exercerem previamente o exercício da oposição.

“A decisão do STF no Tema 935 provocará uma avalanche de processos judiciais, afinal, é sabido que, na prática, os sindicatos estão limitando —para não dizer suprimindo— o exercício da oposição.”

Ele complementa que, se houver o desconto salarial a título de contribuição assistencial, sem que o empregado possa exercer o seu direito de oposição, as empresas correrão riscos de arcarem com a devolução nos processos trabalhistas.

“É uma decisão que se vê depois do que disse o Supremo e que vai em linha com o que o STF estabeleceu. A imposição da contribuição é nula, uma vez que contraria o dispositivo legal de que é preciso autorizar, não basta o silêncio para impor o pagamento”, concorda Cássia Pizzotti, sócia da área trabalhista do Demarest.

Na terça-feira (7), a PGR (Procuradoria-Geral da República) recorreu ao STF, pedindo que os ministros esclareçam pontos pendentes na ação que trata da cobrança de contribuição sindical.

O Ministério Público quer que os ministros definam regras que possam impedir cobranças retroativas da taxa, estipulem o percentual razoável a ser pago, deixem claro como deve ser o direito de oposição e proíbam empregadores de desestimular o pagamento ou estimular a recusa à contribuição.

Procurado, o sindicato de Gramado não havia respondido às tentativas de contato até a publicação desta reportagem. A empresa também não se manifestou.

DELAÇÃO DE CID HOMOLOGADA PELO STF É MAIS UMA CONFISSÃO FRACA E CARENTE DE PROVAS

personCaio Tomahawk – Facebook


Advogado de Bolsonaro Contesta Delação: “Chance é Tão Real Quanto um Remake de Roque Santeiro na TV Globo”

Brasília, 10 de novembro de 2023 – Em meio às alegações explosivas feitas pelo tenente-coronel Mauro Cid em sua delação premiada à Polícia Federal, o advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro, Fabio Wajngarten, veio a público negar veementemente as acusações que apontam Bolsonaro como mandante de crimes de peculato e lavagem de dinheiro. A controvérsia gira em torno de uma suposta autorização para avaliação e venda de um relógio Rolex por parte do então ajudante de ordens.

Em declarações à imprensa, Wajngarten destacou a improbabilidade do cenário apresentado por Cid, ironizando a situação. “A chance do tenente-coronel Mauro Cid ter recebido uma demanda do presidente Jair Bolsonaro para avaliar um relógio Rolex nos Estados Unidos é tão real quanto o presidente produzir o remake de Roque Santeiro e exibi-lo na TV Globo”, afirmou o advogado, usando uma analogia que visa descredibilizar as acusações.

Wajngarten não poupou críticas à validade da delação, referindo-se ao subprocurador-geral da República, Carlos Frederico Santos, que classificou o conteúdo como “fraco” e carente de provas concretas. O advogado questionou a motivação por trás da divulgação de novas informações, sugerindo que seria uma estratégia para manter o assunto em destaque mesmo após a declaração do subprocurador.

“Depois de uma fala avassaladora do dr. procurador enterrando de vez a tal delação, que mais é uma confissão, era mais do que esperada e necessária uma resposta grande por parte de quem nos ataca com novos vazamentos”, afirmou Wajngarten em uma postagem, insinuando que as informações adicionais têm o propósito de manter o escândalo em evidência. Ele acrescentou, de forma irônica, que, apesar das tentativas de impactar, o conteúdo é “risível e digno de roteiro de humor”.

A declaração do advogado surge em um momento crucial, pois a delação de Mauro Cid foi homologada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A controvérsia em torno das acusações coloca em xeque a reputação do ex-presidente Bolsonaro e promete ser um ponto central de discussão nos próximos dias.

Ainda não se sabe como a opinião pública e as autoridades reagirão às declarações de Wajngarten, mas a ironia e a descrença expressas pelo advogado indicam uma postura de defesa agressiva por parte da equipe jurídica de Bolsonaro. Enquanto isso, o país aguarda desenvolvimentos adicionais nesse cenário já carregado de tensão política.

 

MAD SKILLS SÃO HABILIDADES INCOMUNS QUE DESVIAM DAS HABILIDADES TRADICIONAIS

 

Autor: Virgilio Marques dos Santos, sócio-fundador da FM2S Educação e Consultoria

Em um mundo que valoriza cada vez mais a singularidade e a inovação, a ideia de “mad skills” tem ganhado destaque, especialmente no âmbito profissional. Mas o que exatamente são mad skills? Vamos explorar este conceito e como ele pode revolucionar sua carreira.

Definição e origem das mad skills

Mad skills são habilidades incomuns ou não convencionais que alguém pode possuir, que se desviam das tradicionais “hard skills” e “soft skills” tipicamente valorizadas no ambiente de trabalho. Este termo, emergindo das subculturas e linguagens informais, ressalta competências que vão além dos diplomas e certificados, destacando talentos únicos que podem contribuir de maneiras inesperadas e valiosas para o ambiente de trabalho.

Um exemplo clássico de mad skill pode ser a capacidade de resolver problemas complexos de maneira criativa. Pense em um momento em que você estava diante de um desafio aparentemente intransponível e conseguiu encontrar uma solução inovadora. Talvez você tenha usado uma combinação de conhecimentos de áreas distintas para criar uma solução única. Isso é uma mad skill em ação. Além desse, segue uma lista de outros exemplos para você identificar:

● Tocar um instrumento musical: criatividade, disciplina e habilidades motoras finas;

● Praticar esportes coletivos: trabalho em equipe, liderança e habilidades de comunicação;

● Fotografia: habilidades de observação, criatividade e atenção aos detalhes;

● Aprender um novo idioma: adaptabilidade, habilidades de comunicação e abertura para novas culturas;

● Artesanato: habilidades manuais, criatividade e atenção aos detalhes;

● Voluntariado: empatia, habilidades de liderança e trabalho em equipe;

● Programação de computadores: habilidades técnicas, pensamento lógico e resolução de problemas;

● Jardinagem: habilidades práticas, paciência e perseverança;

● Escrita criativa: habilidades de comunicação, criatividade e pensamento crítico;

● Dança: disciplina, trabalho em equipe e habilidades motoras.

O papel das mad skills na vida profissional

Na vida profissional, as mad skills são um verdadeiro game-changer. Elas permitem abordagens únicas para problemas antigos, incentivando a inovação e a criatividade. Em um mundo cada vez mais interconectado e multidisciplinar, as habilidades incomuns podem ser a chave para desbloquear novas oportunidades e abordagens.

Por exemplo, uma pessoa com habilidades avançadas em storytelling pode trazer uma nova vida a apresentações de negócios, transformando dados brutos em histórias envolventes que cativam a audiência. Já alguém com um background em Psicologia pode ter insights valiosos em uma equipe de Marketing, compreendendo melhor o comportamento do consumidor.

Além de abrir portas para inovação, as mad skills também podem ter um impacto significativo na produtividade. Ao aplicar essas habilidades não convencionais, os profissionais podem encontrar atalhos e soluções eficientes para tarefas rotineiras, aumentando a eficácia geral da equipe.

Exibindo suas mad skills em uma entrevista de emprego

Agora, como você pode apresentar suas mad skills em uma entrevista de emprego sem parecer estranho ou deslocado? Aqui estão algumas dicas:

Contextualize suas habilidades: Quando falar sobre uma habilidade não convencional, mostre como ela é relevante para a vaga em questão. Explique como suas habilidades únicas podem trazer valor agregado à equipe e à empresa.

Dê exemplos concretos: Falar de forma abstrata sobre suas habilidades pode não ser tão eficaz quanto demonstrar como você as aplicou no passado. Compartilhe histórias ou experiências onde suas mad skills fizeram a diferença.

Encontre o equilíbrio: Enquanto você quer se destacar, também é importante mostrar que possui as habilidades tradicionais necessárias para a função. Equilibre a discussão de suas habilidades não convencionais com as competências essenciais para o trabalho.

Seja genuíno: Autenticidade é crucial. Não tente forçar uma mad skill que você não possui. Em vez disso, concentre-se nas habilidades únicas que você genuinamente traz para a mesa.

Prepare-se para a curiosidade: Esteja pronto para responder a perguntas sobre suas habilidades não convencionais. Algumas pessoas podem estar familiarizadas com o conceito de mad skills, enquanto outras podem ser completamente novas no assunto.

Valorizando a individualidade e a inovação

As mad skills são mais do que apenas um conjunto de habilidades incomuns; elas representam uma nova maneira de pensar sobre talento e potencial no local de trabalho. Ao abraçar e valorizar essas habilidades, tanto os indivíduos quanto as organizações podem desbloquear novos níveis de criatividade, inovação e eficiência.

Então, da próxima vez que você se preparar para uma entrevista de emprego, lembre-se de considerar não apenas as habilidades tradicionais que você traz, mas também as suas mad skills – aquelas habilidades únicas que realmente o fazem se destacar. Fica aqui este conceito para que você reflita sobre as suas mad skills já existentes – ou busque uma nova, caso se sinta inspirado.

Virgilio Marques dos Santos é um dos fundadores da FM2S, doutor, mestre e graduado em Engenharia Mecânica pela Unicamp e Master Black Belt pela mesma Universidade. Foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da Unicamp, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.

 A importância do bom site da Valeon para o seu negócio

Moysés Peruhype Carlech

Antigamente, quando um cliente precisava de um serviço, buscava contatos de empresas na Lista Telefônica, um catálogo que era entregue anualmente ou comprado em bancas de jornais que listava os negócios por áreas de atuação, ordem alfabética e região de atuação.

De certa forma, todos os concorrentes tinham as mesmas chances de serem encontrados pelos clientes, mas existiam algumas estratégias para que os nomes viessem listados primeiro, como criar nomes fantasia com as primeiras letras do alfabeto.

As listas telefônicas ficaram no passado, e, na atualidade, quando um cliente deseja procurar uma solução para sua demanda, dentre outros recursos, ele pesquisa por informações na internet.

O site da Valeon é essencial para que sua empresa seja encontrada pelos seus clientes e ter informações sobre a empresa e seus produtos 24 horas por dia.  Criamos uma marca forte, persuasiva e, principalmente, com identidade para ser reconhecida na internet. 

Investimos nas redes sociais procurando interagir com o nosso público através do Facebook, Google, Mozilla e Instagram. Dessa forma, os motivos pelos quais as redes sociais ajudam a sua empresa são inúmeros devido a possibilidade de interação constante e facilitado como o público-alvo e também a garantia de posicionamento no segmento de marketplaces do mercado, o que faz com que o nosso cliente sempre acha o produto ou a empresa procurada.

A Plataforma Comercial site Marketplace da Startup Valeon está apta a resolver os problemas e as dificuldades das empresas e dos consumidores que andavam de há muito tempo tentando resolver, sem sucesso, e o surgimento da Valeon possibilitou a solução desse problema de na região do Vale do Aço não ter um Marketplace que Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos e o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual. Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual. 

Quando o assunto é e-commerce, os marketplaces são algumas das plataformas mais importantes. Eles funcionam como um verdadeiro shopping center virtual, atraindo os consumidores para comprar produtos dos mais diversos segmentos no mesmo ambiente. Por outro lado, também possibilitam que pequenos lojistas encontrem uma plataforma, semelhante a uma vitrine, para oferecer seus produtos e serviços, já contando com diversas ferramentas. Não é à toa que eles representaram 78% do faturamento no e-commerce brasileiro em 2020. 

Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas vantagens que são extremamente importantes para quem busca desenvolver seu e-commerce e escalar suas vendas pela internet, pois através do nosso apoio, é possível expandir seu ticket médio e aumentar a visibilidade da sua marca.

Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

CONTRATE A STARTUP VALEON PARA FAZER A DIVULGAÇÃO DA SUA EMPRESA NA INTERNET

Moysés Peruhype Carlech

Existem várias empresas especializadas no mercado para desenvolver, gerenciar e impulsionar o seu e-commerce. A Startup Valeon é uma consultoria que conta com a expertise dos melhores profissionais do mercado para auxiliar a sua empresa na geração de resultados satisfatórios para o seu negócio.

Porém, antes de pensar em contratar uma empresa para cuidar da loja online é necessário fazer algumas considerações.

Por que você deve contratar uma empresa para cuidar da sua Publicidade?

Existem diversos benefícios em se contratar uma empresa especializada para cuidar dos seus negócios como a Startup Valeon que possui profissionais capacitados e com experiência de mercado que podem potencializar consideravelmente os resultados do seu e-commerce e isto resulta em mais vendas.

Quando você deve contratar a Startup Valeon para cuidar da sua Publicidade online?

A decisão de nos contratar pode ser tomada em qualquer estágio do seu projeto de vendas, mas, aproveitamos para tecermos algumas considerações importantes:

Vantagens da Propaganda Online

Em pleno século XXI, em que a maioria dos usuários tem perfis nas mídias sociais e a maior parte das pessoas está conectada 24 horas por dia pelos smartphones, ainda existem empresários que não investem em mídia digital.

Quando comparada às mídias tradicionais, a propaganda online é claramente mais em conta. Na internet, é possível anunciar com pouco dinheiro. Além disso, com a segmentação mais eficaz, o seu retorno é mais alto, o que faz com que o investimento por conversão saia ainda mais barato.

Diferentemente da mídia tradicional, no online, é possível modificar uma campanha a qualquer momento. Se você quiser trocar seu anúncio em uma data festiva, basta entrar na plataforma e realizar a mudança, voltando para o original quando for conveniente.

Outra vantagem da propaganda online é poder acompanhar em tempo real tudo o que acontece com o seu anúncio. Desde o momento em que a campanha é colocada no ar, já é possível ver o número de cliques, de visualizações e de comentários que a ela recebeu.

A mídia online possibilita que o seu consumidor se engaje com o material postado. Diferentemente da mídia tradicional, em que não é possível acompanhar as reações do público, com a internet, você pode ver se a sua mensagem está agradando ou não a sua audiência.

Outra possibilidade é a comunicação de via dupla. Um anúncio publicado em um jornal, por exemplo, apenas envia a mensagem, não permitindo uma maior interação entre cliente e marca. Já no meio digital, você consegue conversar com o consumidor, saber os rastros que ele deixa e responder em tempo real, criando uma proximidade com a empresa.

Com as vantagens da propaganda online, você pode expandir ainda mais o seu negócio. É possível anunciar para qualquer pessoa onde quer que ela esteja, não precisando se ater apenas à sua cidade.

Uma das principais vantagens da publicidade online, é que a mesma permite-lhe mostrar os seus anúncios às pessoas que provavelmente estão interessadas nos seus produtos ou serviços, e excluir aquelas que não estão.

Além de tudo, é possível monitorizar se essas pessoas clicaram ou não nos seus anúncios, e quais as respostas aos mesmos.

A publicidade online oferece-lhe também a oportunidade de alcançar potenciais clientes à medida que estes utilizam vários dispositivos: computadores, portáteis, tablets e smartphones.

Vantagens do Marketplace Valeon

Uma das maiores vantagens do marketplace é a redução dos gastos com publicidade e marketing. Afinal, a plataforma oferece um espaço para as marcas exporem seus produtos e receberem acessos.

Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual. 

Tem grande variedade de ofertas também e faz com que os clientes queiram passar mais tempo no site e, inclusive, voltem com frequência pela grande diversidade de produtos e pela familiaridade com o ambiente. Afinal de contas, é muito mais prático e cômodo centralizar suas compras em uma só plataforma, do que efetuar diversos pedidos diferentes.

Inserir seus anúncios em um marketplace como o da Valeon significa abrir um novo “ponto de vendas”, além do e-commerce, que a maioria das pessoas frequenta com a intenção de comprar. Assim, angariar sua presença no principal marketplace Valeon do Vale do Aço amplia as chances de atrair um público interessado nos seus produtos. Em suma, proporciona ao lojista o crescimento do negócio como um todo.

Quando o assunto é e-commerce, os marketplaces são algumas das plataformas mais importantes. Eles funcionam como um verdadeiro shopping center virtual, atraindo os consumidores para comprar produtos dos mais diversos segmentos no mesmo ambiente. Por outro lado, também possibilitam que pequenos lojistas encontrem uma plataforma, semelhante a uma vitrine, para oferecer seus produtos e serviços, já contando com diversas ferramentas. Não é à toa que eles representaram 78% do faturamento no e-commerce brasileiro em 2020. 

Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas vantagens que são extremamente importantes para quem busca desenvolver seu e-commerce e escalar suas vendas pela internet, pois através do nosso apoio, é possível expandir seu ticket médio e aumentar a visibilidade da sua marca.

VOCÊ CONHECE A ValeOn?

A MÁQUINA DE VENDAS ONLINE DO VALE DO AÇO

TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!

A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

Apresentamos o nosso site que é uma Plataforma Comercial Marketplace que tem um Product Market Fit adequado ao mercado do Vale do Aço, agregando o mercado e seus consumidores em torno de uma proposta diferenciada de fazer Publicidade e Propaganda online, de forma atrativa e lúdica a inclusão de informações úteis e necessárias aos consumidores como:

    valeonbrasil@gmail.com

sexta-feira, 10 de novembro de 2023

PRIMEIRA CIRURGIA DA HISTÓRIA DA MEDICIANA DE TRANSPLANTE DO GLOBO OCULAR E OS CANAIS SANGUÍNEOS FOI REALIZADA EM NY

 

História por Redação  • Jornal Estadão

Médicos de um hospital de Nova York anunciaram nesta quinta-feira, 9, terem realizado em maio o primeiro transplante de um olho inteiro da história da medicina. O transplante de córnea, a camada frontal transparente do olho, é uma cirurgia relativamente comum, mas desta vez foram transplantados o globo ocular, os canais sanguíneos que o irrigam e o nervo óptico que deve conectá-lo ao cérebro para fazer o olho funcionar.Por enquanto o olho não funciona, e é impossível saber se algum dia o paciente conseguirá enxergar, mas a cirurgia é um passo histórico rumo à solução para a deficiências visuais graves.

“Não estamos afirmando que vamos restaurar a visão. Mas não tenho dúvidas de que estamos um passo mais perto”, disse o cirurgião Eduardo Rodriguez, chefe do setor de cirurgia plástica do NYU Langone Health, centro médico onde a intervenção foi realizada.

  • O paciente é Aaron James, de 46 anos. Morador de Hot Springs, no Arkansas, ele trabalhava para uma empresa de linhas de energia em junho de 2021, quando foi eletrocutado por um fio energizado e quase morreu.

James perdeu o braço esquerdo, substituído por uma prótese. Seu olho esquerdo, danificado, doía tanto que precisou ser removido – o olho direito funciona normalmente. Múltiplas cirurgias reconstrutivas não conseguiram reparar lesões faciais extensas, incluindo a falta de nariz e lábios.

Ele precisava de tubos para respirar e se alimentar. A deformidade facial não incomodou sua mulher, Meagan James. “Ele não tinha nariz, mas em sua mente e em seu coração era ele – então eu não me importei com isso. Mas me importei que isso o incomodasse”, contou.

James então foi submetido a um transplante facial – outra cirurgia absolutamente rara e arriscada, da qual participaram dezenas de médicos, liderados por Rodriguez. Essa foi apenas a 19ª cirurgia de transplante facial já realizada nos Estados Unidos, e a quinta em que Rodriguez atua.

Foto:© Fornecido por Estadão

Junto com o transplante facial, após consulta ao paciente, decidiu-se por fazer o transplante do olho esquerdo de James. Os médicos argumentaram que, mesmo se o olho não funcionasse, a substituição traria melhores resultados cosméticos para seu novo rosto, apoiando a órbita e a pálpebra transplantadas.

Três meses depois de James ter sido incluído na lista nacional de espera para transplante, um doador compatível foi encontrado. Rins, fígado e pâncreas do doador, um homem de 30 anos, salvaram outras três pessoas.

  • A cirurgia durou 21 horas e incluiu mais uma experiência: quando uniram o nervo óptico doado ao que restava do original de James, os médicos injetaram células estaminais especiais do doador, na esperança de estimular a reparação do olho.

Alguns especialistas temiam que o olho murchasse rapidamente, como uma uva passa. Em vez disso, quando o médico abriu a pálpebra esquerda de James, no mês passado, o olho cor de avelã doado estava tão rechonchudo e cheio de fluido quanto seu olho original direito, da cor azul. Os médicos constataram bom fluxo sanguíneo e nenhum sinal de rejeição.

Foto:© Fornecido por Estadão

No mês passado, formigamentos anunciaram a cura dos nervos faciais. James ainda não consegue abrir a pálpebra e usa um adesivo para protegê-la. “Ainda não tenho nenhum movimento nele. Ainda não consigo piscar, movimentar minha pálpebra. Mas agora estou sentindo”, disse James.

Quando o médico pressionou o olho fechado, James sentiu uma sensação – embora no nariz, e não na pálpebra, provavelmente até que os nervos de crescimento lento sejam reorientados. O cirurgião também detectou movimentos sutis começando nos músculos ao redor do olho.

Bateria de testes

A oftalmologista Vaidehi Dedania, do NYU Langone Health, fez uma bateria de testes com James e encontrou danos esperados na retina. Mas disse que parece haver células especiais, chamadas fotorreceptores, suficientes para fazer o trabalho de converter luz em sinais elétricos, mais um passo na criação da visão.

Normalmente, o nervo óptico enviaria esses sinais ao cérebro para serem interpretados. O nervo óptico de James ainda não cicatrizou, mas, quando a luz incidiu no olho doado, durante uma ressonância magnética, a varredura registrou algum tipo de sinalização cerebral. Isso empolgou os pesquisadores, embora possa ser simplesmente um acaso.

Qualquer que seja o resultado, a cirurgia é histórica. “Você tem que começar de algum lugar, tem que haver uma primeira pessoa em algum lugar. Talvez você aprenda algo com isso que ajudará a próxima pessoa”, afirmou o paciente. “Estamos vivendo um dia de cada vez”, concluiu.

“Você pode aprender muito com um único transplante”, afirmou David Klassen, médico-chefe da Rede Unida para Compartilhamento de Órgãos, que administra o sistema de transplantes nos Estados Unidos.

“É uma validação incrível” de experimentos com animais que mantiveram vivos os olhos transplantados, disse o médico Jeffrey Goldberg, presidente de oftalmologia da Universidade de Stanford. O obstáculo é fazer crescer novamente o nervo óptico, embora os estudos em animais estejam progredindo, acrescentou Goldberg. Ele elogiou a iniciativa da equipe do NYU Langone Health e espera que o transplante estimule mais pesquisas. “Estamos realmente à beira de conseguir fazer isso”, disse. /AP

GOVERNO BRASILEIRO FICA IRRITADO COM A DECLARAÇÃO DO MOSSAD PODERIA SER PERCEBIDO QUE O NOSSO PAÍS ESTIVESSE TOMANDO PARTIDO NA GUERRA

História por Por Gabriel Stargardter e Lisandra Paraguassu  • Reuters

Ministro Flávio Dino em Brasília  1/11/2023  REUTERS/Adriano Machado

Ministro Flávio Dino em Brasília 1/11/2023 REUTERS/Adriano Machado© Thomson Reuters

RIO DE JANEIRO/BRASÍLIA (Reuters) – Uma declaração incomum da agência de espionagem israelense Mossad afirmando que ajudou a impedir um ataque do Hezbollah em território brasileiro se tornou o mais recente incidente a prejudicar as relações entre Israel e Brasil, tendo como pano de fundo o conflito em Gaza.

Na quarta-feira, a Polícia Federal prendeu duas pessoas acusadas de terrorismo como parte de uma operação para desmontar uma suposta célula do Hezbollah que planejava ataques no Brasil. Mais tarde, o Mossad agradeceu publicamente à PF e disse que, “dado o pano de fundo da guerra em Gaza”, o Hezbollah continuava atacando alvos israelenses, judeus e ocidentais.

Os comentários do Mossad irritaram o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, que respondeu com uma dura repreensão a Israel nesta quinta-feira na plataforma X, dizendo que “o Brasil é um país soberano” e que “nenhuma força estrangeira manda na Polícia Federal do Brasil”.

Ele não negou explicitamente qualquer detalhe da declaração israelense, mas pareceu mais irritado com o momento, o tom e a ligação com a atual guerra em Gaza.

Dino afirmou que as investigações que resultaram nas operações de quarta-feira “começaram ANTES da deflagração das tragédias em curso na cena internacional”, e disse que a investigação “nada tem a ver com conflitos internacionais”.

“Apreciamos a cooperação internacional cabível, mas repelimos que qualquer autoridade estrangeira cogite dirigir os órgãos policiais brasileiros, ou usar investigações que nos cabem para fins de propaganda de seus interesses políticos”, escreveu ele.

O governo de Israel não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

Uma fonte da PF disse que Dino ficou irritado porque a declaração do Mossad fez parecer que o Brasil estava recebendo ordens de Israel, o que poderia ser percebido como se estivesse tomando partido na guerra.

Em nota, a PF repudiou as declarações feitas por “autoridades estrangeiras” sobre a operação e disse que “cabe exclusivamente às instituições brasileiras definir os encaminhamentos e conclusões sobre fatos investigados em território nacional”.

Os comentários de Dino podem piorar as relações com o governo israelense no momento em que o Brasil tenta negociar uma saída segura para cerca de 30 brasileiros ainda presos em Gaza.

O Brasil tem se irritado cada vez mais com Israel devido à lentidão na libertação, segundo duas fontes. O Ministério das Relações Exteriores disse a Israel nesta semana que a relação diplomática se tornaria insustentável se qualquer dano acontecesse aos brasileiros, disseram as fontes.

Diplomatas brasileiros disseram à Reuters que não conseguiam entender por que Israel estava demorando para libertá-los, enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem equilibrado as críticas aos ataques do Hamas com pedidos de cessar-fogo.

Um número cada vez maior de países latino-americanos tem assumido uma posição mais dura em relação a Israel por causa do bombardeio retaliatório em Gaza após os ataques do Hamas em 7 de outubro. No final do mês passado, a Bolívia cortou os laços diplomáticos com Israel, enquanto a Colômbia e o Chile repatriaram seus embaixadores.

O governo brasileiro também ficou irritado quando o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, durante uma visita ao Congresso na quarta-feira, tirou fotos sentado ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros políticos de extrema-direita antes de uma reunião privada.

Em uma entrevista ao jornal O Globo após a operação da PF na quarta-feira, Zonshine disse que “se (o Hezbollah) escolheu o Brasil, é porque tem gente que os ajuda”.

Nesta quinta-feira, o chefe da PF, Andrei Rodrigues, disse à imprensa que os comentários de Zonshine foram uma “surpresa negativa e um “mal-estar”.

O Hezbollah, um grupo apoiado pelo Irã no Líbano, não pôde ser contatado imediatamente para comentar o assunto, nem o governo iraniano.

 

SE VOCÊ SEMPRE SONHOU EM LECIONAR VOCÊ É UM LOUCO E SE ACABA NA LICENCIATURA VOCÊ É UM INDECISO

 

História por admin3  • Revista Planeta

Somos sempre vigiados por estudantes, familiares, colegas de trabalho ou gestores. É como se fôssemos artistas famosos, mas sem o glamour e a remuneração da fama, afirma Thailise Maressa, professora há 15 anos.A vida, de uma forma geral, é cheia de contradições. O paradoxal “Ser ou não ser, eis a questão…”, de Hamlet*, já mostrava que a vida sempre foi permeada de conflitos, e se você é um professor, então, essas contradições fazem ainda mais parte da sua vida e a transformam em um constante dilema.

Tudo começa antes mesmo de você se tornar um educador. Afinal, se você sempre sonhou em lecionar, você é visto como louco e julgam sua escolha como ruim; mas se você nunca pensou em ser professor e acaba na licenciatura, você é um indeciso que não sabia ao certo o que queria da vida e acabou optando pelo caminho “mais fácil”.

Já lecionando, a vida do professor vira um grande dilema em vários sentidos. Se temos práticas de ensino mais tradicionais, somos chamados de ultrapassados, e dizem que não sabemos fazer aulas interessantes por não acompanharmos a modernidade. Mas se somos inovadores e aplicamos metodologias ativas ao ensino, somos acusados de não darmos aula “direito” e de abrirmos espaço para que ela seja uma “bagunça”.

Se somos muito rígidos e exigentes, somos tachados como carrascos e inflexíveis, podendo ganhar, inclusive, haters pela escola. Mas se somos muito acessíveis e compreensíveis, vão nos chamar de permissivos, de “amiguinho” de aluno que não tem o controle da turma e o respeito dos estudantes.

Se somos engajados em causas importantes e propomos aulas que estimulam o senso crítico e o olhar questionador dos estudantes, recebemos o título de doutrinadores. No lado oposto, se não enriquecemos as aulas com temas do cotidiano e não relacionamos o conteúdo trabalhado à vida real, chamam nossas aulas de vazias, sem sentido e sem valor agregado.

Na vida pessoal

Até mesmo a vida para além dos muros da escola tem seus dilemas se você é um professor. Se criamos perfis em redes sociais, vivenciamos grandes impasses: deixar ou não deixar público? Postar ou não postar o que quero? Ser ou não ser o que sou? Somos sempre observados por estudantes, familiares, colegas de trabalho ou gestores em nossas ações. É como se fôssemos artistas famosos, sempre vigiados, mas sem o glamour e a remuneração da fama.

Quando vivemos violências nas escolas, temos de ter uma inteligência emocional de seres altamente evoluídos. Um único gesto mal calculado ou uma reação mais espontânea a uma violência são suficientes para nos tirarem do papel de vítimas e nos estamparem nas capas dos jornais como desequilibrados e uma vergonha para a educação. E não adianta ter tido uma linda caminhada de doação e entrega ao sistema educacional, isso não vai lhe dar imunidade se você cometer alguma falha. Não há anistia se você é professor e comete um erro. Nós somos julgados, punidos, demitidos. Claro que não estou aqui defendendo pagar violência com violência, só estou dizendo que a régua que julga um professor é sempre diferente, pendendo mais para a forca.

Passamos tanto tempo exercendo o papel de educadores, que, muitas vezes, temos dificuldade de nos desvencilhar do “personagem” e acabamos sendo professores 24 horas por dia. Muitas vezes dedicamos mais tempo dando a nossa melhor versão para os filhos dos outros do que para os nossos próprios filhos. Outro impasse vivido por quem ousa ter vida para além da sala de aula.

E assim seguimos, divididos entre o amor e o compromisso com a profissão e a vontade de viver em equilíbrio. Num constante dilema entre descansar no final de semana ou aproveitar o tempo livre para colocar o trabalho em dia.

Vale a pena?

Quando um estudante me pergunta se vale a pena ser professor, eu também vivo uma grande contradição para elaborar a resposta. Por segundos passa um filme na minha mente e eu vejo desvalorização, violências diversas, falta de estrutura, excesso de trabalho. Mas também vejo esperança, emancipação, mudança. E eu lembro que precisamos de mais professores no mundo, e de mais pessoas que ainda acreditam na transformação do nosso país pela educação, pessoas que possam nos ajudar a mudar essa cultura de descaso e de desvalorização.

Apesar de todas essas contradições, a vontade de desabafar as mazelas torna-se menor do que a de exaltar as maravilhas dessa profissão, que, apesar dos desafios e dos paradoxos, também pode proporcionar poder e transformação. Então solto um sonoro: eu amo o que eu faço! E se você acredita na Humanidade e quer lutar por um mundo melhor, seu lugar é na sala de aula sendo professor também.

A vida me fez professora, mas eu amo ainda mais ser aprendiz.

* Hamlet, tragédia de William Shakespeare, escrita entre 1599 e 1601

__

Vozes da Educação é uma coluna semanal escrita por jovens do Salvaguarda, programa social de voluntários que auxiliam alunos da rede pública do Brasil a entrar na universidade. Revezam-se na autoria dos textos o fundador do programa, Vinícius De Andrade, e alunos auxiliados pelo Salvaguarda em todos os estados da federação. Siga o perfil do programa no Instagram em @salvaguarda1.

Este texto, escrito por Thailise Maressa, professora há 15 anos e graduada em Letras e Pedagogia pela Universidade de Brasília, reflete a opinião do autor, não necessariamente a da DW.

O post Nem lá, nem cá: as contradições na vida de um professor apareceu primeiro em Planeta.

O GOVERNO PODERÁ EM 2024 COMETER UM ROMBO NO ORÇAMENTO DE ATÉ R$ 28,6 BILHÕES PARA CUMPRIR A META FISCAL


Por Jessica Brasil Skroch
– Jornal Estadão

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, na sexta-feira, 27, que o governo “dificilmente” cumprirá a meta fiscal de déficit zero em 2024. A meta teve suas regras estabelecidas no arcabouço fiscal e consta no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) para 2024, em tramitação no Congresso Nacional.

Sancionado em 31 de agosto deste ano, o arcabouço fiscal, nova regra para controle das contas públicas, substituiu o teto de gastos com regras mais flexíveis, ao permitir que as despesas cresçam acima da inflação, desde que num ritmo inferior ao aumento de receitas.

O objetivo do novo regime fiscal, segundo o governo, é garantir um equilíbrio entre a arrecadação e os gastos, para que as contas públicas voltem a ficar “no azul”. A meta do Ministério da Fazenda é zerar o balanço em 2024 e registrar superávit (saldo positivo) a partir de 2025.

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, na sexta-feira, 27, que o governo 'dificilmente' cumprirá a meta fiscal de déficit zero em 2024
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, na sexta-feira, 27, que o governo ‘dificilmente’ cumprirá a meta fiscal de déficit zero em 2024  Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO

O que significa zerar o déficit fiscal?

Uma meta fiscal igual a zero é quando as receitas menos as despesas equivalem a zero, sem considerar o pagamento dos juros da dívida. Para isso acontecer, o governo federal precisaria arrecadar R$ 168,5 bilhões adicionais no ano que vem.

De acordo com as regras do arcabouço, o resultado primário (o saldo entre as receitas e despesas, sem considerar gastos com juros da dívida) das contas públicas terão um intervalo (banda) de tolerância. Esse limite é de 0,25 ponto porcentual do PIB para mais ou para menos. Se a meta é obter um superávit de 0,5% do PIB, por exemplo, como é esperado pela Fazenda para 2025, o resultado poderia ficar, portanto, no intervalo de 0,25% a 0,75%.

No caso da meta de 2024, que é a de zerar o déficit fiscal, caso fique dentro da banda inferior, o governo poderia apresentar um rombo de até R$ 28,6 bilhões no ano que vem para cumprir a meta fiscal, de acordo com cálculos da Instituição Fiscal Independente do Senado.

Lula disse que, para ter um déficit zero nas contas públicas, o País precisará fazer cortes de investimentos. “Dificilmente chegaremos à meta zero, até porque não queremos fazer corte de investimentos e de obras”, afirmou.

O governo vai mudar a meta?

A mudança da meta fiscal virou um cabo de guerra no governo. O Estadão mostrou que os ministros Rui Costa (Casa Civil), Simone Tebet (Planejamento) e Esther Dweck (Gestão) chegaram a defender internamente uma meta menor, mas Haddad não concordou, sob a justificativa de que esse recuo seria visto como fragilidade.

Questionado por jornalistas na segunda-feira, 30, Haddad se negou a cravar se a meta de déficit zero para 2024 estaria mantida, limitando-se a dizer: “A minha meta está estabelecida. Eu vou buscar o equilíbrio fiscal de todas as formas justas e necessárias para que nós tenhamos um país melhor”, afirmou o ministro.

Qual o atual cenário?

Está em discussão a possibilidade de uma meta mais flexível do que a inicialmente proposta pelo Ministério da Fazenda. Como mostrou o Estadão, o cenário de hoje dentro do governo está mais para mudar do que para manter a meta fiscal de zerar o déficit no ano que vem.

Isso porque o governo Lula não quer correr o risco de ter de bloquear investimentos no ano que vem caso a pauta de medidas arrecadatórias não avance no Congresso. Em reunião com líderes na terça, 31, o presidente disse que não cortará nem uma vírgula do Orçamento de 2024. Na saída da reunião, o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) disse que o plano do governo de zerar o déficit depende das medidas de aumento de arrecadação.

A mudança para um déficit em torno de 0,5% do PIB permitiria evitar a necessidade de um bloqueio de R$ 53 bilhões em despesas no ano que vem, que é o máximo permitido pelo arcabouço com base nos dados do Orçamento de 2024 enviado pelo governo.

Marcos Mendes, pesquisador do Centro de Gestão e Políticas Públicas do Insper, afirma que não há garantias de que essa nova meta possa ser também alcançada, já que pode incentivar os pleitos políticos por aumento de gastos. “Se não houver respaldo político do presidente da República e uma concertação política com o Congresso, a tendência é que novas mudanças de meta venham a ocorrer”, diz.

Para ele, o limite do crescimento da despesa de, no máximo, 2,5% ao ano acima da inflação, estabelecido pelo arcabouço, também é algo que pode, em breve, ficar difícil de cumprir. “Com as decisões do governo de aumentar o salário mínimo e indexar os gastos de saúde e educação à receita, e os aumentos das emendas parlamentares pelo Congresso, em breve esse limite deixará de ser factível, e terá que ser alterado também”, coloca.

É possível mudar a meta?

Lula pode enviar uma mensagem modificativa da Lei de Diretrizes Orçamentárias alterando a meta até o início da votação do projeto na Comissão Mista de Orçamento (CMO), conforme está estabelecido na Constituição. O governo ainda não cravou se vai mudar a meta fiscal e nem como faria isso. O relator, Danilo Forte, articula para votar o parecer preliminar da LDO, que abrirá o prazo regimental para a apresentação das emendas, ainda nesta semana.

Integrantes do Palácio do Planalto avaliam que o custo político e financeiro seria menor caso a mudança fosse feita já na LDO. Se não enviar a mensagem modificativa a tempo, ainda assim o governo tem a prerrogativa de mudar a meta – mas aí teria de mandar um projeto separado ao Congresso, o que pode ter mais custo político para o governo.

O que pode acontecer se o governo descumprir a meta?

De acordo com o arcabouço fiscal, sempre que o resultado primário crescer dentro da banda estabelecida, no ano seguinte, o crescimento real (acima da inflação) da despesa será igual a 70% do crescimento real da receita primária, acumulada em 12 meses até junho. O aumento de gastos é limitado a um crescimento real da despesa de, no mínimo, 0,6% ao ano e, no máximo, 2,5% ao ano.

No entanto, caso o resultado fique abaixo da banda inferior da meta, o crescimento do teto no ano seguinte ficará limitado a 50% do crescimento da receita, que também fica limitado a um crescimento real mínimo de 0,6% ao ano, e máximo de 2,5% ao ano.

Há, ainda, sanções para o ano seguinte caso o governo não cumpra a meta de resultado primário em exercício: a não concessão de aumento real de despesas obrigatórias, a suspensão de criação de novos cargos públicos e a suspensão da concessão de benefícios acima da inflação

Além disso, com o novo regime fiscal, o contingenciamento, isto é, o bloqueio preventivo de despesas, se tornou obrigatório. O contingenciamento é limitado a 25% de despesas discricionárias (não obrigatórias, como investimentos), a fim de resguardar o funcionamento da máquina pública.

O arcabouço fiscal prevê a possibilidade de rompimento eventual da meta, afirma Felipe Salto, economista-chefe da Warren Rena, “desde que todo o corte de gastos não obrigatórios seja implementado e, ainda assim, não se consiga chegar ao compromisso estipulado”. “Neste caso, há sanções previstas na referida lei complementar, os chamados gatilhos.”

Vale ressaltar, porém, que se o governo alterar a meta – por exemplo, para déficit de 0,5% do PIB -, não sofrerá as sanções por não zerar o déficit em 2024. Ele só sofrerá as sanções previstas no arcabouço caso não atinja o piso da meta estipulada.

Se mantiver a meta zero e entregar um déficit de 0,30% do PIB, por exemplo, será penalizado – uma vez que ultrapassa o piso da meta, que seria um déficit de 0,25%. Agora, se mudar a meta para um rombo de 0,25% do PIB e entregar esse mesmo resultado, de déficit de 0,30%, não haveria sanções, pois o limite seria um déficit de 0,50%, pela margem de tolerância do arcabouço.

Caso se mantenha a meta, é provável que ela seja rompida, diz Salto. A corretora calculou um déficit de 0,74% do PIB para 2024, com pouco mais de R$ 83 bilhões em receitas novas. O valor, no entanto, está bastante aquém do pretendido pelo governo, de mais de R$ 168 bilhões.

Segundo o especialista, a mudança da meta fiscal neste momento seria pior do que reforçar o compromisso com ela e eventualmente descumpri-la. “Ao manter a meta zero, pode-se conseguir, como prevemos, um déficit de 0,74% do PIB, menor do que projetamos na Warren Rena para 2023, de 1,1% do PIB, e também menor do que a projeção do próprio governo para 2023, que é 1,3% do PIB. Nesse sentido, o mais adequado é a manutenção da meta”, afirma.

Além disso, com uma dívida maior, emprestar para o governo se torna mais arriscado, e juros mais altos devem se espalhar por toda a economia, o que pode influenciar em menor crescimento econômico, afirma Mendes. “Cresce o risco de a inflação aumentar, de o crescimento econômico cair, de haver pacotes aumentando impostos (e reduzindo a rentabilidade das empresas e a renda das famílias)”.

Até o momento, a proposta de zerar o déficit primário é uma pauta para negociação de projetos, aponta Élida Graziane, procuradora do Ministério Público de Contas de São Paulo. “Não se pode exigir, em 2023, que haja a adoção preventiva de uma série de medidas que somente dizem respeito à execução orçamentária de 2024, exatamente porque nem sequer foi aprovada a LDO correspondente ao próximo exercício”, diz a professora.

O que se espera que o governo faça para mitigar os efeitos no caso de descumprimento da meta?

O descumprimento da meta já está sendo considerado nas projeções dos especialistas em contas públicas para o ano que vem, segundo Salto. A questão seria, portanto, discutir os impactos de uma possível mudança da meta.

Para Salto, o fundamental é melhorar o déficit primário de um ano para outro e manter o arcabouço. Nesse contexto, alterar a meta seria muito negativo porque abriria espaço para “aumento do risco, desconfiança e atrapalharia, sem dúvida, o trabalho do Banco Central, que, neste momento, opera uma redução de juros básicos”, diz o especialista.

O especialista afirma que o mais importante é cumprir o arcabouço fiscal, já que não se vê a meta sendo cumprida. Nesse caso, a Warren prevê um cenário de melhora paulatina ao longo dos anos do déficit primário.

 

REFORMA TRIBUTÁRIA VAI ACABAR COM UM SISTEMA CONFUSO, INJUSTO E REGRESSIVO QUE ONERA A COMPETITIVIDADE DA ECONOMIA

Aprovada a reforma tributária sobre bens e serviços no Senado, País caminha para abandonar um sistema confuso, injusto e regressivo, que onera a produção e penaliza os consumidores

Por Notas & Informações – Jornal Estadão

Em um feito histórico para o País, o Senado aprovou a reforma tributária sobre o consumo. Foram 53 votos a 24, um placar mais apertado do que o governo esperava, mas suficiente para vencer mais uma etapa do processo de extinção de um sistema confuso, injusto e regressivo, que onera investimentos, penaliza os consumidores e é uma enorme fonte de litígio e insegurança jurídica.

Foram muitas as tentativas de mudar um modelo proposto na década de 1960 e que sobreviveu à Constituição de 1988. Por diferentes razões, essas iniciativas nunca conseguiram alcançar o necessário consenso político em torno delas. Enquanto isso, a competitividade da economia despencava perante a de outros países e numerosos regimes diferenciados eram criados para compensar os produtores.

Tais mudanças acabaram por agravar as distorções do sistema tributário e, pior, não geraram os resultados almejados em termos de crescimento e geração de empregos. Foi o esgotamento desse modelo que proporcionou as condições para a aprovação da reforma tributária pelo Senado. “A reforma se impôs porque o Brasil não poderia mais conviver com o atraso”, disse o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

O texto original da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45/2019 era mais ousado do que a redação final que sairá do Congresso. Já de saída, a proposta incorporou boa parte das sugestões da PEC 110/2019, entre as quais a divisão do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) em um modelo dual, com uma parcela administrada pela União e outra, por Estados e municípios.

O projeto já havia sido desidratado pelos deputados, perdeu um pouco mais de vigor na tramitação no Senado e, muito provavelmente, será mais desbastado na segunda passagem pela Câmara. Seu espírito, no entanto, foi preservado, o que não é pouco.

Com décadas de atraso, o País terá um IVA de base ampla que não mais distingue bens e serviços, unifica tributos federais, estaduais e municipais, deixa de incidir na origem e passa a ser cobrado no destino e acaba com a absurda cumulatividade que drenou a produtividade da indústria.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reconheceu que a reforma poderia ser melhor. De zero a dez, deu ao texto final nota 7,5. Foram muitas as concessões que o governo teve de fazer para angariar os votos necessários na Câmara e no Senado – seis delas realizadas na última hora, em plenário. Ampliou-se a lista de setores com direito a tratamento especial e a União teve que aceitar bancar até um novo fundo para contemplar áreas de livre comércio de Estados da Amazônia Ocidental.

Cada uma das benesses concedidas por deputados e senadores deve majorar a alíquota padrão do imposto final, ainda desconhecida. Na última estimativa feita pelo Ministério da Fazenda, calculada antes da votação no plenário do Senado, ela estaria em 27,5%. Assim que a proposta for promulgada, será possível iniciar a contagem dos prazos de transição do novo sistema, quando se espera que os ganhos de produtividade comecem a aparecer na economia.

A reforma não se encerra agora. Sua regulamentação demandará vários projetos de lei complementar que tratarão dos regimes específicos. A tramitação dessas propostas precisará ser acompanhada com rigor. Talvez o maior teste a que a reforma será submetida seja a revisão quinquenal das benesses. A experiência prévia do País prova que os benefícios, uma vez concedidos, são eternamente prorrogados.

Desde o início, sabia-se que não se aprovaria a reforma ideal. Isso não diminui o tamanho da conquista, que não é apenas do governo ou do Congresso, mas de toda a sociedade. Como disse o relator, Eduardo Braga (MDB-AM), o que se viu foi a construção coletiva do texto possível e o respeito à correlação de forças da democracia.

Essas forças eram muitas: deputados e senadores dos mais variados espectros políticos, representantes de setores do agronegócio, da indústria e dos serviços, governadores de Estados com situações muito distintas e prefeitos de pequenos municípios e de grandes capitais. Além da reforma em si, essa união de forças também é algo a celebrar.