sexta-feira, 10 de novembro de 2023

O LIVRO AMAZÔNIA 2030 FAZ PROPOSTAS PARA A REGIÃO AMAZÔNICA ALCANÇAR UM PATAMAR DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E HUMANO

 

Por Redação – Jornal Estadão

Como desenvolver a economia da região da Amazônia e preservar o meio ambiente ao mesmo tempo? Para responder a essa pergunta com propostas concretas, um grupo de pesquisadores brasileiros lança nesta sexta-feira, 10, o livro “Amazônia 2030 – Bases para o desenvolvimento sustentável”, durante debate que será realizado em parceria entre o projeto Amazônia 2030 e o Estadão.

O Amazônia 2030 busca propostas para que a região amazônica alcance um patamar maior de desenvolvimento econômico e humano, ao mesmo tempo que atinja o uso sustentável dos recursos naturais em 2030. O livro a ser lançado nesta sexta-feira é uma síntese do trabalho coletivo de mais de 80 pesquisadores de diferentes instituições, que resultou em 60 relatórios publicados pelo projeto Amazônia 2030. O economista José Alexandre Scheinkman, professor da Universidade de Columbia, é um colaborador sênior do projeto.

Para os cientista, há cinco Amazônias diferentes
Para os cientista, há cinco Amazônias diferentes Foto: Mauro Pimentel/AFP

“Num momento em que crescem os riscos ligados ao aquecimento global, o que deveria ser um ativo do Brasil passou a ser um vergonhoso passivo reputacional e econômico. Mas agora, após um período de trevas, os ventos estão virando para a Amazônia. Vem, portanto, em boa hora o extraordinário projeto Amazônia 2030, que venho acompanhando com entusiasmo e admiração desde o início”, escreve o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, no prefácio da obra. “Este livro mostra o tamanho do desafio que terá de ser enfrentado, mas mostra também que é possível virar o jogo”, sintetiza Fraga.

Na obra, os pesquisadores debatem, entre outros temas, o que chamam de paradoxo amazônico: a tese de que elementos de crise tornaram-se oportunidades de desenvolvimento para a região.

Eles também desenham diferenças na economia, desenvolvimento e densidade demográfica de cinco macrozonas na Amazônia – e argumentam que delimitá-las é crucial para o desenvolvimento de políticas públicas para a região. As cinco Amazônias, segundo os pesquisadores, são a Amazônia florestal, Amazônia florestal sob pressão, Amazônia desmatada, Amazônia não florestal (majoritariamente formada por cerrado) e Amazônia urbana (onde cerca de dois terços da população reside). Entre os temas centrais do livro está, ainda, o desmatamento zero e o ordenamento territorial como requisito para atingir o desenvolvimento sustentável.

Para debater e aprofundar o assunto, o Estadão irá transmitir, nesta sexta-feira, 10, às 9h30, o debate “Como desenvolver e proteger a Amazônia ao mesmo tempo? – Cientistas lançam livro com propostas para a região” (neste link). O evento será transmitido no portal do Estadão. Irão participar do debate dois dos autores da obra e co-coordenadores do projeto Amazônia 2030: Beto Veríssimo e Juliano Assunção.

Veríssimo é engenheiro agrônomo e mestre em ecologia pela Universidade Estadual da Pensilvânia (EUA). É também cofundador do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e diretor do Centro de Empreendedorismo da Amazônia. Assunção é professor associado de economia na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e diretor executivo do Climate Policy Initiative (CPI). O evento será mediado pela repórter de economia do Estadão, Beatriz Bulla.

A ÚNICA MANEIRA DE POR FIM À GUERRA COM A UCRÂNIA É UM GOLPE DE ESTADO CONTRA PUTIN

O ex-parlamentar russo Ilia Ponomarev, um renegado, tem uma ideia provocadora: ele argumenta que a única maneira de pôr fim à guerra na Ucrânia em termos aceitáveis é por meio de um golpe de Estado que derrube o presidente da RússiaVladimir Putin.

Pessoalmente, eu considero o plano de Ponomarev potencialmente perigoso tanto para os Estados Unidos quanto para a Ucrânia. Um preceito central da resistência ucraniana à invasão russa, afinal, é que países não deveriam enviar forças militares para além de suas fronteiras para fomentar violência. E ainda que suas ideias sejam interessantes, não há maneira de confirmar independentemente algumas de suas alegações e afirmações.

Mas dada a estagnação que acomete a guerra na Ucrânia — descrita francamente na semana passada pelo comandante-chefe das forças de Kiev, general Valeri Zaluzhni, num ensaio na revista The Economist — ideias não convencionais, como as de Ponomarev, receberão atenção. A Ucrânia e seus aliados buscam maneiras de acabar com o impasse sangrento sem um acordo negociado que conceda território para a Rússia.

Ponomarev fala sério quando descreve sua conspiração militar: ele se definiu em entrevista como líder político de um grupo chamado Legião Liberdade da Rússia, segundo ele um exército de quatro batalhões no exílio — normalmente totalizando cerca de 1,6 mil pessoas — com base na Ucrânia, assim como de 5 mil a 10 mil adeptos dentro da Rússia.

Ilia Ponomarev, ex-deputado foi o único a votar contra anexação da Crimeia e planeja golpe contra Vladimir Putin.
Ilia Ponomarev, ex-deputado foi o único a votar contra anexação da Crimeia e planeja golpe contra Vladimir Putin.  Foto: James Hill/The New York Times

O líder russo no exílio colabora com a gestão de um Congresso dos Delegados do Povo, um parlamento clandestino com base na Polônia que conta com 100 membros, 40 deles dentro da Rússia, e que, de acordo com ele, coordena a legião. Esse grupo está desenvolvendo novas leis e uma nova Constituição para uma Rússia pós-Putin e tem marcado um grande encontro em Varsóvia este mês, para o desenvolvimento de uma transição para eleições livres na Rússia.

Ele descreveu operações dentro da Rússia: um ataque de drones contra o Kremlin praticado por um grupo guerrilheiro frouxamente aliado a Ponomarev e ao Congresso dos Delegados do Povo; ataques da legião no território russo contra Belograd e Shebekino, próximo à fronteira ucraniana, em junho; e o que ele afirma ser ataques diários de sabotagem contra linhas ferroviárias dentro da Rússia. Ponomarev disse que o grupo está se fortalecendo para uma marcha decisiva sobre Moscou.

O líder no exílio também ligou seu grupo ao assassinato, em agosto de 2022, de Daria Dugina, filha de um proeminente escritor nacionalista russo. Autoridades de inteligência dos EUA tinham atribuído o ataque à inteligência da Ucrânia e declararam que se opuseram à ação, de acordo com um relato publicado no New York Times em outubro de 2022. Ponomarev afirmou que seu grupo trabalha proximamente com a espionagem ucraniana.

O ex-parlamentar russo também reivindicou funções não especificadas em dois ataques realizados este ano contra figuras pró-Kremlin: o assassinato, em abril, de um blogueiro pró-guerra chamado Vladlen Tatarski e a tentativa de assassinato, em maio, do escritor pró-Kremlin Zakhar Prilepin.

“A motivação para esses ataques individuais é simples”, explicou Ponomarev. “Nós queremos mandar uma mensagem para todos os apoiadores do governo: se vocês têm relação com a guerra, vocês não estão em segurança.”

Conforme discorreu calmamente sobre seus planos golpistas, numa sala de estar, em Washington, Ponomarev não soou como um revolucionário fanático, mas como o parlamentar e executivo que foi antes de assumir a posição político emigrado. Ponomarev afirmou que, após votar contra a anexação da Crimeia na Duma, abriu uma empresa de petróleo e gás natural em Kiev chamada Trident Acquisitions, atualmente listada na Nasdaq. E se comparou a Charles de Gaulle, que organizou uma minúscula força francesa para lutar contra o governo francês apoiado pelos nazistas durante a 2.ª Guerra.

“Numa crise, uma força pequena e disciplinada pode desempenhar um papel decisivo”, afirmou Ponomarev. E este é precisamente seu objetivo. Ao recrutar voluntários russos (ele disse que recebe mil candidaturas mensalmente, das quais extrai 40 recrutas confiáveis), Ponomarev espera conseguir construir uma força que marchará sobre Moscou da mesma maneira que a milícia de Ievgeni Prigozhin pretendeu em junho — Prigozhin interrompeu sua marcha e posteriormente morreu num misterioso desastre de avião. Mas Ponomarev diz que vai até o fim.

Ele argumenta que derrubar Putin é a única maneira de cessar a excruciante guerra de atrito na Ucrânia. “Qual é a luz no fim do túnel? Mudança de regime. É a alternativa mais barata”, insistiu.

Ponomarev afirmou que tem apoio do serviço de inteligência militar da Ucrânia para sua conspiração golpista — e que os EUA se opõem fortemente. Ele afirmou que a mensagem que recebeu das autoridades de Washington foi: “Nós não queremos ser parte disso”.

Neste momento, a campanha de Ponomarev parece mais uma série de testes modestos em vez de uma operação verdadeira. Consideremos o ataque de drones de 3 de maio contra o Kremlin. Ponomarev afirmou que o grupo levou drones ucranianos clandestinamente para a Rússia. Operadores dispararam um deles de uma posição a leste do Kremlin e outro de um ponto a sudoeste. Os drones carregavam apenas 1 quilo de explosivos e, admitiu Ponomarev, não causaram muito estrago, mas tiveram como objetivo demonstrar sua capacidade de atingir alvos precisos.

Ponomarev considerou um certo triunfo quando Putin diminuiu sua parada do Dia da Vitória, que celebra as glórias de Moscou na 2.ª Guerra, em maio — talvez porque o ataque de drones tenha preocupado o público. Ele disse que seus operadores têm “vários” outros drones na manga para ataques futuros.

A história russa é repleta de conspirações golpistas e complôs, reais e imaginados. Mudança de regime, disse-me Ponomarev, requer três elementos: força militar crível, elites domésticas perdendo esperança no status quo e um governo alternativo. Ponomarev afirma estar trabalhando nos três./ TRADUÇÃO DE GUILHERME RUSSO

 

ABRIR UMA EMPRESA NO BRASIL E NOS EUA SÃO EXPERIÊNCIAS TOTALMENTE DISTINTAS

 

Luciane Vaz – Empresária

Empresária brasileira Luciane Vaz fala sobre as diferenças de empreender no Brasil e nos Estados Unidos

A empreendedora comenta sobre sua experiência nos negócios na Terra do Tio Sam

Abrir uma empresa no Brasil e nos Estados Unidos são experiências totalmente distintas. A empresária Luciane Vaz pode proporcionar uma visão valiosa sobre essas diferenças. Com experiência em empreendedorismo, ela compartilha suas percepções sobre os processos de abertura de empresas em ambos os países.

“Nos Estados Unidos, uma das principais vantagens é a não obrigatoriedade de residir ou ter documentação americana para abrir uma empresa. Essa flexibilidade abre portas para empreendedores estrangeiros, tornando o país extremamente atrativo para investidores”, explica a empreendedora.

Por lá, segundo a influenciadora, você tem a oportunidade de estabelecer seu negócio mesmo não sendo residente ou possuindo documentação americana. “Isso torna o país extremamente aberto ao empreendedorismo e ao talento estrangeiro”, afirma.

Além disso, Luciane ressalta o apoio do governo e a cultura empreendedora nos Estados Unidos. O país valoriza o potencial dos empreendedores e oferece uma série de programas e incentivos fiscais para estimular o crescimento dos negócios.

“Os Estados Unidos são conhecidos por sua cultura empreendedora e pela mentalidade aberta para novos negócios. Há uma atmosfera favorável para o desenvolvimento de startups e pequenas empresas, o que torna o país um terreno fértil para empreendedores,” pontua.

Uma diferença marcante é a facilidade de acesso a empréstimos nos Estados Unidos, o que contribui para o investimento e crescimento dos negócios. Luciane destaca que, ao contrário do Brasil, é mais comum encontrar instituições financeiras que oferecem empréstimos acessíveis e taxas de juros razoáveis.

“Nos Estados Unidos, há uma maior oferta de empréstimos para investir no negócio. Isso facilita a viabilidade e desenvolvimento de startups e pequenas empresas, permitindo que os empreendedores coloquem suas ideias em prática de forma mais ágil”, enfatiza.

Luciane também compartilha sua experiência de abrir suas próprias empresas nos Estados Unidos. Ela ressalta que o mercado consumista e o apoio aos negócios locais tornam o processo de estabelecimento empresarial mais fluido.

“Uma das razões pelas quais eu escolhi empreender nos Estados Unidos foi o mercado altamente consumista e o apoio aos negócios locais. O ambiente empreendedor é extremamente receptivo, o que facilita a entrada de novas empresas no mercado”, comenta Luciane.

Além disso, ela menciona que muitos brasileiros optam por empreender nos Estados Unidos em busca de melhores oportunidades profissionais e financeiras.

“Muitos brasileiros procuram o mercado americano por causa das oportunidades de emprego e de uma melhor situação financeira. Muitos acabam encontrando barreiras no mercado profissional devido às dificuldades com o idioma ou à falta de reconhecimento de diplomas. O empreendedorismo se torna então uma alternativa atraente”, esclarece.

Luciane Vaz destaca que, embora existam desafios e oportunidades em ambas as nações, é indispensável entender as particularidades de cada país antes de tomar a decisão de abrir uma empresa.

“Antes de se aventurar em um novo país, é essencial estudar, pesquisar e buscar orientação especializada. Compreender as diferenças culturais, leis e regulamentações comerciais é vital para o sucesso dos negócios internacionais”, aconselha Luciane.

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quinta-feira, 9 de novembro de 2023

MILEI XINGA LULA E DIZ QUE O GOVERNO BRASILEIRO ESTÁ INTERFERINDO NAS ELEIÇÕES DA ARGENTINA

História por PODER360  

O candidato à presidência da Argentina Javier Milei afirmou nesta 4ª feira (8.nov.2023) que não se reunirá com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) caso seja eleito. O libertário, que conta com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em sua campanha presidencial, chamou o petista de “comunista” e “corrupto”. As informações são do Clarin.

Em entrevista ao jornalista peruano Jaime Bayly, Milei ainda disse que, se eleito, retiraria os embaixadores argentinos de países que são “ditaduras”, como Venezuela, Cuba, Nicarágua, Coreia do Norte e Irã, e condenaria o “terrorismo do Hamas e do Hezbollah”.

Além disso, mencionou que “autocratas” também deveriam ser condenados, citando o presidente russo Vladimir Putin. “Eu fui o 1º a defender o governo da Ucrânia e o 1º a defender Israel dos ataques violentos e cruéis do Hamas”, disse.

Ao se referir à Lula, o argentino rotulou o presidente brasileiro de “comunista” e “corrupto” e afirmou que “por isso ele esteve preso”. Disse que, se chegar à Casa Rosada, seus “aliados” serão os Estados Unidos, Israel e “o mundo livre”.

Depois das declarações do candidato à presidência nesta 4ª (8.nov), o embaixador da Argentina no Brasil, Daniel Scioli, disse que Lula “não é nem comunista, nem corrupto”.

“Já vivi algo semelhante com Bolsonaro no governo, quando ele queria sair do Mercosul, e agora novamente nos deparamos com uma afirmação que é completamente estranha, porque Lula não é nem comunista, nem corrupto”, disse Scioli em fala a C5N.

O embaixador argentino afirmou que, quanto à acusação de corrupção, “isso foi negado pela Suprema Corte de Justiça do Brasil, que afirmou que houve uma utilização da justiça com objetivos políticos e o absolveu”.

Na 2ª (6.nov), Milei afirmou, em entrevista à emissora La Nación+, que o chefe do Executivo brasileiro estava “interferindo” na campanha e “financiando” parte dela. Nesta 4ª (8.nov), entretanto, Guillermo Francos, principal articulador da campanha do candidato à presidência da Argentina, disse não saber de uma possível interferência do petista na campanha eleitoral argentina.

O libertário irá disputar o 2º turno das eleições presidenciais contra o atual ministro da Economia argentino, Sergio Massa, em 19 de novembro. O peronista ficou à frente no 1º turno de 22 de outubro, com 36,68% dos votos válidos, contra 29,98% de Milei.

 

A EDUCAÇÃO BRASILEIRA VIROU CABRESTO DOS GOVERNOS DEMONSTRADO NAS PROVAS DO ENEM

 

História por Notas & Informações  • Jornal Estadão

Exame Nacional do Ensino Médio,Enem

No governo Bolsonaro, as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ignoravam a existência da ditadura militar no Brasil. A ausência de liberdade e de democracia naquele regime, louvado pelos bolsonaristas, era tema proibido, assim como a tortura e a perseguição política. Agora, no governo Lula, a prova do Enem voltou a falar da ditadura, mas, por sua vez, aproveitou para difamar o agronegócio, com questões que violentam os fatos e o bom senso.

É simplesmente revoltante. Não deveria ser tão difícil fazer uma prova séria, que não submeta o estudante a questões claramente enviesadas. Não deveria ser tão difícil entender que o aluno não deve ser adestrado, e sim educado, o que exige respeito com o pluralismo de ideias e de perspectivas.

Nos confusos tempos atuais, em que abundam a desinformação, a ignorância e a superficialidade, sempre haverá questões que suscitam indignação em alguns grupos sociais. Isso faz parte do jogo. Educação não é mera apreensão de regras aritméticas ou gramaticais. Mas o que se tem visto no Brasil está em outro patamar. Observa-se um perigoso aparelhamento do sistema educativo para fins político-ideológicos, em descarado desprezo pelo aprendizado do estudante e pelo futuro do País.

Mais do que avaliarem o efetivo conhecimento dos alunos, as provas do Enem têm servido de preocupante diagnóstico sobre quem faz a educação nacional. As questões não suscitam, nem muito menos premiam, a capacidade reflexiva. Impõem ao aluno uma interpretação dirigida. Não se avalia a capacidade de compreensão de texto, tampouco o conhecimento sobre determinada matéria. Mede-se a habilidade do estudante em intuir a opção ideológica de quem elaborou a prova.

O profundo equívoco da prova do Enem ilustra alguns aspectos importantes da educação nacional.

Em primeiro lugar, esse equívoco não é causado por uma suposta escassez de recursos econômicos. Não é mais barato para os cofres públicos fazer uma prova ruim, enviesada ideologicamente e pouco apta a medir o real conhecimento de cada aluno. Custa o mesmo valor. O problema, portanto, não é dinheiro. Há uma opção deliberada pela ideologização. Há quem ache que educar inclui incutir nos alunos determinada orientação política.

Ainda que evidente, essa ideologização da prova do Enem não é admitida oficialmente. Ela vem escondida por uma pretensa sofisticação do conteúdo e da forma do exame, reflexo de um suposto olhar crítico sobre a realidade. A linguagem da prova não é simples nem direta. O estudante não é tratado com honestidade. Tudo tem um tom – um tanto ridículo – de rebuscamento, de complexidade, de problematização.

Surgem, de novo, as indagações. O que se deseja avaliar com uma prova dessas? Que tipo de aprendizado o ensino médio deve oferecer para que o estudante seja aprovado nesse tipo de exame? É essa a educação que o Brasil precisa?

Urge, com realismo, dar um passo atrás. Não é questão de retroceder, e sim de ir aos fundamentos, às bases. Não há a mínima possibilidade de uma educação de qualidade, efetivamente acessível a todas as crianças e adolescentes brasileiros, com um exame do ensino médio nesses moldes. Educar é outra coisa, tem outra amplitude.

A prova do Enem não pode ser convertida em uma plataforma partidária e ideológica de saberes. Não é uma disputa de poder, definida pelo resultado das eleições, como infelizmente vem ocorrendo. Os alunos têm sido tratados como massa de manobra do governo, seja de esquerda ou de direita.

O conteúdo da educação no País não é uma disputa político-partidária. Tal perversão fere a natureza do Estado Democrático de Direito, que deve respeitar e fomentar a pluralidade de ideias presentes numa sociedade. Mais: ela agride indelevelmente o presente e o futuro de cada criança, de cada adolescente. O estudante não é um objeto a ser manipulado ou coagido, mas uma pessoa, chamada a se desenvolver e a desenvolver sua autonomia por meio de uma educação de qualidade. Que a política não destrua nossos jovens é condição inegociável de dignidade e de cidadania.

PACHECO DIZ QUE A APROVAÇÃO DA REFORMA TRIBUTÁRIA NO SENADO FOI NECESSÁRIA PARA EVITAR O ATRASO DO BRASIL

QUE A APROVAÇÃO DA REFORMA TRIBUTÁRIA NO SENADO FOI DEVIDO O BRASIL 

História por THAÍSA OLIVEIRA E IDIANA TOMAZELLI  • Folha de S. Paulo

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou nesta quarta-feira (8) que a Reforma Tributária se impôs porque o Brasil não podia mais conviver com o atraso.

Sem poder votar a favor do texto, Pacheco fez um discurso no plenário do Senado logo após a aprovação por 53 votos a 24.

“A reforma hoje aprovada por esse plenário se impôs porque não havia mais como adiá-la. A reforma se impôs porque o Brasil não podia mais conviver com o atraso”, disse.

“A aprovação da Reforma Tributária mostra que o diálogo, o consenso e o trabalho conjunto são o caminho para construir o Brasil do futuro. E o futuro do Brasil está aqui, diante de nós. Estamos abrindo as portas para que ele possa entrar.”

O presidente do Senado cumprimentou o relator do texto, senador Eduardo Braga (MDB-AM), o presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), Davi Alcolumbre (União-AP), o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o relator, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), além de técnicos e assessores.

“Não foi tarefa simples construir a confiança necessária para essa mudança no sistema tributário brasileiro. Mas fomos capazes de superar as incertezas”, afirmou Pacheco no plenário.

“Fomos capazes de superar as dificuldades do processo, de fazer valer os princípios democráticos, de dialogar com o governo, com os agentes públicos, com os agentes privados, enfim, com toda a sociedade.”

Depois de encampar a agenda da oposição e defender projetos como o que proíbe o porte de drogas independentemente da quantidade, o presidente do Senado passou a afirmar, nos últimos dias, que a prioridade do Senado deve ser a pauta econômica.

Durante evento promovido pelo banco BTG Pactual, na segunda-feira (6), Pacheco disse que a Reforma Tributária não era “totalmente perfeita”, mas havia chegado ao ponto máximo de diálogo, amadurecimento, e participação.

Pacheco também destacou que a Reforma Tributária era a mais complexa de todas já feitas no Brasil –como a da Previdência e a Trabalhista. “Ela é essencialmente de divergência. Começa a divergência entre o Estado, e o contribuinte”, disse.

Pacheco foi reeleito presidente do Senado em fevereiro com o compromisso de ajudar o governo Lula (PT) a destravar a Reforma Tributária e as propostas prioritárias para os ministros da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e do Planejamento, Simone Tebet (MDB).

Como presidente do Congresso, caberá ao senador mineiro promulgar o texto final da Reforma Tributária após nova votação na Câmara dos Deputados. A expectativa dele e do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), é de que isso seja feito até o final do ano.

 

PETROBRAS PESQUISA ÓLEO DE SOJA COMO COMBUSTÍVEL

 

História por admin3  • IstoÉ Dinheiro

A Refinaria de Petróleo Riograndense (RPR), que pertence à Petrobras, conseguiu processar 100% de óleo de soja em uma unidade de refino industrial pela primeira vez. Quem está por trás da tecnologia é o Centro de Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação (Cenpes) da estatal. A partir de matérias-primas renováveis vai ser possível gerar produtos petroquímicos totalmente renováveis. 

A expectativa é que a refinaria, que fica na cidade de Rio Grande (RS), produza insumos petroquímicos e combustíveis renováveis como GLP, combustíveis marítimos, propeno e bioaromáticos (BTX – benzeno, tolueno e xileno), usados nas indústrias da borracha sintética, nylon e PVC. Os teores de concentração de BTX identificados também atendem aos níveis exigidos para formular gasolinas de desempenho alto, praticamente isentas de enxofre. 

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, reforçou que a companhia tem como uma de suas prioridades a transição energética.

 “Estamos fazendo derivados típicos de petróleo a partir de óleo vegetal. É inovação e transição energética combinadas em benefício do Brasil. É a Petrobras voltando a liderar grandes processos de transformação técnica, econômica e social, com repercussão global”, disse Prates. 

O diretor-superintendente da RPR, Felipe Jorge, destacou que a estratégia é planejar o futuro, sem prejudicar o abastecimento atual. 

“O primeiro passo foi dado. A tecnologia da Petrobras licenciada para a Riograndense vai nos permitir, já no próximo ano, produzir renováveis sem deixarmos de atender nosso atual mercado de produtos e combustíveis”, disse Felipe Jorge. 

Tecnologia do biorrefino 

Os testes na área do biorrefino começaram a partir do acordo de cooperação entre as empresas que têm participação acionária na RPR: Petrobras, Braskem e Ultra, assinado em maio de 2023. Por meio do documento, ficou acertado o uso das unidades da refinaria para realizar os testes de tecnologias desenvolvidas pelo centro de pesquisas da estatal. 

O primeiro teste industrial começou na última semana de outubro. Nessa etapa, a PRP recebeu duas mil toneladas de óleo de soja e fez uma manutenção na unidade de craqueamento catalítico fluido (FCC), de acordo com as orientações do CENPES. Na etapa seguinte, em 1º de novembro, teve início o processamento da carga 100% renovável, e foi comprovada a viabilidade da operação. 

Um segundo teste está programado para junho de 2024, quando vai ser coprocessada uma carga mineral com bio-óleo (matéria-prima avançada de biomassa não alimentar), e produzido propeno, gasolina e diesel, todos com conteúdo renovável. A Petrobras está investindo cerca de R$ 45 milhões para desenvolver o processamento de carga renovável. 

O post Petrobras refina 100% de óleo de soja pela primeira vez  apareceu primeiro em ISTOÉ DINHEIRO.

MINISTRO GILMAR MENDES DIZ QUE O STF É CONTRA QUALQUER TENTATIVA DE CASSAR AS SUAS DECISÕES

História por Weslley Galzo  • Jornal Estadão

BRASÍLIA – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, afirmou que ele e os demais ministros devem derrubar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que autoriza deputados e senadores a cassar decisões da Corte, caso o texto venha a ser aprovado pelo Congresso. Para o magistrado, a proposta “não tem boa origem”. O alerta foi feito um dia antes de a medida ser votada no plenário do Senado.

“Isso, se passar, obviamente que nós interpretaríamos como inconstitucional. É bom lembrar que essa ideia não tem boa origem. Isto é da ditadura Vargas, da Constituição de 1937, que chamavam de polaca. Cassava-se decisão do Supremo por decreto e foi cassado. É bom ter essa lembrança quando alguém for pensar nisso, pois tem uma má história no constitucionalismo brasileiro”, disse Gilmar.

O ministro do STF, Gilmar Mendes, criticou a proposta de limitar poderes do Supremo em tramitação no Congresso Foto: Renato S. Cerqueira/Futura Press© Fornecido por Estadão

A declaração do ministro foi feita após visita à Frente Parlamentar do Comércio e Serviço, que é presidida pelo deputado Domingos Sávio (PL-MG). O parlamentar é um dos autores da PEC que busca conferir poder ao Congresso para reverter qualquer tipo de decisão do STF que “extrapole os limites constitucionais” na interpretação da maioria dos deputados e senadores. Gilmar se sentou ao lado de Sávio, com quem trocou elogios por causa do convite para palestrar ao grupo.

A PEC foi apresentado por Sávio na esteira da crise entre o Congresso e o STF provocada pela invalidação da tese de marco temporal para demarcação das terras indígenas pelos ministros. O texto contra a atuação dos ministros foi uma das medidas que se somou à paralisação da pauta de votações da Câmara e do Senado em resposta às decisões recentes da Suprema Corte.

Ministro sinaliza contra proposta de Lira para limitar quem pode acionar o STF

No encontro com os parlamentares, Gilmar ainda sinalizou contra a proposta do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de limitar os partidos que podem acionar o STF para pedir que leis e outros atos administrativos sejam declarados inconstitucionais. Lira fala em “subir o sarrafo” sob o argumento de que legendas pequenas conseguem “modificar a vontade da maioria”.

O ministro, por sua vez, argumentou que a judicialização dos temas discutidos no Congresso é um “problema político” provocado pelos próprios parlamentares, mas que não tem efeitos necessariamente negativos. Ele citou que a maioria das ações analisadas pelo STF sobre a pandemia de covid-19 foi apresentada por partidos como PSOL e Rede Sustentabilidade, que ainda lutam para cumprir a cláusula de barreiras. “É preciso olhar com muito cuidado como isso reflete no papel das minorias”, disse.

Durante a conversa com os parlamentares, Gilmar citou que o modelo de provocação ao STF adotado pela ditadura militar, quando somente o procurador-geral da República podia acionar os ministros, gerou concentração de poder excessiva. “Isso levou a abusos e por isso se optou por um modelo mais aberto”, afirmou.

 

ISRAEL CONFIRMA QUE IMPEDIU ATAQUES TERRORISTAS DO HEZDOLLAH NO BRASIL

 

História por Por Rodrigo Viga Gaier e Gabriel Stargardter  • Reuters

Viatura da Polícia Federal no Rio de Janeiro 28/07/2015 REUTERS/Sergio Moraes© Thomson Reuters

RIO DE JANEIRO (Reuters) -A agência de espionagem israelense Mossad trabalhou com os serviços de segurança brasileiros e outras agências internacionais para frustrar um ataque a judeus no Brasil, planejado pelo grupo militante Hezbollah, que é apoiado pelo Irã, disse o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, nesta quarta-feira.

A Polícia Federal disse em um comunicado que prendeu duas pessoas, cujos nomes não foram divulgados, sob acusações de terrorismo em São Paulo. Eles também cumpriram mandados de busca e apreensão nos Estados de São Paulo, Minas Gerais e no Distrito Federal.

O Mossad agradeceu aos serviços de segurança brasileiros pelo seu papel em ajudar a impedir o ataque.

“Os serviços de segurança do Brasil, juntamente com o Mossad e… outras agências internacionais de segurança e fiscalização, frustraram um ataque terrorista no Brasil, que foi planejado pela organização terrorista Hezbollah, dirigida e financiada pelo regime iraniano”, afirmou.

O Mossad disse que a “célula terrorista… era operada pelo Hezbollah para realizar um ataque contra alvos israelenses e judeus no Brasil”.

O Hezbollah, um grupo apoiado pelo Irã no Líbano, não pôde ser contatado de imediato para comentar o assunto, nem o governo iraniano.

O Brasil tem relativamente pouca história de extremismo doméstico.

Em 2017, oito homens brasileiros com ligações ao Estado Islâmico foram condenados por planejarem ataques durante as Olimpíadas do Rio de 2016, após uma denúncia do FBI norte-americano.

Em 2021, o Departamento do Tesouro dos EUA designou três homens no Brasil como membros de uma rede afiliada à Al Qaeda. As autoridades dos EUA também acompanham de perto a região da Tríplice Fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai, que abriga uma grande comunidade da diáspora libanesa e uma base para grupos de contrabando e outros grupos do crime organizado.

A operação da Polícia Federal ocorre em meio a crescentes preocupações com a segurança global, após o ataque de 7 de outubro do Hamas ao sul de Israel e o subsequente bombardeio da Faixa de Gaza pelos militares israelenses.

Líderes judaicos disseram à Reuters no mês passado que notaram um aumento no discurso antissemita na internet em meio a um aumento global mais amplo de antissemitismo desde que o conflito começou.

“Acompanhamos com apreensão e preocupação esta operação da Polícia Federal no dia de hoje. O Brasil não tem histórico de terrorismo e esperamos que o conflito no Oriente Médio não seja importado para cá”, disse Ricardo Berkiensztat, presidente-executivo da Federação Israelita de São Paulo.

O Hezbollah foi criado pela Guarda Revolucionária do Irã em 1982 para combater as forças israelenses que invadiram o Líbano. O poderoso grupo fortemente armado tem assentos no Parlamento e no governo e atua como ponta de lança do Irã no Líbano e na região.

Desde o ataque de 7 de outubro, o Hezbollah tem enfrentado as forças israelenses ao longo da fronteira, na escalada mais mortal desde que travou uma guerra com Israel em 2006.

O Hezbollah foi designado como organização terrorista pela Argentina, Reino Unido, Canadá, Alemanha, Honduras e Estados Unidos, bem como pela maioria dos Estados do Golfo aliados dos EUA. O ex-presidente Jair Bolsonaro disse em 2019 que planejava rotular o Hezbollah também como organização terrorista, mas isso não se concretizou.

(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier e Gabriel Stargardter; reportagem adicional de Steven Grattan em São Paulo, Lisandra Paraguassu em Brasília e James Mackenzie em Jerusalém)

((Tradução Redação São Paulo)) REUTERS AC

INEP AFIRMA QUE NAS QUESTÕES DO ENEM O ESTUDANTE NÃO PRECISA CONCORDAR COM OS TEMAS

 

História por PODER360  

O presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), Manuel Palácios, disse nesta 4ª feira (8.nov.2023) que os candidatos do Enem não precisam concordar com os temas abordados na prova, apenas “compreender um determinado texto“. A declaração foi feita depois de a FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária) pedir a anulação de duas questões do exame deste ano que continham críticas ao agronegócio.

“Ninguém precisa concordar com o suporte do item, nem o item está perguntando se o estudante concorda. A questão quer saber se o estudante é capaz de compreender um determinado texto”, afirmou Palácios em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.

O presidente do órgão responsável pela elaboração do exame afirmou, ainda, que a prova deste ano foi elaborada por professores universitários selecionados em edital de 2020, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Os professores selecionados por critérios públicos abordam textos que têm circulação na vida brasileira, na universidade, nas escolas, na vida científica. Ninguém precisa concordar”, declarou.

A polêmica gira em torno de duas questões da 1ª etapa do Enem 2023, realizado no último domingo (5.out.2023). No item 89 da prova, o enunciado abordava a territorialização do agronegócio. A questão dizia que o fenômeno “subordina homens e mulheres à lógica do mercado”, além de colaborar para a “violência simbólica, a superexploração, as chuvas de veneno e a violência contra a pessoa”.

Já um texto no item 70 da mesma prova diz que a relação entre o crescimento do desmatamento com a expansão da soja é “evidente”, além de afirmar que a “lógica que gera o desmatamento está articulada pelo tripé grileiros, madeireiros e pecuaristas”.

“A vinculação de crimes a atividades legais no Brasil é um critério de retórica política para encobrir a ausência do Estado no desenvolvimento de políticas públicas eficientes e de combate a ilegalidades”, afirmou a Frente Parlamentar da Agropecuária em nota que pedia a anulação das questões.

Palácios, no entanto, afirmou que as questões só podem ser anuladas caso prejudiquem os candidatos em algum sentido.

“O que justifica a anulação é o caso de um item não ter uma resposta correta bem construída, ou se ele não produz informação relacionada efetivamente com a habilidade avaliada, que é parte do currículo”, disse o presidente do Inep.

Palácios deve ir nesta 4ª feira (8.nov) à Comissão de Educação da Câmara dos Deputados para responder aos questionamentos. A FPA informou que também pedirá a convocação do ministro da Educação, Camilo Santana (PT).

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