Como desenvolver a economia da região da Amazônia e
preservar o meio ambiente ao mesmo tempo? Para responder a essa
pergunta com propostas concretas, um grupo de pesquisadores brasileiros
lança nesta sexta-feira, 10, o livro “Amazônia 2030 – Bases para o
desenvolvimento sustentável”, durante debate que será realizado em
parceria entre o projeto Amazônia 2030 e o Estadão.
O Amazônia 2030 busca propostas para que a região amazônica alcance
um patamar maior de desenvolvimento econômico e humano, ao mesmo tempo
que atinja o uso sustentável dos recursos naturais em 2030. O livro a
ser lançado nesta sexta-feira é uma síntese do trabalho coletivo de mais
de 80 pesquisadores de diferentes instituições, que resultou em 60
relatórios publicados pelo projeto Amazônia 2030. O economista José Alexandre Scheinkman, professor da Universidade de Columbia, é um colaborador sênior do projeto.
“Num momento em que crescem os riscos ligados ao aquecimento global, o
que deveria ser um ativo do Brasil passou a ser um vergonhoso passivo
reputacional e econômico. Mas agora, após um período de trevas, os
ventos estão virando para a Amazônia. Vem, portanto, em boa hora o
extraordinário projeto Amazônia 2030, que venho acompanhando com
entusiasmo e admiração desde o início”, escreve o ex-presidente do Banco
Central Armínio Fraga,
no prefácio da obra. “Este livro mostra o tamanho do desafio que terá
de ser enfrentado, mas mostra também que é possível virar o jogo”,
sintetiza Fraga.
Na obra, os pesquisadores debatem, entre outros temas, o que chamam
de paradoxo amazônico: a tese de que elementos de crise tornaram-se
oportunidades de desenvolvimento para a região.
Eles também desenham diferenças na economia, desenvolvimento e
densidade demográfica de cinco macrozonas na Amazônia – e argumentam que
delimitá-las é crucial para o desenvolvimento de políticas públicas
para a região. As cinco Amazônias, segundo os pesquisadores, são a
Amazônia florestal, Amazônia florestal sob pressão, Amazônia desmatada,
Amazônia não florestal (majoritariamente formada por cerrado) e Amazônia
urbana (onde cerca de dois terços da população reside). Entre os temas
centrais do livro está, ainda, o desmatamento zero e o ordenamento
territorial como requisito para atingir o desenvolvimento sustentável.
Para debater e aprofundar o assunto, o Estadão irá
transmitir, nesta sexta-feira, 10, às 9h30, o debate “Como desenvolver e
proteger a Amazônia ao mesmo tempo? – Cientistas lançam livro com
propostas para a região” (neste link).
O evento será transmitido no portal do Estadão. Irão participar do
debate dois dos autores da obra e co-coordenadores do projeto Amazônia
2030: Beto Veríssimo e Juliano Assunção.
Veríssimo é engenheiro agrônomo e mestre em ecologia pela
Universidade Estadual da Pensilvânia (EUA). É também cofundador do
Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e diretor do
Centro de Empreendedorismo da Amazônia. Assunção é professor associado
de economia na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
(PUC-Rio) e diretor executivo do Climate Policy Initiative (CPI). O
evento será mediado pela repórter de economia do Estadão, Beatriz Bulla.
O ex-parlamentar russo Ilia Ponomarev, um renegado, tem uma ideia provocadora: ele argumenta que a única maneira de pôr fim à guerra na Ucrânia em termos aceitáveis é por meio de um golpe de Estado que derrube o presidente da Rússia, Vladimir Putin.
Pessoalmente, eu considero o plano de Ponomarev potencialmente perigoso tanto para os Estados Unidos quanto
para a Ucrânia. Um preceito central da resistência ucraniana à invasão
russa, afinal, é que países não deveriam enviar forças militares para
além de suas fronteiras para fomentar violência. E ainda que suas ideias
sejam interessantes, não há maneira de confirmar independentemente
algumas de suas alegações e afirmações.
Ponomarev fala sério quando descreve sua conspiração militar: ele se
definiu em entrevista como líder político de um grupo chamado Legião
Liberdade da Rússia, segundo ele um exército de quatro batalhões no
exílio — normalmente totalizando cerca de 1,6 mil pessoas — com base na
Ucrânia, assim como de 5 mil a 10 mil adeptos dentro da Rússia.
O líder russo no exílio colabora com a gestão de um Congresso dos Delegados do Povo, um parlamento clandestino com base na Polônia que
conta com 100 membros, 40 deles dentro da Rússia, e que, de acordo com
ele, coordena a legião. Esse grupo está desenvolvendo novas leis e uma
nova Constituição para uma Rússia pós-Putin e tem marcado um grande
encontro em Varsóvia este mês, para o desenvolvimento de uma transição
para eleições livres na Rússia.
Ele descreveu operações dentro da Rússia: um ataque de drones contra o
Kremlin praticado por um grupo guerrilheiro frouxamente aliado a
Ponomarev e ao Congresso dos Delegados do Povo; ataques da legião no
território russo contra Belograd e Shebekino, próximo à fronteira
ucraniana, em junho; e o que ele afirma ser ataques diários de sabotagem
contra linhas ferroviárias dentro da Rússia. Ponomarev disse que o
grupo está se fortalecendo para uma marcha decisiva sobre Moscou.
O líder no exílio também ligou seu grupo ao assassinato, em agosto de
2022, de Daria Dugina, filha de um proeminente escritor nacionalista
russo. Autoridades de inteligência dos EUA tinham atribuído o ataque à
inteligência da Ucrânia e declararam que se opuseram à ação, de acordo
com um relato publicado no New York Times em outubro de 2022. Ponomarev
afirmou que seu grupo trabalha proximamente com a espionagem ucraniana.
O ex-parlamentar russo também reivindicou funções não especificadas
em dois ataques realizados este ano contra figuras pró-Kremlin: o
assassinato, em abril, de um blogueiro pró-guerra chamado Vladlen
Tatarski e a tentativa de assassinato, em maio, do escritor pró-Kremlin
Zakhar Prilepin.
“A motivação para esses ataques individuais é simples”, explicou
Ponomarev. “Nós queremos mandar uma mensagem para todos os apoiadores do
governo: se vocês têm relação com a guerra, vocês não estão em
segurança.”
Conforme discorreu calmamente sobre seus planos golpistas, numa sala
de estar, em Washington, Ponomarev não soou como um revolucionário
fanático, mas como o parlamentar e executivo que foi antes de assumir a
posição político emigrado. Ponomarev afirmou que, após votar contra a anexação da Crimeia na
Duma, abriu uma empresa de petróleo e gás natural em Kiev chamada
Trident Acquisitions, atualmente listada na Nasdaq. E se comparou a Charles de Gaulle, que organizou uma minúscula força francesa para lutar contra o governo francês apoiado pelos nazistas durante a 2.ª Guerra.
“Numa crise, uma força pequena e disciplinada pode desempenhar um
papel decisivo”, afirmou Ponomarev. E este é precisamente seu objetivo.
Ao recrutar voluntários russos (ele disse que recebe mil candidaturas
mensalmente, das quais extrai 40 recrutas confiáveis), Ponomarev espera
conseguir construir uma força que marchará sobre Moscou da mesma maneira
que a milícia de Ievgeni Prigozhin pretendeu em junho — Prigozhin interrompeu sua marcha e posteriormente morreu num misterioso desastre de avião. Mas Ponomarev diz que vai até o fim.
Ele argumenta que derrubar Putin é a única maneira de cessar a
excruciante guerra de atrito na Ucrânia. “Qual é a luz no fim do túnel?
Mudança de regime. É a alternativa mais barata”, insistiu.
Ponomarev afirmou que tem apoio do serviço de inteligência militar da
Ucrânia para sua conspiração golpista — e que os EUA se opõem
fortemente. Ele afirmou que a mensagem que recebeu das autoridades de
Washington foi: “Nós não queremos ser parte disso”.
Neste momento, a campanha de Ponomarev parece mais uma série de
testes modestos em vez de uma operação verdadeira. Consideremos o ataque de drones de 3 de maio contra o Kremlin. Ponomarev
afirmou que o grupo levou drones ucranianos clandestinamente para a
Rússia. Operadores dispararam um deles de uma posição a leste do Kremlin
e outro de um ponto a sudoeste. Os drones carregavam apenas 1 quilo de
explosivos e, admitiu Ponomarev, não causaram muito estrago, mas tiveram
como objetivo demonstrar sua capacidade de atingir alvos precisos.
A história russa é repleta de conspirações golpistas e complôs, reais
e imaginados. Mudança de regime, disse-me Ponomarev, requer três
elementos: força militar crível, elites domésticas perdendo esperança no
status quo e um governo alternativo. Ponomarev afirma estar trabalhando
nos três./ TRADUÇÃO DE GUILHERME RUSSO
Empresária brasileira Luciane Vaz fala sobre as diferenças de empreender no Brasil e nos Estados Unidos
A empreendedora comenta sobre sua experiência nos negócios na Terra do Tio Sam
Abrir uma empresa no Brasil e nos Estados Unidos são experiências
totalmente distintas. A empresária Luciane Vaz pode proporcionar uma
visão valiosa sobre essas diferenças. Com experiência em
empreendedorismo, ela compartilha suas percepções sobre os processos de
abertura de empresas em ambos os países.
“Nos Estados Unidos, uma das principais vantagens é a não
obrigatoriedade de residir ou ter documentação americana para abrir uma
empresa. Essa flexibilidade abre portas para empreendedores
estrangeiros, tornando o país extremamente atrativo para investidores”,
explica a empreendedora.
Por lá, segundo a influenciadora, você tem a oportunidade de
estabelecer seu negócio mesmo não sendo residente ou possuindo
documentação americana. “Isso torna o país extremamente aberto ao
empreendedorismo e ao talento estrangeiro”, afirma.
Além disso, Luciane ressalta o apoio do governo e a cultura
empreendedora nos Estados Unidos. O país valoriza o potencial dos
empreendedores e oferece uma série de programas e incentivos fiscais
para estimular o crescimento dos negócios.
“Os Estados Unidos são conhecidos por sua cultura empreendedora e
pela mentalidade aberta para novos negócios. Há uma atmosfera favorável
para o desenvolvimento de startups e pequenas empresas, o que torna o
país um terreno fértil para empreendedores,” pontua.
Uma diferença marcante é a facilidade de acesso a empréstimos nos
Estados Unidos, o que contribui para o investimento e crescimento dos
negócios. Luciane destaca que, ao contrário do Brasil, é mais comum
encontrar instituições financeiras que oferecem empréstimos acessíveis e
taxas de juros razoáveis.
“Nos Estados Unidos, há uma maior oferta de empréstimos para investir
no negócio. Isso facilita a viabilidade e desenvolvimento de startups e
pequenas empresas, permitindo que os empreendedores coloquem suas
ideias em prática de forma mais ágil”, enfatiza.
Luciane também compartilha sua experiência de abrir suas próprias
empresas nos Estados Unidos. Ela ressalta que o mercado consumista e o
apoio aos negócios locais tornam o processo de estabelecimento
empresarial mais fluido.
“Uma das razões pelas quais eu escolhi empreender nos Estados Unidos
foi o mercado altamente consumista e o apoio aos negócios locais. O
ambiente empreendedor é extremamente receptivo, o que facilita a entrada
de novas empresas no mercado”, comenta Luciane.
Além disso, ela menciona que muitos brasileiros optam por empreender
nos Estados Unidos em busca de melhores oportunidades profissionais e
financeiras.
“Muitos brasileiros procuram o mercado americano por causa das
oportunidades de emprego e de uma melhor situação financeira. Muitos
acabam encontrando barreiras no mercado profissional devido às
dificuldades com o idioma ou à falta de reconhecimento de diplomas. O
empreendedorismo se torna então uma alternativa atraente”, esclarece.
Luciane Vaz destaca que, embora existam desafios e oportunidades em
ambas as nações, é indispensável entender as particularidades de cada
país antes de tomar a decisão de abrir uma empresa.
“Antes de se aventurar em um novo país, é essencial estudar,
pesquisar e buscar orientação especializada. Compreender as diferenças
culturais, leis e regulamentações comerciais é vital para o sucesso dos
negócios internacionais”, aconselha Luciane.
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O desejo de mudar, de transformar, de acreditar, são
fundamentais para irmos além. São agentes propulsores da realização de
sonhos. Já o empreendedorismo está presente no DNA dos brasileiros e
nossa história trouxa essa capacidade que temos de nos reinventar e de
nos conectarmos com você internauta e empresários que são a nossa razão
de existir.
E todos esses elementos combinados e levados ao território da internet, torna o que era bom ainda melhor. Na internet e através
do Site da Valeon, podemos proporcionar o início do “virar de chaves”
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mudanças necessárias, testamos, erramos, adquirimos conhecimento,
desenhamos estratégias que deram certo para atingirmos o sucesso, mas
nada disso valeria se não pudéssemos compartilhar com vocês essa
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nossos serviços para a conquista cada vez maior de mais clientes e
público.
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exporem seus produtos e receberem acessos. Justamente por reunir uma
vasta gama de produtos de diferentes segmentos, o marketplace Valeon
atrai uma grande diversidade evolume de público. Isso
proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores
que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por
meio dessa vitrine virtual.
O Site desenvolvido pela Startup Valeon,
focou nas necessidades do mercado e na falta de um Marketplace para
resolver alguns problemas desse mercado e em especial viemos para ser
mais um complemento na divulgação de suas Empresas e durante esses três
anos de nosso funcionamento procuramos preencher as lacunas do mercado
com tecnologia, inovação com soluções tecnológicas que facilitam a
rotina das empresas. Temos a missão de surpreender constantemente,
antecipar tendências, inovar. Precisamos estar em constante evolução
para nos manter alinhados com os desejos do consumidor. Por isso,
pensamos em como fazer a diferença buscando estar sempre um passo à
frente.
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ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o
consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita
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também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para
ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser.
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a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos
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empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de
escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.
Colocamos todo esse potencial criativo para a decisão dos senhores donos das empresas e os consumidores.
O candidato à presidência da Argentina Javier Milei afirmou nesta 4ª
feira (8.nov.2023) que não se reunirá com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) caso
seja eleito. O libertário, que conta com o apoio do ex-presidente Jair
Bolsonaro (PL) em sua campanha presidencial, chamou o petista de “comunista” e “corrupto”. As informações são do Clarin.
Em entrevista ao jornalista peruano Jaime Bayly, Milei ainda disse
que, se eleito, retiraria os embaixadores argentinos de países que são “ditaduras”, como Venezuela, Cuba, Nicarágua, Coreia do Norte e Irã, e condenaria o “terrorismo do Hamas e do Hezbollah”.
Além disso, mencionou que “autocratas” também deveriam ser condenados, citando o presidente russo Vladimir Putin. “Eu fui o 1º a defender o governo da Ucrânia e o 1º a defender Israel dos ataques violentos e cruéis do Hamas”, disse.
Ao se referir à Lula, o argentino rotulou o presidente brasileiro de “comunista” e “corrupto” e afirmou que “por isso ele esteve preso”. Disse que, se chegar à Casa Rosada, seus “aliados” serão os Estados Unidos, Israel e “o mundo livre”.
Depois das declarações do candidato à presidência nesta 4ª (8.nov), o
embaixador da Argentina no Brasil, Daniel Scioli, disse que Lula “não é nem comunista, nem corrupto”.
“Já vivi algo semelhante com Bolsonaro no governo, quando ele
queria sair do Mercosul, e agora novamente nos deparamos com uma
afirmação que é completamente estranha, porque Lula não é nem comunista,
nem corrupto”, disse Scioli em fala a C5N.
O embaixador argentino afirmou que, quanto à acusação de corrupção, “isso
foi negado pela Suprema Corte de Justiça do Brasil, que afirmou que
houve uma utilização da justiça com objetivos políticos e o absolveu”.
Na 2ª (6.nov), Milei afirmou, em entrevista à emissora La Nación+, que o chefe do Executivo brasileiro estava “interferindo” na campanha e “financiando”
parte dela. Nesta 4ª (8.nov), entretanto, Guillermo Francos, principal
articulador da campanha do candidato à presidência da Argentina, disse
não saber de uma possível interferência do petista na campanha eleitoral
argentina.
O libertário irá disputar o 2º turno das eleições presidenciais
contra o atual ministro da Economia argentino, Sergio Massa, em 19 de
novembro. O peronista ficou à frente no 1º turno de 22 de outubro, com
36,68% dos votos válidos, contra 29,98% de Milei.
No governo Bolsonaro, as provas do Exame Nacional do Ensino Médio
(Enem) ignoravam a existência da ditadura militar no Brasil. A ausência
de liberdade e de democracia naquele regime, louvado pelos
bolsonaristas, era tema proibido, assim como a tortura e a perseguição
política. Agora, no governo Lula, a prova do Enem voltou a falar da
ditadura, mas, por sua vez, aproveitou para difamar o agronegócio, com
questões que violentam os fatos e o bom senso.
É simplesmente revoltante. Não deveria ser tão difícil fazer uma
prova séria, que não submeta o estudante a questões claramente
enviesadas. Não deveria ser tão difícil entender que o aluno não deve
ser adestrado, e sim educado, o que exige respeito com o pluralismo de
ideias e de perspectivas.
Nos confusos tempos atuais, em que abundam a desinformação, a
ignorância e a superficialidade, sempre haverá questões que suscitam
indignação em alguns grupos sociais. Isso faz parte do jogo. Educação
não é mera apreensão de regras aritméticas ou gramaticais. Mas o que se
tem visto no Brasil está em outro patamar. Observa-se um perigoso
aparelhamento do sistema educativo para fins político-ideológicos, em
descarado desprezo pelo aprendizado do estudante e pelo futuro do País.
Mais do que avaliarem o efetivo conhecimento dos alunos, as provas do
Enem têm servido de preocupante diagnóstico sobre quem faz a educação
nacional. As questões não suscitam, nem muito menos premiam, a
capacidade reflexiva. Impõem ao aluno uma interpretação dirigida. Não se
avalia a capacidade de compreensão de texto, tampouco o conhecimento
sobre determinada matéria. Mede-se a habilidade do estudante em intuir a
opção ideológica de quem elaborou a prova.
O profundo equívoco da prova do Enem ilustra alguns aspectos importantes da educação nacional.
Em primeiro lugar, esse equívoco não é causado por uma suposta
escassez de recursos econômicos. Não é mais barato para os cofres
públicos fazer uma prova ruim, enviesada ideologicamente e pouco apta a
medir o real conhecimento de cada aluno. Custa o mesmo valor. O
problema, portanto, não é dinheiro. Há uma opção deliberada pela
ideologização. Há quem ache que educar inclui incutir nos alunos
determinada orientação política.
Ainda que evidente, essa ideologização da prova do Enem não é
admitida oficialmente. Ela vem escondida por uma pretensa sofisticação
do conteúdo e da forma do exame, reflexo de um suposto olhar crítico
sobre a realidade. A linguagem da prova não é simples nem direta. O
estudante não é tratado com honestidade. Tudo tem um tom – um tanto
ridículo – de rebuscamento, de complexidade, de problematização.
Surgem, de novo, as indagações. O que se deseja avaliar com uma prova
dessas? Que tipo de aprendizado o ensino médio deve oferecer para que o
estudante seja aprovado nesse tipo de exame? É essa a educação que o
Brasil precisa?
Urge, com realismo, dar um passo atrás. Não é questão de retroceder, e
sim de ir aos fundamentos, às bases. Não há a mínima possibilidade de
uma educação de qualidade, efetivamente acessível a todas as crianças e
adolescentes brasileiros, com um exame do ensino médio nesses moldes.
Educar é outra coisa, tem outra amplitude.
A prova do Enem não pode ser convertida em uma plataforma partidária e
ideológica de saberes. Não é uma disputa de poder, definida pelo
resultado das eleições, como infelizmente vem ocorrendo. Os alunos têm
sido tratados como massa de manobra do governo, seja de esquerda ou de
direita.
O conteúdo da educação no País não é uma disputa político-partidária.
Tal perversão fere a natureza do Estado Democrático de Direito, que
deve respeitar e fomentar a pluralidade de ideias presentes numa
sociedade. Mais: ela agride indelevelmente o presente e o futuro de cada
criança, de cada adolescente. O estudante não é um objeto a ser
manipulado ou coagido, mas uma pessoa, chamada a se desenvolver e a
desenvolver sua autonomia por meio de uma educação de qualidade. Que a
política não destrua nossos jovens é condição inegociável de dignidade e
de cidadania.
QUE A APROVAÇÃO DA REFORMA TRIBUTÁRIA NO SENADO FOI DEVIDO O BRASIL
História por THAÍSA OLIVEIRA E IDIANA TOMAZELLI • Folha de S. Paulo
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco
(PSD-MG), afirmou nesta quarta-feira (8) que a Reforma Tributária se
impôs porque o Brasil não podia mais conviver com o atraso.
Sem poder votar a favor do texto, Pacheco fez um discurso no plenário do Senado logo após a aprovação por 53 votos a 24.
“A reforma hoje aprovada por esse plenário se impôs porque não havia
mais como adiá-la. A reforma se impôs porque o Brasil não podia mais
conviver com o atraso”, disse.
“A aprovação da Reforma Tributária mostra que o diálogo, o consenso e
o trabalho conjunto são o caminho para construir o Brasil do futuro. E o
futuro do Brasil está aqui, diante de nós. Estamos abrindo as portas
para que ele possa entrar.”
O presidente do Senado cumprimentou o relator do texto, senador
Eduardo Braga (MDB-AM), o presidente da CCJ (Comissão de Constituição e
Justiça), Davi Alcolumbre (União-AP), o presidente da Câmara, Arthur
Lira (PP-AL), o relator, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), além de técnicos e
assessores.
“Não foi tarefa simples construir a confiança necessária para essa
mudança no sistema tributário brasileiro. Mas fomos capazes de superar
as incertezas”, afirmou Pacheco no plenário.
“Fomos capazes de superar as dificuldades do processo, de fazer valer
os princípios democráticos, de dialogar com o governo, com os agentes
públicos, com os agentes privados, enfim, com toda a sociedade.”
Depois de encampar a agenda da oposição e defender projetos como o
que proíbe o porte de drogas independentemente da quantidade, o
presidente do Senado passou a afirmar, nos últimos dias, que a
prioridade do Senado deve ser a pauta econômica.
Durante evento promovido pelo banco BTG Pactual, na segunda-feira
(6), Pacheco disse que a Reforma Tributária não era “totalmente
perfeita”, mas havia chegado ao ponto máximo de diálogo, amadurecimento,
e participação.
Pacheco também destacou que a Reforma Tributária era a mais complexa
de todas já feitas no Brasil –como a da Previdência e a Trabalhista.
“Ela é essencialmente de divergência. Começa a divergência entre o
Estado, e o contribuinte”, disse.
Pacheco foi reeleito presidente do Senado em fevereiro com o
compromisso de ajudar o governo Lula (PT) a destravar a Reforma
Tributária e as propostas prioritárias para os ministros da Fazenda,
Fernando Haddad (PT), e do Planejamento, Simone Tebet (MDB).
Como presidente do Congresso, caberá ao senador mineiro promulgar o
texto final da Reforma Tributária após nova votação na Câmara dos
Deputados. A expectativa dele e do presidente da Câmara, Arthur Lira
(PP-AL), é de que isso seja feito até o final do ano.
A Refinaria de Petróleo Riograndense (RPR), que pertence à Petrobras,
conseguiu processar 100% de óleo de soja em uma unidade de refino
industrial pela primeira vez. Quem está por trás da tecnologia é o
Centro de Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação (Cenpes) da estatal. A
partir de matérias-primas renováveis vai ser possível gerar produtos
petroquímicos totalmente renováveis.
A expectativa é que a refinaria, que fica na cidade de Rio Grande
(RS), produza insumos petroquímicos e combustíveis renováveis como GLP,
combustíveis marítimos, propeno e bioaromáticos (BTX – benzeno, tolueno e
xileno), usados nas indústrias da borracha sintética, nylon e PVC. Os
teores de concentração de BTX identificados também atendem aos níveis
exigidos para formular gasolinas de desempenho alto, praticamente
isentas de enxofre.
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, reforçou que a companhia tem como uma de suas prioridades a transição energética.
“Estamos fazendo derivados típicos de petróleo a partir de óleo
vegetal. É inovação e transição energética combinadas em benefício do
Brasil. É a Petrobras voltando a liderar grandes processos de
transformação técnica, econômica e social, com repercussão global”,
disse Prates.
O diretor-superintendente da RPR, Felipe Jorge, destacou que a
estratégia é planejar o futuro, sem prejudicar o abastecimento atual.
“O primeiro passo foi dado. A tecnologia da Petrobras licenciada para
a Riograndense vai nos permitir, já no próximo ano, produzir renováveis
sem deixarmos de atender nosso atual mercado de produtos e
combustíveis”, disse Felipe Jorge.
Tecnologia do biorrefino
Os testes na área do biorrefino começaram a partir do acordo de
cooperação entre as empresas que têm participação acionária na RPR:
Petrobras, Braskem e Ultra, assinado em maio de 2023. Por meio do
documento, ficou acertado o uso das unidades da refinaria para realizar
os testes de tecnologias desenvolvidas pelo centro de pesquisas da
estatal.
O primeiro teste industrial começou na última semana de outubro.
Nessa etapa, a PRP recebeu duas mil toneladas de óleo de soja e fez uma
manutenção na unidade de craqueamento catalítico fluido (FCC), de acordo
com as orientações do CENPES. Na etapa seguinte, em 1º de novembro,
teve início o processamento da carga 100% renovável, e foi comprovada a
viabilidade da operação.
Um segundo teste está programado para junho de 2024, quando vai ser
coprocessada uma carga mineral com bio-óleo (matéria-prima avançada de
biomassa não alimentar), e produzido propeno, gasolina e diesel, todos
com conteúdo renovável. A Petrobras está investindo cerca de R$ 45
milhões para desenvolver o processamento de carga renovável.
“Isso, se passar, obviamente que nós interpretaríamos como
inconstitucional. É bom lembrar que essa ideia não tem boa origem. Isto é
da ditadura Vargas, da Constituição de 1937, que chamavam de polaca.
Cassava-se decisão do Supremo por decreto e foi cassado. É bom ter essa
lembrança quando alguém for pensar nisso, pois tem uma má história no
constitucionalismo brasileiro”, disse Gilmar.
A declaração do ministro foi feita após visita à Frente Parlamentar
do Comércio e Serviço, que é presidida pelo deputado Domingos Sávio
(PL-MG). O parlamentar é um dos autores da PEC que busca conferir poder
ao Congresso para reverter qualquer tipo de decisão do STF que
“extrapole os limites constitucionais” na interpretação da maioria dos
deputados e senadores. Gilmar se sentou ao lado de Sávio, com quem
trocou elogios por causa do convite para palestrar ao grupo.
A PEC foi apresentado por Sávio na esteira da crise entre o Congresso e o STF provocada pela invalidação da tese de marco temporal para
demarcação das terras indígenas pelos ministros. O texto contra a
atuação dos ministros foi uma das medidas que se somou à paralisação da
pauta de votações da Câmara e do Senado em resposta às decisões recentes
da Suprema Corte.
Ministro sinaliza contra proposta de Lira para limitar quem pode acionar o STF
O ministro, por sua vez, argumentou que a judicialização dos temas
discutidos no Congresso é um “problema político” provocado pelos
próprios parlamentares, mas que não tem efeitos necessariamente
negativos. Ele citou que a maioria das ações analisadas pelo STF sobre a
pandemia de covid-19 foi apresentada por partidos como PSOL e Rede
Sustentabilidade, que ainda lutam para cumprir a cláusula de barreiras.
“É preciso olhar com muito cuidado como isso reflete no papel das
minorias”, disse.
Durante a conversa com os parlamentares, Gilmar citou que o modelo de
provocação ao STF adotado pela ditadura militar, quando somente o
procurador-geral da República podia acionar os ministros, gerou
concentração de poder excessiva. “Isso levou a abusos e por isso se
optou por um modelo mais aberto”, afirmou.
RIO DE JANEIRO (Reuters) -A agência de espionagem israelense Mossad
trabalhou com os serviços de segurança brasileiros e outras agências
internacionais para frustrar um ataque a judeus no Brasil, planejado
pelo grupo militante Hezbollah, que é apoiado pelo Irã, disse o gabinete
do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, nesta
quarta-feira.
A Polícia Federal disse em um comunicado que prendeu duas pessoas,
cujos nomes não foram divulgados, sob acusações de terrorismo em São
Paulo. Eles também cumpriram mandados de busca e apreensão nos Estados
de São Paulo, Minas Gerais e no Distrito Federal.
O Mossad agradeceu aos serviços de segurança brasileiros pelo seu papel em ajudar a impedir o ataque.
“Os serviços de segurança do Brasil, juntamente com o Mossad e…
outras agências internacionais de segurança e fiscalização, frustraram
um ataque terrorista no Brasil, que foi planejado pela organização
terrorista Hezbollah, dirigida e financiada pelo regime iraniano”,
afirmou.
O Mossad disse que a “célula terrorista… era operada pelo Hezbollah
para realizar um ataque contra alvos israelenses e judeus no Brasil”.
O Hezbollah, um grupo apoiado pelo Irã no Líbano, não pôde ser
contatado de imediato para comentar o assunto, nem o governo iraniano.
O Brasil tem relativamente pouca história de extremismo doméstico.
Em 2017, oito homens brasileiros com ligações ao Estado Islâmico
foram condenados por planejarem ataques durante as Olimpíadas do Rio de
2016, após uma denúncia do FBI norte-americano.
Em 2021, o Departamento do Tesouro dos EUA designou três homens no
Brasil como membros de uma rede afiliada à Al Qaeda. As autoridades dos
EUA também acompanham de perto a região da Tríplice Fronteira entre
Brasil, Argentina e Paraguai, que abriga uma grande comunidade da
diáspora libanesa e uma base para grupos de contrabando e outros grupos
do crime organizado.
A operação da Polícia Federal ocorre em meio a crescentes
preocupações com a segurança global, após o ataque de 7 de outubro do
Hamas ao sul de Israel e o subsequente bombardeio da Faixa de Gaza pelos
militares israelenses.
Líderes judaicos disseram à Reuters no mês passado que notaram um
aumento no discurso antissemita na internet em meio a um aumento global
mais amplo de antissemitismo desde que o conflito começou.
“Acompanhamos com apreensão e preocupação esta operação da Polícia
Federal no dia de hoje. O Brasil não tem histórico de terrorismo e
esperamos que o conflito no Oriente Médio não seja importado para cá”,
disse Ricardo Berkiensztat, presidente-executivo da Federação Israelita
de São Paulo.
O Hezbollah foi criado pela Guarda Revolucionária do Irã em 1982 para
combater as forças israelenses que invadiram o Líbano. O poderoso grupo
fortemente armado tem assentos no Parlamento e no governo e atua como
ponta de lança do Irã no Líbano e na região.
Desde o ataque de 7 de outubro, o Hezbollah tem enfrentado as forças
israelenses ao longo da fronteira, na escalada mais mortal desde que
travou uma guerra com Israel em 2006.
O Hezbollah foi designado como organização terrorista pela Argentina,
Reino Unido, Canadá, Alemanha, Honduras e Estados Unidos, bem como pela
maioria dos Estados do Golfo aliados dos EUA. O ex-presidente Jair
Bolsonaro disse em 2019 que planejava rotular o Hezbollah também como
organização terrorista, mas isso não se concretizou.
(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier e Gabriel Stargardter; reportagem
adicional de Steven Grattan em São Paulo, Lisandra Paraguassu em
Brasília e James Mackenzie em Jerusalém)
O presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), Manuel Palácios, disse nesta 4ª feira (8.nov.2023) que os candidatos do Enem não precisam concordar com os temas abordados na prova, apenas “compreender um determinado texto“. A declaração foi feita depois de a FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária) pedir a anulação de duas questões do exame deste ano que continham críticas ao agronegócio.
“Ninguém precisa concordar com o suporte do item, nem o item está
perguntando se o estudante concorda. A questão quer saber se o
estudante é capaz de compreender um determinado texto”, afirmou Palácios em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.
O presidente do órgão responsável pela elaboração do exame afirmou,
ainda, que a prova deste ano foi elaborada por professores
universitários selecionados em edital de 2020, durante o governo do
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Os professores selecionados por critérios públicos abordam
textos que têm circulação na vida brasileira, na universidade, nas
escolas, na vida científica. Ninguém precisa concordar”, declarou.
A polêmica gira em torno de duas questões da 1ª etapa do Enem 2023,
realizado no último domingo (5.out.2023). No item 89 da prova, o
enunciado abordava a territorialização do agronegócio. A questão dizia
que o fenômeno “subordina homens e mulheres à lógica do mercado”, além de colaborar para a “violência simbólica, a superexploração, as chuvas de veneno e a violência contra a pessoa”.
Já um texto no item 70 da mesma prova diz que a relação entre o crescimento do desmatamento com a expansão da soja é “evidente”, além de afirmar que a “lógica que gera o desmatamento está articulada pelo tripé grileiros, madeireiros e pecuaristas”.
“A vinculação de crimes a atividades legais no Brasil é um
critério de retórica política para encobrir a ausência do Estado no
desenvolvimento de políticas públicas eficientes e de combate a
ilegalidades”, afirmou a Frente Parlamentar da Agropecuária em nota que pedia a anulação das questões.
Palácios, no entanto, afirmou que as questões só podem ser anuladas caso prejudiquem os candidatos em algum sentido.
“O que justifica a anulação é o caso de um item não ter uma
resposta correta bem construída, ou se ele não produz informação
relacionada efetivamente com a habilidade avaliada, que é parte do
currículo”, disse o presidente do Inep.
Palácios deve ir nesta 4ª feira (8.nov) à Comissão de Educação da
Câmara dos Deputados para responder aos questionamentos. A FPA informou
que também pedirá a convocação do ministro da Educação, Camilo Santana (PT).